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tado seu PIB (Produto!

entre 1972-1977 em 84
ICM (Imposto sobre a~
Perfil dos Formandos em
pação no PIB nacional
menos significativa mil
Biblioteconomia da UFSC*
vidoentre 1949 e 19n1
do setor primário da 41
enquanto o setor seal
Francisco das Chagas de Souza**
terciário foi de 36.04'1.i
Estas cifras são mj
mica traduzida em mal
Resumo número de orgcmiz.cJçil
a instauração de er~
Trata-se de uma análise desenvolvida a partir da recolha
de tecnólogos. acir"'...ml
de dados junto aos estudantes de 6° e 7° fases do Curso de
Biblioteconomia. ao final de 1983. Interrogou seu desempenho
formação, entre ouíroll
intelectual, conhecimento da literatura profissional e não pro­ Nesse sentido te:n
fissional, conhecimento de idiomas estrangeiros. Os resultados universitários ora CISSiI!I
são preocupantes. embora reflitam o quadro de penúria do Santa Catarina). pekl
ensino de I ~ e 2~ graus hoje ministrado no país.
ação Catarinense dasl
demais escolas isoI<:Jd
1. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES: semestre de 1983 o mÍl
(5), num aumento real
Nas atuais circunstâncias de crise de qualidade no ensino do mais de 35,8%: Esta ~
primeiro e segundo graus nâo se pode evitar reflexos bastante necessariamente apaI
negativos no ensino de terceiro grau, verificáveis dentro dos di­ em melhores laboratól
versos cursos da Universidade. sores, melhores amblell
Para conhecer a natureza e extensão do fato é preciso, no base: a escola de prtIJI
entanto, que se dê especial atenção ao meio ambiente circun­ Os fatos se reve~
dante da Universidade; quem a demanda; as condições econô­ entrevistas com prote!i1
mico-sociais da regiâo, etc. de hábito de leitura. ~
O Estado de Santa Catarina, segundo os documentos oficiais objetivo é apontar os 1
(15) tem permanecido em constante crescimento, tendo aumen­ realizado no final doi
últimas fases do Curso i
desta pesquisa foi vgj
* Colaborou na elaboração do questionário e levantamento e tratamento dos estudantes emfaseJD
dados a aluna Silvia Maria Silveira. na oportunidade. monitora da disciplina Para tanto. aplicou
Documentação I. fase e 6 de 70: fase doi
** Professor do Centro de Ciências da Educação (Departamento de Bibliotecono­
mia e Documentação) da Universidade Federal de Santa Catarina.
instrumento de coleta·

Perspectiva, r. CED. ~
20 Perspectiva. r. CED, Florianópolis, 1(5), 20-38. Jul./Dez. 1985

, ~---
tado seu PIE (Produto Interno Bruto) no período compreendido
entre 1972-1977 em 84%. Aumentou também a arrecadação do
ICM (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias) e sua partici­
pação no PIE nacional. E nos últimos trinta anos ocorreu uma não
menos significativa mudança no seu perfil econômico, tendo ha­
vido entre 1949 e 1977 uma queda percentuaL mas não absoluta,
do setor primário da economia, que de 40,92% passou a 21,01 %
enquanto o setor secundário saltou de 23,04% para 30,20% e o
s de Souza** terciário foi de 36,04% a 48,79%.
Estas cifras são indicadoras de uma modernização econô­
mica traduzida em maior industrialização, mais comércio e maior
número de organizações prestadoras de serviços. Tudo isso exige
a instauração de ensino moderno, notadamente para a formação
a partir da recolha de tecnólogos, administradores, professores, facilitadores da in­
, fases do Curso de
formação, entre outros.
:JU seu desempenho
lóSsional e não pro­ Nesse sentido, tem crescido a abertura de vagas para alunos
jelIOS. Os resultados universitários ora assistidos pela UFSC (Universidade Federal de
1d...''O de penúria do Santa Catarina), pelas 18 fundaçôes coordenadas pela Associ­
~ ação Catarinense das Fundações Educacionais - ACAFE e pelas
demais escolas isoladas. Só no âmbito da UFSC, de 1978 ao 1~
semestre de 1983 o número de alunos saltou de 8.519 para 11.569
(5), num aumento reaL em cinco anos e meio, de 3.050 vagas ou
de no ensino do mais de 35,8%. Esta evolução quantitativa, entretanto, não está
Oexos bastante necessariamente apoiada numa evolução qualitativa, refletida
5 dentro dos di­ em melhores laboratórios, melhores bibliotecas, melhores profes­
sores, melhores ambientes escolares ou na necessária melhora da
lo é preciso, no base: a escola de primeiro e segundo graus existente no Estado.
lIlbiente circun­ Os fatos se revelam a toda hora dentro das salas de aula, em
IIldições econõ­ entrevistas com professores, em pesquisa de leitura, em pesquisa
de hábito de leitura, que serão analisados dentro deste artigo cujo
llIDentos oficiais objetivo é apontar os resultados de um levantamento de dados
). tendo aumen­ realizado no final do ano de 1983 junto aos alunos das duas
últimas fases do Curso de Biblioteconomia da UFSC. O propósito
desta pesquisa foi verificar a base cultural/intelectual desses
lo e tratamento dos estudantes em fase final de formação profissional.
rntora da disciplina Para tanto, aplicou-se a pesquia a vinte alunos, sendo 14 de 6~
fase e 6 de 7~ fase do Curso de Biblioteconomia, usando como
nkJ de Bibliotecono­
instrumento de coleta um questionário. Tal aplicação ocorreu
Catarina.

Perspectiva, r. CED, FlorianópoUs, 1(5), 20-38. Jul./Dez. 1985 21


»-38. Jul./Dez. 1985
entre os dias 22 e 25 de novembro, durante o expediente de aula, mento técnico e CtLl"tu..r:::JI
por se entender que seria uma boa maneira de obter resultados a o bibliotecátio atu~
partir da rememoração do que o estudante lera, fizera ou poderia o cargo de bibliotecánc
fazer Uma aplicação piloto deu-se no dia 18 de novembro. cutivo, sendo poucos 05
Tal questionário foi estruturado de forma simples, com o nú­ A literatura registra ClnI
mero de dez questões nas quais se desejou imprimir a maior nados com a fonnação p!OfI
objetividade possível. A primeira questão foi a mais extensa, com prendem ao universo b~
19 subitens a serem respondidos e buscava uma caracterização bibliotecário generalista que
pessoal do respondente quanto a traços biográficos e de desem­ do especialista em irJoImCJl;l
penho intelectual. As demais questões procuravam aprofundar De certo modo. todos 'VII
conhecimento de livros, autores literários, interesses de lazer, ati­ mento em que este entra nol
tudes pessoais e conhecimento de idiomas detidos pelos respon­ tivas profissionais, a necessd
dentes. para o país, etc. Porém não t
embasamento cultural de9Il
2. REVISÃO DA LITERATURA blioteconomia deverá estcrl
fundidade o universo que ():
Entrevistar alun")s de graduação de biblioteconomia com o mente.
objetivo de levantai' perfis é algo que não se pode definir como Ferreira 8, em trabaLh.o ~
novo na literatura, Também não o é em outros campos do conhe­ ços, qualidades e aptidõe5 e
cimento e nem mesmo em outros níveis acadêmicos.6 futuras atribuições. Enumetl
Tatara 18 fez uma pesquisa junto aos estudantes de Bibliote­ aptidões físicas e com rel~
conomia da Universidade Federal do Paraná. em 1978, com o as seguintes: raciocíiuo ve!tl
objetivo de levantar suas características e sua opinião sobre o de visuaL meticulosidade ai
currículo pleno, Verificou a existência de uma predominãncia mínio de linguagem. dc:r~
acentuada de jovens, procedentes e outras cidades que não dade, espírito de iniciatrva..!
Curitiba, com noções de apenas um idioma estrangeiro, tendo cultura humanística '
escolhido o Curso por influência de terceiros, não vendo no exer­ Ora, para ser capaz de.
cído da profissão um meio de subsistência e não tendo o mani­ duo terá de possuir sólida i
festo espírito de liderança. escola de biblioteconolIllCll
Polke et alii 12 publicou em 1977 trabalho em que analisou o Todas são qualidades rele?ll
corpo discente da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) por indivíduos que tenhami
quanto à distribuição de alunos por período, idade, sexo, estado cundários, pois oficialmerJel
civil, evasão de alunos de outros cursos, expectativa quanto ao to de 1973 - D.O.U. seção
tipo de biblioteca onde gostaria de trabalhar, compreensão das esperado do bibliotecá:r.c ~
disciplinas, entre outros fatos, chegando a diversas conclusões atribuições. Não é de espanf
como: das, quando hoje, face ac ~
o bibliotecário acha que as qualidades fundamentais para a comunicacional tantas ~
profissão são qualidades sociais e pessoais, sendo o conheci­ por bibliotecários.

22 Perspectiva, r. CED, Florianópolis, 1(5), 2(}-38. Jul.jDez. 1985 Perspectiva, r. CED. FlorianÕIJQUL •
ezpediente de aula, mento técnico e cultural geral de menor importância:
te obter resultados a o bibliotecáiio atualiza-se através de contatos com colegas:
Ka. fizera ou poderia o cargo de bibliotecário é predominantemente técnico-exe­

l de novembro. cutivo, sendo poucos, os assessores e diretores".

:J simples, com o nú­ A literatura registra ainda diversos outros trabalhos relacio­

u imprimir a maior nados com a formação profissional (7,9,19). São trabalhos que se
a mais extensa, com prendem ao universo brasileiro e preocupam-se tanto com o
uma caracterização bibliotecário generalista quanto com a necessidade da formação
páticos e de desem­ do especialista em informação especializada.
wavam aprofundar De certo modo, todos vêem o bibliotecário a partir do mo­
eresses de lazer, ati­ mento em que este entra no processo de formação, suas perspec­
letidos pelos respon­ tivas profissionais, a necessidade de mais técnicos em informação
para o país, etc. Porém não se pode largar de lado a questão do
embasamento cultural deste aluno. Ao ingressar no Curso de Bi­
blioteconomia deverá estar capacitado a compreender em pro­
fundidade o universo que o cerca e o que dele se espera ideal­
tioteconomia com o mente.
e pode definir como Ferreira 8, em trabalho de 1979, apresenta uma lista de tra­
l5 campos do conhe­ ços, qualidades e aptidões exigidas do bibliotecário face às suas
~_,
.-n.luCOS.
6 futuras atribuições, Enumera cinco traços psicológicos, quatro
ludantes de Bibliote­ aptidões físicas e com relação às qualidades necessárias relaciona
Dá. em 1978, com o as seguintes: raciocínio verbaL concentração, memória, acuida­
sua opinião sobre o de visuaL meticulosidade, espírito de organização, exatidão, do­
&na predominância mínio de linguagem, domínio de línguas estrangeiras, sociabili­
15 cidades que não dade, espírito de iniciativa, atualização culturaL um mínimo de
tI estrangeiro, tendo cultura humanística.
. não vendo no exer­ Ora, para ser capaz de demonstrar estas qualidades o indiví­
! não tendo o mani­ duo terá de possuir sólida formação anterior, pois não será a
escola de biblioteconomia que proporcionará sua aquisição,
o em que analisou o Todas são qualidades relevantes, demonstráveis, em sua maioria,
ral de Minas Gerais) por indivíduos que tenham realizado bons cursos primários, se­
~ idade. sexo, estado cundários, pois oficialmente (Portaria DASP, n~ 146, de 17 de agos­
led<rtiVa quanto ao to de 1973 - D.O.D" seção 1. parte 2, Supl. 31.8.73, p. 67-68) é
11". compreensão das esperado do bibliotecário o bom desempenho em pelo menos 29
diversas conclusões atribuições. Não é de espantar tal número de habilidades espera­
das, quando hoje, face ao crescimento do universo informacional/
lmdamentais para a comunicacional tantas outras tarefas passaram a ser executadas
tJis. sendo o conheci­ por bibliotecários,

1(5), 20-38. Jul./Dez. 1985 Perspectiva, r. CED, Florianópolis, 1(5). 20-38. Jul./Dez. 1985 23
Fontoura 10 em Tese de Mestrado defendida no Curso de Pós-
Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Gran- evidentes, paralogismos flagnm2E
de do Sul ao analisar o espectro profissional do bibliotecário, que, aparentemente baixo. masIJ
descobriu em torno de 95 atividades desenvolvidas por esse espe- gravíssima de desconexão lógx:a.
cialista da falha" (p. 245). "No tocante asl
Vieira 20 , em artigo publicado no final de 1983, descreve a entre termos e segmentos disam
metodologia e relata os resultados do "Seminário Novos Rumos vestibulandos incorrem no probla
para a Biblioteconomia" (Escola de Biblioteconomia da UFMG, 06 redações portadoras de clichês IC
a 10 de junho de 1983) no qual foram buscadas alternativas para ausência de originalidade. de iIN
os alunos repensarem a profissão bibliotecária, notadamente ra" (p. 246). "Apenas 4 textos. em
com relação a campos de trabalho, tarefas profissionais e carac- integralmente originais e criatíval
terísticas essenciais a um bibliotecário. Segundo a autora os resul- Tudo isso é muito grave e re
tados foram surpreendentes, na medida em que houve um des- culdades de funcionamento ir..:tJhJ
pertamento real para alternativas de mercado profissional que o prefaciador João Eduardo Rod:d
ultrapassam a tradicional biblioteca. te trabalho de Maria Thereza. cooI
Essas descobertas, no entanto, ainda que construtivas, são a 1.500 textos examinados são pan
marca da escolha inconsciente do campo de estudo e, por conse- gem criativa e que somente 4 deJel
guinte, da futura profissão do vestibulando. E tanto mais incons- cidos, se revelaram claramente ~
ciente é a escolha quanto menor é a perspectiva de poder optar dados, não sem certo risco, diganI
pelas áreas científicas e tecnológicas. E tanto maior é a incerteza cerca de 400 ou 500 criaturas de l~
sobre o que optar quanto mais intenso é o afastamento do estu- alguma criatividade. Somadas eJt
dante primário e secundário do universo da leitura. E tanto mais passaram pela Escola Superior ~
inconseqüente é a escolha quantos maiores são as opções de mam a elite pensante de~e pais.,j
entrada na universidade. em todas as faixas etárias acima •
A respeito da leitura existem várias pesquisas (L 3, 14, 17), embora não pelos critérios na ~
orientações de como ler bem (4, 11) e cada uma mais séria e Guerra, teríamos aÍ, no Brasil ~
detalhada. quatro mil pessoas capazes de ~
Rocco ( 14), em sua tese de Doutoramento apresentada à USP nomia intelectual e inteligência~. ~
em 1981, analisa 1500 redações de candidatos de vestibular que Seguindo uma linha aproIllll
prestaram exames junto à FUVEST, em 1978, chegando a resul- realizada na UFSC, por um gnIpl
tado que demonstram a pobreza do ensino no que diz respeito à Comunicação e Expressão. pesqu(
leitura e redação. Seu objetivo "foi o de tentar uma caracteriza- tes de agronomia reunem o IDElI
ção da linguagem escrita dos vestibulandos, na medida em que leitura do corpo discente da UIlIV'IIi
se desconfia da existência de uma crise na linguagem escrita e, sificação para os da área de esiul
especialmente, na produção textual desses indivíduos". (p. 21). Considerando que a Bibliotell
Entre suas conclusões, afirma que: "34,8% ias vestibulandos mo campo, deverá ser lamentadO
examinados demonstram incapacidade de domínio dos termos tada como norma. (embora não 4
relacionais";" encontram-se também contradições lógicas face ao papel crucial do bibl.lotell
mação de toda e qualquer n<Ituft
24 Perspectiva, r. CED. F1orianópoiis. 1(5), 20-38. Jul./Dez. 1985
Perspectiva, r. CED, Florianópo!Js. 1(5). ~
,Curso de Pós-
evidentes, paralogismos flagrantes em 16,9% dos textos - índice
1do Rio Gran- ~:
que, aparentemente baixo, mostra-se, no entanto, como forma
bibliotecário,
gravíssima de desconexão lógica, se atentarmos para a natureza
por esse espe-
da falha" CP. 245). "No tocante às chamadas relações impróprias
entre termos e segmentos discursivos, verificamos que 51 % dos
13, descreve a
vestibulandos incorrem no problema" CP. 245). "O percentual de
Novos Rumos
redações portadoras de clichês foi de 69% (ises) denuncia uma
adaUFMG,06
!mativas para ausência de originalidade, de invenção, de imaginação criado-
ra" CP. 246). "Apenas 4 textos, em 1.500 analisados, mostraram-se
notadamente
integralmente originais e criativos" CP. 246).
anais e carac-
Tudo isso é muito grave e revela porque este país tem difi-
[\ltora os resul-
culdades de funcionamento ir..:titucional. Ainda no livro de Rocco
Louve um des-
o prefaciador João Eduardo Rodrigues Villalobos, diz: "O presen-
'Otissional que
te trabalho de Maria Thereza, contudo mostra que apenas 40 dos
1.500 textos examinados são parcialmente providos de lingua-
ilrutivas, são a
gem criativa e que somente 4 deles, segundo os critérios estabele-
a e, por conse-
:) mais incons- cidos, se revelàram claramente criativos. Extrapolando esses
e poder optar dados, não sem certo risco, digamos que no Brasil todo tenhamos
r é a incerteza cerca de 400 ou 500 criaturas de 19 a 22 anos de idade capazes de
nento do estu- alguma criatividade. Somadas estas a umas tantas centenas que
passaram pela Escola Superior de Guerra e que se autoprocla-
:l. E tanto mais
as opções de mam a elite pensante deste país, e, vá lá, uma pouca de gente,
em todas as faixas etárias acima dos vinte anos, que se salvaria.
i (L 3, 14, 17), embora não pelos critérios na mencionada Escola Superior de
I mais séria e Guerra, teríamos aí, no BrasiL coisa de duas, três ou talvez até
quatro mil pessoas capazes de pensar coisa com coisa, com auto-
sentada à USP nomia intelectual e inteligência". CP. 15-16).
..estibular que Seguindo uma linha aproximada deste estudo, está sendo
rando a resul- realizada na UFSC, por um grupo de professores do Centro de
,diz respeito à Comunicação e Expressão, pesquisa que "revela que os estudan-
a caraderiza- tes de agronomia reunem o melhor índice em habilidade de
ed.ida em que leitura do corpo discente da Universidade, ficando a última clas-
gem escrita e, sificação para os da área de estudos sociais". C1).
:iuos". CP. 21). Considerando que a Biblioteconomia está situada neste últi-
vestibulandos mo campo, deverá ser lamentada essa deficiência reaL apresen-
úo dos termos tada como norma, Cembora não desejável nem como exceção)
lições lógicas face ao papel crucial do bibliotecário como facilitador de infor-
mação de toda e qualquer natureza.
a. Jul./Dez. 1985
Perspectiva. r. CED, Florianópolis, 1(5), 20-38. Ju1./Dez. 1985 25
Porém, a gravidade do fato se aprofunda e torna-se visível
bibliotecas escolares. E:I
sem grande esforço. Entrevistada pelo Boletim da ACB (Associa-
(amostra de um ur~'Vel
ção Catarinense de Biblioteconomia), a então diretora da Biblio-
( amostra de um urnveCSII
teca Pública do Estado de Santa Catarina ao ser perguntada se
tes na zona urbana :-GlI
"As escolas orientam seus alunos para uma boa leitura?" respon-
res e/ou bibliotecários :::I
deu: "No debate que houve na Biblioteca há poucos dias, afirma-
Encontraram que hI!
va uma professora universitária que seus alunos não sabem ler,
apenas os professores :::I
isto é, não interpretam, têm dificuldades em encontrar um assunto
dos como os que exige!!
em textos, não têm opinião crítica" (16).
58,4% do númerototm de
Um estudo recém publicado por Silva et alii apresenta os re-
pessoas, na escola. ~
sultados de experiência desenvolvida pela Equipe do Projeto
74,9% dos estudantes de
Aplicação de Técnicas Lingüístico-pedagógicas à Leitura e Pro-
levados às bibliotecas cI
dução de Textos, no Departamento de Letras da UFPE (Universida-
total nunca retiram livroS
de Federal de Pernambuco). Tal projeto pretende, entre outras
raram que nunca são I
coisas, incentivar no aluno de 3° grau o hábito da leitura reflexiva
biblioteca adquire" (}: ~
e crítica e despertar o gosto pela leitura e produção de textos.
Um fato interessa::~j
Para isso foi feito um diagnóstico. "Os resultados da diagnose
escolas visitadas possuej
comprovaram que o estudante ao chegar à Universidade não
têm como responsáve~ •
adquiriu o hábito de leitura e a maioria não é capaz de ler em
95,5% disporem de seLa I
profundidade. Durante sua vida escolar, no I C! e 2C! graus, praticou
área mínima de 41 m2 ~ ~
a leitura em sua forma elementar, a de simples decodificação
Pelo depoimento cid
linear do texto. Este tipo de leitura provoca a passividade inte-
inoperância dessas bib!il
lectual e tolhe a criatividade.... Em condições normais, era de se
públicas garanfuarr.. ~
esperar que o aluno ao ingressar na Universidade, geralmente no
não oferecem nenhumc:'
fim da adolescência, já tivesse atingido o estágio de pensamento
leitura. 57% dos professol
formal postulado por Piaget capaz de fazer deduções lógicas e
escolares porque COI".sidt/
abstratas. Entretanto, são pouquíssimos os que atingiram esta fase,
que o espaço é peque::d
o que é comprovado pela inabilidade para tirar conclusões e
professores afirmarar:: qI
para fazer avaliações inferenciais". (17, p. 30).
bliotecas escolares não _
Claro que o estudo não se relaciona especificamente ao estu-
leitura dos alunos" (pc:m
dante de biblioteconomia, mas ele é um componente dos estu-
Este quadro de pe::Ü
dantes universitários.
meiro e segundo graus cc
Para compreender melhor o problema do ensino de base
há melhores condições di
aqui em F1orianópolis, um grupo de trabalho da Associação ca-
porém, que em tomo de ~
tarinense de Bibliotecários (3) realizou uma pesquisa em setem-
de Santa Catarina são C
bro de 1981 junto às escolas de I C! e 2C! graus com o objetivo de
escassez de livros e blb!lr:l
conhecer interesses e hábitos de leituras; estímulos oferecidos
fato, a demonstração de iI
pelos professores neste sentido e condições de funcionamento das
concentrar, entre ou~...:s 1

26 Perspectiva, r. CED, Florianópolis, 1(5), 20-38. Jul./Dez. 1985


Perspectiva, r. CED, Flo!i&=.~
otunda e torna-se visível bibliotecas escolares. Entrevistaram 270 alunos do primeiro grau
Boletim da ACB (Associa- (amostra de um universo de 31.229) e 253 do segundo grau
então diretora da Biblio- (amostra de um universo de 15.288), de 23 escolas das 67 existen-
na ao ser perguntada se tes na zona urbana. Também entrevistaram professores e direto-
ma boa leitura?" respon- res e/ou bibliotecários desses estabelecimentos.
ahá poucos dias, afirma- Encontraram que há uma deficiente estimulação à leitura"...
U5 alunos não sabem ler, apenas os professores de Comunicação e Expressão foram cita-
elIl encontrar um assunto dos como os que exigem dos alunos alguma coisa neste sentido.
). 58.4% do número total de alunos não recebem estímulos de outras
va et alii apresenta os re- pessoas, na escola, para a leitura de livros ou estórias" (p. 43)" ...
pela Equipe do Projeto 74,9% dos estudantes de I C? e 2C? graus deJ;lorianópolis nunca são
agógicas à Leitura e Pro- levados às bibliotecas das escolas por seus professores. 57,8% do
etras da UFPE (Universida- total nunca retiram livros por empréstimo, 75,7% dos alunos decla-
!to pretende, entre outras raram que nunca são informados sobre os novos livros que a
hábito da leitura reflexiva biblioteca adquire". (p. 45).
ra e produção de textos. Um fato interessante registrado na pesquisa é que todas as
5 resultados da diagnose escolas visitadas possuem bibliotecas, mas apenas 21.8% delas
egar à Universidade não têm como responsável o profissional bibliotecário. Apesar de
ia não é capaz de ler em 95,5% disporem de sala própria esta comumemte varia de uma
r.no 10 e 2~ graus, praticou área mínima de 41 m 2 a uma área mínima de 6(j.
:te simples decodificação Pelo depoimento dos professores pode-se deduzir a quase
:JVOC(I a passividade inte- inoperância dessas bibliotecas. 33,7% dos professores de escolas
Ddições normais, era de se públicas garantiram que os estabelecimento,S onde trabalham
iver.;idade, geralmente no não oferecem nenhuma facilidade aos alunos quanto ao acessó à
10 estágio de pensamento leitura. 57% dos professores não levam seus alunos às bibliotecas
laZer deduções lógicas e escolares porque consideram o acervo desatualizado; 12,5% por-
os que atingiram esta fase, que o espaço é pequeno e 12.5% por ambos os motivos 52.4% dos
e para tirar conclusões e professores afirmaram que por parte dos responsáveis pelas bi-
'.p.30). bliotecas escolares não há incentivos à formação de hábitos de
10 especificamente ao estu· leitura dos alunos" (passim).
lDIl componente dos estu- Este quadro de penúria quanto à formação do leitor no pri-
meiro e segundo graus ocorre em Florianópolis onde, presumé-se,
)lema do ensino de base há melhores condições de atendimento ao escolar. Se se pensa,
lbalho da Associação Ca- porém, que em torno de 65% dos alunos da Universidade Federal
l wna pesquisa em setem- de Santa Catarina são oriundos do interior do Estado onde a
~ graus com o objetivo de escassez de livros e bibliotecas se intensifica deve-se esperar, de
1rt1S; estímulos oferecidos fato, a demonstração de incapacidade de ler, de interpretar, de se
róes de funcionamento das concentrar, entre outras, por parte dos universitários.

oiipoUS. 1(5), 20-38. Jul.jDez. 1985 Perspectiva, r. CED, Florianópolis. 1(5), 20-38. Jul.jDez. 1985 27
E especificamente com relação a estudantes de Biblioteco- Destes apenas 10% escolr..er-::I
nomia, Amorim (2), em recente estudo, descreve uma experiên- opção, pois fracassarcnn e=
cia de ensino de uma disciplina fundamental para o futuro biblio- Dos entrevistados. ape::=s
tecário: Metodologia da Pesquisa em Biblioteconomia. E diz: lar, havendo um caso da :ec
"Alguns alunos experimentam dificuldades enormes .. , A princi- formando em bibliotecor.o:Il
pal dificuldade é que não sabem, ao menos ler; já em MPB I nada com o Curso. Isso se demo:::s
entendem das leituras que lhes são atribuídas nos vários manuais para a escolha da segu::c::J
de pesquisas existentes em português. Em 1978 (foi aplicado um estas há expressões como 'Pl
questionário a alunos que já haviam cursado a disciplina). A curso era de 3,5 anos); JX)r:::c
principal dificuldade apontada pelos informantes foi a redação. se pessoal e influência de tet
Os problemas de leitura e redação, decorrentes da formação passar em segunda opçãc
deficiente em 1C; e 2c; graus, são difíceis de sanar no que já é o contato com livros (jargãc j
terceiro ano de Universidade. Há um despreparo geral para o entre outros. Tais justificativa
tipo de estudo que MPB exige. Os trabalhos escolares que os não tem na escola básica i:'J
alunos estão acostumados a fazer são meras cópias primárias, universitários, e, pior. vindas
mal feitas e desconexas, de trechos de enciclopédias". (p. 64). indicam que apenas estão pd
se dos conteúdos que lhes -
3. RESULTADOS

Os indivíduos pesquisados situam-se na faixa dos 19 aos 25


anos de idade, com uma média de 22 anos e 1mês e moda de 22
anos, caracterizando-se como um grupo que se prepara para o
CURSOS PRETEND
ingresso no mercado de trabalho. Uma faixa etária esperançosa
com o discurso desenvolvimentista até há pouco instaurado no
Administração
país. Em sua maioria são oriundos do interior, na razão de 55%, Arquitetura
estando representadas cidades dos vários quadrantes do Estado. Biblioteconomia
Os restantes, 45%, são residentes permanentes na capital - flo- Computação
rianópolis. Economia
Quanto à escolaridade de 2° grau, 60% cursaram o científico,. Enfermagem
certamente na expectativa de uma formação futura nas áreas Letras
científicas e tecnológicas, mas naturalmente frustrados em seus Nutrição
desejos pelas dificuldades impostas no vestibular. Os 40% restan- Odontologia
tes cursaram os cursos técnicos, invenção da reforma educacional Psicologia
(Lei nO 5.692, de 05 de agosto de 1971) e construídos, via de regra.
Serviço Social
sobre a mediocrização do ensino básico. Como se pode ver no
Sem resposta
quadro 1, a expectativa básica do formando em Biblioteconomia
era de cursar outras disciplinas, estando inseridos na área de' TOTAL
ciências sociais um número bastante reduzido de interessados.

28 Perspectiva, r. CED, Florianópoli.s, 1(5), 20-38. JUl./Dez. 1985 Perspectiva, r. CED, Florianópor;s.,
les de Biblioteco- Destes apenas 10% escolheram a Biblioteconomia como primeira
re uma experiên- opção, pois fracassaram em outras escolhas dantes tentadas.
[I'(l o futuro biblio- Dos entrevistados, apenas 70% realizaram somente um vestibu-
conomia. E diz: lar, havendo um caso da realização de 4 vestibulares. Assim o
lIIIles ... A princi- formando em biblioteconomia tende a ter uma baixa empatia
já em MPB I nada com o Curso. Isso se demonstra por algumas justificativas dadas
os vários manuais para a escolha da segunda opção (Biblioteconomia). Dentre
(foi aplicado um estas há expressões como: "Para formar-se mais rapidamente (o
I a disciplina). A curso era de 3,5 anos): por acaso; pareceu simpático; por interes-
tes foi a redação. se pessoal e influência de terceiros; disseram que era mais fácil
rtes da formação passar em segunda opção; é um curso que oferece bastante
[lar no que já é o contato com livros (jargão irreal): pareceu mais fácil passar",
)(]I"O geral para o entre outros. Tais justificativas mostram, no mínimo, que o aluno
escolares que os não tem na escola básica, informações concretas sobre os cursos
cópias primárias, universitários, e, pior. vindas de quase profissionais graduados,
opédias". (p. 64). indicam que apenas estão passando pela escola sem impregnar-
se dos conteúdos que lhes são ministrados.

QUADRO 1
rixa dos 19 aos 25 Cursos universitários pretendidos, por número de indivíduos
mês e moda de 22
e prepara para o CURSOS PRETENDIDOS NC! DE PESSOAS
tória esperançosa
!CO instaurado no Administração 1
na razão de 55%. Arquitetura 2
irantes do Estado. Biblioteconomia 2
na capital - Flo- Computação 1
Economia 1
saram o científico" Enfermagem 3
• futura nas áreas Letras 2
rostrados em seus Nutrição 2
ar. Os 40% restan- Odontologia 1
)rma educacional Psicologia 1
LÍdos, via de regra, Serviço Social 2
110 se pode ver no Sem resposta 2
n Biblioteconomia
~ridos na área de' TOTAL 20
I de interessados.

). 20-38. Jul./Dez. 1985 Perspectiva, r. CED, Florianópolis, 1(5), 2D-38. Jul./Dez. 1985 29

,I
Na origem de tudo há certamente a base familiar que não Exame
permitiu a construção de hábitos consistentes de leitura. Segundo Isto É
os pesquisados. apenas 35% deles são oriundos de famílias que Manchete
possuem coleções de livros ou o que se pode denominar de bi- Manequim
blioteca e atualmente 75% desses pesquisados não possuem bi- Nosso Século
bliotecas ou uma coleção de livros que assim possa ser denomi- Nova
nada. Apenas 20% possuem biblioteca; um número baixo consi- Revista Geográfica 1
derando suas necessidades de leitura e de construção de uma Veja
futura coleção profissional que deve ser iniciada e implementada Visão
durante a formação escolar.
Apesar disso. existe algum esforço de melhoria. pois apenas O contraste maior co~ :t
25% afirmam jamais usar dicionário como apoio às suas leituras. trado quando se solicitou a D
volume que. se extrapolado. ainda é significantemente negativo. biblioteconomia. Apenas 4C
Com relação à dedicação de tempo para leitura o grupo assunto é biblioteconorrua J
apresenta uma média de 5h45mim semanais. o que pode ser nominalmente as revistas ::irI
considerado como muito baixo para estudante. Amoda ficou em constatar a pobreza de sua
4 horas. para uma concentração de 25% dos pesquisados. O principais periódicos naClCl
espectro de tempo f:)i muito variáveL desde um caso de apenas alinharam títulos de algl.:-'"llI
UrDa hora de leitura por semana até um caso de 18 horas de apenas 45% do total indIcal
leitura por semana. Essa carga semanal de leitura. potencial- porém, é quCJ as quatro re"~
mente pequena. pode ainda ser menor para as leituras funda- nesta área. não foram citc:dc1
mentais da formação na medida em que 95% dos entrevistados Biblioteconomia da UFMG.. J
concentram parte do tempo na leitura de revistas de generali- lia, Revista Brasileira-de BibII
dades na qual incluem desde revistas de atualização do porte de cia da Informação e apenei
Veja e Isto É. até a Revista Nova. Manequim (Quadro 2). internacional: Revista de 1al
Biblioteconomia e Arch.ivoIj
. i
QUADRO 2 mms preocupantes e m~
necessitando de cuidados ~
Revistas de Generalidades lidas, por número de pessoas. Quanto à leitura de ~
maram ter um gosto bast~
TÍTULOS LIDOS N° DE PESSOAS (95%), embora tenham ~
los de obras bastante dif\m1j
Capricho 1 língua portuguesa. de au!0Il
Cláudia 1 3). Também se pode co!'.skI
O Correio da Unesco 1 utilizou o nome de autores C
Cruzeiro 1 que relacionassem a obro I
Desfile 4 A uma solicitação espIl
Diálogo 1 agosto até novembro (moa!

30 Perspectiva. r. CED. Florianópolis. 1(5). 20-38. Jul./Dez. 1985 Perspectiva, r. CED, FIorianôpoü!t J
lIIliliar que não Exame 1
:titura. Segundo Isto É 12
de famílias que Manchete 10
Inominar de bi- Manequim 1
ão possuem bi- Nosso Século 1
ssa ser denomi- Nova 1
~ro baixo consi- Revista Geográfica Universal 3
itrução de uma Veja 17
I implementada Visão 10

ria. pois apenas O contraste maior com relação à leitura de revistas é demons-
I às suas leituras. trado quando se solicitou a indicação da leitura de periódicos de
mente negativo. biblioteconomia. Apenas 40% afirmaram que lêem revistas cujo
leitura o grupo assunto é biblioteconomia. Adicionalmente. solicitados a indicar
o que pode ser nominalmente as revistas de biblioteconomia que lêem pode-se
~ moda ficou em constatar a pobreza de suas leituras e o desconhecimento dos
:>esqUisados. O principais periódicos nacionais da área. Somente 70% do total
caso de apenas alinharam títulos de alguns periódicos de biblioteconomia. E
de 18 horas de apenas 45% do total indicaram títulos corretos. O mais grave.
itura. potenciaI- porém, é qu'J as quatro revistas consideradas principais, no BrasiL
s leituras funda- nesta área. não foram citadas nenhuma vez: Revista da Escola de
los entrevistados Biblioteconomia da UFMG, Revista de Biblioteconomia de Brasí-
tas de generali- lia, Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação e Ciên-
ção do porte de cia da Informação e apenas 10% foi capaz de indicar um título
adro 2). internacional: Revista de la Unesco de Ciência de la Información,
Biblioteconomia e Archivologia (RUCIBA). Este indicador é dos
mais preocupantes e mostra um perfil realmente questionáveL
necessitando de cuidados e reparação.
de pessoas. Quanto à leitura de literatura ficcional os respondentes afir-
maram ter um gosto bastante acentuado pelo gênero romance
>E PESSOAS (95%), embora tenham dificuldades em relacionar autores a títu-
los de obras bastante difundidas e até clássicas da literatura em
I língua portuguesa, de autores portugueses e brasileiros (Quadro
I 3). Também se pode constatar a mesma dificuldade quando se
1 utilizou o nome de autores clássicos dessa literatura e solicitou-se
1 que relacionassem a obra principal de cada um (quadro 4).
4 A uma solicitação específica sobre os livros que leram de
1 agosto até novembro (momento da recolha dos dados) de 1983,

»-38. Jul.jDez. 1985 Perspectiva, r. CED, Florianópolis, .1(5), 20-38. Jul.jDez. 1985 31


as respostas variaram de nenhum a seis, com títulos e autores os Em atenção à solicttaçãl
mais variados e a predominância de literatura estrangeira de cando autor e título dos C!JI
qualidade duvidosa. dentre os que leu até hO)e' I
autor e apenas 40% consegl.Dlj
QUADRO 3 preocupante. mormente ~
Conhecimento dos autores dos títulos indicados/literatura gem estrangeira que pouca
portuguesa-brasileira nacionais e, por conseguII"'"
Tudo isso indica urna :::Jd
NÍVEL DE CONHECIMENTO formados, cuja responsabUXl
TÍTULO DO LIVRO Ainda sob o aspecto dol
CORRETO ERRADO SEM RESPOSTA
indicação de mais de um lei
N°ABS. N° ABS. N°ABS. duos conhecem bem o espcl
inglês. Há um caso (5'1.) no!
Inocência j 3 14 conhecimento de inglês e eIII
entrevistados seriam c~
Incidente. em Antares 5 3 12
Zero 20
O Ateneu 14 2 4 além do processamento - cI
Dom Casmurro 12 8 textos num segundo idiorr..~
A Moreninha 7 5 8
Os Mai:ls 1 4 15
Feliz Ano Novo 8 12
Macunaíma 7 4 9
4. CONCLUSÃO:
Amor de Perdição 1 9

20=iOO% Do ponto de vistá do qua


tecário, os resultados são p!1
QUADRON°4 de uma conjuntura escolar 4
Conhecimento das principais obras de autores brasileiras De outro lado, obseJ"VCl1
um descompromisso com o
NÍVEL DE CONHECIMENTO leitura, o conhecimento da I
NOME DO AUTOR em parte, é fruto de sua Ongl
CORRETO ERRADO SEM RESPOSTA Provém esse indivíduo. err.. s
estado onde o professor pen
N~ABS. N°ABS. N° ABS.
transmissão de educação
mero acaso, pois no seu rel

II
José de Alencar 8 4 8
Machado de Assis 9 3 8 que o nosso país de trocbl;
Raul Pompéia 12 8 profissões superiores além d
Lima Barreto 4 16
Há ainda o fato da dE
Cruz e Sousa 5 14
durante o período de forme
i
20= 100% conhecerem as principals :1

4

32 Perspectiva, r. CED, Florianópolis, 1(5), 20-38. Jul./Dez. 1935 Perspectiva, r. CED, Floria.nópollll. 1
n titulos e autores os Em atenção à solicitação de que fonnassem uma lista "indi-
Ilura estrangeira de cando autor e título dos cinco livros, a seu ver mais importante Ih
dentre os que leu até hoje", 15% não alinharam qualquer título ou
autor e apenas 40% conseguiram relacionar cinco titulos. E um dado
preocupante, mormente pela predominância de literatura de ori-
oodos/literatura gem estrangeira que pouco reforça o conhecimento de autores
nacionais e, por conseguinte, da realidade brasileira.
Tudo isso indica uma acentuada fragilidade intelectual desses
:ONHECIMENTO
fonnados, cuja responsabilidade profissional futura é ímpar.
IRADO SEM RESPOSTA Ainda sob o aspecto do conhecimento de outros idiomas há
indicação de mais de um idioma. Porém, apenas 10% dos indiví-
/C ABS. N'OABS. duos conhecem bem o espanhol e outros 10% conhecem bem o
inglês. Há um caso (5%) no qual o respondente afirma ter bom
3 14
3
conhecimento de inglês e espanhol. No conjunto, apenas 25% dos
12
20 entrevistados seriam capazes de estender seu desempenho para
2 4 além do processamento - análise e síntese - documentária de
8 textos num segundo idioma.
5 8
4 15
8 12
4 9
9 4. CONCLUSÃO:

Do ponto de vista do que idealmente se pode exigir do biblio-


tecário, os resultados são preocupantes. E preocupam em função
de uma conjuntura escolar empobrecedora e embotadora.
utores brasileiras De outro lado, observa-se do formando de biblioteconomia
um descompromisso com o instrumental básico de sua área: a
DNHECIMENTO leitura, o conhecimento da literatura em língua portuguesa. Isso,
em parte, é fruto de sua origem, marcada pela ausência de livros.
RAro SEM RESPOSTA
Provém esse indivíduo, em sua maioria, de escolas do interior do
lABS. NC!ABS. estado onde o professor permanece sendo o único instrumento de
transmissão de educação. Escolhe cursar biblioteconomia por
4 8 mero acaso, pois no seu referencial essa área não existe, posto
3 8 que o nosso país de tradições rurais ainda reconhece poucas
8
16
profissões superiores além das tradicionais.
- 14 Há ainda o fato da dedicação de pouco tempo à leitura
durante o período de formação. O fato desses entrevistados não
conhecerem as principais revistas de biblioteconomia brasileiras

Sl. 2(1-38. Jul./Dez. 1935 Perspectiva, r. CED, FlorianópoUs. 1(5), 20-38. Jul./Dez. 1985 33

. ,
não se justifica, Talvez não seja boa a forma literária da literatura de controlar. Por isso não se ~
profissionaL pois é próprio de si ser mais hermética ou de estilo como o simples reflexo de ~
menos depurado, As coleções destas revistas estão na Biblioteca dizer que tais estudantes. tens p
Universitária e no próprio Departamento de Biblioteconomia e preparados ou incapazes ?ai
Documentação, Seus fascículos estão à disposição dos alunos, lhes foi negada é:l ambição ~
Provavelmente. sua leitura permitiria a formação de espírito mais negada a possibilidade de ~
crítico nesses futuros bibliotecários e os encaminhasse melhor na pelos dirigentes do país.
profissão. Certamente, porém. não se apercebem disso. A leitura
de Capricho. Desfile. Manequim, Nova. pode lhes parecer mais
interessante. Tanto é que toma boa parte de seu tempo. Não lhes , I

instrumentam para um exercício profissionaL mas lhes alimentam


REFERENCIAS BIBUOGRl,
I

de sonhos e ilusões. na maioria de duvidosa realização. Em- I

1. ALUNOS de agronomia!~
pobrecendo sua linguagem, estreitando suas visões de mundo.
Florianópolis, 23 o~ I
fazendo-lhes seres submissos e dependentes, retirando-lhes a ca-
2. AMORIM, Maria Therem~
pacidade de fazer do Brasil um país autônomo,
Metodologia da ~
É esse quadro dramático que se extrai da pesquisa e que tira
toda e qualquer ilusão de se pensar em grandeza e indepen-
Biblioteconomia Red
3. ASSOCIAÇÃO CATAR~~
dência. É esse mundo de sonho. no qual habitam futuros profis-
Bibliotecários pela \.~
sionais universitários. que aguça o subdesenvolvimento do País.
Projeto de pesquisai
Desse estado de coisa afirma Eduardo Portella: "Ser subdesen-
hábitos de leitura e I
volvido é habitar perifericamente a condição humana sem pos-
mento realizapo r..as E
suir. em nenhum instante, os meios de acesso a ela, O prisioneiro
polis. Florianópolis : CJ
do subdesenvolvimento não vive; sobrevive. Toda a sua luta tem
4. BELLENGER. Lionel. Les ~
como finalidade a mera subsistência. O triunfo de homem no país
Universitaires de Frcr..a
subdesenvolvido se mede pela conquista da subsistência Ele está
fechado dentro de uma condição infra-humana" (13,p. 69-70), 5. BOLETIM DE DADOS ~t:~
rina). Florianópolis J'
Essa imagem avivada pelo perfil dos entrevistados, carece
6. CASTRO, Célia Lúcia Ma
ser superada com muito trabalho. Não é possível ficar-se impas-
Quem? Universidad
sível diante dos dados apontados.
jun.1982.
Porém essa responsabilidade não compete com exclusivi-
7, CUNHA.. Murilo Bastos da;
dade à Escola de Biblioteconomia, mas em sua totalidade ao
dade. R. Escola de.ll
governo brasileiro. Necessita-se urgentemente de uma política
zonte,5(2): 178-194 li
educacional embasada em uma política nacional de soberania
8, FERREIRA Carminda se:
da pátria. da nação, Uma política educacional a ser desenvol-
bibliotecário. In COI
vida para reforçar o caráter de brasilidade deste povo.
CONOMIA E I)(:X:t~
Estes pesquisados não podem ser responsabilizados pela sub-
Curitiba, Associação
nutrição culturaL pela falta de objetivos claros; seus professores
v.3. p. 943-950
não podem ser responsabilizados por aquilo que não têm o poder

34 Perspectiva, r. OED, Florianópolis, 1(5), 20-38. Jul./Dez. 1985 Perspectiva, r. OED. Florianópobs. 1 ~
~rá:ria da literatura de controlar. Por isso não se pode analisar os resultados obtidos
lética ou de estilo como o simples reflexo de uma categoria profissional ou escoler e
gdo na Bm/ioteca dizer que tais estudantes. tais professores, tais profissionais são mal
Biblioteconomia e preparados ou incapazes. Pois são, sim! São incapazes, porque
sição dos alunos. lhes foi negada d ambição de serem independentes, lhes foi
lO de espírito mais negada a possibilidade de saírem dessa mordaça interposta
nhasse melhor na pelos dirigentes do país.
~m disso. A leitura
hes parecer mais
u tempo. Não lhes
as lhes alimentam REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS'
I realização. Em-
visões de mundo, 1. ALUNOS de agronomia têm maior índice de leitura. O Estado,
tirando-lhes a ca- Florianópolis, 23 ou1. 1983. p. 19.
2. AMORIM, Maria Thereza de. Experiência de estudo e ensino:
esquisa e que tira Metodologia da Pesquisa em Biblioteconomia. Cad.
ldeza e indepen- Biblioteconomia, Recife, (6) 55-68, jun. 1983.
am futuros profis- 3. ASSOCIAÇÃO CATARINENSE DE BIBLIOTECÁRIOS. Grupo de
llvimento do País. Bibliotecários pela Valorização e Divulgação Profissional.
:1: "Ser subdesen- Projeto de pesquisa e resultados preliminares sobre
mInana sem pos- hábitos de leitura e bibliotecas escolares; um levanta-
ela. O prisioneiro mento realizado nas escolas de 1~ e 2 gràus em Florianó-
da a sua luta tem polis. Florianópolis. 1981.
la homem no país 4. BELLENGER. Lionel. Les méthodes de lecture. 2 ed. Paris, Presses
lSistência. Ele está Universitaires de France, 1980.
1" (13,p. 69-70). 5. BOLETIM DE DADOS. (Universidade Federal de Santa Cata-
~vistados, carece rina), Florianópolis, 3 (5 ):20, jan./jun. 1983.
el ficar-se impas- 6. CASTRO, Célia Lúcia Monteiro de. Mestrando. Doutorando.
Quem? Universidade, México, DT, (88): 159-179, abr I
a com exclusivi- jun.1982.
la totalidade ao 7. CUNHA, Murilo Bastos da. O Bibliotecário Brasileiro na atuali-
de uma política dade. R. Escola de Biblioteconomia. UFMG, Belo Hori-
101 de soberania zonte, 5(2): 178-194,se1.1976.
I a ser desenvol- 8. FERREIRA Carminda Nogueira de Castro. A formação do
:a povo. bibliotecário. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE BIBLIOTE-
lizados pela sub- CONOMIA E DOCUMENTAÇÃO, 10, Curitiba, 1979. Anais.
seus professores Curitiba, Associação de Bibliotecários do Paraná. 1980.
não têm o poder v.3. p. 943-950.

211-38. JU1./Dez. 1985 Perspectiva. r. OED, Florianópolis, 1 (5), 20-38. Jul./Dez. 1985 35

, .
9. FERREIRA Maria Luiza Alphonss de Guimarães Seminário 20 - - - - - - MeIO:]
sobre "a formação do bibliotecário face é às exigências pIorado. R. Bibld
profissionais da atualidade". R. Escola de Bibliotecono- dez. 1983
mia. UFMG, 2(2): 251-263, set. 1973.
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36 Perspectiva, r. CED, Florianópolis, 1 (5), 20-38. Jul./Dez. 1985 Perspectiva, r. CED, PkJriIIII
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~80, v.1. p, 63-73,
rdministrador de
la Universidade
':DIa de Bibliote-
36-160, set. 1977,

20--38. Jul.jDez. 1985 Perspectiva, r. CED, Florianópolis, 1(5). 20-38. Jul./Dez. 1985 37

, .
RESUMEN

Se trata de un análisis desarrollado a partir de la obtención


de datos junto a los estudiantes dei 6° y 7° semestres dei Curso
Administl
de Biblioteconomia ai final de 1983. Se formularon preguntas
sobre su actuación intelectuaL conocimiento de la literatura
Pressupos
profesional y no profesional y conocimiento de idiomas extran- para a Rele~
jeros. Los resultados son preocupantes aunque reflejen el cua-
dro de pobreza de la ensenanza primaria y secundaria hoy en
el país.

S~r.;.=A
socia:::: :::j
titicmr>õ€ ::I
do ca;;::=:::'
neceSS!::Xxi
dese~vc:~
vante :::i:: ..l\i
pedag::>;;-~
de br~€'lI
práti= ~:::II
de acê:

1- INTRODUÇÃO

As presentes ref.el
sobre a função SÓC1O-J
Considerando a cor-te1
a conseqüente vincula
Educação e a fonnaçd
sar a função básica di
desta sociedade. Caral
No concreto da e1
ção e. em especial 51l

* Professor do Centro ::ie :::iI


pecializados em Edu=:::::'

Perspectiva; r. CED, Fllor.aD/l


38 Perspectiva. r. CED, Florianópolis, 1(5), 20-38. JuLjDez. 1985

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