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CF Roteiro

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amília Oliveira Guimarães

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Um legado com futuro


Por razões distintas, mas sucessivas, ao longo de diversas gerações, a “Casa do Castelo, solar oitocentista fundado,
em 1760, por Manuel Pereira Caldas, e atualmente na posse da família Oliveira Guimarães, descendente desse pri-
meiro instituidor, foi sendo herdada sem partilhas, apresentando-se de forma integral, no espaço da quinta, imóvel
e seu recheio – cumulativamente enriquecido nesses mais de dois séculos – aos nossos dias.
Como atuais proprietários, e sem descendentes, colocou-se-nos a questão essencial do legado de tão relevante patrimó-
nio. Conscientes da sua gestação ligada às terras e às gentes do Espinhal, e do papel de grande valor que pode ter para
o desenvolvimento social e económico e para a dinâmica cultural deste território – e orgulhosos da afetividade que sem-
pre a ele, e a nós, foi dedicada – decidimos levar a efeito o organização de um projeto de reabilitação, musealização e
animação cultural que o colocavam, desde já, ao serviço público da comunidade onde se insere.
Em paralelo, e para que as memórias e os conteúdos históricos e patrimoniais sejam, nesse processo, também eles cui-
dados, iniciámos um processo de inventariação e registo arquivístico do seu recheio, que complemente e dê solidez à
sua adaptação a casa-museu, dotando a freguesia de um espaço evocativo da sua vida coletiva. Este pequeno roteiro ini-
cial é uma primeira peça fruto desse labor. Dentro do mesmo conceito, a reabilitação do imóvel e do circuito de visita
foram concretizados já nessa perspetiva de abertura parcial da Casa ao público visitante, objetivo concretizado em 2019.
Decorrem já, nesses espaços da Casa, inúmeras atividades, sociais e culturais, e também nas novas salas de expo-
sições temporárias e auditório, que vão gradualmente fomentando hábitos de visita a quem se desloca à vila, e de
fruição cultural habitual aos nossos conterrâneos, assim construindo, junto destes, um sentimento de apropriação
no seu usufruto que, de alguma forma, antecipa o efeito da disposição testamentária que coloca nas mãos da fre-
guesia do Espinhal a propriedade da Casa e respetivo recheio.
O cuidado responsável que deverá seguir-se, na sua preservação e gestão, será, acreditamos, o resultado da ideia
de partilha que, no presente, temos, com todo o carinho, incentivado e promovido. Temos a convicção dos seus
sentimentos e que os espinhalenses serão, chegada a sua vez, convictos curadores deste património.

Paula Oliveira Guimarães

Renato Barroso

Retrato de Luís de Oliveira Guimarães


Desenho (meados do séc. XX)
Da autoria de Manuel Santana (n. 1911), este busto desenhado em posição
frontal, mostra um rosto muito pormenorizado, com leve sugestão do fato e
gravata, do escritor Luís de Oliveira Guimarães.

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História
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Origem e razão de ser
da Casa Família Oliveira Guimarães

A Casa Família Oliveira Guimarães é uma casa nobre do século XVIII, na


linha das construções senhoriais setecentistas. Foi também conhecida por
Casa do Castelo, apesar de não se conhecer nenhuma explicação pra essa
designação. A sua construção iniciou-se por volta de 1760 por iniciativa
do desembargador Manuel Pereira Caldas, que faleceu antes de estar con-
cluída deixando elevadas dívidas. O imóvel foi posteriormente adquirido
por Dom Vicente Velasques Sarmento de Alarcão.

Estamos num solar do século XVIII, casa de origem de uma família nobre,
que se estrutura a partir de um longo corpo baixo em que ressaltam duas
características principais: a hierarquização dos pisos — o térreo para servi-
ços, apenas com portas simples, e o primeiro piso para a residência da famí-
lia, por isso chamado andar nobre, rasgado por janelas de sacada; e a mar-
cação do centro da fachada pela inserção do portal encimado pela pedra
de armas, destaque reforçado por uma maior altura da linha do telhado.

A casa foi posteriormente herdada pelos seus dois sobrinhos Vicente e


Francisco Velasques Sarmento de Alarcão, que nunca casaram e morre-
ram, respetivamente, em 1870 e 1869, deixando a casa e propriedades a
dois sobrinhos, casados entre si, Dona Maria Francisca de Alarcão Velas-
ques Sarmento e Dom Luiz de Alarcão Velasquez Sarmento.

Como decorre da árvore genealógica aqui reproduzida, nas últimas cinco


gerações não houve partilhas, o que permitiu reunir um conjunto interes- No brasão na pedra de armas que encima o portal no-
bre reúnem-se quatro apelidos: em cima e à esquerda
sante de mobiliário e objetos decorativos, representativos de diversas épo-
o símbolo dos Alarcões (uma cruz com as terminações
cas e proveniências. em flor de lis); à direita, o dos Velasques (13 besantes ou
bolachas, envoltas por oito aspas ou X); em baixo e à
Os atuais proprietários, não tendo descendência, optaram por abrir a casa
esquerda, o dos Correias (uma rede de tiras entrelaça-
ao público, com o propósito de criar um polo de desenvolvimento cultu-
das) e, finalmente, à direita, o dos Sarmentos (composto
ral na freguesia e uma casa museu a legar à comunidade do Espinhal e de por treze bolachas).
Penela.

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Árvore genealógica
Família Oliveira Guimarães

Dom Dona
Luiz de Alarcão Francisca de Alarcão

Marta da Glória António Alves Oliveira


de Alarcão Vellasques Guimarães
Sarmento

Maria Adelaide Matos Luis de Abreu Alarcão


Sequeira de Oliveira de Oliveira Guimarães
Guimarães

Maria Leonor Loureiro António Luis de Oliveira


Gonçalves de Oliveira Guimarães
Guimarães

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As casas solarengas, de que existem, em Portugal, inúmeros exemplares de


tipologia semelhante, são representativas de uma realidade social ainda mar-
cada pela estratificação existente no Antigo Regime.

A arquitetura destas vastas mansões replica essa hierarquia, tanto quanto o


espaço disponível, os recursos económicos dos proprietários e as tradições
construtivas da região o permitissem.

Durante o percurso de visita que nela foi, agora, organizado, é possível per-
cecionar essa dicotomia, à medida que se percorrem as salas e quartos onde
habitavam os fidalgos e os alojamentos ocupados pelos empregados domés-
ticos, assim como os espaços de apoio à atividade agrícola.

No caso deste solar que se construiu ao longo do século XVIII, também o


conforto da luz solar incide no lado nobre, no alçado virado a sul, fronteiro
à rua (que a sua construção, cremos poder afirmar, igualmente traçou); estes
compartimentos apresentam tetos altos e dimensões generosas. A ala norte,
mais fria e escura, servia de apoio à cozinha de amplas dimensões – onde se
destaca a lareira de escuta, ela igualmente de proporções generosas -, divisão
central da vida azafamada de um solar rural. No entanto, devido à sua bem
calculada orientação – o largo terreno onde se implantou este edifício seria
já propriedade dos primeiros edificadores -, todas as 38 divisões atualmente
existentes possuem luz natural.

A imponente escadaria de dois lanços, de largos degraus de pedra calcária


– que se segue ao saguão coberto que permitiria até a entrada de cavalos ou
de pequenos veículos de tração, como tipoias – conduz-nos à sala de entrada,
onde o requinte do par de bancos de encosto, entre outro mobiliário de
estilo, nos desperta de imediato para a riqueza patrimonial que neste circuito
interior poderemos conhecer.

O longo corredor marca a citada divisão social e funcional da casa. Na


extrema direita do alinhamento principal (a partir da sala de entrada) situa-
-se a sala de jogo, espaço eminentemente masculino e que liga (com portadas

Casa da Quinta do Castelo

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envidraçadas) diretamente para a pérgula que se desenvolve ao longo do terreno adjacente ao solar,
sobranceira à via pública paralela ao imóvel. Inúmero mobiliário de estilo e dois requintados contado-
res acolhem-se junto às paredes, enquanto a grande mesa de bilhar e outras mesas de jogos diversos se
distribuem pelo seu espaço central.

A sala de estar exibe o modo como era obtido o conforto para acolher os donos da casa e os seus con-
vidados, distribuídos por diversos canapés e banquetas de assento, enquanto que soalho e paredes se
revestem de tapete e tapeçarias que mais facilmente retinham o calor liberto pela elegante braseira aí
colocada, tornando a grande sala mais aprazível mesmo durante os húmidos invernos.

Em frente ao pequeno corredor que liga com a cozinha e seus anexos situa-se a casa de jantar, mobi-
lada com mesa central e diversos louceiros. O alto relógio de pendulo destaca-se entre uma miríade
de objetos de loiça, candelabros de prata, caixas de laca chinesa, entre tantos outros materiais, teste-
munhos da passagem do tempo, formando uma coleção enriquecida gradualmente pelos sucessivos
proprietários ao longo de mais de dois séculos.

Na soberba biblioteca, uma parcela do acervo reflete a profissão jurídica da linhagem masculina her-
deira do solar, todos eles juízes (sequência curiosamente invertida na atual herdeira, jurista como sua
mãe, mas desposando um juiz). Contando com 1640 livros, todos eles encadernados, datando o mais
antigo de 1561, e com vários exemplares dos séculos XVII e XVIII, nela se destacam (além das consa-
gradas ao direito) obras de religião, filosofia, história e literatura, portuguesa e estrangeira, principal-
mente francesa, de autores como Dumas, Balzac, Victor Hugo e Ponson du Terrail.

Como era comum nestes vastos domicílios, as damas da casa tinham um espaço seu, mais íntimo e
reservado, onde podiam conversar dos assuntos de organização e cuidado da vida doméstica e dos
filhos, e entreter-se em conversas distendidas por meio de bordados que executavam com a mestria
que exibia a sua requintada educação, expressa nesses louvores. Com mobília de estilo Arte Nova, é
uma pequena saleta de tons rosados, muito acolhedora, onde retratos da linhagem feminina e peque-
nas tapeçarias, entre vários artefactos pessoais, compõe a decoração.

Os quartos, apesar das suas mobílias de estilos, com camas de bilros, armários de boa lavra de mar-
cenaria artística, arcas de pele bem tratada ou cuidadas madeiras, e apesar de alguns possuírem boas
dimensões, são claro indício de que o essencial da vida da casa não passava por eles, quase exclusiva-
mente confinados à primordial função de acolher o descanso noturno.

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O esteio do ritmo diário é a grande cozinha. Ligada à casa e ao seu exterior - e aos corredores «de
retaguarda» que permitia ao pessoal doméstico deslocar-se sem permanentemente atravessar as zonas
mais exclusivas, reservadas aos donos da casa, e também aceder aos seus quartos, uma parte deles
instalados no sobrado sob a vasta cobertura de telha – era nesta divisão que se preparavam as refei-
ções, desde manhã cedo até uma eventual ceia mais tardia, uma azáfama quotidiana em torno dos seus
fogões de lenha, da sua lareira, das fortes mesas de madeira para amanho dos alimentos, das pias de
água corrente onde eram lavados os grandes tachos de cobre e latão e tanta outra loiça (o magnífico
espólio metálico Oitocentista está muito dele em exposição)

Nestas, e noutras divisões, a Casa guarda um conjunto vasto de objetos e de memórias das diversas
gerações que nela viveram, permitindo revisitar o passado e com ele interagir, num circuito de visita
pleno de motivos de interesse.

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Catálogo
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Contador com trempe
Mobiliário (séc. XVII-XVIII)
Móvel contador, para arrumo de documentos e
valores, tem caixa assente em trempe de pernas
e travessas torneadas. Frente de 9 gavetas (seis
apenas na realidade), são todas almofadadas, com
elementos ornamentais em latão. Tampo enriqueci-
do de cimalha saliente.

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Contador da Índia
Mobiliário (séc. XVII)
Móvel contador (dito da Índia), possui tampa vertical,
com diversos corpos de gavetas, preenchidos com amplos
motivos decorativos e lavrados dourados. Apresenta nichos
com figuração e quadros profusamente pintados em estilo
miniaturista.

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Mesa de tampo redondo
Mobiliário (séc. XVIII)
Mesa em pau preto, com coluna central torneada e quatro
pés curvilíneos. O grande destaque desta peça é o tampo
de embutidos, com motivos vegetalistas profusos, em três
bandas e o círculo central decorado com cesto de flores e
ramos, um trabalho notável de marcenaria artística.

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Mesa de pau preto


Mobiliário (séc. XVIII)
Mesa redonda, de tampo liso e com quatro pés de fuste
quadrangular e zona central torneada. Em dois dos topos,
afrontados, possui frontais de gaveta, com lavrados de
voluta ondeada e elementos zoomórficos insculpidos.

Mesa de centro estilo D. João V


Mobiliário (séc. XVIII)
De tampo liso, retangular, recortado e moldurado.
No registo superior, três gavetas (numa face, simula-
das na outra), ornadas com concheados; no inferior,
saial muito recortado com enrolamentos vegetalistas
em estilo rocaille, com concha pronunciada. Assenta
em pernas galbadas, de joalheira desenvolvida, com
motivos vegetalistas.

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Banco de encosto ou espaldar (par)
Mobiliário (séc. XIX)
Bancos com trabalho de talhe volumoso, decoração com enrolamentos vegetalistas, em
torno de grande medalhão central onde se incluem espigas e cachos de uvas, lateralizados
por anjo de corpo inteiro. Ao centro, no cachaço, um querubim. Pernas (oito pés) com
folhagens fartas, com terminação em cabeça de águia. Móvel de aparato, tem uma função
principalmente representativa do estatuto social de uma casa senhorial.

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Cama de bilros
Mobiliário (séc. XVII-XVIII)
Cama com cabeceira de quatro registos: balaústres
torneados no primeiro, com troço espiralado entre
os discos, bolas e bolachas; segue-se barra horizon-
tal entalhada, de enrolamentos e folhagem estilizada
e motivos florais; no terceiro, central e de maior
altura, apresenta a Cruz de Cristo, ladeada por
grandes enrolamentos espiralados; no remate, em
forma triangular, grandes enrolamentos coroados
por 11 bilros. Possui estrado e anteparo constituído
por duas colunas torcidas.

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Cadeira goesa (par)


Mobiliário (séc. XIX?)
Cadeira de braços com assento e espaldar em palhinha, de proporções longas e trabalho
em madeira entalhada profusamente decorada: cobras capelo (nas laterais das costas), cer-
caduras de flores e, na cabeceira, representação central de divindade e templos indianos.
Pés com motivos zoomórficos. Eram produzidas ao longo de toda a costa do Malabar.

Canapé e conjunto de cadeiras de braços D. José


Mobiliário (séc. XVIII)
Mobiliário de conforto da sala da casa, o canapé longo de três
lugares era a peça central do conjunto, acrescido de seis cadeiras
individuais. De braços e pés recurvados e assentos em palhinha,
destaca-se o lavor de marcenaria nos espaldares, composto de
olhais multiformes e, nos maiores, recurvos.

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Arca
Mobiliário (séc. XVIII)
Móvel contentor, retangular, de tampa plana e
com base e cimalha salientes. A parte superior é
a própria arca, por isso as “4 gavetas” dos frisos
superiores são apenas uma simulação; só as duas
do friso inferior são verdadeiras gavetas. Debrua-
das com frisos de “tremidos” (contrastantes), usa
ferragens de latão recortado e vazado.

Papeleira miniatura
Mobiliário (séc. XVIII)
Papeleira em vinhático, corpo de três gavetas de
bojo saliente (a superior de menor dimensão, devi-
do às traves que apoiam o tampo rebatível. Escani-
nhos e segredos de frente recortada. Pés em bola
achatada. Estes exemplares de pequenas dimensões
eram muitas vezes peças de mostruário.

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Baú (Arca do chapéu alto)


Mobiliário (séc. XIX)
Caixa paralelepipédica com tampo
convexo e abas de proteção, revestidos
a couro. A tampa apresenta encaixe
cilíndrico para chapéu, característica que
lhe dá singularidade. Interior forrado em
chita de Alcobaça. Decoração em pregaria
fina perfilada.

Licoreiro
Objeto utilitário (final do séc. XIX)
(medidas máxs.: comp. 60; larg. 32; alt. 40 cm)
Caixa de madeira cujo formato é resultado da
adaptação à função, sendo singela por dentro
( dois compartimentos abertos, destinados, res-
petivamente, a garrafas e copos) é no exterior
de profusos detalhes que ela adquire graciosi-
dade e destaque: orlas
pregueadas com talhas de latão, efeitos decora-
tivos adicionais no mesmo pregueado, e dupla
fechadura com espelhos de elaboradas volutas
a que acresce o formato trapezoide da parte
recuada deste contentor.

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Pote «Batavia Brown»
Porcelana (séc. XVIII, Dinastia Qing, reinado Quianlong
1736-1795)
Pote com tampa, em porcelana chinesa (de exportação),
de fundo chocolate com reservas decoradas com esmaltes
da família rosa com peónias, e folhas verdes dispersas pelo
bojo e tampa. «Batavia Brown» é a designação dada ao
tom do fundo vidrado cor de chocolate, a que se associa o
antigo nome da cidade de Jakarta, que seria o entreposto
da sua viagem em direção à Europa.

Prato (esponsalício) Serviço de chá


Cerâmica artística (1932) Porcelana (1932)
(Diam. 36 cm) Composto de 32 peças, incluindo bule, leiteira e
A aba apresenta, em reservas ovais alternadas, açucareiro, este serviço de porcelana foi encomendado
motivos de aves e imbricados, sobre fundo expressamente para o casamento de Luís Oliveira Gui-
preenchido por rede estreita de linhas cruzadas. marães com Maria Adelaide Matos Sequeira. Apresenta
Ao centro, em paisagem com árvores, encontra-se decoração profusa: os bojos com micro folhas douradas;
uma figura feminina com pássaros na mão. Tem a base e a gola com motivos geométricos, às quais, nas
inscrito na aba o nome Anto (António) da Rocha peças maiores, se sobrepõe ainda uma faixa branca com
(réplica de prato do séc. XVII). Pratos associados outros elementos fitomórficos (a decoração é variável em
às núpcias, este terá tido, originalmente, o seu par, função da morfologia das peças).
celebrando o noivo.

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Candelabros de 5 lumes (par)


Metalurgia artística (séc. XX)
Peças constituídas por base e haste de
cujo nó partem cinco braços, o central
vertical, os restantes serpentinados,
providos de bocais e arandelas. A
base - de forma circular e recortada,
assente sobre quatro pés achatados
e moldurados – apresenta decoração
fitomórfica. Haste em forma de urna,
rematada por bolbo com folhagens.
Arandelas convexas, gomadas; os bo-
cais formam pequenas taças esféricas,
igualmente revestidas em motivos
fitomórficos, rematando em anel liso.

Estojo de faqueiros (com jogo de talheres)


Objetos utilitários (séc. XIX)
Estojos de forma prismática com ondulação frontal e ângulos de aresta viva. O maior é
revestido a veludo vermelho com espigulha dourada delimitando os compartimentos – nos
quais acolhe 53 peças. A caixa tem três pegas de latão dourado, com espelhos ovais. O
mais pequeno, igualmente prismático, é mais singelo, embora também apresente as mesmas
divisões e tipo de tecido de forro. Os estojos testemunham a evolução das regras de etiqueta,
na codificação das regras de servir e comer à mesa, que começou a ser desenvolvida na corte
francesa de Luís XIV, daí difundida através da Europa, da realeza às famílias de maiores
posses.

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Caixa de chá
Objeto utilitário (inícios do séc. XX)
Pequena caixa com tampa lacada, com medalhões decorativos
(e outros motivos) em dourado. As figuras revelam a origem Caixa de chá
oriental (japonesa?) da peça. A tampa apresenta gomos que Objeto utilitário (inícios do séc. XX)
reproduzem a forma ondeada da caixa. No interior apresenta Pequena caixa retangular, de tons principalmente repartidos entre o
um contentor de lata (onde se guardava o chá), riscado a cinzel negro, o carmesim e o dourado, profusamente decorada. As faces
e punceta, com diversos motivos florais e ornamentais. principais apresentam quadros com cenas de género, sendo a da
tampa – com pássaros e elementos vegetalistas – a de maior exube-
rância. No interior, possui um contentor de lata, riscado a cinzel e
punceta, com iguais motivos fitomórficos, no qual se guardava essa
erva aromática.

Tabuleiro de chá
Objeto utilitário (finais do séc. XIX)
Tabuleiro de chá, lavrado e colorido em laca, tem como
motivo decorativo central a cerimónia ritual japonesa do chá.
As figuras estão dispostas num pátio rodeado de espécimes da
flora local. O tabuleiro tem formato retangular, sem linhas direi-
tas, alternando côncavos e convexos suaves, em efeito ondeado,
apresentando friso decorado com motivos fito e zoomórficos
(dedicado este a insetos) em todo o perímetro.

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«Carro de bois»
Escultura (séc. XIX)
Sobre uma base retangular simulando
um terreno, Teixeira Lopes (1837-1918),
que era natural do vale do Douro e,
portanto, teria visto a cena que retratou Camilo Castelo Branco
aqui inúmeras vezes, lavrou (em argila)
Escultura (1948)
dois homens conduzindo um carro de
De autoria de Alípio Brandão (1902-1965),
bois, que puxam uma carreta com uma
pipa de vinho do Porto. O persona- esta peça de madeira entalhada representa a
gem da frente (sem a vara já) tange figura de Camilo Castelo Branco, apresentado
os animais, o outro ajuda ao esforço, frontalmente de pé, envergando casaca pelo
tentando manter a pipa estável. joelho e cartola. A figura apoia-se numa bengala
e usa o monóculo que era característico a este
escritor. O tratamento plástico da figura exibe
traços caricaturais.

Jarro Antropomórfico
Cerâmica artística (final do séc. XIX –
início do séc. XX)
Sobre base circular verde, a figura mas-
culina e barriguda da autoria de Alves
Cunha (1856-1947) apresenta-se de pé,
vestindo traje de cores fortes. A pega
deste contentor de forma humanizada,
colocada nas costas, é formada por
Luís de Oliveira Guimarães
uma longa trança de cabelo. Este tipo
Escultura (meados do séc. XX)
de peça, em cerâmica policromada inte-
De expressão sorridente, mão na cintura
grando o catálogo da chamada «loiça
e com um livro (ou pasta) sob o braço
das Caldas», baseada em personagens
direito, Luís Oliveira Guimarães é apresen-
caricaturais ou castiços, era comum
tado – nesta peça em madeira entalhada
na época.
da autoria de Alípio Brandão (1902-1965) –
frontalmente, de pé, vestindo fato e gravata.

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«Repouso na fuga para o Egipto», pintura
Pintura (óleo sobre tela) (séc. XVIII?)
Sobre o cenário de uma paisagem, com uma
grande árvore marcando um eixo vertical,
acolhe-se um grupo de oito personagens, com
a Virgem em posição de destaque, no centro
da composição, apresentando o Menino ao
colo. S. José posiciona-se ligeiramente por
detrás. A obra recolhe um conjunto de simbo-
logias cromáticas e iconográficas de inúmeras
obras sobre o tema, pintadas por grandes
mestres em séculos anteriores.

Santo António com o Menino Crucifixo de pousar


Escultura (anos 1940) Escultura (séc. XVIII)
Curiosa abordagem Modernista de uma Representação de Cristo morto,
tipologia (usual) tardo medieval de repre- com a cabeça inclinada sobre a
sentação deste taumaturgo, aqui na cena direita. Cendal formado de largas
em que protege o Menino que está assente pregas, preso por cordão duplo
sobre as Escrituras, culto muito relevante atado com nó. Anatomia bem
na devoção popular. Este objeto é uma representada, incluindo os vestígios
réplica de uma peça escultórica elaborada do martírio. A cruz tem motivos
para a Exposição do Mundo Português vegetalistas na sua decoração, e
que se realizou em Lisboa em 1940; a legenda (INRI) em prata. Base de
estilização das suas linhas, mesmo nos pedra negra com incrustações em
elementos iconográficos, inscreve esta peça pedra branca.
nos princípios estéticos deste movimento
cultural e artístico.

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Retrato de Homem
Pintura óleo sobre tela (1821)
Retrato de homem jovem, de
farto bigode, em meio corpo, de
pé e posição frontal. Veste farda
escura, de gola e punhos dourados
e faixa vermelha à cintura. Entre as
condecorações que exibe, contam-se
a Cruz de Malta e a Cruz de Cristo.
Nas costas da tela, tem a data e a
assinatura do seu autor Arcângelo
Foschini (1771 – 1834).

Retrato de Senhora
Pintura óleo sobre tela (finais do séc. XVIII)
Figuração de senhora a meio corpo e posição frontal.
Fundo neutro emoldurado por cortina avermelhada,
a personagem encosta-se a uma mesa, em cujo tampo
se encontram as luvas que agarra com uma das mãos.
Veste traje de época, com adornos indicadores de bom
estatuto social. Segundo a tradição familiar representará
Dª Aldonça de Figueiredo Deus-Dará, integrando a
linha genealógica dos Oliveira Guimarães.

Retrato de Freira
Pintura, óleo sobre tele (séc. XVIII)
Retrato de freira, personagem feminino que integra a linhagem
genealógica da família, e que a tradição coloca como tendo
professado votos no convento do Lorvão. De boa mão, o retrato
mostra a figura nos trajos religiosos da Ordem de Cister (o mos-
teiro tornou-se feminino em 1206); a mão direita aponta para uma
taça com flores, certamente uma referência aos votos de pureza
feitos; o rolo (de pergaminho?) que segura com a mão esquerda
(em cujo pulso está enrolado um rosário, simbolizando a devoção)
poderá ser um elemento simbólico das tradições medievais
copistas de Lorvão.

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Retrato de João Anselmo de Sequeira
Pintura (óleo sobre tela) (séc. XIX)
Tondo ovalado, com moldura de côncavos simples, dourada. Representa, de busto, o
Juiz João Anselmo de Sequeira (Olivença 1795 – Caldas da Rainha 1875), em trajo for-
mal, expressão sóbria, ostentando condecoração régia. As pinceladas, numa técnica que
oscila entre a precisão exigida a um retrato e o difuso do gosto impressionista (suave) já
em uso nesta época, dão grande qualidade plástica a esta figuração, acrescentando ao
valor biográfico da mesma um elemento interessante da evolução da pintura portuguesa.

Óculos de bronze
Objeto utilitário (séc. XIX)
Óculos de bronze que pertenciam
a João Anselmo de Sequeira, sogro
de Adelaide Sequeira (avó de Maria
Adelaide de Matos Sequeira. De muito
pequena dimensão (e sem apoios
salientes para o nariz), o modo arcaico
do seu uso pode ser observado no
retrato deste juiz, que está exposto no
salão desta casa.

Retrato de Maria Adelaide Matos Sequeira de Oliveira Guimarães


Desenho (séc. XX)
Sobre fundo de tons claros, retrato de senhora, sentada, de perna cruzada e mãos juntas
sobre o joelho, numa delas ostentando o anel de safira que também se inclui neste
catálogo (página 33). A beleza e expressão melancólica da retratada foram exemplar-
mente apreendidas pelo artista, Júlio de Sousa (1906 – 1966), criando uma composição
de grande equilíbrio.

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casa familia oliveira guimarães — roteiro

Relógio de bolso
Joalharia (início do séc. XX)
Relógio de bolso, da marca «Longines», montado em caixa dourada, de fundo liso (tampa desapare-
cida). O mostrador, clássico branco com numerais a preto, tem inscrito um segundo cronógrafo, apenas
para os segundos. Botão de corda saliente, montado na argola semiesférica do relógio, na qual está ligada
a corrente para o prender ao vestuário (geralmente, colete com bolso); a corrente apresenta elos muito
elaborados, com haste múltipla e elemento central com nervuras circulares salientes. Todos estes detalhes,
incluindo um 2º mostrador, aumentam o requinte deste objeto que, por estar continuadamente a ser
visto por outros que não o seu proprietário, se constituía numa afirmação quotidiana de estatuto social e
económico.

Cigarreira
Joalharia (início do séc. XX)
Cigarreira lavrada, de caixa de bordos curvos, com fecho de encaixe e batente, sendo a união das duas
peças executada por dobradiça encastrada. A tampa apresenta registos lisos e 7 repuxados/ lavrados,
alternadamente, sendo estes decorados com motivos vegetalistas em banda, ladeados de friso nervurado.
No canto direito, medalhão ovalado com monograma (“S”, “H”).

Bolsa de mão de senhora


Joalharia (início do séc. XX)
Pequena bolsa de senhora, para utilização em ocasiões de cerimónia. É constituída por bolsa de malha
metálica com pendentes, em prata. O fecho, no mesmo material, é constituído por peça dobrada,
formada em arco ligeiramente abatido, de onde a malha é suspensa e no qual se inscreve o fecho de
«dupla esfera». Este elemento é decorado com relevos ovalados enfileirados. A pega é composta de uma
pequena corrente de elos oblongos (alternando curtos com compridos).

Brincos (par, com estojo)


Joalharia (1ª metade do séc. XX)
Brincos de prata e brilhantes, com pingentes fitomórficos, simulando «corola» e folhas no trabalho de
metal. As peças de fixação às orelhas reproduzem a mesma flor. Estes adereços apresentam-se ainda no
seu estojo original (forrado com tecidos ornamentais).

Corta-pavios
Joalharia (finais do séc. XIX)
Base em barcarola (de fundo liso e abas nervuradas, com efeitos fitomórficos, e remate ondeado (integral),
estando assente em quatro pés esferoides. Dentro desta, está colocado o corta-pavios, tesoura ornamental,
de caixa semiesférica ondeada (semicilíndrica), lisa nas laterais. A tesoura tem olhais amplos e as hastes
nervuradas, geminadas com a barcarola. Os pés deste (suposto) objeto utilitário são em “lágrima”.

Anel
Joalharia (década de 1940)
Anel de aro em ouro e prata, com frontal em motivo floral. Nas pétalas, estão incrustados brilhantes e na
“corola” uma safira. Pertenceu originalmente a Maria Adelaide Matos Sequeira de Oliveira Guimarães,
que é representada com ele no dedo anelar no desenho desta coleção que a retrata (ver pág. 32 deste
roteiro).

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casa familia oliveira guimarães — roteiro

Braseira
Metalurgia artística (séc. XIX)
Braseira em metal com panela de forma troncocónica e bordo superior plano e saliente, assente em 3
pernas curvas; tampa de forma semiesférica achatada, com pega no topo. Decorada com elementos
zoomórficos, tem as pernas ligadas por grinaldas. A tampa tem o bojo vazado (para deixar sair o calor),
sendo as incisões verticais intercaladas por losangos vazados, decorados com elementos vegetalistas.

Fogão a lenha
Objeto utilitário (inícios do séc. XX)
Incluído nos inúmeros objetos utilitários resultantes do elevado domínio e uso metalúrgico do ferro
fundido, estes grandes fogões a lenha representaram um grande avanço no «despacho de serviço» das
cozinhas, em particular nas grandes casas de muitos residentes e convivas como esta onde este exemplar
pode ser visto. Além da fornalha embutida (que concentrava o calor, acelerando a preparação de alimen-
tos) possuía depósitos de água numa das laterais, fornecendo-a, a ferver, em permanência, auxiliando por
isso, em muito, na lavagem de apetrechos e loiças.

Lareira «de escuta»


Zona utilitária (da fundação da casa)
Elemento essencial em qualquer casa solarenga, nela, além da preparação de alimentos (repare-se
também no forno “de casa” aberto na parede), se acolhiam, em conversas desfiadas ao longo das noites
mais frias, os empregados domésticos.

Tachos de cozinha
Objetos utilitários (início do séc. XX)
As vastas casas solarengas não podiam dispensar (pelo grande número
de residentes e convidados) conjuntos de grandes tachos, panelas,
alguidares e outros contentores no serviço das suas igualmente impressio-
nantes cozinhas. Nesta, o trem de objetos antigos, em latão e ligas com
cobre é um notável conjunto que testemunha, ainda, esses dias de maior
azáfama.

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Caneta de aparo
Joalharia (início do séc. XX)
Sofisticada caneta de aparo em ouro, seria mais um ob-
jeto ornamental do que de uso diário. Simula as penas
de ave usadas originalmente nesta função. Conserva
ainda o estojo (azul) original.

Objetos utilitários
(inícios do séc. XX)
Cadernos de notas e binóculos “de ópera” – estes
adereços femininos destinavam-se a uso em ocasiões
sociais (espetáculos, bailes, saraus, etc.), sendo por
isso de requintada decoração. Na sua elaboração
eram usadas matérias nobres, como no caso destes,
incluindo marfim, madrepérola, esmaltes coloridos,
cristal de rocha…

Lamparina
Metalurgia artística (finais do séc. XIX)
Esta lamparina de ornamentos elaborados, assento
em base circular, com pendente torcido espiralado
até ao «contentor» do combustível. Este tem a forma
de um grifo, animal mitológico, em curiosa e muito
bem detalhada representação zoomórfica. Por cima,
uma cartela de contornos muito recortados, em técnica
de repuxado, figurando outro destes “animais”. No
topo da coluna (em tubo liso) a argola de suspensão,
composta de dois peixes afrontados (em círculo).

Livro antigo
Impresso (in 8º) (1561)
Frontispício (com ex-libris de temática
mitológica e morfologia classicista, ao
gosto renascentista) do exemplar mais
antigo do notável espólio bibliográfico
recolhido na sala-biblioteca da casa.
Trata-se da «Primeira parte do Prontuá-
rio das Medalhas dos Insignes varões…»,
uma coletânea de laudas biográficas da
autoria de Juan Martin Cordero, escrito
em castelhano, e editado em Lyon
(França) por Guillermo Rouillio.

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