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FALSUM COMMITTIT, QUI VERUM TACET

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Escrevinhação n. 862
MUITAS PALAVRAS SOBRE COISA NENHUMA – parte II

Redigido em 30 de novembro de 2010, dia de Santo André.

Por Dartagnan da Silva Zanela

“[...] cada um está preso a sua própria consciência


como à própria pele, e vive imediatamente apenas
nela”. (Arthur Schopenhauer)

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Uma coisa que torna a nossa época cômica é o excesso de zelo

que cultivamos para com os problemas de outrem, em especial

representando-os na abstrata imagem da sociedade, da coletividade. Rimos,

para não chorar, da enorme quantidade de conselhos que são apresentados

todos os anos sobre o que se deve fazer para que a educação melhore os

seus resultados. Deve-se, segundo a multidão de palpiteiros, fazer-se isso e

aquilo sem esquecer, naturalmente, do necessário aumento de verbas a

serem destinadas para esta seara.

Tudo bem, mas a pergunta que não quer calar, ao menos no

âmago de meu ser: de todos estes senhores e senhoras empavonados em

suas honrarias e auto-lisonjas que vivem para dizer o que deve e o que não

deve ser o ato de educar, quantos realmente se preocuparam com a sua

educação? Quantos de nós realmente procura dedicar o cerne de suas

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energias para o aprimoramento e crescimento de sua pessoa em dignidade,

prestatividade e bondade? Olha, se formos realmente francos e volvermos

nossas vistas para a realidade tal qual ela se apresenta às meninas de nossos

olhos, veremos que desde as mais “excelsas otoridades” até as personas

anônimas como eu e você, veremos que pouca atenção foi dada a procura

pelo conhecimento e, infelizmente, nestas paragens, o amor pela verdade é

um ilustre desconhecido dos passos turvos que caminham pelas vias desta

terra de desterrados.

Todavia, mesmo assim, é de cansar os ouvidos e as vistas a

repetição que se faz de loas em nome de algo que praticamente ninguém

cultiva em nossas terras. Literalmente temos palavras esvaziadas de seu

sentido originário e, por isso mesmo, acabam por ser preenchidas pelo

conteúdo vivido por nós, em nosso dia a dia que tem suas raízes deitadas no

âmago de nossa alma o que as reduz a um reles adorno que coroa a nossa

fingida existência. Palavras bonitinhas que apenas enfeitam de maneira

caricata a nossa superficialidade incurável.

Intratável é essa compulsão nacional pelo papagaiar com ares

doutorais. Isso mesmo, meu caro Horácio. Disfarçamos nosso desprezo pelo

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conhecimento com o nosso apetite voraz de opinar sobre todos os assuntos

sem nunca ter dedicado a eles um minutinho que fosse para estudá-lo,

conhecê-lo e refletir sobre o que foi apreendido no trabalho de edificação

do conhecido. Disfarçamos nossa ignorância com a nossa pose de

conhecedores e com a autoridade postiça que atribuímos para as nossas

opiniões, como se a relevância do que dizemos fosse maior que o trabalho

despendido por nós para chegar a essas ou aquelas considerações.

Não é por menos que a frase predileta deste tipo humano que

se faz tão freqüente em nossa CIVITAS é esta: “você tem que respeitar a minha

opinião”. Ora, mas paremos para pensar um pouco no que há de respeitável

no que estamos dizendo, qual é a profundidade do conhecimento que

temos, não da realidade, mas do que simplesmente estamos falando.

Trocando por dorso e pescoço: o que realmente desejamos expressar com as

palavras que preenchem e enfeitam as nossas áureas opiniões?

Desprezamos magistralmente o conhecimento da realidade

tanto quando desconhecemos o conteúdo do que estamos falando e do que

realmente preenche a nossa alma e, mesmo assim, imaginamos que cada

palavra proferida por nós deve ser tratada com a mesma deferência que é

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devida as palavras de um douto (de fato, não de títulos), de um sábio e

mesmo das que são pronunciadas por um Santo.

Não ocorre a estes indivíduos que, gostem eles ou não, o

conhecimento não se edifica através da adaptação da realidade ao nosso

mundo umbilical, mas sim, através de nossa disposição em romper com

esse. Não é à toa que exista neste país tanta gente que acredita ter uma

solução para educação sem nunca, de fato, ter-se dedicado a sua própria.

Pax et bonum
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