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João Pessoa – PB
Maio de 2007
DANIELLY TOSCANO CAVALCANTE
João Pessoa – PB
Maio de 2007
DANIELLY TOSCANO CAVALCANTE
COMISSÃO DE AVALIAÇÃO
_________________________ _________________________
Rita Pereira Rosivaldo de Lima Lucena
Profª. da Disciplina Estágio Supervisionado I Prof. Orientador
DA/CCSA/UFPB
_________________________
Ivan Ramos Cavalcanti
Prof. Coordenador do SESA/CCSA/UFPB
SUMÁRIO
2 OBJETIVOS .................................................................................................................. 6
2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................... 6
2.2 Objetivos Específicos .................................................................................................... 6
3 JUSTIFICATIVA .......................................................................................................... 6
6 CRONOGRAMA .......................................................................................................... 41
REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 42
1 DELIMITAÇÃO DO TEMA E FORMULAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA
Estudos sobre as causas da mortalidade das micro e pequenas empresas, promovidos pelo
Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas, apontam a deficiência no
planejamento prévio e a deficiência na gestão empresarial, como algumas das principais causas
da mortalidade das empresas, ou seja, a falta de preparo do empresário para administrar seus
negócios, torna-se o fator decisivo para o insucesso das empresas (SEBRAE/SP, 2004).
Ainda de acordo com dados extraídos da mesma pesquisa, uma parte significativa dos
empresários que não obtiveram sucesso na condução de seus negócios e, portanto, deixaram de
fazer parte do mercado, acreditam que poderiam ter evitado essa situação se tivessem usado a
consultoria empresarial como medida alternativa para resolução de muitos dos seus problemas, o
que garantiria sua sobrevivência no mundo dos negócios.
A consultoria empresarial apresenta-se como um instrumento de apoio à administração de
empresas, no entanto, observa-se que ainda existe uma certa resistência à intervenção externa por
parte dos micro e pequenos empresários e, em conseqüência disso, as micro e pequenas empresas
utilizam muito pouco esse tipo de serviço, existindo inclusive pouca bibliografia referente à
consultoria para empresas deste porte, apesar desse segmento empresarial ser um dos principais
pilares de sustentação da economia brasileira, quer pela sua capacidade geradora de empregos,
quer pelo número de estabelecimentos desconcentrados geograficamente.
O Design, diante desse contexto, é citado como uma das principais forças na competição
do mundo coorporativo global. Ele surge como uma poderosa ferramenta competitiva, referindo-
se, no vocabulário das empresas, como ressalta Lojacono e Zaccai (2004), à totalidade das
atividades e competências que recolhem todas as informações relevantes e que as transformam
em novos produtos ou serviços, capazes até mesmo de reerguer o negócio que está fadado ao
fracasso.
Devido a todas essas colocações e como forma de colaboração no estudo teórico e prático
dessas questões, o presente projeto se propõe a estudar o seguinte problema de pesquisa:
Quais as potencialidades e aplicações da consultoria em design para as micro e
pequenas empresas no Estado da Paraíba?
2 OBJETIVOS
3 JUSTIFICATIVA
MPE PE MDE GE
Indústria até 19 pessoas de 20 a 99 pessoas de 100 a 499 pessoas acima de 499
ocupadas ocupadas ocupadas pessoas ocupadas
Comércio/ Serviço até 9 de 10 a 49 de 50 a 99 acima de 99
Quadro 1: Classificação das empresas brasileiras por atividade e porte.
Fonte: Sebrae (2004).
A participação percentual das MPEs em relação ao total das empresas constituídas passou
de 98,9% no ano de 1996 para 99,2% no ano de 2002, revelando que as unidades de
menor porte representam a imensa maioria das empresas brasileiras. Realidade que se
verifica não apenas no conjunto da economia, como também em todos os setores de
atividade, conforme se pode perceber no Quadro 3.
O site do SEBRAE Nacional mostra outros dados importantes, dentre eles destaca-se a
participação das MPEs no total de empresas brasileiras exportadoras. No ano de 2003, o número
de microempresas industriais exportadoras foi de 2.627, com valor exportado de US$ 132,4
milhões, e participação de 0,2% nas exportações totais das empresas industriais. O valor médio
exportado pelas empresas desse porte alcançou US$ 50,4 mil. Nesse mesmo ano, o número de
pequenas empresas industriais exportadoras foi de 4.375, alcançando valor exportado de US$
1.382,8 milhões, representando participação de 2,2% nas exportações totais das empresas
industriais. E o valor médio exportado alcançou US$ 316,1 mil
A classificação de micro e pequena empresa industrial exportadora são feitas de acordo
com os limites de valor de receita bruta anual, constantes do Estatuto da MPEs, convertidos para
dólar. Assim, foi conceituada como microempresa exportadora a empresa industrial com até 19
pessoas ocupadas e exportações anuais de até US$ 300 mil e como pequena empresa exportadora
a empresa industrial com 20 a 99 pessoas ocupadas e exportações anuais acima de US$ 300 mil
até US$ 2.500 mil.
Os dados apresentados mostram a relevância das MPEs na geração de renda e emprego no
País. Deste modo, torna-se urgente e necessário um estudo mais detalhado sobre consultoria
empresarial, que segundo Oliveira (1999), é um processo interativo de um agente de mudanças
externo à empresa que auxilia os executivos e profissionais da referida empresa nas tomadas de
decisões, não possuindo o controle direto da situação, ou seja, é uma ação que busca auxiliar o
pequeno empresário/empreendedor a tomar decisões preventivas e mais adequadas à realidade em
que se encontra. Optou-se, especificamente, pela área de Design para mostrar as suas
potencialidade e aplicações, uma vez que é um serviço pouco demandado pelas MPEs do Estado,
visto que muitos empresários desconhecem ou não percebem a relevância do design em seus
negócios.
Do ponto de vista teórico, a presente pesquisa contribui para a literatura acadêmica,
através de um estudo dinâmico do processo de Consultoria em Design proporcionando uma visão
mais real e prática, onde o micro e pequeno empresário pode conhecer e entender os verdadeiros
impactos da utilização desse tipo de serviço de modo a despertar o interesse do mesmo para usá-
lo como um diferencial para obter maior competitividade.
Despertou-se o interesse da pesquisadora em desenvolver esse estudo, devido à sua
convivência de dois anos como estagiária da UIAT do Sebrae Paraíba e por perceber a carência
de estudos mais detalhados sobre tal assunto na academia.
O presente estudo, ainda, será útil ao Sebrae, uma vez que tal material pode ficar a
disposição para consulta de estudantes, empresários e até mesmo dos próprios funcionários que
desejam conhecer mais de perto esse tipo de serviço e seus benefícios.
Lojacono e Zaccai (2004) citam o design como uma atividade essencial que confere
vantagem competitiva, no mundo dos negócios, ao trazer à tona o significado emocional que os
produtos e serviços têm para com os consumidores e ao captar o alto valor dessas ligações
emocionais.
4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A consultoria pode ser considerada uma das práticas mais antigas do mundo, se
considerarmos a origem da palavra, que vem do latim -consultare- que significa: dar ou receber
conselhos, aconselhar e também ser aconselhado (PEREIRA, 1999).
Quando o termo “consultoria” é empregado, geralmente tem-se a impressão que sua
utilização é algo recente, mas na verdade ela existe e é usada desde os tempos imemoriais. Sua
utilização ao longo da história da humanidade se concretiza, por exemplo, quando mencionamos
os druidas, magos que além de prepararem poções, aconselhavam os chefes das aldeias sobre
diversos assuntos e resolviam várias disputas entre os aldeões (CROCCO; GUTTMANN, 2005).
De acordo, ainda, com esses últimos autores também existiam os rabinos que semelhante
aos druidas aconselhavam os fiéis, interpretavam as escrituras, agregando mais conhecimento às
pessoas e também resolviam disputas. Esses exemplos demonstram como ao longo dos tempos,
as pessoas consideradas sábias influenciavam seus povos com orientações e procedimentos, ou
seja, retratam um modo primitivo de consultoria.
Quintella (1994) diz que a história da consultoria aponta Arão, irmão de Moisés como o
primeiro consultor executivo, outros atribuíam a Jetro essa denominação, pois este teria dado
consultoria a Noé para a construção da arca.
No Brasil, Quintella (1994, p. 11) afirma que:
D. João VI, quando implantou a corte do império mundial luso no Rio de Janeiro,
disparando o desenvolvimento da nova capital, contratou inúmeros consultores. D. Pedro
II, também amigo do desenvolvimento, contratou com freqüência consultores nacionais
e estrangeiros para inúmeros projetos.
4.2 A Consultoria
Para Jacintho (2004, f. 32) “toda a organização que enfrenta dificuldades para lidar com
situações internas e externas que ofereçam riscos, ou mostre-se atrativa à empresa, mas
implicando em algum tipo de mudança, necessita de uma consultoria.” O autor, diz ainda, que o
empresário precisa aceitar essa necessidade e reconhecer que é possível obter benefícios desta
intervenção.
Os clientes procuram a ajuda de um consultor, segundo Pereira (1999), quando:
a empresa-cliente percebe que existe um problema e não sabe como solucioná-lo;
necessita de uma visão neutra para intermediar conflitos;
quando precisa de contribuição específica, de modo temporário, inexistente em
seus quadros;
há necessidade de introduzir novas tecnologias de produtos ou gestão;
precisa planejar e conduzir programas de treinamento, capacitação ou
desenvolvimento;
precisa avaliar, auditar ou estabelecer cenários e projeções para a empresa;
necessita rever a estratégia da empresa, políticas, planos ou introduzir modelos de
gestão apropriados a nova realidade. Tem necessidade de modificar as estruturas
organizacionais;
quando há necessidade de incrementar o desempenho, a qualidade do produto e a
produtividade.
Quintella (1994) afirma que uma organização contrata um consultor quando:
tem necessidade de conhecimento e qualificação para desenvolver o trabalho;
precisa de ajuda profissional temporária;
necessita de um ponto de vista imparcial;
precisa justificar decisões gerenciais;
tem necessidade de aprendizagem e desenvolvimento;
os benefícios da consultoria são no mínimo três vezes maiores que os custos;
é relevante destacar que o processo de consultoria precisa primeiramente, vencer
as resistências naturais existentes em qualquer processo de mudança para
conseguir atingir plenamente ao fim que se propõe, que é melhorar os processos
da empresa de modo contínuo e sustentado.
Crocco e Guttmann (2005) citam três motivos genéricos para a contratação de uma
consultoria: a necessidade de maior conhecimento, pois a empresa pode se deparar com situações
as quais não está acostumada; falta de tempo dos empresários para responder e/ou igualar-se mais
rapidamente a concorrência e a necessidade de revisão na política empresarial, pois os processos
organizacionais podem não está respondendo as necessidades da empresa de modo adequado.
Crocco e Guttmann (2005) afirmam que é possível prever caminhos para a consultoria
empresarial, mas o entendimento dessa tendência envolve uma análise nos ambientes:
econômico, político-legal, tecnológico, demográfico e social dos negócios.
Oliveira (1994, p. 24) ressalta que “a consultoria empresarial é um dos segmentos de
prestação de serviços que mais têm crescido no mundo.” E identifica que as tendências da
consultoria empresarial no atual momento são:
a) aumento da demanda de consultoria provocado pela busca de novos conhecimentos e
de inovações para enfrentar a globalização da economia;
b) aumento da demanda de consultoria para as empresas consolidarem suas vantagens
competitivas;
c) aumento da demanda de consultoria como conseqüência dos processos de terceirização;
d) aumento das demandas de consultoria pela necessidade de questionamento progressivo
das realidades da empresa-cliente visando a um processo de melhoria contínua sustentada;
e) fusões entre empresas de consultoria;
f) internacionalização dos serviços de consultoria;
g) aumento do número de professores e de universidades que prestam serviços de
consultoria.
Não há dúvidas de que o mercado de consultoria está crescendo, mas de acordo com
Oliveira (1994), a identificação do tamanho desse mercado é uma tarefa complicada porque as
empresas de consultoria não têm interesse em divulgar seus números, tais como os relacionados
ao faturamento, aos clientes atendidos, etc ; e é difícil fazer a separação entre o que representa a
consultoria e o que representa outros tipos de serviços relacionados a essa atividade, tais como a
auditoria, treinamento, pesquisa, palestras, etc.
Apesar da dificuldade para identificar o que realmente é um serviço de consultoria, esse
autor trabalha com evolução de faturamento no mercado mundial, do seguinte modo:
1970: US$ 1 bilhão
1980: US$ 2 bilhões
1990: US$ 25 bilhões
2000: US$ 50 bilhões
Esses números mostram, portanto, o quanto o serviço de consultoria tem crescido, em
termos de faturamento.
Vale lembrar que, tanto os executivos como consultores precisam estar atentos as
constantes e rápidas transformações promovidas pela globalização, para que possam dar uma
resposta mais rápida, precisa e diferenciada aos seus clientes.
4.3 O Consultor
Block (2001, p. 2) afirma que “o consultor é a pessoa que está em posição de exercer
alguma influência sobre o indivíduo, grupo ou organização, mas que não tem poder direto para
produzir mudanças ou programas de implementação.” O autor evidencia, também, a diferença
entre o consultor e o gerente, ressaltando que apenas o último é que tem o controle direto da
situação. E mostra, ainda, que os profissionais de staff também atuam como verdadeiros
consultores, pois executam atividades de planejamento, recomendando, assistindo, aconselhando
a própria organização sobre diversos assuntos.
Oliveira (1999) divide as características do consultor em três grupos, conforme sintetizado
no Quadro 5.
É válido lembrar que as listas apresentadas pelos autores não são completas. Elas apenas
evidenciam características e habilidades consideradas básicas para o bom desempenho da função
dos consultores.
Pereira (1999, p. 48) diz que “o conceito de papel, nas ciências comportamentais, expressa
o desempenho de alguém relacionado a uma determinada posição, considerando sob o ponto de
vista de terceiros.”
Schein( apud BLOCK, 2001):
Identificou três modos pelos quais os consultores trabalham com os gerentes de linha:
assumindo o papel de especialista, de mão-de-obra ou de colaborador. A escolha
depende das diferenças individuais quanto ao estilo gerencial, à natureza da tarefa e às
preferências pessoais do consultor.
Quintella (1994) evidencia oito papéis relacionados às funções desempenhadas pelo
consultor:
refletor - levantar questões e dar feedback;
especialista em processo - observar processos e aperfeiçoa-los;
descobridor de fatos - coletar dados e estimular pensamentos;
identificador de alternativas - soluções e recursos alternativos e auxiliar avaliação
de conseqüências;
colaborador na resolução de problemas - analisar alternativas e participar de
decisões;
treinador/educador - treinar, educar o cliente e projetar experiências de
aprendizagem
especialista técnico - prover informações e questões para a política ou prática de
decisões em áreas de conhecimento substantivo; e
advogado do cliente - propor diretrizes, influenciar, persuadir, dirigir processos de
solução de problemas.
Levando-se em conta os desejos e necessidades de quem contrata a consultoria, deve o
contratado apresentar habilidades para responder e interagir em situações diferentes, precisando o
consultor assumir papel diferenciado. O consultor deve saber enxergar oportunidades onde outros
vêem problemas, pois deste modo poderão mostrar seu verdadeiro potencial.
Kuczmarski (apud QUINTELLA,1994) apresenta uma abordagem que se aproxima da
psicologia, definindo as funções da consultoria como:
1) ajudar as pessoas a resolver problemas que as impeçam de atingir objetivos;
2) conseguir que as pessoas façam as coisas acontecer;
3) dar às pessoas novas perspectivas ou enfoques a seus problemas;
4) criar as condições para que ocorram mudanças; e
5) auxiliar as pessoas a se ajudarem.
Este entendimento é fundamental para que o consultor possa decidir se aceita determinado
trabalho, pois este precisa verificar se terá condições de desenvolver suas atividades de forma
satisfatória, estando ciente de sua capacidade para assumir os diversos papéis que lhes serão
exigidos no decorrer do processo.
4.4 A Micro e Pequena Empresa
A definição e aplicação de conceitos para as MPEs são temas que apresentam grandes
discussões, tanto no Brasil como em outros países, devido à heterogeneidade existente entre essas
empresas (RAMOS, 1995).
O autor, acima, acrescenta que por não existir uma definição universalmente aceita, cada
país, e às vezes regiões de um mesmo país, utiliza critérios específicos, de acordo com suas
peculiaridades e a intenção da classificação.
Entre os estudiosos é grande a diversidade de opiniões sobre a melhor maneira de
caracterizar as MPEs, sendo que as avaliações obedecem a critérios qualitativos ou quantitativos.
São critérios de mensuração mais fácil, decorrendo daí sua predominância na avaliação do
porte das empresas.
Vários indicadores podem ser utilizados: valor do ativo imobilizado, número de
empregados, faturamento ou volume de vendas, cálculo do valor adicionado (para indústrias),
valor e estrutura do capital social, número de dirigentes, consumo de energia, número de centros
de lucro, etc.
Em termos de Brasil, segundo Azevedo (2000, p. 25):
Os critérios qualitativos requerem uma pesquisa interna dos processos da empresa, sendo,
portanto, de aplicação mais trabalhosa, visto que não podem ser avaliados isoladamente, sendo
necessária a verificação de diversos itens para obter-se uma visão holística.
Barnett e Mackness (apud BATALHA; DEMORI, 1990) caracterizam a MPEs por:
ausência de serviços especializados no sistema de informação para a
administração;
necessidade dos dirigentes serem envolvidos em todas as decisões dentro da
empresa;
apenas uma ou duas pessoas estarem envolvidas com o processo decisório da
empresa; e
falta de tempo do dirigente para elaborar o planejamento do seu empreendimento.
Para Ferrari (apud BATALHA; DEMORI, 1990), as características que classificam com
maior exatidão a MPEs, são:
a administração geral da empresa é realizada por uma só pessoa, geralmente o
próprio empresário;
existe contato pessoal entre a diretoria da empresa e a maior parte dos
trabalhadores;
a empresa é propriedade de uma só pessoa ou de uma família;
a maior parte do seu mercado encontra-se na comunidade onde está inserida.
Observa-se que não existe um modo único para categorizar o porte das empresas,
levando-se em conta os critérios qualitativos, o que existe e deve ser verificado é a combinação
de diversas características relacionadas ao tipo de administração, envolvimento do proprietário
nas atividades fins da empresa, acesso a crédito, tecnologia, formalidade e rigidez da estrutura
organizacional.
O presente trabalho utiliza a categorização adotada pelo SEBRAE, devido a maior
facilidade no trato dos dados.
A origem imediata da palavra design está no inglês e se refere tanto à idéia de plano,
desígnio, intenção quanto à de configuração, arranjo, estrutura. A origem mais remota está no
latim- designare- abrangendo ambos sentidos, o de designar e o de desenhar (CARDOSO, 2004).
Cardoso (2004), ainda, alerta para a ambigüidade já existente desde o ponto de vista
etimológico, mostrando uma tensão dinâmica, entre o aspecto abstrato de conceber, projetar,
atribuir e o concreto de registrar, configurar, formar. Mas a maioria das definições faz a junção
desses dois níveis.
A história do design está relacionada diretamente com a história da sociedade industrial.
O processo industrial começou a se expandir por toda Europa no final do século XVIII. Ao
mesmo tempo em que crescia o processo de desenvolvimento da indústria, se iniciava os
primeiros debates sobre essa nova Era. Movimentos como: o Arts and Crafts, Art Nouveu e
Werkbund marcaram o início da evolução industrial, propondo novas relações de produção e
desenvolvimento de novos produtos.
Nas primeiras décadas do século XX, uma variada gama de produtos já eram produzidos
em série com projetos previamente concebidos. Esses produtos eram marcados pela rigidez de
produção, uma vez que não havia ainda a flexibilidade de trocas de ferramentas por meios
automáticos e as possibilidades de mudanças de operações dirigidas pela própria máquina. Os
desenhos dos produtos eram elaborados de maneira a facilitar sua confecção.
Nos anos 30 a cadeia de montagem já havia sido difundida. A modalidade de uso, a
funcionalidade, a prestação de serviço, a simplificação de produção e a tipologia formal
começavam a ser difundidas e consideradas pelas indústrias no desenvolvimento de seus
produtos.
Segundo Moraes (apud UESU; ABBONÍZIO; FUKUSHIMA, 2003) o “styling,
movimento que surge logo após a crise de 1929, era uma resposta e uma esperança para a
retomada da economia americana.” Nascia, nessa época, a pesquisa de mercado, o marketing e o
status symbol. A forma do produto, por sua vez, não mais necessariamente seguia a função, e
materiais moldáveis como o baquelite e os plásticos fenólicos começavam a ser utilizados em
diversos produtos.
A Segunda Guerra Mundial pôs em prova a eficiência da cadeia de montagem, a
intercambialidade de componentes, a potencialidade e a reciclagem produtiva e a produção em
massa em um curto período de tempo. A guerra fez com que a indústria fizesse uso de uma
simplicidade construtiva e de montagem dos seus produtos, o que, mais uma vez, exigiu do
design uma rigidez formal em detrimento de uma já crescente estética decorativa.
Conforme explica Gui Bonsipe (apud UESU; ABBONÍZIO; FUKUSHIMA, 2003) “nos
anos 50 o discurso projetual concentrou-se na racionalização, na produtividade e na
padronização.”
Os polímeros trouxeram uma grande contribuição para a evolução da indústria e para a
cultura do design. Isso se deu em função da agilidade de produção adquirida junto ao uso desse
material e das novas possibilidades de exploração estético formal dos produtos concebidos. Após
os polímeros, os objetos, principalmente os de uso diário, deixaram de ter uma face mecânico-
industrial e passaram a apresentar-se com mais liberdade e variação de forma, de acabamento e
de cor (UESU; ABBONÍZIO; FUKUSHIMA, 2003).
Nos anos 60 contestações de estilo, de processos e da vida cotidiana marcaram
praticamente todos os segmentos da sociedade. Havia uma crítica à sociedade de consumo,
juntamente com uma esperança de uma alternativa de design, uma nova cultura de produtos e
novas possibilidades nas economias planificadas. Parecia plausível que uma sociedade
organizada de acordo com outros critérios poderia também criar uma outra cultura material, um
mundo do consumo, porém não de consumismo. A Itália, por meio do Bel Design e da sua
indústria, mostrou para o mundo a tão esperada harmonia entre a forma e a produção (UESU;
ABBONÍZIO; FUKUSHIMA, 2003)
Gui Bonsiepe (1997 apud UESU; ABBONÍZIO; FUKUSHIMA, 2003) diz que a
tecnologia apropriada entrou no discurso projetual nos anos 70. Nessa época, discutia-se de forma
universalista a “Boa Forma” ou o “Bom Design”. E ainda, acreditava-se que deveria existir um
design próprio para o Terceiro Mundo.
O contraste sócio-econômico entre países centrais e países periféricos levaram ao
questionamento da validade das interpretações do design que até o momento estavam
exclusivamente associadas às economias industrialmente avançadas.
Nesta questão, o debate do design nos países periféricos assume um caráter político e
menos técnico-profissional.
A década seguinte é marcada pela crítica ao racionalismo e ao funcionalismo. A
relevância social do design sede lugar para as discussões sobre estilo e forma. O grande
impulsionador deste momento foi o design italiano. Marcadamente aberto a diversas
experimentações, questionamentos e reflexões sobre o sentido do design até então praticado. A
década de 80 ficou marcada pelo produto contestador, irônico, lúdico. Era a oportunidade de
criticar o estilo moderno predominante e ainda o conformismo estético da produção seriada. Os
produtos pertinentes a esses movimentos procuravam salientar os aspectos semióticos, subjetivos,
culturais e comportamentais do ser humano, em detrimento aos tecnológicos e funcionais (UESU;
ABBONÍZIO; FUKUSHIMA, 2003).
Gui Bonsiepe (1997 apud UESU; ABBONÍZIO; FUKUSHIMA, 2003) afirma “nos anos
90 se apresentaram questões sobre compatibilidade ambiental e a gestão do design.” Já não se
falava apenas de desenvolvimento, mas de desenvolvimento sustentável. Este termo se relaciona
com a temática da tecnologia apropriada dos anos 70, advogando um desenvolvimento orientado
às necessidades dos países, levando em conta as possibilidades técnicas e financeiras locais.”
A nova sociedade da informação e da eletrônica elege, por fim, novos símbolos urbanos,
novas regiões e novas cidades determinando os novos atores sociais. Esses novos profissionais a
serviço da era pós-industrial serão marcados por suas capacidades inovadoras e criativas.
Aquele segundo o qual uma lei geral é estabelecida a partir da observação e repetição de
regularidades em casos particulares. Embora o método indutivo não permita o
estabelecimento da verdade da conclusão em caráter definitivo, fornece, no entanto,
razões para a sua aceitação, que se tornam mais seguras quanto maior o número de
observações realizadas.
Lakatos e Marconi (1986) consideram que toda indução realiza-se em três etapas ou fases,
a saber:
a) observação dos fenômenos - essa primeira etapa compreende a observação e análise dos
fatos para descobrir as causas das suas manifestações;
b) descoberta da relação entre os fenômenos - nessa etapa procura-se por meio da
comparação aproximar fatos ou fenômenos para entender a relação existente entre eles;
c) generalização da relação - nessa última fase generaliza-se a relação encontrada na
precedente, entre os fenômenos e fatos semelhantes, muitos dos quais ainda não observamos.
A fim de atingir os objetivos específicos deste trabalho, optou-se pelo uso do método
indutivo por ser considerado o mais adequado para análise e interpretação dos dados que serão
coletados nas empresas que farão parte do universo pesquisado.
O questionário é uma das formas mais usadas para coletar dados, pois possibilita medir
com melhor precisão o que se deseja. É composto por questões logicamente relacionadas ao
problema principal e poderá ser enviado pelo correio, entregue ao respondente ou aplicado por
elementos preparados ou selecionados (CERVO; BERVIAN, 1996).
Fachin (2003, p. 147) diz que “no questionário, a informação coletada pelo estudioso
limita-se tão somente às respostas escritas e preenchidas pelo próprio pesquisado”. Para a autora,
o questionário consiste em um conjunto de questões que são apreciadas e submetidas a um dado
número de pessoas com o objetivo de se obter respostas para a coleta de informações.
Deste modo, os dados deste estudo serão coletados, junto aos sujeitos da pesquisa, por
meio da aplicação de um questionário estruturado composto por perguntas abertas e fechadas,
pois a junção desses dois tipos de questões possibilitará a coleta de informações de fácil
codificação e análise, sem, no entanto, inibir à obtenção de respostas livres, mais ricas e variadas.
Adicionalmente, será aplicado um segundo instrumento de coleta de dados, um roteiro de
entrevista com vistas a traçar o perfil das empresas que de algum modo já receberam a
Consultoria em Design.
5.6 Tratamento dos Dados
Os dados serão tratados tanto sob o aspecto qualitativo como quantitativo, com a
finalidade de melhor elucidar o fenômeno estudado.
Qualitativo, pois serão identificadas as mais variadas percepções dos diferentes
entrevistados, devido à utilização do questionário composto por perguntas abertas e fechadas e
com o uso do Roteiro de Entrevista que traçará o Perfil das Empresas que receberam a
Consultoria em Design.
Quantitativo, porque serão transformados em tabelas, quadros e gráficos, através da
utilização de medidas descritivas, elaborada pelo software Excel, com o intuito de facilitar a
apresentação dos resultados obtidos.
6 CRONOGRAMA
Atividades jan fev mar abr maio jun jul ago set out nov
Pesquisa bibliográfica X
Objetivos e Justificativa X
Fundamentação teórica X X
Procedimentos metodológicos X X
Cronograma X
Coleta de dados X X
Análise e interpretação dos dados X X
Defesa pública X
REFERÊNCIAS
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CARDOSO, Rafael. Uma introdução à história do design. 2.ed. São Paulo: Edgard Blücher,
2004.
CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia científica. 4.ed. São Paulo:
Makron Books, 1996.
CROCCO, Luciano; GUTTMANN, Erik. Consultoria empresarial. São Paulo: Saraiva, 2005.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 3.ed. São Paulo: Atlas, 1996.
JAPIASSÚ, Hilton; MARCONDES, Danilo. Dicionário básico de filosofia. 3.ed. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar, 2001.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia científica. São Paulo:
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Management. ano 8, v. 6, n. 47, p. 99-143, nov.- dez. 2004.
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PEREIRA, Maria J. L. B. Na cova dos leões: o consultor como facilitador do processo decisório
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RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3.ed. São Paulo: Atlas,
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RUDIO, Franz Victor. Introdução ao projeto de pesquisa científica. 12.ed. Petrópolis: Vozes,
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