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Hábeas Corpus – Contra decisão que Indeferiu a Retomada do

Andamento do Processo do Réu Foragido.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR


DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE ............... .

"HABEAS CORPUS”
CÓDIGO TJ.............

Colenda Câmara,
Eminente Relator,

......................................................... ,
brasileiro, divorciado, advogado regularmente inscrito na OAB- sob o
nº .............. , permissa máxima vênia vem perante a esta Egrégia Corte,
com fundamento no artigo 5º, LXVIII, da Constituição Federal,
combinado com artigo 647 e seguinte do Código de Processo Penal,
impetrar uma ordem de

"HABEAS CORPUS"

em favor do Paciente,
................................................................ ,
brasileiro, solteiro, , RG ...................(SSP-....), natural de .................,
nascido em ............, filho de ................................, residente na
rua .................................., contra decisão exarada pelo Juiz de Direito da
Comarca de ................... , que indeferiu seu pedido de prosseguimento da
ação penal suspensa por força da nova redação dada ao art. 366 do CPP.,
pela Lei 9.741/96 mantendo o despacho que suspendeu o andamento do
processo e do prazo prescricional, mesmo tendo o Paciente Advogado
constituído nos autos, além do que indeferiu o recebimento do recurso
em sentido estrito interposto contra a referida decisão, configurando
notório e indisfarçável constrangimento ilegal sanável com a concessão
do presente writ.

SÚMULA DOS FATOS

O Paciente responde a uma ação penal na


comarca de ..............., autos .............................. , sob suposta infração do
art. 171 do CPB., sendo que não foi encontrado para citação pessoal, no
endereço fornecido na fase inquisitória, tendo sido determinado seu
chamamento via editalícia, porém, não compareceu na data designada
para interrogatório, tendo o Juiz do feito determinado a suspensão do
processo e do prazo prescricional, bem como a decretação da prisão
preventiva, por força da nova redação que a Lei 9.741/96 deu ao art. 366
do CPP, conforme decisão em apenso (doc.).

Posteriormente, o Paciente constituiu


defensor para representá-lo durante o persecutio criminis in judicio,
abdicando, por ora, de seu direito constitucional de estar presente
fisicamente nos atos processuais, porém o Juiz, aqui denominado de
autoridade coatora, indeferiu o pedido sob a suposta justificativa de que o
Acusado/paciente estaria tentando manter barganha processual, nos
seguintes termos (doc.):

Deste modo, o pedido de fls. 435/436,


não representa, em nenhum momento, desejo ou intenção de “estabelecer
barganha” com o Juízo, e sim, a reivindicação de direito
constitucionalmente assegurado pelo inc. XVI, do art. 5º, da
Constituição Federal, objetivando o estabelecimento do contraditório e o
pleno exercício da garantia da ampla defesa.

DO DIREITO
A norma do art. 366 do CPP, sendo de
natureza mista e tendo como objetivo, de um lado, em prol da sociedade,
evitar a impunidade, com a suspensão do prazo prescricional, evitando a
extinção da punibilidade pela prescrição daqueles que se furtavam à ação
da justiça, de outro, assegurar para que o réu, citado por edital, não seja
processado sem ter a certeza de sua ciência da existência da ação penal,
suspendendo o andamento do processo, até que constitua defensor de sua
confiança. Ou seja, no dizer de Paulo Rangel a lei dá um tratamento
equilibrado e igualitário, ao acusado e a sociedade1

Neste prisma, tem-se que com a


constituição de advogado para representá-lo na ação penal, o processo
deve sair da inércia, resguardando o interesse da sociedade, e, da própria
vítima, de ver aqueles que in tese violaram a norma, responderem em
juízo pelo atos atribuídos na denúncia, o quer vale dizer que o Estado
Administração, através do Juiz e Ministério Público, estará exercendo seu
múnus social, com a retomada da persecução judicial, por outro lado,
surge para o réu ausente a possibilidade de tentar provar sua inocência,
através da defesa técnica manejada pelo defensor constituído.

Salvo melhor Juízo, não há neste aspecto


qualquer interesse em barganhar, negociar ou tirar proveito com a
retomada do andamento do processo, muito pelo contrário, em primeiro
lugar porque a presença física do acusado durante a ação penal é um
direito seu e não uma obrigação, tanto o é que no interrogatório, poderia
ficar em silêncio, sem acarretar prejuízo para sua defesa; em segundo,
não condiciona o prosseguimento do feito, por exemplo, a revogação de
sua prisão preventiva, e, em terceiro, está contribuindo com a Justiça ao
possibilitar ao ofendido a sensação de que o Estado não está inoperante,
ou seja, seu interesse processual não está estagnado, parado e inerte.

A título de ilustração, com relação ao


acusado revel, que devidamente intimado para o interrogatório, e não
comparece, demonstrando eventual desprezo para com a justiça ou
desinteresse em se defender, na dicção do art. 367 do CPP, ser-lhe-á
decretada a revelia com o prosseguimento do processo sem sua presença,
porém, é indispensável a nomeação de defensor dativo, pois, no
ensinamento do ilustre Guilherme de Souza Nucci, “O réu pode
acompanhar o processo pessoalmente, mas não é obrigado a tal.
Estando presente seu defensor, o que é absolutamente indispensável,
1
Paulo Rangel, “Direito Processual Penal” , Ed. Lúmen Júris, 2005, pág. 712;
ainda que “ad hoc. (...) O que ocorre na esfera penal é a simples
ausência do processo, conseqüência natural do direito a audiência. 2 ”
(Grifei).

Na mesma esteira de entendimento, é o


posicionamento da jurisprudência mais abalizada:

“Embora revel, tem o acusado, inegavelmente o


direito de se valer do patrocínio de advogado de
sua escolha, eis que não existe no CPP dispositivo
algum vedando ao acusado ausente a faculdade de
se fazer representar por defensor de sua
confiança. Impõe-se a solução máxime porque
entendimento em contrário fere, frontalmente, o
princípio constitucional da ampla defesa.3 (Grifei).

Nosso Tribunal de Justiça Goiano, em


caso análogo assim decidiu:

"Hábeas corpus. Suspensão do processo e do prazo


prescricional, artigo 366 do código de processo
penal. Prisão preventiva. Falta de fundamentação.
1) a decisão sucinta que enseja a medida extrema
deve ser mantida quando demonstrada sua
necessidade e instrumentalidade, mormente
quando o acusado muda-se de domicilio, sem
fornecer novo endereço. A sua ausência denota a
intenção de se furtar ao chamamento judicial. 2)
tendo o paciente constituído advogado para
promover sua defesa, deve o processo de cognição
seguir seu curso normal. 4) ordem deferida em
parte4." (Grifei).

2
Guilherme de Souza Nucci “Código de Processo Penal Comentado”, Ed. RT, 5ª Edição, 2006, pág.
656;
3
TACRIM-SP, HC, Rel. Camargo Sampaio, JUTACRIM-SP 40/41, in Alberto Silva Franco e
Outros,”Código de Processo Penal e Sua interpretação jurisprudencial”, Ed. RT., Ed. 1999, Vol. 1, pág.
1526;
4
TJGO, 1ª Câm. Crim., HC 224.12-0/217, 200400211690, Rel. Paulo Teles, j. 11/03/2004, DJ 14343
de 01/04/2004,
Em conclusão, Excelência, é de fácil
constatação que a sentença recorrida, incorreu em incontestável error in
judicando e error in procedendo, ao indeferir o prosseguimento do feito
sem a presença física do Acusado, que constituiu defensor para
representá-lo, e implicitamente o condicionou ao cumprimento do
mandado de prisão preventiva. Com efeito, é perfeitamente factível a
edição do juízo de reconsideração, como forma de reconduzir o feito aos
trilhos da legalidade.

EX POSITIS,

espera ao recorrente seja o presente recurso recebido, vez que próprio e


tempestivo, pedindo-se nesta oportunidade que Vossa Excelência digne
reformar a decisão guerreada (art. 589 do CPP), ou ordenar a remessa dos
autos para a Superior Instância, para o devido processamento,
conhecimento e provimento do presente recurso, por ser medida de
Justiça.

Nestes temos,
Pede deferimento.

LOCAL E DATA

________________
OAB

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