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G Model

RAMD-124; No. of Pages 5 ARTICLE IN PRESS


Rev Andal Med Deporte. 2016;xxx(xx):xxx–xxx

Revista Andaluza de
Medicina del Deporte

www.elsevier.es/ramd

Original

Efeito do exercício de alongamento estático passivo contínuo versus


fracionado sobre a força muscular
S. Barbosa-Netto ∗ e M.B. Almeida
Departamento de Educação Física, L’esporte/NUPAFISE, Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, Brasil

informação sobre o artigo r e s u m o

Historial do artigo: Objetivos: Verificar o efeito do exercício de alongamento estático passivo realizado sob dois protocolos
Recebido a 13 de setembro de 2015 (fracionado versus contínuo) com a mesma duração, sobre o número de repetições máximas com carga
Aceite a 29 de abril de 2016 habitualmente utilizada nas sessões de treino para dez repetições no supino reto com barra livre.
On-line a xxx
Método: Um grupo de 16 homens (idade: 23.4 ± 2.8 anos; massa corporal: 81.8 ± 10.4 kg; estatura:
178.7 ± 2.6 cm) treinados e assintomáticos, que foram submetidos aos protocolos fracionado e contínuo.
Palavras-chave: Para a análise dos efeitos dos exercícios de alongamento sobre a capacidade de gerar força foi utilizada a
Exercício de força
ANOVA para medidas repetidas com post hoc de Bonferroni.
Alongamento estático
Tempo de duração
Resultados: Não houve diminuição no desempenho no teste de repetições máximas, independentemente
da situação testada (p = 0.842). Em todos protocolos, os indivíduos executaram em média 17 repetições
máximas (desvio-padrão variando entre 2.9-3.6 repetições máximas), sem diferença entre si.
Conclusão: Executar um exercício de alongamento estático passivo durante 60 s, seja ele fracionado
ou contínuo, não diminui o desempenho no teste de repetições máximas em relação à condição sem
alongamento prévio.
© 2016 Consejerı́a de Turismo y Deporte de la Junta de Andalucı́a. Publicado por Elsevier España,
S.L.U. Este é um artigo Open Access sob uma licença CC BY-NC-ND (http://creativecommons.org/
licenses/by-nc-nd/4.0/).

Efecto del ejercicio de estiramiento estático pasivo continuo versus


fraccionado sobre la fuerza muscular
r e s u m e n

Palabras clave: Objetivos: Verificar el efecto del ejercicio de estiramiento estático pasivo realizado bajo dos protocolos
Entrenamiento de fuerza (fraccionado versus continuo) con la misma duración, en el número máximo de repeticiones con carga
Estiramiento estático habitualmente utilizada en las sesiones de entrenamiento para diez repeticiones en el press de banca con
Duración
barra libre.
Método: Un grupo de 16 hombres (edad: 23.4 ± 2.8 años, masa corporal: 81.8 ± 10.4 kg, altura:
178.7 ± 2.6 cm) entrenados y asintomáticos que se sometieron a los protocolos fraccionado y continuo.
Para el análisis de los efectos de los ejercicios de estiramiento sobre la capacidad de generar fuerza se
utilizó ANOVA para medidas repetidas con post hoc de Bonferroni.
Resultados: No hubo disminución en el rendimiento en el test de repeticiones máximas independiente-
mente de la situación probada (p = 0.842). En todos los protocolos, los sujetos realizaron 17 repeticiones
máximas en promedio (desviación estándar entre 2.9-3.6 repeticiones máximas), sin diferencias entre
ellos.
Conclusiones: Ejecutar un ejercicio de estiramiento estático pasivo durante 60 s, sea fraccionado o con-
tinuo, no disminuye el rendimiento en el test de repeticiones máximas en relación con la condición sin
estiramiento previo.
© 2016 Consejerı́a de Turismo y Deporte de la Junta de Andalucı́a. Publicado por Elsevier España,
S.L.U. Este es un artı́culo Open Access bajo la licencia CC BY-NC-ND (http://creativecommons.org/
licenses/by-nc-nd/4.0/).

∗ Autor para correspondência.


Correio eletrónico: barbosa.netto@yahoo.com.br (S. Barbosa-Netto).

http://dx.doi.org/10.1016/j.ramd.2016.04.002
1888-7546/© 2016 Consejerı́a de Turismo y Deporte de la Junta de Andalucı́a. Publicado por Elsevier España, S.L.U. Este é um artigo Open Access sob uma licença CC BY-NC-ND
(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

Como citar este artigo: Barbosa-Netto S, Almeida MB. Efeito do exercício de alongamento estático passivo contínuo versus fracionado
sobre a força muscular. Rev Andal Med Deporte. 2016. http://dx.doi.org/10.1016/j.ramd.2016.04.002
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Effect of continuous versus fractionated passive static stretching exercise


on muscle strength

a b s t r a c t

Keywords: Objectives: To verify the effect of passive static stretching exercise, performed under two protocols (frac-
Resistance exercise tionatedversus continuous) with the same duration, over the maximum number of repetitions with the
Static exercise weight normally used in training sessions for ten repetitions on the bench press
Duration time Method: A group of 16 trained and asymptomatic men (age: 23.4 ± 2.8 years, body mass: 81.8 ± 10.4 kg,
height: 178.7 ± 2.6 cm) that underwent both the fractionated and the continuous protocols. In order to
analyze the stretching exercise effects over the capacity to produce strength, ANOVA was used for the
repeated measurements with Bonferroni’s post-hoc test
Results: There was no decrease in performance on the test of maximum repetitios regardless of the
tested situation (p = 0.842). In all protocols, individuals performed an average of 17 maximum repetitions
(standard deviation ranging between 2.9 and 3.6 maximum repetitions), with no difference between
them
Conclusions: Performing a passive static stretching exercise during 60s, either fractionated or continuous,
does not reduce the performance on the test of maximum repetitions in relation to the condition without
previous stretch
© 2016 Consejerı́a de Turismo y Deporte de la Junta de Andalucı́a. Published by Elsevier España, S.L.U.
This is an open access article under the CC BY-NC-ND license (http://creativecommons.org/licenses/by-
nc-nd/4.0/).

Introdução ombro, cotovelo e punho porque impossibilitaria a execução do


exercício testado. Nenhum dos indivíduos estava participando de
Os exercícios de alongamento, geralmente, são utilizados antes programa de alongamento. Para a coleta, cada participante foi soli-
da atividade principal com o objetivo de preparar a musculatura citado a comparecer três dias não consecutivos (48-72 h) ao local do
para os estímulos subsequentes1,2 . Ainda que sem especificar o estudo. O protocolo determinava a realização de um aquecimento
momento em que o alongamento deva ser executado, o American padronizado, seguido de um exercício de alongamento. Após isso,
College of Sports Medicine (ACSM)3 recomenda que esses exercí- os indivíduos foram convidados a executar as RMCH. Todos foram
cios sejam incluídos nas sessões dos programas de treinamento, orientados a não realizar exercícios antes desses procedimentos. O
no mínimo de 2-3 vezes por semana. Além disso, sugere ainda que protocolo do estudo foi previamente aprovado pelo Comitê de Ética
devem ser realizadas de 2-4 séries de alongamento estático, sus- e Pesquisa em seres humanos.
tentando a posição entre 10-30 s e que a média de tempo total de
alongamento seja de 60 s para cada exercício. Sujeitos
Por outro lado, alguns estudos têm sugerido que os exercícios
de alongamento podem ser prejudiciais quando precedem os exer- Um grupo de 16 homens (idade: 23.4 ± 2.8 anos, massa
cícios de força, uma vez que a capacidade de gerar força pode ser corporal: 81.8 ± 10.4 kg, estatura: 178.7 ± 2.6 cm) treinados e assin-
diminuída4–6 . Um posicionamento do European College of Sports tomáticos atenderam aos requisitos acima citados (amostra por
Science7 concluiu que há fortes evidências de que uma série aguda conveniência). Os indivíduos costumavam treinar força durante
de alongamento pode diminuir o desempenho em testes de esforços aproximadamente 40 min, numa frequência semanal mínima de
musculares máximos. quatro vezes por semana. Foi realizada uma explicação acerca do
Dentro dessa perspectiva, Kay et al.8 revisaram os possíveis estudo na qual foram expostos os possíveis benefícios e riscos
efeitos agudos dos exercícios de alongamento sobre a capacidade durante o procedimento. Essas informações foram descritas no
de gerar força, mais precisamente os efeitos deletérios causados Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), que foi lido
pelos exercícios de alongamento estático. Os autores concluíram e assinado pelos participantes interessados.
que os exercícios de alongamento estático com duração igual ou Após a assinatura do TCLE, os participantes foram indagados
superior a 60 s estão mais propensos a reduzir o desempenho da sobre idade, massa corporal, estatura e RMCH. Em seguida, deu-se
força e potência muscular. Contudo, não está claro se os 60 s men- início ao procedimento.
cionados pelos autores são contínuos ou fracionados, conforme as
recomendações do ACSM e o modo de exercício mais realizado na Delineamento experimental
prática cotidiana.
Os participantes foram avaliados em três dias:
Portanto, o objetivo do presente estudo foi verificar o efeito
Visita 1 – foi realizada a seguinte pergunta ao participante: «Com
do exercício de alongamento estático passivo realizado sob dois
qual carga você executa dez repetições no supino reto?». Após a res-
protocolos (fracionado vs. contínuo) com mesma duração, sobre o
posta, o avaliado executou um aquecimento específico do exercício
número de repetições máximas (RM) com carga habitualmente uti-
testado que consistiu em uma série de dez repetições com 50% da
lizada nas sessões de treino para dez repetições (RMCH) no supino
carga mencionada pelo mesmo, e uma segunda série, 1 min depois,
reto com barra livre.
de cinco repetições com 70% da carga mencionada9 . Em seguida,
repousou por 2 min sentado no aparelho e, enquanto descansava, o
Método avaliador colocou a carga dita pelo participante e o mesmo execu-
tou o exercício com supervisão do avaliador e com uma ressalva:
Foram aptos a ingressarem no estudo indivíduos que praticavam execute o número de RM até a exaustão.
exercício de força, mais precisamente musculação, há pelo menos O participante executou o exercício em decúbito dorsal, reti-
seis meses e não possuíam comprometimento nas articulações do rando a barra com a carga que usualmente treina e fazendo uma

Como citar este artigo: Barbosa-Netto S, Almeida MB. Efeito do exercício de alongamento estático passivo contínuo versus fracionado
sobre a força muscular. Rev Andal Med Deporte. 2016. http://dx.doi.org/10.1016/j.ramd.2016.04.002
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Máximo
percentil 75
Aquecimento Alongamento Exercício Mediana
percentil 25
22.5 minimo

• 10 reps a 50% da RMCH • 1 × 60 s Repetições máximas


com carga habitual 20.0

Repetições máximas
• Intervalo: 1 min ou

• 5 reps a 70% da RMCH • 3 × 20 s


17.5

Figura 1. Modelo do delineamento do experimento.RMCH: carga executa


10 repetições no supino reto. 15.0

abdução horizontal dos ombros e uma flexão do cotovelo até apro- 12.5
ximadamente 90 ◦ , com posterior abdução horizontal dos ombros e
extensão dos cotovelos até a posição inicial. Somente foram conta-
bilizadas as repetições que seguiram esse padrão de execução, ou 10.0

seja, todos os movimentos foram considerados válidos se a barra Controle Fracionado Contínuo
foi mobilizada em sua amplitude completa. Após a execução das
repetições, o participante colocou a barra no apoiador do aparelho Figura 2. Comparação do número de repetições máximas no exercício supino reto
com barra livre na situação controle (sem alongamento prévio) e após 60 segundos
e o procedimento foi finalizado.
de alongamento fracionado e contínuo.
Visitas 2 e 3 – a sequência destas visitas foi randomizada (fig. 1).
Nesta fase, o procedimento seguiu o protocolo previamente
descrito. A diferença foi a inclusão do exercício de alongamento vs. fracionado) com mesma duração, sobre as RMCH no supino reto
entre o aquecimento e a execução das RMCH. Foi realizado exercí- com barra livre. O principal achado do estudo foi que o desempe-
cio de alongamento da seguinte forma: os participantes ficaram nho no teste de RM não foi afetado em nenhum dos dois protocolos.
de pé e alongaram o músculo peitoral maior (abdução horizon- Dessa forma, entende-se que executar um único exercício de alon-
tal de ombro) com auxílio da parede e sustentaram a posição na gamento durante 60 s, de maneira tanto fracionada como contínua,
amplitude que o participante sinalizasse com um leve desconforto. não diminui o desempenho no teste de RM em praticantes de trei-
Protocolo 1 (3 × 20 s) – os indivíduos alongaram de forma ativa namento de força.
durante 20 s de exercício e 20 s de repouso. O exercício foi execu- A sequência do procedimento (aquecimento, alongamento e
tado 3 vezes alternadamente, totalizando 60 s de atividade. força) parece estar adequada para avaliarmos o efeito do exercício
Protocolo 2 (1 × 60 s) – os indivíduos alongaram de forma ativa de alongamento sobre a capacidade de gerar força nesse estudo. No
durante 60 s contínuos. tocante ao aquecimento, há controvérsias na literatura científica.
Ribeiro et al.10 mostraram que aquecer de forma específica, geral ou
Análise estatística combinada não apresentou diferenças significativas, quando com-
parados com o controle, no desempenho de homens treinados que
Para idade, massa corporal e estatura foram calculadas utilizaram cargas submáximas (80% de 1 RM) no exercício supino
média ± desvio-padrão. Para a análise dos efeitos dos exercícios reto. Por outro lado, estudos vêm mostrando melhoras significa-
de alongamento sobre a capacidade de gerar força, foi utilizada a tivas no desempenho da força muscular quando o aquecimento é
ANOVA one-way para medidas repetidas seguido de post hoc de realizado antes da atividade principal11–13 .
Bonferroni. Os dados foram também analisados quanto à tendência Da mesma forma, os exercícios de alongamento foram exe-
dos efeitos pós-alongamento (aumento, redução ou sem alteração cutados após o aquecimento porque são mais efetivos quando a
nas RMCH) por intermédio do teste de qui-quadrado. Foi adotado temperatura corporal ou tecidual está elevada3 . Ademais, são o
um nível de significância de 5% e o software SPSS 20.0 (IBM, EUA) tipo de aquecimento e alongamento mais utilizados na prática do
foi aplicado em todos os cálculos. cotidiano. Sendo assim, essa ordem aparenta estar condizente por-
que estamos avaliando os efeitos da variável alongamento sobre
a variável força. Desse modo, em nosso estudo, o aquecimento
Resultados
antecedeu o alongamento para evitar possíveis influências diretas
Não houve diminuição no desempenho no teste de RM, indepen-
dentemente da situação testada (p = 0.842). Em todos protocolos, os 10
indivíduos executaram em média 17 RM (desvio-padrão variando 9
entre 2.9-3.6 RM), sem diferença entre si (fig. 2). 8
Número de indivíduos

Foi identificada a frequência dos efeitos observados sobre o 7


desempenho no teste de RM para cada indivíduo (aumento, redução 6
ou sem alteração) após os dois protocolos de alongamento. O teste
5
de qui-quadrado não apresentou diferenças nas distribuições das
4
frequências entre as situações testadas (p = 1.00). Contudo, nota-
3
-se uma tendência a um aumento do número de repetições após o
2
alongamento fracionado (56.3% da amostra), ao passo que o alon-
1
gamento contínuo registrou tendência a redução da performance
0
(50% da amostra) (fig. 3).
Aumento Sem alteração Redução

Fracionado Contínuo
Discussão
Figura 3. Frequência de indivíduos que apresentaram ou não efeito no desempe-
O objetivo do estudo foi verificar o efeito do exercício de alon- nho no teste de repetições máximas, após alongamento contínuo e fracionado, em
gamento estático passivo realizado sob dois protocolos (contínuo relação à condição sem alongamento.

Como citar este artigo: Barbosa-Netto S, Almeida MB. Efeito do exercício de alongamento estático passivo contínuo versus fracionado
sobre a força muscular. Rev Andal Med Deporte. 2016. http://dx.doi.org/10.1016/j.ramd.2016.04.002
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do aquecimento sobre a performance muscular, o que poderia alongamento não afetaram a capacidade de gerar força no supino
confundir em parte os resultados. reto. É importante salientar que Ribeiro et al.15 contaram com
O tempo total de alongamento seguiu as uma amostra de homens destreinados, diferentemente do nosso
recomendações do ACSM3 para este tipo de atividade, levando-se estudo. Embora os indivíduos tenham passado pelas sessões de
em consideração também que Kay et al.8 propõem que alongamen- familiarização, é importante ressaltar a questão da adaptação neu-
tos com duração inferior a 60 s não causam redução significativa ral do treinamento nas primeiras semanas16 .
no desempenho da força. Essas dois informações foram a base para Outro ponto notado foi o método de avaliação do efeito do exer-
a elaboração do método do presente estudo. Em adendo, o alonga- cício de alongamento sobre a força no estudo de Ribeiro et al.15
mento fracionado parece ser o mais comum na prática do cotidiano Os autores preconizaram o somatório das repetições ao longo das
preservando, ao menos em parte, a validade ecológica do estudo. quatro séries do supino, enquanto o nosso estudo utilizou apenas
Tricoli et al.5 observaram que a capacidade de gerar força uma série de RM pós-alongamento. Desta forma, nossos dados não
máxima em membros inferiores diminui cerca de 14% após uma permitem inferir sobre possíveis efeitos em séries sucessivas.
sequência de exercícios de alongamento estático. Um grupo de No que diz respeito aos métodos de mensuração da força mus-
11 indivíduos fisicamente ativos, porém sem envolvimento com cular, os estudos que verificaram os efeitos dos exercícios de
treinamento de força, foi submetido a dois condições: com e alongamento sobre a força realizaram testes de carga máxima. Tri-
sem alongamento. Os sujeitos realizaram um aquecimento geral coli et al.5 avaliaram os efeitos do alongamento em função de 1 RM,
na esteira rolante (8 km/h sem inclinação), seguido de aqueci- e Ribeiro et al.15 e Franco et al.14 realizaram testes de 1 RM, e a partir
mento específico do exercício leg press 45◦ (cinco repetições a do teste calcularam a carga para 80 e 85% de 1 RM para os indiví-
50% carga máxima estimada), para em seguida realizar o teste de duos, respectivamente. Dados do nosso laboratório sugerem que
carga máxima (1 RM). Na condição com alongamento, foram incluí- os praticantes de treinamento de força não costumam treinar com
dos esses exercícios previamente ao aquecimento específico. cargas máximas para um pré-determinado número de repetições
Comparando a condição alongamento do estudo acima citado no cotidiano. Desse modo, resolvemos adotar como parâmetro a
com as do nosso estudo, podemos observar algumas diferenças. carga que habitualmente os praticantes utilizavam em suas rotinas
A principal delas é o tempo total dedicado aos exercícios de de treinamento.
alongamento (540 vs. 60 s). O tempo de 540 s de alongamento Como podemos observar, a literatura tem-nos mostrado que
específico para a musculatura testada parece ser demasiadamente séries fracionadas totalizando 60 s, com um ou dois exercícios
longo e exaustivo quando a tarefa principal é a força. Outros- de alongamento, sejam estáticos ativos ou passivos, parecem não
sim, essa duração ultrapassa tanto o que é proposto nas diretrizes diminuir a capacidade de gerar força. Em contrapartida, ainda
para prescrição de exercícios de alongamento, como também o não há um consenso sobre as séries contínuas. Franco et al.14 obser-
tempo cotidianamente utilizado pelos praticantes de treinamento varam que 1 × 40 s de alongamento estático passivo prejudica a
de força. O número de exercícios de alongamento utilizados para força no supino reto, enquanto nosso estudo mostrou que 1 × 60 s
um mesmo grupo muscular também foi superior ao nosso, o que de alongamento estático passivo não proporcionou comprometi-
pode ter contribuído sobremaneira para redução da força. Cabe mento funcional. Sendo assim, as séries fracionadas parecem ser a
ainda destacar que outra diferença entre os protocolos dos estudos melhor alternativa para os praticantes que queiram alongar antes
foi a utilização de teste de 1 RM, diferindo do presente estudo. do treinamento de força.
Um estudo similar ao nosso foi realizado por Franco et al.14 , Em última análise, em que pese a redução estatisticamente
no qual os autores verificaram os efeitos dos exercícios de alonga- significativa do número de RM executadas pós-alongamento obser-
mento sobre a capacidade de gerar força no supino reto. Um grupo vada em alguns estudos, é possível que, na prática, esse efeito
de homens treinados foi submetido a dois protocolos, um para veri- não seja percebido, visto que os praticantes deste tipo de treina-
ficar os efeitos do número de séries de alongamento, e o outro do mento não costumam utilizar RM. Portanto, podemos especular
tempo de duração desse estímulo sobre a performance da força. que, mesmo após um alongamento que induzisse perda de força
Para o primeiro objetivo, os indivíduos realizaram um exercício (cerca de uma repetição a menos), os indivíduos conseguiriam
de alongamento estático passivo para o peitoral em três condições atingir seu número de repetições programadas, pois a redução da
(1 × 20 s, 2 × 20 s, 3 × 20 s) antes de executar o exercício testado. performance é relativa à carga máxima e os treinos são baseados
Nenhuma diferença significativa foi encontrada no número total em cargas submáximas.
de repetições executadas nas condições acima citadas (10.8 ± 1.9; Uma possível limitação do estudo foi a utilização de um único
10.7 ± 1.4; 11.3 ± 2.5, respectivamente). exercício de alongamento, uma vez que o exercício testado foi mul-
Para o segundo objetivo, os participantes foram submetidos tiarticular. Contudo, para preservarmos a variável independente
ao mesmo procedimento, a diferença foi na duração do exercí- e, consequentemente, não perdermos o controle da mesma ao
cio de alongamento (1 × 20 s vs. 1 × 40 s). A duração do estímulo aumentar o número de exercícios e o tempo total de duração do
apresentou diferença significativa no número total de repetições alongamento, optamos por adotar apenas um exercício de alon-
(10.3 ± 1.6; 9.1 ± 1.8, respectivamente). A principal diferença entre gamento. Além disso, Ribeiro et al.15 não encontraram diferenças
o protocolo dos autores e o nosso foi o tipo de alongamento. Os auto- significativas na força mesmo utilizando dois exercícios de alonga-
res utilizaram o alongamento estático passivo, enquanto o nosso mento unilateral, ainda que o tempo de duração tenha sido de 30 s
estudo utilizou o alongamento estático passivo. A opção do exercí- para cada membro. Ao nosso melhor conhecimento, não encontra-
cio de alongamento estático passivo no nosso protocolo aconteceu mos na literatura científica evidências que sugerem a quantidade
porque dados (ainda não publicados) do nosso laboratório iden- ideal de exercícios de alongamentos, merecendo um maior escla-
tificaram que a maioria dos praticantes de treinamento de força recimento em estudos futuros. Sendo assim, dentro das premissas
realizam exercícios de alongamento sozinhos. analisadas, o nosso método atendeu as recomendações do tempo
Em outro estudo, Ribeiro et al.15 verificaram os efeitos agu- total de alongamento para o mesmo grupo muscular.
dos dos exercícios de alongamento estático sobre o desempenho Outra possível limitação aconteceu na dose-resposta do exercí-
de séries múltiplas no supino reto. Um grupo de 15 homens des- cio de alongamento, porque utilizamos a subjetividade (sensação
treinados executou um exercício de alongamento estático para o de leve desconforto) para determinar a intensidade do alonga-
peitoral e outro para o tríceps durante 30 s de forma unilateral, mento. No entanto, essa também é uma recomendação dos estudos
antes de executar o exercício supino reto até a falha concêntrica que avaliam a intensidade do exercício de alongamento, além de ser
com 80% de 1 RM. Os autores observaram que os exercícios de uma estratégia bastante utilizada na prática do cotidiano.

Como citar este artigo: Barbosa-Netto S, Almeida MB. Efeito do exercício de alongamento estático passivo contínuo versus fracionado
sobre a força muscular. Rev Andal Med Deporte. 2016. http://dx.doi.org/10.1016/j.ramd.2016.04.002
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Sendo assim, concluímos que executar um exercício de alon- 3. Garber CE, Blissmer B, Deschenes MR, Franklin BA, Lamonte MJ, Lee IM, et al.
gamento estático passivo durante 60 s, seja ele fracionado ou American College of Sports Medicine position stand. Quantity and quality of
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contínuo, não diminui o desempenho no teste de RM em relação and neuromotor fitness in apparently healthy adults: Guidance for prescribing
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Como citar este artigo: Barbosa-Netto S, Almeida MB. Efeito do exercício de alongamento estático passivo contínuo versus fracionado
sobre a força muscular. Rev Andal Med Deporte. 2016. http://dx.doi.org/10.1016/j.ramd.2016.04.002

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