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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ

Referência: autos nº 1234.5678-9

ÁPICE ENGENHARIA LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita sob o


CNPJ nº 33.333.333/3333-33, com endereço na Avenida Dom Manoel, nº 1000, CEP
60060-090, representada por seu Diretor FULANO DE TAL, vem, por meio do seu
advogado OAB/CE XXXXXXX, que a esta subscreve, com endereço onde recebe
intimações e citações, com base no art. 297 e seguintes da Lei nº 13.105/2015 – Código
de Processo Civil (CPC/15), à presença de Vossa Excelência, nos autos nº 1234.5678-9,
de Ação de Indenização por Descumprimento de Obrigação de Fazer Cumulada com
Pedido de Cumprimento de Obrigação de Não Fazer, movida por JÚNIA SANTOS, já
qualificada nos aludidos autos, oferecer recurso de

AGRAVO DE INSTRUMENTO CUMULADO COM LIMINAR DE PEDIDO DE


EFEITO SUSPENSIVO

com base nos artigos 1.015 a 1.020/CPC15, contra decisão proferida pelo Meritíssimo
Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara Cível da Comarca de Fortaleza – CE, nos autos
do processo em epígrafe, proposto por Júnia Santos, requerendo seja este recurso
devidamente admitido e processado e, ao final, julgado procedente, pelos motivos e
fundamentos seguintes.

Fortaleza, em 17 de outubro de 2018.


Advogado OAB/CE XXXXXXX.

EMINENTE RELATOR DESSA COLENDA TURMA


I – BREVE RESUMO DOS FATOS E DA DECISÃO AGRAVADA
A parte ré vendeu uma unidade do empreendimento residencial Belo Lar,
situado na capital cearense, na Avenida Monsenhor Tabosa, nº 900, centro, em 20 de
dezembro de 2013, tendo as obras sido concluídas em maio de 2014, razão pela qual as
chaves do apartamento foram entregues à autora em 10 de julho do mesmo ano, na data
ajustada na escritura pública assinada pelas partes.
Entretanto, ao receber o apartamento, a autora comunicou divergência entre o
acabamento realizado e o informado por panfleto de propaganda divulgada pela Ápice
Engenharia Ltda.
Outrossim, a vaga de garagem localizada ao lado da garagem da autora, segundo
esta, foi vendida pela construtora para pessoa não possuidora de unidade no
condomínio.
No entanto, o acabamento ao qual a autora se refere foi descrito em panfleto de
propaganda, contendo imagens meramente ilustrativas, sendo um dos muitos tipos de
acabamento que a parte ré oferece.
Além disso, a parte ré declarou que o contrato de compra e venda previa que a
autora também compraria uma loja do edifício no prazo de até 10 anos, período pelo
qual a construtora se comprometeu a alugá-la à parte ré e não aliená-la a terceiros.
Todavia, a autora não efetuou o pagamento do aluguel nos últimos 4 anos.
Por fim, embora a Convenção do Condomínio não previsse, inicial e
expressamente, a possibilidade de venda de unidade de garagem a pessoa não
proprietária de unidade no condomínio, passou a prever essa possibilidade quando da
alteração da referida Convenção, o que pode ser confirmado pelo síndico do
condomínio, Sr. ADEMAR SILVEIRA, razão pela qual a parte ré solicitou ao juízo a
intervenção de terceiros na lide. Entretanto, o douto magistrado proferiu decisão
interlocutória negando o pedido para que o síndico se manifestasse no processo, o que
não deve prosperar pelos motivos que se demonstra.

II – DA REALIDADE DOS FATOS


A Convenção de condomínio foi alterada pelos condôminos e, com isso, restou
configurada a possibilidade de venda e locação de vagas a terceiros, estranhos ao
condomínio, o que poderia ser confirmado pelo síndico do prédio, Sr. ADEMAR
SILVEIRA, que acompanhou a alteração da referida Convenção, para que passasse a
constar a permissão para venda de vagas de garagem a terceiros não condôminos. Além
disso, o Sr. ADEMAR SILVEIRA realizou a venda de uma de suas vagas a alguém não
condômino.

III – DO CABIMENTO DO PRESENTE AGRAVO DE INSTRUMENTO


O recurso em questão é expressamente previsto no art. 1.015, IX, CPC/15, que
permite sua propositura diante de decisões que admitem ou inadmitem interferências de
terceiros, devendo ser processado e imediatamente julgado, conforme destaca a
doutrina:
“A admissão ou inadmissão de uma intervenção de terceiros,
quando feita por juiz em decisão interlocutória, enseja agravo
de instrumento sendo questão que há de ser submetida desde
logo a revisão do tribunal, não sendo útil, nem razoável deixar
uma eventual impugnação para a apelação, quando já
ultimados todos os atos processuais com ou sem a presença do
terceiro.”
(JUNIOR, Fredie Didier e CUNHA, Leonardo Carneiro da, in
Curso de Direito Processual Civil: Meios de Impugnação às
Decisões Judiciais e Processos nos Tribunais. 13ª Ed. Salvador.
Editora Juspodivm, 2016)
Assim, considerando a manifesta demonstração do cabimento, bem como sua
legitimidade e interesse recursal do agravante, requer o provimento do presente Meio de
Impugnação.

IV – DA TEMPESTIVIDADE DO AGRAVO DE INSTRUMENTO


O presente recurso é tempestivo, devendo desde já seguir seu regular curso, visto
que a decisão ora agravada foi proferida em 10/10/2018. Portanto, o recurso foi
interposto dentro do prazo legalmente estipulado (grifo nosso):
Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso conta-se da
data em que os advogados, a sociedade de advogados, a
Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério
Público são intimados da decisão.
§ 1º Os sujeitos previstos no caput considerar-se-ão intimados
em audiência quando nesta for proferida a decisão.
§ 5º Excetuados os embargos de declaração, o prazo para
interpor os recursos e para responder-lhes é de 15 (quinze)
dias.
Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou
pelo juiz, computar-se-ão somente os dias úteis.

V – DA NECESSÁRIA ADMISSÃO DA INTERVENÇÃO DE TERCEIROS


A Intervenção de Terceiros vem claramente tipificada no art. 119, CPC/15:
“Pendendo causa entre 2 (duas) ou mais pessoas, o terceiro
juridicamente interessado em que a sentença seja favorável a
uma delas poderá intervir no processo para assisti-la.
Parágrafo único. A assistência será admitida em qualquer
procedimento e em todos os graus de jurisdição, recebendo o
assistente o processo no estado em que se encontre.”.
Como se percebe pela análise dos autos, é imprescindível a presença do Sr.
ADEMAR SILVEIRA, visto que ele pode tanto ajudar na elucidação da questão, quanto
testemunhar em favor próprio ou a favor da parte ré, já que igualmente vendeu uma
unidade de vaga na garagem.
Por ser oportuno, alude-se ao previsto no art. 120, do mesmo diploma legal:
Art. 120. Não havendo impugnação no prazo de 15 (quinze)
dias, o pedido do assistente será deferido, salvo se for caso de
rejeição liminar.
Parágrafo único. Se qualquer parte alegar que falta ao
requerente interesse jurídico para intervir, o juiz decidirá o
incidente, sem suspensão do processo.
Assim sendo, a menos que haja alegação de falta de interesse do terceiro
interveniente no processo, mostra-se a imprescindível necessidade da sua presença.

VI – DAS RAZÕES DE DIREITO


Conforme dispõe o art. 1331, § 1°, da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 –
Código Civil de 2002 (CC/02), é possível a autorização de vendas de vagas de garagem
a terceiros não condôminos, desde que haja expressa permissão na convenção de
condomínio:
“Pode haver, em edificações, partes que são propriedade
exclusiva, e partes que são propriedade comum dos
condôminos.
§ 1º As partes suscetíveis de utilização independente, tais como
apartamentos, escritórios, salas, lojas e sobrelojas, com as
respectivas frações ideais no solo e nas outras partes comuns,
sujeitam-se a propriedade exclusiva, podendo ser alienadas e
gravadas livremente por seus proprietários, exceto os abrigos
para veículos, que não poderão ser alienados ou alugados a
pessoas estranhas ao condomínio, salvo autorização expressa
na convenção de condomínio.”.

V – DOS PEDIDOS
Em face do exposto, vem a parte ré por meio do seu procurador, requerer,
respeitosamente:
I. seja o presente Agravo de Instrumento recebido nos efeitos ativo e suspensivo,
sustando-se liminarmente a eficácia da decisão agravada até julgamento final
do presente recurso, oficiando-se o juízo a quo da suspensão;
II. a intimação do agravado para se manifestar querendo;
III. a reforma da decisão agravada, para fins que seja admitida a intervenção de
terceiro pelo agravante no processo.

Nestes termos, pede deferimento.


Fortaleza, em 17 de outubro de 2018.
Advogado OAB/CE XXXXXXX.

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