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PAULO, O PRISIONEIRO DE CRISTO - EF 3.

1-13

Ao entrar neste capítulo devemos entender que “por esta causa”, indica por si só sua estreita conexão
material com o capítulo precedente. Visto que bênçãos tão numerosas foram concedidas, respectivamente
a judeus e a gentios - reconciliação com Deus e uns com os outros, e o levantamento de um único santuário
consistindo de judeus e gentios.
É de opinião da maioria dos comentaristas que Paulo intenta orar pelos irmãos e por alguma razão
seus pensamentos o assaltam e o levam a explicar aos efésios a razão de sua prisão, voltando no verso 14
ao assunto que começou a falar no verso 1. “Os versículos 2-13 são um longo parêntese” (BARCLAY).
“[Paulo]... faz uma pausa, hesita, e não a diz, senão ao chegar ao versículo 14, onde vemos de novo a mesma
fórmula - “Por esta causa (eu)” - e depois prossegue, dizendo-lhes que está orando por eles. (JONES).
Neste parágrafo o apóstolo faz aos efésios um relato do seu ministério - sua vocação, seu ofício - e
do seu grande objetivo e propósito. Depois, havendo feito isto, ele volta ao seu tema e diz o que estava
começando a dizer no versículo primeiro.

“...sou o prisioneiro...”
Quando Paulo escrevia esta carta estava na prisão romana esperando comparecer em juízo perante
Nero. É verdade que estando na prisão Paulo desfrutava de certos privilégios: podia habitar na casa que
alugava e recebia a visita de seus amigos. Apesar de tudo era dia e noite prisioneiro; estava encadeado dia
e noite a um soldado romano que o custodiava e cujo dever era o de não permitir que Paulo escapasse.
Nesta circunstância Paulo se chama "o prisioneiro de Cristo".
Humanamente falando, não era o prisioneiro de Cristo, mas, sim, de Nero. Apelara ao Imperador e,
portanto, tinha sido levado preso para ser julgado diante dele. (At 25.11,12). Paulo não olhava para a vida
a partir de uma perspectiva puramente humana. Ele sempre via a vida pela ótica da soberania de Deus (3.1;
4.1; 6.20). Já havia ele recebido a visitação do Senhor dizendo que deveria pregar também em Roma (At
23.11).
Paulo nunca se considerou detido pelas autoridades romanas, mas sim padecendo pela causa de
Cristo. O ponto de vista faz toda a diferença. O que nos leva às perguntas: “Como nós nos enxergamos?”
“Como nos vemos diante de situações difíceis?”
Paulo não murmura por causa de sua condição presente. Nem por um segundo ele permite que entre
em sua mente ou em seu coração a indagação: é justo? Servi a Deus durante anos, viajei, tenho sido
infatigável, sofri, envelheci antes do tempo no serviço de Deus - por que me sobrevêm isto? Não há o mais
leve vestígio disso! Nem uma palavra. Nada de queixas, nada de lamentações!
Entretanto, notamos também notamos que Paulo não se resignou simplesmente, face ao problema,
com uma espécie de estoico. Ele não escreveu: “bem, você sabe, você tem que receber o mal com o bem
num mundo como este; fiz muita coisa errada e agora estou pagando o mal que fiz”.
Segundo JONES, devemos chegar à conclusão de que o apóstolo parece alegrar-se em meio às suas
provações. Há uma nota de exultação aqui, uma nota de triunfo. No fim do versículo 13 ele diz: “...vos peço
que não desfaleçais nas minhas tribulações por vós, pois nisso está a vossa glória”. Ele não está apenas
suportando as circunstâncias que o envolvem; está indo além, está exultando em seu sofrimento. Está
triunfante, está jubiloso. Ele diz graças a Deus por tudo o que está acontecendo com ele (Fp 1.12; 2 Tm 1.7;
3.12). Também ensinado por Pedro (I Pe 4.12-14).
Num tempo como o nosso em que se prega uma vida de vitória, sem problemas, sem lutas, em que
se deve rejeitar qualquer tipo de sofrimento, a vida de Paulo precisa nos servir de inspiração (Fp 1.29; I Ts
2.2; II Co 11.23-27). Além disso, ainda temos os ensinos e exemplo de Jesus (Jo 16.33; Mt 5.10-12; I Pe
2.21-23)

“...por amor de vós...”


Ele não está na prisão por algo de errado que tenha feito ou praticado pessoalmente. Está ali porque
é pregador do evangelho de Cristo, por causa do seu zelo pelo nome e pela glória de Cristo. O que realmente
colocou Paulo na prisão foi que ele ia por toda parte pregando que o evangelho de Jesus Cristo era tanto
para os judeus como para os gentios.
Ele está preso por pregar que os gentios foram reconciliados com Deus e reconciliados com os
judeus para formar um só corpo em Cristo. Deus o chamou para pregar aos gentios (At 9.15; 26.13-18).
Paulo, por ser apóstolo dos gentios, foi acusado, perseguido e preso pelos judeus (At 21.30-33). Os judeus,
quando souberam que ele, Paulo, tinha levado o evangelho para os gentios, atiraram-se contra ele (At
22.21,22).

“...graça de Deus a mim confiada...”


Apesar do versículo 2 não começar como o 2.11 trazendo “lembrai-vos”, a ideia é a mesma - é um
convite à lembrança. Nossa versão começa com “se” como pudesse existir a possibilidade deles (os efésios)
não saberem, contudo, a ideia original é que eles sabem com certeza como mostra a NVI: “Certamente
vocês ouviram...”.
Vocês sabem tudo sobre isto, diz o apóstolo, mas outra vez vou fazê-los recordá-lo. A quintessência
do bom ensinar é a repetição. Todos nós pensamos e supomos que sabemos certas coisas, porém quando
somos examinados a respeito delas, muitas vezes descobrimos que não as sabemos. Não só isso; conquanto
possamos sabê-las teoricamente, de um modo ou de outro ao ver-nos em dificuldade ou com problemas,
falhamos na aplicação do conhecimento. É, pois, necessário que nos façam recordá-las. É o que o apóstolo
faz aqui.
Paulo faz uma combinação idêntica de palavras gregas, que são traduzidas por “a graça de Deus a
mim confiada” (vs 2 e 7). Está se referindo a dois privilégios que Deus, num favor não merecido, lhe
concedera.

1) A revelação divina a Paulo. (3.2,3)


Devemos notar a repetição que o autor faz da palavra “mistério” (3,4,9). É uma palavra- chave para
a nossa compreensão do pensamento de Paulo. Em português um “mistério” é algo obscuro, oculto, secreto,
enigmático, inexplicável, até mesmo incompreensível. No grego, embora continue sendo um “segredo”, já
não está cuidadosamente guardado mas, sim, revelado. Originalmente, a palavra grega se referia a uma
verdade em que alguém tinha sido iniciado. No cristianismo, não há “mistérios” reservados para uma elite
espiritual.
Qual é o segredo aberto ou verdade revelada, que “em outras gerações não foi dado a conhecer aos
filhos dos homens...” (v. 5) e que de modo sem igual, Paulo acrescenta, me foi dado conhecer? (v. 3). Ele
chama este mistério no versículo 4 (Cl 4:3) de o mistério de Cristo.
Paulo declara a natureza exata do mistério com ênfase e clareza no versículo 6. A saber, que os
gentios são coerdeiros, membros do mesmo corpo e coparticipantes da promessa em Cristo Jesus por meio
do evangelho. Assim, o mistério diz respeito a Cristo e ao seu único povo, judeu e gentio.
A fim de defini-lo (o mistério) com mais exatidão, Paulo reúne (e, em um caso, cria) três expressões
compostas e paralelas. Cada uma tem o mesmo prefixo syn, “juntamente com”, e indica aquilo que os
crentes gentios agora têm e são, em conjunto com os crentes judeus. Que expressões são estas?
Os gentios são “coerdeiros” (synklêronoma), “membros do mesmo corpo” (syssõma) e
“coparticipantes” (summetochos) da promessa. O que Paulo está declarando é que os cristãos, tanto gentios
como judeus, são agora herdeiros juntos da mesma bênção, membros comuns do mesmo corpo, e
participantes da mesma promessa. E este privilégio compartilhado é tanto em Cristo Jesus (porque é
desfrutado igualmente por todos os crentes, tanto judeus como gentios, posto que estejam em união com
Cristo) e por meio do evangelho (pois a proclamação do evangelho inclui esta unidade e assim a torna
disponível para todos os que creem).
Resumindo, o mistério de Cristo é a união completa entre judeus e gentios por meio da união de
ambos com Cristo. E essa dupla união, com Cristo e entre eles, a essência do mistério. Deus revelara esse
mistério a Paulo (3.3), aos santos apóstolos e profetas (3.5) e aos seus santos (Cl 1.26).
O Antigo Testamento já revelara que Deus tinha um propósito para os gentios. Prometera que todas
as famílias da terra seriam abençoadas através da posteridade de Abraão (Gn 12.3; 28.14); que o Messias
receberia as nações como sua herança (Sl 2.6-8). E Israel seria o meio pelo qual Deus alcançaria todas as
nações (Is 42:6; 49:6;). Jesus também falou da inclusão dos gentios e comissionou seus discípulos a fazer
discípulos de todas as nações (Mt 28.18-20).
Ao invés de várias nações abençoadas por meio de um povo, Deus, mostra Paulo, faz com que
judeus e gentios sejam uma nova humanidade, por meio de Cristo e na sua igreja em igualdade, sem
qualquer distinção. Esta união completa entre judeus, gentios e Cristo era radicalmente nova, e Deus a
revelou a Paulo.
2) A comissão divina a Paulo (3.7-13)
Se o primeiro dom da graça de Deus a ele foi o próprio mistério que lhe fora revelado (vs. 2-3), o
segundo era o ministério que lhe fora confiado, e pelo qual ele o compartilharia a outras pessoas. Recebera-
o pela graça de Deus, e o exerceria segundo a força operante do seu poder.
O apóstolo Paulo fala sobre o grande privilégio de ser despenseiro desse mistério. Ele chama a si
mesmo de “o menor de todos os santos” (3.8) ou o membro mais vil do povo santo, ou “menor do que o
menor”.
Talvez estivesse deliberadamente jogando com o significado do seu nome. Seu sobrenome romano,
“Paulus”, significa “pequeno”, e a tradição diz que era um homem pequeno. Ou então está dizendo,
“pequeno pelo nome, pequeno na estatura, e moral e espiritualmente menor do que o mínimo de todos os
cristãos”. Profundamente consciente tanto da sua própria indignidade, pois “noutro tempo fora blasfemo,
perseguidor e insolente” contra Jesus Cristo (I Tm 1.13), como também da misericórdia de Cristo que
transbordava para com ele.
Paulo desenvolve o privilégio de pregar o evangelho em três etapas:

a) pregar aos gentios o evangelho das insondáveis riquezas de Cristo (3.8).


O que são essas riquezas?
- ressurreição da morte do pecado;
- libertação da escravidão da carne, do mundo e do diabo;
- entronização vitoriosa com Cristo nas regiões celestiais;
- reconciliação com Deus;
- reconciliação uns com os outros, a derrubada do muro da inimizade;
- o ingresso na família de Deus;
- a herança gloriosa em Cristo no novo céu e na nova terra.
Essas riquezas são anexniastos, “insondáveis”, ou seja, inesgotáveis, inexploráveis, inexauríveis. O
sentido literal da palavra grega anexniastos é “cuja pista não pode ser achada”. Como a terra é vasta demais
para ser explorada; como o mar é profundo demais para ser sondado, também o é o evangelho de Cristo.

b) Manifestar o mistério a todos os homens (v. 9)


A segunda parte ou etapa do ministério privilegiado de Paulo é expressa nestes termos: manifestar
qual seja a dispensação (plano) do mistério, desde os séculos oculto em Deus, que criou todas as coisas.
Neste verso a pregação do evangelho agora é definida, não como euangelizw (“anunciar boas
novas”) mas, sim, como phwtizw (“iluminar”) usado antes em 1:18. O próprio Jesus tinha caracterizado a
comissão de Paulo nestes termos, pois lhe disse que o estava enviando aos gentios (At 26.18). O diabo cega
o entendimento das pessoas (2Co 4.4). Evangelizar é levar luz onde há trevas (2Co 4.6), para que os olhos
sejam abertos para ver.
A luz original é Cristo mesmo. É com referência a ele que está escrito: “A verdadeira luz que, vindo
ao mundo, ilumina a todo homem” (Jo 1.9). Jesus chamou a si mesmo “a luz do mundo” (Jo 8.12). Num
sentido secundário, os seguidores de Cristo são também “a luz do mundo” (Mt 5.14). São candeeiros (Ap
1.20).
c) Tornar conhecida a sabedoria de Deus para os principados e potestades (v.10)
O propósito que Paulo tem em mente ao proclamar aos gentios as boas notícias das insondáveis
riquezas de Cristo, e ao iluminar a todos os homens sobre qual é a dispensação do mistério, é que por
meio dessas duas (até certo ponto superpostas) atividades, a igreja, sendo constituída e fortalecida, exiba a
maravilhosa sabedoria de Deus até mesmo ao mundo angélico.
Principados e potestades (archai e exousiai) não podem significar qualquer tipo de governo
terreno, porque Paulo diz que eles estão em lugares celestiais. Não devem ser os poderes demoníacos, pois,
o poder de Deus seria mais apropriado para lidar com eles do que a sabedoria de Deus. Não há dúvidas de
que estes anjos de Deus, que dominam as esferas, têm interesse no esquema da redenção do homem (1 Pe
1.12).
Multiforme (polypoikilos) ocorre somen-te aqui no Novo Testamento. Significa "matizado, de
diferentes cores" (usado na LXX em Gn 37.3,23,32). A igreja, como uma comunidade multirracial e
multicultural é como uma bela tapeçaria. Seus membros vêm de uma vasta gama de situações singulares.
Nenhuma outra comunidade humana se assemelha a ela. Sua diversidade e sua harmonia são sem igual.

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