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1. Introdução
A empresa tem como produto principal as caçambas de madeira que representa 50% das
vendas totais dos seus produtos. Entretanto, encontra algumas dificuldades na produção desse
tipo de carroceria, como o elevado custo da matéria prima, altos gastos com logística, a
existência de leis que restringem o uso de certos tipos de madeira, e a dificuldade de encontrar
fornecedores que ofereçam confiabilidade na entrega. Por ter sido identificada uma
possibilidade de maior participação no mercado de carrocerias de furgões, a empresa passa
por um período de mudanças, e deseja aumentar sua parcela de participação nesse mercado.
Com isso, surgiu a necessidade de melhoria de tempos e métodos na operação limitante
sistema produtivo e um melhor aproveitamento da mão de obra e do layout.
Com este contexto, o trabalho em estudo tem como objetivo a aplicação da análise de layout e
o estudo de tempos e métodos para obter melhoria da capacidade produtiva da fabricação de
carrocerias. Para isso, focou-se em reduzir desperdícios oriundos de movimentos e tempos,
com a proposta de um método mais eficiente e; aumentar a capacidade produtiva com a
redução de movimentação interna, utilizando uma análise do layout.
A metodologia do trabalho foi baseada nos conceitos de Gil (1999) e de Silva e Menezes
(2005), classificando esta pesquisa como de caráter aplicado, quantitativo, descritivo e usando
os procedimentos técnicos da pesquisa bibliográfica e do estudo de caso. O trabalho foi
dividido em quatro partes: introdução, revisão da literatura, estudo de caso, conclusão. Após a
quarta parte encontram-se as referências.
2. Revisão da Literatura
Segundo Barnes (1977), tempos e métodos é o estudo sistemático dos sistemas de trabalho
com o objetivo de desenvolver o sistema e o método preferido, padronizar esse sistema e
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método, determinar o tempo gasto para uma pessoa qualificada executar essa tarefa e orientar
o treinamento do trabalhador no método preferido.
Maynard (1970) sugere que organizações interessadas em reduzir custos através de melhores
métodos, têm encontrado algumas aplicações importantes para padrões de tempos. Essas
aplicações são o desenvolvimento de métodos eficientes antes de iniciar a produção, a
melhoria de métodos existentes, o estabelecimento dos tempos padrões e o desenvolvimento
dos dados padrões e formulas de tempos. Toledo Júnior (2004) diz que ao iniciar o estudo de
tempos, aceita-se automaticamente o método atual como o método-padrão.
2.2 Fluxograma
Slack et al. (2009) afirmam que o principal propósito do fluxograma é que ele destaca áreas
problemas onde não existe nenhum procedimento para lidar com um conjunto particular de
circunstâncias.
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Davis et al. (2001) propõem que o estudo de tempos seja conduzido por meio de
cronometragens no local de trabalho ou observando vídeos das tarefas executadas. Com o uso
de um procedimento, o trabalho ou a tarefa específica são separadas em partes ou elementos
mensuráveis, e cada elemento é cronometrado separadamente.
Machline et al. (1990) diz que é necessário utilizar técnicas como a filmagem, por exemplo,
para o estudo de tempos e o uso de cronometro decimal, exceto para determinar elementos de
duração inferior a 0,02 minutos, quando será preciso recorrer a instrumentos mais elaborados.
Segundo Slack et al. (2009), o tempo-padrão para um trabalho qualquer vem do conceito de
tempo básico. O tempo básico está relacionado com a medição do trabalho sob ampla gama
de condições. Já o tempo-padrão refere-se ao tempo permitido para a realização do trabalho
sob circunstâncias específicas.
De acordo com Barnes (1977), o cálculo do tempo-padrão de uma etapa que se aplica
unicamente a essa operação; portanto deve-se registrar na folha de observações, uma
descrição completa e detalhada do método.
Segundo Moreira (1993) é fácil perceber que o número de medidas dependerá de três fatores:
a variabilidade dos tempos, a precisão desejada e o nível de confiança sobre a medida de
tomada de tempo. Barnes (1977) complementa dizendo que quanto maior o número de ciclos
cronometrados tanto mais representativos serão os resultados obtidos para a tarefa em estudo.
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(1)
Segundo Barnes (1977), o tempo padrão deve conter a duração de todos os elementos da
operação, alem disso, incluir as tolerâncias necessárias. Para Martins e Laugeni (2005) o
tempo padrão para cada elemento consiste em duas partes, o tempo básico ou normal e as
tolerâncias. Peinado e Graeml (2007) complementam dizendo que a segunda parte é o cálculo
do tempo padrão, onde se multiplica o tempo normal, pelo tempo fator de tolerância. Uma vez
obtidas as “n” cronometragens válidas, com fator de ritmo (V) e as tolerâncias (FT) deve-se:
(2)
c) Calcular o tempo padrão (Tp):
(3)
Correa (1996) afirma que no arranjo físico funcional, os fluxos de materiais são variáveis e os
roteiros de produção são diversos, correspondendo aos diferentes produtos produzidos.
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O terceiro passo, de acordo com Slack et al. (2009), é ajustar o arranjo físico de forma a levar
em conta as restrições da área dentro da qual o arranjo físico deve caber e desenhar o arranjo
físico mostrando as áreas reais dos centros de trabalho e as distâncias que os materiais e as
pessoas devem percorrer. Concluindo, deve-se checar se a troca da localização de quaisquer
dos centros faz reduzir a distância total percorrida ou o custo total de movimentação.
3. Estudo de Caso
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O estudo de caso foi realizado em cinco etapas, sendo a primeira, a etapa de identificação das
atividades e os tempos respectivos que cada uma gasta no processo de fabricação. O processo
de fabricação começa no corte de chapas e perfis e as outras atividades acontecem
paralelamente, excetuando-se a pintura que acontece apenas depois da fabricação da base,
pois a apenas a base é pintada, e a furacão e rebite que acontece depois da fabricação dos
painéis, devido a apenas os painéis produzidos na fabricação precisarem de um maior número
de furacão e rebites.
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Na segunda etapa foi realizada uma análise das atividades do processo de fabricação
das portas traseiras. A figura 3 mostra a ordem lógica das atividades de fabricação das portas.
Para a realização da análise, será tomado o processo passando por todas as atividades,
incluindo a atividade “colocar varão”, que é realizada para a fabricação de portas laterais, para
o cálculo do tempo de fabricação apenas das portas traseiras é necessário retirar o tempo da
atividade “colocar varão” de 550 segundos.
Figura 3 – Fluxo de processo de fabricação por porta
A atividade 7 “fazer rebite nas laterais das portas” tem um grande tempo padrão e, por isso,
essa atividade será denominada de “gargalo” de fabricação das portas, iniciando-se a melhoria
de método para reduzir o tempo de processamento da fabricação de portas.
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Com o gargalo identificado, a terceira etapa foi o levantamento do método de rebitar para o
processo de fabricação de portas, identificando as etapas que constituem o método e seus
respectivos tempos. O método é dividido nas seguintes atividades:
Com os tempos identificados, foi realizada a análise financeira de possíveis soluções de curto
e médio prazo. As principais soluções encontradas foram: fazer um gabarito fixo para
substituir o suporte de ferro; colocar mais dois operadores no processo; comprar uma
rebitadeira; rebitar apenas metade dos parafusos.
No método antigo, o operador posiciona uma base de aço na parte inferior do parafuso e, com
uma ferramenta, faz o rebite no parafuso, pressionando a cabeça do parafuso. No novo
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método o operador usa uma ferramenta que, por pressão, realiza o rebite pressionando a parte
de cima e a parte de baixo do parafuso simultaneamente, por intermédio de uma garra
acoplada na ferramenta.
A quarta etapa foi realizar um estudo de tempos com o novo método para que se tenha o novo
tempo padrão. Para o cálculo do número de amostras necessárias para o estudo, será utilizado
um número inicial de coleta de tempo por rebite de acordo com a tabela 2.
N° Amostras N 5
1 4.28 784,059
2 3.95 3,892,729
( )²
3 3.6 19,73
4 3.55 1.66
-( )²
5 4.35 N' 11,33
Fonte: Elaborado pelo autor
Visto que N’ > N, foi necessário realizar outra coleta de dados, para confiabilidade do cálculo
do tempo padrão. Portanto, foram coletadas 12 amostras, pois sendo o N’ igual a 11,33,
arredondou-se para 12. A tabela 4 mostra as novas amostras e o novo cálculo do N´.
N° Amostras N 12
1 4.28 188.279
2 3.95 2,244
( )²
3 3.60 47.37
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4 3.55 -( )² 3.927
5 4.35 N' 11
6 4.55
7 3.52
8 3.82
9 3.65
10 4.08
11 4.10
12 3.97
Fonte: Elaborado pelo autor
Analisando os dados da tabela 4, observa-se que o N’< N, logo se pode seguir em frente com
os cálculos que levaram ao novo tempo padrão. Para o tempo base selecionado será usado a
média das amostras do novo N´ que é 3.9475 segundos.
Para a normalização do tempo será usado a adição de fatores de ritmo que foram tirados da
tabela Westing (0,05 ao todo) para encontrar-se o tempo normal utiliza-se a equação 2 da
revisão da literatura, multiplicando-se o tempo normal por 1,05 e, em seguida, baseando-se
numa tabela de tolerâncias estipuladas pela empresa encontrou-se o fator de tolerância
relacionado a fabricação das portas (1,13), assim utilizando a equação 3 multiplicou-se o
tempo normal pelo fator de tolerância encontrou-se o tempo padrão de 4.6837 segundos.
Comparado ao tempo padrão obtido anteriormente, 8 segundos, tem-se uma redução de 3,32
segundos no tempo padrão do processo. Vale ressaltar que o tempo de ajuste de 690 segundos
também foi eliminado devido a substituição do equipamento manual por semi-automático.
O novo método terá um tempo total de 592 segundos, que consistirá da atividade 1 (30
segundos do posicionamento da porta na mesa de fabricação para rebite), mais a atividade 2
(562 segundos da rebitagem semi-automática na porta).
Após a proposta de melhoria, foi constatada outra possível mudança a ser feita na fabricação
de portas a fim de torná-lo mais eficiente. A quinta etapa consistiu em determinar um melhor
layout da mão de obra e das atividades buscando diminuir os deslocamentos.
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Foram efetuadas mudanças no posicionamento das mesas para fabricação, como o objetivo de
reduzir o deslocamento e balancear as etapas do processo produtivo, como mostra figura 6.
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Com a melhoria foram reduzidos de oito para seis movimentações internas no processo. A
movimentação no setor segue a seguinte ordem: 1- com 2 m percorridos duas vezes, ida e
volta; 2 - com 2,3 m percorridos uma vez, ida; 3 - com 2,3 m percorridos uma vez, ida; 4 -
com 2,3 m percorridos uma vez, ida; 5 - com 2,3 m percorridos uma vez, ida; 6 - com 3 m
percorridos uma vez, ida.
A nova distância total percorrida na movimentação do setor foi 16,2 m. Com a mudança
proposta ter-se-á redução Coma mudança proposta ter-se-á redução de 46,3 metros de
distância percorrida e de 295 segundos no tempo de movimentação interna no setor por porta.
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O tempo da atividade “fazer rebite nas laterais das portas” passou de 1.680 segundos antes da
melhoria para 592 segundos após a melhoria, resultando numa redução 64,76% no seu tempo.
Com isso, o tempo de fabricação das portas passou de 16.890 segundos tempo anterior a
melhoria para 14.904 segundos após a melhoria, ou seja, uma redução de 11,75%.
Assim, com a melhoria no método “fazer rebite nas laterais das portas”, da nova proposta de
layout e do balanceamento dos processos feitos na célula de fabricação de portas foi gerado
um tempo final de 14.314 segundos, ou seja, uma redução de 15,25%. Com isso, o “processo
de fabricação de carrocerias” teve uma redução de tempo de 52.795 segundos para 50.219
segundos, ou seja, uma melhoria de 4,87%.
4. Conclusão
Com estudo de métodos e tempos pode-se ter um maior conhecimento acerca da real
capacidade produtiva de um processo, além da gama de possibilidades de melhorias que o
estudo gera. Através da análise de layout, pode-se ter um maior conhecimento da maneira de
se projetar um layout, fato de grande relevância para a melhoria no sequência das atividades.
REFERÊNCIAS
BARNES, R. M. Estudo de movimentos e de tempos: projeto e medida do trabalho. 6ª ed. São Paulo:
Blücher, 1977.
CORRÊA, L. H.; GIANESI, I. G. N. Just in Time, MRPII e OPT: um enfoque estratégico. 2ª ed., São Paulo:
Atlas, 1996.
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MACHLINE, C.et al. Manual de administração da produção. 9 ed. Rio de Janeiro:Editora da Fundação
Getúlio Vargas, 1990. 1 vol.
SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da produção. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2009.
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