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Definição
Após considerarmos estes aspectos, podemos apropriar-nos da definição que a
Igreja faz da liturgia:
“Liturgia é uma ação sagrada, através da qual, com ritos, na Igreja e pela Igreja, se
exerce e prolonga a obra sacerdotal de Cristo, que tem por objetivos a santificação dos
homens e a glorificação de Deus” (SC 7).
Em outras palavras, a liturgia é a continuidade do plano de salvação do Pai, através
da presença mística de Cristo nos sacramentos, que são administrados e perpetuados
pela Igreja. Note-se, à Igreja cabe a missão de continuar a obra de Cristo, que se dá,
sobretudo, através da liturgia. Sem liturgia, não há Igreja e sem Igreja não há liturgia. E
sem liturgia não há continuidade no mistério da salvação da humanidade.
Mesmo com todo o empenho dos liturgistas brasileiros, muitos desafios continuam
nos convidando a não descuidarmos da liturgia, continuam lembrando que a
implantação da reforma entre nós permanece em aberto, interpelando nossa coragem,
nosso esforço, nosso estudo, formação, ação, dedicação, etc... Entre alguns desafios,
destaco:
- A participação ativa do povo (parece que só o Padre participa da celebração);
- A formação Litúrgica de modo geral (a maioria dos fiéis desconhece os ritos,
os símbolos, etc...);
- A linguagem Litúrgica, desconhecida pelos fiéis;
- O Canto e a música litúrgica (muitas vezes a Missa acaba sendo um show,
com baterias, etc.., menos a celebração do mistério);
- A Adaptação da liturgia às culturas, aos lugares e às pessoas (creio ser o
maior desafio com relação à inculturação);
Não é de surpreender que numa época como a nossa, que intervém ativamente na
realidade cotidiana e submete esta realidade ao pensamento científico e à perícia
tecnológica, seja particularmente difícil uma atitude litúrgica. A dimensão
"contemplativa" da pessoa humana hoje não é mais evidente, nessas condições; o cerne
da liturgia é ainda menos evidente. A participação ativa deve, pois, ser recolocada nessa
atitude "contemplativa" e ter, por conseguinte suas características específicas. Ao se
tratar de liturgia, é necessário ater-se á seguinte regra: primeiro a experiência, primeiro
"viver" a liturgia, e em seguida refletir e explicar. Os olhos do coração devem abrir-se
antes dos olhos do intelecto porque só se entende de fato a liturgia com a inteligência
do coração. Tudo isso tem consequências para as equipes de liturgia. Os que querem
atuar sobre a liturgia, deverão primeiro escutar o tema com atenção e participar da
celebração da liturgia em seu estado atual. Sem isso, toda meta litúrgica nada mais será
do que "expressão de si próprio" em vez de modelar uma entidade já constituída, que
mergulha as raízes na tradição litúrgica do Antigo e do Novo Testamento e na Tradição
viva da Igreja.
O liturgista digno deste nome começa por escutar, meditar, rezar e interiorizar. Só
depois pode "modular”. Aqui está a mística da verdadeira reforma litúrgica como a
sonhou o Concílio Vaticano II.
Para uma profunda consciência de liturgia, numa visão geral e num aprendizado
sério, assimilando o ensinamento tradicional da Igreja sobre o mistério litúrgico,
devemos inicialmente dizer que a norma da oração é a norma da fé, ou seja, aquilo que
rezamos é aquilo que cremos. Daí o adágio litúrgico: “Lex orandi, lex credendi”.
Portanto, não rezamos e cantamos na liturgia, mas rezamos e cantamos a liturgia. Este
princípio fundamental está a exigir profunda mudança na nossa pastoral litúrgica, em
sentido amplo, o que, às vezes, não tem sido objeto de reflexão.
A palavra liturgia (do grego “laos”, que significa povo, e “ergon”, que significa
obra, trabalho,) é algo que se faz. Etimologicamente, e em sentido primitivo, liturgia
significa, pois, serviço do povo, e no vocabulário teológico da Igreja, mesmo com as
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA
“Em obediência à vossa palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5b)
HIERÁRQUICA: Quando se diz que a liturgia é hierárquica, diz-se que ela se identifica
com a natureza da Igreja. Portanto, é exercida em graus diversos, mas na unidade da
assembleia celebrante. Na hierarquia, tanto da Igreja como da liturgia, tudo é serviço
que se presta ao povo de Deus e a Deus. A dimensão hierárquica da liturgia é, pois, de
longo alcance: diz respeito ao tempo litúrgico, às próprias celebrações, aos ritos, aos
cantos etc.
ANO LITÚRGICO
Nos inícios da Igreja, todo Domingo era dia de Páscoa. Os cristãos se reuniam
para celebrar a ressurreição de Jesus. Aos poucos, os cristãos foram percebendo que o
Mistério Pascal de Jesus está presente no mistério da vida de todos os dias. Cristo
continua nascendo, vivendo, morrendo e ressuscitando na vida da Igreja. Não era mais
possível recordar tudo isso num só Domingo. Foi por isso que surgiu o que hoje
conhecemos por ANO LITÚRGICO.
A Igreja percebeu que era melhor celebrar os mistérios da vida de Cristo ao longo
do ano. Este ano não coincide com o ano civil, que começa no dia primeiro de janeiro e
termina em trinta e um de dezembro.
O ano litúrgico começa no advento, passa pelo Natal e pela Epifania, continua na
Quaresma, Semana Santa e Páscoa, atravessa a Ascensão e Pentecostes e termina com o
tempo comum, na festa de Cristo Rei. Ao longo deste ano são recordados os principais
fatos e ensinamentos da vida de Cristo.
A equipe de Liturgia precisa estar muito atenta ao Ano Litúrgico. Cada época
tem a sua mensagem própria. Os comentários, cartazes e canções precisam estar em
sintonia com esta mensagem.
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
04 - O Ano Litúrgico tem como coração o Mistério Pascal de Cristo, centro vital de
todo o seu organismo. Nele palpitam as pulsações do coração de Cristo, enchendo da
vitalidade de Deus o corpo da Igreja e a vida dos cristãos.
07 - O Ano Litúrgico não deve, porém, ser visto como um concorrente do ano civil,
porque, mesmo este, é um dom do Criador. Deus, inserindo-se no tempo, através de
Cristo, pela Encarnação, santificou ainda mais o tempo. Por isso, todo o tempo se torna
também tempo de salvação.
08 - O Ano Litúrgico tem no círculo a sua simbologia mais expressiva, pois o círculo
é imagem do eterno, do infinito. Notamos isso, olhando uma circunferência. Ela não
tem começo nem fim, pois, nela, o fim é um retorno ao começo. Não, porém, um retorno
exaustivo, rotineiro, mas verdadeiramente um começo sempre novo, de vitalidade
essencial.
09 - O círculo é, pois, imagem da vida eterna, e a vida eterna, como sabemos, não
clama por progresso, visto não existir na eternidade carência, de forma alguma. A vida
eterna - podemos afirmar - permanece em constante plenitude.
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA
“Em obediência à vossa palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5b)
10 - Cada ano litúrgico, que celebramos e vivemos, deve ser um degrau que subimos
rumo à eternidade do Pai. Em outras palavras, deve ser um crescendo cada vez mais
vivo rumo à pátria celeste. Celebrar o Ano Litúrgico é como subir a montanha de Deus,
não de maneira esportiva, como alpinista, mas como peregrino do Reino, onde, a cada
subida, sente-se mais perto de Deus.
11 - Como se sabe, o ano civil está inteiramente identificado com o ciclo solar, regendo-
se pelos ditames das quatro estações, mas marcado também pelo movimento lunar,
onde se contam as semanas. Ano, mês e dia, como frações do tempo, aqui se
harmonizam, no desenvolvimento da vida humana.
14 - Nota explicativa: A Igreja, hoje, celebra a Páscoa não no dia quatorze do mês de
Nisã, isto é, na data da páscoa judaica, como celebravam os cristãos da Ásia Menor
e da Síria, mas no domingo seguinte, acabando assim com a controvérsia pascal do
século segundo, por determinação do Concílio de Nicéia.
15 - Para a celebração do Natal, a evolução litúrgica vai escolher outro núcleo do ano.
Este outro momento é o solstício de inverno, o "dies natalis solis invictus", ou seja, o
"dia de nascimento do sol invicto". Isto também no Hemisfério Norte, pois, no
Hemisfério Sul, nós nos encontramos em pleno verão. Neste tempo, os dias começam a
crescer, e o sol, parecendo exausto e exangue, depois de uma longa marcha anual,
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA
“Em obediência à vossa palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5b)
renasce vivo e surpreendente. É neste contexto, do "Sol Invicto", solsticial, que vai
aparecer na face da Terra "o verdadeiro Sol Nascente" (Cf. Lc 1,78), isto é, Cristo Jesus
Nosso Senhor. Também a antífona da Liturgia das Horas, do dia 24 de dezembro,
inspirando-se no Sl 19,5-6, na sua realidade cósmico-histórico-salvífica, vai cantar
belamente: "Quando o sol sair, vereis o Rei dos reis que vem do Pai, como o esposo sai
da sua câmara nupcial".
16 - Diferente do ano civil, mas, como foi dito, não contrário a ele, o Ano Litúrgico não
tem data fixa de início e de término. Sempre se inicia no primeiro Domingo do
Advento, encerrando-se no sábado da 34ª semana do Tempo Comum, antes das
vésperas do domingo, após a Solenidade de Cristo Rei do Universo. Esta última
solenidade do Ano Litúrgico marca e simboliza a realeza absoluta de Cristo no fim
dos tempos. Daí sua celebração no fim do Ano Litúrgico, lembrando, porém, que a
principal celebração litúrgica da realeza de Cristo se dá, sobretudo no Domingo da
Paixão e de Ramos.
17 - Mesmo sem uma data fixa de início, qualquer pessoa pode saber quando vai ter
início o Ano Litúrgico, pois ele se inicia sempre no domingo mais próximo de 30 de
novembro. Na prática, o domingo que cai entre os dias 27 de novembro e 3 de
dezembro. A data de 30 de novembro é colocada também como referencial, porque
nela a Igreja celebra a festa de Santo André, apóstolo, irmão de São Pedro, e Santo
André foi, ao que tudo indica, um dos primeiros discípulos a seguir Cristo (Cf. Jo
1,40).
18 - Tendo como centro o Mistério Pascal de Cristo, todo o Ano Litúrgico é dinamismo
de salvação, onde a redenção operada por Deus, através de Jesus Cristo, no Espírito
Santo, deve ser viva realidade em nossas vidas, pois o Ano Litúrgico nos propicia uma
experiência mais viva do amor de Deus, enquanto nos mergulha no mistério de Cristo
e de seu amor sem limites.
19 - O Concílio Vaticano II (SC nº 6), fiel à tradição cristã e apostólica, afirma que o
domingo, "Dia do Senhor", é o fundamento do Ano Litúrgico, pois nele a Igreja celebra
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA
“Em obediência à vossa palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5b)
o mistério central de nossa fé, na páscoa semanal que, devido à tradição apostólica, se
celebra a cada oitavo dia.
25 - Mais adiante estudaremos cada parte do Ano Litúrgico, com sua expressividade
própria, suas celebrações, sua dinâmica e seu mistério.
27 - Como a liturgia é ação simbólica, também as cores nela exercem um papel de vital
importância, respeitada a cultura de nosso povo, os costumes e a tradição. Assim, é
conveniente que se dê aqui a cor dos tempos litúrgicos e das festas. A cor diz respeito
aos paramentos do celebrante, à toalha do altar e do ambão e a outros símbolos
litúrgicos da celebração. Pode-se, pois, assim descrevê-la:
Cor verde - Usa-se: Em todo o Tempo Comum, exceto nas festas do Senhor nele
celebradas, quando a cor litúrgica é o branco.
28 - Como se vê pelo gráfico, e como já foi referido neste trabalho, o Ano Litúrgico
se divide em dois grandes ciclos: Natal e Páscoa. Entre eles situa-se o Tempo Comum,
não os separando, mas os unindo, na unidade pascal e litúrgica.
29 - Em cada ciclo há três momentos, de grande importância para a compreensão
mais exata da liturgia. São eles: um, de preparação para a festa principal; outro, de
celebração solene, constituindo assim o seu centro; e outro ainda, de prolongamento da
festa celebrada.
Solenidade
Festa
Memória
As "memórias" não são celebradas nos chamados tempos privilegiados, a não ser
como facultativas, e dentro das normas litúrgicas para a missa e Liturgia das Horas,
conforme já se falou neste trabalho. Quando caem em domingo, são também omitidas,
repetindo-se aqui o que já foi explanado.
cidade, titular de uma catedral, como também quando for titular, fundador ou
padroeiro principal de uma Ordem ou Congregação. Também a "festa" pode tornar-se
"solenidade" nas circunstâncias litúrgicas aqui descritas, estendendo-se esse
entendimento às celebrações de aniversário de dedicação ou consagração de igrejas.
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA
“Em obediência à vossa palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5b)
PASTORAL LITÚRGICA
EQUIPE DE CELEBRAÇÃO
EQUIPE DE LITURGIA
Este grupo é diferente. Ele não está encarregado de nenhuma celebração específica.
É formado por membros das diversas equipes de celebração de uma Paróquia. Reúne-
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA
“Em obediência à vossa palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5b)
A equipe de Pastoral litúrgica não precisa ser muito grande. Seu coordenador geral
normalmente o Pároco ou um seu cooperador. Deverá ter um coordenador que tenha
uma boa formação litúrgica e alguém que entenda de canto litúrgico. Se houver alguém
que domine um instrumento musical é muito bom.
MANUAL PARA EQUIPES DE LITURGIA
01 - As Equipes de Liturgia são formadas para o exercício dos ministérios
particulares, próprios dos cristãos leigos, dado o sacerdócio batismal destes, conhecido
como sacerdócio comum dos fiéis. Exercidos nas celebrações litúrgicas, em profunda
união e comunhão com o sacerdócio ministerial ordenado, não são, pois, os ministérios
leigos como que uma ajuda material aos sacerdotes, mas sim participação mais plena
no mistério da Liturgia, sendo então, ao mesmo tempo, direito e dever de todos os
cristãos, como batizados.
a) - Funções do acólito
patena, a pala, as ambulas com hóstias para a consagração e o Missal, como também
auxilia na preparação das oferendas e no Lavabo.
c) - Funções do leitor
13 - Tudo aquilo que se diz do acólito instituído e que, na sua ausência, pode ser
assumido por outros leigos, como os ministros extraordinários da comunhão, aqui
também, com relação ao leitor instituído, acontece o mesmo: não havendo aqueles que
receberam o ministério pela instituição, então outras pessoas, devidamente preparadas,
podem assumir a sua função.
14 - O leitor tem o mérito de ser aquele pelo qual a Palavra de Deus chega
inicialmente à assembleia, em preparação do ponto culminante, que vai ser o
Evangelho. Ele é, pois, um arauto da mensagem salvífica, um precursor da Boa Nova,
podemos dizer. Daí, a importância e a dignidade de sua função ministerial. Por isso, é
preciso que ele se prepare para o exercício de tão nobre função, familiarizando-se com
o texto, também quanto ao gênero literário (profecia, parábola, sapiencial, epístola etc.),
revelando pela leitura ter assimilado a mensagem que transmite à assembleia.
15 - Cristo Nosso Senhor, na Sagrada Liturgia, primeiro nos é dado como Palavra
salvadora (o Pão da Palavra) e, depois, como Pão da vida eterna, a Eucaristia. Por isso
falamos também de duas mesas, a da Palavra (ambão), e a do Pão Eucarístico (altar).
Vê-se, pois, que a Palavra de Deus, na Liturgia, é de valor sacramental. Assim, não deve
ser apenas lida, mas proclamada, como coloca agora a nova Instrução Geral.
Proclamada, a Palavra de Deus se torna celebração, festa, um acontecimento, pois,
salvífico.
19 - Útil a todos os leitores, e não somente aos que receberam o ministério instituído,
é a exortação do bispo no rito de instituição: “Tornando-vos leitores ou proclamadores
da Palavra de Deus, ireis colaborar nessa missão. Recebereis assim um ministério
especial dentro do povo de Deus e sereis delegados para o serviço da fé, que se
fundamenta na Palavra de Deus. Proclamareis esta Palavra na assembleia litúrgica,
instruireis as crianças e os adultos, preparando-os para receberem dignamente os
sacramentos”. E ainda: “Anunciando aos outros a Palavra divina, sede também dóceis
ao Espírito Santo, recebendo-a de coração aberto, e meditando-a assiduamente, a fim
de amá-la cada vez mais. Manifestai pelas vossas vidas Jesus Cristo, nosso Senhor”.
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA
“Em obediência à vossa palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5b)
20 - Dada a ênfase que se dá hoje à participação dos fiéis na Sagrada Liturgia, o ideal,
porém, é que haja verdadeira distribuição de funções, como deixa transparecer também
a Instrução Geral (nº. 91), referindo-se aos princípios da reforma litúrgica do Vaticano
II, que diz: “Nas celebrações litúrgicas, cada qual, ministro ou fiel, ao desempenhar a
sua função, faça tudo e só aquilo que pela natureza da coisa ou pelas normas litúrgicas
lhe compete” (SC 28).
21 - Embora então o próprio Missal permita para o leitor as diversas funções, como
se explicitou acima, não devemos cair na tentação de procurar o lado prático,
admitindo, em circunstâncias não aplicáveis ao espírito da Liturgia, que um mesmo
leitor, por ter qualidades maiores, venha a monopolizar tais funções.
d) - Funções do salmista
24 - A Instrução Geral fala apenas de “saber salmodiar e ter boa pronúncia e dicção”,
mas recomenda-se ao salmista cultivar também a espiritualidade bíblica e sálmica,
identificando-se com o autor sagrado nos diferentes gêneros sálmicos. Aqui, é
desejável, pois, a formação bíblica, especialmente aquela ligada a salmodia.
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA
“Em obediência à vossa palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5b)
25 - “Entre os fiéis, exerce sua função litúrgica o grupo dos cantores ou coral. Cabe-
lhe executar as partes que lhe são próprias, conforme os diversos gêneros de cantos, e
promover a ativa participação dos fiéis no canto” (IGMR 103).
26 - Vê-se pela Instrução que não é função dos cantores substituir os fiéis na
execução do canto litúrgico, mas favorecer e ajudar a sua participação. Mas isso, às
vezes, não acontece. Muitos cantam sozinhos, em tom exageradamente alto,
dificultando a participação de todos. Outras vezes são os instrumentos que acabam
abafando a voz dos fiéis. Ouve-se a música, mas não se ouve a mensagem da letra, e
esta é mais importante. Também, às vezes, canta-se algo que é apenas do gosto dos
cantores, sem nenhuma fidelidade ao tempo litúrgico ou à festa que se celebra. Tudo
isso precisa ser avaliado e repensado sempre, para que o canto litúrgico recupere a sua
importância no âmbito da Liturgia.
f) - Funções do comentarista
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA
“Em obediência à vossa palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5b)
29 - Sobre o comentarista, devemos dizer que sua função, a serviço dos fiéis, deve
conter breves explicações e exortações, visando dispor a comunidade para uma
participação também mais plena e consciente. Sejam então suas explicações
cuidadosamente preparadas, sóbrias e claras. Deve ele exercer a sua função em lugar
adequado, voltado para a assembleia, uma vez que está a serviço dela, mas não deve
fazê-lo do presbitério e, muito menos, do ambão.
30 - Com relação ao ministério do comentarista, algumas orientações, de ordem
também pratica, talvez sejam valiosas. Assim, na Liturgia da Palavra, por exemplo, em
vez de antecipar explicações de sua temática, melhor seria se ele convidasse a
assembleia simplesmente a ficar assentada, predispondo-a para a escuta atenta da
Palavra de Deus.
i) - Funções do sacristão
36 - A Instrução nomeia também a figura do sacristão, que é aquele “que dispõe com
cuidado os livros litúrgicos, os paramentos e outras coisas necessárias para a celebração
da missa”. Acrescentamos ainda: para cuidar das hóstias não consagradas, do vinho,
da igreja, como casa de oração, abrindo-a e fechando-a. É função simples, mas de
importância capital, que deve, pois, ser exercida no mesmo espírito de todos os
ministérios.
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA
“Em obediência à vossa palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5b)
37 - Aqui são dadas outras orientações, às vezes gerais, que podem ajudar no
enriquecimento e na compreensão dos ministérios leigos.
38 - “O sacerdote celebrante, o diácono e demais ministros (leitores, salmistas,
ministros extraordinários da comunhão) tomarão lugar no presbitério” (IGMR 294). Aí
também serão dispostas as cadeiras dos concelebrantes, tudo exprimindo a ordenação
hierárquica da Igreja e constituindo uma unidade íntima. Também esteja junto da
cadeira do presidente a cadeira do diácono. Para os demais ministros, sejam dispostas
as cadeiras de maneira tal que se distingam claramente das do clero, e eles possam
exercer com facilidade a função que lhes é confiada (Cf. IGMR 310).
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA e SÃO LOURENÇO
COMUNICAÇÃO LITÚRGICA
OBJETOS LITÚRGICOS - não são apenas coisas concretas, são sinais (símbolos),
por isso transmitem mensagem, não só pela presença deles, mas pelo modo como são
utilizados ou conservados. A beleza da patena, do cálice e âmbulas, o formato e
acabamento das velas, as flores naturais e sua conservação, tudo isso deve concorrer
para uma proveitosa celebração do memorial da páscoa de Cristo; SÍMBOLOS – é a
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA
“Em obediência à vossa palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5b)
Para aproveitar as inúmeras graças concedidas durante a missa, todo fiel deve
tentar conhecê-la melhor e não simplesmente repetir o que os outros fazem ou dizem,
sem saber o porquê. A missa compreendida pode ser amada e muito bem-amada! No
entanto, ninguém ama aquilo que não conhece e, dessa forma, acaba por não se
beneficiar em tudo que poderia...
Assim como toda a nossa vida, também a missa é formada por diversos gestos,
símbolos e sinais. São meios humanos de se expressar todo o louvor e adoração que
podemos prestar a Deus. Obviamente, tudo isso possui significado dentro da missa. No
entanto, devem ser feitos de maneira lúcida e não de qualquer modo, pois senão
perdem o seu valor e, quando fazemos algo sem saber seu motivo, que valor poderá ter
para Aquele a quem é dirigido? Portanto, toda liturgia é formada por estes três
elementos: sinal, símbolo e gesto.
SINAL
É algo que significa alguma coisa. Podemos dizer que o sinal ou figura é sempre
menor que o seu significado. Por exemplo: quando colocamos galhos ou ramos de
árvores em uma curva na estrada alertamos para os outros carros que pode haver
algum acidente ou veículo parado na estrada logo após a curva; outro exemplo de sinal,
agora do meio cristão, é o uso da vela: a chama de uma vela acesa significa a vida eterna,
que nunca se acaba. Observe que ambos os exemplos são de conhecimento universal.
SÍMBOLO
GESTOS
Os gestos são movimentos que fazemos com os membros de nosso corpo ou, ainda,
com todo o corpo, que também possui seus significados. Na missa, nossos gestos devem
ser sinceros, pois senão nada representam. Contudo, quando todos fazem o mesmo
gesto, demonstra-se a unidade da comunidade. Para exemplificar, levantamos as mãos
quando oramos significando súplica e entrega a Deus.
LIVROS LITÚRGICOS
ESPAÇO CELEBRATIVO
PÚLPITO - Lugar nas igrejas antigas de onde o presidente fazia a pregação. Hoje,
praticamente não é mais usado.
OBJETOS LITÚRGICOS
15 -VÉU DE ÂMBULA - Pequeno tecido, branco, que cobre a âmbula, quando esta
contém partículas consagradas. É recomendado o seu uso, dado o seu forte
simbolismo. O véu vela (esconde) algo precioso, ao mesmo tempo que revela
(mostra) possuir e trazer tal tesouro. (O véu da noiva, na liturgia do Matrimônio,
tem também esta significação simbólica, embora, na prática, não seja assim
percebido, muitas vezes passando como mero adorno de ostentação).
20 - CANDELABRO - Grande castiçal, com várias ramificações, a cada uma das quais
corresponde um foco de luz.
24 - CRUZ - Não só a cruz processional, isto é, a que guia a procissão de entrada, mas
também uma cruz menor, que pode ficar sobre o altar.
26 - OSTENSÓRIO - Objeto que serve para expor a hóstia consagrada, para adoração
dos fiéis e para dar a bênção eucarística.
33 - INCENSO - É uma resina aromática, extraída de várias plantas, usada sobre brasas,
nas celebrações solenes (Ver também a referência do nº 66).
OUTROS SÍMBOLOS
37 - IHS - Iniciais das palavras latinas Iesus Hominum Salvator, que significam:
Jesus Salvador dos homens. Empregam-se sempre em paramentos litúrgicos, em portas
de sacrário e nas hóstias.
40 - INRI - São as iniciais das palavras latinas Iesus Nazarenus Rex Iudaerum, que
querem dizer: Jesus Nazareno Rei dos Judeus, mandadas colocar por Pilatos na
crucifixão de Jesus (Cf. Jo 19,19).
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA
“Em obediência à vossa palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5b)
VESTES LITÚRGICAS
44 - AMITO - Pano que o ministro coloca ao redor do pescoço antes de outras vestes
litúrgicas.
47 - CAPA PLUVIAL - Capa longa, que o sacerdote usa ao dar a bênção do Santíssimo
ou ao conduzi-lo nas procissões. Usa-se também no rito de aspersão da assembleia.
63 - O FOGO - O fogo ora queima, ora aquece, ora brilha, ora purifica. Está presente
na liturgia da Vigília Pascal do Sábado Santo e nas incensações, como as brasas nos
turíbulos. O fogo pode multiplicar-se indefinidamente. Daí sua forte expressão
simbólica. É símbolo, sobretudo da ação do Espírito Santo (Cf. Eclo 48,1; Lc 3,16; 12,49;
At 2,3; 1Ts 5,19), e do próprio Deus, como fogo devorador (Cf. Ex 24,17; Is 33,14; Hb
12,29).
assim, a mais espessa nuvem de trevas. É o símbolo mais expressivo do Cristo Vivo,
como no Círio Pascal. A luz e, pois, a expressão mais viva da ressurreição.
65 - O PÃO E O VINHO - Símbolos do alimento humano. Trigo moído e uva
espremida, sinais do sacrifício da natureza, em favor dos homens. Elementos tomados
por Cristo para significarem o seu próprio sacrifício redentor.
Encerrando esse pequeno subsídio, guardemos então que toda a liturgia é ação
simbólica. Assim, poderíamos ainda falar: do templo, da assembleia, dos sinos, do
jejum, da esmola, das bênçãos, da ceia, da coroa do Advento, da palma, das flores, do
anel, do canto, do abraço, da música, do cordeiro, da hóstia, dos ícones, do
confessionário, do batistério, da arte sacra (em toda a sua vasta extensão) etc., como
também, ainda, de tudo aquilo que diz respeito aos sentidos, tais como: olfato: o cheiro
do incenso e das flores; paladar: o gosto do pão e do vinho; tato: o toque, seja na
imposição de mãos de ritos sagrados, seja nas mãos que se unem às dos irmãos, seja no
toque de coisas sagradas; visão e audição: como se falou nos n.º. 59 e 60 deste trabalho
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA
“Em obediência à vossa palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5b)
etc.. Enfim, é todo um universo simbólico, que nos convida a mergulhar cada vez mais
no mistério infinito do amor de Deus.
CANTOS LITÚRGICOS
A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA
A música é uma das mais belas manifestações do espírito humano e, como tal,
não poderia deixar de fazer parte das celebrações litúrgicas da nossa Igreja. Mais do
que qualquer outra forma de expressão artística, a música consegue expressar os mais
variados sentimentos humanos: alegria, tristeza, paz, louvor, etc...
PRINCÍPIO GERAL
1 - Em todos os estudos sobre o canto e a música na liturgia, devemos ter bem claro
o princípio fundamental formulado pelo Concílio Vaticano II: "... a música sacra será
tanto mais santa, quanto mais intimamente estiver ligada à ação litúrgica..." (SC 112c).
E ainda: "Uma autêntica celebração exige também que se observe exatamente o sentido
e a natureza próprios de cada parte e de cada canto..." (MS 6b). Conclusão: Quanto mais
gerais forem os textos dos cantos e menos ligados à ação litúrgica ou ao tempo e à festa,
tanto menos litúrgicos serão eles, pois o importante é cantar a liturgia, e não
simplesmente cantar na liturgia, como tantas vezes acontece.
6 - O canto ainda amplia o sentido das palavras e, por outro lado, sonda o mais
profundo da interioridade do ser, cativa e faz brotar os sentimentos mais puros e
profundos da alma humana. Ele liberta-nos dos limites da palavra, do racionalismo
intelectual, do mero conceito, para dar-nos uma projeção do infinito e do indizível, na
alegria que faz o coração exultar diante do mistério. É nesse sentido que São Tiago
pergunta e, ao mesmo tempo, responde: "Está alguém alegre? Então cante!" (Cf. Tg
5,13b).
10 - Visto que os cantos, na liturgia, não são genéricos, mas funcionais, costuma-se fazer
uma distinção entre eles, de acordo com a sua ministerialidade. Assim, podem ser
classificados:
III - Cantos fixos ou ordinários - Os que não variam com o tempo litúrgico ou a festa
(O Glória, o Santo, o Kirye e o Cordeiro de Deus).
VII- Cantos responsoriais - No canto responsorial, as estrofes são cantadas pelo coral
ou por um solista, aqui chamado então salmista. O povo só participa com o refrão.
Exemplo de canto responsorial é o salmo depois da primeira leitura.
CANTOS SUPLEMENTARES
I - Situações hínicas - Aqui os cantos são de estrofes iguais, com a mesma melodia,
na estrutura de hinos. Geralmente, os cantos processionais têm esta característica.
V - Situações litânicas - São aquelas em que o canto se completa com a resposta do povo.
Assim são os cantos do rito penitencial e do Cordeiro de Deus.
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA
“Em obediência à vossa palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5b)
PRIMEIRO GRAU
Nos ritos iniciais:
A saudação de quem preside, junto com a resposta do povo; A
oração presidencial.
Na Liturgia da Palavra:
A aclamação ao evangelho
Na Liturgia Eucarística: A oração
sobre as oferendas;
O prefácio, com o diálogo e o Santo;
A doxologia final;
O Pai Nosso, com seu convite, e o embolismo;
A saudação da paz;
A oração após a comunhão.
Nos ritos finais:
A bênção final;
As fórmulas de despedida.
SEGUNDO GRAU
"Cordeiro de Deus"
TERCEIRO GRAU
Nos ritos iniciais:
O canto de entrada.
Na Liturgia da Palavra:
O Salmo responsorial; As
leituras bíblicas.
Na Liturgia Eucarística:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
14 - Sabemos que a liturgia ocupa lugar de destaque na Igreja, sendo mesmo fonte
primária de espiritualidade, nas palavras do Concílio Vaticano II. Por isso, deve-se dar
ênfase às razões do nosso cantar. E quais são essas razões? Podemos dizer que são,
principalmente, as quatro referidas a seguir, em dimensões objetivas da fé. Ei-las: De
ordem teológica: Celebrar a ação de Deus em nossa vida, como pura gratuidade. De
ordem cristológica: Celebrar o Mistério Pascal do Senhor, na alegria das aleluias
pascais.
De ordem pneumatológica: Cantar no Espírito as maravilhas de Deus, operadas no seu
povo.
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA
“Em obediência à vossa palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5b)
Além disso, a liturgia é fonte de vida para o cristão. Assim, podemos dizer que
nascemos juntos das mesmas águas. Bebemos da mesma fonte. A Eucaristia é
novamente a suprema fonte de vida.
Tudo vem da liturgia, Tudo vai para ela. . . A liturgia é ponto de chegada e de
saída. Isso dá novo sentido às pastorais. A liturgia é ponto de encontro, de partilha e de
sustento das pastorais.
A MISSA PARTE POR PARTE
isso é necessário a inserção de uma característica de Deus. Ainda com relação ao texto
do “Senhor...”, os vocativos presentes em cada frase referem-se a Jesus Cristo, aquele
que intercede ao Pai por nossos pecados.
Hino de Louvor
Espécie de salmo composto pela Igreja, a glória é uma mistura de louvor e súplica,
em que a assembleia congregada no Espírito Santo, dirige-se ao Pai e ao Cordeiro. é
proclamado nos domingos - exceto os do tempo da quaresma e do advento - e em
celebrações especiais, de caráter mais solene.
Oração da Coleta
Encerra o rito de entrada e introduz a assembleia na celebração do dia.
“Após o convite do celebrante, todos se conservam em silêncio por alguns
instantes, tomando consciência de que estão na presença de Deus e formulando
interiormente seus pedidos. Depois o sacerdote diz a oração que se costuma chamar de
‘coleta’, a qual a assembleia dá o seu assentimento com o ‘Amém’ final” (IGMR 32).
Dentro da oração da coleta podemos perceber os seguintes elementos: invocação,
pedido e finalidade.
Liturgia da Palavra
Não existe celebração na liturgia cristã em que não se proclame a Palavra de Deus.
Isto porque a Igreja antes de tornar presente os mistérios de Cristo ela os contempla.
Pela palavra, Deus convoca e recria o seu povo, através de uma resposta de conversão
da parte de quem a ouve.
“A parte principal da Palavra de Deus é constituída pelas leituras da Sagrada
Escritura e pelos Cânticos que ocorrem entre elas, sendo desenvolvida e concluída pela
homilia, a profissão de fé e a oração universal ou dos fiéis. Pois nas leituras explanadas
pela homilia Deus fala ao seu povo, revela o mistério da redenção e da salvação, e
oferece alimento espiritual.; e o próprio Cristo, por sua palavra, se acha presente no
meio dos fiéis. Pelos cânticos, o povo se apropria dessa palavra de Deus e a ele adere
pela profissão de fé. Alimentado por esta palavra, reza na oração universal pelas
necessidades de toda a Igreja e pela salvação do mundo inteiro” (IGMR 33).
1ª, 2ª Leituras e Salmo
Para compreendermos melhor a liturgia da Palavra é necessária distinguir entre a
liturgia dominical e a liturgia dos dias da semana. A primeira é dividida em três anos,
nos quais a Igreja procura ler toda a Bíblia. Nos dias de domingo e festas o esquema
das leituras é o seguinte: Primeira leitura, salmo, segunda leitura, aclamação ao
Evangelho e Evangelho. A primeira leitura e o evangelho tratam geralmente do mesmo
assunto, para mostrar Jesus como aquele que leva à plenitude a antiga aliança; o salmo,
é uma meditação da leitura, uma espécie de comentário cantado - daí ser insubstituível;
a segunda leitura é feita de forma semi-contínua, sempre extraída da carta do apóstolo.
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA
“Em obediência à vossa palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5b)
Já a liturgia dos dias da semana não apresenta a segunda leitura, e toda a Bíblia é lida
todos os anos.
Evangelho
É o ponto alto da liturgia da Palavra. Cristo torna-se presente através de sua
Palavra e da pessoa do sacerdote. Tal momento é revestido de cerimônia, devido sua
importância. Todos ficam de pé e aclamam o Cristo que fala. O diácono ou o padre
dirige-se à mesa da palavra para proclamá-la. O que proclama a Palavra do evangelho
menciona a presença do Cristo vivo entre nós. Faz o sinal da cruz na testa, na boca e no
coração para que todo o ser fique impregnado da mensagem do Evangelho: a mente a
acolha, a boca a proclame e o coração a sinta e a viva. Homilia
A homilia faz a transição entre a palavra de Deus e sua resposta. É feita
exclusivamente por um ministro ordenado, pois este recebeu, através da imposição das
mãos o dom especial para pregar o Evangelho. A função da homilia é confrontar o
mistério celebrado com a vida da comunidade. Na homilia, o sacerdote anima o povo,
exorta-o e se for preciso o denuncia, mostrando a distância entre o ideal proposto e a
vida concreta do povo.
Profissão de fé
“O símbolo ou profissão de fé, na celebração da missa, tem por objetivo levar o
povo a dar seu assentimento e resposta à palavra de Deus ouvida nas leituras e homilia,
bem como lhe recordar a regra da fé antes de iniciar a celebração da eucaristia” (IGMR
43).
A profissão de fé consiste na primeira resposta dada à Palavra de Deus. Nela
cremos e aderimos, manifestando também nossa fé naquela que possui a incumbência
de perpetuar esta palavra: a Igreja Católica. Possui duas formas, sendo a mais extensa
proclamada em solenidades especiais, como o Natal, Anunciação etc.
Preces da comunidade
“Na oração dos fiéis ou oração universal, a assembleia dos fiéis, iluminada pela
graça de Deus, à qual de certo modo responde, pede normalmente pelas necessidades
da Igreja universal e da comunidade local, pela salvação do mundo, pelos que se
encontram em qualquer necessidade e por grupos determinados de pessoas” (IGMR
30).
O povo de Deus ouve a Palavra de Deus, a acolhe e dá a sua resposta. Esta pode
ser em forma de louvor, de súplica, adoração ou intercessão. Pede a Deus a graça de
poder realizar a sua vontade; porém ele não é egoísta: pede por todos para que também
possam realizar esta palavra e assim encontrar o sentido para suas vidas. Pede pela
Igreja, para que esta tenha coragem de continuar proclamando esta palavra. Pede por
aqueles que sofrem e pelas autoridades locais, para que concretizem o Reino de Deus
entre nós. Finalmente faz seus pedidos pela comunidade local.
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA
“Em obediência à vossa palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5b)
Talvez seria de imensa riqueza para a liturgia se as preces fossem feitas de modo
espontâneo, mas para isso seria necessário ordem e instrução por parte da assembleia.
Seria necessário lembrar que a resposta à Palavra de Deus nunca se dá de modo egoísta.
Liturgia Eucarística
Na liturgia eucarística atingimos o ponto alto da celebração. Durante ela a Igreja
irá tornar presente o sacrifício que Cristo fez para nossa salvação. Não se trata de outro
sacrifício, mas sim de trazer à nossa realidade a salvação que Deus nos deu. Durante
esta parte a Igreja eleva ao Pai, por Cristo, sua oferta e Cristo dá-se como oferta por nós
ao Pai, trazendo-nos graças e bênçãos para nossas vidas.
“Cristo na verdade, tomou o pão e o cálice em suas mãos, deu graças, partiu o pão
e deu-os aos seus discípulos dizendo: ‘Tomai, comei, isto é o meu Corpo, este é o cálice
do meu Sangue. Fazei isto em memória de mim’. Por isso, a Igreja dispôs toda a
celebração da liturgia eucarística em partes que correspondam às palavras e gestos de
Cristo: 1) no ofertório leva-se o pão e o vinho com água, isto é, os elementos que Cristo
tomou em suas mãos; 2) na oração eucarística rendem-se graças a Deus por toda obra
salvífica e o pão e vinho tornam-se o Corpo e o Sangue de Cristo; 3) pela fração do
mesmo pão manifesta-se a unidade dos fiéis, e pela comunhão recebem o Corpo e o
Sangue do Senhor como os discípulos o receberam das mãos do próprio Cristo” (IGMR
48).
É durante a liturgia eucarística que podemos entender a missa como uma ceia, pois
afinal de contas nela podemos enxergar todos os elementos que compõem uma: temos
a mesa - mais propriamente a mesa da Palavra e a mesa do pão. Temos o pão e o vinho,
ou seja, o alimento sólido e líquido presentes em qualquer ceia. Tudo conforme o
espírito da ceia pascal judaica, em que Cristo instituiu a eucaristia.
E de fato, a Eucaristia no início da Igreja era celebrada em uma ceia fraterna. Porém
foram ocorrendo alguns abusos, como Paulo os sinaliza na Primeira Carta aos
Coríntios. Aos poucos foi sendo inserida a celebração da palavra de Deus antes da ceia
fraterna e da consagração. Já no século II a liturgia da Missa apresentava o esquema
que possui hoje em dia.
Após essa lembrança de que a Missa também é uma ceia, podemos nos questionar
sobre o sentido de uma ceia, desde o cafezinho oferecido ao visitante até o mais
requintado jantar diplomático. Uma ceia significa, entre outros: festa, encontro, união,
amor, comunhão, comemoração, homenagem, amizade, presença, confraternização,
diálogo, ou seja, vida. Aplicando esses aspectos a Missa, entenderemos o seu
significado, principalmente quando vemos que é o próprio Deus que se dá em alimento.
Vemos que a Missa também é um convívio no Senhor.
A liturgia eucarística divide-se em: apresentação das oferendas, oração
eucarística e rito da comunhão.
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA
“Em obediência à vossa palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5b)
para o grego originou três outras palavras: euloguia, que se traduz por bendizer;
eucharistia, que significa gratidão pelo dom recebido de graça; e exomologuia, que
significa reconhecimento ou confissão.
Diante da riqueza desses significados podemos nos perguntar: quem dá graças a
quem? Ou melhor, dizendo, quem dá dons, quem dá bênçãos a quem? Diante dessa
pergunta podemos perceber que Deus dá graças a sim mesmo, uma vez que sendo uma
comunidade perfeita o Pai ama o Filho e se dá por ele e o Filho também se dá ao Pai, e
deste amor surge o Espírito Santo. Por sua vez, Deus dá graças ao homem, uma vez que
não se poupou nem de dar a si mesmo por nós e em resposta o homem dá graças a
Deus, reconhecendo-se criatura e entregando-se ao amor de Deus. Ora, o homem
também dá graças ao homem, através da doação ao próximo a exemplo de Deus.
Também o homem dá graças à natureza, respeitando-a e tratando-a como criatura do
mesmo Criador. O problema ecológico que atravessamos é, sobretudo, um problema
eucarístico. A natureza também dá graças ao homem, se respeitada e amada. A
natureza dá graças a Deus estando a serviço de seu criador a todo instante.
A partir desta visão da ação de graças começamos a perceber que a Missa não se
reduz apenas a uma cerimônia realizada nas Igrejas, ao contrário, a celebração da
Eucaristia é a vivência da ação de Deus em nós, sobretudo através da libertação que Ele
nos trouxe em seu Filho Jesus. Cristo é a verdadeira e definitiva libertação e aliança,
levando à plenitude a libertação do povo judeu do Egito e a aliança realizada aos pés
do monte Sinai.
A missa é sacrifício
Sacrifício é uma palavra que possui a mesma raiz grega da palavra sacerdócio, que
do latim temos sacer-dos, o dom sagrado. O dom sagrado do homem é a vida, pois esta
vem de Deus. Por natureza o homem é um sacerdote. Perdeu esta condição por causa
do pecado. Sacrifício, então, significa o que é feito sagrado. O homem torna sua vida
sagrada quando reconhece que esta é dom de Deus. Jesus Cristo faz justamente isso: na
condição de homem reconhece-se como criatura e se entrega totalmente ao Pai, não
poupando nem sua própria vida. Jesus nesse momento está representando toda a
humanidade. Através de sua morte na cruz dá a chance aos homens e às mulheres de
novamente orientarem suas vidas ao Pai assumindo assim sua condição de sacerdotes
e sacerdotisas.
Com isso queremos tirar aquela visão negativa de que sacrifício é algo que
representa a morte e a dor. Estas coisas são necessárias dentro do mistério da salvação,
pois só assim o homem pode reconhecer sua fraqueza e sua condição de criatura.
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA
“Em obediência à vossa palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5b)
Rito da Comunhão
A oração eucarística representa a dimensão vertical da Missa, em que nos unimos
plenamente a Deus em Cristo. Após alcançarmos a comunhão com Deus Pai, o
desencadeamento natural dos fatos é o encontro com os irmãos, uma vez que Cristo é
único e é tudo em todos. Este é o momento horizontal da Missa. Tem também esse
momento o intuito de preparar-nos ao banquete eucarístico.
a) O Pai-Nosso
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA
“Em obediência à vossa palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5b)
É o desfecho natural da oração eucarística. Uma vez que unidos a Cristo e por ele
reconciliados com Deus, nada mais oportuno do que dizer: Pai nosso... Esta oração deve
ser rezada em grande exaltação, se possível cantada. Após o Pai Nosso segue o seu
embolismo, ou seja, a continuação do último pensamento da oração. Segue aqui uma
observação: o único local em que não dizemos “amém” ao final do Pai Nosso é na Missa,
dada a continuidade da oração expressa no embolismo.
b) Oração pela paz
Uma vez reconciliados em Cristo, pedimos que a paz se estenda a todas as pessoas,
presentes ou não, para que possam viver em plenitude o mistério de Cristo. Pede-se
também a Paz para a Igreja, para que, desse modo, possa continuar sua missão.
c) O cumprimento da Paz
É um gesto simbólico, representando nosso bem-querer ao próximo. Por ser um
gesto simbólico não há a necessidade em sair do local para cumprimentar a todos na
Igreja. Se todos tivessem em mente o simbolismo expresso nesse momento não seria
necessária a dispersão que o caracteriza na maioria dos casos. Também não é
conveniente que se cante durante esse momento, uma vez que deveria durar pouco
tempo. A música pode ficar para Missas celebradas em pequenos grupos.
d) O Cordeiro de Deus
O sacerdote e a assembleia se preparam em silêncio para a comunhão. Neste
momento o padre mergulha um pedaço do pão no vinho, representando a união de
Cristo presente por inteiro nas duas espécies. A seguir todos reconhecem sua pequenez
diante de Cristo e como o Centurião exclamam: Senhor, eu não sou digno de que entreis
em minha morada, mas dizei uma só palavra e serei salvo. Cristo não nos dá apenas
sua palavra, mas dá-se por amor a cada um de nós.
e) A comunhão
Durante esse momento a assembleia dirige-se à mesa eucarística. O canto deve
procurar ser um canto de louvor moderado, salientando a doação de Cristo por nós. A
comunhão pode ser recebida nas mãos ou na boca, tendo o cuidado de, no primeiro
caso, a mão que recebe a hóstia não ser a mesma que a leva a boca. Aqueles que por um
motivo ou outro não comungam é importante que façam desse momento também um
momento de encontro com o Cristo. Após a comunhão segue-se a ação de graças, que
pode ser feita em forma de um canto de meditação ou pelo silêncio, que dentro da
liturgia possui sua linguagem. O que não pode é esse momento ser esquecido ou
utilizado para conversar com que está ao nosso lado.
f) Oração após a comunhão
Infelizmente criou-se o mau costume em nossas assembleias de se fazer essa oração
após os avisos, como uma espécie de convite apressado para se ir embora. Esta oração
liga-se ainda a liturgia eucarística, e é o seu fechamento, pedindo a Deus as graças
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA
“Em obediência à vossa palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5b)
Ritos Finais
“O rito de encerramento da Missa consta fundamentalmente de três elementos: a
saudação do sacerdote, a bênção, que em certos dias e ocasiões é enriquecida e expressa
pela oração sobre o povo, ou por outra forma mais solene, e a própria despedida, em
que se despede a assembleia, afim de que todos voltem ás suas atividades louvando e
bendizendo o Senhor com suas boas obras” (IGMR 57).
Para muitos, este momento é um alívio, está cumprido o preceito dominical. Mas
para outros, esta parte é o envio, é o início da transformação do compromisso assumido
na Missa em gestos e atitudes concretas. Ouvimos a Palavra de Deus e a aceitamos em
nossas vidas. Revivemos a Páscoa de Cristo, assumindo também nós esta passagem da
morte para a vida e unimo-nos ao sacrifício de Cristo ao reconhecer nossa vida como
dom de Deus e orientando-a em sua direção.
Sem demais delongas, este momento é o oportuno para dar-se avisos à
comunidade, bem como para as últimas orientações do presidente da celebração. Após,
segue-se a bênção do sacerdote e a despedida. Para alguns liturgistas, esse momento é
um momento de envio, pois o sacerdote abençoa os fiéis para que estes saiam pelo
mundo louvando a Deus com palavras e gestos, contribuindo assim para sua
transformação. Vejamos o porquê disso.
Passando a despedida para o latim ela soa da seguinte forma: “Ite, Missa est”.
Traduzindo-se para o português, soa algo como “Ide, tendes uma bênção e uma missão
a cumprir”, pois em latim, missa significa missão ou demissão, como também pode
significar bênção. Nesse sentido, eucaristia significa bênção, o que não deixa de ser uma
realidade, já que através da doação de seu Filho, Deus abençoa toda a humanidade. De
posse desta boa-graça dada pelo Pai, os cristãos são reenviados ao mundo para que se
tornem eucaristia, fonte de bênçãos para o próximo. Desse modo a Missa reassume todo
seu significado.
Conclusão
O intuito maior é mostrar a Missa como algo dinâmico, que não se reduz a apenas
uma série de ritos realizados no interior da nossa Igreja; pelo contrário, através da Missa
tornamos presentes em nós Cristo, e por nós tornamos Cristo presente no mundo. Daí
ser a eucaristia fonte da Igreja.
Não poderíamos também deixar de procurar despertar a consciência para o
mistério celebrado, bem como atentar com relações a gestos e posturas durante a Missa
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA
“Em obediência à vossa palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5b)
que possuem todo um significado e que enriquecem ainda mais as nossas celebrações.
Que todos aqueles que tiveram a oportunidade de ler o conteúdo destas páginas
possam, cada vez mais, entender o significado do “Ite, Missa est!”, e dessa forma
contribuírem na concretização do Reino de Deus.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O QUE É IGMR?
Instrução Geral sobre o Missal Romano (em latim: Institutio Generalis Missalis
Romani). Como o próprio nome indica, se refere a um documento, promulgado pelo
papa a fim de instruir os celebrantes (bispo, padre, diácono e de um modo geral todos
que se envolvem no desenvolvimento das celebrações eucarísticas) sobre como celebrar
a missa no rito latino.
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA
“Em obediência à vossa palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5b)
Aos leitores:
Estes têm o direito de proclamarem as leituras ainda que estejam presentes outros
ministros ordenados;
Na ausência de um diácono, o leitor, “usando sua vestimenta própria, pode levar
o Evangeliário ligeiramente elevado na procissão de Entrada (194). Ao chegar
no presbitério, coloca o Evangeliário sobre o altar e, depois, coloca-se no
presbitério junto com os outros ministros (195)”. Portanto nunca se leva o
Lecionário nesta procissão.
À assembleia:
O documento insiste para que a assembleia tenha uniformidade nos gestos e
posturas: nos momentos em que se assentarem, todos assim estejam, ao ajoelhar,
façam todos igualmente;
“Convém que cada pessoa ofereça o sinal da paz somente àqueles que estiverem
próximos e de uma maneira digna” (82);
Para o momento da consagração diz-se que todos devem se ajoelhar, inclusive o
diácono. Só se reserva exceções aos que não podem fazê-lo por motivos de
saúde, mas os mesmos devem fazer inclinação profunda durante a genuflexão
do sacerdote;
Outras questões:
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA
“Em obediência à vossa palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5b)
Abre mais espaço para a comunhão sob as duas espécies, com a tutela do bispo;
Retira definitivamente o cantor/animador e o comentarista do presbitério;
Que o altar seja fixo, de pedra e consagrado;
As flores são arrumadas de forma modesta e com moderação, ao redor, nunca
sobre o altar;
Que a cruz tenha sempre “a figura de Cristo Crucificado” (308,122);
Incentiva-se o destaque da cadeira do sacerdote celebrante (a sede) e a
conservação ou criação da capela do Santíssimo Sacramento;
Proíbe-se, em geral, a duplicação de imagens do mesmo santo na igreja;
Afirma-se que tudo o que é destinado para o uso da liturgia deve receber a bênção
necessária.
Cabe-nos agora esperar que sejam aprovadas as sugestões dos liturgistas do Brasil
para que a tradução brasileira do Missal Romano venha com mais abertura e
possibilidades de adaptações, destas e de outras normas, à nossa realidade.
Infelizmente a primeira impressão que temos é de um fechamento quanto à liberdade
criativa de nossas equipes, principalmente no que se refere à inculturação; mas quem
viver, verá se desta vez conquistaremos uma liturgia que tenha a nossa cara, sem perder
de vista a bela tradição que nos une aos demais cristãos no mundo e à herança dos
Apóstolos.
Texto extraído do ad limina do Papa João Paulo II em 1998 para os bispos americanos
do Alaska, Idaho, Montana, Oregon e Washington.
A Igreja Universal está unida em um grande ato de louvor, mas é sempre o ofício
de uma comunidade particular numa cultura particular. É a cerimônia eterna do céu,
mas está também impregnada no tempo. Ela reúne e constrói uma comunidade
humana, mas é também a adoração da majestade divina. Ela é subjetiva no que depende
radicalmente daquilo que os participantes trazem consigo, mas é objetiva no que os
transcende como o ato sacerdotal do próprio Cristo, ao qual Ele nos une, mas que por
fim não depende de nós. É por isto que é tão importante que a lei litúrgica seja
respeitada. O sacerdote, que é o servo da liturgia, não seu inventor ou produtor, tem
uma responsabilidade particular a este respeito a fim de que ele não esvazie a liturgia
de seu significado verdadeiro ou obscureça seu caráter sagrado.
não é o que o Concilio tinha em mente. A liturgia, como a Igreja, é destinada a ser
hierárquica e polifônica, respeitando as diferentes funções outorgadas por Cristo e
permitindo que todas as diferentes vozes se misturem em um grande hino de louvor.
Tem sido escrito com bastante razão que na história da Igreja toda renovação
verdadeira tem sido associada a uma releitura dos Pais da Igreja. E o que é verdade em
geral, é verdade a respeito da liturgia em particular. Os Pais eram pastores com um zelo
ardente pela tarefa de propagação do Evangelho; e, portanto, eles estavam
profundamente interessados em todas as dimensões da cerimônia, deixando-nos
alguns dos mais significativos e permanentes textos da tradição cristã, que são tudo,
menos o resultado de um esteticismo árido.
Os Pais eram pregadores ardentes, e é difícil imaginar que pudesse haver uma
renovação eficaz da pregação católica, como desejava o Concílio, sem uma
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA
“Em obediência à vossa palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5b)
O rito romano tem sempre sido uma forma de rito que olha para a missão. É por
isto que é comparativamente breve: havia muito a ser feito fora da Igreja, e é por isto
que temos a dispensa "Ite missa est", que nos dá o termo da Missa: a comunidade é
enviada a evangelizar o mundo em obediência ao mandamento de Cristo (cf. Mt. 28,
19-20).
Os jovens irão continuar a ter uma parte ativa na liturgia se eles a vivenciarem
como sendo capaz de liderá-los a um relacionamento pessoal mais profundo com Deus,
e é desta experiência que virão vocações sacerdotais e religiosas marcadas por uma
energia verdadeiramente evangélica e missionária. Neste sentido, os jovens estão
convocando o mundo todo a darem o próximo passo em implementar a visão do
serviço litúrgico que o Concílio nos legou. Aliviados pela agenda ideológica de uma
época anterior, eles são capazes de falar simplesmente e diretamente do seu desejo de
experimentar Deus, especialmente em oração pública ou particular. Ouvindo-os, nós
podemos muito bem ouvir "o que o Espírito está dizendo às igrejas" (Ap 2, 11).
verdadeiro lar. Este é o propósito de todo nosso serviço religioso e toda nossa
evangelização.
Queridos Amigos,
Oração Vocacional