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Giuliana Cavalcanti Vasconcelos

Seu pai: Joaquim Temístocles Freire


(Rio-grandense-do-norte e sargento do exército.)
Sua mãe: Edeltrudes Neves Freire
(Dona de casa, bordadeira e pernambucana.)

PAULO REGLUS NEVES FREIRE


(O nome foi invenção de seu pai,
deveria ser Re-gu-lus,
mas houve erro no cartório.)

Nasceu no dia 19 de setembro de 1921,


no bairro Casa Amarela,
no n° 724 da estrada do encanamento.

(Foto de Paulo Freire retirada


de seu livro de bebê.
"Paulo nasceu numa segunda-feira de tristeza e aflições,
pois o seu Papá estava muito mal, sem esperanças de
restabelecer-se, quasi que o Paulinho seria órphão ao
nascer, porém, o bom Jesus livrou-o dessa desaventura,
presenteou-o restituindo a saúde ao seu Papá". (O livro do bebê
escrito por sua mãe).

Paulo foi o caçula dos quatro irmãos.

Começou sua leitura da palavra iniciado por sua mãe


escrevendo palavras com gravetos de mangueiras, à sombra delas,
no chão do quintal da casa onde nasceu, como tanto gosta de
lembrar e de dizer (conforme registro da mídia).

Aos seis anos, iniciou sua primeira escola, não era pública, era
uma escolinha particular, de uma professora que morreria em 1977
– Eunice Vasconcelos.

Aos oito anos com a crise econômica de 29 que se refletiu no


nordeste, sua família mudou-se dois anos depois para Jaboatão,
onde parecia ser menos difícil sobreviver.

Aos 13 anos perdeu seu pai, seus estudos foram adiados.

Só entrou no ginásio com 16 anos, sentia-se diferente dos seus


colegas, sentia-se um adolescente feio.

Deu aulas quando ainda estava no secundário, lembra-se de ter


escrito, três anos antes, numa carta a sua mãe a palavra rato com
dois erres.

Sua mãe formou-o na religião Católica – participou do


movimento Ação Católica como militante.

Aos 22 anos conseguiu uma vaga na Faculdade de Direito de


Recife e conhece Elza.
Ainda nesse tempo, tornou-se professor de língua portuguesa
do Colégio Oswaldo Cruz, educandário que o tinha acolhido na
adolescência. É interessante lembrar que foi este trabalho de
professor de Português, mais seu corpo franzino que o pouparam
de ir lutar com a F.E.B. nos campos da Itália, quando da 2ª grande
guerra.

Em 1944, casa-se com Elza e com ela teve cinco filhos.

Elza Maria Costa de Oliveira (1916-1986).

Em 1947, já morando novamente em Recife, começou a


trabalhar no SESI, onde permaneceu durante 10 anos.

Foi como Relator da Comissão Regional de Pernambuco e


autor do relatório intitulado "A Educação de Adultos e as
Populações Marginais: O Problema dos Mocambos", apresentado no
II Congresso Nacional de Educação de Adultos em julho de 1958,
no Rio de Janeiro, que Paulo Freire firmou-se como educador
progressista.
Paulo freire, em Recife, no início dos anos 50.

Em nove de agosto de 1956, o prefeito progressista Pelópidas


Silveira, usando de atribuições a ele concedidas pelo Decreto nº.
1555, de nove de agosto de 1956, nomeou Paulo Freire, ao lado de
mais oito notáveis educadores pernambucanos, membro do
Conselho Consultivo de Educação do Recife.

Em fins de 1959, prestou concurso e obteve o título de Doutor


em Filosofia e História da Educação, defendendo a tese "Educação e
atualidade brasileira".

Em 1960, proferiu a conferência intitulada “Escola Primária


para o Brasil”. Ainda em 1960, foi assinada pelo Reitor João
Alfredo da Costa Lima, a sua nomeação de professor efetivo (nível
17) de Filosofia e História da Educação da Faculdade de Filosofia
Ciências e Letras da Universidade do Recife, tendo tomado posse
em dois de janeiro de 1961, foi-lhe também conferido o certificado
de Livre Docente da cadeira de História e Filosofia da Educação da
Escola de Belas Artes, pela Portaria nº. 37, de 14 de agosto de 1961.

Paulo Freire, extrapolando a área acadêmica e institucional,


engajou-se também nos movimentos de educação popular do início
dos anos sessenta.

Em 14 de julho de 1961, foi designado para o cargo de Diretor


da Divisão de Cultura e Recreação do Departamento de
Documentação e Cultura da Prefeitura Municipal do Recife,
conforme atestado assinado por Germano Coelho.

Em 1962, as primeiras experiências do método começaram na


cidade de Angicos (RN), onde 300 trabalhadores rurais foram
alfabetizados em 45 dias.
Em novembro de 1963 e, conforme lei estadual preconizada
pelo artigo nº. 10 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional nº. 4024/61, quinze conselheiros escolhidos por Miguel
Arraes foram responsáveis pela elaboração do Primeiro Regimento
do Conselho, o qual foi aprovado pelo mesmo governador que os
escolheu através do Decreto nº. 928, de três de março de 1964,
publicado no Diário Oficial, em seis de março subseqüente.

No dia 31 de março de 1964, quando o cerco golpista já se


avizinhava, treze deles renunciaram coletivamente a seus mandatos.
Porém, Paulo Freire não se exonerou.

Em 1963, ele foi convidado por Goulart e Paulo de Tarso, para


repensar a educação de adultos em âmbito nacional. Também,
Darcy Ribeiro pediu que Paulo representasse o Ministério da
Educação junto à SUDENE.

Em 1964 estava prevista a instalação de 20 mil círculos de


cultura para 2 milhões de analfabetos.

O Programa Nacional de Alfabetização, que pelo "Método


Paulo Freire" tencionava alfabetizar, politizando, cinco milhões de
adultos, que, oficializado em 21 de janeiro de 1964, pelo Decreto nº
53.465, foi extinto pelo governo militar em 14 de abril do mesmo
ano através do decreto nº. 53.886.

Em 1964, por duas vezes em Recife, ele foi obrigado a


responder inquérito policial no Rio de Janeiro.

Em setembro de 64 ele foi para a Bolívia, mas o golpe de


estado ocorrido pouco tempo depois de sua chegada, o levou ao
Chile onde viveu até abril de 1969.

De abril de 1969 a fevereiro de 1970, ele viveu Cambridge,


Massachussetts, dando aulas sobre suas próprias reflexões na
Universidade de Havard.
Logo foi para Genebra tornar-se Consultor Especial do
Departamento de Educação do Conselho Mundial de Igrejas – uma
segunda fase do seu exílio.

Em 1971, um grupo de brasileiros funda em Genebra o IDAC


– Instituto de Ação Cultural.

Em 1975, Mário Cabral, ministro da educação da República de


Guiné-Bissau, convida Paulo Freire e sua equipe do IDAC a irem a
seu país para contribuir no desenvolvimento de seu programa
nacional de alfabetização.

Em setembro de 1975, Paulo Freire participou, no Irã, de um


simpósio internacional de alfabetização que teve na época muita
repercussão.

Entre 75 e 78, ele trabalhou em São Tomé e Príncipe, não na


qualidade de técnico, mas como educador militante que procura não
dicotomizar seu compromisso com a causa da libertação dos
oprimidos.

Ainda na década de 70, reconhecendo o valor do seu trabalho,


algumas das mais prestigiadas universidades do mundo conferiram-
lhe o título de doutor honoris causa.

No dia oito de agosto de 1979 ele veio ao Brasil para uma


visita de um mês. Mas ele retorna a Genebra e só volta
definitivamente ao Brasil em março de 1980.

Em setembro de 1980, após pressões dos estudantes e de


alguns professores, tornou-se professor da Universidade de
Campinas – UNICAMP, onde lecionou até o final do ano letivo de
1990.

Com o advento da chamada “Nova República”, em 1985, uma


emenda à Lei da Anistia tornou a reintegração, dos exilados pelo
golpe de 64, automática. Em 1987, Freire reclamou por não ter sido
reintegrado, sendo-o no mesmo ano.
Em outubro de 1986 ocorre a morte de Elza, ele praticamente
nada escreveu.

Em 87 manifestou o seu desejo de trabalhar no Centro de


Estudos de Educação Comparada da PUC/ SP, reintegrando-se
assim na prática docente e de pesquisa.

Desde 1987, Freire foi um dos membros do Júri Internacional


da UNESCO que, a cada ano, se reúne no verão de Paris para
escolher os melhores projetos e experiências de alfabetização dos
cinco continentes, cujos prêmios são outorgados e entregues em
cada oito de setembro, Dia Internacional da Alfabetização.

No início de 1988, Paulo e Ana Hasche assumem seu noivado.

Em 15 de novembro de 1988 o Partido dos Trabalhadores


ganhou as eleições municipais de São Paulo. Paulo Freire foi
escolhido como Secretário de Educação, assumindo o cargo dia
primeiro de janeiro de 1989 até 27 de maio de 1991.

Em 1991, o Ministério da Educação reconhece os seus direitos


quanto aos cargos por ele assumidos em Pernambuco antes do
exílio, mas como a sua residência é em São Paulo, Freire foi
aposentado com tempo parcial de trabalho em março de 91.

Assim, desde 27 de maio de 1991, Freire foi se dedicando a


outras atividades. Com grande paixão, voltou a escrever. E não com
menos prazer, voltou também à docência na Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo – PUC/SP – no Programa de Supervisão e
Currículo do Curso de Pós-graduação.

No 2º. Semestre letivo de 1991, Paulo foi professor convidado


da USP, a mais antiga e uma das mais famosas universidades do
Brasil, para desenvolver um trabalho amplo proferindo palestras nas
Faculdades, gravando vídeos e discutindo projetos novos e
pioneiros da universidade.

Paulo Freire publicou, no Brasil, nos primeiros cinco anos da


década de 90, seis importantes obras: A educação na cidade (1991),
Pedagogia da esperança (1992), Política e educação (1993),
Professora sim, tia não (1993), Cartas a Cristina (1994) e À
sombra desta mangueira (1995). São obras que revelam um Paulo
Freire mais literário e poético e um pensamento analítico-histórico e
em evolução permanente.

O educador Paulo Freire, que morreu no dia dois de maio de


1997, aos 76 anos, defendia a contestação dos jovens como
condição essencial para o seu crescimento. Ele sempre foi um
rebelde com causa.

BIBLIOGRAFIA
FREIRE, Paulo. Conscientização: teoria e prática da libertação: uma
introdução ao pensamento de Paulo Freire. Trad. de Kátia de Melo e
Silva. 3 ed. São Paulo: Moraes, 1980.
GADOTTI, Moacir. Paulo Freire: uma biobibliografia. Brasília:
Cortez/Instituto Paulo Freire, 2000.

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