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RESUMO
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Artigo para a disciplina de Português 2.
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Acadêmico do segundo período do curso de Letras Libras Licenciatura da Universidade Federal de
Goiás. Trabalho com nota parcial da disciplina Português 2.
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Considerações iniciais
A Língua Brasileira de Sinais (Libras) é a língua materna dos surdos, e sua
principal forma de comunicação. Entretanto, são poucas as pessoas ouvintes que
conseguem fazer a leitura dos sinais, ficando, na maioria das vezes, a comunicação do
surdo restrita apenas aos familiares, alguns professores e interpretes. Essa é uma
constatação preocupante, uma vez que, para que haja a interação surdo/ouvinte, é
necessário que ambos entendam a linguagem utilizada. Isso mostra que a comunicação,
de fato, entre surdo e ouvinte só é possível quando ambos entendem uma mesma
linguagem, e para o surdo é importante que ele seja compreendido em sua língua
materna. Isso sugere que também os alunos ouvintes saibam se comunicar na língua de
sinais
A Constituição Federal (BRASIL, 1988), dispõe que o ensino será ministrado
com base em princípios da igualdade, o que significa incluir todos os cidadãos e
oferecer atendimento diferenciado aos que tem necessidades educativas especiais
(SABERES e PRÁTICAS, 2006).
É também evidenciado na Lei Federal nº 9.394, de 20 de Dezembro de 1996 –
Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), que destaca o direito da pessoa com
necessidades educativas especiais a serem incluídas no ensino regular da educação
pública, adaptada à necessidade educacional específica de cada aluno (BRASIL, 1998).
Isso significa que, assim como os demais alunos com necessidades educativas
especiais, ao surdo devem ser oferecidos meios para efetivar sua comunicação,
desenvolver sua aprendizagem, compreender o mundo, interagir com outras pessoas e
ser independente para realizar suas atividades, inclusive, inserido no mercado de
trabalho. Isso requer que sua linguagem seja compreendida, mesmo sem ajuda de um
intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras).
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(2015) salienta essa ideia reafirmando os benefícios gerados por uma educação bilíngue
já nos primeiros anos de vida
Sendo assim, podemos concluir que o bilinguismo (num sentido restrito) é uma
metodologia de ensino que propõe ao individuo acesso a duas línguas. Alguns
estudiosos desta área apontam para essa proposta como a mais adequada para o ensino
de crianças surdas, visto que considera a Língua de Sinais como língua natural e o
caminho natural para aprendizagem da língua escrita. No conceito bilíngue, a proposta é
que o surdo se comunique fluentemente na Língua de Sinais e na língua oficial de seu
país e que a surdez não interfira no desenvolvimento cognitivo, motor e afetivo.
Em tal contexto, é necessário relatar que em 2002 foi sancionada a lei que
instituída a Libras como a segunda língua oficial do Brasil. Estabelecendo também, que
a pessoa surda deve adquirir primeiramente a sua língua materna, a Libras, e
posteriormente a língua portuguesa. Desta forma, a língua assume um contexto claro de
importância, como é expresso por Rodrigues e Meireles
As línguas são o principal elemento de constituição de um povo, sua
identidade e cultura. E quando existe uma barreira linguística, precisamos
considerar que existem sérios impedimentos na constituição do ser humano
enquanto ser social. Então, no caso da educação de surdos, o grande desafio
imposto à proposta de inclusão é encontrar caminhos que possibilitem romper
a barreira linguística entre alunos surdos e ouvintes. (2017 p.169)
importância e efetivação do ensino da Libras como segunda língua para ouvintes, visto
que tal proposta também se caracteriza como uma proposta bilíngue,
Considerações finais
A Declaração Universal dos Direitos Humanos (UNICEF, 2017), em seu Art. 26
explicita que “[...] toda a pessoa tem direito a educação. A educação deve ser gratuita,
pelo menos a correspondente ao ensino elementar fundamental” e o Art.22 do Decreto
5.626 incisos I e II (BRASIL, 2000), faz referência à inclusão do aluno surdo
estabelecendo que as escolas devem ofertar educação bilíngue. Ou seja, que os
professores que atendem a demanda escolar saibam a Língua Portuguesa em sincronia
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com a Libras, assim como, deve garantir a presença de interpretes e tradutores que
auxiliarão no processo de ensino.
Entretanto, verificou-se que a educação bilíngue ainda está longe de ser
cumprida com efetividade, visto que vem sendo implantada de modo lento, parcial e
ignorada pela maioria da população. Essa constatação é verificada nas barreiras
enfrentadas, tanto pelo surdo, quanto pelo o ouvinte que convive com ele, uma vez que
o acesso a Libras (quando acontece) não é abrangente e fica restrito aos surdos, aos
interpretes e alguns poucos cidadãos que se interessam pela aprendizagem da língua.
Embora seja oficialmente a sua língua natural, muitos surdos, ainda não tem
acesso a ela. A grande maioria aprende a se comunicar com os ouvintes do ambiente
familiar com uma linguagem própria, o que acaba interferindo no gestual correto da
Libras. Constatou-se que a educação bilíngue do surdo é complexa, com a agravante de
que poucos ouvintes conseguem se comunicar com ele em sua língua materna. Essa
realidade mostra que, assim como há obrigatoriedade do ensino de uma Língua
Estrangeira, essa regra deveria ser estendida ao ensino da Libras para ouvintes, já no
início da escolaridade. Visto que, segundo o senso do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) pessoas com grau de surdez atinge 1,1% da população brasileira,
Cerca de 0,9% dos brasileiros ficaram surdos em decorrência de alguma doença ou
acidente e 0,2% nascem surdos. Desse total, 21% têm grau intenso ou muito intenso de
limitações, o que compromete atividades habituais (VILELLA, 2017).
Esses números são indicativos que ressaltam a necessidade da Libras como
disciplina curricular obrigatória em escolas, pois só ela tem a capacidade de unir surdo e
ouvinte. Porém, ela deve vir acompanhada de atividades interessantes que motivem os
alunos ouvintes a praticá-las, pois assim, vão entendê-la e usá-la nas situações que
exigem a comunicação gestual. Para isso, é necessário também reiterar a importância
de pesquisas acadêmicas que proporcionarão o desenvolvimento dessas metodologias e
dos profissionais da área.
Referências
VILELLA, Flávia. IBGE: 6,2% da população têm algum tipo de deficiência. Agencia
Brasil. Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2015- 08/ibge-62-
da-populacao-tem-algum-tipo-de-deficiencia. Acesso em 02 de Dezembro de 2019