PROFESSOR ANGELO ANTONIO LEITHOLD

ACOPLAMENTO MÚTUO DE ANTENAS

CURITIBA, 1995
Considerando duas antenas cujas geometrias são arbitrárias, conforme esquematizado na Figura 1.
As mesmas podem ser enxergadas como um quadripolo em que V1, V2 e I1, I2, são fasores de
tensões e correntes, cujos transmissores estão ligados ao quadripolo e operando na mesma
frequência temos:

Fig 1: Antenas com geometrias arbitrárias. (Fonte Angeloleithold py5aal 1995)

Sendo os materiais isotrópicos, em que Z12 e Z21 tem relações que valem para antenas próximas
ou distantes. Nas expressões Z11 a impedância da antena 1 e antena 2 têm seus terminais em aberto.
O termo Z12 é a impedância mútua entre ambas, sendo igual à relação entre a tensão nos terminais
em aberto de uma das antenas e a corrente que circula nos terminais da outra e Z11 não é igual à
impedância da antena 1 quando isolada. A antena 2 interage com os campos produzidos pela antena
1, havendo assim corrente de polarização circulando na antena 2, o que gera um campo irradiado.
Tal interação altera a distribuição de corrente na antena 1 e os campos nas suas imediações
influenciando a impedância nas duas atenas. A interação será cada vez menor com o afastamento
das duas antenas. Assim Z11 tenderá à impedância da antena 1 quando isolada para uma distância
muito grande entre elas. Considerando dipolos cilíndricos (Fios podem ser enxergados como tal), os
valores de Z11, Z22 e Z12 são dependentes das dimensões de cada dipolo e da disposição
geométrica relativa. Caso sejam dipolos idênticos de meio comprimento de onda, e dispostos
paralelamente, os valores de Z12 aproxima-se de Z11, cujo comportamento é de um dipolo isolado
no espaço livre, figura 2.

Figura 2: Variação da impedãncia com a distância, Dados obtidos pelo método dos momentos. (Fonte: Angeloleithold
py5aal 1995)
Para o caso de dipolos idênticos de meio comprimento de onda, agora colineares, a Figura 5
apresenta o valor de Z12. Neste caso, pode se mostrar que Z11 é aproximadamente igual à
impedância do dipolo no espaço livre. Quaisquer que sejam as antenas envolvidas, se a antena 2
tiver seus terminais conectados a uma impedância ZL, a impedância medida nos terminais da antena
1 será dada por: Z1= V1 / I1 = Z11− (Z122 / ZL + Z22 ). A antena 2 com os seus terminais em curto
assim fica: Z1= V1 / I 1 =Z11− ( Z12 2 / Z22 ).

Figura 3: Impedância mútua de dipolos de λ/2, colineares, separados de uma distância d. (Fonte: Angeloleithold py5aal
1995)

Para uma antena próxima a um plano condutor infinito, as cargas e correntes elétricas refletem, e
são imaginárias que se combinam com fontes reais, formando um sistema equivalente o mesmo
campo real sobre o plano condutor e sob o plano condutor o campo é nulo.

Figura 4: Fontes de corrente sobre um plano condutor e suas respectivas imagens.(Fonte: Angeloleithold py5aal 1995)

Para um dipolo infinitesimal, com uma corrente I v perpendicular ao plano condutor, o campo
elétrico no dipolo quando isolado é:
 h é << que o comprimento do dipolo (λ), r e θ são um sistema de coordenadas esféricas centrado
no dipolo, o campo eletromagnético total no semi-espaço acima do plano se o valor do campo
elétrico total é único é tangente à sua fronteira:

Figura 5: Dipolo vertical sobre plano condutor. (Fonte: Angeloleithold py5aal 1995)

Substituindo o efeito do plano condutor por um dipolo imagem I ’v colocado à mesma distância do
plano do dipolo original, o campo tangencial ao plano z=0 é nulo, θ’=π-θ e r’= r sobre o plano z=0,
as componentes ur e ur' são de sinais contrários e cancelam a componente tangencial, e uθ e uθ' se
somam e cancelam a componente tangencial e o dipolo vertical sobre o plano condutor interage
com o dipolo imagem, com corrente na mesma direção do dipolo original.

Referências:

Interação entre antenas, Angelo Antonio Leithold

https://8d31cae8-a-62cb3a1a-s-sites.googlegroups.com/site/leitholdpy5aal/home/doc-/
Antennas_Impedance_Study_Angelo_leithold