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Os actos ilocutórios

As palavras e a linguagem têm um enorme poder nas nossas vidas, uma vez que, quando comunicamos, interagimos com os outros, não nos limitamos simplesmente a dizer/falar
algo. Na maior parte das situações comunicativas, há determinados objectivos precisos nos nossos actos de fala/actos ilocutórios. Os enunciados podem servir para emitir juízos,
expressar emoções, levar os outros a fazerem algo, legitimar a realidade ou, até, criar realidade nova. A linguagem tem, assim, uma função social.
Avaliar os actos ilocutórios implica, portanto, atender-se ao respectivo contexto de produção desses actos bem como à relação do locutor com o(s) seu(s)
interlocutor(es), o espaço e o tempo, o universo de referência do que é dito.
Actos
Objectivo ilocutório Marcas linguísticas predominantes Exemplos
ilocutórios
Expressar a relação entre o  Asserção simples (afirmativa / negativa). “Eu vi o general sair de casa.”
locutor e a verdade do enunciado  Verbos assertivos (acreditar, admitir, afirmar, considerar, confessar, (Acto II, p.82 – Rita)
(o locutor acredita que aquilo que discordar, negar, responder…). “Todos aqui sabemos quem a senhora é, e nenhum
diz é verdade).  Expressões verbais (achar possível / necessário; colocar a hipótese de…). de nós é cego ou surdo…”
assertivos (Acto II, p.104 – Rita)
Expressão de ordens, conselhos, pedidos, sugestões, avisos, instruções… “Olha lá, Vicente: como consegues tu inspirar a
Tentar que o interlocutor realize o sobretudo através de: confiança desta gente?”
acto verbal ou não verbal referido  frases de tipo imperativo, interrogativo. (Acto I, p.25 – 2º Polícia)
no enunciado pelo locutor.  verbos directivos (avisar, aconselhar, perguntar, pedir, convidar, exigir, “Quero que se torne conhecido para os lados do
mandar, implorar, ordenar, proibir…). E expressões volitivas (querer que + Rato…”
verbo). (Acto I, p.38 – D. Miguel)
 frases interrogativas:
directivos – complexas, dominadas por verbos de inquirição (perguntar, inquirir); “E, agora, meus senhores, ao trabalho!”
– contendo negação, mas orientadas para valor positivo. (Acto I, p.73 – D. Miguel)

Comprometer o locutor a realizar,  Verbos compromissivos (garantir, jurar, prometer, tencionar, assegurar, “Agora – ou mais tarde, como chefe de polícia – é o
no futuro, o acto expresso no afiançar, comprometer-se…). que farei…”
enunciado.  Frases simples no futuro do indicativo (Acto I, p.38 – Vicente)
Os atos compromissivos exercem  Frases complexas do tipo condição-consequência. Ex.: “Se não vieres, não “Se cumprir esta missão com o zelo que lhe impõe o
compromissivos essa obrigatoriedade sobre o almoço.” seu dever e a gravidade da situação, prometo-lhe que
locutor.  Formas de despedida (que impliquem comprometimentos). Ex.: “Até não acabará os seus dias a pedir.”
logo.” (Acto I, p.38 – D. Miguel)
Exprimir estados psicológicos do Frases de tipo exclamativo. “Está um lindo dia!”
locutor face ao que enuncia, ao  Verbos expressivos (felicitar, agradecer, compadecer-se, deplorar, (Acto I, p.56 – Beresford)
expressivos interlocutor, ao universo de congratular-se, desculpar-se, lamentar…).
referência.  Expressões verbais (achar bem/mal, gostar muito/pouco, …). “Não queremos pobres à nossa porta!”
 Expressões exclamativas com adjectivos valorativos, advérbios e verbos (Acto II, p.107 – Manuel)
afectivos. Ex.: “Gosto tanto desta música!”
Alterar uma realidade, através do  Verbos declarativos / performativos (declarar, nomear, baptizar, abrir, “E por isso havemos por bem ordenar: (…) Que no
próprio enunciado, graças ao encerrar, terminar). domingo (…) se cante, ou reze…”
declarativos poder /autoridade institucional (Acto II, p. 98 – Pr. Sousa)
ou individual do locutor. “Esta praga lhe rogo eu…”
(Acto II, p.140 – Matilde)
Os actos ilocutórios podem ser directos, quando aquilo que o locutor diz corresponde literalmente àquilo que pretende dizer, ou indirectos, quando o locutor, tendo em
conta a capacidade do seu interlocutor para interpretar o enunciado, utiliza uma expressão cujo sentido literal é diferente da intenção de comunicação.
Por exemplo, quando, por delicadeza ou cortesia, o professor diz a um aluno “Importas-te de vir ao quadro?” (frase interrogativa) em vez de “Vem ao quadro!” (frase
imperativa), está a usar um acto ilocutório indirecto pois, apesar do seu formato interrogativo, este acto ilocutório deve ser entendido como uma ordem/um pedido.

Outros exemplos de actos ilocutórios indirectos:


 Aviso: “Estás todo despenteado.” (em vez de “Vai-te pentear.”)
 Recomendação: “Este livro é muito interessante.” (em vez de “Devias ler este livro.”)
 Pedido: “Queria dois bilhetes para a sala 2, por favor.” (em vez de “Dê-me dois bilhetes para a sala 2, por favor.”)

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