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RESUMO
A proposta que buscaremos desenvolver neste artigo mostrará que as paixões (páthe)
podem vir das sensações e dos discursos como a poesia, que levam às opiniões e
crenças pautadas no contato do povo grego com suas tradições. De acordo com esses
termos precisaremos tentar reabilitar o sensível e as aparências (phainómena) que
percebemos através dele para esboçar uma genealogia das paixões, especificamente
das paixões trágicas: medo (phóbos) e piedade (elleinós). Portanto, para cumprir o
proposto nos remeteremos à necessidade de restabelecer a credibilidade dos
phainómena. Essa reabilitação será proposta pela descrição do que chamamos de
“método aristotélico”. Este dá lugar às opiniões e às crenças, fazendo delas um
primeiro passo para a pesquisa filosófica. Deste modo, as propostas expressadas nos
discursos dos sábios gregos e as propostas da dóxa (opinião) serão analisadas. O que
faz com que nossa investigação se concentre na forma discursiva (oral ou escrita) de
transmissão de conhecimentos. Em seguida assinalaremos brevemente a importância
de se eleger um discurso que não se contradiga, a fim de fazer valer sua veracidade. A
coerência é fundamental também para que aqueles que se comunicam possam se
entender. Esta é necessária também para que se elabore um juízo correto sobre a
situação ou sobre a questão a ser julgada. Assim, poderemos concluir que as
aparências demonstradas e transmitidas por meio de opiniões e crenças podem
mesmo ser expressas pelas diversas formas de discurso que um orador apresenta a
uma audiência. Ao tentar persuadir, o orador se vale das paixões dos espectadores,
que são fundamentadas em suas tradições, levando-os a formar juízos favoráveis ou
desfavoráveis quanto ao assunto que lhes é apresentado e a reconhecer e aceitar as
diferenças entre os homens.
∗
Aluna do programa de doutoramento em Estudos Clássicos da Universidade de Coimbra. Professora
Assistente na Universidade Federal do Tocantins. E-mail: jusantanaa@hotmail.com.
O trecho acima nos leva a crer que a reação que cada espectador apresenta
diante de um espetáculo seja mesmo sinal de suas disposições de caráter.
1
Observe-se que na tradição filosófica que precede Aristóteles (especialmente na filosofia platônica), as
aparências eram sinônimos de falsidade, eram opostas ao que se tomava por realidade. A verdade
estaria oculta, e por isso a opinião dos homens finitos e mortais não serviria como prova
contundente, sequer como testemunho ou paradigma da verdade.
2
A procura Aristotélica da verdade a partir do aparente é a tese defendida por Nussbaum em seu The
Fragility of Goodness.
3
Esse método é originalmente proposto na intenção de averiguar o estatuto da akrasía. Cf. EN 1145b20.
4
O que leva à necessidade do princípio da não-contradição. Todavia, aprofundar este ponto está fora
dos objetivos da nossa pesquisa.
Conclusão
Referências Bibliográticas
ARISTÓTELES. Poética. In: Col. “Os Pensadores”. Trad. Eudoro de Souza. São Paulo:
Abril Cultural, 1979.
______________. Metafísica. Trad. do italiano por M. Perini. São Paulo: Loyola, 2002.
____________. Retórica das Paixões. (edição bilíngüe) Trad. Isis Borges B. da Fonseca.
São Paulo: Martins Fontes, 2003.