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PRODUÇÃO INTEGRADA EM ACTINÍDIA

Módulos:

- A Proteção Integrada(PI) e a Produção Integrada (PRODI)


- Aplicação de produtos fitofarmacêuticos (p.f.)
- Armazenamento e transporte seguros de produtos
fitofarmacêuticos
- Fertilidade do Solo e Nutrição das Culturas
- Técnicas de diagnóstico do estado de nutrição das
culturas
- Métodos de diagnóstico do estado de nutrição da cultura
com base na análise de material vegetal
- Fertilização racional
- Fertilizantes: Adubos e Correctivos
- Controlo e certificação de produtos agrícolas

Formador: João António Silva Oliveira

Outubro de 2012

Formador: João Oliveira 1/97


Índice Página

Capítulo 1 – A Proteção Integrada(PI) e a Produção Integrada


(PRODI) 3

Capítulo 2 – Aplicação de produtos fitofarmacêuticos (p.f.) 31

Capítulo 3 – Armazenamento e transporte seguros de produtos


fitofarmacêuticos 53

Capítulo 4 – Fertilidade do Solo e Nutrição das Culturas 64

Capítulo 5 – Técnicas de diagnóstico do estado de nutrição das


culturas 76

Capítulo 6 – Métodos de diagnóstico do estado de nutrição da


cultura com base na análise de material vegetal 80

Capítulo 7 – Fertilização racional 82

Capítulo 8 – Fertilizantes: Adubos e Corretivos 90

Capítulo 9 - Controlo e certificação de produtos agrícolas 95

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Capítulo 1 – A protecção integrada (PI) e produção integrada (PRODI)

 A história da Protecção Integrada (PI) está intimamente ligada à evolução dos


pesticidas, passando-se de um uso extremamente reduzido nos finais do século XIX,
para a utilização indiscriminada que teve o seu início com o fim da 2ª Guerra Mundial.

 É de facto com a descoberta em 1939, por parte de P. MULLER e das propriedades


insecticidas do DDT que se dá o “boom” da indústria de pesticidas. Além do DDT,
durante a 2ª guerra mundial foram ainda descobertas outras moléculas de pesticidas,
por via da síntese química de compostos orgânicos. Entre estes, destaca-se o
insecticida HCH, o fungicida ZINEBE e os herbicidas 2,4 – D e o MCPA.

 O efeito espectacular sobre as culturas teve como consequência o uso indiscriminado


dos pesticidas. Este uso indiscriminado dos pesticidas teve como principais
consequências os desequilíbrios biológicos, sendo referenciadas novas pragas até
então desconhecidas como o aranhiço vermelho (Panonychus ulmi KOCH).

 O exemplo mais paradigmático deste uso indiscriminado dos pesticidas, é o colapso da


cultura do algodoeiro em certas regiões do México, Peru, El Salvador, Austrália e
Nicarágua, onde se chegaram a realizar 10, 20 e até em casos extremos 60
tratamentos num ciclo cultural, com insecticidas do tipo paratião.

 Como consequência na região Nordeste do México os campos de cultura foram


abandonados, a indústria encerrou a sua actividade, os trabalhadores agrícolas foram
forçados a emigrar, e toda a actividade económica e sociológica da região foi
gravemente afectada.

 A partir daqui começam a surgir as primeiras vozes discordantes, tendo o seu epílogo
com a publicação em 1962, do livro Silent Spring de Raquel Carson, escrito com paixão
e, talvez por isso, incluindo argumentação sem fundamento científico, mas em que a
autora denuncia o futuro com Primaveras silenciosas resultantes da acção destruidora
dos pesticidas relativamente às aves.

 Com este livro, e a partir do movimento por ele provocado na população dos Estados
Unidos da América (EUA), o presidente Kennedy, emana directivas no sentido de se
tornarem mais exigentes os regulamentos de fiscalização de novos pesticidas.

 No fim do século XIX em Portugal, com a importação de um insecto, a vedália (Rodolia


cardinalis) para combater outro insecto, uma cochonilha, a icéria (Icerya purchasi) nos
pomares de citrinos da região de Algés, foi referenciado como o primeiro grande
sucesso de luta biológica da Europa.

 Em 1977 a OILB/SROP divulga um documento da autoria de cinco cientistas de


renome, que fica conhecido pelo nome de declaração de OVRONNAZ e que faz o
apelo:

“Para a produção agrícola integrada através da protecção integrada.”

 É com este documento em que se faz uma análise da situação vigente e se


preconizam as futuras orientações da protecção das plantas, que se inicia a PI.

 Em Portugal, a implementação deste modo de Produção foi-se fazendo muito


lentamente, primeiro com a criação do Laboratório de Fitofarmacologia, depois com o
Sistema Homologação dos Produtos Fitofarmacêuticos e finalmente, e também muito
importante, foi a implementação do Sistema Nacional de Avisos.

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 Com o aparecimento dos Sistemas de Avisos Agrícolas surge uma nova fase para a
Protecção das Plantas, a Luta Química Aconselhada, em que a decisão do Agricultor
bem como a utilização e períodos de tratamento é influenciada pelos Técnicos dos
Serviços de Avisos.

 Ao longo dos anos verificou-se a evolução dos métodos do SNAA e no final da década
de 70, surgiram os “Esquemas Tipo de Tratamentos”. Estes esquemas baseiam-se na
identificação dos inimigos da cultura, períodos de actividade, produtos
fitofarmacêuticos de acordo com características biológicas e indicação sobre
oportunidade de tratamentos.

 Na década de 80, teve início a Monitorização da evolução das pragas (aplicações de


armadilhas sexuais, observações de posturas, etc.) com vista ao fornecimento de
informações precisas aos Produtores, essenciais para a aplicação de produtos
fitofarmacêuticos.

 O ponto máximo desta evolução deu-se em 1992 com a publicação no âmbito das
Medidas Agro–Ambientais da nova Política Agrícola Comum (PAC), o REG. CEE.
2078/92.

 Este regulamento disponibiliza importantes meios financeiros para o fomento da PI.

 A protecção integrada consiste na avaliação ponderada de todos os métodos de


protecção das culturas disponíveis e a integração de medidas adequadas para diminuir
o desenvolvimento de populações de organismos nocivos e manter a utilização dos
produtos fitofarmacêuticos e outras formas de intervenção a níveis económica e
ecologicamente justificáveis, reduzindo ou minimizando os riscos para a saúde humana
e o ambiente, privilegiando o desenvolvimento de culturas saudáveis com a menor
perturbação possível dos ecossistemas agrícolas e agro-florestais e incentivando
mecanismos naturais de luta contra os inimigos das culturas. Decreto-Lei n.º 256/2009
de 24 de Setembro.

A protecção integrada rege-se pelos seguintes princípios básicos:

1) Implementação de medidas visando a limitação natural dos inimigos das culturas com
vista a prevenir ou evitar o seu desenvolvimento;

2) Redução, ao mínimo, das intervenções fitossanitárias nos ecossistemas agrícolas e


agro -florestais;

3) Utilização de todos os meios de luta disponíveis, integrando -os de forma harmoniosa e


privilegiando, sempre que possível, as medidas indirectas;

4) Recurso aos meios de luta directos, nomeadamente o uso de produtos


fitofarmacêuticos, quando não haja alternativa;

5) Selecção dos produtos fitofarmacêuticos em função da sua eficácia, persistência, custo


e efeitos secundários em relação ao homem, aos auxiliares e ao ambiente.

6) A utilização de auxiliares em certas culturas e para determinadas pragas, cuja eficácia


se revele determinante, deve ser fomentada com largadas de auxiliares ou com a
introdução de órgãos de outras plantas;

7) A realização de tratamentos contra os inimigos das culturas, em particular, os agentes


patogénicos, deve ter por base os métodos de previsão ou os modelos de
desenvolvimento dos inimigos das culturas, preconizados pelo Sistema Nacional de
Avisos Agrícolas (SNAA);

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A protecção fitossanitária das culturas rege-se pelos 5 princípios enunciados anteriormente
e tem por base a estimativa do risco, o nível económico de ataque, a selecção dos meios de
luta e a tomada de decisão, nos termos seguintes:

1) A tomada de decisão baseia -se na análise global da estimativa do risco, na referência


a níveis económicos de ataque e na selecção dos meios de protecção, de modo a
fornecer uma decisão fundamentada sobre a indispensabilidade de intervenção, os
meios de luta a adoptar, privilegiando a integração dos meios de luta cultural, genética,
biológica e biotécnica e a selecção dos produtos fitofarmacêuticos, se for o caso;

2) A utilização de auxiliares em certas culturas e para determinadas pragas, cuja eficácia


se revele determinante, deve ser fomentada com largadas de auxiliares ou com a
introdução de órgãos de outras plantas;

3) A realização de tratamentos contra os inimigos das culturas, em particular, os agentes


patogénicos, deve ter por base os métodos de previsão ou os modelos de
desenvolvimento dos inimigos das culturas, preconizados pelo Sistema Nacional de
Avisos Agrícolas (SNAA);

4) O uso de produtos fitofarmacêuticos apenas pode ter lugar quando atingido o nível
económico de ataque ou, quando este não tenha sido estabelecido a nível nacional,
seja devidamente justificado o seu uso face à importância e extensão dos estragos ou
prejuízos causados pelo inimigo a combater;

5) Apenas podem ser aplicados produtos fitofarmacêuticos homologados em Portugal e


que constem da lista de produtos fitofarmacêuticos permitidos em protecção integrada
da cultura ou grupos de culturas em causa.

Em cada parcela homogénea em protecção integrada deve proceder-se ao registo no caderno


de campo, devidamente datado, das intervenções fitossanitárias e outras práticas culturais, de
forma a garantir a rastreabilidade e a qualidade da protecção fitossanitária.

A produção integrada é um sistema agrícola de produção de alimentos e de outros produtos


alimentares de alta qualidade, com gestão racional dos recursos naturais e privilegiando a
utilização dos mecanismos de regulação natural em substituição de factores de produção,
contribuindo, deste modo, para uma agricultura sustentável.

Decreto-Lei n.º 256/2009 de 24 de Setembro

A produção integrada tem por base os seguintes princípios:

1) Regulação do ecossistema, importância do bem–estar dos animais e preservação dos


recursos naturais;

2) Exploração agrícola no seu conjunto, como a unidade de implementação da produção


integrada;

3) Actualização regular dos conhecimentos dos agricultores sobre produção integrada;

4) Manutenção da estabilidade dos ecossistemas agrários;

5) Equilíbrio do ciclo dos nutrientes, reduzindo as perdas ao mínimo;

6) Preservação e melhoria da fertilidade intrínseca do solo;

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7) Fomento da biodiversidade;

8) Entendimento da qualidade dos produtos agrícolas como tendo por base parâmetros
ecológicos, assim como critérios usuais de qualidade, externos e internos;

9) Protecção das plantas tendo obrigatoriamente por base os objectivos e as orientações


da protecção integrada;

10) Minimização de alguns dos efeitos secundários decorrentes das actividades agrícolas.

1) O exercício da produção integrada inicia-se com a elaboração de um plano de


exploração, que descreve o sistema agrícola e a estratégia de produção, de forma a
permitir a execução de decisões fundamentadas e assentes nos princípios da produção
integrada.

2) O plano de exploração deve encontrar-se na posse do agricultor, do qual devem


constar os elementos referentes ao sistema agrícola e à estratégia de produção,
designadamente:

a. O diagnóstico do sistema de produção;

b. A escolha fundamentada de práticas de preservação dos recursos naturais,


nomeadamente do solo, da água e da biodiversidade;

c. A escolha de culturas e cultivares;

d. A decisão da qualidade do material de propagação;

e. A eleição do local e rotação das culturas;

f. A selecção das técnicas culturais;

g. A estratégia de fertilização;

h. A estratégia de protecção das plantas e de rega;

3) No que respeita à componente vegetal são aplicadas técnicas culturais que


estabeleçam um adequado equilíbrio entre a localização da cultura, a variedade ou
cultivar e o sistema cultural, de modo que seja possível obter -se uma produção
equilibrada em termos de qualidade e quantidade, devendo obedecer aos seguintes
critérios:

a) O material destinado à plantação ou sementeira deve ser certificado de acordo com as


normas oficiais em vigor, garantindo, nomeadamente, a sua homogeneidade e estado
sanitário;

b) A densidade de plantação ou sementeira deve ser adequada às características edafo-


climáticas da região;

c) As culturas permanentes devem ser podadas de modo a obter -se um desenvolvimento


uniforme e equilibrado, assegurando uma boa utilização do espaço, que permita
produções regulares, maximizando a utilização da radiação solar e simplificação das
operações culturais.

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4) A estratégia de fertilização e rega deve ser orientada para a nutrição adequada das
culturas, corrigindo eventuais carências e evitando excessos minerais, de forma a
proporcionar produções de elevada qualidade e a preservação do ambiente, devendo
ter em conta, nomeadamente:

a) A capacidade do solo para disponibilizar à cultura os diversos nutrientes de que ela


necessita;

b) A satisfação das necessidades nutritivas das culturas para níveis de produção


previsíveis em função do potencial genético da cultura, da fertilidade do solo e da
possibilidade de assegurar a correcta execução das restantes operações culturais;

c) As características do solo e as condições meteorológicas prevalecentes, de forma a


obter a sua melhor eficácia e a reduzir os riscos de perdas em prejuízo do ambiente, as
quais influirão na escolha:

i) Dos tipos de fertilizantes, das épocas e técnicas da sua aplicação;

ii) Das técnicas de regadio e das dotações de rega;

d) Deve estabelecer-se, para a exploração agrícola, um plano de fertilização e um plano


de rega, por parcela homogénea e cultura, no caso das culturas perenes, ou por
rotação, no caso das culturas anuais, no qual são definidos de forma objectiva os tipos,
as quantidades, as épocas e as técnicas de aplicação dos fertilizantes e água, os quais
devem ser revistos periodicamente em função das análises de solo e de água e,
sempre que necessário e conveniente, da análise da planta;

e) Os fertilizantes a aplicar devem obedecer às normas legais vigentes, devendo, em


especial, ser isentos ou possuir teores muito baixos de metais pesados ou de outras
substâncias perigosas para o ambiente, e ser apenas usados fertilizantes com
micronutrientes quando a sua necessidade for tecnicamente reconhecida.

5) A protecção fitossanitária das culturas em produção integrada rege-se pelos princípios


da protecção integrada.

6) Em cada exploração agrícola em produção integrada deve proceder -se ao registo, no


caderno de campo, devidamente datado, das informações relativas às práticas
agrícolas adoptadas, nomeadamente tratamentos fitossanitários, fertilizações e outras
operações culturais, de forma a estimular a qualidade da produção através da auto-
regulação face ao plano de exploração.

Decreto-Lei n.º 256/2009, de 24 de Setembro

Estabelece os princípios e orientações para a prática da protecção integrada e produção


integrada, bem como o regime das normas técnicas aplicáveis à protecção integrada, produção
integrada e modo de produção biológico, e cria um regime de reconhecimento de técnicos em
protecção integrada, produção integrada e modo de produção biológico, no âmbito da produção
agrícola primária.

Revoga o Decreto-Lei n.º 180/95, de 26 de Julho.

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Portaria n.º 131/2005, de 2 de Fevereiro

Aprova o regulamento de controlo e certificação dos produtos agrícolas e dos géneros


alimentícios derivados de produtos agrícolas obtidos através da prática de protecção integrada
e da produção integrada.

Despacho n.º 10 935/2005

Aprova os modelos de formulários a utilizar pelos organismos privados de controlo e


certificação e aprova o símbolo que se destina a assinalar os produtos agrícolas e os produtos
alimentícios obtidos de acordo com as regras de produção integrada.

Nos termos do Regulamento nº 1107/2009/CE e da Directiva Quadro 2009/128/CE a


aplicação dos princípios da Protecção Integrada é obrigatória a partir de 1 de Janeiro de 2014
dando prioridade, sempre que possível, aos métodos não químicos de protecção fitossanitária.

Listas de produtos fitofarmacêuticos e Níveis económicos de ataque aconselhados em


protecção integrada:

A prática da protecção integrada, exige o conhecimento da cultura, dos seus inimigos e dos
organismos auxiliares da cultura, de forma a poder efectuar a estimativa do risco, aplicar
correctamente os níveis económicos de ataque, seleccionar os meios de luta mais adequados
para o combate desses inimigos, recorrendo á luta química, só quando for indispensável e
utilizando apenas os produtos fitofarmacêuticos constantes da lista de produtos permitidos em
protecção integrada.

 No sentido de orientar os técnicos e agricultores na escolha dos produtos


fitofarmacêuticos e respectivas substâncias activas que apresentam menores efeitos
secundários nomeadamente para o homem e artrópodes auxiliares, menor persistência
e mobilidade no solo são publicadas, as "Actualizações das listas de produtos
fitofarmacêuticos permitidos em protecção integrada", para várias culturas, que podem
ser consultadas no site da “DGADR”.

 Este documento é periodicamente actualizado de modo a serem analisadas e


avaliadas as substâncias activas que vão sendo homologadas e a todas as alterações
que vão surgindo.

 O exercício da protecção e produção integradas implica, pela parte dos agricultores,


determinadas obrigações e compromissos que devem ser registados em caderno
próprio denominado Caderno de Campo. Segundo a legislação em vigor existe um
caderno de campo do PRODER que deve ser preenchido.

 A “DGADR” elaborou as minutas tipo dos cadernos de campo para a protecção


integrada e produção integrada de acordo com o Decreto-Lei nº 256/2009, de 24 de
Setembro, segundo os princípios estabelecidos para cada prática e compromissos dos
agricultores.

Nos cadernos de campo os registos a serem efectuados são:

 Protecção Integrada: além dos dados referentes à identificação das parcelas, devem
ser registados os estados fenológicos da cultura, observações realizadas em relação
aos principais inimigos da cultura, as datas dos tratamentos realizados e os produtos
fitofarmacêuticos utilizados;

 Produção integrada: para além dos dados registos anteriormente referidos, devem
ser registados os dados referentes ao sistema de produção, nomeadamente podas,
regas, fertilizações e colheita.

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Estimativa do Risco

• Oportunidade para a determinação da estimativa quantitativa do risco

Períodos de nocividade

Sintomas na cultura

Avisos

Condições meteorológicas

Intensidade de ataque (estimativa quantitativa do risco)

Factores de nocividade (estimativa qualitativa do risco)

Tomada de decisão

Análise global da estimativa do risco

Níveis económicos de ataque

Modelos de desenvolvimento do inimigo da cultura

Selecção dos meios de protecção Integrada:

 Ponderação dos riscos para o Homem, auxiliares e ambiente;

 Intensidade de ataque e factores de nocividade;

 Eficácia e persistência;

 Preço.

Estimativa de risco quantitativa:

Métodos de Amostragem : Avalia periodicamente a densidade das espécies presentes,


pragas e auxiliares, e os prejuízos causados à culturas.

– Directos: registos de dados numéricos a partir da observação directa de um certo nº


de órgãos vegetais definidos

– Indirectos: Captura das pragas e dos auxiliares através de dispositivos apropriados


ex.: técnica das pancadas, armadilhas

Uso de aparelhos de medida dos factores climáticos:

• Temperatura

• Precipitação

• Duração de humectação

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Métodos de amostragem:

• Rápidos

• Simples

• Assegurar validade do método

• Equilíbrio entre a viabilidade prática / representatividade da amostra

• Dimensão da amostra adequada

• Relação com o NEA

Observação visual:

• Método mais natural e prático

• Determinação periódica

Pragas

Doenças

Infestantes

Auxiliares

Através da :

Observação de um número de órgãos representativos das plantas na parcela considerada

Técnica das pancadas:

• Método de amostragem complementar

• Pragas difíceis de observar

• Avaliação da Fauna Auxiliar

Coleópteros

Neurópteros

Heterópteros

Tipo de armadilhas:

• Sexuais
• Cromotrópicas
• Alimentares
• Intercepção

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Factores condicionantes das capturas nas armadilhas sexuais:

 Biológicos - Número de fêmeas;

Idade do macho;

Nível de actividade do voo.

 Climáticos – Temperatura;

Precipitação;

Velocidade e direcção do vento;

Humidade relativa;

 Técnicos - Tipo de difusor;

Período de duração;

Quantidade inicial de feromona;

Composição da feromona;

Tipo de armadilha;

Localização da armadilha.

 Pomar – Dimensão;

Forma.

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Estimativa de Risco Qualitativa

Factores de nocividade:

Factores relativos à praga Factores bióticos - Frequência, poder de e


aos antagonistas multiplicação de dispersão e de
nocividade das pragas

Factores abióticos - Clima: temperatura, humidade,


insolação fotoperiodismo e vento

Factores relativos á planta Factores culturais - Cultivar, idade da planta, modo de


condução, tratamentos
fitossanitários precedentes, técnicas
culturais

Efeitos secundários - Dos tratamentos fitossanitários,


fertilização outras medidas culturais

Factores económicos e técnicos Estrutura da exploração - Nível de formação do


observador, equip. para as observações e a luta
fitossanitária

Condições de mercado - Valor da colheita, exigências de mercado

Nível Económico de Ataque (NEA)

A intensidade de ataque de um inimigo da cultura a que se devem aplicar medidas limitativas


ou de combate para impedir que a cultura corra o risco de prejuízos superiores ao custo das
medidas de luta a adoptar, acrescidos dos efeitos indesejáveis que estas últimas possam
provocar;

Decreto-Lei n.º 256/2009 de 24 de Setembro

Utilização Prática do (NEA) exige:

1. Bons conhecimentos das culturas;

2. Bons conhecimentos dos inimigos das culturas;

3. Dispor de um serviço de assistência técnica

OS NÍVEIS ECONÓMICOS DE ATAQUE, INDICADOS NA LITERATURA, DEVEM SER


TOMADOS COMO MERA REFERÊNCIA E SÓ DEVEM SER ADOPTADOS APÓS
ADEQUADA EXPERIMENTAÇÃO E TOMANDO EM CONSIDERAÇÃO:

- O grau de experiência do observador;

- Os factores de nocividade (auxiliares, clima, estado das culturas, etc.)

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Meio de luta Medida indirecta Meio directo

Luta legislativa x

Luta genética x

Luta cultural x x

Luta física

Luta mecânica x x

Luta térmica x

Luta biológica x x

Luta biotécnica x

Luta química x

LUTA CULTURAL: Práticas culturais que visam reduzir a população dos inimigos das culturas.

Medidas directas – Destruição ou Afastamento do Inimigo

Por acção mecânica:

 Eliminação de focos de praga, doença, ou infestantes;

 Eliminação de restos de cultura infectados;

 Eliminação de plantas hospedeiras;

 Eliminação de infestantes;

 Redes (aves, afídios, moscas de hortícolas, ...);

 Armadilhas contra roedores.

Por acção do calor:

 Injecções de vapor no solo

— desinfecção/desinfestação e monda

 Termoterapia

— desinfecção de sementes e plantas

 Monda térmica

— choque térmico sobre infestantes

 Solarização em solo humedecido (plástico fino - vírus e nematodes.

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Por acção sonora:

 Para afastamento das aves.

Barreiras físicas:

 Coberturas de rede, …

Medidas Indirectas – Bom desenvolvimento da cultura e fuga do inimigo

 Qualidade sanitária das sementes;

 Selecção da cultivar;

 Rotações, consociações;

 Solo: preparação, trabalho, fertilização;

 Condução: compassos, podas, forma da copa;

 Sementeira: profundidade, densidade, compassos;

 Rega, colheita, ...

Qualidade das sementes  desinfecção

1) DESINFECÇÃO INTERNA PELO CALOR


— imersão em água: 4 h a 30ºC + 10 min a 50ºC

2) DESINFECÇÃO EXTERNA POR IMERSÃO


— imersão em calda bordalesa 1% em 10 min

3) DESINFECÇÃO EXTERNA POR POLVILHAÇÃO


— envolvimento em carbonato de Cu em pó

 Fertilização

1) Correcção do pH ( equilíbrio)
— calcário, enxofre, mat.org.

2) Adição de mat.org. para suporte de antagonistas


— competição + supressividade
• bom controlo de podridões das raízes

3) Adubos verdes, adubações equilibradas, ...

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 Trabalho do solo e gestão de resíduos:

1) Enterramento/destruição de resíduos vegetais


— pírale, pedrado, mineiras, nas estufas, ...

2) Lavoura de Verão contra pragas e patogénios


— alfinetes, fungos diversos, ...

3) Supressão de órgãos doentes em árvores


— frutos mumificados, ramos c/ moniliose, oídio, ...

LUTA BIOLÓGICA

Limitação natural dos inimigos das culturas, através da acção de organismos


antagonistas.

Conceitos Basilares:

 Entomófago - insecto ou ácaro predador e insecto parasitóide que, em limitação


natural, luta biológica clássica ou tratamento biológico, causa a morte de insectos.

 Entomopatogénio - bactéria, vírus, fungo e nemátode que, em limitação natural ou em


tratamento biológico, causa a morte de insectos.

 Predador - com larva ou ninfa geralmente muito móvel, capturando a presa matando-a
imediatamente e ingerindo-a mais ou menos completamente ou sugando o seu
conteúdo, deixando o tegumento vazio.

 Parasitóide - insecto, cuja larva sem patas (àpoda) vive em permanente contacto com
o hospedeiro de que se alimenta, quer à superfície (ectoparasitóide) quer no seu
interior (endoparasitóide), causando a sua morte mais ou menos rapidamente mas só
no final do desenvolvimento do seu estado larvar.

 Parasita - é o organismo que vive no interior ou exterior do hospedeiro e cada


indivíduo parasita completa a maior parte do seu ciclo de vida a expensas de um só
hospedeiro; o parasita enfraquece progressivamente o hospedeiro, tornando-o incapaz
de se reproduzir e eventualmente causando a sua morte.

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Organismos auxiliares com importância relativa de utilização no combate a pragas
(insectos, ácaros, vertebrados), a patogénios das plantas (fungos, bactérias, vírus e
nemátodes) e a infestantes

 Artrópodes entomófagos

 predadores

 parasitóides

— conservação da fauna nativa

— largadas inoculativas

— largadas inundativas

 Entomopatogénicos (luta microbiológica)

— fungos (Beauveria bassiana pirale do milho)

(Trichoderma spp fungos de solo)

— bactérias (Bt)

— vírus (baculovirus lagartas)

— nemátodos (Stenermena spp insectos vários)

 Nematodicidas

— plantas (Tagetes spp.)

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EXEMPLOS CLÁSSICOS

 Predador coccinelídeo Rodolia cardinalis (vedália) e do parasitóide Cryptochetum icerya,


provenientes da Austrália, para combater, com eficácia, a cochonilha, icéria, Icerya purchasi,
em citrinos — 1888, California;

 Aphelinus mali - anos 20 - 30, Europa  Eriosoma lanigerum (pulgão lanígero)

 Encarsia perniciosi — 1958-60, França  Quadraspidiotus perniciosus (cochonilha S. José)

 Conservação dos auxiliares nativos

COMO ?

 Usando pesticidas não agressivos

 Introduzindo diversidade no ecossistema

- Faixas de compensação ecológica

- Bordaduras ervadas

- Adubos verdes

- Sebes

Sebes compostas

 Efeito abrigo para auxiliares

- Cada espécie abriga uma fauna particular

fauna auxiliar mais rica

- Diversidade de plantas na sebe

- Estrutura da copa mais complexa

- Família botânica importante na região

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LUTA GENÉTICA

 Cultivares resistentes a doenças

— resistências geral, específica e retardante;

— tolerância

 Inconveniente: aparecimento novas raças do patogénio

 Cultivares resistentes a pragas

— cultivar imune;

— cultivar resistente por

 não preferência, antibiose, tolerância

 Manipulações genéticas não permitidas em AB

LUTA BIOTÉCNICA

 Corresponde a todos os meios normalmente presentes no organismo ou habitat


da praga, passíveis de certa manipulação, que permitem alterar negativamente
certas funções vitais que deles dependem, de forma mais ou menos profunda,
verificando-se em geral a morte dos indivíduos afectados.

A luta biotécnica abrange:

 os semioquímicos;

 os reguladores de crescimento dos insectos;

 a luta autocida.

Os semioquímicos são substâncias ou misturas de substâncias emitidas por uma espécie que
interferem no comportamento de organismos receptores da mesma ou outras espécies.

Abrangem dois grupos de substâncias:

• as feromonas promovem a comunicação entre indivíduos da mesma espécie;

• os aleloquímicos promovem a comunicação entre indivíduos de espécies diferentes.

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Os semioquímicos que interferem na comunicação entre insectos

A utilização prática destes semioquímicos abrange cinco modalidades:

• estudos de biologia, distribuição e monitorização;

• estimativa do risco;

• captura em massa;

• atracticida;

• método da confusão.

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CONFUSÃO SEXUAL

Este meio de luta baseia-se na utilização em massa de dispositivos com feromona


sexual distribuídos pelas parcelas, para formar uma nuvem de feromona capaz de
impossibilitar o encontro entre os sexos e o consequente acasalamento. Este facto
impede a formação de ovos viáveis e a diminuição das populações a médio prazo, o que
diminui a necessidade de intervenção com outros meios de luta.

Bichado;
Traça da uva;
Traça da azeitona.

Os Reguladores de Crescimento de Insectos (RCI) são insecticidas (também há


reguladores de crescimento de ácaros com acção acaricida) que imitam a acção de
hormonas no crescimento e desenvolvimento dos insectos ou que inibem ou
interrompem certas fases do seu desenvolvimento.

Consoante o seu modo de acção podem ser agrupados em:

 Reguladores de crescimento de insectos (RCI) imitando a acção de hormonas:

· juvenóides – imitam a acção da hormona juvenil;

fenoxicarbe, piriproxifeno diofenolão

· miméticos da ecdisona – imitam a acção da hormona da muda; halofenozida tebufenozida

 Inibidores de crescimento de insectos (ICI) que inibem:

· a síntese da quitina;

flufenoxurão, hexaflumurão, lufenurão, teflubenzurão, triflumurão

· a deposição da cutícula.

Área abrangente - utilização de luta autocida em grandes áreas, que ultrapassam largamente
a dimensão da exploração agrícola, para reduzir a população do inimigo da cultura a valores
inferiores aos que possam causar prejuízo.

Mosca da fruta;

Mosca da azeitona;

Bichado da macieira.

Formador: João Oliveira 20/97


LUTA QUÍMICA

Utilização de substâncias químicas naturais ou de síntese, designadas pesticidas, para


reduzir as populações dos inimigos das culturas a níveis económicos.

 Os pesticidas são constituídos por uma ou mais substâncias activas - pesticida


simples ou mistura - responsáveis pelas suas actividades biológicas e por adjuvantes
que melhoram as características físico-químicas e aumentam a eficácia.

 Os pesticidas podem ser classificados, de acordo com o organismo a combater, em


acaricidas, avicidas, bactericidas, fungicidas, herbicidas e insecticidas.

 Modo de acção - interferência letal com os mecanismos vitais, que está relacionada
com o tipo de pesticida.

 Vias de penetração - modo de penetrar nos organismos alvo:

Ingestão, contacto, translaminar, sistémica, fumigante e residual.

 Insecticidas:

• sistema nervoso;

• cutícula (ruptura);

• sistema respiratório;

• mimético hormonal (juvenóide ou mimético da ecdisona).

 Fungicidas:

• membrana celular;

• núcleo;

• respiração;

• indução de resistência da planta;

• desconhecido ou múltiplo

 Herbicidas:

• parede celular;

• divisão celular;

• desenvolvimento celular;

• respiração, fotossíntese;

Formador: João Oliveira 21/97


• biossíntese de aminoácidos;

• lípidos ou carotenóides;

• desconhecida.

Selecção dos pesticidas:

 Toxicologia - refere-se aos riscos para o utilizador e permitem categorizar os


pesticidas em muito tóxico, tóxico, nocivo, corrosivo, sensibilizante, irritante e isento.

 Eficácia do pesticida - corresponde à capacidade de combater adequadamente o


inimigo da cultura de modo a melhorar a quantidade ou qualidade da produção.

 Efeitos secundários - as acções diferentes daquela para a qual o pesticida foi usado,
benéficas ou não, imediatas ou retardadas, e que resultam da utilização autorizada
pelos serviços oficiais.

 resistência dos inimigos das culturas aos pesticidas;

 toxidade para o homem;

 toxidade para os auxiliares;

 toxidade para outros organismos - fitoxidade;

 impacto sobre os compartimentos solo, água e ar.

A utilização de pesticidas de forma sustentável exige cuidados específicos:

1. Calcular as doses em função do volume da canópia e superfície da folha.

2. Armazenar os pesticidas nas embalagens de origem, em divisão fechada e separada


de outros produtos.

3. Entregar restos de calda, produtos fora de prazo e embalagens vazias a agente


autorizado.

4. Realizar as pulverizações sem ventos fortes e com temperatura e humidade relativa


moderadas.

5. Cumprir regras de segurança no manuseamento, equipamento de protecção e


preparação das caldas.

6. Utilizar as águas da lavagem do equipamento e restos de calda em zonas não tratadas


da cultura.

7. Proteger áreas sensíveis, como cursos de água e nascentes.

8. Manter o equipamento de pulverização em bom estado de conservação.

Formador: João Oliveira 22/97


9. Lavar as embalagens vazias com a água resultante a voltar ao tanque de preparação
da calda.

10. Cumprir as regras dos rótulos.

11. Não realizar tratamentos aéreos, excepto em condições excepcionais.

12. Não reutilizar embalagens vazias e destruí-las ou perfurá-las para impedir possíveis
reutilizações.

HOMOLOGAÇÃO DE PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS

 Os Produtos Fitofarmacêuticos à venda no território nacional obedecem a


determinadas regras de comercialização e utilização.

 Para que possam ser comercializados e utilizados têm de estar homologados, isto é,
tem de estar de acordo com as leis estabelecidas pelo estado Português.

 Quem é a entidade responsável pela concessão de autorização da introdução de


Produtos Fitofarmacêuticos no mercado nacional?

 Os Produtos Fitofarmacêuticos só podem ser comercializados e utilizados no território


nacional se forem titulados com uma autorização de venda concedida pela Direcção de
Serviços de Produtos Fitofarmacêuticos e Sanidade Vegetal (DSPFSV).

Legislação em vigor

Decreto-Lei n.o 94/98 de 15 de Abril

 Homologação, autorização, lançamento ou colocação no mercado, utilização, controlo


e fiscalização de produtos fitofarmacêuticos apresentados na sua forma comercial e à
colocação no mercado e controlo das substâncias activas destinadas a qualquer das
utilizações definidas na alínea a) do n.o 2 do artigo 2.o do presente decreto-lei;

Decreto-Lei n.o 94/98 de 15 de Abril

 Homologação, autorização e lançamento ou colocação no mercado de produtos


fitofarmacêuticos constituídos por organismos geneticamente modificados ou que
contenham os mesmos organismos, desde que a autorização de os libertar no
ambiente tenha sido concedida após uma avaliação dos riscos ambientais, de acordo
com as disposições legais e regulamentares em vigor.

Formador: João Oliveira 23/97


Decreto-Lei n.o 22/2001 de 30 de Janeiro

 Permitir o lançamento ou colocação no mercado em Portugal de produtos


fitofarmacêuticos já autorizados num Estado membro, idênticos e com a mesma origem
de produtos já existentes no mercado nacional, após verificação dessa identidade e
origem por comprovação feita pela autoridade competente, complementando desta
forma o Decreto-Lei n.o 94/98, de 15 de Abril. Importação paralela.

Decreto-Lei n.o 173/2005 de 21 de Outubro

 Regula as actividades de distribuição, venda, prestação de serviços de aplicação de


produtos fitofarmacêuticos e a sua aplicação pelos utilizadores finais.

 Não estão abrangidos por este diploma os produtos fitofarmacêuticos de baixo risco,
com excepção das normas aplicáveis aos resíduos de embalagens e excedentes
destes produtos fitofarmacêuticos.

Decreto-Lei n.o 187/2006 de 19 de Setembro

 Estabelece as condições e procedimentos de segurança no âmbito dos sistemas de


gestão de resíduos de embalagens e de resíduos de excedentes de produtos
fitofarmacêuticos.

Decreto-Lei n.º 101/2009 de 11 de Maio

 Regula o uso não profissional de produtos fitofarmacêuticos em ambiente doméstico,


estabelecendo condições para a sua autorização, venda e aplicação.

Decreto-Lei n.º 86/2010 de 15 de Julho

 Estabelece o regime de inspecção obrigatória dos equipamentos de aplicação de


produtos fitofarmacêuticos autorizados para uso profissional, transpondo para a ordem
jurídica interna, na parte relativa aos equipamentos de aplicação de produtos
fitofarmacêuticos.

Aquisição, transporte e armazenamento em explorações agrícolas

Formador: João Oliveira 24/97


Normas para um armazenamento seguro dos PF:

1. O armazém deve estar limpo e desimpedido possibilitando a acção e evitando


acidentes

2. Os PF devem estar separados por grupo, para que se evitem confusões / trocas que
podem ser graves na altura da aplicação

3. O armazém deve ter chão impermeável e estar afastados 10 m de cursos de água,


poços, valas ou nascentes

4. Os PF estar num armário fechado à chave, devidamente sinalizado, para impedir o


acesso de qualquer pessoa, principalmente de crianças

Formador: João Oliveira 25/97


5. No armazém deve ter sempre serrim/areia fina, vassoura, pá e sacos resistentes

6. O armazém deverá ser seco e não demasiado quente para evitar o deterioramento das
embalagens e do produto nelas contido

7. O armazém deverá dispor de uma ventilação adequada, se possível natural, ou


auxiliada por uma ventilação forçada

8. O armazém tem de ser de acesso reservado a pessoas habilitadas para o seu


manuseamento e dispor de EPI

9. No armazém deve estar, junto dos produtos, o nº dos bombeiros, hospital, centro
nacional anti-venenos

10. A iluminação, no armazém, deve ser suficiente para permitir o trabalho de estiva,
inspecções de rotina de produtos e leitura de rótulos. Convém situar os interruptores
fora do armazém numa divisão de fácil acesso a partir do exterior

11. O armazém tem que ter acesso fácil a pontos de água

Produtos Fitofarmacêuticos

As informações do rótulo têm três secções diferentes:

I - Identificação do Produto (consta):

 Número de autorização de venda;

 Nome do produto e da respectiva substância activa;

 Nome e o endereço do fabricante;

 Tipo de formulação;

 Peso e o volume do produto na embalagem;

 Símbolo toxicológico correspondente;

II - Precauções de Segurança (consta):

 As frases de risco cujas recomendações o utilizador deve seguir rigorosamente para


minimizar os riscos de exposição para o homem para animais e para o ambiente
durante ou após a utilização do produto;

 Os procedimentos para os primeiros socorros em caso de intoxicação.

Formador: João Oliveira 26/97


III – Indicações de Utilização (consta):

 Informação sobre os inimigos das culturas para as quais o produto está aprovado;

 As doses ou as concentrações de utilização;

 O modo de preparação da calda;

 O modo de aplicação;

 Procedimentos para eliminar os excedentes de calda e as embalagens vazias.

O rótulo deverá ser lido cuidadosamente e os procedimentos nele recomendados


cumpridos, nomeadamente nas seguintes ocasiões:

 Aquisição dos produtos – deve assegurar-se que o produto é adequado para tratar
do problema que afecta a cultura que se pretende proteger, conhecer os riscos a que
estarão expostos o homem e o ambiente durante e após a utilização do produto e
verificar se o intervalo de segurança é o adequado às situações a que se destina.

 Transporte e armazenamento – necessidade ou não de condições específicas a


satisfazer no transporte e armazenamento.

 Preparação da calda – informações sobre as doses ou concentrações de utilização,


modo de preparação da calda, material de protecção individual e procedimentos de
segurança a cumprir durante esta operação.

 Aplicação do produto – material e técnicas de aplicação do produto, material de


protecção individual a utilizar e procedimentos de segurança durante esta operação.

 Entrada na área tratada – esta não deve ser efectuada no decurso do intervalo de
reentrada na cultura, isto é, durante o período que medeia entre a aplicação e o
momento em que é permitida de novo a entrada na cultura às pessoas e aos animais,
no caso de ter sido estabelecido tal intervalo.

 Colheita de produtos agrícolas – a colheita destes produtos não pode ser efectuada
antes de decorrido o intervalo de segurança.

 Eliminação dos excedentes de calda e de embalagens vazias – informações sobre


os procedimentos de segurança a satisfazer nestas operações.

 Contaminação do aplicador ou de outras pessoas – informações sobre os primeiros


socorros a ministrar ao sinistrado

Formador: João Oliveira 27/97


1 Nome comercial do produto;
2 Formulação e concentração;
3 Utilização de uso;
4Modo de preparação da calda;
5 Empresa detentora da APV;
6 N.º APV;
7 Símbolo Toxicológico;
8 Capacidade da embalagem;
9 Precauções de segurança e
Intervalo de Segurança (IS);
10 Tipo de produto e finalidades
homologadas.

Redução do risco para o Consumidor e Ambiente na APF

COLOCAÇÃO DE PF NO MERCADO:

 Avaliação do risco para o consumidor;

 Estabelecimento do intervalo de segurança;

 Estabelecimento do limite máximo de resíduo (LMR).

O Laboratório de Formulações da DGADR tem a seu cargo o controlo analítico de produtos


fitofarmacêuticos existentes no mercado nacional conforme previsto na legislação nacional.

Salvaguarda-se a qualidade dos produtos fitofarmacêuticos bem como a segurança dos


utilizadores e a protecção do ambiente. Por outro lado, o controlo analítico de impurezas
presentes nos produtos fitofarmacêuticos é indispensável dado a sua relevância em termos
toxicológicos, ecotoxicológicos e ambientais, garantindo de forma indirecta a segurança dos
consumidores

"O Limite Máximo de Resíduo (LMR) é a quantidade máxima de resíduos de um produto


fitofarmacêutico, permitido por lei, num produto agrícola." - DGADR

Os LMR são:

- Estabelecidos oficialmente para cada SA/cultura;

- Exprimem-se em mg/kg (mg de SA por kg de alimento).

Formador: João Oliveira 28/97


Regulamento (CE) n.º 396/2005 de 23 de Fevereiro

Do Parlamento Europeu e do Conselho, veio definir o quadro legal para o estabelecimento de


limites máximos de resíduos (LMR) de pesticidas no interior ou à superfície dos géneros
alimentícios e dos alimentos para animais, de origem vegetal ou animal.

NÍVEIS DE RESÍDUOS:

1 mg de produto / kg de alimento = 1 parte por milhão

Métodos de análise actuais: determinam níveis de resíduos até 0,01 mg/kg

0,01 mg/kg representa uma gota de vinho dissolvido em:

50.000 litros

OBJECTIVOS DOS LMR:

 Viabilizar a prática agrícola que consta no rótulo

 Salvaguardar a saúde pública

 Permitir a comercialização dos produtos agrícolas com segurança e sem


Penalizações/Punições

COMERCIALIZAÇÃO DE PRODUTOS AGRÍCOLAS VS LMR

 Caso o resíduo presente no produto agrícola exceda o respectivo LMR, esse produto
agrícola é considerado ilegal e poderá ser rejeitado do mercado nacional ou de
exportação.

 A avaliação do risco para os consumidores é realizada pela EFSA (European Food


Safety Authority), antecedendo o estabelecimento comunitário dos limites máximos de
resíduos (LMR).

INTERVALO DE SEGURANÇA (IS):

 Período de tempo que deve decorrer entre o último tratamento com um determinado
produto, e a colheita da cultura tratada, de modo a evitar perigos para o consumidor.

PERSISTÊNCIA:

 Período de tempo durante o qual um produto permanece activo, contra o inimigo a


combater, depois de aplicado.

Formador: João Oliveira 29/97


RESÍDUO:

 Substância presente no interior ou à superfície dos produtos agrícolas, resultante da


utilização de um produto fitofarmacêutico, bem como os respectivos metabolitos e
produtos de degradação ou reacção.

DEPÓSITO:

 Quantidade de PF que fica à superfície da planta imediatamente após o tratamento


(mg/cm2, mg/Kg).

Eliminação de Embalagens Vazias:

 No local de compra de produtos fitofarmacêuticos o agricultor receberá um saco,


mediante a entrega de uma caução, para colocar as embalagens vazias.

 Durante a fase de preparação da calda, e após o total esgotamento do produto,


proceder à tripla lavagem das embalagens rígidas de capacidade até 25 l/ Kg.

 ƒAs embalagens não rígidas de qualquer capacidade devem ser esgotadas do seu
conteúdo, mas não deverão ser lavadas.

 Colocar as embalagens vazias e inutilizadas no saco destinado para o efeito e guardá-


lo na exploração agrícola, no armazém onde guarda os produtos fitofarmacêuticos.

 Nas datas definidas para a recolha, deverá entregar o saco com as embalagens vazias
nos Centros de Recepção identificados com o símbolo VALORFITO.

“Restos da calda”

 Um operador experiente prepara a quantidade de calda necessária e suficiente para o


tratamento que pretende realizar.

 Não existem em geral excessos de calda quando os operadores estão habituados a


realizar os tratamentos fitossanitários nas mesmas parcelas ao longo dos anos e são
eles próprios que realizam a calibração do material de aplicação.

 Quando ocorram excessos de calda, o procedimento a seguir consiste em diluir essa


calda e aplicá-la em zonas com plantas não destinadas ao consumo humano e animal.

 Nestes casos é necessário determinar a razão pela qual existiu excesso de calda e
corrigir o procedimento em futuras aplicações.

Formador: João Oliveira 30/97


Capitulo II - Aplicação de Produtos Fitofarmacêuticos (PF)

Equipamentos de Protecção Individual (EPI)

 Entende-se por Equipamento de Protecção Individual todo o equipamento, bem como


qualquer complemento ou acessório, destinado a ser utilizado pelo trabalhador para se
proteger dos riscos, para a sua segurança e para a sua saúde.

 As condições de utilização do equipamento de protecção individual, nomeadamente no


que se refere à sua duração, são determinadas em função da gravidade do risco, da
frequência da exposição ao mesmo e das características do posto de trabalho.

Os EPI devem cumprir os seguintes requisitos:

 Adequados aos riscos a prevenir e às condições de trabalho;

 Não deverão implicar um aumento do risco;

 De acordo com as normas de SHST;

 Respeito pelas exigências ergonómicas;

 Serem de uso individual;

Formador: João Oliveira 31/97


Após o levantamento dos riscos existentes os EPI devem ser escolhidos tendo em
atenção os seguintes factores :

 Características do operador;

 Duração dos EPI;

 Gravidade do risco;

 Frequência da exposição ao risco;

 Características do posto de trabalho em causa.

O utilizador de EPI, é responsável por:

 Utilizar os EPI adequadamente;

 Assistir às acções de treino necessárias;

 Limpar e manter os EPI conforme necessário;

 Informar da necessidade de reparar ou substituir um EPI.

Caracterização do EPI:

 Ler sempre o rótulo do produto;

 Tomar especial atenção ao capítulo das precauções toxicológicas, onde são


efectuadas referências específicas aos EPI’s a utilizar no manuseamento desse
produto.

No caso do rótulo não indicar nenhum equipamento de protecção individual específico,


preconiza-se a utilização de EPI básico de acordo com o risco de exposição para cada
uma das fases:

 Preparação da calda;

 Aplicação;

 Limpeza do material de aplicação.

Formador: João Oliveira 32/97


Preparação da calda

Equipamento mínimo recomendado:

 Fato de protecção;

 Luvas;

 Botas de borracha – O fato de protecção deve ser colocado sobre as botas;

 Viseira;

 Máscara para pós - no caso de mistura de pós.

Aplicação da calda

Equipamento mínimo recomendado:

 Fato de protecção;

 Luvas;

 Botas de borracha – O fato de protecção deve ser colocado sobre as botas;

 Chapéu;

 Máscara para partículas sólidas e aerossóis líquidos (não se justifica em


algumas circunstâncias).

Formador: João Oliveira 33/97


Limpeza do material de aplicação

Equipamento mínimo recomendado:

 Fato de protecção;

 Luvas;

 Botas de borracha – O fato de protecção deve ser colocado sobre as botas;

Todo o equipamento de protecção deverá estar marcado com o símbolo:

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL:

Decreto-Lei n.º 441/1991, de 14 de Novembro

Estabelece o regime jurídico do enquadramento da segurança, higiene e saúde do trabalho.

Decreto-Lei n.º 128/1993 de Abril, na redacção dada pelo Decreto-Lei n.º 139/1995, de 14
de Junho

Estabelece as exigências técnicas essenciais de segurança a observar pelos equipamentos de


protecção individual, com vista a preservar a saúde e a segurança dos seus utilizadores.

Formador: João Oliveira 34/97


Formador: João Oliveira 35/97
TÉCNICA DE APLICAÇÃO

 É o processo através do qual se distribui de uma forma correcta e adequada um


produto fitofarmacêutico (PF).

APLICAÇÃO DOS PF - MATERIAL DE APLICAÇÃO

Qual a máquina a escolher para a minha exploração?

A escolha depende de :

1- características da exploração ( culturas )

2- Área da exploração ( exígua, média, grande )

3- Disponibilidade em água ( pontos de enchimento )

4- Distanciamento dos afolhamentos ( racionalização )

5- Equipamentos existentes ( tractor, motocultivador )

6- Perfil topográfico

7- Implantação e morfologia das culturas ( altas, baixas )

8- Susceptibilidade aos ventos ( litoral, interior )

9- Formação profissional dos operadores.

Sem observar a especificidade de cada exploração, poder-se-á aceitar como referência,


que a qualidade de trabalho de um pulverizador de jacto projectado ( bomba de pressão )
é inferior à do pulverizador jacto transportado ( bomba mais turbina ) e este é superado
pelo atomizador.

 São as máquinas de que o agricultor recorre para aplicar os tratamentos químicos com
que protege as suas culturas.

 Existem hoje, no mercado de máquinas agrícolas, um diversificado conjunto de


máquinas de aplicação de produtos fitossanitários, que nos podem dar a ideia da
importância que o método e a técnica de aplicação têm na eficácia dos produtos
fitofarmacêuticos.

 Além do diagnóstico das doenças e pragas (estimativa do risco) é de igual modo


importante a escolha dos meios de protecção. Caso se opte pela luta química, a
escolha do material e técnica de aplicação assume um papel fundamental pois, dessa
escolha (boa ou má) vai depender a eficácia do tratamento.

 Não deveremos esquecer que um bom produto poderá não ser eficaz se mal
aplicado!!!

Formador: João Oliveira 36/97


APLICAÇÃO DOS PF - TÉCNICAS DE APLICAÇÃO

 A técnica de aplicação depende essencialmente do tipo de formulação dos


produtos fitofarmacêuticos que se utilizam.

Utilizam-se em pulverização (divisão e emissão no ar de uma calda ou de qualquer outro


líquido sob a forma de gotas) ou, por vezes, por humectação as seguintes formulações:

- Pó molhável;

- Pó Solúvel

- Aglomerado dispersíveis em água;

- Pastilhas solúveis;

- Concentrados para emulsão;

- Emulsão concentrada;

- Solução aquosa;

- Solução oleosa e Suspensões.

 Utiliza-se em polvilhação – o Pó polvilhável

 Utilizam-se em fumigação – produtos líquidos ou sólidos para a obtenção de


fumigantes

 Os grânulos aplicam-se com uma técnica específica para a distribuição de


grânulos

 Das técnicas de aplicação apresentadas, a pulverização é a mais largamente


utilizada

 Existem no entanto outras que não são de uso generalizado e que correspondem
a situações específicas e a produtos específicos (ex. horticultura) e que resultam
da adaptação mais ou menos engenhosa que o agricultor faz e, que no entanto
acabam por ser igualmente eficazes.

 Pulverizadores

 Polvilhadores

 Pulverizadores centrífugos

 Distribuidores de grânulos

 Nebulizadores

Formador: João Oliveira 37/97


Características do material de aplicação

Pulverizadores, são máquinas que tem por finalidade aplicar os produtos fitofarmacêuticos
nas culturas utilizando um determinado volume de calda.

Podem ser de dorso, rebocados, transportados ou auto-motrizes.

Dividem-se em três grandes grupos:

1. Pulverizadores de Jacto Projectado

2. Pulverizadores de Jacto Transportado (turbinas)

3. Pulverizadores Pneumáticos (atomizadores)

Pulverizadores de Jacto Projectado

 A divisão da calda e transporte das gotas é efectuado por acção de pressão do líquido.

 À saída dos bicos de pulverização há uma queda brusca da pressão o que faz com que
a calda se divida em gotas grossas e desiguais.

 Geralmente debitam altos volumes de calda por unidade de superfície.

 Debitam quantidades próximas de 1.000 litros por hectare (por vezes podem chegar
até aos 1500 litros/há)

Alto Volume

 Débito horário elevado;

 Volume do alvo biológico que é coberto pelo aparelho, em cada momento é reduzido;

 A velocidade de aplicação é também reduzida;

 O diâmetro médio das gotas produzidas é elevado ( > 300 µm ) logo o escorrimento da
calda para o solo é abundante;

 Em árvores de grande copa, a cobertura é desigual porque grande parte da calda é


interceptada pela superfície exterior e as folhas colocadas fora do alcance directo do
jacto da pulverização são deficientemente pulverizados

Formador: João Oliveira 38/97


Pulverizadores de jacto transportado – vulgarmente designados com o nome de turbinas.

 A divisão da calda é efectuada por acção da pressão do líquido e o transporte das


gotículas é feita por corrente de ar gerada pela turbina.

 Debitam quantidades próximas dos 600 litros por hectare.

Médio Volume

 Débito horário é menos elevado que no alto volume;

 O volume do alvo biológico, que é coberto pelo aparelho em cada momento é


considerável;

 Velocidade de aplicação é elevada;

 A cobertura do alvo biológico é menos desigual, porque a penetração das gotas para o
interior daquele é facilitada pela corrente de ar produzida pelo ventilador de que está
munido o aparelho;

 O diâmetro médio das gotas (201–300µm) é mais reduzido, e consequentemente o


escorrimento também o é;

 O arrastamento das gotas mais pequenas pelo vento é significativo, assim como as
perdas por evaporação.

Formador: João Oliveira 39/97


 Pulverizadores pneumáticos – vulgarmente designados com o nome de
atomizadores

Tanto a divisão da calda como o transporte é realizado por acção da corrente de ar gerado por
uma turbina que impele para o tubo direccional.

Debitam quantidades entre 150 a 300 litros por hectare.

Baixo Volume

 Débito horário é muito reduzido;

 O volume do alvo biológico, que é coberto pelo aparelho em cada momento, é


elevado;

 Velocidade de aplicação elevada;

 A cobertura do alvo biológico, que é uniforme, é assegurada graças a uma corrente de


ar que é facilmente orientável para as zonas de alvo biológico que requerem uma
cobertura mais cuidada;

 O diâmetro médio das gotas é reduzido (101–200 µm) e o escorrimento é pouco


significativo.

 O arrastamento das gotas pelo vento e as perdas por evaporação podem ser muito
importantes.

 Nota: não devem ser utilizados na aplicação de herbicidas.

 Existem outras máquinas mais sofisticadas, designadas por máquinas de ultra baixo
volume, que debitam quantidades muito reduzidas.
As gotículas são de dimensão muito reduzida.
Assim:

- Muito baixo volume – ( 70 – 100 µm ) e Ultra baixo volume <70 µm.

Formador: João Oliveira 40/97


CENTRÍFUGA:

HUMECTAÇÃO - Aplicação, por contacto directo, de um produto fitofarmacêutico sobre a


superfície a tratar.

DISTRIBUIÇÃO DE GRÂNULOS

Os produtos fitofarmacêuticos, formulados em grânulos são condicionados numa tremonha, em


geral para montagem em semeadores.

Estes equipamentos podem possuir um sistema de distribuição de microgrânulos mecânico ou


pneumático

Formador: João Oliveira 41/97


POLVILHAÇÃO - Aplicação directa de produto sólido, finamente dividido, contendo a
substância activa.

NEBULIZAÇÃO (“fumigação”)

Os nebulizadores permitem a aplicação de um produto fitofarmacêutico na forma de


aerossol*. Frequentemente a nebulização é utilizada em espaços confinados, como em
estufas.

O aerossol corresponde a uma emissão de um produto sob a forma de gotas muito pequenas,
inferiores a 50 micrómetros ou 25 micrómetros a que, segundo Matthews (1992),
corresponderão as designações de aerossol "grosseiro" e "aerossol "fino". Todavia, Matthews &
Thornill (1994), empregam a expressão inglesa de "fog" para gotas com diâmetro inferior a 25
micrómetros

Ensaio em branco

 Pulverização com água realizada com o objectivo de conhecermos o débito das


máquinas, isto é, o volume de calda que se gasta por hectare. Usa-se para herbicidas,
insecticidas sendo quase obrigatório para herbicidas. A técnica é semelhante em todos
os casos.

Formador: João Oliveira 42/97


Para conhecer o débito do pulverizador, faz-se o seguinte:

 1- Enche-se o depósito do pulverizador com água;

 2- Utilizando a mesma velocidade de deslocação, a mesma rotação do motor do tractor


e idêntica pressão da bomba do pulverizador, pulveriza-se a área a tratar até terminar a
água;

 3- No final da aplicação mede-se a área tratada;

 4- Se dividir-mos os litros da calda gasta, pelos metros quadrados da área pulverizada,


obtém-se um número que multiplicado por 10.000, nos dá o débito do pulverizador por
hectare.

Exemplo:

Capacidade do pulverizador = 300 litros

Área pulverizada = 30 m x 180 m = 5400m2

300lt 5400m2

X 10000m2

X = 555,5lt/ha

Dose:

 É a quantidade de produto comercial que se deve aplicar num hectare.

Exemplo:

Usar 3Kg de produto por hectare. Podem gastar-se diferentes quantidades de água ( 500L,
800l,1000L etc.). Temos de misturar a quantidade produto na água que pretendemos gastar,
variável com o tipo de cultura, o seu desenvolvimento e a técnica de aplicação.

Concentração:

É a quantidade de produto que se deve diluir em 100 litros de água a fim de respeitar a
dose indicada pelo Fabricante, no respeito do débito do aparelho de aplicação.

Exemplo:

Uma calda a 2% significa que se deve adicionar à água, por cada 100 litros, 2 Kg ou 2 L de
produto.

Todavia, as doses correctas tem a ver com o débito do pulverizador que vamos utilizar e que
temos de conhecer antes da sua utilização.

Para se conhecer com exactidão o débito duma máquina de aplicação, faz-se um ensaio em
branco.

Cumprir as Boas Práticas Fitossanitárias significa utilizar os Produtos fitofarmacêuticos com


segurança.

Formador: João Oliveira 43/97


O respeito pelo cumprimento da BPF traduz-se em:

 Segurança na utilização dos Produtos fitofarmacêuticos; LMR viáveis e possibilidade


de comercialização da produção agrícola tratada;

 Protecção fitossanitária das culturas.

Princípios gerais:

 Garantir a eficácia dos produtos fitofarmacêuticos;

 Respeitando as finalidades, usos e condições de utilização para as quais os produtos


foram homologados;

As boas práticas fitossanitárias exigem um conhecimento e integração de vários


parâmetros:

Cultura:

 Biologia

 Fenologia

 Práticas culturais

Inimigo:

 Bioecologia

 Nocividade

 NEA

Método de luta:

 Eficácia

 Risco

 Custos

Formador: João Oliveira 44/97


TÉCNICAS DE PULVERIZAÇÃO

Depois de escolhermos o material de aplicação, e de acordo com as boas práticas


fitossanitárias, teremos que ver o tipo de tratamento que iremos efectuar, assim temos:

1. Tratamentos de cobertura generalizada – são os tratamentos que são dirigidos à


totalidade da vegetação e são usados quando se trata de pragas ou doenças que se
encontram disseminadas pela generalidade da cultura

2. Tratamentos localizados – apenas quando se pretende especificamente proteger


determinados órgãos ou vegetação e utilizam-se quando a praga ou doença está
localizada.

Usam-se normalmente os pulverizadores de jacto projectado (pistola)

3. Tratamentos de inverno – utilizam-se na fase de repouso vegetativo e com


pulverizadores de jacto projectado. Usam-se grandes volumes de calda por forma a
molhar bem as árvores.

4. Aplicação de herbicidas – a técnica é diferente de todas os outros tipos de tratamento


pelo facto do alvo a atingir ser diferente.

Utilizam-se volumes de calda diferentes, bicos diferentes e equipamentos que não se devem
(não se podem) utilizar tais como os atomizadores.

Usam-se pulverizadores de jacto projectado equipados com barras de pulverização


apropriadas ou campânulas acopladas às lanças de pulverização.

A pressão a que se trabalha tem de ser inferior.

Em qualquer dos casos deve-se trabalhar às 540 rpm na TDF e com uma velocidade de
trabalho entre os 3 e 5 Km/hora.

Conservação e manutenção do material de aplicação

Limpeza e descontaminação do material de aplicação

RAZÕES:

 Necessidade de remoção dos resíduos de PF após a aplicação;

 Remoção de impurezas e outras matérias estranhas;

 Evitar oclusão dos orifícios dos bicos e dos filtros ou ocasionar danos nos
componentes internos da bomba;

 Promover a descontaminação e a remoção das matérias estranhas veiculadas até ao


pulverizador pela água utilizada na preparação da calda.

Formador: João Oliveira 45/97


I - Para prevenir o desgaste do e evitar manutenção dispendiosa do equipamento de
pulverização recomenda-se USO DE ÁGUA LIMPA:

 Usar uma água tão limpa como a água de beber, uma pequena quantidade de limo ou
de partículas de areia:

i. desgaste rápido da bomba

ii. desgaste dos bicos

iii. desgaste das outras partes do sistema de pulverização

 Águas de poços, lagoas e outros reservatórios que servem para armazenamento de


água, devem ser filtradas antes de serem introduzidas no depósito do pulverizador

II - Utilização de FILTROS

 O pulverizador deve estar equipado com filtros colocados em três locais distintos : o
filtro de enchimento, de malha larga, na boca do depósito, o filtro de protecção da
bomba, de malha média, à entrada da bomba e filtros nos bicos, de malha apertada;

III - Utilização de PRODUTOS QUÍMICOS NÃO CORROSIVOS

 Os adubos líquidos são corrosivos para o cobre, bronze, aço e superfícies


galvanizadas pelo que não se devem aplicar aqueles adubos quando o pulverizador é
constituído de órgãos fabricados com aqueles matérias;

IV - Não usar objectos de metal para DESENTUPIR OS ORIFÍCIOS dos bicos e filtros

 Nesta operação dever-se-á utilizar água corrente sob a forma de jacto forte
incidindo sobre o orifício do bico ou sobre os filtros ou uma escova (do tipo da
escova de dentes) e solução detergente

 Limpeza do pulverizador antes de usar pela primeira vez e no princípio de


campanha

 Limpeza do pulverizador após a utilização

PRINCIPAIS CONCLUSÕES:

 Os resíduos de PF podem ser removidos utilizando apenas a água para a sua


remoção

 Mas alguns produtos, nomeadamente os herbicidas hormonais, são mais difíceis de


remover

 Aconselha-se a utilização de uma solução aquosa de amónia a 2% ou uma solução de


carbonato de sódio a 1 % (100 g de carbonato para 10 litros de água)

Formador: João Oliveira 46/97


PROCEDIMENTO PARA LIMPEZA DO MATERIAL:

 1º Retirar os bicos e os filtros e remover todas as matérias estranhas neles existentes


com o auxilio de um forte jacto de água ou de uma escova (do tipo da escova de
dentes)e solução detergente;

 2º Encher o pulverizador com água limpa e colocar o sistema de agitação da calda a


funcionar em retorno total durante alguns minutos;

 3º Descarregar o pulverizador até o completo esvaziamento da água existente no seu


depósito;

 4º Voltar a colocar os filtros e os bicos e após a introdução no depósito do pulverizador,


da solução de lavagem, colocar o sistema de agitação da calda a funcionar em retorno
total durante alguns minutos;

 5º Descarregar o pulverizador até ao completo esvaziamento da solução de lavagem


contida no seu depósito;

 6º Encher o pulverizador com água limpa até um terço da sua capacidade e esvaziá-lo
a pressão que é normalmente utilizada no trabalho;

 7º Durante a operação de lavagem do pulverizador e do material auxiliar o aplicador


deve ainda trazer vestido o material de protecção individual que utilizou durante a
aplicação. Assim este material de protecção é o ultimo a ser limpo e arrumado.

ARMAZENAMENTO E TRANSPORTE SEGUROS DE PF – CONSTRUÇÃO DE ARMAZÉNS

Decreto-Lei n.º 173/2005 de 21 de Outubro

 Regula as actividades de distribuição, venda, prestação de serviços de aplicação de


produtos fitofarmacêuticos e a sua aplicação pelos utilizadores finais.

Artigo 3.º

Exercício da actividade de distribuição e de venda

1—Apenas podem exercer a actividade de distribuição e de venda ao público de produtos


fitofarmacêuticos as empresas distribuidoras e os estabelecimentos de venda autorizados
(DRA da região)

a) Instalações apropriadas ao armazenamento e manuseamento seguro dos produtos


fitofarmacêuticos,

b) Um técnico responsável acreditado

c) Operador devidamente habilitado

Formador: João Oliveira 47/97


Artigo 4º

Instalações

1. Os produtos fitofarmacêuticos devem ser armazenados e vendidos em instalações


exclusivamente destinadas a estes produtos.

2. Os produtos fitofarmacêuticos devem estar isolados e identificados.

3. Tendo em consideração o volume e as classes de perigo dos PF, indicadas nos rótulos, as
instalações de venda devem obedecer às recomendações emanadas pela DGPC.

4. As empresas devem implementar procedimentos para o armazenamento e manuseamento


seguro dos PF, nomeadamente o registo de existências e movimentos, a limitação de acesso
apenas a pessoal autorizado e o modo de evitar e tratar derrames acidentais e incêndios.

5. As empresas devem disponibilizar estruturas apropriadas para a recepção, recolha e


armazenamento de resíduos de embalagens e resíduos de excedentes de PF que lhes sejam
entregues pelos utilizadores finais, de acordo com as condições e procedimentos de segurança
e de gestão ambientalmente correcta;

6. As instalações devem igualmente obedecer à legislação e aos regulamentos em vigor,


nomeadamente os relativos a higiene e segurança no trabalho, protecção contra riscos de
incêndio e armazenamento de substâncias e preparações perigosas, em particular o disposto
no Decreto-Lei n.º 164/2001, de 23 de Maio, relativo à prevenção de acidentes graves que
envolvam substâncias perigosas.

Por exigência do Artigo n.º 10 do Dec. Lei nº 173/2005 as empresas de distribuição e/ou
venda de produtos fitofarmacêuticos têm que formalizar o pedido de autorização do exercício
da actividade, à DRAP.

Nesse sentido foi compilada uma série de documentos e declarações necessários à


formalização do processo, que passamos a discriminar:

 Requerimento para autorização do exercício de actividade de distribuição e ou venda;

 Requerimento para reconhecimento do operador;

 Identificação dos operadores e comprovativos da sua formação;

Declarações:

- Declaração de aceitação do técnico responsável;

- Declaração do Técnico responsável para operadores com mais de 53 anos;

- Declaração em como a quantidade armazenada de produtos tóxicos ou muito tóxicos


não ultrapassa 50 ou 5 toneladas, respectivamente;

Formador: João Oliveira 48/97


Outros documentos:

- Cópia da acreditação do técnico responsável emitida pela DGADR;

- Cópia do alvará de licença de utilização do estabelecimento emitido pela câmara


municipal;

- Comprovativo do cumprimento da legislação e regulamentos relativos à protecção


contra riscos de incêndios e armazenamento de substâncias e preparações perigosas
(reconhecimento do Serviço Nacional de Bombeiros e outras entidades envolvidas);

- Documento em como o estabelecimento comercial satisfaz os regulamentos em vigor


sobre a Higiene e Segurança

Características na construção/remodelação do armazém

Todos os pontos abordados são de cumprimento obrigatório.

Localização

A localização de armazéns ou de estabelecimentos de venda de produtos fitofarmacêuticos


deve obedecer aos seguintes princípios:

a) – Local afastado de hospitais, escolas, zonas residenciais, centros urbanos, fábricas ou


armazéns de produtos alimentares e de preferência em zonas isoladas ou destinadas
especificamente a actividade industrial;

b) – Local não sujeito a inundações e afastado, pelo menos de 10 metros, de cursos de água,
poços e de captações de água;

c) – Existência de bons acessos ao local, permitindo cargas e descargas seguras e o pronto-


socorro pelos bombeiros em caso de acidente;

d) – Distância, de pelo menos 10 metros, relativamente a outras edificações;

e) – Caves ou instalações abaixo do nível do solo não são aceitáveis.

Edificação

Na edificação de armazéns ou de estabelecimentos de venda de produtos


fitofarmacêuticos devem ser respeitados os seguintes requisitos:

 Materiais de construção – incombustíveis;

 Paredes e portas exteriores e interiores – resistência física e ao fogo;

Formador: João Oliveira 49/97


Materiais de Construção

 As estruturas de betão reforçado são preferíveis às armaduras de aço sem protecção.

 Os elementos de aço que suportam a carga devem ser protegidos do calor, isolando-
os, por exemplo com cimento vermiculite vaporizado.

 As paredes interiores, destinadas a servir de corta fogo, têm de proporcionar uma


resistência de pelo menos 90 minutos

 Em armazéns contíguos, paredes internas do tipo corta-fogo com boa resistência física,
até 1 m acima do telhado.

 Para atingir a desejada resistência ao fogo, as paredes de betão armado devem ter no
mínimo 15 cm de espessura e as paredes de tijolo uma espessura de 23 cm.

 O tijolo oco não é adequado. Os blocos de betão desprovidos de reforços devem ter
uma espessura mínima de 30 cm

 Portas interiores e exteriores - resistência ao fogo;

 As portas existentes em paredes corta-fogo, deverão dispor de um sistema de fecho


automático em caso de incêndio

 As paredes corta fogo não devem ter aberturas para a passagem de cabos eléctricos
ou outros tubos;

 Caso seja inevitável, há que prevenir a propagação do incêndio, por exemplo,


colocando os cabos dentro de depósitos de areia retardadores de fogo.

Pavimento – impermeável e de fácil limpeza, devendo funcionar como bacia de retenção.

 Os pavimentos deverão ser impermeáveis a líquidos e deverão ter um acabamento que


permita uma fácil limpeza e evite a contaminação das paredes interiores (nas junções
destas com o pavimento), em caso de derrame ou incêndio.

Cobertura da construção – material incombustível, eventualmente provido com sistemas de


ventilação natural ou forçada;

 Os tectos dos armazéns de produtos fitofarmacêuticos podem ser de construção leve e


frágil, para serem facilmente derrubados em caso de incêndio, libertando o fumo e o
calor.

 Quando o tecto for de construção solida, há que proporcionar meios para libertação do
fumo e do calor, instalando painéis transparentes de baixo ponto de fusão ou painéis
de ventilação, com uma abertura útil de pelo menos 2% da área do telhado.

Formador: João Oliveira 50/97


Ventilação – natural, sempre que possível, devendo ser reforçada, caso necessário, com
sistemas artificiais;

 A abertura inferior deve estar situada a um nível superior ao do muro de retenção.


Todas as aberturas devem ser concebidas para evitar a entrada de pássaros e bichos.

 Para uma boa circulação de ar nos armazéns, recomenda-se deixar um espaço livre de
1 metro entre a parte mais alta dos produtos e o tecto, assim como entre as
mercadorias e as paredes.

 Os painéis de ventilação têm que estar permanentemente abertos, ou ser possível abri-
los manualmente, ou ainda de abertura automática em caso de um incêndio.

 A rápida libertação do fumo e do calor melhorara a visibilidade da fonte do incêndio e


retardara a sua difusão lateral

Retenção

 Deverão ser previstos meios para reter quaisquer derrames ou água de combate a
incêndio.

 Construir uma bacia de retenção

 Uma boa rede de drenagem, que termina numa caixa de retenção -

 (caixa em cimento impermeável) capaz de reter pelo menos 110 % do volume de


líquidos existentes dentro dessa caixa.

Drenagem

 O edifício deve estar situado num local que permita reduzir o risco de que água
contaminada atinja os cursos de água, as reservas de água subterrânea ou os
sistemas de drenagens publicas.

 Selar e proteger o sistema de drenagem dentro dos edifícios

Instalação eléctrica

 De acordo com a legislação em vigor;

 lâmpadas, tomadas de corrente e aparelhos eléctricos – afastados, pelo menos 1


metro, dos produtos fitofarmacêuticos;

 Os níveis de iluminação têm que permitir as inspecções rotineiras dos produtos


armazenados e fornecer iluminação suficiente para uma fácil leitura dos rótulos dos
produtos.

 Nos locais onde as operações de armazenamento são apenas efectuadas durante o


dia, a iluminação natural pode ser adequada, podendo no entanto ser melhorada com a
inserção de painéis transparentes no tecto.

Formador: João Oliveira 51/97


Aquecimento

 Caso exista aquecimento este deverá ser apenas com vapor de água

 Não usar sistemas com chama a descoberto

Saídas de Emergência

 Além das portas principais, devem existir saídas para o caso de emergência. Estas
devem estar situadas a uma distancia máxima de 30 m de qualquer ponto interior do
armazém

 saídas de emergência – de abertura fácil, devidamente assinaladas e desimpedidas

 Protecção contra os Raios - Todos os armazéns devem estar equipados com um


sistema de protecção contra raios.

 Escritórios, caso existam, deverão estar longe da área principal de armazenagem e


com saídas para o exterior sem passar pelo armazém.

 Nos estabelecimentos de venda, a existência de uma instalação fechada e de um


balcão unicamente destinados à venda responsável de PF

Formador: João Oliveira 52/97


Capitulo III - Armazenamento e transporte seguros de pf – armazenamento

Nos armazéns ou nos estabelecimentos de venda, o armazenamento de produtos


fitofarmacêuticos deve seguir as seguintes orientações:

 Armazenar os produtos fitofarmacêuticos em locais seguros, exclusivamente


destinados a estes produtos;

 Fechar à chave os armazéns que contenham produtos fitofarmacêuticos, de modo a


evitar o acesso a pessoas não autorizadas;

 Ter acesso próximo e fácil a pontos de água;

 Haver sinalização de segurança adequada relativa a riscos específicos, saídas de


emergência, equipamento de combate a incêndio e acções não permitidas no local;

 Existirem meios de protecção contra incêndios e meios para uma primeira intervenção.

Requisitos relacionados com as regras de armazém de produtos fitofarmacêuticos:

PLANO DE ARMAZENAMENTO

 Deve permitir conhecer com rapidez e exactidão

- a natureza;

- quantidade;

- localização

dos PF armazenados para se poder actuar com prontidão e eficácia em caso de


incidente (fuga, derrame, incêndio, etc.)

 Deve estar permanentemente actualizado mediante registo documental de entradas e


saídas

Embalagens

 As embalagens a adquirir terão de estar invioladas, de modo a garantir que o produto


no seu interior é de facto o indicado no rótulo;

 Os produtos fitofarmacêuticos deverão ser armazenados apenas na sua embalagem


original;

Formador: João Oliveira 53/97


Arrumação

 Arrumação de PF que permita a conservação das suas propriedades físicas, químicas


e teor de substância activa.

 Arrumação dos PF evitando contaminação entre eles com separação por categorias
de perigo e função.

 Classes (herbicidas, insecticidas, fungicidas…)

 A armazenagem não pode ser feita directamente sobre o pavimento.

 Armazenagem em quantidades adequadas usando o critério “primeiro a chegar,


primeiro a sair”.

 No caso de armazenagem em grandes quantidades o acesso a toda a área deve


permitir a inspecção e segurança.

 Os PF cuja autorização de venda e prazo para esgotamento de existências tenha já


expirado são devidamente separados dos restantes, dentro do armazém.

Armazenamento em blocos

 Incluir uma passagem para inspecção de pelo menos 0,5m entre blocos e 1m de
intervalo ao longo da parede.

Armazenamento em prateleiras

 As estantes ou paletes com prateleiras de metal permitem uma melhor utilização de


altura disponível, no entanto exigem monta cargas especializados para aproveitar ao
máximo o espaço.

Armazenamento no exterior

 De um modo geral todos os produtos fitofarmacêuticos devem ser armazenados sob


um telhado.

 As embalagens resistentes ao mau tempo, tais como tambores de 200 litros podem ser
armazenadas ao ar livre, desde que o seu conteúdo não seja sensível a temperaturas
extremas e se possa garantir a sua segurança.

ARMAZENAMENTO E TRANSPORTE SEGUROS DE PF – ARMAZENAMENTO -


SEGURANÇA

 Todos os locais, compartimentos e armazéns com PF têm que ser fechados à chave,
evitando o acesso a pessoas não autorizadas.

Local

 O local deve estar rodeado por um muro seguro ou uma cerca.

Janelas

 Caso existam janelas, estas deverão ser posicionadas a grande altura e conter grades
para impedir a entrada de pessoas não autorizadas.

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Chaves

 As chaves do armazém devem estar guardadas no escritório ou portaria, escondidas,


devidamente etiquetadas e de fácil acesso em caso de emergência.

 Durante as horas de trabalho, limitar o acesso a uma entrada controlada;

 Nos grandes armazéns recomenda-se a instalação de um alarme contra intrusos;

 Deve existir água corrente nas instalações em lavatórios ou lava-olhos;

 Os quadros eléctricos não podem estar localizados no interior do armazém;

 Deve proceder-se a uma limpeza eficaz e regular das instalações;

 Devem estar bem assinalados os contactos de telefone para casos de emergência.

 Os PF têm que ser armazenados em compartimentos exclusivamente destinados aos


mesmos, não se encontrando em conjunto, ainda que temporariamente, com outro tipo
de produtos.

 No estabelecimento de venda pode existir informação técnica como rótulos e outras


publicações emanadas pelo Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e
das Pescas para auxílio dos operadores no aconselhamento das condições de
utilização dos produtos fitofarmacêuticos.

Formação

Todo o pessoal que trabalha no armazém deve receber uma boa formação. Deve ser mantido
um registo permanente de formação.

A formação deve incluir:

 Conhecimento dos perigos dos produtos;

 Procedimentos seguros das operações em geral e do equipamento;

 Procedimentos em caso de emergência.

 A venda responsável será efectuada através de um balcão exclusivamente destinado à


venda de PF.

 A entrega de PF ao comprador será feita ao balcão referido, ou no armazém exclusivo


para PF.

Formador: João Oliveira 55/97


 Existir à disposição dos trabalhadores, para utilização, roupas e equipamento de
protecção individual (EPI), adequado guardado fora do local de armazenagem:

Luvas de algodão, luvas impermeáveis, botas de borracha, avental impermeável, óculos


ou máscaras faciais, máscaras com cartucho filtrante adequado.

 Existir estojo de primeiros socorros devidamente sinalizado e informação sobre


primeiros socorros com os números de telefone em caso de emergência.

Existir equipamento de segurança, com inspecção no prazo de validade, nomeadamente:

 Sistemas de alarme automáticos para chama e fumo;

 Chuveiros de tecto activados por alarme;

 Extintores de pó químico, de água e espuma;

 Mangueiras com comprimento suficiente;

 Carretéis contra incêndios;

Empilhadores

 Só condutores autorizados e devidamente treinados podem movimentar os


empilhadores.

 Têm de circular com os garfos em posição baixa e não devem transportar passageiros.
Recomenda-se que exista um extintor em cada monta cargas.

 As instalações para a carga das baterias dos empilhadores devem estar situadas numa
área aberta distante e livre de produtos armazenados.

 Se a carga das baterias for efectuada num local fechado, tem de haver uma abertura
de ventilação, situada num nível alto para libertação do hidrogénio gerado, o qual e
mais leve do que o ar.

Formador: João Oliveira 56/97


ARMAZENAMENTO E TRANSPORTE SEGUROS DE PF – ARMAZENAMENTO –
DERRAMES

Requisitos relacionados com controlo de derrames acidentais de PF:

 Dentro do armazém têm que existir meios para solucionar problemas com derrames ou
embalagens danificadas.

Qualquer derrame deverá ser rapidamente contido, de modo a evitar que o mesmo se
espalhe a outras áreas do armazém, pelo que deve existir:

 Um recipiente com material absorvente (areia, serradura, terra);

 Vassoura e pá;

 “Escorredor” em borracha (para o chão);

 Sacos de plástico fortes (e vazios);

 Recipientes vazios;

 Aspirador industrial;

 Um procedimento definido para lidar com derrames.

Em caso de derrame:

 • Afaste as pessoas e os animais;

 • Não fume nem faça lume junto do derrame;

 • Utilize vestuário protector adequado durante as operações de limpeza;

 • Coloque as embalagens danificadas num recipiente estanque, para posterior


devolução ao fabricante;

Pós ou grânulos – aspirador industrial equipado com filtro.

 Caso seja utilizada vassoura e pá, a

 emissão de poeiras pode ser minorada

 lançando areia molhada sobre o derrame.

Formador: João Oliveira 57/97


Líquidos – deverão ser absorvidos com areia ou outro suporte inerte (serrim pexe.) antes de
serem colocados num contentor para remoção.

 A água de lavagem deveremos evitar que ela escorra para outras áreas do armazém,
utilizando novamente material inerte absorvente.

Eliminação de Resíduos

Todos os resíduos químicos têm de ser eliminados de forma segura. Nem sequer pequenas
quantidades derramadas podem ser deixadas directamente na agua, sistema de drenagem,
rede de esgotos ou qualquer curso de água.

 "Stocks" obsoletos;

 Resíduos associados aos derrames;

 Embalagens contaminadas;

INCÊNDIO E PROTECÇÃO AMBIENTAL

Sistemas de Alarme

 Os grandes armazéns de produtos fitofarmacêuticos tem de estar equipados com um


alarme audível no seu interior, e todos os armazéns têm de ter meios de alertar os
bombeiros, ex.: Telefone ou Botoneiras de emergência.

Extintores de Incêndio

 Os extintores moveis ou portáteis, devem estar situados em cada piso perto das portas
de entrada/saída normais;

 Dois extintores de 10-12 kg de água ou pó seco devem estar disponíveis para os


primeiros 50m2 de superfície, com um extintor adicional por cada 100m de superfície
adicional;

 Nos armazéns com mais de 500m2 recomenda-se a utilização de um extintor móvel de


pó químico seco de 50 a 100 kg.

Mangueiras hidrantes

 Quando se utilizam mangueiras enroladas, tem de ser possível alcançar qualquer parte
do armazém com a descarga de pelo menos uma mangueira.

Plano de Emergência

 Um plano de emergência eficaz no combate aos incêndios reduzira potenciais danos


para as pessoas e ambiente. Alem disso, o ensaio (simulacros) do plano permite uma
identificação das possíveis dificuldades e garante que cada pessoa saiba o que têm a
fazer.

Formador: João Oliveira 58/97


 As embalagens vazias deverão ser inutilizadas de modo a evitar a sua reutilização.

A queima de embalagens

 É proibida;

 Pode gerar gases que danificam as culturas, no caso dos herbicidas, ou que afectam
mesmo a saúde humana e animal.

Formador: João Oliveira 59/97


Eliminação de embalagens vazias

 O agricultor deve informar-se junto do seu fornecedor de produtos, ou directamente


junto do VALORFITO, sobre quais as zonas ou locais destinados a receber as
embalagens vazias

 Contacto VALORFITO - Tel: 214107209; Fax: 21 4139214; www.valorfito.com e-mail:


valorfito@sigeru.pt

Efectuam o armazenamento temporário dos resíduos de embalagens nas explorações


agrícolas, devidamente acondicionados nos sacos fornecidos, nos mesmos locais onde
armazenam os produtos;

Os agricultores levantam sacos adequados à recolha nos locais de venda, aquando da


aquisição dos produtos fitofarmacêuticos;

Nos períodos de recolha, previamente definidos, deverão transportar esses sacos para os
locais de recepção;

Os centros de recepção desempenharão as seguintes funções:

 Recepção dos resíduos de embalagens provenientes dos agricultores;

 Garantia que as embalagens que são recebidas se encontram em condições


adequadas (limpas e secas);

 Certificação da natureza dos resíduos de embalagens;

 Emissão dos comprovativos da entrega dos resíduos;

 Disponibilização de sacos para recolha.

ARMAZENAMENTO E TRANSPORTE SEGUROS DE PF – ARMAZENAMENTO -


SINALIZAÇÃO

SINALIZAÇÃO

Instalações

 Deve existir sinalização adequada quanto: aos perigos e riscos, saídas de emergência
e equipamento de combate a incêndio e acções não permitidas no local.

• Sinais de PROIBIÇÃO – de forma redonda com pictograma negro sobre fundo branco e
margem e faixa diagonal vermelhas (ex.: proibição de entrada a pessoas não autorizadas,
proibição de fazer lume e de fumar, proibição de fumar).

Formador: João Oliveira 60/97


Sinais de OBRIGAÇÃO – de forma circular com pictograma branco sobre fundo azul (ex.: usar
protecção obrigatória das mãos, protecção obrigatória das vias respiratórias, protecção
obrigatória da cabeça).

• Sinais de AVISO – de forma triangular com pictograma negro sobre fundo amarelo e margem
negra (ex.: produtos inflamáveis, produtos tóxicos, produtos corrosivos).

Sinais relativos ao material de combate a incêndios – de forma rectangular ou quadrada


com pictograma branco sobre fundo vermelho (ex.: indicação/localização de extintor,
mangueira, carretel ou agulheta de incêndio).

• Sinais de salvamento ou de emergência – de forma rectangular ou quadrada com


pictograma branco sobre fundo verde (ex.: direcção a seguir, primeiros socorros, duche de
segurança, saída de emergência)

Formador: João Oliveira 61/97


SINAIS DE EVACUAÇÃO

Percurso de evacuação

ARMAZENAMENTO E TRANSPORTE SEGUROS DE PF - SÍMBOLOS TOXICOLÓGICOS

Formador: João Oliveira 62/97


Formador: João Oliveira 63/97
Capitulo IV fertilidade do solo e nutrição das culturas

 As culturas só produzem em pleno se, para além de outras condições ambientais


favoráveis, tiverem à sua disposição durante todo o período de crescimento os diversos
nutrientes minerais (azoto, fósforo, potássio, cálcio, magnésio, enxofre, ferro,
manganésio, cobre, zinco, níquel, boro, molibdénio e cloro) nas quantidades e
proporções mais adequadas.

 Em produção integrada, a preservação e melhoria da fertilidade do solo e a criação


de condições adequadas à nutrição mineral da cultura, só se conseguem com uma
fertilização racional, adaptada ao par solo-cultura.

 Esta consiste na aplicação correcta ao solo ou plantas, nas épocas e formas


adequadas, dos nutrientes que nele escasseiam face às necessidades da(s) cultura(s).

 Procurar manter e melhorar a fertilidade intrínseca do solo através da gestão do nível


de matéria orgânica, da diversidade de fauna e flora, do coberto vegetal, da
optimização das propriedades físicas e químicas do solo (dimensão dos agregados,
estabilidade, condutividade).

 Em produção integrada, o solo assume um papel central, pelo que é necessário


avaliar, em cada momento, a sua produtividade e fertilidade, associadas às suas
funções.

No ecossistema agrário, podem enumerar-se as seguintes funções do solo:

1. Suporte do crescimento vegetal;

2. Reciclagem de resíduos e tecidos mortos, animais e vegetais e libertação dos


elementos constituintes;

3. Criação de nichos ecológicos para grande diversidade de organismos vivos, desde


pequenos mamíferos a fungos e bactérias;

4. Controlo do movimento e qualidade da água

A produtividade depende da gestão equilibrada do solo, baseada na realização de


mobilizações adequadas à cultura e tipo de solo, a correcção de factores desfavoráveis como
acidez, fertilização, rotação de culturas, combate de pragas, doenças e infestantes, e
instalação de sistemas de rega e drenagem, quando necessários.

 Produtividade do solo – capacidade do solo para sustentar o crescimento vegetal sob


uma técnica cultural específica. Depende do clima e das características físicas,
químicas e biológicas do solo.

A fertilidade do solo depende do equilíbrio entre as diferentes formas de nutrientes existentes


no solo, seres vivos ou em materiais orgânicos adsorvidos na fase sólida, e do modo como
estão disponíveis no solo – precipitados, na estrutura dos minerais ou em solução.

 Fertilidade do solo – capacidade que o solo tem de fornecer os elementos essenciais


às plantas, nas quantidades e proporções necessárias para determinada espécie.

Formador: João Oliveira 64/97


Características do solo:

 A fertilidade e a produtividade do solo dependem de um conjunto de características


que se relacionam entre si, como textura, estrutura, disponibilidade em matéria
orgânica e nutrientes, e reacção do solo.

 Textura – proporção relativa de partículas de diferentes dimensões, na terra fina.

A textura do solo condiciona o arejamento, através da rede de poros, que permite o


fornecimento de oxigénio, a remoção de gases, a realização de reacções de adsorção e a
decomposição de matéria orgânica por microrganismos do solo e impede a acumulação de
teores tóxicos de dióxido de carbono.

A textura pode ser avaliada de modo expedito no campo:

1. Plasticidade

• humedecer um pouco de terra,

• esfregá-la entre os dedos para medir a sua plasticidade:

– se for pegajosa – solo argiloso

– se for macio e não pegajoso – solo limoso

– se for áspero e fizer barulho – solo arenoso

2. Textura

• tentar formar um filamento e uma argola:

– não forma filamento – textura grosseira (arenoso, areno-franco ou franco-arenoso)

– forma filamento mas não forma argola

– textura mediana (franco, francolimoso, limoso, franco-argilo-arenoso)

– forma argola – textura fina (franco-argilo-limoso, franco-argiloso, argiloarenoso, argilo-


limoso, argiloso)

Estrutura do solo – arranjo tridimensional das diferentes partículas do solo

 É muito importante pois vai condicionar a circulação de ar e água no solo,


nomeadamente infiltração e retenção de água, facilidade de mobilização e
susceptibilidade à erosão.

 A estrutura do solo é muito vulnerável, pelo que em produção integrada se devem


equacionar, previamente, todas as operações culturais, de modo a manter a estrutura
do solo e assegurar a sua produtividade.

Formador: João Oliveira 65/97


 A matéria orgânica do solo é constituída por organismos vivos, tecidos mortos
vegetais e animais em vários estados de decomposição e húmus (materiais
orgânicos decompostos e modificados), que constitui cerca de 60% da matéria
orgânica do solo.

 A matéria orgânica representa, normalmente, 1 a 6 % da massa total da camada


arável do solo e influencia as suas propriedades físicas e químicas.

Nutrientes

 Os nutrientes indispensáveis à vida das plantas dividem-se em macro e


micronutrientes.

 Os macronutrientes são requeridos em grandes quantidades (mais de 30 mmol/kg de


matéria seca) e envolvidos na estrutura da maioria das moléculas.

 Os micronutrientes são necessários em pequenas quantidades (menos de 10


mmol/kg de matéria seca) e estão envolvidos em funções catalíticas ou reguladoras
dos diferentes processos fisiológicos (por exemplo, activadores de enzimas).

ELEMENTOS ESSENCIAIS PARA AS PLANTAS E FORMAS ASSIMILÁVEIS

Formador: João Oliveira 66/97


Nutrição do Kiwi

Lei do Mínimo:

“Assim como a água não pode subir numa barrica à qual lhe falta uma aduela, também
as produções não poderão subir sempre que falte um elemento nutritivo”.

DISPONIBILIDADE DOS NUTRIENTES EM FUNÇÃO DO PH NO SOLO

Formador: João Oliveira 67/97


 O azoto é um nutriente determinante para as produções agrícolas, por ser constituinte
de vários compostos orgânicos, em especial proteínas, vitaminas e enzimas, molécula
de clorofila e compostos azotados.

 O azoto desempenha um papel fundamental, dado que é o elemento de maior


necessidade da planta, interferindo no crescimento e desenvolvimento da planta e do
fruto.

 Não se deve aplicar adubos azotados no período que decorre entre início de
Setembro e fins de Fevereiro.

 O azoto mineral não deve ser aplicado à instalação do pomar, por se poder perder
antes de ser utilizado pelas plantas, indo contaminar os lençóis freático.

 É proibida a aplicação de mais de 10 kg/ha de azoto (N), facilmente absorvido pelas


raízes das jovens plantas.

 A fase de maior absorção do azoto é de Junho a fins de Julho (fase de engrossamento


dos frutos, pelo aumento do número de células em divisão).

Carências

 Paragem de crescimento (falta de vigor);

 Redução de produção;

 Amarelecimento (clorose) precoce das folhas mais velhas, devido á sua elevada
mobilidade dentro da planta.

 A carência de azoto, no fruto, manifesta-se por maus calibres. Os sintomas revelam-se


quando o teor de azoto é inferior a 1,5% da matéria seca

Formador: João Oliveira 68/97


O primeiro sintoma que surge, nas plantas com excesso de azoto e que distingue este de
sintomas de outras carências, é o desenvolvimento de clorose, entre as nervuras.

 As folhas ficam macias, a sua cor muito escura e as margens das folhas reviram.

 Antagonismo com o Boro.

 Sensibilidade à Botrytis.

 Perda de firmeza dos frutos - Má conservação dos frutos

 Fósforo (P) - Atraso na floração

 Potássio (K) - Atraso na maturação

FÓSFORO

 Favorece o desenvolvimento radicular;

 Favorece o arranque rápido e vigoroso da planta;

 Favorece a floração e o vingamento dos frutos;

 Pouco móvel no solo;

 A absorção diminui com a temperatura baixa do solo.

Carências

 Atraso na rebentação;

 Pouca floração;

 Pecíolos mais finos e reduzidos;

 Folhagem verde escura/púrpura;

 Frutos pequenos/achatados.

Formador: João Oliveira 69/97


POTÁSSIO

 Participa no metabolismo dos glúcidos, do azoto e das proteínas ( hidratos de


carbono);

 É importante para a estabilização do pH celular, a osmorregulação, a activação


enzimática, transporte nutrientes através das membranas;

 Tem influência na transpiração aumentando a resistência das plantas à secura e


aumenta a resistência às doenças, frio e geadas;

 Favorece a coloração e a qualidade gustativa dos frutos.

Carências

 Manifesta-se inicialmente nas folhas mais velhas que ficam com uma cor verde
amarelo pálido e com um aspecto esfarrapado, quebradiço e espessas (manchas
acastanhadas entre as nervuras e enrolamento das folhas velhas da base em direcção
à página superior, que é notável no período quente);

 Traduz-se por uma redução do crescimento e queda dos gomos, lenhificação deficiente
dos tecidos vasculares, crescimento pobre do botão, redução do número e tamanho
dos frutos;

 Restrição na tolerância ao stresse e aumento da incidência de doenças;

 A clorose verde claro estende-se entre as nervuras em direcção à nervura central.

Formador: João Oliveira 70/97


CÁLCIO

 Actua na divisão celular, para criar novos tecidos na planta;

 Indispensável à estabilidade das membranas celulares e à absorção activa de


nutrientes;

 Permeabilidade das membranas plasmáticas;

 Melhora a qualidade e a conservação dos frutos;

 Dá dureza e consistência aos frutos.

Carências

 Origina atrofiamento apical das raízes e dos lançamentos novos (desenvolvimento dos
gomos terminais);

 Necrose das nervuras das folhas mais novas, que se tornam necróticas e negras;

 As folhas enrolam para cima, secam e ocorre a desfolha da planta, assim como, a
morte dos botões axilares na junção dos pecíolos e caule.

Formador: João Oliveira 71/97


MAGNÉSIO

 É um elemento móvel no interior da planta, sendo o átomo central da molécula de


clorofila principal responsável pela fotossíntese;

 Participa na regulação do pH celular;

 Na migração do fósforo;

 Na síntese de enzimas, hidratos de carbono e gorduras;

 Desempenha um papel importante no balanço catiões-aniões.

Carências

 Traduz-se por cloroses amarelo-verde pálida nas folhas mais velhas que se iniciam na
margem da folha (extremidades) até à nervura central ( na forma de V invertido), e num
estado mais avançado surgem necroses entre as nervuras das folhas mais velhas;

 Por vezes, a margem da folha permanece verde, começando a necrose longe desta,
formando-se muitas vezes na folha uma zona necrótica, em forma de ferradura.

ENXOFRE

 É necessário à síntese proteica e da clorofila;

 É constituinte de aminoácidos, enzimas e óleos vegetais (mostarda, alho, cebola) e


activador de enzimas proteolíticas;

 É indispensável à actividade do Rhizobium.

Carências

 Traduz-se por uma redução do crescimento e clorose nas folhas jovens que se
desenvolve a partir da margem e pode afectar toda a planta.

Formador: João Oliveira 72/97


FERRO

 É um elemento pouco móvel na planta;

 Participa na formação da clorofila;

 Intervém na fotossíntese e respiração;

 Fixação de azoto atmosférico e na redução de nitratos;

 É um elemento constituinte de enzimas e proteínas.

Carências

 Traduz-se por clorose entre as nervuras das folhas jovens na zona da extremidade,
passando de amarelo a branco;

 As nervuras ficam verdes;

 Folhas pequenas, deformadas, evoluindo as manchas da extremidade para a base dos


lançamentos.

MANGANÉSIO

 Participa na activação de diversas enzimas, na síntese da clorofila, elemento essencial


na fotossíntese, redução de nitratos e síntese de aminoácidos e proteínas.

Carências

 Clorose entre as nervuras das folhas mais velhas e desenvolve-se a partir da margem
em direcção à nervura central;

Formador: João Oliveira 73/97


ZINCO

 Na síntese das hormonas de crescimento (auxinas);

 No processo fotossintético (desfoliação precoce);

 Na indução da floração.

Carências

 Traduz-se por cloroses amarelas nas folhas mais velhas, as nervuras ficam verde
escura, à uma redução drástica da dimensão das folhas sobretudo nas mais jovens e
encurtamento dos entrenós.

COBRE

 Participa em numerosos processos, nomeadamente, na fotossíntese, respiração,


fixação do azoto, síntese de lenhina, síntese e degradação de proteínas, viabilidade do
pólen e defesa contra agentes patogénicos.

Carências

 Traduz-se por clorose entre nervuras nas folhas jovens, redução do crescimento da
parte aérea das plantas, desfoliação prematura dos ramos afectados e necrose da
extremidade dos mesmos.

Formador: João Oliveira 74/97


BORO

 Participa no crescimento meristemático (desenvolvimento do sistema radicular), no


movimento e utilização dos glúcidos e dos assimilados, na síntese dos ácidos nucleicos
e das proteínas, na germinação, fertilidade, qualidade do pólen (germinação do tubo
polínico) e na formação dos frutos.

Carências

 Os entrenós ficam mais curtos e dispostos em ziguezague. A columela do fruto fica


dura e ácida. As folhas novas ou folhas junto ao fruto ficam arredondadas e em roseta.

MOLIBDÉNIO

 Favorece a síntese dos aminoácidos e das proteínas, é um componente das enzimas


nitrato-redutase e nitrogenase e importante na fixação do azoto.

Carências

 Origina cloroses semelhantes ás provocadas pela falta de azoto, é frequente em


leguminosas(fixação do azoto), melão e couve-flor.

CLORO

 Intervém nos processos fisiológicos relacionados com compensação de carga e


regulação osmótica, sendo um dos principais solutos osmóticamente activos nos
vacúolos.

 Na absorção do K.

Carências

 traduz-se por um aspecto desidratado das margens das folhas, mesmo na presença de
teores adequados de água, redução da taxa de multiplicação celular e do crescimento
das raízes.

Formador: João Oliveira 75/97


Capitulo V - técnicas de diagnóstico do estado de nutrição das culturas

Análise de Terra – Porquê?

 Aplicar doses adequadas de fertilizantes

Nem por defeito, nem por excesso

 Evitar carências nas culturas

Nem por falta, nem por desequilíbrio de nutrientes

 Aumentar a quantidade e qualidade da colheita

Com uma correcta e equilibrada fertilização

 Aumentar a rentabilidade

Com uma maior produtividade

 A colheita de amostras de terra e a respectiva análise deve ser efectuada em tempo


útil, com bastante antecedência relativamente à aplicação de fertilizantes, ou seja , na
época Outono/inverno.

 Para isso, divide-se o pomar recém-instalado ou já em produção, em fracções


consideradas homogéneas no que respeita ao tipo de solo, topografia, exposição,
idade e técnicas culturais.

 Nos pomares com 4 anos de idade ou mais é obrigatório proceder à análise de terra de
quatro em quatro anos.

 Em cada uma das fracções marcar-se-ão, obrigatoriamente, quinze plantas de forma


permanente, distribuídas, por exemplo, em diagonais cruzadas ou em ziguezague.

 Cada conjunto de quinze plantas identificadas, constituirá uma unidade de


amostragem, onde serão efectuadas periodicamente colheitas de amostras de folhas e
de terra para análise.

 Deve ser recolhidas na zona de projecção da copa de cada uma das plantas, sub-
amostras de terra correspondentes à camada de 0-50 cm de profundidade.

Formador: João Oliveira 76/97


Precaução a tomar durante a colheita de amostras de terras:

 Deve-se evitar recolher amostras em locais encharcados próximo de caminhos, de


habitações, de estábulos;

 Evitar locais que tenham sido ocupados com montes de estrume, adubos ou cinzas;

 Não fumar enquanto se manuseia a mostra;

 Utilizar utensílios escrupulosamente limpos;

 Retirar a terra na vertical como se de uma fatia se tratasse;

 Misturar bem a terra de cada amostra no balde, retirando pedras e detritos;

 Retirar cerca de 0,5kg de terra para um saco de plástico, que deve ser fechado e
devidamente identificado com duas etiquetas uma fora e outra dentro do saco.

Formador: João Oliveira 77/97


Cada amostra recolhida é obrigatoriamente sujeita às seguintes determinações:

 pH; AI - PI

 Necessidade de cálcio, se necessário; AI - PI

 Matéria orgânica; AI - PI

 Fósforo, potássio e magnésio assimiláveis; AI - PI

 Ferro, manganês, zinco, cobre extraíveis; AI

 Boro extraível; PI

 Bases de troca; AI

 Análise granulométrica; AI

 Condutividade eléctrica e cloretos – Pomares com fertirrega.

Nos caso em que se aplique ou se pretenda vir a aplicar RSU’s ou lamas de ETAR tratadas,
como correctivos orgânicos, é sempre obrigatório efectuar as análises dos correctivos, bem
como do solo;

Nestes casos, as determinações analíticas a efectuar na amostra de terra são as referidas


anteriormente acrescidas da determinação de metais pesados: cádmio, cobre, crómio,
mercúrio, níquel, chumbo e zinco.

ANÁLISE DE PLANTAS/FOLHAS

Colheita de Amostras de Folhas

 A partir do quinto ano de idade, inclusive é obrigatório proceder anualmente à análise


foliar de amostras colhidas nas plantas marcadas na unidade de amostragem (15
plantas fêmeas), afim de avaliar o estado de nutrição das plantas, de modo a efectuar
uma fertilização racional;

 A colheita de folhas efectua-se no início do engrossamento dos frutos (meados de


Julho);

 Em cada planta colhem-se 2 folhas inteiras, em ramos frutíferos do ano, a 1,70m do


chão. Colhem-se as folhas anexas ao último fruto, contando a partir da base do
lançamento.

 A colheita das amostras deve ser efectuada pela manhã ou ao fim do dia.

Formador: João Oliveira 78/97


As determinações a solicitar deverão ser, obrigatoriamente, as seguintes: azoto, fósforo,
potássio, cálcio, magnésio, enxofre, ferro, manganês, zinco, cobre e boro.

Análise Sintomatológica ou Visual

 Consiste em observar o aspecto da planta, tentando detectar possíveis deficiências de


elementos nutritivos, com base, no aparecimento de cloroses, necroses, deformações
das folhas, inibição do crescimento, deformação dos frutos e outros órgãos;

 Por vezes é difícil distinguir entre uma deficiência num macronutriente e a toxicidade de
um micronutriente;

 De um modo geral, pode considerar-se que ficar á espera do aparecimento dos


sintomas para se estabelecer o programa de fertilização pode não ser mais do que
«trancar as portas depos da casa roubada.

Formador: João Oliveira 79/97


Capitulo VI - Métodos de diagnóstico do estado de nutrição da cultura
com base na análise de material vegetal

 Teores foliares de nutrientes considerados adequados (folha anexa ao último


fruto no início do engrossamento, valores referidos à matéria seca a 100 – 105
ºC).

 Para efeitos de recomendação de fertilização, os teores foliares consideram-se baixos,


normais ou insuficientes conforme se situem, respectivamente, abaixo, dentro ou
acima dos intervalos de variação indicados no Quadro.

Quantidade de nutrientes a aplicar anualmente (kg /ha), para pomares em plena


produção com base na composição foliar e na produção esperada.

Formador: João Oliveira 80/97


Cálculo do Azoto Fornecido pela água de rega:

N = 0,000226 x T x V x F

em que:

N - é a quantidade de azoto expressa em kg/ha;

T - é o teor médio de nitratos da água de rega, em ppm ou em mg/l;

V - é o volume total de água utilizada na rega do pomar, em m3/ha;

F - é um factor que depende da eficiência da rega e que será igual à unidade se não houver
quaisquer perdas de água; em rega localizada um valor de 0,90 – 0,95 é considerado bom.

 No que respeita à forma de aplicação, os fertilizantes devem ser aplicados ao solo;

 Só em casos especiais se justifica a aplicação de nutrientes por via foliar, como no


caso de ocorrência de carências, devidamente diagnosticadas em pomares instalados
em terrenos cujas características restringem a eficácia da aplicação de certos
fertilizantes quando aplicados ao solo;

 As pulverizações foliares com soluções nutritivas adequadas serão a via mais rápida
para corrigir tais carências.

Formador: João Oliveira 81/97


VII Fertilização Racional

 As culturas só produzem em pleno se, para além de outras condições ambientais


favoráveis, tiverem à sua disposição durante todo o período de crescimento os diversos
nutrientes minerais (azoto, fósforo, potássio, cálcio, magnésio, enxofre, ferro,
manganésio, cobre, zinco, níquel, boro, molibdénio e cloro) nas quantidades e
proporções mais adequadas.

 O recurso à fertilização serve para compensar a exportação de nutrientes, evitar


perdas e atingir o equilíbrio na rotação nas culturas anuais e o equilíbrio anual nas
culturas perenes.

 O plano de fertilização deve considerar aspectos relacionados com a manutenção e


melhoria da qualidade do solo, nomeadamente:

• Necessidades nutritivas das plantas, para níveis realistas de produção, em função das
capacidades produtivas, qualidade do solo e possibilidade de assegurar as restantes
operações culturais;

• Capacidade do solo para disponibilizar às culturas os diversos nutrientes de que elas


necessitam;

• Características dos solos e condições meteorológicas da região,

que influenciam os fertilizantes e técnicas de aplicação a utilizar;

• Disponibilidade, origem e composição de matérias fertilizantes provenientes da própria


exploração (estrumes, chorumes, compostos, resíduos de culturas, lamas de depuração, águas
residuais).

 No plano de fertilização, devem constar os tipos, quantidades, épocas e técnicas de


aplicação de correctivos, deve ser revisto periodicamente e basear-se em análises de
solos e plantas.

 Em produção integrada, o plano de fertilização deve referir medidas que garantam a


eficácia e segurança da aplicação de fertilizantes, de modo a evitar perdas por
lixiviação, erosão e evaporação, e reduzir os riscos de poluição das águas superficiais
e subterrâneas, como rotações adequadas, incorporação superficial de palhas e
restolhos ou redução dos trabalhos de mobilização do solo.

 Em produção integrada, deve avaliar-se o declive do terreno e a localização e


envolvimento das parcelas, devido à maior susceptibilidade de contaminação com
nitratos em locais perto de linhas de água.

 Em produção integrada, o armazenamento dos fertilizantes deve ser previsto e


realizado em locais limpos, secos e sem riscos de contaminação de águas, longe de
produtos frescos e de material de propagação.

 Os fertilizantes devem ser separados dos pesticidas e devidamente rotulados.

 Em produção integrada, a preservação e melhoria da fertilidade do solo e a criação


de condições adequadas à nutrição mineral da cultura, só se conseguem com uma
fertilização racional, adaptada ao par solo-cultura ou solo-rotação de culturas.

 Esta consiste na aplicação correcta ao solo ou plantas, nas épocas e formas


adequadas, dos nutrientes que nele escasseiam face às necessidades da cultura.

Formador: João Oliveira 82/97


 Procura-se manter e melhorar a fertilidade intrínseca do solo através da gestão do nível
de matéria orgânica, da diversidade de fauna e flora, do coberto vegetal, da
optimização das propriedades físicas e químicas do solo (dimensão dos agregados,
estabilidade, condutividade).

 Em produção integrada, o solo assume um papel central, pelo que é necessário


avaliar, em cada momento, a sua produtividade e fertilidade, associadas às suas
funções.

 No ecossistema agrário, podem enumerar-se as seguintes funções do solo:

• suporte do crescimento vegetal;

• reciclagem de resíduos e tecidos mortos, animais e vegetais e libertação dos elementos


constituintes;

• criação de nichos ecológicos para grande diversidade de organismos vivos, desde pequenos
mamíferos a fungos e bactérias;

• controlo do movimento e qualidade da água.

 A produtividade depende da gestão equilibrada do solo, baseada na realização de


mobilizações adequadas à cultura e tipo de solo, a correcção de factores desfavoráveis
como acidez, fertilização, rotação de culturas, combate de pragas, doenças e
infestantes, e instalação de sistemas de rega e drenagem, quando necessários.

 Produtividade do solo – capacidade do solo para sustentar o crescimento vegetal sob


uma técnica cultural específica. Depende do clima e das características físicas,
químicas e biológicas do solo.

 A fertilidade do solo depende do equilíbrio entre as diferentes formas de nutrientes


existentes no solo, seres vivos ou em materiais orgânicos adsorvidos na fase sólida, e
do modo como estão disponíveis no solo – precipitados, na estrutura dos minerais ou
em solução.

 Fertilidade do solo – capacidade que o solo tem de fornecer os elementos minerais


essenciais às plantas, nas quantidades e proporções mais adequadas para
determinada espécie.

 A fertilidade e a produtividade do solo dependem de um conjunto de


características que se relacionam entre si, como textura, estrutura,
disponibilidade em matéria orgânica e nutrientes, e reacção do solo.

Formador: João Oliveira 83/97


O crescimento das plantas depende da capacidade do solo para proporcionar um meio
favorável ao desenvolvimento das raízes, que depende da textura e estrutura do solo.

 A textura do solo condiciona o arejamento, através da rede de poros, que permite o


fornecimento de oxigénio, a remoção de gases, a realização de reacções de adsorção
e a decomposição de matéria orgânica por microrganismos do solo e impede a
acumulação de teores tóxicos de dióxido de carbono.

 Textura – proporção relativa de partículas de diferentes dimensões, na terra fina.

 Em solos de textura grosseira, predomina fracção areia; em solos de textura fina,


predomina fracção argila e em solos de textura mediana (solos limosos, francos,
franco-limosos, franco-argilo-arenosos).

A porosidade depende, em parte da textura, mas principalmente da estrutura do solo, isto é, a


forma como se dispõem as diferentes partículas.

 Depende do clima, da actividade biológica e das práticas culturais.

 Estrutura do solo – arranjo tridimensional das diferentes partículas do solo.

 Esta característica é muito importante pois vai condicionar a circulação de ar e água no


solo, nomeadamente infiltração e retenção de água, facilidade de mobilização e
susceptibilidade à erosão.

A estrutura do solo é muito vulnerável, pelo que em produção integrada se devem


equacionar, previamente, todas as operações culturais, de modo a manter a estrutura do solo e
assegurar a sua produtividade, e referi-las no plano de conservação do solo.

 A matéria orgânica do solo é constituída por organismos vivos, tecidos mortos


vegetais e animais em vários estados de decomposição e húmus (materiais
orgânicos decompostos e modificados), que constitui cerca de 60% da matéria
orgânica do solo.

 A matéria orgânica representa, normalmente, 1 a 6 % da massa total da camada arável


do solo e influencia as suas propriedades físicas e químicas.

 É determinante para a qualidade e resiliência do solo, isto é, a capacidade do solo


para aceitar, armazenar e reciclar água, nutrientes e energia, e a capacidade do solo
para reverter (ou quase) ao estado inicial, após uma perturbação causada por agentes
externos.

 Aconselha-se a sua aplicação sempre que o seu teor seja inferior a 2,5 %.

 Em produção integrada são proibidas, à instalação do pomar, aplicações superiores


a 30 t por hectare de estrume de bovino bem curtido, ou quantidade equivalente de
outro correctivo orgânico permitido.

 No que se refere aos compostos de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU), é proibida, em


produção integrada, a utilização de produtos que não sejam de reconhecida
qualidade, isto é, produtos que não sejam bem maturados e higienizados.

Formador: João Oliveira 84/97


 Em produção integrada é proibida a utilização de lamas tratadas cuja qualidade não
obedeça às normas legais em vigor.

 Os organismos cujo habitat natural é o solo são responsáveis por grande parte das
transformações químicas, por tornar disponíveis os nutrientes e pela modificação da
estrutura do solo.

 Em função do seu tamanho, os seres vivos podem ser divididos em macrorganismos


(mais que 2 mm), mesorganismos (0,2 - 2 mm) e microrganismos (menos que 0,2
mm). Os microrganismos são os mais abundantes e são responsáveis por inúmeras
reacções que envolvem carbono e azoto.

 Em produção integrada, a preferência por operações culturais como mobilização


mínima, incorporação de resíduos no solo, rotação de culturas, aplicação de matéria
orgânica, fertilização mineral equilibrada, correcção do solo e rega adequada, aumenta
a abundância, diversidade e actividade dos organismos no solo.

Formador: João Oliveira 85/97


 O húmus é o conjunto de moléculas orgânicas derivadas de detritos que se encontram
altamente decompostos ou modificados, ou que são sintetizados por organismos do
solo.

 O húmus tem natureza coloidal, com superfície específica muito elevada e, por isso,
com grande capacidade de adsorção de nutrientes.

 As raízes e os resíduos da parte aérea das culturas que ficam no terreno são utilizados
por organismos do solo, em dois processos: decomposição de matéria orgânica com
libertação de substâncias minerais – mineralização, e síntese de novas moléculas –
humificação.

 O húmus contribui para a formação e estabilidade de agregados do solo, que ficam


protegidos do ataque de microrganismos.

 A formação desta estrutura estável traduz-se em maior porosidade e arejamento,


aumenta a capacidade de retenção água e nutrientes e confere maior poder tampão
(evita grandes oscilações de pH) ao solo.

 Consegue formar quelatos com vários metais, como zinco e ferro, que ficam solúveis e
disponíveis para as plantas.

 As épocas de aplicação dos fertilizantes devem ser estabelecidas de modo a


proporcionarem menor arrastamento pelas águas que se infiltram ou que escorrem à
superfície do solo.

 Essas épocas dependem das culturas, condições climáticas e formas químicas dos
nutrientes a aplicar.

 Nas culturas semeadas no Outono, o azoto aplicado nas adubações de fundo, deve ser
em quantidades reduzidas e sob forma amoniacal ou ureica.

 A fertilização azotada deverá, sobretudo, ter lugar mais tarde, em cobertura.

 Nas culturas de Primavera-Verão, o azoto pode ser aplicado na adubação de fundo das
culturas de ciclo vegetativo mais curto, como é o caso da maioria das hortícolas.

 Nas restantes, de ciclo vegetativo mais longo, a aplicação do azoto deve ser
fraccionada, 1/3 a 1/2 na adubação de fundo e o restante numa ou mais adubações de
cobertura.

 Em culturas perenes (vinha, olival, pomares, prados permanentes e outras), o azoto


deve ser aplicado a partir do fim do Inverno, antes do início da rebentação ou da
retoma do crescimento, altura em que se inicia um período de intensa absorção de
nutrientes.

 Em produção integrada, privilegia-se o uso de adubos de libertação lenta, que


assegurem o fornecimento regular de nutrientes às culturas, em especial às culturas
perenes (evitam-se períodos de grande abundância alternados com períodos de
escassez) e reduzem o número de aplicações.

Formador: João Oliveira 86/97


 Estes adubos permitem que as plantas absorvam gradualmente os nutrientes, antes
que ocorram perdas por lixiviação (caso do azoto) ou retenção pelo solo (caso do
fósforo).

 Em produção integrada, os adubos também podem ser aplicados em zonas restritas


do terreno (adubações localizadas: em bandas ou faixas laterais, sulcos, covas,
caldeiras de rega) e deve recorrer-se à prática de fertirrega, de modo a disponibilizar
nutrientes para as culturas, ao longo do ciclo cultural, de acordo com as suas
necessidades, e reduzir os riscos de perdas e de poluição das águas subterrâneas com
nitratos.

1 - Fertilização de formação - Actinídea

 As quantidades de fertilizantes a aplicar durante o período de formação das plantas


serão menores no caso de pomares instalados em solos de textura fina ou quando
esses fertilizantes forem fornecidos através da água de rega, em boas condições
técnicas.

 A partir do primeiro ano e até ao quarto ano, podem aplicar-se doses moderadas e
crescentes de azoto, fósforo, potássio e magnésio, dependendo as quantidades a
aplicar do grau de desenvolvimento das plantas, do tipo de solo e da forma de
aplicação do adubo (directamente ao solo ou na água de rega).

Recomendações de fertilização para pomares de actinídea (kg/ha/ano).

 A aplicação dos adubos azotados deve ser efectuada de forma fraccionada,


dependendo o número de fracções da técnica de aplicação.

 Se o adubo não for incorporado na rega poder ser aplicado por duas vezes (início de
Março e início do engrossamento dos frutos).

 Se se efectuar a fertirrigação, os adubos podem ser fornecidos com uma frequência


mínima semanal, sendo aconselhável a aplicação quinzenal, tendo em conta que a
primeira fracção de azoto se aplica ao solo no início de Março.

 Não se deve aplicar adubos azotados no período que decorre entre início de Setembro
e fins de Fevereiro.

 O potássio e o magnésio poderão ser fornecidos através de uma única aplicação


nos solos de textura média ou fina, ou de duas quando os pomares estão instalados
em solos arenosos (sendo a primeira realizada em simultâneo com a primeira
aplicação de azoto e a segunda até ao início do engrossamento dos frutos).

 Os adubos serão espalhados na área correspondente à projecção da copa das plantas.

Formador: João Oliveira 87/97


 A necessidade de aplicação de outros nutrientes será determinada pela observação
directa do pomar, associada aos resultados das análises de terra e de água, bem como
aos antecedentes culturais e mesmo à análise foliar (casos especiais).

 As pulverizações por via foliar de macro e micronutrientes estão limitadas à


correcção de estados de carência, sempre que as características do terreno restrinjam
a eficácia e a rapidez da sua correcção através da fertilização do solo.

2 - Fertilização de produção - Actínidia

 A fertilização de produção deverá assegurar ao pomar um adequado estado nutricional,


de forma a que a cultura possa desenvolver todo o seu potencial genético (quantitativo
e qualitativo) e, ao mesmo tempo, preservar o ambiente.

 A avaliação do estado de nutrição do pomar em produção integrada é efectuada


anualmente, através dos resultados da análise foliar cuja apreciação e interpretação é
feita com base nos valores de referência que figuram no Quadro.

 Estes valores são expressos em relação à matéria seca a 100 – 105 ºC e referem-se a
folhas anexas ao último fruto na época do engrossamento (meados de Julho).

 As quantidades de fertilizantes a aplicar variam com a produção esperada e com o


estado de fertilidade do solo, o qual é directamente avaliado pela análise da terra feita
de quatro em quatro anos ou, indirectamente, através da própria análise foliar que
indica se o solo está, ou não, a fornecer às plantas os diversos nutrientes nas
quantidades e proporções mais apropriadas.

 A produção esperada deverá ser realisticamente estimada, tomando em linha de conta


as produções anteriormente obtidas e as possibilidades concretas de proporcionar ao
pomar os granjeios apropriados, designadamente no que respeita à rega e ao controlo
eficaz de pragas, doenças e infestantes.

Teores foliares de nutrientes considerados adequados (folha anexa ao último


fruto no início do engrossamento, valores referidos à matéria seca a 100 – 105
ºC).

 Para efeitos de recomendação de fertilização, os teores foliares consideram-se


insuficiente, suficiente ou elevado conforme se situem, respectivamente, abaixo,
dentro ou acima dos intervalos de variação indicados no Quadro

Formador: João Oliveira 88/97


 Sempre que os teores de potássio do solo sejam muito elevados, deverá reforçar-se
quantidade de magnésio a aplicar, dado que a cultura é sensível à carência deste
nutriente.

 No que respeita à forma de aplicação, os fertilizantes devem ser aplicados ao solo.

 Só em casos especiais se justifica a aplicação de nutrientes por via foliar, como no


caso de ocorrência de carências, devidamente diagnosticadas em pomares instalados
em terrenos cujas características restringem a eficácia da aplicação de certos
fertilizantes quando aplicados ao solo.

 As pulverizações foliares com soluções nutritivas adequadas serão a via mais rápida
para corrigir tais carências.

Formador: João Oliveira 89/97


Capitulo VIII - Fertilizantes: Adubos e Correctivos

 Dado que os solos, na sua quase totalidade, não dispõem de fertilidade suficiente,
torna-se necessário recorrer à aplicação de substâncias que possam aumentar-lhes a
capacidade produtiva.

 Essas substâncias recebem a designação de fertilizantes e dividem-se em adubos e


correctivos.

 Os adubos são produtos que por apresentarem elevados teores de elementos


nutritivos, vão actuar nas culturas de forma essencialmente directa, isto é, vão permitir-
lhes uma maior absorção dos nutrientes que elas exigem em quantidades mais
elevadas.

 Os adubos podem classificar-se segundo diversos critérios, usando-se , mais


frequentemente, os que atendem à sua origem, ao número, natureza e formas em que
apresentam os macronutrientes principais e ao estado físico em que se encontram.

 Quanto á origem, dividem-se em minerais, orgânicos, minero-orgânicos e


especiais.

 Os adubos minerais, dividem-se em elementares e compostos, consoante


apresentem, apenas um ou mais do que um dos três macronutrientes principais.

 Os adubos elementares poderão ser azotados, fosfatados e potássicos.

 Dado que o azoto se pode apresentar em formas de diferente comportamento no solo e


na planta, é conveniente dividir em nítricos, amoniacais, nítrico-amoniacais e
amídicos.

 Os adubos nítricos, exemplo do nitrato de cálcio (15,5%N + 28%CaO), cujo azoto se


apresenta totalmente na forma nítrica (NO3ˉ).

 Os adubos amoniacais, exemplo do sulfato de amónio (20,5%N + 60%SO3) cujo


azoto se apresenta totalmente na forma amoniacal (NH4+).

 Os adubos nitro-amoniacais, exemplo do nitrato de amónio (34,5%N) cujo azoto se


apresenta na forma nítrica e amoniacal (NH4+).

 Os adubos amídicos, exemplo da ureia (NH2)2CO (45%N) e da cianamida cálcica


CaCN2 (19,8%N + 50%CaO) cujo azoto se apresenta na forma amídica.

Formador: João Oliveira 90/97


 Os adubos fosfatados subdividem-se de acordo com a maior ou menor solubilidade
das composições químicas em que apresentam o fósforo.

 Superfosfatos – solúvel em água – contém fosfato monocálcico – ex: superfosfato de


cal (16/20%P2O5 + 11/12% SO3 + 28%CaO).

 Fosfato Thomas – solúvel em ácido cítrico a 2% - contém fosfato bicálcico – ex:


escórias (14/22%P2O5 + 45/55%CaO), fosfal (34%P2O5).

 Fosfatos naturais moídos – solúvel nos ácidos minerais – contém fosfato natural
tricálcico (35%P2O5) – Bons resultados em prados cujo pH é ácido.

 Adubos potássicos são divididos em função do seu grau de pureza:

- Sais brutos – simples trituração de produtos extraídos de formações salinas


naturais – ex: silvinite (40%K2O + 30%NaCl) – bom para a beterraba que utiliza o Na.

- Sais concentrados – obtidos por tratamento químico dos sais brutos – ex: cloreto
de potássio (60%K2O + 3%NaCl) – não deve ser usado no tabaco (diminui a
combustibilidade), linho, hortícolas e vinha de vinhos finos (menor preço). ex: sulfato
de potássio K2SO4 (%50%K2O + 45%SO3).

 Adubos compostos – fornecem pelo menos dois macronutrientes – binários – três


macronutrientes – ternários.

 São designados por uma fórmula de três números, o primeiro indica a percentagem
de N, o segundo a de P2O5 e o terceiro a de K2O.

 Adubos compostos binários:

» N-P – ex: 10-20-0 – são em geral muito solúveis (fornecem ácido fosfórico muito
solúvel na água e facilmente assimilável).

» N-K – ex: nitrato de potássio (13,7%N + 46%K2O).

» P-K – ex: 0-21-21 – resultam da mistura do adubo fosfatado com o adubo


potássico (normalmente o cloreto de potássio).

Formador: João Oliveira 91/97


 Adubos compostos ternários:

» mistos/mistura – obtidos por mistura mecânica intima de outros adubos


previamente fabricados – apresentam-se muitas vezes sob a forma granulada.

» complexos – obtidos por reacções químicas entre os macronutrientes principais –


permite aumentar a solubilidade do ácido fosfórico, os fosfatos de amónio e de potássio
são mais facilmente assimiláveis do que os do superfosfatos.

» líquidos – ex: 16-8-8 – a presença do potássio impede a fabricação de produtos com


mais de 40 unidades fertilizantes aos 100L.

» orgânicos – origem animal ou vegetal, contendo um ou mais macronutriente –


deverá ter no mínimo 50% de mat. Orgânica, 2,5% de azoto orgânico (N) e 1,5% de
fósforo total (P2O5).

» minero-orgânicos – mistura mecânica de adubos minerais e orgânicos – teor de


mat. orgânica não deve ser inferior a 25%; soma dos macronutrientes não deve ser
inferior a 15%.

» especiais - ex: 7-14-14 especial – são adubos de qualquer dos grupos anteriores
a que se adicionaram micronutrientes, pesticidas, reguladores de crescimento, etc.

 Correctivos – são fertilizantes que vão actuar nas culturas por forma essencialmente
indirecta, exercendo uma acção benéfica nas características físicas, químicas e
biológicas dos solos.

 Dividem-se em:

1- Orgânicos – destinam-se a corrigir/manter o teor de matéria orgânica dos solos -


de origem animal, vegetal ou de ambas as origens – constituídos por estrumes
(naturais e/ou artificiais), produtos resultantes do tratamento dos lixos dos esgotos dos
centros urbanos (RSU), turfas, algas e resíduos das culturas.

2- Minerais - destinam-se a corrigir o pH dos solos – podem ser alcalinizantes


(fazer subir o pH) ou acidificantes (fazer baixar o pH).

 Correctivo mineral alcalinizante divide-se em:

1- óxido de cálcio (CaO - cal viva) com poder neutralizante de 179 – cáustico,
pouco cómodo de aplicar, pode causar danos à germinação de sementes, actuam
rapidamente e como absorve rapidamente a água tem tendência a formar crostas de
difícil decomposição e difusão.

2- hidróxido de cálcio (Ca(OH)2 – cal apagada) com poder neutralizante de 136.

3- calcários (CaCO3 – carbonato de cálcio) – valor neutralizante de 100.

4- calcários magnesianos – actuam mais lentamente devido à sua dureza.

Formador: João Oliveira 92/97


 Correctivo mineral acidificante devido à existência de carbonatos divide-se em:

1- enxofre (S) – introduzido no solo, pela acção das sulfobactérias e da humidade é


convertido em ácido sulfúrico.

2- ácido sulfúrico (H2SO4) – de acção rápida, mas difícil de manejar e exigência de


material resistente, pelo que não é usado.

3- sulfato de alumínio (Al2(SO4)3) e de ferro (FeSO4) – larga utilização em floricultura em


cultura exigentes em solos ácidos (camélias, azáleas e hortênsias).

 Correctivo mineral acidificante devido à existência de grande quantidade de


sódio (Na) – pH entre 8,5 e 10 – utiliza-se o gesso (CaSO4.2H2O) em que o Na será
substituído por Ca.

 Embora se diga que os fertilizantes, particularmente os adubos, vão diminuir a


qualidade das produções e vão poluir as águas e os solos, não há razão para tais
fenómenos se recearem.

 Os fertilizantes têm que ser aplicados racionalmente, isto é, em quantidades,


qualidades, épocas e técnicas de aplicação que sejam as mais aconselhadas para as
características da planta, do solo e do clima.

 A fertilização tem que ser uma prática que apresente compensação económica, isto
é, que permita um aumento de produção cujo valor exceda os encargos decorrentes da
compra e da aplicação dos fertilizantes.

 Consoante a época de fertilização, as aplicações de fertilizantes podem ser:

1- aplicações de fundo – as que se realizam antes ou simultaneamente com as sementeiras


ou plantações;

» aplicações a lanço (ou por difusão) – quando os fertilizantes são espalhados sobre todo o
terreno;

» aplicações localizadas - na linha/em bandas/na cova – quando os fertilizantes são


colocados apenas em determinadas zonas do solo, mediante a sua aplicação em faixas
(bandas) laterais, sulcos, covas, caldeiras de rega, etc.; são feitas na altura da sementeira ou
plantação, principalmente para disponibilizar nutrientes em formas facilmente assimiláveis à
jovem planta, para um desenvolvimento inicial rápido e vigoroso;

Formador: João Oliveira 93/97


2- aplicações de cobertura – quando as plantas estão em pleno crescimento e
desenvolvimento; o nutriente mais frequentemente aplicado nestas condições (e de forma
fraccionada) é o azoto.

» aplicação localizada;

» aplicação a lanço;

» fertirigação: quando os fertilizantes são aplicados pela água da rega; adequada para
fertilizantes líquidos ou solúveis em água, especialmente compostos azotados; as quantidades
e época de aplicação, bem como as dotações de rega, devem ser convenientemente
determinadas, de modo a evitar perdas acentuadas por lixiviação;

» aplicação foliar: quando os fertilizantes são aplicados à parte aérea da planta; as


aplicações foliares de micronutrientes apresentam, em geral, maior eficiência que as
aplicações ao solo, necessitando de quantidades mais baixas;

» aplicação fraccionada: de acordo com o estado fenológico (desenvolvimento vegetativo)


da planta; o fraccionamento do azoto permite reduzir perdas susceptíveis de sofrer nos solos,
evitar a salinização do solo, a poluição dos produtos vegetais e da água.

Formador: João Oliveira 94/97


Capitulo IX - Controlo e certificação de produtos agrícolas

Os operadores (produtores, transformadores e importadores) devem:

 Informar-se sobre as normas de produção integrada;

 Efectuar um contrato com um Organismo Privado de Controlo e Certificação;

 Notificar a sua actividade ao IDRHa.

O Organismo Privado de Controlo e Certificação deve:

 Efectuar as acções de controlo e assegurar-se que são cumpridas as normas em vigor;

 Atribuir licenças aos operadores e atestados aos produtos;

 Garantir a confidencialidade relativa às informações obtidas no decurso da sua


actividade de controlo;

 Ter patente ao público a lista dos operadores sujeitos ao regime de controlo.

O Conselho de certificação deve:

 Conduzir e vigiar o processo de certificação;

 Aplicar acompanhar a alterar se necessário, as regras de atribuição e de renovação


das licenças e dos certificados, as acções de controlo e as sanções;

 Analisar e decidir sobre os recursos apresentados pelos operadores;

 Acompanhar o manual de procedimentos e os formulários de controlo e certificação de


acordo com a Norma EN/NP 45011.

O Organismo oficial – MAMAOT - Ministério da Agricultura, Mar, Ambiente e


Ordenamento do Território - competente deve (em relação aos operadores e ao
organismo de certificação):

 Informar das normas oficiais em vigor;

 Receber as notificações de actividade dos operadores;

 Acompanhar a actividade do organismo de certificação.

Formador: João Oliveira 95/97


ORGANISMOS DE CONTROLO RECONHECIDOS PARA A PRODUÇÃO INTEGRADA:

 AGRICERT - Certificação de Produtos Alimentares, Lda.

 CERTIS – Controlo e Certificação, Lda.

 TRADIÇÃO E QUALIDADE – Associação Interprofissional de Produtos Agro-


Alimentares de Trás-os-Montes.

 CODIMACO – Certificação e Qualidade, Lda.

 NATURALFA – Controlo e certificação, Lda.

 SATIVA, Desenvolvimento Rural, Lda.

 SGS ICS – Serviços Internacionais de Certificação, Lda.

Atualizado em março de 2012

Portaria n.º 131/2005 de 2 de Fevereiro

É aprovado o Regulamento de Controlo e Certificação dos Produtos Agrícolas e dos Géneros


Alimentícios Derivados de Produtos Agrícolas Obtidos através da Prática da Protecção
Integrada e da Produção Integrada.

Formador: João Oliveira 96/97


FICHA TÉCNICA

Título PRODUÇÃO INTEGRADA EM ACTINÍDIA

Autor João Oliveira

- A Proteção Integrada(PI) e a Produção Integrada (PRODI)


- Fertilidade do Solo e Nutrição das Culturas
- Técnicas de diagnóstico do estado de nutrição das culturas
- Métodos de diagnóstico do estado de nutrição da cultura com
Área temática
base na análise de material vegetal
- Fertilização racional
- Fertilizantes: Adubos e Correctivos
- Controlo e certificação de produtos agrícolas
Quadros técnicos, com idade mínima de 21 anos e com
bacharelato ou licenciatura nas áreas das ciências agrárias ou
de medicina veterinária;
Público a que se destina
Professores de Escolas Profissionais Agrícolas;

Recém Diplomados nas áreas das ciências agrárias ou de


medicina veterinária
Actualizar, esclarecer e aprofundar conhecimentos nos temas
Objectivos
apresentados nas características técnicas.
“Manual de Fertilização das culturas” – INIAP – Laboratório
Químico Agrícola Rebelo da Silva – 2006;

Santos, J. Quelas.“Fertilizantes – Fundamentos e aspectos


práticos da sua aplicação” 2ª edição – Publicações Europa-
América;

Éliard, Jean-Louis. “Manual Geral de Agricultura” - Publicações


Europa-América;

Dielh, Robert. “Agricultura Geral” 2ª edição – Clássica Editora;


Fontes
Ferreira, Jorge Conceição; Strecht, António; Ribeiro, José Raul;
Soeiro, Ana; Cotrim, Guilhermina. “Manual de agricultura
biológica – Fertilização e protecção das plantas para uma
agricultura sustentável” 1ª edição – AGROBIO;

Fruticoltura professionale – Actinidia, aversità e fisiopatie in


campoe in magazzino – Edizioni L´Informatore Agrario;

“Produção Integrada da Cultura da Actinídia” – Ministério da


Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas – DGPC –
2005;

Guia de acompanhamento para os técnicos que façam


Especificações técnicas agricultura em produção integrada, que pretendem fazer e que
prestam assistência técnica.
A consulta e utilização do manual deve atender sempre à nova
Observações
legislação que vai surgindo para este modo de produção.

Formador: João Oliveira 97/97

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