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Sua Divina Graça Çréla Bhakti Ballabh

Tértha Gosvämé Mahäräj

Manual de Kartika

Inclui

• Çré Bhajan Rahasya


• Çré Giriräja-Govardhana
• Çré Dämodaräñtakam
• Asta-kaliya-yam Kirtan
(canções para os oito períodos de serviço devocional)
© Sree Chaitanya Gauòiya Maöh, 2005

Pequenos trechos desta obra podem ser reproduzidos e citados com o devido
reconhecimento do autor e da editora.
Trechos significativos podem ser reproduzidos e citados. No entanto, o autor
e editor solicitam uma cópia da obra na qual eles estão sendo reproduzidos.
Em todos os casos, o direitos autorais pertencem à editora.

Sree Chaitanya Gauòiya Maöh,


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Email: info@sreecgmath.org

Tradução da versão em inglês, Título do original em inglês: Kartik


Handbook
Título em português: Manual de Kartika

Tradução: Mädhukaré Rädhikä Devé Däsé (Debora Blanche Daher)


Revisão: Rämänanda Däsa (Felipe D’Aviz)
SUMÁRIO
7 Çré Bhajan Rahasya
20 Çré Giriräja-Govardhana
23 Çré Dämodaräñtakam
25 Asta-kaliya-yam Kirtan
(canções para os oito períodos de serviço devocional)
31 Sobre o autor
Oà Viñëupäda 108 Çré Çrémad Bhakti Ballabha Tértha Goswämé
Mahäräja
Nityalélä-pravista Oà Viñëupäda 108 Çré Çrémad Bhakti Dayita
Mädhav Gosvämé Mahäräja
Nityalélä-pravista Oà Viñëupäda 108 Çré Çrémad Bhaktisiddhänta
Sarasvaté Öhäkura
Çré Bhajan Rahasya
Rahasyer Prägbandha
[Regulamento obrigatório prévio para se tornar elegível
a compreender o mistério ontológico de Bhajan]
Por Srila Bhakti Siddhänta Saraswati Goswämi Thäkura
Traduzido e comentado por
Srila Bhakti Ballabha Tirtha Goswami Maharaj

‘Çré Bhajan-Rahasya’— Essa obra foi compilada pelo reverenciado Srila Bhaktivinode Thäkur. Nela ele
fornece algumas orientações sobre o seu próprio modo de adoração na forma de um livro como um exemplo
para seus seguidores dedicados. Eu, sendo uma pessoa insignificante, observei-o alguns anos antes, dominado
pelo Amor Divino Transcendental enquanto saboreava ininterruptamente diversos versos das escrituras.
[Há determinados estágios de avanço na devoção pura — Primeiro estágio — 'Kaniñöha', Segundo estágio
mais elevado — 'Madhyam' (médio) e o terceiro ainda mais elevado — 'Uttamm'. É necessário compreender
com precisão as palavras ‘Kaniñöha’, ‘Madhyam’ e ‘Uttam’ para obter a devida compreensão do mistério
ontológico de Bhajan conforme exposto e interpretado por Srila Bhakti Siddhanta Saraswati Goswämi Thäkur.]

O princípio de 'Arcan' — adoração às deidades é recomendado no âmbito da devoção pura em consideração a


elegibilidade da devoção do 'devoto de Kaniñöha' — primeiro estágio avançado de devoção. Muitos adeptos não
conseguindo refletir sobre a diferença entre ‘Arcan’ e ‘Bhajan’, declaram que as palavras ‘Arcan’ e ‘Bhajan’ são
iguais. Quando bhajan é possível nas nove formas de devoção, como ‘Arcan’ também se inclui nele, essa deve
ser aceita como ‘Bhajan’, essa é a ideia deles. Bhajan total e a prática de uma forma de bhajan, pelo menos no
primeiro estágio de devoção avançado citado, não devem ser considerados como tendo o mesmo significado.

Há dois tipos de adoração — (1) ‘Arcan’ é a adoração às deidades com a ajuda de artigos e com reverência.
(2) O serviço ao objeto de adoração com o sentimento de relação prazerosa eternamente doce, ou seja,
a relação prazerosa entre o devoto e devotado como amigos do peito, doce afeto parental sem a obstrução
de temor e reverência etc, é chamado de ‘Prema’. Há um abismo de diferença entre estas duas formas
de serviço ao objeto de adoração. Arcan está relacionada a adoração à deidade com reverência. Sem a
relação prazerosa eternamente doce, não há o serviço total ao objetivo mais elevado, o Senhor Supremo.

A adoração à deidade, ao Senhor Supremo, em consideração ao Seu aparecimento neste mundo, com artigos e
reverência é chamada de 'Arcan'. Apesar da cognição da penumbra dos raios escaldantes da reverente adoração
majestosa neste mundo, a excelência da doçura do serviço à Deidade com uma relação amorosa encantadora
e prazerosa como um luar agradável, não pode ser negada. Em anexo a este livro, há um método resumido de
adoração (Arcan). A implicação subjacente de bhajan é indicada no corpo do livro. A relação com os corpos
grosseiros e sutis está mais ou menos envolvida em 'Arcan', enquanto no domínio de bhajan, o devoto entra
diretamente em contato com o objeto de devoção, o Senhor Supremo Bhagavän, que está além dos corpos
grosseiros e sutis, e é o acompanhante residente nos corações de todas as almas encarnadas. Uma verdadeira
alma dedicada é bem estabelecida em seu verdadeiro “eu” e é completamente liberada de todas as denominações
materiais temporárias, suas cognições dos órgãos dos sentidos são espirituais, estão além do pensamento
material. Como está sempre em contato direto com o conhecimento absoluto transcendental, ela está sempre
empenhada no serviço transcendental a Deus. A especialidade do objeto instrutivo do Guru é considerada
Rahasya (mistério), que só pode ser compreendida por aqueles que possuem determinação e uma fé firme.

Seguir verdadeiramente o caminho dos sädhus fidedignos, cuja associação só pode ser obtida através dos
frutos do serviço ao terceiro estágio avançado de devotos elevados, que receberam instruções de Kåñëa-bhakti
após praticarem a lista de Sädhan-bhakti mencionada no ‘Çré Bhakti-Rasämåta-Sindhu’, é o verdadeiro Bhajan-
Rahasya (mistério de bhajan). O devoto livre de desejos estando totalmente liberto das amarras mundanas,
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liberta-se totalmente da associação de pessoas desagradáveis não inclinadas a servir a Kåñëa e aprisionadas em
desejos ocultos. Só então somente, o serviço total ou o serviço nos oito períodos de passatempos de Çré Kåñëa
manifesta-se nele. O devoto puro inclinado a servir Çré Kåñëa jamais aprecia a associação dos desfrutadores dos
prazeres terrenos (Bhogis) e renunciados (Tyagi), pois ele sabe que a associação de tais não-devotos é um obstáculo
para a realização do seu objetivo. Tais ‘Karmés’, ‘Jïänés’ ou pessoas com desejos ocultos não possuem nenhum
apreço por Bhajan-Rahasya. Devido ao fato de não possuírem elegibilidade para adentrar os oito períodos de
passatempos de Çré Kåñëa no reino transcendental, este livro (Bhajan-Rahasya) não é muito apreciado por eles.

O dia e a noite (24 horas) são divididos em oito períodos. Cada período é chamado de ‘Yam’. A noite
é composta por três yams (três períodos), o dia é composto por mais três yams (três períodos), juntamente
com esses seis períodos, ainda são adicionados o ‘amanhecer’ e o ‘crepúsculo’, totalizando oito períodos.

Somente um Vaiñëava é capaz de adorar Çré Kåñëa em todos os momentos sob todos os aspectos com
profunda devoção. Com uma concepção errada de “eu”, que não seja o verdadeiro “eu” eternamente
relacionado a Çré Kåñëa, não é possível adorar Kåñëa o tempo todo. Uma alma condicionada não será capaz
de se libertar do seu envolvimento se ela fizer atribuições materiais a tudo e aos artigos relacionados ao
serviço a Çré Kåñëa. Os Vaiñëavas por terem a firmeza da realização do seu verdadeiro “eu” estão sempre
posicionados em um humor de adoração. Eles não fazem nada, exceto o serviço a Çré Kåñëa. Os oito versos
do Çikñäñöaka de Çré Gauräìga Mahäprabhu estão em conformidade com os passatempos de Çré Kåñëa nos oito
períodos (Añöayäma). Os onze versos de Sri Rüpa Goswämi e os hinos escritos por seus associados pessoais
para aumentar a avidez por Bhajan, em conformidade com os oito passatempos são favoráveis para o Bhajan
incessante. Os servos sinceros do Guru sempre discutirão esses versos, tornando-se completamente aliviados
da influência do tempo material, espaço, e das chamadas pessoas merecedoras ou indignas deste mundo.

Kanpur Harijanakinkar,
13 de novembro de 1927
Servo dos associados de Çré Hari
Das Sri Bhakti Siddhanta Saraswati

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Primeiro período da prática devocional (1º Yäma Sädhana)
Bhajan no fim da noite — Çraddhä (Fé firme)

Portanto, o brilho do Santo Nome pode destruir todos os pecados e liberar as almas condicionadas da escravidão
mundana, tal como citado no Çré Bhakti-Rasämåta-Sindhu, Dakñië Parte, 1/52:-

taà nirvyäjam bhaja guëa-nidhe pävanaà pävanänäà


çraddhä- rajyan-matir atitaräm uttamaù-çloka-maulim
prodyann antaù-karaëa -kuhare hanta yan-näma-bhänor
äbhäso ‘pi kñapayati mahä-pätaka-dhvänta-räçim

Essa pessoa é chamada de Guëa-nidhe (aquele que é ricamente dotado de boas qualidades, apto a proferir sem
demora, o mais Sagrado Nome Divino, ‘Kåñëa’, o maior Redentor entre todos os redentores, com fé firme, sem
hipocrisia e com generosidade. Por que? Porque o brilho do Santo Nome Kåñëa, tal como o vislumbre da luz
do sol ao amanhecer, ao entrar na caverna do seu coração, destruirá todos os grandes pecados e ignorância.

Instrução de Srila Bhaktivinode Thäkur (escritos de sua autoria em bengali):

parama pävana kåñëa tänhänra charaëa,


niskapata çraddhä saha karaha bhajan,
jänra näma suryäbhäs antare praveçi,
dhvaàsa kare mahäpäp andhakäraräçi,
ei çikñäñöake kahe kåñëalélä-kram,
ihäte bhajan krame lélära udgam,
prathame prathama çloka bhaja kichu din,
dvitéya çlokete tabe hauta pravéë

Kåñëa é o Redentor Supremo. Seus pés de lótus devem ser adorados com fé firme e sem falsidade. O brilho do Santo
Nome, tal como a aurora do nascer do sol, entra no coração, e destrói todos os grandes pecados e remove todos os tipos
de ignorância, a escuridão profunda. O desenvolvimento sequencial e gradual dos passatempos de Kåñëa são narrados
no Çikñäñöaka. Nessa sequência de bhajan, os passatempos manifestam-se. Primeiramente, deve-se praticar por alguns
dias o primeiro verso do Çikñäñöaka. Depois disso, o praticante torna-se elegível para a prática do segundo verso.

chäri çloke kramaçaù bhajana pakkva kara,


païcam çlokete nija siddha deha vara,
ei çloke siddhadehe rädhäpadäçraya,
ärambha kariyä krame unnati udaya,
chaya çloka bhajite anartha dure gela,
tabe jäna siddhadehe adhikära haila,
adhikära nä labhiyä siddhadeha bhäve,
viparjya buddhi janme çaktira abhäve

Ao praticar cuidadosamente os quatro versos do Çikñäñöaka, adquire-se gradualmente a maturidade no bhajan. Depois
disso, através da prática do quinto verso o praticante torna-se elegível para alcançar a sua forma espiritual eterna
realizada. Após estar bem estabelecido no quinto verso, obtém-se o serviço aos pés de lótus de Rädhäräni atingindo
a forma realizada. A partir daí, inicia-se o avanço em bhajan, bem como o seu desenvolvimento. Após conseguir
realizar os sentimentos doces e extáticos transcendentais através da prática do sexto verso, o apego pelos desejos
reversos ocultos será totalmente removido. A partir de então, o praticante estará elegível para obter a sua forma
espiritual realizada eterna. Após a revelação dos oito modos principais de sentimentos extáticos transcendentais, o
requisito da sua realização da região segura será alcançado. Sem a manifestação desses sentimentos extáticos, qualquer
aspirante que pense ter alcançado o estado realizado, será destruído devido a falta de força espiritual intrínseca interna.

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sävdhäne krama dhara yadi siddhi cäo,
sädhura carita dekhi çuddha buddhi päo,
siddhadeha peye krame bhajana karile,
añöakäla seväsukha anäyäse mile,
çikñäñöaka cinta kara smaraëa kértan,
krame añöakäla-sevä habe uddépana,
sakala anartha jäbe päbe premadhana,
caturvarge phalgupräya habe adarçana

Se o aspirante deseja obter o estado realizado, ele deve aceitar muito cuidadosamente o procedimento gradual,
seguindo estritamente a direção do devoto puro — sädhu, que é a única forma de obter a sabedoria devocional
pura eterna. Após tornar-se elegível para obter a forma espiritual realizada eterna, o aspirante através do bhajan
sincero pode facilmente obter o serviço bem-aventurado transcendental dos oito períodos dos passatempos de
Rädhäkåñëa. O serviço dos oito períodos de passatempos de Rädhäkåñëa gradualmente se manifestará através
do pensar, lembrar e cantar ininterrupto dos oito versos do Çikñäñöaka. Através da prática devocional, todos os
desejos ocultos serão removidos, e a riqueza mais elevada do Amor Divino Transcendental será alcançada e o fluxo
subjacente de desejos por Caturvarga — os quatro objetos de buscas humanas: virtude mundana, riqueza, prazer
sensual e desejo por salvação — desaparecerá.

1º verso do Çré Çikñäñöaka

ceto-darpaëa-märjanaà bhava-mahä-dävägni-nirväpaëaà
çreyaù-kairava-candrikä-vitaraëaà vidyä-vadhü-jévanam
änandämbudhi-vardhanaà prati-padaà pürëämåtäsvädanaà
sarvätma-snapanaà paraà vijayate çré-kåñëa-saìkértanam

Cantar o Santo Nome Çré Kåñëa, em voz alta na companhia dos devotos e sem cometer as dez ofensas, concede
sete realizações — ou seja, a limpeza do espelho da mente, extinção do fogo florestal de nascimentos e mortes e
das três aflições, concedendo o benefício de um bálsamo eterno similar ao luar, uma vida de aprendizado espiritual,
ou seja, o despertar do verdadeiro “eu”, aumento do oceano de bem-aventurança, concedendo em cada passo
o doce sabor da ambrosia puramente transcendental, a imersão sagrada do corpo-mente-verdadeiro eu — seja
supremamente glorificado.

Pensando em Kåñëalélä (passatempos de Kåñëa)


No final da noite, a meditação absorvente da interrupção do sono de Rädhäkåñëa em seu bosque secreto (Canção
de despertar). Provisão para desfrutar de Kåñëa-lélä — Os doces passatempos transcendentais de Rädhäkåñëa só
podem ser apreciados por Citta (mente) gradualmente. [Citta indica armázem de pensamentos. Na verdade, não
há um sinônimo para ‘Citta’ em inglês.]

rätryante trastavånderita bahu-vira-vaibodhitau kirasäré


padyair-hådhyair api sukha-çayanäd-utthitau tau sakhibhiù
dåñöau håñöau tadätvoditarati-lalitau kakkhaöégéù saçaìkau
rädhä-kåñëau satåñëäv api nija-nija dhämnyäpta
talpau smarämi
Govindalélämåta

Våndä Devi percebendo o alvorecer do dia envia Ñuk-Särikä (papagaios macho e fêmea) e outras aves para começarem
a piar para acordar Rädhäkåñëa. Piar aqui indica o doce canto das glórias de Rädhäkåñëa. Há uma competição entre
Ñuk e Särikä para um cantar mais do que o outro as glórias de Kåñëa e Rädhä. Quando Ñuk canta mais qualidades
de Kåñëa, os devotos do lado de Kåñëa sentem-se satisfeitos, mas quando a papagaio fêmea Särikä canta mais
as glórias de Rädhäräni do que as de Kåñëa, os associados pessoais de Rädhäräni ficam felizes. Dessa forma, a

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competição de canto continua. Ao ouvir essa doce competição de canções e também as doces canções das gopés,
Rädhäräni acorda e abre os olhos, mas Kåñëa permanece de olhos fechados dormindo. Há muito tempo, as gopés
possuem a responsabilidade de despertarem Rädhäkåñëa. Porém, assim que Rädhäräni acorda, a sua responsabilidade
de despertarem Kåñëa acaba. Rädhäräni sente-se preocupada e temerosa ao ver a luz do sol crescente, mas Ela
não pode forçar Kåñëa a acordar, pois tem medo de ofendê-Lo. Há uma macaca chamada 'Kakkhati' que serve
Rädhäkåñëa, e agindo por conta própria pede a permissão das gopés para fazer um som estrondoso para acordar
Kåñëa. Mas as gopés não concordam por considerarem que Ele se sentirá perturbado ao ouvir sua voz áspera. Mas
Kåñëa é amável com todos, Ele deseja conceder o escopo de serviço a todos os devotos sem nem mesmo considerar
suas qualidades. Kåñëa não abre os olhos, então as gopés são obrigadas a permitir que a macaca emita algum som
áspero. Ao ouvir tal som, Kåñëa abre Seus olhos. Kåñëa e Rädhä se entreolham com olhares melancólicos— ambos
se sentem temerosos por pensarem que chegou a hora de retornarem para suas respectivas casas. Rapidamente,
ambos correm para suas respectivas casas para dormir. Por influência de Yogamäyä, Kåñëa passa imperceptível
por Nanda Mahäräja e Yañodä Devi. E Rädhäräni por ‘Jatilä’ e ‘Äyan Ghoñ’, Sua sogra e marido, respectivamente.

Segundo período da prática devocional (2º Yäma Sädhana)


Bhajan pela manhã— Associação dos devotos-sädhus, abrigando-se em um devoto puro — Guru fidedigno
(Guia espiritual), prática devocional conforme a direção do Guru e remoção dos desejos ocultos

2º verso do Çré Çikñäñöaka

nämnäm akäri bahudhä nija-sarva-çaktis


taträrpitä niyamitaù smaraëe na kälaù
etädåçi tava kåpä bhagavan mamäpi durdaivam édåçam ihäjani nänurägaù

Não há nenhuma consideração de regulação no cantar do Santo Nome. Ele pode ser pronunciado em qualquer
lugar e em toda parte — seja em um momento auspicioso ou inauspicioso. E é muito poderoso. Entre todas as
formas de práticas devocionais, o cantar de Harinäm é a melhor.

Ó Senhor Supremo! O Santo Nome concede todos os tipos de bem-estar eterno às almas condicionadas. Por
esse motivo, Seus principais Santos Nomes (Gopénäth, Kåñëa, Govinda, etc), os nomes espirituais transcendentais
originais, não possuem conexão direta ou indireta com o mundo material temporário. Os Santos Nomes desceram
a este mundo. O Senhor Supremo concedeu toda a potência a eles e nenhuma restrição é imposta no seu cantar.
Não há nenhuma restrição de tempo, espaço, regras e regulações no cantar e lembrar dos Santos Nomes. Ó
Senhor! Você é tão misericordioso com as almas condicionadas. Por compaixão facilitou para que as almas
condicionadas se lembrassem e cantassem os Santos Nomes, mas devido às dez ofensas cometidas por mim e à
minha grande desgraça, não tenho nenhum gosto pelo Santo Nome, que tornou-se tão facilmente de ser obtido.

aneka lokera väïchä aneka prakära,


kripä te karila aneka nämera prakära,
khäite çuéte yathä tathä näma laya,
deça-käla-niyama nähi sarvasiddhi haya,
sarvaçakti näme dila kariyä vibhäga,
ämära durdaiva näme nähi anuräga

As pessoas, em sua maioria, sentem muitos desejos. O significado desses muitos desejos é — muitos desejos pelo
serviço a Kåñëa com diferentes relações prazerosas— Ñänta, Däsya, Säkhya, Vätsalya, Madhur. Para atender aos
desejos dos devotos de servir a Kåñëa com diferentes relações prazerosas, Ele aparece neste mundo com diferentes
nomes. O Santo Nome pode ser entoado em qualquer lugar, mesmo ao se alimentar ou após se deitar. Não há nenhuma
consideração de espaço, tempo e regulação. O cantar dos Santos Nomes concede todos os tipos de realizações.
Todas as potências foram embutidas nos Nomes que aparecem neste mundo de acordo com diferentes relações
devocionais prazerosas, mas devido a minha grande desgraça, não sinto nenhuma inclinação em relação a eles.

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Bhaktivinode Thäkur usou como referência o Haribhaktiviläsa e o seu significado em um hino devocional de sua
autoria em bengali com o fim de alcançar a devoção unidirecionada:

ekänta bhakatera mätra kértan-smaraëa,


anya parve ruchi nähi haya pravartana,
bhävera sahita haya çrékåñëa-sevana,
svärasiké-bhäva krame haya uddépana,
ekänta bhakatera kriyä mudrä rägodita,
tathäpi sei saba nähi vidhi vipiréta,
sarva tyäga karile o chärä sukaöhina,
pratiñöhäçätyäge yatna payibe praviëa,
prabhate gabhéra rätre madhyähne sandhyäye,
anartha chäriyä lo nämera äçraya,
ei rüpe kértana smaraëa jei kare,
kåñëa-kåpä haya çigrha, anäyäse tare,
çraddhä kari’ sädhu sange kåñëa-näma laye,
anartha sakala jäye niñöhä upajaye,
prätaùakäle nityalélä karibe cintana,
cintite cintite bhävera haibe sädhana

O devoto puro que possui devoção unidirecionada ao Senhor só sente gosto em cantar e se lembrar com devoção de
Çré Kåñëa. Não é possível persuadi-lo a mudar o seu gosto para nenhuma outra forma de devoção. Ele serve Kåñëa
com uma prazerosa relação de amor. De acordo com essa relação prazerosa, há uma inspiração de desenvolvimento
gradual do amor. Todas as ações do devoto dedicado são inspiradas pelo amor puro originário dessa relação
prazerosa. As ações desse devoto podem até parecer estar contra a devoção regulada, persuadida por reverência, mas
o propósito do serviço para satisfazer o objeto de adoração é preservado em Rägabhakti. Portanto, não é possível
que a devoção de um devoto puro com essa relação prazerosa, que proporciona satisfação ao objeto de adoração,
vá contra o propósito de devoção. Nós podemos renunciar tudo, mas é muito difícil desistir do desejo por nome e
fama. O devoto sábio que deseja desenvolver devoção pura deve ser muito cuidadoso em relação a isso. O devoto
que deseja Rägabhakti deve praticar Harinäm desistindo de todos os desejos ocultos durante a manhã, à meia-noite,
ao meio-dia e à noite, ou seja, sempre. Com essa devoção, quando o devoto pratica ‘Kértan’ e ‘Smaraë’, ele obtém
rapidamente a graça de Kåñëa e torna-se capaz de alcançar o objetivo mais elevado, onde realmente se tornará livre
de todos os apegos. O aspirante deve pronunciar o nome de Kåñëa, na companhia de sädhus fidedignos, com fé
firme, então todos os desejos ocultos serão removidos e ele fixará permanente a mente no objeto de adoração.

Passatempos matutinos de Rädhäkåñëa


Agora pensaremos sobre o segundo período dos passatempos eternos matutinos de Rädhäkåñëa. Somente através
do pensamento podemos desenvolver o amor divino puro.

rädhäà snäta-vibhüñitäà vrajapayähütäà sakhébhiù prage


tad-gehe vihitänna-päka-racanäà kåñëävaçeñanäm
kåñëaà buddham aväpta-òhenu-sadanaà nirvyüòha-go-dohanaà
susnätaà kåta-bhojanaà saha-caraistaà cätha täà cäçrye
Govindalélämåta

Abrigo-me aos pés de lótus de Srémati Rädhäräni, que após banhar-se pela manhã em Jävaö, decora-se com um
lindo vestido e vários ornamentos apreciados por Çré Kåñëa, e após, a pedido de Yañodä Devi, vai até a casa de
Nanda Mahäräja (Nandagräm), juntamente com outras confidentes (sahkis), cozinhar diferentes variedades de
alimentos para Kåñëa. Após Ele se alimentar, com grande satisfação Ela honra os Seus remanentes. Aqui deve-se
observar atentamente o porque da própria Yañodä Devi não cozinhar, chamando Rädhäräni para essa tarefa. Ela o
faz porque aprendeu que se o Seu amado filho aceitar os alimentos preparados por Rädhäräni, o Seu tempo de vida

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aumentará, pois Ela recebeu essa graça de Durväsä Åçé. Nanda Mahäräja e Yañodä Devi jamais veem ‘Kåñëa’ como o
Senhor Supremo, o Senhor de todos os senhores, eles o veem como seu pequeno filho amado. Essa é a especialidade
do amor puro de Nanda-Yañodä em Braja Dhäm. Os passatempos matutinos de Kåñëa sendo despertado do sono
também satisfazem Seus pais Nanda Mahäräja e Yañodä Devi. Nanda Mahäräja e Yañodä Devi não sabem o que
acontece durante a noite. Eles ficam felizes ao verem o seu filho levantado-se da cama. Kåñëa tem sempre o cuidado
de satisfazer as vacas e os vaqueirinhos, Seus outros associados pessoais. Como um dever regulado recebido por
Seus pais, Ele vai até o estábulo ordenhar as vacas, proporcionando-lhes prazer ao tocá-las. Após retornar, chama
os seus amigos do peito vaqueirinhos e anseia por Suas companhias ao se banhar. Após banhar-se, Kåñëa se senta
ao lado dos vaqueirinhos para se alimentarem com os pratos preparados por Rädhäräni e distribuídos por Yañodä
Devi. Durante esses passatempos, a união de Rädhäkåñëa também ocorre. Eu também me abrigo aos pés de lótus
de 'Kåñëa'. Os aspirantes a obter tal Braja Prema devem pensar nesses passatempos de Rädhäkåñëa enquanto
fazem Harinäm pela manhã na companhia de ñuddha bhaktas, devotos puros. Ao pensarem nesses passatempos
enquanto fazem saëkértan, os aspirantes podem obter imediatamente a inspiração do Amor Divino Transcendental.

Terceiro período da prática devocional (3º Yäma Sädhana)


Niñöhä-bhajana— Fixação da mente no objeto de adoração (Çré Kåñëa)

3º verso do Çré Çikñäñöaka

tåëäd api sunécena taror iva sahiñëunä


amäninä mänadena kértanéyaù sadä hariù

A pessoa habilitada a fazer Näma Saëkértan — o procedimento de praticar Harinäm, é determinada no terceiro
verso no Çikñäñöaka. O aspirante que é mais humilde do que uma folha de grama, mais tolerante que uma árvore
e completamente desprovido do desejo de obter o respeito dos outros, e que presta o devido respeito a todos, é
elegível a sempre praticar Harikértan.

ye-rüpe la-ile näma prema upajaya


tähära lakñaëa çloka çuna, svarüpa-räma-räya
uttama haïä äpanäke mäne tåëädhama
dui-prakäre sahiñëutä kare våkña-sama
våkña yena käöileha kichu nä bolaya
çukäïä mailea käre päné nä mägaya
yei ye mägaye, täre deya äpana -dhana
gharma-våñöi sahe, änera karaye rakñaëa
uttama haïä vaiñëava habe nirabhimäna
jéve sammäna dibe jäni’ ‘kåñëa’-adhiñöhäna
Çré Caitanya Caritämåta, Antya, 20/20, 22-25

Çré Caitanya Mahäprabhu aborda Svarüpa Dämodara e Räi Rämänanda dizendo, “Ouçam sobre o verso da escritura
que expressa as características de como praticar Harinäm através do qual o amor devocional puro se manifesta.
Mesmo que dotado de boas qualidades, aquele que se considera mais abominável do que uma folha de grama,
que possui a qualidade de tolerância de duas maneiras— como a árvore, que apesar de podada, não diz nada,
apenas tolera e não causa problemas a ninguém para obter água, ou seja, sacrifica os seus próprios interesses
para satisfazer o desejo dos outros que buscam sua ajuda. Os verdadeiros Vaiñëavas são dotados dessas boas
qualidades. Eles veem o seu objeto de adoração Çré Kåñëa em todos os seres vivos e oferecem respeito a todos."

Passatempos matutinos de Rädhäkåñëa


O devoto abençoado deve sempre pensar nisso enquanto pratica Harinäm —

pürvähëe dhenu-mitrair vipinam anusåtaà goñöha-lokänuyätaà

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kåñëaà rädhäpti-lolaà tad abhisåti-kåte präpta-tat-kuëòa-téram
rädhäà cälokya kåñëaà kåta-gåha-gamanäm äryayärkärcanäyai
diñöäà kåñëa-pravåtyai prahita-nija-sakhé-vartma-neträà smarämi
Govindalélämåta 5/1

Quando Kåñëa parte para a floresta com os bezerros (ou vacas) e com os vaqueirinhos, Nanda Mahäräja, Yañodä
Devi e outros vaqueirinhos e vaqueirinhas de Brajadhäm o seguem até perdê-lo de vista. Eles o acompanham,
e quando não conseguem mais vê-lo, retornam desapontados. Kåñëa encanta os bezerros e os vaqueirinhos,
mas atraído pela devoção pura de Rädhäräni, vai até o Rädhäkuëòa encontrar-se com Ela, que ali o espera
ansiosamente para ter Sua companhia. Claramente, Kåñëa consolou os bezerros, as vacas e os vaqueirinhos antes
de ir até o Rädhäkuëòa ao meio-dia. Eu me lembro dos pés de lótus de Kåñëa nos passatempos matutinos.

Rädhäräni está sempre ansiosa em se encontrar com Çré Kåñëa e aconselha-se com Ele sobre como podem se
encontram apesar de sua sogra, ‘Jaöilä’, a proibir. Kåñëa recomenda à Rädhäräni, “Não diga que está vindo Me
ver, pois dessa forma você não conseguirá permissão. As pessoas do ambiente familiar estão mais inclinadas a
adorar os semideuses para obter benefícios mundanos. Você deve dizer a Sua sogra que deseja adorar o Deus do
Sol. Então, Sua sogra aprovará imediatamente e permitirá que você adore o Deus do Sol para obter benefícios
mundanos. Sob o pretexto de adorar o Deus do Sol, Você conseguirá me encontrar”. Rädhäräni com grande
perturbação em seu coração, enviou uma confidente (sakhi) à procura de Kåñëa para saber onde Ele está residindo
para que possa Lhe encontrar. Rädhäräni muito ansiosamente espera pelo retorno da confidente para saber
onde poderá se encontrar com Kåñëa. Eu lembro dos pés de lótus de Rädhäräni nos passatempos matutinos.

Quarto período da prática devocional (3º Yäma Sädhana)


Passatempos ao meio-dia — Bhajan com sabor
O verdadeiro adorador de Harinäm não possui nenhum outro desejo exceto a devoção sem causa a Çré Kåñëa

4º verso do Çikñäñöaka

na dhanaà na janaà na sundaréà


kavitäà vä jagad-éça kämaye
mama janmani janmanéçvare
bhavatäd bhaktir ahaitukù tvayi

Ó Senhor Supremo! Eu não tenho nenhum desejo por riqueza, empregados ou erudição (desejo por Trivarga enganosa
— piedade mundana, dinheiro, luxúria ou até mesmo me fundir com a forma impessoal de Brahma, ou seja, ‘Mukti’—
salvação, que é ainda mais enganosa). Minha única oração é obter uma devoção unidirecionada sem causa a Você.

griha dravya çiñya paçu ädi dhana


stri putra däsa däsi kuöumbädi jana
kävya alankära ädi sundari kavitä
pärthiva viñaya e saba värtä
ei saba päébära äçä nähi kari
çuddhabuddhi deha more kåñëa kåpä kari
premera svabhäva jänhä premera sambandha
sei mäne kåñëa mora nähi bhakti gandha

Srila Bhaktivinode Thäkur elaborou a respeito de cada um desses desejos detalhadamente. Desejos por
riqueza, por uma boa casa, propriedade ou coisas temporárias deste mundo, em ter discípulos com motivos
mundanos, por animais domésticos, por arrozais, plantações etc. Desejo por empregados — por uma
esposa, filhos, servos, servas e outros. Desejo por erudição — Kävya — livros de versos relacionados
à poesia dramática, arte retórica, talentos poéticos. Tudo isso está relacionado a questões mundanas, e

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por isso não os desejo para mim. Ó Senhor Supremo Çré Kåñëa! Gentilmente me conceda devoção pura.

Aqui é necessário compreender o significado do amor puro e sua relação. Quando houver o verdadeiro amor
puro, o devoto terá o sentimento de humildade em seu coração e admitirá que ele não possui nem um pouco
de devoção. Como prova disso, uma própria fala de Mahäprabhu no Çré Caitanya Caritämåta, Madhya 2/45,—

na prema-gandhosti daräpi me harau,


krandämi saubhägyabharaà prakàçitum
vaàçébiläsyäna nalokanaà binä,
bibhasmi yat praëapataïga kän vrithä

Mahäprabhu fala a Svarüpa Dämodara e Räi Rämänanda, “Eu não tenho nem um pingo de amor por Çré Kåñëa.”
Então eles questionam o porque de Mahäprabhu chorar tanto por Kåñëa. Mahäprabhu responde, “Eu choro apenas
para mostrar aos outros a minha reputação de que fui agraciado por Kåñëa para obter tal prema. Uma grande prova
de que sou destituído de amor verdadeiro por Kåñëa é que mesmo sem ver a Sua doce face com Sua flauta, ainda
assim consigo viver.”

Indicação dos passatempos do meio-dia de Rädhäkåñëa


madhyähne ‘nyonya saàgodita vividha-vikärädi-bhüñäpramugdhau
vämyotkaëöhätilolau smaramakha lalitä dyäli-narmäptaçätau
doläraëyämbu-vaàçé -håti-rati-madhupänärka-püjädi-lélau
rädhä-kåñëau satåñëau parijana-ghaöayä sevyamänau smarämi
Govindalélämåta

[De acordo com a escola de pensamento Gaudiya Vaiñëava, os passatempos ao meio-dia de Rädhäkåñëa no
Rädhäkuëòa são os mais elevados. Os devotos da Nimbärka sampradäya também adoram Rädhäkåñëa, mas
eles consideram a Räsalélä com as gopés em Våndävana sob Vaàsivaöa a mais elevada. A especialidade do amor
transcendental das gopés é que elas não desejam contato direto com o Kåñëa, e sim proporcionar a união de Srémati
Rädhä com Kåñëa, pois o prema de Rädhä é mais elevado do que o prema de 100 crores de gopés. Ao entrar em
contato com Rädhäräni, a doçura transcendental de Kåñëa aumenta demasiadamente, ao ver isso as gopés ficam
mais felizes com do que seu contato direto com Kåñëa.] Todos os sentimentos extáticos superiores, incluindo
Asöasättvik-vikär— os oito principais sentimentos extáticos, trinta e três tipos de outros sentimentos extáticos
subordinados — sanchäri — todo os tipos de doçuras mais elevadas incitando sentimentos extáticos transcendentais
manifestam-se estando no Rädhäkuëòa. Não é possível encontrar em nenhum outro passatempo tais charmosos
e doces sentimentos extáticos. Alguns sentimentos extáticos extraordinários foram aqui mencionados. ‘Vämya’—
prema tortuoso, expressão externa de rudeza, a aspereza está presente, mas internamente ocorre o oposto, o
que é inexplicável. ‘Utkaëöhä’— a suprema avidez em ter contato com o objeto de amor, que remove todos os
tipos de inquietação, mas nesse sentimento extático torna-se extremamente inquieto. Ao ouvir as brincadeiras das
gopés, Rädhäkåñëa sentem-se felizes. Além desses, há inúmeros outros passatempos, como a cerimônia do balanço
de Rädhäkåñëa, passeios agradáveis pela floresta, atividades aquáticas em rios e lagoas, roubo da flauta e outros
passatempos amorosos transcendentais, bebendo o mel adocicado, a adoração ao Deus do Sol etc. Enquanto
permanecem absortos nesses passatempos transcendentais, Rädhäkåñëa são servidos pelas gopés. Eu lembro
desses passatempos de Rädhäkåñëa.

Quinto período da prática devocional (5º Yäma Sädhana)


Bhajan vespertino — Apego a Kåñëa

5º verso do Çré Çikñäñöaka

ayi nanda-tanuja kiìkaraà

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patitaà mäà viñame bhavämbudhau

kåpayä tava päda-paìkaja-


sthita-dhülé-sadåçaà vicintaya

Ó Nandanandan, apesar se ser teu servo eterno, devido à situação do meus próprios atos, afoguei-me no terrível oceano
de nascimentos e mortes. Por Sua compaixão, veja-me gentilmente como uma partícula de poeira dos Seus pés de lótus.

Hino em bengali de Bhaktivinoda Thäkura (invocando a graça de Kåñëa)

Eu sou seu servo eterno. Por esquecê-Lo, fui enredado pela energia ilusória e tenho me afogado no oceano de
nascimentos e mortes. Considere-me gentilmente como sendo uma partícula de poeira dos Seus pés de lótus. Eu
sou teu servo eterno, envolva-me em Seu serviço.

Indicação dos passatempos eternos vespertinos de Rädhäkåñëa

çré rädhäm präpta-gehäà nija-ramaëa-kåte klåpta nänopahäräm


susnätäà ramya-veçäà priya-mukha-kamaläloka-pürëa-pramodäm
çré kåñëaà caiväparähëe vrajam anucalitaà dhenu-våindair vayasyai
çré rädhäloka-tåptaà pitå-mukha-militaà mätå-måñöaà smarämi
Govindalélämåta 19/1

Eu lembro de Srémati Rädhäräni que à tarde retornou do Rädhäkuëòa para Jävaö, e agora está empenhada em
preparar diversos bons pratos dos mais diversos tipos — ‘Amåtkelé’, ‘Karpurkelé’ etc. para oferecê-los ao Seu
amado Çré Kåñëa.
Rädhäräni toma um belo banho e veste bons ornamentos para satisfazer Çré Kåñëa. Após, aguarda muito
ansiosamente no caminho pelo retorno de Kåñëa do pasto, sentindo-se muito satisfeita ao ver a Sua face de
lótus [Observe atenciosamente o que quer Rädhäräni faça, não está fazendo isso para satisfazer a si mesma ou a
terceiros, seu objetivo final é satisfazer somente a Kåñëa. O fim justifica os meios.]

Os passatempos vespertinos de Kåñëa — Kåñëa, ao lado das vacas, bezerros e dos vaqueirinhos, retorna do
pastoreio — Braja Dhäm e ao verem Rädhäräni no caminho, sentem-se extremamente felizes. [Kåñëa é atraído pelo
amor puro de Rädhäräni.] Após retornar para Sua casa, Kåñëa encontra Seus pais Nanda Mahäräja e Yañodä , bem
como os pais dos outros vaqueirinhos. Todos os gopas e gopés ficam muito felizes ao ter Kåñëa de volta e por vê-lo.
Afetuosamente, Yañodä Devi abraça e limpa Kåñëa. À tarde, eu lembro de Kåñëa.

Sexto período da prática devocional (6º Yäma Sädhana)


Bhajan noturno— Bhäva (Antes do estágio de prema)

6º verso do Çré Çikñäñöaka

Sintomas externos do estado realizado


nayanaà galad-açru-dhärayä
vadanaà gadgada-ruddhayä girä
pulakair nicitaà vapuù kadä
tava näma-grahaëe bhaviñyati

Ó Senhor Supremo Çré Kåñëa! Ao proferir o Seu Santo Nome, meus olhos são adornados com o glamour sagrado
das lágrimas que rolam por meu rosto. Enquanto canto, minha voz ficará sufocada (não conseguirei pronunciar
completamente o Santo Nome, minhas palavras serão incoerentes — incompreensíveis por pessoas ordinárias),
todo o meu corpo ficará arrepiado (saturado com uma sensação excitante).

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Srila Bhaktivinode Thäkur no hino em bengali de sua autoria, narra claramente os oito principais sentimentos
extáticos — lágrimas caindo dos olhos, voz sufocada (que canta de forma incompleta o Santo Nome), arrepios,
suor, tremedeira, imobilidade e palidez.

prema dhana binä vyärtha daridra jivana


däsa kari vetana more deha premadhana

Sem a riqueza de ‘Prema’— o amor devocional puro, a vida é fútil e pobre. Gentilmente, aceite-me como seu
servo, pagando-me o salário da riqueza do amor divino.

Um indício dos passatempos noturnos de Rädhäkåñëa


säyaà rädhäà sva-sakhyä nija-ramaëa-kåte preñitäneka-bhojyäà
sakhyänéteça-çeñäçana mudita hådaà täà ca taà ca vrajendrum
susnätaà ramya-veçaà gåham anu-jananù lälitaà präpta-goñöhaà
nirvyüòho ‘srälidohaà svagåham anu punar bhuktavantaà smarämi
Govindalélämåta, 20/1

Rädhäräni envia à noite para Nandagräm, as preparações cozidas por Ela a tarde para Kåñëa através de uma
confidente (sakhi). A Sakhi leva as preparações de Jävaö até Nandagräm e as oferece para Yañodä Devi. Com grande
afeição e satisfação, Yañodä Devi alimenta seu filho Kåñëa. Após Kåñëa se alimentar, os remanentes — a prasäd, são
levados pela sakhi de Nandagräm até Jävaö e são oferecidos à Rädhäräni. Com grande satisfação, Rädhäräni aceita
a prasada de Kåñëa. Eu me lembro desses doces passatempos de Rädhäräni.

Passatempos de Kåñëa — Yañodä Devi banha muito bem o seu filho e o veste com belos ornamentos, mantendo-o
no colo dentro de casa, demonstrando afeição por essa criança que se deparou com muitos problemas ao cuidar
das vacas no pasto, que com Seus pés macios moveu-se pelas pedras e espinhos da floresta. Após pacificar a
criança, Yañodä Devi a convence a ir até o estábulo ordenhar as vacas, pois do contrário, como seria possível
sustentar a família? Ao ouvir o desejo de Sua mãe, Kåñëa, ao lado dos outros vaqueirinhos, parte imediatamente
rumo ao estábulo para ordenhar as vacas. Kåñëa satisfaz as vacas e também as outras gopés. As vacas ficam
extremamente felizes ao ver Kåñëa e ao ter o néctar do Seu doce toque. Devido ao amor espontâneo, elas dão
leite automaticamente. Kåñëa retorna para casa, e alegremente come os alimentos preparados por Rädhäräni que
chegaram até Ele através da sakhi. Eu lembro os doces passatempos noturnos de Kåñëa com grande adoração.

Sétimo período da prática devocional (7º Yäma Sädhana)


Prática espiritual devocional de ‘Prema’ ao entardecer— O Amor Divino em separação

7º verso do Çré Çikñäñöaka


Sintomas internos do estado realizado ou objetivo mais elevado — ‘Premabhakti’

yugäyitaà nimeñeëa cakñuñä prävåñäyitam


çünyäyitaà jagat sarvaà govinda-viraheëa me

Os sintomas da dor de separação — mesmo um pequeno momento separado de Govinda


será considerado uma era, lágrimas rolarão dos olhos, realização do vazio de todo o mundo.

Srila Bhaktivinode Thäkur escreve:

“Devido à dor da separação, esses sintomas se manifestarão — todos os dias são vividos com ansiedade,
um momento de separação é igual a uma era, lágrimas rolarão dos olhos tal como as nuvens das
estações chuvosas, o vazio dos três mundos, devido à dor extrema da separação de Govinda feito um
incêndio impossível de ser extinguido alimentado pela casca da vida que ainda não entrou em colapso.

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Indicação dos passatempos de Rädhäkåñëa ao anoitecer
rädhäà sälégaëäntäm asitasitaniçä-yogya-veçäà pradoñe
dutyä våndä-padeçädabhisåta-yamunä-téra-kalpäga-kuïjäm
kåñëaà gopaiù sabhäyäà vihita-guëi kalälokanaà snigdha mäträ
yatnädänéya saàçäyitam atha nibhåtaà präpta-kuïjaà smarämi
Govindalélämåta, 21/1

Ao anoitecer, Srémati Rädhikä aconselhada por Våndä Devi, veste-se nas cores branco e preto (com o desejo de
se esconder da visão de terceiros), adequadas para as quinzenas escuras e luminosas, parte para o Sanket Kuïja
(bosque particular), sob uma árvore de desejos, na companhia das sakhis (confidentes) e de uma mensageira
feminina (gopé), saturada pelos belos cenários sagrados nas margens do Yamuna, a fim de se encontrar com o Seu
amado Kåñëa no lugar e horário marcados.

No outro lado, os passatempos de Kåñëa ao anoitecer — Kåñëa satisfaz todos os seus associados pessoais, exceto
os gopas (vaqueirinhos). Os gopas estão se sentindo desanimados por não servirem Çré Kåñëa, mas por ser
onisciente, Ele sabe o que passa por suas mentes. Quando os vaqueirinhos querem exibir habilmente seus talentos
esportivos e competitivos e Kåñëa é convidado a comparecer no local especial da reunião, Ele imediatamente
aceita a proposta e parte para o local a fim de observar a boa habilidade dos gopas e seus esportes e luta livre.
Kåñëa sente-se muito atraído por esses esportes, tanto que Ele pede para demonstrar diferentes tipos, um após
outro. A afetuosa mãe Yañodä Devi sente-se muito preocupada porque Seu filho não retornou do encontro e
não foi dormir. Yañodä Devi o chama repetidamente para dormir, mas Ele não aparece. Essa é a natureza de
uma criança inquieta. Yañodä Devi vai pessoalmente atrás de ‘Kåñëa’ para acalmá-lo e pede aos lutadores para
que parem de demonstrar sua habilidade. Ela o coloca na cama e canta canções de ninar. Quando Kåñëa
parece dormir, Nanda Mahäräja e Yañodä Devi ficam felizes. Eles também vão para a cama dormir, e eis o que
acontece: Kåñëa sentindo-se atraído pela devoção pura de Rädhä, secretamente deixa Sua cama e parte para o
Sanket Kuïja (o tal bosque particular) para encontrar-se com Ela ao entardecer. Eu me lembro de Rädhä e Kåñëa.

Oitavo período da prática devocional (8º Yäma Sädhana)


Passatempos noturnos
Prema Bhajan em contato direto
Grande devoção para atingir o estado realizado completo ou o mais elevado
objetivo — ‘Prema-bhakti’

8º verso do Çré Çikñäñöaka


Subserviência excessiva somente para Kåñëa

äçliñya vä päda-ratäà pinañöu mäm


adarçanän marma-hatäà karotu vä
yathä tathä vä vidadhätu lampaöo
mat-präna-näthas tu sa eva näparaù

Srémati Rädhikä , a joia entre todas as gopés, declara “Çré Kåñëa, Você pode esmagar essa serva, dedicada aos Seus
pés de lótus, abraçando-me firmemente ou me mortificando em qualquer lugar por Seu comportamento libertino
com qualquer uma da Suas amadas gopés, ainda assim Você é o meu mais querido amado e mais ninguém.”

Nesse contexto, é relevante a leitura de um verso do Çré Caitanya Caritämåta (Antya lélä 20/52), escrito por Srila
Kåñëadäs Kaviräj Goswämi:

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nä gaëi äpana dukha, sabe väïchi

tära sukha, tära sukha ämäro tätparya,


more yadi diyä dukha, tära hailo mahäsukha,
sei dukha mora sukhavarjya

Çré Caitanya Mahäprabhu, aceitando o modo de adoração e a forma de Rädhäräni, sentindo uma dor de
separação extrema, assim declarou— o aforismo expresso por Rädhäräni. Somente Rädhäräni pode falar
sobre isso — “Eu não considero o meu próprio sofrimento, Eu desejo apenas o Seu contentamento,
meu propósito é Sua satisfação. Se ao Me causar sofrimento, Ele se torna feliz, aquilo que Me aflige, será o
meu maior contentamento." Ninguém na terra é capaz de infligir sofrimento a alguém que esteja bem
estalecido nesse pensamento, ou que pelo menos se esforce sinceramente para alcançar esse estado mental.

Indicação dos passatempos noturnos de Rädhäkåñëa


täv utkau labdha-saìgau bahu-paricaraëair våndayärädhyamänau
preñöhälébhir lasantau vipina-viharaëair gäna-räsädiläsyaiù
nänä-lélä-nitäntau praëaya-sahacarù vånda-saàsevyamänau
rädhä-kåñëau niçäyäà sukusuma-çayane präpta-nidrau smarämi
Govindalélämåta, 22/1

Somente as mais queridas confidentes têm o direito de adentrar os passatempos noturnos de Rädhäkåñëa.
As sakhis sempre tentam unir Rädhäkåñëa. Na verdade, Eles sentem-se muito ansiosos pelo Seu encontro
noturno. Após a manifestação dessa união, Våndä Devi com suas queridas sakhis adoram Rädhäkåñëa
de diversas formas. Após a adoração, Rädhäkåñëa ao lado das sakhis andam pela floresta, entoam
canções, executam e dançam a Räsalélä etc. Após Rädhäkåñëa sentirem-se extremamente cansados após
a execução desses passatempos, as mais amadas sakhis os servem amavelmente, e no final criam uma
bela cama com flores onde Rädhäkåñëa dormem. Eu me lembro de tais passatempos de Rädhäkåñëa.

Nossos reverenciados Guruvargas costumavam nos aconselhar dizendo que somente os devotos elegíveis podem
se lembrar dos passatempos de Rädhäkåñëa ao meio dia no Rädhäkuëòa e dos passatempos ao entardecer e
noturnos de Räsalélä.

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Giriräja-Govardhana
O aparecimento de Govardhana e o nome de “Giriräja”

O aparecimento de Çré Govardhana neste mundo e como ele recebeu a denominação de “Giriräja” são descritos
no Garga- saàhitä (Våndävana-khaëòa, capítulo 2) de Çré Gargäcärya na conversa entre Nanda Mahäräja e seu
conselheiro sênior, o gopa Sananda. Sananda forneceu a Nanda Mahäräja a referência de uma conversa entre
Päëòu e Bhéñma.

Desejoso de aparecer neste mundo para aliviar o fardo da terra causado pelos pecados cometidos pelos demônios,
Çré Kåñëa disse à Rädhikä para que aparecesse neste mundo. No entanto, Rädhäräëé expressou Sua falta de vontade
de ir para um local onde Våndävana, Yamunä e Çré Govardhana não estivessem presentes. Sri Kåñëa então enviou
Seu próprio reino transcendental espiritual de Vraja-dhäma, uma área de 84 kroça ou 252 km (1 kroça é igual a 3
kilometros) para que se manifestasse na Índia. Vraja-dhäma não faz parte do mundo espiritual composto por terra,
água, fogo e céu. Govardhana apareceu como o filho da montanha Droëa na Ilha Çälmalé na Índia ocidental. Todos
os semideuses ficaram extremamente felizes com o aparecimento de Govardhana e lhe jogaram flores.

Todas as grandes montanhas, como os Himälayas e Sumeru ficaram felizes ao ouvir sobre o Seu aparecimento.
Elas prestaram suas homenagens à Govardhana e a adoraram. Em suas orações, elas disseram, “Uma vez que
Govardhana é o local sagrado do Senhor Supremo Çré Kåñëa no doce reino transcendental de Goloka, Ele é
o rei de todas as montanhas e a coroa de Goloka. Ele é como um guarda-chuva para Parabrahman Çré Kåñëa e
Våndävana está sob Seu abrigo.” Desde então, Govardhana passou a ser reconhecida como "Giriräja."

Pulastya Muni é um dos sete filhos de Brahma nascidos da sua mente, conhecidos como Mänasa-Putra. Certa
vez, Pulastya Muni estava viajando em peregrinação e foi até a ilha Çälmalé. Lá, ele ficou maravilhado e surpreso
ao ver a beleza extraordinária da montanha Govardhana adornada com uma variedade de frutas e flores, lugares
agradáveis para se sentar, mananciais, rabanetes, grama macia etc. Quando Pulastya Muni aproximou-se de
Droëäcala, ele foi adorado por Droëäcala. Pulastya Muni disse a Droëa, “Eu vivo em Käçé, local especialmente
importante devido à presença do Ganges e Viçveçvara Mahädeva. Os pecadores vão para lá a fim de obter a
salvação, mas meu desejo é realizar penitências ali após instalar Govardhana.” Apesar de estar extremamente
preocupado devido à sua afeição para com a criança, Droëäcala tinha o temor de ser amaldiçoado por Pulastya
Muni e disse à criança para ir até a terra sagrada de Bhärata (Índia) com o Muni. Inicialmente, Govardhana
possuía 64 milhas de comprimento, 40 milhas de largura e 16 milhas de altura [o comprimento atual de
Govardhana é de aproximadamente 7 milhas]. Então surgiu a questão de como Pulastya Muni carregaria a
grande montanha Govardhana. Pulastya Muni disse que ele poderia facilmente carregar a montanha na palma
de sua mão. Govardhana concordou em ir com o Muni sob a condição de que se ele a colocasse em qualquer
lugar no chão durante o percurso, ela ali permaneceria devido ao seu grande peso e não iria mais se mover.
Pulastya Muni aceitou a condição e prometeu carregar a montanha para o destino sem a colocar na terra.

O Muni começou a mover-se lentamente para o seu destino enquanto carregava Govardhana na palma da sua
mão direita. Mas após chegar em Vraja-dhäma, Govardhana viu o Yamunä e Våndävana e lembrou-se dos doces
passatempos de Kåñëa. Ela queria permanecer ali e então se tornou muito pesada. O Muni ficou muito angustiado
e esquecendo de sua promessa, pôs a montanha na terra. Após terminar sua evacuação diária, banho e sandhyä-
püjä (recitação silenciosa de orações), Pulastya Muni retornou ao local e pediu a Govardhana para que se sentasse
na palma de sua mão. No entanto, Govardhana expressou Sua relutância em se mover. Pulastya Muni tentou ao
máximo levantar a montanha, mas era impossível movê-La. Ele ficou furioso e amaldiçoou Govardhana dizendo
que Ela iria diminuir diariamente o tamanho de um grão de semente de gergelim.

Atualmente, Govardhana possui cerca de 7 milhas de comprimento. Enquanto Govardhana existir, a atual era

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negra de Kali-yuga não será capaz de mostrar seu poder proeminente. Porém, depois de milhares de anos, quando
Govardhana e o Yamuna tiverem desaparecido, Kali Maharaj estará muito forte e todos os seres humanos serão

oprimidos e torturados ao extremo. A condição dos seres humanos será precária.

Govardhana-Dharan-Lélä (O levantamento de Govardhana)


O próprio Senhor Supremo Original Çré Kåñëa revelou os aspectos ontológicos e as glórias de Çré Govardhana. Isso
é especialmente narrado na civilização e na história mais antiga da Índia mencionada no Åg Veda, onde Indra, a
deidade que preside as nuvens, era adorado na Terra para que as plantações pudessem crescer e serem reanimadas
pela chuva. Nós ouvimos do Çrémad-Bhägavatam que de acordo com a tradição humana e os costumes, a adoração
anual de Indra era introduzida em Vraja-dhama para possibilitar o cultivo da terra e a proteção das vacas. Esse era
o único meio de subsistência dos residentes de Vraja-dhäma.

Çré Kåñëa tomou conhecimento de que Seu pai Nanda Mahäräja e outros vaqueiros tinham coletado muitos
itens para o Indrayäg (cerimônia de oferenda em adoração a Indra). Çré Kåñëa perguntou a Seu pai qual sera
a utilidade de executar tal função. Nanda Mahäräja disse que se Indra, a deidade que preside as nuvens, fosse
propiciado, choveria no tempo apropriado. Portanto, as plantações de arroz e capim cresceriam, ajudando na
subsistência das vacas. Nanda Mahäräja novamente disse, “Se nós negligenciarmos em executar nossos deveres
e costumes hereditários, nós nunca iremos alcançar o bem-estar eterno.” Após ouvir isso do Seu pai e de outros
vaqueiros, Çré Kåñëa a fim de enfurecer Indra, fez com que os Vrajaväsés (residentes de Vraja) entendessem a
futilidade da adoração a Indra e lhes convenceu da eficácia de adorar Govardhana: “Indra é um semideus sem
qualquer posse dos frutos das ações. Ele não pode conceder um fruto ruim para uma boa ação ou um bom fruto
para uma ação ruim. Nascimento e morte e felicidade e aflição ocorrem devido as ações das almas individuais.
Mesmo as ações mundanas são a causa da inimizade, amizade e indiferença. Indra não pode desfazer os frutos
das ações. Apesar do cultivo, comércio, proteção as vacas e empréstimo de dinheiro serem os meios de vida dos
vaiçyas (a classe comerciante da sociedade), os Vrajaväsés somente aceitam a proteção as vacas como seu meio
principal de sobrevivência. Os residentes de Vraja-dhäma vivem nas florestas e montanhas; portanto, cidades,
habitações humanas lotadas e casas não são adequados para eles. Portanto, eles deviam começar uma oferenda
para a adoração de vacas, brähmaëas e montanhas. Assim como uma moça incasta que abandona seu marido não
é capaz de usufruir do bem-estar por servir outra pessoa, os Vrajaväsés não podem obter seu bem estar real ao
servirem terceiros enquanto abandonam o serviço de Giriräja Govardhana, que é nosso verdadeiro abrigo.” Kåñëa
aconselhou os vaqueiros de Vraja-dhäma a adorarem Giriräja Govardhana com todos os itens coletados para o
Indrayäg. Ele também lhes aconselhou a trazerem leite, iogurte e outros produtos lácteos para cozinhar diferentes
preparações de alimentos, como: Päyasa (preparação de leite, arroz e açúcar), Mudgasüpa (sopa preparada com
um tipo de ervilha), Piñöaka e Çañkulé (preparações doces feitas de arroz, coco, açúcar e leite). Kåñëa também lhes
indicou o método de adoração de Giriräja Govardhana: “Isso deve ser feito através da cerimônia de doação de
vacas e oferecendo honras aos brähmaëas védicos que executam as oferendas. Os brähmaëas devem ser servidos
com boas preparações de alimentos. Depois disso, todos os outros, incluindo os Caëòälas (a casta mais baixa),
pessoas caídas e cachorros devem ser servidos com oferendas apropriadas. As vacas devem ser servidas com
grama fresca. Após o Govardhana-püjä, todos devem ser adornados com ornamentos, boas vestimentas e ungidos
e devem se sentar para honrar a prasäda. Por ultimo, todos devem circumbular a montanha de Govardhana com as
vacas, brähmaëas e o deus do fogo.” Encantando e dominado pelo seu profundo afeto paterno, Nanda Mahäräja
adorou apropriadamente Giriräja Govardhana e todos os brähmaëas com todos os itens coletados para o Indrayäg,
como era o desejo de seu querido filho Çré Kåñëa. Depois disso, enquanto as vacas eram servidas com grama e
palha, Nanda Mahäräja executou o parikramä de Govardhana com todos os gopas e gopés, com as vacas guiando
na frente. Acomodados em carros de boi, todos os gopas e gopés adornados com belos ornamentos executaram o
Govardhana parikramä enquanto cantavam constantemente as glórias de Kåñëa. Para proclamar aos Vrajaväsés que
Giriräja Govardhana não é diferente de Kåñëa, Çré Kåñëa pronuncia repetidamente as seguintes palavras em alto e
bom som: “Eu sou a montanha Govardhana”, e então começa a comer todas as oferendas dadas a Govardhana
ao estender milhares de mãos. Em Sua outra forma como Gopäla, Kåñëa, o filho de Nanda Mahäräja, prestava
reverências a Sua própria forma manifesta como Govardhana. O próprio Çré Kåñëa introduziu a prática de fazer

21
reverências prostradas à Govardhana, bem como a circumambulação. Aqueles que desprezam Govardhana serão
mortos por Ela na forma de serpentes, etc.

Devaräja Indra, o imperador dos semideuses, enfureceu-se com os Vrajaväsés por pararem o Indrayäg. Indra
oprimiu todos os Vrajavasis com chuvas torrenciais e uma forte chuva de granizo que parecia um cataclismo.
Todos os Vrajaväsés estavam extremamente aflitos e tomaram abrigo de Çré Kåñëa. Çré Kåñëa então os protegeu ao
levantar Govardhana com Sua mão esquerda. Mais tarde, Devaräja Indra entendeu o seu erro e foi até Kåñëa com
a vaca Surabhi. Ele adorou Kåñëa e orou a Ele para esquecer sua ofensa. Giriräja Govardhana é idêntico a Kåñëa e
Ele também é o maior servo de Kåñëa.

Çréla Raghunätha Däsa Gosvämé ora a Giriräja Govardhana da seguinte forma:

giri-nåpa! haridäsa-çreëi-varyeti-nämä
måtam idam uditaà çré-rädhikä-vaktra-candrät
vraja-nava-tilakatve kÿpta! vedaiù sphutaà me
nija-nikaöa-niväsaà dehi govardhana tvam
(Çré Govardhana-väsa-prärthanä-daçakam, verso 8)

“Ó Gririräja Govardhana, quando o seu nome nectáreo é pronunciado pelos lábios de lótus de Çrématé Rädhikä
no Çrémad-Bhägavatam (10.21.18), ‘Hantäyam adrir abalä hari-däsa-varyaù,’ isso significa, '‘Ó gopés inocentes e
sinceras, essa montanha é a mais elevada entre todos os servos de Çré Hari,’ então vocês foram consagradas por
todos os Vedas como sendo a nova bela tilaka (marca de pasta de sândalo) de Vraja-dhäma. Portanto, oro a você
para que me conceda um lugar de residência próximo de ti.

O Senhor Supremo Çré Kåñëa interrompeu a adoração aos semideuses e introduziu a adoração à Govardhana, ou
seja, Ele introduziu o serviço de Kåñëa e Kåñëa-bhaktas. Um dos significados de Govardhana é aumentar os órgãos
dos sentidos, portanto, Govardhana-püjä significa o aumento dos órgãos dos sentidos espirituais eternos de Kåñëa
e Kåñëa-bhaktas.

Desde que inúmeros diversos pratos de vegetais começaram a ser oferecidos a Giriräja Govardhana no
dia de Govardhana-püjä, este festival também passou a ser conhecido como o Festival de Annaküöa. Çré
Govardhana-dhäri Gopäla foi originalmente instalado por Vraja (o neto de Kåñëa e filho de Aniruddha).
Devido a extraordinária devoção pura de Çréla Mädhavendra Puripäda, Govardhana-dhäri Gopäla reapareceu
em Govardhana perto das margens de Govinda- kuëòa. Mädhavendra Puripäda executou o Festival de
Annaküöa em Kali-yuga. Este tópico é narrado em detalhes no Caitanya-Caritämåta (Madhya-lélä, capítulo 4).

22
Çré Dämodaräñtakam
Oito versos em adoração de Damodara: por Satyavrata Muni

Verso 1
namäméçvaraà sac-cid -änanda-rüpaà
lasat-kuëòalam gokule bhräjamänam
yaçodä-bhiyolükhaläd- dhävamänaà
paräàåñöam atyantato drutya gopyä

Deito-me prostrado em reverência aos pés de lótus do Senhor Supremo ‘Damodar’ [Damodar — Kåñëa com o
abdômen amarrado], que é eternamente onisciente e bem aventurado, cujo brinco está sempre balançando, que está
sempre irradiando a beleza de Gokul, aquele que após roubar a manteiga, com medo de ser repreendido por mãe
‘Yasoda’, saltou do pilão e fugiu. Ao ver isso, mãe Yasoda correu rapidamente atrás da criança e a agarrou pelas costas.

Verso 2
rudantaà muhur netra-yugmaà måjantam
karämbhoja-yugmena sätaìka-netram
muhuù çväsa-kampa-tri-rekhäìka-kaëöha-
sthita-graivaà dämodaraà bhakti-baddham

Com medo de apanhar de Sua mãe, a criança Kåñëa começou a chorar e esfregar repetidamente os seus dois olhos.
Ele é aquele que observa em pânico, e que possui o pescoço adornado com três charmosas linhas finas criadas por
respirar e tremer repetidamente devido ao colar dourado que vai para cima e para baixo, cuja barriga foi amarrada por
mãe Yasoda com uma corda. Eu canto as maravilhosas glórias de Sri Damodar, que está vinculado à devoção pura.

Verso 3
itédåk-sva-léläbhir änanda-kuëòe
sva-ghoñaà nimajjantam äkhyäpayantam
tadéyeçita-jïeñu bhaktair jitatvaà
punaù prematäs taà çatävåtti vande

Eu, novamente, com amorosa devoção canto em adoração aos pés de lótus do Senhor Supremo Damodar
centenas de hinos, pois Ele submergiu todos os residentes de Gokul na encantadora e sagrada lagoa dos Seus
passatempos infantis. Ele também proclamou aos devotos que executam adoração reverencial que Ele só
pode ser conquistado através da doce devoção de Vrajadham, que emana de uma relação íntima prazerosa.

Verso 4
varaà deva mokñaà na mokñävadhià vä
na cänyaà våëe ‘haà vareçäd apéha
idaà te vapur nätha gopäla -bälaà
sadä me manasy ävirästäà kim anyaiù

Ó amado Deus (dedicado aos doces passatempos infantis)! Embora você seja competente para conceder todos os
tipos de bênçãos, eu não desejo de Você Caturvarga — os quatro objetos de buscas humanas, mesmo porque além
de não desejar salvação, também não desejo a bem-aventurança condensada de Vaikuntha. Não peço nenhum
outro benefício. Ó Senhor! Desejo apenas o eterno aparecimento da Sua doce forma infantil 'Gopal' em meu
coração e nada mais.

Verso 5

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idaà te mukhämbhojam atyanta -nélair-
våtaà kuntalaiù snigdha-raktaiç ca gopyä
muhuç cumbitaà bimba-raktädharaà me
manasy ävirästäm alaà lakña-läbhaiù

Ó Senhor! Que a sua belíssima face de lótus em azul escuro adornada por belos cabelos carmesim e lábios
vermelhos semelhantes à fruta ‘bimba’ (fruta vermelha) beijadas repetidamente por mãe Yasoda, apareçam em
meu coração. Eu não preciso ter milhões de outras realizações.

Verso 6
namo deva dämodaränanta viñëo
praséda prabho duùkha-jäläbdhi-magnam
kåpä-dåñöi-våñöyäti-dénaà batänu-
gåhäëeça mäm ajïam edhy akñi-dåçyaù

Ó Deus! Ó Damodara! Ó Ilimitado! Ó Senhor Supremo! Eu me curvo em reverência aos Seus pés de
lótus. Amavelmente, seja gracioso comigo enquanto estou submerso no oceano de inúmeros sofrimentos
devido a minha aversão a Você. Por favor, resgate-me — uma alma miserável, do supracitado grave
sofrimento, demonstrando seu olhar compassivo e aparecendo diante de mim com Sua forma natural e doce.

Verso 7
kuverätmajau baddha-mürtyaiva yad-vat
tvayä mocitau bhakti-bhäjau kåtau ca
tathä prema-bhaktià svakäà me prayaccha
na mokñe graho me ‘sti dämodareha

Ó Damodara! Você aceitou o nó de afeição de Sua mãe — amarrou-se a um pilão e executou os


passatempos de liberação dos merecedores Nalakuver e Manigriv, filhos de Sri Kuver e concedeu bhakti
a eles. Semelhantemente, conceda-me gentilmente a mesma Prembhakti. Eu não aspiro salvação como
Nalakuver e Manigriv. (Desejo apenas devoção pura para me envolver completamente em Seu serviço).

Verso 8
namas te ‘stu dämne sphurad dépti-dhämne
tvadéyodaräyätha viçvasya dhämne
namo rädhikäyai tvadéya priyäyai
namo ‘nanta-léläya deväya tubhyam

Ó Damodara! Curvo-me com devoção à corda brilhante e florescente amarrada em Sua barriga. Ainda
presto minhas humildes reverências à Sua barriga como sendo o receptáculo de todo o universo
(Brahmanda). Prostrado, presto minhas reverências à Sua mais querida consorte Srimati Radhika e
também a Você, o Senhor Supremo, dotado com a opulência da execução de infinitos passatempos.

24
Asta-kaliya-yam Kirtan
(canções para os oito períodos de serviço devocional)

1ª canção Çikñäñöaka

péta-varaëa kali-pävana gorä


gäoäi aichana bhäva-vibhorä (1)

citta-darpana-parimärjaëa-käré
kåñëa-kértana jaya citta bihäré (2)

helä-bhava-däva-nirväpaëa-våtti
kåñëa-kértana jaya kleça-nivåtti (3)

çreyaù-kumuda-vidhu-jyotsnä-prakäça
kåñëa-kértana jaya bhakti-viläsa (4)

viçuddha-vidyä-vadhü jévana-rüpa
kåñëa-kértana jaya siddha-swarüpa (5)

änanda-payo-nidhi-vardhana-kérti
kåñëa-kértana jaya plävana-mürti (6)

pade pade péyüña-swäda-pradätä


kåñëa-kértana jaya prema-vidhätä (7)

bhaktivinoda-svätma-snapana-vidhäna
kåñëa-kértana jaya prema-nidäna (8)

Primeiro Lila kirtan

dekhiyä aruëodoy, våndä- devi byasta hoy, kuïje nänä raba koräilo çuka-çäré padya çuni, uöhe rädhä-
nélamaëi, sakhé-gaëa dekhi’ håñta hoilo (1)

kälocita sulalita, kakkhaöéra rabe bhéta rädhä-kåñëa sa-tåñëa haiyä nija nija gåhe gelä, nibhåte çayana
kailä duìhe bhaji se lélä smariyä (2)

ei lélä smaro ära gäo kåñëa-näma,


kåñëa-lélä prema-dhana päbe kåñëa-dhäma (3)

2ª canção Çikñäñöaka

tuìhu doyä -sägara tärayite präëé


näm aneka tuyä çikhäoli äni’ (1)

sakala çakati dei’ näme tohärä


grahaëe räkholi nähi käla-vicärä (2)

25
çré-näma-cintämaëi tohäri samänä
viçve biläoli karuëä-nidänä (3)

tuyä doyä aichana parama-udärä


atiçoy manda nätha! bhäga hämärä (4)

nähi janamalo näme anuräga mora


bhakativinoda-citta duùkhe vibhora (5)

Segundo Lila kirtan

rädhä snäta vibhüñita, çré-yaçodä-samähüta,


sakhé-saìge tad-gåhe gamana
tathä päka-viracana, çré-kåñëävaçeñäçana
madhye madhye duìhära milana (1)

kåñëa nidrä porihori’, goñthe go-dohana kori’,


snänäçana sahacara-saìge
ei lélä cintä koro, näma-preme goro-goro,
präte bhakta-jana saìge raìge (2)

ei lélä cinto ära koro saìkértana


acire päibe tumi bhäva-uddépana (3)

3ª canção Çikñäñöaka

çré-kåñëa-kértane jadi mänasa tohära


parama jatane tähi labho adhikära (1)

tånädhika héna déna, akiïcana chära


äpane mänobi sadä chäri’ ahaìkära (2)

våkña-sama kñamä-guëa korobi sädhana


pratihiàsä tyaji’ anye korobi pälana (3)

jévana-nirvähe äne udvega nä dibe


para-upakäre nija-sukha päsaribe (4)

hoile-o sarva-guëe guëé mahäçoya


pratiñöhäçä chäri koro amäné hådoya (5)

kåñëa-adhiñöhäna sarva-jive jäni’ sadä


korobi sammäna sabe ädare sarvadä (6)

dainya, doyä, anye mäna, pratiñöhä-varjana


cäri guëe guëé hoi’ koroha kértana (7)

bhakativinoda käìdi’, bole prabhu -päy


heno adhikära kabe dibe he ämäy (8)

Terceiro Lila kirtan


26
dhenu-sahacara-saìge, kåñëa vane jäya raìge,
goñöha -jana anuvrata hari
rädhä-saìga labhe punaù, rädhä-kuëòa-taöa-vana,
jäya dhenu saìgi parihari (1)

kåñëera iìgita päiyä, rädhä nija gåhe jäiyä


jaöiläjïä loy süryärcane
gupte kåñëa-patha lakhi’, kata-kñane äise sakhé
vyäkulitä rädhä smari mane (2)

4ª canção Çikñäñöaka

prabhu tava pada-yuge mora nivedana


nähi mägi deha-sukha vidyä dhana jana(1)

nähi mägi svarga ära mokña nähi mägi


nä kori prärthanä kona vibhütira lägi’ (2)

nija-karma-guëa-doñe je je janma päi


janme janme jena tava näma-guëa gäi (3)

ei mätra äçä mama tomära caraëe


ahaituké bhakti håde jäge anukñane (4)

viñaye je préti ebe ächaye ämära


sei mata préti hauk caraëe tomära (5)

vipade sampade tähä thäkuka sama-bhäve


dine dine våddhi hauk nämera prabhäve (6)

paçu-pakñi ho’ye thäki svarge vä niroye


tava bhakti rohu bhaktivinoda-hådoye (7)

Quarto Lila kirtan

rädhä-kuëòe sumilana vikärädi vibhüñaëa


vämyotkaëöhä mugdha-bhäva-lélä
sambhoga narmädi-réti dolä- khelä vaàçé-håti
madhu-päna sürya-püjä khelä (1)

jala-khelä vanyäçana chala-supti vanyäöana


bahu lélänande dui jane
parijana suveñöita rädhä kåñëa susevita
madhyähna-kälete smari mane (2)

5ª canção Çikñäñöaka

anädi karama-phale pori’ bhavärnava-jale


taribäre nä dekhi upäy

27
e viñaya-halähale divä-niçi hiyä jvale
mon kabhu sukha nähi päy (1)

äçä-päça çata çata kleça deya avirata


pravåtti ürmira tähe khelä
käma-krodha-ädi choy bäöapäòe deya bhoy
avasäna hoilo äsi’ belä (2)

jïäna-karma-öhog dui, more pratäriyä loi’


avaçeñe phele sindhu-jale
e-heno samaye bandhu, tumi kåñëa kåpä-sindhu
kåpä kori’ tolo more bole (3)

patita-kiìkore dhori’, päda-padma-dhuli kori’


deho bhaktivinode äçroy
ämi tava nitya-däsa, bhuliyä mäyära päça
baddha hoye ächi dayä-moy (4)

Quinto Lila kirtan

çré rädhékä gåhe gelä, kåñëa lägi viracilä,


nänä-vidha khädya upahär
snäta ramya veça dhori’, priya-mukhekñaëa kori’,
purëänanda päilo apär (1)

çré-kåñëa aparähëa-käle, dhenu mitra loiyä cole,


pathe rädhä-mukha nirakhiyä
nandädi milana kori, yaçodä märjita hari,
smaro mon änandita hoiyä (2)

6ª canção Çikñäñöaka

aparädha-phale mama, citta bhelo vajra-sama


tuyä näme nä labhe vikär
hatäç hoiye hari, tava näma ucca kori’
boro duùkhe òäki bära bära (1)

déna dayämoy karuëä-nidän


bhäva-bindu dei’ räkhoho paräë (2)

kabe tuyä näma-uccaraëe mora


nayane jhorabo dara dara lora (3)

gada-gada svara kaëöhe upajabo


mukhe bola ädha ädha bähiräbo (4)

pulake bhorabo çaréra hämära


sveda-kampa-stambha hobe bära bära (5)

vivarëa-çarére häräobuì jïäna


näma-samäçraye dhorobuì paräëa (6)

milabo hämära kiye aiche dina

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roye bhaktivinoda mati-héna (7)

Sexto Lila Kirtan

çré-rädhikä säyaà- käle, kåñëa lägi’ päöhäile


sakhé-haste vividha miñöänna
kåñëa-bhukta -çeña äni’, sakhé dilo sukha mäni’
päïä rädhä hoilo prasanna (1)

snäta ramya-veça dhori’, yaçodä lälita hari


sakhä-saha go- dohana kore
nänä-vidha pakva anna, päïä hoilo parasanna
smari ämi parama ädare (2)

7ª canção Çikñäñöakam

gäite gäite näma ki daçä hoilo


kåñëa-nitya- däsa mui hådaye sphurilo (1)
jäniläm mäyä-päçe e jaòa-jagate
govinda-virahe duùkha päi nänä-mate (2)

ära je saàsära mora nähi läge bhälo


käìhä jäi’ kåñëa heri e cintä viçäla (3)

käìdite käìdite mora äìkhi bariñoy


barñä-dhärä heno cakñe hoilo udoy (4)

nimeñe hoilo mora çata-yuga-sama


govinda-viraha ära sahite akñama (5)

çünya dharä-tala cau- dike dekhiye


paräëa udäsa hoy
ki kori ki kori sthira nähi hoy
jévana nähiko roy (6)

braja-bäsé-gaëa, mora präëa räkha


dekhäo çré- rädhä-näthe
bhakativinoda, minati mäniyä
laohe tähäre säthe (7)

çré-kåñëa-viraha ära sahite nä päri


paräëa chärite ära dina dui cäri (8)

[Daçakuçé]
gäite govinda-näma, upajilo bhäva-gräm
dekhiläm jamunära küle
våñabhänu-sutä-saìge çyäma-naöa-bara raìge
bäìçaré bäjäy népa-müle (1)

dekhiyä yugala-dhana, asthira hoilo mon


jïäna- härä hoinu tokhon

29
koto kñane nähi jäni, jïäna-läbha hoilo mäni
ära nähi bhelo daraçan (2)

[Jhäìphi—Lophä]

sakhi go kemote dhoribo paräë


nimeña hoilo jugera samäna (1)

çrävaëera dhärä, äìkhi bariñoy


çünya bhelo dharä-tala
govinda-virahe, präëa nähi rohe
kemane bäìcibo bolo (2)

bhakativinoda, asthira hoiyä


punaù nämäçraya kori’
òäke rädhä-nätha, diyä daraçan
präëa räkho nahe mori (3)

Sétimo Lila kirtan

rädhä våndä upadeçe, yamunopakula-deçe,


säìketika-kuïje abhisäre
sitäsitä niçä jogya, dhori’ veça kåñëa-bhogya,
sakhé-saìge sänanda antare (1)

gopa-sabhä mäjhe hari, nänä-guëa-kalä heri


mätå-jatne korilo çayan
rädhä-saìga soìäriyä nibhåte bähira haïä
präpta-kuïja koriye smaraë

8ª canção Çikñäñöaka

ämi kåñëa-pada däsé, teìho rasa sukha-räçi,


äliìgiyä kare ätma-sätha
kivä nä deya darasana, nä jäne mora tanu mana,
tabu teìho mora präëa-nätha
Çré Caitanya Caritämåta (Antya Lélä 20.48–52)

Oitavo Lila kirtan

våndä-paricarya päiyä, preñöhäli-gaëere loiyä


rädhä kåñëa räsädika-lélä
géta-läsya koilo kata, sevä koilo sakhé joto,
kusuma-çajyäya duìhe çuilä (1)

niñä-bhäge nidrä gelo, sabe änandita hoilo,


sakhé-gaëa paränande bhäse

e sukha-çayana smari’, bhaja mana rädhä-hari


sei lélä praveçera äçe (2)

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Sobre o autor
Sua Divina Graça Bhakti Ballabh Tértha Gosvämé Mahäräj foi um líder espiritual proeminente da missão de Çré
Caitanya Mahäprabhu e Seus associados. Sua Divina Graça Também foi o presidente-Äcärya da instituição devocional
Çré Caitanya Gauòiya Maöha e Fundador da GOKUL (Global Organisation of Kåñëacaitanya’s Universal Love).
Ele também serviu como presidente da World Vaiñëava Association (WVA).

Çréla Bhakti Ballabh Tértha Gosvämé Mahäräj apareceu em 1924 em Assam, Índia, no dia de Räma-Navami. Enquanto
estudava na Universidade de Calcutá, conheceu seu mestre espiritual, Sua Divina Graça Çréla Bhakti Dayita Mädhava
Gosvämé Mahäräj, sentindo-se imediatamente atraído por sua personalidade poderosa e transcendental. Após
completar sua formação em Filosofia em 1947, Çréla Tértha Mahäräj dedicou com todo seu coração e sem reservas
sua vida ao serviço ao seu mestre espiritual. Em 1979, após o desaparecimento do seu amado mestre espiritual, ele
foi indicado como presidente-Äcärya da Çré Caitanya Gauòiya Maöha .

Nas últimas cinco décadas, Çréla Tértha Mahäräj esteve envolvido na propagação da doutrina totalmente abrangente
do Amor Divino transcendental de Çré Caitanya Mahäprabhu para combater a tendência atual de violência e
crueldade, e para promover a união dos corações de todos, independente de sua casta, credo ou religião. “O
exemplo é melhor do que o preceito” é a sua forma de pregar. Ele é conhecido por não desviar nem mesmo uma
polegada dos quatro cantos das prescrições das escrituras sagradas. Sua Divina Graça é uma autoridade reconhecida
na filosofia Gauòiya Vaiñëava e é amado por centenas de devotos em todo o mundo como a personificação da
humildade e afeição espiritual.

A partir de 1997, passou a viajar muitos meses do ano animando todos aqueles que entravam em contato com sua
doce personalidade e mensagem do Amor Divino.

Sua Divina Graça escreveu inúmeros artigos e livros de uma profunda natureza espiritual em diversos idiomas
indianos, bem como em inglês. Até a presente data, seus livros em inglês incluem Çuddha Bhakti, Sages of Ancient
India, A Taste of Transcendence, Çré Caitanya: His Life and Associates, Daçavatära, Nectar of Hari Kathä The
Holy life of Çréla B. D. Mädhava Gosvämé Mahäräj, Guru Tattva, Affectionately Yours, Sri Archana Paddhati e Hari
Kathä e Vaiñëava Aparädha.

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