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A censura fake de Caetano Veloso e Caio Blat vai ao

Supremo Tribunal Federal


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O artista Caetano Veloso participa da audiência pública sobre liberdade de expressão


artística, cultural e de comunicação.| Foto: Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF
Por Jones Rossi

[06/11/2019] [17:29]

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O americano Chris Burden revolucionou o mundo das artes contemporâneas. Quando
ainda era estudante, na década de 1960, fez sua primeira performance ao se trancar
dentro de um armário minúsculo por cinco dias. Anos depois, ganhou notoriedade ao se
deixar atingir por um tiro de fuzil no braço, levantando um debate sem fim sobre o que é
arte.

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A discussão sobre os méritos artísticos de Burden continua até hoje — para saber mais,
vale a pena conferir o documentário ‘Burden’, de 2016, disponível no Netflix. O que não se
discute é a coragem de Chris, que abriu seu caminho para o estrelato artístico com
criatividade e performances nas quais arriscava a própria vida. Se isso é arte ou não, os
críticos que decidam.

No Brasil, mais especificamente em Brasília, a coragem está em falta. Cantores, atores,


produtores e toda sorte de personalidades do meio cultural fizeram uma romaria até o
Supremo Tribunal Federal para denunciar a terrível censura em vigor sob o atual governo.
Você provavelmente não sabia que isso estava acontecendo, mas Caetano Veloso, Luís
Carlos Barreto, Caco Ciocler (quem?), Caio Blat e outros menos famosos querem que você
acredite nisso.

O evento que reuniu a nata da cultura brasileira foi uma audiência pública realizada nesta
segunda-feira (04) no STF, por causa de uma ação feita pelo partido Rede Sustentabilidade
para “discutir medidas do governo que impõem novas formas de censura”, como andaram
divulgando por aí.

Por mais que os supracitados queiram que a coisa toda seja retratada com ares heroicos,
como se fossem paladinos da liberdade de expressão lutando contra uma ditadura
malvadona, no fundo a questão se resume ao vil metal: grana, tutu, bufunfa, verdinhas,
dinheiro. A peregrinação dos baluartes da arte tupiniquim tinha o objetivo de reclamar da
medida do governo Bolsonaro que transferiu o Conselho Superior do Cinema do
Ministério da Cidadania para a Casa Civil.

Caco Ciocler (duplo ‘quem?’) disse à Folha de S. Paulo que “por mais que exista uma
Constituição que garanta a não censura, não é à toa que estamos aqui reunidos. É porque
em algum lugar estamos sentindo a censura na prática”, afirmou o ator. Existe, de acordo
com ele, uma “sensação real, concreta, da classe artística de que existe um movimento
muito ligado a uma questão de valores cristãos”.

Caetano se disse preocupado com a liberdade de expressão, “porque existe essa ameaça,
meio vaga, mas muito repetida, de não aceitação, através da retirada de subsídios ou de
possibilidades de realização de projetos.”

Deixei o melhor para o final. O ator Caio Blat se saiu com esta: “Noventa e nove por cento
de ‘Grande Sertão: Veredas’ é um romance homoafetivo. Guimarães Rosa talvez não
poderia desenvolver a maior obra-prima da literatura brasileira se ele dependesse desse
edital [do governo].”

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A ideia de que Guimarães Rosa precisasse de um edital do governo para escrever ‘Grande
Sertão: Veredas’ é tão risível, tão estapafúrdia, que eu atribuo tamanho disparate a anos
de dinheiro fácil fluindo do bolso dos pagadores de impostos para os artistas mais ricos
do País. Quando a torneira secou, bateu o desespero, levando pessoas inteligentes (como
acredito ser o caso de Caio Blat) a falar sandices.

Mais uma vez, é bom reforçar, a questão por trás dessa falsa luta pela liberdade de
expressão é o dinheiro. Blat não foi censurado. Mas como o governo ainda não liberou a
verba para seu projeto de filmar o livro, ele disse que “a censura já está instalada neste
país. De forma velada, de forma imunda, agora o que se está fazendo é uma limpeza
ideológica velada, tentando excluir os mais fracos, excluir a diversidade.”

Na falta de uma censura de verdade, os artistas brasileiros resolveram criar uma para
chamar de sua. São os falsos mártires de uma falsa ditadura.

Se Caio Blat quiser transformar ‘Grande Sertão: Veredas’ em filme com seus próprios
recursos ou com o de um mecenas, não será impedido, não sofrerá censura. Chris Burden
tomou um tiro pela sua arte. Caio Blat e companhia só precisam abrir mão do dinheiro
público.

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