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SANTOS
2016
RAYANNE FERREIRA DE BAIROS
Orientador:
SANTOS
2016
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Data: ____/______/_________
Banca Examinadora
Membro: __________________________________________________________
Membro: __________________________________________________________
Agradeço inicialmente à minha família por ter me dado o suporte necessário para a
conclusão deste curso. A minha formação como profissional não poderia ter sido concretizada
sem a ajuda de meus amáveis e queridos pais, Jorge Bairos e Valéria Bairos, que no decorrer
da minha vida, proporcionaram-me, além de extenso carinho e amor, os conhecimentos da
integridade, da perseverança e de procurar sempre em Deus à força maior para o meu
desenvolvimento como ser humano. Por essa razão, gostaria de dedicar e reconhecer a vocês,
minha imensa gratidão e sempre amor.
Um agradecimento especial a minha querida irmã, Tuanny Bairos, que além de amiga,
é também a pessoa que sempre admirei e me espelhei, e foi quem permaneceu sempre ao meu
lado e de forma carinhosa me deu força, coragem e apoio durante todo o percurso de minha
vida acadêmica.
Aos meus avós, que sempre me deram atenção, carinho, preciosos conselhos e
iluminaram de maneira especial meus pensamentos.
Aos meus filhos de quatro patas, os que alegram minha casa e os que infelizmente não
estão mais nesse plano espiritual, motivo principal pelo qual escolhi esta profissão tão
admirável.
Ao meu amado ballet, que me acompanhou durante esses cinco anos de faculdade e
me ensinou que com amor, disciplina e determinação, podemos tudo.
Aos amigos que fiz durante a graduação, sobretudo minhas queridas amigas Thayane
Sales, que esteve comigo ao longo desses cinco anos, estendendo a mão sempre que eu
precisava e que hoje, conclui essa etapa junto a mim; Patrícia Brazil, que mesmo seguindo
caminhos diferentes, esteve sempre presente; Izabella Blois e Renata Llórens, que tornaram
essa caminhada mais leve; além de meus amigos Renata Muller, Vinícius Moreira e aos de
mais colegas de turma que encerram comigo esta jornada.
Agradeço também a todos os professores(as) que cruzaram minha vida, participando
de alguma forma na construção e realização deste tão desejado sonho.
Aos membros de minha banca examinadora, Prof. Dra. Paola Américo e Prof. Dra.
Patrícia Chamas, por aceitarem fazer parte desse dia tão importante para mim.
Ao meu orientador, Prof. Dr. Luiz Roberto Biondi, grande professor e grande pessoa,
o qual admiro e respeito muito. Agradeço por suas análises minuciosas e sugestões de grande
valia para a conclusão do trabalho.
Aos locais de estágio pelos quais passei, sobretudo durante meu estágio curricular
supervisionado. Muito obrigada pela oportunidade e por toda a disponibilidade e paciência.
Tive muita sorte de passar esses meses em lugares tão especiais e com pessoas tão admiráveis.
À Deus, dedico o meu agradecimento maior, por ser tudo em minha vida.
“Todo grande sonho começa na mente de um sonhador. Lembre-se de que você tem, dentro
de você, a garra e a paciência para atingir as estrelas e mudar o mundo.”
Harriet Tubman
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
1.1 INTRODUÇÃO
2.1 INTRODUÇÃO
2.2 HISTÓRICO
2.3.1 Estrutura
A estrutura física da clínica é composta por dois andares. No primeiro estão situadas:
(1) Sala de recepção, na qual os proprietários são inicialmente atendidos por uma
recepcionista, responsável pelo agendamento de consulta, preenchimento de ficha e
encaminhamento do paciente para o atendimento. (2) Sala de espera (Figura 1 e Figura 2),
disposta com televisão, poltronas, ar condicionado e balança para pesagem. (3) Dois
consultórios (Figura 3 e Figura 4), dispostos de mesas amplas com computadores e poltronas,
para clínico e proprietário, onde é realizada a anamnese. (4) Sala de exame (Figura 5), para
realização de exame físico, retornos cirúrgicos, colheitas de amostras, sessões de
quimioterapia e exame de ultrassonografia; os quais são realizados em mesa de aço
inoxidável. Além disso, possui balcão com pia para higienização das mãos e materiais
médicos hospitalares (álcool, água oxigenada, clorexidine, iodopovidona - PVPI, vaselina,
esparadrapo, gaze, termômetro, estetoscópio, além de materiais para colheita). (5) Sala de
preparo e diluição de quimioterápicos com capela de fluxo laminar estéril (Figura 6),
contendo também armário e frigobar. (6) Um banheiro para clientes. (7) Sala para pacientes
de unidade de tratamento intensivo (UTI) (Figura 7, Figura 8 e Figura 9), formada por quatro
leitos hospitalares, dispondo também de mesa com computador e cadeira para veterinário,
televisão e pia para higienização de utensílios. Além disso, a unidade de internação conta com
amparo tecnológico necessário para cuidados do paciente, que inclui laboratório clínico
automatizado 24 horas, ventilador mecânico, oxigenioterapia, desfibrilador, hemogasometria
e monitor cardíaco.
18
Figura 7 - Sala de unidade de tratamento intensivo (UTI) da clínica Onco Cane Veterinária.
Figura 8 - Sala de unidade de tratamento intensivo (UTI) da clínica Onco Cane Veterinária.
Figura 9 - Sala de unidade de tratamento intensivo (UTI) da clínica Onco Cane Veterinária.
O segundo andar é composto por um bloco cirúrgico formado por: (1) Uma sala de
exame (Figura 10), onde são realizados procedimentos de rotina (retornos cirúrgicos e sessões
de quimioterapia) e preparo pré-operatório do paciente (avaliação dos exames pré-cirugicos,
administração de MPA, tricotomia e fluidoterapia). (2) Sala de paramentação de rotina
(Figura 11). (3) Uma sala dividida em dois ambientes, contendo o centro cirúrgico de rotina
(Imagem 12), disposto com mesa cirúrgica ajustável com regulagem de altura, foco cirúrgico
de teto, aparelhos de anestesia inalatória, monitor multiparâmetros e mesas auxiliares. (4) Sala
de esterilização. (5) Sala de administração. (6) Cozinha para funcionários. (7) Banheiro.
23
Ficava a critério de o proprietário permanecer, ou não, com o paciente durante a sessão (com
exceção de crianças, mulheres grávidas e pessoas com histórico de imunossupressão).
Figura 13 - Montagem de kit quimioterápico realizado pelo estagiário, na clínica Onco Cane Veterinária.
2.4.1 Casuística
Tabela 1 - Total de pacientes acompanhados durante o estágio curricular supervisionado, realizado na clínica
Onco Cane Veterinária, no período de 01 a 30 de julho de 2016, classificados de acordo com a espécie e o
gênero. São Paulo - 2016
ESPÉCIE MACHO FÊMEA TOTAL
Caninos 19 37 56
Felinos 07 09 16
TOTAL 26 46 72
Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).
Dessa forma, a espécie canina representou a maioria dos atendimentos, com 77,77%.
Em relação ao gênero, aquele que representou a maior casuística foi o atendimento clínico de
fêmeas, tanto para a espécie canina (66,07%), quanto para a espécie felina (56,25%). Sendo
assim, dos atendimentos totais realizados, 63,88% corresponderam às fêmeas e 36,11% aos
machos.
Dentre os 72 pacientes acompanhados, 56 obtiveram diagnósticos definitivos e 16
aguardavam resultados de exames (histopatológico ou citológico). É importante salientar que
alguns pacientes relatados apresentavam duas ou mais afecções descritas.
As Tabelas 2 e 3 representam a distribuição dos diagnósticos definitivos e não
definitivos, respectivamente, incluindo números de casos de acordo com a espécie.
Tabela 2 - Diagnósticos definitivos estabelecidos nos atendimentos, de acordo com a espécie do paciente,
acompanhados na Clínica Médica Oncológica, durante o estágio curricular supervisionado, realizado na clínica
Onco Cane Veterinária no período de 01 a 30 de julho de 2016. São Paulo – 2016 (continua)
DIAGNÓSTICOS DEFINITIVOS CANINOS FELINOS TOTAL
Carcinoma de células escamosas - 01 01
Carcinoma de glândula hepatóide 01 - 01
Carcinoma de saco anal 03 - 03
Carcinoma hepatocelular 05 - 05
Carcinoma inflamatório 01 - 01
Carcinoma mamário 04 01 05
Carcinoma ovariano 01 - 01
Cisto cutâneo - 01 01
Hemagiossarcoma cutâneo 01 - 01
Hemangiossarcoma esplênico 01 - 01
Hiperplasia de tireoide - 01 01
27
(conclusão)
DIAGNÓSTICOS DEFINITIVOS CANINOS FELINOS TOTAL
Hiperplasia nodular esplênica 01 - 01
Linfoma alimentar - 01 01
Linfoma cutâneo 01 01 02
Linfoma multicêntrico 07 03 10
Lipoma 06 - 06
Mastocitoma cutâneo 09 - 09
Melanoma de cavidade oral 01 - 01
Papiloma 02 - 02
Sarcoma de aplicação - 01 01
Sarcoma de cavidade oral 01 - 01
Sarcoma de tecidos moles 03 - 03
Tricolemoma 01 - 01
TOTAL 49 10 59
Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).
Tabela 3 - Diagnósticos não definitivos estabelecidos nos atendimentos, de acordo com a espécie do paciente,
acompanhados na Clínica Médica Oncológica, durante o estágio curricular supervisionado, realizado na clínica
Onco Cane Veterinária no período de 01 a 30 de julho de 2016. São Paulo - 2016
DIAGNÓSTICOS NÃO DEFINITIVOS CANINOS FELINOS TOTAL
Nódulo em adrenal 01 - 01
Nódulo em dígito 01 - 01
Nódulo em cavidade oral - 01 01
Nódulo em face 01 01 02
Nódulo em intestino - 01 01
Nódulo em mediastino 01 - 01
Nódulo em membro 01 - 01
Nódulo em tireoide 01 - 01
Nódulo hepático 03 03 06
Nódulo perianal 01 - 01
TOTAL 10 06 16
Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).
Tabela 4 - Procedimentos cirúrgicos acompanhados na Clínica Oncológica Cirúrgica, de acordo com a espécie
do paciente, durante o estágio curricular supervisionado, realizado na clínica Onco Cane Veterinária no período
de 01 a 30 de julho de 2016. São Paulo - 2016
PROCEDIMENTOS CANINOS FELINOS TOTAL
Biopsia com agulha tipo tru-cut guiada por US 01 01 02
Citologia aspirativa com agulha fina guiada por US 02 - 02
Eletroquimioterapia 03 - 03
Enterectomia - 01 01
Esofagotomia 02 03 05
Esplenectomia 02 - 02
Exérese de formação cutânea 21 - 21
Exérese de formação em cav. Oral 01 01 02
Exérese de formação perineal 01 - 01
Exérese de glândula do saco anal esquerda 01 01
Linfadenectomia 10 - 10
Lobectomia parcial 01 01 02
Mastectomia total unilateral 02 - 02
Maxilectomia parcial 01 - 01
Orquiectomia 01 - 01
Ovariohisterectomia 01 - 01
TOTAL 50 07 57
BAIROS, R. F. de. (2016).
Nota: US: ultrassom.
3.1 INTRODUÇÃO
3.2 HISTÓRICO
Figura 14 - Vista frontal do PROVET, localizado na Avenida Divino Salvador, bairro Moema, no Município de
São Paulo - SP.
3.3.1 Estrutura
Em relação à estrutura física, situa-se em uma casa térrea e ampla, onde logo na
entrada está presente uma balança para pesagem dos animais. A unidade dispõe de uma
recepção espaçosa, composta por uma sala de espera (Figura 15) com diversas poltronas,
televisão, ar condicionado e toalete para os clientes. Possui três recepcionistas disponíveis
para agendamento de consultas e exames solicitados pelo médico veterinário; além de registro
de pacientes.
primeira, porém um pouco menor. Ambos os consultórios não possuem janelas devido às
normas de biossegurança exigidas. (3) Duas salas interligadas de acesso restrito, utilizadas
para o preparo e diluição de quimioterápicos. (4) Sala de administração. (5) Banheiro para
funcionários. (6) Cozinha para funcionários.
Existe ainda uma área externa composta por corredor com bancos (Figura 18), onde os
proprietários podem aguardar para os atendimentos ou resultados de exames, dispondo
também de bebedouros e comedouros para os animais.
gaze, esparadrapo e fita microporosa). Era também responsável pela medicação pré-
quimioterapia, realizando a aspiração do medicamento de ampolas e a aplicação do fármaco.
Em seguida, o médico veterinário realizava o preparo do quimioterápico em sala específica e
de acesso restrito. Após a execução da venóclise periférica por meio de cateter intravenoso,
com auxílio do estagiário para a contenção do paciente, o médico veterinário realizava a
administração do quimioterápico. Para terminar, o descarte dos materiais utilizados era
realizado em local apropriado (Figura 22), respeitando as normas de biossegurança.
Figura 22 - Local designado para o descarte de materiais e resíduos utilizados durante sessão de quimioterapia.
No setor cirúrgico, foi elaborada uma escala alternada pelos estagiários para o
acompanhamento das cirurgias. Na grande maioria dos procedimentos cirúrgicos assistidos, o
estagiário teve a oportunidade de participar, auxiliando e fornecendo todo o suporte
necessário ao(s) cirurgião(ões). Era de responsabilidade do estagiário a preparação do
paciente no centro cirúrgico, realizando a contenção física, tricotomia, posicionamento do
paciente na mesa cirúrgica e realização da assepsia do campo cirúrgico e antissepsia do
paciente, além da organização dos materiais necessários para a cirurgia. Por fim, após o
procedimento cirúrgico, o estagiário permanecia com a equipe de anestesiologia durante o
monitoramento do paciente até sua completa recuperação e encaminhamento para ambulância,
sendo também sua função a realização de curativos e outros cuidados no pós-imediato, além
do armazenamento e identificação de fragmentos para biopsia.
38
3.4.1 Casuística
Tabela 5 - Total de pacientes acompanhados durante o estágio curricular supervisionado, realizado no PROVET,
no período de 08 a 31 de agosto de 2016, distribuídos de acordo com a espécie e o gênero. São Paulo - 2016
ESPÉCIE MACHO FÊMEA TOTAL
Caninos 46 69 115
Felinos 02 07 09
TOTAL 48 76 124
Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).
Sendo assim, em relação à espécie dos animais atendidos, a canina foi a que possuiu
maior ocorrência, com 92,74%. Já em relação ao gênero dos pacientes, aquele que se destacou
foi o atendimento clínico de fêmeas, tanto para a espécie canina quanto para a felina,
possuindo 60% e 77,77%, respectivamente. Deste modo, dos atendimentos totais realizados,
61,29% corresponderam às fêmeas e 39,70% aos machos.
Dos 124 pacientes, foram contabilizadas também as raças dos animais acompanhados,
listadas separadamente de acordo com a espécie, nas Tabelas 6 e 7.
Tabela 6 - Distribuição das raças caninas acompanhadas durante o estágio curricular supervisionado, realizado
no PROVET, no período de 08 a 31 de agosto de 2016. São Paulo - 2016 (continua)
RAÇAS CANINAS TOTAL
American Sttafordshire Terrier 01
Beagle 02
Bernese 03
Bichon Frise 01
Boxer 03
Buldogue Francês 01
Buldogue Inglês 02
Bull Terrier 01
Dachshund 11
Dobermann 01
Dogo Argentino 01
Fox Terrier 01
Golden Retriever 10
Labrador Retriever 08
Lhasa Apso 04
39
(conclusão)
RAÇAS CANINAS TOTAL
Maltês 03
Pastor Alemão 01
Pinscher Miniaturia 02
Poodle 06
Pug 05
Rottweiler 01
Schnauzer 04
Shar Pei 01
Shih Tzu 04
Staffordshire Bull Terrier 01
S.R.D 34
Terrier Escocês 01
Yorkshire Terrier 02
TOTAL 115
Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).
Nota: S.R.D: sem raça definida.
Tabela 7 - Distribuição das raças felinas acompanhadas durante o estágio curricular supervisionado, realizado no
PROVET, no período de 08 a 31 de agosto de 2016. São Paulo - 2016
RAÇAS FELINAS TOTAL
Angorá 01
Persa 02
S.R.D 06
TOTAL 09
Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).
Nota: S.R.D: sem raça definida.
Entre os 115 caninos acompanhados, a grande maioria (34) não apresentava raça
definida (SRD); enquanto que para os demais, as raças de maior destaque foram: Dachshund
(11 cães), Golden Retriever (10 cães), Labrador Retriever (08 cães), Poodle (06 cães) e Pug
(05 cães), além de Lhasa Apso, Schnauzer, e Shih Tzu que obtiveram a mesma ocorrência (04
cães). Já entre os felinos, que no geral apresentaram uma ocorrência bastante inferior (09
pacientes) em relação aos caninos; 06 não possuíam raça definida (SRD), 02 eram Persas e 01
da raça Angorá.
Em relação aos diagnósticos acompanhados na clínica médica, através da Tabela 8 é
possível observar os casos com diagnóstico definitivo, enquanto que na Tabela 9 encontram-
se os casos sem diagnóstico definitivo, devido ao aguardo de resultados de exames
(histopatológico ou citológico). Ambas as tabelas classificam os diagnósticos de acordo com
número de casos e espécie observada. Novamente, é importante salientar que alguns pacientes
apresentavam afecções concomitantes.
40
Tabela 8 - Diagnósticos definitivos estabelecidos nos atendimentos, de acordo com a espécie do paciente,
acompanhados na Clínica Médica Oncológica, durante o estágio curricular supervisionado, realizado no
PROVET, no período de 08 a 31 de agosto de 2016. São Paulo - 2016
DIAGNÓSTICOS DEFINITIVOS CANINOS FELINOS TOTAL
Abcesso 01 - 01
Adenoma sebáceo 01 - 01
Carcinoma de glândula hepatoide 02 01 03
Carcinoma bronquíolo-alveolar 01 - 01
Carcinoma de adrenal 01 - 01
Carcinoma de células de transição 08 - 08
Carcinoma de células escamosas 01 - 01
Carcinoma de saco anal 02 - 02
Carcinoma de tireóide 04 - 04
Carcinoma hepatocelular 02 - 02
Carcinoma inflamatório 01 - 01
Carcinoma mamário 10 02 12
Carcinoma prostático 02 - 02
Feocromocitoma 01 - 01
Hemangiossarcoma esplênico 01 - 01
Hiperplasia nodular esplênica 01 - 01
Hiperplasia prostática benigna 02 - 02
Leucemia linfoide 01 - 01
Leucemia mieloide 01 - 01
Linfoma alimentar - 04 04
Linfoma multicêntrico 16 01 17
Linfoma cutâneo 01 - 01
Lipoma 03 - 03
Mastocitoma cutâneo 23 - 23
Mastocitoma subcutâneo 03 - 03
Melanoma cutâneo 01 - 01
Melanoma de cavidade oral 03 - 03
Melanoma de mucosa nasal 01 - 01
Osteossarcoma 01 - 01
Processo inflamatório – fistula 01 - 01
Sarcoma de tecidos moles 06 - 06
Tumor estromal gastrointestinal - GIST 01 - 01
TOTAL 103 08 111
Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).
Tabela 9 - Diagnósticos não definitivos estabelecidos nos atendimentos, de acordo com a espécie do paciente,
acompanhados na Clínica Médica Oncológica, durante o estágio curricular supervisionado, realizado no
PROVET, no período de 08 a 31 de julho de 2016. São Paulo - 2016 (continua)
DIAGNÓSTICOS NÃO DEFINITIVOS CANINOS FELINOS TOTAL
Nódulo em adrenal 06 - 06
Nódulo em bexiga 01 - 01
Nódulo em cavidade oral 01 - 01
Nódulo em hipófise 01 - 01
Nódulo em mama 01 - 01
Nódulo em membro 02 - 02
Nódulo em orelha 02 01 03
Nódulo em pâncreas 01 - 01
Nódulo em tireóide 01 - 01
Nódulo em testículo 01 - 01
Nódulo em tórax 01 - 01
Nódulo esplênico 06 - 06
Nódulo hepático 07 - 07
41
(conclusão)
DIAGNÓSTICOS NÃO DEFINITIVOS CANINOS FELINOS TOTAL
TOTAL 31 01 32
Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).
Tabela 10 - Procedimentos cirúrgicos acompanhados na Clínica Oncológica Cirurgica, de acordo com a espécie
do paciente, durante o estágio curricular supervisionado, realizado no PROVET, no período de 08 a 31 de julho
de 2016. São Paulo - 2016
PROCEDIMENTOS CANINOS FELINOS TOTAL
Adrenalectomia unilateral 01 - 01
Amputação de membro torácico direito 01 - 01
Eletroquimioterapia 04 - 04
Esplenectomia 03 - 03
Exérese de formação cutânea 04 - 04
Exérese de formação perineal 01 - 01
Exérese de glândula do saco anal direito 01 - 01
Exérese de trombro em V.C 01 - 01
Laparotomia exploratória 01 - 01
Linfadenectomia 03 - 03
Lobectomia hepática 02 - 02
Mastectomia total unilateral 01 01 02
Terapia fotodinâmica 01 - 01
Tireoidectomia 01 - 01
TOTAL 25 01 26
Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).
Nota: VC: veia cava.
42
4. CLINVET 24 HORAS
4.1 INTRODUÇÃO
4.2 HISTÓRICO
A Clinvet foi fundada em agosto do ano de 2003, pela médica veterinária Paola Monte
Alegre Américo, cirurgiã geral especializada em ortopedia. A clínica tem como objetivo
proporcionar atendimento clínico e cirúrgico diferenciado, conquistando um maior espaço no
mercado. Possui uma excelente infraestrutura e profissionais qualificados, possibilitando
atendimentos emergenciais e acompanhamentos de pacientes críticos 24 horas por dia.
A clínica dispõe de diversos serviços como consultas, cirurgia geral, anestesia
inalatória, exames de imagem (ultrassonografia, radiografia, ecodopplercardiografia e
eletrocardigrafia), exames laboratoriais (hemograma, função renal e função hepática),
internação e atendimentos em áreas especializadas.
4.3.1 Estrutura
Quanto à estrutura física, a clínica situa-se em uma ampla casa com mezanino, sendo o
térreo formado por: (1) Uma recepção que dispõe de sala de espera com cadeiras (Figura 23),
balança para pesagem dos animais, televisão, ar condicionado, bebedouro e toalete para
clientes. Também possui uma bancada onde são realizados os registros dos pacientes,
solicitações de exames e agendamento de consultas ou retornos pelas recepcionistas
disponíveis. Junto a isso, está presente também uma pequena farmácia veterinária. (2) Uma
sala de exames (Figura 24) composta por mesa de aço inoxidável para o paciente, e mesa
auxiliar para disposição de aparelhos e materiais necessários, onde são realizados exames de
imagens (ultrassonografia, eletrocardiografia e ecodopplercardiografia) e alguns retornos,
quando necessário. (3) Um consultório principal (Figura 25) com banheiro, disposto de mesa
ampla com computador e cadeiras para veterinário e cliente, onde é realizada a anamnese;
mesa de aço inoxidável para realização de exame físico do paciente, colheita de amostras e
retornos cirúrgicos; geladeira para armazenamento de vacinas; pia para higienização das mãos
e armário com gavetas para armazenar os materiais médicos hospitalares (álcool, água
oxigenada, clorexidine, PVPI, gaze, algodão, termômetro, estetoscópio, otoscópio, além de
materiais para colheita). (4) Um consultório de apoio (Figura 26), de menor tamanho, para os
atendimentos concomitantes aos realizados no consultório principal, formado por mesa com
cadeiras para clínico e proprietário, onde é realizada a anamnese; mesa de aço inoxidável para
45
Figura 28 - Esteira aquática presente no centro de Acupuntura e Fisioterapia Reabilita Animal, situado na
Clinvet.
Figura 29 - Sala de internação da Clinvet, composta por gaiolas de aço inox gradeadas de diferentes tamanhos.
Figura 30 - Sala de internação da Clinvet, composta por gaiolas de aço inox gradeadas de diferentes tamanhos,
vista de outro ângulo.
Figura 32 - Máquina automatizada para realização dos exames laboratoriais (hemograma e função renal e
hepática), situada na Clinvet.
4.4.2 Casuística
Tabela 11 - Total de pacientes acompanhados durante o estágio curricular supervisionado, realizado na Clinvet,
no período de 01 de setembro a 31 de outubro de 2016, distribuídos de acordo com a espécie e o gênero. Santos -
2016
ESPÉCIE MACHO FÊMEA TOTAL
Caninos 52 65 117
Felinos 11 10 21
TOTAL 63 75 138
Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).
Desse modo, entre os pacientes acompanhados, a espécie canina foi a que apresentou a
maior ocorrência clínica, correspondendo a 84,78%. Quanto ao gênero, para a espécie canina,
a maior casuística obtida foi em relação às fêmeas, com 55,55%. Contudo para os felinos, o
gênero de maior destaque foi referente aos machos, com 52,38%. Sendo assim, de todos os
animais acompanhados, 54,34% eram fêmeas e 45,65% eram machos.
Além disso, a seguir, estão descritas as raças dos animais acompanhados, distribuídas
nas Tabelas 12 e 13, de acordo com a espécie.
Tabela 12 - Distribuição das raças caninas acompanhadas durante o estágio curricular supervisionado, realizado
na Clinvet, no período de 01 de setembro a 31 de outubro de 2016. Santos - 2016
RAÇAS CANINAS TOTAL
American Bull Terrier 02
Beagle 01
Bernese 01
Bichon Frisé 01
Border Collie 01
Buldogue Francês 01
Buldogue Inglês 03
Chihuahua 01
Dachshund 10
Dogue Alemão 01
Golden Retriever 02
Labrador Retriever 04
Lhasa Apso 04
Maltês 05
Pastor de Shetland 01
Pitt Bull 04
Poodle 13
Pug 04
Schnauzer 03
Shih Tzu 17
S.R.D 32
West Highland White Terrier 01
Yorkshire Terrier 05
TOTAL 117
Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).
Nota: SRD: sem raça definida.
55
Tabela 13 - Distribuição das raças felinas acompanhadas durante o estágio curricular supervisionado, realizado
na Clinvet, no período de 01 de setembro a 31 de outubro de 2016. Santos - 2016
RAÇAS FELINAS TOTAL
Persa 02
Siamês 01
S.R.D 18
TOTAL 21
Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).
Nota: SRD: sem raça definida.
Assim, entre os pacientes caninos, a maioria (32 cães) não apresentava raça definida
(SRD); ao passo que para os demais, as raças mais observadas foram: Shih tzu (17 cães),
Poodle (13 cães) e Dachshund (10 cães), além das raças, Maltês e Yorkshire Terrier que
obtiveram a mesma quantidade (05 cães). Em relação aos felinos, a grande maioria (18
felinos) também não possuía raça definida (SRD); enquanto que os demais correspondiam às
raças, Persa (02 felinos) e Siamês (01 felino).
Tabela 14 - Casos clínicos acompanhados no setor de Internação, de acordo com a causa do internamento e a
espécie do paciente, durante o estágio curricular supervisionado realizado na realizado na Clinvet, no período de
01 de setembro a 31 de outubro de 2016. Santos - 2016 (continua)
CAUSA DO INTERNAMENTO CANINOS FELINOS TOTAL
Anemia severa 01 - 01
Anorexia - 01 01
Atropelamento - 01 01
Cardiopatia grave 02 - 02
Cetoacidose diabética 01 01 02
Cólica Renal 01 - 01
Convulsão 01 - 01
Diabetes mellitus 02 - 02
Doença inflamatória intestinal - 02 02
Eclampsia 01 - 01
Edema pulmonar 06 01 07
Episódios de vômitos 03 - 03
Gastroenterite 05 - 05
56
(conclusão)
CAUSA DO INTERNAMENTO CANINOS FELINOS TOTAL
Gastroenterite hemorrágica 04 - 04
Gastroenterite medicamentosa 01 - 01
Hematoemese 01 - 01
Hemoparasitose 02 - 02
Hiperadrenocorticismo 03 - 03
Hipoadrenocorticismo 01 - 01
Insuficiência renal crônica 05 05 10
Intoxicação por ivermectina 01 - 01
Intoxicação por maconha 01 - 01
Intoxicação por perimetrina - 02 02
Lipidose hepática - 01 01
Neoplasia em abdômen 01 - 01
Neoplasia em baço 01 - 01
Neoplasia em cavidade oral 01 - 01
Neoplasia em fígado 01 - 01
Pancreatite 03 - 03
Picada de cobra 01 - 01
Piometra 01 - 01
Pós-operatório 33 04 37
Profilaxia oral 04 - 04
Quadro neurológico 03 - 03
Quadro respiratório - 01 01
Sepse 01 - 01
Tríade felina - 01 01
Verminose 01 - 01
TOTAL 93 20 113
Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).
Nota: Tríade felina: colangiohepatite, pancreatite e doença inflamatória intestinal.
Sendo assim, quanto aos motivos que levaram ao internamento dos pacientes, na
espécie canina o mais frequente foi o pós-operatório de cirurgias realizadas na clínica,
totalizando 33 casos. Em segundo lugar, observou-se a ocorrência das gastroenterites,
totalizando 10 casos: 05 gastroenterites simples, 04 gastroenterites hemorrágicas e 01
gastroenterite medicamentosa. Já para a espécie felina, o motivo de maior frequência, foi
insuficiência renal crônica, totalizando 05 casos. Os pós-operatórios cirúrgicos obtiveram o
segundo lugar entre os felinos, com o total de 04 casos. Na Tabela 15 é possível observar
detalhadamente os pós-operatórios cirúrgicos acompanhados na internação, de acordo com a
espécie.
Tabela 15 - Distribuição dos pós-operatórios acompanhados na internação, de acordo com a espécie do paciente,
durante o estágio curricular supervisionado realizado na Clinvet, no período de 01 de setembro a 31 de outubro
de 2016. Santos - 2016 (continua)
PÓS-OPERATÓRIO CANINOS FELINOS TOTAL
P.O de biopsia de bexiga 02 - 02
P.O de cistotomia 02 - 02
P.O de discopatia 01 - 01
P.O de esplenectomia 01 - 01
57
(conclusão)
PÓS-OPERATÓRIO CANINOS FELINOS TOTAL
P.O de fratura de mandíbula 01 - 01
P.O de laparotomia exploratória 01 - 01
P.O de mastectomia 02 - 02
P.O de nodulectomia 03 - 03
P.O de orquiectomia 03 02 05
P.O de OSH eletiva 08 - 08
P.O de remoção de placa 02 01 03
P.O de ressecção de palato mole 01 - 01
P.O de retirada de corpo estranho 02 01 03
P.O de testículo ectópico 01 - 01
P.O de RLCC 02 - 02
P.O de rinoplastia 01 - 01
TOTAL 33 04 37
Fonte: BAIROS, R. F. de. (2016).
Nota: P.O: pós-operatório; OSH: ovariosalpingohisterectomia; RLCC: ruptura do ligamento cruzado cranial.
5.1 INTRODUÇÃO
A região perianal contém variados grupos celulares e glandulares nos quais diferentes
tipos de tumores podem se desenvolver. As neoplasias mais relevantes que acometem essa
área são oriundas de glândulas sebáceas e sudoríparas características da região (DALECK;
DE NARDI; RODIGHERI, 2016).
Estão presentes na pele dos animais, glândulas especializadas que se originam a partir
das glândulas sebáceas ou glândulas sudoríparas apócrinas (BRAGULLA et al., 2004). São
glândulas modificadas muito similares às suas glândulas de origem, podendo diferir, em
alguns casos, devido sua ultraestrutura ou produto de secreção. Entre as principais, estão
presentes na espécie canina, as glândulas perianais, glândulas do saco anal, glândulas anais,
glândulas ceruminosas, glândulas de Meibom e glândulas da cauda (BANKS, 1992; SCOTT;
MILLER; GRIFFIN, 2001). A espécie felina apresenta essas mesmas estruturas, com exceção
das glândulas perianais (GROSS; IHRKE; WALDER, 1992; WILKINSON; HARVEY,
1996).
Dessa forma, as mais frequentes neoplasias de origem sebácea que acometem a região
perianal são provenientes das glândulas perianais e denominadas adenoma sebáceo perianal e
adenocarcinoma sebáceo perianal. Enquanto que as principais neoplasias de origem
sudorípara, que são lesões raras dos anexos cutâneos, ao acometer a região perianal,
desenvolvem-se a partir das glândulas apócrinas localizadas no interior dos sacos anais e são
nomeadas adenoma e adenocarcinoma dos sacos anais (DALECK; DE NARDI;
RODIGHERI, 2016).
para o lúmen dos sacos anais e são responsáveis por originar as neoplasias dessas estruturas
(WITHROW; TUREK, 2007; DALECK; DE NARDI; RODIGHERI, 2016). Essas glândulas
modificadas não possuem relação com as glândulas perianais (BANKS, 1992). Além disso, a
secreção armazenada nos sacos anais é liberada durante a defecação, com a função de
lubrificar a porção final do reto, permitindo a correta eliminação das fezes; ou
voluntariamente, por meio da contração do músculo esfíncter externo do ânus. Normalmente,
esta secreção é bem viscosa, de aspecto amarronzado e com odor fétido característico
(SCOTT; MILLER; GRIFFIN, 1996; BRAGULLA et al. 2004).
Figura 34 – Localização anatômica, em maior aumento, dos sacos anais na espécie canina.
1
Disponível em: <http://coalcreekvet.blogspot.com.br/2012_01_01_archive.html>. Acesso em 05 nov. 2016.
2
Disponível em: <http://dfwvetsurgeons.com/library/anal-sac-adenocarcinoma/>. Acesso em 05 nov. 2016.
62
Uma vez que pacientes com adenocarcinoma dos sacos anais podem apresentar
manifestações clínicas não relacionadas à doença perianal, como por exemplo: poliúria e
polidipsia, devido à hipercalcemia; a avaliação física desses animais é de extrema
importância, necessitando de um exame retal minucioso (WITHROW; TUREK, 2007). A
presença de possível linfadenopatia e a detecção de metástases podem ser asseguradas por
meio da palpação cuidadosa dos sacos anais, que segundo Daleck, De Nardi e Rodigheri
(2016), permite a identificação de nódulos pouco perceptíveis e a determinação da extensão
do tumor.
A avaliação citológica dos tumores diferencia os processos inflamatórios dos
neoplásicos e é obtida por meio de citologia aspirativa com agulha fina (CAAF), auxiliando
no diagnóstico diferencial da neoplasia. Entretanto, a avaliação histopatológica é
65
Figura 36 - Adenocarcinoma de saco anal com pleomorfismo celular e nuclear (anisocariose e nucléolos
proeminentes).
5.1.4.3.4 Tratamento
um trauma ao esfíncter anal ou aos nervos retais caudais (ARONSON, 2012). Entre as
complicações destacadas por Bennett et al. (2002), Bray (2011) e Wouda et al. (2013) estão a
estenose anal devido ao tecido cicatricial, prolapso retal, risco inerente de infecção devido à
localização da ferida cirúrgica e incontinência urinária. Entretanto, estudos recentes apontam
baixas taxas de complicações com a excisão cirúrgica do tumor primário, sendo esse o
tratamento mais indicado (BENNETT et al., 2002; WOUDA et al., 2013; POTANAS;
PADGETT; GAMBLIN, 2015).
Em muitos casos, a cirurgia como única modalidade terapêutica é inadequada para
controlar a doença, ocorrendo altas taxas de recidiva (ROSS; SCAVELLI; PATNAIK, 1991;
BENNETT et al., 2002; EMMS, 2005; ARONSON, 2012; WOUDA et al. 2013). Dessa
maneira, para previnir reincidência local e metastáse, o tratamento pode ser complementado
com terapêuticas adjuvantes, como a quimioterapia antineoplásica e radioterapia (TUREK et
al., 2003; DALECK; DE NARDI; RODIGHERI, 2016).
Existem poucos estudos sobre a ação de agentes citostáticos no tratamento do
adenocarcinoma dos sacos anais em cães e gatos, sendo os agentes quimioterápicos com
maiores níveis de atividade a mitoxantrona, carboplatina, doxorrubicina, cisplatina e
melfalano (BENNETT et al., 2002; TUREK et al. 2003; EMMS, 2005; POLTON;
BREARLEY, 2007; DALECK; DE NARDI; RODIGHERI, 2016) Além disso, Daleck, De
Nardi e Rodigheri (2016) citam outros protocolos relatados na literatura como, a utilização de
actinomicina D, gencitabina e clorambucila. Entretanto, nenhum possui comprovação de
eficácia terapêutica nessa neoplasia.
Além dos quimioterápicos convencionais, o fosfato de toceranib (Palladia®) também
tem sido utilizado para tratar adenocarcinomas de saco anal como terapia complementar,
demonstrando respostas clínicas favoráveis contra tumores sólidos, embora seja necessária a
realização de maiores estudos. (LONDON et al., 2012; DALECK; DE NARDI;
RODIGHERI, 2016).
Pacientes que apresentam manifestações clínicas de hipercalcemia paraneoplásica,
devem receber terapia específica, que consiste na administração de fluidoterapia com solução
de cloreto de sódio (NaCl) 0,9%, com o intuito de promover a calciurese; e para aumentar a
excreção renal, reduzir a absorção intestinal e inibir a reabsorção óssea de cálcio, uma
alternativa é o uso de prednisona oral (1 a 2 mg/kg, a cada 12 h). Porém, o tratamento
definitivo só será alcançado após a remoção do tumor, que deve ser seguida de mensurações
periódicas dos níveis séricos de cálcio (DALECK; DE NARDI; RODIGHERI, 2016).
68
5.1.4.3.5 Prognóstico
5.2 RELATO
Figura 37 - Cão, macho, sem raça definida, de aproximadamente 07 anos de idade com suspeita de
adenocarcinoma de saco anal.
Dessa forma, com a suspeita de adenocarcinoma de saco anal, foi instituído, como
planejamento terapêutico, a remoção cirúrgica do saco anal e quimioterapia adjuvante. Para
isso, foram solicitados exames pré-cirúrgicos a fim de avaliar possíveis riscos cirúrgicos e
anestésicos, incluindo: ecocardiograma e eletrocardiograma (ECG). Também foi requisitado
exame radiográfico de tórax para adequado estadiamento do paciente, porém não foram
encontradas imagens sugestivas de metástases à distância.
O procedimento cirúrgico foi realizado no dia 08 de julho de 2016. Primeiramente, foi
aplicada a medicação pré-anestésica (MPA), utilizando o fármaco Meperidina, na dose de
4mg/kg e administrado por via intramuscular. Após meia hora, o paciente foi levado para o
centro cirúrgico onde, após tricotomia e antissepsia adequada, criou uma via de acesso para
fluidoterapia com Ringer Lactato, realizando a indução anestésica do paciente com Propofol,
por via intravenosa, também na dose de 4 mg/kg. Para a manutenção, fez-se o uso de
anestésico inalatório (Isofluorano) com o animal submetido a intubação. Após isso, foi
realizada a exérese do saco anal esquerdo, por meio da técnica de saculectomia anal, com
retirada de parte do esfíncter anal externo. Durante todo o procedimento cirúrgico o paciente
permaneceu estável e não houve intercorrências. Após o término, foram aplicadas injeções de
Metronidazol, Tramal, Dipirona e Dexametasona e em seguida, o animal foi encaminhado
para a unidade de tratamento intensivo (UTI) para recuperação do pós-cirúrgico.
Na UTI, o paciente permaneceu internado por dois dias (08 e 09 de julho de 2016),
apresentando recuperação tranquila e sem intercorrências. A ferida cirúrgica permaneceu com
aspecto adequado, apenas com vestígios de secreção de exsudato e sem deiscência dos pontos.
O animal apresentou episódios de fezes pastosas no último dia, porém em pouca quantidade.
No momento da alta foi realizada prescrição médica, demonstrada no quadro a seguir (Figura
38).
71
No dia 10 de julho de 2016, o proprietário entrou em contato com a UTI sob queixa de
incontinência fecal e fezes excessivamente pastosas, o que levou a suspensão da Lactulona e
prescrição de Andolba spray após lavagem do local. Na madrugada do mesmo dia, o paciente
foi levado para UTI devido à incontinência fecal ininterrupta. Ao realizar exame físico, a
ferida cirúrgica não apresentava alterações, assim como, não havia deiscência de pontos,
porém a região perianal e perineal apresentavam eritema, além de presença de fezes
amolecidas e diarreicas no local. Dessa forma, foi realizada limpeza com solução fisiológica e
aplicação de pomada Hipoglós no períneo (excluindo a região de pontos cirúrgicos) e foi
estabelecido que o animal permanecesse internado para suporte e limpeza, devido à
incontinência fecal contínua. No dia 12 de julho de 2016 o animal recebeu alta médica, ainda
com quadro de incontinência, porém de menor intensidade.
Conforme agendado anteriormente, o paciente retornou no dia 20 de julho de 2016,
realizando avaliação e limpeza da ferida cirúrgica, seguida da retirada de pontos de sutura
(Figura 39 e Figura 40). O animal ainda apresentava-se incontinente fecal.
72
Figura 39 - Ferida cirúrgica após 12 dias do procedimento cirúrgico de exérese de adenocarcinoma de saco anal.
Figura 40 - Ferida cirúrgica após 12 dias do procedimento cirúrgico de exérese de adenocarcinoma de saco anal,
em maior aumento.
Por fim, no dia 27 de julho de 2016, foi feita nova reavaliação do paciente, que se
apresentava alerta e bem disposto. Foi possível observar que a incontinência fecal estava sob
controle e a área submetida à cirurgia menos eritematosa (Figura 41 e Figura 42).
Figura 41 - Ferida cirúrgica após 19 dias do procedimento cirúrgico de exérese de adenocarcinoma de saco anal.
Figura 42 - Ferida cirúrgica após 19 dias do procedimento cirúrgico de exérese de adenocarcinoma de saco anal,
em maior aumento.
5.3 DISCUSSÃO
O adenocarcinoma dos sacos anais é uma neoplasia maligna de origem epitelial com
maior frequência em cães e maior incidência em pacientes com idade entre 7 a 12 anos.
(GOLDSCHMIDT; HENDRICK, 2002; DALECK; DE NARDI; RODIGHERI, 2016). O caso
relatado refere-se a um animal da espécie canina com sete anos de idade, condizendo com a
afirmativa. Apesar de Daleck, De Nardi e Rodigheri (2016) sugerirem não existir
predisposição sexual estatisticamente significativa nesta neoplasia, o caso descrito corrobora a
afirmativa de Goldschmidt e Hendrick (2002) que mencionam maior ocorrência em machos
castrados, da mesma forma que todos os casos de adenocarcinoma de saco anal
acompanhados pela acadêmica, durante o estágio curricular obrigatório, foram referentes a
machos castrados.
No caso relatado houve concordância em partes com a apresentação clínica do nódulo
de adenocarcinoma de saco anal referida por Daleck, De Nardi e Rodigheri (2016), de que se
manifesta como um nódulo perianal discreto (0,5 a 1 cm de diâmetro) e preferencialmente,
unilateral. O animal em questão possuía uma formação com localização em saco anal
esquerdo, porém relativamente grande (5,57cm x 4,81cm x 5,41cm). Ainda segundo Daleck,
De Nardi e Rodigheri (2016), entre as principais queixas referidas pelos proprietários, está a
ocorrência de disquezia e constipação intestinal; corroborados por Goldschmidt e Hendrick
(2002) que afirmam que a presença dessas manifestações clínicas é ainda mais comum em
pacientes com nódulos grandes o suficiente para atingirem o reto. Entretanto, no caso exposto,
75
o proprietário não referiu a presença dessas manifestações clínicas, mesmo tratando-se de uma
massa consideravelmente grande.
O diagnóstico do adenocarcinoma de saco anal contempla histórico do paciente;
exame físico, dando destaque para a palpação cuidadosa dos sacos anais; citologia aspirativa e
exame histopatológico, esse último como diagnóstico definitivo (DALECK; DE NARDI;
RODIGHERI, 2016). No presente caso, foram adotadas as medidas diagnósticas em
concordância com Daleck, De Nardi e Rodigheri (2016).
A citologia aspirativa do paciente relatado revelou diversas células com núcleo
arredondado, citoplasma pouco delimitado, dispostas em grupos e isoladas, sugerindo origem
epitelial glandular. Estas células apresentavam moderado pleomorfismo, anisocitose e
anisocariose, cromatina nuclear frouxa, nucléolos evidentes e formas binucleadas; achados
esses compatíveis com os descritos por Raskin e Meyer (2003) e Whitrow e Turek (2007). A
citologia por aspiração com agulha fina além de sugerir malignidade nos sacos anais auxilia
na eliminação de possível suspeita em relação à doença infecciosa ou infamatória.
No caso apresentado foram realizados também exames laboratoriais (hemograma,
urinálise, perfil bioquímico sérico e cálcio ionizado) e exames de imagens (ultrassonografia
abdominal e radiografia torácica) que segundo Daleck, De Nardi e Rodigheri (2016), são
imprescindíveis para determinar o estadiamento clínico de uma neoplasia, principalmente para
o estadiamento clínico dos adenocarcinomas dos sacos anais, uma vez que não existe nenhum
esquema proposto para classificação desta neoplasia. Isso ocorre pelo fato de, muitas vezes,
nódulos pequenos já estarem acompanhados por metástases em linfonodos e dessa forma, o
uso da classificação TNM não é adequada. Essa afirmativa de Daleck, De Nardi e Rodigheri
(2016) pode ser confirmada por método comparativo entre os laudos histopatológicos do
animal relatado anteriormente e outro paciente também atendido na Onco Cane Veterinária,
dado que o primeiro (relato de caso) possuía nódulo relativamente grande, medindo 6,0 x 6,0
x 3,5 e sem comprometimento metastático em linfonodos regionais; enquanto que o segundo
animal apresentava nódulo menor, medindo 4,0 x 2,0 x 2,0, porém com comprometimento
metastático de ambos linfonodos sublombares. Desse modo, pode-se observar que não existe
correlação entre o tamanho da formação e seu potencial metastático.
A dosagem de cálcio ionizado ou cálcio total, realizada no caso descrito, é muito
importante devido à possibilidade da ocorrência de hipercalcemia paraneoplásica em cães
com adenocarcinoma de saco anal, descrita por Bennett et al. (2002) e Daleck, De Nardi e
Rodigheri (2016). No paciente acompanhado, foi constatado aumento nos níveis de cálcio
76
5.4 CONCLUSÃO
Neste relato foi possível observar que por meio do exame físico minucioso dos sacos
anais, o tratamento cirúrgico foi a melhor indicação para o paciente. Aliado a isso, o exame
histopatológico, a localização do tumor e o conhecimento do comportamento da doença,
baseado na descrição da literatura, foram importantes na decisão de se instituir terapia
adjuvante com toceranib (Palladia®).
79
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