Resumo do Vídeo Narcisismo: A busca da perfeição, e o escape do mundo real
Televisão No Vídeo – A televisão e a Psicanálise – Muniz Sodré
O simples fato de estar ligado o aparelho receptor são elementos capazes de ligar o telespectador, de amenizar a absurda solidão que possa sentir enquanto indivíduo solitário na massa gigantesca da grande cidade. Cidade pós-moderna, governada por fluxos cada vez mais abstratos e distantes – telefluxos. A imagem se torna algo mais acreditável do que o próprio mundo real. Olho abrindo e fechando ; Televisão - A televisão e a Psicanálise – Muniz Sodré O poder consiste em “reter o olhar do outro”, na captação infinita da atenção, como que transmudando o planeta em fibra ótica, de modo a fazer coincidir, instantaneamente, cérebro, olho e mundo. O olho, fonte de tudo que vemos ao nosso redor, ele tem o discernimento, mas na verdade é a primeira etapa para compreendermos o que vemos e depois vai para o nosso consciente. Mas o espaço/tempo televisivo, enquanto simulação do mundo, é narcísico por si mesmo. Fotos de objetos ideais – Donald Winnicott – Da Pediatria à Psicanálise O que no vídeo se produz é o desejo. Desejo, imagem televisiva, imagem publicitária reencontram-se na afinidade de remeterem sempre a um objeto fadado a não poder jamais satisfazer o sujeito, ou seja, a um real que não se aprovará nunca. Super ego compara o sujeito com o objeto ideal, o que é impossível. Parte inconsciente que ataca a outra parte. Estamos sempre sendo observados, julgados pelo olhar dos outros. Menina indo à loucura Comportamento que ela gostaria de ter, o que ela sente no seu inconsciente, só que ao mesmo tempo, ela não sente a liberdade de agir do modo que quer, e sim da forma como os outros querem que ela seja. O objeto ideal dela é justamente ser perfeita, sendo assim ela entra em um conflito com ela mesma aumentando ainda mais o grau depressivo, e a raiva de si mesma. A televisão aparece, assim, como um meio organizador, conduzindo identidades sociais. Procurando legitimar-se pela informação e pelo entretenimento, ela vai tentar apreender o indivíduo no interior de sua esfera privada, indicando-lhe papéis, comportamentos e atitudes que deverá assumir para atingir o reconhecimento social. Esse espaço simulado é esquizofrenante: esvai-se o sentimento do real, ao mesmo tempo em que o indivíduo parece aproximar-se absolutamente das coisas, através de um imaginário controlado. Menina andando na rua - Christopher Lasch – A cultura do narcisismo Não obstante suas ocasionais ilusões de onipotência, o narcisista depende de outros para validar sua auto-estima. Ele não consegue viver sem uma audiência. O Sucesso e o reconhecimento da “platéia” são valores importantes para uma personalidade narcísica. Para o narcisista, o mundo é um espelho, ao passo que o individualismo áspero o via como um deserto vazio, a ser modelado segundo seus próprios desígnios, pronto para ser preenchido. Outro traço marcante em uma sociedade que tem horror à velhice e à morte, o envelhecimento implica um terror especial para os que temem a dependência e cuja auto-estima requer a admiração geralmente reservada à juventude, à beleza, à celebridade ou ao encanto pessoal. Vícios: Uso de drogas e álcool O uso de drogas, álcool, tóxicos, remédios etc. estão englobados em uma forma de escape e de alienação dos problemas desta determinada pessoa. Até pelo seu super ego rígido que pune a si mesmo constantemente, exigindo o ideal, a pessoa não suporta tal punição, tentando se “desligar” de tais sentimentos. Nesses casos o ego é fraco e não dispõe de força para suportar a depressão, por isso recorre a mecanismos maníacos alcançáveis somente através das drogas, pois até à produção da mania é necessária certa dose de esforço. As defesas maníacas surgem na infância numa fase denominada por Melanie Klein de “posição esquizoparanóide”. Modificam-se posteriormente para uma “posição depressiva”. O toxicômano recorre a mecanismos maníacos como a idealização e a identificação como objeto ideal e controle onipotente dos objetos total ou parcialmente. Ocorre então a negação das frustrações e ansiedades principalmente a persecutória. A droga passa a simbolizar o objeto ideal que se pode concretamente incorporar e do qual utiliza o efeito farmacotóxico como reforço dos mecanismos de negação e divisão. Desta forma a droga é usada como socorro para o aniquilamento de quaisquer objetos ou situações como caracteres frustrantes ou perseguidores. A depressão é a doença da modernidade.