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ABSTRACT: This paper discusses the construction of classical ballet concepts from a
methodology that uses somatic principles. The procedures applied are from the Motor
Coordination, of Marie Madeleine Béziers and Suzane Piret; the Expressiveness
Category, of the Laban System; and the Constructivism, of the Jean Piaget. The idea
is to present how is the construction of the encoded classical technique, from a somatic
methodological approach that part of the movements exploration. This is because,
traditionally, the study of classical dance is given by the demonstration of movements.
The study has been developed in the Doctorate in Performing Arts from the Federal
University of Bahia (UFBA). Research have shown that learning in this way is
facilitated.
KEYWORDS: Classical ballet. Dance education. Constructivism. Somatic education.
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Comecei a aprender balé clássico com três anos e em toda minha formação
tive professores(as) que usam a demonstração como método de ensino. As aulas,
repetidas por um ou dois meses, seguiam a sequência de exercícios de barra e depois
de centro. Até eu fazer Magistério , não as questionava. Com o conhecimento do
Construtivismo Pós-Piagetiano, percebi que era incoerente: minha prática docente,
como alfabetizadora era uma; enquanto que na dança, outra. Alfabetizei a partir
Psicogênese da Escrita, de Emília Ferreiro e Ana Teberosky (1999). Aprendi a ler com
a Cartilha da Abelhinha, em que o A era a abelha, o E a escova, etc. Primeiro vinham
as vogais, depois as consoantes; as sílabas e as frases, como Vovô viu a uva, vindas
da letra trabalhada. Alfabetizava a partir da letra do nome das crianças e, delas,
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E o que isso tem a ver com o balé clássico? Ora, meu ensino de balé clássico
foi semelhante à minha alfabetização: aprendia as letras – passos básicos –
separadamente e em uma ordem específica. Estes eram juntados com outros, que se
tornam mais complexos. Todos os movimentos eram reunidos pelo(a) professor, em
uma frase – sequência de movimentos. Ou seja, não construía nem as palavras, nem
as frases, só o(a) professor(a) – dentro da visão tradicional de ensino em que ele(a)
detém o saber.
Anu Sööt e Ele Viskus (2013) dizem que a prática pedagógica em dança tem
mudado, mas se vê ainda uma pedagogia tradicional, em que os alunos(as)
“aprendem imitando vocabulários específicos de movimento modelados por um
professor especialista” . (SÖÖT; VISKUS, 2013, p. 1192).
Este modo de aprender faz com que muitos(a) estudantes acreditem que seja
o único. Segundo Sílvia Geraldi (2007, p. 82), isso tem “contribuído para construir uma
visão particular do que seja treinar um corpo e potencializar suas capacidades”. É por
isso que Dianne Woodruff (1999) afirma que para os(as) bailarinos(as), o treinamento
é mecânico: espera-se aprender determinados movimentos e que, por isso, a aula tem
que ter repetição. Ocorre que, segundo Sylvie Fortin (1998), diversas pesquisas
mostram que os(as) professores(as) de dança tendem a repetir o que aprenderam
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quando eram estudantes. Além disso, teóricos(as) da educação também afirmam que
o nosso processo formativo irá influenciar a nossa prática docente. Neste sentido, “se
minhas vivências me deixam marcas, se eu tendo a repeti-las, por que não
proporcionar vivências diferenciadas?” (BALDI, 2015, p. 471).
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De acordo com Mary Pulaski (1986), são três os principais pilares da teoria de
Piaget: equilibração, experiência e transmissão social. A equilibração se dá na
coordenação da assimilação – entrada de informações, incorporação – e da
acomodação – processo ajustador de saída. Para Piaget (1970, 1987, 2002), quando
uma pessoa se defronta com informações contradiárias ou desafiadoras, seu
equilíbrio é perturbado e busca uma resposta que lhe possibilite um novo equilíbrio. É
o chamado conflito cognitivo, que impele a pessoa a níveis mais elevados de
desenvolvimento, que a faz aprender com seus erros.
Construindo conceitos...
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Conclusões
Referências
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Presença. Porto Alegre: UFRGS, v. 5, n.1, jan./abr. 2015, p. 9-38. Disponível em:
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http://portalabrace.org/1/index.php/encontros/164-v-congresso-bh-2008 Acesso em
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Neila Baldi é professora do Curso de Licenciatura em Dança da Universidade Estadual do
Sudoeste da Bahia (Uesb). Doutoranda em Artes Cênicas da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre (Es)(Ins)critas do/no corpo, ligado ao Grupo
de Estudos em Territorialidades da Infância e Formação Docente (Corpografias/Gestar) e do Grupo de
Artes Integradas, Performativas e de Pesquisa (Olaria). Email: neilabaldi@gmail.com
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