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Série Energia – Geração, TRansmissão e Distribuição

INSTALAÇÕES
ELÉTRICAS
INDUSTRIAIS
volume 1
Série Energia – Geração, transmissão e distribuição

INSTALAÇÕES
ELÉTRICAS
INDUSTRIAIS
volume 1
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Robson Braga de Andrade
Presidente

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA – DIRET

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor de Educação e Tecnologia

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI

Conselho Nacional

Robson Braga de Andrade


Presidente

SENAI – Departamento Nacional

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor Geral

Gustavo Leal Sales Filho


Diretor de Operações
Série Energia – Geração, transmissão e distribuição

INSTALAÇÕES
ELÉTRICAS
INDUSTRIAIS
volume 1
© 2018. SENAI – Departamento Nacional

© 2018. SENAI – Departamento Regional da Bahia

A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, me-
cânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização,
por escrito, do SENAI.

Esta publicação foi elaborada pela Equipe de Inovação e Tecnologias Educacionais do


SENAI da Bahia, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada
por todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.

SENAI Departamento Nacional


Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

SENAI Departamento Regional da Bahia


Inovação e Tecnologias Educacionais – ITED

FICHA CATALOGRÁFICA

S491i
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.
Instalações elétricas industriais / Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial, Departamento Nacional, Departamento Regional da Bahia. -
Brasília: SENAI/DN, 2018.
154 p.: il. - (Série Energia - Geração, Transmissão e Distribuição).

ISBN 978-855050293-9

1. Instalações elétricas. 2. Acionamentos elétricos. 3. Aterramentos elétricos.


4. Condutores elétricosI. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento
Regional da Bahia. II. Título. III. Série.

CDU: 621.32

SENAI Sede
Serviço Nacional de Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto
Aprendizagem Industrial Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317-9001
Departamento Nacional Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br
Lista de ilustrações
Figura 1 -  Condutores elétricos....................................................................................................................................17
Figura 2 -  Fio elétrico.......................................................................................................................................................18
Figura 3 -  Barramento elétrico......................................................................................................................................18
Figura 4 -  Cabo elétrico . ................................................................................................................................................19
Figura 5 -  Painel elétrico com fios e cabos elétricos.............................................................................................20
Figura 6 -  Exemplo de simbologia e padrão de cores..........................................................................................22
Figura 7 -  Aplicações específicas de fios e cabos...................................................................................................24
Figura 8 -  Cabo elétrico com isolação........................................................................................................................25
Figura 9 -  Curto-circuito em painel elétrico............................................................................................................26
Figura 10 -  Exemplo de consequência de um condutor mal colocado.........................................................27
Figura 11 -  Exemplo de emenda malfeita................................................................................................................28
Figura 12 -  Exemplo de emenda prolongada.........................................................................................................28
Figura 13 -  Conectores....................................................................................................................................................29
Figura 14 -  Dispositivos de manobra e proteção...................................................................................................33
Figura 15 -  Tipos de botoeiras......................................................................................................................................34
Figura 16 -  Identificação dos terminais dos contatos NA e NF dos botões..................................................36
Figura 17 -  Contator energizado e desenergizado...............................................................................................37
Figura 18 -  Partes de um contator...............................................................................................................................39
Figura 19 -  Critérios de escolha de um contator....................................................................................................39
Figura 20 -  Simbologia e norma de um contator de potência.........................................................................40
Figura 21 -  Simbologia e norma de um contator auxiliar...................................................................................40
Figura 22 -  Contator.........................................................................................................................................................41
Figura 23 -  Representação da identificação de um contator auxiliar.............................................................42
Figura 24 -  Simbologia representando a bobina de um contator...................................................................42
Figura 25 -  Terminais de alimentação da bobina de um contator..................................................................43
Figura 26 -  Estrutura simplificada de um relé.........................................................................................................46
Figura 27 -  Sinalizadores.................................................................................................................................................48
Figura 28 -  Simbologia luminosa e sonora..............................................................................................................49
Figura 29 -  Sensores fim de curso de contato mecânico....................................................................................50
Figura 30 -  Chaves fim de curso para aplicações normais e para aplicações de segurança..................51
Figura 31 -  Simbologia e identificação dos componentes de uma chave fim de curso..........................52
Figura 32 -  Tipos de sensores........................................................................................................................................53
Figura 33 -  Simbologia genérica para sensores.....................................................................................................54
Figura 34 -  Elementos de um relé sobrecorrente..................................................................................................56
Figura 35 -  Simbologia aplicada para relés térmicos...........................................................................................56
Figura 36 -  Relé térmico ou de sobrecarga..............................................................................................................58
Figura 37 -  Fusível NH e dispositivo para inserção e retirada............................................................................61
Figura 38 -  Fusível Diazed e partes que compõem o conjunto com o porta-fusível................................61
Figura 39 -  Simbologia de fusível................................................................................................................................62
Figura 40 -  Efeitos térmicos e magnéticos de um disjuntor..............................................................................64
Figura 41 -  Sobrecorrente proteção térmica e curto-circuito proteção magnética..................................64
Figura 42 -  Disjuntor DR..................................................................................................................................................66
Figura 43 -  Disjuntor motor...........................................................................................................................................67
Figura 44 -  Simbologia e norma disjuntor motor..................................................................................................67
Figura 45 -  Placa de um motor trifásico....................................................................................................................72
Figura 46 -  Curva da corrente de partida (pico) x tempo...................................................................................73
Figura 47 -  Diagrama de força e de comando de uma partida direta............................................................75
Figura 48 -  Partida direta com reversão diagrama de força e de comando.................................................76
Figura 49 -  Diagrama de potência estrela triângulo.............................................................................................79
Figura 50 -  Fechamento em estrela............................................................................................................................80
Figura 51 -  Fechamento em triângulo.......................................................................................................................80
Figura 52 -  Diagrama de comando, partida estrela triângulo...........................................................................81
Figura 53 -  Circuito de potência estrela triângulo com reversão.....................................................................83
Figura 54 -  Diagrama de comando estrela triângulo com reversão...............................................................84
Figura 55 -  Diagrama de potência partida série e paralelo................................................................................86
Figura 56 -  Diagrama de comando da partida série e paralelo........................................................................87
Figura 57 -  Diagrama de potência e de comando da partida autotransformador....................................89
Figura 58 -  Diagrama de comando da partida autotransformador................................................................90
Figura 59 -  Diagrama de potência e de comando da partida compensada com reversão....................92
Figura 60 -  Frenagem por contracorrente................................................................................................................95
Figura 61 -  Frenagem por injeção CC.........................................................................................................................96
Figura 62 -  Soft starter......................................................................................................................................................98
Figura 63 -  Esquema simplificado da ponte e do sistema de controle de um soft starter......................99
Figura 64 -  Conversor AC para DC que possui um inversor de frequência............................................... 104
Figura 65 -  Inversores de frequência....................................................................................................................... 105
Figura 66 -  Blocos do inversor de frequência....................................................................................................... 106
Figura 67 -  Circuito de um inversor de frequência............................................................................................. 108
Figura 68 -  Componentes de um sistema de aterramento............................................................................. 116
Figura 69 -  Estrutura geométrica de distribuição das hastes......................................................................... 120
Figura 70 -  Sistema TN.................................................................................................................................................. 121
Figura 71 -  Sistema TN-C............................................................................................................................................. 121
Figura 72 -  Sistema TN-C-S.......................................................................................................................................... 122
Figura 73 -  Sistema TT.................................................................................................................................................. 123
Figura 74 -  Sistema IT.................................................................................................................................................... 123
Figura 75 -  Motores de indução trifásicos............................................................................................................. 129
Figura 76 -  Detalhes de um rotor gaiola de esquilo.......................................................................................... 130
Figura 77 -  Rotor bobinado de um motor assíncrono...................................................................................... 130
Figura 78 -  Partes construtivas de um motor de indução trifásico.............................................................. 131
Figura 79 -  Estator assíncrono................................................................................................................................... 132
Figura 80 -  Rotor............................................................................................................................................................. 132
Figura 81 -  Curva conjugado x Rotação................................................................................................................. 134
Figura 82 -  Plaqueta de identificação de motor de indução trifásico......................................................... 135
Figura 83 -  Ligações do motor monofásico de fase auxiliar........................................................................... 137
Figura 84 -  Ligação triângulo e estrela em motor com 6 terminais............................................................. 138
Figura 85 -  Esquemas de ligações de motor com 9 terminais....................................................................... 139
Figura 86 -  Ligações para os motores trifásicos de 12 terminais.................................................................. 140
Figura 87 -  Esquema do bobinado de motor com enrolamentos separados.......................................... 141
Figura 88 -  Esquema do bobinado do motor Dahlander................................................................................ 142
Figura 89 -  Esquema do bobinado do motor de tripla velocidade.............................................................. 142
Figura 90 -  Perdas nos motores elétricos assíncronos...................................................................................... 143

Quadro 1 - Tabela padrão de cor para botoeiras....................................................................................................35


Quadro 2 - Padrão para cores de sinalizadores.......................................................................................................47
Sumário
1 Introdução.........................................................................................................................................................................13

2 Condutores elétricos industriais................................................................................................................................17


2.1 Aplicação conforme a norma da ABNT NBR 5410............................................................................19
2.1.1 Padronização de cores nas instalações elétricas............................................................21
2.2 Tipos..................................................................................................................................................................23
2.3 Conexões.........................................................................................................................................................26

3 Dispositivos de manobra, sinalização e proteção...............................................................................................33


3.1 Botoeiras..........................................................................................................................................................34
3.2 Contatores.......................................................................................................................................................37
3.3 Relés..................................................................................................................................................................45
3.4 Sinaleiras luminosas e sonoras . .............................................................................................................47
3.5 Comutador elétrico ou chave fim de curso.........................................................................................50
3.6 Sensores .........................................................................................................................................................52
3.7 Relés térmicos ou de sobrecarga............................................................................................................55
3.8 Fusíveis.............................................................................................................................................................59
3.9 Disjuntores termomagnéticos.................................................................................................................62
3.10 Disjuntor diferencial residual.................................................................................................................65
3.11 Disjuntor motor..........................................................................................................................................67

4 Acionamentos..................................................................................................................................................................71
4.1 Sistema de partida direta..........................................................................................................................73
4.2 Sistema de partida direta com reversão da rotação........................................................................76
4.3 Sistemas de partidas indiretas.................................................................................................................78
4.4 Partida estrela triângulo sem reversão.................................................................................................78
4.5 Partida estrela triângulo com reversão................................................................................................83
4.6 Partida série e paralelo...............................................................................................................................85
4.7 Partida compensadora...............................................................................................................................88
4.8 Partida compensadora com reversão...................................................................................................91
4.9 Frenagem por contracorrente e eletromecânica e por injeção de corrente contínua........94
4.10 Frenagem por injeção de corrente contínua CC.............................................................................96
4.11 Acionamentos com chave soft starter................................................................................................98
4.12 Acionamento com inversor de frequência.................................................................................... 104

5 Aterramentos de instalações elétricas industriais........................................................................................... 115


5.1 Aterramento de instalações elétricas industriais conforme a ABNT NBR 5410 ................. 118
5.2 Sistemas de aterramentos...................................................................................................................... 120
5.3 Seccionamento automático.................................................................................................................. 125

6 Motor de indução (assíncrono)............................................................................................................................... 129


6.1 Componentes............................................................................................................................................. 131
6.2 Funcionamento.......................................................................................................................................... 133
6.3 Características............................................................................................................................................. 134
6.4 Dimensionamento.................................................................................................................................... 135
6.5 Ligações dos motores assíncronos trifásicos.................................................................................. 136
6.5.1 Tipos de ligações..................................................................................................................... 137
6.6 Motores trifásicos de múltiplas velocidades................................................................................... 141
6.7 Funcionamentos em vazio e em carga.............................................................................................. 143

Referências......................................................................................................................................................................... 147

Minicurrículo do autor................................................................................................................................................... 149

Índice................................................................................................................................................................................... 151
Introdução

Prezado aluno,

É com grande satisfação que o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) traz o
livro didático de Instalações Elétricas Industriais, volume 1.
Esta unidade curricular está dividida em dois livros. No primeiro volume, aprenderemos
sobre condutores, dispositivos diversos dos circuitos elétricos, formas e técnicas de aciona-
mentos elétricos, técnica de segurança dos sistemas de aterramentos e sobre os motores de
indução que são, atualmente, a principal fonte de “força” para o funcionamento das máquinas
e equipamentos que constituem o meio produtivo industrial.
Este livro tem como objetivo levar o aluno a desenvolver fundamentos técnicos dentro das
aplicações das instalações elétricas das áreas industriais, sendo fundamentais por constituir
elementos que fazem das máquinas e equipamentos o meio de produção de bens e produtos
necessários e indispensáveis para a nossa vida, assim como desenvolver capacidades sociais,
organizativas e metodológicas, de acordo com a atuação do técnico no mundo do trabalho.
Neste primeiro volume iniciaremos os estudos compreendendo o que são condutores elé-
tricos, “os caminhos” que são percorridos pela eletricidade, desde a fonte de geração, até os
elementos de atuação ou de produção de trabalho. Nos capítulos a seguir veremos as nor-
mas técnicas aplicadas às instalações elétricas de baixa tensão, regulamentadas pela ABNT,
constituindo a área prática e técnica na sua aplicação. Conheceremos a funcionalidade dos
dispositivos elétricos preparando as competências específicas para formação do técnico em
eletrotécnica, uma vez que as ações de um profissional mal qualificado podem gerar impactos
negativos e danos relacionados a sua própria saúde e segurança como também a de outros
envolvidos que estão diretamente ou indiretamente ligados aos negócios da empresa. Além
disso, vai aprender a interpretar a lógica de comandos elétricos, passando em cada dispositivo
de manobra ou de proteção, que serão comandados em circuitos de força e de potência re-
gistrados e ligados às “cargas”, que são os elementos finais dos circuitos elétricos. Você vai se
deparar com numeração, simbologias, diagramas e técnicas que ressaltam a importância do
conhecimento e técnicas mais utilizadas pelos eletrotécnicos industriais.
Instalações elétricas industriais volume I
14

Por fim, esta unidade curricular servirá para você desenvolver as habilidades necessárias para tornar-se
apto a enfrentar os desafios que são encontrados no dia a dia de quem trabalha na área industrial. Que-
remos que você se preocupe com sua qualidade de vida e com os resultados que uma perfeita instalação
elétrica possa trazer a funcionalidade de máquinas, iluminação e outros fatores técnicos agregados ao seu
conhecimento profissional.
Os estudos desta unidade curricular lhe permitirão desenvolver:

CAPACIDADES SOCIAIS, ORGANIZATIVAS E METODOLÓGICAS

a) Ter proatividade;
b) Ter responsabilidade;
c) Trabalhar em equipe;
d) Aplicar procedimentos técnicos;
e) Demonstrar organização;
f) Estabelecer prioridades;
g) Ter responsabilidade socioambiental;
h) Ter capacidade de análise;
i) Ter senso crítico;
j) Ter senso investigativo;
k) Ter visão sistêmica;
l) Manter-se atualizado tecnicamente;
m) Identificar diferentes alternativas de solução nas situações propostas;
n) Cumprir normas e procedimentos;
o) Comunicar-se com clareza.

CAPACIDADES TÉCNICAS

a) Ajustar e parametrizar componentes dos sistemas elétricos;


b) Descartar resíduos em conformidade com as normas ambientais vigentes, considerando as esfe-
ras Municipal, Estadual e Federal;
c) Identificar e aplicar métodos e técnicas de instalação;
d) Identificar e aplicar técnicas de aterramento;
e) Identificar e efetuar sequência de operação;
1 INTRODUÇÃO
15

f) Identificar normas regulamentadoras e técnicas;


g) Identificar os materiais, componentes, instrumentos, ferramentas e equipamentos;
h) Identificar sistemas elétricos;
i) Instalar circuitos elétricos conforme projeto;
j) Interpretar e montar diagramas elétricos;
k) Interpretar ordem de serviço;
l) Montar infraestrutura elétrica, conforme projeto;
m) Reconhecer princípios de eletricidade;
n) Reconhecer princípios de qualidade, segurança, saúde e meio ambiente;
o) Utilizar novas tecnologias.

Lembre-se de que você é o principal responsável por sua formação e isso inclui ações proativas, como:
a) Consultar seu professor-tutor sempre que tiver dúvida;
b) Não deixar as dúvidas para depois;
c) Estabelecer um cronograma de estudo que você realmente cumpra;
d) Reservar um intervalo para quando o estudo se prolongar um pouco mais.

Será um grande e prazeroso desafio, que seguramente, ao se comprometer com o estudo, ter empe-
nho, força de vontade e dedicação, os resultados positivos certamente virão; e farão de você, aluno, um
grande profissional!

Bons estudos!
Condutores elétricos industriais

Você já parou para pensar na função de um condutor elétrico e nas suas diversas utiliza-
ções?
A principal função de um condutor elétrico é conduzir determinado sinal ou transportar
energia elétrica que pode ligar ou desligar uma válvula, ligar ou desligar um motor elétrico, li-
gar ou desligar alguma lâmpada ou iluminação, abrir ou fechar uma comporta, ou seja, acionar
ou não diversos dispositivos de campo industrial1 para executar as mais diversas atividades.

Figura 1 -  Condutores elétricos


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Os condutores elétricos podem ser determinados por fios, cabos e barramentos, conforme
veremos mais à frente. São encontrados em diferentes bitolas, ou seja, em diferentes calibres.
Essas espessuras são definidas de acordo com as funções específicas que irão exercer em uma
instalação elétrica.

1Dispositivo de campo industrial: nível de chão de fábrica onde se encontra as máquinas e componentes da planta
industrial.
Instalações elétricas industriais volume I
18

A depender da seção nominal (a medida da área da massa do condutor), a bitola é expressa em milíme-
tros quadrados (mm2). Os condutores elétricos deverão ser dimensionados de acordo com a necessidade
do projeto elétrico ou instalação elétrica onde serão utilizados. Nesse contexto, as seções mais comuns
que são utilizadas em instalações industriais ou residenciais, e que são normatizadas e comercializadas no
Brasil, são as seguintes:
1,5 mm2 – 2,5 mm2 – 4,0 mm2 – 6,0 mm2 – 10,0 mm2 – 16,0 mm2 – 25,0 mm2
Os condutores podem ser rígidos ou flexíveis quanto ao seu manuseio, porém as características técnicas
de resistividade e condutividade são as mesmas, sendo que os flexíveis são mais fáceis de manusear pelas
tubulações, calhas e estruturas das instalações.
Existem três tipos de condutores no mercado, são eles: barramento, fios e cabos. Vamos conhecer cada
um deles:
a) Fio elétrico: é um condutor maciço, sólido, sendo constituído apenas por uma única via.

Figura 2 -  Fio elétrico


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

b) Barramento: é um condutor maciço e sólido, com uma transversal retangular, muito utilizado na
montagem de painéis elétricos.

Figura 3 -  Barramento elétrico


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

c) Cabo elétrico: é um condutor formado por fios encordoados, podendo ser simples com diversos
condutores isolados entre si.
2 Condutores elétricos industriais
19

Figura 4 -  Cabo elétrico


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Ao longo desse capítulo conheceremos um pouco mais sobre a aplicação dos condutores elétricos con-
forme a norma da ABNT NBR 5410, bem como os tipos e as conexões mais utilizadas na área industrial.
Vamos lá?

2.1 APLICAÇÃO CONFORME A NORMA DA ABNT NBR 5410

Vamos apresentar a você os principais detalhes da norma de instalações elétricas de baixa tensão que
corresponde à ABNT NBR 5410.
O objetivo da ABNT NBR 5410 é estabelecer as condições a que devem satisfazer as instalações elétricas
de baixa tensão, a fim de garantir a segurança das pessoas e animais e o funcionamento adequado da ins-
talação elétrica, como também a conservação dos bens.
Devem satisfazer:
-- Proteção para choques elétricos;
-- Aterramento;
-- Dimensionamento correto para disjuntores e condutores;
-- Ensaios em instalações elétricas.
Instalações elétricas industriais volume I
20

Figura 5 -  Painel elétrico com fios e cabos elétricos


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Salientamos que em nenhum momento podemos deixar de cumprir a ABNT NBR 5410. Além disso, é de
extrema importância conhecer e seguir os seus fundamentos porque, caso contrário, estaremos impedin-
do a segurança das pessoas, como também o funcionamento correto da instalação no ambiente.
Acrescenta-se também, por exemplo, as normas da ABNT NBR 13534, ABNT NBR 13570 e ABNT NBR
5418, como normas complementares à ABNT NBR 5410.
A ABNT NBR 5410 aplica-se em instalações elétricas de edificações para uso residencial, comercial, área
industrial e serviços agrícolas, entre outras.

A ABNT NBR 5410 é utilizada também em áreas descobertas e externas,


como locais de acampamentos, canteiros de obras, feiras, exposições e
CURIOSIDADES outras instalações temporárias.
(Fonte: ABNT NBR 5410, 2004, 2008).

Entretanto, vale destacar que essa norma não se aplica aos seguintes contextos:
-- Equipamentos para supressão de perturbações radioelétricas;
-- Redes públicas de distribuição de energia elétrica;
-- Instalações de proteção contra quedas diretas de raios;
-- Instalações em minas;
-- Instalações elétricas de tração;
-- Instalações elétricas de embarcações e aeronaves;
-- Instalações elétricas de veículos.
2 Condutores elétricos industriais
21

Ainda, na norma ABNT NBR 5410, encontramos citados nos itens a seguir os objetivos que se espera
serem atingidos e que guardam relação direta com o dimensionamento e utilização correta de condutores:
4.1.1 Proteção contra choques elétricos: as pessoas e os animais devem ser protegidos
contra choques elétricos.
4.1.2 Proteção contra efeitos térmicos: excluir qualquer risco de incêndio de materiais
inflamáveis devido a temperaturas elevadas ou arcos elétricos.
4.1.3 Proteção contra sobre correntes: as pessoas e animais devem ser protegidos con-
tra os efeitos negativos de temperatura excessivos em que os condutores possam ser
submetidos.
4.1.4 Circulação de correntes de falta ou corrente de curto circuito: em que os condu-
tores devem suportar essas correntes sem atingir temperaturas excessivas. (ABNT NBR
5410, 2004, 2008).

A ABNT NBR 5410 é utilizada para baixas tensões, que correspondem a valores abaixo de 1.000 volts ou
1 kV.
Para as tensões iguais ou superiores a 1kV, existem algumas normas a serem utilizadas:
-- ABNT NBR 5410 - Instalações elétricas de baixa tensão;
-- ABNT NBR 14039 - Instalações elétricas para média tensão de 1.0 kV a 36,2 kV;
-- ABNT NBR 5418 - Instalações elétricas em atmosferas explosivas;
-- ABNT NBR 13534 - Instalações elétricas em estabelecimentos assistenciais de saúde – Requisitos de
segurança.

2.1.1 PADRONIZAÇÃO DE CORES NAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Você já parou para analisar que as cores presentes nos fios e cabos das instalações elétricas possuem
uma padronização e não são utilizadas ou aplicadas de modo aleatório?
Pois bem, para tal situação, a ABNT NBR 5410 determina que duas regras devam ser seguidas na escolha
de cor dos fios e cabos.
Uma cor se refere ao condutor de neutro, que na maioria ou praticamente em todas as instalações
elétricas deve ser azul claro. A outra cor diz respeito ao condutor de proteção identificado como terra,
podendo ser verde e amarelo.
Apesar das indicações para obter vantagem e facilitar as instalações elétricas, nem todos os profissio-
nais seguem à determinação da ABNT NBR 5410 quanto à adoção das cores nos condutores ou por falta de
conhecimento ou por desrespeito à norma, mesmo ela sendo obrigatória.
Instalações elétricas industriais volume I
22

As cores para instalações prediais seguem um padrão de cor propriamente dita e são utilizadas as se-
guintes:
a) Vermelha: condutores de fase;
b) Azul claro ou branco: neutro;
c) Verde ou verde amarelo: aterramento ou proteção;
d) Preto e demais cores: retorno de fase ou retorno de neutro.

a) Simbologia b) Padrão de cores


Neutro Tubulação
Fase

Retorno
Proteção (terra)
Retorno
Eletrodo embutido
na alvenaria Fase
Neutro
Terra

Figura 6 -  Exemplo de simbologia e padrão de cores


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Fios e cabos possuem a função fundamental de conduzir energia elétrica nas devidas instalações elétri-
cas industriais, residenciais, comerciais, etc. Entretanto, é de suma importância garantir a segurança dessas
instalações respeitando a padronização de cores que identifica cada fio com sua respectiva função.

FIQUE Não devemos utilizar o cabo amarelo como fase quando o cabo de proteção for o
verde amarelo (conhecido como ”brasileirinho”), pois pode haver confusão de cores e
ALERTA gerar um curto-circuito.

Já as cores para instalações industriais seguem um padrão diferente, sendo divididas por tipos de circui-
to, já que temos o circuito de força e o de comando.
Não existe uma cor correta para diferenciar circuito de força do de comando, o importante mesmo é
usar cores diferentes para os dois tipos.
Por exemplo:
a) Vermelho ou preto: circuito de força;
b) Preto ou cinza: circuito de comando;
c) Azul claro ou branco: neutro no circuito de comando e de força;
d) Verde ou verde amarelo: aterramento ou proteção.
2 Condutores elétricos industriais
23

Ainda no ambiente industrial, quando tratamos dos chamados CCM (Central de Comando de Motores),
normalmente os cabos de cor preta são utilizados para alimentação e distribuição dos circuitos de força. E
quanto aos circuitos de comando e circuitos auxiliares (sinalização, por exemplo), usualmente segue-se o
padrão europeu, onde esses circuitos são alimentados com tensões inferiores às de força (normalmente 24
VCC) e o cabeamento utilizado para esse fim normalmente tem a cor azul escuro para o positivo (+); e para
o negativo (-), utiliza-se um cabo azul escuro com uma faixa branca em toda sua extensão.

2.2 TIPOS

Os condutores elétricos são de fundamental importância em qualquer circuito elétrico, seja residencial,
comercial ou industrial, pois eles são responsáveis em levar a corrente elétrica que passa no circuito.
A corrente elétrica circula através da estrutura do condutor elétrico e faz com que esse se aqueça, ocor-
rendo a dissipação do calor, mais conhecido como efeito Joule, sendo muito difícil de ser evitado. Então, é
preciso aperfeiçoá-lo através de uma seleção correta do tipo de condutor.

SAIBA Para saber mais sobre a estrutura atômica de materiais condutores, semicondutores
e isolantes, você pode consultar manuais de fabricantes de condutores elétricos e/ou
MAIS buscar no seu navegador de internet a expressão fios condutores.

As características desses materiais, que são usados na fabricação e seção transversal, sempre atendem
às condições mínimas para a utilização em um determinado tipo de circuito.
Nesse sentido, três fatores devem ser considerados na seleção de bitolas para ocorrer uma distribuição
de força elétrica sem haver prejuízos ou danos a uma instalação elétrica:
a) O primeiro fator considerado é a perda da energia permitida. Esta perda representa a energia elé-
trica transformada em calor. O uso de condutores maiores reduz a resistência e, portanto, a perda;
b) O segundo fator corresponde à queda de voltagem que ocorre pela extensão ou pelo grande
percurso até se chegar à carga, isso provoca variação na tensão e, consequentemente, faz reduzir
a corrente diminuindo a potência;
c) Já o terceiro fator está relacionado à capacidade do condutor para conduzir corrente, ou seja, o
condutor atinge em regime permanente de trabalho uma temperatura máxima devido ao calor
dissipado ou irradiado.

Na indústria, os condutores mais utilizados normalmente são os de cobre ou alumínio, que podem ser
isolados ou não, mas isso vai depender da aplicação de cada situação a depender do tipo de instalação
elétrica.
Instalações elétricas industriais volume I
24

Vale ressaltar que alguns aspectos determinam a capacidade de corrente em um condutor e, portanto,
é preciso levar em consideração itens como:
a) Tipo de instalação e quantidade de condutores carregados (caso de um quadro elétrico e de
painéis);
b) Temperatura ambiente onde os condutores vão ficar expostos;
c) O tipo de instalação (aglomerada ou livre);
d) A temperatura interna que muitas vezes se torna desconhecida, se considerar para efeitos de
um dimensionamento de 40°C exemplos, instalação de eletrocalhas (estrutura para acomodar e
proteger fios e cabos) e alvenarias.

A imagem a seguir evidencia, de uma forma mais específica, onde devem ser aplicados os fios e os ca-
bos elétricos.

Fio
Seção (mm2) 1,5’’/ 2,5’’/ 4,0’’/ 6,0’’/ 10’’
Aplicações
São recomendados para
instalações internas fixas:
industriais, comerciais,
residenciais de luz e força,
com tensões de 450/750 V.

Seção (mm2) 2,5 | 4,0 | 6,0 | 10 | 16


Aplicações 25 | 35 | 50 | 70 | 95
Cabo
São recomendados para 120 | 150 | 185 | 240
instalações internas fixas:
industriais, comerciais,
residenciais de luz e força,
com tensões de 450/750 V.

Figura 7 -  Aplicações específicas de fios e cabos


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Portanto, a escolha correta do material isolante que recobre um condutor elétrico é um item de extre-
ma importância para a segurança, a qualidade e o desempenho de uma instalação elétrica.
2 Condutores elétricos industriais
25

CABOS MÚLTIPLOS OU CABO PP

Cabos múltiplos ou cabo PP possuem esse nome por terem duas capas de PVC, uma por dentro da
outra. É comum esse tipo de cabo ter dois ou mais condutores dentro, é flexível e bastante seguro por
justamente possuir uma proteção a mais no fio.
São utilizados em instalações fixas, circuitos de comando, sinalização de equipamentos elétricos, subes-
tações, usinas geradoras e áreas industriais.

Figura 8 -  Cabo elétrico com isolação


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Vejamos algumas das características desse tipo de condutor elétrico:


a) Formado por fios de cobre eletrolítico;
b) Isolação em composto termoplástico à base de cloreto de polivinila (PVC/A);
c) Cobertura em composto termoplástico à base de cloreto de polivinila (PVC/ST1);
d) Muita resistência física, principalmente, para aplicações que exigem grande variações térmicas,
trepidação, instabilidade mecânica, agitação e outros tipos de desgastes;
e) Possui flexibilidade ideal em aplicações como cobrir resistências elétricas diversas;
f) Muita resistência química, recomendável para uma grande diversidade de produtos químicos,
por ser um material inerte;
g) Muita resistência térmica, pois suporta elevadas temperaturas, o que o torna ideal para trabalhos
que exijam essa capacidade;
h) Robustez e durabilidade, o que acaba evitando gastos frequentes e desnecessários com reparos;
i) Facilidade de operação;
j) Possui acabamento seguro.

Sabemos que todo condutor elétrico percorrido por uma corrente aquece e que todos os materiais su-
portam, no máximo, determinados valores de temperatura. Quando acima dos percentuais estabelecidos,
Instalações elétricas industriais volume I
26

eles começam a perder suas propriedades físicas, químicas, mecânicas, elétricas, etc., sendo necessário
estarmos sempre atentos a essas condições.

2.3 CONEXÕES

Situações mais comuns que podem estar sujeitas a acontecerem em uma instalação elétrica são os pon-
tos de aquecimentos ou pontos de conexões.
Um ponto real de aquecimento é quando ocorre um mau contato ao emendar um cabo a outro, ou
também quando existe folga em um ponto de conexão entre um cabo e um terminal de um determinado
dispositivo elétrico, através de um parafuso, podendo ocasionar danos à instalação elétrica.
Se caso o ponto de conexão ficar mal apertado pelo parafuso ou ocorrer de uma emenda de um cabo
malfeita for realizada em uma instalação elétrica, isso pode propiciar um aquecimento, que é considerado
perda de energia, ou basicamente energia elétrica desperdiçada, sendo propício a acontecer um curto-
-circuito.

Figura 9 -  Curto-circuito em painel elétrico


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Para evitar problemas como um curto-circuito nas instalações elétricas é necessário que, em caso de
emendas, estas sejam realizadas de forma adequada, onde os parafusos estejam bem apertados e firmes
em seus devidos contatos. Além disso, é importante a realização de manutenção preventiva para o reaper-
to em todos os pontos de conexões através de parafusos, para evitar o surgimento de problema futuros.
2 Condutores elétricos industriais
27

Figura 10 -  Exemplo de consequência de um condutor mal colocado


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

No entanto, se temos dois condutores que estão conectados de maneira firme e adequados, ocorrerá a
passagem de corrente elétrica com menor resistência possível, diminuindo assim possíveis danos entre os
contatos da conexão.

SAIBA Para saber mais sobre câmeras térmicas ou termográficas capazes de identificar pontos
de aquecimento em um equipamento ou componente elétrico, antes de se tornar um
MAIS possível defeito, procure no seu navegador da internet a palavra termografia.

Para evitar possíveis pontos de aquecimento sugere-se a utilização de terminais nos pontos de cone-
xão, conforme permissão da utilização desse objeto pela Norma, entretanto, deve-se estar atento se os
terminais estão adequados ao tipo de ponto de conexão. O uso de um terminal adequado garantirá que
o ponto de conexão fique firme, evitando possíveis folgas já que o cobre do condutor fica extremamente
adequado ao terminal bem encaixado.
A seguir destacamos alguns pontos importantes para fundamentação da compreensão sobre conexões
e suas características.

emendas

Em determinados tipos de projetos existe situações em que surge a necessidade de emendar dois fios
de eletricidade; isso ocorre por diversos motivos, como um rompimento acidental, ou mesmo quando o
mesmo não satisfaz ao projeto em execução; porém, deve ser realizada com muito cuidado para que essa
emenda não fique folgada demais.
Instalações elétricas industriais volume I
28

Aquecimento

Figura 11 -  Exemplo de emenda malfeita


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Para realização de emendas pode-se utilizar a técnica do tipo prolongamento, que consiste em unir
condutores para prolongar os fios e para aumentar o comprimento do condutor. Comumente a emenda é
realizada simplesmente trançando-se os fios, a partir da seguinte sequência:
a) 1º Passo: retire nas pontas dos condutores utilizando um canivete ou estilete a cobertura iso-
lante em PVC, ou se preferir utilize um alicate descascador de fios. Pratique sempre retirando a
cobertura isolante em direção à ponta, com o cuidado de não danificar o condutor.

Observação: o comprimento de cada ponta deve ser suficiente para aproximadamente umas 06 (seis)
voltas em torno da ponta do outro condutor;
b) 2º Passo: retirando os restos do isolamento deixando o condutor limpo, se caso for detectado
que o condutor apresente oxidação na região da emenda, raspe ou corte o condutor com as cos-
tas da lâmina, a fim de eliminar a oxidação;
c) 3º Passo: faça a emenda dos condutores cruzando as pontas dos mesmos e, em seguida, torça
uma sobre a outra em sentido oposto, cada ponta deve dar aproximadamente 06 (seis) voltas
sobre o condutor, no mínimo.

A torção das pontas pode ser completa com ajuda de um alicate, as pontas devem ficar completamente
enroladas e apertadas no condutor, evitando-se assim que estas pontas perfurem o isolamento;
d) 4º Passo: o isolamento da emenda deve ser iniciado pela extremidade mais satisfatória. Amarre
a ponta da fita e, em seguida, dê três ou mais voltas sobre a mesma, continue enrolando a fita, de
modo que cada volta se sobreponha à anterior. Continue enrolando a fita isolante sobre a camada
isolante de PVC do condutor. A fita deve ir de um lado ao outro e retornar ao ponto de origem.
A execução de uma emenda adequada deve garantir que a camada isolante do condutor seja ultrapas-
sada por uns dois centímetros, corte a fita isolante.

Figura 12 -  Exemplo de emenda prolongada


Fonte: SENAI DR BA, 2018.
2 Condutores elétricos industriais
29

É necessário atender ao processo de realização da técnica, pois emendas feitas de maneira inadequada
geram sobreaquecimento do fio e mau contato na instalação elétrica, além de perdas significativas no
equipamento.

CONECTORES

Os conectores são dispositivos que desempenham a função de estabelecer uma ligação elétrica e me-
cânica entre dois ou mais condutores, ou um condutor a um borne de interruptores, tomadas, disjuntores,
etc. Lembrando que são utilizados para condutores com seção transversal maiores que 10 mm².

Figura 13 -  Conectores
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Geralmente, os conectores são conhecidos como machos e fêmeas. Os conectores machos são aqueles
que apresentam rosca interna. A outra extremidade, onde ocorre a comunicação, precisa ser composta de
conectores fêmea que são caracterizados por possuir rosca externa onde devem ser encaixados os conec-
tores machos.
Instalações elétricas industriais volume I
30

CASOS E RELATOS

Intervenção inadequada na área de trabalho


Em uma fábrica de cervejas, após uma parada para manutenção semanal, um equipamento passou
a apresentar constantes desarmes do disjuntor, e consequentes paradas do equipamento e da linha
de produção. O técnico Alex solicitou uma parada para intervenção e identificou que algumas co-
nexões estavam folgadas, ocasionando mau contato e falhas na alimentação. Ele fez o reaperto das
conexões e liberou o equipamento para operar. Porém, após algumas horas de operação, no turno
seguinte, as falhas voltaram a acontecer. Infelizmente, no ponto onde o mau contato estava aconte-
cendo, o cabo ficou danificado; e, ao invés de ser substituído, tinha sido feito apenas o reaperto da
conexão.
No dia seguinte foi feita a substituição do cabo danificado (onde o técnico que executou o serviço
teve a preocupação de usar um cabo da mesma bitola do original), e o equipamento voltou a operar
sem apresentar falhas. Infelizmente, mesmo com o reparo do defeito, houve a perda de tempo e de
produção, devido a uma intervenção inadequada.

É muito importante cumprir requisitos da norma que regulamenta as instalações elétricas industriais
para manter o funcionamento do circuito em perfeitas condições, garantindo a segurança das pessoas e
do próprio ambiente de trabalho.
A escolha do tipo de conector que será acoplado no condutor da instalação elétrica, na qual se está
trabalhando, depende de vários fatores, principalmente a intensidade da tensão. Se você estiver lidando
com baixa tensão ou alta tensão, deve-se utilizar conectores específicos.
Vejamos algumas diferenças entre os conectores para baixa tensão (BT) e conectores de alta tensão
(AT):
a) Conectores para BT: são conectores mais simples, já que são feitos para serem acoplados a con-
dutores para baixa tensão (tais condutores possuem uma menor seção transversal), são pequenos
e não requerem muito de especialização para instalá-los;
b) Conectores para AT: são conectores mais robustos e mais rígidos na sua instalação, são espe-
cialmente projetados para suportar altas tensões e correntes.

Assim, chegamos ao final de nosso capítulo, mas, esperamos que não pare por aqui. Continue estudan-
do, pesquisando, consultando as Normas e se atualizando.
2 Condutores elétricos industriais
31

RECAPITULANDO

Neste capítulo vimos que a função de um condutor elétrico é permitir a circulação da corrente elé-
trica nos circuitos; e a partir da Norma ABNT NBR 5410, são estabelecidas regras para instalações
elétricas de baixa tensão. Vimos também que existe um padrão de cor a ser seguido, tanto para ins-
talações elétricas prediais como também para instalações industriais, existindo pequenas diferenças
de cor entre essas duas instalações elétricas.
Conforme aprendemos, existem 3 tipos de condutores elétricos que são: o fio, o barramento e o
cabo. Além desses tipos e seus conceitos, conhecemos as características relacionadas a um tipo de
cabo denominado como cabo PP.
Por fim, falamos sobre conexões e existem dois tipos de situações que podem gerar danos em uma
instalação elétrica, são elas: os pontos de aquecimento que surgem da realização de uma emenda
malfeita entre cabos ou um ponto de conexão folgado ou danificado.
Dispositivos de manobra,
sinalização e proteção

Nos circuitos elétricos, os dispositivos de manobra e proteção são componentes que ser-
vem para interromper a circulação de corrente, num simples ato de desligá-los, ou mesmo para
interromper uma situação crítica.
Essa circulação de corrente interrompida acontece quando a intensidade da corrente elétri-
ca obtém um valor maior que a especificada suportada pelo dispositivo, podendo ser situações
de sobrecarga ou até mesmo curtos-circuitos.
É importante que esses dispositivos sejam aplicados conforme a norma da ABNT NBR 5410,
que o representa, uma vez que a técnica sempre acompanha a evolução da tecnologia destes
dispositivos, além de passar por revisões periodicamente, obtendo sempre novas publicações.

Figura 14 -  Dispositivos de manobra e proteção


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Neste sentido, as normas que são determinadas através de símbolos gráficos e simbologias
literais são utilizados para análise e interpretação do funcionamento de cada situação empre-
gada pelo dispositivo que irá desempenhar sua função em seus respectivos circuitos identifi-
cados em seu esquema de ligação.
Instalações elétricas industriais volume I
34

As normas buscam padronização justamente por serem necessárias, no caso de algumas partes e com-
ponentes elétricos, para permitir intercambialidade2, por exemplo, altura do eixo de motores, padrão de
cores, de dimensões de cabos, etc.
Por isso, neste capítulo, vamos conhecer os dispositivos de manobra e proteção, que são utilizados
para proteger, ligar e desligar cargas, como motores, atuadores elétricos e componentes dos circuitos de
comando. Vamos começar?

3.1 BOTOEIRAS

Botoeiras são dispositivos de comando que têm como função estabelecer ou interromper a carga em
um circuito de comando, sendo executados por um acionamento manual.
Elas são utilizadas em equipamentos de movimentação de cargas, tais como: pontes rolantes, pórticos
e talhas, comandos remotos para portão, controle de bomba d’água, entre outras aplicações.

Figura 15 -  Tipos de botoeiras


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Os acionamentos manuais são conhecidos como ligar ou dar a partida de um comando, desligar ou
interromper alguma situação de emergência, alertar ou até mesmo iniciar um retorno após determinada
parada do equipamento.

APLICAÇÃO CONFORME NORMA DA ABNT NBR 5410

Padrão de cores, lâmpadas de sinalização e botões de comando para circuitos e painéis seguem reco-
mendações internacionais IEC juntamente com o que recomenda a ABNT NBR 5410.

2 Intercambialidade: possibilidade de troca entre os elementos sem afetar no desenvolvimento da aplicação.


3 Dispositivos de manobra, sinalização e proteção
35

FUNÇÃO COR DA BOTOEIRA


Liga Verde
Desliga Vermelha
Rearme Amarela
Emergência Vermelha
Teste de sinalização Preta

Quadro 1 - Tabela padrão de cor para botoeiras


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Para facilitar sua execução de acordo com os esquemas de comandos elétricos, as botoeiras se apresen-
tam em diversos modelos para cada situação com diferentes funcionamentos.

CARACTERÍSTICAS

As botoeiras variam quanto às cores, formatos e aplicações, sendo que as cores seguem padrão confor-
me norma, variando de acordo com sua função.
As cores fundamentais para identificação das botoeiras são:
a) Verde/preto: ligar ou iniciar a partida de determinada carga ou comando;
b) Vermelho: desligar determinada carga ou comando ou alguma situação de emergência;
c) Amarelo: inverter o sentido, cancelar operação ou ainda condição de perigo;
d) Azul/branco: qualquer situação que não se aplicam as cores anteriores.

DIMENSIONAMENTO

O dimensionamento das botoeiras é estipulado através de simbologias e desenhos conforme norma,


sendo utilizado em circuitos de comando como forma de interpretar a lógica de acionamentos destes
dispositivos.
Vamos apresentar alguns tipos de botoeiras e suas aplicações:
a) Chave seletora: possui duas ou mais posições, já que possui posições de ligar e desligar esse tipo
de chave tem grande vantagem de necessitar em uma única chave essas posições;
b) Botoeira sem retenção: é um botão que a carga somente será acionada se for pressionado. Pos-
sui um contato normalmente fechado;
c) Botoeira de impulso duplo: é um contato que possui os dois botões de pulso juntos, também
possui um contato normalmente fechado;
Instalações elétricas industriais volume I
36

d) Botão cogumelo: é um botão muito comum quando queremos utilizá-lo em um circuito que
somente será acionado em situação de emergência.

SAIBA Embora a intercambialidade seja uma grande vantagem no uso desses materiais, devi-
do aos detalhes construtivos, é necessário consultar o manual do fabricante para saber
MAIS mais sobre as características de montagem e intercambialidade de botoeiras.

Podemos contar com as botoeiras quando necessitamos de alguns botões em um local remoto de uma
máquina e não dispomos de um painel de comando, já que elas são caixas que acomodam vários botões.

SIMBOLOGIA

É importante saber os tipos de botões para ligar, desligar e de emergência, para saber utilizar os diagra-
mas.
Muitos botões de comando são modulares, de modo que você pode montar a configuração de aciona-
dor, de contatos e de número de posições de acordo com sua necessidade.
A figura a seguir demonstra a aplicação das normas de identificação dos terminais dos contatos NA
(normalmente aberto) e NF (normalmente fechado).

(Ordem do contato)
1º 2º 3º 4º contato

Tipo do contato
NA: 13/14
13 21 33 41 33/34

NF: 21/22
S1 41/42

14 22 34 42

Figura 16 -  Identificação dos terminais dos contatos NA e NF dos botões


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Na área industrial podem ser encontrados diversos tipos de botões para painel de comando presentes
em máquinas ou equipamentos de movimento, por exemplo, pontes rolantes, talhas, etc.
3 Dispositivos de manobra, sinalização e proteção
37

3.2 CONTATORES

Existe uma grande quantidade de dispositivos e equipamentos que são utilizados para fazer o controle
industrial em circuitos, sendo o contator um dos dispositivos mais simples usados na indústria.
O contator é um dispositivo eletromecânico que possui duas posições quando energizado e desener-
gizado. Seu funcionamento não é manual e pode estabelecer, conduzir e interromper correntes em condi-
ções normais do circuito.
Ele é constituído por uma bobina que, quando é energizada por uma corrente elétrica, cria um campo
magnético no núcleo fixo que atrai o núcleo móvel, fazendo, assim, o circuito funcionar.
Quando a energização é interrompida, não havendo corrente elétrica, consequentemente, interrompe
o campo magnético, provocando o retorno do núcleo móvel devido às molas existentes.

Ip Contato móvel
Mola
Ip Contato fixo

Núcleo móvel

Bobina
Ip

Núcleo fixo

Figura 17 -  Contator energizado e desenergizado


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

O contator é formado por bobinas responsáveis pelo campo magnético que atrai o núcleo; pelo núcleo
de ferro, que aciona o contato pelo movimento; pela mola, que é responsável por levar de volta o contato
à posição de repouso e pelo próprio contato, que é acionado quando o núcleo de ferro está acoplado.

APLICAÇÃO CONFORME A NORMA

No Brasil, esses dispositivos, desde os seus componentes até a sua montagem, são elaborados confor-
me a norma da ABNT NBR IEC 60947-4-1, considerados como dispositivo de manobra e controle de baixa
tensão.
Contatores instalados presentes em um comando elétrico para partidas de motores eletromecânicos
são determinados conforme exigência da ABNT NBR 5410.
Instalações elétricas industriais volume I
38

Na área industrial, ele é muito utilizado em painéis elétricos no comando das máquinas.

CARACTERÍSTICAS

As principais partes dos contatores, como núcleo fixo, núcleo móvel, contatos fixos, contatos móveis e a
bobina de alimentação, formam um contator que, quando utilizado, apresenta as seguintes características:
a) Ligação rápida e segura;
b) Controle de alta corrente por meio de baixa corrente;
c) Comando local e a distância;
d) Pode ser utilizado como chave de partida;
e) Protege efetivamente o operador;
f) Garante desligamento do motor em caso de sobrecarga.

Um exemplo bem simples de aplicação ocorre em sistemas de esteiras transportadoras. Para acionar-
mos os motores de cada trecho da esteira a distância, precisamos de um contator trifásico.
Seu funcionamento se dá da seguinte forma: quando o usuário aperta um botão no painel de operação,
a bobina do contator, que normalmente fica em um Centro de Controle de Motores (CCM), distante dos
motores, é energizada, fechando seus contatos móveis, que enviam energia para ligar os motores trifási-
cos.

DIMENSIONAMENTO

Os contatores são destinados para abrir e fechar circuitos elétricos. Esses dispositivos são acionados a
distância através de comandos e, por isso, são dimensionados para esse tipo de função.
Um contator é construído e dimensionado para constituir uma bobina que produz um campo eletro-
magnético, que, juntamente com uma parte fixa, proporciona movimento a uma parte móvel.
Os contatores são divididos e classificados em eletromecânicos e eletrônicos, ambos possuindo conta-
tos móveis.
Os eletromecânicos destacam-se mais quanto ao uso e podem ser divididos em dois tipos, sendo os
contatores auxiliares que são utilizados para ligar e desligar circuitos de comando e sinalização, enquanto
que os de potência são utilizados como chave de ligação e desligamento de motores.
O comando da bobina é feito por meio de uma botoeira com duas posições, que tem seus elementos
ligados à bobina.
A velocidade de fechamento dos contatos é uma junção da força proveniente da bobina e da força me-
cânica das molas de separação que atuam em sentido contrário.
3 Dispositivos de manobra, sinalização e proteção
39

As molas de compressão são também as responsáveis pela velocidade de abertura do circuito, quando
a alimentação da bobina se encerra.

Contato móvel
Borne

Contato fixo

Núcleo magnético
móvel

Núcleo magnético
fixo

Bobina
eletromagnética Mola

Figura 18 -  Partes de um contator


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Devem ser dimensionados considerando os seguintes critérios: categoria de emprego, corrente de car-
ga, tensão e frequência de manobra e número de contatos auxiliares.

Tipo e modelo
do dispositivo Número e
Normas de países que
configuração
os contatores atendem Fabricante dos contatos

MC0A301AT
MOD. 1
EC/EN 50947-4-1 A1 1 1 3 2 5 3 2 NC
VDE 0550
GB14048.4
Corrente hh.20A U.750V
Aex. Cont. Ith.15A A2 2 1 4 2 6 3 4 7
Tensão
máxima dos contatos
Categoria AC1
1
˜ 3
˜
V 115 230 230 400 500 690
kw 2,3 4,4 1,5 13 17 22,5
nominal

de emprego AC3 kw 0,37 0,75 1,5 2,2 3 3 Potência


F1 elétrica
D nominal
Siglas de países que
aprovam a utilização S
N
½ 1ph 3ph
V 115 230 200 230 160 575
HP V3 1 1,5 1,5 3 3

Potência
mecânica
nominal

Figura 19 -  Critérios de escolha de um contator


Fonte: SENAI DR BA, 2018.
Instalações elétricas industriais volume I
40

Para executar a instalação é importante conhecer a identificação dos terminais dos contatos e da bobi-
na dos contatores indicada na NBR IEC 60947-4.
A identificação dos terminais das bobinas é representada por um código alfanumérico, ou seja, forma-
do por letras e números.

SIMBOLOGIA

A simbologia de um contator principal com bobina e contatos pode ser representada através da simbo-
logia contida na ABNT NBR 12523 e IEC 60617-7. Quanto a norma ABNT NBR 12523 cabe uma informação
muito importante: ela foi cancelada pela ABNT, sem substituição, em 2012; mas continua sendo ampla-
mente utilizada, sem restrições, no ambiente elétrico industrial, até os dias atuais.
A1

1
3
5

NBR 12523
IEC 60617-7
2
4
6
A2

Figura 20 -  Simbologia e norma de um contator de potência


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Esses contatos são identificados como normalmente abertos, chamados de NA, ou normalmente fecha-
dos, chamados de NF, assim como os relés.
13
21
33
41
A1

NBR 12523
IEC 60617-7
A2

14
22
34
42

Figura 21 -  Simbologia e norma de um contator auxiliar


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

A identificação é realizada por meio de letras maiúsculas nas bobinas com apenas um ou mais enrola-
mentos.
3 Dispositivos de manobra, sinalização e proteção
41

FUNCIONAMENTO

Para contatores alimentados com tensão alternada, as conexões devem ser feitas ligando uma fase no
borne A1 e o neutro no A2 (para alimentação em 110 V); ou ligando uma fase em cada um dos terminais da
bobina (bornes A1 e A2), no caso de alimentação com 220 V.
Com a energização da bobina eletromagnética, o campo magnético criado atrai o núcleo móvel, que
se desloca, “arrastando” consigo os contatos móveis. Então, acontece a alteração do estado dos contatos,
quando aqueles que estão abertos se fecham e os que estão fechados se abrem.

CWME 150

Figura 22 -  Contator
Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Para executar a instalação é importante conhecer a identificação dos terminais dos contatos e da bobi-
na dos contatores, indicada na ABNT NBR IEC 60947-4.

IDENTIFICAÇÃO

Os contatores auxiliares, também chamados de contatores de comando, são utilizados apenas em cir-
cuitos elétricos de baixa potência, nos quais as correntes que circulam são no máximo de 10 A. Sua uti-
lização é muito importante para a realização da lógica de comando e nas manobras e acionamento de
dispositivos diversos e sinalização.
Os terminais da sua bobina são identificados da mesma forma que a dos contatores de força, seguindo
a ABNT NBR IEC 60947-4.
Instalações elétricas industriais volume I
42

Observe a figura da sequência:

Contatos NAs Contatos NFs


normais normais
abertos fechados

13 NC 21 NC 31 NC 43 NC

5º 6º 7º 8º

Ordem do contato
1º 2º 3º 4º contato
tipo de contato
13 21 33 41
{ NA = 3 e 4
NF = 1 e 2 CAWN4

V1B
KA1 22E

14 22 34 42
5º 6º 7º 8º

14 NC 22 NC 32 NC 44 NC

Contatos NAs Contatos NFs


normais normais
abertos fechados
Figura 23 -  Representação da identificação de um contator auxiliar
Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Podemos utilizar chaves ou botoeiras liga e desliga independentes para controlar a bobina do contator,
obtendo uma maior versatilidade.
A bobina de um contator apenas será acionada havendo ddp (diferença de potencial) entre seus termi-
nais de contatos. Observe a simbologia utilizada para sua representação na figura seguinte.

A1

A2
Figura 24 -  Simbologia representando a bobina de um contator
Fonte: SENAI DR BA, 2018.
3 Dispositivos de manobra, sinalização e proteção
43

A identificação dos terminais das bobinas é representada por um código alfanumérico, de acordo com
a imagem a seguir.

A1 A1 A2

A2

Figura 25 -  Terminais de alimentação da bobina de um contator


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

CASOS E RELATOS

A realização da troca do contator em um ambiente industrial


André, eletricista de plantão do turno da noite, depara-se com um possível defeito que provavel-
mente resultará em uma falha do equipamento na linha de produção.
André identificou um problema em um contator do painel elétrico da máquina usado para o coman-
do do motor da esteira transportadora e preencheu os dados em sua ordem de inspeção de rota,
descrevendo o problema e, logo após, informando ao supervisor de produção Kleber sobre a situa-
ção, alertando-o sobre o defeito encontrado, solicitando permissão para intervir no problema que,
consequentemente, resultará na interrupção da produção, parando o equipamento.
Kleber ouviu o relato do eletricista André e informou que no momento que a manutenção não deve-
ria ser realizada, pois a produção não deveria ser interrompida, e que ele deveria cumprir a progra-
mação para atender à demanda de produtos.
André, percebendo que sua solicitação não foi atendida, procurou Thiago, seu supervisor de manu-
tenção, informando-o sobre o acontecido.
Thiago, em seguida, procura o supervisor Kleber e explica que essa falha pode resultar em condições
perigosas e até mesmo inseguras para os funcionários ou danos materiais significativos.
Sendo assim, Kleber concorda em interromper a produção e permite que o serviço de manutenção
seja executado.
Instalações elétricas industriais volume I
44

Na identificação da falha, André teve que conferir se o defeito estava aparentemente no motor ou
no próprio contator. Assim que localizou o motor na área através do TAG de identificação no painel
elétrico referente ao motor, ele constatou o TAG e conferiu medições de tensões e correntes, mas
não localizou o problema.
Em seguida, André verificou o dispositivo e, ao utilizar as medições de tensões, tanto na entrada
quanto na saída do dispositivo, detectou que a saída estava ausente de fase, ou seja, uma medição
de tensão sinalizando zero volt, indicando circuito aberto.
Para realizar a troca do contator, primeiramente, André desligou a fonte de alimentação do circuito
e colocou um cadeado de segurança na seccionadora geral do painel, esse procedimento evita o
risco de alguém ligar novamente o painel elétrico enquanto André estiver intervindo executando a
manutenção.
Após esse procedimento aplicado, conferiu novamente com um multímetro a medição, verificando
as tensões de alimentação em volts nos terminais A1 e A2 do contator, comprovando ausência total
de tensão e corrente.
Logo após, identificou a sequência dos cabos que estão alimentando a tensão da bobina do contator
nos terminais A1 e A2.
Depois, retirou os cabos respeitando a sequência que fez, desparafusando cada um deles e fazendo
a isolação com a fita isolante.
Aplicou a técnica para desacoplar o dispositivo do barramento, desinstalando e retirando o contator
danificado.
Assim, André substituiu o contator danificado por um outro em condições normais de operação.

A representação das simbologias e números de um contator são encontrados em esquemas ou diagra-


mas elétricos.
Sem dúvidas, o contator de potência é um dos mais populares dispositivos de acionamento quando o
assunto em questão é comandos elétricos.
3 Dispositivos de manobra, sinalização e proteção
45

3.3 RELÉS

Relés são dispositivos eletromecânicos de grande utilidade em circuitos de instalações elétricas por
serem acessíveis e eficientes em qualquer projeto e, principalmente, por serem responsáveis por controlar
o fluxo de corrente.
São utilizados para ligar ou desligar cargas elétricas, porém não com as mesmas exigências comparan-
do a um contator.

APLICAÇÃO CONFORME A NORMA

Sua aplicação se dá conforme a ABNT NBR 5410, que determina que toda instalação elétrica deve satis-
fazer a segurança para pessoas e garantir um excelente funcionamento, sendo assim, os relés de medição
e sistemas de proteção.

DIMENSIONAMENTO

Os relés são como contatores auxiliares de menor potência. Seus contatos são produzidos com prata,
níquel ou prata mais óxido de cádmio.
Os contatos apresentam configurações e são determinados em três grupos, classificados como: contato
NA ou normalmente aberto; contato NF ou normalmente fechado; e contato comum ou central, também
chamado de contato C.

SIMBOLOGIA

Um relé normalmente é especificado a depender da temperatura dos seus elementos térmicos e pela
tensão que deve ser aplicada à sua bobina para que ele dispare e, sobretudo, a depender da corrente que
seus contatos suportam conduzir.
Os relés podem ser encontrados em diversos setores, como na automação industrial, em máquinas e
equipamentos em geral.
Instalações elétricas industriais volume I
46

Armadura
4

Contatos
+1
-2 1
3C
Núcleo 2 4 NA
Símbolo
Figura 26 -  Estrutura simplificada de um relé
Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Ao saber seu princípio de funcionamento e onde são utilizados, estes dispositivos podem também aju-
dar na segurança do equipamento.

IDENTIFICAÇÃO

De uma maneira geral, os relés são compostos por um eletroímã em forma de bobina e possuem uma
armadura metálica que é atraída pelo campo magnético criado pelo eletroímã.
Tal qual os contatores, os relés também são dispositivos eletromagnéticos que dependem que a sua
bobina seja alimentada com tensão (CA ou CC) para que os seus contatos mudem de posição.
Um dado importante a respeito dos relés é que numa infinidade de aplicações, ao invés de utilizar con-
tatos NA ou NF isoladamente, utilizam-se os contatos reversíveis, nos quais um contato base chamado de
comum (C) permanece fechado com um NF e, ao energizarmos a bobina, ele se movimenta, rompendo
essa união com o NF e se unido ao NA, fechando com esse.

TIPOS

Existem relés do tipo eletromagnéticos, de estado sólido ou digitais. Os relés podem funcionar confor-
me seus componentes e assumir, assim, diversos tipos construtivos, os eletromecânicos são tradicional-
mente mais utilizados.
O número de contatos pode variar, conforme o sistema de funcionamento de cada tipo, podendo ser
construídos com princípio de atuação térmica, pneumática ou de impulso.
3 Dispositivos de manobra, sinalização e proteção
47

3.4 SINALEIRAS LUMINOSAS E SONORAS

Sinaleiras são dispositivos desenvolvidos para sinalizar e monitorar determinadas situações em um am-
biente fabril, desde a parada de um equipamento como também o acompanhamento de variáveis em um
controle de processo, podendo ter agregado a si, um sinal sonoro.

APLICAÇÃO CONFORME NORMA DA ABNT NBR 5410

Seguindo orientações da norma, a sinalização é a forma visual ou sonora de se chamar a atenção do


operador para uma situação determinada em um circuito, máquina ou conjunto de máquinas, caracteriza-
-se por meio de buzinas e campainhas ou por sinalizadores luminosos com cores determinadas por nor-
mas.

FUNÇÃO COR DO SINALIZADOR


Ligado Vermelho
Desligado Verde
Fuga para a terra
Sobrecarga Branca

Intervalo de partida Azul


Painel energizado Branca
Defeito, umidade Amarela

Quadro 2 - Padrão para cores de sinalizadores


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

As botoeiras e sinaleiras, e suas funcionalidades encontradas em painéis elétricos, possuem significados


que somente pessoas capacitadas e autorizadas deverão utilizar em caso de acompanhamento ou manu-
tenção relacionados a instalações elétricas industriais.
Instalações elétricas industriais volume I
48

CARACTERÍSTICAS

A sinalização luminosa é a mais utilizada por ser de rápida identificação.

Figura 27 -  Sinalizadores
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Os dispositivos de sinalização podem ser visuais ou sonoros, porém, o tipo visual é o mais utilizado para
identificar emergências e falhas.

DIMENSIONAMENTO

Dispositivos de sinalização são componentes dimensionados para serem utilizados para indicar o esta-
do em que se encontra um painel de comando ou processo automatizado ou o estado de uma máquina.

IDENTIFICAÇÃO

Quando trabalhamos com eletricidade, o uso das cores tem uma grande importância, pois servem de
orientação para finalidades, situações e estado de máquinas e equipamentos.
Existe uma padronização, que assim determina quanto ao uso das cores para sinalização em eletricida-
de:
a) Vermelho: indica máquina ou equipamento energizado e em operação. Representa uma condi-
ção de perigo;
b) Verde: indica que a máquina ou equipamento está na situação desligada e em condições de
entrar em operação. É uma cor que significa segurança, ou seja, o equipamento se encontra em
uma condição segura ou fora de operação;
c) Laranja: é a cor usada para indicar condição ou estado de falha ou crítico em máquinas e equi-
pamentos;
d) Amarelo: utilizada nas máquinas e equipamentos para representar uma situação ou condição
que precisa de atenção. Indica um estado de alarme, condição de “aguardando” um comando ou
sinal; porém, situações que não representam perigo. Dispositivo representado pela cor Amarela
3 Dispositivos de manobra, sinalização e proteção
49

indica situação importante, porém sem perigo, bem como alarme de nível baixo ou máquina
aguardando;
e) Branco: máquina ou equipamento em movimento. Também pode sinalizar que o comando está
sob tensão (energizado);
f) Azul: indica que a máquina ou equipamento está sendo comandado remotamente ou em prepa-
ração (reposicionamento).

SIMBOLOGIA

Os símbolos elétricos e cores utilizadas em um indicador luminoso, normalmente, seguem padroniza-


ção internacional da International Electrotechnical Commission (IEC), que significa Comissão Eletrotécnica
Internacional, e da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Sinaleiro luminoso

A1 A1
-H -H π
A2 A2

Sinaleiro sonoro

X1 X1 X1
-H -H -H
X2 X2 X2

Figura 28 -  Simbologia luminosa e sonora


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

As instalações elétricas, ou de equipamentos que estão presentes na área industrial, devem possuir
sinalização luminosa que indique seu estado de funcionamento ou condições e situações de falhas ou
advertências.
Instalações elétricas industriais volume I
50

3.5 COMUTADOR ELÉTRICO OU CHAVE FIM DE CURSO

No ambiente industrial, tratando-se de instalações elétricas industriais, as chaves de fim de curso são
dispositivos que são acionados pela força física, tornando-se um comutador elétrico.

APLICAÇÃO CONFORME NORMA DA ABNT NBR 5410

Conforme recomendação da Norma Regulamentadora nº 12 (NR-12), máquinas e equipamentos devem


garantir a segurança das pessoas.
Conforme recomendação da ABNT NBR 5410, projetos ou instalações elétricas devem garantir o pleno
funcionamento, como também garantir a segurança das pessoas.

CARACTERÍSTICAS

A depender do tipo de projeto, existe a necessidade de ter algum dispositivo que determine ou inter-
rompa o final de um processo ou determinada atividade física e este dispositivo é denominado chave de
fim de curso.

Fim de curso

Figura 29 -  Sensores fim de curso de contato mecânico


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

As chaves fim de curso são conhecidas também como micro switch e são dispositivos que funcionam
como um dos comutadores elétricos mais requisitados no ambiente industrial por seu baixo custo peque-
no, sendo bastante aplicados em comandos elétricos, isso se deve ao fato de apresentarem durabilidade e
uma infinidade de aplicações com diversos modelos que se adéquam perfeitamente a um projeto elétrico.
Elas possuem uma vida muito longa, sendo que em aplicações leves e médias costumam durar 1 milhão
de ciclos; já nas pesadas, pode chegar a 10 milhões de ciclos.
3 Dispositivos de manobra, sinalização e proteção
51

DIMENSIONAMENTO

As chaves de fim de curso normalmente são produzidas contendo um contato normalmente fechado
NF em sua grande parte, mas ainda existe outro contato normalmente aberto NA utilizado também.
De modo geral, as chaves fim de curso possuem somente um tipo de contato, e, apesar de serem pe-
quenas, elas suportam correntes com alta grandeza, o que possibilita, por exemplo, o acionamento de
motores.

Chaves fim de curso

Para aplicações de Para aplicações


segurança normais

Figura 30 -  Chaves fim de curso para aplicações normais e para aplicações de segurança
Fonte: SENAI DR BA, 2018.

As chaves de fim de curso podem ser dimensionadas para serem utilizadas em circuito de tempo, inver-
são de polaridade, mudanças de estados ou funções e acionamento biestável.

TIPOS

Composta basicamente por três elementos, sendo, design da caixa, contatos e atuadores, a depender
do formato ou projeto ou grau de proteção que se refere o contato NF (normalmente fechado) ou NA (nor-
malmente aberto), sendo o melhor tipo de atuador pelo qual deverá ser utilizado.
Existem vários atuadores que possuem em sua estrutura hastes flexíveis, pinos arredondados, roletes,
alavanca, que a depender do tipo de projeto, deverão ser escolhidos conforme sua real situação ao uso.

SIMBOLOGIA

Saber escolher adequadamente este dispositivo proporciona um correto funcionamento, pois, se di-
mensionado de maneira errada, pode ocasionar que o circuito não funcione corretamente.
Instalações elétricas industriais volume I
52

A simbologia e identificação das partes destes dispositivos estão representados a seguir.

Rolete 13 11
mecânico
Acionamento Contato
NF
14 12
Símbolo

Bornes
Bornes

Contato NA Mola de reposição

Figura 31 -  Simbologia e identificação dos componentes de uma chave fim de curso


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

a) Roletes mecânicos: são indicados para obter determinado contato físico como forma de acionar
ou desligar uma ação de movimento ou mudança de função;
b) Contatos elétricos: são responsáveis pela condução de corrente elétrica;
c) Molas: são responsáveis em armazenar energia de determinada parte física de funcionamento;
d) Bornes elétricos: são responsáveis pela fixação dos condutores.

3.6 SENSORES

Os sensores são dispositivos capazes de monitorar ou detectar o estado, posição ou condição momen-
tânea, ou propriedade de uma grandeza ou processo. Isto é, eles medem uma grandeza física, elétrica ou
de posição (por exemplo: proximidade, temperatura, velocidade, pressão, vazão e nível, entre outras), e
enviam um sinal elétrico como resposta de uma ação.

APLICAÇÃO CONFORME NORMA DA ABNT NBR 5410

Conforme recomendação da ABNT NBR 5410, projetos ou instalações elétricas devem garantir o pleno
funcionamento, como também garantir a segurança das pessoas.
A NR-12 indica que sensores podem ser utilizados para a segurança dos profissionais que operam o
maquinário. Nesse aspecto, os sensores são fundamentais com para a segurança. Um exemplo disso são
as chamadas “barreiras de segurança”, que atuam se o usuário posiciona alguma parte do corpo ou até
mesmo um equipamento em local não permitido, fazendo com que a máquina interrompa seu funciona-
mento, impedindo que o trabalhador sofra danos físicos.
3 Dispositivos de manobra, sinalização e proteção
53

CARACTERÍSTICAS

Existem diversos sensores que apresentam diferentes características para serem aplicados em diversas
situações na indústria, estando presente em diversas máquinas e processos industriais.
Nas indústrias podem ser utilizados como sensores de pressão, sensores de temperatura, sensores de
nível, sensores de vazão e ainda os mais comuns: indutivo, capacitivo, fotoelétrico, magnético e ultrassô-
nico.

DIMENSIONAMENTO

O dimensionamento dos sensores é baseado na mudança relacionada ao ambiente, podendo ser calor,
luz, etc. Trata-se de uma questão de análise e estudo, sendo importante fazer a escolha dos sensores com
precisão e qualidade.
Nesse aspecto, abordaremos a seguir os principais sensores utilizados no ambiente industrial, que fa-
zem o papel de monitorar, medir e informar as condições ou estado de um equipamento, parte dele ou
uma grandeza ou força relacionada, pois são a base do controle dessas máquinas ou equipamentos.
Os sensores indutivos, também chamados de sensores de proximidade, são dispositivos eletrônicos
usados na detecção de partes e peças metálicas, como ferro, aço, alumínio, latão e aço inox.
Os sensores capacitivos detectam através de proximidade qualquer tipo de massa, logo, são aplicados
onde existe a necessidade de detecção de materiais não metálicos, como plásticos, madeiras e resinas. São
utilizados também para detecção do nível de líquidos e sólidos.
Sem contato físico, os sensores fotoelétricos são capazes de detectar não só partes e peças de máquinas
automáticas, mas os próprios produtos manufaturados na linha de produção.
Podemos encontrar sensores de modelos especiais e microprocessados com saída digital simples ou
dupla, saída analógica em tensão ou corrente, cujos sinais podem ser interpretados e usados para monito-
ramento, controle, registro ou segurança.

Sensores indutivos Sensores fotoelétricos

Sensores capacitivos Sensores ultrassônicos

Figura 32 -  Tipos de sensores


Fonte: SENAI DR BA, 2018.
Instalações elétricas industriais volume I
54

Alguns relatos históricos narram que o primeiro sensor inventado foi


um sensor de temperatura desenvolvido por Galileu. Seu invento deu
origem ao primeiro termômetro, ou medidor de temperatura. No expe-
CURIOSIDADES rimento de Galileu, um tubo contendo ar e água media a elevação de
temperatura exterior através da dilatação do ar, que provocava alteração
do nível da água.

SIMBOLOGIA

Os sensores são provedores de “informação” para os sistemas elétricos e de automação. Eles medem,
monitoram e informam o estado de uma variável (temperatura ou pressão, por exemplo) ou a situação de
um componente, para o posterior controle ou tomada de decisão. Podem possuir um ou mais contatos de
saída, sendo normalmente um contato NA, ou um NA + um NF; também podem ser analógicos ou digitais.

Símbolo genérico
Princípio: indutor
Sensor indutivo

Sensor capacitivo

Princípio: capacitor
Saída: sinal

Figura 33 -  Simbologia genérica para sensores


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

A simbologia para sensores pode ser genérica, utilizando um quadrado contendo o símbolo indicativo
de sensor, o símbolo do princípio de funcionamento e a indicação da quantidade e tipo dos contatos de
saída, disponíveis para coleta do sinal e posterior aplicação. A partir dessa simbologia, podemos inserir os
sensores em esquemas e diagramas elétricos, eletrônicos e de automação.
3 Dispositivos de manobra, sinalização e proteção
55

3.7 RELÉS TÉRMICOs OU DE SOBRECARGA

Relé térmico ou de sobrecarga é um dispositivo de proteção a distância, que atua mediante a circulação
da corrente elétrica através de seus contatos, cuja operação de atuação se dá pelo movimento relativo de
elementos mecânicos sob a ação de elevação do valor da corrente que, através desse movimento, alimenta
uma carga.
Alguns fatores que determinam um desarme ou atuação de um relé são o travamento do rotor de um
motor, curto-circuito entre bobinas, rolamento interno ou carcaça, proporcionando o aumento da corren-
te.
Uma vez acionado ou disparado, um relé térmico voltará à posição de repouso automaticamente, quan-
do for selecionado manualmente.

CARACTERÍSTICAS

Os relés térmicos são determinados por categorias e também pelo tempo de atuação do seu disparo.
Quanto às classes de desligamento térmico, temos:
a) Relé classe 10: aplicações com tempo de partida inferior a 10 segundos;
b) Relé classe 20: aplicações com tempo de partida inferior a 20 segundos;
c) Relé classe 30: aplicações com tempo de partida inferior a 30 segundos.

Os principais elementos que fazem parte de uma estrutura dos relés de sobrecarga são:
a) Botão de rearme: reposição ao estado de operação após o desarme;
b) Contatos auxiliares: utilização no circuito de comando. Indicação de desarme;
c) Botão de teste: verificação das condições de atuação. Simulação;
d) Lâminas bimetálicas: princípio de funcionamento. Elemento que faz o relé atuar;
e) Ajuste de corrente: ajuste do valor da corrente. Ponto a partir do qual teremos a atuação da
proteção.
Instalações elétricas industriais volume I
56

Para rearme 2
1 automático
98 97 95

3
Para rearme
manual
4 5

96

L1 T1 L2 T2 L3 T3
7

Figura 34 -  Elementos de um relé sobrecorrente


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

O relé térmico é o dispositivo de proteção responsável por proteger os equipamentos de possíveis


anomalias que venham danificá-los, por isso, além das suas características, você precisa conhecer sua sim-
bologia.

SIMBOLOGIA

Como todos os elementos e equipamentos dos circuitos elétricos, temos a simbologia empregada para
representar esses dispositivos. Esse símbolo também tem a função de proporcionar a leitura e interpreta-
ção dos relés térmicos em diagramas elétricos.

L1 L2 L3 L1 L2 L3
ou ou
1 3 5 95 97 1 3 5
95
96

Contato auxiliar 97 98
2 4 6 96 98 2 4 6
ou ou ou de comando
Contato auxiliar tipo comutador
T1 T2 T3 ou de comando T1 T2 T3 Duplo contato
(1NA + 1NF)
Contatos principais tipo comutador Contatos principais

Figura 35 -  Simbologia aplicada para relés térmicos


Fonte: SENAI DR BA, 2018.
3 Dispositivos de manobra, sinalização e proteção
57

Os símbolos mostrados na figura anterior são aqueles utilizados nos diagramas elétricos. Nos desenhos
dos diagramas elétricos, os contatos principais são desenhados nos circuitos de força, após o contator
principal. Os contatos auxiliares são representados nos circuitos de comando, onde fazem a interrupção da
operação de todo o sistema elétrico na ocorrência de uma sobrecarga.

IDENTIFICAÇÃO

Tal qual os outros elementos e equipamentos elétricos, os relés térmicos ou de sobrecarga possuem
simbologia própria e numeração específica para seus contatos.
Neles, temos os contatos principais, que normalmente são ligados ao contator principal, identificados
como 1, 3, 5 ou as letras L1, L2, L3 (L de linha). Para as saídas temos os terminais 2, 4 e 6, ou ainda T1, T2, T3
(T de terminais), que conduzem as três fases para a carga.
Também, temos os contatos auxiliares, que podem ser um NA (97 e 98) e um NF (95 e 96), ou um contato
reversor tipo comutador no qual o 95 é o comum (C), que é aberto (NA) com o 96 e fechado (NF) com o 98.
Esses contatos auxiliares são normalmente empregados para proporcionar proteção ao circuito de co-
mando e da sequência de operação ou manobras do motor trifásico.
Eles operam da seguinte forma: o NF é usado na linha do botão de emergência, para evitar que ocorra
funcionamento não desejado ao motor após a atuação do relé; e o NA normalmente é usado para acionar
um dispositivo de sinalização (como uma lâmpada, por exemplo), indicando que o relé atuou.

O relê surgiu no século XIX e foi bastante utilizado nos sistemas tele-
fônicos das centrais telefônicas analógicas. Com passar dos anos este
CURIOSIDADES dispositivo passou a ser utilizado como forma de proteção de circuitos e
também de motores e cargas elétricas.

O relé térmico ou de sobrecarga é definido como um dispositivo de proteção cuja operação é baseada
na detecção indireta de sobrecarga, principalmente em motores.
Quando instalado em um circuito elétrico, o relé térmico fica posicionado em linha com as fases do
motor. Na ocorrência de um aumento significativo na intensidade de corrente consumida pelo motor, o
relé detecta essa variação e atua. Como seus contatos principais são tripolares, possuem três lâminas bi-
metálicas com enrolamentos de aquecimento, que são ligados em série com cada uma das fases do motor.
Essas lâminas bimetálicas (dois metais diferentes) possuem diferentes coeficientes de dilatação (apre-
sentam diferentes pontos de dilatação quando submetidos a um aumento de temperatura) e, quando são
aquecidas, se distorcem e se deformam, acionando os contatos auxiliares.
Em operação normal, com o motor consumindo uma corrente que atinge valores próximos do valor
da nominal, essa corrente percorre internamente os três elementos térmicos. Nesse momento, acontece
um aumento significativo e os elementos aquecem demais devido a esse excesso de corrente. Então, os
elementos térmicos atuam acionando os contatos auxiliares para sinalizar a sobrecarga do motor e o relé
Instalações elétricas industriais volume I
58

térmico atua em conjunto com o contator principal e com o comando elétrico, realizando a ação de desli-
gar todo o circuito.
Nas máquinas e equipamentos industriais, a sobrecarga é o problema mais frequente, e é definida como
uma situação onde o aumento da corrente leva ao superaquecimento dos elementos térmicos devido ao
efeito ocasionado pelo efeito Joule3.

Figura 36 -  Relé térmico ou de sobrecarga


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

A quantidade de corrente elétrica que um relé térmico suporta pode ser ajustada por um botão de teste
em seu disco que é acionado manualmente.

DIMENSIONAMENTO

Este tipo de dispositivo deve ser dimensionado de forma que tenha em sua faixa de ajuste a corrente
nominal (In) que percorre pela parte que esteja ligado.
Cada relé cobre apenas uma faixa de corrente especificada pelos fabricantes que fornecem os relés de
sobrecarga.
O relé não deve ser dimensionado baseado apenas na corrente nominal do circuito. O ajuste de corren-
te nesses relés deve ser feito seguindo a recomendação de guardar uma faixa que cubra desde a corrente
nominal, a um valor que seja de 10 a 15% maior, conforme a fórmula:

Ir = 1,15 até 1,25 In


Em que:
In: Corrente Nominal;
Ir: Corrente de ajuste do relé térmico.

3 Efeito Joule: é a lei física que expressa a relação entre o calor gerado e a corrente elétrica que percorre um condutor em um
determinado tempo.
3 Dispositivos de manobra, sinalização e proteção
59

Na prática, é basicamente assim: se a corrente nominal do motor for de 10 A, por exemplo, a faixa de
ajuste deve ter um ajuste que cubra a faixa entre 10 e 12,5 A. Como são fabricados com faixas de ajuste
padronizadas, deveria ser usado um com a faixa de 8 a 12,5 A.
O dimensionamento do relé térmico deverá conter uma corrente nominal igual a da corrente nominal
do motor, para que assim possa ser atuado realizando a sua proteção.

3.8 FUSÍVEIS

Os fusíveis são dispositivos utilizados para proteção contra curto-circuito, porém, devido à sua forma
de atuar, por vezes se comporta como proteção contra sobrecarga. Possuem um condutor (elo fusível)
devidamente calculado para suportar, no máximo, um valor específico de corrente.
Na ocorrência de um curto-circuito ou sobrecarga (esta pode ter razões diversas, inclusive sem ter ori-
gem elétrica) de alta intensidade e de longa duração, esse elo fusível se funde (rompe), interrompendo a
alimentação do circuito. Uma característica marcante, que se configura como uma desvantagem dos fusí-
veis com relação aos relés térmicos é que quando os fusíveis são acionados, sua utilização é única e após
sua atuação devem ser substituídos e descartados. Então, os relés de sobrecarga possuem a vantagem de
não precisar ser substituído; o que gera custos, tempo e resíduos.
Devido à sua importância nos circuitos elétricos e à sua natureza de operação, os fusíveis têm a atenção
de algumas normas, que orientam e determinam a forma de utilização dos mesmos.

APLICAÇÕES CONFORME A NORMA DA ABNT NBR 5410

A ABNT NBR 5410 determina que projetos ou instalações elétricas devem possuir elementos e recursos
para garantir o pleno funcionamento, como também garantir a segurança das pessoas, dos equipamentos
e das instalações. Os fusíveis são um dos elementos utilizados para esse fim.
Um dos seus itens trata da proteção contracorrentes de curto-circuito, por exemplo.
Há ainda a norma ABNT NBR 7282, que determina as especificações para a utilização dos dispositivos
fusíveis.

CARACTERÍSTICAS

Os fusíveis possuem algumas características que os classificam baseados na sua velocidade de atuação.
Essas características também servem de parâmetro para definição de onde utilizá-los. São elas:
a) Corrente nominal: valor de corrente que o fusível suporta sem interromper o circuito;
b) Corrente de ruptura: é o valor máximo de corrente que o fusível consegue interromper;
Instalações elétricas industriais volume I
60

c) Corrente de atuação: é o valor especificado da corrente que provoca atuação do dispositivo por
um determinado tempo;
d) Curva característica: é a relação entre o tempo necessário para haver a interrupção em função
da corrente.

Quanto à velocidade de atuação, os fusíveis são assim definidos:


a) Fusíveis de ação ultrarrápida: são utilizados em circuitos que possuem motores comandados
por dispositivos eletrônicos como soft starters4 e inversores de frequência. A título de especifica-
ção, esses componentes são definidos como “aR”;
b) Fusíveis de ação rápida: são usados como proteção contra curto-circuito e, em muitos casos,
também contra sobrecargas em circuitos com características resistivas, por exemplo, os fornos
elétricos e as estufas, que usam resistores para seu aquecimento. Sua especificação ou denomi-
nação é “gL-gG”;
c) Fusíveis de ação retardada: com denominação “aM”, são empregados para proteção contra
curto-circuito, nos circuitos elétricos onde existem picos de corrente, como aqueles que apresen-
tam características indutivas; circuitos de motores e transformadores. Eles suportam esses picos
de corrente que normalmente se manifestam nas partidas e nas desconexões desses elementos,
mas se rompem na ocasião de curtos-circuitos.

DIMENSIONAMENTO

De forma geral, para a escolha e dimensionamento de fusíveis para proteção de um circuito, é necessá-
rio optar por um fusível que possua um valor de corrente maior do que a corrente máxima de consumo da
carga a ser alimentada.
Importante também é considerar que a corrente que irá passar pelo fusível não deve ser superior à
corrente máxima que os condutores que alimentam a carga suportem. Então, devemos levar em conta o
limite de capacidade de temperatura do condutor para serviço em regime contínuo. É importante frisar
que, no caso de não termos dados sobre a corrente de pico da carga, usamos uma margem de segurança
que vai de 2 a 3 vezes o valor da corrente nominal.
Os fusíveis mais comuns e encontrados na indústria são:
a) Fusível NH: usados em circuitos de alta potência, são conectados e retirados por encaixe, utili-
zando-se, para isso, um dispositivo (ferramenta) próprio, para proteger o operador.

4 Soft starter: é um dispositivo eletrônico que serve para controlar a tensão de partida do motor e também a sua desenergização.
3 Dispositivos de manobra, sinalização e proteção
61

Gatilho para sacar e


instalar o fusível NH

Proteção contra
arco voltaico

Figura 37 -  Fusível NH e dispositivo para inserção e retirada


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

b) Fusível Diazed: Dia = Diâmetro; Z = Duas partes (bipartido); Ed = Rosca do tipo Edson. São utili-
zados em circuitos de baixa potência, conectados através do porta-fusível que se monta através
de roscas e importante por servir contra o risco de choque elétrico. São construídos de porcelana
e fechados por tampas metálicas. Para sua instalação, são utilizados alojamentos específicos, cha-
mados de porta-fusível.

Anel de proteção
6 DZ
D 3A - a
IE Z6 -50 R
C 3/ 0V
60 50
23 0
69

6 DZ
D 3A - a
IE Z6 -50 R
C 3/ 0V
Fusível Base
60 50
23 0
69

Parafuso
de ajuste
Tampa

Figura 38 -  Fusível Diazed e partes que compõem o conjunto com o porta-fusível


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Este fusível internamente possui alguns filamentos de uma liga especial metálica que, ao ser percorrida
por uma corrente intensa, leva ao aumento da temperatura, fazendo esse filamento se romper, queimando
o fusível, que deverá ser substituído por outro. Cada filamento possui seu determinado limite expresso em
Ampères de 2 a 100 A.
A velocidade de rompimento é determinada por alguns tipos, sendo considerados rápido, retardado e
ultrarrápido.
c) Tipo SILIZED/SITOR: são fusíveis caracterizados por serem ultrarrápidos;
Instalações elétricas industriais volume I
62

d) Tipo NEOZED: fusível de menor dimensão e com características de retardo.

Normalmente, os fusíveis Diazed de ação rápida são utilizados nos circuitos com características resisti-
vas (como fornos e lâmpadas) que não apresentam picos de corrente; e os de ação retardada são utilizados
para a proteção de circuitos indutivos ou capacitivos, pois esses possuem picos na partida ou interrupção
da carga.

SIMBOLOGIA

Como todo e qualquer componente elétrico, existe a simbologia específica e exclusiva para os fusíveis.
Um detalhe importante é que nos desenhos e diagramas elétricos não há a identificação ou especifica-
ção sobre o tipo ou a forma de ação, se rápido ou retardado.

Figura 39 -  Simbologia de fusível


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Essas características são identificadas na lista de dispositivos, que normalmente é anexada aos docu-
mentos de projeto de cada máquina ou equipamento.

3.9 DISJUNTORES TERMOMAGNÉTICOS

O disjuntor termomagnético é um dispositivo de proteção que combina proteção contra sobrecarga e


proteção contra curto-circuito. Para a proteção contra a sobrecarga existe um elemento térmico (bimetáli-
co) e para a proteção contra curto-circuito existe um elemento magnético.
Quando um circuito elétrico é submetido a uma carga excessiva por um período longo de tempo, ocor-
re um sobreaquecimento dos condutores envolvidos, que podem se propagar, inclusive, para os outros
condutores próximos.
Do mesmo modo, um curto-circuito gera um pico de corrente, capaz de aquecer os condutores muito
mais rapidamente, para que seja possível o desgaste ou mesmo a queima dos condutores da instalação.
Tal qual nos circuitos industriais, todo circuito residencial deve ser protegido com um disjuntor termo-
magnético, responsável por interromper o funcionamento de circuitos assim que eles apresentem picos
muito altos de corrente ou sinais de sobreaquecimento.
3 Dispositivos de manobra, sinalização e proteção
63

APLICAÇÃO CONFORME A ABNT NBR 5410

Reforçando o que foi dito no tópico sobre os fusíveis, seguindo a ABNT NBR 5410, para que uma insta-
lação funcione perfeitamente e não ocorram choques elétricos, é indispensável não utilizar dispositivos de
proteção que sejam capazes de detectar fugas de correntes. A ABNT NBR 7882 também se preocupa com
esses detalhes e possibilidades.
A ABNT NBR 5410:2004,2008, trata os disjuntores como “dispositivos que garantem simultaneamente a
proteção contra correntes de sobrecargas e contra correntes de curto-circuito”.

CARACTERÍSTICAS

Esse tipo de dispositivo que é muito conhecido, principalmente devido ao seu uso doméstico, não é
recomendado para proteger cargas e equipamentos e sim para proteger o circuito, ou seja, os condutores,
fios ou cabos pertencentes a um circuito elétrico.
Outra norma importante, a ABNT NBR IEC 60947-1:2013, trata dispositivo de manobra e comando de
baixa tensão, e define disjuntor como:

dispositivo de manobra e de proteção capaz de estabelecer, conduzir e interromper cor-


rentes em condições normais do circuito, assim como estabelecer, conduzir por tempo
especificado e interromper correntes em condições anormais especificadas do circuito,
tais como as de curto-circuito. (ABNT NBR IEC 60947-1, 2013).

DIMENSIONAMENTO

Basicamente este dispositivo possui dois tipos de proteção, que são a proteção térmica e a proteção
magnética.
A proteção térmica sofre um efeito térmico Joule provocado pela corrente que ultrapasse o valor espe-
cificado de operação ocasionando uma sobrecorrente originando o efeito térmico.
A proteção magnética ocorre quando o campo magnético se intensifica provocado por um curto-circui-
to aumentado pela intensidade da corrente.
Instalações elétricas industriais volume I
64

Proteção magnética:

Proteção contra
curto-circuito
Efeito térmico
“Joule”
Desarme por efeito
Deformação de campo
após sofrer magnético intenso
sobrecorrente
Provoca indução
magnética no pistão

Figura 40 -  Efeitos térmicos e magnéticos de um disjuntor


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Estes disjuntores termomagnéticos, além de proteger as instalações elétricas contra curtos-circuitos e


sobrecargas de períodos longos, protegem os equipamentos e também as pessoas e animais, pois evitam
que correntes altas possam causar ruptura das isolações e ocorrerem fugas que poderiam causar acidentes.

Proteção térmica: Proteção contra


curto-circuito:

- Chapa bimetálica - Indutor + pistão


- Movimento magnético
mecânico em - Indução magnética
função do - Movimento
aquecimento mecânico
provocado pela
sobrecorrente

Figura 41 -  Sobrecorrente proteção térmica e curto-circuito proteção magnética


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Ao contrário dos fusíveis, os disjuntores termomagnéticos podem ser utilizados várias vezes após seu
acionamento, já que sua estrutura permite deixá-lo rearmado.
3 Dispositivos de manobra, sinalização e proteção
65

3.10 DISJUNTOR DIFERENCIAL RESIDUAL

O disjuntor diferencial residual é um dispositivo de proteção utilizado em instalações elétricas. O dispo-


sitivo DR faz a proteção das pessoas e dos animais contra os efeitos dos choques elétricos, na ocorrência
de um contato, seja direto ou indireto, que seja ocasionado por fuga de corrente. Quando é detectada
uma fuga de corrente na instalação, o dispositivo DR atua imediatamente, realizando o desligamento do
circuito.
A seguir estudaremos sua aplicação de acordo com a ABNT NBR 5410.

APLICAÇÃO CONFORME NORMA ABNT NBR 5410

De acordo com o a ABNT NBR 5410:2004, 2008, o dispositivo DR é obrigatório, desde 1997, nos seguintes casos:
a) Os circuitos que sirvam a pontos de utilização situados em locais contendo banheira
ou chuveiro;
b) Os circuitos que alimentem tomadas de corrente situadas em áreas externas à edificação;
c) Os circuitos de tomadas de corrente situadas em áreas internas que possam vir a ali-
mentar equipamentos no exterior;
d) Os circuitos que, em locais de habitação, sirvam a pontos de utilização situados em co-
zinhas, copas-cozinhas, lavanderias, áreas de serviço, garagens e demais dependências
internas molhadas em uso normal ou sujeitas a lavagens;
e) Os circuitos que, em edificações não residenciais, sirvam a pontos de tomada situados
em cozinhas, copas-cozinhas, lavanderias, áreas de serviço, garagens e, no geral, em áreas
internas molhadas em uso normal ou sujeitas a lavagens. (ABNT NBR 5410, 2004, 2008).
Instalações elétricas industriais volume I
66

CARACTERÍSTICAS

Os disjuntores DR são destinados fundamentalmente à proteção de pessoas e são representados por


dispositivos disjuntores DR de corrente nominal até 30 mA.

Condutor neutro

Condutor
fase

Botão teste

Figura 42 -  Disjuntor DR
Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Já estes dispositivos DR de correntes nominais residuais maiores de 100 mA, 300 mA, 500 mA, 1000 mA,
são destinados apenas à proteção patrimonial contra os efeitos causados pelas correntes de fuga a terra,
tais como consumo excessivo de energia elétrica ou incêndios.
3 Dispositivos de manobra, sinalização e proteção
67

3.11 DISJUNTOR MOTOR

O disjuntor motor é um equipamento que agrega as funções de disjuntor e comando de partida direta
ao mesmo tempo, sendo, então, um dispositivo de proteção e manobra, realizando as seguintes funções:
a) Efetuar a proteção elétrica do circuito com a detecção da sobrecorrente e da abertura ou desar-
me do circuito;
b) Comandar o circuito de alimentação do motor, abrindo ou fechando voluntariamente sob carga,
os circuitos que são instalados.

Figura 43 -  Disjuntor motor


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Os disjuntores motores são dispositivos que, além de proteger as instalações elétricas contra curtos-
-circuitos, protegem o motor contra sobrecargas.

IEC 60617-7

Figura 44 -  Simbologia e norma disjuntor motor


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Os disjuntores motores, tal qual nos relés térmicos, também possuem um dispositivo com faixa de regu-
lagem da corrente de proteção e podem ser regulados ou especificados com base na corrente indicada na
placa de identificação do motor. Esse deve ser o mesmo valor de corrente aplicado ao disjuntor.
Instalações elétricas industriais volume I
68

CARACTERÍSTICAS

Os disjuntores motores, diferentemente dos fusíveis, apresentam múltiplas atuações, evitando a opera-
ção desequilibrada nos equipamentos trifásicos.
Eles disponibilizam escolha de correntes nominais e admite ajustes de disparos que facilitam a coorde-
nação com outros dispositivos de proteção e também possuem operação repetitiva, ou seja, após desarme
podem ser reutilizados.
Depois de ajustada sua corrente x tempo, outras correntes não atuam seus disparos.
Os disjuntores motores possuem dois tipos de níveis de proteção, sobrecorrente e curto-circuito:
a) Sobrecorrente ou sobrecarga: é um aumento considerável da corrente elétrica de um circuito,
para valores bem acima da nominal e que pode ser em função do aumento de carga; ou do au-
mento de consumo, o que danifica ou compromete os componentes desse circuito;
b) Curto-circuito: é um fechamento ou contato acidental ou indevido de dois condutores carre-
gados ou entre um condutor carregado com o condutor de referencial zero (neutro ou terra), o
que acarreta a queda da tensão para zero e faz com que a corrente se eleve instantaneamente,
tendendo ao infinito e com enorme dissipação de energia.

DIMENSIONAMENTO

Por agregar as proteções térmica e magnética (contra sobrecorrentes e curtos-circuitos), e por serem
normalmente fabricados com uma manopla que facilita o acionamento, esse dispositivo é muito utilizado
para proporcionar a partida direta de motores de até 10 Cv.
Nessas situações, o disjuntor motor é ligado na rede e diretamente ao motor numa configuração em
que, sozinho, exerce as funções de disjuntor, botoeira liga-desliga, contator e relé térmico.
São recomendados para serem utilizados em partidas de motores nos seguintes casos:
a) Quando for possível e permitido um comando, deve ser local;
b) Nas aplicações em que a sequência de partidas e colocações em operações seja poucas;
c) Onde se tenha pouco espaço para a instalação do circuito de comando do motor, pois o disjuntor
atende a necessidades de comutação e proteção de sobrecargas e curtos-circuitos.

É recomendável no uso de um disjuntor motor, sempre que possível, associá-lo a um


FIQUE contator para proporcionar maior segurança nas manobras de partida e parada, me-
lhor aproveitamento e utilização da vida útil do componente. E sempre se certificar
ALERTA de que não há presença de tensão na rede durante uma instalação ou manutenção
de sistemas elétricos.

Chegamos ao final de nosso capítulo. Espero que tenha aprendido bastante, mas, não pare por aqui
não, continue estudando e se atualizando.
3 Dispositivos de manobra, sinalização e proteção
69

RECAPITULANDO

Estudamos neste capítulo sobre os acionamentos elétricos. Você aprendeu a fazer a instalação dos
seguintes dispositivos de proteção elétrica: fusíveis, disjuntores, disjuntores diferenciais residuais
(DRs), reles térmicos e disjuntores-motores.
Você aprendeu que, entre os elementos de proteção, cada um desses dispositivos atua por um prin-
cípio, que pode ser corrente de curto-circuito, corrente de sobrecarga e corrente de fuga e que, por
isso, cada um tem uma forma específica de instalação.
Você também estudou a simbologia, as especificações e as características de cada dispositivo, além
de alguns exemplos de diagramas de instalação. Esses conhecimentos são importantes por dizerem
respeito à proteção dos dispositivos eletroeletrônicos industriais e, consequentemente, à segurança
das pessoas e do bom funcionamento da instalação e dos equipamentos.
Acionamentos

Os acionamentos industriais de máquinas, equipamentos e painéis elétricos são importan-


tes em instalações elétricas. Esses acionamentos, com o passar dos anos, evoluem cada vez
que a tecnologia vai se modernizando, haja vista que as máquinas a vapor na era da revolução
industrial no século XIX eram acionadas por polias e, com o passar dos séculos, foram substitu-
ídas por motores elétricos, cada máquina contendo seu próprio motor.

CORRENTE DE PARTIDA (Ip)

Os eventos e fenômenos elétricos acontecem por diversas causas. Na grande parte estão
relacionadas à corrente elétrica e se manifestam de inúmeras formas em equipamentos, por
exemplo, as máquinas indutivas que possuem motores trifásicos.
Essas máquinas apresentam um aumento significativo da corrente elétrica, que se manifes-
ta no momento da partida desses motores.
Corrente de partida (Ip) é como se define tecnicamente o espaço de tempo entre o momen-
to em que a máquina é alimentada, e inicia o seu movimento, desde o zero até o momento em
que atinge sua velocidade nominal. Normalmente, é um conceito relacionado com os motores
elétricos.
Durante o momento em que se manifesta a corrente de partida, temos um aumento signi-
ficativo do valor da corrente consumida pela máquina. À medida que a máquina vai desenvol-
vendo sua velocidade, esse surto ou aumento de corrente vai tendo seu valor diminuído, até
chegar ao valor da corrente nominal. Essa corrente de partida pode chegar ao chamado valor
de pico. O valor da corrente de partida pode atingir várias vezes o valor da corrente nominal.
Motores elétricos são construídos seguindo recomendações e determinações de normas
conforme definições da ABNT; e essas recomendações ou determinações incluem considerar
para efeito construtivo essa corrente de partida que o motor atingirá quando energizado. Tam-
bém, é obrigatório que o fabricante informe esse valor de corrente de pico, indicando na pla-
queta de identificação do motor.
Os padrões construtivos dos motores podem ser identificados através de letras utilizadas
para esse fim, que estão nas plaquetas de identificação desses motores.
Instalações elétricas industriais volume I
72

Destaca-se, então, o valor da corrente de pico com relação a corrente nominal, que deverão ser conhe-
cidas e respeitadas em um projeto de instalação elétrica industrial.

SAIBA Para saber mais sobre as características técnicas dos diversos tipos de motores, consul-
te: ELETROBRÁS et al. Motor elétrico: guia básico. Brasília: IEL/NC, 2009. (Procel Indús-
MAIS tria, v. 6).

Quando este aumento na corrente nominal ocorre na partida, pelo fato da corrente de pico surgir au-
mentando entre 4 a 8 vezes o seu valor nominal, pode apresentar danos irreparáveis ao circuito como tam-
bém ao equipamento, porém muitos são os avanços da tecnologia para tentar diminuir essa corrente de
pico ou de partida (Ip), minimizando esse efeito, fazendo com que seja de 4 a 6 vezes o seu valor nominal.
A placa de identificação do motor presente na sua estrutura apresenta informações importantes sobre
as características e desempenho da corrente, tensão que deverão ser seguidas e respeitadas quando for
haver a instalação elétrica deste dispositivo.

ALTO
RENDIMENTO

- 3 kw(HP-CV) 2.20(3.00) G56H


V 220/380 IP 21 Hz 60
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Figura 45 -  Placa de um motor trifásico


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

In – Corrente Nominal;
Ip/In – Relação que especifica a corrente de partida.
Ao analisar os dados de placa do motor, multiplicando o valor da corrente nominal (In) pelo valor indi-
cado como corrente de partida (Ip), será encontrado o valor da corrente de pico quando o motor for ligado.
4 Acionamentos
73

4.1 SISTEMA DE PARTIDA DIRETA

O sistema de partida direta é aquele pelo qual energizamos o motor diretamente com a tensão da rede,
fazendo com que o mesmo entre em operação imediatamente. Normalmente é um sistema utilizado para
motores que já iniciam sua operação com carga; pois, ao ser alimentado direto na rede elétrica, o motor
apresenta o seu torque nominal.
Essa é a forma mais simplificada para fazer um motor elétrico funcionar.
Nesse tipo de acionamento de partida direta ocorre um pico de corrente devido às três fases serem
ligadas diretamente no motor.

Corrente

Ip Legenda
Ip Corrente de partida
In Corrente nominal

In

Tempo

Figura 46 -  Curva da corrente de partida (pico) x tempo


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Na indústria, o sistema de partida direta é utilizado em máquinas que possuem motores de potência
baixa, até no máximo 5 Cv. Nos casos onde os motores possuem potências maior que 5 Cv, deve-se usar
sistemas alternativos, para minimizar a corrente de pico.

CARACTERÍSTICAS

A partida direta de um motor trifásico elétrico somente deve ser executada por motores apresentando
potências de no máximo 5 Cv, e quando temos:
a) Baixa potência do motor limitando as perturbações causadas pela corrente de pico;
b) Quando o motor começar a se movimentar e possuir um redutor que não permita a aceleração;
c) Possuir um conjugado de partida alto, que por sua vez é a força para fazer o arranque, e para
proporcionar que esta vença a inércia do motor parado.
Instalações elétricas industriais volume I
74

DIMENSIONAMENTO

A partida direta é dimensionada a permitir que a corrente de partida tenha proporcionalidade direta
com a tensão de alimentação e, à medida em que temos aumento da velocidade, tenhamos a diminuição
da corrente.
A rotação do motor segue um único sentindo não havendo necessidade de inverter a rotação.

Os dispositivos de proteção devem ser dimensionados corretamente, para suportar a


FIQUE corrente de pico inicial e, ainda, acaba desgastando o motor com o passar do tempo.
ALERTA Dispositivos dimensionados corretamente fornecem segurança para pessoas e insta-
lações, e maior vida útil aos equipamentos.

DIAGRAMA

Denominamos diagrama o desenho esquemático que nos mostra como são feitas as ligações do cir-
cuito de partida direta. Este desenho mostra de forma detalhada, as interligações, conexões, aparelhos e
dispositivos relacionados, detalhes e tipo de rede de alimentação, sua instalação e interconexões.
Nele é possível ver ainda a instalação elétrica, suas partes ou detalhes, através do uso de símbolos gráfi-
cos, definidos pelas normas ABNT NBR 5259, ABNT NBR 5280, ABNT NBR 5444, ABNT NBR 12519, ABNT NBR
12520 e ABNT NBR 12523.
Nas instalações elétricas, os diagramas representam as interligações entre os diversos dispositivos elé-
tricos. São desenhos elétricos conhecidos como circuitos de comando e circuitos de potência, também
chamados de circuitos de força.
O diagrama de comando é um desenho esquemático dos circuitos elétricos e demonstra de forma clara
os seguintes aspectos:
a) Funcionamento sequencial dos circuitos;
b) Os elementos presentes no circuito e as funções a eles atribuídas; bem como, as suas interliga-
ções, conforme as normas estabelecidas;
c) Permite uma visão clara dos aspectos do circuito, possibilitando uma análise das partes ou do
conjunto como um todo;
d) Permite identificar e localizar os componentes do circuito.

Para uma melhor identificação da função dos elementos de um circuito elétrico mostrados em um dia-
grama, o mesmo é dividido em duas partes: o circuito de força e o circuito de comando:
a) Circuito de força: é responsável pela alimentação do motor através dos seus terminais ou cone-
xões ligados à rede elétrica;
4 Acionamentos
75

b) O circuito de comando: tem a responsabilidade de acionar o circuito de força; e basicamente


determina quando e como ligar e/ou desligar o motor.

Nos diagramas encontramos a representação dos comandos como também os de força.


a) Diagrama de potência ou de força
Nos diagramas de potência dos circuitos de partida direta podemos visualizar os dispositivos represen-
tados no esquema elétrico, somente desde a rede de alimentação, que vai das fases de energia L1, L2, L3,
fusíveis F1, 2, 3, contator K1, relé térmico F7, até a carga (o motor) M1.
Cada uma das três fases (L1, L2, L3) estão protegidas por um fusível, sendo (F1, F2, F3) e assim estão
devidamente ligadas ao contator K1 que, por sua vez, está em série com o relé térmico F7 e assim a ligação
se completa com os cabos até o motor.

1.1 3~60Hz 220V


1.2
1.3
F21
F 1, 2, 3 95
F7
96
1 3 5
1
K1 S
2
2 4 6

3 13
S1
F7 4 14

A1
K1 H1
A2
1.2
M1 M
-3 F22

Figura 47 -  Diagrama de força e de comando de uma partida direta


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

b) Diagrama de comando
Visualização dos dispositivos representados no esquema elétrico entendendo a lógica de função de
cada um destes dispositivos.
Já na alimentação (L1-L2), a energia vem através dessa fase L que possui a proteção do fusível F21 e
verificando, logo abaixo, aparece o contato do relé térmico 92/96 – F7 que tem a função de interromper o
circuito no caso de surgimento de sobrecorrente.
Instalações elétricas industriais volume I
76

A lógica do circuito é compreendida assim:


-- Pressionando o botão S1, acontece a energização da bobina do contator K1 fechando os contatos
13/14 - K1, ocasionando a retenção do contator K1, mostrando que o contator está fechado;
-- Com as três fases chegando ao motor mostra que há energização e funcionamento, e assim, a lâm-
pada H1 que está em paralelo como contator K1 indica o fechamento do contator;
-- Pressionando o botão S0, o circuito da bobina do contator é desligado e o mesmo é desenergizado.

4.2 SISTEMA DE PARTIDA DIRETA COM REVERSÃO DA ROTAÇÃO

Nos motores elétricos que são utilizados nos ambientes industriais, fazendo com que máquinas possam
permitir o avanço ou até mesmo o retorno de determinado movimento a depender do tipo de operação
desejada para determinado projeto na instalação elétrica, para isso acontecer é necessário um tipo de sis-
tema denominado sistema de partida direta com reversão.
Quando ocorre a necessidade de realizarmos a inversão de rotação de um motor elétrico trifásico, deve-
mos nos valer de elementos do circuito, que nos permita uma ação diretamente em seu campo magnético
do motor; e sabemos também que a existência deste campo magnético (conhecido como campo magné-
tico girante) só é possível devido à defasagem de 120° entre as fases.
Sendo assim, devemos realizar a reversão invertendo duas das três fases de alimentação deste motor.

2~60Hz 220V
3~60Hz 220V
1.1 F21 95
1.2 F7
1.3 96

1
F 1, 2, 3 S0
2

1 3 5 1 3 5 1 1
K1 K2 S1 S1
2 2
2 4 6 2 4 6

3 13 3 13
S1 K1 S2 K2
4 14 4 14
F7

21
K2 K1 22
M A1 A1
-3 K1 K2
F22 A2 A2
1.2

Figura 48 -  Partida direta com reversão diagrama de força e de comando


Fonte: SENAI DR BA, 2018.
4 Acionamentos
77

IDENTIFICAÇÃO DOS ESQUEMAS ELÉTRICOS

A inversão de rotação é um recurso extremamente utilizado na indústria, para atender às necessidades


das diversas máquinas e equipamentos que necessitam de retrocessos, e operações lineares em sentidos
opostos. Devido à inclusão dos recursos adicionais, analisar um circuito de partida direta com reversão
necessita de mais apuro e atenção que o de partida direta simples.
a) Diagrama de força
As três fases L1, L2, L3, estão protegidas por um fusível em cada fase sendo (F1, F2, F3) e, assim, estão
devidamente ligadas ao contator K1 e K2; e estes, estão em série com o relé térmico F7 e assim a ligação se
completa com os cabos até o motor.

b) Diagrama de comando
Já na alimentação (L1-L2), a energia vem através dessa fase L que possui a proteção do fusível F21, e,
verificando logo abaixo, aparece o contato do relé térmico 95/96 – F7 que tem a função de interromper o
circuito no caso de surgimento de falhas no comando.
A lógica do circuito é compreendida assim:
-- Pressionando o botão S1, acontece a energização da bobina do contator K1 fechando os contatos
13/14 - K1 e abrindo os contatos 21/22 – K1, para que não seja permitida a energização da bobina de
K2; e assim ocorre a retenção do contator K1 mostrando que o contator está fechado;
-- Pressionando o botão S2, acontece a energização da bobina do contator K2 fechando os contatos
13/14 – K2 e abrindo os contatos 21/22 – K2 não permitindo a energização da bobina do contator K1
e, assim, ocorre a retenção do contator K2 mostrando que o contator está fechado;
-- Pressionando o botão S0, os circuitos das bobinas dos contatores serão desligados e desenergizados.

Para implementar um sistema de partida direta para motores é necessário cumprir


SAIBA recomendações da ABNT NBR 5410; e consultar a empresa local que faz a concessão
MAIS de energia. Consulte a concessionária da sua região e conheça as suas instruções, reco-
mendações e determinações.
Instalações elétricas industriais volume I
78

4.3 SISTEMAS DE PARTIDAS INDIRETAS

Estes tipos de sistemas de partidas indiretas são conhecidos por possuir a função de reduzir a corrente
elétrica no momento em que o motor elétrico trifásico inicia sua rotação.

CARACTERÍSTICAS

A partida indireta busca reduzir o pico inicial da corrente, assim, torna-se necessário realizar a partida
dos motores através de elementos ou componentes que permitam manobras que reduzam a corrente de
partida no início, e que desenvolva sua rotação nominal evitando esse pico. São tipos de partidas indiretas
de motores elétricos trifásicos:
a) Partida estrela triângulo;
b) Partida por autotransformador;
c) Partida por aceleração rotórica;
d) Partida eletrônica (soft starter).

4.4 PARTIDA ESTRELA TRIÂNGULO SEM REVERSÃO

Um dos métodos mais conhecidos de partida indireta é a partida estrela triângulo para obter redução
de corrente elétrica. Ela tem como grande vantagem reduzir a corrente de partida de um motor trifásico
fazendo a redução da tensão de fase.
Salienta-se que a utilização deste sistema de partida deve acontecer somente para iniciar o acionamen-
to do motor. E após decorrido o tempo determinado por um temporizador, o motor terá a sua alimentação
normal; quando então, o sistema realiza seu fechamento em triângulo.
A sequência de operação para os contatores é determinada sendo K1 (fechamento do circuito de força),
K2 (fechamento estrela) e K3 (fechamento em triângulo).
Os contatores K1 e K3 trabalham juntos assumindo o fechamento em triângulo e K1 e K2 assumindo o
fechamento em estrela.
4 Acionamentos
79

DIAGRAMA DE POTÊNCIA

L1 L2 L3 PE

1 3 5

F123
2 4 6

1 3 5 1 3 5 1 3 5

K1 K2 K3 2 4 6
2 4 6 2 4 6

1 3 5

F7
2 4 6
PE
1 2 3

6 4 5

M 3
M1

Figura 49 -  Diagrama de potência estrela triângulo


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

O detalhe mais importante é saber identificar a corrente de fase ou de linha que irá circular pelos dois
contatores energizando suas respectivas bobinas.
Conhecendo a corrente de fase ou de linha, a corrente que passará nos contatores, deverão ser acresci-
das 15 % para essa corrente ficar superior a corrente nominal estabelecida.
Conhecendo a corrente de emprego, podem ser dimensionados os contatores a serem utilizados para
a correta aplicação aos motores.

Você sabia que a corrente que circula nos contatores K1 e K2, quando os
mesmos alimentam o motor, não é a mesma corrente nominal do motor?
Isso ocorre devido à divisão que ocorre nos nós (pontos de conexão) aci-
ma de K1.
CURIOSIDADES
É aí que ocorre a chamada “Corrente de Fase”. Ou seja, o valor de corren-
te que circula nos contatores K1 e K2 no momento do segundo estágio
da partida estrela triângulo; que é na verdade, a corrente que percorre
cada um dos grupos das bobinas do motor.
Instalações elétricas industriais volume I
80

Para reforçar o entendimento, verificando a representação do bobinado do motor e relacionando com


diagrama de potência visto na figura 5, constatamos que o contator K1 alimenta com sistema trifásico os
terminais 1, 2 e 3 do motor e o contator K2 realiza o fechamento em triângulo. A configuração representa,
por sua vez, o fechamento do motor em estrela devido ao contator K3.

Fase R
Fase Fase Fase 1
R S T

1 2 3
4
6 5

4 5 6 3 2
Fase S
Fase T

Figura 50 -  Fechamento em estrela


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Não podemos esquecer o contator K3, que é responsável de fazer juntamente com o contator K1 o fe-
chamento do motor em triângulo.
Observando os terminais 1-6-; 2-4; 3-5 recebendo a alimentação.

R S T
R
1 2 3

S
4 5 6
T

Figura 51 -  Fechamento em triângulo


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Esse tipo de fechamento proporciona uma menor tensão a ser suportada. Na prática, observa-se sem-
pre duas opções de tensão aplicadas ao motor, como motor 380 V e 220 V, neste caso, escolhe-se 220 V.
4 Acionamentos
81

DIAGRAMA DE COMANDO

O diagrama de comando representa a partida do motor trifásico com o auxílio da partida em estrela
triângulo sem reversão.

2
05
F21
-X

F7
06
11
S0
Emergência
12

S1 11

Desliga 12

10 23 13 13

S2
Liga K1 K3 K1

14 24 14 14

11

K2 11

12
K3
55
D1 12

58
A1 A1 A1 A1
K3 D1 K1 K2
A2 A2 A2 A2
1

2
F22
-X

Figura 52 -  Diagrama de comando, partida estrela triângulo


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

FUNCIONAMENTO

Para melhor compreender o diagrama de comando, vamos analisá-lo separando em 4 partes. Veja:
a) Parte 1
A alimentação do circuito e seus componentes se dará através dos fusíveis F21 e F22; seguindo através
do contato fechado do relé térmico (F7), e pelo botão S0 (Desliga), que deverá estar na condição “não
acionado”;
Instalações elétricas industriais volume I
82

b) Parte 2
Ao pressionar o botão S2 (Liga), os seus contatos serão fechados, fazendo com que a bobina do conta-
tor K3 e o temporizador D1 sejam alimentados.
K3 sendo energizado fará com que os terminais 4, 5 e 6 do motor sejam interligados. Esse contator K3 é
fechado primeiramente por questão de segurança, para evitar centelhamento (já que o fechamento des-
ses terminais configura um curto-circuito). Então, esse fechamento prévio dos terminais que serão curto-
-circuitados tem a função de garantir a integridade física dos contatos deste contator.
Neste momento a contagem do tempo pelo temporizador já é considerada, ou seja, já está em pleno
andamento;
c) Parte 3
Com a energização de sua bobina, o contator K3 muda a posição dos seus contatos (comuta) iniciando
pelos contatos NF (normalmente fechado). Então, o contato de K3 (31-32), na linha de K2 abre e, em segui-
da, os contatos K3 (13-14) fecham, ocasionando os seguintes acionamentos:
K3 (13-14) – Ao ser acionado, este contato estabelece a retenção responsável por manter a bobina de
K3 e o temporizador D1 energizados. Este contato também alimenta o contator K1; e neste momento, a
alimentação elétrica trifásica chegará ao motor, e em seus terminais 1, 2 e 3 e dará início ao movimento
rotacional de seu rotor.
Por sua vez, no diagrama de comando, o contato K1 fecha (23-24), (responsável pela retenção que o
manterá energizado, independente de K3 (13-14)), e também realiza o fechamento de seu contato K1 (13-
14) que possibilitará o futuro acionamento da bobina K2 (após o tempo do temporizador D1);

d) Parte 4
O motor está funcionando no fechamento estrela. Quando for atingido o tempo ajustado para o tem-
porizador, acontecerá a sua comutação, indo para outra posição, abrindo o contato normalmente fechado
NF D1 (55-58), cortando a alimentação da bobina de K3 (A1-A2).
Agora, após ser desenergizado, os contatos do contator K3 irão retornar para a posição de repouso;
onde K3 (13-14) que fazia retenção do próprio K3 se abre (pois não é mais necessário). O contator K1 per-
manecerá energizado, através de (K1 13-14) que mantêm sua bobina alimentada.
Quando retorna para a posição fechado, o contato NF, K3 (11-12) passa a ser o caminho de alimentação
de K2, tendo na sequência K1 (13-14) fechado, que alimentará a bobina de K2 (A1-A2).
Quando energizado, o contator K2 abrirá seu contato K2 (11-12) que serve para impedir uma nova
energização de K3.
Então, agora o motor está com seus terminais fechados em triângulo, segundos após sua partida.
Caso ocorra o acionamento dos dispositivos: S0; F7; F21 ou F22 a linha de alimentação do comando será
interrompida, interrompendo o funcionamento do motor trifásico.
4 Acionamentos
83

4.5 PARTIDA ESTRELA TRIÂNGULO COM REVERSÃO

É um sistema de partida que tem como objetivo reduzir a corrente elétrica e que também a possibilita
alterar o sentido de rotação.

DIAGRAMA DE POTÊNCIA OU DE FORÇA

As três fases L1, L2, L3, estão protegidas por um fusível em cada fase sendo (F1, F2, F3) e, assim, estão
devidamente ligadas ao contator K1 e K4. Esses dois contatores estão num paralelo que juntam ao relé
térmico F7; e assim a ligação se completa com os cabos até o motor.
Seguindo a mesma sequência, as três fases também chegam ao contator K3 que está em série com o
contator k2 curto-circuitado.
Estes dois contatores também têm ligação dos cabos do motor.

R
S
T
F 1, 2, 3

1 3 5 1 3 5
K1 K4
2 4 6 2 4 6

1 3 5 1 3 5
K3 K2
F7 2 4 6 2 4 6

1 2 3

4 5 6

Figura 53 -  Circuito de potência estrela triângulo com reversão


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

O sistema de partida estrela-triângulo com reversão não é muito empregado, pois não é comum realizar
partidas e reversões constantes em motores que possuem corrente de partida alta, pois normalmente têm
equipamentos e sistemas relativamente “pesados” a eles conectados mecanicamente.
Instalações elétricas industriais volume I
84

DIAGRAMA DE COMANDO

R
S
T
F21 F22
95
FT7
96

1
S0
2

3 13 3 13 23 23
S1 K3 K4
4 K1 14 4 14 24 24

15 13
d1 K3 14
16 18

31 41 31 21 21
K4 32 K1 42 K3 32 K4 K2
22 22
A1 A1 A1 A1 A1
K1 K4 D1 K2 K3
A2 A2 A2 A2 A2

Figura 54 -  Diagrama de comando estrela triângulo com reversão


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

IDENTIFICAÇÃO

a) Sentido horário
Ao apertar o botão S1, os contatores K1 e K2 serão energizados e também o temporizador d1 que dá
início à contagem de tempo.
A partir do momento de atuação do temporizador, o motor tem sua ligação comutada, ou seja, mudan-
do as posições de sua configuração em estrela, e girando no sentido horário, terminando o tempo fecha-se
o contado do temporizador d1 muda de posição desenergizado K2 e energizando K3. Agora o motor tem
sua ligação comutada em triângulo, e gira no sentido horário.

b) Sentido anti-horário
Para que se faça a reversão, é necessário que se faça antes o acionamento de S0, para a parada do motor.
Pressionando S2, serão energizados os contatores K4 e K2 (observando o diagrama de potência, vere-
mos que K4 inverte as fases do motor) e o temporizador d1 que dá início à contagem de tempo.
4 Acionamentos
85

Agora temos o motor com seus terminais ligados em estrela, e o motor girando no sentido anti-horário.
Ao se completar o tempo o preestabelecido, o contato do temporizador d1 muda de posição desenergi-
zando k2 e energizando k4. Então, temos o motor ligado em triângulo, e girando no sentido anti-horário.
Os contatores k1 e k4 são impedidos de serem acionados ao mesmo tempo por conta do intertrava-
mento. O recurso do intertravamento também é utilizado para evitar que k2 e k3 fiquem energizados ao
mesmo tempo.

4.6 PARTIDA SÉRIE E PARALELO

Este é um tipo de partida indireta que tem características muito peculiares, dentre elas, a possibilidade
de ser utilizada apenas com motores que permitam a ligação para as tensões de 220/ 380/ 440/ 760 V. Ou
seja, motores que possuam 12 terminais de conexão disponíveis e também que tenham suas tensões em
regime normal de serviço iguais às tensões da rede. Para motores com potência maiores que 100 Cv, é um
dos melhores tipos de partida existentes.
Na partida, a corrente e o conjugado ficam reduzidos se comparados à partida direta, portanto devem
ser acoplados às máquinas que partem praticamente a vazio, ou seja, motores sem carga.
Quando da utilização de partida série paralelo, o motor vai ter sua partida em série, e, transcorrido o
tempo de 5 segundos de funcionamento o motor, passa a ficar em paralelo.

A chave de partida série e paralelo é mais econômica do que a chave estrela triângu-
lo na partida; e isso é devido ao fato de que o conjugado será reduzido em apenas 25
%.
FIQUE
ALERTA Mas, atenção, porque esse sistema não se aplica a todos os motores.
Utilize esse tipo de sistema apenas na implantação de um sistema elétrico com mo-
tor que possua potência acima de 100 Cv.

A partida série e paralelo é também outro método de efetuar e executar uma partida de um motor
elétrico trifásico.
Instalações elétricas industriais volume I
86

A B C
F1 F2 F3

1 3 5 1 3 5 1 3 5
K1 K2 K3
2 4 6 2 4 6 2 4 6

1 3 5 1 3 5

F4 F5 1 3 5
2 4 6 2 4 6 K4
2 4 6

7 8 9

3
2
M 6
5
1
3~ 4

10 11 12

Figura 55 -  Diagrama de potência partida série e paralelo


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

É preciso que o motor possa ser ligado em duas tensões para ocorrer esse tipo de partida; sendo que a
menor tensão possui o mesmo valor da rede e a maior tensão possui o valor em dobro.
Também é importante frisar que, nesse sistema de partida, o pico de corrente é reduzido a 1/4. Como
inconveniente, é necessário que o motor parta a vazio, devido ao fato de que teremos uma redução no
conjugado de partida, que terá a mesma proporção.

DIAGRAMA DE POTÊNCIA OU DE FORÇA

As três fases R, S, T, estão protegidas por fusíveis, sendo (F1, F2, F3). E assim estão devidamente ligadas
ao contator K1 e K2.
O contator K1 é o principal elemento nesse diagrama para esse tipo de partida. Deve ser ligado ao relé
térmico F4 e assim a ligação se completa com os cabos até o motor 12 terminais, com três terminais 10-11-
12 fechados em curto no motor trabalhando com 9 terminais.
O contator K4 com fechamento em estrela, contator K2 em paralelo com contator K1 e o contator K3
em série com contator K1.
4 Acionamentos
87

DIAGRAMA DE COMANDO

R
F6

95
F4
96
95
F5
96
1
S0
2
3 13 4
S1 K1 K1 3
14

55 13 2
D1 K3 K3
56

A1 A1 A1 A1 A1
K3 D1 K1 K2 K4
A2 A2 A2 A2 A2
N

Figura 56 -  Diagrama de comando da partida série e paralelo


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Pressionando S1, energizam-se o contator K3 em série fechando os contatos 3-4 K3 e energizando o


temporizador D1 juntamente com o contator K1, que dá início à contagem de tempo.
Neste momento, o motor está ligado em série e o temporizador energizado. Após passado o tempo,
abre-se o contato do temporizador 55-56 - D1 muda de posição desenergizado K3.
Agora o motor está ligado em paralelo, devido ao contator K1 energizar o contator K2 que, consequen-
temente, energiza K4.
Instalações elétricas industriais volume I
88

4.7 PARTIDA COMPENSADORA

As chaves compensadoras são um recurso para partidas de motores que possuam cargas de conjugado
resistente até 50% do conjugado em regime normal.
Os TAPs5 mais comuns são os de 65% e 80% da tensão nominal, possibilitando que o motor tenha uma
partida satisfatória, com a redução de 42% e 64% da corrente e do conjugado de partida, respectivamente.
Na partida do motor ocorre a redução da voltagem de sua tensão elétrica, proporcionada por suas liga-
ções estarem em série com as bobinas de um autotransformador.
Este tipo de ligação é utilizado em máquinas como calandra, compressores, bombas, sendo motores
que não aceitam partidas elevadas de corrente.
Ainda, a ligação em questão está entre os três melhores métodos de partidas a serem utilizadas nos
ambientes industriais.

Atualmente para partidas utilizadas em motores de médio ou grande


porte, os inversores de frequência ou soft starters são mais utilizados;
CURIOSIDADES entretanto, ainda é possível encontrar para motores de médio ou grande
porte tal como exaustores industriais, caldeiras com esse tipo de partida
compensada.

CARACTERÍSTICAS

Apresenta-se como características ter um autotransformador ligado em estrela, possuindo geralmente


três contatores, um relé de sobrecarga, três fusíveis retardados e um relé de tempo.

DIMENSIONAMENTO

O autotransformador é um tipo de transformador com características específicas. Possui um núcleo


magnético composto por três bases verticais (colunas) feitas com aço silício. Cada uma dessas colunas é
envolvida por uma bobina.
Os pontos iniciais dessas bobinas são interligados, num fechamento em estrela. Os TAPs estão ao longo
dessas bobinas e os valores de tensão que podem ser coletados nesses TAPs operacionais são de 50%, 65%
e 80% da tensão aplicada na fase.
Possuem, também, os sem sores térmicos, que monitoram a temperatura do bobinado do autotrans-
formador. Na ocorrência de aumento de temperatura no bobinado, a proteção térmica atua desligando o
sistema evitando danos a esse bobinado, o que causaria problemas no torque e rotação do motor.

5 TAPs: são as derivações disponíveis no bobinado de um transformador ou autotransformador, que permitem elevar ou reduzir a
tensão transformada para valores diferentes, conforme seleção.
4 Acionamentos
89

De acordo com o TAP selecionado, teremos um conjugado diferenciado no motor, devido à corrente
que circula nos enrolamentos durante partida, e que fica reduzido pelo padrão de operação do TAP esco-
lhido.
A curva característica do conjugado e da rotação possuem valores abaixo à curva da tensão plena, tam-
bém devido à escolha operacional do TAP.

IDENTIFICAÇÃO

A utilização de chave de partida compensadora ocorre para acionar motores sob carga, os quais podem
ser de tensão única e possuírem apenas três cabos.
TAP de 65% reduz para 42 % o valor de partida direta.
Tap de 80% reduz para 64 % o valor de partida direta.
a) Diagrama

R 3~/ 60HZ / 380Vca


S
T
N
F - 1, 2, 3

1 3 5 1 3 5
K1 K2
2 4 6 2 4 6

100%
1 3 5 80%
FT1
2 4 6 65%

M 0%
K3
1 3 5

2 4 6
3~220 / 380Vca

Figura 57 -  Diagrama de potência e de comando da partida autotransformador


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Este tipo de partida também visa a redução dos picos de corrente, já que as tensões são reduzidas.

b) Diagrama de potência ou de força e comando


O entendimento sobre o diagrama de potência e comando se dará de acordo com o entendimento da
atuação dos dispositivos presentes no diagrama elétrico representando este tipo de ligação.
Instalações elétricas industriais volume I
90

As três fases R, S, T, estão protegidas por um fusível em cada uma, sendo (F1, F2, F3), e assim estão devi-
damente ligadas ao contator K1, K2.
O relé térmico FT1 faz a proteção contra sobrecargas e, a partir dele, as ligações de cabo chegam ao
motor.
A primeira parte do circuito de força tem as três fases passando pelo contator K1, pelo relé térmico che-
gando até o motor; e nessa parte não há compensação.
O contator K2 faz outra ramificação do circuito, ligados ao transformador e, por último, o contator K3
que faz o fechamento dos terminais iniciais das bobinas do autotransformador, num curto-circuito que
configura uma ligação estrela.
O transformador compensador redutor é fechado em estrela utilizando o contator K3; e assim interliga
também os vários TAPs. Temos TAPs de 0%, 65%, 80% e 100% de utilização das bobinas.
Na imagem anterior, o circuito o transformador está ligado em 65% de utilização da bobina de uma
tensão de 380 V.
Sendo assim, o motor está em série e alimentado pela compensação das bobinas do transformador.
Então pelo diagrama anterior, a partida acontecerá utilizando os contatores K2 e K3 e depois da conta-
gem do temporizador o contator assume a parte final sendo o último elemento a entrar.

c) Diagrama de comando

R
S
T
N
F4

FT1

S0

S1
K2 K1

KT1 K3

K1 K2 K3
K1

A1 A1 A1 A1

K3 A2 K2 A2 KT1 A2 K1 A2

Figura 58 -  Diagrama de comando da partida autotransformador


Fonte: SENAI DR BA, 2018.
4 Acionamentos
91

Pressionando S1, energizam-se o contator k3 fechando os contatos auxiliares K3 que energiza o con-
tator k2 que, consequentemente, vai acionar o temporizador KT1 dá início à contagem de tempo. Essa
contagem vai variar entre 15 a 20 segundos a depender do tipo de carga existente.
Nesse momento o motor está sendo alimentado pela comutação das bobinas do transformador efeti-
vando 65% da tensão de 380 V da rede.
Quando o temporizador KT1 efetivar sua contagem, vai haver comutação e o contato fechado se torna-
rá aberto; e assim, desabilita-se o contator K3.
Sendo assim, os contatos fechados de K3 irão habilitar o contator K1 efetivando e alimentando o motor
já com a tensão da rede em 380 V e o contato normalmente fechado NF de K1 desabilita K2.
Para o circuito ser desligado, há necessidade pode acontecer ou pela botoeira S0 ou pelo relé térmico.

4.8 PARTIDA COMPENSADORA COM REVERSÃO

O objetivo deste tipo de partida é reduzir a corrente de pico, que fará isso através da redução da tensão
ocasioanada pelos TAPs do transformador. Porém, esse circuito tem agregado a si funcionalidade de poder
inverter a rotação do motor.
Em algumas situações que se utilizam motores com grandes potencias é necessário utilizar o comando
partida compensada com reversão de rotação; embora, não seja muito comum isso ocorrer devido ao fato
de que motores de potência elevada sempre têm mecanismos e sistemas pesados ligados ao seu eixo, que
normalmente inviabiliza inversões de rotação; mas é sempre muito interessante saber sobre a possibilida-
de de utilização desse recurso. Esse recurso é utilizado, por exemplo, para grandes moinhos.
Observamos que os contatores K1, K2 e K3 são os responsáveis por fazer a partida compensada e os
contatores K4 e K5 realizam a inversão da fase.
Instalações elétricas industriais volume I
92

DIAGRAMA DE POTÊNCIA E DE COMANDO

95
FT1
K4 IC K3 IC 96

01
S0
02

K1 IC K2 IC
03 13 13 13 23 13 13 15 13
S1 S2
04 14 04 14 24 24 16 16 14
13
11 11 13 14
FT1 K5 K4 K1 21 11
12 12 12 K1 K2
1 2 3
22 12
K3 IC
14 15 13 FT1 12 11
3~

Figura 59 -  Diagrama de potência e de comando da partida compensada com reversão


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

IDENTIFICAÇÃO

A operação do circuito elétrico e seu comando será iniciada pressionando-se S1 ou S2 (dependendo do


sentido da rotação desejado no momento da partida do motor). Supondo que se inicie por S1:
a) Pressionando S1, liga K4 que se manterá ligado através do seu contato normalmente aberto NA
em paralelo com S1 (contato selo);
b) Fechando K4, por consequência teremos o acionamento de K3, e também do temporizador KT1,
que ocasiona o início da contagem de tempo;
c) Fechando K3, K2 também é acionado;
d) Percebe-se que o acionamento de K2 impedirá a energização de K1.

Nesta situação, tem-se K4, K2 e K3 acionados.


a) Observando o diagrama de força vemos que se trata do primeiro estágio do acionamento da
chave compensadora, em um dos sentidos de rotação;
4 Acionamentos
93

b) Quando o tempo estipulado em KT1 é atingido, o contato normalmente fechado NF de KT1 abre
e desliga K2. O contato normalmente aberto NA de KT1 fecha, ligando k1;
c) O fechamento de K1 abre K3. Note o contato normalmente fechado NF de K1, que está em série
com a alimentação de K3.

Nesta situação temos os contatores K4 e K1acionados.


Então, observando o diagrama de força, vemos que, com esses dois contatores ligados, a tensão no-
minal da rede estará chegando ao motor; e o mesmo, está em potência máxima, girando no sentido de
rotação escolhida no início.
Após a parada total do motor, todo o processo poderá ser repetido pressionando S2.
Observe que ao iniciar o comando através do botão S2 tudo acontecerá da maneira anterior, com a
troca do contator K4 pelo K5; o que provocará a inversão de uma fase e, consequentemente, a rotação do
motor.
É importante frisar que a inversão de rotação só deve acontecer quando o motor estiver totalmente
parado. Existem alguns recursos e sistemas que auxiliam para essa função de frenagem do motor e que
serão vistos em seguida.
Instalações elétricas industriais volume I
94

4.9 FRENAGEM POR CONTRACORRENTE E ELETROMECÂNICA E POR INJEÇÃO DE CORRENTE


CONTÍNUA

Existem várias formas de realizar a frenagem de um motor de indução e dentre as que mais são utiliza-
das, destacam-se dois métodos de frenagem elétrica.
a) Frenagem por contracorrente;
b) Frenagem por injeção de corrente contínua (CC);
c) Frenagem eletromecânica.

Veremos detalhadamente cada uma delas.

FRENAGEM POR CONTRACORRENTE

Quando há inversão de duas fases da tensão de alimentação do enrolamento direcionando a rotação


do campo girante do motor muda a direção tornando a rotação do rotor contrária, obtemos uma frenagem
por contracorrente.
Dessa forma, a rotação do rotor fica oposta ao torque, fazendo a velocidade diminuir e desenergizar o
motor.
Quando a frenagem deste tipo é utilizada, as correntes que serão induzidas nos enrolamentos rotóricos
são de frequências altas (duas vezes a frequência no estator) e de elevada intensidade, devido ao fato de
haver um elevado torque desenvolvido pelo motor.

CARACTERÍSTICAS

Para se utilizar este tipo de frenagem se faz necessária a utilização de circuitos ou dispositivos auxiliares,
para não provocar a reversão do motor. Como exemplo desses dispositivos, temos aqueles que monitoram
a velocidade do eixo do motor; e, se uma tendência à reversão se manifestar esses dispositivos atuam no
circuito de comando, provocando a abertura desses contatos que ocasionariam a reversão.
Também se pode impedir a reversão programando um temporizador, com tempo em milissegundos,
para que este desligue o contator da frenagem, e assim, permita apenas a contracorrente instantânea ne-
cessária para auxiliar a parada do motor.

DIMENSIONAMENTO

Os dispositivos do circuito de força devem ser dimensionados de forma a suportar a corrente produzida
pela reversão instantânea. Assim como em máquinas que utilizam reversões constantes, para situações de
4 Acionamentos
95

trabalho em que frenagens serão constantes, é muito importante considerar a necessidade de mudar a ca-
tegoria dos contatores e mudar a classe do motor para suportar as frenagens previstas no funcionamento
da máquina (regime de trabalho/categoria diferenciada).

L1 L2 L3

F1

K1 K2

F2

U V W

Figura 60 -  Frenagem por contracorrente


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Um motor de indução de corrente alternada, quando submetido a uma


corrente contínua, fica instantaneamente parado, não ocorre rotação
CURIOSIDADES pois não há fluxo circulando no campo magnético fazendo o mesmo
travar.
Instalações elétricas industriais volume I
96

4.10 FRENAGEM POR INJEÇÃO DE CORRENTE CONTÍNUA CC

O motor desenvolve um torque sendo uma força de frenagem quando há desconexão do estator da
rede de alimentação juntamente com a fonte de corrente contínua.
Essa desconexão acontece quando a rotação do rotor em seu campo produz um fluxo de corrente alter-
nada no mesmo e, assim, uma corrente contínua (corrente rotórica) é enviada ao enrolamento do estator
onde fica um fluxo magnético estacionário.
Um motor funcionando com corrente alternada e quando essa corrente se torna contínua, o motor
interrompe sua rotação, parando, acontece uma forma de freio.
E essa corrente contínua somente é possível através da ponte retificadora de diodos presente no circui-
to de força.
Na prática, a utilização do recurso da frenagem por corrente contínua é limitada devido ao fato de que
pode causar sobreaquecimento excessivo no mesmo. Isso ocorre devido ao fato de que toda a energia de
frenagem é dissipada no próprio motor. Assim, para que não haja comprometimento da vida útil do motor,
esse recurso da frenagem CC (corrente contínua) tem um valor limitado a cerca de 20% da tensão nominal
em corrente alternada do motor.

L1 L2 L3

F1 L1
F3

F2
S2
KM1 KM3 KM2 S1 KM1 Ka1

KM1 KM2 KM2


F2
S3

KM2 KM3 Km1

U V W
KM1 KM2 KM3 KA1

Figura 61 -  Frenagem por injeção CC


Fonte: SENAI DR BA, 2018.
4 Acionamentos
97

CASOS E RELATOS

Implementando um sistema de frenagem em uma máquina de corte industrial


A BHL Madeiras S/A é uma indústria localizada em Belém do Pará e atua no mercado de madeiras há
mais de dez anos.
A empresa possui uma variedade de máquinas automáticas, dentre elas a seccionadora, uma máqui-
na que é utilizada para a execução dos cortes em chapas de madeira que, por sua vez, são utilizadas
na construção de móveis e similares.
Nestas máquinas utilizava-se como chave de partida motores de indução trifásicos, a partida direta
com reversão.
Através dessa chave, a máquina possuía um dispositivo de corte denominado serra circular, que
utilizava um sentindo de rotação realizando um corte e, em seguida, em reversão alterava à rotação
para realizar outro corte. Porém, era necessário aguardar um tempo, até a parada total da rotação do
equipamento em um sentido, para acioná-lo o sentido contrário, o que nem sempre era respeitado
pelos operadores que acionavam a rotação sem que o equipamento estivesse totalmente parado,
causando aumento no consumo de energia devido aos picos. E, ainda, provocando a deterioração
gradual do equipamento.
Para melhorar a situação da produção (praticamente eliminando o tempo de parada do motor) e,
consequentemente, minimizar os esforços do motor, foi preciso instalar uma partida com frenagem
utilizando motores de corrente contínua para fazer o motor frear, parando totalmente o motor e, em
seguida, possa ser acionada a reversão.
Como resultado, foram obtidos benefícios na produção; pois, ao reduzir o tempo de retorno da serra,
o próximo ciclo de corte poderá ser iniciado com maior rapidez e assim sucessivamente, ocasionando
um substancial aumento na produção no final do dia ou turno de trabalho. E, também, diminuição
significativa no consumo de energia elétrica; bem como, diminuição do desgaste do equipamento.

CHAVES DE PARTIDA ELETRÔNICAS

Com o avanço da tecnologia, principalmente na eletrônica de potência, nos dias de hoje é cada vez
mais acessível e econômico a utilização de chaves de partida eletrônicas para motores.
A seguir, vamos conhecer as chaves de partida eletrônicas, os soft starters e os inversores de frequência
mais conhecidos e utilizados no ambiente industrial.
Instalações elétricas industriais volume I
98

4.11 Acionamentos com chave SOFT STARTER

Os soft starters são destinados tanto para motores de corrente contínua como também corrente alter-
nada, assim, estes dispositivos asseguram boas condições de operações progressivas.

Ajustes e indicações
Dip swich para habilitar/desabilitar
as proteções do motor Entrada de
alimentação trifásica

R/1L1 S/3L2 T/5L3

LEDs para indicação das Entrada da


proteções da SSW05 Plus eletrônica e
A1 A2 D11 D42 entradas digitais

LEDs para indicação de


estado da SSW05 Plus Conector para serial
ou HMI remota

Saídas digitais
Ajustes de tensão de pedestal,
a relé
tempo de aceleração e
desaceleração e corrente do
U211
motor V412
W

Saída para
o motor

Figura 62 -  Soft starter


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Quando um motor é colocado em funcionamento, através de uma alimentação eletrônica, resulta em


um aumento progressivo de tensão e isso permite ao motor obter uma partida sem trancos, sem picos de
corrente, devido ao fato de haver a tensão elétrica.
Este tipo de redução é ocasionado pelo conversor e pelos diversos tiristores antiparalelo6, projetados
especificamente de dois em dois em cada fase de rede.
O controle progressivo da subida da tensão é realizado pela rampa de aceleração, que por sua vez de-
pende do valor da corrente de limitação, sendo assim, o soft starter garante:
a) O controle das condições de funcionamento principalmente na partida e na parada do motor;
b) Proteção térmica para o motor e para o controlador;
c) A proteção mecânica pela extinção dos golpes pela redução da corrente.

6 Tiristores antiparalelo: têm a função de controlar a tensão da rede e, consequentemente, fazer a frenagem no motor.
4 Acionamentos
99

IDENTIFICAÇÃO

Os soft starters têm seu funcionamento baseado no chaveamento de tiristores. Na verdade, possuem
uma ponte tiristorizada na configuração antiparalelo. Tudo isso controlado e comandado por uma placa
eletrônica que tem a função de fazer o ajuste da tensão de saída.
trifásica
Fonte

MIT

Sensor

Partida Sistema de
controle e
Parada disparo

Figura 63 -  Esquema simplificado da ponte e do sistema de controle de um soft starter


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

O controle da tensão da rede se dá por meio do circuito de potência, que é constituído por SCRs7. Esses
diodos retificadores controlados de silício (SCRs) funcionam como elemento de disparo de circuitos eletrô-
nicos e assim, variando os ângulos de disparo, acontece a variação de tensão.
A estrutura para formar o circuito interno do soft starter está dividida em duas partes, sendo circuito de
potência e circuito de controle.

CIRCUITO DE POTÊNCIA

Este circuito é responsável pela tensão da rede ser controlada através de 6 tiristores, que possibilitam a
variação do ângulo condução das tensões que alimentam o motor.

7 SCRs: diodo controlado por silício. É um dos principais componentes ao controle de cargas de potência com altos valores.
Instalações elétricas industriais volume I
100

CIRCUITO DE CONTROLE

Este circuito é responsável pelo comando, sinalização e interface homem ou máquina (IHM) que são
configurados pelos usuários em função da aplicação.
O soft starter é um módulo eletrônico tiristorizado utilizado para suavizar a partida de motores de in-
dução trifásicos; o mesmo inicia a transferência gradual de energia para o motor, realizando, dessa forma,
uma suave aceleração do mesmo; o que possibilita a redução dos trancos e golpes que seriam sofridos
pelos componentes mecânicos e acarretariam uma sobrecarga na rede elétrica, no momento da partida.

CARACTERÍSTICAS

As principais características de um soft starter são proteção, sinalização e ajustes de configurações.


Os soft starters apresentam funções que permitem configurar o sistema de acionamento nas seguintes
condições:
a) Controle das rampas de aceleração e desaceleração;
b) Limitação da corrente ajustável;
c) Conjugado na partida;
d) Frenagem por injeção de corrente contínua;
e) Proteção do motor contra aquecimento devido à sobrecarga;
f) Monitoração de desequilíbrio ou falta de fase e de defeitos nos tiristores.

PARAMETRIZAÇÃO

Os parâmetros são ajustados de acordo com a necessidade de utilização que depende de cada função
especificada através de letras e número:
a) Parâmetros de leitura: são valores que são visualizados no display;
b) Parâmetros de regulação: são valores ajustáveis;
c) Parâmetros de configuração: são valores de funções a serem executadas;
d) Parâmetros do motor: são valores que definem as características nominais do motor.

Esses parâmetros são agrupados em números que vão de 0 a 9. Dentro de cada grupo, temos as variá-
veis a ele atreladas. Por exemplo, os parâmetros de leitura estão no grupo 7. O parâmetro 71 seria referente
ao parâmetro de leitura das entradas digitais; já o parâmetro 74 seria a leitura das saídas analógicas. Num
outro exemplo, os parâmetros do motor estão no grupo 2; sendo que 20 seria o parâmetro da potência do
motor, 21 seria a tensão do motor, 22 seria a corrente do motor, e assim segue.
4 Acionamentos
101

-- Parâmetros de regulação: P00...P15, P22...P42, P45, P47


-- Parâmetros de configuração: P43, P44, P46, P51...P57, P61, P62;
-- Parâmetro do motor: P21, P25, P26 e P27;
-- Parâmetros de leitura: P71...P77, P82, P96...P99.

As funções disponíveis em um soft starter são:


a) Seleção de ajuste local da rampa de aceleração
Este ajuste se refere à corrente limitada na partida do motor, pois permite suavizar a subida de corrente
no motor, de zero até a corrente de partida.
Esta suavização evita trancos no motor e na carga e não é responsável direta pelo tempo de partida
efetiva do motor;

b) Seleção de ajuste remoto


Esta função é utilizada para partida de dois ou mais motores de potências diferentes com o mesmo
soft starter. Cada motor terá a partida ideal, se um dispositivo externo como contatores auxiliares ou CLP8
selecionar a corrente de partida para cada caso;

c) Seleção de parada por corrente ou por rotação


Em caso de seleção de parada suave e comando de parada suave no botão correspondente, o soft starter
inicia a parada do motor obedecendo à rampa de parada ajustada, por corrente ou por rotação do motor.
Em qualquer um desses dois casos teremos uma diminuição da rotação, que acontece em rampa. Po-
rém, teremos uma precisão maior na parada por rotação, pois a corrente fica livre para aumentar ou dimi-
nuir, ocasionando uma compensação da carga;

d) Função energy saver


Esta função provoca uma diminuição da tensão no motor quando a carga for abaixo da nominal do
motor. É extremamente útil nas situações onde os motores sofrem uma carga excessiva durante a partida,
mas vai sendo diminuída gradativamente, o que ocorre em muitas e muitas aplicações;

e) Função detecção de cavitação


Utiliza-se bastante essa proteção em equipamentos ou máquinas que possuem bombas; quando po-
dem ser mais facilmente detectadas, diminuições na corrente do motor, quando em operação. O que re-
presentaria que a bomba está apresentando problemas, como estar com ar no sistema;

8 CLP: Controlador Lógico Programável. Equipamento eletrônico microprocessados, que executa lógicas de comando
virtualmente.
Instalações elétricas industriais volume I
102

f) Função de frenagem
Com o objetivo de reduzir a velocidade de rotação em um motor sem que o mesmo sofra danos, esta
função permite a parada com frenagem por injeção de corrente contínua com um valor igual a aproxima-
damente duas vezes a nominal do motor. Só é ativa em caso de Parada Normal (Full Stop).
O ajuste do tempo para essa frenagem deve ser efetuado quando o equipamento é instalado e inicia
sua operação (o chamado “startup”). O valor ideal é aquele que interrompa a frenagem tão logo o motor
tenha parado. Normalmente o tempo ajustado varia entre 2 e 15 segundos;

g) Função booster
Este é um recurso bastante interessante. O soft starter permanece injetando por um período ajustável
(normalmente de 0 a 2 segundos), uma corrente da ordem de 4 a 5 vezes a corrente nominal do motor. Este
recurso é utilizado para grandes cargas, onde o esforço para vencer a inércia é muito grande. A rampa de
partida programada se inicia após este tempo de injeção se encerrar.
Devido ao fato de causar sobrecorrente na instalação, esta é uma função que deve ser utilizada pelo
menor tempo possível, e se a situação de fato exigir o recurso;

h) Proteções
A utilização de soft starter não se limita apenas a partida de motores de indução, pode ser usada para
garantir proteção do motor, proteção contra sobrecargas, etc., aproveitando o benefício que os dispositi-
vos eletrônicos, como o soft starter, possuem de detectar e sinalizar essas falhas, fácil e instantaneamente;

i) Detecção de falha e falta de fase


Quando atuada, acende o LED correspondente, comuta o relé de falha e inibe-se o disparo dos tiris-
tores. Sinaliza se ocorrer tanto falta de fase na entrada como na saída, como também falha interna que
ocasione falta de corrente em uma das fases;

j) Curto-circuito
Na ocorrência de um curto-circuito, quando a corrente instantânea chegar a um valor de 8 vezes a no-
minal do soft starter, a proteção atuará. O LED de indicação acenderá e a parte eletrônica de potência será
desligada, cortando a alimentação do motor, e o relé de indicação de falha será atuado.
Independentemente de que o soft starter possui essa proteção, devemos ter no circuito o uso de fusíveis
ultrarrápidos para proteção dos tiristores, porque podem ser atingidos valores elevados de corrente. Neste
caso, o fusível pode atuar primeiro, protegendo mais adequadamente os tiristores;
4 Acionamentos
103

k) Sobrecorrente
Esta proteção monitora aumentos significativos de corrente. Possui uma faixa de regulagem que de-
terminará o ponto interrupção da operação do equipamento, quando essa sobrecorrente estiver entre 70
a 120% da corrente nominal. Este tipo de ação ocorre após 10 segundos de sobrecarga, acendendo o LED
de sinalização correspondente. Será interrompido o disparo dos tiristores e acionado o relé de falha. O
ideal é que todas as chaves soft starter possuam essa proteção. Na ocorrência de sobrecarga e atuação da
proteção, o motor será parado;

l) Sinalizações por LEDs


Os soft starters possuem, normalmente, um conjunto de LEDs que o informam o seu status de funcio-
namento:
-- Stand-by (pronto): significa que o equipamento está pronto para comandar a partida do motor;
-- Rampa: sinaliza os momentos em que o equipamento está desenvolvendo as rampas de partida e
parada;
-- Rotação nominal: sinaliza o final da rampa de partida terminou e que o motor tem sua corrente em
níveis nominais, e que o mesmo está operando. Comanda também a entrada do contator de By pass
(que alimenta o motor e retira o soft starter de linha) quando utilizado;
-- Frenagem: indicação luminosa de que o motor está em processo de frenagem por injeção de corrente
contínua;
-- Booster: indica que (se selecionada a função), o processo de injeção de alta corrente no início de par-
tida está ativo;

m) By pass
O recurso de By pass é uma função que resguarda o equipamento e aumenta a sua vida útil. Trata-se do
acionamento de um contator ligado em paralelo com a chave, e que é acionado pela mesma, passando a
alimentar o motor. O soft starter aciona esse contator tão logo seja atingida a velocidade nominal do motor;

n) Dimensionamento
Para um dimensionamento mais adequando e preciso na utilização do soft starter, temos que utilizar as
corretas seleções de seu programa descrito através de seus parâmetros;

o) Sobre corrente imediata de saída


Ajusta o máximo valor de corrente que o soft starter permite conduzir para o motor por um período de
tempo determinado;
Instalações elétricas industriais volume I
104

p) Subcorrente imediata
Ajusta o valor mínimo de corrente que o soft starter permite conduzir para o motor por um determinado
período de tempo determinado.

Estes dispositivos eletrônicos são utilizados em motores elétricos de indução trifásicos e garantem o
funcionamento pleno sem haver variações de velocidades, controlando a tensão e corrente proporcionan-
do uma partida suave.

4.12 Acionamento com INVERSOR DE FREQUÊNCIA

É um equipamento capaz de gerar tensão trifásica e frequência ajustáveis que opera transformando
a tensão alternada em contínua; e que após essa transformação, a tensão, a frequência e a amplitude se
tornam ajustáveis. Há tempos atrás, para haver um controle preciso de velocidade, era necessário utilizar
motores de corrente contínua e isso necessitava de retificação da tensão de fornecimento para alimentar
o motor.

Conversor de AC
para DC

Tensão V
A
B
C

Figura 64 -  Conversor AC para DC que possui um inversor de frequência


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

O inversor de frequência é o dispositivo que possui o método mais eficiente de controlar a velocidade
de motores de indução trifásicos. É responsável pela variação da velocidade, pela variação da frequência,
velocidade, controle e conjugado com relação à carga mecânica.
4 Acionamentos
105

Figura 65 -  Inversores de frequência


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

CARACTERÍSTICAS

Os inversores de frequência, por suas características, podem ser vetoriais ou escalares.


A maioria dos inversores de frequência possui características escalar, que são utilizados em tarefas mais
simples como o controle da partida e da parada e a manutenção da velocidade em um valor constante. A
lógica de controle usada é a relação de tensão ou frequência constante.
Em comparação com os inversores escalares, o inversor vetorial é mais complexo. De uma forma geral,
com eles temos o desacoplamento entre o controle do fluxo e o controle da velocidade, que se dá através
da transformação de variáveis.
Portanto, dizemos que os inversores vetoriais proporcionam grande precisão na partida e parada, no
controle da velocidade e também do torque de motores elétricos; e a técnica de controle utilizando esses
inversores de frequência é a ideal para realizar tarefas relativamente complexas.
O inversor de frequência possui uma série de vantagens, tais como: controlar a velocidade do motor,
sem grandes perdas de torque; aceleração suave através de programação; frenagem direta no motor, sem
necessidade de freios mecânicos; programação de velocidade de acordo com a necessidade; automatiza-
ção; flexibilidade; segurança; instalação simples; maior precisão.
Os inversores de frequência têm uma vasta aplicação no ambiente industrial. Este dispositivo eletrônico
tem a capacidade inerente de variar a velocidade ou controlar o torque de motores elétricos trifásicos em
corrente alternada e permitem, aos engenheiros, desenvolver equipamentos de produção fabris bastante
sofisticados e cheios de recursos que só se fazem possíveis por conta da utilização dos inversores.
Instalações elétricas industriais volume I
106

Um inversor pode substituir sempre um soft starter, mas, ao contrário não é ver-
FIQUE dadeiro, pois enquanto uma partida direta apresenta picos de corrente de até sete
ALERTA vezes a nominal, por um longo período, o soft starter provê picos da metade desse
valor, por um tempo significativamente menor.

Atualmente, no ambiente industrial o uso de inversores de frequência está nos mais diversos equi-
pamento e máquinas, como: pontes rolantes, elevadores, escadas rolantes, compressores, ventiladores,
bombas, sistemas de ar-condicionado, extrusoras, bobinadoras, guindastes, compressores, cortadeiras,
dobradeiras, máquinas diversas da indústria de alimentos, química e bebidas, etc.

a) Dimensionamento

Retificador Proteção
Entrada Drive

Proteção Driver de Auto


de surtos Proteção do base boost
inversor

Painel de
controle de Circuito de controle
programação I/o

Figura 66 -  Blocos do inversor de frequência


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

A mudança na frequência fornecida pela rede para entrada no motor é realizada da seguinte forma:

b) Retificador ou barramento DC
Pontes retificadoras, esse bloco retifica a energia alternada disponível para alimentação do inversor, a
configuração formada por uma ponte de diodos em onda completa e na saída um capacitor que realiza a
filtragem da tensão obtida;

c) Inversor de potência
A tensão trifásica de alimentação é gerada do motor usando a tensão contínua do bloco anterior. No
circuito simplificado são usados transistores que chaveiam a tensão a partir dos sinais de gerador PWM
(Modulação por Largura de Pulso);
4 Acionamentos
107

d) Proteção contra surtos


A tensão da rede de energia é alternada e pode conter surtos de sobretensão e sobrecorrente e interfe-
rências eletromagnéticas. No inversor de frequência, a proteção do circuito utiliza elementos eletrônicos
como varistores e outros componentes semelhantes;

e) Proteção interna
A sobretensão é a maior causa de danos em equipamentos eletrônicos e esta função monitora as ten-
sões presentes na saída do inversor. Na ocorrência de surgimento de algum distúrbio, o bloco de comando
é acionado para tomar as providências necessárias, como interromper o processo;

f) Placa de drive
É a parte do inversor que gera os sinais para excitação dos transistores de potência de saída;

g) Auto boost
É a etapa do circuito eletrônico do inversor de frequência que analisa as condições da carga e determina
o valor de tensão que deverá ser aplicada a ela para gerar o torque necessário;

h) Painel de controle de programação


Painel que apresenta as informações gerais e também onde é realizada a programação do inversor;

i) Interface entradas e saídas (I/O)


Através deste bloco o inversor se comunica com dispositivos externos, como computadores;

j) Circuito de controle
Neste bloco são tomadas decisões de acordo com a programação e sinais internos ou externos.

IDENTIFICAÇÃO

O primeiro estágio de um inversor de frequência é o conversor. Um conversor trifásico é composto de


seis diodos, assim, eles permitem que a corrente flua em apenas uma direção que é exatamente a direção
mostrada pela seta no símbolo de diodo.
Instalações elétricas industriais volume I
108

Conversor de AC Barramento Conversor de DC


para DC DC Vdc para AC

Motor de
corrente alternada
T1 T3 T5
V
A
B
C M
T2 T4 T6

0Vdc

Figura 67 -  Circuito de um inversor de frequência


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

O segundo estágio de um inversor de frequência é o controle de chaveamento onde ocorre a variação


na base dos transistores que fazem o controle da frequência do sinal trifásico gerado. Esses moduladores
recebem um sinal em corrente contínua e, desse modo, a frequência e a tensão na saída do modulador
para o motor independem dessa alimentação e, assim, o conversor permite ultrapassar a frequência nomi-
nal da rede.
A tensão de saída vai variar em formato senoidal para uma frequência com período T, de acordo com o
método de modulação denominado PWM (Pulse Width Modulation).
O terceiro e último estágio é o enfraquecimento do campo. O conjugado eletromagnético da máquina
enfraquece devido ao fluxo que começa a decrescer e, consequentemente, o torque diminui.
A corrente de magnetização cai proporcionalmente juntamente com o fluxo magnético presentes no
entreferro, consequentemente caindo o fluxo o torque também começa a diminuir.

PARAMETRIZAÇÃO

A execução da parametrização de um inversor de frequência é a realização da sua programação, utili-


zando a escolha dos parâmetros adequados para realizar determinada operação.
4 Acionamentos
109

Para a programação, uma sequência de teclas deve ser acionada. Na sequência do texto, apresentamos
um exemplo típico de uma sequência de parametrização:
a) Primeiro parâmetro: acionar tecla para ativar a entrada do parâmetro. São usadas as teclas de
seta para localizar o valor do parâmetro, que é exibido no display. Quando o valor é encontrado,
pressionando-se a tecla de entrada, para fixar o valor;
b) Segundo parâmetro: um novo toque na tecla habilitará a entrada de um novo parâmetro. En-
tão, novamente com as setas, fixamos o valor após a localização deste.

Embora tenhamos variação entre os produtos de diferentes fabricantes, segue-se normalmente uma
linha de distribuição de parâmetros, que têm o seguinte formato:
-- Parâmetro P009
Ajuste 0 - somente os parâmetros P001 a P009 podem ser alterados.
Ajuste 1 - os parâmetros de P001 a P009 podem ser alterados e os demais podem ser somente lidos.
Ajuste 2 - todos os parâmetros podem ser alterados exceto P009 que reseta ao ser desligado.
Ajuste 3 - todos os parâmetros podem ser alterados.

-- Parâmetro P084
Parâmetro utilizado em programar se a tensão nominal do motor.

-- Parâmetro P083
Parâmetro que determina programar se a corrente nominal do motor. Esse valor será usado pelo siste-
ma de proteção contra sobrecarga.

-- Parâmetro P003
Programa a frequência mínima de saída, variando tipicamente entre 0 e 650 Hz.

-- Parâmetro P013
Programa a frequência máxima de saída. Pode variar entre 0 e 650 Hz.

-- Parâmetro P031
Através deste tipo de seleção programa-se a frequência do JOG. O JOG ou impulso é um recurso usado
para fazer uma máquina funcionar em velocidades muito baixas, facilitando o posicionamento de peças
Instalações elétricas industriais volume I
110

antes de entrar em funcionamento normal. Um exemplo disso é a fixação de um rolo de papel na máquina
antes dele começar a ser utilizado no processo.

-- Parâmetro P002
A seleção deste programa a rampa de aceleração, ou seja, o tempo que o motor leva para atingir a ve-
locidade máxima. Pode variar entre 0 e 650 segundos.

-- Parâmetro P003
Programa o tempo de parada.

-- Parâmetro P076
Este parâmetro determina a frequência do circuito PWM. Esta frequência pode variar em alguns tipos de
2 em 2 kHz. Deve ser escolhido deve o menor valor possível para que seja evitada EMI. No entanto, o uso de
frequências muito baixas pode fazer com que ruídos audíveis sejam produzidos no circuito

CASOS E RELATOS

Dispositivos eletrônicos proporcionando melhorias nas atividades industriais


Como exemplo de aplicação dos sistemas de partida automatizados, temos o exemplo de uma em-
presa, onde foi apresentado um projeto elétrico, com o objetivo de desenvolver uma melhoria no
equipamento, utilizando um inversor de frequência.
A aplicação foi numa Perfiladeira automática, uma máquina que é utilizada para a execução dos
cortes e dobras em chapas metálicas, as quais serão utilizadas na construção de carrocerias para
caminhões e similares.
Durante o seu processo de desbobinamento utilizando motores que eram acionados e regulados
por frenagem através de corrente contínua, não se obtinha um perfeito controle na velocidade e,
sendo assim, seu produto era descartado por sofrer constantes enrosco.
A empresa relata que após a inclusão de inversores de frequência foi a principal melhoria obtida
no acionamento do desbobinador, que atualmente trabalha durante todo o ciclo de operação da
máquina, acelerando e desacelerando o motor de indução trifásico conforme o processo exige, evi-
tando assim, altos picos de corrente elétrica durante as sucessivas partidas (entre 20 e 30 por hora)
que anteriormente eram necessárias para o desenvolvimento do mesmo ciclo.
Com isso, por alguns instantes, a máquina atinge o dobro de sua velocidade antiga, quando até
então, era acionada constantemente em 60 Hz.
4 Acionamentos
111

Com relação aos investimentos iniciais, houve um acréscimo de aproximadamente 40% nos custos
de produção da máquina, fato que atualmente, devido às facilidades de obtenção dos inversores,
estão praticamente imperceptíveis.

BENEFÍCIOS DOS INVERSORES DE FREQUÊNCIA

Os inversores de frequência controlam a rotação e a velocidade de motores elétricos. É um equipamen-


to imprescindível e indispensável para a indústria fabril moderna, proporcionando benefícios e vantagens
extraordinários. Dentre esses, podemos citar a redução no consumo de energia elétrica, processos eficien-
tes e eficazes, redução do esforço mecânico nos eixos dos motores e, consequentemente, em redutores e
acoplamentos a eles ligados, redução de perdas de processos, etc.
Esses equipamentos são uma alternativa excepcional do ponto de vista econômico (devido ao custo-
-benefício do investimento ser altíssimo) e do ponto de vista técnico, para substituir métodos tradicionais
de controle, como os chamados sistemas ON/OFF, como válvulas. E ainda, possui o grande benefício de
reduzir os impactos ambientais; pois aumenta a emissão de CO2 em plantas de geração de energia.
Ainda, existem vários outros retornos de investimento na aquisição destes drivers. Por exemplo, a me-
lhor qualidade e melhores índices de produção, que são muito difíceis de serem atingidos com os métodos
de controle simples. Um eventual aumento na capacidade de produção normalmente requer a reconstru-
ção de todo o sistema.
Instalações elétricas industriais volume I
112

RECAPITULANDO

Neste capítulo você estudou que os soft starters são dispositivos destinados a partida suave de mo-
tores elétricos de tensão alternada e que os inversores de frequência controlam a velocidade de
motores elétricos em corrente alternada.
Foi apresentado características técnicas necessárias as suas respectivas instalações.
Também foram apresentados os diversos tipos de partidas de motores que estão classificadas entre
partida direta, que determina seu início de movimento, e partida indireta, que são utilizados para
reduzir as correntes de pico quando um motor elétrico apresenta ao ser ligado.
Entendemos as características, o dimensionamento, as vantagens e desvantagens, as simbologias e
os diagramas de potência e de comando quanto à partida direta sem e com reversão, bem como a
identificação quanto ao funcionamento dessa partida.
Vimos alguns tipos de partidas indiretas e citamos as características, dimensionamentos, diagramas
de potência e de comando da partida estrela triângulo com e sem reversão, observando o sentindo
horário e anti-horário, partida série paralelo, partida compensadora com e sem reversão, sistemas de
partida por frenagem utilizando contracorrente, eletromecânica, por injeção de corrente contínua a
identificação quanto ao funcionamento de cada partida.
Esses conhecimentos ajudarão você a instalar os equipamentos de controle de velocidade de moto-
res, presentes nas máquinas mais avançadas na indústria moderna.
4 Acionamentos
113
Aterramentos de instalações
elétricas industriais

Você já observou como os raios são intensos e fortes em um dia chuvoso? Esse fenômeno
tão natural que presenciamos em nosso dia a dia tem uma potência elétrica enorme, pois são
liberadas cargas elétricas entre as nuvens e o solo ou entre uma nuvem e outra, em decorrência
de sua polarização, podendo ocorrer antes ou após uma tempestade.
Muitos acidentes podem acontecer ao ficarmos expostos a fenômenos como esse, no en-
tanto, a depender da situação, nossa casa também é um terreno fértil para riscos de choque
elétrico, ao manuseamos algum equipamento mal-instalado. Riscos como esse sempre estão
presentes em nosso cotidiano sendo motivo de apreensão e preocupação por parte da popu-
lação. Mas, como se proteger de possíveis acidentes relacionados à eletricidade?
Existem alguns recursos e técnicas para realizar a proteção do homem contra choques elé-
tricos. Uma dessas técnicas, e seguramente a mais importante, é o aterramento; uma ligação
entre os equipamentos e o solo, que tem a finalidade de “descarregar” para o solo, a energia
elétrica que possa estar presente nas caixas, tampas, estruturas e invólucros9 desses equipa-
mentos, seja em residências ou na indústria.
Na área industrial quando um projeto elétrico é elaborado, é necessário um cuidado es-
pecial no que se refere ao aterramento das instalações elétricas, visto que a segurança é um
ponto de extrema importância para nossa vida.
O aterramento elétrico consiste em uma ligação elétrica proposital ao solo como o objetivo
de realizar a descarga da energia elétrica para o solo, possuindo basicamente quatro compo-
nentes:
-- O condutor terra;
-- As conexões elétricas que ligam um ponto do sistema aos eletrodos;
-- O eletrodo de aterramento;
-- E a terra.

9 Invólucros: revestimentos ou cobertura.


Instalações elétricas industriais volume I
116

Condutor terra

Conexão entre
condutor terra
e o eletrodo

Eletrodo de
aterramento

Terra

Figura 68 -  Componentes de um sistema de aterramento


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Como visto na imagem anterior, o condutor terra (que é ligado aos equipamentos a serem protegidos)
é o responsável por prover o caminho que a energia elétrica fará até o solo. É utilizada também uma co-
nexão (ligação) para uni-lo com a haste10 que está fincada no solo e serve como eletrodo de aterramento.
Os aterramentos podem ser do tipo funcional (quando agrega as funções de proteção e de ponto de
potencial neutro da instalação elétrica); ou pode ser somente de proteção, onde tem apenas a função de
descarga na terra.
Alguns fatores ou parâmetros devem ser levados em conta quando se realiza o aterramento ou a ins-
talação de um equipamento, para garantir o funcionamento adequado desse recurso. São fatores como
a resistividade do solo, o tipo e o tamanho das hastes utilizadas, a disposição geométrica dessas hastes,
entre outros.
A resistividade do solo é definida como uma resistência elétrica. O solo em seu estado natural (quando
está seco) é um mau condutor. Logo, é necessário que o local do aterramento possua um mínimo de umi-
dade para que possa conduzir a eletricidade. A norma NBR 5410 determina o valor máximo da resistência
de aterramento de 10 ohms (um parâmetro que determina a facilidade ou não de circulação da corrente
elétrica).

10 Haste: peça metálica cilíndrica com comprimento da ordem de dois metros ou mais, e diâmetro da ordem de dois centímetros.
5 Aterramentos de instalações elétricas industriais
117

Existem diversas maneiras para aterrar um sistema elétrico, que vão desde a utilização de uma haste,
passando por placas (de formas e tamanhos diversos), até o uso de cabos enterrados no solo.
A forma, assim como a disposição geométrica dos eletrodos no solo, são utilizadas de acordo com a
aplicação, dentre elas destacam-se:
a) Hastes verticais: são utilizadas principalmente nas camadas profundas do solo, apresentando
menor resistividade. São muito práticas, por serem de fácil cravação;
b) Hastes horizontais: são normalmente colocadas a uma profundidade de 0,5 metros, são usados
principalmente quando a maior preocupação é o controle do campo eletrostático e os elementos
relacionados com o mesmo, na superfície do solo.

Outro parâmetro importante é definir corretamente a característica do aterramento, pois isso definirá o
tipo de ligação que será feito e quantos condutores serão usados.
Existem as possibilidades de se proteger a instalação, um equipamento apenas, ou ambos; e ainda, rea-
lizar o aterramento funcional, que fará parte do sistema de alimentação de instalação. Ou ainda, tudo isso
ao mesmo tempo, definindo quantos pontos de aterramento serão necessários, sua disposição geométri-
ca, tipos de hastes, quantidade e função de condutores.

O aterramento é tão importante em uma instalação elétrica que possui a


CURIOSIDADES atenção da norma ABNT NBR 5410, para definir suas características.

Até aqui, vimos a importância do aterramento, seus elementos com suas respectivas funções e carac-
terísticas, e as possibilidades quanto ao que o sistema de aterramento pode nos oferecer quanto às suas
ligações. Em seguida, veremos alguns pontos da ABNT NBR 5410, e as formas geométricas de ligação de
aterramento, bem como de suas ligações quanto à sua funcionalidade.
Por norma, exige-se que as hastes estejam fincadas a uma profundidade de no mínimo 2,5 metros (8
pés), porém, como dito anteriormente, existem variáveis que definem a qualidade e a eficiência do aterra-
mento de um sistema, são elas:
-- Comprimento/profundidade do eletrodo de aterramento;
-- Diâmetro do eletrodo de aterramento;
-- Número de eletrodos de aterramento;
-- Design do sistema de aterramento.

As características geométricas e os elementos de um sistema de aterramento definem sua eficiência e


funcionamento adequado. Veremos então na continuidade do nosso tema detalhes sobre a normatização
dos sistemas de aterramento e suas possíveis ligações quanto à funcionalidade.
Instalações elétricas industriais volume I
118

5.1 ATERRAMENTO INSTALAÇÕES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS CONFORME A ABNT NBR 5410

Os sistemas de aterramento, seja em edificações, nas indústrias ou em subestações, devem ser inspe-
cionados periodicamente para assegurar a manutenção das condições de segurança pessoal e patrimonial
das instalações, e, consequentemente, atender às recomendações da Norma Regulamentadora nº 10 (NR-
10) e ABNT NBR 5419-3.
A NR-10, estabelece que todo sistema de aterramento, além de possuir a documentação, precisa rece-
ber constantes inspeções e medições do SPDA (Sistemas de Potência e Descargas Elétricas) e aterramentos
elétricos deve ser parte integrante dos Prontuários de Instalações Elétricas.
Por sua vez, a ABNT NBR 5419-3, apresenta recomendações quanto ao conteúdo, periodicidade e docu-
mentação da inspeção.
O conteúdo desse item recomenda:
-- Verificação das condições do sistema de aterramento, conexões, ca-
bos, hastes, etc.;
-- Avaliação da resistência ôhmico do sistema de aterramento (o menor
valor contido possível de acordo com o arranjo das dimensões e re-
sistividade do solo);
-- A norma determina inspeção com periodicidade anual para estru-
turas que possuem munições explosivas e inspeção a cada três anos
em ambientes industriais com atmosfera agressiva ou em regiões
litorâneas e, ainda, para serviços emergenciais (energia, água, teleco-
municações, etc. (ABNT NBR 5419-3, 2015).

FIQUE Siga sempre as determinações da NR-10 para garantir a segurança das instalações
elétricas e das pessoas que as utilizam. Na dúvida, consulte o arquivo da norma, dis-
ALERTA ponível na internet.

Nas instalações e máquinas que possuem um aterramento malfeito ou mal dimensionado, existe sem-
pre a possibilidade de ocorrer um acidente com choques elétricos, bem como a propensão ao surgimento
de problemas e mau funcionamento de equipamentos eletrônicos, em função da existência de ruídos11,
e falhas de operação e comunicação em controladores e processos, e sistemas como Controlador Lógi-
co Programável (CLP) e inversores de frequência. Essas interferências podem alterar a interpretação de
valores analógicos e o tráfego de dados. Seguramente, com um aterramento correto e bem feito, esses
problemas não existiriam.
Diversos tipos de problemas que parecem não ter explicação estão diretamente relacionados à falta de
eficiência do aterramento aplicado à indústria.
Um aterramento seguindo as recomendações das normas, sendo realizado de maneira correta, permite
atingir os objetivos e também suprir os benefícios básicos necessários, tais como:
11 Ruídos: interferências eletrônicas.
5 Aterramentos de instalações elétricas industriais
119

-- Proteger os operadores dos equipamentos contra choques elétricos, todas as carcaças dos equipa-
mentos equipotencializados, ou seja, deixando com menor diferença de potencial elétrico;
-- Descarregar as cargas estáticas acumuladas nas carcaças das máquinas;
-- Facilitar o funcionamento dos dispositivos de proteção das máquinas, evitando desarmes de disjun-
tores de proteção, ou de fusíveis.

Entre as dúvidas mais frequentes está a diferenciação entre neutro (que normalmente é o ponto de
referência zero de potencial elétrico) e terra.
Ainda, de acordo com a ABNT NBR 5410, as instalações elétricas de baixa tensão devem obedecer,
quanto ao aterramento funcional e de proteção, a três esquemas de aterramento básicos (TT, TN e IT), de-
signados pela seguinte simbologia:
a) 1ª letra: situação do neutro em relação a terra
T = um ponto diretamente aterrado;
I = isolação de todas as partes metálicas normalmente energiza-
das (partes vivas) em relação s terra ou aterramento de um ponto
através de impedância;

b) 2ª letra: situação das massas da instalação elétrica em relação à terra


T = massas diretamente aterradas, independentemente do ater-
ramento eventual de um ponto da alimentação;
N = massas ligadas ao ponto da alimentação aterrado (em corren-
te alternada, o ponto aterrado é normalmente o ponto neutro);

c) Outras letras (eventuais): disposição do condutor neutro e do con-


dutor de proteção
S = funções de neutro e de proteção asseguradas por condutores
distintos;
C = funções de neutro e de proteção combinadas em um único
condutor (PEN: condutor de proteção e neutro). (ABNTNBR 5410,
2004, 2008).

Compreender as simbologias é de extrema importância, pois esse conhecimento será utilizado para
instalação e execução de projetos em instalações e equipamentos elétricos, bem como para manutenção
e análise de falhas e defeitos nos mesmos.
Instalações elétricas industriais volume I
120

5.2 SISTEMAS DE ATERRAMENTOS

Os sistemas de aterramentos são os tipos de aterramentos utilizados para realizar uma instalação elétri-
ca, seja ela residencial ou industrial. É formado por um conjunto de elementos, juntamente com a estrutura
geométrica de distribuição das hastes e a forma como são conectadas.
Essa estrutura (ou distribuição) geométrica das hastes é a forma como os condutores serão ligados nas
hastes, entre si, e nas instalações e massas, como são chamadas as estruturas físicas das máquinas e dos
equipamentos. São esses fatores que de fato irão caracterizar um aterramento funcional ou de proteção.

Eletrodo de aterramento único Diversos eletrodos de aterramento


conectados

Rede em malha Placa de aterramento

Figura 69 -  Estrutura geométrica de distribuição das hastes


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Os sistemas de aterramento em baixa tensão são classificados de acordo com a norma ABNT NBR
5410:2004, 2008 em três tipos:
-- Sistema de aterramento TN;
-- Sistema de aterramento TT;
-- Sistema de aterramento IT.
Vamos conhecer um pouco mais sobre cada um deles?
5 Aterramentos de instalações elétricas industriais
121

SISTEMA DE ATERRAMENTO TN

Na imagem a seguir, temos o esquema do sistema de aterramento TN-S (Terra Neutro-Separados). Nele
o condutor neutro (N) e proteção (PE), apesar de estarem conectados na mesma malha de aterramento12,
os circuitos estão separados no ponto de distribuição na fonte alimentação (normalmente painel).

F1
F2
F3
N
PE

MASSAS MASSAS

Figura 70 -  Sistema TN
Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Na imagem podemos perceber claramente que apesar de estarem unidos um ao outro, os cabos PE
(terra) e o N (neutro) têm sua função específica, sendo o PE para proteção, e o N para potencial zero de
alimentação da instalação.
Já no sistema TN-C, o condutor neutro e de proteção (PEN) são ligados em um único condutor até as
máquinas (também chamado de massas).

F1
F2
F3
PEN

MASSAS MASSAS

Figura 71 -  Sistema TN-C


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Na imagem anterior podemos observar os detalhes do esquema do sistema de aterramento TN-C, onde
as funções de neutro (N) e proteção (PE) são realizadas por apenas um condutor no ponto de distribuição,
derivando para as duas funções distintas no próprio equipamento.

12 Malha de aterramento: é a interconexão entre condutores que foram dispostos e enterrados horizontalmente e as hastes
fincadas e conectadas aos mesmos.
Instalações elétricas industriais volume I
122

Para o sistema TN-C-S o condutor neutro e proteção (PEN) são combinados em uma parte da instalação
e separada em outra parte; quando a energia entra em contato com a máquina (massa) distribui-se sepa-
radamente para o circuito de neutro (N) e para o circuito de proteção (PE).

F1
F2
F3
PEN N
Separados
PE

MASSAS MASSAS
Juntos

Figura 72 -  Sistema TN-C-S


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Observe que na figura anterior, para partes da instalação, ou máquinas diferentes, podemos ter um con-
dutor PEN derivando para as duas funções no local, ou o condutor PEN sendo “dividido” para dois pontos
diferentes, cumprindo funções diferentes.

O tema aterramento, embora pareça simples, envolve detalhes muito interessantes


SAIBA e, por vezes, cálculos que chegam a ser bastante complexos. Usando a palavra-chave
MAIS “Aterramentos” no navegador de internet, teremos inúmeros artigos e matérias sobre
o tema. Confira.

SISTEMA DE ATERRAMENTO TT

Este sistema tem o neutro ligado diretamente ao aterramento, estando as massas da instalação ligadas
a um eletrodo de aterramento independente do eletrodo de aterramento do neutro. Esse tipo de aterra-
mento é tido como mais eficiente que os demais, e também o mais recomendado, porque garante que
cada equipamento ou aparelho da instalação tenha sua ligação própria, ao sistema aterramento.
5 Aterramentos de instalações elétricas industriais
123

F1 F1
F2 F2
F3 F3
N N
PE

PE
Massas Massas

Figura 73 -  Sistema TT
Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Analisando a imagem podemos perceber que o N está sempre com um aterramento exclusivo, ao passo
que o PE está diretamente conectado a cada ponto individual das massas.

SISTEMA DE ATERRAMENTO IT

Este tipo de sistema caracteriza o neutro isolado da terra ou conectado através da inserção de uma
impedância13 de valor elevado, que pode ser causado por resistência ou indutância14. As massas são ater-
radas em eletrodos de aterramento distintos do eletrodo de aterramento da alimentação. Observe que na
imagem o neutro N é separado do terra PE, e também ligado à terra através de algum elemento que possua
impedância.

F1 F1
F2 F2
F3 F3
N N
PE PE

Massas Massas

Impedância
Figura 74 -  Sistema IT
Fonte: SENAI DR BA, 2018.

13 Impedância: quando um circuito elétrico consome energia e dissipa calor, e outra parte desse mesmo circuito consome
energia sem produzir calor (como bobinas, por exemplo).
14 Indutância: é uma oposição à corrente elétrica, criada em circuitos com bobinas.
Instalações elétricas industriais volume I
124

Até aqui vimos o que é aterramento, seus detalhes e características, componentes e tipos de ligação.
Em seguida, falaremos dos dispositivos e elementos associados ao aterramento, para prover segurança às
pessoas e instalações, promovendo o desligamento automático da alimentação elétrica dessa instalação
quando existe a ocorrência de correntes de fuga, fugas para a terra, ou correntes residuais.

CASOS E RELATOS

Aumenta o número de acidentes provocados por choques elétricos


No Brasil é grande o número de acidentes provocados por choques elétricos e a maioria deles acon-
tece dentro da nossa própria casa, tornando-se uma rotina que só aumenta.
Diversas são as recomendações e medidas de segurança que precisam ser seguidas criteriosamente
no intuito de diminuir esses acidentes.
Em uma cidade mineira, uma adolescente de 13 anos foi vítima de um grande choque em sua resi-
dência.
Ao levar o lixo para fora do prédio onde residia, Fernanda se apoiou em uma parte do motor do por-
tão elétrico que estava com a caixa de ligação quebrada, e com um cabo condutor solto dentro dela;
além de não ter o devido aterramento. Essa combinação de caixa de ligação quebrada com cabo de
condutor solto gerou uma descarga elétrica em Fernanda, trazendo várias consequências para ela.
Segundo a Associação Brasileira de Conscientização para os perigos da eletricidade, o número de
mortes por choques elétricos aumentou no país.
No ano de 2014, 627 pessoas morreram; um aumento de 17% em relação a 2013. As regiões onde
se concentram os maiores números de mortes são as regiões Nordeste, com 266 mortes e a região
Sudeste, com 123.
Para evitar acidentes é importante seguir as normas para a instalação de dispositivos de proteção,
fazer a manutenção da rede elétrica a cada dois anos, verificar se os fios estão bem isolados, tampar
tomadas com protetores, nunca ajustar a temperatura do chuveiro elétrico quando estiver ligado,
dentre outras ações.

As instalações e equipamentos elétricos são, atualmente, vitais para o dia a dia, então, é muito impor-
tante seguirmos as determinações das normas, sobretudo aquelas voltadas para a segurança.
5 Aterramentos de instalações elétricas industriais
125

5.3 SECCIONAMENTO AUTOMÁTICO

Ao instalar um equipamento industrial é possível inserir um dispositivo que promove o desligamento


automático do circuito quando a rede elétrica manifesta uma tensão de contato perigosa, essa tensão é
chamada também de fuga de corrente ou corrente de falta. Esse processo ocorre ao perceber que uma
corrente superior àquela ajustada nos equipamentos de proteção está circulando no circuito. Quando o
sistema de aterramento é bem instalado ajuda o sistema de seccionamento automático a detectar essa
fuga de corrente, desviando-a para a terra.
Para que exista o seccionamento automático, é necessário a instalação de dispositivos que monitorem
a corrente e atuem desligando o circuito quando da ocorrência de um aumento súbito dessa corrente, as
chamadas sobrecorrentes.
Os dispositivos de sobrecorrente são:
-- Disjuntores termomagnéticos: são aqueles que atuam quando acontece um aumento na corrente;
-- Fusíveis: são aqueles que atuam na ocorrência de um curto-circuito.

O sistema de detecção da corrente residual contém internamente um transformador de corrente que


possui campo magnético nulo em condições normais, e elementos que detectam quando a corrente que
percorre o circuito apresenta uma alteração no seu valor, que seja proporcional a uma fuga de corrente,
porque sentem que o campo magnético resultante no transformador de corrente deixa de ser nulo. Os
dispositivos de corrente diferencial são:
-- IDR – Interruptor Diferencial Residual: só funcionam em caso de correntes de fuga;
-- DDR – Disjuntor Diferencial Residual: atuam na ocorrência de correntes de fuga ou curto-circuito.

O tempo de atuação destes dispositivos depende da finalidade, localização (interna ou externa), da


corrente do circuito e da tensão aplicada.

FIQUE Em uma instalação elétrica, quanto maior for a tensão de alimentação, maior será o
risco. Dessa forma, o tempo de atuação do dispositivo de seccionamento automático
ALERTA deve ser menor para que não ocorra um curto-circuito.

Chegamos ao fim de mais um capítulo. Espero que tenha aprendido bastante, mas, não pare por aqui,
continue estudando e se atualizando.
Instalações elétricas industriais volume I
126

RECAPITULANDO

Neste capítulo estudamos sobre conceitos básicos de aterramento, vimos os componentes que fa-
zem parte de um aterramento, são eles: o condutor terra, as conexões elétricas que ligam um ponto
do sistema ao eletrodo, o eletrodo de aterramento e a terra. Em seguida, discorremos sobre condu-
tor de aterramento, a conexão entre o condutor de aterramento e eletrodo, os tipos de eletrodos e
a resistividade do solo como também a recomendação da norma NBR 5410 sobre valores ôhmicos
aceitáveis na instalação.
Verificamos o que afeta uma resistência de aterramento, que podem ser o comprimento ou profun-
didade do solo, o diâmetro do eletrodo, números de eletrodos e o próprio design do aterramento. Já
com relação ao condutor de proteção verificamos sua seção e cores com relação às recomendações
da norma. Vimos também que existem diversos sistemas de aterramentos classificados como TN-S;
TN-C; TNC-S; TT; IT.
Por fim, vimos o que é o sistema de seccionamento automático e que, quando o sistema de aterra-
mento é bem instalado, ajuda esse sistema a detectar fuga de corrente, corrente de falta e curtos-
-circuitos, atuando no desligamento do circuito para proteger pessoas e animais.
5 Aterramentos de instalações elétricas industriais
127
Motor de indução (assíncrono)

Os motores elétricos são máquinas que, ao injetarmos uma d.d.p (diferença de potencial),
transformam energia elétrica em energia cinética (energia mecânica de movimento).
São chamados de motores de indução porque uma de suas partes, o rotor (que é a parte
móvel rotativa), tem o seu movimento criado através da indução de um campo eletromagné-
tico gerado no seu estator (que é a parte fixa do motor). Seus dois principais componentes são
exatamente esses: o estator e o rotor. O espaço entre o rotor e o estator tem o nome de entre-
ferro. Teremos as explicações sobre eles ao longo desse capítulo.

Figura 75 -  Motores de indução trifásicos


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

O motor assíncrono é uma máquina elétrica que necessita de uma corrente alternada (mo-
nofásica, bifásica ou trifásica) para seu funcionamento. São assíncronos porque a velocidade
de giro é proporcional à frequência de alimentação, e a alimentação acontece no estator, crian-
do o campo magnético que posteriormente será induzido no rotor.
Portanto, como esse campo do estator é girante, e esse giro está à frente do giro do rotor,
eles nunca estão sincronizados. Com isso, temos a velocidade do rotor menor que a do campo
rotacional, por conta do escorregamento15.

15 Escorregamento do motor assíncrono: é a diferença entre a velocidade do campo magnético girante e a


velocidade real em seu rotor. Este fato se dá em função de um fenômeno chamado escorregamento.
Instalações elétricas industriais volume I
130

Existem dois tipos de motores assíncronos, são eles: gaiola de esquilo e o de rotor bobinado; cuja dife-
rença se dá pelos detalhes construtivos. Os motores com rotor gaiola de esquilo possuem uma estrutura
montada com finas chapas feitas com material ferromagnético, de aproximadamente 0,3 mm, prensadas
e unidas, fixadas em dois anéis paralelos, unidos por barras transversais. Esses motores podem ser mono-
fásicos, bifásicos ou trifásicos.

Figura 76 -  Detalhes de um rotor gaiola de esquilo


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Os motores de rotor bobinado, diferentemente do de rotor gaiola de esquilo (que tem seu campo mag-
nético criado no rotor e passado para ele por indução magnética), possuem uma estrutura com bobinas
montadas no seu corpo. Essas bobinas recebem alimentação elétrica externa, por meio de escovas de car-
vão e anéis condutores gerando o campo magnético do rotor.

Figura 77 -  Rotor bobinado de um motor assíncrono


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
6 Motor de indução (assíncrono)
131

6.1 Componentes

Falaremos aqui dos componentes principais do motor, o estator e o rotor. Por se tratar dos elementos
que utilizam a energia elétrica para funcionar e por serem os responsáveis pelo movimento rotativo do
eixo.
Porém, é importante salientar que temos outros componentes importantes no motor como eixo, rola-
mentos, ventilador, e caixa de ligações.

9
2 8
10
12 11

7
5
4
6 1
3

1 - Carcaça; 7 - Eixo;
2 - Núcleo de chapas - estator; 8 - Enrolamento trifásico;
3 - Núcleo de chapas - rotor; 9 - Caixa de ligação;
4 - Tampa; 10 - Terminais;
5 - Ventilador; 11 - Rolamentos;
6 - Tampa defletora; 12 - Barras e anéis de curto-circuito.

Figura 78 -  Partes construtivas de um motor de indução trifásico


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Como dito anteriormente, as principais partes de um motor de indução assíncrono trifásico são o esta-
tor e o rotor; porque, de fato, é o que proporciona o giro do motor. Portanto, a essas daremos destaque:
a) Estator: é a parte estática ou fixa do motor. É composto de chapas de material ferromagnético
laminado, com ranhuras dispostas de modo uniforme onde dão espaço para que os condutores
de um enrolamento polifásico16 em formas de bobinas sejam dispostos e devidamente alojados
e interligados. As bobinas são feitas com fios de cobre revestidos por um esmalte isolante, e são
dispostas e interligadas conforme projeto dos fabricantes, de forma que ao serem energizadas,
criem um campo magnético com intensidade suficiente para induzir no rotor, e força necessária
para dar a potência e o conjugado requerido ao mesmo;

16 Enrolamento polifásico: ranhura semelhante à do estator e com o mesmo número de polos presentes no rotor.
Instalações elétricas industriais volume I
132

Figura 79 -  Estator assíncrono


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

b) Rotor: também é feito com chapas de material ferromagnético laminado, em formato de placas
circulares prensadas e fixas por anéis e unidas por barras paralelas (no caso do gaiola de esquilo),
ou com ranhuras dispostas uniformemente, onde dão espaço para que o bobinado polifásico seja
acomodado;

Figura 80 -  Rotor
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Antes de fazer a ligação elétrica dos motores assíncronos, em caso de não se ter
identificação de todas as bobinas, faça a checagem com multímetro na escala de
FIQUE continuidade, identificando, assim, os fechamentos, ou seja, onde inicia e termina
ALERTA um grupo de bobinas. Caso ocorram ligações erradas, o motor não terá o seu campo
magnético criado corretamente e, consequentemente, também não terá o seu fun-
cionamento normal.
6 Motor de indução (assíncrono)
133

Como dito, os componentes de um motor formam um conjunto harmônico, onde, através da criação
de um campo eletromagnético, temos um movimento rotativo de um eixo. Essa é, atualmente, a maior
fonte de força motriz das indústrias e fonte de comodidade e utilidades diversas, no ambiente doméstico
e comercial.

6.2 Funcionamento

Ao injetarmos uma corrente alternada impulsionada por uma d.d.p (diferença de potencial) em um
motor assíncrono, gera-se um campo magnético no estator. Por conta de termos uma variação de corrente
alternada nas bobinas localizadas em suas ranhuras, criando um campo magnético que apresenta expan-
são e contração decorrentes dessa variação, fazendo um deslocamento de giro constante desse campo
magnético, ao que por vezes chamamos de C.M.G., sigla para campo magnético girante.
Em decorrência desse fenômeno, surge no rotor uma f.e.m. (força eletromotriz) induzida por conta de o
rotor deixar-se atravessar por um fluxo magnético variável. A partir daí tem-se um movimento giratório no
rotor, ocasionado por conta da f.e.m. induzida que produz uma corrente no rotor.

A história da criação do primeiro motor elétrico remonta a 1820. Por


acidente, o cientista Hans Christian Oersted passou uma corrente elé-
trica, gerada por uma pilha, por um fio condutor e depois aproximou
CURIOSIDADES uma bússola a esse fio; a agulha, que é um ímã (uma barra magnética),
mexeu-se e alinhou-se perpendicularmente ao fio.
(Fonte: MOTOR ELÉTRICO, 2016).

Ao sair do repouso, o rotor atinge uma rotação n[rpm]. Encontramos, então, uma grandeza chamada
de escorregamento (S), a mesma mede a relatividade entre a velocidade de campo girante e o rotor com
uma fração da rotação síncrona.
Esta grandeza é de suma importância na utilização de motores assíncronos e ela está diretamente re-
lacionada à frequência de d.d.p induzidas no motor e, consequentemente, à velocidade por ele desenvol-
vida.
Instalações elétricas industriais volume I
134

6.3 Características

A principal característica de qualquer tipo de motor é o conjugado, que resumidamente é a “força de


uma alavanca” necessária para girar um eixo e sua rotação. Em se tratando do motor assíncrono, destacam-
-se dois pontos principais de atuação, sendo:
a) Ponto A: é o ponto da característica conjugado x rotação. Durante a partida, o conjugado se pro-
põe a fazer o motor girar e nesse momento a rotação se mantém nula;
b) Ponto B: esse ponto determina o nível mais alto de potência que o conjugado desenvolve.

A imagem que se segue nos mostra o comportamento da “força” que o conjugado exerce sobre o eixo
em função do desenvolvimento da rotação, desde o momento de saída da inércia até a rotação máxima.

Escorregamento (S)
Conjugado
máximo (Cmáx)
Conjugado %

Conjugado com
rotor bloqueado (Cp)

Conjugado
Conjugado
mínimo (Cmín)
nominal (Cn)

Rotação
nNnS

Figura 81 -  Curva conjugado x Rotação


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Conhecer as características de um motor é essencial para o desenvolvimento de projetos e definições


de aplicações para os mesmos, para que se possa obter o máximo de desempenho e potência deles. Poste-
riormente, iremos conhecer outras importantes características, relacionadas ao dimensionamento.
6 Motor de indução (assíncrono)
135

6.4 Dimensionamento

O dimensionamento de motores elétricos implica na determinação do motor adequado para cada


aplicação, levando-se em conta fatores como potência requerida pela aplicação, tensão disponível para
alimentação, tipo de carga, classe de isolação do motor, grau de proteção, fator de serviço, rendimento,
sistema de alimentação e partida desse motor, e outros.
Aqui, vamos tratar da alimentação do motor, levando em conta as formas de ligação que podemos fazer
nos mesmos. Esses e outros dados constam na plaqueta de identificação do motor.

Figura 82 -  Plaqueta de identificação de motor de indução trifásico


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Vejamos os principais dados de placa que possuem implicação no dimensionamento:


a) Frequência: é a frequência da rede que alimentará o motor em Hertz (Hz). A frequência no Brasil
é 60 Hz;
b) CAT (categoria): classificação da ABNT NBR 7094, relacionando características de conjugado em
relação à velocidade e à corrente de partida;
c) Potência: é o valor nominal da potência ativa do motor em CV, HP e kW;
d) Velocidade: é a velocidade do motor em rotações por minuto (rpm);
e) F.S – Fator de serviço: é a sobrecarga que o motor consegue suportar trabalhando continua-
mente. Pode ser considerada como uma potência extra que o motor oferece;
f) ISOL – Classe de isolamento: é a máxima temperatura que o enrolamento do motor pode tra-
balhar em regime contínuo, sem risco de causar danos que prejudiquem seu tempo de vida útil;
g) IP/IN – Corrente de partida sobre corrente nominal: é a relação da corrente de partida e da
corrente nominal;
Instalações elétricas industriais volume I
136

h) IP – Grau de proteção: indica o quanto o motor está protegido contra as agressividades do am-
biente;
i) V (tensões nominais): são as tensões nominais em volts (V) para cada tipo de ligação do motor;
j) A (correntes nominais): são as correntes nominais em Ampères (A) para cada tensão de alimen-
tação do motor.

SAIBA Para saber mais sobre dimensionamento de motores elétricos, consulte as normas da
MAIS ABNT NBR 17094-1 e ABNT NBR 17094-2.

Dentre outros, os dados citados anteriormente são os mais importantes para o dimensionamento dos
motores em aplicações industriais.

6.5 ligações dos motores assíncronos trifásicos

Antes de abordarmos diretamente o tema ligações dos motores assíncronos trifásicos, vamos falar um
pouco sobre um tipo de motor que é muito aplicado em situações nas quais não é requerida muita potên-
cia, que são os motores monofásicos de fase auxiliar.
Os motores monofásicos de fase auxiliar são motores alimentados por 110 ou 220 V. Possuem no esta-
tor dois enrolamentos: um de fio mais grosso e com grande número de espiras (enrolamento principal ou
de trabalho), e outro de fio mais fino e com poucas espiras (enrolamento auxiliar ou de partida).
Durante todo o tempo de funcionamento do motor, o bobinado principal fica ligado e o enrolamento
auxiliar só atua durante a partida. Esse enrolamento auxiliar é desligado ao ser acionado o dispositivo auto-
mático localizado na tampa do motor e outra parte no rotor, que tem sua atuação quando o motor atinge a
chamada “velocidade centrífuga”, cerca de 80% da velocidade nominal. Geralmente, um capacitor é ligado
em série com o enrolamento auxiliar, melhorando desse modo o conjugado de partida do motor.
Para inverter o sentido de rotação desses motores, fazemos a troca do ponto de conexão dos terminais 5 e 6.
6 Motor de indução (assíncrono)
137

Capacitor de partida
Enrolamento auxiliar
Interruptor centrífugo

3 Ligações
1 2 3 2 3
2
Rotor 5
em 6 5 6 5 6
curto
4 1 4 1 4
3

110 V 220 V
Enrolamento principal

Figura 83 -  Ligações do motor monofásico de fase auxiliar


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Os motores trifásicos assíncronos são fabricados e disponibilizados comercialmente com 3, 6, 9 ou 12


terminais disponíveis para conexões. Essas diferentes alternativas existem por conta da disponibilização
de diferentes níveis de tensão nas redes de alimentação.

6.5.1 Tipos de Ligações

As ligações podem ter 3, 6, 9 ou 12 terminais, conforme veremos mais detalhadamente a seguir.

Ligações com 3 Terminais

Os motores de 3 três terminais são disponibilizados especificamente para alimentação em 220 V. Ver-
mos, então, as possibilidades disponíveis nos motores com mais de 3 terminais.
As ligações dos terminais são arranjos de ligações em que a forma de como essa ligação foi feita, altera a
estrutura do bobinado de tal forma que podemos utilizar tensões com valores que chegam a ser mais que
o triplo da menor tensão trifásica disponível, que é de 220 V.

Ligações com 6 Terminais

Os motores de 6 terminais admitem ligações nas tensões de 220 V, em que o fechamento dos terminais
é feito na configuração chamada triângulo (∆), onde temos o fechamento do início dos grupos de bobinas
com o final dos outros (1-6, 2-4, 3-5), com a alimentação (L1, L2 e L3) em cada uma dessas junções; e nos
casos em que a tensão disponível é de 380 V, o fechamento é feito na configuração estrela (Y), onde temos
o fechamento entre os finais dos grupos (terminais 4, 5 e 6), ficando os terminais 1, 2 e 3 para a alimentação
(L1, L2 e L3).
Instalações elétricas industriais volume I
138

L1 L2 3 L1
6 1 2 3
6 1 1 2 3 1
5 4
3 4 6 4 5
6 4 5 2
L3 5 2 L2 L3

Ligação triângulo Ligação estrela


220 V 380 V

Figura 84 -  Ligação triângulo e estrela em motor com 6 terminais


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Essas alternativas mostradas são referentes à forma de partida onde a alimentação será diretamente
ao motor, sem uso de recursos outros para modificações (como a chamada partida estrela-triângulo, onde
existe uma mudança nessas ligações através de recursos externos ao motor).

Ligações com 9 Terminais

Motores com 9 terminais são menos comuns que os de 6 e 12 terminais. Na verdade, eles são como
motores de 12 terminais que tiveram os terminais 10, 11 e 12 ligados internamente e não disponibilizados
na caixa de ligações.
Normalmente, são ligados na configuração estrela (Y) ou dupla estrela (YY); e em casos que são pouco
comuns, ou até raros, em triângulo (∆), ou duplo triângulo (∆∆).
Sua aplicação quanto à relação entre as tensões será sempre 220 e 440 V, ou 380 e 760 V, e se dá especi-
ficamente obedecendo à regra de que o valor da tensão maior será encontrado ao se multiplicar a tensão
menor por √3.
Apresentaremos as configurações que são normais e mais frequentes para esses motores, que são as
ligações estrela (Y) e dupla estrela (YY):
Para fazermos a ligação em dupla estrela, menor, fazemos as seguintes ligações:
a) 1° passo: conectar o terminal 1 ao 7 e ligar em uma fase;
b) 2° passo: conectar o terminal 2 ao 8 e alimentar em outra fase;
c) 3° passo: conectar o terminal 3 ao 9 e alimentar na terceira fase;
d) 4° passo: e, finalmente, unir os terminais 4, 5, e 6.
Se a ligação a ser feita for em estrela, para usar a tensão maior, o procedimento deve ser:
a) 1° passo: ligar o terminal 4 ao 7;
b) 2° passo: o terminal 5 deve ser ligado com o 8;
c) 3° passo: o terminal 6 ligado com o 9 e a alimentação deve ser feita ligando uma fase no terminal 1;
6 Motor de indução (assíncrono)
139

d) 4° passo: outra fase no terminal 2 e a terceira fase no terminal 3.

A ilustração a seguir mostra exatamente como se configuram essas conexões.

R
R
4 5 6 1 1

9 4 9 4 7
1 2 3 6 7 6
2
3 8 5 2 3 5 S
9 7 8 T S T
8
220 V 220 V
220 V
440 V

Motor nove terminais


(triângulo/ duplo-triângulo) Triângulo (∆) Duplo-triângulo (∆∆)

R S R S
1 2 7 8
1 2 3 47 85 1 2

380 V
4 5
6

220 V
4 5 6
760 V
220 V 220 V

7 8 9 9 3
9
6

T
3

Motor nove terminais


(estrela/ duplo-estrela) Estrela (Y) Duplo-estrela (YY)

Figura 85 -  Esquemas de ligações de motor com 9 terminais


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Ligações com 12 Terminais

Os motores com 12 terminais, juntamente com os de 6 terminais, são os mais comuns. Podem ser
ligados na configuração duplo triângulo (∆∆), para alimentação com 220 V; em triângulo (∆) para a ali-
mentação em 440 V; em dupla estrela (YY), para alimentação em 380 V; ou estrela (Y), quando podemos
alimentar o motor com 760 V. Considera-se sempre que a alimentação deve ser feita conectando as fases
aos terminais 1, 2, e 3.
Nas ligações para os motores trifásicos de 12 terminais é importante considerar:
a) Para 220 V, unimos os terminais 1, 6, 7 e 12 e alimentamos com uma fase;
b) Para 380 V, unimos os terminais 4, 5 e 6; separadamente, unimos os terminais 10, 11 e 12; e tam-
bém separadamente, unimos 1 e 7 e alimentamos com uma fase; unimos 2 e 8 e alimentamos
com outra fase; e, por fim, unimos 3 e 9, e alimentamos com a outra fase;
Instalações elétricas industriais volume I
140

c) Para 440 V, conectamos o terminal 4 ao 7; o 5 ao 8; e o 6 ao 9; e a alimentação será feita conectan-


do cada uma das fases às conexões entre 1 e 12; 2 e 10; e 3 e 11;
d) Por fim, para a alimentação com 760 V, unimos o terminal 4 ao 7; o 5 ao 8; e o 6 ao 9; fazemos uma
conexão entre os terminais 10, 11, e 12; e alimentamos o motor conectando uma fase ao terminal
1; outra ao terminal 2; e a outra fase ao terminal 3.

1 2 3 1 2 3 1 2 3
1 2 3

4 5 6 4 5 6 4 5 6
4 5 6 7 8 9
7 8 9 7 8 9

10 11 12 10 11 12 10 11 12
10 11 12

1 3 760 V
380 V
1 3 12 1 4 6
7 9 7 9
6 1 9
46 4
12 7 440 V 10 12
3 4 220 V 10 12
6 7
760 V
380 V 11
9 10 3 10
11 8 11 5 11 8 5 2 8
5
5 2 440 V
220 V 8 2 2

220 V 380 V 440 V 760 V


Figura 86 -  Ligações para os motores trifásicos de 12 terminais
Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Para que um motor trifásico tenha a sua rotação invertida, basta realizar a inversão dos terminais de
conexão de duas das fases de alimentação.
A realização da inversão de fase para a inversão da rotação pode ser feita automaticamente, através de
recursos no circuito elétrico previamente montados para esse fim ou realizando a troca manualmente, o
que pode ser feito em alguns pontos diferentes da instalação, conforme escolha, como na saída do disjun-
tor de alimentação, entrada ou saída do contator, caixa de ligações, entrada ou saída do relé térmico.
Essa inversão de rotação acontece porque ao invertermos duas fases faremos com que o campo girante
do estator se forme e tenha movimento no sentido oposto ao original, com isso, o campo induzido no rotor
irá acompanhar essa inversão; e então, a sua rotação se dará no outro sentido.

FIQUE No caso de se realizar a inversão fazendo modificações no circuito, devemos ter a ga-
ALERTA rantia de que motor esteja parado e o circuito desenergizado.

Muito embora as placas de ligação dos motores contenham informações sobre as tensões de trabalho
para cada tipo de motor (com relação ao número de terminais), é de extrema importância que o profis-
6 Motor de indução (assíncrono)
141

sional da área de elétrica industrial tenha sempre essas definições e informações consigo, pois, podem
acontecer situações em que essa plaqueta não esteja disponível ou visível.

6.6 Motores Trifásicos de Múltiplas Velocidades

Para determinados tipos de motores de indução, é possível obter velocidades diferentes no seu eixo.
Isso porque na maioria dos casos são dimensionados para apenas um valor de tensão. Mas através das liga-
ções elétricas podemos ter troca de velocidade. Devemos levar em consideração também que a corrente
e a potência são diferentes para cada valor de rpm (rotação por minuto). Falaremos de dois tipos desses
motores, os de enrolamentos separados e motor Dahlander.

MOTORES DE ENROLAMENTO SEPARADO

Os motores de enrolamentos separados baseiam-se na dependência da rotação de um rotor com o


número de polos magnéticos que se formam internamente no estator.
Este modelo de máquina possui na mesma carcaça número de polos diferentes com dois enrolamentos
bobinados e independentes. Sendo assim, podemos ter uma rotação baixa e outra alta, após alimentar um
ou outro não há relação obrigatória entre alta e baixa velocidade, pois as rotações dependerão dos dados
construtivos do motor, por exemplo, 6/4 polos (1200/1800 rpm), 12/4 polos (600/1800 rpm).

BAIXA ALTA

1 2 3 4 5 6

Figura 87 -  Esquema do bobinado de motor com enrolamentos separados


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

MOTOR DAHLANDER

Já o motor conhecido como Dahlander possui um enrolamento especial, que pode criar dois diferen-
tes números de polos, sendo um o dobro do outro, dessa forma, podemos ter duas velocidades diferen-
tes devido a essas quantidades de polos, porém, sempre utilizando a relação 1:2, por exemplo, 4/2 polos
(1800/3600 rpm); 8/4 polos (900/1800 rpm).
Instalações elétricas industriais volume I
142

Baixa Alta
1 2 3 1 2 3
6 4
4 5 6 4 5 6

3 2
R S T R S T
5
Esquema interno com a ligação Esquema de placa
e numeração das bobinas

Figura 88 -  Esquema do bobinado do motor Dahlander


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

MOTOR DE TRIPLA VELOCIDADE

Motores de tripla velocidade são motores especiais cujo bobinado pode ser montado com três enrola-
mentos separados ou fazendo-se uma junção em que será acrescentando mais um bobinado às caracterís-
ticas do bobinado de um motor Dahlander.

1ª velocidade / 2ª velocidade / 3ª velocidade


71
1ª velocidade 2ª velocidade 3ª velocidade
1 2 3 4 5 6 7 8 9 8 9 10

6 4

3 2

5
Motor com três enrolamentos separados Motor com enrolamento Dahlander e comum

Figura 89 -  Esquema do bobinado do motor de tripla velocidade


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Esses motores têm a particularidade de o sistema de fechamento do bobinado ser muito próximo da-
quele dos transformadores trifásicos e seu fechamento, normalmente, ser em estrela.
6 Motor de indução (assíncrono)
143

6.7 FUNCIONAMENTOS EM VAZIO E EM CARGA

Devido ao fato de ter que quebrar a inércia do rotor e da carga conectada ao motor, a corrente de parti-
da tem picos que podem atingir um valor que chega a várias vezes o valor da corrente nominal. Também,
temos reduções de velocidade no momento que o motor passa de um funcionamento em vazio (sem car-
ga) para um funcionamento em carga máxima.

Perdas térmicas
(estator + rotor)
Perdas por
ventilação

Perdas nos
Potência mancais
útil

Potência consumida

Potência útil
Redimento =
Potência consumida

Figura 90 -  Perdas nos motores elétricos assíncronos


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Quando o motor está operando em vazio (sem carga), consideram-se as perdas mecânicas. A fricção
entre as peças mecânicas internas ocasiona essas perdas, bem como a ventilação e as perdas ocasionadas
pela oposição do ar.
Instalações elétricas industriais volume I
144

CASOS E RELATOS

Trabalhando com motor de dupla rotação


Uma empresa produtora de ração da cidade de Salvador teve um prejuízo muito grande em uma de
suas áreas produtivas por conta de um contator antigo, que possibilitou que ocorresse a queima de
um grande motor que possuía duas velocidades: alta, geralmente, utilizada nos dias de maior pro-
dução; baixa, em dias de menor produção.
Devido ao fato de o contator estar danificado e não obter mais condições de uso, as duas rotações
entraram ao mesmo tempo, ou seja, a segurança do sistema ficou comprometida por causa dessa
falha no intertravamento. Isso fez com que o motor deixasse de funcionar, levando a empresa a ter
um grande prejuízo, sem produzir quando necessitava de velocidade alta para atender às demandas
do PCP (Planejamento e Controle da Produção).
Podemos tirar como lição desse caso a importância de, ao alimentar uma das rotações, ter a certeza
de que a outra esteja completamente desconectada/desligada, isolada e com o circuito aberto, e
que o circuito de mudança de velocidade funcione corretamente, para, assim, evitarmos danos aos
equipamentos, problemas econômicos, além de pôr-nos em risco.

Concluindo, vimos aqui os detalhes daqueles que são atualmente a maior fonte de força motriz da
indústria moderna: os motores elétricos assíncronos. O principal elemento de mecanização, quando a má-
quina substitui o esforço físico do homem.
6 Motor de indução (assíncrono)
145

RECAPITULANDO

Neste capítulo vimos que o motor assíncrono é uma máquina elétrica que necessita para seu fun-
cionamento uma corrente alternada (trifásica). Ele é a principal fonte de força motriz da indústria
moderna.
Quanto ao seu funcionamento, vimos que o motor elétrico é uma máquina que ao injetarmos uma
d.d.p (diferença de potencial) transforma energia elétrica em energia cinética (energia mecânica).
Falamos dos componentes, tipos, forma de ligação e características. Além de descobrirmos que de
um mesmo eixo é possível obter velocidades diferentes, isso porque, na maioria dos casos, são di-
mensionados para apenas um valor de tensão, mas através das ligações elétricas para motores po-
demos ter troca de velocidade.
É primordial ao técnico em elétrica o conhecimento desse importante equipamento, tipos de siste-
mas de partida e comando, bem como a manutenção dos mesmos.
Então, continue pesquisando e conhecendo o assunto!
REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5410: instalações elétricas de


baixa tensão. Rio de Janeiro, 2004. (Versão corrigida: 2008).
______. NBR 5419-3: proteção contra descargas atmosféricas: parte 3: danos físicos a
estruturas e perigos à vida. Rio de Janeiro, 2015.
______. NBR IEC 60947-1: dispositivo de manobra e comando de baixa tensão parte 1:
regras gerais. Rio de Janeiro, 2013.
BITOLA. In: DICIONÁRIO web. c2009-2018. Disponível em: <https://www.dicionarioweb.
com.br/bitola>. Acesso em: 17 out. 2017.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria nº 3.214, 08 de junho de 1978: apro-
va as normas regulamentadoras – NR – do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis
do Trabalho, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho. Diário Oficial [da] Repúbli-
ca Federativa do Brasil, Brasília, DF, 08 de jul., 1978.
______. ______. Norma Regulamentadora nº 10: segurança em instalações e serviços
em eletricidade. 2004. Disponível em: <http://trabalho.gov.br/images/Documentos/
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REFORMA fácil. Padronização de cores nas instalações elétricas. 2011. Disponível em:
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www.shutterstock.com/pt/image-photo/overloaded-electrical-circuit-causing-short-fi-
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com/pt/image-photo/electrical-circuit-breaker-rail-mount-133015871>. Acesso em: 01
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______. Motores de indução trifásicos. Figura 75. 2018. Disponível em: https://www.
shutterstock.com/pt/image-illustration/blue-industrial-electric-motor-3d-rende-
ring-653318845. Acesso em: 21 jul. 2018.
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ponível em: https://www.shutterstock.com/pt/. Acesso em: 21 jul. 2018.
______. Rotor. Figura 80. 2018. Disponível em: <https://www.shutterstock.com/pt/ima-
ge-photo/old-disassembled-electric-motor-486336532>. Acesso em: 04 jun. 2018.
MINICURRÍCULO DO AUTOR

MARCELO MACEDO MATOS


Marcelo Macedo Matos é graduado em Engenharia Elétrica pela Universidade Pio Décimo (PIOX),
possui Especialização em Automação, Controle e Robótica pelo SENAI CIMATEC Salvador – BA e
técnico em Eletrônica. É especialista em Lean Seis Sigma Green Belt com up grade em Black Belt,
atua como supervisor de produção desde 2002 na área industrial trabalhando em grandes em-
presas nacionais como Santista Têxtil, Marata alimentos, AmBev e Borrachas Vipal e com experi-
ências internacionais em empresas sendo FATE em Buenos Aires ARG e visita técnica na empresa
McEroy Manufacturing, Tulsa Oklahoma EUA.
Índice

C
CLP 101

D
dispositivos de campo industrial 17

E
efeito Joule 58
enrolamento polifásico 131
Escorregamento do motor assíncrono 129, 133

H
haste 116, 117

I
impedância 119, 123
indutância 123
intercambialidade 34
invólucros 115

M
malha de aterramento 121

R
ruídos 118

S
SCRs 99
soft starters 60

T
TAPs 88, 90, 91
tiristores antiparalelo 98
SENAI – Departamento Nacional
Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

Felipe Esteves Morgado


Gerente Executivo

Luiz Eduardo Leão


Gerente de Tecnologias Educacionais

Fabíola de Luca Coimbra Bomtempo


Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros Didáticos

Catarina Gama Catão


Apoio Técnico

SENAI – Departamento Regional da bahia

Ricardo Santos Lima


Coordenador do Desenvolvimento dos Livros Didáticos

Marcelo Macedo Matos


Elaboração

George Bispo dos Santos


Revisão Técnica

Edeilson Brito Santos


Coordenação Técnica

Marcelle Minho
Coordenação Educacional

André Luiz Lima da Costa


Igor Nogueira Oliveira Dantas
Coordenação de Produção

Paula Fernanda Lopes Guimarães


Coordenação de Projeto
Bruno Pinheiro Fontes
Liliane Lima
Ticianna Castelhano
Design Educacional

Regiani Coser Cravo


Revisão Ortográfica e Gramatical

Alex Ricardo de Lima Romano


Antônio Ivo Ferreira Lima
Daniel Soares Araújo
Fábio Ramon Rego da Silva
Thiago Ribeiro Costa dos Santos
Vinicius Vidal da Cruz
Ilustrações e Tratamento de Imagens

Nelson Antônio Correia Filho


Fotografia

Alex Ricardo de Lima Romano


Antônio Ivo Ferreira Lima
Leonardo Silveira
Vinicius Vidal da Cruz
Diagramação, Revisão de Arte e Fechamento de Arquivo

Renata Oliveira de Souza CRB - 5 / 1716


Normalização - Ficha Catalográfica

Regiani Coser Cravo


Revisão de Diagramação e Padronização

Comissão Técnica EAD


Comitê Técnico de Avaliação

i-Comunicação
Projeto Gráfico

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