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VERIFICAÇÃO DO DESEMPENHO DAS FUNDAÇÕES UTILIZANDO-SE

PROVAS DE CARGA ESTÁTICA E ENSAIOS DE CARREGAMENTO DINÂMICO

Urbano Rodriguez Alonso


Engenheiro Consultor
1 - INTRODUÇÃO

As fundações, como qualquer outra parte de uma estrutura, devem ser projetadas e
executadas para garantir, sob a ação das cargas em serviço, as condições mínimas de
segurança, funcionalidade e durabilidade (Figura 1).

Figura 1: Condições mínimas a serem atendidas por uma fundação

A primeira condição impõe que todos os elementos da estrutura devam atender aos
coeficientes de segurança (contra a ruptura) fixados pelas Normas Técnicas. A segunda
condição deve ser atendida para que os deslocamentos e as deformações sejam compatíveis
com o tipo e a finalidade a que se destina a estrutura e a terceira diz respeito aos materiais a
serem empregados que deverão apresentar vida útil, no mínimo igual ao que se propõe a obra.

A maneira como são atendidas as três condições acima irá refletir-se no desempenho da
estrutura.

2 – GARANTIA DA QUALIDADE

Define-se garantia da qualidade ao conjunto de ações planejadas e sistemáticas


necessárias para prover confiança adequada de que os produtos, processos e serviços
satisfarão determinados requisitos da qualidade. A qualidade é, portanto, uma adequação ao
uso, isto é, a propriedade que permite avaliar e, conseqüentemente, aprovar, aceitar ou
recusar qualquer serviço ou produto. Trata-se, portanto de um conceito relativo que varia com
o tempo, seja em decorrência da descoberta de novas tecnologias, seja em função dos custos
envolvidos ou outros aspectos da questão.
Para que haja garantia da qualidade há necessidade do envolvimento de toda a
empresa, desde o topo da direção até o mais subalterno servidor, sendo a ignorância o maior
inimigo da qualidade e o excesso de burocracia o maior inimigo da sua garantia da qualidade.
A isto se denomina de “Política da Qualidade” que deve ser exercida não só nos
procedimentos como também no produto final (Figura 2).

Figura 2: Política da Qualidade

É importante lembrar que só se pode controlar aquilo que se pode verificar e só se pode
exigir o que se pode controlar. Isto em fundações é de uma importância fundamental, pois os
elementos estruturais que a compõe geralmente não são visíveis (pois estão enterrados) ao
contrário do que acontece com as demais partes da estrutura. Por isto, especificamente em
fundações, o cumprimento dos formalismos da garantia da qualidade não significa que
o bom desempenho esteja assegurado, pois um aspecto que diferencia um projeto de
estrutura de um projeto de fundações é que, no primeiro, as características dos materiais de
construção são definidas pelo projetista e, no segundo, se trabalha com o solo, que é um
material não fabricado pelo homem.

Neste aspecto da questão, nada substitui a competência e a experiência do projetista,


que neste tipo de serviço têm como obrigação não só possuir amplos conhecimentos teóricos
como dominar todos os aspectos envolvidos com o tipo de fundação a adotar.

Pouco adianta realizarmos ensaios sofisticados e, depois, utilizarmos métodos de


cálculo, também sofisticados, se as amostras utilizadas foram retiradas sem os necessários
cuidados, como se mostra na Figura 3.
Figura 3 – Aspecto importante em fundações

3 – TRIPÊ DA BOA FUNDAÇÃO

Uma boa fundação é aquela que atende ao tripé constituído pelo projeto, pela execução
da fundação e pelo seu controle durante a execução (Figura 4).
Projeto Controle Execução

Figura 4: Tripé da boa fundação

No projeto, seleciona-se o tipo (ou tipos) de fundação a empregar, em função das


características geotécnicas do local, das grandezas das cargas, do tipo e responsabilidade da
obra.

É nesta fase que se define o método construtivo e se fazem as previsões que darão
suporte às equipes de execução e de controle. O projetista da fundação deve ter sempre em
vista a forma como seu projeto será executado, levando em conta a disponibilidade de
equipamentos e a segurança dos vizinhos.

Fica, portanto, claro que nessa fase há um envolvimento intenso entre a equipe de
projeto propriamente dita com a equipe de execução. A primeira busca soluções, tendo por
base os conhecimentos de Mecânica dos Solos e Resistência dos Materiais e a segunda
complementa esses conhecimentos com os aspectos referentes às limitações dos
equipamentos que serão envolvidos, as limitações de acessos à obra, o estado das
construções limítrofes e outros aspectos inerentes aos métodos executivos.

É por isso que duas estruturas com a mesma arquitetura, mesmos materiais e mesmas
cargas não são, necessariamente, iguais quando se trata de suas fundações. Daí o alerta de
que é perigoso se generalizar em fundações, pois cada caso é um caso, que requer um
estudo próprio que considere todas suas condicionantes e dados disponíveis.

Durante a execução, as equipes envolvidas seguem, basicamente, o método executivo


previsto na fase de projeto. Na interface projeto-execução situa-se o controle da qualidade da
fundação, que deverá aferir as previsões feitas, adaptando a execução às mesmas ou
fornecendo subsídios ao projeto para reavaliação. Por esta razão, um projeto de fundação só é
concluído ao término da execução, pois como já se disse acima, trabalha-se com o solo, que
não é um material fabricado pelo homem. Para agravar mais a situação, as previsões são
feitas com base em ensaios geotécnicos obtidos antes da execução da fundação, e como
sabemos, a capacidade de carga e deformabilidade do solo são normalmente afetadas pelo
método executivo.
Uma outra característica das fundações, é que elas ficam enterradas, e, portanto, não é
possível inspecioná-las facilmente após sua conclusão, como acontece com outros elementos
da estrutura (pilares, vigas, alvenaria, etc). É por essa razão que a eficiência e competência
das equipes envolvidas com o projeto, a execução e o seu controle são de primordial
importância para um bom desempenho da fundação. Só para enfatizar este aspecto, lembra-se
que para adquirir um equipamento basta ter o dinheiro; para formar uma equipe capaz de fazê-
lo trabalhar eficientemente, há necessidade de muito tempo para treinamento.

Finalmente é importante lembrar que os procedimentos de controle da execução devem


ser definidos, claramente (por todos os responsáveis e envolvidos com o tripé da “boa
fundação”) antes do início dos serviços, a fim de evitar polêmicas ou posições “intransigentes”
de um ou outro desses responsáveis.

4 – CONTROLE DAS FUNDAÇÕES DURANTE SUA EXECUÇÃO

Conforme se expôs acima, há necessidade de se controlar todas as fases de execução


das fundações (tripé da boa fundação).

No caso de fundações rasas esse controle se realiza avaliando a capacidade de suporte


do solo onde as mesmas se apoiarão, verificação da armadura das mesmas e controle do
procedimento de lançamento do concreto e verificação da sua resistência.

No caso das estacas cravadas esses controles abrangem os gráficos de cravação, as


medidas de negas e dos repiques bem como os ensaios de carregamento dinâmico.

Já nas estacas escavadas, aí incluídas as estas hélice contínua, os controles durante a


execução são mais “subjetivos” do que objetivos, pois não se tem ferramentas similares às de
controle das estacas cravadas. Faz-s, via de regra, uma análise táctil visual do material
escavado e compara-se o mesmo com aquele descrito nas sondagens mais próximas.

Em caso de dúvida, tanto nas fundações rasas quanto nas estacas (cravada ou
escavada) deve-se realizar provas de carga estáticas. A NBR 6122:2010 fixa a quantidade
mínima de provas de carga em estaca no item 9.2.2, as quais devem ser realizadas nas
primeiras estacas da obra.

4.1) Gráfico de cravação, nega e repique.


A NBR 6122:2010 exige que nas estacas cravadas se meçam o diagrama de cravação, a
nega e o repique em todas as estacas da obra. O gráfico de cravação corresponde ao número
de golpes do pilão caindo de altura constante para se cravar incrementos de estaca a cada 50
cm ou, mais comumente, a cada 100 cm (Figura 6).
Quando a ponta das estacas cravadas atinge a cota prevista no projeto, registram-se a
nega e o repique. A nega corresponde a penetração permanente de uma estaca, causada pela
aplicação de um golpe do pilão. Por ser um valor “pequeno” é rotina nas obras medirem-se a
nega para 10 golpes do pilão caindo de uma altura constante.
Já o repique corresponde à parcela elástica do deslocamento máximo de uma estaca
decorrente de um golpe do pilão.
Na Figura 5 mostra-se esquematicamente o procedimento para se registrar esses dois
controles e na Foto 1 o registro dos mesmos.
A folha de controle da cravação (que inclui gráfico de cravação, negas e repiques) é
mostrada na Figura 6.
Figura 5 – Procedimento esquemático para registro da nega e do repique

Foto 1: Obtenção da nega e do repique no campo


Figura 6 – Folha de campo com registro do gráfico de cravação, da nega e do repique.

Os valores assim medidos devem estar em consonância com aqueles previstos na fase
de projeto. O valor previsto no projeto é obtido conforme se mostra na Figura 7.

Figura 7: Estimativa da parcela C2 do repique

4.2) Ensaios de carregamento dinâmico


Outro controle de campo que também pode ser usado nas estacas cravadas é o ensaio
de carregamento dinâmico (Foto 2) também conhecido como “ensaio PDA” (Pile Driving
Analyser), que utilizando as equações desenvolvidas com base na equação da onda permite
estimar a carga mobilizada, durante a cravação ou na recravação (decorrido um tempo após a
cravação). Este ensaio também é feito geralmente quando a estaca atinge a cota de ponta
prevista no projeto.
Para realizar este ensaio instala-se na estaca um par de acelerômetros e um par de
medidores de deformação específica, conforme se mostra na Foto 2.

Sob a ação de um golpe do pilão mede-se “on line” no computador acoplado ao sistema,
a aceleração da seção instrumentada e sua deformação, obtendo-se um gráfico conforme
mostrado na Figura 8. Para a obtenção desse gráfico transforma-se a aceleração em
velocidade (por integração ao longo do tempo) que multiplicada pela impedância (E*A/c)
fornece uma força. Analogamente usando-se a deformação e aplicando-se a equação de
Hooke obtem-se a força imposta pelo golpe do pilão à seção instrumentada da estaca.

Foto 2: Medidor de deformação específica (à esquerda) e acelerômetro à direita.

Figura 8: Sinal típico de um golpe do pilão na estaca

Utilizando-se a teoria da equação da onda sobre o sinal obtido é possível determinar a


carga mobilizada na estaca aplicada pelo golpe do pilão ale de se poder estimar a
transferência de carga estaca solo utilizando-se a análise “CAPWAP”.

Como o programa CAPWAP necessita de “inputs” há necessidade de se avaliar se os


mesmos estão adequados. Isto pode ser feito de maneira rápida, comparando-se os valores de
DMX calculado pelo PDA com o repique medido (Foto 3). Os dois têm que ser da mesma
ordem de grandeza, já que o repique é a solução gráfica da Equação da Onda em termos de
deslocamentos máximos e mínimos, medidos na seção instrumentada e independe de
correlações.
Foto 3: Validação dos “in puts” do PDA

4.3) Provas de carga estática.

A prova de carga em uma sapata ou em uma estaca consiste em se carregar a mesma


(à compressão, à tração ou horizontalmente) com incrementos progressivos de carga (P) e
medida dos deslocamentos correspondentes (d), resultando um gráfico carga x deslocamento
conforme apresentado na Figura 9.
P
Carga (P) d

ESTACA
ESTACA

SOLO
solo

deslocamento (d)

Figura 9: Trajetória de equilíbrio do conjunto estaca-solo (“prova de carga”)

Notas: 1) Utiiliza-se o termo deslocamento quando se ensaiam as sapatas ou as estacas à


tração ou horizontalmente. No caso de estacas comprimidas o deslocamento, por ser
para baixo, é denominado “recalque”.
2) Não confundir deslocamento com deformação. Deslocamento refere-se a uma
mudança de posição de um ponto relativamente a um sistema de referência, fixo no
espaço. É uma grandeza vetorial caracterizada, portanto, por uma direção, um
sentido e uma intensidade. Já a deformação é uma variação de comprimento em
σ
relação ao comprimento inicial (∆L/L), como por exemplo, na lei de Hooke: ε = ou
E
∆L P
= .
L A.E

4.3.1) – Montagens típicas para provas de carga à compressão

Para se realizar uma prova de carga à compressão, tanto em sapatas como em estacas,
necessita-se de um sistema de reação que poderá ser uma cargueira (Fotos 4 e 5) ou tirantes
ancorados no solo (Foto 6).

Hoje em dia pela facilidade existente é mais comum o uso de tirantes ancorados no
terreno ou mesmo estacas raiz e estacas hélice contínua e, para maiores cargas, estacas
escavadas com uso de fluido estabilizante (bentonita ou polímero).

O macaco hidráulico reagirá contra uma viga que por sua vez será estabilizada pela
cargueira (Fotos 4 e 5) ou pelos tirantes (ou estacas tracionadas) ancorados no solo (Foto 6).

No caso de sapatas, o mais comum é se realizar a prova de carga sobre uma placa
circular com diâmetro de 80 cm, conforme se mostra na Foto 7.

Foto 4: Vista de uma cargueira usando caçamba de caminhão


Foto 5: Vista de uma cargueira usando blocos de concreto

Foto 6: Prova de carga à compressão usando estacas tracionadas


Foto 7 – Prova de carga à compressão em placa

É importante lembrar que nas provas de carga com apenas uma viga de reação há
necessidade de se “escorar“ lateralmente essa viga, conforme se mostra na Foto 6 a fim de
evitar acidentes como o mostrado na Foto 8. Neste caso, se não existisse uma estaca pré-
moldada com topo bem acima do terreno (e que impediu que a viga caísse) e o tombamento
dessa viga teria causado uma tragédia, pois a prova de carga estava em andamento com a
equipe circulando próximo e sob a viga, para fazer as leituras dos deslocamentos.

Foto 8: Acidente com uma viga de reação por falta de escoramento lateral
A seguir mostram-se detalhes típicos de provas de carga à compressão utilizando-se
vigas metálicas ancoradas em tirantes ou estacas tracionadas (Fotos 9 a 13). Já na Foto 14
mostra-se uma prova de carga utilizando-se a própria estrutura de concreto armado do bloco
de coroamento das estacas para a reação.

Foto 9 - Montagem com duas vigas em forma de cruz para 250 tf

Foto 10 – Montagem com três vigas em forma de H para 500 tf


Figura 11 – Montagem com 6 tirantes (12Ø12,5mm) inclinados para 1.000 tf

Foto 12 – Montagem com apenas uma viga de reação (1.000 tf)


(necessidade de escorar lateralmente a viga para evitar acidentes)
(a) Vista geral

(b) Vista dos macacos hidráulicos


Foto 13: Montagem para prova de carga de 4.000 tf
Foto 14: Reação contra o bloco (Ponte sobre o Rio negro – Manaus) 3.600 tf
(Antunes, W.R. e E.R.Dourado – COBRAMSEG 2010)

4.3.2) – Montagens típicas para provas de carga à tração

Quando se utilizam lajes de subpressão (subsolos abaixo do nível de água) ancoradas


em estacas, estas devem resistir à tração. Neste caso as mesmas devem ser ensaiadas
usando provas de carga à tração, conforme se mostra nas Fotos 15 a 17.

Foto 15 – Prova de carga à tração (reação em fogueira) 120 tf


Figura 16: Prova de carga à tração em estacas inclinadas (130 tf)
(Alonso, 1996 – SEFE III)

Figura 17: Prova de carga à tração com macaco não vazado (330 tf)
4.3.3) – Montagens típicas para provas de carga horizontal

Neste tipo de prova de carga a reação tanto pode ser obtida pelo solo (Foto 18) ou
reagindo uma estaca contra a outra (Foto 19).

Figura 18: Prova de carga horizontal usando o solo como elemento de reação

Figura 19: Prova de carga horizontal com o macaco hidráulico entre duas estacas

4.3.4 – Prova de carga com célula hidrodinâmica

Este tipo de prova de carga só é normalmente utilizado em estacas moldadas in loco.


Para se realizar a mesma é instalada uma ou mais células de carga (tipo “macaco tórico”) no
interior da estaca utilizando o fuste como elemento de reação (Figura 10).

Nesse tipo de prova de carga obtêm-se duas curvas carga-deslocamento conforme se


mostra na Figura 11.
Figura 10: Princípio do funcionamento da célula hidrodinâmica

Figura 11: Resultado de uma prova de carga com célula hidrodinâmica


Na Foto 20 mostra-se a montagem de três células hidrodinâmicas em uma estaca
escavada com 110 cm de diâmetro (3 células de130 tf) e na Foto 21 o mesmo procedimento
em uma estaca barrete (2 células de 200 tf).

Foto 20: Montagem de três células hidrodinâmicas em uma estaca escavada.

Foto 21: Montagem de duas células hidrodinâmicas em uma estaca barrete


Os ensaios de carga com as células hidrodinâmicas ainda carecem de um avanço
técnico na sua interpretação. Elas são excelentes para comprovar a carga resistida pela estaca
(principalmente a carga de ponta), mas não permitem avaliar a curva carga-recalque do topo
da estaca. Quando se aplica o dobro da carga das células (2F) no topo da estaca o diagrama
de transferência de carga para o solo é diferente, conforme se mostra na Figura 12. Além
disso, no trecho acima da célula a adesão resistente tem sentido de cima para baixo (similar a
uma estaca tracionada) ao contrário de uma prova de carga em estaca comprimida onde essa
adesão é sempre de baixo para cima. Fosse somente essa diferença até que se poderia ainda
fazer razoável interpretação admitindo que a adesão à tração fosse uma percentagem da
adesão à compressão, mas o diagrama normal é completamente diferente na estaca
comprimida por uma carga no topo de valor 2F e com a célula (F para cima e F para baixo).

(a) célula hidrodinâmica (b) prova de carga

Figura 12: Diagramas de transferência de carga: célula hidrodinâmica e prova de carga

5 – MONITORAMENTO (CONTROLE) DOS RECALQUES DA ESTRUTURA

Até um passado recente, o monitoramento do comportamento das fundações era raro,


pois, por ignorância, o construtor/proprietário imaginava que se era necessário controlar o
comportamento das fundações era porque “alguma coisa havia acontecido” e não havia sido
contado a eles.

Na realidade esse monitoramento tanto das fundações como das estruturas de


contenção traz conhecimentos relevantes que permitem ao projetista avaliar e ajustar modelos
de cálculo. Por isso hoje em dia já é rotina se monitorar paredes de contenção (diafragma,
perfis-pranchão, estacas pranchas metálicas) e a Norma NBR 6122:2010 obriga o
monitoramento dos recalques medidos na estrutura nos seguintes casos:

a) estruturas nas quais a carga variável é significativa em relação à carga total, tais
como silos e reservatórios;

b) estruturas com mais de 60 m de altura do térreo até a laje de cobertura do último piso
habitável;

c) estruturas com relação altura/largura (menor dimensão em planta) superior a quatro;

d) fundações ou estruturas não convencionais.


Pode também ser necessário o monitoramento de outras grandezas, tais como:
deslocamentos horizontais, desaprumos, integridade ou tensões. O resultado das medições
deve ser comparado com as previsões de projeto. Por isso o projeto de fundações deve
estabelecer o programa de monitoramento, incluindo: referência de nível (indeslocável) a ser
utilizada. O mais frequente é a instalação de “bench mark” conforme mostrado na Figura 13.

Para se proceder à leitura dos recalques é comum se instalar em pilares previamente


escolhidos pinos de controle (Figura 13) que servirão de apoio das miras para as leituras dos
recalques a partir do bench mark.

Figura 13: Detalhes de um bench mark

Normalmente as leituras são realizadas com nível ótico que permita leituras diretas de 0,1 mm,
como por exemplo, o nível WILD N3.

A freqüência e o período em que as leituras serão realizadas também devem constar do


projeto de fundações.
O título ilustrativo, normalmente se faz leituras de recalques a cada quatro lajes. Por isso
é importante contatar o projetista da estrutura para saber qual a carga que cada laje aplica a
cada pilar de modo a poder ir estabelecendo uma curva carga-recalque dos pilares onde se
fazem as leituras.

Normalmente as leituras continuam após a conclusão da estrutura e até o final da obra,


com periocidade de, no mínimo, uma leitura a cada 45 dias. Neste caso, analogamente ao
caso da estrutura, também se deve obter do projetista as parcelas de carga devido à alvenaria,
pisos, etc. de modo a continuar a estabelecer a curva carga-recalque.

Quando existem estruturas de lajes de andares térreos fora do corpo principal do prédio,
e lajes de subsolos, estas só deverão ser incorporadas ao corpo principal após a estabilização
dos recalques.

Figura 14: Detalhes dos pinos incorporados aos pilares

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