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As fundações, como qualquer outra parte de uma estrutura, devem ser projetadas e
executadas para garantir, sob a ação das cargas em serviço, as condições mínimas de
segurança, funcionalidade e durabilidade (Figura 1).
A primeira condição impõe que todos os elementos da estrutura devam atender aos
coeficientes de segurança (contra a ruptura) fixados pelas Normas Técnicas. A segunda
condição deve ser atendida para que os deslocamentos e as deformações sejam compatíveis
com o tipo e a finalidade a que se destina a estrutura e a terceira diz respeito aos materiais a
serem empregados que deverão apresentar vida útil, no mínimo igual ao que se propõe a obra.
A maneira como são atendidas as três condições acima irá refletir-se no desempenho da
estrutura.
2 – GARANTIA DA QUALIDADE
É importante lembrar que só se pode controlar aquilo que se pode verificar e só se pode
exigir o que se pode controlar. Isto em fundações é de uma importância fundamental, pois os
elementos estruturais que a compõe geralmente não são visíveis (pois estão enterrados) ao
contrário do que acontece com as demais partes da estrutura. Por isto, especificamente em
fundações, o cumprimento dos formalismos da garantia da qualidade não significa que
o bom desempenho esteja assegurado, pois um aspecto que diferencia um projeto de
estrutura de um projeto de fundações é que, no primeiro, as características dos materiais de
construção são definidas pelo projetista e, no segundo, se trabalha com o solo, que é um
material não fabricado pelo homem.
Uma boa fundação é aquela que atende ao tripé constituído pelo projeto, pela execução
da fundação e pelo seu controle durante a execução (Figura 4).
Projeto Controle Execução
É nesta fase que se define o método construtivo e se fazem as previsões que darão
suporte às equipes de execução e de controle. O projetista da fundação deve ter sempre em
vista a forma como seu projeto será executado, levando em conta a disponibilidade de
equipamentos e a segurança dos vizinhos.
Fica, portanto, claro que nessa fase há um envolvimento intenso entre a equipe de
projeto propriamente dita com a equipe de execução. A primeira busca soluções, tendo por
base os conhecimentos de Mecânica dos Solos e Resistência dos Materiais e a segunda
complementa esses conhecimentos com os aspectos referentes às limitações dos
equipamentos que serão envolvidos, as limitações de acessos à obra, o estado das
construções limítrofes e outros aspectos inerentes aos métodos executivos.
É por isso que duas estruturas com a mesma arquitetura, mesmos materiais e mesmas
cargas não são, necessariamente, iguais quando se trata de suas fundações. Daí o alerta de
que é perigoso se generalizar em fundações, pois cada caso é um caso, que requer um
estudo próprio que considere todas suas condicionantes e dados disponíveis.
Em caso de dúvida, tanto nas fundações rasas quanto nas estacas (cravada ou
escavada) deve-se realizar provas de carga estáticas. A NBR 6122:2010 fixa a quantidade
mínima de provas de carga em estaca no item 9.2.2, as quais devem ser realizadas nas
primeiras estacas da obra.
Os valores assim medidos devem estar em consonância com aqueles previstos na fase
de projeto. O valor previsto no projeto é obtido conforme se mostra na Figura 7.
Sob a ação de um golpe do pilão mede-se “on line” no computador acoplado ao sistema,
a aceleração da seção instrumentada e sua deformação, obtendo-se um gráfico conforme
mostrado na Figura 8. Para a obtenção desse gráfico transforma-se a aceleração em
velocidade (por integração ao longo do tempo) que multiplicada pela impedância (E*A/c)
fornece uma força. Analogamente usando-se a deformação e aplicando-se a equação de
Hooke obtem-se a força imposta pelo golpe do pilão à seção instrumentada da estaca.
ESTACA
ESTACA
SOLO
solo
deslocamento (d)
Para se realizar uma prova de carga à compressão, tanto em sapatas como em estacas,
necessita-se de um sistema de reação que poderá ser uma cargueira (Fotos 4 e 5) ou tirantes
ancorados no solo (Foto 6).
Hoje em dia pela facilidade existente é mais comum o uso de tirantes ancorados no
terreno ou mesmo estacas raiz e estacas hélice contínua e, para maiores cargas, estacas
escavadas com uso de fluido estabilizante (bentonita ou polímero).
O macaco hidráulico reagirá contra uma viga que por sua vez será estabilizada pela
cargueira (Fotos 4 e 5) ou pelos tirantes (ou estacas tracionadas) ancorados no solo (Foto 6).
No caso de sapatas, o mais comum é se realizar a prova de carga sobre uma placa
circular com diâmetro de 80 cm, conforme se mostra na Foto 7.
É importante lembrar que nas provas de carga com apenas uma viga de reação há
necessidade de se “escorar“ lateralmente essa viga, conforme se mostra na Foto 6 a fim de
evitar acidentes como o mostrado na Foto 8. Neste caso, se não existisse uma estaca pré-
moldada com topo bem acima do terreno (e que impediu que a viga caísse) e o tombamento
dessa viga teria causado uma tragédia, pois a prova de carga estava em andamento com a
equipe circulando próximo e sob a viga, para fazer as leituras dos deslocamentos.
Foto 8: Acidente com uma viga de reação por falta de escoramento lateral
A seguir mostram-se detalhes típicos de provas de carga à compressão utilizando-se
vigas metálicas ancoradas em tirantes ou estacas tracionadas (Fotos 9 a 13). Já na Foto 14
mostra-se uma prova de carga utilizando-se a própria estrutura de concreto armado do bloco
de coroamento das estacas para a reação.
Figura 17: Prova de carga à tração com macaco não vazado (330 tf)
4.3.3) – Montagens típicas para provas de carga horizontal
Neste tipo de prova de carga a reação tanto pode ser obtida pelo solo (Foto 18) ou
reagindo uma estaca contra a outra (Foto 19).
Figura 18: Prova de carga horizontal usando o solo como elemento de reação
Figura 19: Prova de carga horizontal com o macaco hidráulico entre duas estacas
a) estruturas nas quais a carga variável é significativa em relação à carga total, tais
como silos e reservatórios;
b) estruturas com mais de 60 m de altura do térreo até a laje de cobertura do último piso
habitável;
Normalmente as leituras são realizadas com nível ótico que permita leituras diretas de 0,1 mm,
como por exemplo, o nível WILD N3.
Quando existem estruturas de lajes de andares térreos fora do corpo principal do prédio,
e lajes de subsolos, estas só deverão ser incorporadas ao corpo principal após a estabilização
dos recalques.