Sei sulla pagina 1di 16

ANÁLISE PSICOLÓGICA DA INFLUÊNCIA DA DANÇA PARA A MELHORIA DA

QUALIDADE DE VIDA NA TERCEIRA IDADE

Sirlene Fuma de Oliveira


Acadêmica do Curso de Psicologia da Faculdade Cathedral

RESUMO
O presente artigo traz uma análise sobre a dança como promotora da melhoria da qualidade de
vida na terceira idade, buscando demonstrar de que forma a dança tem sido utilizada para
proporcionar essa melhoria. Para tanto, o artigo apresenta os conceitos de envelhecimento,
algumas consequências desse processo e os aspectos biopsicossociais do envelhecimento. O
estudo foi realizado através de uma pesquisa bibliográfica, de natureza exploratória e de
cunho qualitativo, com autores que tratam da questão envelhecer e de sua relação com as
atividades de lazer, em particular a dança, na qual a primeira parte trata dos conceitos e os
aspectos que envolvem o processo de envelhecimento, passando pela relação de
envelhecimento e qualidade de vida, apresenta a dança como promotora da qualidade de vida
na terceira idade, destacando os aspectos psicológicos, físicos e sociais que envolve essa
relação. A investigação tomou como base o campo da gerontologia, que é dedicado as
questões multidimensionais do envelhecimento e da velhice. Este artigo busca demonstrar que
o processo de envelhecimento pode e deve ser bem menos sofrido do que é hoje e que as
atividades de lazer, neste caso a dança, pode contribuir de forma positiva para uma melhor
qualidade de vida na terceira idade.

Palavras Chave: Terceira Idade. Qualidade de Vida, Dança.

RESUMEN
El presente artículo trae un análisis sobre la danza como responsable por promocionar la
calidad de vida en la vejez, buscando demonstrar de que forma la danza ha sido utilizada para
proporcionar esa mejoria. Para eso, el artículo presenta los conceptos de envejecimiento,
algunas consecuencias de ese proceso y los aspectos biopsicosociales del envejecimiento. El
estudio fue realizado por medio de una revisión bibliográfica, de naturaleza exploratoria y de
cuño cualitativo, con autores que tratan de la cuestión envejecer y de su relación con las
actividades de ocio, en particular la danza, en la primera parte trata de los conceptos y de los
aspectos que relacionan el processo de envejecimiento, pasando por la relación de
envejecimiento y calidad de vida, además, presenta la danza como responsable por
promocionar la calidad de vida en los ancianos, dónde se destaca los aspectos psicológicos,
físicos y sociales que abarcan esa relación. La investigación tomó como base el campo de la
gerontología, que se dedica a las cuestiones multidimensionales del envejecimiento y de la
vejez. Esa investigación busca demonstrar que el proceso de envejecimiento puede y debe ser
bién menos penoso de lo que es hoy y que las actividades de ocio, en ese caso la danza, puede
contribuir de forma positiva para una mejor calidad de vida en la tercera edad.

Palavras Chave: Tercera Edad. Calidad de Vida, Danza.


INTRODUÇÃO

O aumento da expectativa de vida é um fenômeno mundial que se reflete no Brasil e


consequentemente em Roraima. “Segundo estatísticas, de 1950 a 2000 o número de pessoas
com mais de 60 anos no Brasil simplesmente triplicou, e a tendência é que aumente cada vez
mais”. (CORAZZA, 2005, p.41).
De acordo com dados do IBGE em 2004, a população de idosos representava cerca
de 15 milhões de pessoas com 60 anos ou mais de idade, o que demonstrava cerca de 8,6% da
população brasileira. As mulheres eram a maioria representando cerca de 8,9 milhões. A
perspectiva é que nos próximos 20 anos, a população idosa do Brasil possa ultrapassar os 30
milhões de pessoas e que representará quase 13% da população ao final deste período.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) no Brasil, até o ano de 2025, a
população idosa crescerá dezesseis vezes, contra cinco vezes da população total. Isso
classifica o país como a sexta população do mundo em idosos, correspondendo a mais de 32
milhões de pessoas com 60 anos ou mais de idade.
Com o aumento da população idosa tende a aumentar também a busca por formas de
cuidados que possam propiciar uma qualidade de vida que lhes permitam participar
diretamente e ativamente dos diversos processos de construção cotidianos de vida, como:
trabalho, educação, esporte e lazer, tais processos dependem e muito da saúde psíquica, ou
seja, da qualidade de vida psicológica de cada individuo.
A dança tem sido uma grande aliada da psicologia na busca da melhoria da qualidade
de vida na terceira idade, “a dança é tão antiga como a própria vida humana. Nasceu na
expressão das emoções primitivas, nas manifestações, na comunhão mística do homem com a
natureza” (BREGOLATO, 2007, p.73).
“A dança permite ao ser humano vivenciar os momentos de alegria, de liberdade, de
euforia e também de poder, á medida que possibilita transcender alguns limites do corpo.”
(ROSA, 2012, p.17,). Dançar é uma atividade que proporciona bem-estar, equilíbrio,
vitalidade, leveza e possibilita a interação social entre os indivíduos.
Portanto, essa pesquisa trouxe uma reflexão do ponto de vista psicológico de como a
dança influencia na melhoria da qualidade de vida das pessoas idosas. A investigação foi
realizada por meio de uma revisão bibliográfica e está estruturada em tópicos, onde se faz
uma discussão a respeito do tema estudado.
O ENVELHECIMENTO

Para iniciar o estudo sobre a dança e a sua relação com a qualidade de vida na
terceira idade é necessário buscar o entendimento sobre o processo de envelhecimento em seu
aspecto físico, psíquico e social, desta forma se faz necessário compreender algumas
concepções relacionadas a questão envelhecer.
De acordo com Ferreira (2003), são considerados idosos os indivíduos com mais de
cinquenta anos, e existem os indivíduos que estão bem fisicamente e outros já não tão bem
assim, porém todos são idosos. “Envelhecer trata-se de uma experiência extremamente
diversificada entre os indivíduos”.(ASSIS, 2004, p.08)
“O envelhecimento é um processo complexo que envolve muitas variáveis (genética,
estilo de vida e doenças crônicas) que interagem influenciando a maneira pela qual
envelhecemos”. (CORAZZA, 2005, p.19)
Os autores Farias e Marinho (2004), conceituam o envelhecimento como sendo um
processo geralmente descrito como um conjunto de sequências inerentes a todo seres vivos
sem distinção de raça, que se manifesta pela perca da capacidade de adaptação e diminuição
da funcionalidade, estando assim, relacionado diretamente com alterações físicas e
fisiológicas.
Para Carvalho (1999, p. 95), “o envelhecimento esta relacionado com diversas
transformações com implicações na funcionalidade, mobilidade, na autonomia, na saúde e,
claro na qualidade de vida da população idosa”.
Ferreira (2003) diz que a terceira idade é um fenômeno fisiológico que ocorre com
todo ser humano e é um processo progressivo. Afirma ainda que tal processo não é patológico,
pois é inerente a todos nós, patológico segundo a autora é a senilidade do organismo que
deixa de ser autossuficiente provocando algumas limitações que interfere diretamente na vida
das pessoas idosas.
Para Bacellar (2002), o envelhecimento é um processo fisiológico e que não está
necessariamente ligado à idade cronológica. O idoso é um ser á parte, pois embora com saúde,
tratam-no como inválido; embora lúcido consideram-no sem discernimento, desacreditado.
Gobbo (2004) relata que antigamente, nas sociedades tradicionais, os velhos eram
muito respeitados e vistos como símbolo de sabedoria e experiência. Atualmente, essa
perspectiva segundo o autor mudou, o descaso e o desprezo os excluem da sociedade, pelo
fato de os julgarem improdutivos. Geralmente, a velhice está ligada às modificações do corpo,
com o aparecimento das rugas e dos cabelos brancos, com o andar mais lento, diminuição das
capacidades auditiva e visual, é o corpo frágil. Essa é a velhice biologicamente normal, que
evolui progressivamente e prevalece sobre o envelhecimento cronológico.
Já Matsudo (2001), diz que o envelhecimento está associado a uma variedade de
limitações físicas e psicológicas. Frequentemente, isso torna difícil para os indivíduos
desempenhar certas ações. Dependendo de sua motivação, circunstâncias ambientais e reações
à incapacidade, aqueles que são assim afetados podem também ficar inválidos (incapazes de
desempenhar as atividades desejadas). A consequência de tal invalidez é uma deterioração na
qualidade de vida.
Portanto, pode-se afirmar que o envelhecimento está diretamente ligado ao bem estar
do individuo idoso, na sua forma de viver, saúde (física, mental e social) e esses diversos
fatores estão correlacionados com a sua qualidade de vida. Tendo em vista que envolve a
alteração biológica de vários sistemas que varia de pessoa para pessoa.

QUALIDADE DE VIDA

Para que o ser humano possa viver bem, é primordial que este tenha uma boa
qualidade de vida, que geralmente é definida pelas condições de vida de um indivíduo, que
abrange diversas áreas como: o bem físico, mental, psicológico e emocional, os
relacionamentos interpessoais, bem como as questões relacionadas á saúde e educação.
Segundo Schlindwein e Carvalho (2006), o termo “qualidade de vida" foi empregado
pela primeira vez em 1964, pelo presidente dos Estados Unidos, Lyndon Johnson, na seguinte
fala: “os objetivos não podem ser medidos através do balanço dos bancos, eles só podem ser
medidos através da qualidade de vida que proporcionam às pessoas”. Por este ponto de vista,
a qualidade de vida não pode estar apenas atrelada a situação financeira ou a aquisição de
bens materiais para ser devidamente mensurada.
Nahas (2001), conceitua qualidade de vida como sendo a condição humana resultante
de um conjunto de parâmetros individuais e socioambientais, que pode ou não ser modificado,
caracterizando as condições em que vive o ser humano.
De acordo com Silva (1999, p. 261 apud MOREIRA 2001, p. 35):
“(…) qualidade de vida aplica-se ao indivíduo aparentemente saudável e diz respeito
ao seu grau de satisfação com a vida nos múltiplos aspectos que a integram:
moradia, transporte, alimentação, lazer, satisfação/realização profissional, vida
sexual e amorosa, relacionamento com outras pessoas, liberdade, autonomia e
segurança financeira”

Lipp (1996, p.13), define qualidade de vida como “o viver que é bom e compensador
em pelo menos quatro áreas: social, afetiva, profissional e a que se refere á saúde.
Com o passar do tempo, os conceitos sobre "qualidade de vida" foram incluídos nos
campos da saúde e educação e visto com mais interesse por todas as áreas de estudo, mas
principalmente por cientistas sociais, da área de saúde, filósofos e psicólogos. Voltado para à
diminuição da mortalidade ou ao aumento da expectativa de vida.
Conforme Genaro e Calobrizzi (2012), existe uma teoria formulada por Robert
Harvighrst, citada por Bazo (1990), a “Teoria da Atividade” que explica que a qualidade de
vida e a sua longevidade se alicerçam sobre três pilares básicos:
 A maioria das pessoas que envelhece deve manter seus níveis de atividades sempre
que possível constante;
 A quantidade de ocupações está influenciada por estilos de vida e por fatores
socioeconômicos;
 Para um envelhecimento com êxito, deve se conservar os níveis de atividades nas três
esferas: físico, mental e social. (BAZO, 1990, apud CANNONE; CALOBRIZZI,
2003, p. 170).
Tendo por base esta teoria, entende-se que a qualidade de vida depende muito de
manter corpo e mente ativos. Assim, qualidade de vida é um conceito que engloba diversos
aspectos e que tem variado com o tempo, de país para país, de cultura para cultura, de classe
social para classe social e até mesmo de indivíduo para indivíduo.

ASPECTOS IMPORTANTES PARA QUALIDADE DE VIDA NA TERCEIRA IDADE

Com o aumento da população idosa é importante garantir a eles não somente


longevidade, mas também uma boa qualidade de vida, proporcionando-lhes um maior grau de
bem estar e satisfação com a vida, uma vez que essa fase é marcada por uma série de
limitações.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (1991), a qualidade de vida na terceira
idade pode ser definida como a manutenção da saúde, em seu maior nível possível, em todos
os aspectos da vida humana: físico, social, psíquico e espiritual. É importante salientarmos
que o processo de envelhecimento engloba diversos aspectos como por exemplo: biológico,
psicossocial e físico.

ASPECTO BIOLÓGICO

A velhice é uma fase geralmente marcada pelas modificações corporais que ocorrem
ao longo desse processo. Do ponto de vista biológico, Ferreira (2003) diz que é caracterizado
por mudanças físicas no decorrer do tempo, com diminuição da energia livre disponível no
organismo, percas celulares, diminuição gradual da capacidade de adaptação ao meio
ambiente, causando enfermidades, perdas gradual das propriedades elásticas dos tecidos
conjuntivos, aumento da quantidade de gordura corporal, diminuição de consumo de O2,
diminuição da força muscular e hormonal, perda óssea, deficiência auditiva e visual, entre
outras.
Para os autores (SILVA, MARTINS, MENDES, 2012, online):

A terceira idade faz com que o organismo do indivíduo funcione forma diferenciada
e o corpo torna-se menos flexível. Sendo assim, o movimento dos idosos são mais
lentos com perda significativa da agilidade, as articulações vão perdendo a
mobilidade e elasticidade, os ossos ficam mais fracos e ocorre uma deterioração do
aparelho bronco pulmonar, gerando um comprometimento de todo sistema,

Os impactos ocasionados pelas mudanças biológicas do organismo, podem ser


amenizados se o idoso possui hábitos de vida saudável. Assim, Ferreira (2003) afirma que as
alterações biológicas podem começar aos trinta anos e que as atividades físicas de uma forma
geral podem contribuir através de estímulos neuromusculares, o que pode prestar grande
serviço no sentido de atenuar essas modificações. Por isso, todo tipo de atividade deve ser
estimulada, sejam elas físicas, sensórias, criativas, visando um melhor desempenho nas
atividades cotidianas.

ASPECTO PSICOSSOCIAL

O envelhecimento traz consigo não somente as limitações físicas, esse processo


também é caracterizado pelas variações psicossociais. Geralmente, nessa fase o idoso é
acometido por diversas emoções como: sentimento de inutilidade, medo da morte e da
solidão, depressão, dificuldade de relacionamento interpessoal, entre outros. Ferreira (2003, p.
13) diz que com o envelhecimento, é comum o individuo sentir-se só, fato este que tem
origem cultural. No Brasil, o idoso é considerado uma verdadeira pedra no sapato do jovem,
em vez de ser valorizado como experiente e sábio por causa da bagagem das vivências
adquiridas.
Netto (2002) acredita que a velhice é caracterizada como a fase final do ciclo da
vida. Esta fase apresenta algumas manifestações físicas, psicológicas, sociais e debilitantes,
dos quais se destacam a diminuição da capacidade funcional, trabalho e resistência;
aparecimento da solidão; calvície; perda dos papéis sociais; prejuízos psicológicos, motores e
afetivos.
Para Zimerman (2000):

o ser humano apresenta uma série de mudanças psicológicas com o envelhecimento,


as quais resultam da dificuldade de adaptações a novos papéis sociais, falta de
motivações, baixa estima, autoimagem baixa, dificuldade de mudanças rápidas,
perdas orgânicas e afetivas, suicídios, somatizações, paranoia, hipocondria,
depressão.

De acordo com Simões (1998), do ponto de vista psicológico não existe um padrão
definido ou especifico para o processo de envelhecimento devido o grau de complexidade
apresentado por este fenômeno.
Da perspectiva social Pinto (2008), diz que a imagem social da pessoa idosa está
inteiramente ligada a estigmas, preconceitos e estereótipos sociais, que levam a atribuir
características pregadas pela sociedade. Tais estigmas e preconceitos acabam quase que de
forma sumária levando o individuo envelhecido a um processo de deterioração social e a um
natural isolamento, esses aspectos se refletem em uma redução significativa, por exemplo.
Salgado (s/d, p.45) afirma que as pressões sociais e psicológicas algumas vezes são
tão fortes que os envelhecidos preferem silenciar-se, como forma de melhor ser aceito, no
meio social em que vive (apud SIMÕES, 1998).
Como se pode notar, o envelhecimento é um fenômeno biológico, psicológico e
social que atinge todo ser humano na plenitude de sua existência, causando-lhes algumas
alterações na sua visão de tempo e mundo. È preciso garantir a pessoa idosa qualidade de vida
nessa etapa, incentivando-as a prática de atividades que lhes proporcionem bem estar, tanto
físico quanto emocional e social, a fim de que as limitações biopsicossociais sejam
suavizadas.

BREVE RELATO SOBRE A DANÇA

A dança é uma atividade divertida que estimula a sensação de bem-estar, são “passos
cadenciados, geralmente ao som e compasso de música” (FERREIRA 2010, online), dando
expressividade ao corpo. Para Garaudy (1980), a dança é um rito - um ritual sagrado e um
ritual social- e está na origem de toda significação humana. [...] “A dança é a arte de mexer o
corpo, através de uma cadência de movimento e ritmos, criando uma harmonia própria”.
(BARROS, 2011 apud ROSA, 2012, p.14,)
Pinto (2008), relata que desde o surgimento do homem, ele sentia a necessidade de
expressar suas emoções e, mesmo antes de usar das palavras para se comunicar estes
utilizavam de movimentos corporais para se expressar, era sua linguagem natural e continha
uma ligação direta com a natureza, se fazia parte integrante dela. Assim, a autora demonstra
ser a dança uma das formas mais antigas de expressões que contém a mistura de várias
civilizações e povos.
[…] “A dança na vida do homem primitivo tinha muito significado, porque fazia
parte de todos os acontecimentos de sua vida: nascimento, casamento, mortes, caça, guerras
(onde exibiam lutas), iniciação á adolescência, fertilidade e acasalamento (eróticas), doenças,
cerimônias tribais, vitórias, paz, sementeira, colheita, festas do sol e da lua” (BREGOLATO,
2007, p.73 e 74)
De acordo com Pinto (2008), assim como todas as expressões artísticas, a dança
sofreu e vem sofrendo influências no decorrer da história, surgindo novos estilos dependendo
da cultura em que ela está sendo executada, pois por ser uma manifestação muitas vezes
cultural ela é transmitida de geração em geração, passando por festas pagãs, religiosas, sociais
até chegar às festas contemporâneas .
Na visão de Gobbo (2004), a dança é uma atividade lúdica, uma manifestação
artística, é a forma de comunicação que se faz através do próprio corpo humano, praticada em
grupo, que ajuda a expressar as emoções, estimula a memorização e a coordenação, além de
ser um bom exercício físico.
A DANÇA COMO PROMOTORA DA QUALIDADE DE VIDA NA TERCEIRA
IDADE

Como foi citado anteriormente, a dança sempre esteve presente na vida do homem,
sendo uma das artes mais antigas. É uma atividade recreativa que promove qualidade de vida,
principalmente para a população idosa, pois favorece a criatividade, expressividade e
recordações pessoais, trazendo muitas melhorias para esse público. “A dança na vida do idoso
é responsável por uma série de benefícios na vida cotidiana” (BOURCIER, 1987, p. 16 apud
GOBBO, 2004).
De acordo com os autores Guimarães, Simas e Farias (2003), a dança como modo de
viver torna a vida diária mais saudável, pois desenvolve os domínios socioafetivos,
psicomotor e perceptivo cognitivo, sendo uma atividade física prazerosa para o indivíduo.
Hashizumi et. al (2004), afirma que a dança como atividade física ajuda a garantir a
independência funcional do indivíduo através da manutenção da sua força muscular,
principalmente de sustentação, equilíbrio, potência aeróbica, movimento corporal total e
mudanças no estilo de vida.
Corroborando com essa ideia os autores (SILVA; MARTINS; MENDES, 2012)
afirmam que:

“A dança como atividade física, favorece os princípios de qualidade de vida como


uma atividade estimuladora, promotora da integração e geradora de movimentos
evolutivos e graciosos, levando o idoso a deixar a vida sedentária e complementar os
movimentos necessários para obter os benefícios que o movimento corporal pode
trazer”.

Nanni (1995), descreve que a dança é uma expressão harmônica e universal, ou seja,
é uma das atividades humanas em que o homem se encontra totalmente ligado ao corpo,
espírito e coração. ”A dança possibilita ao ser humano a consciência de seu corpo, ampliando
a capacidade criadora, a inspiração e, sobretudo a habilidade de expressar em movimento suas
emoções […] (CAVASIN, 2003).
Para Veras (1995), a dança é considerada como atividade física significativa para
intervir de forma satisfatória na qualidade de vida e, sobretudo na saúde das pessoas na fase
do envelhecimento. Na concepção de Prado (2000), a dança para o idoso pode atuar ainda no
campo mental e emocional, visto que permite ao indivíduo trabalhar a atenção, memória,
cognição, linguagem, bem como se expressar, socializar e promover a qualidade de vida do
idoso.
De acordo com Gobbo (2005, p.4):

O objetivo da dança é o de trabalhar com um mecanismo harmonizador, respeitando


as emoções, os estados fisiológicos, desenvolvendo habilidades de movimentos,
exercendo possibilidades de autoconhecimento e possibilita os seguintes benefícios:
Prevenção e combate de situações estressantes, estimula a oxigenação do cérebro,
melhora no funcionamento das glândulas, reforço dos músculos e proteção das
articulações, conhecimento do seu corpo, melhora da capacidade motora, melhora
do desempenho cognitivo, melhora da memória, concentração e atenção,
proporciona cooperação e colaboração, contato social, criatividade, melhora da
autoestima e autoimagem e estimula o resgate cultural.

Segundo Garcia et. al (2009), a dança vista como atividade física auxilia o idoso a
sair do isolamento provocado pela aposentadoria, contribui para a independência social,
melhora a condição geral do indivíduo, ocorrendo também uma diminuição do preconceito
cultural imposto pela sociedade.
A dança é uma atividade física bem aceita pelos idosos devido ao favorecimento de
relacionamentos e recordações pessoais, apresentando uma grande riqueza de gestos e
movimentos (SILVA & MAZO, 2007). De acordo com Wright (2003), através da dança os
parceiros podem compartilhar interesses em comum, aprender a respeitar os direitos de cada
um e mostrar consideração pelo esforço do companheiro.
Como foi apontado, a dança é uma atividade benéfica para a pessoa idosa, pois
favorece melhorias nos aspectos biopsicossociais que envolvem o processo de
envelhecimento, proporcionando melhoria na saúde física, no emocional e nas relações
interpessoais.

MATERIAL E MÉTODO

Para a realização desse trabalho se utilizou a pesquisa bibliográfica, de natureza


descritiva e exploratória, com abordagem de cunho qualitativo. A investigação tomou como
base o campo da gerontologia, que é dedicado as questões multidimensionais do
envelhecimento e da velhice. A pesquisa foi estruturada em tópicos e os dados elencados nas
seguintes categorias, a saber: o envelhecimento, qualidade de vida, aspectos importantes para
qualidade de vida na terceira idade, breve relato sobre a dança, a dança como promotora da
qualidade de vida na terceira idade. Como forma de alcançar a proposta dessa investigação,
se buscou nos autores da área subsídios para dar autenticidade aos fatos aqui discutidos.
DISCUSSÃO
A fase da velhice é marcada por diversas modificações, onde o indivíduo costuma ser
acometido por emoções e sentimentos que podem comprometer sua qualidade de vida. Desse
modo, a dança surge como sendo uma das atividades físicas mais procuradas, por ser aliada a
promoção da sensação de bem-estar, interação social e cuidado com o corpo.
A dança é uma atividade prazerosa, que está presente na vida do ser humano desde a
antiguidade, pois era a forma de expressar emoções e se comunicar. Dançar promove a
qualidade de vida no processo de envelhecimento, trazendo muitos benefícios para os idosos
que praticam esse oficio, como por exemplo, a integração, a aceitação do seu próprio corpo,
dentre outros.
De acordo com Guimarães; Simas e Farias (2003), Gobbo (2004), a dança traz
benefícios ao idoso, colaborando para o desenvolvimento de hábitos de vida mais saudável.
Nanni (1995) e Cavasin (2003) concordam que a dança faz bem para o corpo e espirito,
favorecendo a criatividade e fazendo com que o idoso tenha consciência de seu corpo.
Veras (1995) considera a dança como uma atividade benéfica para o idoso, pois ajuda
na melhoria da saúde física de foma satisfatória. Já os autores Silva; Martins; Mendes (2012)
e Hashizumi (2004) reforçam a ideia de que a dança como atividade física melhora a
qualidade de vida no que diz respeito aos aspectos de equilíbrio, memorização e
movimentação corporal.
Os autores Garcia et. al (2009), Gobbo (2004), Prado (2000), Marzo e Silva (2007) e
Wright (2003), reconhecem que a dança é uma atividade que atua beneficamente no campo
emocional/social, contribuindo de forma significativa para a melhoria do desempenho
cognitivo, nas emoções, proporciona bem-estar, autoconhecimento e favorece novas
amizades, onde se pode compartilhar interesses em comum.
É perceptível que a dança como atividade física influência na melhoria da qualidade
de vida durante o processo de envelhecimento, pois são muitos benefícios que essa atividade
proporciona, dentre as quais possibilita o idoso ter autonomia e viabiliza desenvolver
autoconfiança, ajuda na manutenção das condições físicas e melhora nas relações
interpessoais, amenizando dessa forma os problemas que surgem durante a velhice.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do que foi exposto, não se pode negar que a atividade física é de fundamental
importância para a melhora da qualidade de vida das pessoas, com relação ao idoso essa
realidade não é diferente. Não são poucos os autores que afirmam isso e corroboram com essa
ideia, inúmeros estudos têm sido voltado para a terceira idade, principalmente no que tange a
melhoria da qualidade de vida. De acordo com os pontos aqui discutidos, as atividades físicas
e de lazer contribui de forma relevante para o alcance de uma melhor qualidade de vida e é
cada vez maior a busca pela atividade ideal, ou seja, uma atividade que proporcione
paralelamente melhoria do condicionamento físico, psicológico e consequentemente social.
Desse modo, a dança surgi na atualidade como uma das principais atividades físicas
para os idosos, pois proporciona saúde física, pela movimentação constate, psicológica, pelo
fato de ser uma atividade de lazer considerada pela maioria das pessoas, tanto idosas quanto
da população em geral, como uma das mais prazerosas, que apesar do esforço físico promove
o bem-estar e produz relaxamento e social devido ao ambiente e a forma como esta atividade
é praticada, geralmente em dupla ou em grupos.
Hoje a dança é uma das atividades mais procuradas, isso se dá por diversos
motivos, como por exemplo, os que foram supracitados. Mas, isso ocorre principalmente pelo
o alto índice de aceitação por parte dos idosos a esse tipo de atividade. Dentre os principais
resultados alcançados estão: melhoras na coordenação, no equilíbrio, no ritmo, na
lateralidade, (que são aspectos importantíssimos da qualidade de vida do idoso, do ponto de
vista físico), na consciência corporal, na resistência, na memorização e na alegria (que do
ponto de vista psicológico é fundamental) e no relacionamento mútuo entre todos os
participantes.
Assim, por meio dos fatos descritos e discutidos, com base nos dados observados,
subsidiados por autores que versam sobre o assunto, pode-se concluir que a dança tem uma
alta e positiva influência em todos os aspectos que foram apresentados (físico, psicológico e
social), sendo o psicológico um dos mais relevantes, devido o objetivo da pesquisa. Desse
modo, entende-se que dançar contribui para a melhoria da qualidade de vida dos idosos, pois
melhora a saúde física e faz com que eles se sintam bem, sintam prazer e alegria.
REFERÊNCIAS

ASSIS, Monica. Promoção da saúde e envelhecimento: avaliação de uma experiencia no


ambulatório do núcleo de atenção ao idoso da UnATI/ UERJ. Tese de doutorado, Rio de
Janeiro. ENSP/ FIOCRUZ, 2004. Disponível em <http://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/>
acesso em 21 ago 2015.

BACELLAR, Rute. Envelhecimento e produtividade, processo de subjetivação. 2ª ed. São


Paulo. Ed. Fasa, 2002.

BREGOLATO, Roseli Aparecida. Cultura corporal da dança. Roseli Aparecida Bregolato.


São Paulo: ícone, 2007. (Coleção educação física escolar: no princípio de totalidade e na
concepção histórico- crítico- social; v. 1)

CALOBRIZI, Maria Dvanil D´Ávila & GENARO, Karoline Davantel. Convivência grupal x
qualidade de vida na terceira idade, Ed. Ciências Sociais, Revista Iluminart, Ano IV nº 9,
2012.

CARVALHO, J. Aspectos metodológicos no trabalho com idosos. In: J. Mota, J. Carvalho.


(Eds): Actas do seminário qualidade de vida do idoso: o papel da actividade física. (pp.
95-104); Porto, Faculdade de Ciencias do Desporto e de Educação Física da Universidade do
Porto, 1999.

CAVASIN, Cátia Regina. A dança na aprendizagem. Santa Catarina, ICPG, v. 3, Ago/Dez,


2003.

CORAZZA, Maria Alice. Terceira Idade e atividade física. Maria Alice Corazza;
colaboração Francisco Luciano Pontes Júnior. 2ª ed. São Paulo: Phorte, 2005.

FARIA, L.; MARINHO, C. (2004). Actividade Física, saúde e qualidade de vida na


terceira idade. Revista portuguesa de psicossomática, janeiro-junho, ano/vol.6, novembro
001.Sociedade portuguesa de psicossomática. Porto, Portugal, pp. 93-104.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário da língua portuguesa. Editora


positivo, 2010. 2.272pg. ISBN. 978/85-385-419-81. Formato livro digital.

FERREIRA, Vanja. Atividade físicas na 3ª idade, o segredo da longevidade, Ed. 2ª Sprint


Ltda. 2003.
GARAUDY, Roger. Dançar a vida. Prefacio de Maurice Bejárt. Tradução de Antônio
Guimarães e Glória Mariani. Rio de Janeiro. Nova Fronteira, 1980.

GARCIA, J. L. et. al. A influência da dança na qualidade de vida dos idosos. Revista
EFDeportes.com, 2009. Disponível em http://www.efdeportes.com/efd139/a-danca-
naqualidade-de-vida-dos-idosos.htm. Acesso 17 ago 2015

GOBBO, Diego Emanuel. A dança de salão como qualidade de vida Para a terceira idade,
Revista Eletrônica de Educação Física. Ed. Uniandrade.

GUIMARÃES, A. C. A., SIMAS, J. P. N. e FARIAS, S. F. Dança como uma contribuição


para a qualidade de vida. Cinergis, Santa Cruz do Sul, v.4, n.1, p.29-37, jan./jun. 2003.

HASHIZUMI, M.M, SALVADOR,D.C; CRISTINA, K; BERTOCELLO, P. Dança pra


terceira idade. 2004.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em:


<http://www.ibge.gov.br> acesso em 15 fev 2015.

LIPP, M. N. Stress, hipertensão arterial e qualidade de vida: um guia de tratamento para


o hipertenso. Campinas, S.P.: Papirus, 1996.

MATSUDO, M.M. Envelhecimento e Atividade física. Londrina: Midiograf, 2001.

MOREIRA, Wagner Wey. (org). Qualidade de vida: Complexidade e educação. Campinas,


SP: Papirus, 2011.

NAHAS, M. V. Atividade física, saúde e qualidade de vida: Conceitos e sugestões para um


estilo de vida ativo. Londrina:Midiograf. (2001).

NANNI, Dionizia. Dança Educação pré-escola á universidade. 2ª ed.Rio de Janeiro: Sprint,


1995.

NETTO, M.P. História da velhice no século XX: Histórico, definição do campo e temas
básicos. In E.V. Freitas., L. Py., A.L. Néri., F.A.X. Cançado., M.L. Gorzoni, M.L e S.M.
Rocha (Eds.), Tratado de Geriatria e Gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
p.1-12, 2002.
Organização Mundial da Saúde – OMS. Guia da cidade: amiga do idoso. Genebra, Suiça:
OMS, 2008.

PINTO, Nádia Maria da Silva. A dança promovendo a melhoria da qualidade de vida das pessoas
da terceira idade. Fundação Karning Bazarian. Faculdades Integradas de Itapetininga Curso de
Educação Física. Itapetininga, São Paulo 2008.

PRADO, T.P. et. al. A terceira idade da dança. In: Produção dos acadêmicos do Centro de
Educação Física e desportos da Universidade Federal de Santa Maria no ano de 2000.
Universidade Federal de Santa Maria, 2000.

ROSA, Guilherme José. Os benefícios para a saúde dos idosos praticantes de dança de
salão na cidade de Coromandel-MG, 2012. Disponível em
<http://bdm.unb.br/bitstream/10483/5422/1/2012_GuilhermeJoseRosa.pdf> acesso em 17 ago
2015.

SCHLINDWEIN, M. M. ; CARVALHO, E. B. S. . A Concentração de Renda e a Pobreza


Rural no Nordeste Brasileiro: Uma Comparação. In: XXXIX Congresso Brasileiro de
Economia e Sociologia Rural - Competitividade e Globalização - Impactos Regionais e
Locais, 2001, Recife. XXXIX Congresso Brasileiro de Economia e Sociologia Rural -
Competitividade e Globalização - Impactos Regionais e Locais. Recife, 2001.

SILVA, A. H.; MAZO, G.Z. Dança para Idosos: uma alternativa para o exercício físico.
Cinergis. v.8, n.1, Jan/Jun. Florianópolis, SC, p.25-32, 2007.

SILVA, Fábio; MARTINS, Lenisse; MENDES, Cátia Rodrigues ds Santos. Benefícios da


dança na terceira idade. IV seminário de pesquisa e tcc da FVG no semestre de 2012-2.
Disponível em <http://fugedu.com.br/repositorio/wp-content/uploads/2015/03/BENEF
%C3%8DCIOS-DA-DAN%C3%87A-NA-TERCEIRA-IDADE.pdf> 17 de ago de 2015.

SIMÕES. R. (Qual) Idade de Vida na (Qual) Idade de Vida. In: MOREIRA.


W. W (org). Qualidade de Vida: Complexidade e Educação. 1a ed. Campinas:
Papirus, 2001.

VERAS, R. P; CAMARGO JÚNIOR, K.R. Idosos e universidade: parceria para qualidade de


vida em: R.P. Veras (org). Terceira idade: envelhecimento digno para o cidadão do futuro.
(pp 11-27). Rio de janeiro: Relume Dumará, 1995.
WRIGHT, Judy Patterson. Social dance: steps to sucess. 2ª ed. Estados Unidos: Human
Kinectis, 2003.

ZIRMEMAN, G. L. Velhice, aspectos biopsicossociais. Porto Alegre: Artmed, 2000.229p.

Potrebbero piacerti anche