O CHATONILDO DO BURTON

Coelho De Moraes

Revendo os Batman iniciais, mais de 25 anos depois, constatamos que o

filme é fraco, de baixíssimo orçamento, com maquetes pobres que não
resistem ao olhar mais arguto, papelão espalhado por todo lado, seguindo
os caricaturismos que Burton sempre deseja impor, transformando tudo
em animação.
Parece que ele está a dizer: - Isso é cinema. É tudo falso e eu não estou
nem aí. De realidade apenas meus bonecos. (Teria até uns crédito
brechtianos por isso).
Tim Burton é excelente diretor... de bonecos – seres que não pensam e
nem reclamarão - e diretor de desenhos, mas não de filme para gente
grande. Em filmes de gente grande ele é um burocrata a mais no set
plastificado dos efeitos especiais. Burton peca bastante com suas maquetes
pálidas e malfeitas – vide abertura do Ostvald Pinguim - e em vez de pegar
o ícone BATMAN para ler nas entrelinhas ele se limita a ser literal.
Burton trata tudo com desprezo de quem quer destruir algum mito sem
saber como fazer, apenas pelo fato de tratar disso com moda; e, assim
destrói o seu próprio O PLANETA DOS MACACOS. O original permanece
incólume tamanha a bobagem proposta por Burton, salvam apenas atores
como Giamatti que independe da máscara que usa. O final deste filme é
mico puro, micos e chimpanzés correndo para todos os lados tendo a efígie
de um Lincoln/mico que remete aos piores filmes antigos de ficção como se
as mudanças se fizesse ipsis litteris, sendo macacos, mesmo que fossem
onças.
Citem um filme do Burton que não seja caricato.
Mas, cito uns muito bons (habitados por seres humanos): Big Fish, Singles,
Ed Wood (onde os efeitos especiais caem sob medida podendo-se supor que
Tim Burton se vê em Ed Wood), Sweeney Tod (mas a música dá o tom do
drama).
O Lincoln Caçador de Vampiros é afronta à inteligencia / talvez ele saiba
bem que essas coisas, com sua assinatura, invadem 50% dos cinemas da
latinoamérica. Além de tudo é crime. Os vampiros seriam quem / sulistas?
indios?
A obsessão pelo noir parece mais de POSER do que de realidade. Não fosse
Johnny Depp em seus papeis, e, seus filmes cairiam no ridículo constante,
já que foram feitos para rir mesmo.
Esses ‘Batman iniciais’ serviram, no entanto, para repor à pauta um ícone
interessante dos quadrinhos e lembrar que: para perseguir meliantes desse
tipo - loucos e amalucados, assassinos e torpes personagens seria
necessário alguém que lhes fosse parecido. BATMAN.