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UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS

RAYANNE FERREIRA DE BAIROS

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR

SANTOS
2016
RAYANNE FERREIRA DE BAIROS

Relatório de estágio curricular

Relatório de Estágio Curricular


Supervisionado apresentado à Faculdade de
Medicina Veterinária da Universidade
Metropolitana de Santos como parte do
Trabalho de Conclusão de Curso para
obtenção do título de Bacharel em Medicina
Veterinária.

Orientador:

Prof. Dr. Luiz Roberto Biondi

SANTOS
2016
FOLHA DE AVALIAÇÃO

Autor: BAIROS, Rayanne Ferreira de


Título: Relatório de Estágio Curricular

Relatório de Estágio Curricular


Supervisionado apresentado à Faculdade de
Medicina Veterinária da Universidade
Metropolitana de Santos como parte do
Trabalho de Conclusão de Curso para
obtenção de título de bacharel em Medicina
Veterinária.

Data: ____/______/_________

Banca Examinadora

Membro: __________________________________________________________

Julgamento: ___________________ Instituição:________________________

Membro: __________________________________________________________

Julgamento: ___________________ Instituição:________________________


Dedico este trabalho de conclusão de curso aos meus pais, com todo meu amor e gratidão, por
tudo que fizeram por mim ao longo de minha vida e que não mediram esforços para que eu
alcançasse meu sonho; a minha irmã, que foi minha companheira em todas as horas; meus
avós, por todo o carinho e apoio incondicional; aos meus cachorros Xuxa, Yanka (ambas in
memorian), Leona, Aisha e Beethoven; e a Deus pela força e coragem durante essa
caminhada.
AGRADECIMENTOS

Agradeço inicialmente à minha família por ter me dado o suporte necessário para a
conclusão deste curso. A minha formação como profissional não poderia ter sido concretizada
sem a ajuda de meus amáveis e queridos pais, Jorge Bairos e Valéria Bairos, que no decorrer
da minha vida, proporcionaram-me, além de extenso carinho e amor, os conhecimentos da
integridade, da perseverança e de procurar sempre em Deus à força maior para o meu
desenvolvimento como ser humano. Por essa razão, gostaria de dedicar e reconhecer a vocês,
minha imensa gratidão e sempre amor.
Um agradecimento especial a minha querida irmã, Tuanny Bairos, que além de amiga,
é também a pessoa que sempre admirei e me espelhei, e foi quem permaneceu sempre ao meu
lado e de forma carinhosa me deu força, coragem e apoio durante todo o percurso de minha
vida acadêmica.
Aos meus avós, que sempre me deram atenção, carinho, preciosos conselhos e
iluminaram de maneira especial meus pensamentos.
Aos meus filhos de quatro patas, os que alegram minha casa e os que infelizmente não
estão mais nesse plano espiritual, motivo principal pelo qual escolhi esta profissão tão
admirável.
Ao meu amado ballet, que me acompanhou durante esses cinco anos de faculdade e
me ensinou que com amor, disciplina e determinação, podemos tudo.
Aos amigos que fiz durante a graduação, sobretudo minhas queridas amigas Thayane
Sales, que esteve comigo ao longo desses cinco anos, estendendo a mão sempre que eu
precisava e que hoje, conclui essa etapa junto a mim; Patrícia Brazil, que mesmo seguindo
caminhos diferentes, esteve sempre presente; Izabella Blois e Renata Llórens, que tornaram
essa caminhada mais leve; além de meus amigos Renata Muller, Vinícius Moreira e aos de
mais colegas de turma que encerram comigo esta jornada.
Agradeço também a todos os professores(as) que cruzaram minha vida, participando
de alguma forma na construção e realização deste tão desejado sonho.
Aos membros de minha banca examinadora, Prof. Dra. Paola Américo e Prof. Dra.
Patrícia Chamas, por aceitarem fazer parte desse dia tão importante para mim.
Ao meu orientador, Prof. Dr. Luiz Roberto Biondi, grande professor e grande pessoa,
o qual admiro e respeito muito. Agradeço por suas análises minuciosas e sugestões de grande
valia para a conclusão do trabalho.
Aos locais de estágio pelos quais passei, sobretudo durante meu estágio curricular
supervisionado. Muito obrigada pela oportunidade e por toda a disponibilidade e paciência.
Tive muita sorte de passar esses meses em lugares tão especiais e com pessoas tão admiráveis.
À Deus, dedico o meu agradecimento maior, por ser tudo em minha vida.
“Todo grande sonho começa na mente de um sonhador. Lembre-se de que você tem, dentro
de você, a garra e a paciência para atingir as estrelas e mudar o mundo.”

Harriet Tubman
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Vista frontal da sala de espera da clínica Onco Cane Veterinária................ 18


Figura 2 - Vista lateral da sala de espera da clínica Onco Cane Veterinária................. 18
Figura 3 - Consultório 1 da clínica Onco Cane Veterinária........................................... 19
Figura 4 - Consultório 2 da clínica Onco Cane Veterinária........................................... 19
Figura 5 - Sala de exames da clínica Onco Cane Veterinária........................................ 20
Figura 6 - Sala de preparo e diluição de quimioterápicos da clínica Onco Cane
Veterinária..................................................................................................... 20
Figura 7 - Sala de unidade de tratamento intensivo (UTI) da clínica Onco Cane
Veterinária..................................................................................................... 21
Figura 8 - Sala de unidade de tratamento intensivo (UTI) da clínica Onco Cane
Veterinária..................................................................................................... 21
Figura 9 - Sala de unidade de tratamento intensivo (UTI) da clínica Onco Cane
Veterinária..................................................................................................... 22
Figura 10 - Sala de exames, localizada no 2° andar da clínica Onco Cane
Veterinária..................................................................................................... 23
Figura 11 - Sala de paramentação da clínica Onco Cane Veterinária.............................. 23
Figura 12 - Centro cirúrgico da clínica Onco Cane Veterinária...................................... 24
Figura 13 - Montagem de kit quimioterápico realizado pelo estagiário, na clínica
Onco Cane Veterinária.................................................................................. 25
Figura 14 - Vista frontal do PROVET, localizado na Avenida Divino Salvador, bairro
Moema, no Município de São Paulo - SP..................................................... 31
Figura 15 - Sala de recepção e espera do PROVET, Unidade Divino Salvador............. 32
Figura 16 - Consultório de atendimento clínico do PROVET, Unidade Divino
Salvador......................................................................................................... 33
Figura 17 - Sala para pequenos procedimentos do PROVET, Unidade Divino
Salvador......................................................................................................... 33
Figura 18 - Área externa do PROVET, Unidade Divino Salvador.................................. 34
Figura 19 - Entrada para o centro cirúrgico do PROVET, Unidade Divino
Salvador......................................................................................................... 35
Figura 20 - Sala de paramentação do PROVET, Unidade Divino Salvador................... 35
Figura 21 - Sala Cirúrgica 1 do PROVET, Unidade Divino Salvador............................ 36
Figura 22 - Local designado para o descarte de materiais e resíduos utilizados durante
sessão de quimioterapia................................................................................. 37
Figura 23 - Sala de recepção e espera da Clinvet............................................................ 46
Figura 24 - Sala de exames da Clinvet............................................................................. 46
Figura 25 - Consultório principal da Clinvet................................................................... 47
Figura 26 - Consultório de apoio da Clinvet.................................................................... 47
Figura 27 - Centro cirúrgico da Clinvet........................................................................... 48
Figura 28 - Esteira aquática presente no centro de Acupuntura e Fisioterapia Reabilita
Animal, situado na Clinvet............................................................................ 48
Figura 29 - Sala de internação da Clinvet, composta por gaiolas de aço inox
gradeadas de diferentes tamanhos................................................................. 49
Figura 30 - Sala de internação da Clinvet, composta por gaiolas de aço inox
gradeadas de diferentes tamanhos, vista de outro ângulo............................. 49
Figura 31 - Pia para higienização de materiais da sala de internação, situada na
Clinvet........................................................................................................... 50
Figura 32 - Máquina automatizada para realização dos exames laboratoriais
(hemograma e função renal e hepática), situada na Clinvet.......................... 50
Figura 33 - Localização anatômica dos sacos anais na espécie canina............................ 61
Figura 34 - Localização anatômica, em maior aumento, dos sacos anais na espécie
canina............................................................................................................ 61
Figura 35 - Adenocarcinoma de saco anal com organização celular de forma
acinar............................................................................................................. 65
Figura 36 - Adenocarcinoma de saco anal com pleomorfismo celular e nuclear
(anisocariose e nucléolos proeminentes)....................................................... 65
Figura 37 - Cão, macho, sem raça definida, de aproximadamente 07 anos de idade
com suspeita de adenocarcinoma de saco anal............................................. 68
Figura 38 - Prescrição médica realizada no dia da alta do paciente................................ 71
Figura 39 - Ferida cirúrgica após 12 dias do procedimento cirúrgico de exérese de
adenocarcinoma de saco anal........................................................................ 72
Figura 40 - Ferida cirúrgica após 12 dias do procedimento cirúrgico de exérese de
adenocarcinoma de saco anal, em maior aumento........................................ 72
Figura 41 - Ferida cirúrgica após 19 dias do procedimento cirúrgico de exérese de
adenocarcinoma de saco anal........................................................................ 73
Figura 42 - Ferida cirúrgica após 19 dias do procedimento cirúrgico de exérese de
adenocarcinoma de saco anal, em maior aumento........................................ 73
Figura 43 - Laudo histopatológico de animal relatado no caso, confirmando
diagnóstico de adenocarcinoma de saco anal................................................ 77
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Total de pacientes acompanhados durante o estágio curricular


supervisionado, realizado na clínica Onco Cane Veterinária, no período de
01 a 30 de julho de 2016, classificados de acordo com a espécie e o
gênero. São Paulo - 2016.............................................................................. 26
Tabela 2 - Diagnósticos definitivos estabelecidos nos atendimentos, de acordo com a
espécie do paciente, acompanhados na Clínica Médica Oncológica,
durante o estágio curricular supervisionado, realizado na clínica Onco
Cane Veterinária no período de 01 a 30 de julho de 2016. São Paulo -
2016............................................................................................................... 26
Tabela 3 - Diagnósticos não definitivos estabelecidos nos atendimentos, de acordo
com a espécie do paciente, acompanhados na Clínica Médica Oncológica,
durante o estágio curricular supervisionado, realizado na clínica Onco
Cane Veterinária no período de 01 a 30 de julho de 2016. São Paulo -
2016........................................................................................... 27
Tabela 4 - Procedimentos cirúrgicos acompanhados na Clínica Oncológica
Cirúrgica, de acordo com a espécie do paciente, durante o estágio
curricular supervisionado, realizado na clínica Onco Cane Veterinária no
período de 01 a 30 de julho de 2016. São Paulo - 2016................................ 28
Tabela 5 - Total de pacientes acompanhados durante o estágio curricular
supervisionado, realizado no PROVET, no período de 08 a 31 de agosto
de 2016, distribuídos de acordo com a espécie e o gênero. São Paulo -
2016............................................................................................................... 38
Tabela 6 - Distribuição das raças caninas acompanhadas durante o estágio curricular
supervisionado, realizado no PROVET, no período de 08 a 31 de agosto
de 2016. São Paulo - 2016............................................................................. 38
Tabela 7 - Distribuição das raças felinas acompanhadas durante o estágio curricular
supervisionado, realizado no PROVET, no período de 08 a 31 de agosto
de 2016. São Paulo - 2016............................................................................. 39
Tabela 8 - Diagnósticos definitivos estabelecidos nos atendimentos, de acordo com a
espécie do paciente, acompanhados na Clínica Médica Oncológica,
durante o estágio curricular supervisionado, realizado no PROVET, no
período de 08 a 31 de agosto de 2016. São Paulo - 2016.............................. 40
Tabela 9 - Diagnósticos não definitivos estabelecidos nos atendimentos, de acordo
com a espécie do paciente, acompanhados na Clínica Médica Oncológica,
durante o estágio curricular supervisionado, realizado no PROVET, no
período de 08 a 31 de julho de 2016. São Paulo -
2016............................................................................................................... 40
Tabela 10 - Procedimentos cirúrgicos acompanhados na Clínica Oncológica
Cirurgica, de acordo com a espécie do paciente, durante o estágio
curricular supervisionado, realizado no PROVET, no período de 08 a 31
de julho de 2016. São Paulo - 2016............................................................... 41
Tabela 11 - Total de pacientes acompanhados durante o estágio curricular
supervisionado, realizado na Clinvet, no período de 01 de setembro a 31
de outubro de 2016, distribuídos de acordo com a espécie e o gênero.
Santos - 2016................................................................................................. 54
Tabela 12 - Distribuição das raças caninas acompanhadas durante o estágio curricular
supervisionado, realizado na Clinvet, no período de 01 de setembro a 31
de outubro de 2016. Santos - 2016................................................................ 54
Tabela 13 - Distribuição das raças felinas acompanhadas durante o estágio curricular
supervisionado, realizado na Clinvet, no período de 01 de setembro a 31
de outubro de 2016. Santos - 2016................................................................ 55
Tabela 14 - Casos clínicos acompanhados no setor de Internação, de acordo com a
causa do internamento e a espécie do paciente, durante o estágio
curricular supervisionado realizado na realizado na Clinvet, no período de
01 de setembro a 31 de outubro de 2016. Santos - 2016............................... 55
Tabela 15 - Distribuição dos pós-operatórios acompanhados na internação, de acordo
com a espécie do paciente, durante o estágio curricular supervisionado
realizado na Clinvet, no período de 01 de setembro a 31 de outubro de
2016. Santos - 2016....................................................................................... 56
LISTA DE ABREVIATUARAS DE SIGLAS

AST Alanina aminotransferase


CAAF Citologia aspirativa por agulha fina
ECG Eletrocardiograma
FC Frequência cardíaca
FR Frequência respiratória
GGT Gamaglutamiltranspeptidase
IM Intramuscular
IV Intravenoso
MPA Medicação pré-anestésica
NaCl Cloreto de sódio
PTH-rP Parathormone-related protein
PVPI Iodopovidona (polivinilpirrolidona-iodo)
RPC Relação proteína/creatinina urinária
SC Subcutâneo
SRD Sem raça definida
T°C Temperatura em grau Celsius
TGI Trato gastrointestinal
TPC Tempo de preenchimento capilar
US Ultrassonografia
UTI Unidade de tratamento ou terapia intensiva
VC Veia cava
VO Via oral
SUMÁRIO

1 RELATÓRIO DO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO..... 15


1.1 INTRODUÇÃO............................................................................................... 15
2 ONCO CANE VETERINÁRIA................................................................... 16
2.1 INTRODUÇÃO............................................................................................... 16
2.2 HISTÓRICO.................................................................................................... 16
2.2.1 Equipe atual.................................................................................................. 16
2.3 DESCRIÇÃO DO LOCAL............................................................................. 17
2.3.1 Estrutura........................................................................................................ 17
2.4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS............................................................... 24
2.4.1 Casuística........................................................................................................ 26
2.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................... 28
3 PROVET - MEDICINA VETERINÁRIA DIAGNÓSTICA..................... 30
3.1 INTRODUÇÃO............................................................................................... 30
3.2 HISTÓRICO.................................................................................................... 30
3.2.1 Setor oncologia e equipe atual................................................................... 31
3.3 DESCRIÇÃO DO LOCAL............................................................................. 31
3.3.1 Estrutura........................................................................................................ 32
3.4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS............................................................... 36
3.4.1 Casuística........................................................................................................ 38
3.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................... 42
4 CLINVET 24 HORAS................................................................................... 43
4.1 INTRODUÇÃO............................................................................................... 43
4.2 HISTÓRICO.................................................................................................... 43
4.2.1 Equipe atual.................................................................................................. 43
4.3 DESCRIÇÃO DO LOCAL............................................................................. 44
4.3.1 Estrutura........................................................................................................ 44
4.4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS............................................................... 51
4.4.1 Setor de internação....................................................................................... 52
4.4.2 Casuística........................................................................................................ 53
4.4.2.1 Casuística no setor de internação.................................................................... 55
4.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................... 57
5 CARCINOMA DE SACO ANAL - RELATO DE CASO......................... 59
5.1 INTRODUÇÃO............................................................................................... 59
5.1.1 Glândulas sebáceas........................................................................................ 59
5.1.2 Glândulas sudoríparas.................................................................................. 59
5.1.3 Glândulas especializadas............................................................................... 60
5.1.4 Neoplasias dos sacos anais............................................................................ 60
5.1.4.1 Anatomia dos sacos anais................................................................................ 60
5.1.4.2 Incidência e etiologia....................................................................................... 62
5.1.4.3 Adenocarcinoma dos sacos anais.................................................................... 62
5.1.4.3.1 Sindrome Paraneoplásica: hipercalcemia maligna........................................ 63
5.1.4.3.2 Manifestações clínicas..................................................................................... 63
5.1.4.3.3 Diagnóstico e estadiamento............................................................................ 64
5.1.4.3.4 Tratamento...................................................................................................... 66
5.1.4.3.5 Prognóstico...................................................................................................... 68
5.2 RELATO......................................................................................................... 68
5.3 DISCUSSÃO................................................................................................... 74
5.4 CONCLUSÃO................................................................................................. 78
REFERENCIAS............................................................................................ 79
15

1 RELATÓRIO DO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO

1.1 INTRODUÇÃO

O estágio curricular supervisionado proporciona ao discente a aplicação prática dos


conhecimentos que foram adquiridos ao longo do curso de graduação em Medicina
Veterinária, além de ser uma oportunidade de aprendizado, sob a instrução de profissionais
experientes.
Este trabalho de conclusão de curso discorre sobre a experiência vivenciada durante o
estágio curricular supervisionado, com duração total de quatro meses, realizado em três
diferentes instituições: a Clínica Onco Cane Veterinária, situada na cidade de São Paulo; o
Centro de Medicina Diagnóstica PROVET, também situado na cidade de São Paulo; e a
clínica Clinvet, situada na cidade de Santos, todas no estado de São Paulo. Ao final de 120
dias, foram obtidas aproximadamente 694 horas de estágio.
As áreas de escolha para realização do estágio curricular obrigatório foram a
especialidade de Oncologia Veterinária e a Clínica Médica de Pequenos Animais, sendo
eleitas devido ao interesse da acadêmica em futuramente atuar nesses setores.
O presente relatório contém informações suficientes para outros alunos que pretendem
realizar estágios futuros nesses mesmos locais. Sendo descritos os locais de estágio, as
atividades desenvolvidas e casuísticas acompanhadas durante o período de estágio, seguido de
apresentação do caso clínico.
16

2 ONCO CANE VETERINÁRIA

2.1 INTRODUÇÃO

O presente capítulo refere-se ao Estágio Curricular Supervisionado realizado na


Clínica Onco Cane Veterinária, no período de 01 a 30 de julho do ano de 2016, perfazendo o
total de 192 horas, sob a supervisão da médica veterinária Dra. Renata Afonso Sobral.
O objetivo do estágio foi o aprimoramento teórico e prático adquirido durante a
graduação, com ênfase na área de oncologia veterinária, visando o aperfeiçoamento no
raciocínio diagnóstico e na escolha de tratamento clínico-cirúrgico de diversos tipos de
tumores.

2.2 HISTÓRICO

A Onco Cane Veterinária foi fundada em abril de 2012. Dedica-se exclusivamente ao


atendimento oncológico de cães e gatos e dispõe da primeira U.T.I especializada em
oncologia no Brasil, a Intensive Care. Além disso, possui também Laboratório de Análises
Clínica, com exames realizados por profissionais especializados.
Os médicos veterinários proprietários são: Dra. Renata Afonso Sobral e Dr. André
Leguthe Rosa. A equipe é coordenada pela professora Dra. Renata Sobral, cirurgiã e
oncologista; reconhecida no mercado nacional pelo pioneirismo na área.

2.2.1 Equipe atual

A clínica possui uma equipe multidisciplinar formada por cinco oncologistas


responsáveis pelo atendimento clínico, e destes, três responsáveis pelos procedimentos
cirúrgicos. Na área de anestesiologia, possui sólida formação, sendo de grande importância, já
que pacientes oncológicos possuem peculiaridades que muitas vezes podem levar a alterações
sistêmicas importantes. Na Intensive Care UTI Veterinária encontra-se uma equipe de
intensivistas e enfermeiros para os animais atendidos na rotina da clínica. A clínica conta
ainda com recepcionista, gerente administrativo, trainee e auxiliar na manutenção geral
(limpeza, serviços gerais).
17

2.3 DESCRIÇÃO DO LOCAL

A Onco Cane Veterinária situa-se na Avenida Miruna, bairro Moema, no Município de


São Paulo - SP. O horário de funcionamento da clínica estende-se de segunda a sexta-feira,
das 09 às 21 horas, cumprindo um total de 12 horas diárias, e aos sábados das 09 às 16 horas.
O atendimento é realizado de forma particular e por agendamento.

2.3.1 Estrutura

A estrutura física da clínica é composta por dois andares. No primeiro estão situadas:
(1) Sala de recepção, na qual os proprietários são inicialmente atendidos por uma
recepcionista, responsável pelo agendamento de consulta, preenchimento de ficha e
encaminhamento do paciente para o atendimento. (2) Sala de espera (Figura 1 e Figura 2),
disposta com televisão, poltronas, ar condicionado e balança para pesagem. (3) Dois
consultórios (Figura 3 e Figura 4), dispostos de mesas amplas com computadores e poltronas,
para clínico e proprietário, onde é realizada a anamnese. (4) Sala de exame (Figura 5), para
realização de exame físico, retornos cirúrgicos, colheitas de amostras, sessões de
quimioterapia e exame de ultrassonografia; os quais são realizados em mesa de aço
inoxidável. Além disso, possui balcão com pia para higienização das mãos e materiais
médicos hospitalares (álcool, água oxigenada, clorexidine, iodopovidona - PVPI, vaselina,
esparadrapo, gaze, termômetro, estetoscópio, além de materiais para colheita). (5) Sala de
preparo e diluição de quimioterápicos com capela de fluxo laminar estéril (Figura 6),
contendo também armário e frigobar. (6) Um banheiro para clientes. (7) Sala para pacientes
de unidade de tratamento intensivo (UTI) (Figura 7, Figura 8 e Figura 9), formada por quatro
leitos hospitalares, dispondo também de mesa com computador e cadeira para veterinário,
televisão e pia para higienização de utensílios. Além disso, a unidade de internação conta com
amparo tecnológico necessário para cuidados do paciente, que inclui laboratório clínico
automatizado 24 horas, ventilador mecânico, oxigenioterapia, desfibrilador, hemogasometria
e monitor cardíaco.
18

Figura 1 - Vista frontal da sala de espera da clínica Onco Cane Veterinária.

Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).

Figura 2 - Vista lateral da sala de espera da clínica Onco Cane Veterinária.

Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).


19

Figura 3 - Consultório 1 da clínica Onco Cane Veterinária.

Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).

Figura 4 - Consultório 2 da clínica Onco Cane Veterinária.

Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).


20

Figura 5 - Sala de exames da clínica Onco Cane Veterinária.

Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).

Figura 6 - Sala de preparo e diluição de quimioterápicos da clínica Onco Cane Veterinária.

Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).


21

Figura 7 - Sala de unidade de tratamento intensivo (UTI) da clínica Onco Cane Veterinária.

Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).

Figura 8 - Sala de unidade de tratamento intensivo (UTI) da clínica Onco Cane Veterinária.

Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).


22

Figura 9 - Sala de unidade de tratamento intensivo (UTI) da clínica Onco Cane Veterinária.

Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).

O segundo andar é composto por um bloco cirúrgico formado por: (1) Uma sala de
exame (Figura 10), onde são realizados procedimentos de rotina (retornos cirúrgicos e sessões
de quimioterapia) e preparo pré-operatório do paciente (avaliação dos exames pré-cirugicos,
administração de MPA, tricotomia e fluidoterapia). (2) Sala de paramentação de rotina
(Figura 11). (3) Uma sala dividida em dois ambientes, contendo o centro cirúrgico de rotina
(Imagem 12), disposto com mesa cirúrgica ajustável com regulagem de altura, foco cirúrgico
de teto, aparelhos de anestesia inalatória, monitor multiparâmetros e mesas auxiliares. (4) Sala
de esterilização. (5) Sala de administração. (6) Cozinha para funcionários. (7) Banheiro.
23

Figura 10 - Sala de exames, localizada no 2° andar da clínica Onco Cane Veterinária.

Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).

Figura 11 - Sala de paramentação da clínica Onco Cane Veterinária.

Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).


24

Figura 12 - Centro cirúrgico da clínica Onco Cane Veterinária.

Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).

2.4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

Durante o estágio de caráter curricular obrigatório, a acadêmica era a única estagiária


presente no mês de julho e acompanhou consultas médicas, procedimentos cirúrgicos, sessões
de quimioterapia, colheita de material para exames complementares (sanguíneos, citológicos e
histopatológicos), assim como exames de diagnóstico por imagem (ultrassonografia).
No atendimento, o estagiário possuiu a oportunidade de acompanhar a anamnese e
após o término, levantar questões sobre os casos clínicos assistidos. No exame físico, era de
competência do estagiário auxiliar na contenção do animal e realizar procedimentos que
fossem solicitados (mensuração de temperatura, medição de estruturas com paquímetro e
auxílio na troca de curativos).
Nas sessões de quimioterapia, o paciente deveria ser levado ao local uma hora antes
para a realização dos exames necessários (hemograma e eventualmente, função renal e
hepática). Após a interpretação do resultado pelo médico veterinário, era de responsabilidade
do estagiário montar o kit quimioterápico (Figura 13). Em seguida, o médico veterinário ou
trainee realizavam a aplicação das medicações pré-quimioterapia e o preparo do
quimioterápico em local e com uso de equipamentos de proteção individual adequados. O
quimioterápico era administrado por via intravenosa, com auxilio do estagiário para
contenção do paciente. Por fim, o descarte dos materiais utilizados era feito, exclusivamente,
pelo médico veterinário e em local apropriado, respeitando as normas de biossegurança.
25

Ficava a critério de o proprietário permanecer, ou não, com o paciente durante a sessão (com
exceção de crianças, mulheres grávidas e pessoas com histórico de imunossupressão).

Figura 13 - Montagem de kit quimioterápico realizado pelo estagiário, na clínica Onco Cane Veterinária.

Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).

Nos procedimentos cirúrgicos, era de responsabilidade do estagiário acompanhar o


anestesista durante o pré-operatório, auxiliando na aplicação de medicação pré-anestésica
(MPA) e na punção venosa, mantendo assim uma via intravenosa com Solução fisiológica ou
Ringer Lactato; realizar tricotomia do paciente; medir a glicemia do animal e encaminhar o
paciente para o centro cirúrgico. No centro cirúrgico, o estagiário auxiliava o trainee na
organização dos materiais necessários para a cirurgia e posicionamento do paciente na mesa,
na antissepsia do paciente e realização dos curativos, além de outros cuidados no pós-
imediato. Durante toda a cirurgia, era função do estagiário fornecer suporte aos médicos
veterinários presentes, como por exemplo, fornecimento de materiais solicitados
(instrumentais cirúrgicos, compressas e gazes estéreis, lâmina de bisturi e fios de suturas),
aspiração de medicamentos de frascos e ampolas, assim como armazenamento e identificação
de fragmentos para biopsia em frascos.
Caso não houvesse atendimento ou cirurgia na clínica oncológica, o estagiário poderia
auxiliar no setor de terapia intensiva (UTI), conforme a necessidade.
26

2.4.1 Casuística

Durante o estágio realizado na clínica Onco Cane Veterinária, no período de 01 a 30


de julho de 2016, foi possível acompanhar o total de 72 pacientes; sendo 56 da espécie canina,
dentre eles 19 machos e 37 fêmeas; e 16 da espécie felina, dentre eles 07 machos e 09 fêmeas;
demonstrados na Tabela 1.

Tabela 1 - Total de pacientes acompanhados durante o estágio curricular supervisionado, realizado na clínica
Onco Cane Veterinária, no período de 01 a 30 de julho de 2016, classificados de acordo com a espécie e o
gênero. São Paulo - 2016
ESPÉCIE MACHO FÊMEA TOTAL
Caninos 19 37 56
Felinos 07 09 16
TOTAL 26 46 72
Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).

Dessa forma, a espécie canina representou a maioria dos atendimentos, com 77,77%.
Em relação ao gênero, aquele que representou a maior casuística foi o atendimento clínico de
fêmeas, tanto para a espécie canina (66,07%), quanto para a espécie felina (56,25%). Sendo
assim, dos atendimentos totais realizados, 63,88% corresponderam às fêmeas e 36,11% aos
machos.
Dentre os 72 pacientes acompanhados, 56 obtiveram diagnósticos definitivos e 16
aguardavam resultados de exames (histopatológico ou citológico). É importante salientar que
alguns pacientes relatados apresentavam duas ou mais afecções descritas.
As Tabelas 2 e 3 representam a distribuição dos diagnósticos definitivos e não
definitivos, respectivamente, incluindo números de casos de acordo com a espécie.

Tabela 2 - Diagnósticos definitivos estabelecidos nos atendimentos, de acordo com a espécie do paciente,
acompanhados na Clínica Médica Oncológica, durante o estágio curricular supervisionado, realizado na clínica
Onco Cane Veterinária no período de 01 a 30 de julho de 2016. São Paulo – 2016 (continua)
DIAGNÓSTICOS DEFINITIVOS CANINOS FELINOS TOTAL
Carcinoma de células escamosas - 01 01
Carcinoma de glândula hepatóide 01 - 01
Carcinoma de saco anal 03 - 03
Carcinoma hepatocelular 05 - 05
Carcinoma inflamatório 01 - 01
Carcinoma mamário 04 01 05
Carcinoma ovariano 01 - 01
Cisto cutâneo - 01 01
Hemagiossarcoma cutâneo 01 - 01
Hemangiossarcoma esplênico 01 - 01
Hiperplasia de tireoide - 01 01
27

(conclusão)
DIAGNÓSTICOS DEFINITIVOS CANINOS FELINOS TOTAL
Hiperplasia nodular esplênica 01 - 01
Linfoma alimentar - 01 01
Linfoma cutâneo 01 01 02
Linfoma multicêntrico 07 03 10
Lipoma 06 - 06
Mastocitoma cutâneo 09 - 09
Melanoma de cavidade oral 01 - 01
Papiloma 02 - 02
Sarcoma de aplicação - 01 01
Sarcoma de cavidade oral 01 - 01
Sarcoma de tecidos moles 03 - 03
Tricolemoma 01 - 01
TOTAL 49 10 59
Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).

Tabela 3 - Diagnósticos não definitivos estabelecidos nos atendimentos, de acordo com a espécie do paciente,
acompanhados na Clínica Médica Oncológica, durante o estágio curricular supervisionado, realizado na clínica
Onco Cane Veterinária no período de 01 a 30 de julho de 2016. São Paulo - 2016
DIAGNÓSTICOS NÃO DEFINITIVOS CANINOS FELINOS TOTAL
Nódulo em adrenal 01 - 01
Nódulo em dígito 01 - 01
Nódulo em cavidade oral - 01 01
Nódulo em face 01 01 02
Nódulo em intestino - 01 01
Nódulo em mediastino 01 - 01
Nódulo em membro 01 - 01
Nódulo em tireoide 01 - 01
Nódulo hepático 03 03 06
Nódulo perianal 01 - 01
TOTAL 10 06 16
Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).

A maior ocorrência de atendimentos com diagnóstico definitivo em caninos foi


referente aos mastocitomas, totalizando 09 casos. Em segundo lugar, os linfomas, totalizando
08 casos: 07 linfomas multicêntricos e 01 linfoma cutâneo. Os linfomas também foram
destaque entre os felinos, sendo a neoplasia de maior ocorrência, totalizando 03 casos: 03
linfomas multicêntricos e 01 linfoma alimentar. Já em relação aos atendimentos sem
diagnóstico definitivo, a maior ocorrência foi alusiva a nódulos hepáticos em ambas as
espécies, totalizando 06 casos, entre eles 03 em cães e 03 em felinos.
Na clínica cirúrgica foram acompanhados 57 procedimentos, sendo que alguns
animais realizaram mais de um procedimento em uma mesma cirurgia. Todas as formações
excisionadas foram enviadas para análise histopatológica, ou seja, realizava-se a exérese da
28

formação e biopsia excisional, concomitantemente. Na Tabela 04 estão dispostos os


procedimentos acompanhados, de acordo com a espécie.

Tabela 4 - Procedimentos cirúrgicos acompanhados na Clínica Oncológica Cirúrgica, de acordo com a espécie
do paciente, durante o estágio curricular supervisionado, realizado na clínica Onco Cane Veterinária no período
de 01 a 30 de julho de 2016. São Paulo - 2016
PROCEDIMENTOS CANINOS FELINOS TOTAL
Biopsia com agulha tipo tru-cut guiada por US 01 01 02
Citologia aspirativa com agulha fina guiada por US 02 - 02
Eletroquimioterapia 03 - 03
Enterectomia - 01 01
Esofagotomia 02 03 05
Esplenectomia 02 - 02
Exérese de formação cutânea 21 - 21
Exérese de formação em cav. Oral 01 01 02
Exérese de formação perineal 01 - 01
Exérese de glândula do saco anal esquerda 01 01
Linfadenectomia 10 - 10
Lobectomia parcial 01 01 02
Mastectomia total unilateral 02 - 02
Maxilectomia parcial 01 - 01
Orquiectomia 01 - 01
Ovariohisterectomia 01 - 01
TOTAL 50 07 57
BAIROS, R. F. de. (2016).
Nota: US: ultrassom.

Dessa forma, a maior ocorrência foi referente às exéreses de formações cutâneas,


totalizando 21 procedimentos, todos em caninos. Enquanto que em felinos, o principal
procedimento realizado foi a técnica de esofagotomia para introdução de sonda esofágica.

2.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estágio curricular realizado na Clínica Onco Cane Veterinária foi de extrema


importância para o crescimento profissional e pessoal da acadêmica, pois possibilitou a
aplicação dos conhecimentos adquiridos no decorrer da graduação, além de fornecer novos
aprendizados úteis para toda vida profissional.
O fato de a Onco Cane Veterinária ser uma clínica especializada em atendimento
oncológico, foi o principal motivo pela escolha desta para a realização do estágio
supervisionado. Nesta clínica, a discente teve a honra de conviver com profissionais
renomados e com vasta experiência na área. A receptividade da equipe e o ambiente
29

acolhedor também contribuíram de maneira inestimável para o aprendizado, superando as


expectativas.
Um dos fatores mais marcantes foi a imensa qualidade na execução das tarefas,
seguindo rigorosamente as normas de biossegurança, e fazendo uso de materiais de forma
adequada. Além disso, a conduta dos profissionais perante uns aos outros e aos pacientes na
clínica Onco Cane Veterinária é um grande diferencial.
30

3 PROVET – MEDICINA VETERINÁRIA DIAGNÓSTICA

3.1 INTRODUÇÃO

Este capítulo descreve o Estágio Curricular Supervisionado realizado na instituição


privada PROVET - Medicina Veterinária Diagnóstica, durante o período de 08 a 31 de agosto
de 2016, perfazendo o total de aproximadamente 190 horas, sob a supervisão do professor Ms.
Rodrigo Ubukata.
O estágio foi realizado na área de oncologia veterinária, com o propósito de
complementar o processo ensino-aprendizagem, proporcionando o aprimoramento dos
conhecimentos adquiridos durante a graduação em medicina veterinária e do estágio realizado
anteriormente, integrando a teoria com a prática clínica cotidiana. Além disso, foram
adquiridos novos conhecimentos por meio da vivência da rotina em uma instituição
conceituada como o PROVET.

3.2 HISTÓRICO

O PROVET é um centro de diagnósticos e especialidades veterinárias fundado em 11


de maio de 1987. É reconhecido nacionalmente devido à qualidade de seu atendimento, da
utilização de tecnologia de ponta e do rigor com que mantém suas diretrizes de trabalho.
Atua em diferentes áreas de diagnóstico, levando aos veterinários, informações e
recursos que possam ser aplicados à prática propedêutica e terapêutica da medicina
veterinária. Ao total são 23 especialidades, com uma renomada equipe de médicos
veterinários, treinada e especializada, dirigida pelos doutores Rubem Montoni Júnior e Edgar
Sommer.
Possui quatro unidades de atendimento na cidade de São Paulo, listadas a seguir.
Todas amplamente equipadas, com sólida infraestrutura, oferecendo mais de 600 tipos de
exames.
1. Unidade Aratãs;
2. Unidade Divino Salvador;
3. Unidade Jardim Anália Franco;
4. Unidade Morumbi.
31

3.2.1 Setor oncologia e equipe atual

A especialidade de oncologia está presente em duas unidades, na Unidade Divino


Salvador e Unidade Jardim Anália Franco.
O setor disponibiliza de uma equipe conceituada, liderada pelos médicos veterinários
Dr. Rodrigo Ubukata, oncologista e cirurgião, e Dra. Karine Germano Cadrobbi, oncologista.
Ao total, a equipe dispõe de sete membros, incluindo os já mencionados, onde seis são
responsáveis pelo atendimento clínico, dois atuam nos atendimentos e cirurgias e um dedica-
se exclusivamente para procedimentos cirúrgicos. A anestesia dos pacientes oncológicos fica
por conta da equipe especializada, presente na unidade em questão, fornecendo todo o suporte
necessário para o bem estar do paciente. A instituição dispõe também de recepcionistas,
gerente administrativo, além de auxiliares na manutenção geral (limpeza, serviços gerais).

3.3 DESCRIÇÃO DO LOCAL

A acadêmica realizou o estágio na Unidade Divino Salvador, localizada na Avenida


Divino Salvador, bairro Moema, no Município de São Paulo - SP (Figura 14). Nos meios de
comunicação, a clínica informa que o horário de funcionamento ocorre de segunda a sábado,
das 08 às 19 horas; e o atendimento para procedimentos, de segunda a sábado, das 08 às 18
horas e 30 minutos. Porém, na prática o horário de funcionamento costumava ser estendido
até as 20 ou 21 horas, com exceção dos sábados. O atendimento é realizado de forma
particular e por agendamento.

Figura 14 - Vista frontal do PROVET, localizado na Avenida Divino Salvador, bairro Moema, no Município de
São Paulo - SP.

Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).


32

3.3.1 Estrutura

Em relação à estrutura física, situa-se em uma casa térrea e ampla, onde logo na
entrada está presente uma balança para pesagem dos animais. A unidade dispõe de uma
recepção espaçosa, composta por uma sala de espera (Figura 15) com diversas poltronas,
televisão, ar condicionado e toalete para os clientes. Possui três recepcionistas disponíveis
para agendamento de consultas e exames solicitados pelo médico veterinário; além de registro
de pacientes.

Figura 15 - Sala de recepção e espera do PROVET, Unidade Divino Salvador.

Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).

Nesta unidade estão disponíveis os serviços de oncologia, oftalmologia, ortopedia,


odontologia, cirurgia e anestesiologia. A unidade é dividida em duas alas, onde em uma estão
dispostos: um consultório para oftalmologia, um consultório para ortopedia e uma sala para
realização de pequenos procedimentos. A outra ala é designada apenas para o setor de
oncologia, dispondo de: (1) Um consultório para atendimento (Figura 16), constituído por
mesa ampla com computador e poltronas para veterinário e cliente; mesa de aço inoxidável
para realização do exame físico geral do paciente, procedimento de quimioterapia e retornos
cirúrgicos; pia para higienização das mãos e materiais médicos hospitalares (álcool, água
oxigenada, clorexidine, PVPI, esparadrapo, gaze, termômetro e estetoscópio) dispostos em um
amplo balcão e armários. (2) Uma sala para realização de pequenos procedimentos (Figura
17) utilizada como um segundo consultório de atendimento, sendo disposta igualmente a
33

primeira, porém um pouco menor. Ambos os consultórios não possuem janelas devido às
normas de biossegurança exigidas. (3) Duas salas interligadas de acesso restrito, utilizadas
para o preparo e diluição de quimioterápicos. (4) Sala de administração. (5) Banheiro para
funcionários. (6) Cozinha para funcionários.

Figura 16 - Consultório de atendimento clínico do PROVET, Unidade Divino Salvador.

Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).

Figura 17 - Sala para pequenos procedimentos do PROVET, Unidade Divino Salvador.

Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).


34

Existe ainda uma área externa composta por corredor com bancos (Figura 18), onde os
proprietários podem aguardar para os atendimentos ou resultados de exames, dispondo
também de bebedouros e comedouros para os animais.

Figura 18 - Área externa do PROVET, Unidade Divino Salvador.

Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).

Adjacente à casa principal, encontra-se o centro cirúrgico (Figura 19) localizado em


uma área isolada e de acesso restrito. Essa área é composta de: (1) Sala de espera, onde os
proprietários podem aguardar com seu animal para o início da avaliação pré-operatória. (2)
Sala de preparo cirúrgico, composta por duas cadeiras e uma ampla bancada com acesso para
área restrita a indivíduos paramentados, onde se realiza toda a avaliação pré-anestésica
(conversa com o proprietário, avaliação de exames pré-cirúrgicos e administração de MPA) e
a tricotomia do paciente. (3) Sala de esterilização. (4) Banheiro. (5) Sala de paramentação
(Figura 20). (6) Três salas cirúrgicas (Figura 21), cada uma disposta com mesa cirúrgica
ajustável de material inoxidável com regulagem de altura, foco cirúrgico de teto, aparelhos de
anestesia inalatória, monitor multiparâmetros e mesas auxiliares. A terceira sala cirúrgica é
designada especificamente para cirurgias classificadas como contaminadas. (7) Sala de
recuperação, onde estão dispostas gaiolas de aço inox gradeadas com tapete emborrachado e
um cercado para os animais de grande porte. Neste local, os animais permanecem até a
chegada da ambulância que os levará para a unidade de tratamento intensivo (UTI)
conveniada, o All Care Vet, localizada no mesmo bairro.
35

Figura 19 - Entrada para o centro cirúrgico do PROVET, Unidade Divino Salvador.

Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).

Figura 20 - Sala de paramentação do PROVET, Unidade Divino Salvador.

Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).


Figura 21 - Sala Cirúrgica 1 do PROVET, Unidade Divino Salvador.
36

Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).

3.4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

A rotina diária do estágio obrigatório supervisionado realizado no setor de oncologia,


no PROVET, constituiu-se em contemplar consultas médicas, procedimentos cirúrgicos e
ainda, preparo, diluição e aplicação de quimioterápicos. Os exames complementares
(citológicos, de imagem e laboratoriais) eram feitos em unidade específica, por profissionais
especializados. O setor de oncologia contou com a presença de dois estagiários (incluindo a
acadêmica) no mês de agosto, sendo necessário o rodízio nas atividades.
No atendimento clínico, o estagiário era responsável pelo encaminhamento dos
pacientes ao consultório e pela pesagem dos animais. Além disso, acompanhava a anamnese e
o exame físico do paciente, auxiliando na contenção do animal e troca de curativos.
Nas sessões de quimioterapia, não havia necessidade da realização e espera dos
exames pré-quimioterapia (hemograma e eventualmente, função renal e hepática) no local, já
que esses eram realizados no dia anterior ou na manhã do procedimento, na unidade
laboratorial do PROVET, sendo os resultados enviados por email e interpretados pelo médico
veterinário oncologista responsável. Sendo assim, o estagiário era encarregado de separar e
montar os materiais necessários para a quimioterapia (frascos de Solução Fisiológica 0,9%,
equipo para soro, cateter intravenoso - de acordo com a necessidade do paciente, garrote,
37

gaze, esparadrapo e fita microporosa). Era também responsável pela medicação pré-
quimioterapia, realizando a aspiração do medicamento de ampolas e a aplicação do fármaco.
Em seguida, o médico veterinário realizava o preparo do quimioterápico em sala específica e
de acesso restrito. Após a execução da venóclise periférica por meio de cateter intravenoso,
com auxílio do estagiário para a contenção do paciente, o médico veterinário realizava a
administração do quimioterápico. Para terminar, o descarte dos materiais utilizados era
realizado em local apropriado (Figura 22), respeitando as normas de biossegurança.

Figura 22 - Local designado para o descarte de materiais e resíduos utilizados durante sessão de quimioterapia.

Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).

No setor cirúrgico, foi elaborada uma escala alternada pelos estagiários para o
acompanhamento das cirurgias. Na grande maioria dos procedimentos cirúrgicos assistidos, o
estagiário teve a oportunidade de participar, auxiliando e fornecendo todo o suporte
necessário ao(s) cirurgião(ões). Era de responsabilidade do estagiário a preparação do
paciente no centro cirúrgico, realizando a contenção física, tricotomia, posicionamento do
paciente na mesa cirúrgica e realização da assepsia do campo cirúrgico e antissepsia do
paciente, além da organização dos materiais necessários para a cirurgia. Por fim, após o
procedimento cirúrgico, o estagiário permanecia com a equipe de anestesiologia durante o
monitoramento do paciente até sua completa recuperação e encaminhamento para ambulância,
sendo também sua função a realização de curativos e outros cuidados no pós-imediato, além
do armazenamento e identificação de fragmentos para biopsia.
38

3.4.1 Casuística

A seguir, será descrita a casuística observada durante o estágio realizado no PROVET


- Medicina Veterinária Diagnóstica, no setor de oncologia, entre o período de 08 a 31 de
agosto de 2016.
Durante o estágio realizado, a acadêmica acompanhou o total de 124 pacientes; sendo
115 da espécie canina, dentre eles 46 machos e 69 fêmeas; e 09 da espécie felina, dentre eles
02 machos e 07 fêmeas; dispostos na Tabela 5.

Tabela 5 - Total de pacientes acompanhados durante o estágio curricular supervisionado, realizado no PROVET,
no período de 08 a 31 de agosto de 2016, distribuídos de acordo com a espécie e o gênero. São Paulo - 2016
ESPÉCIE MACHO FÊMEA TOTAL
Caninos 46 69 115
Felinos 02 07 09
TOTAL 48 76 124
Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).

Sendo assim, em relação à espécie dos animais atendidos, a canina foi a que possuiu
maior ocorrência, com 92,74%. Já em relação ao gênero dos pacientes, aquele que se destacou
foi o atendimento clínico de fêmeas, tanto para a espécie canina quanto para a felina,
possuindo 60% e 77,77%, respectivamente. Deste modo, dos atendimentos totais realizados,
61,29% corresponderam às fêmeas e 39,70% aos machos.
Dos 124 pacientes, foram contabilizadas também as raças dos animais acompanhados,
listadas separadamente de acordo com a espécie, nas Tabelas 6 e 7.

Tabela 6 - Distribuição das raças caninas acompanhadas durante o estágio curricular supervisionado, realizado
no PROVET, no período de 08 a 31 de agosto de 2016. São Paulo - 2016 (continua)
RAÇAS CANINAS TOTAL
American Sttafordshire Terrier 01
Beagle 02
Bernese 03
Bichon Frise 01
Boxer 03
Buldogue Francês 01
Buldogue Inglês 02
Bull Terrier 01
Dachshund 11
Dobermann 01
Dogo Argentino 01
Fox Terrier 01
Golden Retriever 10
Labrador Retriever 08
Lhasa Apso 04
39

(conclusão)
RAÇAS CANINAS TOTAL
Maltês 03
Pastor Alemão 01
Pinscher Miniaturia 02
Poodle 06
Pug 05
Rottweiler 01
Schnauzer 04
Shar Pei 01
Shih Tzu 04
Staffordshire Bull Terrier 01
S.R.D 34
Terrier Escocês 01
Yorkshire Terrier 02
TOTAL 115
Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).
Nota: S.R.D: sem raça definida.

Tabela 7 - Distribuição das raças felinas acompanhadas durante o estágio curricular supervisionado, realizado no
PROVET, no período de 08 a 31 de agosto de 2016. São Paulo - 2016
RAÇAS FELINAS TOTAL
Angorá 01
Persa 02
S.R.D 06
TOTAL 09
Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).
Nota: S.R.D: sem raça definida.

Entre os 115 caninos acompanhados, a grande maioria (34) não apresentava raça
definida (SRD); enquanto que para os demais, as raças de maior destaque foram: Dachshund
(11 cães), Golden Retriever (10 cães), Labrador Retriever (08 cães), Poodle (06 cães) e Pug
(05 cães), além de Lhasa Apso, Schnauzer, e Shih Tzu que obtiveram a mesma ocorrência (04
cães). Já entre os felinos, que no geral apresentaram uma ocorrência bastante inferior (09
pacientes) em relação aos caninos; 06 não possuíam raça definida (SRD), 02 eram Persas e 01
da raça Angorá.
Em relação aos diagnósticos acompanhados na clínica médica, através da Tabela 8 é
possível observar os casos com diagnóstico definitivo, enquanto que na Tabela 9 encontram-
se os casos sem diagnóstico definitivo, devido ao aguardo de resultados de exames
(histopatológico ou citológico). Ambas as tabelas classificam os diagnósticos de acordo com
número de casos e espécie observada. Novamente, é importante salientar que alguns pacientes
apresentavam afecções concomitantes.
40

Tabela 8 - Diagnósticos definitivos estabelecidos nos atendimentos, de acordo com a espécie do paciente,
acompanhados na Clínica Médica Oncológica, durante o estágio curricular supervisionado, realizado no
PROVET, no período de 08 a 31 de agosto de 2016. São Paulo - 2016
DIAGNÓSTICOS DEFINITIVOS CANINOS FELINOS TOTAL
Abcesso 01 - 01
Adenoma sebáceo 01 - 01
Carcinoma de glândula hepatoide 02 01 03
Carcinoma bronquíolo-alveolar 01 - 01
Carcinoma de adrenal 01 - 01
Carcinoma de células de transição 08 - 08
Carcinoma de células escamosas 01 - 01
Carcinoma de saco anal 02 - 02
Carcinoma de tireóide 04 - 04
Carcinoma hepatocelular 02 - 02
Carcinoma inflamatório 01 - 01
Carcinoma mamário 10 02 12
Carcinoma prostático 02 - 02
Feocromocitoma 01 - 01
Hemangiossarcoma esplênico 01 - 01
Hiperplasia nodular esplênica 01 - 01
Hiperplasia prostática benigna 02 - 02
Leucemia linfoide 01 - 01
Leucemia mieloide 01 - 01
Linfoma alimentar - 04 04
Linfoma multicêntrico 16 01 17
Linfoma cutâneo 01 - 01
Lipoma 03 - 03
Mastocitoma cutâneo 23 - 23
Mastocitoma subcutâneo 03 - 03
Melanoma cutâneo 01 - 01
Melanoma de cavidade oral 03 - 03
Melanoma de mucosa nasal 01 - 01
Osteossarcoma 01 - 01
Processo inflamatório – fistula 01 - 01
Sarcoma de tecidos moles 06 - 06
Tumor estromal gastrointestinal - GIST 01 - 01
TOTAL 103 08 111
Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).

Tabela 9 - Diagnósticos não definitivos estabelecidos nos atendimentos, de acordo com a espécie do paciente,
acompanhados na Clínica Médica Oncológica, durante o estágio curricular supervisionado, realizado no
PROVET, no período de 08 a 31 de julho de 2016. São Paulo - 2016 (continua)
DIAGNÓSTICOS NÃO DEFINITIVOS CANINOS FELINOS TOTAL
Nódulo em adrenal 06 - 06
Nódulo em bexiga 01 - 01
Nódulo em cavidade oral 01 - 01
Nódulo em hipófise 01 - 01
Nódulo em mama 01 - 01
Nódulo em membro 02 - 02
Nódulo em orelha 02 01 03
Nódulo em pâncreas 01 - 01
Nódulo em tireóide 01 - 01
Nódulo em testículo 01 - 01
Nódulo em tórax 01 - 01
Nódulo esplênico 06 - 06
Nódulo hepático 07 - 07
41

(conclusão)
DIAGNÓSTICOS NÃO DEFINITIVOS CANINOS FELINOS TOTAL
TOTAL 31 01 32
Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).

Sendo assim, a maior ocorrência na clínica médica de atendimentos com diagnóstico


definitivo em caninos, foi referente aos mastocitomas, com um total de 26 casos: 23
mastocitomas cutâneos e 03 mastocitomas subcutâneos. Os linfomas ocuparam o segundo
lugar, totalizando 17 casos: 16 linfomas multicêntricos e 01 linfoma cutâneo. No atendimento
de felinos, a neoplasia de maior número foi os linfomas, totalizando 05 casos: 04 linfomas
alimentares e 01 linfoma multicêntrico, enquanto que em segundo lugar, apresentaram-se os
carcinomas mamários, totalizando apenas 02 casos. Quanto aos atendimentos sem diagnóstico
definitivo, entre os caninos, a maior ocorrência foi referente a nódulos hepáticos, totalizando
07 casos, enquanto que os nódulos esplênicos e as formações em adrenais ocuparam o
segundo lugar, apresentando igualmente 05 casos. Já entre os felinos, apenas 01 caso não
obteve diagnóstico definitivo, com localização em orelha.
Na clínica cirúrgica foram acompanhados 26 procedimentos, sendo que alguns
animais realizaram mais de um concomitantemente e todas as formações excisionadas foram
enviadas para análise histopatológica. Na Tabela 10 estão dispostos os procedimentos
cirúrgicos acompanhados de acordo com a espécie observada.

Tabela 10 - Procedimentos cirúrgicos acompanhados na Clínica Oncológica Cirurgica, de acordo com a espécie
do paciente, durante o estágio curricular supervisionado, realizado no PROVET, no período de 08 a 31 de julho
de 2016. São Paulo - 2016
PROCEDIMENTOS CANINOS FELINOS TOTAL
Adrenalectomia unilateral 01 - 01
Amputação de membro torácico direito 01 - 01
Eletroquimioterapia 04 - 04
Esplenectomia 03 - 03
Exérese de formação cutânea 04 - 04
Exérese de formação perineal 01 - 01
Exérese de glândula do saco anal direito 01 - 01
Exérese de trombro em V.C 01 - 01
Laparotomia exploratória 01 - 01
Linfadenectomia 03 - 03
Lobectomia hepática 02 - 02
Mastectomia total unilateral 01 01 02
Terapia fotodinâmica 01 - 01
Tireoidectomia 01 - 01
TOTAL 25 01 26
Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).
Nota: VC: veia cava.
42

Logo, dentre os procedimentos acompanhados em cães, a exérese de formações


cutâneas e a eletroquimioterapia apresentaram a maior prevalência, correspondendo
igualmente a 04 procedimentos. Já em relação às cirurgias de felinos, a acadêmica
acompanhou apenas um procedimento, correspondente a técnica de mastectomia total
unilateral.

3.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesse estágio, a discente teve a oportunidade de adquirir novos conhecimentos por


meio da vivência da rotina em uma instituição conceituada como o PROVET. Os
profissionais presentes foram extremamente solícitos e acessíveis para elucidação de possíveis
dúvidas, estabelecendo temas para discussões e estudos. A infraestrutura do local é um ponto
altamente positivo, e mostrou-se indispensável para tornar o PROVET um centro de
diagnóstico de referência nacional.
Além disso, com esse estágio foi possível constatar a importância da capacitação do
médico veterinário para elaborar um raciocínio diagnóstico e assim, eleger um tratamento
efetivo, sempre buscando o bem estar do paciente. Aliado ao estágio realizado anteriormente,
pode-se perceber que a especialização é, cada vez mais, uma necessidade para a medicina
veterinária, proporcionando melhores tratamentos e profissionais com maior experiência
dentro de uma determinada área, mostrando que em vista do bom desenvolvimento do caso
clínico, o ideal é sempre ter a assessoria e o suporte de um especialista. Assim, a ligação com
a especialidade de oncologia na clínica de pequenos animais foi ainda mais fortalecida, sendo
o estágio um incentivo adicional para a especialização da acadêmica nesta área da medicina
veterinária.
43

4. CLINVET 24 HORAS

4.1 INTRODUÇÃO

O capítulo em questão refere-se ao Estágio Curricular Supervisionado realizado na


clínica Clinvet, durante o período de 01 de setembro a 31 de outubro de 2016, perfazendo o
total de 312 horas, sob a supervisão da médica veterinária Ângela Candido Perez.
O propósito da realização desse estágio foi o aperfeiçoamento dos conhecimentos
teóricos e práticos na área de Clínica Médica Geral de Pequenos Animais, tendo como
aspiração futura ingressar em um programa de residência veterinária e aprimoramento
profissional, além de aperfeiçoar o raciocínio diagnóstico e eleição da terapêutica mais
pertinente aos diferentes casos clínicos assistidos.

4.2 HISTÓRICO

A Clinvet foi fundada em agosto do ano de 2003, pela médica veterinária Paola Monte
Alegre Américo, cirurgiã geral especializada em ortopedia. A clínica tem como objetivo
proporcionar atendimento clínico e cirúrgico diferenciado, conquistando um maior espaço no
mercado. Possui uma excelente infraestrutura e profissionais qualificados, possibilitando
atendimentos emergenciais e acompanhamentos de pacientes críticos 24 horas por dia.
A clínica dispõe de diversos serviços como consultas, cirurgia geral, anestesia
inalatória, exames de imagem (ultrassonografia, radiografia, ecodopplercardiografia e
eletrocardigrafia), exames laboratoriais (hemograma, função renal e função hepática),
internação e atendimentos em áreas especializadas.

4.2.1 Equipe atual

A Clinvet possui um corpo clínico conceituado, liderado pela já citada médica


veterinária Paola Américo, sendo a principal atuante na clínica cirúrgica. A equipe é formada
por cinco médicas veterinárias designadas para as áreas de clínica médica geral e internação,
coordenadas pela médica veterinária Ângela Candido Perez, também médica veterinária
clínica geral e intensivista. Conta também com médicos veterinários especialistas nas
seguintes áreas: acupuntura veterinária e fisioterapia, anestesiologia, clínica de animais
44

silvestres, cardiologia, clínica médica de felinos, dermatologia, endocrinologia, odontologia,


oftalmologia, oncologia, ortopedia, radiografia e ultrassonografia. Além disso, dispõe também
de enfermeiro auxiliar, recepcionistas, gerentes administrativos e auxiliar na manutenção
geral (limpeza, serviços gerais).

4.3 DESCRIÇÃO DO LOCAL

A Clinvet está localizada na Praça Coronel Fernando Prestes, na cidade de Santos –


SP. A clínica permanece aberta 24 horas por dia, incluindo fins de semanas, porém
atendimentos realizados a partir das 20 horas da noite até as 08 horas da manhã são
considerados atendimentos de plantão. Os atendimentos são feitos de forma particular e não
necessitam de agendamento prévio, com exceção dos realizados em áreas especializadas.

4.3.1 Estrutura

Quanto à estrutura física, a clínica situa-se em uma ampla casa com mezanino, sendo o
térreo formado por: (1) Uma recepção que dispõe de sala de espera com cadeiras (Figura 23),
balança para pesagem dos animais, televisão, ar condicionado, bebedouro e toalete para
clientes. Também possui uma bancada onde são realizados os registros dos pacientes,
solicitações de exames e agendamento de consultas ou retornos pelas recepcionistas
disponíveis. Junto a isso, está presente também uma pequena farmácia veterinária. (2) Uma
sala de exames (Figura 24) composta por mesa de aço inoxidável para o paciente, e mesa
auxiliar para disposição de aparelhos e materiais necessários, onde são realizados exames de
imagens (ultrassonografia, eletrocardiografia e ecodopplercardiografia) e alguns retornos,
quando necessário. (3) Um consultório principal (Figura 25) com banheiro, disposto de mesa
ampla com computador e cadeiras para veterinário e cliente, onde é realizada a anamnese;
mesa de aço inoxidável para realização de exame físico do paciente, colheita de amostras e
retornos cirúrgicos; geladeira para armazenamento de vacinas; pia para higienização das mãos
e armário com gavetas para armazenar os materiais médicos hospitalares (álcool, água
oxigenada, clorexidine, PVPI, gaze, algodão, termômetro, estetoscópio, otoscópio, além de
materiais para colheita). (4) Um consultório de apoio (Figura 26), de menor tamanho, para os
atendimentos concomitantes aos realizados no consultório principal, formado por mesa com
cadeiras para clínico e proprietário, onde é realizada a anamnese; mesa de aço inoxidável para
45

exame físico, colheitas e retornos cirúrgicos, além de armário para armazenamento de


utensílios. (5) Sala de radiologia dividida em dois ambientes, onde no primeiro está presente o
aparelho de raio-X e todos os utensílios necessários para a realização do exame, como por
exemplo, roupa de proteção. O segundo ambiente é formado por mesa com computador e
cadeira para realização dos laudos radiológicos pela veterinária responsável. (6) Bloco
cirúrgico também composto por dois ambientes: uma antessala que dispõe de mesa com
computador e cadeira, armário, pia para higienização, preparo e esterilização dos materiais
cirúrgicos, além de área de paramentação; e o centro cirúrgico em si (Figura 27), disposto
com mesa cirúrgica de material inoxidável, foco cirúrgico de teto, aparelhos de anestesia
inalatória, monitor multiparâmetros, cilindro de oxigênio e mesas auxiliares. (7) Sala
específica para os serviços da Reabilita Animal, um centro especializado em acupuntura e
fisioterapia veterinária. Esse ambiente disponibiliza de mesa com computador e cadeira para
veterinário e cliente, mesa de aço inoxidável para o paciente, além de equipamentos como
esteira aquática (Figura 28) e aparelhos de magnetoterapia, eletroterapia, fototerapia,
laserterapia e ultrassom. (8) Sala de internação, composta por gaiolas de aço inox gradeadas
de diferentes tamanhos (Figura 29 e Figura 30), forradas com tapetes higiênicos para o
paciente; mesa com computador e cadeira para o médico veterinário; armário e gavetas com
materiais utilizados na rotina da internação (medicamentos, curativos e instrumentais médicos
como: termômetro, aparelho de pressão, Doppler vascular, glicosímetro portátil e aparelho
monitor para determinação de lactato); ampla bancada com materiais médicos hospitalares
(álcool, água oxigenada, clorexidine, PVPI, algodão, esparadrapo, gaze e gel condutor); pia
para higienização de materiais e espaço designado para manuseio dos pacientes, quando
necessário (Figura 31); microondas; geladeira para armazenamento de dietas caseiras e
médicas, gelo reciclável e medicamentos; além de local para acondicionamento de
comedouros plásticos para pacientes, focinheiras e colares elizabetanos.
46

Figura 23 - Sala de recepção e espera da Clinvet.

Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).

Figura 24 - Sala de exames da Clinvet.

Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).


47

Figura 25 - Consultório principal da Clinvet.

Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).

Figura 26 - Consultório de apoio da Clinvet.

Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).


48

Figura 27 - Centro cirúrgico da Clinvet.

Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).

Figura 28 - Esteira aquática presente no centro de Acupuntura e Fisioterapia Reabilita Animal, situado na
Clinvet.

Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).


49

Figura 29 - Sala de internação da Clinvet, composta por gaiolas de aço inox gradeadas de diferentes tamanhos.

Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).

Figura 30 - Sala de internação da Clinvet, composta por gaiolas de aço inox gradeadas de diferentes tamanhos,
vista de outro ângulo.

BAIROS, R. F. de. (2016).


50

Figura 31 - Pia para higienização de materiais da sala de internação, situada na Clinvet.

Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).

No corredor, próximo a internação, há um armário de suporte com materiais médicos


necessários para o atendimento do paciente e um carrinho de emergência contendo uma
maleta com medicamentos, materiais e instrumentos necessários para possível reanimação do
paciente. Há ainda um canil de internamento para animais de grande porte, situado na área
externa (quintal) da clínica, próximo a internação.
No mezanino, estão localizados: (1) Almoxarifado. (2) Local com máquina
automatizada (Figura 32) para realização dos exames laboratoriais (hemograma, função renal
e hepática). (3) Sala de administração. (12) Sala para cursos. (13) Cozinha.

Figura 32 - Máquina automatizada para realização dos exames laboratoriais (hemograma e função renal e
hepática), situada na Clinvet.

Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).


51

4.4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

A acadêmica cumpriu o total de seis horas diárias de estágio, sendo possível


acompanhar a rotina das 08 horas às 14 horas, de segunda a sábado, totalizando 36 horas
semanais.
As atividades realizadas durante o estágio incluíram o acompanhamento de consultas
médicas, colheita de material para exames complementares, exames de imagem, avaliação
pré-anestésica, além de manipulação e cuidado dos pacientes internados.
Durante o período do estágio de caráter curricular obrigatório na Clinvet, a acadêmica
era a única estagiária presente no mês de setembro. Já no mês de outubro, havia mais uma
estagiária, sendo necessário o rodízio nas atividades.
Na clínica médica geral de pequenos animais foi possível acompanhar a rotina dos
médicos veterinários em seus atendimentos, ao realizarem a anamnese e o exame físico no
consultório disponível. Os atendimentos eram realizados por ordem de chegada dos
proprietários, com exceção de pacientes de emergência, que eram prioritários. Durante o
exame físico, o estagiário era responsável pela contenção do paciente, fornecimento de
materiais solicitados, além de auxiliar na troca de curativos. Também auxiliava o médico
veterinário nos procedimentos de colheita de exames de sangue ou outras amostras. O
paciente era dispensado com retorno agendado, ou quando necessário, era encaminhado pelo
profissional para a realização de exames complementares, ala de internação ou para o
especialista, que dava continuidade ao caso clínico.
Os procedimentos cirúrgicos eram realizados, em sua maioria, no período vespertino,
após as 14 horas. Dessa forma, durante os dois meses de estágio, a acadêmica não teve a
oportunidade de acompanhar os procedimentos realizados no centro cirúrgico. Porém,
acompanhou a médica anestesista durante alguns pré-operatórios, auxiliando na aplicação de
medicação pré-anestésica (MPA).
No setor de imagem, onde se realizava os exames de radiografia, ultrassonografia,
eletrocardiografia e ecodopplercardiografia, era de competência do estagiário, auxiliar
principalmente, na contenção do paciente. Além disso, na área de cardiologia, a acadêmica
teve a oportunidade de auscultar alterações cardíacas, aferir pressão arterial pelo método
Doppler, prescrever receitas com auxílio do profissional responsável, levantar questões sobre
o caso clínico acompanhado e compor um raciocínio diagnóstico para dessa maneira, eleger
um tratamento efetivo com assistência da médica veterinária especialista.
52

4.4.1 Setor de internação

A internação, ao longo do dia, estava sempre sob supervisão de dois veterinários


responsáveis que intercalavam suas atividades no internamento com os atendimentos
realizados na clínica médica. Além disso, contava com a presença de um enfermeiro auxiliar.
Já no período de plantão noturno e fins de semanas, permanecia apenas um veterinário e um
enfermeiro, obedecendo à escala pré-estabelecida de acordo com o mês. Os horários de visita
aos pacientes internados eram estipulados, ocorrendo duas vezes ao dia.
Sob a mesa da internação, localizavam-se fichas correspondentes a cada animal
internado, contendo informações, como: dados gerais (nome, espécie, raça, gênero e idade),
motivo do internamento, dados da fluidoterapia e planilhas com prescrição de medicações
com dose, vias e horários a serem administradas. Além disso, havia local para anotações de
considerações relevantes (parâmetros gerais de cada animal), sendo possível dessa maneira,
descrever o monitoramento de cada paciente.
Durante o período de estágio, a acadêmica realizou a maioria das atividades neste
setor, fornecendo assistência aos animais internados. Dessa maneira, era de sua
responsabilidade aferir os parâmetros de cada paciente, verificando: coloração de mucosas,
tempo de preenchimento capilar (TPC), estado de consciência do paciente, frequência
cardíaca (FC), frequência respiratória (FR), palpação abdominal e temperatura retal (T°C). A
frequência com que os parâmetros eram realizados dependia de cada caso específico. Quando
os parâmetros se encontravam fora dos valores estabelecidos como normais, eram adotadas
medidas de acordo com as alterações, sempre sob a supervisão do médico veterinário
responsável, como por exemplo, aquecimento de pacientes hipotérmicos por meio de
aquecimento cutâneo com cobertores de algodão e de luvas de preenchidas com água e
aquecidas.
Era também sua função mensurar a pressão arterial pelo método ultrassônico por
Doppler, por meio da utilização de um manguito ou cuff insuflável conectado a um
manômetro, posicionado ao redor de um dos membros do animal; mensurar a glicemia
mediante utilização de glicosímetro portátil, sendo que a colheita do sangue capilar era
realizada pelo estagiário através de uma punção na face medial da orelha externa do animal
produzida por uma agulha hipodérmica descartável; desobstruir cateter venoso periférico;
conter pacientes para introdução de sonda nasogástrica e uretral; realizar lavagem retal de
paciente e transfusão sanguínea com auxílio do veterinário responsável; auxiliar na colheita
53

de sangue para mensuração de lactato sanguíneo, realização de hemograma, função renal e


hepática.
A colheita de sangue era realizada, preferencialmente, da veia jugular e o estagiário
além de auxiliar na contenção do animal, separava os materiais utilizados na tricotomia da
região e na antissepsia do local. Também auxiliava na oclusão do fluxo sanguíneo na parte
proximal do local da punção, através da pressão manual (garrote). Após o procedimento, a
amostra era armazenada em tubos de ensaio e o estagiário realizava primeiramente a
homogeneização dessa amostra e em seguida a leitura em máquina automatizada, obtendo
resultados de hemograma, função renal (uréia e creatinina) e função hepática (AST e GGT).
Quando necessário, as amostras eram enviadas para laboratório veterinário especializado.
Além disso, o estagiário auxiliava na contenção do paciente para a introdução de cateter em
vaso sanguíneo venoso periférico, mantendo assim uma via de acesso para administração de
medicamentos ou infusão contínua de solução com Ringer Lactato. Ao longo do estágio, a
acadêmica teve a oportunidade de realizar colheitas sanguíneas e punção venosa periférica
dos pacientes internados, com a supervisão e auxílio da médica veterinária responsável.
Também tinha como responsabilidade os cuidados básicos do paciente, como fornecer
água e alimento em comedouros plásticos para os internados, administrar dieta terapêutica via
sonda nasogástrica ou esofágica; realizar a higienização dos pacientes e limpeza das gaiolas
através da troca de tapetes higiênicos; registrando todas as tarefas relevantes realizadas na
ficha do paciente.
Quanto às medicações dos pacientes, era sua função aspirar fármacos das ampolas,
quando necessário e administrá-los de acordo com a via adequada (VO, SC, IV e IM);
calcular a dosagem dos fármacos designada para a planilha ou receita do paciente; assim
como prescrever receitas, sempre com o auxílio e supervisão do médico veterinário.

4.4.2 Casuística

Durante o estágio realizado na Clinvet, no período de 01 de setembro a 31 de outubro


de 2016, foi possível acompanhar entre os setores de internação, clínica médica e cardiologia,
o total de 138 animais, sendo 117 da espécie canina, dentre eles 52 machos e 65 fêmeas; e 21
da espécie felina, dentre eles 11 machos e 10 fêmeas, como é possível observar na Tabela 11.
54

Tabela 11 - Total de pacientes acompanhados durante o estágio curricular supervisionado, realizado na Clinvet,
no período de 01 de setembro a 31 de outubro de 2016, distribuídos de acordo com a espécie e o gênero. Santos -
2016
ESPÉCIE MACHO FÊMEA TOTAL
Caninos 52 65 117
Felinos 11 10 21
TOTAL 63 75 138
Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).

Desse modo, entre os pacientes acompanhados, a espécie canina foi a que apresentou a
maior ocorrência clínica, correspondendo a 84,78%. Quanto ao gênero, para a espécie canina,
a maior casuística obtida foi em relação às fêmeas, com 55,55%. Contudo para os felinos, o
gênero de maior destaque foi referente aos machos, com 52,38%. Sendo assim, de todos os
animais acompanhados, 54,34% eram fêmeas e 45,65% eram machos.
Além disso, a seguir, estão descritas as raças dos animais acompanhados, distribuídas
nas Tabelas 12 e 13, de acordo com a espécie.

Tabela 12 - Distribuição das raças caninas acompanhadas durante o estágio curricular supervisionado, realizado
na Clinvet, no período de 01 de setembro a 31 de outubro de 2016. Santos - 2016
RAÇAS CANINAS TOTAL
American Bull Terrier 02
Beagle 01
Bernese 01
Bichon Frisé 01
Border Collie 01
Buldogue Francês 01
Buldogue Inglês 03
Chihuahua 01
Dachshund 10
Dogue Alemão 01
Golden Retriever 02
Labrador Retriever 04
Lhasa Apso 04
Maltês 05
Pastor de Shetland 01
Pitt Bull 04
Poodle 13
Pug 04
Schnauzer 03
Shih Tzu 17
S.R.D 32
West Highland White Terrier 01
Yorkshire Terrier 05
TOTAL 117
Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).
Nota: SRD: sem raça definida.
55

Tabela 13 - Distribuição das raças felinas acompanhadas durante o estágio curricular supervisionado, realizado
na Clinvet, no período de 01 de setembro a 31 de outubro de 2016. Santos - 2016
RAÇAS FELINAS TOTAL
Persa 02
Siamês 01
S.R.D 18
TOTAL 21
Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).
Nota: SRD: sem raça definida.

Assim, entre os pacientes caninos, a maioria (32 cães) não apresentava raça definida
(SRD); ao passo que para os demais, as raças mais observadas foram: Shih tzu (17 cães),
Poodle (13 cães) e Dachshund (10 cães), além das raças, Maltês e Yorkshire Terrier que
obtiveram a mesma quantidade (05 cães). Em relação aos felinos, a grande maioria (18
felinos) também não possuía raça definida (SRD); enquanto que os demais correspondiam às
raças, Persa (02 felinos) e Siamês (01 felino).

4.4.2.1 Casuística no setor de internação

A acadêmica esteve presente, durante a maior parte do tempo, no setor de internação.


Nesse período foram acompanhados 86 pacientes, sendo 70 da espécie canina, dentre eles 29
machos e 41 fêmeas; e 16 da espécie felina, dentre eles 07 machos e 09 fêmeas; que se
encontravam internados pelos mais variados motivos.
A tabela 14 descreve todos os casos clínicos acompanhados durante o estágio
supervisionado, no setor de internação, de acordo com os motivos do internamento e a espécie
dos pacientes. Alguns animais apresentavam mais de uma causa concomitantemente.

Tabela 14 - Casos clínicos acompanhados no setor de Internação, de acordo com a causa do internamento e a
espécie do paciente, durante o estágio curricular supervisionado realizado na realizado na Clinvet, no período de
01 de setembro a 31 de outubro de 2016. Santos - 2016 (continua)
CAUSA DO INTERNAMENTO CANINOS FELINOS TOTAL
Anemia severa 01 - 01
Anorexia - 01 01
Atropelamento - 01 01
Cardiopatia grave 02 - 02
Cetoacidose diabética 01 01 02
Cólica Renal 01 - 01
Convulsão 01 - 01
Diabetes mellitus 02 - 02
Doença inflamatória intestinal - 02 02
Eclampsia 01 - 01
Edema pulmonar 06 01 07
Episódios de vômitos 03 - 03
Gastroenterite 05 - 05
56

(conclusão)
CAUSA DO INTERNAMENTO CANINOS FELINOS TOTAL
Gastroenterite hemorrágica 04 - 04
Gastroenterite medicamentosa 01 - 01
Hematoemese 01 - 01
Hemoparasitose 02 - 02
Hiperadrenocorticismo 03 - 03
Hipoadrenocorticismo 01 - 01
Insuficiência renal crônica 05 05 10
Intoxicação por ivermectina 01 - 01
Intoxicação por maconha 01 - 01
Intoxicação por perimetrina - 02 02
Lipidose hepática - 01 01
Neoplasia em abdômen 01 - 01
Neoplasia em baço 01 - 01
Neoplasia em cavidade oral 01 - 01
Neoplasia em fígado 01 - 01
Pancreatite 03 - 03
Picada de cobra 01 - 01
Piometra 01 - 01
Pós-operatório 33 04 37
Profilaxia oral 04 - 04
Quadro neurológico 03 - 03
Quadro respiratório - 01 01
Sepse 01 - 01
Tríade felina - 01 01
Verminose 01 - 01
TOTAL 93 20 113
Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).
Nota: Tríade felina: colangiohepatite, pancreatite e doença inflamatória intestinal.

Sendo assim, quanto aos motivos que levaram ao internamento dos pacientes, na
espécie canina o mais frequente foi o pós-operatório de cirurgias realizadas na clínica,
totalizando 33 casos. Em segundo lugar, observou-se a ocorrência das gastroenterites,
totalizando 10 casos: 05 gastroenterites simples, 04 gastroenterites hemorrágicas e 01
gastroenterite medicamentosa. Já para a espécie felina, o motivo de maior frequência, foi
insuficiência renal crônica, totalizando 05 casos. Os pós-operatórios cirúrgicos obtiveram o
segundo lugar entre os felinos, com o total de 04 casos. Na Tabela 15 é possível observar
detalhadamente os pós-operatórios cirúrgicos acompanhados na internação, de acordo com a
espécie.

Tabela 15 - Distribuição dos pós-operatórios acompanhados na internação, de acordo com a espécie do paciente,
durante o estágio curricular supervisionado realizado na Clinvet, no período de 01 de setembro a 31 de outubro
de 2016. Santos - 2016 (continua)
PÓS-OPERATÓRIO CANINOS FELINOS TOTAL
P.O de biopsia de bexiga 02 - 02
P.O de cistotomia 02 - 02
P.O de discopatia 01 - 01
P.O de esplenectomia 01 - 01
57

(conclusão)
PÓS-OPERATÓRIO CANINOS FELINOS TOTAL
P.O de fratura de mandíbula 01 - 01
P.O de laparotomia exploratória 01 - 01
P.O de mastectomia 02 - 02
P.O de nodulectomia 03 - 03
P.O de orquiectomia 03 02 05
P.O de OSH eletiva 08 - 08
P.O de remoção de placa 02 01 03
P.O de ressecção de palato mole 01 - 01
P.O de retirada de corpo estranho 02 01 03
P.O de testículo ectópico 01 - 01
P.O de RLCC 02 - 02
P.O de rinoplastia 01 - 01
TOTAL 33 04 37
Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).
Nota: P.O: pós-operatório; OSH: ovariosalpingohisterectomia; RLCC: ruptura do ligamento cruzado cranial.

Os principais pós-operatórios realizados foram de cirurgia de


ovariosalpingohisterectomia (OSH), totalizando 08 casos e de orquiectomia, totalizando 03
casos, para a espécie canina. Já para espécie felina, o pós-operatório cirúrgico de destaque foi
o de orquiectomia, com 02 casos.

4.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estágio realizado na Clinvet, uma clínica de referência na cidade de Santos, tornou


possível o aprimoramento ainda maior dos conhecimentos adquiridos, pois por meio desse
estágio obteve-se a oportunidade de acompanhar a rotina da clínica médica geral, além de
especialidades em diferentes áreas. Dessa forma, foi possível avaliar o grau de dificuldade da
Clínica de Pequenos Animais e realizar uma preparação para atuar na área de medicina
veterinária.
Através desse estágio, pode-se constatar a relevância da presença de clínicos gerais de
excelência, pois os especialistas somente atuarão em sua área de conhecimento a partir da
existência e parceria com estes profissionais, responsáveis pelo primeiro contato com o
animal, e indispensáveis para o fornecimento de todo o suporte necessário durante todo o
acompanhamento do paciente.
A vivência da clínica mostrou que nem sempre os protocolos encontrados na literatura
são realmente os de escolha, sendo muitas vezes necessária a realização de ajustes. Além de
possuir conhecimentos teóricos e práticos, é muito importante que o médico veterinário tenha
58

discernimento para escolher o melhor conforme as circunstâncias, sempre disposto a se


atualizar e, acima de tudo, pautar pela responsabilidade e ética.
A equipe da clínica proporcionou diversos aprendizados, não apenas teóricos, mas
principalmente práticos, estando dispostos a sempre solucionarem as dúvidas e repassarem
seus conhecimentos. A equipe consegue preparar os estagiários para as mais diversas
possibilidades do dia a dia, auxiliando em questões profissionais e pessoais.
59

5 CARCINOMA DE SACO ANAL - RELATO DE CASO

5.1 INTRODUÇÃO

A região perianal contém variados grupos celulares e glandulares nos quais diferentes
tipos de tumores podem se desenvolver. As neoplasias mais relevantes que acometem essa
área são oriundas de glândulas sebáceas e sudoríparas características da região (DALECK;
DE NARDI; RODIGHERI, 2016).

5.1.1 Glândulas sebáceas

As glândulas sebáceas são holócrinas (BANKS, 1992; HARGIS, 1998; SCOTT;


MILLER; GRIFFIN, 2001), ou seja, o processo de eliminação da secreção é drástico: a célula
secretora acumula produtos no citoplasma; em seguida, morre e se desintegra, constituindo,
ela própria, a secreção. Estão dispostas em todas as áreas da pele contendo pêlos,
principalmente nas junções mucocutâneas, espaços interdigitais, face dorsal do pescoço, face
dorsal da cauda (glândulas da cauda) e região mentoniana; onde são maiores e mais
numerosas (SCOTT; MILLER; GRIFFIN, 2001).

5.1.2 Glândulas sudoríparas

As glândulas sudoríparas são classificadas em dois tipos: as apócrinas ou também


chamadas de epitriquiais e as écrinas (merócrinas) conhecidas também como atriquiais. A
principal diferença entre elas, é que enquanto na primeira a célula secreta parte do seu
citoplasma, através de um processo denominado de decapitação apical; na segunda, o
citoplasma da célula não é eliminado junto com o produto de sua secreção. Quanto à
localização, as glândulas apócrinas estendem-se por toda a pele contendo pêlos, estando em
maior quantidade e tamanho em áreas próximas as junções mucocutâneas, espaços
interdigitais e na superfície dorsal do pescoço e da coxa; enquanto que as glândulas écrinas se
restringem apenas aos coxins, estão situadas na derme profunda e possuem menor tamanho
(BANKS, 1992; SCOTT; BAL, 1996; MILLER; GRIFFIN, 2001).
60

5.1.3 Glândulas especializadas

Estão presentes na pele dos animais, glândulas especializadas que se originam a partir
das glândulas sebáceas ou glândulas sudoríparas apócrinas (BRAGULLA et al., 2004). São
glândulas modificadas muito similares às suas glândulas de origem, podendo diferir, em
alguns casos, devido sua ultraestrutura ou produto de secreção. Entre as principais, estão
presentes na espécie canina, as glândulas perianais, glândulas do saco anal, glândulas anais,
glândulas ceruminosas, glândulas de Meibom e glândulas da cauda (BANKS, 1992; SCOTT;
MILLER; GRIFFIN, 2001). A espécie felina apresenta essas mesmas estruturas, com exceção
das glândulas perianais (GROSS; IHRKE; WALDER, 1992; WILKINSON; HARVEY,
1996).
Dessa forma, as mais frequentes neoplasias de origem sebácea que acometem a região
perianal são provenientes das glândulas perianais e denominadas adenoma sebáceo perianal e
adenocarcinoma sebáceo perianal. Enquanto que as principais neoplasias de origem
sudorípara, que são lesões raras dos anexos cutâneos, ao acometer a região perianal,
desenvolvem-se a partir das glândulas apócrinas localizadas no interior dos sacos anais e são
nomeadas adenoma e adenocarcinoma dos sacos anais (DALECK; DE NARDI;
RODIGHERI, 2016).

5.1.4 Neoplasias dos sacos anais

5.1.4.1 Anatomia dos sacos anais

Os sacos anais, também denominados seios perianais ou seios paranais


(MACKEEVER, 1993; BOYD, 1997), são invaginações cutâneas pareadas localizadas na
superfície ventrolateral direita e esquerda da região anal, entre os esfíncteres interno e externo
do ânus, na posição referente a quatro horas e oito horas de um relógio, não sendo visíveis
externamente (Figura 33 e Figura 34) (WITHROW; TUREK, 2007; DALECK; DE NARDI;
RODIGHERI, 2016). Esses divertículos estão presentes nos caninos, felinos, em muitos
roedores e carnívoros no geral. (BANKS, 1992). Os sacos anais são circundados por epitélio
escamoso estratificado ceratinizado e inúmeras glândulas sebáceas, enquanto que sua
superfície interna é composta por numerosas glândulas apócrinas, denominadas glândulas dos
sacos anais, glândulas dos seios paranais ou glândulas adanais, que esvaziam as secreções
61

para o lúmen dos sacos anais e são responsáveis por originar as neoplasias dessas estruturas
(WITHROW; TUREK, 2007; DALECK; DE NARDI; RODIGHERI, 2016). Essas glândulas
modificadas não possuem relação com as glândulas perianais (BANKS, 1992). Além disso, a
secreção armazenada nos sacos anais é liberada durante a defecação, com a função de
lubrificar a porção final do reto, permitindo a correta eliminação das fezes; ou
voluntariamente, por meio da contração do músculo esfíncter externo do ânus. Normalmente,
esta secreção é bem viscosa, de aspecto amarronzado e com odor fétido característico
(SCOTT; MILLER; GRIFFIN, 1996; BRAGULLA et al. 2004).

Figura 33 - Localização anatômica dos sacos anais na espécie canina.

Fonte: Coal Creek Veterinary Hospital.1

Figura 34 – Localização anatômica, em maior aumento, dos sacos anais na espécie canina.

Fonte: Dallas Veterinary Surgical Center.2

1
Disponível em: <http://coalcreekvet.blogspot.com.br/2012_01_01_archive.html>. Acesso em 05 nov. 2016.
2
Disponível em: <http://dfwvetsurgeons.com/library/anal-sac-adenocarcinoma/>. Acesso em 05 nov. 2016.
62

5.1.4.2 Incidência e etiologia

Os adenomas são considerados extremamente raros na medicina veterinária. Já os


adenocarcinomas, na espécie canina, apesar de apresentar uma frequência relativamente
baixa, correspondem a 2% de todas as neoplasias cutâneas e 17% das neoplasias perianais.
Nos felinos, os adenocarcinomas dos sacos anais são raros, correspondendo a menos de 1%
das neoplasias cutâneas. (GOLDSCHMIDT; SHOFER, 1992; WITHROW; TUREK, 2007;
DALECK; DE NARDI; RODIGHERI, 2016).
Segundo Daleck, De Nardi e Rodigheri (2016), tumores dos sacos anais acometem
preferencialmente cães adultos a idosos, com maior incidência em cães entre 7 a 12 anos.
Entretanto, Withrow e Turek (2007) também relataram a existência de casos em cães jovens,
com idade em torno de 5 anos. Além disso, as neoplasias de sacos anais foram descritas
principalmente nas raças Dachshund, Cocker Spaniel e Pastor-alemão (DALECK; DE
NARDI; RODIGHERI, 2016).
Quanto à predisposição sexual, Daleck, De Nardi e Rodigheri (2016) relataram
distribuição aproximadamente igual entre os gêneros, não havendo predisposição sexual
estatisticamente significativa. Além disso, apontam que, aparentemente, a dependência
hormonal não foi sugerida nesta neoplasia, porém sua etiologia ainda não foi elucidada.

5.1.4.3 Adenocarcinoma dos sacos anais

O adenocarcinoma dos sacos anais é uma neoplasia maligna localmente invasiva e


com potencial metastático bem estabelecido, com taxas de metástase relatadas variando de 46
a 96%. Devido à elevada vascularização linfática presente na submucosa dos sacos anais, as
metástases dão-se através da via linfática para os linfonodos sublombares, sacrais e ilíacos,
sendo, dessa maneira, os linfonodos regionais, os locais mais frequentemente acometidos no
momento do diagnóstico. Metástases à distância incluem vértebras lombares, baço, fígado e
pulmão (DALECK; DE NARDI; RODIGHERI, 2016). Withrow e Turek (2007) sugerem
ainda que apesar de menos comum, outros órgãos podem ser acometidos mais tarde, sendo
eles: coração, glândulas adrenais, pâncreas, rins ou mediastino.
Geralmente, as metástases estão associadas a tumores primários de pequeno diâmetro,
e são responsáveis por manifestações clínicas mais expressivas que o próprio tumor. Dessa
63

forma, é denominada doença oculta, quando a neoplasia apresenta somente manifestações


clínicas da doença metastática. (DALECK; DE NARDI; RODIGHERI, 2016).

5.1.4.3.1 Sindrome Paraneoplásica: hipercalcemia maligna

Uma importante característica do adenocarcinoma dos sacos anais é que


aproximadamente 30 a 50% dos cães acometidos por esta neoplasia apresentam hipercalcemia
paraneoplásica. O mecanismo associado ao desenvolvimento dessa síndrome envolve a
produção tumoral de citocinas e fatores de crescimento que levam ao aumento dos níveis
séricos de cálcio, sendo o principal fator humoral envolvido na patogênese da hipercalcemia
paraneoplásica, a produção, pelo tumor, de uma proteína denominada de proteína relacionada
ao paratormônio (PTH-rP parathormone-related protein) (DALECK; DE NARDI;
RODIGHERI, 2016). Segundo Bennett et al. (2002), essa proteína é responsável por elevar a
atividade dos osteoclastos, destruindo a matriz óssea e liberando cálcio para o sangue.
Nem todos os adenocarcinomas do saco anal produzirão a proteína PTH-rP, e a sua produção
não parece estar ligada ao tamanho do tumor.
Sabe-se ainda que a Interleucina-1 e o Fator de Necrose Tumoral podem apresentar
sinergismo com o PTH-rP (DALECK; DE NARDI; RODIGHERI, 2016)

5.1.4.3.2 Manifestações clínicas

Segundo Daleck, De Nardi e Rodigheri (2016), o adenocarcinoma dos sacos anais


macroscopicamente se apresenta como um nódulo perianal pequeno, medindo de 0,5 a 1 cm
de diâmetro, situado na superfície ventrolateral da região anal, sendo perceptível apenas à
palpação retal ou inspeção das glândulas adanais. De acordo com Withrow e Turek (2007),
em até 39% dos cães, essa neoplasia primária pode ser um achado acidental no exame físico.
Embora seja um nódulo aparentemente discreto, de envolvimento intradérmico ou
subcutâneo, possui potencial infiltrativo e crescimento direcionado às estruturas internas
(DALECK; DE NARDI; RODIGHERI, 2016). Além de Daleck, De Nardi e Rodigheri
(2016), Ettinger e Feldman (2010) sugerem que entre os adenocarcionomas dos sacos anais, o
envolvimento glandular unilateral é o mais frequente, porém podem ocorrer nódulos bilaterais
em 10% dos pacientes. Alguns casos caracterizam-se pela presença de massas tumorais
perianais semelhantes às neoplasias hepatoides, sendo difícil diferenciar clinicamente e
64

macroscopicamente de neoplasias de glândula perianal. Normalmente, as neoplasias


hepatoides são perceptíveis ao proprietário diferente do comumente observado na neoplasia
dos sacos anais (GOLDSCHMIDT; HENDRICK, 2002; DALECK; DE NARDI;
RODIGHERI, 2016).
Entre as principais queixas referidas pelos proprietários, está a ocorrência de disquezia
e constipação intestinal (DALECK; DE NARDI; RODIGHERI, 2016). De acordo com
Goldschmidt e Hendrick (2002), essas manifestações clínicas ocorrem, sobretudo, em
pacientes com nódulos grandes o suficiente para atingirem o reto, levando a sua compressão
pelo tecido neoplásico. Já a ulceração cutânea, é uma manifestação clínica infrequente nas
neoplasias dos sacos anais, segundo Daleck, De Nardi e Rodigheri (2016).
Além disso, é comum cães com adenocarcinoma dos sacos anais apresentarem
manifestações clínicas sistêmicas decorrentes de hipercalcemia paraneoplásica, inclusive no
momento do diagnóstico final, dentre elas pode-se citar: anorexia, poliúria, polidipsia,
vômitos, ataxia, bradicardia e fraqueza muscular. Em caso de metástase óssea e de linfonodos
sublombares, é possível observar manifestações clínicas de ataxia, dor em coluna lombar,
paresia, ou paralisia de membros pélvicos; enquanto que, as manifestações de metástase
pulmonar e/ou hepática incluem emagrecimento progressivo, inapetência, tosse, dispneia,
vômitos e icterícia (DALECK; DE NARDI; RODIGHERI, 2016).

5.1.4.3.3 Diagnóstico e estadiamento

Uma vez que pacientes com adenocarcinoma dos sacos anais podem apresentar
manifestações clínicas não relacionadas à doença perianal, como por exemplo: poliúria e
polidipsia, devido à hipercalcemia; a avaliação física desses animais é de extrema
importância, necessitando de um exame retal minucioso (WITHROW; TUREK, 2007). A
presença de possível linfadenopatia e a detecção de metástases podem ser asseguradas por
meio da palpação cuidadosa dos sacos anais, que segundo Daleck, De Nardi e Rodigheri
(2016), permite a identificação de nódulos pouco perceptíveis e a determinação da extensão
do tumor.
A avaliação citológica dos tumores diferencia os processos inflamatórios dos
neoplásicos e é obtida por meio de citologia aspirativa com agulha fina (CAAF), auxiliando
no diagnóstico diferencial da neoplasia. Entretanto, a avaliação histopatológica é
65

imprescindível para sua confirmação (WITHROW; TUREK, 2007; DE NARDI;


RODIGHERI, 2016).
Citologicamente, o carcinoma de glândulas do saco anal consiste em aglomerados
celulares densos, com bordos celulares mal definidos, podendo formar estruturas papilares ou
acinares (Figura 35). São células poliédricas que têm núcleos redondos ou ovais uniformes e
citoplasma granular claro e azul-acinzentado (Figura 36). Entre os critérios de malignidade,
que podem ser sutis, observam-se pleomorfismo celular e nuclear, alta proporção
núcleo:citoplasma, grande quantidades de mitoses e, em alguns casos, vacuolização
citoplasmática (RASKIN; MEYER, 2003; WITHROW; TUREK, 2007).

Figura 35 - Adenocarcinoma de saco anal com organização celular de forma acinar.

Fonte: RAMINHOS, R. S. F. (2011).

Figura 36 - Adenocarcinoma de saco anal com pleomorfismo celular e nuclear (anisocariose e nucléolos
proeminentes).

Fonte: RAMINHOS, R. S. F. (2011).

Em relação ao estadiamento clínico, não existe nenhum esquema proposto para


classificação dos carcinomas que acometem os sacos anais. Como já mencionado, muitas
vezes, mesmo nódulos tão pequenos quanto 0,5 cm de diâmetro, já estão acompanhados por
metástases em linfonodos e, dessa forma, tornando ineficaz a classificação pelo TNM,
empregada para outras neoplasias cutâneas e também tumores de glândulas perianais
(DALECK; DE NARDI; RODIGHERI, 2016).
Sendo assim, o estadiamento dos tumores dos sacos anais deve se basear em, além do
exame físico com palpação retal, a realização de exames complementares que inclui:
66

radiografia torácica para a detecção de possível comprometimento pulmonar ou mediastinal;


ultrassonografia abdominal para avaliar a ecogenicidade dos órgãos abdominais, realizando
pesquisa de metástases, especialmente, em fígado, baço e linfonodos intrapélvicos; tomografia
computadorizada e ressonância magnética, que viabilizam a identificação de metástases
pulmonares, em vísceras abdominais e linfonodos intrapélvicos, com uma maior precisão.
Para a identificação de metástases em vértebras lombares, deve-se levar em conta o histórico
do paciente (dor óssea), além da realização de radiografia, tomografia computadorizada ou
ainda, cintilografia. Além disso, é de extrema importância dosar as concentrações de cálcio
ionizado, com a finalidade de investigar a possível ocorrência de hipercalcemia
paraneoplásica. A hipercalcemia maligna pode também resultar em dano renal e outras
alterações, sendo necessária a realização de exames laboratoriais (hemograma, perfil
bioquímico e urinálise) para determinar as condições clínicas gerais do paciente (WITHROW;
TUREK, 2007; DALECK; DE NARDI; RODIGHERI, 2016).
O diagnóstico diferencial dos carcinomas das glândulas do saco anal deve incluir
neoplasias hepatoides, neoplasias cutâneas, saculite anal e hérnia perineal (DALECK; DE
NARDI; RODIGHERI, 2016). Porém, segundo Burrows e Ellison (1992), este parâmetro leva
em conta mais a localização do que o aspecto clínico ou histológico, com exceção das
neoplasias hepatoides, que em alguns poucos casos, poderá realmente dificultar o diagnóstico.

5.1.4.3.4 Tratamento

O tratamento de eleição para os adenocarcinomas dos sacos anais é a excisão cirúrgica


do tumor primário mediante a técnica de saculectomia anal (DALECK; DE NARDI;
RODIGHERI, 2016). De acordo com Withrow e Turek (2007), a ressecção completa de
grandes neoplasias perianais é difícil devido à proximidade ao reto, além do tecido perineal
ser pouco definido, dificultando a determinação de margem adequada. Segundo ambos os
autores, a linfadenectomia também deve ser considerada, já que as metástases em linfonodos
regionais estão presentes em 50% dos casos, especialmente se os linfonodos estiverem
obstruindo o canal pélvico ou contribuindo para a hipercalcemia. Daleck, De Nardi e
Rodigheri (2016) ainda apontam que pacientes com linfonodos ilíacos comprometidos
possuem um maior tempo de sobrevida quando submetidos à linfadenectomia, com mínimas
complicações cirúrgicas associadas ao procedimento. Entre as complicações que podem
ocorrer em cães submetidos à excisão cirúrgica, destaca-se a incontinência fecal, se houver
67

um trauma ao esfíncter anal ou aos nervos retais caudais (ARONSON, 2012). Entre as
complicações destacadas por Bennett et al. (2002), Bray (2011) e Wouda et al. (2013) estão a
estenose anal devido ao tecido cicatricial, prolapso retal, risco inerente de infecção devido à
localização da ferida cirúrgica e incontinência urinária. Entretanto, estudos recentes apontam
baixas taxas de complicações com a excisão cirúrgica do tumor primário, sendo esse o
tratamento mais indicado (BENNETT et al., 2002; WOUDA et al., 2013; POTANAS;
PADGETT; GAMBLIN, 2015).
Em muitos casos, a cirurgia como única modalidade terapêutica é inadequada para
controlar a doença, ocorrendo altas taxas de recidiva (ROSS; SCAVELLI; PATNAIK, 1991;
BENNETT et al., 2002; EMMS, 2005; ARONSON, 2012; WOUDA et al. 2013). Dessa
maneira, para previnir reincidência local e metastáse, o tratamento pode ser complementado
com terapêuticas adjuvantes, como a quimioterapia antineoplásica e radioterapia (TUREK et
al., 2003; DALECK; DE NARDI; RODIGHERI, 2016).
Existem poucos estudos sobre a ação de agentes citostáticos no tratamento do
adenocarcinoma dos sacos anais em cães e gatos, sendo os agentes quimioterápicos com
maiores níveis de atividade a mitoxantrona, carboplatina, doxorrubicina, cisplatina e
melfalano (BENNETT et al., 2002; TUREK et al. 2003; EMMS, 2005; POLTON;
BREARLEY, 2007; DALECK; DE NARDI; RODIGHERI, 2016) Além disso, Daleck, De
Nardi e Rodigheri (2016) citam outros protocolos relatados na literatura como, a utilização de
actinomicina D, gencitabina e clorambucila. Entretanto, nenhum possui comprovação de
eficácia terapêutica nessa neoplasia.
Além dos quimioterápicos convencionais, o fosfato de toceranib (Palladia®) também
tem sido utilizado para tratar adenocarcinomas de saco anal como terapia complementar,
demonstrando respostas clínicas favoráveis contra tumores sólidos, embora seja necessária a
realização de maiores estudos. (LONDON et al., 2012; DALECK; DE NARDI;
RODIGHERI, 2016).
Pacientes que apresentam manifestações clínicas de hipercalcemia paraneoplásica,
devem receber terapia específica, que consiste na administração de fluidoterapia com solução
de cloreto de sódio (NaCl) 0,9%, com o intuito de promover a calciurese; e para aumentar a
excreção renal, reduzir a absorção intestinal e inibir a reabsorção óssea de cálcio, uma
alternativa é o uso de prednisona oral (1 a 2 mg/kg, a cada 12 h). Porém, o tratamento
definitivo só será alcançado após a remoção do tumor, que deve ser seguida de mensurações
periódicas dos níveis séricos de cálcio (DALECK; DE NARDI; RODIGHERI, 2016).
68

5.1.4.3.5 Prognóstico

O prognóstico de pacientes com adenocarcinoma dos sacos anais é reservado devido à


ocorrência de recidiva em mais de metade dos casos, além de ser uma neoplasia com elevado
índice metastático e possuir caráter invasivo. O tempo de sobrevida dos animais acometidos
pode variar de acordo com o estádio clínico e das modalidades terapêuticas instituídas
(DALECK; DE NARDI; RODIGHERI, 2016).
Com este trabalho, tem-se o objetivo de relatar um caso de adenocarcinoma de saco
anal, o método de diagnóstico aplicado e a estratégia terapêutica adotada.

5.2 RELATO

Um cão, macho, sem raça definida, castrado, de aproximadamente 07 anos de idade,


pesando 35 Kg, foi encaminhado para clínica Onco Cane Veterinária, no dia 06 de julho de
2016, com histórico de aumento de volume em topografia de saco anal esquerdo e com
diagnóstico citológico sugestivo de adenocarcinoma de saco anal (Figura 37).

Figura 37 - Cão, macho, sem raça definida, de aproximadamente 07 anos de idade com suspeita de
adenocarcinoma de saco anal.

Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).


69

Durante a anamnese o proprietário informou que em atendimento pelo clínico geral, o


animal foi medicado com Maxican 2mg + Omeprazol, devido a desconforto em pelve depois
de viagem com relato de exercícios frequentes e, além disso, o proprietário referiu presença
de lesão perianal, sendo realizada citologia da região e encaminhamento para especialista
oncológico devido a resultado positivo para suspeita de neoplasia maligna dos sacos anais.
O proprietário referiu como queixa principal incontinência urinária e polidpsia há
cerca de três meses, após um mês da realização de esvaziamento da glândula adanal em
PetShop. O tutor também referiu presença de pequenos nódulos subcutâneos (lipomas) e
afirmou que o animal não se incomodava com lesão em períneo, negando também lambedura,
disquezia ou alteração de formato cilíndrico das fezes. Relatou também, normorexia e bom
estado geral do paciente, apesar de possuir histórico de hipotireoidismo com diagnóstico
fechado há dois meses, fazendo uso de Levotiroxina sódica para tratamento.
Ao exame físico, os parâmetros vitais do animal encontravam-se dentro dos limites de
normalidade, apresentando um bom estado geral. No exame de toque retal, foi identificado
aumento de volume em topografia de saco anal esquerdo associado à hiperemia da mucosa
anal; enquanto que na palpação retal, a progressão digital foi efetuada sem dificuldade e
detectada presença de fezes. O aumento observado do saco anal esquerdo foi estimado em
cerca de 4 a 5 centímetros cranialmente e relativamente móvel.
No diagnóstico, foram avaliados exames laboratoriais realizados previamente em
clínico geral (no dia 29 de junho de 2016), sendo eles: hemograma completo; relação
proteína/creatinina urinária (RPC); densidade urinária; dosagens de uréia, creatinina,
albumina, ALT, FA e cálcio ionizado. A única alteração identificada foi em relação ao cálcio
ionizado que obteve o valor de 1,97 mmol/L, sendo os valores de referência estipulados entre
1,12 a 1,42 mmol/L.
Além dos exames laboratoriais, foi avaliado também o laudo da citologia por agulha
fina e o laudo ultrassonográfico. Como já mencionado, o diagnóstico citológico foi
compatível com neoplasia de origem epitelial glandular, sugerindo adenocarcinoma da
glândula do saco anal. Enquanto que na ultrassonografia abdominal, a única alteração digna
de nota foi referente à região perianal onde, na região perianal esquerda foi identificada uma
formação medindo pelo menos 5,57cm x 4,81cm x 5,41cm, com características compatíveis
com alteração infiltrativa neoplásica em glândula adanal esquerda; e na região perianal direita
foi identificada possível alteração inflamatória/infecciosa em glândula adanal. O exame
ultrassonográfico não demonstrou nenhuma evidência de presença de linfadenomegalia.
70

Dessa forma, com a suspeita de adenocarcinoma de saco anal, foi instituído, como
planejamento terapêutico, a remoção cirúrgica do saco anal e quimioterapia adjuvante. Para
isso, foram solicitados exames pré-cirúrgicos a fim de avaliar possíveis riscos cirúrgicos e
anestésicos, incluindo: ecocardiograma e eletrocardiograma (ECG). Também foi requisitado
exame radiográfico de tórax para adequado estadiamento do paciente, porém não foram
encontradas imagens sugestivas de metástases à distância.
O procedimento cirúrgico foi realizado no dia 08 de julho de 2016. Primeiramente, foi
aplicada a medicação pré-anestésica (MPA), utilizando o fármaco Meperidina, na dose de
4mg/kg e administrado por via intramuscular. Após meia hora, o paciente foi levado para o
centro cirúrgico onde, após tricotomia e antissepsia adequada, criou uma via de acesso para
fluidoterapia com Ringer Lactato, realizando a indução anestésica do paciente com Propofol,
por via intravenosa, também na dose de 4 mg/kg. Para a manutenção, fez-se o uso de
anestésico inalatório (Isofluorano) com o animal submetido a intubação. Após isso, foi
realizada a exérese do saco anal esquerdo, por meio da técnica de saculectomia anal, com
retirada de parte do esfíncter anal externo. Durante todo o procedimento cirúrgico o paciente
permaneceu estável e não houve intercorrências. Após o término, foram aplicadas injeções de
Metronidazol, Tramal, Dipirona e Dexametasona e em seguida, o animal foi encaminhado
para a unidade de tratamento intensivo (UTI) para recuperação do pós-cirúrgico.
Na UTI, o paciente permaneceu internado por dois dias (08 e 09 de julho de 2016),
apresentando recuperação tranquila e sem intercorrências. A ferida cirúrgica permaneceu com
aspecto adequado, apenas com vestígios de secreção de exsudato e sem deiscência dos pontos.
O animal apresentou episódios de fezes pastosas no último dia, porém em pouca quantidade.
No momento da alta foi realizada prescrição médica, demonstrada no quadro a seguir (Figura
38).
71

Figura 38 - Prescrição médica realizada no dia da alta do paciente.

Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).

No dia 10 de julho de 2016, o proprietário entrou em contato com a UTI sob queixa de
incontinência fecal e fezes excessivamente pastosas, o que levou a suspensão da Lactulona e
prescrição de Andolba spray após lavagem do local. Na madrugada do mesmo dia, o paciente
foi levado para UTI devido à incontinência fecal ininterrupta. Ao realizar exame físico, a
ferida cirúrgica não apresentava alterações, assim como, não havia deiscência de pontos,
porém a região perianal e perineal apresentavam eritema, além de presença de fezes
amolecidas e diarreicas no local. Dessa forma, foi realizada limpeza com solução fisiológica e
aplicação de pomada Hipoglós no períneo (excluindo a região de pontos cirúrgicos) e foi
estabelecido que o animal permanecesse internado para suporte e limpeza, devido à
incontinência fecal contínua. No dia 12 de julho de 2016 o animal recebeu alta médica, ainda
com quadro de incontinência, porém de menor intensidade.
Conforme agendado anteriormente, o paciente retornou no dia 20 de julho de 2016,
realizando avaliação e limpeza da ferida cirúrgica, seguida da retirada de pontos de sutura
(Figura 39 e Figura 40). O animal ainda apresentava-se incontinente fecal.
72

Figura 39 - Ferida cirúrgica após 12 dias do procedimento cirúrgico de exérese de adenocarcinoma de saco anal.

Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).

Figura 40 - Ferida cirúrgica após 12 dias do procedimento cirúrgico de exérese de adenocarcinoma de saco anal,
em maior aumento.

Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).


73

Por fim, no dia 27 de julho de 2016, foi feita nova reavaliação do paciente, que se
apresentava alerta e bem disposto. Foi possível observar que a incontinência fecal estava sob
controle e a área submetida à cirurgia menos eritematosa (Figura 41 e Figura 42).

Figura 41 - Ferida cirúrgica após 19 dias do procedimento cirúrgico de exérese de adenocarcinoma de saco anal.

Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).

Figura 42 - Ferida cirúrgica após 19 dias do procedimento cirúrgico de exérese de adenocarcinoma de saco anal,
em maior aumento.

Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).


74

Além disso, o proprietário recebeu o diagnóstico definitivo a partir do resultado de


exame histopatológico, que revelou achados compatíveis a carcinoma de saco anal. Dessa
forma, ficou estabelecido o uso de uma terapia complementar aliada a ressecção cirúrgica
anteriormente realizada, sendo essa terapia, o uso do fosfato de toceranib (Palladia®). Trata-
se de uma terapia alvo utilizando um inibidor de tirosina quinase, onde são administradas
pequenas doses fracionadas por longos períodos. No caso descrito, foi estipulado a
administração de 2 compridos de 50 mg, por via oral, em dias alternados (segundas, quartas e
sextas) por um período inicial de seis meses. Durante o tratamento deverá ser realizado
exames de imagens para seguimento da doença, principalmente ultrassonografia abdominal,
tendo em vista que os linfonodos abdominais são os principais órgãos de metástase nessa
neoplasia maligna.

5.3 DISCUSSÃO

O adenocarcinoma dos sacos anais é uma neoplasia maligna de origem epitelial com
maior frequência em cães e maior incidência em pacientes com idade entre 7 a 12 anos.
(GOLDSCHMIDT; HENDRICK, 2002; DALECK; DE NARDI; RODIGHERI, 2016). O caso
relatado refere-se a um animal da espécie canina com sete anos de idade, condizendo com a
afirmativa. Apesar de Daleck, De Nardi e Rodigheri (2016) sugerirem não existir
predisposição sexual estatisticamente significativa nesta neoplasia, o caso descrito corrobora a
afirmativa de Goldschmidt e Hendrick (2002) que mencionam maior ocorrência em machos
castrados, da mesma forma que todos os casos de adenocarcinoma de saco anal
acompanhados pela acadêmica, durante o estágio curricular obrigatório, foram referentes a
machos castrados.
No caso relatado houve concordância em partes com a apresentação clínica do nódulo
de adenocarcinoma de saco anal referida por Daleck, De Nardi e Rodigheri (2016), de que se
manifesta como um nódulo perianal discreto (0,5 a 1 cm de diâmetro) e preferencialmente,
unilateral. O animal em questão possuía uma formação com localização em saco anal
esquerdo, porém relativamente grande (5,57cm x 4,81cm x 5,41cm). Ainda segundo Daleck,
De Nardi e Rodigheri (2016), entre as principais queixas referidas pelos proprietários, está a
ocorrência de disquezia e constipação intestinal; corroborados por Goldschmidt e Hendrick
(2002) que afirmam que a presença dessas manifestações clínicas é ainda mais comum em
pacientes com nódulos grandes o suficiente para atingirem o reto. Entretanto, no caso exposto,
75

o proprietário não referiu a presença dessas manifestações clínicas, mesmo tratando-se de uma
massa consideravelmente grande.
O diagnóstico do adenocarcinoma de saco anal contempla histórico do paciente;
exame físico, dando destaque para a palpação cuidadosa dos sacos anais; citologia aspirativa e
exame histopatológico, esse último como diagnóstico definitivo (DALECK; DE NARDI;
RODIGHERI, 2016). No presente caso, foram adotadas as medidas diagnósticas em
concordância com Daleck, De Nardi e Rodigheri (2016).
A citologia aspirativa do paciente relatado revelou diversas células com núcleo
arredondado, citoplasma pouco delimitado, dispostas em grupos e isoladas, sugerindo origem
epitelial glandular. Estas células apresentavam moderado pleomorfismo, anisocitose e
anisocariose, cromatina nuclear frouxa, nucléolos evidentes e formas binucleadas; achados
esses compatíveis com os descritos por Raskin e Meyer (2003) e Whitrow e Turek (2007). A
citologia por aspiração com agulha fina além de sugerir malignidade nos sacos anais auxilia
na eliminação de possível suspeita em relação à doença infecciosa ou infamatória.
No caso apresentado foram realizados também exames laboratoriais (hemograma,
urinálise, perfil bioquímico sérico e cálcio ionizado) e exames de imagens (ultrassonografia
abdominal e radiografia torácica) que segundo Daleck, De Nardi e Rodigheri (2016), são
imprescindíveis para determinar o estadiamento clínico de uma neoplasia, principalmente para
o estadiamento clínico dos adenocarcinomas dos sacos anais, uma vez que não existe nenhum
esquema proposto para classificação desta neoplasia. Isso ocorre pelo fato de, muitas vezes,
nódulos pequenos já estarem acompanhados por metástases em linfonodos e dessa forma, o
uso da classificação TNM não é adequada. Essa afirmativa de Daleck, De Nardi e Rodigheri
(2016) pode ser confirmada por método comparativo entre os laudos histopatológicos do
animal relatado anteriormente e outro paciente também atendido na Onco Cane Veterinária,
dado que o primeiro (relato de caso) possuía nódulo relativamente grande, medindo 6,0 x 6,0
x 3,5 e sem comprometimento metastático em linfonodos regionais; enquanto que o segundo
animal apresentava nódulo menor, medindo 4,0 x 2,0 x 2,0, porém com comprometimento
metastático de ambos linfonodos sublombares. Desse modo, pode-se observar que não existe
correlação entre o tamanho da formação e seu potencial metastático.
A dosagem de cálcio ionizado ou cálcio total, realizada no caso descrito, é muito
importante devido à possibilidade da ocorrência de hipercalcemia paraneoplásica em cães
com adenocarcinoma de saco anal, descrita por Bennett et al. (2002) e Daleck, De Nardi e
Rodigheri (2016). No paciente acompanhado, foi constatado aumento nos níveis de cálcio
76

ionizado, entretanto este aumento não estava associado às manifestações sistêmicas


decorrentes da hipercalcemia paraneoplásica. Entre as manifestações clínicas relatadas por
Daleck, De Nardi e Rodigheri (2016), só foi constatada a presença de polidpsia. Após a
exérese da neoplasia, o tratamento definitivo da hipercalcemia é obtido, porém é recomendada
a mensuração periódica dos níveis de cálcio sérico após a remoção tumoral, pois as síndromes
paraneoplásicas podem anteceder possíveis recidivas. Sendo assim, a mensuração dos níveis
séricos de cálcio pode ser considerada um marcador prognóstico e sinalizador precoce de
recidivas. (DALECK; DE NARDI; RODIGHERI, 2016).
O tratamento cirúrgico foi empregado como medida terapêutica no caso apresentado,
coincidindo com a assertiva de que o tratamento por meio da excisão cirúrgica do tumor,
mediante a técnica de saculectomia anal, é o mais escolhido (BENNETT et al., 2002;
WOUDA et al., 2013; POTANAS; PADGETT; GAMBLIN, 2015; DALECK; DE NARDI;
RODIGHERI, 2016). Segundo Aronson (2012), a incontinência fecal tem sido relatada em
33% dos cães submetidos à cirurgia, embora e Hill e Smeak (2002) e Charlesworth (2014)
tenham encontrado uma menor incidência. Aronson (2012) aponta também, que a
incontinência fecal está associada a possível trauma ao esfíncter anal ou aos nervos retais
caudais. No caso descrito, o paciente obteve incontinência fecal devido a necesside de
remover parte do esfincter anal externo, confirmando esta afirmativa de Aronson (2012).
Entretanto, a incontinência observada regrediu ao longo do pós-cirúrgico, sugerindo bom
prognóstico quanto à função. Apesar da técnica de linfadenectomia ser indicada em casos de
neoplasias de carcinoma dos sacos anais (DALECK; DE NARDI; RODIGHERI, 2016), no
caso referido não foi realizada devido aos linfonodos não apresentarem clinicamente
metástases.
O exame histopatológico (Figura 42) confirmou a suspeita clínica, apresentando
poucas mitoses proporcionalmente ao número de células tumorais, sendo essa uma
característica favorável ao prognóstico, apesar de tratar-se de uma neoplasia com potencial
metastático elevado. Segundo Daleck, De Nardi e Rodigheri (2016), o principal local para
ocorrência de metástase em carcinoma de saco anal são os linfonodos regionais e no caso
apresentado não foi visível nenhuma alteração na avaliação ultrassonográfica realizada, porém
a hipótese de presença microscópica em linfonodos regionais não pode ser descartada.
77

Figura 43 – Laudo histopatológico de animal relatado no caso, confirmando diagnóstico de adenocarcinoma de


saco anal.

Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).

No caso relatado, optou-se por um tratamento complementar devido as metástases


estarem presentes em 50 a 80% dos casos (WITHROW; TUREK, 2007) e a cirurgia como
modalidade terapêutica única ser inadequada para controlar a doença, com 20 a 50% dos cães
mostrando evidência de recidiva local (ROSS; SCAVELLI; PATNAIK, 1991; BENNET et
al., 2002; EMMS, 2005; ARONSON, 2012; WOUDA et al., 2013). Segundo Whitrow e
Turek (2007) e Daleck, De Nardi e Rodigheri (2016), isso ocorre devido aos tumores de
características malignas, situados na região perianal, dificilmente serem retirados com
margem cirúrgica adequada.
A terapia adjuvante escolhida foi o fosfato de toceranib (Palladia®), um inibidor de
tirosinaquinase que segundo Daleck, De Nardi e Rodigheri (2016), age como terapia alvo
específica, ou seja, são medicamentos ou moléculas que ocasionam a morte celular tumoral
por meio da interação com algum(s) alvo(s) específico(s) presente(s) nas células neoplásicas.
Dessa forma, possuem vantagens em relação às terapias convencionais conhecidas, uma vez
que dispõem de seletividade em sua ação. Além disso, segundo London et al. (2012), o
Palladia® demonstrou benefício clínico em 87,5% dos casos que não obtiveram sucesso com
outras terapias; e de acordo com Daleck, De Nardi e Rodigheri (2016), os principais efeitos
colaterais observados estão relacionados ao trato gastrointestinal (TGI), como perda de
apetite, diarreia e vômitos, podendo ser relativamente bem controlados com o uso de
medicações concomitantes apropriadas. Contudo, é importante salientar, que no Brasil o
fármaco ainda não é comercializado, não dispondo de registro junto ao Ministério da
Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA). A solução é que esse fármaco pode ser
importado legalmente por meio de autorização de fiscal agropecuário federal (DALECK; DE
NARDI; RODIGHERI, 2016).
78

O animal acompanhado iniciou o uso da medicação no mês de setembro, portanto a


acadêmica não teve a oportunidade de acompanhar o tratamento. Todavia, o protocolo de
segmento da clínica recomenda controle ultrassonográfico abdominal ao longo de todo o
tratamento com Palladia®, esse com duração prévia de seis meses, em decorrência da
descrição de alta taxa metastática em linfonodos abdominais.
A quimioterapia convencional é uma opção de tratamento complementar, porém
existem poucos estudos sobre o uso de agentes citostáticos no tratamento do adenocarcinoma
dos sacos anais em cães e gatos, sendo os agentes quimioterápicos com maiores níveis de
atividade a mitoxantrona, carboplatina, doxorrubicina, cisplatina, e melfalano (BENNETT et
al., 2002; TUREK et al. 2003; EMMS, 2005; POLTON; BREARLEY, 2007; DALECK; DE
NARDI; RODIGHERI, 2016). Em relação à carboplatina, estudos recentes não constataram
diferença significativa entre o tempo médio de progressão da doença e sobrevida média em
cães submetidos à cirurgia como única terapia e cães submetidos à cirurgia associada com a
quimioterapia pós-operatória. (DALECK; DE NARDI; RODIGHERI, 2016). Ao passo que, a
mitoxantrona quando administrada em conjunto com cirurgia e a radioterapia, tem
demonstrado ser bem tolerada e bem sucedida, prolongando o tempo médio de sobrevivência
dos pacientes. (TUREK et al. 2003; DALECK; DE NARDI; RODIGHERI, 2016).
Segundo Daleck, De Nardi e Rodigheri (2016), a radioterapia demonstra bons
resultados para prevenção de recidivas após remoção cirúrgica de tumores primários, além de
promover a regressão tumoral pré-operatória, sendo também utilizada em casos inoperáveis,
como tratamento paliativo. Contudo, é importante salientar que na medicina veterinária
brasileira, a radioterapia ainda é um método pouco utilizado para tratamento, pois apresenta
alto custo e indisponibilidade de equipamentos necessários.

5.4 CONCLUSÃO

Neste relato foi possível observar que por meio do exame físico minucioso dos sacos
anais, o tratamento cirúrgico foi a melhor indicação para o paciente. Aliado a isso, o exame
histopatológico, a localização do tumor e o conhecimento do comportamento da doença,
baseado na descrição da literatura, foram importantes na decisão de se instituir terapia
adjuvante com toceranib (Palladia®).
79

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