Sei sulla pagina 1di 118

sÉrIe eletroeletrônIca

CONVERSORES
E INVERSORES
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI

Robson Braga de Andrade


Presidente

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor de Educação e Tecnologia

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI

Conselho Nacional

Robson Braga de Andrade


Presidente

SENAI – Departamento Nacional

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor Geral

Gustavo Leal Sales Filho


Diretor de Operações

Regina Maria de Fátima Torres


Diretora Associada de Educação Profissional
sÉrIe eletroeletrônIca

CONVERSORES
E INVERSORES
©2013. SENAI Departamento Nacional

©2013. SENAI Departamento Regional de São Paulo

A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico,
mecânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização,
por escrito, do SENAI.

Esta publicação foi elaborada pela equipe do Núcleo de Educação a Distância do SENAI-São
Paulo, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por todos os
Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.

SENAI Departamento Nacional


Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

SENAI Departamento Regional de São Paulo


Gerência de Educação – Núcleo de Educação a Distância

FICHA CATALOGRÁFICA

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.


Conversores e Inversores / Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.
Departamento Nacional, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.
Departamento Regional de São Paulo. Brasília: SENAI/DN, 2013.
118 p. il. (Série Eletroeletrônica).

ISBN 978-85-7519-784-4

1. Instalação de controlador lógico programável 2. Programação de


controlador lógico programável 3. Manutenção em sistemas controlados
por controlador lógico programável 4. Aplicações do controlador lógico
programável. I. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento
Regional de São Paulo II. Título III. Série

CDU: 005.95

SENAI Sede
Serviço Nacional de Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto
Aprendizagem Industrial Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317-9001
Departamento Nacional Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br
Lista de ilustrações, quadros e tabelas
Figura 1 -  Estrutura curricular do curso de Eletricista Industrial........................................................................9
Figura 2 -  Modelos de soft starters .............................................................................................................................15
Figura 3 -  Soft starter instalado.....................................................................................................................................16
Figura 4 -  Pontos de conexão e instalação da potência do soft starter.........................................................17
Figura 5 -  Entradas de controle de soft starter SSW05 plus e um exemplo de sua instalação...............18
Figura 6 -  Diagrama de potência e de controle de um soft starter .................................................................19
Figura 7 -  Soft start Sikostart 3RW22..........................................................................................................................21
Figura 8 -  Inversores de frequência............................................................................................................................24
Figura 9 -  Base com aletas metálicas e ventiladores............................................................................................25
Figura 10 -  Sistema de ventilação forçada em painel de comando................................................................26
Figura 11 -  Tipos de fixação de inversores de frequência...................................................................................26
Figura 12 -  Conexões de entrada e saída da potência.........................................................................................27
Figura 13 -  Ligação do inversor em rede 220 V monofásica ou bifásica.......................................................28
Figura 14 -  Ligação do inversor em rede de alimentação contínua (CC)......................................................28
Figura 15 -  Instalação de reatâncias de rede em circuito de inversor de frequência...............................30
Figura 16 -  Conector dos elementos de controle do Inversor modelo CFW08 Plus.................................31
Figura 17 -  Diagrama de controle em instalação elétrica de inversor de frequência...............................32
Figura 18 -  Diagrama de instalação do controle e sinal de inversor de frequência..................................34
Figura 19 -  Inversor com ponto de rede...................................................................................................................35
Figura 20 -  Exemplos de módulos de rede para inversores de frequência..................................................36
Figura 21 -  Exemplo de instalação de módulo de rede em inversores de frequência.............................37
Figura 22 -  IHM do Inversor CFW08 Plus...................................................................................................................38
Figura 23 -  Fixação do conversor através de parafusos em superfície plana..............................................41
Figura 24 -  Recorte de conector X1 (potência) e A1 (barramento da potência)........................................42
Figura 25 -  Conector X1 da eletrônica do sistema de potência.......................................................................42
Figura 26 -  Conexão do motor ao barramento da potência..............................................................................43
Figura 27 -  Sinais de controle do Conversor CA/CC CTW-04 ............................................................................45
Figura 28 -  Conexão das entradas digitais PNP e NPN - Conversor CA/CC CTW-04.................................46
Figura 29 -  Ligação das saídas analógicas e digitais.............................................................................................46
Figura 30 -  Ligação das entradas analógicas e do tacogerador CC................................................................47
Figura 31 -  Soft starter acionando motor de uma esteira industrial...............................................................52
Figura 32 -  Exemplos de soft starters com diferentes IHMs................................................................................54
Figura 33 - Conexões elétricas e ajustes de parâmetros na IHM do soft starter
de modelo SSW05 Plus.............................................................................................................................55
Figura 34 -  Ajuste de parâmetros de partida e parada com soft starter .......................................................56
Figura 35 -  Gráficos de funcionamento do soft starter de modelo SSW05 Plus.........................................62
Figura 36 - Sistema de acionamento de motor com soft starter de modelo SSW05 Plus
comandado por chave de duas posições..........................................................................................65
Figura 37 - Sistema de acionamento de motor com soft starter de modelo SSW05 Plus
comandado por botões............................................................................................................................66
Figura 38 - Máquina para montagem com soft starter de modelo SSW05 Plus
sendo usado para partir o motor em dois sentidos.......................................................................68
Figura 39 -  Aplicação do inversor de frequência em torno com CNC............................................................75
Figura 40 -  Exemplo de inversor de frequência.....................................................................................................76
Figura 41 -  Diagrama de blocos com partes que compõem o inversor de frequência...........................77
Figura 42 -  Gráfico da relação entre tensão e frequência (V/F) de saída do inversor...............................77
Figura 43 -  Gráfico da relação entre tensão e frequência (V/F) de saída do inversor...............................78
Figura 44 -  Inversor de frequência e as funções de cada tecla de sua IHM..................................................79
Figura 45 -  Reatâncias de rede e de carga................................................................................................................82
Figura 46 -  Conexão do resistor de frenagem ao inversor de frequência.....................................................83
Figura 47 -  Inversor de frequência - Acionamento 1 - Diagrama de potência............................................99
Figura 48 -  Inversor de frequência - Acionamento 1 - Diagrama de comando....................................... 100
Figura 49 - Inversor de frequência - Acionamento 1 - Diagrama do borne
de controle do inversor......................................................................................................................... 101
Figura 50 -  Inversor de frequência - Acionamento 2 - Diagrama de potência......................................... 103
Figura 51 -  Inversor de frequência - acionamento 2 - Diagrama de comando........................................ 104
Figura 52 - Inversor de frequência - acionamento 2 - Diagrama do borne
de controle do inversor......................................................................................................................... 105
Figura 53 -  Inversor de frequência - acionamento 3 - Diagrama de potência......................................... 107
Figura 54 -  Inversor de frequência - acionamento 3 - Diagrama de comando........................................ 108
Figura 55 - Inversor de frequência - acionamento 3 - Diagrama do borne
de controle do inversor......................................................................................................................... 109

Quadro 1 - Exemplo de configuração de parâmetros comuns nos soft starters .........................................22


Quadro 2 - Especificação dos bornes do conector X1 do Inversor CFW08 Plus..........................................32
Quadro 3 - Programação das entradas digitais.......................................................................................................33
Quadro 4 - Programação das entradas digitais e analógicas.............................................................................34
Quadro 5 - Exemplo de parametrização de inversor de frequência................................................................39
Quadro 6 - Conector X1 de conversor CA/CC..........................................................................................................43
Quadro 7 - Funções dos bornes de controle............................................................................................................45
Quadro 8 - Ligações do tacogerador...........................................................................................................................47
Quadro 9 - Rampas de tensão na partida e parada com soft starter ...............................................................57
Quadro 10 - Ajuste de corrente nominal do motor no soft starter de modelo SSW05 Plus....................60
Quadro 11 - P rincipais alarmes de sinalização das proteções do soft starter
de modelo SSW05 Plus............................................................................................................................63
Quadro 12 - Principais falhas e procedimentos de testes em soft starter .....................................................69
Quadro 13 - Exemplo das funções de uma IHM......................................................................................................80
Quadro 14 - Mensagens de erros do inversor de frequência e possíveis causas........................................84
Quadro 15 - E xemplo de possíveis falhas e procedimentos de teste
para o inversor de frequência...............................................................................................................85
Quadro 16 - Recomendações de manutenção preventiva no inversor de frequência.............................87
Sumário

1 Introdução...........................................................................................................................................................................9

2 Instalação de acionadores eletrônicos....................................................................................................................13

2.1 Soft starters ....................................................................................................................................................14


2.1.1 Instalação física dos soft starters ..........................................................................................15
2.1.2 Instalação elétrica do soft starter .........................................................................................16
2.1.3 Parametrização na instalação................................................................................................20
2.2 Inversor de frequência...............................................................................................................................24
2.2.1 Instalação física do inversor de frequência......................................................................25
2.2.2 Instalação elétrica do inversor de frequência .................................................................27
2.2.3 Parametrização na instalação................................................................................................37
2.3 Conversores CA/CC.....................................................................................................................................40
2.3.1 Instalação física do conversor CA/CC..................................................................................40
2.3.2 Instalação Elétrica de conversores CA/CC.........................................................................41

3 Soft starter..........................................................................................................................................................................51

3.1 Finalidade do soft starter ..........................................................................................................................52


3.2 Funcionamento do soft starter ...............................................................................................................53
3.3 Funcionamento do sistema com soft starter .....................................................................................64
3.4 Manutenção de sistemas com soft starter ..........................................................................................69

4 Inversor de frequência..................................................................................................................................................73

4.1 Finalidade do inversor de frequência...................................................................................................74


4.2 Funcionamento do inversor de frequência........................................................................................75
4.3 Dispositivos opcionais para inversores de frequência...................................................................81
4.4 Manutenção do sistema com inversor de frequência....................................................................84

5 Parametrização de inversores de frequência........................................................................................................91

5.1 Tipos de parâmetros...................................................................................................................................92


5.1.1 Parâmetros de acesso...............................................................................................................92
5.1.2 Parâmetros de Leitura ou Visualização...............................................................................92
5.1.3 Parâmetros de Regulação.......................................................................................................92
5.1.4 Parâmetros de configuração..................................................................................................95
5.1.5 Parâmetros do Motor................................................................................................................97

Referências......................................................................................................................................................................... 111

Minicurrículo dos autores............................................................................................................................................ 113

Índice................................................................................................................................................................................... 115
Introdução

Nesta unidade curricular de Conversores e Inversores do curso Eletricista Industrial,


abordaremos os conhecimentos necessários para o desenvolvimento das capacidades técni-
cas, sociais, organizativas e metodológicas relativas à instalação dos comandos e controles ele-
troeletrônicos das máquinas industriais.
Esta unidade será desenvolvida em carga horária prevista de 40 horas. Observe o esquema
ilustrado a seguir.

QUADRO DE ORGANIZAÇÃO CURRICULAR

• Eletricista Geral (80 h)

• Instalações Elétricas (80 h)

• Comandos Elétricos (120 h)

• Controladores Lógicos Programáveis (60 h)

• Conversores e Inversores (40 h)

Eletricista Industrial (380 h)

Figura 1 - Estrutura curricular do curso de Eletricista Industrial


Fonte: SENAI-SP (2013)
CONVERSORES E INVERSORES
10

Esta unidade curricular fornecerá subsídios para o desenvolvimento das se-


guintes capacidades técnicas:
a) Analisar esquemas e diagramas elétricos;
b) Instalar equipamentos Inversores e soft starts ;
c) Utilizar instrumentos de medição;
d) Aplicar normas e procedimentos de segurança e saúde no trabalho e de
proteção ao meio ambiente.
e) Interpretar manuais técnicos
Nesta unidade, serão abordadas capacidades sociais, organizativas e metodo-
lógicas de:
a) Ser organizado;
b) Ter raciocínio lógico;
c) Ter iniciativa;
d) Ter responsabilidade;
e) Manter-se atualizado tecnicamente;
f ) Trabalhar em equipe.
Como eletricista industrial, você atuará na confeccção ou montagem e na
instalação de elementos, como:
a) painéis ou quadros de comandos eletroeletrônicos para motores e gerado-
res;
b) sistemas de partida convencionais e eletrônicos de motores elétricos.
Para contribuir com os seus estudos, este livro está dividido em 5 capítulos.
No capítulo 2 apresentaremos a instalação de acionadores eletrônicos.
Nos capítulos 3 e 4 veremos manutenção de sistemas com Soft starter e com
inversores. No capítulo 5 apresentaremos a parametrização de acionadores ele-
trônicos.
Agora que você viu o que irá estudar neste livro, pode estar pensando no
quanto esses temas são desafiadores. Mas fique tranquilo, pois com estudo e de-
dicação, ao fim desta unidade, você terá adquirido os conhecimentos necessários
para desenvolver as capacidades técnicas para atuar como eletricista industrial.
Vamos começar mais este desafio?
1 Introdução
11

Anotações:
Instalação de acionadores eletrônicos

Neste capítulo, você conhecerá os equipamentos responsáveis por controlar totalmente o


funcionamento dos motores elétricos, incluindo a partida, a parada, o sentido de giro e o con-
trole da velocidade. Para isso, vamos estudar os seguintes equipamentos: soft starters, conver-
sores CA/CA e conversores CA/CC.
Aprender sobre a instalação desses equipamentos é muito importante para um eletricista
industrial, pois eles fazem parte do universo das máquinas com as tecnologias mais avançadas
da indústria moderna.
Esses equipamentos são empregados, por exemplo, em máquinas de Comando Numérico
Computadorizado (CNC) em geral, tais como: tornos, frezadoras, centros de usinagens, máqui-
nas de corte a laser, de produção gráfica, têxtil, em robôs manipuladores industriais além de
diversos sistemas de automação da produção industrial.
CONVERSORES E INVERSORES
14

2.1 SOFT STARTERS

O motor elétrico é um elemento essencial dentro de uma indústria, pois é


através dele que as máquinas realizam movimento. No entanto, para entrar em
funcionamento ele traz efeitos indesejados quando acionado de forma direta, de-
pendendo da potência. O principal problema é a grande demanda de corrente
solicitada da rede pelo motor na sua partida.
Para enfrentar esse problema, surgiram formas alternativas de partida de mo-
tores, tais como a partida estrela-triângulo e a partida com autotransformador.
Entretanto, esses sistemas de partidas também possuem inconvenientes, como
perda de torque na partida, custo elevado, limitação do número de partidas por
hora, desgaste dos componentes eletromecânicos, entre outros.
O soft starter, ou equipamento de partida suave, foi desenvolvido para minimi-
zar alguns desses problemas. Esse equipamento é utilizado na partida de motores
elétricos trifásicos de indução sem causar picos elevados de corrente, além de
oferecer proteções ao motor.
O soft starter recebe uma tensão trifásica fixa da rede elétrica e fornece uma
tensão variável para o motor, porém com a frequência fixa. Na partida do motor,
aplica sobre o motor uma tensão cujo valor varia de forma crescente até atingir o
valor eficaz da rede elétrica, proporcionando uma partida suave.
No desligamento, o soft starter aplica sobre o motor uma tensão de forma de-
crescente, fazendo com que o eixo do motor pare de girar de forma suave até que
seja completamente desligado. Também dispõe da opção de desligar diretamen-
te o motor.
Ele faz esse processo por meio de componentes eletrônicos e, portanto, sem
desgaste mecânico, por isso também é conhecido por chave estática de partida.
Observe, a seguir, exemplo de soft starter.
2 Instalação de Acionadores Eletrônicos
15

Figura 2 -  Modelo de soft starter


Fonte: SENAI-SP (2013)

De acordo com a norma NBR 5410 (2004,154), Instala-


ções Elétricas em Baixa Tensão, item 6.5.1.2 - Limitação
VOCÊ das perturbações devido às partidas de motores, traz
a seguinte orientação: “Para partida direta de motores
SABIA? com potência acima de 3,7 kW (5 cv), em instalações
alimentadas por rede de distribuição pública em baixa
tensão, deve ser consultada a concessionária local”.

O soft starter é uma opção interessante e eficaz para a partida de motores elé-
tricos, pois supera com vantagens os sistemas eletromecânicos convencionais de
partida.

2.1.1 INSTALAÇÃO FÍSICA DOS SOFT STARTERS

Você deve instalar os soft starters por meio de parafusos diretamente na placa
de montagem do painel de comando das máquinas industriais. Instale-os prefe-
rencialmente na posição vertical para uma fácil dissipação de calor, e distantes de
outros equipamentos eletrônicos, principalmente aqueles sensíveis a interferên-
cias eletromagnéticas ou ruídos.
Observe, na figura a seguir, um soft starter instalado em um painel de coman-
do industrial.
CONVERSORES E INVERSORES
16

Figura 3 -   Soft starter instalado


Fonte: SENAI-SP (2013)

Antes de instalar um soft starter, consulte o manual ou catálogo do fabricante.


Nele você encontra as distâncias mínimas recomendadas para a instalação.

2.1.2 INSTALAÇÃO ELÉTRICA DO SOFT STARTER

Para realizar a instalação elétrica desse equipamento, você deve conhecer os


pontos de conexão das entradas e saídas dos circuitos de potência e de controle
e, em alguns casos, as conexões de rede de dados.

Conexão dos pontos de entrada e saída de potência

Os pontos de entrada e saída de potência são aqueles nos quais conectamos a


alimentação da rede elétrica, a saída para o motor elétrico, o condutor de aterra-
mento e a alimentação do controle eletrônico do equipamento.
As conexões de alimentação trifásica do soft starter são nomeadas como 1L1,
3L2 e 5L3, que devem receber, respectivamente, as fases R, S e T da rede elétrica
trifásica. Alguns dos seus modelos não ligam o motor e geram alarme luminoso
se esta sequência não for seguida.
Você deve instalar esses dispositivos em rede trifásica, protegidos por fusíveis
ou disjuntores.
2 Instalação de Acionadores Eletrônicos
17

A figura a seguir mostra os pontos de entrada e saída de potência e a alimen-


tação do controle eletrônico.

entradas de
alimentação
trifásica

alimentação
da “eletrônica”

saídas para o
motor trifásico
Figura 4 -  Pontos de conexão e instalação da potência do soft starter
Fonte: Weg (2014)

Alguns deles não possuem proteção eletrônica contra sobrecarga. Nesse caso,
usa-se um relé térmico na saída do soft starter para proteger o motor.

Nunca conecte o condutor de aterramento ou neutro


FIQUE com o fechamento do centro da estrela de motores
ALERTA acionados por soft starter, para não causar interferências
na rede elétrica de alimentação.

Também podemos instalar reatâncias de rede ou indutâncias para minimizar


interferências que o soft starter pode causar nas instalações elétricas, principal-
mente os de maior potência.

FIQUE Nunca instale nenhum tipo de capacitor na saída dos


soft starters. Pois, se isto ocorrer, você estará fechando
ALERTA um curto-circuito que causará danos ao equipamento.

Conexão dos pontos de entrada e saída de controle

Os soft starters possuem pontos de entrada digitais - DIs (Digital Input) e pon-
tos de saída digitais - DOs (Digital Output).
CONVERSORES E INVERSORES
18

entradas
digitais

saídas
digitais
(a relé)

Figura 5 -  Entradas de controle de soft starter SSW05 plus e um exemplo de sua instalação
Fonte: SENAI-SP (2013)

Nas DIs, você deve conectar os botões, chaves e sensores, e nas DOs, os relés,
contatores, sinalizadores e outras cargas de pequena potência que são controla-
das pelo equipamento.
Alguns soft starters mais sofisticados possuem saída analógica na qual você
pode conectar, por exemplo, instrumentos de medição para indicar a corrente do
motor. Outros modelos possuem entrada analógica e nela você pode conectar,
por exemplo, um sensor de temperatura do tipo PTC instalado no motor de forma
que, ao chegar a uma determinada temperatura, o soft starter desligue o motor
ou sinalize seu alarme.
Veja um exemplo de diagrama de um soft starter mostrando esses pontos de
conexão.
2 Instalação de Acionadores Eletrônicos
19

Figura 6 -  Diagrama de potência e de controle de um soft starter


Fonte: SENAI-SP (2013)

O valor da tensão de alimentação do controle eletrônico dos soft starters varia


de acordo com o fabricante: uns trabalham com a tensão da rede de 110 VCA ou
220 VCA, enquanto outros usam tensões contínuas de +24 VCC. Você deve consul-
tar essas informações no manual.

Conexão dos pontos de redes de comunicação

Nos soft starters, os pontos de rede de comunicação de dados são as portas, ou


conectores para comunicação via rede de dados, que trocam informações, princi-
palmente, com microcomputadores e controladores programáveis.
Eles possuem conectores ou tomadas, que são os pontos físicos onde você
deve plugar os cabos de comunicação de rede. Esta é uma função acessória, ou
seja, auxiliar. Por isso, a maioria dos soft starters não dispõe dela.
CONVERSORES E INVERSORES
20

1 TRIMPOTS 2.1.3 PARAMETRIZAÇÃO NA INSTALAÇÃO


São resistores ajustáveis, com Para que o soft starter possa controlar adequadamente a partida e a parada do
os quais você varia o valor
da resistência, fazendo-a motor, você deve ajustar algumas variáveis para um melhor controle. Essas va-
aumentar ou diminuir de
acordo com a posição de um riáveis são chamadas de parâmetros, e a ação de modificá-los é conhecida como
cursor movimentado por configuração de parâmetros ou parametrização do soft starter.
chave de fenda.
Quando você instalar um soft starter, deve configurar alguns parâmetros bási-
cos para realizar alguns testes com segurança. Esses testes são necessários para
2 INTERFACE HOMEM-
que você possa validar a instalação.
MÁQUINA
O ajuste de parâmetros pode ser feito por meio de trimpots1 ou interface ho-
Mais conhecida como IHM, mem-máquina2 digital.
ou em inglês HMI (Human
Machine Interface), é um A configuração dos parâmetros por trimpots é muito simples e não varia, in-
equipamento eletrônico
acoplado a uma tela de LCD dependentemente do fabricante ou do modelo de soft start usado, pois eles têm
(display de cristal líquido) como características comuns:
cuja função é monitorar ou
interferir em uma planta de
processo industrial. a) tempo de rampa de partida;
b) tempo de rampa de parada;
c) valor inicial da tensão da rampa de partida (torque);
d) rampa de tensão de parada ou desligamento natural (sem rampa de para-
da); e
e) tempo de rampa de parada.
Alguns soft starters possuem outros recursos, tais como limitação da corrente
do motor e frenagem do motor por injeção de corrente contínua (CC).
Para que você entenda essa configuração, vamos tomar como exemplo um
soft start básico, com trimpots no painel frontal para ajuste de parâmetros.
2 Instalação de Acionadores Eletrônicos
21

Figura 7 -   Soft start Sikostart 3RW22


Fonte: SENAI-SP (2013)

Nesse modelo, para ajustar os parâmetros, dispomos de cinco pequenas cha-


ves de duas posições, conhecidas por chave DIP, para ativar ou desativar as fun-
ções, e quatro trimpots para ajustar do mínimo até o máximo valor.
Veja, no quadro a seguir, como fazer a configuração desse soft starter para par-
tir e parar com rampa de tensão.
CONVERSORES E INVERSORES
22

3 GOLPE DE ARÍETE Quadro 1 - Exemplo de configuração de parâmetros comuns nos soft starters

Vibração ou trepidação NÚMERO E


REPRESENTAÇÃO
transitória que surge nas FUNÇÃO POSIÇÃO DAS AJUSTE DOS TRIMPOTS
GRÁFICA
tubulações quando ocorre CHAVES (DIP)
uma variação brusca
na pressão, como a que O trimpot 1 ajusta o tempo de
ocorre quando se liga ou rampa de partida (T1) de 0,3
desliga uma bomba de
abastecimento de água a 180 s.
(bomba de recalque).
O trimpot 2 ajusta o valor de
tensão inicial da rampa (U1) de
Partida U (V)
UN 20 a 100% da tensão nominal
com rampa 3
U1 (Un) de alimentação.
crescente 5
de tensão T1 t (s)
O trimpot 3 deve estar todo à
direita.

O trimpot 4 pode estar em


qualquer posição.

O trimpot 4 ajusta o tempo de

Parada com U (V) desligamento ou parada (T2)

rampa de- UN 1 do motor de 5 a 90 s.

crescente 2
t (s) Os trimpots 1, 2 e 3 podem
de tensão T2
estar em qualquer posição.

Para realizar a configuração dos parâmetros, siga sempre as informações técni-


cas contidas no manual do fabricante do equipamento.
Outros modelos mais completos de soft starter oferecem diversas proteções
ajustáveis, tais como: proteção térmica, subcorrente, subtensão de alimentação,
proteção contra inversão de fases, entre outros.
2 Instalação de Acionadores Eletrônicos
23

CASOS E RELATOS

Golpe de aríete3
No litoral sul paulista, um prédio de 25 andares possuía um sistema de
bombeamento de água com um motor de 10 cv (dez cavalos) de potência
que funcionava com um sistema elétrico de partida estrela-triângulo. Esse
sistema apresentava problemas quando ligava e, principalmente, quando
desligava a bomba, pois a rígida tubulação trepidava bastante, ocasionan-
do vibrações, barulho nos apartamentos e frequentes vazamentos na tu-
bulação.
Para solucionar esse problema, o síndico acionou a empresa responsável
pela manutenção da bomba que, analisando a situação, propôs uma modi-
ficação na parte elétrica que substituía o sistema de partida estrela-triângu-
lo por uma partida com soft starter.
O funcionário da empresa iniciou a instalação pelos ajustes dos parâme-
tros, programou a partida do motor com uma rampa crescente de tensão
com pulso para partida (a chamada função quick start), e depois a rampa
decrescente de tensão no desligamento do motor. O síndico e os mora-
dores do prédio ficaram admirados, porque a tubulação não vibrava e não
fazia mais barulho ao ligar ou desligar a bomba.
O instalador então explicou: o problema ocorria devido a um efeito hidráu-
lico chamado golpe de aríete. A saber, no instante em que se liga ou des-
liga, a bomba provoca uma variação brusca de pressão e vazão, fazendo
com que a tubulação vibre. Com o soft starter, a bomba inicia com pequeno
torque e bombeia um volume de água menor, que aumenta na medida
em que a rampa de tensão gerada pelo soft starter vai crescendo. Quan-
do desligada, o equipamento gera uma rampa decrescente e a bomba vai
reduzindo suavemente a pressão. A mudança gradativa de pressão evita
vibração na tubulação.
CONVERSORES E INVERSORES
24

2.2 INVERSOR DE FREQUÊNCIA

O inversor de frequência (do inglês, frequency inverters) ou conversor CA/CA é


um equipamento que permite controlar a velocidade de um motor elétrico trifá-
sico de indução. Muitos fabricantes denominam os inversores de drivers de con-
trole de motores.
Esse equipamento recebe a tensão alternada da rede com a frequência fixa de
60 Hz e fornece tensão alternada com frequência variável para controlar a rota-
ção de um motor trifásico. Alguns inversores podem ser alimentados por tensão
contínua, ao invés de entrada de tensão alternada. Veja um exemplo desse equi-
pamento.

Figura 8 -  Inversores de frequência


Fonte: SENAI-SP (2013)

Você pode encontrar outra denominação para o inver-


VOCÊ sor de frequência. Para fins comerciais, este é classifica-
SABIA? do como conversor eletrônico de frequência, de acordo
com a Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM).

Além do controle da velocidade, o inversor oferece outras vantagens, tais


como: proteção do motor, principalmente contra sobrecorrente, e partida com
baixa corrente.
2 Instalação de Acionadores Eletrônicos
25

2.2.1 INSTALAÇÃO FÍSICA DO INVERSOR DE FREQUÊNCIA

Antes de instalar um inversor de frequência em um painel de comando, alguns


cuidados são necessários. O primeiro fator que você deve considerar é que ele
produz calor quando em funcionamento. Por isso, é importante que você instale
o inversor de frequência em painel e placa de montagem metálicos.
Os inversores possuem aletas metálicas (lâminas de alumínio) na parte da base
e ventilador para facilitar a dissipação de calor. Veja o detalhe das aletas e dos
ventiladores na parte traseira da base do inversor.

Figura 9 -  Base com aletas metálicas e ventiladores


Fonte: Weg (2014)

A posição de fixação do inversor também é outro fator importante que você


deve observar na instalação. Ele deve ser fixado na posição vertical, de modo que
as aletas metálicas permitam a saída de ar quente com facilidade.
É interessante que o quadro de comando tenha entrada e saída de ventilação
com proteção contra poeira ou sistema de ventilação forçada (ventilador de pai-
nel) para resfriamento do inversor e dos componentes do painel, como você pode
ver a seguir.
CONVERSORES E INVERSORES
26

Figura 10 -  Sistema de ventilação forçada em painel de comando


Fonte: SENAI-SP (2013)

É recomendado instalar inversores diretamente na placa de montagem, fixan-


do sua base por meio de parafusos ou, para alguns fabricantes, pelo flange, de
modo que o dissipador de calor fique na parte de trás da placa de montagem.
Observe os exemplos de fixação.

saída do saída do
fluxo de ar fluxo de ar

entrada do
entrada do
fluxo de ar
fluxo de ar

fixação pela base fixação pelo flange


por parafusos no corpo do equipamento
Figura 11 -  Tipos de fixação de inversores de frequência
Fonte: Weg (2014)

Na instalação com parafusos pela base, o ar quente proveniente do inver-


sor é distribuído dentro do próprio painel onde estão os dispositivos, causando
aquecimento nos demais. Na instalação pelo flange, a base do inversor, que é
justamente o ponto dissipador do calor, fica situada atrás da placa de montagem,
distribuindo o aquecimento gerado fora da área onde estão os demais compo-
nentes do comando, evitando que eles aqueçam.
2 Instalação de Acionadores Eletrônicos
27

2.2.2 INSTALAÇÃO ELÉTRICA DO INVERSOR DE FREQUÊNCIA

Em relação à instalação elétrica, os inversores possuem pontos para conexão


de dispositivos de entrada e saída de potência e de controle e há ainda, para al-
guns modelos, pontos de entrada e saída analógicos de sinais e de rede de comu-
nicação de dados. A seguir, veremos detalhadamente a conexão desses pontos.

Conexão dos pontos de entrada e saída de potência

Os pontos de entrada e saída de potência são os terminais onde conectamos a


entrada da alimentação da rede elétrica, o condutor de aterramento, a saída para
o motor elétrico e, em alguns casos, o resistor de frenagem.
Os inversores de frequência são fabricados para receberem tensão trifásica,
alternada ou contínua, de alimentação e fornecerem uma tensão trifásica para o
motor elétrico.
Observe, na figura a seguir, os bornes L/L1, N/L2 e L3 onde será conectada a
entrada de alimentação da rede, e os terminais U, V e W que serão conectados ao
motor elétrico.

bornes de saída
para o motor

bornes da entrada
de alimentação

potência

L/L1 N/L2 L3 U V W
aterramento

Figura 12 -  Conexões de entrada e saída da potência


Fonte: WEG (2013)

Para acionamento de motores trifásicos de baixas potências, encontramos


também inversores que funcionam, além da trifásica, com tensões de alimenta-
ção monofásicas ou bifásicas, conforme você pôde observar na ilustração que
acabamos de apresentar.
Veja que o primeiro borne de entrada de alimentação é identificado por L/L1
e o segundo por N/L2, que são os bornes utilizados para conectar uma rede de
alimentação 220 V.
CONVERSORES E INVERSORES
28

Essa alimentação 220 V pode ser:


a) monofásica: com uma fase 220 V, conectada ao L/L1, e um neutro, ao N/L2; ou
b) bifásica: com duas fases de 220 V cada, conectadas aos bornes L/L1 e N/L2.
A figura a seguir mostra essas duas ligações.

entradas de alimentação entradas de alimentação


fase neutro fase fase
220 V 220 V 220 V

L/L1 N/L2 L3 U V W L/L1 N/L2 L3 U V W

aterramento saídas para o motor aterramento saídas para o motor

Figura 13 -  Ligação do inversor em rede 220 V monofásica ou bifásica


Fonte: Adaptada de WEG (2013)

Para os inversores alimentados por tensão contínua, os bornes a serem alimen-


tados são:
a) +Ud recebe alimentação positiva; e
b) -Ud, alimentação negativa da fonte.
Na figura a seguir, o borne BR é usado para conexão de resistor de frenagem,
conectado com o borne + Ud e com o BR.

entradas da
saídas para o motor
alimentação C.C.

L/L1 N/L2 L3
U V W -Ud BR +Ud

aterramento saída para o terra do motor


Figura 14 -  Ligação do inversor em rede de alimentação contínua (CC)
Fonte: Adaptada de WEG (2013)
2 Instalação de Acionadores Eletrônicos
29

Além dos dois ou três fios da rede de alimentação elétrica, é indispensável co-
nectar condutor de aterramento elétrico a todas as partes metálicas dos equipa-
mentos do sistema, para prevenir que a interferência eletromagnética produzida
pelo inversor afete outros equipamentos. No entanto, essa proteção só ocorre de
forma efetiva se a placa, o painel de comando e o inversor de frequência estive-
rem conectados a um bom aterramento elétrico.

Nunca se deve conectar o neutro da rede às carcaças


FIQUE metálicas, mas sim o condutor de aterramento, que é
obrigatório devido às normas de segurança e tem a fi-
ALERTA nalidade de proteger as pessoas contra choque elétrico
em caso de alguma falha no equipamento.

É aconselhável instalar o inversor distante de equipamentos que possam so-


frer interferência, tais como: controladores programáveis, interfaces homem-má-
quina (IHMs), comandos numéricos computadorizados (CNCs) e equipamentos
com microprocessadores ou microcontroladores. Quanto maior a potência do
inversor, maior deve ser a distância em relação a esses dispositivos.
As instalações elétricas do circuito do inversor e do motor também emitem
radiações eletromagnéticas que causam interferências em outros equipamentos.
Por isso, os condutores desses circuitos devem ser blindados ou instalados em
eletrodutos metálicos devidamente aterrados.
Outro recurso bastante utilizado para reduzir as interferências eletromagnéti-
cas é a instalação de filtros, conhecidos por reatâncias de rede, instalados na en-
trada de alimentação do circuito de potência do inversor e na saída trifásica que
vai para o motor. Veja uma instalação física de reatâncias de rede.
Note que, nesse circuito foi utilizado fusíveis na proteção do inversor. Esses fu-
síveis devem ser do tipo ultra-rápido. A escolha entre fusível ou disjuntor depen-
de de cada modelo e fabricante, assim consulte sempre o manual do fabricante
para usar a proteção mais adequada ao equipamento.
conversores e Inversores
30

R S T

1 3 5
SG

2 4 6

1 3 5
F1 F2 F3
2 4 6

1 3 5
K1
2 4 6

R1

inversor
U1 de
frequência

R2

U1 V1 W1
M
M1 3

Figura 15 - Instalação de reatâncias de rede em circuito de inversor de frequência


Fonte: SENAI-SP (2013)

Você deve instalar as reatâncias de rede nas três fases e em série, com inversor
ou com o motor.

Os inversores produzem naturalmente interferências


FIQUE que prejudicam a rede elétrica. Por isso, não instale ca-
pacitores nas redes de alimentação dos inversores. Esse
ALERTA tipo de instalação causaria um aumento elevado das
interferências, podendo danificar os equipamentos.
2 Instalação de Acionadores Eletrônicos
31

Conexão dos pontos de entrada e saída digitais de controle

Os pontos de entrada e saída digitais, conhecidos por entradas ou saídas de


controle, são aqueles onde conectamos os botões, chaves, sensores, relés, conta-
tores, entre outros. Além destas, as saídas do(s) relés(s) auxiliar(es) também fazem
parte do grupo de conexões do controle.
Como exemplo, vamos analisar o conjunto de bornes do inversor de frequên-
cia CFW 08 Plus. Veja os pontos de conexões que o inversor disponibiliza.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Figura 16 -  Conector dos elementos de controle do Inversor modelo CFW08 Plus


Fonte: Adaptada de WEG (2013)

A identificação dos bornes para conexão dos elementos de controle e suas


funções estão descritas no quadro a seguir.
CONVERSORES E INVERSORES
32

4 POTENCIÔMETRO Quadro 2 - Especificação dos bornes do conector X1 do Inversor CFW08 Plus

Resistor variável utilizado BORNE ENTRADA FUNÇÃO


para o ajuste da velocidade
quando empregado em 1 DI-1 (Digital Input 1) Entrada Digital 1
inversores de frequência.
2 DI-2 (Digital Input 2) Entrada Digital 2

3 DI-3 (Digital Input 3) Entrada Digital 3

4 DI-4 (Digital Input 4) Entrada Digital 4

Saída da fonte (0 V) comum das Entradas Digitais/Analógicas e Saída


5 COM
Analógica

6 AI1 (Analogic Input 1) Entrada Analógica 1

7 +10 V Saída positiva 10 V da fonte de alimentação interna de referência

8 AI2 (Analogic Input 2) Entrada Analógica 2

9 AO1 (Analogic Output 1) Saída Analógica 1

10 NF Saída do contato Normal Fechado (NF) do Relé Auxiliar

11 Com Saída do contato comum do Relé Auxiliar

12 NA Saída do contato Normal Aberto (NA) do Relé Auxiliar

Esse inversor CFW 08 Plus possui quatro entradas digitais de controle, destina-
das basicamente à conexão de botões, chaves e sensores.
Veja, a seguir, um diagrama para comando de inversor na configuração NPN,
para a operação de liga/desliga motor e inversão de rotação.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

DI-1 DI-2 DI-3 DI-4 0V


Com

S1 S2 S3

Figura 17 -  Diagrama de controle em instalação elétrica de inversor de frequência


Fonte: WEG (2013)

No diagrama de controle da figura apresentada temos S1 e S2, que são botões


pulsadores, sendo S1 Normal Aberto (NA) e S2 Normal Fechado (NF) e S3 que é
uma chave de duas posições fixas, todos conectados às entradas digitais de con-
trole podendo ser configurados para realizar as funções abaixo.
2 Instalação de Acionadores Eletrônicos
33

Quadro 3 - Programação das entradas digitais

ENTRADA DIGITAL FUNÇÃO PROGRAMADA

DI-1 Ligar motor

DI-2 Desligar motor

DI-4 Seleção de sentido de giro (horário ou anti-horário)

A DI-3 não está sendo utilizada. Por isso, nesse inversor ela foi conectada dire-
tamente ao ponto comum (0 V) de fonte de alimentação interna do inversor.
A configuração do modo de funcionamento NPN é aquela que conecta o 0 V
comum da fonte aos dispositivos de entrada, e é a forma padrão que vem no in-
versor CFW08 Plus. Entretanto, se o usuário necessitar da configuração PNP, deve
mudar a posição de uma chave tipo DIP internamente.
O funcionamento PNP é aquele que usa o positivo comum alimentando bo-
tões, chaves e demais dispositivos de entrada.

Conexão dos pontos de entrada e saída analógicos de sinais

Os pontos de entrada e saída analógicos de sinais são aqueles em que conec-


tamos o potenciômetro4, para controlar a velocidade de um motor e vê-la em um
instrumento de medição de painel. Essa é uma aplicação bastante comum nas
máquinas.
Para o funcionamento desse conjunto, conecte um potenciômetro linear na
entrada 1 (AI-1), e um instrumento analógico de 0 V a 10 V na saída (AO-1) para
medir a rotação do motor.
Veja um diagrama das ligações do sistema de controle e de sinal para a opera-
ção de liga/desliga motor, inversão de rotação, controle de velocidade do motor
(por meio de potenciômetro) e indicação de velocidade (por meio de instrumento
de medição).
CONVERSORES E INVERSORES
34

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

DI-1 DI-2 DI-3 DI-4 0V AI-1 +10V AO-1


Com

P1
RPM
S1 S2 S3
de 0 V a 10 V

Figura 18 -  Diagrama de instalação do controle e sinal de inversor de frequência


Fonte: Adaptada de WEG (2013)

Nessa configuração de controle, o borne 5 é o 0 V da fonte interna de referên-


cia e alimenta as chaves S1 e S3 e o botão pulsador S2. Note que a DI-1 foi ligada
ao ponto comum porque não está sendo usada.
O borne 5 também serve de referência ao potenciômetro e ao instrumento de
medição, sendo que ambos fazem parte do sistema de sinal das entradas e saída
analógicas.
Nesse diagrama que você acaba de ver, o instalador pode programar o inver-
sor para realizar as funções programadas, conforme quadro a seguir.
Quadro 4 - Programação das entradas digitais e analógicas
ENTRADA SAÍDA
FUNÇÃO PROGRAMADA
DIGITAL ANALÓGICA ANALÓGICA

DI-2 Seleção do sentido de giro (horário ou anti-horário)

DI-3 Resetar inversor

DI-4 Ligar e desligar motor

Receber tensão de 0 V a 10 V de referência da


AI-1
rotação

Fornecer tensão de 0 a 10 V para instrumento


AO-1
indicador de rotação do motor
2 Instalação de Acionadores Eletrônicos
35

Conexão dos pontos de saídas digitais

As saídas digitais também são bastante utilizadas em aplicações industriais. As


aplicações mais comuns são: quando o motor atinge determinada rotação (fre-
quência programada no inversor), o contato 11-12 (NA) se fecha, indicando ao
comando elétrico da máquina que a rotação foi atingida; ou quando a corrente
atinge um valor elevado, acima do programado no inversor, o contato 11-12 se
fecha para acionar um sistema de comando externo qualquer.
As conexões 10, 11 e 12 são as saídas de um contato reversível do relé auxiliar
interno. São isoladas e independentes das tensões do inversor. Por isso, podemos
conectar tensões contínuas ou alternadas, inclusive de valores tipo 220 V da rede.
Ao instalar um inversor, antes de conectar o motor, você deve fazer testes só
no inversor. Para tanto, deve energizá-lo e verificar: se acende algum LED, se apa-
rece algum valor na IHM, se indica alguma frequência ao pressionar o botão liga,
se a frequência aumenta ou diminui quando pressionado o potenciômetro digi-
tal. Feitos esses testes e tudo funcionando, conecte o motor.
Após a instalação do motor, antes de energizá-lo, configure os parâmetros bá-
sicos de funcionamento do inversor de acordo com o manual do fabricante.

Conexão dos pontos de redes de comunicação

Alguns inversores possuem ponto de conexão de rede que trocam informa-


ções com microcomputadores, controladores programáveis, outros inversores de
frequência e ainda outros equipamentos.
Semelhantes aos soft starters, eles possuem conectores ou tomadas onde são
plugados os cabos de comunicação de rede, como você pode observar a seguir.

porta de comunicação cabo de comunicação conectado


Figura 19 -  Inversor com ponto de rede
Fonte: SENAI-SP (2013)
CONVERSORES E INVERSORES
36

O cabo de comunicação para esse inversor possui, de um lado, um conector


macho tipo RJ45 para encaixar no RJ45 fêmea da parte frontal do inversor e, do
outro lado do cabo, um conector fêmea tipo DB-9 para conectar na porta serial de
um microcomputador.
A maioria dos inversores não possui ponto de conexão de rede incorporado,
como esse que você acaba de ver, precisando da instalação de módulo sobres-
salente de rede específico de acordo com seu tipo, modelo e marca. Veja alguns
exemplos de módulos de rede para inversores.

módulo de rede com módulo de rede com


conector de encaixe (DB-9) conector a parafuso (KRE)
Figura 20 -  Exemplos de módulos de rede para inversores de frequência
Fonte: Weg (2013)

Esses módulos são instalados na parte interna do inversor, sendo o tipo de


encaixe, conector e padrão de comunicação dependem de cada fabricante. Na
figura a seguir, ilustramos a instalação de um desses módulos em um inversor
modelo CFW 11.
2 Instalação de Acionadores Eletrônicos
37

1- retirar IHM 2 - abrir tampa 3 - retirar tampa

4 - encaixar módulo 5 - fixar módulo


Figura 21 -  Exemplo de instalação de módulo de rede em inversores de frequência
Fonte: Weg (2013 )

Quando você for instalar qualquer equipamento, siga


FIQUE as instruções do manual do fabricante, pois os proce-
ALERTA dimentos variam de um para o outro e de modelo para
modelo.

2.2.3 PARAMETRIZAÇÃO NA INSTALAÇÃO

Os inversores são equipamentos que controlam várias grandezas de natureza


elétrica (como frequência, tensão e corrente elétrica), com a finalidade de contro-
lar, além da velocidade do motor, alguns aspectos importantes de seu funciona-
mento, tais como: sentido de giro, torque, tempo de aceleração e desaceleração,
entre outros.
Quando você instalar um inversor, deve configurar alguns parâmetros básicos
para que o conjunto inversor-motor funcione com segurança.
CONVERSORES E INVERSORES
38

Independente do modelo ou do fabricante do inversor, os parâmetros que


você deve configurar para testar e validar a instalação são:
a) liberar (senha) de acesso para alteração dos valores dos parâmetros;
b) carregar os parâmetros com padrão de fábrica;
c) limitar a corrente do motor; e
d) limitar a frequência (Hz) mínima e máxima de saída para o motor.
Para que você entenda como se faz a configuração básica de parâmetros,
após instalar e executar os testes básicos de validação, acompanhe o exemplo
de parametrização de um inversor modelo CFW08 Plus, cuja IHM é mostrada na
figura a seguir.

tecla de
programação

teclas de
deslocamento

Figura 22 -  IHM do Inversor CFW08 Plus


Fonte: SENAI-SP (2013)

Os parâmetros são alterados por meio da interface homem-máquina (IHM),


localizada na parte frontal do equipamento. Os fabricantes indicam quais passos
seguir para realizar a parametrização. Veja, no quadro 5, um exemplo de como
fazer a parametrização desse inversor.
2 Instalação de Acionadores Eletrônicos
39

Quadro 5 - Exemplo de parametrização de inversor de frequência

SEQ IHM DESCRIÇÃO

1º rdy Pressione a tecla PROG duas vezes até aparecer o número de algum parâmetro.

2º P000 Pressione uma das teclas de deslocamento até chegar ao parâmetro P000.

Pressione a tecla PROG para visualizar o valor programado no parâmetro P000.


3º 0
Irá aparecer o valor “0” (zero).

Pressione a tecla de deslocamento até chegar em 5 para liberar (senha) de


4º 5
acesso para alteração dos valores dos parâmetros.

5º P000 Pressione a tecla PROG para confirmar o valor e retornar à lista de parâmetros.

6º P204 Pressione a tecla de deslocamento até chegar ao parâmetro P204.

Pressione a tecla PROG para visualizar o valor programado no parâmetro P204.


7º 0
Irá aparecer o valor “0” (zero).

Pressione a tecla de deslocamento até chegar em 5 para carregar os parâme-


tros com padrão de fábrica.
8º 5
Ao executar esse procedimento, o inversor desabilita (bloqueia) a alteração de
parâmetros, ou seja, altera o valor do P000 para “0” (zero) novamente.

9º Valor Pressione a tecla PROG duas vezes até aparecer o número de algum parâmetro.

10º P000 Pressione a tecla de deslocamento até chegar ao parâmetro P000.

Pressione a tecla PROG para visualizar o valor programado no parâmetro P000.


11º 0
Irá aparecer o valor “0” (zero).

Pressione a tecla de deslocamento até chegar em 5 para habilitar (liberar) a


12º 5
alteração dos parâmetros.

13º P000 Pressione a tecla PROG para confirmar o valor e retornar à lista de parâmetros.

14º P401 Pressione a tecla de deslocamento até chegar ao parâmetro P401.

Pressione a tecla PROG para visualizar o valor programado no parâmetro P401.


15º Valor No parâmetro 401, insira o valor da corrente nominal do motor. Esse dado, o In
em Amperes (A), é obtido na placa de identificação do motor.

In do
No P401, insira o valor (In) obtido na placa de identificação do motor para
16º motor
limitar a corrente do motor.
(A)

17º P401 Pressione a tecla PROG para confirmar o valor e retornar à lista de parâmetros.

18º P133 Pressione a tecla de deslocamento até chegar ao parâmetro P133.

19º Valor Pressione a tecla PROG para visualizar o valor programado no parâmetro P133.

Freq. No parâmetro 133, insira o valor da frequência mínima (Hz) que o inversor
20º Min. deve fornecer ao motor. Essa frequência é diretamente proporcional à velocida-
(Hz) de mínima na qual o motor deve rodar.
CONVERSORES E INVERSORES
40

SEQ IHM DESCRIÇÃO

21º P133 Pressione a tecla PROG para confirmar o valor e retornar à lista de parâmetros.

22º P134 Pressione a tecla de deslocamento até chegar ao parâmetro P134.

23º Valor Pressione a tecla PROG para visualizar o valor programado no parâmetro P134.

Freq. No parâmetro 134, insira o valor da frequência máxima (Hz) que o inversor
24º Máx. deve fornecer ao motor, normalmente 50 ou 60 Hz, podendo ter aplicações
(Hz) com frequências maiores.

25º P134 Pressione a tecla PROG para confirmar o valor e retornar à lista de parâmetros.

Com esses parâmetros configurados, você pode fazer os testes básicos para
validar a instalação do inversor. Porém, para o pleno funcionamento em uma
máquina, é necessária uma leitura detalhada do manual do fabricante, visando
à configuração de outros parâmetros necessários ao funcionamento correto do
conjunto inversor-motor.
No caso de o inversor trabalhar com sinais de entrada ou saída analógicos, tipo
controle de velocidade por potenciômetro ou instrumento de medição, você tem
ainda que configurar os parâmetros referentes ao tipo de sinal analógico, verifi-
cando se deve funcionar por tensão ou por corrente, e suas limitações de ganho.

2.3 CONVERSORES CA/CC

Os conversores CA/CC ou drivers de controle de motores são equipamentos


que têm a função de controlar o acionamento de motores de corrente contínua
(CC), atuando na variação e controle da sua velocidade.

2.3.1 INSTALAÇÃO FÍSICA DO CONVERSOR CA/CC

Para instalar um conversor CA/CC, siga as seguintes instruções:


a) deixe, no mínimo, os espaços livres especificados no catálogo do fabricante
ao redor do modelo do conversor;
b) não coloque componentes sensíveis ao calor logo acima do conversor, de-
vido ao ar quente produzido pelo equipamento;
c) se forem instalados conversores lado a lado, utilize a distância mínima de
2 x B. Se a montagem for efetuada com um conversor logo acima do outro,
use a distância mínima A + C e desvie do conversor superior o ar quen-
2 Instalação de Acionadores Eletrônicos
41

te produzido pelo conversor que estiver posicionado na parte inferior da


montagem; e
d) instale os conversores em superfície plana e em posição vertical, usando
parafusos M6 ou M8.

vista lateral vista frontal


esquerda com tampa

B B

C
Figura 23 -  Fixação do conversor através de parafusos em superfície plana
Fonte: Adaptada de WEG (2013)

O espaço livre para ventilação tem os valores para as distâncias A, B e C de um


modelo tomado como exemplo na figura a seguir, sendo A = 60 mm, B = 30 mm
e C = 100 mm.
As letras dentro das setas indicam as distâncias que devem ser mantidas para
uma boa ventilação.

2.3.2 INSTALAÇÃO ELÉTRICA DE CONVERSORES CA/CC

A instalação elétrica dos conversores CA/CC é o conjunto de conexões de en-


trada e saída de potência e entradas digitais e analógicas de controle do equipa-
mento. A seguir, veremos alguns detalhes dessas conexões.

Conexão dos pontos de entrada e saída de potência

Para que você entenda as conexões de entrada e a saída de potência, de um


conversor, apresentaremos as ligações em um conversor CA/CC modelo CTW-04
(10 a 640 A), no qual o conector X1 e o barramento A1 são responsáveis por essas
ligações.
CONVERSORES E INVERSORES
42

TC 1 TC 2

B2 S T A1
X1

conector de potência - X1 barramento da potência


Figura 24 -  Recorte de conector X1 (potência) e A1 (barramento da potência)
Fonte: WEG (2013)

Vale lembrar que cada modelo de conversor possui uma ligação específica.
Nesse modelo, o conector “X1”, que é de conexão do sistema eletrônico de potên-
cia, a função e a ligação de cada pino são apresentadas na figura a seguir.

M2 M1

M M
1- 1-

saída de campo

alimentação monofásica } termostato


do campo (até 440 V) +
alimentação trifásica
de controle (220 V/380 V/440 V)
} R
S t
F14
T -

dissipador da potência

X1
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

PE
conexões do conector X1 conexões do aterramento
Figura 25 -  Conector X1 da eletrônica do sistema de potência
Fonte: Adaptada de WEG (2013).

É importante destacar também a necessidade da ligação do terra (PE) do co-


nector X1, que se encontra ao lado do pino 11 nesse exemplo. Observe que cada
modelo apresenta as mesmas ligações, porém com pinos e conexões diferentes.
As conexões dos bornes da potência do modelo apresentado como exemplo
(CTW-04 - X1), na figura, para equipamentos de 10 A, são descritas a seguir.
2 Instalação de acIonadores eletrônIcos
43

Quadro 6 - Conector X1 de conversor CA/CC

PINO FUNÇÃO

1 Fase R de entrada da alimentação trifásica CA do controle

2 Fase S de entrada da alimentação trifásica CA do controle

3 Fase T de entrada da alimentação trifásica CA do controle

4e5 Entrada de alimentação monofásica CA do campo do motor

6 Saída de tensão CC polaridade negativa (-) do campo do motor

7 Saída de tensão CC polaridade positiva (+) do campo do motor

8e9 Sensor de temperatura (termostato) do motor

10 e 11 Entrada de alimentação CA monofásica para ventilação

Aterramento do conversor

Na sequência, a figura explica como efetuar a conexão do motor (carga) ao


barramento de potência.

A1 B2

R S T
}

alimentação trifásica +
da armadura MCC
(220 V/380 V/440 V) -

conexões do barramento X1
Figura 26 - Conexão do motor ao barramento da potência
Fonte: Adaptada de WEG (2013)

Como você pode observar na ilustração, cada pino do barramento deve ser
ligado da seguinte forma:
• R, S e T - entrada das 3 Fases de Alimentação Trifásica CA;
• A1 - saída de tensão CC da Armadura (+) do motor; e
• B2 - saída de tensão CC da Armadura (-) do motor.
CONVERSORES E INVERSORES
44

5 TACOGERADOR A seguir, apresentamos algumas medidas de segurança importantes a serem


consideradas na instalação de conversores CA/CC:
É um elemento que gera
tensão contínua para a) antes de iniciar a instalação, verifique se a corrente e a tensão do motor são
indicar a velocidade e o
sentido de giro do eixo compatíveis com as do conversor;
onde estiver acoplado. O
valor de tensão gerado é b) verifique se a rede de alimentação está desconectada antes de iniciar as
proporcional à velocidade
que estiver girando, e a ligações elétricas;
polaridade indica o sentido
de giro (horário ou anti- c) desacople mecanicamente o motor da carga. Se o motor não puder ser de-
horário).
sacoplado, verifique se o giro em qualquer direção não causará danos à
máquina ou riscos de acidentes;
d) mantenha os equipamentos sensíveis à temperatura e fiação a no mínimo
de 25 cm de distância do conversor. Exemplos de equipamentos: contro-
ladores programáveis, controladores de temperatura, cabos de termopar,
cabos de potência, cabos de sensoriamento etc.;
e) ligue as fases de rede à borneira com cuidado. A fase conectada à entrada
“R” da eletrônica de potência (X1) deverá também ser conectada à entrada
“R” do barramento de potência (carga). Esse mesmo cuidado deve ser to-
mado com as fases “S” e “T”;
f ) aterre a carcaça do motor ao painel onde o conversor está instalado ou no
próprio conversor. A fiação de saída do conversor para o motor deve ser
instalada separada da fiação de entrada da rede, bem como da fiação de
controle e sinal; e
g) utilize calhas independentes para a separação física dos condutores de si-
nal e potência.

Conexões dos dispositivos de entrada e saída digitais e analógicas

Os dispositivos de entrada e saída digital e analógica, assim como a ligação do


tacogerador5 e sinais de rede, estão inseridos na conexão dos sinais de controle
do conversor CA/CC, como pode ser observado no modelo apresentado a seguir.

AI’s FONTE DI’S RELÉ DO’s ENC AO’s


5 8...15V
+ 24 =
+ 24 =

n=oc

AO1
AO2
COM
A1
A1
A2
A2
nR
nR
nL
nL
+5V

R c
F c
BG

EE

J+
DI

J-
-5V

L R
BR

DEVICENET
XC2
XC4
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 1 3 5
PROFIBUS
DP XC3 IN

XC1 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 2 4 6
OUT

RS-232
ENCODER
n 100..350

I t n= A B

5 8...15V
30..100
9.. 30

n = o no

AO1
AO2
- 24 =

F no
- 24 =

R nc
R nc
COM
n
D/A

LIB

n>
n<
I>
n
n
I

R
n
n

Figura 27 -  Sinais de controle do Conversor CA/CC CTW-04


Fonte: WEG (2013)
2 Instalação de Acionadores Eletrônicos
45

As conexões dos bornes de controle do modelo apresentado (CTW-04) pos-


suem as funções conforme o quadro a seguir.
Quadro 7 - Funções dos bornes de controle

IDENTIFICAÇÃO FUNÇÃO

AIs Sinais analógicos de entrada

AOs Sinais analógicos de saída

DIs Sinais digitais de entrada

DOs Sinais das saídas digitais isoladas

Alimentação Saídas de tensões da fonte de alimentação

Relé DOs Saídas digitais a relé

Enc Ligação do encoder

AO1 Ligações das saídas analógicas de 12 bits

AO2 Ligações das saídas analógicas de 12 bits

Taco CC Ligação do tacogerador CC

Agora que você já conhece a função dos conectores de XC1, observe nas figu-
ras a seguir o diagrama de ligação das entradas digitais (DIs) de acordo com o tipo
de entrada utilizada, PNP ou NPN.

XC1 XC1
21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43

XC1 XC1
24 26 27 24 26 27

fonte de alimentação interna [+24V] fonte de alimentação interna [-24V]


Figura 28 -  Conexão das entradas digitais PNP e NPN - Conversor CA/CC CTW-04
Fonte: Adaptada de WEG (2013)

Já às saídas analógicas pode ser conectado um amperímetro com a função de


indicar a corrente da armadura e um instrumento indicador de velocidade do mo-
tor (RPM). Na figura a seguir, veja os exemplos de ligações das saídas analógicas.
CONVERSORES E INVERSORES
46

XC1 XC1

2 4 6 8 10 20 21 19 21 23 43 45 47

XC1
+ + +
20 22 24 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48
V V V
IA n DAB
- - -

conexão das saídas analógicas Pinos do Conector XC1 Referentes às saídas digitais [DO’s]

Figura 29 -  Ligação das saídas analógicas e digitais


Fonte: Adaptada de WEG (2013)

Esse modelo de conversor também oferece quatro entradas analógicas que


podem ser conectadas a potenciômetros (5 kΩ) para referência, ajuste e ganho de
velocidade (pinos ímpares de 1 a 19 do conector XC1). Essas ligações, juntamente
com as conexões de entrada de um tacogerador, podem ser verificadas na figura
a seguir.

XC1 XC1
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21
10 12 14 16 18 20 21

- - - -
+ + + +
+
XC1
G
fonte de alimentação interna 18 20 21
com potenciômetro de 5kΩ -

ligação do tacogerador
Figura 30 -  Ligação das entradas analógicas e do tacogerador CC
Fonte: Adaptada de WEG (2013)

De acordo com o diagrama, veja as funções dos pinos do conector XC1 utiliza-
dos na ligação de um tacogerador.
2 Instalação de Acionadores Eletrônicos
47

Quadro 8 - Ligações do tacogerador

PINO POLARIDADE TENSÃO ENTRADA DIFERENCIAL

Entrada positiva do sinal de tensão do tacoge-


12 + Comum
rador CC

Entrada negativa do sinal de tensão do tacoge-


14 - De 9 até 30 V
rador CC (impedância: 30 kΩ)

Entrada negativa do sinal de tensão do tacoge-


16 - De 30 a 100 V
rador CC (impedância: 100 kΩ)

Entrada negativa do sinal de tensão do tacoge-


18 - De 100 a 350 V
rador CC (impedância: 300 kΩ)

O instalador deve atentar a um detalhe importante: devem ser utilizados ca-


bos de controle XC1 com blindagem devidamente conectados ao terra, para pre-
venir o sistema quanto a interferências eletromagnéticas. Em seguida, ligue os
fios e a blindagem.

A instalação de soft starter, de inversores de frequência


e conversores CA/CC em painéis de comando de máqui-
FIQUE nas industriais deve ser feita de modo a evitar a expo-
sição direta aos raios solares, umidade, chuva, gases ou
ALERTA líquidos explosivos. Os equipamentos também não de-
vem ser instalados em locais onde exista a presença de
poeira, particulados metálicos ou vibrações excessivas.

Para mais informações sobre sistemas de partida e controle


de velocidade de motores, acesse um site de busca na in-
SAIBA ternet e digite como palavras-chave o nome de fabricantes
MAIS como Rockwell, Siemens, WEG e Varixx. Os fabricantes dis-
ponibilizam catálogos e fichas técnicas dos seus produtos
que podem contribuir para ampliar seus conhecimentos.
CONVERSORES E INVERSORES
48

RECAPITULANDO

Neste capítulo, você estudou que:


• os soft starters são dispositivos destinados à partida e parada suave dos
motores elétricos de tensão alternada;
• os conversores controlam a velocidade dos motores elétricos;
• os inversores de frequência são responsáveis pelo controle da velocida-
de dos motores de corrente alternada; e
• os conversores CA/CC são responsáveis pelo controle da velocidade dos
motores de corrente contínua.
Você também conheceu importantes características técnicas necessárias à
instalação desses dispositivos.
Ainda foram abordados assuntos relevantes, tais como as conexões físicas,
os pontos de entrada e de saída e exemplos de parametrização desses equi-
pamentos.
Esperamos que com esses conhecimentos você possa instalar os equipa-
mentos de controle de velocidade de motores, presentes de forma maciça
nas máquinas mais avançadas na indústria moderna.
2 Instalação de Acionadores Eletrônicos
49

Anotações:
Soft starter

Atualmente, existem diversos equipamentos eletrônicos para acionamento de motores elé-


tricos de tensão alternada. Um equipamento muito utilizado em processos industriais e até
comerciais é o soft starter.
O soft starter, por ser um equipamento de controle eletrônico microcontrolado, permite um
maior controle sobre a partida e a parada do motor, oferecendo maior segurança para o motor
e a instalação elétrica.
Devido às vantagens, esse equipamento está cada vez mais presente nas novas instalações
ou em substituição a sistemas de partida indiretos já existentes, em máquinas e processos in-
dustriais.
O soft starter também é chamado de chave estática de partida, arrancador suave de partida
ou ainda chave eletrônica de partida.
Para realizar a manutenção de sistemas que envolvem soft starter, o profissional precisa ter
um bom conhecimento sobre o funcionamento para resolver os problemas que surgem nas
máquinas e nos processos industriais que utilizam esse equipamento. Assim, ao final deste
capítulo vamos aprender sobre:
a) a finalidade, as características e o funcionamento do soft starter;
b) a manutenção de máquinas e processos que utilizam o soft starter.
CONVERSORES E INVERSORES
52

1 EQUIPAMENTO 3.1 FINALIDADE DO SOFT STARTER


TIRISTORIZADO
Como vimos anteriormente, no capítulo Instalação de Acionadores Eletrônicos
Equipamento que possui
componentes eletrônicos Industriais, o soft starter é um equipamento eletrônico tiristorizado1 que controla
para controle de potência
da família dos tiristores, a partida e a parada suaves de motores trifásicos por meio do aumento ou da
como SCR, TRIAC e IGBT. diminuição gradativa da tensão aplicada ao motor.
Além de ser utilizado em máquinas que necessitam de partida e parada sua-
ves, o soft starter é instalado principalmente nos casos em que há necessidade de:
a) redução do pico da corrente de partida de motores elétricos;
b) utilização de sistema indireto de partida, obrigatório a motores com potên-
cia acima de 5 cv;
c) proteção térmica efetiva do motor;
d) redução do golpe de aríete em bombas de recalque;
e) frenagem na parada do motor;
f ) partida consecutiva de vários motores com corrente reduzida.
Na figura a seguir, vejamos um exemplo de soft starter instalado em uma estei-
ra de linha de produção de indústria química de produtos de limpeza.

Figura 31 -   Soft starter acionando motor de uma esteira industrial


Fonte: SENAI-SP (2013)

O soft starter proporciona um melhor funcionamento às máquinas e aos pro-


cessos em que são instalados, pois aumenta a vida útil do motor e das partes me-
cânicas, reduz o desgaste dos elementos de transmissão de movimento, como
correias e acoplamentos, e diminui o tempo de máquina parada para manutenção.
3 Soft starter
53

Por isso, o soft starter é empregado em ventiladores, exaustores, bombas cen-


trífugas, misturadores, britadores, serras e plainas e picadores para madeiras, moi-
nhos e transportadoras de carga por esteira ou correia, escadas rolantes e diver-
sos outros equipamentos.
A opção por partir motores com soft starter traz ainda outras vantagens, como
diminuição do consumo de energia e possibilidade de monitoramento e controle
à distância por meio de sistemas supervisionados.
Entretanto, o soft starter oferece alguns inconvenientes, por exemplo, custo
alto do equipamento e limitação do número de partidas por hora.
Agora que aprendemos sobre a finalidade do soft starter, vejamos como ele
funciona.

3.2 FUNCIONAMENTO DO SOFT STARTER

Como vimos no item anterior, a principal função do soft starter é a geração das
rampas de tensão de saída para partida e parada suave do motor. A rampa para a
partida do motor é realizada por meio do aumento gradativo da tensão e a rampa
para parada suave, pela redução gradativa da tensão. Nos casos em que a parada
suave não é desejável, existe a opção de desligamento sem rampa (posição OFF)
de desaceleração.
Esse equipamento tem três entradas de alimentação (é trifásico), três saídas
para ligação do motor e entradas digitais e/ou analógicas. Normalmente, o soft
starter também possui duas entradas para alimentação da “eletrônica” e saídas
digitais. Alguns modelos comunicam em rede de dados e são dotados de saídas
analógicas.
Quanto ao recurso de operação ou programação pelo usuário, apresenta In-
terface Homem-Máquina (IHM), que pode ser convencional ou digital. As IHMs
convencionais, também conhecidas por analógicas, possuem microchaves DIP e
controles por trimpots ajustáveis. Nas IHMs digitais, a operação e a programação
são feitas pelo uso do teclado localizado na parte frontal da própria interface.
Os soft starters podem ainda possuir LEDs para sinalização da condição de
operação e falhas.
Na figura a seguir, observe dois exemplos de soft starters e suas formas de con-
trole de operação e programação.
CONVERSORES E INVERSORES
54

Figura 32 -  Exemplos de soft starters com diferentes IHMs


Fonte: SENAI-SP (2013)

Na figura acima, podemos notar que o primeiro equipamento possui uma


interface de operação e programação do tipo convencional e o segundo, uma
interface digital, mais fácil e precisa na programação. Porém, na prática, ambos
realizam o mesmo trabalho: o controle e a proteção de motores.
Esses equipamentos normalmente dispõem de um conjunto de proteções que
asseguram ao motor a instalação e ao próprio soft starter um funcionamento com se-
gurança. Esses equipamentos garantem algumas seguranças, como proteção contra:
a) inversão de fases durante a instalação do soft starter;
b) falta de fase no soft starter ou motor durante o funcionamento;
c) rotor do motor bloqueado, travado, quando o motor estiver em funciona-
mento;
d) corrente no motor superior aos limites normais (sobrecarga) previamente
ajustados;
e) curto-circuito no motor ou em sua instalação;
f ) sobreaquecimento dos componentes eletrônicos do soft starter.
Essas proteções são habilitadas por meio da configuração de parâmetros, nos
equipamentos com IHM digital, e por minúsculas chaves conhecidas por chaves DIP,
presentes na parte frontal dos equipamentos com IHM com controles por trimpots.
Quando alguma proteção do soft starter for atuada, o equipamento paralisa
seu funcionamento, desligando o motor e sinalizando falha. Esses equipamentos
são dotados de LEDs de sinalização, em alguns tipos para indicar que houve falha
e em outros, qual tipo de proteção atuou.
3 Soft starter
55

Na figura a seguir, temos um soft starter com IHM convencional, com identifica-
ção dos trimpots, das proteções e dos alarmes de sinalização.

Figura 33 -  Conexões elétricas e ajustes de parâmetros na IHM do soft starter de modelo SSW05 Plus
Fonte: SENAI-SP (2013)

Na figura anterior, também podemos observar os trimpots de controle para


ajuste dos parâmetros, assunto já estudado no capítulo de Instalação de aciona-
dores eletrônicos. Como já sabemos, para que o soft starter funcione de forma
eficiente, oferecendo boa proteção ao motor, é de fundamental importância a
correta configuração dos parâmetros.
Em qualquer soft starter, independentemente de marca, modelo e tipo de IHM,
os parâmetros mínimos oferecidos pelo equipamento e, portanto, que essencial-
mente devem ser ajustados são:
1- tensão inicial da rampa de aceleração (subida);
2- tempo da rampa de aceleração (subida);
3- tempo da rampa de desaceleração (descida);
4- corrente nominal do motor.
Na figura a seguir, vemos um gráfico de tensão que apresenta o efeito prático
do ajuste dos parâmetros 1, 2 e 3 na partida e parada de um motor acionado por
soft starter.
CONVERSORES E INVERSORES
56

RAMPAS DE TENSÃO NA PARTIDA E PARADA COM SOFT STARTER

Tensão (V)

0 t (s)
2 3

Figura 34 -  Ajuste de parâmetros de partida e parada com soft starter


Fonte: SENAI-SP (2013)

Os parâmetros para ajuste de tensão, aceleração e desaceleração das rampas


respondem pela partida e parada do motor.
No quadro a seguir, vamos exemplificar como esses parâmetros podem ser
configurados em um soft starter de modelo SSW05 Plus. Em cada figura presen-
te na coluna Ajuste, teremos o controle correspondente para ajuste do parâme-
tro apresentado. O controle é feito por meio dos trimpots rotativos, que devem
ser ajustados com uma chave de fenda ou Phillips. Devido à posição ajustada no
controle rotativo, temos uma alteração no comportamento do motor durante a
partida e/ou a parada, que está sendo apresentada na forma gráfica na coluna
Exemplo de ajuste.
3 soft starter
57

Quadro 9 - Rampas de tensão na partida e parada com soft starter

TRIMPOT DE AJUSTE DO PARÂMETRO EXEMPLO DE AJUSTE

Tensão (V) de saída


(no motor)

30%
Vn
1
Permite ajuste da tensão inicial da ram-
pa (tensão pedestal) de 30% a 80% da 0 t (s)

tensão nominal (Vn) da rede/motor.


Tensão (V) de saída
(no motor)
PEDESTAL
VOLTAGE
1

0 t (s)
80%
Tensão (V) de saída
30% (no motor)
80%
Vn

0 t (s)
conversores e Inversores
58

TRIMPOT DE AJUSTE DO PARÂMETRO EXEMPLO DE AJUSTE

Tensão (V) de saída


(no motor)

Permite ajuste do tempo da rampa 2

de aceleração entre 1 segundo e 20 0 20 segundos t (s)


segundos.
Tensão (V) de saída
(no motor)
ACCEL
TIME
2

0 t (s)
20s
Tensão (V) de saída
(no motor)
1s

0 1s t (s)
3 soft starter
59

TRIMPOT DE AJUSTE DO PARÂMETRO EXEMPLO DE AJUSTE

Permite ajuste do tempo da rampa de 3


desaceleração de 0 segundo (posição
0 20 segundos t (s)
OFF, sem rampa) até 20 segundos.

DECEL
TIME
3

0 t (s)

20s

OFF

0 sem rampa - off t (s)

Como podemos observar no quadro anterior, os parâmetros aos quais foram


atribuídos os números 1, 2 e 3 se referem a ajustes relacionados às rampas e de-
vem ser pré-ajustados antes do primeiro acionamento do motor. Depois, com a
máquina em funcionamento, devem ser reajustados e testados para atingir um
melhor resultado. Já o parâmetro identificado pelo número 4, para ajuste de cor-
rente (motor current) no soft starter, é responsável pela proteção contra sobrecor-
rentes no motor.
Nesse parâmetro, o valor de corrente a ser ajustado (Iaj) é a porcentagem da
corrente nominal do motor em relação à corrente nominal do soft starter, confor-
me demonstra a fórmula a seguir.

In do motor × 100
Iaj (%) =
In do Soft Starter
conversores e Inversores
60

Para facilitar nosso entendimento sobre como realizar esse ajuste em função
da corrente nominal expressa na placa do motor, vejamos um exemplo prático:
sabendo que o motor da esteira transportadora apresentada no início deste capí-
tulo tem 3 cv de potência e uma corrente nominal (In) de 8,43 A em 220 V, qual é
o valor a ser ajustado no parâmetro motor current?
Para calcular o valor a ser ajustado e responder a essa pergunta, devemos sa-
ber ainda outra informação: a capacidade nominal de corrente do soft starter. De
acordo com o código do soft starter SSW05 Plus instalado na esteira, a capacidade
atende motores de até 10 A de corrente nominal.
Agora sim, com essas informações podemos fazer o cálculo para saber o valor
de corrente a ser ajustado (Iaj) e responder à pergunta: qual é o valor a ser ajustado
no parâmetro motor current?
Acompanhe o cálculo no quadro a seguir.
Quadro 10 - Ajuste de corrente nominal do motor no
soft starter de modelo SSW05 Plus

CORRENTE NOMINAL DO MOTOR NO SOFT STARTER

TRIMPOT DE AJUSTE DO PARÂMETRO EXEMPLO DE AJUSTE

Permite ajuste do valor de corrente nominal


do motor. As correntes acima do valor CORRENTE NOMINAL (IN)

definido serão entendidas pelo soft starter SOFT


MOTOR
STARTER
como anormais. Nesse caso, o soft starter
8,43 A 10 A
vai desligar o motor, protegendo-o contra
sobreaquecimentos e danos.

In do motor × 100
Iaj (%) =
MOTOR In do Soft Starter
CURRENT 8, 43 A × 100
=Iaj = 84,3%
10 A

100% Ou seja, o trimpot deve ser ajustado com


aproximadamente 85% na escala de 30% a
30% 100%.

Para colocar um soft starter em funcionamento, temos que saber ajustar os


parâmetros básicos e entender as ligações das entradas de alimentação, das saí-
das da potência, da alimentação da “eletrônica”, que são os terminais A1 e A2, e
das entradas e saídas digitais, as DIs.
3 Soft starter
61

No modelo SSW05 Plus, instalado na esteira do nosso caso em estudo, a en-


trada DI-1, quando recebe tensão, faz a partida suave do motor, evitando sola-
vancos nas embalagens presentes na esteira. Ao desenergizar a DI-1, o motor é
desacionado, fazendo a rampa de desaceleração, desde que essa função tenha
sido programada.
Normalmente, os soft starters possuem saídas digitais disponibilizadas em for-
ma de contato de relé, também conhecido como contato “seco”.
No soft starter da esteira, temos duas saídas digitais operadas pelos contatos
13-14/23-24, que se fecham durante o acionamento do soft starter. Esses contatos
têm um ponto comum, a ligação interna do terminal 14 com o 23. Tais contatos
ou saídas digitais funcionam da seguinte forma:
a) o contato 13-14/24 se fecha e permanece assim durante todo o funciona-
mento do soft starter, desde a partida, passando pelo pleno funcionamen-
to, até o fim da parada do motor;
b) o contato 14/23-24 se fecha e permanece fechado somente quando o mo-
tor está em plena tensão da rede.
Além disso, a maioria dos soft starters possui sinalização do estado ou status de
operação. O modelo SSW05 Plus, por exemplo, dispõe de três LEDs:
FAULT: LED vermelho que avisa que alguma falha ocorreu;
RUN: LED vermelho que indica que o motor está rodando, em que:
a) vermelho piscante: motor operando em rampa de partida/parada;
b) vermelho contínuo: motor em plena tensão;
READY: LED verde que sinaliza que o soft starter está energizado e pronto para
iniciar operação.
Observe na figura a seguir um diagrama que ilustra o funcionamento das va-
riáveis de entradas e saídas digitais e sinalização de status do soft starter de mo-
delo SSW05 Plus.
CONVERSORES E INVERSORES
62

DI - 1 V~ DI-1 V~ DI-1 V~ DI-1 V~ DI-1 V~ DI-1 V~ DI-1 V~ DI-1

t (s)
Tensão de saída
(V~) para o motor
Motor a plena tensão

Rampa de Rampa de
aceleração desaceleração
t (s)

t (s)

Contato 13-14/23 do relé auxiliar (RL1) fechado durante todo funcionamento

t (s)

Contato 14/23-24 (RL2) fechado


com motor a plena tensão
t (s)

13 14/23 24 13 14/23 24 13 14/23 24 13 14/23 24 13 14/23 24

Figura 35 -  Gráficos de funcionamento do soft starter de modelo SSW05 Plus


Fonte: SENAI-SP (2013)

Veja que, quando a DI-1 é energizada, o contato 13-14/23 é fechado e o soft


starter faz uma rampa de aceleração, ou seja, o motor recebe uma tensão que vai
aumentando. Enquanto isso, o LED RUN fica piscando até que é atingido o tempo
de rampa programado. Quando o motor atinge plena tensão, o contato 14/23-24
é fechado.
Quando a DI-1 é desenergizada, o contato 14/23-24 se abre, o LED RUN co-
meça a piscar e o soft starter inicia a rampa de desaceleração. Nesse instante, o
motor recebe uma tensão que vai diminuindo conforme programado na rampa
de desaceleração. Isso ocasiona uma perda de torque e, consequentemente, a
perda gradativa na velocidade do motor. Quando o motor é desligado, o LED RUN
se apaga e o contato 13-14/23 se abre.
O LED READY acende no instante em que os terminais A1 e A2 do soft starter
são energizados e só apaga quando perde a alimentação.
Quando ocorrer alguma anormalidade monitorada pelo soft starter, este de-
sativa as saídas para o motor e as saídas auxiliares a relé (13-14/24-23) e ativa o
LED vermelho, FAULT, que pisca, indicando falha. Isso ocorre quando alguma das
proteções atua.
Já os alarmes das proteções do soft starter de modelo SSW05 Plus usado na
esteira podem ser observados no quadro a seguir.
3 Soft starter
63

Quadro 11 - Principais alarmes de sinalização das


proteções do soft starter de modelo SSW05 Plus

ALARME SIGNIFICADO

• OVERCURRENT (sobrecorrente): monitora a corrente do motor e


desliga se o motor ultrapassar três vezes o valor da corrente ajus-
tada durante um tempo maior que 1 s, quando o motor estiver a
plena tensão.
• PHASE LOSS (falta de fase): desliga em caso de ausência da fase
na entrada ou saída em um tempo maior que 1 s.
• PHASE SEQ (sequência de fase): não permite o acionamento do
motor quando houver sequência incorreta das fases na entrada
do soft starter.
• STALL (rotor bloqueado): supervisiona o motor durante a rampa
de aceleração. Se a corrente do motor chegar ao final da rampa
com duas vezes a corrente nominal, o soft starter desliga o motor,
pois entende que o rotor está travado (bloqueado).
• OVERLOAD (sobrecarga): acompanha constantemente o valor da
corrente do motor e a velocidade de sua variação em compara-
ção com o valor da corrente ajustada no soft starter.

Um soft starter equipado com a função frenagem, para


VOCÊ parar o motor, aplica tensão contínua no estator. Nesses
casos, além dos parâmetros já citados, é necessário ajus-
SABIA? tar alguns outros parâmetros, como o valor e o tempo
de aplicação da tensão.

Quando o soft starter desligar e sinalizar algum alarme, ou seja, quando o LED
estiver piscando, significa que ocorreu alguma anomalia. Nesse caso, precisamos
verificar qual alarme está sendo indicado e resolver o problema ocorrido no mo-
tor, na máquina ou na instalação elétrica.
Para colocar o motor novamente em funcionamento, devemos efetuar reset no
soft starter. Isso pode ser feito das seguintes maneiras:
a) desenergizar e energizar a alimentação da “eletrônica” (A1 e A2);
b) aplicar um pulso de tensão na entrada digital 2 (DI-2);
c) pressionar o botão de reset embutido no interior do painel frontal.
CONVERSORES E INVERSORES
64

Só aplique o reset em caso de erro, pois, se o equipa-


FIQUE mento e o motor estiverem funcionando a plena tensão,
ao dar o reset os contatos by pass se abrirão sob carga,
ALERTA podendo prejudicar a vida útil ou danificá-los perma-
nentemente.

SAIBA Os soft starters possuem relés internos do tipo by pass, que


fecham os contatos quando o motor atinge plena tensão,
MAIS conectando-o diretamente à rede de alimentação.

O modelo SSW05 Plus e a grande parte dos soft starters controlam somente
duas das três fases da rede. Há modelos, porém, que controlam as três fases que
vão para o motor e exercem um melhor controle sobre ele. Entretanto, o custo
desses equipamentos, com melhor controle, é mais alto.
Os soft starters convencionais, apesar de toda a tecnologia empregada, não
realizam um perfeito controle do motor, pois controlam simplesmente a tensão e
limitam a corrente fornecida ao motor.
No entanto, encontramos soft starters mais sofisticados que controlam ainda
outras grandezas elétricas, o que os tornam capazes de controlarem diretamente
o conjugado do motor. Chamados de “com controle de conjugado”, esse tipo de
soft starter tem tecnologia Torque Control System (TCS), ou seja, sistema de con-
trole de torque, e exerce um controle melhor e mais efetivo do motor.
A vantagem dos soft starters com controle de conjugado é que podem ser
instalados em máquinas e em processos com conjugado de partida mais eleva-
dos, como conjugado variável de sistemas com bombas ou ventiladores. Também
podem ser aplicados a cargas com conjugado constante, como centrífugas, serras
de fita, trituradores e compressores.
Vejamos agora como funciona um sistema com soft starter.

3.3 FUNCIONAMENTO DO SISTEMA COM SOFT STARTER

A forma mais comum de instalação de soft starter é aquela usada para partida
de um motor em um único sentido de giro, como podemos ver no diagrama da
figura a seguir.
3 Soft starter
65

L1
L2
L3
1
3
5
Q1

V
2
4
6
F1

F2 3
L1/1L1
L2/3L2
L3/5L3

S1
4

A2 A1
DI-1
Soft Start
DI-2
13 14 23 24
U/2T1
V/4T2
W/6T3

M
M1
3~

Figura 36 -  Sistema de acionamento de motor com soft starter de modelo SSW05 Plus comandado por chave de duas posições
Fonte: SENAI-SP (2013)

Observe que o soft starter é alimentado pela rede elétrica trifásica e protegido
por disjuntor-motor. Além disso, o motor é conectado diretamente à saída do soft
starter. A alimentação da “eletrônica”, A1 e A2, é protegida por fusíveis.
Na entrada DI-1, temos a alimentação controlada pela chave S1 de duas posi-
ções fixas: aberta ou fechada.
As saídas a relé, 13-14/23-24 e a entrada digital DI-2 não são utilizadas nessa
configuração.
O funcionamento desse circuito é simples. Para fazer a partida suave do motor,
o usuário movimenta a chave S1, que fecha o contato e energiza a entrada digital
DI-1. Quando a DI-1 recebe tensão, o soft starter aciona o motor, fornecendo-lhe
uma tensão que aumenta a cada instante e fazendo a rampa de aceleração, con-
forme ajustado nos trimpots ou nos parâmetros da IHM. Decorrido o tempo de
rampa, o motor recebe plena tensão da rede por meio do relé by pass, presente no
interior do soft starter. Nesse momento, o motor já se encontra em plena rotação.
Para fazer a parada suave do motor, o usuário movimenta a chave S1 para abrir
o circuito e, ao desenergizar a DI-1, o soft starter inicia a rampa de desaceleração,
reduzindo gradativamente a aceleração do motor até ser desenergizado total-
mente e parar.
CONVERSORES E INVERSORES
66

Se o soft starter estiver programado OFF no ajuste DECEL TIME, não realizará a
rampa de desaceleração. Assim, ao movimentar a chave S1, o motor será desliga-
do no mesmo instante.
Outra forma de fazer essa mesma partida é usar botões e comando da saída a
relé. Observe a forma de instalação desses botões no diagrama da figura a seguir.

L1
L2
L3
1
3
5
Q1
V

V
2
4
6
F1
1
F2 S0
L1/1L1
L2/3L2
L3/5L3

2
3
S1
A2 A1 4
DI-1
Soft Start
DI-2
13 14 23 24
U/2T1
V/4T2
W/6T3

M
M1
3~

Figura 37 -  Sistema de acionamento de motor com soft starter de modelo SSW05 Plus comandado por botões
Fonte: SENAI-SP (2013)

Essa outra forma de se fazer a partida suave do motor é bem semelhante à


anterior, a diferença está no comando do circuito.
Ao pressionar o botão S1, a DI-1 é energizada, o soft starter faz a partida do mo-
tor, no mesmo instante fecha o contato 13-14/23 e este, por sua vez, faz o selo de
S1. Dessa forma, quando o usuário solta o botão S1, a DI-1 se mantém energizada
por meio do contato 13-14/23 da saída digital a relé.
Para fazer o motor parar de forma suave, basta apertar o botão S0 e a DI-1 será
desenergizada, o que provocará a abertura do selo, contato 13-14/23, garantindo
a desenergização.
Para partir mais de um motor com um mesmo soft starter, são necessários al-
guns contatores principais. Desse modo, quando o motor estiver a plena tensão
pelo soft starter, um contator desconecta o motor do soft starter e outro conecta o
motor em funcionamento diretamente à rede elétrica.
3 Soft starter
67

CASOS E RELATOS

A experiência técnica descrita neste caso ocorreu em uma empresa meta-


lúrgica que possui uma linha de montagem de conjuntos mecânicos.
A empresa possui uma máquina de produção que executa a montagem
de peças, transformando-as em um conjunto, que é o produto pronto. A
máquina tem uma esteira que desloca a bandeja com peças para o box de
montagem. Esse deslocamento é feito de forma suave por um soft starter,
instalado no motor da esteira, para que as peças não saiam da posição cor-
reta. Quando todas as peças já foram montadas e o produto está pronto
no box de montagem, a esteira inverte imediatamente o sentido de giro e
retorna a bandeja até o ponto de saída de produto pronto.
Na figura a seguir, observe essa sequência no leiaute da máquina (vista por
cima) e seu diagrama de funcionamento.

Box de montagem Bandeja com peças

2 1 Motor da esteira
3

Esteira transportadora

4 5 Bandeja com produto pronto

Sequência do processo:
1- entrada das peças para montagem;
2- deslocamento suave da bandeja até o box de montagem de produtos;
3- execução da montagem das peças, gerando o produto pronto;
4- deslocamento da bandeja até a posição de saída de produtos;
5- saída de produto pronto.
CONVERSORES E INVERSORES
68

L1 L2 L3

Q1 1 3 5

V
2 4 6
F1

F2
1

R/1L1
S/3L2
T/5L3
S0
2

A2 A1
DI-1 33 33 3 13 3 13
Soft Start K10 K20 S1 K10 S2 K20
34 34 4 14 4 14
DI-2
13 14 23 24
1 1
U/2T1
V/4T2
W/6T3

S2 S1
2 2

21 21
K20 K10
22 22
1 3 5 1 3 5 A1 A1
K10 K20 K10 K20
2 4 6 2 4 6 A2 A2

Diagrama original da máquina


de montagem

M
M1
3~

Figura 38 -  Máquina para montagem com soft starter de modelo SSW05 Plus
sendo usado para partir o motor em dois sentidos
Fonte: SENAI-SP (2013)

Quando a máquina foi instalada, o funcionamento original era da seguinte


forma: a esteira deslocava as peças para o box de montagem e, em seguida,
era desligada. Quando o produto estava montado, a esteira partia suave-
mente para deslocar o produto até a bandeja de saída. Porém, para reduzir
o tempo de deslocamento e acelerar a produção, a máquina sofreu uma
modificação. A esteira começou a partir enquanto o produto estava sendo
montado, levando as peças ao box, e passou a permanecer ligada. Termi-
nada a montagem, a máquina acionava S2, que antes era botão e, após
modificação, passou a ser sensor que invertia imediatamente a rotação sem
fazer a partida suave.
Certo dia, Hélcio, eletricista da manutenção da fábrica, foi chamado porque
a esteira parou de funcionar. Analisando o funcionamento, viu que, ao acio-
nar S1, K10 fechava o selo, alimentava a DI-1 e, no circuito principal, acio-
nava o motor, movimentando a esteira em direção ao box de montagem.
Hélcio entendeu que K20, por intermédio de S2, fazia o mesmo trabalho,
porém deslocava a esteira, retirando o produto do box.
Ao abrir o painel de comando, percebeu que o soft starter estava bloqueado
porque a proteção de sobrecorrente (OVER CURRENT) foi acionada. Efetuan-
do o reset, Hélcio fez novo teste e, no instante da reversão, a esteira parou
e o soft starter sinalizou o mesmo alarme. Fazendo um teste manual, notou
que a esteira oferecia dificuldade para ser movimentada.
3 Soft starter
69

Chamando um mecânico, chegou à conclusão de que, devido à modifica-


ção feita na máquina, a inversão brusca do sentido de giro causou desgaste
na parte mecânica da esteira. Isso gerou certo emperramento, provocando
uma sobrecorrente no motor no instante da reversão.
A solução foi fazer os reparos mecânicos e voltar a máquina ao funciona-
mento original, partindo suave nos dois sentidos de funcionamento.
Em relação ao soft starter, a reversão imediata do sentido de giro em ple-
no funcionamento não apresenta problemas quando aplicada a sistemas
de pouca inércia ou baixo conjugado resistente, como o caso da esteira. O
problema, muitas das vezes, é a parte mecânica, que nem sempre tolera
inversão abrupta do sentido de rotação.

Passemos agora ao item que nos explicará como realizar manutenção em sis-
temas de partida de motor com soft starter.

3.4 MANUTENÇÃO DE SISTEMAS COM SOFT STARTER

No quadro a seguir, listamos as possíveis falhas que podemos encontrar em


sistemas de partida de motor com soft starter e os procedimentos de testes.
Quadro 12 - Principais falhas e procedimentos de testes em soft starter

POSSÍVEL FALHA PROCEDIMENTO DE TESTE

Medir alimentação L1, L2 e L3 da entrada de potência e A1 e A2 da


“eletrônica”.
Medir se DI-1 está energizada.
Motor não gira.
Observar se soft starter está em estado de falha (FAULT). Nesse caso, verifi-
car causa, eliminá-la e fazer um reset.
Verificar se sistema mecânico não está emperrado.
Verificar se sistema mecânico não está emperrado.
Ajustar parâmetro de corrente do soft starter de acordo com a corrente
Motor liga e em seguida nominal do motor. Reajustar demais parâmetros em função das necessi-
desliga. dades do processo.
Se persistir a falha, testar motor diretamente na rede elétrica para
certificar-se de que está funcionando corretamente.

Rotação oscila. Verificar existência de conexões frouxas, soltas ou com mau contato.
CONVERSORES E INVERSORES
70

POSSÍVEL FALHA PROCEDIMENTO DE TESTE

Aumentar valor do parâmetro do tempo de rampa de aceleração e dimi-


Trancos na partida.
nuir parâmetro de tensão inicial (pedestal) da rampa.

Trancos na parada. Aumentar valor do parâmetro do tempo de rampa de desaceleração.

Motor não faz rampa de


Verificar se ajuste de rampa de desaceleração está na posição OFF.
desaceleração.

Ao energizar a potência Desenergizar, medir resistência ôhmica nas entradas de alimentação do


do soft starter, atua a pro- soft starter e verificar se equipamento está em curto-circuito.
teção da rede elétrica. Verificar se motor está em curto-circuito.

Ao energizar a “eletrôni- Desenergizar, medir resistência ôhmica nas entradas de alimentação da


ca” do soft starter, atua a “eletrônica” do soft starter e verificar se equipamento está em curto-
proteção. -circuito.

Entrada digital em curto- Desenergizar, medir resistência ôhmica da entrada digital 1 (DI-1) em
circuito. relação ao terminal A2 da alimentação para verificar se há curto-circuito.

Entrada digital aberta Colocar soft starter para funcionar, aplicar tensão na DI-1. Medir tensão
(interrompida). da DI-1 em relação ao terminal A2 de alimentação.

Desconectar energia das saídas digitais a relé, 13-14/23-24, colocar soft


Saída digital a relé starter em funcionamento, energizando diretamente a DI-1. Medir resis-
13-14/23 interrompida. tência no contato 13-14/23 para verificar se está fechado. Se o contato
13-14/23 estiver aberto, está defeituoso, interrompido.

Desconectar condutores das saídas digitais a relé, 13-14/23-24, desener-


Saída digital a relé
gizar soft starter e medir resistência no contato 13-14/23. Se o contato
13-14/23 colado.
estiver fechado, está defeituoso, colado.
Desconectar energia das saídas digitais a relé, 13-14/23-24, colocar
soft starter em funcionamento, energizando diretamente a DI-1. Medir
Saída digital a relé 14/23-
resistência no contato 14/23-24 para verificar se o contato se fecha
24 interrompido.
quando o motor estiver em plena tensão. Caso não feche, está defeituo-
so, interrompido.

Desconectar condutores das saídas digitais a relé 13-14/23-24, desener-


Saída digital a relé
gizar soft starter e medir resistência no contato 14-23/24. Se o contato
14-23/24 colado.
estiver fechado, está defeituoso, colado.

Sinalização de proteção
Seguir procedimentos indicados no manual do fabricante.
atuada (LEDs piscando).
3 Soft starter
71

Para saber mais sobre os soft starters, consulte os sites de


SAIBA fabricantes, como ABB, General Eletric, Santerno, Schneider
MAIS Eletric, Siemens e WEG. Lá você encontrará informações téc-
nicas sobre esse tipo de equipamento.

RECAPITULANDO

Neste capítulo, aprendemos que o soft starter é um equipamento eletrôni-


co destinado à partida e à parada suave de motores elétricos. Ele substitui,
em muitos casos, os sistemas convencionais diretos e indiretos de partida,
como a partida direta e a partida estrela-triângulo.
Vimos que os soft starters oferecem diversos benefícios às máquinas em
que são instalados, como: proteção ao motor e à instalação elétrica, redu-
ção da corrente de partida do motor, menor desgaste em elementos de
transmissão de movimento em máquinas e redução das paradas para ma-
nutenção mecânica.
Aprendemos também como ajustar os parâmetros básicos do soft starter,
que são: tensão inicial de rampa, tempo de rampa de aceleração, tempo de
rampa de desaceleração e corrente nominal do motor.
Outras informações importantes que vimos foram as principais proteções e
seus alarmes e ainda as indicações de status do soft starter.
Para finalizar o capítulo, vimos como é feita a manutenção em sistemas com
soft starter. Todos esses conhecimentos são muito importantes para o pro-
fissional que vai fazer manutenção em máquinas e equipamentos moder-
nos e sistemas industriais automatizados.
Inversor de frequência

O inversor de frequência, ou conversor CA/CA, é um equipamento eletrônico que revolu-


cionou as máquinas e os equipamentos industriais. Nos dias atuais, está presente em pratica-
mente todos os tipos de máquinas que demandam o controle da velocidade de motores, em
qualquer setor da economia, como: automobilístico, siderúrgico, químico, petroquímico, de
papel e celulose, alimentício e de transportes sobre trilhos.
E se ocorrer alguma falha ou defeito no inversor? O que poderemos fazer?
Primeiramente, é necessário conhecê-lo bem para que saibamos interpretar a falha e reali-
zar o diagnóstico e a manutenção com a maior rapidez possível.
Para isso, até o final deste capítulo aprenderemos:
a) a finalidade e o funcionamento dos inversores de frequência;
b) as características elétricas e eletrônicas dos inversores de frequência;
c) as ligações elétricas da potência e do controle;
d) principais falhas e procedimentos de testes em sistemas com inversores de frequência.
CONVERSORES E INVERSORES
74

4.1 FINALIDADE DO INVERSOR DE FREQUÊNCIA

O inversor de frequência é um equipamento eletroeletrônico que controla a


velocidade de motores trifásicos de rotor do tipo gaiola alimentados por tensão
alternada.
No capítulo anterior, conhecemos o soft starter, um equipamento que faz a
partida e a parada do motor. Para relembrar o que estudamos lá, revise esse ca-
pítulo.
Comparando o soft starter com o inversor de frequência, observamos que este
supera as funções daquele, pois além de partir o motor, controla com qualidade
e eficiência a velocidade do motor elétrico. Por isso, mesmo quando não se tem
a necessidade do controle da velocidade, o inversor muitas vezes acaba sendo
preferido, apesar de ser um pouco mais caro.
Alguns exemplos que ilustram a finalidade do inversor são estes: em sistemas
de refrigeração industrial, no qual controla as baixas temperaturas por meio da
velocidade dos motores dos compressores; em esteiras transportadoras, controla
a velocidade de deslocamento do produto; em sistemas de ventilação, atua na
intensidade do fluxo de ar produzido etc.
Para aplicações que exigem maior precisão e controle, temos inversores de
frequência dotados de sensor no eixo do motor, que é o encoder. Ele tem a função
de informar constantemente a velocidade e o sentido de giro do eixo do motor.
Essa tecnologia permite, por exemplo, acionar o motor do gancho de uma ponte
rolante, com uma carga suspensa, içada, com rotação zero, ou seja, com o eixo
paralisado (travado), sem deixar descer e sem queimar o motor.
Em máquinas de usinagem de peças cilíndricas, é necessário que a velocidade
de giro seja compatível com o diâmetro e o tipo de material. Quanto menor o
diâmetro da peça, maior pode ser a velocidade de giro, e quanto mais duro for o
material, mais lenta deve ser a velocidade de giro.
Um exemplo bem comum de aplicação do inversor de frequência é em tornos
com controle por Comando Numérico Computadorizado (CNC).
Vejamos, na figura a seguir, um torno com CNC que utiliza o inversor para con-
trole da velocidade de giro da placa, responsável por prender a peça a ser usinada.
4 Inversor de frequência
75

Figura 39 -  Aplicação do inversor de frequência em torno com CNC


Fonte: SENAI-SP (2013)

Nessas máquinas, a velocidade é controlada de forma automática, obedecen-


do a um programa, elaborado pelo operador CNC e armazenado nos computado-
res dos equipamentos.
Em todas as aplicações, o inversor faz, além do controle da velocidade e de
todo o funcionamento, a proteção do motor e da instalação elétrica, impedindo
que circulem correntes acima dos limites estabelecidos.
Por ser um equipamento que faz o controle com precisão e mantém bom tor-
que, fatores fundamentais no processo de produção, o inversor se consagrou no
acionamento de motores elétricos por ser massivamente utilizado em máquinas
industriais. Vejamos no item a seguir como ele funciona.

4.2 FUNCIONAMENTO DO INVERSOR DE FREQUÊNCIA

Agora, como será possível variar a frequência, já que a recebemos com um va-
lor fixo na rede elétrica? Será que o inversor controla apenas a frequência? Vamos
conferir.
CONVERSORES E INVERSORES
76

1 IGBT O inversor funciona basicamente por intermédio de componentes eletrônicos,


cuja função, além de controlar a frequência, é controlar a tensão, que por sua vez
IGBT (Insulated Gate Bipolar
Transistor, em inglês, ou faz surgir a corrente de saída para o motor. Assim, o controle dessas grandezas
“transistor bipolar de porta elétricas permite o controle da velocidade e também do torque do motor, já que
isolada”, em português)
é um transistor de a tensão é ajustada junto com a frequência.
potência que se destaca
por possuir alta eficiência Todo inversor possui uma IHM para que possamos fazer a programação dos
e rápido chaveamento,
características que o parâmetros de funcionamento, bem como monitorar os valores instantâneos das
fazem ser atualmente o diversas grandezas controladas.
componente ideal para a
aplicação em inversores de
frequência. Veja na figura a seguir um exemplo de inversor de frequência.

2 PWM

PWM (Pulse Width


Modulation, em inglês, ou
“modulação por largura
de pulso”, em português):
é uma técnica que tem
por objetivo chavear os
transistores para que o sinal
gerado seja o mais próximo
possível da forma de onda
senoidal.

Figura 40 -  Exemplo de inversor de frequência


Fonte: SENAI-SP (2013)

Observe que o inversor de frequência recebe da rede elétrica alimentação tri-


fásica e, em alguns casos, bifásica com frequência de 60 Hz (no Brasil). Na primei-
ra etapa, o inversor transforma a tensão alternada em tensão contínua por meio
dos retificadores. Depois, em uma segunda etapa, os capacitores filtram a tensão
contínua, tornando-a praticamente invariável (pura) e, assim, é inserida em um
barramento chamado link DC ou circuito intermediário. Na terceira etapa, é feita a
inversão da tensão, de contínua para alternada, por meio do chaveamento (liga e
desliga) de transistores do tipo IGBT1.
4 Inversor de frequência
77

Observemos o diagrama de blocos na figura a seguir, que ilustra os circuitos


eletrônicos internos responsáveis por realizar tais etapas.

L1 M
Retificador Filtro Inversor
L2 3
(ponte/diodos) (capacitores) (IGBTs)
L3 ~

Circuito de controle (microcontrolado)

Figura 41 -  Diagrama de blocos com partes que compõem o inversor de frequência


Fonte: SENAI-SP (2013)

A tensão produzida na etapa inversora imita a forma de onda senoidal. No en-


tanto, a frequência dessa tensão alternada produzida é controlada pelo inversor e
tem seu valor variável em função da velocidade desejada no motor.
Junto a essas etapas, temos um circuito eletrônico microcontrolado responsá-
vel por todo o controle de funcionamento do inversor de frequência. Sua princi-
pal função é o controle do chaveamento de seis transistores IGBT. O intervalo de
tempo e o instante em que cada IGBT deve funcionar são controlados com base
em um sinal chamado de PWM2 (Pulse Width Modulation), que em português sig-
nifica “modulação por largura de pulso”.
O diagrama a seguir demonstra os componentes básicos da parte interna de
um inversor, além dos seus sinais.

Tensão contínua
(Link DC) PWM
V Tensão na saída
v

+ Retificadores Capacitores IGBTs IGBTs

L1 U M t
L2 V
W 3
L3 ~ Corrente na saída
l
-
V
Circuito de
controle
t
Frequência fixa
de rede (60 Hz)
Figura 42 -  Gráfico da relação entre tensão e frequência (V/F) de saída do inversor
Fonte: SENAI-SP (2013)

Observe no gráfico a seguir que os inversores controlam a tensão (V) e a fre-


quência (F), mantendo uma proporcionalidade entre elas a fim de garantir a cor-
rente e o fluxo magnético constantes no interior do motor.
CONVERSORES E INVERSORES
78

Com esse fluxo, consequentemente o torque também será constante. No en-


tanto, isso só é possível até a frequência de 60 Hz, pois, quando o motor estiver
com sua frequência nominal de 60 Hz, a tensão também será a nominal do motor.
A partir dessa frequência, a relação V/F deixa de ser proporcional – porque o mo-
tor suporta frequências maiores, mas não suporta tensão maior que a nominal.
Por isso, acima de 60 Hz é possível aumentar a frequência e a velocidade, porém o
fluxo magnético no interior do motor cai e com ele o torque também.

Tensão
(V)

Un
(motor)

Fn
(motor) Frequência
30 60 (Hz)
Figura 43 -  Gráfico da relação entre tensão e frequência (V/F) de saída do inversor
Fonte: SENAI-SP (2013)

O torque também cai quando desejamos diminuir muito a frequência para


conseguirmos baixas rotações do motor. Nesse caso, alguns modelos de inverso-
res disponibilizam funções conhecidas por “IxR”, cuja função é aumentar a tensão
na saída do inversor para manter o torque constante.
Nos inversores, temos dois modos ou tipos de controle, o modo V/F, também
conhecido por controle escalar, e o chamado controle vetorial.
No controle escalar, o inversor controla simplesmente a tensão e a frequên-
cia em um sistema chamado de malha aberta. Nesse sistema, o inversor fornece
tensão e frequência controlada para o motor girar. No entanto, não dispõe de
nenhum sensor instalado no eixo do motor para verificar se este está girando e
qual é a sua velocidade. Por isso, no modo escalar, o controle da velocidade não
é tão preciso e a resposta é relativamente lenta quando solicitada uma variação
rápida de velocidade.
O modo vetorial agrega sempre algum tipo de sensor de velocidade e sentido
de giro, o que configura um sistema de malha fechada. Assim, o inversor tem a in-
formação da velocidade real do motor. Esse modo permite um controle mais pre-
ciso e uma resposta mais rápida. Quando um motor é conectado ao equipamen-
to, no primeiro acionamento o inversor faz uma sondagem, por meio da emissão
4 Inversor de frequência
79

de sinais elétricos de baixa intensidade. Isso acontece para obter informações das
características elétricas do motor, como resistência ôhmica e impedância dos en-
rolamentos. Essas informações do motor são processadas pelo circuito eletrônico
de controle e, assim, o inversor obtém o modelamento matemático do motor, o
que possibilita conhecê-lo e controlá-lo com maior eficiência e precisão.
Encontramos no mercado inversores vetoriais que não possuem sensor do
tipo encoder para identificar a velocidade do motor. Eles possuem sensores inter-
nos de corrente, conhecidos por sensorless, que permitem ao circuito de controle,
juntamente com os dados de sondagem do motor, identificar qual a parcela da
corrente está sendo efetivamente utilizada para realizar rotação no motor. Com
isso, o controle pode estimar, com certa precisão, a velocidade do motor. Os inver-
sores vetoriais equipados com sensor encoder são mais precisos se comparados
aos que possuem sistema sensorless.
Alguns inversores oferecem a possibilidade de trabalhar como escalar ou ve-
torial, podendo ser escolhidos a critério do projeto ou, em alguns casos, do profis-
sional que estiver parametrizando o equipamento.
Observe na figura a seguir um exemplo de inversor e os detalhes de sua IHM
digital.

Figura 44 -  Inversor de frequência e as funções de cada tecla de sua IHM


Fonte: SENAI-SP (2013)
CONVERSORES E INVERSORES
80

3 PID A IHM é a porta de acesso aos parâmetros do inversor. No quadro a seguir te-
mos um exemplo da função de cada tecla da IHM.
PID (Proporcional Integral
e Derivativo): técnica muito Quadro 13 - Exemplo das funções de uma IHM
utilizada em controle de
processos, em que um
controlador compara um COMANDO/CONTROLE OBJETO FUNÇÃO
valor medido com um valor
de referência e a diferença
Apresenta números, valores dos parâmetros,
entre esses valores gera um Visor (display)
erro, calculado e corrigido abreviações e códigos de erros no inversor.
por um controlador.

Liga o inversor, habilitando a rampa de acele-


Tecla Liga
ração no motor.

Desliga inversor, permitindo rampa de desa-


Tecla Desliga
celeração.

Permite o acesso aos parâmetros e seus


Tecla Programação
valores.

Tecla Ajuste Aciona o motor em velocidade baixa.

Aumenta velocidade do motor, número ou


Tecla Aumenta
valor do parâmetro.

Diminui velocidade do motor, número ou


Tecla Diminui
valor do parâmetro.

Seleciona o sentido de giro: horário ou anti-


Tecla Sentido de giro
horário.

Sinalização do sentido Indica o sentido de giro selecionado: verde


de giro (horário) e vermelho (anti-horário).

Indica o modo de comando selecionado:


Tecla Seleção de modo
local ou remoto.

Indica o modo de comando selecionado:


Sinalização do modo
verde (comando local) e vermelho (comando
selecionado
remoto).
4 Inversor de frequência
81

Os inversores possuem parâmetros que podem ser subdivididos em:


a) monitoramento ou leitura: fornece informações, por meio do display do
inversor, das variáveis envolvidas nele ou no motor. Exemplos: valor de fre-
quência, tensão e corrente de saída;
b) sinais de entrada: definem as funções dos sinais recebidos pelas entradas
digitais ou analógicas do inversor, como sentido de giro e aceleração por
meio de potenciômetro;
c) sinais de saída: determinam as funções dos sinais enviados pelas saídas di-
gitais ou analógicas do inversor, por exemplo, acionamento de indicação de
falha e tipos de fornecimento de sinais (de 0 V a 10 V ou de 4 mA a 20 mA);
d) configurações do inversor: definem as funções a serem executadas pelo
inversor, como rampas de aceleração/desaceleração e tipos de controle (es-
calar ou vetorial);
e) motor: informa ao inversor os dados da placa do motor que está sendo
utilizado, por exemplo, corrente, tensão e potência nominal;
f ) proteção: determina os valores limites para a proteção do motor e do in-
versor, como corrente de sobrecarga e tensão máxima no circuito interme-
diário do inversor;
g) controles especiais: definem funções especiais que cada modelo de inver-
sor disponibiliza, por exemplo, no controle de vazão, nível e dosagem por
meio de utilização de reguladores PID3.
No item a seguir, conheceremos alguns dispositivos opcionais que podem ser
usados com o inversor de frequência.

4.3 DISPOSITIVOS OPCIONAIS PARA INVERSORES DE FREQUÊNCIA

O inversor de frequência consegue funcionar de forma básica de acordo com


a estrutura apresentada até agora. Porém, dependendo da aplicação em que ele
será inserido, precisamos utilizar alguns dispositivos que podemos chamar de op-
cionais. A seguir, descreveremos alguns deles.

Reatância de rede

Dispositivo instalado na rede elétrica, antes da conexão com o inversor de


frequência, com objetivo de diminuir o conteúdo harmônico, proporcionando
vantagens como:
CONVERSORES E INVERSORES
82

a) melhora do fator de potência;


b) aumento da vida útil dos capacitores do circuito intermediário;
c) redução na distorção da tensão de alimentação.

Reatância de carga

Dispositivo instalado na saída do inversor, normalmente quando a distância


entre o inversor e o motor é longa. Se essa reatância não fosse instalada, a capa-
citância do cabo para a terra aumentaria muito e, assim, poderiam surgir picos de
sobretensão no motor e correntes de fuga, os quais podem até ocasionar falhas
na atuação da proteção do inversor por sobrecorrente, entre outros problemas.
Dessa forma, a reatância de carga consegue fazer com que sejam praticamente
eliminados esses problemas que poderiam aparecer em longas distâncias. Veja-
mos na figura a seguir uma demonstração das reatâncias de carga e também da
reatância de rede, de que falamos anteriormente.

Reatância de rede Reatância de carga

L1 L2 L3 U V W PE W V U
PE PE
PE

L1 V
L2 V
L3 V
Rede Blindagem
seccionadora
Figura 45 -  Reatâncias de rede e de carga
Fonte: SENAI-SP (2013)

Módulo de frenagem reostática

O módulo de frenagem reostática é um dispositivo que pode ser interno ou


externo ao inversor, cujo objetivo é retirar toda a carga regenerativa proveniente
dos motores quando desaceleram ou quando se têm cargas de elevada inércia
a movimentar. Ou seja, a carga regenerativa que seria descarregada no circuito
intermediário é agora dissipada em um resistor chamado resistor de frenagem,
4 Inversor de frequência
83

que fica conectado a um circuito específico, responsável por executar o controle


dessa tensão regenerativa.
Imagine um motor em funcionamento sendo desligado. Para que ele pare to-
talmente, demora um pouco, não é? Nesse momento, ele acaba se tornando um
gerador e, dessa forma, envia uma tensão de volta para o circuito intermediário do
inversor (link DC). Isso, dependendo do valor da tensão, é prejudicial ao circuito.
Além disso, é importante inserir um dispositivo de proteção para o resistor de
frenagem, como um relé térmico e/ou termostato. Este terá a função de desligar
a rede de alimentação do inversor por meio de um circuito de comando, caso
ocorra uma sobrecarga. Vejamos a conexão desse dispositivo em um inversor que
já possui módulo de frenagem internamente.

Proteção do
resistor de frenagem

Contator
L1 U
L2 V Motor
Rede de L3 W
alimentação

BR +UD
Resistor de
Relé frenagem
térmico

Alimentação
de comando Termostato

Figura 46 -  Conexão do resistor de frenagem ao inversor de frequência


Fonte: SENAI-SP (2013)

Para saber mais sobre outros dispositivos opcionais bem


SAIBA como suas especificações, consulte sempre manuais e catá-
MAIS logos de fabricantes. Essa pesquisa é importante para que
sejam evitadas falhas futuras nos equipamentos.

A seguir, veremos alguns conceitos ligados à manutenção do sistema que en-


volve o inversor de frequência.
CONVERSORES E INVERSORES
84

4.4 MANUTENÇÃO DO SISTEMA COM INVERSOR DE FREQUÊNCIA

A partir de agora veremos como realizar o diagnóstico de falhas e a manuten-


ção do inversor de frequência.
Como vimos no início deste capítulo, o inversor tem como objetivo básico fa-
zer o controle da velocidade do motor. Porém, ele também pode nos auxiliar na
proteção e no diagnóstico de falhas do circuito que alimenta.
Para isso, o inversor deve estar parametrizado de forma correta, principalmen-
te no que se refere à proteção e aos parâmetros do motor citados anteriormente.
Assim, ao ocorrer uma falha, o inversor a detecta, bloqueia e desabilita o funcio-
namento. Essa falha é, normalmente, chamada de “erro” e é demonstrada no dis-
play do inversor por meio de um código com o significado informado no manual
do fabricante do próprio inversor.
Vejamos no quadro a seguir algumas dessas mensagens de erros e um resumo
das possíveis causas.
Quadro 14 - Mensagens de erros do inversor de frequência e possíveis causas
MENSAGEM
POSSÍVEL CAUSA
DE ERRO

• Curto-circuito entre fases no motor ou para terra.


Sobrecorrente na • Carga muito elevada para o motor.
saída do inversor. • Rampa de aceleração muito rápida.
• Transistores IGBT do inversor em curto-circuito.

• Tensão de alimentação acima do valor máximo do inversor.


Sobretensão no cir-
• Carga muito elevada para motor e rampa de aceleração rápida.
cuito intermediário
• Rampa de desaceleração muito rápida.
(link DC).
• Inércia de carga para motor muito elevada.

• Carga muito elevada para o motor.


Sobretemperatura
• Temperatura ambiente alta.
no motor.
• Elevado número de partidas e paradas em pouco tempo.

Sobrecarga na saída • Parâmetro de corrente de sobrecarga do motor inserido de forma incorreta.


do inversor. • Carga muito elevada para o motor.

• Caso o inversor esteja funcionando em modo vetorial com encoder, checar


as conexões do encoder.
Perda de referência.
• Ligar inversor em velocidade fixa e observar, no parâmetro correspondente
à leitura do encoder, se o sinal está sendo lido pelo inversor.
4 Inversor de frequência
85

A seguir, vamos ver algumas possíveis falhas do motor e inversor e sugestões


de testes. Antes de qualquer coisa, porém, é importante observar se há alguma
mensagem de erro na IHM e verificar as possíveis causas, como vimos anterior-
mente.
Quadro 15 - Exemplo de possíveis falhas e procedimentos
de teste para o inversor de frequência

POSSÍVEL FALHA PROCEDIMENTO DE TESTE

Inicialmente, é importante observar se há alguma mensagem de erro que


esteja bloqueando o inversor e verificar as possíveis causas que o fabricante
orienta, como vimos no quadro anterior.

Desligar e bloquear alimentação elétrica e checar conexões dos cabos de


Motor não funciona.
potência e comando do inversor, analisando se há algum mau contato ou,
se for uma instalação nova, verificar se houve ligação errada, como inversão
nos bornes das entradas digitais.

Verificar se foram inseridos os parâmetros de forma incorreta.

Desligar e bloquear alimentação elétrica e checar se há mau contato na

Oscilação da veloci- fixação dos cabos de potência e comando. Se houver, efetuar reaperto.

dade do motor. Se estiver utilizando acionamento por meio de potenciômetro, checar se ele
não está com defeito, efetuando medição de resistência.

Motor com velocida- Checar se os parâmetros de limites de frequência mínima ou máxima estão
de alta ou baixa. de acordo com o desejado.

Checar mau contato na conexão da IHM.


Display da IHM
Verificar se há disjuntores desligados ou medir se há alimentação elétrica
apagado.
para a IHM.

Antes de efetuar qualquer manutenção no circuito do


FIQUE inversor, é necessário fazer o seu desligamento e blo-
queio. Em seguida, espere a completa descarga dos ca-
ALERTA pacitores de potência. Alguns fabricantes recomendam
esperar pelo menos 10 minutos.

Uma situação frequente na indústria é a substituição de inversores de frequên-


cia. Vejamos a seguir um exemplo de como isso é feito.
CONVERSORES E INVERSORES
86

Substituição do inversor de frequência

Muitas vezes, quando ocorre uma falha interna no inversor e não é viável o seu
conserto, precisamos substitui-lo e, dependendo da aplicação, isso deve ser feito
rapidamente.
Dessa forma, após a fixação do inversor e a conexão dos cabos do novo inver-
sor, precisamos parametrizá-lo e, nesse caso, a maioria dos fabricantes de inversor
disponibiliza uma função chamada COPIAR ou COPY, em inglês. Essa função per-
mite transferir de uma só vez todos os parâmetros do inversor com problema para
outro inversor. Imagine ter que inserir todos esses parâmetros um a um no novo
inversor. Demandaria muito trabalho e tempo, não é?
Pois bem, vejamos a seguir um exemplo de como seria o procedimento para a
transferência de parâmetros de um inversor A para B. Apresentaremos um proce-
dimento genérico, pois ele varia de acordo com o fabricante.
a) Conectar a IHM no inversor A, do qual se deseja copiar os parâmetros.
b) Inserir o parâmetro correspondente à função COPY, nomenclatura que va-
ria para cada fabricante. Nesse momento, devemos aguardar, pois os parâ-
metros são transferidos para uma memória não volátil da IHM.
c) Desconectar a IHM do inversor A e conectá-la no inversor B, para o qual se
deseja enviar os parâmetros quando a cópia for concluída.
d) Inserir o parâmetro correspondente à função COLAR ou PASTE, em inglês;
essa nomenclatura também depende de cada fabricante. Nesse parâmetro,
o inversor B irá receber todo o conteúdo que foi copiado para a IHM, ou
seja, agora o inversor B estará carregado com os mesmos parâmetros pre-
sentes no inversor A.
Normalmente, esse recurso de cópia só funciona em inversores do mesmo mo-
delo, com os mesmos valores de tensão e corrente e versões de software compa-
tíveis.

Quando há a necessidade de substituir um inversor por


outro que já foi utilizado em outra aplicação, é impor-
VOCÊ tante inicialmente carregar esse inversor a ser instalado
SABIA? com os parâmetros de fábrica. Dessa forma, garantimos
que nenhum outro parâmetro carregado anteriormente
influenciará a nova aplicação.

Vejamos a seguir algumas recomendações de manutenção para prevenir fa-


lhas no inversor de frequência.
4 Inversor de frequência
87

Manutenção preventiva do inversor de frequência

Algumas ações bem simples de manutenção são recomendadas para que mi-
nimizemos o risco de falhas no inversor ou até mesmo aumentemos a vida útil.
Vejamos.
Quadro 16 - Recomendações de manutenção
preventiva no inversor de frequência

COMPONENTE MANUTENÇÃO

Checar se há aquecimento por meio de termo-


Terminais, parafusos e conectores de potência
grafia e efetuar os devidos reapertos.

Efetuar limpeza no ventilador.


Sistema de ventilação Verificar se há algum ruído anormal.
Limpar filtros de ar ou substituí-los.

Devido ao fato de a tensão na saída do inversor ser um


sinal PWM, não é recomendável medi-la com multíme-
VOCÊ tro digital convencional, pois o valor da medição não
coincidirá com a leitura feita pelo próprio inversor. Por
SABIA? isso, é necessário utilizar um multímetro, especificado
pelo fabricante do inversor ou mesmo fazer a leitura
pela IHM do inversor, que é o modo mais prático.

CASOS E RELATOS

O caso apresentado a seguir descreve uma falha em um elevador de car-


gas de um terminal portuário brasileiro. A função do elevador é transportar
materiais diversos de um setor operacional para outro. Esse elevador é mo-
vimentado por um motor elétrico que possui o acionamento por meio de
um inversor de frequência.
Há alguns meses, o elevador começou a apresentar algumas paradas du-
rante o transporte de cargas e o mantenedor Luiz, colaborador do terminal,
era sempre solicitado para fazer a manutenção.
Luiz rapidamente verificava que havia uma mensagem de erro na IHM do
inversor e imediatamente efetuava o reset. Em seguida, o elevador voltava
a funcionar.
CONVERSORES E INVERSORES
88

O problema foi que Luiz começou a fazer isso diversas vezes e não procurou
entender o que estava ocasionando a falha. Com isso, depois de algumas
semanas, ao tentar efetuar o reset novamente, o inversor não voltou a fun-
cionar e a carga que estava sendo transportada ficou presa no elevador, o
que gerou atrasos nas atividades do terminal portuário.
Após essa parada, Luiz teve que checar com detalhes a falha ocorrida. Po-
rém, já era um pouco tarde, pois o inversor apresentava internamente chei-
ro de queimado e não funcionava mais. Era necessário trocá-lo. Antes disso,
Luiz ainda detectou que na saída do inversor havia um cabo com defeito
na isolação, o qual encostava na estrutura metálica, provavelmente a causa
das falhas.
Depois de consertar o cabo, Luiz fez a substituição do inversor com proble-
ma e finalizou o serviço com a cópia dos parâmetros por meio da IHM. Con-
cluída a inserção de parâmetros, o mantenedor realizou testes do elevador,
monitorando os valores de corrente do motor pela IHM, e tudo transcorreu
sem mais falhas.
Podemos concluir que se Luiz estivesse checado a falha quando ela ocor-
reu na primeira vez, provavelmente o inversor não teria queimado. Faltou
iniciativa ao profissional, mesmo possuindo um bom conhecimento sobre
o inversor.

SAIBA Para saber mais sobre inversores de frequência, pesquise, na


internet, manuais e catálogos de fabricantes como Altus, ABB,
MAIS General Eletric, Santerno, Schneider Eletric, Siemens e WEG.
4 Inversor de frequência
89

RECAPITULANDO

Neste capítulo, estudamos o inversor de frequência e vimos que o objetivo


principal é o controle da velocidade de motores que possuem rotor do tipo
gaiola de esquilo.
Aprendemos que o funcionamento do inversor é composto basicamente de
três etapas: retificação, filtragem e inversão, e esta última é responsável por
gerar a frequência desejada por meio de transistores chamados de IGBTs.
Vimos também que o inversor, além de variar a frequência, também varia a
tensão. Isso serve para que o torque do motor se mantenha constante.
Estudamos que o inversor possui dois tipos básicos de controle: o escalar
e o vetorial. Também vimos que, se houver necessidade de um controle
preciso de velocidade, é necessário utilizar o tipo de controle vetorial com
sensor encoder.
Percebemos que o inversor pode ser um grande aliado na proteção e no
diagnóstico de falhas, pois nos fornece indicativos, por meio de mensagens
na IHM, sobre algum problema que esteja ocorrendo com o motor ou mes-
mo com o próprio inversor.
Por fim, analisamos exemplos de possíveis falhas no motor e inversor e al-
guns procedimentos de testes, além de recomendações de manutenção
preventiva no inversor.
Parametrização de
inversores de frequência

A parametrização dos inversores é de grande importância para um bom funcionamento


do equipamento e também para a otimização do funcionamento dos motores trifásicos de
corrente alternada.
Antes de parametrizar um inversor de frequência, é necessário conhecer os parâmetros dis-
poníveis e quais deles serão utilizados em sua aplicação.
A disposição desses parâmetros varia de fabricante para fabricante. Sendo assim, um inver-
sor poderá ter um quantidade de parâmetros maior ou menor do que um inversor de outro
fabricante.
De qualquer forma, é indispensável o uso do manual do inversor de frequência para auxiliar
na parametrização.
CONVERSORES E INVERSORES
92

5.1 TIPOS DE PARÂMETROS

Os inversores de frequência mais comuns no mercado têm uma lista de parâ-


metros que pode ser dividida em:
a) parâmetros de acesso;
b) parâmetros de visualização ou leitura;
c) parâmetros de regulação;
d) parâmetros de configuração;
e) parâmetros do motor.

5.1.1 PARÂMETROS DE ACESSO

Os parâmetros de acesso geralmente impedem a alteração dos demais parâ-


metros. Isso é feito para evitar que pessoas não autorizadas efetuem a mudança
da programação, ocasionando uma parada ou mau funcionamento do equipa-
mento.
Normalmente, uma senha composta por uma sequência numérica é digitada
para liberar o acesso à programação – seja básica ou em nível mais avançado.

5.1.2 PARÂMETROS DE LEITURA OU VISUALIZAÇÃO

Os parâmetros de leitura ou de visualização são aqueles em que o usuário


consegue ler os valores de diversas grandezas físicas relacionadas ao motor e ao
inversor. Por exemplo: corrente de saída, frequência de saída, tensão de saída e
RPM.
O acesso a esses parâmetros não requer a liberação da senha, tendo em vista
que eles não interferem no funcionamento, são apenas informações.

5.1.3 PARÂMETROS DE REGULAÇÃO

Os parâmetros de regulação permitem ajustar os valores dos seguintes recur-


sos:
a) tempo de aceleração e desaceleração;
b) frequência de JOG;
c) referência multivelocidade;
5 PARAMETRIZAÇÃO DE INVERSORES DE FREQUÊNCIA
93

d) frequência mínima e máxima de saída;


e) tensão máxima de saída;
f ) corrente de sobrecarga;
g) corrente máxima de saída.

Tempo de aceleração e desaceleração

Os tempos de aceleração e de desaceleração são dados em segundos (s) e po-


dem ser ajustados com valores diferentes, ou seja, o inversor pode operar com um
valor maior na aceleração ou na desaceleração.
Esses dois parâmetros determinam o tempo real que inversor realiza a acele-
ração ou desaceleração do motor, partindo da mínima frequência até a máxima
frequência (aceleração) ou da máxima frequência até a mínima frequência (desa-
celeração).

Observação

O ajuste de um tempo de aceleração igual a 0,0 s pode ocasionar uma falha por
sobrecorrente. Do mesmo modo, um tempo de desaceleração igual a 0,0 s pode
ocasionar uma falha de sobretensão no circuito intermediário.

Referência de JOG

A referência é uma frequência qualquer que deve ser ajustada entre os valores
de frequência mínima e máxima, e só pode ser acionada se o motor estiver para-
do.
Normalmente, ela é utilizada com baixos valores de frequência, por exemplo:
para realizar o posicionamento do motor na condição inicial ao término de um
ciclo de trabalho.

Referência multivelocidade

Alguns modelos de inversor de frequência permitem a utilização da referência


multivelocidade. Seu método de utilização é bastante prático: a partir da dispo-
nibilidade e configuração das entradas digitais, pode-se configurar diferentes fre-
quências de saída, sendo elas 2, 4 ou 8 velocidades.
CONVERSORES E INVERSORES
94

Sendo assim, podem existir até 8 parâmetros configuráveis com valores de


frequência diferentes, ou não, e que também estão limitados aos valores de fre-
quência mínima e máxima de saída.

Frequência mínima e máxima de saída

Os parâmetros de ajuste dos valores de frequência mínima e máxima definem


a faixa de operação do inversor. Por exemplo: se o parâmetro de frequência mí-
nima do inversor for ajustado para 10 Hz e o controle de velocidade for realizado
através de um potenciômetro, no momento em que a referência for a resistência
de menor valor, o motor estará operando com frequência de 10 Hz. Outro caso se-
ria o inversor operar em modo local: ao realizar a habilitação do inversor, o motor
já estaria girando.
Normalmente, o parâmetro de frequência mínima é ajustado em 0,0 Hz para
que o motor realize a parada quando for necessário. Enquanto que o parâmetro
de frequência máxima de saída depende da necessidade de velocidade do pro-
cesso e também das características do motor.
Dependendo do tipo de carga ou acionamento, a operação do motor com fre-
quências entre 10 Hz e 25 Hz pode causar danos ao motor. Isso ocorre pela falta
de ventilação em função da baixa velocidade.

Tensão máxima de saída

O ajuste da tensão máxima é utilizado em situações em que a rede de alimen-


tação do inversor possui um valor acima da tensão nominal do motor, e seu ajuste
é feito em porcentagem da tensão de entrada.
Por exemplo, se um inversor é alimentado por rede trifásica de 440 V e a tensão
nominal do motor for 220 V, esse parâmetro seja ajustado em 50%.

Corrente de sobrecarga

A corrente de sobrecarga é ajustada em torno de 10% a 20% acima da cor-


rente nominal.
Esse valor é aproximadamente o mesmo que é utilizado para ajustar a corrente
de atuação de um relé térmico. Logicamente que isso pode variar de acordo com
o tipo de carga e do regime de funcionamento do motor.
5 PARAMETRIZAÇÃO DE INVERSORES DE FREQUÊNCIA
95

Corrente máxima de saída

A corrente máxima de saída está diretamente associada à corrente do motor.


O ajuste desse parâmetro permite ao inversor reduzir a velocidade do motor, em
caso de travamento do eixo. Isso se faz necessário para reduzir a corrente do mo-
tor. Ao cessar a sobrecarga, o motor retoma a sua velocidade normal.

5.1.4 PARÂMETROS DE CONFIGURAÇÃO

Os parâmetros de configuração permitem ajustar os valores dos seguintes re-


cursos:
a) tipo de controle;
b) ajuste de fábrica;
c) tipo de acionamento;
d) função das entradas;
e) função das saídas;
f ) frenagem.

Tipo de controle

O tipo de controle pode ser definido como escalar ou vetorial. Esse parâmetro
está disponível em alguns modelos de inversores.
O controle escalar é aplicado em situações nas quais há a necessidade de man-
ter constante o fluxo magnético em baixa frequência, em aproximadamente 3 Hz.
Já o controle vetorial é aplicado em situações de precisão no controle de baixas
rotações com alto torque.

Ajuste de fábrica

O ajuste de fábrica é um parâmetro que, quando acessado, realiza uma reinicializa-


ção no inversor e restaura a configuração dos parâmetros para os valores de fábrica.
CONVERSORES E INVERSORES
96

Tipo de acionamento

Os inversores podem ter o seu acionamento feito através das teclas da IHM
(que é o chamado modo local) ou ainda serem acionados de forma à distância
(que é o chamado modo remoto).
O tipo de acionamento do inversor é definido a partir da sua interferência no
processo. Na maioria dos processos, os inversores são utilizados com acionamen-
to remoto, pois assim é possível uma atuação de forma automática com o proces-
so, enquanto que o modo local torna-se uma aplicação manual.

Função das entradas

Os inversores de frequência possuem entradas digitais – também chamadas


de DI (Digital Input) – e entradas analógicas, chamadas de AI (Analogue Input).
As funções das entradas são definidas de acordo com a necessidade de opera-
ção do inversor. De acordo com o modelo e o fabricante, as funções das entradas
podem ter descrições ou funções diferentes.
As entradas digitais podem ter a função de selecionar o sentido de rotação,
liga/desliga, gira/para, multivelocidade, entre outras.
As entradas analógicas podem ser configuradas de modo a operar com refe-
rência por nível de tensão (0 V a 10 V) ou referência por nível de corrente (0 mA a
20 mA ou 4 mA a 20 mA).
A configuração por nível de tensão é feita quando a variação de velocidade é
realizada com a conexão de um potenciômetro linear de 5 kΩ. A configuração por
nível de corrente é feita através da conexão de um transdutor ou sensor de nível,
de pressão, de temperatura etc.

Função das saídas

Os inversores de frequência possuem saídas digitais – também chamadas de


DO (Digital Output) – e saídas analógicas, chamadas de AO (Analogue Output).
As funções das saídas são definidas de acordo com a necessidade de operação
do inversor. De acordo com o modelo e o fabricante, as funções das saídas podem
ter descrições ou funções diferentes.
Em geral, as saídas digitais dos inversores são formadas por relés. Disponibi-
lizam ao usuário os chamados contatos secos para realizar a interface com qual-
quer tipo de sinal, seja ele em forma de CC ou de CA.
5 PARAMETRIZAÇÃO DE INVERSORES DE FREQUÊNCIA
97

As saídas analógicas fornecem um valor de tensão (0 V a 10 V) que pode ser


proporcional a várias grandezas do inversor, como frequência de saída, corrente
de saída, inversor sem erro, inversor em operação ou outra grandeza que esteja
disponível no inversor.

Frenagem

Alguns modelos de inversor realizam o processo de frenagem aplicando CC no


estator. Esse processo de frenagem pode ou não utilizar um resistor de frenagem,
de acordo com o modelo e o fabricante.
Para ativar essa função, desde que a frenagem esteja disponível, é necessário
ajustar os parâmetro de tempo de frenagem, que é o tempo em que o inversor
aplica a tensão CC no estator. A corrente de frenagem, que é ajustada em per-
centual da corrente nominal do próprio inversor, também ajusta a frequência de
frenagem, que significa em qual valor da frequência de saída o inversor entrará
em modo de frenagem, após ter sido desabilitado.

5.1.5 PARÂMETROS DO MOTOR

Os parâmetros do motor são inseridos no inversor de modo que ele opere den-
tro de suas especificações.
Os dados mais comuns a serem inseridos são: tensão, corrente, velocidade,
frequência, potência e fator de potência.
Esses dados são extraídos da placa do motor.
Alguns inversores possuem um parâmetro de autoajuste. Esse parâmetro a ser
acessado aplica tensão ao estator e realiza um ajuste automático dos parâmetros
do inversor para, assim, manter o funcionamento adequado do motor.
A seguir, são apresentados alguns exemplos de montagem de comandos elé-
tricos com a utilização de inversores de frequência modelo CFW-08, com suas res-
pectivas parametrizações.
CONVERSORES E INVERSORES
98

Acionamento 1

Modo local – O inversor funciona através do fechamento do contato do relé


KA1 e o controle de velocidade é feito pelo potenciômetro analógico.
Parâmetros:
P100 – Tempo de aceleração, Valor = 2.5s
P101 – Tempo de desaceleração, Valor = 1.5s
P133 – Frequência mínima de saída, Valor = 0.0 Hz
P134 – Frequência máxima de saída, Valor = 60.0 Hz
P156 – Corrente de sobrecarga do motor, Valor = (consultar manual)
P169 – Corrente máxima de saída, Valor = (consultar manual)
P221 – Referência do modo local, Valor = 1 (entrada analógica 1)
P229 – Seleção de comando no modo local, Valor = 1 (bornes)
P263 – Função da DI1, Valor = 1 (habilita geral)
P266 – Função da DI4, Valor = 4 (gira/para)
P277 – Função da saída a relé RL1, Valor = 7 (sem erro)
5 PARAMETRIZAÇÃO DE INVERSORES DE FREQUÊNCIA
99

Figura 47 -  Inversor de frequência - Acionamento 1 - Diagrama de potência


Fonte: SENAI-SP (2014)
CONVERSORES E INVERSORES
100

Figura 48 -  Inversor de frequência - Acionamento 1 - Diagrama de comando


Fonte: SENAI-SP (2014)
5 PARAMETRIZAÇÃO DE INVERSORES DE FREQUÊNCIA
101

Figura 49 -  Inversor de frequência - Acionamento 1 - Diagrama do borne de controle do inversor


Fonte: SENAI-SP (2014)
CONVERSORES E INVERSORES
102

Acionamento 2

Modo local – O inversor funciona através do fechamento do contato do relé


KA1 e KA2 e o controle de velocidade é feito pelas entradas digitais (Multispeed).
Parâmetros:
P100 – Tempo de aceleração, Valor = 1s
P101 – Tempo de desaceleração, Valor = 1s
P124 – Referência 1 Multispeed, Valor = 15.0 Hz
P125 – Referência 2 Multispeed, Valor = 30.0 Hz
P126 – Referência 3 Multispeed, Valor = 45.0 Hz
P127 – Referência 4 Multispeed, Valor = 60.0 Hz
P133 – Frequência mínima de saída, Valor = 0.0 Hz
P134 – Frequência máxima de saída, Valor = 60.0 Hz
P156 – Corrente de sobrecarga do motor, Valor = (consultar manual)
P169 – Corrente máxima de saída, Valor = (consultar manual)
P221 – Referência do modo local, Valor = 6 (Multispeed)
P229 – Seleção de comando no modo local, Valor = 1 (bornes)
P263 – Função da DI1, Valor = 0 (habilita geral)
P265 – Função da DI3, Valor = 7 (Multispeed)
P266 – Função da DI4, Valor = 7 (Multispeed)
5 PARAMETRIZAÇÃO DE INVERSORES DE FREQUÊNCIA
103

Figura 50 -  Inversor de frequência - Acionamento 2 - Diagrama de potência


Fonte: SENAI-SP (2014)
CONVERSORES E INVERSORES
104

Figura 51 -  Inversor de frequência - acionamento 2 - Diagrama de comando


Fonte: SENAI-SP (2014)
5 PARAMETRIZAÇÃO DE INVERSORES DE FREQUÊNCIA
105

Figura 52 -  Inversor de frequência - acionamento 2 - Diagrama do borne de controle do inversor


Fonte: SENAI-SP (2014)
CONVERSORES E INVERSORES
106

Acionamento 3

Modo local – O inversor funciona através do fechamento do contato do relé


KA1 para acelerar ou do relé KA2 para desacelerar.
Parâmetros:
P100 – Tempo de aceleração, Valor = 2.5s
P101 – Tempo de desaceleração, Valor = 1.5s
P133 – Frequência mínima de saída, Valor = 0.0 Hz
P134 – Frequência máxima de saída, Valor = 60.0 Hz
P156 – Corrente de sobrecarga do motor, Valor = (consultar manual)
P169 – Corrente Máxima de Saída, Valor = (consultar manual)
P221 – Referência do modo local, Valor = 4 (potenciômetro eletrônico)
P229 – Seleção de comando no modo local, Valor = 1 (bornes)
P263 – Função da DI1, Valor = 9 (gira/para)
P265 – Função da DI3, Valor = 5 (acelera EP)
P266 – Função da DI4, Valor = 5 (desacelera EP)
5 PARAMETRIZAÇÃO DE INVERSORES DE FREQUÊNCIA
107

Figura 53 -  Inversor de frequência - acionamento 3 - Diagrama de potência


Fonte: SENAI-SP (2014)
CONVERSORES E INVERSORES
108

Figura 54 -  Inversor de frequência - acionamento 3 - Diagrama de comando


Fonte: SENAI-SP (2014)
5 PARAMETRIZAÇÃO DE INVERSORES DE FREQUÊNCIA
109

Figura 55 -  Inversor de frequência - acionamento 3 - Diagrama do borne de controle do inversor


Fonte: SENAI-SP (2014)
REFERÊNCIAS

ABNT. NBR 5410:2004 – Instalações elétricas de baixa tensão. 2ª ed. Rio de Janeiro, 2004.
ABNT. NBR 7195:1995 – Cores para segurança. Rio de Janeiro, 1995.
ABNT. NBR 12523 – Símbolos gráficos de equipamentos de manobra e controle de dispositivos
de proteção. Rio de Janeiro,1992.
ABNT. NBR IEC 60947-1 - Dispositivos de manobra e comando de baixa tensão. Parte 1: Regras
Gerais. Rio de Janeiro, 2006.
ABNT. NBR IEC 60947-6-1 - Dispositivos de manobra e comando de baixa tensão. Parte 6-1:
Dispositivos multifuncionais – Equipamento de comutação de transferência automática. Rio
de Janeiro, 2005.
ABNT. NBR 60947-2: Dispositivos de manobra e comando de baixa tensão. Parte 2-1:
Disjuntores. Rio de Janeiro, 1998.
ABNT. NBR 60947-4: Dispositivos de manobra e comando de baixa tensão. Parte 4-1:
Contatores e partidas de motores eletromecânicos. Rio de Janeiro, 2008.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego NR 10 – Segurança em instalações e serviços em
eletricidade. Brasília, 2004.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego NR 26 – Sinalização de segurança. Brasília, 2011.
BORTOLLETO, Fábio J. Inversores de frequência Altus. Disponível em: <http://www.isavale.org.br/
palestras/PALESTRA-01-ALTUS.pdf>. Acesso em: 11 jun. 2013.
FLUKE. Medições elétricas em inversores de frequência: dez medições que trazem
muitas informações. Disponível em: <http://support.fluke.com/FInd-Sales/Download/
Asset/4061498_7120_POR_B_W.PDF>. Acesso em: 11 jun. 2013.
FRANCHI, Claiton Moro. Inversores de frequência: teoria e aplicações. 2. ed. São Paulo: Érica,
2012.
FRANCHI, Claiton Moro. Acionamentos Elétricos. 4. ed. São Paulo: Érica, 2008.
FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DE SÃO PAULO (FIESP); FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO (FRM).
Automação. Rio de Janeiro: Fundação Roberto Marinho, 2009 (Novo Telecurso Profissionalizante de
Mecânica).
IEC 60617 – DB-12M - Graphical symbols for diagrams. parts 2 to 13. Geneva, Switzerland. Pub.
05/2012.
IEC 81346-2 - Industrial systems, installations and equipment and industrial products -
Structuring principles and reference designations - Part 2: Classification of objects and codes
for classes. (Sistemas industriais, instalação de equipamentos e produtos industriais, princípios
de estruturação e designação de referências – Parte 2: Classificação de objetos e códigos para as
classes. – ed. 1.0. Pub. 07/2009
SCHNEIDER ELETRIC. Esquemateca: tecnologia do controle e automação industrial. São Paulo:
MM Editora, 2000.
SENAI/SP. Transformadores. (Eletrônica básica – Teoria). São Paulo, 2003. (apostila)
SENAI/SP. Eletrotécnica – Teoria. São Paulo, 1993. (apostila do curso Eletricista de Manutenção).
SIEMENS – Catálogo do Soft Starter Sikostart 3RW22. Ref. 3ZX1012-0RW22-1AN1. Edição
3/2002, 76 páginas. Impresso na República Federal da Alemanha.
SIMONE, Giglio Aluisio. Transformadores. São Paulo: Érica,1998.
WEG. Manual Weg Módulo 1 Comando e proteção. Weg Industrias SA - Centro de treinamento de
clientes. Jaraguá do Sul – SC. Código tr_CTC-238 – P3. s/ano.
WEG. Manual Weg de motores elétricos. Jaraguá do Sul – SC: Publicação WEG indústrias S.A –
Motores. Ed. Out/2004.
WEG. Catálogo do Micro Soft Starter SSW05 Plus. Cód. 10413073. Rev. 32. Jaraguá do Sul – SC:
Weg equipamentos S.A, dez/2011.
WEG. Manual de instalação e operação SSW-05. Rev. 10/2001. Jaraguá do Sul – SC: Weg
equipamentos S.A., 2001.
WEG. Manual do Inversor de Frequência CFW-08. Rev. 04/2006. Jaraguá do Sul – SC: Weg
Automação S.A.
WEG. Manual do Conversor CA/CC CTW-04. Rev. 03/2006. Weg Automação S.A: Jaraguá do Sul –
SC, 2006.

Sites consultados entre abril e novembro de 2012.


www.varixx.com.br/
http://ab.rockwellautomation.com/Drives/
www.weg.com.br
http://www.telinfor.com.br/produtos/prod3.php#3
http://literature.rockwellautomation.com/idc/groups/literature/documents/in/enacc-in001_-en-p.
pdf página 13
http://catalogo.weg.com.br/files/wegnet/WEG-tacogerador-manual-portugues-br.pdf
http://www.oficina-digital.com/catalog/product_info.php?products_id=1451&osCsid=27bfae3598
828d753c8d258be579c14d
http://www.excellaelectronics.com/encoder.html
http://hades.mech.northwestern.edu/index.php/Rotary_Encoder
http://www.ifm.com/ifmweb/techinf.nsf/ID/ECC7864DA8BA45D2C1256ADF0024A063
http://portal.mte.gov.br/
MINICURRÍCULO DOS AUTORES

Anderson Galdino Leite é eletricista de manutenção, Técnico em eletrônica e Tecnólogo em Au-


tomação Industrial. Licenciado em Matemática e em Pedagogia. Cursando pós-graduação (espe-
cialização) em educação a distancia. Atuou na modernização (retrofit) e manutenção eletroele-
trônica industrial de maquinas com Controladores Programáveis (CP), inversores de frequência,
equipamentos automatizados e robôs industriais em empresas multinacionais entre 1990 e 1999.
No SENAI desde 1999, atuou como docente em cursos de aprendizagem Industrial e cursos téc-
nicos na área da Eletrônica/Automação Industrial. Atuou como especialista em educação, entre
2003 e 2005, coordenando processos seletivos de candidatos a cursos. Atualmente como Técnico
de ensino, integra a equipe de elaboração de materiais e kits didáticos para o curso Técnico em
Eletroeletrônica do Programa Nacional de Oferta de Educação Profissional na modalidade a dis-
tancia (PN-EAD SENAI).

Claudio Luís Magalhaes Fernandes é técnico em Eletrônica e Engenheiro Elétrico na moda-


lidade Eletrônica/Computação. Especialista em Automação Industrial e Mestre em Engenharia
Mecânica – Automação Industrial. Atuou em empresa prestadora de serviços da área industrial
como engenheiro projetista e coordenador de equipes de manutenção de sistemas industriais
entre 1990 e 2007. No SENAI-SP e técnico de ensino desde 2007. Na Faculdade de Tecnologia de
São Vicente, e coordenador e professor adjunto do curso de Tecnologia em Automação Industrial.
Recebeu o premio CREA-SP de Formação Profissional em 2007. Atualmente, participa da equipe
de elaboração de materiais e kits didáticos para o curso Técnico em Eletroeletrônica a distancia
do Programa Nacional de Oferta de Educação Profissional na modalidade a distancia (PN-EAD
SENAI).

Paulo Roberto Barboza de Oliveira é Eletricista de Manutenção, Técnico em Mecatrônica e Tec-


nólogo em Automação Industrial. Atuou em diversos segmentos da indústria como metalurgia,
alimentos, serviços e plástico no período de 1998 a 2007, sempre voltado à manutenção, instala-
ção e automação de máquinas e processos. Na Faculdade Flamingo é professor do curso Superior
de Tecnologia em Automação Industrial. No SENAI-SP desde 2007, atuou como docente em cursos
de aprendizagem Industrial e cursos técnicos na área da Eletroeletrônica/Automação Industrial.
Atualmente como Orientador de Prática Profissional, integra a equipe de gestão da Escola SENAI
Roberto Simonsen, onde é o responsável pelos cursos de Formação Inicial e Continuada (FIC) das
áreas de Eletroeletrônica, Automação, Telecomunicações, Informática, Gestão e Alimentos.

Rodrigo Silvério da Silveira é tecnólogo em automação industrial e técnico em eletrotécnica,


com especialização em engenharia de manutenção industrial. Atuou em empresa siderúrgica
como inspetor elétrico, quando foi responsável pela manutenção e modernização de equipa-
mentos automatizados com controladores programáveis, robôs industriais e inversores de fre-
quência. No SENAI SP, atua como técnico de ensino desde 2009, ministrando aulas na área de
Eletroeletrônica. Atualmente, participa da equipe de elaboração de materiais e kits didáticos para
o curso Técnico em Eletroeletrônica do Programa Nacional de Oferta de Educação Profissional na
modalidade a distancia (PN-EAD SENAI).
ÍNDICE

C
Curto-circuito 17, 54, 70

D
Diagrama 10, 18, 32, 34, 45, 47, 61, 64, 66, 67, 77

E
Equipamento tiristorizado 52

G
Golpe de aríete 23, 52

I
IGBT 52, 76, 77, 84, 89
Interface Homem-Máquina 20, 29, 38, 53

P
PWM 77, 87

S
Sobrecarga 17, 54, 63, 81, 83, 84, 93, 94, 95, 98, 102, 106

T
Tacogerador 44, 45, 46, 47
Tensão de saída 53, 92
Tensão nominal 22, 57, 94
Torque 14, 20, 23, 37, 62, 64, 75, 76, 78, 89, 95
Trimpots 20, 21, 22, 53, 54, 55, 56, 65

V
Valor 59, 60, 63, 70, 75, 76, 80, 81, 83, 84, 86, 88
SENAI – DEPARTAMENTO NACIONAL
UNIDADE DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA – UNIEP

Rolando Vargas Vallejos


Gerente Executivo

Felipe Esteves Morgado


Gerente Executivo Adjunto

Diana Neri
Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros

SENAI – DEPARTAMENTO REGIONAL DE SÃO PAULO

Walter Vicioni Gonçalves


Diretor Regional

Ricardo Figueiredo Terra


Diretor Técnico

João Ricardo Santa Rosa


Gerente de Educação

Airton Almeida de Moraes


Supervisão de Educação a Distância

Marta Dias Teixeira


Supervisão de Meios Educacionais

Henrique Tavares de Oliveira Filho


Márcia Sarraf Mercadante
Silvio Geraldo Furlani Audi
Coordenação do Desenvolvimento dos Livros

Anderson Galdino Leite


Claudio Luiz Magalhães Fernandes
Paulo Roberto Barboza de Oliveira
Rodrigo Silvério da Silveira
Elaboração

Clodoaldo Roberto Callogero


Henrique Tavares de Oliveira Filho
Revisão Técnica

Margarida Maria Scavone Ferrari


Design Educacional

Alexandre Suga Benites


Juliana Rumi Fujishima
Paulo Roberto Barboza de Oliveira
Ilustrações
Juliana Rumi Fujishima
Marcos Antônio Oldigueri
Tratamento de Imagem

Margarida Maria Scavone Ferrari


Revisão Ortográfica e Gramatical

Cassiana Mendonça Pottmaier


Diagramação

i-Comunicação
Projeto Gráfico

Observação:
Este livro contém conteúdos extraídos e adaptados de:
SENAI-DN e SENAI-SP. Instalação de Sistemas Eletroeletrônicos Industriais. SENAI-DN: Brasília,
2013 (Série Eletroeletrônica).
SENAI-DN e SENAI-SP. Manutenção de Sistemas Eletroeletrônicos Industriais. SENAI-DN: Brasí-
lia, 2013 (Série Eletroeletrônica).

Potrebbero piacerti anche