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ADOMAIR DA SILVA
(ADOMAIR O. OGUNBIYI)
Humberto de Campos
2013
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ADOMAIR DA SILVA
(ADOMAIR O. OGUNBIYI)
Humberto de Campos
2013
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67 f. : Il.
ADOMAIR DA SILVA
(ADOMAIR O. OGUNBIYI)
Aprovado em / /
BANCA EXAMINADORA
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RESUMO
ABSTRACT
Public policy analysis of gender and ethnicity, relating to Afro-Brazilian population and
leadership training multipliers about the meaning of Human Rights, the black movement
(history), ethnic and Racial Issue (concepts and definitions about what is racism and its
manifestations: prejudice and racial discrimination), gender and Generational Issue. The
leadership empowerment quilombolas. Exercise of citizenship based on the actions
foreseen in the National Plan for the promotion of Racial Equality (PLANAPIR) and the
National Plan of policies for women.
Keywords: Human Rights. The black movement. Ethnic and Racial Issue. Racism. Racial
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................08
12 CONCLUSÃO..............................................................................62
REFERÊNCIAS..............................................................................64
8
1 INTRODUÇÃO
Todos são iguais perante a lei e tem direito, sem qualquer distinção, a
igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra
qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra
qualquer incitamento a tal discriminação.
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Artículo 1
A los efectos de la presente Convención, la expresión "discriminación
contra la mujer" denotará toda distinción, exclusión a restricción
basada en el sexo que tenga por objeto o por resultado menoscabar o
anular el reconocimiento, goce o ejercicio por la mujer,
independientemente de su estado civil, sobre la base de la igualdad
del hombre y la mujer, de los derechos humanos y las libertades
fundamentales en las esferas política, económica, social, cultural y civil
o en cualquier otra esfera.
Artículo 2
Los Estados Partes condenan la discriminación contra la mujer en
todas sus formas, convienen en seguir, por todos los medios
apropiados y sin dilaciones, una política encaminada a eliminar la
discriminación contra la mujer y, con tal objeto, se comprometen a:
a) Consagrar, si aún no lo han hecho, en sus constituciones nacionales
y en cualquier otra legislación apropiada el principio de la igualdad del
hombre y de la mujer y asegurar por ley u otros medios apropiados la
realización práctica de ese principio;
12
- A Lei Caó (Deputado Federal Carlos Alberto de Oliveira), Lei 7716/89, que
pune os Crimes de Racismo, fruto das reivindicações históricas do
Movimento Negro;
- A Convenção 169 da OIT, de 7 de junho de 1989, que prevê:
1
Adota-se a preocupação com a dimensão de gênero da linguagem verbal para, criticamente, libertar
nosso texto do “[...] monopólio masculino da língua e produção do conhecimento” conforme posição de
Peter McLaren (1997) e Guacira Lopes Louro (1999), entre inúmeros(as) autores(as).
15
ser um desvio e/ou uma visão equivocada quanto aos reais significados de racismo,
discriminação e preconceito raciais, elaboramos o presente trabalho objetivando
contribuir no processo do fortalecimento da consciência negra tão necessária para se
reagir à violência racial, a qual ao longo dos séculos vem de forma genocida,
massacrando negras(os), desde África até toda sua Diáspora.
16
2
Casa de festa e de reuniões onde a comunidade costuma tomar decisões.
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3
Somente uma comunidade, Santa Joana, no território de Santa Maria dos Pretos, contava com escola
que oferecia condições ideias para receber condignamente alunas(os) e professoras(es). No entanto,
nesta escola a água utilizada é salobra.
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(*) O projeto de Escola Quilombola foi aprovado pela Fundação Palmares, contudo, o mesmo, segundo
informação das(os) membros da comunidade, encontra-se engavetado há 4 anos, pela prefeitura que tem
problemas na documentação.
(**) Da 6º a 9º ano, do ensino fundamental as(os) 17 alunas(os) são atendidas(os) na Escola Municipal
Coronel José Firmino Gomes, situada no Povoado de Leite, (9k distante de Santa Helena).
Transportadas(os) por uma Kombi alugada pela prefeitura.
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4
Este vocábulo tem origem, conforme o “Dicionário Básico Latín-Español/Español-Latín”, Barcelona,
1982, no termo resilio que significa voltar atrás, voltar de salto, ressaltar. O termo foi adaptado para as
ciências sociais para caracterizar aquelas pessoas que, apesar de nascerem e viverem em situações de
alto risco, se desenvolvem psicologicamente sãs e exitosas. (Rutter, 1993). Provavelmente a resiliência,
enquanto realidade humana seja tão antiga como a própria humanidade. Afinal de contas, tem sido a
única forma de sobrevivência para os pobres e oprimidos. Neste rol, logicamente, estão incluídas as
populações não-brancas, às quais não foi dada outra alternativa senão dar prova de resiliência. A
Resiliência tem como variáveis: Autoestima - É a valoração que as pessoas têm de si (sentimentos e idéias)
a partir de seu auto conhecimento e com influência das relações pessoais/meio físico e sócio cultural. A
auto-estima é um componente basicamente emocional e valorativo, muito importante na formação da
personalidade e está diretamente ligada ao auto-conceito. Auto-Conceito é a imagem que a pessoa tem
de si (como percebe suas capacidades, habilidades, qualidades e limitações) e a Auto-Estima é o valor que
a pessoa faz desta imagem; Autonomia - É definida como a capacidade da pessoa (criança, adolescente,
adulto/a) de decidir e realizar independentemente ações em consonância com suas intenções e
possibilidades; Criatividade - É a capacidade para transformar/construir palavras, objetos e ações, em algo
inovador e/ou da maneira de maneira inovadora em relação aos padrões de referência de seu grupo; e,
Humor - É uma capacidade manifestada por palavras, expressões corporais e faciais que contém
elementos incongruentes e hilariantes com efeito tranquilizador e prazeroso para si e os/as outras/os
(Ogunbiyi, 2004, p. 11).
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5 O QUE É RACISMO?
[...] para se combater uma ideia é necessário que todos, ou larga maioria, compreendam como
e porque a ideia é errada.
SAMORA MACHEL
Uma das soluções sugeridas para ser adotada foi definida pelo Dr.
Renato Kehl, presidente da Comissão Central Brasileira de Eugenia e
membro do Conselho Executivo da Liga Brasileira de Higiene Mental,
foi baseada na tese de Galton: reduzir ou eliminar [...] os subnormais
e anormais [...] promover a união conjugal dos eugenizados.
Dentre as aberrações encontramos um modelo nazista de Ernani
Lopes que reivindicava: a) Tribunais de eugenia, para estabelecer
quem tem o direito a filhos. Polícia do sexo. O Estado determina quem
pode e deve gerar descendência. b) Reforma eugênica dos salários. Os
5
Indivíduo dos huronianos, povo “indígena” que pertencia à confederação de etnias ligadas à família
iroquesa, e que habitava a região entre os lagos Horun, Erié e Ontário.
29
“A teoria dos direitos humanos assegura àqueles que são vítimas de uma
opressão o direito de liquidar com ela”, neste sentido, nada mais legitimo que a
organização das populações negras no combate à sua exploração e opressão.
6
O Bloco Afro Olodum, foi criando em 25.04.1979, na cidade Salvador, Bahia.
7
Vovô (Antonio Carlos dos Santos) afirma “na Bahia, nós conseguimos que branco no Ilê Aiyê, só
convidado”. Prática X Produção – Uma reflexão sobre os estudos da cultura negra no Brasil hoje. ASESP –
Associação dos Sociólogos do Estado de São Paulo, p. 91, 1983.
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8
O direito de resposta foi concedido pelo Ombudsman da Folha de São Paulo, Marcelo Leite, e publicado
no Painel do Leitor, Caderno 1, página 3, no dia 19 de novembro de 1995.
9
Termo pejorativo utilizado a princípio para designar espanhóis que não pertenciam à corte,
particularmente, nascidos nas Américas. Posteriormente, o termo foi repassado aos portugueses e,
finalmente, foi impingido aos povos negros, no Brasil.
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Enunciado parcial do Direito de Resposta. Texto disponível em:
http://quexting.di.fc.ul.pt/teste/folha95/FSP.951119.txt - 250k
11
Louis Farrakhan é o atual líder do grupo negro estadunidense Nation of Islam.
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12
Quando Sartre dizia “racismo anti-racista” subliminarmente estava
afirmando a criação de um racismo para se combater outro. Esta assertiva é consciente/
inconscientemente uma excrescência, haja vista que ignora o conceito de racismo. E, ao
mesmo tempo, poder ser considerada uma assertiva quase criminosa, pois reproduz um
pensamento errado e politicamente incorreto. Racismo é um “sistema que afirma
superioridade de uma raça sobre outra”, e na negritude13 está expressa um resgate de
identidade/consciência/dignidade suprimidos ao povo negro/africano, desde África até
toda a sua Diáspora.
12
Jean-Paul Sartre (1905-1980) filósofo francês, autor do livro Reflexões sobre o Racismo.
13
Em 1936, Aimé Césaire define-a “como uma revolução na linguagem, na literatura que permitia reverter
o sentido pejorativo da palavra negro para dele extrair um sentido positivo” (BERND, 1984, p. 14).
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Oscar Amaral Neto15, 17 anos, negro, bem despigmentado, adotado por uma
família de “brancos” desde seu nascimento, constantemente, era ofendido por adultos
e crianças (incitadas pelos pais), inconformados com sua presença num conjunto de
prédios residenciais, no bairro Baeta Neves, em São Bernardo do Campo. O casal que o
adotou, ainda nos primeiros dias de vida, não conseguia ter filhos, e não percebeu que
Oscar era negro, dada sua despigmentação nos primeiros dias de vida. Contudo, o casal
criou-o de maneira igual ao irmão e a irmã que nasceram anos após sua adoção. Os/as
discriminadores/as, terroristamente, faziam direta e indiretamente ameaças por
telefone e chegaram ao absurdo de enviar carta anônima com letras recortadas de
jornais, onde havia os seguintes dizeres:
14
Os estudos de Caso apresentados são retratos de fatos vivenciados/presenciados/compilados pelo
autor para demonstrar como se dão as relações étnico-raciais, no Brasil, e, tem como objetivo demonstrar
como são extemporâneos.
15
Caso registrado através do Boletim de Ocorrência nº. 993/93, no 1º Distrito Policial de São Bernardo do
Campo, São Paulo, no dia 10/02/93, apresentado e acompanhado pelo MNU/SBC. Publicado no Diário do
Grande ABC nos dias 11 e 12 de Fevereiro de 1993; noticiado na Rádio CBN, no dia 12/02/93 e no Jornal
Record / Regional, em 13/02/93.
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proeminentes, para as mulheres negras. Essas imagens são reproduzidas, também, nos
meios de comunicação (TV, Cinema, Revistas e Jornais) que procuram mostrar o negro
como sinônimo de: “trombadão”, bêbado, indolente e “macumbeiro”, etc.
A utilização desses e outros estereótipos estabelecem a “atitude negativa
adotada por uma pessoa ou um grupo de indivíduos” que se consideram como ponto
positivo de comparação visando inferiorizar-nos para justificar a exploração e opressão.
Ilustrando, apresentamos alguns casos:
1) Em 12/01/1989, O Jornal Notícias Populares, em sua página de número 7,
registrava, através de uma matéria assinada por Sônia Abrão, o seguinte:
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Termo extremamente pejorativo que significa “cruzamento de mula com cavalo ou jumento com égua”
que traduzimos em cruzamento de raça superior com raça inferior, logo a origem etimológica da palavra
é racista e ofende negras(os) menos pigmentadas(os) conscientes de sua negritude (JESUS, 1993).
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que se encontravam a seu lado, como Renato Aragão, e mais ainda ao seu
companheiro, Antônio Carlos Bernardes Gomes, o Mussum (1941 - 1994).
3) O jornalista Antônio Stélio, em sua coluna na Gazeta Ilustrada, do Rio
Branco, Acre, no dia 23/08/1991, teve, conforme têm inúmeros racistas de
plantão, a infeliz idéia de em matéria denominada “Aperto anti-racista - O
Preto”, reproduzir frases e dísticos que denotavam e conotavam
preconceito racial, como:
“Qual a diferença entre o preto e o câncer?
- O câncer evolui".
O Movimento Negro Unificado – MNU, de Brasília e Movimento dos Direitos
Humanos de Rio Branco entraram com um processo contra o jornalista.
4) Na folha de São Paulo, de 17.10.94, Folhateen, caderno 6, página 4,
encontramos outra pérola do preconceito racial nos quadrinhos “Los 3
Amigos”- Banco Nacional de Mulheres de Marisales, assinado por Angeli,
Laerte, Glauco e Adão. Alguns dos chargistas citados são notórios por suas
posições de vanguarda, no período da ditadura militar, contudo, escorregam
quando a questão do “humor” deprecia a raça negra. Aqui localizamos a
“indignação narcísica” termo cunhado pela doutora em psicologia social
Maria Aparecida Silva Bento (2002, p. 29).
Este tipo de “humor” é desqualificado, também, pela Resiliência que
entende como indicador de humor “a capacidade manifestada por palavras,
expressões corporais e faciais, entre outras, que contém elementos
incongruentes e hilariantes com efeito tranquilizador e prazeroso para si e
os/as outras/os” (OGUNBIYI, 2004, grifo nosso).
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17Foram apuradas 874 denúncias dos telespectadores desde outubro do ano de 2008, seja pelo site
www.eticanatv.org.br, ou pelo Disque Câmara (0800 619 619).
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Descaracterização através da perda de cor até ficar branco.
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19
Filosofia social, biológica e cultural, uma atitude ou/e um sistema social que propõe a existência, o
respeito e a preservação de todas as raças.
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Nós apresentamos a outra face tantas vezes que agora nada mais resta que possamos oferecer.
Oliver Tambo
Eu não sou racista [...] Mas desde que vim para cá, sinto no ar um
movimento constante para me tornar racista. E quem me empurra
para este buraco é a maioria dos negros americanos; aqueles que não
cumprimentam brancos, não falam com brancos, evitam o contato,
não olham na cara e não respondem às perguntas.
o branco. Por isso, não procura no outro, no branco, sua autoestima e autoconfiança.
Esta independência, autonomia e altivez incomodam os “brancos brasileiros” mal
acostumados por serem paparicados por muitos(as) negros(as) e/ou afro-brasileiros(as).
Portanto, não serão os africano-americanos que irão empurrar o Marcelo Rubens Paiva
a se tornar racista, suas matérias para a Folha de São Paulo, principalmente as dos dias
07 de novembro de 1994 e em 06 de fevereiro de 1995, externam a subjetividade de
suas manifestações, haja vista que negam inclusive o direito aos povos historicamente
oprimidos e explorados de reagirem. E, neste caso não cumprimentar, não falar, evitar
o contato, não olhar na cara e não responder perguntas de um branco é direito de
toda/o e qualquer negra/o consciente e isto não o torna “racista”.
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20
Segundo Neusa Santos Souza, em Tornar-se Negro, é do “branco, proprietário do lugar de referência, a
partir do qual o negro será definido e se autodefinirá” (1983, p. 26).
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como alienado(a) uma vez que utiliza como ponto positivo de referência os valores do
sistema, das classes dominantes.
A discriminação, no Brasil, também é passível de ocorrer no mesmo grupo
étnico-racial como consequência daqueles valores introjetados, do outro (o branco),
com relação aos seus afins, mesmo assim não há possibilidade de existir discriminação
racial ipso facto, já que as restrições, exclusão ou preferências que tem como objetivo
ou efeito anular o reconhecimento, gozo ou exercício de direitos humanos e liberdades
fundamentais no domínio político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro
domínio da vida pública, são herança da sociedade escravocrata para manutenção da
hegemonia branca, nas relações inter-raciais. O negro, alienado, fruto de uma sociedade
doente, só reproduz o que as classes dominantes – o sistema – produzem. Sistema este
ao qual ele não pertence e, principalmente, porque não há a delimitação de grupos
étnicos e etnias entre negros, na sociedade brasileira.
Preconceito
1) A letra da música “Fricote”21, de autoria de Paulinho Camafeu, cantada
por Luiz Caldas, ambos negros despigmentados, tocada de norte a sul do Brasil, tem
todo um conteúdo repleto de estereótipos racista e machista. Sua veiculação
reproduziu e ratificou o senso comum, ou seja, o “modo de pensar espontâneo, sem
rigor crítico, sem demonstração da verdade de nossos conceitos”, entretanto tal música
foi criada e cantada por negros(as) que introjetaram os estigmas e estereótipos
preconceituosos contra a sua raça/etnia, assim como contra as mulheres, senão
vejamos alguns trechos:
21
A Professora Drª. Maria de Lourdes Teodoro aborda com propriedade a questão da identidade negra
em seu livro “Fricote - Swing”, editado em 1986 - Editora Thesaurus.
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Em primeiro lugar a raça/etnia negra pode ter o cabelo crespo ou não. Isto
vai depender da região de origem em África, na Austrália ou ainda, no Brasil, do grau de
mistura. A letra da música reproduz também o estereótipo de que negro ou negra são
desleixados, pois “não gosta de pentear” o cabelo, o que é uma inverdade. Penteamos,
trançamos, fazemos “dreads”, etc.
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A mestra em educação Ilma Fátima de Jesus costuma brincar com suas/seus interlocutoras/es
perguntando-lhes: “O que meu cabelo fez de mal para vocês chamá-lo de ruim”.
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a sua catinga
quase me desmaiou
olha não aguento
o grande seu fedor
[...]
essa nega fede!
fede de lascar
bicha fedorenta
fede mais
que um gambá.
Neste sentido, podemos aferir que os dois casos se enquadram no “do mito
negro construído a expensas de uma desvalorização sistemática dos atributos físicos do
sujeito negro”. E, parafraseando, Freire Costa, é com desprezo, deboche, vergonha ou
hostilidade que os autores/cantores referem-se ao “cabelo duro” da “nega que não
gosta de pentear”, ao “negão” que “começa a gritar”, ao “cabelo dela que parece
55
Discriminação
1) Depoimento: Maria José Silva
ter preferências. Assim, no Brasil, o poder é controlado por uma classe dominante
composta por brancos e é quem pode discriminar racialmente o negro.
Em consequência disto porteiros, seguranças, vigias,
recrutadoras(es)/selecionadores(as) de pessoal negras(os) podem até reproduzir
comportamentos discriminadores devido sua posição de submissão/obediência a
comandos de síndicos, chefias, gerencias, etc. que representam e detém o poder
recusar, negar ou impedir acesso, ingresso, atendimento, etc. Estes(as) agentes
reproduzem a discriminação manifesta através do racismo contido na instituição.
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Cotejando a lei observa-se que ela está aquém do desejado, pois carece de
tipificação, fora dos marcos neoliberais, quanto aos conceitos de racismo, discriminação
racial, preconceito racial e, o pior ainda é, que impõe à vítima o ônus da prova.
Urge um trabalho pertinaz na busca de obtenção de espaços no poder, para
que alcancemos as reais condições e assim garantirmos com que leis contra o racismo e
suas manifestações: o preconceito e a discriminação raciais tenham eficácia e atinjam
suas finalidades.
61
12 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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66
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TAGUIEFF, Pierre-André. Uma Corrida Inglória. São Paulo: Abril. Super Interessante -
março/93.