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FACULDADE DE VETERINÁRIA
DISCIPLINA DE CLÍNICA MÉDICA DE PEQUENOS ANIMAIS
PROFESSORA MARIA CRISTINA NOBRE E CASTRO
Atenção: Esse resumo não substitui o estudo pela bibliografia recomendada
Assuntos: Diarréia, vômitos, regurgitação e constipação.
Diarréia:
• Definição: é o aumento da fluidez das fezes, que pode ou não estar acompanhada do aumento do
volume e frequência das evacuações.
A diarréia é um sinal clínico, logo, o veterinário deve preocupar-se em identificar a possível causa.
Considerar também que muitos casos são auto-limitantes e requerem apenas terapia de suporte e
sintomática, enquanto outros casos requerem maior investimento diagnóstico para que a etiologia
seja identificada e tratada.
• Características anatômicas:
o Dobras: aumentam a área de superfície da luz intestinal em 3 vezes.
o Vilos: aumentam a área de superfície da luz intestinal em 10 vezes.
o Microvilos: aumentam a área de superfície da luz intestinal em 20 vezes.
Células do topo: são células diferenciadas que possuem microvilosidades e enzimas. Participam
da digestão final de açúcares e proteínas. Estas células são renovadas a cada 3 a 5 dias. Em
situações de agressão (enterites), a renovação se acelera, ocorrendo em 2 a 3 dias.
Células da cripta: São células indiferenciadas e secretoras de água e eletrólitos, por meio da
mediação de AMPc. Várias substâncias estimulam essa secreção, como é o caso dos hormônios
da tireóide e substâncias inflamatórias.
▪ Secretória:
As células indiferenciadas das criptas intestinais secretam, por mediação do AMPc,
água e eletrólitos para a luz intestinal. O mecanismo secretório de formação de
diarréia ocorre quando há aumento da secreção para o lúmen intestinal.
• Características:
o Não cessa com jejum,
o Fezes claras e aquosas,
o A desidratação que ocorre pela perda de água e eletrólitos pode ser
grave.
• Causas:
o Toxinas bacterianas (E. coli, Salmonella),
o Estimulação parassimpática (distensão das alças intestinais, dor
abdominal),
o Mediadores da inflamação (prostaglandinas, serotonina),
o Hormônios gastrointestinais e/ou tireoidianos (hipertireoidismo
felino).
o outras
▪ Alteração da permeabilidade:
O aumento dos poros presentes no epitélio intestinal pode acarretar a passagem de
macromoléculas como açucares e proteínas, e células (hemácias por ex.) para a luz
intestinal. A dilatação pode ocorrer por aumento da pressão hidrostática dentro da
parede intestinal como nas enterites de maneira geral e na linfangectasia; ou por
aumento fora da parede intestinal como na insuficiência cardíaca congestiva (ICC) e
hipertensão portal. Além dessas alterações, os mediadores de infamação liberados
nas enterites (prostaglandinas, serotonina, bradicininas...) podem mediar o aumento
da permeabilidade (além de estimularem a secreção).
• Características:
o Variáveis clinicamente,
o Fezes pastosas a líquidas, coloração normal ou com sangue.
▪ Alteração da motilidade:
LEMBRETES:
o Quanto a origem:
▪ Tipo Intestino delgado
▪ Tipo Intestino grosso
o Quanto a etiologia:
▪ Infecciosa:
• Vírus:
o Parvovirus, Coronavírus, rotavírus,...
• Protozoários:
o Giárdia e Isospora, ...
• Bactérias: Pouco comum
o Salmonella, Clostridium, E coli
• Pode ocorrer toxinfecção
• Fungos:
o Histoplasma – raro.
• Parasitos nematóides:
o Toxocara/Toxoascaris
o Ancylostoma:
o Thricuris: Formam-se erosões ao longo de ceco e colon, gerando colite
e tiflite hemorrágica. O diagnóstico é difícil devido a pouca presença
de ovos nas fezes, logo, em caso de diarréia de intestino grosso,
mesmo diante de exame fecal negativo para esse parasito, deve-se
tratar, pois muitos casos de colite são de origem parasitária.
▪ Mecânica:
• Intussuscepção: Obstrução mecânica, causando diarréia secretória, na porção
pós-obstruída, pela inflamação gerada.
▪ Inflamatória:
• Enterites idiopáticas,
• GE plasmocítica linfocítica, Colites ulcerativa histolítica.
• OBS: Colite idiopática: É a segunda grande causa de colite em animais.
Depende de um diagnóstico por exclusão minucioso, que inclui: colonoscopia
com biópsia, exame coproparasitológico (Thricuris).
▪ Dietética:
• Sobrecarga,
• Mudança brusca da dieta.
▪ Metabólica:
• Uremia.
▪ Psicogênica:
• Tratamento:
Diarréia é um sinal clínico, e não uma doença, logo, é importante identificar a causa primária e
tratá-la adequadamente.
Agudo x Crônico: Geralmente, os processos agudos são auto-limitantes, mas é importante avaliar o
grau do desequilíbrio hídrico e eletrolítico para reposição adequada.
Tratamento de suporte:
FLUIDOTERAPIA (apostila).
DIETA/RESTRIÇÃO ALIMENTAR:
TRATAMENTO SINTOMÁTICO:
Analgésicos narcóticos:
Anticolinérgicos e antiespasmóticos:
Inibidores de Prostaglandina:
o No intestino delgado:
▪ Subsalicilato de Bismuto: 6,5mg/kg/dia cada 4 ou 6h.
Protetores de mucosa:
Utilização questionada, uso empírico, não há comprovação científica da sua ação. A maioria dos
autores não considera seu uso. EX: caulin e pectina
Antibióticos:
Deve-se usar antibióticos de largo espectro nos processos diarréicos hemorrágicos. Objetivo: evitar
complicações bacterianas. Nas diarréias com sangramento há maior possibilidade de translocação
bacteriana.
Evitar antibióticos novos para não contribuir para o desenvolvimento de bactérias resistentes.
Pró-Bióticos:
Contribuem para recuperação da microbiota intestinal.
EX: Biocanis (vet), Floratil (humano).
Atualmente há uma tendência no uso de simbióticos que são produtos que possuem pré-bióticos
(fibras) e próbióticos. EX: LactoFos (de uso humano) e Florentero ( veterinário)
• Anti fisiéticos:
Resumindo:
VÔMITO e REGURGITAÇÃO
É importante que durante a anamnese o clínico determine se o quadro apresentado é de vômito ou
regurgitação. O proprietário não sabe fazer esta diferenciação. Ele considera sempre que o animal
está “vomitando”.
• VÔMITO: Ejeção forçosa (ativa) do conteúdo do estômago ou muitas vezes do duodeno através da
boca. Há atuação do sistema digestório, nervoso e muscular. O órgão efetor do vômito é o centro do
vômito localizado na medula oblonga (bulbo), que recebe informações (aferentes) de outros locais. O
vômito ocorre quando o centro do vômito recebe estímulos suficientes para alcançar o limiar que
deflagra o reflexo do vômito. Esse reflexo é bem desenvolvido nos cães. Gatos e homem também têm
este reflexo bem desenvolvido. Já ratos e coelhos apresentam apenas anorexia e sinais de náusea em
situações que causariam vômitos em cães. Os anti-eméticos podem atuar direto no centro do vômito
(são os mais eficientes) ou podem atuar bloqueando os aferentes para o CV, ou seja não deixa que a
mensagem chegue ao CV.
No momento de descanso (não está deglutindo) o esôfago é um tubo muscular flácido e vazio que é
fechado pelo esfíncter superior do esôfago (ESE) (Tb denominado esfíncter faringoesofágico) que o
separa da orofaringe. O esfíncter gastroesofágico ou esfíncter inferior do esôfago (EIE) está localizado
na junção gastroesofagiana e evita que ocorra o refluxo do conteúdo gástrico para o esôfago. Através
do fechamento desses esfíncteres simultaneamente uma pressão esofágica intratorácica negativa,
exceto durante a deglutição.
O peristaltismo esofágico é iniciado com o reflexo da deglutição. O alimento ou líquido quando chega
à orofaringe estimula os receptores sensoriais que levam a mensagem até o centro da deglutição. AS
fibras motoras retornam e até o nervo vago que inerva a musculatura do esôfago através de uma
rede intramural. O processo de deglutição inicia, na porção distal à frente do bolo alimentar ou
líquido, uma onda de relaxamento do esôfago que se propaga distalmente, e simultaneamente ocorre
uma onda de contração que se propaga atrás desse bolo. Logo, há a propulsão do bolo no sentido da
porção distal do esôfago, havendo o relaxamento do EIE, e passagem do bolo para o estômago.
Alteração em qualquer desses caminhos pode resultar em acúmulo do bolo alimentar no esôfago e
eventual expulsão pelo ato da regurgitação.
REGURGITAÇÃO VÔMITO
Causas de Regurgitação:
III- Relacionados a obstrução intra-luminal: Estenoses, corpo estranho, tumores, divertículo esofágico,
intussuscepção gastro-esofágica.
Megaesôfago adquirido:
Miastenia gravis; Polimiopatia; Polineurite imuno-mediada; Lesão bilateral do nervo vago.
Botulismo; Cinomose
Tóxicos: Tálio, Anticolinesterase, organofosforados
Hipotireoidismo, Nanismo, Hipoadrenocorticismo
Lupus eritematoso sistêmico
Estenose de piloro.
• MEGAESÔFAGO:
Não é uma doença propriamente dita. É consequência de diversas doenças neurológicas, musculares
ou obstrutivas que impedem a função normal do esôfago.
3-Megaesôfago Idiopático do cão adulto- quando ocorre no adulto e nenhuma causa é diagnosticada.
• Regurgitação pós-prandial;
• Emagrecimento;
• Abaulamento na região do esôfago;
• “Sons de murmurar”;
• Halitose.
COMPLICAÇÕES:
• DIAGNÓSTICO do megaesôfago
Histórico;
Sinais clínicos;
Radiografia contrastada;
Testes direcionados para causa primária. Se não encontrar, é idiopático!
• TRATAMENTO do megaesôfago
o SUPORTE E SINTOMÁTICO
• Alimentação:
Consistência: Alguns animais se adaptam melhor à comida pastosa e outros à comida sólida.
Se possível, manter o animal num ângulo de 45 a 90º por 10 a 20 minutos após a refeição. Alguns
regurgitam menos com este procedimento.
• Para as complicações:
VÔMITOS
CAUSAS de vômitos
I-Estímulo do córtex cerebral: psicogênico, tumores cerebrais, encefalites. aumento da pressão intra-
craniana, epilepsia límbica.
V- Efeito de drogas ou toxinas: agem no gatilho do vômito (ou zona quimioreceptora deflagradora do
vômito= ZQD). Essa região é estimulada por substâncias presentes na circulação, pois a ZQD não
possui a barreira hemato-encefálica normal.
CONSEQUÊNCIAS
• Desequilíbrio ácido-básico
DIAGNÓSTICO
• Frequência do vômito
• Exames laboratoriais
• Ultrassonografia
• Endoscopia
Abaixo os receptores importantes no mecanismo do vômito, para entendimento sobre a ação dos
fármacos.
Córtex
ENK-encefalinérgico ZQD
D2- dopaminérgico
alfa 2-adrenérgico
5HT3-serotonérgico
Vestibular NK1- neurosinérgico
M1- muscarínico M1- colinérgico
H1 histaminérgico H1 e H2 histaminérgico
Centro do Vômito
alfa 2-adrenérgico
5HT1a-serotonérgico
NK1- neurosinérgico
Neurotransmissor Receptor
Dopamina D2 dopaminérgico
Acetilcolina M1 colinérgico
• CONTROLE DO VÔMITO
1- Antagonista dos receptores dopaminérgicos (D2)
• Ação central (ZQDV). Nos gatos essa ação é menor que em cães porque os receptores dopaminérgicos
não são os principais receptores para o vômito nessa espécie. Nos gatos os receptores alfa-
adrenérgicos são mais importantes.
• Ação periférica (pró-cinético). Nos cães e gatos: Relaxamento do piloro e aumento da motilidade do
estômago e duodeno, pois os receptores dopaminérgicos localizados em estômago e duodeno estão
relacionados ao aumento da motilidade. Nas outras porções do intestino existem poucos receptores
D2, justificando porque essa ação pro-cinética só ocorre em estômago e duodeno.
• Contra-indicações: Obstruções anatômicas, Corpo estranho, pseudociese (aumenta liberação de
prolactina), animais epilépticos: cuidado.
Antagonista dopaminérgico
Ação central (ZQDV)
Principal uso: pró-cinético 0,05-0,1 mg/kg PO SID ou BID
Atualmente também é usado no protocolo de tratamento de Leishmaniose como imunomodulador.
Contra-indicações:
Obstruções anatômicas
Corpo estranho
Cuidado: aumenta prolactina.
• Além de atuarem a nível central (ZQD) também inibem a origem o vômito gastrointestinal (pois nas
vísceras existem os receptores 5HT3)- ver quadro com figura.
• Meclizina : 4 mg/kg
Observação: Não são úteis para gatos, pois nessa espécie os receptores de histamina não são
importantes para os vômitos da cinetose. Além disso, a ZQD faz parte desse mecanismo originado na
aparato vestibular, porém o mesmo não ocorre em gatos. Para gatos com vômitos de origem
vestibular devem-se usar os antagonistas dos outros neurotransmissores relacionados ao centro do
vômito como maropitante e clorpromazina. Ver quadro.
• Pouco utilizado com esta finalidade devido aos efeitos colaterais (causam hipotensão), logo são
contra-indicados se o paciente está muito desidratado.
É um dos anti-eméticos mais potentes. Também serve para vômito de origem vestibular, cinetose.
6- Anti-colinérgicos:
7 - Mirtazapina :
Quando o vômito ocorre devido à hipomotilidade esses medicamentos são úteis no controle.
Cisaprida possui a capacidade de estimular a motilidade desde o esfíncter inferior do esôfago até o
cólon. Atua através do estímulo dos receptores 5HT4 presente em todo trato gastrointestinal. Não
tem efeito anti-emético.
Como já citado acima, a metoclopramida (antagonista D2) também tem efeitos pro - cinéticos a
nível de esfíncter inferior do esôfago, estômago e duodeno. O mecanismo de ação é desconhecido,
mas parece que sensibiliza os tecidos para ação da acetilcolina.
Estudos recentes demostraram que os bloqueadores H2 NÃO são bons para controle da acidez
gástrica, e os tabalhos tb concluíram que em cães e gatos, o omeprazol deve ser usado a cada 12h.
• CAUSAS
• Dietéticas e ambientais
• Fatores dolorosos
• Doenças neurológicas
• AGUDO X CRÔNICO
• Histórico/Anamnese
• Sinais clínicos
TRATAMENTO
• Tratamento Clínico :
Laxantes
Agente pró-cinéticos
Enemas
Dieta
LAXANTES
Exemplo:
Psylium (1 a 5 colheres de chá/dia). Pode ser manipulado em cápsulas.
2- LAXANTES LUBRIFICANTES
Exemplo:
Óleo mineral (CUIDADO!!!!!). Não prescrever. Falsa via causará pneumonia lipídica!!!
4- LAXANTES EMOLIENTES
4- LAXANTES OSMÓTICOS
Exemplos:
AGENTES PRÓ-CINÉTICOS
ENEMAS
São soluções que devem ser aplicadas por via retal com auxílio de uma sonda (uretral número 8 ou
10).
Após aplicar a solução deve-se massagear gentilmente a região abdominal com o objetivo de
fragmentar as fezes e facilitar sua eliminação. Muitas vezes é necessário retirar manualmente os
fragmentos de fezes. Este procedimento pode ser realizado várias vezes, por 2 ou 3 dias, caso esteja
sendo útil na eliminação das fezes ressecadas. Nos casos extremos deve-se indicar a cirurgia.
Obs: enemas a base de fosfato são proibidos para gatos e contra-indicados para cães.
DIETAS
• Aumentar teor de fibra EX: Hill’s : w/d; r/d, Purina: OM; DM Royal canin