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Jardinagem

Gastronômica Especial
PANC

Coordenação:

Sabrina Jeha – Geógrafa e Herborista


Gabriela Pastro – Bióloga e Culinarista
SUMÁRIO
1. Introdução................................................................................................................... 03

2. Cultivo........................................................................................................................ 04

3. Adubação e Cuidados.................................................................................................. 07

4. Manejo de Pragas e Doenças....................................................................................... 07

5. Descrição das PANCs................................................................................................. 11

6. Alimentos Funcionais................................................................................................. 24

7. Técnicas Culinárias....................................................................................................... 26

8. Receitas com PANCs.................................................................................................. 28

Referências Bibliográficas................................................................................................ 44

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1. Introdução
As Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) são plantas comestíveis que podem crescem ou
não espontaneamente e que possuem potencial alimentício de uma ou mais partes (folhas, frutos, raízes,
entre outras). E como o nome mesmo diz, são alimentos pouco conhecidos pela sociedade em geral e
praticamente sem valor comercial, ou seja, não se encontram facilmente a venda e pouco se cultiva com
foco de vendas. Porém, estas são amplamente utilizadas por populações tradicionais, geralmente populações
ribeirinhas, indígenas ou qualquer outra com grande contato com a natureza. Portanto, podemos considerar
PANC as plantas com potencial de consumo de uma ou mais partes, quais apresentam reconhecimento e uso
limitado a certas localidades e/ou populações. Muitas das plantas classificadas como PANC são
caracterizadas como espontâneas, sendo aquelas que costumamos chamar de matos ou ervas daninhas,
porém a outra parcela engloba plantas que já são comercializadas, porém não é conhecido o potencial
alimentício de uma de suas partes, como as folhas da cenoura e os talos do capim-limão.
O estudo e divulgação destas plantas na América Latina foram pioneiramente realizados pelo
argentino e Prof. Dr. Eduardo Hugo Papoport. Apesar da ampla utilização deste termo (PANC), existem
outras atribuições, como matos comestíveis, hortaliças tradicionais e hortaliças não convencionais (termo
utilizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento).
Muitas das plantas que crescem espontaneamente ao nosso redor, além de apresentarem potencial de
consumo e alto valor nutricional, são fontes gratuitas ou baratas de consumo. Kinupp & Lorenzi (2014)
enfatizam que 90% do alimento mundial consumido atualmente vêm de apenas 20 espécies (maioria
exótica, oriundas da Eurásia), tornando nossa alimentação sem variedade e monótona. Ou seja, as PANC se
apresentam não só como uma ótima alternativa de consumo, mas como fonte principal, nutritiva, criativa e
barata de alimentação.
Deve-se ter cuidado ao consumir estas plantas, pois como muitas espécies são pouco conhecidas,
deve-se atentar para a espécie correta, para as diferentes partes da planta e para a forma que podem ser
consumidas cruas (in natura) ou cozidas. Existem plantas de espécies diferentes com nomes populares
iguais e também espécies diferentes, mas que são parecidas umas com as outras (EPAMIG, 2012). Um
exemplo é a taioba comestível (mansa) e a taioba tóxica (brava), quais são muito similares para um não
conhecedor.

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2. Cultivo
No Brasil, a maioria das PANC é considerada subespontânea, ou seja, crescem espontaneamente sem
que sejam plantadas, porém muitas delas já são facilmente cultivadas. Portanto, podemos dividi-las em
tipicamente espontâneas e cultivadas (cultiváveis).
Tipicamente
Espécie Cultivada
espontânea
Alfavaca X
Assa-peixe X
Azedinha X
Bardana X
Beldroega X
Cana-do-brejo X
Capuchinha X
Caruru X
Cúrcuma/Açafrão da terra X
Dente de leão X
Erva-baleeira X
Erva-de-santa-maria X
Erva-luiza X
Figo-da-índia X
Funcho X
Hortelã-do-norte X
Inhame (cará)
Jambú X
Major-gomes X
Mangarito
Maria-pretinha X
Ora-pro-nóbis X
Peixinho X
Rabo-de-galo X
Saião X
Serralha X
Taioba X
Urtiga X
Vinagreira/hibisco X
Tabela 1. Classificação das PANC considerando o clima e solo de São Paulo.

Por serem plantas rústicas e pouco exigentes, são facilmente cultivadas em casa. A dica é utilizar um
substrato arenoso para o plantio. Quando for fazer o plantio utilize uma parte de substrato vegetal e outra de
areia de plantio. É notável a rusticidade das plantas não convencionais, sendo menos afetadas por pragas e
doenças, adequando-se facilmente a cultivos orgânicos e agroecológicos (BRASILb, 2010).
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Para ter sempre as sementes para novo plantio, não deixe de colhê-la no momento em que a planta as
está produzindo. Se não for utilizar no momento, guarde em sacos de papel dentro da área reservada aos
legumes na geladeira. Existem alguns fatores que podem afetar a germinação das sementes: o estado de
dormência, a capacidade de germinação, a qualidade das sementes e as condições ambientais (KINUPP &
LORENZI, 2014).

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Colheita
Nome popular Propagação Plantio Espaçamento (cm) (dias) Parte consumida
Alfavaca sementes e estaquia canteiros e vasos 50 x 50 >20 folhas e flores
Azedinha touceira canteiros ou jardineira extensa 25 x 20 >50 folhas
Bardana sementes leiras profundas profudidade de 60 cm >180 raízes
Beldroega sementes, touceiras e mudas laterais canteiros 25 x 20 >60 folhas e talos
Cana-do-brejo sementes, rizomas e estacas canteiros 60 x 60 >20 folhas e flores
Capuchinha sementes e ramos canteiros 50 x 50 >50 folhas, flores e sementes
Caruru sementes e mudas laterais canteiros 25 x 25 >30 folhas
Cúrcuma/Açafrão da terra apenas rizomas canteiros 80 x 80 >360 rizomas e folhas
Dente de leão sementes e mudas laterais canteiros, vasos, jardineiras 35 x 35 >90 folhas e inflorescências
Erva-baleeira sementes, mudas laterais e estaquia canteiros ou vasos grandes 100 x 100 >60 folhas
Erva-de-santa-maria sementes, estaquia e mudas laterais canteiros 80 x 80 14-21 folhas
Erva-luiza estaquia (raramento por sementes) canteiros e vasos 100 x 100 60 folhas
Funcho sementes e mudas basais canteiros 30 x 30 90-120 folhas, sementes e bases do caule (erva-doce)
Hortelã do Norte estaquia canteiros e vasos 40 x 40 >60 folhas e flores
Jambú sementes e ramos canteiros 30 x 30 >50 folhas, ramos e flores
Mangarito rizomas leiras ou canteiros 50 x 25 180-210 rizomas
Ora-pro-nóbis estacas covas ou sulcos 100 - 200 >90 folhas, flores e frutos
Peixinho touceira canteiros 25 x 20 >60 folhas
Rabo de galo apenas sementes canteiros 80 x 80 >60 folhas e sementes
Saião estaquia (ramos) e folhas canteiros 40 x 40 >60 folhas
Serralha sementes canteiros 30 x 30 >50 folhas
Taioba rizomas berços ou sulcos 70 x 40 >90 folhas e rizomas
Urtiga rizomas, estolões e estacas solitária em canteiros - >60 folhas
Vinagreira/hibisco sementes e estaquia covas ou sulcos 100 x 100 >150 folhas e frutos com sépalas

Tabela 2. Método de reprodução, tempo de colheita e partes com potencial de consumo de algumas PANC.
3. Adubação e cuidados

As PANC são pouco exigentes em relação à adubação, por isto sua adubação poderá ser mais
espaçada do que as demais plantas da horta. Uma adubação a cada dois meses é o ideal, podendo ser
feita com húmus de minhoca. Se utilizar farinha de osso e torta de algodão, adube a cada 4-6 meses.
Para cada cinco litros de substrato usa-se uma colher de sopa de húmus ou uma mistura de duas
colheres de chá de farinha de osso e duas de torta de algodão. Para que o adubo incorpore melhor no
substrato deve-se afofar a terra com um garfo de jardineiro e efetuar a rega na sequencia.
Deve-se evitar o uso de farinha de osso junto com a torta de mamona, pois os animais são
atraídos pela farinha de ossos e quando consomem a terra acabam sendo intoxicados pela torta de
mamona.

4. Manejo de pragas e doenças

É inevitável o aparecimento de problemas biológicos que vão atrapalhar o rendimento de sua


horta, mas com certeza estes problemas serão irrelevantes numa plantação com o solo bem
equilibrado e que possua diversidade de espécies plantadas. Tratando-se de plantas rústicas, o
manejo é muito mais fácil, pois elas acabam sendo mais resistentes às pragas e doenças.

PRAGAS
Existem vários insetos que atacam a horta e, em alguns casos, devem ser combatidos. Como
estamos plantando algo que vamos ingerir posteriormente, recomenda-se sempre evitar o uso de
inseticidas químicos pelas seguintes razões:
- Contaminam o meio ambiente
- Alteram o princípio ativo das plantas aromáticas e medicinais
- Possuem difícil armazenamento em residências, por serem tóxicos
- Apresentam difícil manuseio para quem não tem experiência
- Geralmente, não são vendidos em pequenas quantidades

Entre os possíveis controles, podemos usar os seguintes:

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1) Catação manual
As lagartas, facilmente visíveis, são insetos que devem ser catados manualmente e mortos. As
lagartas-rosca, que tem o hábito de cortar rente ao solo as mudinhas, podem ser encontradas a uns 10
cm de profundidade.
Também devem ser catadas manualmente as vaquinhas, que são pequenos besouros com
manchas amarelas nas asas. Os ovos amarelos devem ser esmagados com a mão.

2) Iscas
Para caramujos, lesmas e tatuzinho:
Deixar a noite no terreno, sacos de aniagem ou estopa umedecidos com leite. Depois é só
recolher os animais e destruí-los. Outra isca para atrair lesmas e caracóis pode ser feita usando latas
de pequena espessura contendo sal, cerveja ou sal e chuchu. Assim que consumiram as iscas, os
insetos morrerão.

Para lagarta rosca:


Material:
2 kg de açúcar;
2 kg de pó de arroz;
100 g de inseticida Dimy Pel (biológico).
Modo de fazer: misture os ingredientes e vá adicionando água aos poucos até criar flósculos.
Espalhe as iscas na área atacada, nas doses de 50 g de isca por metro quadrado.

3) Inseticidas caseiros
Calda de fumo:
Material:
20 g de fumo de rolo;
5 litros de água.
Modo de fazer: pique e ferva por meia hora o fumo em um litro de água limpa. Coe em pano fino e
dilua em 4 litros de água limpa. De preferência, pulverize sobre os insetos no mesmo dia.
Outra maneira: deixe de molho um pedaço de fumo de corda até que esta se torne amarelada.

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Este inseticida é eficiente contra pulgões. O pulgão é um inseto sugador de aproximadamente 3 mm
de comprimento, podendo ter coloração preta, amarela ou acinzentada. A característica principal de
ataque é a preferência por brotos novos. Este inseticida natural também mata as formigas lava-pés
quando estas estão próximas as plantas.

Calda de fumo, sabão e enxofre:


A mistura do caldo de fumo com um pouco de sabão ralado e enxofre é suficiente no combate
os ácaros. Estes insetos são parecidos com carrapatos, só que bastante pequenos e melhor
enxergados com auxílio de uma lupa.

Macerado de alho:
Material:
4 dentes de alho;
1 litro de água.
Modo de fazer: macere os alhos em 1 litro de água. Deixe amolecer por 12 dias. Dilua em 10 litros
de água. Pulverize onde se encontram os pulgões.

Extrato de pimenta:
Material:
500 g de pimenta;
4 litros de água;
2 colheres de sopa de sabão de coco ralado.
Modo de fazer: bata as pimentas no liquidificador com dois litros de água até a maceração total. Coe
e misture com as colheres de sabão. Acrescente os dois litros restantes de água e pulverizar sobre as
vaquinhas (besouro verde e amarelo).

Cobertura morta:
A cobertura com casca de arroz tem efeito repelente contra pulgões. Porém, não deve ser
incorporada à terra.

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Consórcio:
O plantio intercalado de culturas diferentes, denominado de consórcio, também tem se mostrado
eficiente no controle de pragas. Alguns insetos são inibidos pelo odor exalado por algumas plantas
(plantas repelentes) e outros são atraídos outros tipos de plantas (plantas atrativas).
Algumas plantas aromáticas são excelentes repelentes de insetos, como manjerona, nabo,
hortelã e salsa.
Formigas:
Coloque a farinha de ossos, casca de ovo moído ou carvão vegetal ao redor dos canteiros ou
ainda em linhas transversais para afastar as formigas.
Para a aplicação de inseticidas líquidos, pode-se usar um pulverizador pequeno, manual e com
bomba de pressão com capacidade para 2 litros.

Cuidados na aplicação dos inseticidas:


- Não pulverize contra o vento;
- Utilize proteções adequadas;
- Em tempos de chuvosos, use um espalhante adesivo para ajudar na aderência do produto à planta;
- Após o término da aplicação, troque de roupa e lave-se bem.

DOENÇAS
Não é raro aparecem doenças em nossas hortas e as mais frequentes são causadas por fungos.
Os sintomas das plantas atacadas por fungos são geralmente manchas de diversas cores (cinza,
marrom, branca, ou preta) que aparecem em qualquer lugar na planta.
De difícil controle, devem-se tomar algumas medidas de prevenção para evitar a incidência
destas doenças, prevenir é a melhor opção. Algumas destas medidas devem ser:
- Retirar plantas com sintomas de doenças, principalmente aquelas que estão muito debilitadas e
com coloração amarelada;
- Mantenha o solo saudável também diminui a incidência de doenças, pois as plantas crescem mais
vigorosas;
- Evite irrigar por aspersão;
- Plante no tempo indicado;

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- Se for usar fungicida, recomenda-se que estes sejam a base de cobre e de enxofre molhável,
devendo ser aplicados semanalmente de forma alternada;
- Mantenha uma alta diversidade de espécies na horta.
Plantas concorrentes
Muitas das plantas espontâneas são consideradas plantas concorrentes das demais
encontradas na horta, por isto faça a escolha correta do local de plantio para que estas não afetem o
bom desenvolvimento das demais. Apesar isto, estas plantas fazem o controle ecológico do
ambiente, muitas delas atraem para si diversas pragas, deixando a horta livre, como o caruru que
atrai a vaquinha e a serralha que atrai os pulgões.

5. Descrição das PANCs

Almeirão-roxo – Lactuca canadensis


Herbácea anual, ereta e lactescente. Pode atingir até 2 metros de altura. Suas folhas são
rosadas quando jovens, podendo chegar a 30 cm de comprimento. Subespontânea em algunas regiões
do Brasil. Reproduz-se facilmente por sementes. Suas folhas podem ser consumidas cruas ou
cozidas. Algumas opções de consumo são salada, refogado, recheio de tortas e bolinho de arroz ou
legumes. Priorize as folhas mais novas, pois são menos amargas.

Assa-peixe – Vernonanthura phosphorica


Arbusto ereto, perene, de 1-3 m de altura. Nativo do Brasil e espontâneo em diversas regiões,
como em pastagens e terrenos baldios. Muito utilizado na medicina popular. Propaga-se por
sementes e por divisão de touceiras. Suas folhas jovens podem ser consumidas fritas, empanadas ou
à dôre.

Azedinha - Rumex acetosa


Planta perene e rasteira. Apresenta flores muito pequenas, com aproximadamente 3 mm de
diâmetro. Adapta bem a vários tipos de solo. Pode ser atacada por lesmas e caracóis, quando isto
acontece basta cortar a touceira. Pode ser plantada em um vaso pequeno ou na horta. Apesar de
precisar de algumas horas de sol pode ser plantada na parte da horta que bata menos sol. Pode ser
utilizada em saladas, sopas, patês e omeletes. Apresenta propriedade depurativa do sangue, diurética,

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ajuda a baixar a febre, curar feridas e é muito rica em vitamina C e cálcio. Por sua grande quantidade
de oxalato de cálcio, não deve ser consumida em excesso, pois pode ser prejudicial aos rins.

Bálsamo – Sedum praealtum


Herbácea suculenta, perene, muito ramificada e de folhagem ornamental. Atinge de 30-60 cm
de altura. Apresenta flores amarelas, formadas no outono-inverno. Prefere solos férteis e fofos, com
boa drenagem. Pode ser plantada isoladamente ou em grupos, sob sol pleno. É tolerante a seca e a
geadas. Sua reprodução é por estacas. O suco de bálsamo cru, tomado pela manhã em jejum, ajuda
na cura de úlceras e gastrites do estômago. Em pequenas quantidades, é indicado também para curar
afecções do aparelho urinário. É um poderoso cicatrizante de feridas, boqueiras, unhas encravadas,
etc.

Batata ariá – Calathea allouia


Herbácea perene, semelhante à cúrcuma, com formação de rizomas, de 30 – 150 cm de altura.
Nativa da Amazônia. Suas raízes tuberosas são consumidas como batata, como em purês, salteadas,
sauté, ou cruas, cortadas bem finas.

Beldroega - Portulaca oleracea


Esta espécie é chamada de beldroega de verão. Nas regiões mais frias, como Argentina,
cresce também a beldroega de inverno (Claytonia perfoliata). Em nossas condições, suas sementes
germinam o ano todo. Cresce em solo rico em matéria orgânica, portanto ter ela crescendo
espontaneamente em nosso jardim é um bom sinal. Possui propriedades diuréticas e ajuda nos
movimentos peristálticos do intestino, além de possuir propriedade anti-inflamatória, diurética e
emoliente. Seus ramos e folhas apresentam sabor picante e podem ser consumidos crus em saladas,
bolinhos, tempurás, salteados e refogados. Suas sementes também são comestíveis, podendo ser
consumidas na forma germinada também. É uma planta rica em ômega-3 e vitaminas B e C.

Cana-do-brejo - Costus spiralis


Herbácea entouceirada com hastes semelhantes à cana, por isto seu nome. Sua folhagem e
flores são muito ornamentais. Inflorescências com flores brancas, róseas ou vermelhas. Pode atingir
entre 1,00 – 1,80 m de altura. É cultivada como touceira isolada ou em grupos, em canteiros. Gosta

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de solo rico em matéria orgânica e pantanoso. Desenvolve-se melhor em clima temperado a quente.
Multiplica-se facilmente por estacas e por divisão de touceiras. Hastes, folhas e raízes são diuréticas,
tônicas e aplicadas no tratamento das doenças venéreas. Princípios ativos: ácido oxálico, inulina,
taninos e matérias pécticas. O chá das folhas é diurético, febrífugo, pode ser usado contra o catarro,
afecções da bexiga e para inflamações dos rins (antirreumático, antilítico). O sumo do colmo é usado
para picadas de insetos e também para diabetes. Suas folhas e flores podem ser utilizadas na
culinária, como no preparo de saladas e sucos.

Capeba – Piper umbellatum


Subarbusto ereto, perene, atinge 1,0 – 2,5 m de altura. Nativa do Brasil em quase todo o
território, crescendo espontaneamente. Pode ser cultivada sub sol pleno, porém se desenvolve melhor
em áreas sombreadas e úmidas. É muito empregada na medicina popular para problemas de fígado e
visícula. É diurética, estimulante das funções estomacais, hepáticas, pancreática e do baço. Suas
folhas podem ser consumidas cozidas, como para charutinhos e envelope de peixes. Seu consumo
salteado ou escaldado também é possível.

Capim-limão – Cymbopogon citratus


Herbácea, perene, ereta, de 60-120 cm de altura. É nativa da Índia e Siri Lanka. Considerada
uma planta rudeiral, requerendo poucos cuidados. Pode ser plantada em solo arenoso, levemente
pobre e seco. O chá de suas folhas é muito empregado na medicina popular. Seu bulbo
esbranquiçado é usado como tempero, principalmente na culinária asiática. Use como usaria o alho
ou alho-poró. Combina com peixes, frutos do mar e ensopados.

Capuchinha - Tropaeolum majus


Herbácea de 30-40 cm de altura. Flores nas colorações laranja, amarela ou vermelha, quais se
formam na primavera-verão. Deve ser cultivada sob sol pleno, como planta pendente em vasos e
jardineiras, ou em canteiros. Também pode ser utilizada como trepadeira. Multiplica-se por
sementes, quais devem ser colocadas para germinar no outono. Nos meses de verão, costuma ser
atacada por lagartas, mas estas deixam de ser um problema assim que entre o outono. Floresce
permanentemente e a colheita deve ser feita na época da formação de um bom volume de folhas e
flores. Na culinária moderna, suas flores e folhas comestíveis são usadas para enfeitar e dar um sabor

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fresco e picante aos pratos e saladas verdes. Suas sementes em conserva são utilizadas para a
elaboração de um tipo de alcaparra (chamada alcaparra dos pobres). Por serem muito ricas em
vitamina C, suas folhas e flores são muito usadas na alimentação para fortalecer o corpo e aumentar a
resistência, além disto, é excelente para problemas de pele, como irritações e sarnas. Na cosmética, é
usada para fortalecer e dar brilho aos cabelos.

Cara-moela – Dioscorea bulbifera


Herbácea perene, trepadeira e com tubérculos aéreos e subterrâneos. Reproduz-se pelos
tubérculos aéreos ou divisão dos tubérculos subterrâneos. Ambos os tubérculos podem ser
consumidos, de modo similar aos outros tubérculos, porém apresentam sabor distinto. As partes
aéreas são mais macias, porém produzem menos.

Caruru - Amaranthus deflexus


Também conhecida como amaranto, é uma herbácea espontânea, anual e ereta. Cresce
espontaneamente em todo Brasil, gosta de solo rico em matéria orgânica, portanto, é uma planta
indicadora de solos bons, ricos em potássio e com boa drenagem. Existem cerca de 7 espécies
chamadas de caruru. Multiplica-se exclusivamente através de sementes. Reproduz-se praticamente o
ano todo. As folhas são muito ricas em ferro e podem ser consumidas apenas na forma cozida, como
refogadas puras ou em misturas, com preparados com carne ou em forma de suflê e bolinho frito.
Possui ação diurética e laxativa. Suas sementes são utilizadas como cereais em sopas e na mistura de
arroz.

Crepe-do-japão – Crepis japônica


Herbácea anual, em forma de roseta, atingindo até 30 cm de altura. Ocorre espontaneamente
em diversas regiões do Brasil, principalmente em áreas úmidas e com pouca alteração humana.
Geralmente, apresentam-se em agrupamentos, pois suas sementes não possuem boa dispersão. Suas
folhas podem ser consumidas cruas ou cozidas, lembrando algo entre o almeirão e a alface. Use-as
em saladas, refogados, ensopados, bolinhos de legumes e tortas.

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Cúrcuma - Curcuma longa
Herbácea anual, entouceirada, aromática e de folhas grandes. Suas flores são esbranquiçadas,
pequenas e dispostas em espigas compridas e esbranquiçadas. Tem cheiro forte e sabor picante.
Atinge entre 40-80 cm de altura. Deve ser cultivada em solo argiloso, fértil e de boa drenagem.
Multiplica-se por partes do rizoma que apresentam as gemas. Geralmente é cultivada como
ornamental em canteiros isolados ou como flor de corte. Seu rizoma tuberoso é utilizado como
especiaria, tanto na forma seca como in natura.

Curry – Helichrysum italicum


Herbácea de base lenhosa que forma um pequeno arbusto de 20 a 50 cm de altura. Prefere
solos bem drenados, leves e arenosos. Gosta de calor e muito sol. Assim como a alfazema e a
lavanda, é suscetível aos fungos, comumente suas folhas ficam pretas e a planta morre. Recebeu este
nome por seu aroma ser muito parecido com o do curry em pó (que na verdade é uma mistura de
várias especiarias). Pode ser usado para aromatizar sopas e assados. É uma erva digestiva.

Dente-de-leão - Tanaxacum officinale


Herbácea anual ou perene de 15-25 cm de altura, com flores amarelas reunidas em capítulos
grandes. Comporta-se como um mato espontâneo, típico de inverno. É muito comum em gramados e
jardins. Gosta de solo rico em matéria orgânica, mas também pode ser encontrado em solos pobres.
Não é exigente quanto à rega. Multiplica-se principalmente por sementes. Devem-se usar as folhas
mais jovens, pois as mais velhas são muito amargas e duras. Possui propriedades digestivas, é suave
desintoxicante do fígado, sendo utilizado para hepatite e problemas digestivos. Também possui
propriedade diurética. Suas folhas têm um sabor amargo e podem ser utilizadas em saladas ou na
forma de chás. Um dos preparados agrícolas da “Agricultura Biodinâmica” é feito com suas flores.

Erva-baleeira - Cordia verbenacea


Arbusto ereto, muito ramificado, aromático, de 1,5 - 2,5 m de altura. Apresenta flores
pequenas, brancas, dispostas em inflorescências. Suas folhas são bem aromáticas e exalam cheiro
que lembra caldo de galinha. É tolerante a terrenos arenosos e úmidos, florescendo nos meses de
verão. Apesar de preferir áreas abertas e ensolaradas é capaz de tolerar certo grau de sombreamento.
Propaga-se por sementes. Amplamente utilizada na medicina natural, sendo considerada anti-

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inflamatória, anti-artrítica, analgésica, tônica e anti-ulcerogênica. Seu uso como tempero é pouco
conhecido, sendo que suas folhas podem ser utilizadas para o preparo de um caldo de galinha
vegetal.

Erva-de-gato – Nepeta cataria


Herbácea perene, com haste forte, ereta, ramificada que mede cerca de 0,50 a 1,00 m de
altura. Suas folhas são verde-acinzentadas e muito aromáticas. As inflorescências são terminais e
com numerosas flores azuis, brancas ou violáceas, que se formam na primavera e verão. A floração é
bastante atrativa para as abelhas e borboletas. De fácil cultivo e resistente ao frio e calor. Precisa de 4
horas de sol por dia e deve ser adubada a cada 40 dias com húmus de minhoca ou algum outro adubo
orgânico. Depois da floração deve ser podada. Famosa por atrair os gatos, os quais ficam eufóricos
com seu cheiro. Gostam de brincar e dormir em suas moitas, porém não se alimentam dela. Na
medicina caseira o chá é usado para resfriado, excitação nervosa e insônia. Suas folhas podem ser
utilizadas para substituir a hortelã, sendo consumidas frescas ou secas.

Erva-de-santa-maria - Chenopodium ambrosioides


Erva perene ou anual, muito ramificada e com até 1 m de altura. Flores pequenas e verdes.
Possui odor forte e característico em toda sua estrutura. Nasce espontaneamente em lavouras,
terrenos baldios, hortas e jardins, principalmente na estação das chuvas. É uma das espécies de maior
área de dispersão. A colheita deve ser feita no início da floração. Desenvolve-se melhor em zonas
temperadas, solos arenosos e férteis. Propaga-se por sementes. Auxilia no tratamento de contusões e
dores musculares. É uma planta repelente de insetos, especialmente pulgas. Suas folhas podem ser
consumidas em sucos e refogados, adicionadas ao arroz, feijão e cremes.

Erva-jabuti – Peperomia pellucida


Herbácea anual, ereta ou semiereta e tenra. Atinge entre 20-40 cm de altura. Suas folhas
possuem um forte sabor característico e, por isto, são consideradas uma iguaria. Cresce
espontaneamente em áreas abertas e úmidas de meia-sombra, sendo considerada forte invasora. Por
ser rústica, não exige cuidados em relação ao solo e rega. Suas folhas e brotos podem ser consumidos
crus ou cozidos, por exemplo, em saladas, bolinhos, pizzas e risotos.

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Erva-luiza - Aloysia triphylla
Arbusto grande, muito ramificado, ereto e com aroma citral. Atinge entre 2-3 m de altura.
Flores brancas ou levemente rosadas, dispostas em inflorescências terminais. É cultivada em jardins
e hortas domésticas no sul do Brasil. Apresenta propriedade antibacteriana, antiespasmódica,
febrífuga, sedativa. Popularmente, é utilizado em casos de amigdalite, asma, congestão de seio nasal,
diarreia, dor de estômago, de garganta e dores de cabeça. O óleo essencial é utilizado para aromatizar
sabão, óleo de banho e cosmético. Suas folhas dão um delicioso toque cítrico e fresco a sucos, chás e
doces.

Funcho/Erva-doce - Foeniculum vulgare


Erva perene ou bianual, entouceirada e aromática. Atinge altura entre 40-120 cm. Apresenta
flores pequenas, hermafroditas e de coloração amarela. Desenvolve-se bem em diversos climas, mas
prefere os temperados, em locais bem iluminados e com luz solar direta. Não suporta geadas muito
fortes. Adapta-se melhor aos solos férteis, leves e bem drenados. Propaga-se por sementes
diretamente no campo, na época de chuva. As folhas e sementes são expectorantes, estimulantes
estomacais, combatem as cólicas e gases intestinais. Popularmente, é usada para aumentar a
produção de leite materno. O bulbo possui ação diurética. A base do caule (talo) pode ser usada in
natura, em saladas ou sozinha, salteada ou em risotos. As folhas conferem aroma de anis e são
usadas para temperar diversos pratos e chás. Ele é facilmente confundido com a erva-doce que
produz as sementes do típico bolo de fubá com erva-doce.

Hibisco/Vinagreira - Hibiscus sabdariffa


Arbusto semi-lenhoso, bienal ou perene, ereto, de crescimento disperso, de 1,5 – 3,0 de
altura. Flores formadas ao longo do ano todo, solitárias, de cor rosa-arroxeada. Pode ser cultivado
como ornamental, isolado ou em grupos, a pleno sol, bem como para a produção de cálices utilizados
na culinária. Multiplica-se por sementes ou estaquia. Na medicina caseira, o chá é usado para baixar
febre, melhorar problemas digestivos e diuréticos. São variadas suas formas de uso, no Maranhão, as
folhas picadas fazem parte da receita de arroz de cuxá. As brácteas e sépalas (estruturas das flores)
possuem um sabor ácido e uma coloração vermelha intensa e são usadas para a confecção de geleias,
sucos e chás. A bebida feita de suas flores é conhecida como água de Jamaica ou água de flor da
Jamaica.

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Hortelã-branca – Plectranthus sp.
Herbácea grande, perene e aromática. Atingindo de 40 cm a 1 m de altura. Pode ser plantada
em todas as regiões do Brasil, sendo somente sensível à geada. É bem resistente a pragas e doenças.
Quando plantado em lugares sombreados, sua produção é menor. Para se ter uma planta volumosa é
aconselhável à poda das inflorescências um pouco antes da colheita. Sua propagação é feita por
estaca. Possui propriedade digestiva, de tônica estomacal e antisséptica. Utilizada em gripes e
resfriados. Na culinária, é usada para temperar feijões, frango, sopas e carnes. Usa-se em pouca
quantidade, pois é uma erva com sabor forte.

Hortelã-do-norte - Plectranthus amboinicus


Herbácea grande, perene e aromática. Atingindo de 40 cm a 1 m de altura. Pode ser plantada
em todas as regiões do Brasil, sendo somente sensível à geada. É bem resistente às pragas e doenças.
Quando plantado em lugares sombreados, sua produção é menor. Para ter uma planta volumosa é
aconselhável à poda das inflorescências um pouco antes da colheita. A propagação é feita por estaca.
Possui propriedade digestiva, de tônica estomacal e antisséptica. Suas folhas são utilizadas para tratar
gripes e resfriados. Na culinária, é usada para temperar feijões, frango, sopas e carnes. Usa-se em
pouca quantidade, pois é uma erva com sabor forte.

Jambú - Ocmella oleracea


Herbácea perene, semiereta e ramificada. Atinge em torno de 30-40 cm de altura. Suas flores
são amarelas, pequenas e dispostas em capítulos. Prefere clima quente e úmido. Temperaturas abaixo
de 15ºC prejudicam a planta, sendo ideal temperatura acima de 26ºC. Pode ser cultivado o ano todo
em regiões de climas quentes, e durante a primavera e o verão em outras regiões. Pode permanecer
em locais com luminosidade direta ou em meia-sombra. Gosta de solo bem drenado, leve e rico em
matéria orgânica. Suas flores e folhas quando mastigadas causam um formigamento deixando lábios
e língua anestesiados por alguns instantes. Devido esta característica, é muito usada na medicina
caseira no tratamento de problemas de dor de dente, afecções na boca e garganta. É também utilizada
no combate de anemia e estimulante das atividades digestivas. Na região amazônica, é utilizada
como condimento na culinária, principalmente para o preparo do “molho ao tucupi”. Tanto suas
folhas como suas flores são comestíveis.

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Lírio dos incas – Alstroemeria caryophyllaea
Herbácea perene, ereta, de 30 – 70 cm de altuta. Nativas das regiões sul e sudeste do Brasil. É
uma planta muito cultivada ornamentalmente, como flor de corte. Propaga-se por sementes e pedaços
do rizoma. Suas raízes tuberosas são pequenas e crocantes e podem ser consumidas salteadas, fritas,
em forma de purê ou cozida no vapor.

Major-gomes – Talinum paniculatum


Herbácea suculenta, perene, ereta, quase sem ramificações. Atinge entre 30-60 cm de altura.
Flores pequenas e de cor róseas. Cresce espontaneamente em diversos locais do país, sendo muitas
vezes considerada ‘daninha’. Por ser rústica, necessita de pouco cuidados em relação à rega e adubo.
Suas folhas podem ser consumidas cruas ou cozidas, como no em saladas, refogados, patês e pães.
Possui alto percentual de proteína (até 21%).

Maria-sem-vergonhas – Impatiens walleriana


Herbácea perene, ereta, ramificada, com caules suculentos, de 20-40 cm de altura. Nativa da
África. Amplamente cultivada como ornamental, como forração de canteiros. Ocorre
espontaneamente em muitas regiões do país. Suas flores podem ser consumidas cruas ou cozidas, em
saladas, doces e pratos salgados.

Mentruz – Coronopus didymus


Herbácea anual ou bianual, de odor forte e muito ramificada. Apresenta de 15-30 cm de
comprimento. Apresenta pequenas flores brancas. Cresce espontaneamente em hortas, jardins e
terrenos baldios durante o período de inverno e primavera. Propaga-se exclusivamente por sementes.
Suas folhas são muito usadas na medicina caseira. Pode ser consumida tanto crua como cozida, como
na forma de bolinho frito, risoto e refogado com carne.

Nirá – Allium tuberosum


Herbácea rizomatosa, perene, sem caule, com altura de 30-40 cm. Nativa da Ásia. Suas folhas
possuem intenso aroma e sabor de alho. Propaga-se por divisão de rizomas e sementes. Suas folhas
são usadas como tempero substituto do alho ou na forma de cebolinha. Já seus botões florais são
muito consumidos pelos orientais em pratos com ovos e ensopados.

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Ora-pro-nóbis - Pereskia aculeata
Cacto com folhas, apresentando espinhos finos e compridos ao longo do seu caule.
Inflorescências curtas, numerosas, com flores creme-amareladas, às vezes com centro vermelho,
formadas na primavera e verão. Os frutos são arredondados, amarelos e comestíveis. Muito resistente
e pouco exigente em relação ao solo. Não tolera encharcamento e vai bem à meia sombra. Gosta do
clima tropical úmido. Reproduz-se por estacas. Pode ser conduzida como trepadeira, amparando a
ramagem em suportes, muros, paredes ou cercas. É muito cultivada como cerca viva devido aos seus
espinhos. Multiplica-se principalmente por estacas, as quais servem de porta-enxerto para outros
tipos de cactos. As flores, frutos e folhas são comestíveis, sendo que suas folhas são emolientes e
laxativas e, os frutos, são expectorantes. Os frutos são usados em suco, geleia e licor. Flores podem
ser consumidas em saladas, salteadas e em omeletes e as folhas sob as formas cozida ou cruas, em
sucos, saladas e pratos quentes. Por apresentar muita mucilagem, é aconselhável retirar a nervura
central da folha antes do preparo.

Peixinho - Stachys byzantina


Herbácea perene, ereta, de 20-40 cm de altura, de folhagem ornamental totalmente revestida
de pelugem branca. Inflorescências eventuais, densas, com flores pequenas e roxas. É considerada
resistente às baixas temperaturas, sendo mais comumente cultivada em regiões de altitude do sul do
Brasil. Pode ser plantada em canteiros ou vasos, como forração ou não, sendo que devem estar em
local a pleno sol, rico em matéria orgânica, com boa drenagem e sempre úmido. Multiplica-se pelas
brotações laterais produzidas, que separadas são mudas já enraizadas. É utilizada na culinária caseira
e vegetariana por apresentar sabor similar ao de peixe. A receita mais conhecida é a da folha à
milanesa frita, assemelhando-se a uma preparação de peixe frito, porém suas folhas podem também
serem refogadas em molhos ou adicionadas à omelete.

Penicilina – Alternanthera brasiliana


Herbácea de fácil cultivo e cuidados simples, pode atingir até 2,00 m de altura. Caule e folhas
vão do verde até o roxo.Nativa do Brasil. Adaptada ao clima tropical e subtropical. Suas folhas
podem ser utilizadas como corante natural, dando coloração roxa a chás, geleias e doces.

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Picão-branco – Galinsoga parviflora
Herbácea anual, ereta, ramificada, com 20-40 cm de altura. É nativa da América do Sul,
sendo também chamada de guasca, onde é muito consumida na forma seca. Possui flores na
coloração amarela e branca. É subespontânea em diversas áreas, sendo considerada uma ‘erva
daninha’. Propaga-se exclusivamente por sementes e é pouco exigente a terra e outros cuidados.
Usam-se suas folhas secas ou frescas como tempero de sopas, carnes, saladas e diversos pratos.

Picão-preto – Bidens pilosa


Herbácea anual, ereta, de 40 a 120 cm de altura. Nativa de toda a América Tropical.
Subespontâneo em áreas perturbadas, sendo considerada uma planta daninha. Reproduz-se
facilmente por sementes. Suas folhas podem ser consumidas em refogados ou como suco ou chá
(suchá).

Rabo-de-galo - Celosia argentea


Herbácea anual, ereta, de 30-60 cm de altura, de caule suculento. As folhas, às vezes, são
levemente avermelhadas. Inflorescências plumosas, alongadas, eretas vermelhas, amarelas ou
branco-creme, com flores bem pequenas. Deve ser cultivado a pleno sol, principalmente em canteiros
no meio de gramados, em solo rico em matéria orgânica, de boa drenagem e irrigados
frequentemente. Não tolera temperaturas baixas de inverno. Multiplica-se por sementes que podem
ser colocadas para semear em qualquer época do ano. As folhas e hastes podem ser consumidas
como verdura, desde que branqueadas ou refogadas. As sementes podem ser consumidas em arroz e
outros preparados.

Saião - Bryophyllum pinnatum/Kalanchoe pinnata


Herbácea perene, pouco ramificada e de 60-120 cm de altura e com flores verde-
avermelhadas. É considerada subespontânea. Pode ser cultivada em grandes vasos ou canteiros.
Propaga-se por estaquia de ramos e folhas. Suas folhas são usadas tanto na medicina caseira, como
na culinária. Podem ser consumidas cruas, em saladas, sucos e vitaminas. Possui forte ação
bactericida e anti-inflamatória, sendo usada tradicionalmente para tratar úlceras e gastrites.

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Salsa-libanessa – Helosciadium nodiflorum
Herbácea perene, de caule prostrado e folhas pinadas (em formato de pena). Possui certa
semelhança com o agrião. Suas flores são pequenas, distribuídas em umbelas e de coloração branca.
Seu florescimento ocorre entre os meses de julho e agosto. Pode ser plantada em canteiros ou vasos
largos, pois formam densos maciços. Embora sobreviva à geada e a seca, prefere locais levemente
úmidos. Cresce muito bem em sol pleno, porém resiste em locais sombreados. Muito utilizada no
Líbano, onde faz parte da tradicional receita de quibe. Pode ser utilizada como elemento principal ou
coadjuvante de saladas, como tabules. Suas folhas fazem um saboroso e diferente molho pesto.

Serralha - Sonchus oleraceus


Herbácea anual, ereta, de caule oco e pouco ramificada. Atinge entre 40-110 cm de altura.
Flores amarelas e dispostas em capítulos. Cresce espontaneamente durante o inverno e primavera.
Por ser uma planta rústica, requer poucos cuidados. Parente próximo do dente-de-leão, porém possui
um porte maior. Propaga-se exclusivamente através de sementes e vegeta nos períodos de inverno-
primavera, principalmente. As folhas podem ser consumidas cruas, em saladas, ou refogadas e
adicionadas à polenta ou arroz, por exemplo. As flores e botões podem ser feitos à milanesa ou à
dorê. Os talos podem ser preparados em conserva.

Tagete – Tagetes sp.


Herbácea anual, ereta, ramificada, de 60-90 cm de altura. Suas folhas apresentam cheiro forte
e característico. As flores possuem tonalidades amarela e alaranjada, que lembram cravos, formadas
principalmente na primavera e verão. Na Bolívia e Peru, as folhas de diversas espécies deste gênero,
como a Tagetes graveolens (suico, huacatay ou chicchipa), são utilizadas como tempero de sopas e
carnes assadas. Por isto, podemos considerá-las uma Planta Alimentícia não Convencional (PANC).
Elas também podem ser utilizadas para preparação de um chá amargo.

Taioba verde - Xanthosoma taioba


Herbácea tuberosa, acaule, ereta e com 50-90 cm de altura. Suas inflorescências são raras.
Cresce espontaneamente em algumas regiões do Brasil, como em Minas Gerais. As folhas (jovens)
podem ser consumidas cozidas, desde que seja feito o devido branqueamento, já seus rizomas podem
ser fritos como batatas ou preparados na forma de purês. Existe outra espécie comestível de taioba, a

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chamada taioba-roxa (Xanthosoma violacem). Além das taiobas comestíveis (mansas) existem as
taiobas bravas, altamente tóxicas, por isto só consuma se tiver certeza que é a espécie comestível. A
presença de talco nos talos pode ser utilizada para identificar a taioba comestível.

Tansagem - Plantago major


Erva bianual ou perene, ereta, acaule, de 20-30 cm de altura. Flores muito pequenas,
dispostas em inflorescências espigadas de 20-30 de comprimento. Adapta-se melhor aos solos
úmidos, necessitando estar em local de meia-sombra ou sol pleno. Faz-se a colheita a partir do
terceiro mês do plantio. O plantio é feito através de sementes no inverno. Medicinalmente é indicada
para infecções de garganta e bronquite. Auxilia o tratamento de úlceras e de doenças da região
pélvica. As flores e semente são empregadas contra conjuntivite e irritações oculares devidas a
traumatismos. Suas folhas podem ser consumidas cruas ou refogadas. Existem várias espécies de
tansagem ocorrendo espontaneamente em terrenos baldios e jardins.

Urtiga - Urtica dioica


Planta perene, ereta, herbácea, urticante, ramificada, de 30-70 cm de altura. Flores pequenas
de coloração branca ou amarelada. Apresenta grande variação morfológica. Prefere solos férteis e
ricos em matéria orgânica, tolerando condições de luz difusa, porém isto limita sua propagação e
crescimento. Reproduz-se por sementes. É utilizada medicinalmente, apresentando propriedades
antirreumática, antisséptica, bactericida, adstringente, diurético-depurativa, estimulante do sistema
circulatório, entre outras. Suas folhas podem ser consumidas refogadas em saladas, sopas, massas e
risotos, desde que bem branqueadas (utilize luvas). Atenção: nunca consuma crua.

Violeta-perfumada – Viola odorata


Herbácea perene, desprovida de caules aéreos eretos. Atinge pouco mais de 10 cm de altura.
Suas flores são perfumadas e de cor violeta ou esbranquiçadas. Pode ser cultivada a meia-sombra,
em maciços ou bordaduras, em canteiros de terra rica em matéria orgânica, devendo ser mantida
sempre úmida. Aprecia o frio, desenvolvendo-se bem em regiões mais ao sul. Multiplica-se por
divisão de touceiras ou por meio de estolões (caule que cresce paralelamente ao solo) já enraizados.
Muito utilizada como planta ornamental em vasos, canteiros e jardins. Na culinária, suas folhas são
utilizadas no preparo de saladas. Possui ação depurativa, expectorante, antisséptica e

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anticancerígena, sendo utilizada na medicina caseira em casos de bronquite crônica, catarro preso,
asma brônquica e outras infecções das vias aéreas superiores, além de insônia, histeria e enxaqueca.

6. Alimentos Funcionais:

O valor nutricional das plantas não convencionais varia de espécie para espécie e esta
relacionada com a quantidade significativa de vitaminas (A, B e C), sais minerais (cálcio, fósforo,
potássio, ferro), fibras, carboidratos e proteínas, além das substâncias funcionais (antioxidantes,
carotenoides, flavonoides e antocianinas) (EPAMIG, 2011). Estas substâncias funcionais são usadas
como protetores da saúde e podem estar associadas à diminuição dos riscos de algumas doenças
crônicas, como no controle na absorção do colesterol LDL e açúcar, eliminação de toxinas e de
radicais livres, aumento da velocidade do alimento no intestino – ação laxante e melhora do trânsito
intestinal. Conheça alguns benefícios das PANCs:

Azedinha: rica em vitamina A e C, potássio (K) e manganês (Mg). Baixo valor energético. Fonte de
protoantocianidinas, com potencial ação antioxidante. Estudos revelam que suas raízes possuem 100
vezes mais resveratrol, um poderoso antioxidante, que o vinho.

Beldroega: rica em ômega-3, excelente fonte de vitamina B e C, ferro e nicotinamida. Possui alto
potencial antioxidante nas folhas frescas e altos teores de manganês (Mg) e zinco (Zn). Por ser rica
em ferro e vitamina C, pode ser utilizada no tratamento de anemia. É um laxante suave e diurético.

Cana-do-brejo: folhas e flores ricas em flavonoides, ajudando no bom funcionamento dos rins.

Capuchinha: rica em antocianinas (importante na prevenção da degeneração celular), carotenoides e


flavonoides e com potencial antioxidante, anti-inflamatória e hipotensiva. Rica em vitamina C.

Cúrcuma: folhas e rizomas com óleo essencial com atividade antioxidante. Estimula a secreção de
bile e possui ação anti-inflamatória. Importante ação hepatoprotetor e anticancerígena. Auxilia na
diminuição do colesterol ruim e dos níveis altos de açúcar.

Caruru: boa fonte de proteína vegetal, ferro (Fe), cálcio (Ca) e magnésio (Mg). Apresenta ação
antioxidante.

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Dente-de-leão: folhas frescas e raízes são ricas em potássio (K), zinco (Zn) e vitaminas A, C e D.
Possui cerca de 2% de inulina. Rica em flavonoides. Potencial digestivo, depurativo e diurético e
estimula e tonifica as funções renais e do fígado (evita a formação de cálculos biliares), além de ter
ação antirreumática. Moderada ação anti-inflamatória.

Erva-baleeira: seus principais componentes são artemetina, flavonoides e triterpenos. Possui forte
ação anti-inflamatória.

Erva-de-santa-maria: alto potencial antioxidante e alta concentração de flavonoides. Potencial anti-


helmíntico.

Erva-luiza: alto teor de citral (cerca de 35%), qual possui ação antimicrobiana. Possui leve efeito
calmante e digestivo.

Funcho: rico em minerais, destacando-se o potássio (K), as vitaminas A, B, C e E e o ácido fólico.


Os frutos têm ação carminativa (redução dos gases intestinais) e digestiva.

Hibisco: rica em antocianinas, vitamina C, mucilagens e flavonoides. Possui ação antiespasmódica,


como cólicas, diurética e digestiva, além de ser um laxante suave. Rica em ácidos orgânicos,
principalmente o ácido hibisco, o que confere efeito laxante.

Hortelã-do-norte: folhas ricas em timol, precursor de vitaminas. Possui leve efeito calmante e
digestivo. Atenção, pessoas cardíacas devem tomar cuidado com seu uso, pois causa desbalanço nos
níveis de eletrólitos.

Jambú: alta fonte de vitamina A (betacarotenos). Rica em espilantol, qual causa leve dormência e
induz salivação, por isto sua ação anestésica, além de ser digestiva e diurética.

Ora-pro-nóbis: verdura rica em proteína vegetal, podendo chegar a 35%, e vários aminoácidos
essenciais ao organismo.

Peixinho: folhas com óleos essenciais de função antimicrobiana.

Rabo-de-galo: fonte de cálcio e iodo. A proteína de suas folhas é usada como suplemento alimentar.

Saião: rica em alcaloides, triterpenos, glicosídeos, flavonoides, esteroides e lipídios. As folhas


possuem ação protetora do fígado e antimicrobiana.
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Serralha: rica fonte de vitamina A (betacarotenos) e vitamina C. Possui atividade microbiana, além
de ser utilizada popularmente como uma planta diurética.

Taioba: rica fonte de vitamina A (betacarotenos) e cálcio, podendo ser utilizada na


prevenção/tratamento da osteoporose.

Urtiga: rica em carotenoides, minerais (sílica), cálcio (Ca), potássio (K), manganês (Mg) , ferro (Fe),
enxofre (S), vitaminas (B, C e K) e com potencial antioxidante, além de conter clorofila e
mucilagem, colina e taninos. Muito usada na dieta de pessoas convalescentes, aumentando a
imunidade. Possui atividade diurética.

7. Técnicas Culinárias
BRANQUEAMENTO
Boa parte das plantas não convencionais necessita ser branqueada. O branqueamento consiste
em escaldar o alimento em água fervente (1,5 min. – 5 min., variando de acordo com a espécie),
seguida de resfriamento imediato em água gelada (KINUPP & LORENZI 2014). Este processo
minimiza o potencial efeito tóxico da planta em questão. Taioba e taro são exemplos de plantas que
podem apresentar ácido oxálico (oxalato de cálcio), muito tóxico ao ser humano e aos animais
domésticos. Já as urtigas apresentam outro problema, elas possuem pelos urticantes, quais estão
menos presentes nas folhas jovens, porém podem ser eliminados com este processo. Por isto, a
escolha de folhas jovens e tenras é recomendável, além de serem potencialmente menos tóxicas elas
são mais palatáveis.

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Folhas precisam de Folhas podem ser
Espécie
branqueamento consumidas cruas
Azedinha X
Beldroega X
Cana-do-brejo X
Capuchinha X
Cúrcuma/Açafrão da terra X
Caruru X
Dente de leão X
Erva-baleeira X
Erva-de-santa-maria X
Erva-luiza X
Funcho X
Hibisco X
Hortelã-do-norte X
Ora-pro-nóbis X
Peixinho X
Rabo de galo X
Saião X
Serralha X
Taioba X
Urtiga X

HIEGINIZAÇÃO DAS FLORES


Muitas ervas, plantas ornamentais e medicinais possuem flores que são comestíveis, mas por
não conhecermos acabamos consumindo pouco. Alguns exemplos são: flor de cana do brejo,
capuchinha, amor perfeito, quase todas as flores das ervas aromáticas (alecrim, manjericão,
cebolinha francesa, nirá), lírio-amarelo (Hemerocallis x hibrida).
Antes de consumi-las é importante higieniza-las: colha com cuidado, retire manualmente
possíveis insetos que estejam aparentes e deixe as flores em imersão (por no máximo 5 minutos) em
uma solução de água com sal (para cada 500 ml de água utilize 1 colher de chá de sal) retire-as com
cuidado seque com papel toalha e pode consumi-las. Algumas flores possuem sépalas com sabores
muito fortes. Sempre se informe ou experimente antes de colocar num prato. Pessoas alérgicas ao
pólen de algumas espécies devem consumir flores com parcimônia.

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ESPINHOS E MUCILAGEM
Algumas PANC possuem como forma de defesa ou adaptação à seca acúleos (córtex e
epiderme modificados) e espinhos (folhas modificadas). Os acúleos, como os das rosas, são fáceis
de serem removidos: com a ponta de uma faca ou com a unha, apenas empurramos eles. Já os
espinhos, como os dos cactos são mais difíceis. No caso do figo-da-índia, colha os frutos e os
filocládios (estruturas que dão lugar ás folhas) com luvas e esfregue-os com uma esponja de lavar
louças (frutos) ou uma escovinha de aço (filocládios). No caso da ora-pro-nóbis (cacto) colha os
galhos e com uma tesoura, corte folha por folha.
Algumas PANC, como a ora-pro-nóbis são cheias de mucilagens (baba). Muitas são as dicas
para retirá-las: um pouco de limão ou vinagre tira a baba ou quanto menos água melhor, sempre
coloque as folhas para refogar bem secas, mas a melhor e mais definitiva dica é da Maria Inácia, a
Naná, cozinheira mineira de mão cheia preparadora oficial de ora-pró-nóbis sem baba: retire a
nervura central das folhas: dobre a folha ao meio e puxe a nervura.

8. Receitas com PANCs

 Salgados e Petiscos

Feijão com ora-pro-nóbis


Material:
2 xícaras de feijão cozido e com caldo;
Folhas de ora-pro-nóbis;
1-2 dentes de alho;
Óleo de coco;
Sal e pimenta-do-reino a gosto.
Modo de preparo: tire as nervuras centrais das folhas de ora-pro-nóbis e descarte. Lave e seque as
folhas. Em uma panela, coloque 1 colher de óleo de coco para esquentar, adicione o alho picado e,
por fim, adicione as folhas. Após refogá-las, em uma panela grande, adicione-as ao feijão e tempere
com sal e pimenta a gosto, leve ao fogo por cerca de 10 minutos.

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Manteiga aromatizada com açafrão
Material:
200g de manteiga sem sal;
1 rizoma médio de açafrão-da-terra;
Sal e pimenta-do-reino a gosto.
Modo de preparo: deixe a manteiga por algumas horas em temperatura ambiente. Em uma vasilha,
rale o rizoma e misture à manteiga, adicione o sal e a pimenta. Pode-se congelar ou utilizar
imediatamente, na geladeira dura cerca de 4 dias. Use no preparo de macarrão, na massa de pães,
risotos e torradas.

Sal aromatizado com curry (Helichrysum italicum)


Material:
½ xícara de sal grosso, preferencialmente do Himalaia;
½ xícara de folhas de curry (não use os galhos).
Modo de preparo: pique grosseiramente as folhas do curry, assim elas soltarão mais rapidamente seu
óleo essencial. Misture as folhas com o sal grosso. Deixe em um recipiente de vidro fechado por uma
semana, longe da luminosidade. Depois deste período, coloque o sal com as folhas de curry em um
moedor. Use no dia a dia para salgar pratos quentes.

Quiche de azedinha
Material:
MASSA
1 e ½ xícara de farinha de trigo;
100 g de margarina;
½ lata de creme de leite sem soro;
1 colher (chá) rasa de sal;
1 colher (chá) de fermento em pó.
RECHEIO
2 colheres (sopa) de manteiga;
1 colher (sopa) de cebola picada;
2 colheres (sopa) de farinha de trigo;

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300 ml de leite;
2 gemas;
½ pacote de queijo ralado;
½ lata de creme de leite sem soro;
3 xícaras de folhas bem picadas de azedinha (apenas as folhas jovens);
sal e pimenta a gosto.

COBERTURA
2 claras em neve;
3 colheres (sopa) de queijo ralado.
Modo de preparo: misture todos os ingredientes da massa até que forme uma massa que dê para
abrir. Forre o fundo de uma assadeira com esta massa, faça furos com a faca e leve ao forno (já pré-
aquecido a 200ºC) por 15-20 min. Para preparar o recheio, comece refogando a cebola e o alho na
manteiga, adicione a farinha de trigo e vá mexendo e adicionando o leite aos poucos, de modo que a
mistura engrosse. A seguir coloque sal, pimenta, gemas, creme de leite, queijo ralado e as folhas da
azedinha. Misture bem. Coloque esta mistura na massa já pré-aquecida e por cima pincele as claras já
levemente misturadas com o queijo ralado.

Lasanha de peixinho
Material:
5 ovos;
20-30 folhas de peixinho;
200 g de fatias de mussarela;
Queijo ralado;
Sal, azeite, pimenta, coentro e ervas finas a gosto.
Modo de preparo: em uma vasilha adicione os ovos peneirados, sal, azeite, pimenta, coentro picado e
ervas finas. Misture bem. Molhe as folhas de peixinho neste preparado e vá montando a lasanha em
uma forma, a sequência é a seguinte: folhas de peixinho, fatias de queijo mussarela e molho de
tomate caseiro. Faça 3 camadas e finalize com queijo parmesão ralado. Leve ao forno até gratinar,
cerca de 20-30 minutos.

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Sopa de azedinha
Material:
4 batatas grandes;
1 maço de azedinha (1 touceira pequena);
1 colher de manteiga;
1 dente de alhos;
500 mL de água;
Sal e pimenta-do-reino a gosto.
Modo de preparo: pique as azedinhas e o alho. Em uma panela de pressão coloque a manteiga,
refogue o alho e, depois, a azedinha. Junte a água e as batatas descascadas e picadas. Tempere a
gosto. Deixe na pressão por 15 minutos, espere esfriar e bata no liquidificador. Coe com uma peneira
para tirar as fibras.

Refogado de mamão verde


Material:
1 mamão verde descascado e ralado;
½ cebola picada;
1 dente de alho picado;
1 pimenta caiena picada;
1 colher (sopa) de folhas de tomilho.
Modo de preparo: refogue a cebola e o alho no azeite, após dourarem acrescente a pimenta e depois o
mamão. Depois cozido, desligue o fogo e coloque o tomilho. Sirva quente.

Tempero de capim-limão
Material:
3 talos de capim-limão picados
2 dentes de alho
1 cebola picada
¼ de copo de água
2 colheres de azeite

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Modo de preparo: coloque todos os ingredientes em um processador. Bata por 5 minutos, até adquirir
uma consistência cremosa. Use esta pasta como tempero básico de diversos pratos, como arroz,
sopas, ensopados e curries de legumes ou carne.

Torradinha com manteiga de hortelã-do-norte, cenoura, nirá e segurelha


Material:
2 colheres (sopa) de hortelã-do-norte;
1 colher (sopa) de folhas de segurelha;
1 colher (sopa) de folhas de nirá;
1 colher (sopa) de folhas de cenoura;
1 colher (sopa) de cebola picada;
200 g de manteiga.
Modo de preparo: deixe a manteiga em temperatura ambiente por 4 horas. Pique as ervas e misture
bem na manteiga. Deixe descansar por algumas horas. Corte as baguetes em rodelas de 1 cm de
espessura (sem cortar até o final) e passa a manteiga em ambos os lados. Coloque no forno pré-
aquecido e deixe por 15 minutos. Sirva quente.

Manteiga aromatizada com capuchinha


Ingredientes:
200 g de manteiga sem sal;
16 flores de capuchinha;
4 folhas grandes de capuchinha;
Sal e pimenta-do-reino a gosto.

Modo de preparo: deixe a manteiga atingir a temperatura ambiente e depois bata com um garfo.
Pique bem fininho as folhas e flores, já higienizadas, e adicione à manteiga, incorpore bem. Deixe
descansando na geladeira por pelo menos 2 horas para potencializar o sabor. Use em carnes brancas,
como peixes e frango, torradinhas, risotos, como molho de macarrão e muito mais...huuumm! Um
toque floral nos seus pratos!

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Pipoca com cúrcuma e óleo de coco
Material:
2 colher de chá de cúrcuma ralada (para ficar mais suave coloque menos);
1 colheres (sopa) de óleo de coco;
½ xícara de milho de pipoca.
Modo de preparo: coloque o óleo e a cúrcuma em uma panela, por fim coloque o milho. Tampe a
panela e espere os milhos estourarem.

Risoto de tagete e maçã


Material:
2 xícaras de arroz arbóreo
½ cebola picada
1 cálice de vinho branco
1,5 de caldo de legumes
2 colheres de azeite
Pétalas de 25 flores higienizadas de tagete
3 colheres (sopa) de tagete picada
½ xícara de maçãs descascadas e picadas em cubos pequenos
Modo de preparo: em uma frigideira grande, comece aquecendo o azeite, adicione as cebolas e deixe
dourar levemente. Adicione o arroz e refogue bem, quando secar coloque o vinho. Adicione a metade
da quantidade de pétalas e folhas, refogue bem e deixe secar. Adicione três conchas de caldo de
legumes quente. Mexa de vez em quando e vá adicionando mais caldo conforme for secando o arroz.
Quando o arroz estiver levemente cozido adicione o restante das pétalas e folhas e a maçã picada.
Deixe cozinhar até ficar al dente. Coloque uma colher de manteiga no centro do risoto após desligar
o fogo e tampe. Após 3 minutos, misture tudo e sirva na hora.

 Sucos

Suco de azedinha e lima da pérsia


Material:
Folhas de 1 touceira de azedinha;

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2-3 limas da pérsia;
1 litro de água.
Modo de preparo: lave as folhas da azedinha e coloque no liquidificador com um pouco de água.
Esprema limas da pérsia e acrescente o suco no liquidificador, bata tudo novamente, agora com os
três ingredientes. Ao final, coe, pois a azedinha é fibrosa. Adoce com mel, melado ou açúcar e gelo a
gosto. Além de refrescante, este suco é delicioso.

Suco de erva-de-gato e maçã


Material:
4 maçãs
2 laranjas lima
25 folhas de erva de gato
1 L de água
Modo de preparo: bata todos os ingredientes no liquidificador. Coe com uma peneira. Este suco já
contém altas concentrações de açúcar, por isto, priorize não adoçar.

Suco de figo-da-índia
Material:
5 figos-da-índia;
1 copo de gelo;
Suco de 1 limão (pode ser o cravo);
Modo de preparo: bata todos os ingredientes no liquidificador e coe. Não há necessidade de açúcar.

Suco verde de saião


Material:
10 – 15 folhas jovens de saião;
Suco de 2 limões.
Modo de preparo: bata os ingredientes no liquidificador, coe e adoce a gosto.

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 Doces

Bolo de lavanda
Massa:
1 e ½ xícara (chá) de açúcar
2 xícaras (chá) de farinha de trigo
1 colher (sopa) rasada de sementes de flores de lavanda desidratadas
4 claras em neve
1 e ¼ xícara (chá) de manteiga (225g)
1 colher (sopa) rasada de fermento em pó
4 gemas
Calda:
¾ xícara (chá) de água
2 colheres (sopa) de açúcar
1 colher (sopa) rasada de sementes de flores de lavanda desidratadas

Modo de preparo (massa): na batedeira, bata o açúcar, manteiga e as gemas até obter um creme leve.
Sem bater, junte a farinha de trigo, as claras e por último o fermento. Despeje na fôrma untada e asse
no forno preaquecido. Desenforme morno, regue com a calda quente.
Modo de preparo (calda): ferva a água com a lavanda por 2 minutos. Fora do fogo, tampe a panela e
reserve em infusão até esfriar. Coe e despreze a lavanda. Junte o açúcar ao chá e volte ao fogo até
obter uma calda em ponto de fio fraco. Utilize imediatamente.

Brigadeiro de erva-luiza
Material:
15 folhas de erva-luiza;
40 ml de água;
1 lata de leite condensado;
1 colher de chá de óleo de coco;
Flores de lavanda para decorar.

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Modo de preparo: bata as folhas da erva-luiza com 40 ml de água e coe, está pronto o extrato de
erva-luiza. Misture todos os ingredientes e leve ao fogo mexendo sem parar até dar o ponto. Coloque
as flores de lavanda para decorar.

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Almeirão-roxo Assa-peixe

Azedinha Bálsamo

Beldroega
Batata ariáC

Cana-do-brejo Capeba

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Capim-limão Capuchinha

Caruru Cara moela

Crepe-do-japão Cúrcuma

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Curry Dente-de-leão

Erva-baleeira Erva-de-gato

Erva-jabuti
Erva-de-santa-maria

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Funcho

Hibisco

Hortelã-branca Hortelã-do-norte

Jambú Lírio-dos-incas

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Major-gomes Mentruz

Maria-sem-vergonha Nirá

Ora-pro-nóbis Peixinho

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Penicilina Picão-branco

Picão-preto Rabo-de-galo

Saião Salsa-libanesa

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Serralha Tagete

Taioba Tansagem

Urtiga-verde Violeta-perfumada

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Referências bibliográficas
BRASILa. Ministério da Agricultura e Abastecimento. Manual de hortaliças não-convencionais.
Secretaria do Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo – Brasília: MAPA, 2010. 92 p.

BRASILb. Ministério da Agricultura e Abastecimento. Hortaliças não-convencionais. Secretaria do


Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo – Brasília: MAPA, 2010. 52 p.

FURLAN, Marcos Roberto, Ervas e Temperos: Cultivo e Comercialização. Coleção


Agroindústria, 15. SEBRAE /MT, 1998.
FURLAN, Marcos Roberto, Cultivo de Plantas Medicinais. Coleção Agroindústria, 13.
SEBRAE/MT, 1998.
HARAGUCHI, L.M.M.; CARVALHO, O.B. Plantas Medicinais. São Paulo: Secretaria Municipal
do Verde e do Meio Ambiente. Divisão Técnica Escola Municipal de Jardinagem, 2010. 248 p.

LORENZI, H. Plantas daninhas do Brasil. Instituto Plantarum de Estudos de Flora, 2000.

LORENZI, H. & MATOS, F.J. de A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Instituto
Plantarum de Estudos da Flora, 2002. 576 p.

EPAMIG. Hortaliças não convencionais – Saberes e Sabores. Ministério da Agricultura, Pecuária


e Abastecimento, 2012. 28 p.

EPAMIG. Hortaliças não convencionais. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,


2011. 24 p.

KINUPP, V.F. & LORENZI, H. Plantas Alimentícias não Convencionais (PANC) no Brasil.
Instituto Plantarum de Estudos de Flora, 2014. 768 p.

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Sabrina Jeha - Herborista da Sabor de Fazenda
Produtora de Mudas de Plantas Medicinais e Aromáticas
Geógrafa
Consultora em Fitoterapia

Gabriela Pastro – Bióloga e Educadora Ambiental da Sabor de Fazenda


Culinarista funcional
Proprietária da empresa Hortas e Saberes
Escreve para o blog Viveiro Sabor de Fazenda

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