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Tatuí/SP
1º Semestre/2019
ANANDA RODA DE MIRANDA
EDUARDO HENRIQUE RIBEIROTEGAMI
LETÍCIA DA MOTA OLIVEIRA
1
Tatuí/SP
1º Semestre/2019
2
( ) APROVADO ( ) REPROVADO
Com média:..............
Tatuí, .............. de .......................... 20........
___________________________
Prof. ..........................................
FATEC – Tatuí
___________________________
Prof. ..........................................
FATEC – Tatuí
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Prof. ..........................................
FATEC – Tatuí
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RESUMO
ABSTRACT
The present work aims to identify and list the sound qualities of the Renaissance lute
- instrument of the plucked string family that became popular in the European
Renaissance - through historical and organological research. The research
contextualizes the reader so that they can understand how the lute technique and
repertoire were developed. An analysis is made of its sound in different acoustic
environments and how the interaction of the lute sound occurs in these places, relying
on the view of professionals working in the area (allaudists) on important aspects of
the instrument's performance. To put into practice, two recordings were made in
contrasting environments, which concludes that even under the same parameters, the
environment has a fundamental role in the sonority, and that through basic parameters
can produce better sounds depending on the positioning where you touch.
Word Keys: Lute, sonority, repertoire, recording
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 7
1.1 JUSTIFICATIVA ................................................................................................ 9
1.2 OBJETIVOS .................................................................................................... 10
1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................ 10
1.2.2 Objetivos Específicos ................................................................................... 10
2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................. 11
2.1 HISTÓRIA DO ALAÚDE .................................................................................. 11
2.2 TÉCNICAS DE EXECUÇÃO ........................................................................... 16
2.3 QUESTÕES SONORAS .................................................................................. 22
3 MATERIAIS E MÉTODOS .............................................................................. 32
3.1 ALAUDISTA..................................................................................................... 32
3.2 MATERIAIS ..................................................................................................... 33
3.3 GRAVAÇÕES .................................................................................................. 33
3.4 MÉTODO DE ANÁLISE ................................................................................... 36
4 RESULTADOS DE DISCUSSÃO .................................................................... 38
5 CONCLUSÃO ................................................................................................. 40
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 42
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1 INTRODUÇÃO
Figura 1 - Maria Madalena tocando alaúde, autor desconhecido. Observe a posição da mão
direita, em especial o dedo polegar e indicador, essa posição de mão indica o uso de figueta e não
mais o plectro, característica do alaúde renascentista.
Fonte:Pixels 1
Uma particularidade importante da época era o fato de que não havia senso
comum na forma de se tocar, isso no que tange desde a execução das obras
(interpretação, dinâmicas), até afinação ou postura das mãos (dedilhado ou plectro),
e esse fator é importante de ser levado em consideração porque conclui-se que a
forma como pode ser tocado e como o alaúde pode soar é muito variável. Esse fato
se evidencia com a existência de mais de um tipo de forma de se dedilhar as cordas
com a mão direita, que são utilizadas de acordo com a região geográfica em que se
encontravam.
1.1 JUSTIFICATIVA
1.2 OBJETIVOS
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Fonte: Cultura2
À medida em que se difundiu pela Europa, seu repertório e formato foi sendo
alterado e adquirindo qualidades que permitem que ele tenha sonoridades bem
particulares: as cordas duplas geram mais harmônicos e um som mais incorporado. A
quantidade de ordens foi se alargando à medida que o repertório foi mudando.
Inicialmente as cordas eram pulsadas com um plectro (espécie de palheta de pena) e
foi mudando para dedilhados com os dedos da mão, dando lugar à novas técnicas
interpretativas e adaptando-se aos novos repertórios. Com essa mudança, foi
inventado o sistema de notação que permite identificar facilmente quais as cordas que
devem ser tangidas em cada momento: a tablatura. Existem quatro tipos: a italiana, a
francesa, a espanhola e a alemã.
Figura 3 - Modelo do manuscrito para alaúde solo de Vidal, de 1517. A tablatura abaixo é do
tipo italiana.
Fonte: Wikipédia3
The reason for the undeserved obscurity of the lute repertory lies in the form
of notation used for lute music. Tablatures were used for a number of
instruments, but nowhere as effectively or consistently as for the lute. Rather
than producing a notation representing the pitches and durations of the music,
tablatures were basically a form of instructions telling the player where to
place his fingers, but not what sounds to expect when he struck the notes.
Modern notation represents the sounds the player should expect to hear, but
not how to obtain them (MCFLEELY,1999).
Fonte Brainly 4
Em relação ao baixo não cifrado, este atende aos instrumentos não harmônicos
(que são menos possibilitados de fazer acordes devido a sua estrutura natural, com
exceção parcial da gamba, que pode executar acordes, mas de forma não tão natural
quanto as cordas dedilhadas) e é baseado apenas nas notas graves escritas em
notação musical tradicional, tocadas melodicamente. É importante frisar que o baixo
contínuo (especialmente o cifrado) pede, de forma implícita, passagens melódicas
feitas de improviso a fim de suprir possíveis espaços em vazios, dos quais já se
esperava que eles aparecessem (lembrando, mesmo que isso não estivesse escrito
na partitura). Essa prática de ornamentação é proveniente das intabulações. Estas,
como já falado, são arranjos feitos a partir de obras sacras vocais. Como o alaúde é
um instrumento pinçado e não possui a possibilidade de sustentação de notas de
forma contínua, como acontece com o canto, essas passagens melódicas são uma
forma de suprir essa falta natural, e de certa forma, sustentado e revitalizando
compassos que tenderiam a soar vazios. Essa prática e diminuir notas longas
(semibreve e mínima) com outras de menor tamanho (colcheias e semicolcheias) é
conhecida como diminuição.
Seu desaparecimento não foi total, conseguindo sobreviver até o final do século
XIX, época em que começou seu movimento de recuperação e que perdura até hoje.
Isso, portanto pode indicar que não se pode ter certeza se era uma prática
recorrente ou não. O que pode também se concluir do repertório é que havia de fato
uma fluidez e continuidade do discurso, de certa forma homogêneo para todas as
vozes do diálogo, sem pontos culminantes muito contrastantes.
É um instrumento que tem por elemento vibrante as cordas, portanto é a partir
da pulsão delas com os dedos que se faz vibrar, e essa vibração percorrerá o interior
do instrumento até ser projetada para fora. Na mão direita, para se ferir as cordas usa-
se a figueta, que em sua tradução literal significa posição de mão, mas convenciou-
se a ser entendida como a técnica de cruzar o dedo polegar com o indicador (como
se formando uma figa). Na época medieval o alaúde era tocado com o plectro, espécie
de palheta feita com pena de animais, já que nessa época este instrumento possuía
funções de acompanhamento melódico, além de ser tocado com o acompanhamento
de outros instrumentos, como flauta, grupos de alaúdes em outras tessituras e mesmo
a voz. Devido o formato do plectro, com sua ponta saliente, a sonoridade é mais
brilhante e cortante, enquanto que se consegue extrair mais som dado a facilidade
que a posição do plectro proporciona á mão.
19
Figura 6- O triunfo da igreja sobre a sinagoga (detalhe) de um seguidor de Jan Van Eyck (ca.
1430. Repare na mão direita do garoto, se utilizando o plectro
Fonte: Caslab6
Com a mudança de repertório e a abrangência do número de vozes, o plectro
foi substituído gradualmente pelo dedilhar da mão, que intercalava acordes com
arpejos, e passagens rápidas melódicas com a figueta. A técnica de figueta segue o
princípio thesis e arsis (terra e ar), que é o movimento natural de se tocar para baixo
e cima. Como resultado disso, pela própria ação da gravidade, há a acentuação do
primeiro tempo (thesis), e enfraquecimento do contratempo (arsis). Essa abordagem
é feita no alaúde pelo dedo polegar, no tempo forte (também conhecido como batteri),
e o indicador no tempo fraco (conhecido como levare), pois o primeiro é o dedo que
dispõe de mais força. A manipulação e escolha correta de dedilhado é feita
dependendo da intenção da música no sentido de pulso (seu andamento e
acentuação). Portanto, em uma típica peça renascentista, é natural se ouvir sempre,
em passagens melódicas, o intercalar de polegar e indicador, deixando nítido o
tempo/contratempo. Em passagens que há a necessidade de ênfase, utiliza-se então
uma repetição de dedos, o que anula o efeito forte/fraco, igualando a duração em
todas as notas em que se aplica este dedilhado.
O polegar deve pulsar para fora, não para dentro, como fazia a geração mais
antiga, e comumente os holandeses e antigos alemães, já que tem sido
provado que é muito melhor pulsar com o polegar para fora. Assim, a
sonoridade e é mais clara, viva e brilhante. O outro (…) resulta mais débil e
apagado (BARROS, 2015, pg 113).
A técnica da figueta, medida que foi se expandindo pela Europa foi tomando
formas diferentes de acordo com a região que o alaúde era executado. Devido a
dificuldade da velocidade da informação, diferentes repertórios e necessidades não
existiam consenso entre os países de qual posição usar. Significa que desde o
começo as escolas de alaudistas já divergiam. No total, ao que se tem registro, quatro
tipos diferentes de figuetas foram utilizados, e foram se desenvolvendo à medida que
o repertório foi mudando. As figuetas são as seguintes: estrangera, castelhana,
dedilho a usual posição que utiliza os dedos polegar, indicador, médio e anular (está
última é a atual posição utilizada por violonistas). De forma cronológica as figuetas
estrangera e castelhana foram as primeiras a se popularizarem. Ambas intercalavam
o polegar e o indicador em quase todas as passagens de uma peça, enquanto que
para acorde ou arpejos utilizavam os demais dedos (médio e anular). Além disso,
ambas utilizavam o dedo mínimo, apoiado no tampo, no espaço entre a roseta e
cavalete, para dar sustentação á mão especialmente em passagens rápidas. A
diferença entre as duas é que a castelhana posicionava o polegar para fora, e era
mais comum na Espanha. Na estrangeira o dedo polegar após ferir a corda, se
posicionava dentro da palma da mão, sendo a mais comum no resto da Europa. Já o
dedilho é uma técnica deriva do plectro, onde se utiliza o dedo indicador sem intercalar
com outros dedos, num movimento para baixo e para cima (como a ação de uma
palheta). Também utiliza o dedo mínimo no tampo, e confere ao interprete grande
velocidade. A última técnica de posição é cronologicamente mais recente,
desenvolvida e popularizada na virada do século XVI e XVII. Foi talvez a primeira
técnica utilizada com um consenso entre as escolas de alaúde da Europa. Isso porque
com a mudança do repertório e a música se tornando cada vez mais polifônica e
também homofônica não era mais possível que com as técnicas de figueta castelhana
e estrangeira pudessem reproduzir todas as notas. Como consequência a única forma
de suprir essa necessidade técnica do instrumento, era dando liberdade e função aos
demais dedos. Proporcionando então como resultado a possibilidade de se feris todas
as cordas e notas de novo repertório (más não significa que as duas primeiras técnicas
citadas tivessem caído em desuso. Apenas que essa nova técnica foi agregada).
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Fonte: Unirio7
Mas alguns outros instrumentos têm cordas de latão e alguns têm cordas de
ferro. Não será possível que essas cordas de metal sejam usadas no alaúde,
pois se alguém pressionar as cordas de metal nos trastes de tripa com os
dedos nus, as cordas de metal não soarão tão bem quanto se alguém as
parasse com trastes de ferro ou madeira. Você deve, portanto, conhecer a
diferença entre tipos de cordas e atribuir a cada instrumento o tipo que
pertence a ele e a nenhum outro.(VERDUNG, 1511 p. 152)
Apesar disso (e mesmo com o fato de as cordas de tripa terem altos custos)
ainda assim a escolha das cordas de tripa era unânime, isso porque, primeiro, pela
delicada construção do tampo, extremamente fino e sem muita sustentação interna,
um material mais tenso como o aço imputaria a ele um peso que o mesmo dificilmente
resistiria; o outro e mais importante motivo reside no quesito sonoridade. As cordas
de tripa atribuíam ao som do alaúde sua famosa sonoridade intimista, doce e delicada,
que combinavam perfeitamente com a voz humana, em duos, formação essa muito
em voga na época, devido as influências dos humanistas, seguindo o conceito dos
gregos da Lira de Orfeu (voz e instrumento somente), enriquecida pelos harmônicos
consequentes de suas cordas duplas, que estavam lá não á toa. Segundo o mesmo
Verdung, eram duplas pois “embora fossem “grosseiras” e grandes, não se pode ouvir
à distância as cordas grandes soando quase tão altas ou tão fortes quanto as cordas
pequenas ou as mais altas. Por esse motivo, adiciona-se as oitavas, de modo que as
três ordens são ouvidas da mesma forma como as outras”.
Em relação as tocabilidade da mão direita, a sonoridade do plectro era bastante
diferente da feita com os dedos das mãos: ao se ferir a ponta da palheta nas cordas,
extraía-se um timbre mais estridente e brilhante, ao passo que com mais volume
sonoro devido a maior facilidade que o movimento do plectro permite (sempre
cima/baixo), facilitando assim se tocar com fluidez e mais som. Mas, para que os
alaudistas pudessem acompanhar a mudança de repertório, a obsolescência do
plectro foi irremediável. Com os novos estilos de tocar (as figuetas), ferindo o som
com a polpa do dedo, automaticamente o som se tornou mais suave e delicado e
aveludado, fatalmente com menos projeção sonora devido à dificuldade técnica.
Naturalmente que a maioria dos instrumentistas cortavam as unhas da mão direita
para que pudesse ferir as cordas duplas de forma homogênea, com igual força. A
técnica usada é a de se afundar o dedo nas cordas para depois beliscá-las, pois desta
forma consegue-se pressionar ambas da mesma forma (é exatamente esse
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procedimento que garante que o som se torne mais aveludado e encorpado, ao passo
que tende a perder velocidade). Mas mesmo com o fato de a maioria preferir tocar
sem as unhas, é sabido (sempre graças a iconografia) que havia interpretes que
deixavam crescer as unhas de alguns dos dedos, em especial o polegar, para que
pudessem conseguir tocar as cordas duplas igualmente.
Figura 8– Gravura retratando o alaudista Jean Ulric Haffner, feita por Stör no ano de 1730.
Repare na unha sobressalente de seu dedo polegar.
Fonte: Vanedwards8
Figura 9- Projeto de sala ideal para grupo musical, feito por Thomas Mace, do manuscrito
Musick’s Room. A preocupação dos intérpretes e de sues mecenas com o aspecto acústico rendeu
obras como está abaixo.
Fonte: Quod9
das polifonias com maior naturalidade e mesmo com instrumentos mais delicados
como o alaúde:
repertório mais tradicional, datando de 1500 a 1630, o papel do alaúde era o mesmo
que o do coro: conduzir a trama sonora em constante diálogo.
Do ponto de vista do intérprete, a sonoridade do instrumento muda muito por
questões do seu posicionamento em relação ao instrumento, no que diz respeito a
proximidade à ele (estando naturalmente colado ao instrumento para poder executá-
lo, o instrumentista ouve detalhes que geralmente escapam ao público, como certos
sons de mudança de posição de dedo no braço do instrumento e sons de unhas ou
mesmo o ruído estalado do choque entre as cordas). Um ambiente de reverberação
mais acentuada, onde o som ganha o retorno natural da sala - mas sem exageros,
propicia uma sustentação harmônica que dá ao alaúde um encorpamento de som.
Com isso, cada nota ganha uma espécie de apoio, como se criasse uma ligadura entre
elas, e mesmo os problemas citados de proximidade entre instrumento/intérprete se
amenizam. Sendo o alaúde um instrumento de pouca intensidade sonora, de ataque,
e com decaimento muito curtos, a ligadura de som entre as notas dificilmente polui o
som tirando sua inteligibilidade (a menos que a acústica seja demasiadamente
reverberante). Esta ligadura torna o som menos nítido, mas ainda assim inteligível,
como se o mesmo soasse esfumaçado.
Essa técnica de esfumaçado, onde o fim de um som ou traço (depende da
natureza da arte) se confunde com o começo de outro é conhecida no ramo da pintura
como sfumato. Um dos pioneiros em sua execução é Leonardo da Vinci,
revolucionando a pintura na renascença. No sfumato, os contornos não são
delineados claramente com um traço feito pelo pincel, mas tornam a obra bastante
realista e menos rígida.
Sfumato foi uma técnica desenvolvida por Leonardo da Vinci, em que ele
conseguia reproduzir com fidelidade a textura da pele humana, através de
uma série de camadas de tinta que davam um efeito de
esfumaçado.(IMBROISI, 2018)
28
Fonte: Imigrantebrasileiro10
Fonte: Stgeorgetoddington11
Fonte: Stgeorgetoddington12
muita reflexão e de todas as frequências), teto alto e estreito, que pode gerar gaiolas
de reverberação, tornando-se muito reverberante, o que embola e torna o som pouco
claro.
Fonte: Peapix13
13
Disponível em: https://peapix.com/photos/23988. Acesso em: 2019
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3 MATERIAIS E MÉTODOS
1. Articulação (dinâmica)
2. intensidade sonora
3. coerência estilística (ornamentação específica etc.)
4. fluidez nas frases e ideias
5. limpeza de som
3.1 ALAUDISTA
O presente grupo optou por realizar esta pesquisa por questões de afinidade
musical, aproveitando o ensejo de ter entre um de seus integrantes uma alaudista
profissional. Considerando também o alaúde um instrumento muito rico de timbres, a
oportunidade de fazer as gravações em dois ambientes, e assim comparar os
resultados sonoros foi um estímulo extra para que se pudesse realizar este trabalho.
Ananda Roda de Miranda é alaudista e violonista formada no Conservatório de
Tatuí. Iniciou seus estudos na música no ano de 2007, em Cuiabá (MT). Foi aluna e
bolsista de violão no Projeto Guri nas cidades de Santos e Araçatuba. Ingressou no
Curso de Violão Erudito no Conservatório de Tatuí em 2010, formando-se em 2016, e
em Cordas Dedilhadas Históricas em 2014, finalizando em 2018, tornando-se a
primeira aluna a concluir o curso. Atuou como bolsista no Grupo de Performance
Histórica do Conservatório de Tatuí nos anos de 2017 e 2018. Primeira brasileira a
participar do intercâmbio musical.
MOVE Project (na Noruega e Malawi), onde pode lecionar e apresentar
músicas no violão e alaúde entre esses países.
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3.2 MATERIAIS
Não foi nenhum tipo de efeito nas músicas captadas, somente o áudio puro,
para que se pudesse fazer uma análise auditiva comparativa com um mesmo
parâmetro.
3.3 GRAVAÇÕES
se tornou um repertório standart para este último instrumento. Nesta peça, a escrita
musical utilizada é a tablatura italiana, como mostra a figura 14.
Figura 14- Página inicial da Fantasia X, em tablatura italiana. A obra conta com mais quatro
folhas.
Fonte: Johannthebard14
uma acústica bastante favorável ao alaúde, permitindo que mesmo com o som
delicado e de pouca projeção, possa ser ouvido bem.
Figura 15- Cripta da Sé
A alaudista foi também a pessoa responsável pela gravação. Foi feito antes do
recital em si um aquecimento da mão da instrumentista, também para fazer passagem
de som. O gravador foi colocado já no começo da passagem de som para se poder
garantir um melhor posicionamento do equipamento. O gravador (H 4n) foi disposto a
uma distância de 1,20 m da fonte sonora, de frente, mas deitado. A escolha deste
equipamento se deu por conta da praticidade (não é necessário levar interface ou
quaisquer outros tipos de equipamento acoplado a ele para seu funcionamento,
apenas utiliza um cartão SD para salvar o conteúdo) e por ter captação sensível e de
boa qualidade (microfone condensador). Foi colocado debaixo de um suporte de
plástico para que não ficasse em contato direto com o chão, o que poderia acabar
captando ruídos de frequências mais graves (como o metrô, do qual passava ao lado
da Sé). O grupo não possuía um suporte especial para colocar o gravador de pé, por
isso a escolha de colocá-lo deitado. Pode-se notar ao ouvir a gravação que mesmo
com o suporte não foi possível evitar captar frequências graves de ruído externo.
A alaudista foi posicionada com suas costas voltadas para o altar principal, de
frente para o público, ao centro, como mostra a figura 8. Tocou com suas pernas
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A análise dos resultados foi feita por comparação baseada na audição dos
participantes do grupo e do seu respectivo orientador. Os parâmetros utilizados para
a análise foram extraídos da pesquisa já citada (no capítulo “Sonoridades”) feita para
este trabalho, com foco em alaudistas amadores e profissionais, e também com
observação deste som com o resultado de sua interação com a acústica do local.
Nesta análise portanto, tanto a performance do intérprete quanto a acústica do
ambiente foram analisadas.
O método de análise foi realizado baseada em observação auditiva das duas
gravações (Cripta da Sé e Estúdio da Fatec Tatuí) da obra “Fantasia X” do compositor
Alonso de Mudarra. Ocorreu na sala de masterização da Fatec Tatuí, com o uso dos
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4 RESULTADOS DE DISCUSSÃO
grupo, esta acústica dialoga melhor com o instrumento, conferindo maior afinidade
com o som natural do alaúde.
A respeito da sonoridade da gravação realizado no Estúdio, por ser um
ambiente altamente controlado e acusticamente isolado, certos problemas que
ocorreram na gravação da Sé foram evitados, como o fator de ruído externo. Para os
integrantes do grupo a sonoridade foi bem mais seca, pois é um ambiente que contém
vários difusores de som. Possui uma reverberação bem mais baixa, se comparado
com a da Sé. O som soou muito mais nítido e consequentemente mais legível, as
frequências agudas ficaram mais proeminentes, enquanto que as graves sumiram um
pouco.
Em relação a diferença de interpretação da musicista, o andamento ficou bem
mais rápido, dando um afeto diferente para a peça: mais animosidade e vivacidade,
perdendo o caráter contemplativo que dialoga muito bem com a natureza do
instrumento. Esse resultado vai ao encontro do que cita Beranek.
40
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
AKI MÄKIVIRTA. The Sweeter Spot. 2018. (Finlandia) (Ed.). Disponível em:
<https://www.genelec.com/blog/sweeter-spot>. Acesso em: 15 jul. 2018.
BERANEK, Leo. Concert Halls and Opera Houses: Music, acoustics and
architecture. 2. ed. Cambridge: Springer Verlag, 2004. 661 p
DENNIS, Flora Sound and Domestic Space in Fifteenth and Sixteenth Century
Italy. The University Of Chicago Press. Chicago, p. 7-19. Dez. 2008-2009.
MCFEELY, Julia Craig. English Lute Manuscripts and Scribes. Oxford: Oxford,
2000. 198 p.