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Princípios e Ações Bíblicas

para o Desenvolvimento da Igreja

“Todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo


e nela não permanece não tem Deus;
o que permanece na doutrina,
esse tem tanto o Pai como o Filho.
II João 9-10

PRIMEIRA IGREJA BATISTA


TRÊS CORAÇÕES - MG
OUTUBRO DE 2016
Primeira Igreja Batista de Três Corações – Edição 2016

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Primeira Igreja Batista de Três Corações – Edição 2016

APRESENTAÇÃO

“O que me preocupa não é nem o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos
sem caráter, dos sem ética... O que me preocupa é o silêncio dos bons”.
Martin Luther King

Apresentamos este trabalho após estudarmos com membros da igreja sobre os aspectos da
liderança atual das igrejas evangélicas, isto nos fez perceber a importância de reestudarmos
nossos valores doutrinários. O estudo faria com que também discipulássemos os membros
da igreja a viver um evangelho sério e de raízes bíblicas. Sendo assim este material visa
doutrinar e discipular a igreja.
Ministrar doutrinas bíblicas em uma igreja é cuidar da saúde espiritual dos servos de Deus,
por isto faço esta introdução para mostrar o propósito deste material. Meu propósito será
mostrar aos membros da igreja que estiverem interessados em como se tornar uma igreja
saudável, tanto doutrinária como espiritualmente, de modo que ela esteja razoavelmente
imune a problemas de ordem doutrinária? Como dar estabilidade doutrinária à igreja, sem
ser maçante? Como desempenhar o ministério de maneira que a igreja atravesse sem trau-
mas o cardápio self-service das novidades doutrinárias?
Pastorear uma igreja trás sobre os ombros do pastor e da liderança da igreja a responsabili-
dade de cuidar de seus membros para que não caiam nas heresias da modernidade. Nosso
dever é ensinar que não existe vida cristã sem caminhar de baixo dos princípios doutrinários,
pois não existe cristianismo sem doutrina.
A maior luta do evangelho é como se afirmar as grandes doutrinas da fé cristã, porque es-
tamos vendo o cristianismo ser reduzido a sentimentos. Ou a atos esotéricos ou espiritualís-
ticos.
Romanos 1.18-30, nos ensina que a humanidade se tornou insensata ao desprezar Deus. Os
homens precisam de uma mensagem espiritual, mas como disse Jeremias, trocaram a fonte
de águas vivas por cisternas rachadas que não retêm as águas: “Porque o meu povo fez duas
maldades: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram para si cisternas, cis-
ternas rotas, que não retêm as águas”. (Jr 2.13). Nosso compromisso é ensinar a espirituali-
dade verdadeira, a essencial presença de Deus no homem através do Espírito Santo. O Cris-
tão não pode deixar-se levar por valores da cultura popular, “moda”, ela agride a vontade
soberana de Deus.
Meu querido irmão em Cristo Jesus, devemos ter firmeza no que cremos, firmeza na susten-
tação de nossos valores, e manter a doutrina do evangelho. O evangelho tem sido descarac-
terizado por líderes inescrupulosos e nosso dever é lutar contra. Nas últimas décadas o
evangelho tem sofrido sérias mudanças e os grandes “líderes” cristãos pregam o sentir emo-
ções e sensações, e não mais o raciocínio sobre o que está escrito na Palavra de Deus.
Lemos em I Coríntios 2.14: “Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus,
porque para eles são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmen-
te”. A igreja precisa ter uma visão do todo. Ela não existe sozinha, mas faz parte de um gru-
po. Na sua cidade, no seu estado, no Brasil e no mundo. Isto evita uma doença da visão
chamada miopia. Compete ao pastor cultivar uma visão do todo e levar o rebanho a ver que
faz parte de um todo. O remédio para se evitar esta miopia espiritual se chama “coopera-
ção”. A saúde espiritual e doutrinária da igreja está bem delineada em Efésios 4.1-16. Paulo
fala, inclusive, do corpo bem ajustado. É o corpo saudável. Firme na Bíblia, firme no temor a
Deus, firme nas doutrinas bíblicas.

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Primeira Igreja Batista de Três Corações – Edição 2016

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Primeira Igreja Batista de Três Corações – Edição 2016

Princípios e Ações Bíblicas para o Desenvolvimento da Igreja


Apresentação 3
Índice 5
I – A IGREJA – A BASE SÓLIDA DA VIDA CRISTÃ 7
LIÇÃO 01. O que é a igreja de Jesus Cristo segundo o Novo Testamento? 7
1. A Igreja como Instituição 7
2. A Igreja Universal e a Igreja Local 8
3. Qual a Origem da Igreja? 8
LIÇÃO 02. Qual é a missão da igreja? Para que existe a igreja? 8
LIÇÃO 03. Como deve funcionar a igreja? 10
LIÇÃO 04. Como a igreja cresce? 11
1. Em que consiste o crescimento da igreja? 12
I. QUANTITATIVO: que inclui 12
a. Crescimento numérico: 12
b. Crescimento geográfico: 12
c. Crescimento étnico: 12
II. QUALITATIVO: 12
a. Crescimento doutrinal: 12
b. Crescimento vivencial: 12
c. Crescimento operacional: 12
III. INSTITUCIONAL: 12
a. Crescimento convivencial: 12
b. Crescimento na influência social: 12
2. Como ocorre o crescimento da igreja? 12
1) A força motriz é Deus: 13
2) O papel de cada um de nós: 13
LIÇÃO 05. Qual é a estratégia de ação da igreja? 13
1. O que é discipulado? 13
2. O que significa discipular? 14
a. Negar-se a si mesmo: 14
b. Dia a dia: 14
c. Tomar a sua cruz: 14
d. Seguir a Jesus: 14
3. É possível o discipulado hoje? 14
4. Qual é o papel da igreja perante o mundo? Como a igreja deve viver no mundo? 15
LIÇÃO 06. A Igreja e a Pregação do Evangelho - PARTE 1 15
1. O que é Evangelho? 16
2. Quando ocorre a Evangelização? 16
LIÇÃO 07. A Igreja e a Pregação do Evangelho – PARTE 02 17
1. O que é Evangelismo? 17
2. O que significa ser Evangelista? 17
LIÇÃO 08 – A Visão Missionária das Igrejas Batistas 18
1. Desafio Local - Envolver a igreja com missões 18
2. Desafio Local – Mobilização Missionária da Igreja 16
3. Desafio Local - Envolver a igreja com missões 19
LIÇÃO 09 - Princípios de Adoração Bíblica 19
1. Quem são os verdadeiros adoradores? 20
2. Como Deve o Cristão Praticar a Adoração 20
LIÇÃO 10 – A Música e a Adoração Bíblica 21
1. Ensinos Incorretos 21
2. Adoração não é música 21
3. Jesus e a Mulher Samaritana 21

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4. Deus, o Ser Adorado 21


5. Deus e o Adorador 21
6. Os Jargões da Música Evangélicas 21
7. A Música como Parte do Culto a Deus 22
8. Frases Gospel 22
LIÇÃO 11 – Deus é Espírito 23
1. Um Ser espiritual 23
2. Um Ser pessoal 23
LIÇÃO 12 - Para Uma Vida de Oração 24
1. Os Passos da Oração em Tiago 24
a) O Poder da Oração Intercessória; 24
b) “... ungindo-o com óleo, em nome do Senhor”; 24
c) Fé; 24
d) Óleos, remédios e Fé; 25
e) Tenha Fé; 25
f) “...e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados”; 25
LIÇÃO 13 - Para Uma Vida de Oração – Parte II 25
Primeiro Fundamento 25
a) Louvor, ações de graças e adoração 25
b) Confissão e arrependimento 25
c) Petição e suplica 26
d) Intercessão 26
e) Meditação (oração de “escuta” e reflexão) 26
Segundo Fundamento - Tempo de Reflexão, Vida Devocional 26
Terceiro Fundamento – Como Orar? 26
a) Reverenciar e glorificar a Deus: 27
b) Buscar a vontade de Deus: 27
c) Reconhecer nossa dependência de Deus para as necessidades físicas: 27
d) Reconhecer nossa dependência de Deus para as bênçãos espirituais: 27
LIÇÃO 14 - AMOR OU ÓDIO – O QUE VOCÊ ESTÁ SEMEANDO EM SEU CORAÇÃO? 27
1. Amar é um Mandamento 28
2. O Ódio contraria a vontade de Deus sobre sua vida 28
3. Amar é a prática da vontade de Deus 28
LIÇÃO 15 – Usos e Costumes na Igreja Evangélica 29
1. O Que a Bíblia nos Diz: 30
2. Imitando a Cristo 30
LIÇÃO 16 - O DIÁCONO NA BÍBLIA - Ministério para Servimos no Reino de Deus 31
1. Significado da Palavra “Diácono” 31
2. Uso Bíblico da Palavra “Diácono” 31
a. Diácono se refere aos obreiros Cristãos em geral. 31
b. Diácono também se refere a um determinado ofício na igreja local. 31
3. Mulheres Diáconos? 31
4. As funções de um diácono 32
5. A Autoridade do Diácono 32
LIÇÃO 17 – CONCLUSÃO 33
1. Viva Pela Palavra de Deus 33
2. Finalizando 34
ANOTAÇÃOES GERAIS 35

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Primeira Igreja Batista de Três Corações – Edição 2016

I – A IGREJA – A BASE SÓLIDA DA VIDA CRISTÃ

LIÇÃO 01. O que é a igreja de Jesus Cristo segundo o Novo Testamento?


“Nós estamos à procura de melhores métodos e Deus está à procura de melhores homens”.
Edward McKendree Bounds (1835-1913)
“antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração,
estando sempre preparados para responder a todo aquele
que vos pedir razão da esperança que há em vós,”
I Pedro 3.15
Martinho Lutero, que nasceu em 10 de novembro de 1483 no centro da Alemanha, em Eisleben, e
morreu em 18 de fevereiro de 1546, dizia que sermão sem unção endurece o coração. Que Deus tenha
misericórdia dos cristãos da Igreja Moderna, que hoje buscam resultados e não mais o agir de Deus na
igreja, pois aprenderam a depender de experiências de pessoas e esquecem do poder do Espírito Santo
em suas próprias vidas.
Se perguntarmos o que é igreja, o que os irmãos responderiam?
A visão da igreja, como instituição é o lugar onde os cristãos se reúnem para celebrar e estudar a
Palavra de Deus, apesar, que no lar ou em qualquer outro lugar isto também pode acontecer, alguém
responderia responder que igreja é o LOCAL onde vamos cultuar a Deus. Outros diriam que é o conjunto
de departamentos ou organização de um grupo de pessoas salvas por Jesus Cristo.
Afinal o que é a igreja? Biblicamente não temos uma resposta sistematizada e objetiva, pois esta
não era a estrutura de pensamento do povo que Deus se utilizou para inspirar Sua Palavra. Desta forma
precisamos penetrar na estrutura literária da Bíblia para buscar a resposta à nossa pergunta.
Em vez de explicar algo através de definições ou proposições o povo bíblico fazia comparações uti-
lizando-se muitas vezes de figuras, parábolas, etc. Assim é também com o significado de igreja. Pesqui-
sando o Novo Testamento nesta direção poderemos sintetizar o significado de igreja em diversos grupos
ou conceitos linguísticos metafóricos como:

CONCEITO IGREJA TEXTOS


Genético CORPO DE CRISTO I Co 12.12; Rm 12.4ss
Político IGREJA At. 14.23-27
Arquitetônico EDIFICIO DE DEUS I Co 3.9; Ef. 2.20-22
Agronômico LAVOURA DE DEUS I Co 3.6-9; II Tm 2.6
Familiar FAMÍLIA DE DEUS Gl 6.10; Ef 2.19
Sociológico COMUNIDADE At 2.44-47; 4.32-37
Militar EXÉRCITO DE DEUS II Tm 2.3,4
Diplomático EMBAIXADA DO REINO DE DEUS II Co 5.20

Não é difícil deduzir que cada um desses conceitos metafóricos apresenta suas implicações sobre a
vida da igreja. A título de exemplo citamos:
1. Conceito familiar: indica o espírito de família que deve existir em nós - união, fraternidade,
submissão ao Pai etc.
2. Conceito genético: indica a união e interdependência que deve existir na igreja. Mostra a igreja
como um organismo.
3. Conceito militar: indica a luta ofensiva da igreja, não contra a carne e o sangue (Ef 6.12), mas
contra o exército de Satanás.
Deve ficar claro que não encontramos no Novo Testamento a ideia de que igreja venha a ser o
templo ou o prédio em que nos reunimos. A igreja somos nós, salvos por Jesus Cristo que afinal não
morreu por tijolos ou madeira.
1. A Igreja como Instituição
Houve um tempo em que a aceitação da condição da Igreja como entidade jurídica foi questionada,
vez que se sobressaía a condição da Igreja enquanto órgão espiritual, a igreja não poderia ser tratada ou
regulada pelo direito comum.
A Igreja, no passado, era vista tão somente como uma sociedade espiritual, porque a Igreja não
fora instituída para conquistar bens temporais, para promover comércio e indústria ou para assegurar o
predomínio político dos seus membros. A Igreja deve tratar-se de entidade com fim primário de se per-
petrar entre os homens a missão de Jesus Cristo, pregando o Evangelho, a Bíblia Sagrada.
A personalidade jurídica é necessária à Igreja, na medida em que as práticas perpetradas reúnem
situações que remitem a direitos e obrigações em sua vida.

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Primeira Igreja Batista de Três Corações – Edição 2016

Assim é que a Igreja se dá como uma pessoa jurídica e, portanto, a outra conclusão não poderia se
chegar senão de que a Igreja, por sua natureza jurídica, é pessoa jurídica de direito privado, dotada de
personalidade típica desta categoria.
Percebam que quando falamos da igreja como instituição estamos nos referindo ao seu aspecto
administrativo, estrutural e operacional. Esta igreja como instituição é composta de membros interde-
pendentes e co-participantes de uma mesma experiência salvadora e vivencial sob uma mesma fonte de
vida - Cristo.
2. A Igreja Universal e a Igreja Local
Em termos geográficos podemos ainda entender a igreja de modo UNIVERSAL e LOCAL. A universal
abrange todos os salvos por Jesus Cristo à parte das barreiras geográficas (I Tm 3.15; Ef 5.23ss). Um
crente em Manaus e outro em Porto Alegre faz parte da mesma igreja - a universal.
A igreja local abrange um grupo de cristãos em um determinado local (At 11.26). O conceito de
igreja local no Novo Testamento parece ser mais amplo do que pensamos, pois incluía tanto a ideia de
um grupo de crentes de uma determinada região (At. 9.31) como a ideia de um grupo restrito (Rm 16.5).
Aqui temos de relembrar que é estranha ao Novo Testamento a ideia da interdependência adminis-
trativa das igrejas locais. No Novo Testamento cada igreja local é autônoma. Isso não significa que entre
elas não havia cooperação fraternal (II Co 8.9).
3. Qual a Origem da Igreja?
A igreja nasceu no coração de Deus, sendo assim uma instituição divina. Operacionalmente pode-
mos dizer que a igreja iniciou suas atividades no Pentecostes com a vinda do Espírito Santo. Mas teori-
camente falando, ela já existia no Éden, mesmo antes da entrada do pecado no mundo. Aquela família
constituía a primeira célula da igreja que iria se expandir. A contingência do pecado interrompeu o plano
de Deus e a vida embrionária da igreja se congelou sendo reaquecida no Pentecostes.
Muitos teólogos diferem entre si acerca de quando principiou a Igreja, se é a continuação do Israel
do Velho Testamento ou a nova Dispensação. Porém vamos ao texto bíblico.
Em Efésios 3.4-6, Paulo fala da Igreja como um "mistério" que noutros tempos não fora revelado
aos homens, como agora tinha sido aos seus santos apóstolos e profetas pelo Espírito. E ainda no verso 9
demonstra que a Igreja é um "mistério" que desde o principio do mundo esteve oculto em Deus. (Cl.
1.26; Rm. 16.25-26). A Igreja era pois um segredo de Deus durante tempos do Velho Testamento e nun-
ca foi revelado antes do aparecimento dos apóstolos e profetas do Testamento.
Em Mateus 16.18, o Senhor Jesus disse: "Sobre esta pedra edificarei a minha Igreja". Por outras palavras,
a Igreja ainda estava para se revelar quando o Senhor proferiu estas palavras.
E ainda em Efésios 4.8-11 Paulo frisa que é Cristo ressuscitado e assunto ao Céu, que dá dons a
Igreja. Isto prova que, para admitir que a Igreja existiu antes da Sua ressurreição, temos de admitir que
lhe faltavam dons para sua edificação. Nós cremos que é possível, não somente provar que a Igreja prin-
cipiou na nova Dispensação, mas também que ela principiou no Dia de Pentecostes.
É fato e deve ser considerado que o nascimento da Igreja foi no Dia de Pentecostes. Temos de ser
honestos em reconhecer que nossas igrejas possuem falhas, mas em vez de nos referirmos a ela na ter-
ceira pessoa - a igreja está errada nisto ou naquilo - devemos estar conscientes de que nós somos a igre-
ja, nós fazemos parte dela. Então em vez de criticar destrutivamente devemos indagar particularmente
que posso eu, membro da igreja de Jesus Cristo, fazer para contribuir para seu aprimoramento e fortale-
cimento? (Hb 10.25).
LIÇÃO 02. Qual é a missão da igreja? Para que existe a igreja?
“Então, os que lhe aceitaram a palavra foram batizados, havendo um acréscimo naquele dia
de quase três mil pessoas. E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão,
no partir do pão e nas orações. Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por
intermédio dos apóstolos. Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum.
Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos,
à medida que alguém tinha necessidade. Diariamente perseveravam unânimes no templo,
partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração,
louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso,
acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.
Atos 2.41-47
Você já parou para pensar nessa pergunta? Será que os membros da igreja sabem qual a finalida-
de da existência da igreja? Esta questão é uma das mais importantes para o cristianismo, pois a sua res-
posta nos levará à resposta de outras questões também importantes, tais como: Por que devo ser mem-
bro da igreja? Por que devo trabalhar na igreja? O que devo esperar dela? etc.
Na Teologia a resposta à nossa pergunta é descoberta no estudo da MISSÃO DA IGREJA. Não po-
demos confundir missão com missões. Missão tem a ver com a finalidade da existência da igreja. Mis-
sões, com a obra missionária da igreja.
Quando perguntamos a algum irmão qual a missão da igreja, geralmente a resposta tem sido: A

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Primeira Igreja Batista de Três Corações – Edição 2016

missão da igreja é evangelizar o mundo perdido! Dessa forma o seu crescimento é medido numericamen-
te. A vida da igreja local, suas tarefas, enfim, sua mensagem acaba sendo direcionada neste enfoque de
apenas evangelizar o mundo perdido. Contudo, analisando a Bíblia poderemos concluir que a missão da
igreja é mais abrangente.
Não podemos deixar de relacionar a finalidade da existência da igreja com a finalidade da nossa
salvação. Para que fomos salvos? Só para possuirmos uma apólice de seguro contra o incêndio do infer-
no? A resposta é encontrada quando retornamos na história até a ocasião da criação e queda do homem
no Éden.
Fomos criados para glorificar a Deus! (Is 43.7), vivendo sob Sua dependência e alegrando-O. Esse
era o nosso papel na criação. A queda consistiu na declaração de independência do homem contra Deus.
Agindo assim o homem se distanciou do propósito original para o qual foi criado - deixou de glorificar a
Deus. Agindo assim o homem se distanciou do propósito original para o qual foi criado - deixou de glorifi-
car a Deus (Rm 3.23). A salvação por intermédio de Jesus Cristo nos recoloca neste estado original do
qual nos desviamos em Adão.
Se é vontade de Deus que vivamos neste estado renovado de vida, é vontade de Deus também
que ele se concretize coletivamente em nossa comunidade eclesiástica e assim podemos concluir que a
comunidade dos salvos existe também para glorificar a Deus! (fig. 2). Ora, glorificar a Deus inclui muito
mais que adoração e louvor. Inclui vida submissa à Sua vontade, vida de serviço, de cooperação e convi-
vência comunitária. Embora esse aspecto da vida seja desenvolvido pelo indivíduo, no somatório acaba
envolvendo a própria comunidade e não é difícil deduzir que isso acabe requerendo constante manuten-
ção. Desta forma, podemos concluir que a missão da Igreja inclui mais um aspecto que está diretamente
relacionado com a sua própria vida de comunidade (fig. 3). É a igreja promovendo a sua própria manu-
tenção e fortalecimento para que seus membros tenham uma vida equilibrada de glorificação a Deus e
uma vida dedicada à comunidade, ao seu trabalho e desenvolvimento. Aqui está incluído o treinamento
operacional dos crentes, a administração, o ensino e pregação da Palavra, a assistência espiritual e mate-
rial aos domésticos na fé (Gl 6.10), a manutenção da própria convivência ou comunhão entre os irmãos,
etc. É isso que encontramos na igreja do primeiro século (At 2.42-47; 4.32-35).

Desta forma poderemos concluir que no conjunto a missão da igreja em vez de única – evangeli-
zar, por exemplo – é tríplice. É direcionada a Deus, é direcionada a si mesma e é direcionada ao mundo
(fig. 4).
Teologicamente essa maneira tridimensional de encarar a missão da Igreja pode ser chamada de
MISSÃO HOLÍSTICA da igreja. A expressão holística vem da palavra grega holos, que significa todo, intei-
ro. Essa visão holística representa uma visão integral da missão da igreja, pois abrange outros aspectos e
implicações que uma visão polarizada (parcial) deixa de lado.
Uma implicação sumamente prática da aceitação da missão holística da igreja é a ampliação da vi-
são ministerial, pois assim teremos na igreja não apenas evangelistas, missionários, pastores e leigos
serviçais. Desta forma, a igreja terá um ciclo de atividades contínuas envolvendo diversas áreas de atua-
ção, bem como uma descentralização operacional e, consequentemente, um maior contingente de pesso-
as. Não é difícil concluir que desta forma o crescimento da igreja será integral envolvendo diversas áreas
e não apenas umas poucas, como evangelização, pregação, etc.

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Veja a seguir uma tabela ilustrativa das atividades contínuas da igreja. Compare-a com o gráfico a
seguir:

ATIVIDADES CONTÍNUAS DA IGREJA

Atividades Contínuas da Igreja Textos Ministérios da Igreja

a. Adorar a Deus Atos 2.42ss; I Co. 10.31 Ministério de Música – Pastoral


b. Admoestar aos crentes Quanto à vontade de
Hb. 10.25 Pregação – Ensino
Deus
c. Ensinar os crentes Mt. 28.20 Ensino – Pastoral
d. Treinar os crentes para uma vida operacional
Ef. 4.11-12 Ensino Pastoral
frutífera
e. Dar assistência aos crentes
Pastoral – Aconselhamento
1. Espiritualmente Gl 6.1-10
Assistência Social – Diaconato
2. Materialmente
f. Promover comunhão ou convivência (no gr.
At. 2.42-47; At. 4.32 Pastoral
koinwnia) entre os crentes
g. Administrar seus negócios Rm. 12.8; I Co. 12.28 Administração
Apostolado (missões)
Evangelização
h. Proclamar o Evangelho aos não-crentes Mt. 28.19
Todos os crentes
(como testemunhas - At. 1.8)

LIÇÃO 03. Como deve funcionar a igreja?


“De Mileto, mandou a Éfeso chamar os presbíteros da igreja...
Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos,
para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue”.
Atos 20.17-36
Já mencionamos que a Igreja tem um caráter organizacional. Ela precisa ser gerida, administrada.
Mas como a Igreja deve ser administrada? Só alguns poucos deverão trabalhar na Igreja? Existe grau de
importância nos diversos trabalhos da Igreja?
Já pudemos observar também que, devido à visão tridimensional de sua missão, a igreja possui di-
versos ministérios ou esferas de ação. Esses diversos ministérios aparecem muito cedo, tanto em Jerusa-
lém quanto no desenrolar dos primeiros passos da igreja em sua expansão, principalmente entre os gen-
tios.
Em Atos 6.1-12 os doze eram assistidos pelos sete a fim de que pudessem se consagrar à oração e
à ministração da palavra, enquanto aqueles cuidassem da assistência social da igreja.
Em Jerusalém (At 11.30) temos também a existência de presbíteros, mesmo antes de Paulo apre-
sentar as suas qualificações a Tito e a Timóteo. Neste trecho de Atos os apóstolos nem são mencionados,
talvez por estarem fora em viagem missionária, e assim a liderança da igreja ficaria sob o comando dos
presbíteros.
É interessante notar aqui dois fatos:
(1) Não há um só presbítero na liderança da igreja local no NT, mas presbíteros, indicando des-
centralização de poder.
(2) Os PRESBÍTEROS de Éfeso (At 20.28) são chamados de BISPOS e se continuarmos analisando
o texto também encontraremos aí a ideia da função PASTORAL. O que poderemos concluir dis-
so é que presbítero, bispo e pastor são três vocábulos que descrevem três facetas diferentes
de uma só pessoa.
Presbítero era o ancião e dá a ideia de alguém com experiência na vida. Bispo, do grego epíscopos,
que significa superintendente, gerente, indicando o aspecto administrativo. Pastor é alguém que cuida de
ovelhas, indicando o cuidado do pastor pelo desenvolvimento dos crentes.
Vemos assim já na Igreja do primeiro século a existência de líderes e liderados e o texto chave que
indica esse fato é Efésios 4.11-16:
“E ele deu uns como apóstolos, e outros como profetas, e outros como evangelistas,
e outros como pastores e mestres, tendo em vista o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério,
para a edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade de fé e do pleno conhecimento
do Filho de Deus, ao estado de homem feito à medida da estatura da plenitude de Cristo,
para que não mais sejamos meninos, inconstantes, levados ao redor por todo vento de doutrina,
pela fraudulência dos homens, pela astúcia tendente à maquinação do erro; antes,
seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, do qual todo corpo
inteiro bem ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte,
efetua o seu próprio crescimento para edificação de si mesmo em amor”.

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Primeira Igreja Batista de Três Corações – Edição 2016

Para que, então, deve existir o apóstolo, o profeta, o evangelista, o pastor-mestre? A partir do v.
12 encontramos a resposta:
1. Para o aperfeiçoamento (gr. katartismos, preparo, equipamento, conserto de redes, tornar algo
no que deve ser) dos santos);
2. Para que os santos, depois de devidamente preparados, possam desempenhar seu serviço;
3. E, assim, ocorra o crescimento da igreja.
E os liderados, quem são? Paulo em Romanos 12.6-8 menciona representativamente alguns deles:
ministérios (gr. diakonia, que é a tarefa do diácono), ensino, exortação (talvez aconselhamento), exercí-
cio da misericórdia (talvez assistência social), etc.
Já falamos da missão holística da igreja e aqui poderemos dar um caráter prático a isto se relacio-
narmos as diversas tarefas da igreja à sua própria missão e assim poderemos ilustrar essa integração
ministérios/missão com a figura 04 anterior.
Não podemos deixar de mencionar que infelizmente temos caído na desventura de achar que só
devemos trabalhar na igreja se formos eleitos para algum cargo. Esse ano vou descansar, não quero ser
eleito, é o chavão.
Não há prática mais satânica que essa! Todos os crentes são chamados para exercer funções espe-
cíficas dentro da igreja. Alguns são escolhidos numa eleição para liderar, mas isso não significa que os
outros não escolhidos deverão, num berço esplêndido, apenas contemplar as atividades da igreja sem
qualquer comprometimento. Talvez por isso é que o domingo, dia do descanso, tem se tornado um dia de
cansaço para muitos crentes que, sentindo a importância e necessidade da obra de Deus, se empenham
com afinco no trabalho tendo de fazer a sua parte e a de outro que não quer se comprometer. Até quan-
do isso ocorrerá em nossas igrejas?!
Outro aspecto preocupante é o conceito de distinção entre clero e leigos que muito temos feito ao
crermos, ainda que inconscientemente, que nós pastores somos mais importantes que nossas ovelhas.
No NT não há essa distinção que queremos fazer. Podemos estar na liderança do povo de Deus, mas isso
não nos faz melhores. Aliás, o vocábulo leigo vem do grego laikos (que vem de laos, povo) que significa
alguém do povo. Se a igreja é o povo de Deus (I Pe 2.9,10), todos nós somos leigos, isto é, pertencentes
ao povo de Deus.
Com o crescimento da Igreja veio uma transferência gradativa de responsabilidade do povo para o
que foi denominado de clero O conceito bíblico de que todo crente é um sacerdote diante de Deus foi se
perdendo aos poucos, surgindo um corpo especial de super cristãos que eram procurados praticamente
para todos os fins e assim acabou sendo chamado de ministério (ou o pastorado). Agora, Efésios 4 deixa
bem claro que todos os cristãos estão nos ministérios. A tarefa própria dos quatro ministérios de apoio
que examinamos é treinar, motivar e servir de suporte às pessoas no trabalho do seu próprio ministério.
Quando o ministério foi, portanto, relegado aos profissionais, não sobrou nada para as pessoas fazerem a
não ser vir à igreja e ficar escutando. Dizia-se-lhes que era sua responsabilidade trazer o mundo para
dentro do edifício da igreja, a fim de ouvir o pastor pregar o evangelho. Em breve o cristianismo se tor-
nou nada mais, nada menos do que um esporte de espectadores, muito parecido com o futebol: 22 ho-
mens em campo, desesperadamente precisando de descanso, e 20 mil nas arquibancadas, desesperada-
mente precisando de exercício!
LIÇÃO 04. Como a igreja cresce?
“... louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo.
Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.
Atos 2.47
O crescimento é um fator que está presente em praticamente todas as esferas da vida. Uma crian-
ça nasce para crescer. Um estudante luta por desenvolver suas aptidões e crescer numa determinada
profissão. Um comerciante procura trabalhar de modo a levar seus negócios ao crescimento.
Antes de partir aos céus Jesus deixou uma ordem aos discípulos para que a Igreja se expandisse,
crescesse e se espalhasse por toda a terra. Ninguém pode negar que a Igreja de Jesus Cristo deva cres-
cer.
É muito comum afirmarmos que o crescimento da Igreja vem pela evangelização. De certo modo
isso é verdade, mas ninguém pode negar que se essa for a única força motriz o crescimento será dese-
quilibrado, pendendo praticamente para o lado quantitativo. A consequência disso é que, embora poden-
do ter muitos membros, a Igreja será fraca espiritualmente falando.
Juan Carlos Ortiz em seu controvertido livro O Discípulo (p. 94) comenta que numa certa ocasião
ele estava analisando seu ministério e concluiu que o seu cuidado para com sua Igreja era como o da
Coca-Cola quando vendia seus produtos, embora ele relutasse em aceitar isso pois perguntava-se a si
mesmo e a Deus como poderia ser assim se a sua Igreja estava crescendo e ultimamente isso tinha sido
de 200 para 600 membros.
Analisando um pouco mais a questão ele chegou à conclusão de que o que estava ocorrendo era
que a sua Igreja não estava crescendo mais realmente engordando, pois na verdade o que ele conseguiu
foi agrupar mais pessoas da mesma qualidade (bebês espirituais) das que já havia. E assim, ninguém
estava amadurecendo em Cristo. Antes eles contavam com 200 bebês espirituais, agora com 600. Desta

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Primeira Igreja Batista de Três Corações – Edição 2016

forma, ele sentiu que estava levando a sua Igreja a viver como um orfanato espiritual e não realmente
como uma Igreja.
Não podemos negar que essa história muitas vezes tem se repetido em muitas igrejas. Quando is-
so ocorre, estamos apenas cumprindo o papel como que de um médico obstetra que tem a missão de
auxiliar uma mãe a dar à luz um filho. Precisamos também desempenhar o papel da pediatria cumprindo
a missão de levar os bebês espirituais ao crescimento.
Mas afinal em que consiste o crescimento da Igreja? Qual a sua força motriz? Qual a nossa parte?
1. Em que consiste o crescimento da igreja?
Quando se fala em crescimento da Igreja logo pensamos nos bancos vazios. Sem dúvida esse visu-
al não é nada agradável num mundo materialista e imediatista em que vivemos, onde o que importa é a
produtividade medida geralmente pelos números numa tabulação estatística onde os resultados podem
ser visualmente apreciados e cultuados.
Como podemos verificar já no estudo sobre a missão da Igreja, temos que também concluir que o
crescimento da Igreja é igualmente holístico (Infelizmente a palavra holístico não tem sido utilizada, por ter
outro significado no movimento Nova Era), isto é, integral, abrangente. Não é muito difícil deduzir isso ao
termos como ponto de partida o Novo Testamento, em vez das modernas técnicas de mensuração produ-
tiva de nosso mundo pragmático (que dá ênfase à produtividade).
Desta forma poderemos entender que o crescimento holístico da Igreja pode ser:
I.QUANTITATIVO: que inclui
a. Crescimento numérico: que envolve a quantidade de pessoas que são alcançadas pelo Evan-
gelho seja na Igreja Local, seja na Universal. Mt 28.19; At 2.47; 4.4; 5.14; 6.1,7; 8.6, etc.
b. Crescimento geográfico: que envolve a expansão geográfica do Evangelho pelo mundo. Em
Atos 1.8 Jesus ordenou que a Igreja se espalhasse por toda a terra começando por Jerusalém. Os cris-
tãos da Igreja de Jerusalém possivelmente não entenderam essa ordem de Jesus e continuaram em Jeru-
salém talvez pensando que o cristianismo fosse se desenvolver como sua antiga religião judaica e assim
começaram a promover o que podemos chamar de crescimento centrípeto (aquele que converge para o
centro).
Era assim a vida religiosa judaica, tudo era centralizado em Jerusalém. A Igreja cresceu tanto que
começou a ter sérios problemas de convivência (veja At 6.1-7). O Evangelho crescia em Jerusalém (At
6.7) porém Deus queria que ele se espalhasse. Cremos que um dos propósitos em Deus permitir a morte
de Estevão tenha sido a de forçar o Seu povo a sair de Jerusalém e se espalhar por toda a terra (At.
8.14; 9.31; 11.19). Não fora isso talvez o cristianismo seria hoje uma mera religião regional. O cresci-
mento ordenado por Jesus para a Igreja é o crescimento centrífugo, isto é, aquele que se expande de um
ponto (centro – Jerusalém) de partida.
c. Crescimento étnico: não era a vontade de Deus que o Evangelho fosse racial. Deus queria
que ele se espalhasse por todas as nações e povos, ainda que a Igreja cristã primitiva continuasse a
manter uma grande barreira exclusivista do Evangelho. Isso é fácil entender quando o Evangelho chega a
Samaria e aos gentios e provoca espanto aos judeus-cristãos de Jerusalém (At 8.14-25; 10.1-11. 21).
Para quebrar essa outra barreira da Igreja de Jerusalém Deus precisou repetir a experiência do batismo
no Espírito Santo e providenciar uma visão estonteante a Pedro (At 8.15-17; 10.9ss). Veja também Mt
28.19; Lc 24.47).
II. QUALITATIVO: que inclui
a. Crescimento doutrinal: é o crescimento no conhecimento doutrinário da Palavra de Deus. At
2.42ss; Ef 4.11-16 (v. 14).
b. Crescimento vivencial: é o crescimento na experiência cristã de obediência pessoal e comu-
nhão com Deus. É o amadurecimento espiritual dos membros da Igreja. Ef 4.15; Cl 3.1-11; Fp 2.12; I Pe
2.2; II Pe 3.17,18.
c. Crescimento operacional: envolve o treinamento dos crentes para o desempenho de suas
funções na Igreja. É o abandono à improvisação que, infelizmente, tanto reina em nossas igrejas. At 6.1-
7; Rm 12.4-8 (o que ensina, esmere-se no fazê-lo, v. 7); Ef 4.11-16 (v. 12).
III. INSTITUCIONAL: estabelece a ideia do crescimento em comunidade e, desta forma, inclui:
a. Crescimento convivencial: é o crescimento na Igreja da vida em comunidade, onde os irmãos
levam as cargas uns dos outros (Gl 6.2); amam uns aos outros (Jo 13.34; 17.19-23); oram uns
pelos outros (Tg 5.16); interessam-se uns pelos outros (At 2.44-45; 4.32-35); zelam uns pelos
outros (Hb 12.14,15); etc.
b. Crescimento na influência social: Estas são às influências que a Igreja deve exercer no con-
texto social em que está inserida (At 2.47). Este é o papel da Igreja como sal da terra e luz do mundo ( Mt
5.14-16). Quantas pessoas pensam de nós cristãos como uma gente muito boa, mas difícil de suportar!?!
2. Como ocorre o crescimento da igreja?
Levando-se em conta a ampla visão do crescimento holístico da Igreja temos de concluir que ele
ocorrerá não quando operarmos apenas numa frente de trabalho, pois assim ele será desequilibrado, mas
quando operarmos numa ampla frente de ação.

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Primeira Igreja Batista de Três Corações – Edição 2016

1) A força motriz é Deus: Paulo nos ensina que embora um venha a plantar e outro a regar,
no fim quem dá o crescimento é Deus (I Co 3.5-9). Podemos elaborar os mais estratégicos planos que
até venham a funcionar num balão de ensaio, mas se eles não estiverem de acordo com o coração de
Deus podemos contar que o crescimento será ineficaz, ainda que aparentemente os resultados sejam
mensuráveis.
2) O papel de cada um de nós: Quando afirmamos que o crescimento da Igreja só vem pela
operosidade da evangelização, estamos restringindo a missão da Igreja e a amplidão de seus ministérios.
Para um crescimento equilibrado (ou crescimento holístico) é preciso que cada um de nós desempenhe os
dons específicos que Deus nos repartiu (Rm 12.4,5; I Co 12.4-6,11,14-26). Sobre isso Paulo nos ensina
em Efésios 4.15,16: Mas seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cris-
to, de quem todo corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa coopera-
ção de cada parte efetua o seu próprio aumento para edificação de si mesmo em amor. Além de incluir o
fato de que os membros de uma Igreja devam atuar em diversas frentes da obra de Deus, Paulo ensina
que o crescimento da Igreja requer também uma vida espiritual amadurecida – cresçamos em tudo na-
quele que é a cabeça, Cristo – e isso envolve o crescimento numa vida de imitação a Cristo. Em resumo,
nosso papel no crescimento da Igreja é duplo: (1) Ter uma vida espiritual em constante crescimento; e
(2) Desempenhar a diversidade de dons operacionais que Deus repartiu à sua Igreja.
LIÇÃO 05. Qual é a estratégia de ação da igreja?
5
Quem é Apolo? E quem é Paulo? Servos por meio de quem crestes,
e isto conforme o Senhor concedeu a cada um. 6 Eu plantei, Apolo regou;
mas o crescimento veio de Deus. 7 De modo que nem o que planta é alguma coisa,
nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento. 8 Ora, o que planta e o que rega são um;
e cada um receberá o seu galardão, segundo o seu próprio trabalho.
9
Porque de Deus somos cooperadores; lavoura de Deus, edifício de Deus sois vós.
I Coríntios 3.5-9
Muitas são as alternativas de atividade utilizadas no desenvolvimento do trabalho da Igreja. Cultos
nos lares, Escola Bíblica Dominical, Uniões de Treinamento, cultos ao ar livre, cruzadas evangelísticas,
operação "pente-fino", operação "arrastão", operação do tipo "traga o seu vizinho", "trata o seu colega de
escola ou do trabalho", pequenos grupos, grupos de comunhão e etc. Sem dúvida, muitas dessas alterna-
tivas são eficazes, outras tem um "cheiro" de marketing. E outras levam o crente a alterar o seu papel de
testemunha para ser como que um conviteiro. Mas, afinal, o Novo Testamento fala sobre alguma estraté-
gia que a Igreja deva adotar?
Tem se tomando comum no meio evangélico a introdução do DISCIPULADO como MAIS UMA OP-
ÇÃO para o trabalho da Igreja. No início da década de 1970 os membros da igreja, juntamente com o
pastor tinham que discipular quase que às escondidas ou quase que clandestinamente, pois tinha receio
sobre o que os demais membros da Igreja pensariam desse NOVO método. Hoje é normal falar em disci-
pulado. Aliás muito se tem dito, e muitas vezes há até confusão sobre o que realmente seja o discipula-
do. Uns pensam que sejam encontros para estudos bíblicos e/ou oração. Outros pensam que sejam en-
contros para testemunhos de fortalecimento mútuo. Outros, que sejam encontros para amadurecimento
de crentes. Afinal, qual é a importância do discipulado? O que é discipulado?
1. O que é discipulado?
Em primeiro lugar, o discipulado NÃO É MAIS UMA OPÇÃO de trabalho na Igreja. É A ESTRATÉGIA
QUE JESUS ORDENOU QUE USÁSSEMO. O principal texto do discipulado situa-se em Mt 28.19, cuja tra-
dução em nossas Bíblias precisa ser explicada, pois nem sempre o tradutor tem condições de transpor
para o nosso idioma toda profundidade do texto no grego do Novo Testamento.
Uma tentativa de tradução poderia ser assim: Tendo ido (que estás no particípio aoristo no grego e
não imperativo, como em nossas traduções), fazei discípulos (no grego o modo deste verbo é imperativo)
de todos os povos ... Assim, o imperativo não está no IR, mas no FAZER DISCIPULOS. Isso significa dizer
que a ordem de Jesus para a Sua Igreja não é para que ela vá ao mundo falar dEle, pois como cristãos já
estamos no mundo ainda que não pertençamos a ele (João 17.14-16, 23). A ordem é para que ao par-
tirmos nesta nova jornada da vida como novas criaturas (II Co 5.15-17) a nossa missão é FAZER DISCI-
PULOS (e aqui sim está o imperativo).
Desta forma, podemos perceber que discipulado não envolve apenas a ministração do ensino aos
crentes após a sua conversão, envolve também o trabalho da evangelização. Não existem dois evange-
lhos - um para o não-crente e outro para o crente. Jesus é ao mesmo tempo SENHOR e SALVADOR, pois
estas são duas figuras para mostrar certas implicações de nosso relacionamento com Jesus Cristo. E uma
dessas implicações que vemos nesses dois títulos de Jesus é que lhe devemos nossa vida, no primeiro
caso porque ele nos salva de um perigo - a morte espiritual / o afastamento completo do Criador - e no
segundo, porque ele nos resgatou das mãos de Satanás. Os dois títulos apontam para uma só obra de
Jesus. Concluímos que ao ser evangelizada a pessoa já deva ser colocada diante da opção de se render
ou não aos pés de Jesus Cristo.

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Primeira Igreja Batista de Três Corações – Edição 2016

2. O que significa discipular?


Discipulado não é somente a transmissão de dados ou informações sobre a fé cristã, mas, sobretu-
do, TRANSMISSÃO DE VIDA. Tecnicamente podemos chamar Isso de TRANSFUSÃO VIVENCIAL. E
isso envolve compartilhamento de conhecimento, de experiência, oração intercessória e amizade. Em
resumo, o mestre (discipulador) será um exemplo a ser seguido. Dois textos de Paulo já são suficientes
para mostrar isso. E o que de minha parte ouviste (TIMÓTEO) ... TRANSMITE a homens fiéis e capazes
para também instruir a OUTROS (II Tm 2.2). Neste texto vemos a sequência PAULO  TIMÓTEO  OU-
TROS.
Outro trecho é: Sede meus imitadores, como eu também sou de Cristo (I Co 11.1). Aqui a sequên-
cia é CRISTO  PAULO  OUTROS. Ser imitador aqui envolve a ideia de alguém que duplica ou repro-
duz, como cópia fiel, uma vida e seu padrão de conduta.
Jesus tinha os seus discípulos, embora a ideia do discipulado não tenha surgido com Ele. Possivel-
mente Ele tomou como modelo as relações MESTRE  DISCÍPULO existentes entre os rabinos, pois isso
lhe permitia definir sua posição para com seus discípulos numa forma compreensível a seus compatrio-
tas. A instrução dada pelos rabinos a seus discípulos não se limitava apenas ao campo teórico, pelo con-
trário, seu método preferido de ensinar preocupava-se com a prática da Lei. Havia contínuo contato com
o rabi, pois os discípulos chegavam até a morar com ele e, assim, reproduziam em sua vida a vida de seu
mestre. Os diversos casos concretos da vida sugeriam-lhes perguntas, às quais o rabi podia então res-
ponder tomando como ponto de partida aquela situação específica.
Além de levar ''o discípulo a viver o mesmo estilo de vida do seu mestre de acordo com a Lei, o
discipulado tinha também como alvo levar o discípulo a ser MESTRE. Isso é perceptível no discipulado
cristão (II Tm 2.2; Hb 5.12).
Como vimos, no discipulado está implícito a ideia de SEGUIR um mestre. E é por isso que Jesus
afirma: Se alguém quer vir após mim, a SI MESMO se NEGUE, DIA a DIA tome a sua cruz e SIGA-ME (Lc
9.23). Deste trecho podemos extrair pelo menos quatro verdades chaves.
a. Negar-se a si mesmo: Indica o retomo ao Éden, o retomo a uma vida de submissão e depen-
dência a Deus;
b. Dia a dia: O Evangelho não é para ocasiões especiais, é para ser vivido em todas as suas impli-
cações cotidianas, no dia a dia;
c. Tomar a sua cruz: A morte por crucificação foi introduzida pelos romanos e reservada aos es-
cravos e foi também utilizada na Palestina nos tempos de Jesus. Em tais ocasiões, costumava-se obrigar
o condenado a transportar o patibulum, isto é, a parte transversal da cruz, até o local da execução. Não
há dúvida que nos últimos decênios antes da destruição de Jerusalém, qualquer tentativa de rejeição ao
Império e Imperador devia considerar a possibilidade duma repressão severa por parte dos romanos.
Adeptos de um movimento assim deveriam estar prontos para enfrentar a morte e pagar com a crucifica-
ção a sua participação no mesmo. Quem, então, viesse a seguir a Jesus Cristo deveria estar pronto para
morrer (Lc 17.33). Sem dúvida que poderemos incluir aqui também a ideia de seguir a Cristo até o Cal-
vário e ali mortificar o nosso eu (Rm 6.3-9). É a renúncia cotidiana aos direitos do eu humano;
d. Seguir a Jesus: Significa pôr-se, junto com ele, a serviço do reino de Deus. Significa também
ser Seu imitador. Por serem seus imitadores, os Seus discípulos deveriam ser exemplos dEle no mundo.
A chave para a interpretação exata desta afirmação aparece num dos artigos da lei rabínica - o enviado
de um homem é como se fosse aquele mesmo homem (João 13.20).
Com tudo isso em mente, já podemos imaginar que para ser mestre, além de conhecimento das
verdades do Evangelho, é preciso ter vida real e verdadeira para transmitir. Como podemos ensinar al-
guém a vencer a ira, por exemplo, se ainda não ternos tido a vitoria sobre esse problema, ainda que
possamos conhecer o que precisa ser feito, ou uma espécie de fórmula que possa ser o remédio para
isso. Por isso é mais fácil adotar outras estratégias de trabalho na igreja. O que o mundo mais espera de
nós é ver a concretização do Evangelho em nossas vidas e não apenas uma pregação teórica e idealista
de um tal de Cristo que nem sequer seguimos.
3. É possível o discipulado hoje?
Muitos acreditam que seriam necessárias muitas alterações em nossa estrutura eclesiástica para
introduzir o discipulado no ministério da Igreja. A verdade é que o que precisamos é sim acrescentar e
priorizar o que está faltando. Afinal, como já vimos, o discipulado não é mais uma opção, mas A OPÇÃO
DE JESUS para a igreja.
Infelizmente temos de concluir que nossa atual estratégia é calcada no evangelicalismo salvacionis-
ta, pois que visa desenvolver toda sua atenção apenas na evangelização do mundo pecador. Sem dúvida
não podemos negar que o que mais necessita o pecador é o Evangelho, mas uma vez convertido deve
crescer e levar outros ao mesmo caminho (Fp 2.12).
Vivemos num cristianismo ativista e imediatista onde queremos resultados rápidos ao estilo da cor-
reria e produtividade das grandes cidades modernas. Ficamos tão preocupados em arrancar um "sim" de
uma pessoa que esquecemos que não é essa a nossa obrigação. Aliás é intrigante que queiramos consi-
derar apenas as decisões positivas ao lado de Cristo. Se dez pessoas ouviram o Evangelho e apenas qua-
tro disseram "sim", tivemos dez decisões e não apenas quatro, pois temos de considerar que o Evangelho

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Primeira Igreja Batista de Três Corações – Edição 2016

é uma opção (Se alguém quiser vir ...) que inclui também um "não". Resultados imediatos nem sempre
são duradouros. Discipular envolve paciência aguardando pelos resultados. O reino de Deus merece isso!
Outros acham que discipulado nada mais é do que um convite a uma vida ascética num mosteiro,
ou mesmo um convite para ir ao campo missionário. Sem duvida as passagens bíblicas sobre o assunto
exigem uma prontidão e dedicação sobre-humanas e é claro que existe o perigo de que essa renúncia
seja interpretada erroneamente como uma prova de heroísmo ou de asceticismo.
Para o cristão não deve haver diferença entre a vida secular e a vida religiosa. Vivemos uma só vi-
da (Tg 1.8; 4.8 - ânimo dobre: dupla personalidade, duas vidas). Não podemos negar que é possível
viver o cristianismo no mundo moderno. E ser discípulo hoje também requer reavaliação de nossas vidas.
A verdade é que os discípulos de Jesus adaptaram suas vidas ao reino de Deus, e nós hoje queremos
adaptar o reino de Deus às nossas vidas. Precisamos assumir o cristianismo em todas as suas implica-
ções. Cristianismo, mais que um conjunto de crenças, é também um ESTILO DE VIDA. Como cristãos
somos uma sociedade de impacto perante a sociedade mundana governada por Satanás, o príncipe deste
mundo, e a nossa maior arma é o amor de uns para com outros. Muitos falam que esse tipo de vida é
fanatismo. Mas há diferença entre o fanatismo paranóico religioso e o viver do verdadeiro cristianismo.
Quando precisamos utilizar o adjetivo significa que o substantivo já perdeu o seu significado. O cristia-
nismo necessita voltar ao seu significado original!?!
4. Qual é o papel da igreja perante o mundo? Como a igreja deve viver no mundo?
A palavra mundo tem um significado especial na Bíblia, pois geralmente se refere ao curso desta
vida, ao estilo de vida adotado pela humanidade decaída no pecado e governada por Satanás.
Constantemente ouvimos os chavões o mundo está penetrando na Igreja ou a Igreja está ficando
mundana. Como a Igreja pode viver neste mundo sem ser contaminada por ele? Andrew Bonar, o grande
compositor de hinos na Escócia, disse: “ ... Eu procurei pela igreja e a encontrei no mundo. Eu procurei
pelo mundo e o encontrei na igreja.”
A Igreja não pode viver isolada do mundo como ocorreu na época dos monastérios e ordens religi-
osas do passado. Somos o sal da terra e a luz do mundo (Mt 5.14-16). Antes de ser crucificado, Jesus
orou ao Pai em João 17.15,16,21,22. “não peço que os tires do mundo... eles não são do mundo... a fim de que
todos sejam um... para que o mundo creia que tu me enviaste”. O que precisamos, então, não é nos isolar do
mundo, mas saber qual é o nosso papel perante ele. Desde o princípio deve ficar claro que o Evangelho
não é hóspede do estilo de vida do mundo, mas seu juiz e redentor. Sendo assim, o Evangelho é coloca-
do em superioridade.
Temos de aprender a manter o equilíbrio entre o isolar-se do mundo e o se envolver tanto a ponto
de ser por ele contaminado. Paulo nos admoesta: não vos CONFORMEIS COM (moldar a vida conforme)
este mundo, mas TRANSFORMAI-VOS (Rm 12.2).
Vejamos, portanto, algumas de nossas responsabilidades pelo mundo.
LIÇÃO 06. A Igreja e a Pregação do Evangelho - PARTE 1
“Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais andastes outrora,
segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar,
do espírito que agora atua nos filhos da desobediência; entre os quais também todos nós andamos outrora,
segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos;
e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais. Mas Deus, sendo rico em misericórdia,
por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos,
nos deu vida juntamente com Cristo, —pela graça sois salvos, e, juntamente com ele, nos ressuscitou,
e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus; para mostrar, nos séculos vindouros,
a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus. Porque pela graça sois salvos,
mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie.
Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras,
as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas”.
Atos 2.1-10
O mundo está sem Deus, tendo como seu governante Satanás e as estruturas sociais, políticas e
econômicas da sociedade estão em prime-causa nas suas mãos (Ef. 2.1-3; Jo 14.30; 16.11). Por isso é
que o mundo é o que é. Falamos tanto que o mundo precisa melhorar, mas nos esquecemos que para
isso ocorrer é preciso que hajam mudanças no coração do homem e isso só terá início quando pregarmos
o Evangelho e levarmos os homens à conversão em Cristo Jesus. O homem arrependido e liberto do seu
pecado dará livre acesso à atuação de Jesus Cristo em sua vida e a consequência será uma vida trans-
formada. Nossa tarefa e responsabilidade primeira, como cristãos, perante este mundo é a sua evangeli-
zação. Primeira, mas não a única.
O cristianismo é uma religião de proclamação das verdades de Deus para o homem. As igrejas,
proclamam estas verdades, através das celebrações normais, cultos evangelísticos, eventos maiores co-
mo conferências, cruzadas, congressos e outros. Entretanto, o principal meio de proclamação do evange-
lho, utilizado pelas igrejas, são os seus próprios membros que em cada casa, rua, escola, empresa e
família podem viver e falar do evangelho que é a boa-notícia da salvação. O Testemunho pessoal é a

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Primeira Igreja Batista de Três Corações – Edição 2016

grande resposta de deus para os não crentes de nossa época.


A Bíblia Sagrada é a maior expressão para a divulgação da salvação que vem por intermédio do
nosso Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus.
1. O que é Evangelho?
Euanguélion (ευαγγελιον) no grego significa boas-novas. As boas-novas se resumem a Jesus Cris-
to. O evangelho é o evento nascimento-vida-morte-ressurreição do Senhor Jesus Cristo, que é o logos, a
palavra encarnada, o Filho do Deus Vivo (João 1.1) que habitou entre nós, que se fez homem como nós
(Filipenses 2.7-8). Jesus Cristo é o salvador. Todos os que crerem nele serão salvos, receberão a vida
eterna (João 3.16). Os cristãos devem se empenhar nessa função: anunciar a salvação para todos, para
que todos possam conhecer, crer e receber a vida eterna. Uma vez aceitando o evangelho, homem e
mulher conseguem o acesso ao Pai, por intermédio de seu Filho que é o nosso Salvador e Senhor Jesus
Cristo (João 14.13,14; I Timóteo 2.5).
Para divulgar o evangelho por todo o mundo, nós cristãos, fomos encarregados por Deus da pala-
vra da reconciliação (II Coríntios 5.19), com isso nos tornamos Embaixadores de Cristo. Somos represen-
tantes de Cristo neste mundo. Temos que persuadir o mundo, constrangidos pelo amor de Cristo, para
que com persuasão e a ajuda do Espírito Santo o mundo venha a recebê-lo como seu salvador e Senhor.
Para desenvolvermos essa tarefa temos o apoio do Espírito Santo. Deus enviou seu Filho, Jesus,
para nos salvar. Jesus, em Deus, também nos deixou uma missão, e o Espírito Santo como um Ajudador
(João 14.16). O Espírito Santo nos ajuda lembrando-nos das palavras de Jesus e ensinando-nos todas as
coisas. O Espírito Santo nos ajuda dando testemunho de Jesus conosco. O Espírito Santo nos ajuda con-
vencendo o mundo (a humanidade) do pecado, da justiça e do juízo (João 14.26; 15.26; 16.8).
A Igreja nada mais é do que a comunidade de fiéis, que trabalha como uma agência do Reino de
Deus na terra. Essa agência tem cooperadores: os fiéis, os cristãos. Estes já possuem uma experiência
com Cristo. Por obterem essa experiência sabem que ela é muito boa e desejam que outros também pos-
sam experimentá-la.
O apóstolo Paulo define ainda evangelho como sendo "…o poder de Deus para a salvação de todo
aquele que crê…" (Romanos 1.16). O evangelho deve ser pregado com poder, no poder do Espírito Santo
e todos os que nele crerem e dele não se envergonharem, o aceitando e confessando, também experi-
mentarão o poder de Deus que revela a sua justiça através da fé.
Por sermos todos pecadores, nós homens e mulheres, precisamos ser justificados diante de Deus.
Por isso o apóstolo Paulo também afirma nesta mesma epístola que se confessarmos com a nossa boca
que Jesus é o Senhor e crermos com o nosso coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos, então
seremos salvos; pois, com o nosso coração cremos para justiça, e com a nossa boca confessamos para a
salvação (Romanos 10.9-10).
2. Quando ocorre a Evangelização?
A Evangelização é a prática do que foi dito anteriormente. O Kerygma apostólico (proclamação) na
Igreja Primitiva tinha a intenção de tornar conhecido o evangelho por toda a parte. Isso é evangelizar:
ser arauto, anunciar, divulgar, tornar público, proclamar a boa notícia — Jesus Cristo o Salvador.
Porém, uma questão deve ser considerada: A evangelização ocorre quando proclamamos as boas
notícias de Cristo, mesmo não havendo conversão. Muitas igrejas têm realizado o evangelismo, mas, não
têm obtido êxito nos resultados. Embora seus resultados tenham sido reconhecidos em número de con-
versões e adesões à membresia.
Qual a tarefa primordial da evangelização? Quando oramos, conversamos, convidamos, pregamos
o evangelho para uma pessoa e ela não aceita o evangelho, realizamos ou não a evangelização?
Jesus quando enviou os setenta discípulos disse para eles entrarem nas cidades e pregarem o
evangelho, mas, se não recebessem o evangelho, ele mandou que sacudissem os pós das sandálias ao
saírem daquela cidade (Lucas 10.1ss). Na parábola do semeador ele mostra que a mensagem do evange-
lho deve ser semeada em todo lugar, para todas as pessoas. Todavia, o evangelho pode cair pelo cami-
nho e ser pisado, nas pedras e não crescer adequadamente, nos espinhos e ser sufocado, ou, em solo
fértil e germinar e produzir 30 por 1, 70 por 1 e 100 por 1 (Mateus 13.1-23).
Com esses exemplos bíblicos, podemos claramente compreender que evangelização não implica,
constantemente, em conversão, mas sim em proclamação.
Entretanto, esta mesma parábola diz que aqueles que foram evangelizados em solo fértil, devem
dar frutos (30x1/70x1/100x1). Se não damos frutos, talvez nosso coração não tenha sido um solo fértil
no momento em que fomos semeados e portanto a semente do evangelho não germinou adequadamente
em nós.
Jesus disse: "Pelos seus frutos os conhecereis" (Mateus 7.16). Em outro texto disse ainda: "Toda
vara em mim que não dá fruto, ele a corta; e toda vara que dá fruto, ele a limpa, para que dê mais fruto.
(…) Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos" (João 15.2,8).
João, o Batista, veio pregando o arrependimento para remissão dos pecados (Marcos 1.4). Ele veio
dizendo: "Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus" (Mateus 3.2). Ele, João, exorta ainda di-
zendo: "Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento" (Mateus 3.8). E quando João, o Batista, foi en-
tregue à morte, Jesus, o Cristo, veio pregando como ele: "O tempo está cumprido, e é chegado o reino
de Deus. Arrependei-vos e crede no evangelho" (Marcos 1.15).
Estes textos acima expostos nos fazem entender que: a evangelização se preocupa em semear o

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Primeira Igreja Batista de Três Corações – Edição 2016

arrependimento e a fé em toda parte, e semear com convicção, com persuasão, sempre contando com a
ajuda do Espírito Santo para o convencimento do pecador. A evangelização pode ou não gerar frutos
visíveis e palpáveis constantemente. Porém, quando ela nunca gera frutos, algo não está muito bem.
A evangelização consiste em anunciar a boa-nova para levar a pessoa a crer no senhor Jesus Cristo
como Filho de Deus e como único e suficiente Salvador e Senhor de sua vida.
LIÇÃO 07. A Igreja e a Pregação do Evangelho – PARTE 02
“E percorria Jesus todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas,
pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades.
Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas
e exaustas como ovelhas que não têm pastor.
Mateus 9.35-36
1. O que é Evangelismo?
Evangelismo é o sistema ou a sistematização estratégica das boas-novas ou da evangelização. A
evangelização ou o evangelismo não pode ser confundido com discipulado, pois vidas somente são disci-
puladas após aceitarem a Jesus e serem batizadas.
O evangelismo se preocupa em discutir e planejar métodos e estratégias, capacitar e treinar os fi-
éis e suprir todas as necessidades para a realização da tarefa da reconciliação. Evangelismo é estruturar
a proclamação do nascimento-vida-morte-ressurreição de Jesus, o Cristo. O Evangelismo organiza e pre-
para para a evangelização.
Quando alguém diz que a igreja vai fazer evangelismo está dizendo que a igreja irá evangelizar de
forma ordenada, coordenada, sistematizada. Quando alguém diz que uma pessoa cristã fará evangelismo
está dizendo com isso que ela anunciará o evangelho de forma sistemática, organizada, estruturada. A
igreja que faz evangelismo é uma igreja evangelista. Nada melhor do que planejar para alcançar um pro-
pósito. Quem não sabe para onde vai, acaba não chegando a lugar nenhum, ou pior, chegando aonde
não queria chegar.
2. O que significa ser Evangelista?
O evangelista nasce a partir de um Dom especial de Deus, ministrado especificamente pelo Espírito
Santo. Na maioria das vezes uma pessoa é reconhecida como evangelista pelo grande número de conver-
sões que ela obtém através das suas mensagens, testemunhos, abordagens e outras formas de evangeli-
zação. O evangelista possui a característica de viver o evangelho na prática do dia-a-dia e não consegue
contê-lo dentro de si, só para si, ela quer compartilhar com outros, ela fala dele aos outros de forma que
não se contenta quando eles dizem não à salvação. É a pessoa que tem compaixão pelos perdidos, assim
como teve o Senhor Jesus Cristo ao percorrer as cidades e aldeias, vendo as pessoas perdidas e passan-
do tremendas dificuldades — compaixão (Mateus 9.35,36).
Quando uma pessoa prega e obtém muitas decisões, é logo reconhecida como evangelista. Quando
um irmão que visita periodicamente um determinado presídio consegue modificar, com o evangelho, o
comportamento de alguns detentos através da evangelização, diz-se logo que este irmão é um evangelis-
ta. De igual forma, quando uma irmã que constantemente vai a um hospital ou casa de repouso, e con-
segue restaurar a alegria na vida dos pacientes daquela casa, através do evangelho, diz-se que esta irmã
é uma evangelista.
Evangelista é a pessoa que consegue produzir frutos dignos de arrependimento. Os frutos que cada
evangelista produz surgem da relação entre pregação evangélica e vida evangélica. Para que os perdidos
aceitem a mensagem pregada, irão primeiro procurar o reflexo daquela mensagem na vida do mensagei-
ro. Pregação falada é pregação vivida.
O evangelista deve desenvolver uma vida de dependência total de Deus. O evangelista deve de-
senvolver uma vida constante de oração, buscando o equilíbrio e a paz de Deus para a mente e coração e
intrepidez para fazer conhecido o evangelho ao abrir da sua boca (Filipenses 4.6-7; Efésios 6.18,19). O
evangelista deve se importar em viver uma vida correta diante Deus e dos homens (Filipenses 6.8; I
Timóteo 4.16). O evangelista deve confiar na ajuda do Espírito Santo para o convencimento do pecador
(João 16.8); empenhar-se em estudar a Bíblia Sagrada (o manual do evangelho) que prepara dando sa-
bedoria e discernimento para a evangelização (Hebreus 4.12; II Timóteo 4.16,17; II Timóteo 2.15); o
evangelista deve contextualizar sua mensagem ou abordagem evangelística à pessoa ou grupo que pas-
sará pelo processo da evangelização, aproveitando bem cada oportunidade, utilizando palavras e atitudes
adequadas para cada situação (Colossenses 4.5,6); o evangelista também aplica-se à leitura, à exortação
dos fiéis e ao ensino para os fiéis (I Timóteo 4.13).

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Primeira Igreja Batista de Três Corações – Edição 2016

LIÇÃO 08 – A Visão Missionária das Igrejas Batistas


“Em Icônio, Paulo e Barnabé entraram juntos na sinagoga judaica e falaram de tal modo,
que veio a crer grande multidão, tanto de judeus como de gregos.
Mas os judeus incrédulos incitaram e irritaram os ânimos dos gentios contra os irmãos.
Entretanto, demoraram-se ali muito tempo, falando ousadamente no Senhor,
o qual confirmava a palavra da sua graça, concedendo que, por mão deles,
se fizessem sinais e prodígios. Mas dividiu-se o povo da cidade: uns eram pelos judeus;
outros, pelos apóstolos. E, como surgisse um tumulto dos gentios e judeus,
associados com as suas autoridades, para os ultrajar e apedrejar, sabendo-o eles, fugiram para
Listra e Derbe, cidades da Licaônia e circunvizinhança, onde anunciaram o evangelho”.
Atos 14.1-7
A igreja local não é perfeita, possui suas falhas e até mesmo tem dificuldade em compreender sua
missão, que foi descrita precisamente nos evangelhos por Jesus e no livro de Atos dos apóstolos, pelo
Espírito Santo, erramos como cristãos em evangelizar quando achamos que estamos fazendo missões.
Omitimos o dever missionário da igreja por trabalhos e atividades locais.
Criou-se no meio evangélico o mito da igreja perfeita e constantemente identifica-se ou associa-se
às igrejas citadas em Atos, fazendo com que a mesma sonhe com praticas fora de contexto.
O livro de Atos não é o modelo final de igreja, porém suas raízes estão lá, muita coisa a igreja de
nossos dias desenvolveu, porém ainda não acertou, pois creio que perdeu a linha primitiva. Lembre-se
sempre que Atos trata da história da igreja de Cristo que perdura e se desenvolve até hoje.
O que podemos aprender com os primeiros cristãos? Atos, sobretudo, nos mostra a igreja de Cristo
em sua essência mais pura: Explodindo Missões em todo lugar, porém não esqueça que seus problemas
locais e doutrinários estavam. Em toda a história da Igreja e até Cristo voltar teremos desafios.
Uma igreja cada vez mais envolvida com missões é o que todo líder de visão deseja ter a despeito
do bombardeio de prioridades outras que acometem a igreja, estou convencido de que não poderemos
agradar a Deus se não formos uma igreja missionária de fato, e eis a razão desta mensagem sobre mis-
sões.
1. Desafio Local - Envolver a igreja com missões
Nosso desafio como cristãos hoje, é reafirmar os propósitos da igreja local, temos um chamado
missionário e não podemos negar; At.1.8; Mt. 28.18-20. A maioria dos cristãos acham que missões é
sempre a mesma mesmice, assim como muitos entendem que não precisam de batismo para serem sal-
vos, ou não entendem que salvação está condicionada a obediência a cristo.
Muitas igrejas enjoaram de viver em função de missões e por isso erraram o alvo, corromperam
sua prioridade, mas não há como ser igreja bíblica longe de sua essência maior que é missões!
A grande comissão traz uma imagem de auto entendimento para a igreja, pois há um padrão cícli-
co: Ir, ensinar, batizar, equipar e enviar. A igreja de Jesus só pode achar a sua mais plena expressão
para o mundo, dentro do Reino de Deus se viver sua natureza de povo missionário.
Jesus estabeleceu a visão da igreja quando disse o que fazer, ou seja, "... fazei discípulos.." Jesus
esclareceu a missão da igreja, ou seja, onde fazer "... tanto", "como", "e".
Alguns missiólogos discutem se missões se realiza no bairro da igreja ou se é apenas nas regiões
além fronteiras eu creio que em nosso bairro fazemos evangelismo, quando abrimos frentes fazemos
missões. Olho para as expressões de Jesus e percebo uma simultaneidade e um mesmo nível de impor-
tância entre a rua ou o bairro onde a igreja está instalada e os seus desafios no campo.
Igrejas missionárias mantém o caráter essencial de igreja. (I Pe. 2.9) "Não há outra igreja, a não
ser a igreja enviada ao mundo, e não há outra missão, a não ser a da igreja de Cristo." John Stott.
Até que ponto a igreja corresponde ao seu nome, até que ponto ela existe como uma manifestação
prática de sua essência, até que ponto ela é de fato o que aparenta, até que ponto ela cumpre o que
afirma e atente às expectativas que suscita? (At.2.47)
Essa igreja, dita primitiva, foi fiel à sua razão de existir quando se faz relevante em Jerusalém
(At.2.47; 6.7), ultrapassando as fronteiras da Judéia, chegando à Samaria (At.8.5-24) e avançando além
das fronteiras da Palestina. (At. 9.31; At. 11.19-21) Não será por causa dessa crise de identidade missio-
nária de nossos dias que algumas agências missionárias têm feito além de seus limites de atuação?
Agências missionárias são ferramentas de apoio às igrejas, mas não querem e não podem ser igre-
jas ou assumir a responsabilidade da igreja local. A autoridade para o envio é da igreja local, o apoio de
base é da igreja local, a manutenção do trabalho passa pelo crivo da igreja local e quando a igreja local
se omite em sua função ela perde sua essência maior e se atrofia.
2. Desafio Local – Mobilização Missionária da Igreja.
Nós somos as molas propulsoras que Deus tem usado para promover e provocar uma maior mobili-
zação de nossas igrejas com missões. Às vezes há muito movimento e pouco deslocamento na liderança,
a mudança de atitude do apóstolo Pedro foi essencial à visão missionária da igreja primitiva, por exem-
plo, no dia de Pentecostes (At. 2.14), na postura diante do sinédrio (At.4.19-20), no reconhecimento da
conversão dos samaritanos (At. 8.14), na quebra de barreiras em relação à conversão de gentios. (At.
10) O mesmo acontecendo com Paulo, Barnabé e outros líderes.

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Primeira Igreja Batista de Três Corações – Edição 2016

Igrejas missionárias se alimentam e se retro-alimentam com a visão proporcionada por seu líder,
pois missões não pode ser apenas uma data na agenda ministerial da igreja, missões é a agenda ministe-
rial da igreja, agenda essa, que os líderes exalam.
É por isso que quanto mais espaço para missões abrirmos, mais espaço para missões nossa igreja
fará. A igreja em Jerusalém era um reflexo da postura dos apóstolos (líderes), era uma igreja cheia da
Palavra de Deus (At. 2.42), o envolvimento com missões passa por um púlpito que revela os ensinos da
Palavra a esse respeito (At. 6.7).
Aquela igreja em Jerusalém era uma igreja cheia de comunhão (At. 2.42). Uma comunhão em tor-
no de um esforço comum, Koinonia nos faz ver além do aqui e agora, nos faz ver o ali e além. Philip Yan-
cey afirmou o seguinte: "A igreja é a única sociedade cooperativa do mundo que vive em benefício dos
que não são membros." Isso é missões!
Aquela igreja em Jerusalém era uma igreja de ação. (At. 13.1-3) Igrejas missionárias exigem líde-
res dinâmicos, vigorosos, otimistas, que possam dirigir as aptidões e os recursos potenciais dos mem-
bros. Nós líderes somos catalisadores para a mobilização do povo de Deus em missão no mundo, por
isso, não podemos levar a igreja a pensar que ela serve apenas para mandar dinheiro. Missões é muito
mais que isso, assim, quando nos informamos sobre as necessidades, projetos, êxitos da obra missioná-
ria no Brasil e no mundo, provocamos reações incríveis por parte da igreja. Está em nós, liderança, a
obrigação de abrir a visão do nosso povo para sua consciência de missão e mobilizá-los em torno disso,
porque se não promovermos missões constantemente em nossa igreja, ninguém o fará!
3. Desafio Local - Envolver a igreja com missões.
Uma igreja envolvida com missões verá os recursos necessários para o cumprimento dessa tarefa
surgirem tanto recursos financeiros quanto recursos humanos e espirituais.
Portanto, a natureza da missão da Igreja é única, requer-se que vá a outras gentes e as ganhe,
onde quer que se encontrem, para a causa de Cristo. Depois de ganhar para Cristo, devem formar exten-
sões da Igreja em seu próprio país.
Em Marcos 16.15 lemos: "Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda a criatura". Já fala-
mos que no Novo Testamento Jesus transfere esta responsabilidade para a sua Igreja à Nova Nação San-
ta (I Pe 2.9).
Em Jo 20.21-23 Jesus identifica os discípulos com os propósitos eternos do Pai "assim como o pai
me enviou, também eu vos envio a vós." Aqui também a palavra envio está no sentido contínuo Jesus
está sempre enviando.
Missões é uma tarefa tão grande e tão desafiadora que implica a inclusão de todos os crentes. Nem
uma igreja pode omitir-se, nem um crente pode negar sua responsabilidade.
Podemos ir até mais longe, enfatizando que missões é responsabilidade de cada crente de cada
igreja. Ninguém pode desculpar-se por não estar participando.
O Espírito Santo é o poder para as missões. Os discípulos deveriam ficar em Jerusalém até serem
revestidos desse poder, pois não podiam começar a obra de Deus sem o revestimento de poder.
O Espírito Santo, ele conduz os discípulos a entenderem que o evangelho também é para outros
povos (At 10.44-49). Ele guia os obreiros ao campo missionário (At 8.26; 16.6,7) e chama os obreiros às
missões transculturais. (At 13.2).
Um exemplo deste chamado é a igreja Antioquia, conhecida como a agência missionária, ou seja, o
centro de missões. Ela serve como exemplo, pois foi à base missionária do avanço da Igreja primitiva no
alcance dos outros povos. Aquela igreja nasceu como resultado de uma forte perseguição que sobreveio à
Igreja em Jerusalém. Mas aquela igreja estava voltada apenas ao trabalho da cidade, esquecida Judéia,
Samaria e dos confins da terra, quando Deus permitiu uma forte perseguição.
A Igreja em Antioquia enviou missionários (At 13. 1-3) "e impondo sobre eles as mãos, os despedi-
ram", "é símbolo de autoridade em enviar". Então a Igreja tem que reconhecer sua responsabilidade na
vida dos seus missionários em orar, contribuir, amar, socorrer e compreender, isto fez a Igreja em Antio-
quia.
LIÇÃO 09 - Princípios de Adoração Bíblica
“1 Quanto ao mais, irmãos meus, alegrai-vos no Senhor. A mim, não me desgosta
e é segurança para vós outros que eu escreva as mesmas coisas.
2
Acautelai-vos dos cães! Acautelai-vos dos maus obreiros!
Acautelai-vos da falsa circuncisão!3 Porque nós é que somos a circuncisão,
nós que adoramos a Deus no Espírito, e nos gloriamos em Cristo Jesus,
e não confiamos na carne.
Filipenses 3.1-3
Não é raro ouvirmos que falta no Cristianismo evangélico dos nossos dias uma adoração verdadei-
ra, pois o cristianismo de hoje apresenta algo muito diferente do que a bíblia ensina em Isaias 29.13 “O
Senhor disse: Visto que este povo se aproxima de mim e com a sua boca e com os seus lábios me honra,
mas o seu coração está longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de ho-
mens, que maquinalmente aprendeu...”. O texto bíblico deixa claro que os princípios de adoração de nos-
sos dias estão bem semelhantes aos tempos de Isaias, o adorador se afastou dos princípios básicos do
culto a Deus e Jesus em Marcos 7.6 reforça as palavras do profeta.

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Primeira Igreja Batista de Três Corações – Edição 2016

Ao olharmos para os textos bíblicos que envolvem o tema adoração, percebermos este fato com,
mais clareza. Sem duvida, muitos dos crentes de hoje, passam horas sentados nos bancos das igrejas
crendo que estão cultuando.
As celebrações das igrejas de hoje envolve reuniões que tem como objeto satisfazer as necessida-
des pessoais do público e não o verdadeiro intuito de cultuar. Poucos tem parado para se perguntar qual
seria o objetivo principal das reuniões na igreja? Adorar, evangelizar, aprender, ser abençoado ou entre-
tenimento espiritual? Creio que muitos pensam que tudo o que acontece nos cultos é ato de cultuar, de
modo que não ha necessidade de nos preocuparmos a respeito da adoração.
Vamos estudar o que significa adorar, prestar culto a Deus? Em João 4.23 lemos "Mas vem a hora
e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são
estes que o Pai procura para seus adoradores”. Dentro deste aspecto que Jesus nos ensina sobre adora-
ção, quais são os princípios bíblicos que envolvem a adoração e como esta deve acontecer?
1. Quem são os verdadeiros adoradores?
A Bíblia, através dos ensinos do Apóstolo Paulo afirma que a verdadeira adoração é aquela que se
oferece a Deus pelo espírito, não confiando na carne, mas gloriando-se em Cristo Jesus (Fp 3.3), a ado-
ração sensibiliza nosso coração com Deus. Como ministro eu creio que existe um grupo dentro das igre-
jas que não podem adorar a Deus, pois não vivem em obediência a Deus, até creem em Jesus como Filho
de Deus e salvador, mas não se submetem ao Espírito Santo, amam até a comunhão da igreja, mas pre-
ferem viver as margens do evangelho. Eu creio que temos a oportunidade de mudarmos nossas práticas,
não posso afirmar que não sejam convertidos, mas necessitam rever seus relacionamento com Deus,
Isaías 59.2, Deus quer nossa mudança, para isto estamos aqui.
O fim principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre. É muito claro para nós, ao
lermos a bíblia, que este é o motivo de nossa existência. Adoração. Por isso fomos criados, para darmos
louvores e glórias ao nome do Cordeiro (Ap 5.13). É tanto que, mesmo no comer e no beber devemos
glorificá-Lo (I Co 10.31). Mas, o que é preciso para adorar a Deus? O que é extremamente necessário?
A adoração parte do coração, conforme foi lido em Isaías 29.13, um adorador precisa ter um cora-
ção cheio de fé, em Hebreus 11.6 temos o seguinte: "De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, por-
quanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador
dos que o buscam". O texto é claro: sem fé É IMPOSSÍVEL agradar a Deus. Nós apenas agradamos a
Deus quando O glorificamos, cumprindo e vivendo de acordo com a Sua palavra.
Vemos que não há chances de existir adoração sem fé. A fé precede a adoração. O culto de adora-
ção é um ato de fé, que apenas é possível por causa da Graça de Deus que aos eleitos imputou a fé,
abrindo assim os olhos destes para que compreendessem do porquê adorá-lo e como adorá-lo. Este é o
motivo pelo qual os ímpios não desejam e nem conseguem adorar a Deus, pois não existe fé neles, não
há nada em suas vidas que agradem ao Senhor. Eles estão mortos em seus delitos e pecados, sendo
assim escravos, filhos do Diabo e FILHOS DA IRA de Deus (Ef 2.23). Como mortos podem adorar a um
Deus vivo? Herminsten Maia Pereira da Costa, pastor presbiteriano, teólogo coloca da seguinte maneira
sobre a fé: "Sem a genuína fé, procedente da Palavra e direcionada para o Deus Trino, todos os nossos
atos de culto são vazios e abomináveis a Deus." Nos achegamos a Deus para adorá-lo por causa da fé.
Nós apenas conseguimos nos aproximar de Deus porque um dia Deus se aproximou de nós e nos salvou,
imputando-nos a fé. É impossível cultuar a Deus sem fé!
2. Como Deve o Cristão Praticar a Adoração
Tanto as palavras de Jesus como as de Paulo, contrastam a verdadeira adoração com o culto judai-
co ou samaritano, envolvendo sacrifícios e ritos religiosos tradicionais. Em Marcos 7.6-7 os fariseus e
escribas acusaram os discípulos de Jesus de não cumprirem a tradição dos anciãos, percebe-se então que
adorar a Deus requer que, aquele que se aproxima do Senhor para adorá-lO deve cumprir princípios que
Deus instituiu por poda a bíblia. Fugir de uma vida pecaminosa, viver de baixo dos mandamentos do Se-
nhor é nosso dever como cristão. Se Deus quer verdadeiros adoradores, Ele só Se alegrara com aqueles
que correspondem as Suas exigências.
Em Atos 2.47, a bíblia nos ensina que o povo se alegrava em louvar a Deus. É possível reunir-nos
para adoração numa igreja local. A sabedoria de Deus viu ser apropriado ordenar aos cristãos que "se
juntassem" para o propósito de adorá-Lo (Atos 20.7; I Coríntios 14.23,26). Ele até nos adverte a não
deixarmos de nos reunir para adorarmos juntos. (Hebreus 10.25). Desde o Velho Testamento Deus cha-
ma o seu povo a uma vida de Adoração. Por toda a bíblia muitas são as formas de adorar a Deus. Deus
não escolheu uma única forma de Adoração? Exatamente porque sendo Ele o Criador dos seres humanos,
sabe da diversidade que há quanto a PREDILEÇÕES, TEMPERAMENTOS, TALENTOS e CULTURAS.
Apesar de APROVAR as diferenças na Adoração, Deus também prega a UNIDADE DO CORPO, e que
devemos nos "esforçar diligentemente" para preservá-la, no vínculo da paz (Efésios 4.3). O Senhor, no
entanto, não abre mão do CONTEÚDO da Adoração: "mas, vem a hora e já chegou, em que os verdadei-
ros adoradores, adorarão o pai em espírito e em verdade; porque são estes que o pai procura para seus
adoradores" (Jo. 4.23).
Deus nos criou à sua imagem e a sua semelhança para adorá-lo e desfrutarmos de sua presença.
Sendo assim Adoração é vida. Em Deuteronômio, capítulo 6, vemos essa descrição da adoração, e perce-
bemos que ela deve ser fruto de nossa devoção. O escritor Rubem Amorese sugere que ela deve começar

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Primeira Igreja Batista de Três Corações – Edição 2016

no secreto do quarto, prática sugerida por Jesus em seu Sermão do Monte. Na oração feita em secreto,
abre-se espaço para um diálogo com coração transparente, sincero, sem testemunhas ou holofotes, pal-
cos ou luzes. Ali é o lugar de solitude e meditação; lugar de encontro, de confissão e quebrantamento. E
ao sair do quarto, influenciamos e abençoamos imediatamente a família com relacionamentos mais ver-
dadeiros, onde perdão, misericórdia, reconciliação e amor doador são vivenciados de forma perseverante
e paciente. Davi nos encoraja a fazer no Salmo 95 –, vai ganhando espaço e profundidade. Sem dúvida,
essa dimensão da adoração repercute na comunidade local trazendo saúde e disposição para o serviço ao
Senhor e ao próximo.
A adoração ganha espaço na vida cotidiana quando entendermos, como Pedro escreveu em sua
primeira carta, que fomos criados para reconhecer as virtudes daquele que nos chamou das trevas para a
sua maravilhosa luz. Ela ganha esperança e consistência quando sabemos que Jesus concretizou e legiti-
mou a adoração definitivamente na cruz do Calvário, e que é por meio dele que devemos oferecer sacrifí-
cios de louvor, conforme o autor de Hebreus escreveu.
Adoração é, de fato, uma vida cotidiana litúrgica de serviço a Deus e ao próximo, como resultado
de um amor que vai crescendo a cada dia; amor por ele, pela Igreja, pelo Reino, pela família e pelas
pessoas que o Senhor desejou salvar e amar. Fomos criados e salvos por Deus para, em todas as nossas
dimensões relacionais, refletirmos sua glória. Adorarmos como Jesus e por meio dele é, pois, desafio
presente para cada um de nós.
LIÇÃO 10 – A Música e a Adoração Bíblica
"Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai
em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores”
João 4.23
Adorar não é louvar e nem cantar na igreja ou em um local espiritual, biblicamente adoração tem
haver com a atitude do Cristão em se relacionar com Deus e todos os Seus atributos. Até mesmo um
pastor ou pregador pode ministrar sem adoração ou a autoridade de Deus, através de sua eloquência. O
homem pode cantar, falar com Deus sem qualquer intenção de adoração. A adoração, vida com Deus é a
base para tudo o que o Cristão faz na obra de Deus. A música no culto, o sacrifício de louvor, de acordo
com a própria Bíblia Sagrada, é o fruto dos lábios que confessam o nome do Senhor Jesus Cristo, sem
isto não existe adoração. (Hb.13.15).
A música na igreja ou como expressão de adoração é um veículo de fé que nos leva a um relacio-
namento íntimo com o nosso Deus, quando nos reunimos em Seu nome. Ele nos leva a desfrutar todos
os benefícios desse relacionamento – o poder, a proteção, a alegria, a segurança, o gozo, etc…
1. Ensinos Incorretos - Música ou cantar na Igreja não é Adoração, isto qualquer pessoa faz.
Ouço muitos dizerem que gostariam cantar hinos de adoração, ou louvar na igreja como participação
especial. Não existem hinos de adoração e outros sem adoração. Eu posso adorar ao Senhor sem dizer
uma só palavra e para louvar eu não preciso de espaço especial na reunião de celebração.
2. Adoração não é música - A Igreja tem confundido adoração com música, e isso tem sido uma
tragédia, principalmente em nossos tempos de crescimento do mercado evangélico que a tudo devora
como cultura de massa. De fato, uma visão míope da adoração faz com que vários aspectos sejam igno-
rados, não vivenciados pelas igrejas locais. Adorar a Deus não é cantar música, mas é bíblico que a mú-
sica faz parte do instrumento do Espírito Santo para uma verdadeira adoração.
3. Jesus e a Mulher Samaritana - O contexto bíblico do texto de João 4, é a conversa de Jesus
com a mulher samaritana junto ao poço de Jacó. Havia surgido uma questão interessante com respeito à
adoração, pois os judeus ensinavam que o Templo em Jerusalém era o único local em que o verdadeiro
Deus podia ser adorado. Porém os samaritanos, que não se davam com os judeus (e vice-versa) desde a
reconstrução de Jerusalém nos tempos de Esdras e Neemias, criam que o verdadeiro Deus podia ser ado-
rado em outros lugares, como por exemplo, no templo que haviam erguido no monte Gerizim, não sendo
necessária a longa e desconfortável viagem até Jerusalém para isto. Esta foi a questão levantada pela
mulher samaritana.
4. Deus, o Ser Adorado - Para Deus a adoração pode ocorrer em qualquer lugar, desde que seja
“em espírito e em verdade”. O texto bíblico apresenta esta verdade espiritual dita por Jesus, porém ela
não foi dita a nenhum judeu, mas a uma simples mulher samaritana. A diferença é que ela buscava a
verdadeira adoração, apesar de sua vida; não estava satisfeita com o que tinha, e a ela Jesus deu a luz
adicional que ela buscava. Deus quer que o homem o adore com o coração verdadeiro.
Como podemos ver, a adoração não tem nada a ver com música que toca as pessoas. Tem a ver
com a atitude de pessoas que foram tocadas por Deus. Tem a ver com a nossa condição individual. Tem
a ver com a transformação que permitimos que o Espírito Santo opere em nossa vida e nossa mente.
Jesus está falando da adoração pessoal e íntima, e isto nada tem a ver com música para influenciar os
outros, embora uma vida transformada seja, efetivamente, uma influência.
5. Deus e o Adorador - Devemos ter muito cuidado com o argumento que a música precisa tocar
o coração das pessoas. Temos visto muitas pessoas “tocadas” pela música tomarem decisões e realiza-
rem ações as quais sabemos que Deus não aprova, sobre as quais não está o Seu selo. Deus nos chamou
para sermos adoradores e não um simples cantor de palco ou celebridades.
6. Os Jargões da Música Evangélicas - Muitas vezes, os ministros de músicas e/ou os próprios
músicos evangélicos são chamados de “levitas”. Tal costume não é muito antigo, mas é tradição de músi-

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Primeira Igreja Batista de Três Corações – Edição 2016

cos que não é bíblica. No Novo Testamento não temos referência a ministros de louvor nem a instrumen-
tistas na igreja, esta prática, “levitas”, nasceu no meio das igrejas neo-pentecostais, não creio que faça
muita diferença espiritual na igreja, mas precisamos ensinar que como cristãos somos todos servos na
obra de Deus. O ensino apostólico, incentiva todos os cristãos a prestarem adoração ao Senhor, com
salmos, hinos e cânticos espirituais (Ef 5.18-20; Cl 3.16).
Originalmente, “levita” significa “descendente de Levi”, que era um dos 12 filhos de Jacó. Os levitas
começaram a se destacar entre as 12 tribos de Israel por ocasião do episódio do bezerro de ouro. Quan-
do Moisés desceu do monte e viu o povo entregue à idolatria, encheu-se de ira e cobrou um posiciona-
mento dos israelitas. Naquele momento, os descendentes de Levi se manifestaram para servirem somen-
te ao Senhor (Êx 32.26). Daí em diante, os levitas se tornaram ministros de Deus. Dentre eles, alguns
eram sacerdotes (família de Aarão) e os outros, seus auxiliares. Embora os sacerdotes fossem levitas,
tornou-se habitual separar os dois grupos. Então, muitas das vezes em que se fala sobre os levitas no
Velho Testamento, a referência se aplica aos ajudantes dos sacerdotes. Seu serviço era cuidar do taber-
náculo e de seus utensílios, inclusive carregando tudo isso durante a viagem pelo deserto (Números capí-
tulos 3, 4, 8, 18).
7. A Música como Parte do Culto a Deus - Naquele tempo, os levitas não eram responsáveis
pela música no tabernáculo. Afinal, não havia uma parte musical no culto estabelecido pela lei de Moisés,
embora as orações e sacrifícios incluíssem o sentido de louvor, adoração e ações de graças.
Muito tempo depois, Davi inseriu a música como parte integrante da Adoração. Afinal, ele era mú-
sico e compositor desde a sua juventude (I Sm 16.23), lembre-se que Davi era da Tribo de Judá, Mateus
1.6-7. Em I Crônicas (9.14-33; 23.1-32; 25.1-7), vemos diversas atribuições dos levitas. Havia então
entre eles porteiros, guardas, padeiros e também cantores e instrumentistas (II Crônicas 5.13; 34.12).
Considerando o paralelo existente entre Israel e a Igreja de Jesus Cristo, podemos até utilizar o
nome “levita”, embora não sejamos descendentes de Levi. Mas, se queremos assim considerar, então
todos os que servem em qualquer ministério podem ser chamados “levitas”. O levita é aquele que execu-
ta qualquer serviço ligado a igreja de cristo. O levita é simplesmente um servo e não alguém que esteja
na igreja para ser alvo da glória humana.
8. Frases Gospel – Frases teologicamente corretas e algumas incorretas
a) “A Verdadeira Adoração faz o Céu descer sobre a terra!”
b) “Quando em Adoração, geralmente viajamos por lugares indescritíveis”.
c) “Quem Adora em Espírito, também tributa!”
d) “Num verdadeiro Adorador contemplamos o maravilhoso fruto do amor...”
e) “Você nunca conseguirá conversar com um verdadeiro adorador no momento da adoração.
Ele está conversando com alguém em espírito e em verdade!
f) “Louvar é o crente se encantar com a beleza do caráter de Deus.” C. S. Lewis
g) “A Adoração é a mais alta expressão de reconhecimento e gratidão!” – Pr. Salomão
h) “Adorei, Adoro e Adorarei porque sei que o meu Senhor é digno!” - Pr. Salomão
i) “Só percebo que estou Adorando quando entro da dimensão do Espírito!”
j) “Há um sentido em que todos os agentes naturais, até mesmo os inanimados, glorificam a
Deus continuamente, revelando os poderes que Ele lhes deu. E nesse sentido nós, como
agentes naturais, fazemos o mesmo. Nesse nível, os nossos atos iníquos, no sentido em que
eles exibem nossa perícia e força, pode dizer-se que glorificam a Deus, tanto quanto nossas
boas ações. Uma peça musical executada com excelência, como operação natural que revela
um grau alto dos poderes e habilidades dados ao homem, desta forma sempre glorifica a
Deus, seja qual tenha sido a intenção dos executores”. C. S. Lewis
k) ”Um Adorador não é um profissional, mas, um eleito para adorar...”
l) É no momento da Adoração que se conhece o Verdadeiro Adorador...”
m) A verdadeira adoração por ser em espírito e em verdade, transporta o adorador para a di-
mensão do Adorado.”
n) Não há circunstância, nem lugares propícios e nem adversidades para o Adorador... Ele,
ADORA!
o) Foi somente Adorando que eu consegui subir até a onde ninguém por si é capaz de subir!
p) A Adoração é a mais alta expressão de reconhecimento e gratidão!
q) Adorei, Adoro e Adorarei porque sei o o meu Senhor é digno!
r) Só percebo que estou Adorando quando entro da dimensão do Espírito!
s) Há um sentido em que todos os agentes naturais, até mesmo os inanimados, glorificam a
Deus continuamente, revelando os poderes que Ele lhes deu. E nesse sentido nós, como
agentes naturais, fazemos o mesmo. Nesse nível, os nossos atos iníquos, no sentido em que
eles exibem nossa perícia e força, pode dizer-se que glorificam a Deus, tanto quanto nossas
boas ações. Uma peça musical executada com excelência, como operação natural que revela
um grau alto dos poderes e habilidades dados ao homem, desta forma sempre glorifica a
Deus, seja qual tenha sido a intenção dos executores. C. S. Lewis
t) Um Adorador não é um profissional, mas, um eleito para adorar...
u) É no momento da Adoração que se conhece o Verdadeiro Adorador...

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Primeira Igreja Batista de Três Corações – Edição 2016

LIÇÃO 11 – Deus é Espírito


“Então, Paulo, levantando-se no meio do Areópago, disse: Senhores atenienses!
Em tudo vos vejo acentuadamente religiosos; porque, passando e observando
os objetos de vosso culto, encontrei também um altar no qual está inscrito:
AO DEUS DESCONHECIDO. Pois esse que adorais sem conhecer é precisamente aquele que eu vos anuncio.
O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo ele Senhor do céu e da terra,
não habita em santuários feitos por mãos humanas”.
Atos 17.22-24
1. Um Ser espiritual - O veículo de celebração através do emocional não pode ser definido como
adoração. Não vejo em lugar algum da Bíblia a busca por uma adoração emocional, mas sim a adoração
“em espírito e em verdade”, este é o estímulo ao “culto racional”, fruto de uma “renovação do entendi-
mento” (Romanos 12.1-2). A bíblia não ensina em nenhum lugar uma adoração através das emoções, e o
que mais se aproximam de um culto emocional, agitado, “quente” como querem alguns, são o sacrifício
dos profetas de Baal no Monte Carmelo e a adoração do bezerro de ouro, ao pé do Monte Sinai. Uma
religião que leva seus membros, á entregarem-se à satisfação egoísta ou sensual, foge da verdade de
Deus. Lideres como Arão, flexíveis, que ao mesmo tempo em que mantêm posições de autoridade na
igreja, cedem aos desejos dos que não são consagrados, permitem que seus fiéis saiam da presença de
Deus.
Porém, mesmo afirmando crer nessas verdades, nós continuamos buscando uma religião e um cul-
to que nos emocionem. E com relação à excitação das emoções, e à satisfação da natureza carnal, en-
contro textos como “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?”
(Jeremias 17.9) e “Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da
morte” (Provérbios 14.12).
O ensinamento de que "Deus é Espírito" é encontrado em João 4.24: "Deus é espírito; e importa
que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade." Jesus disse isso a uma mulher que pensava
que o local físico era importante a uma adoração apropriada de Deus”.
O fato de que Deus é espírito significa que Deus Pai não tem um corpo humano. Deus Filho veio ao
mundo em forma humana (João 1.1,14), mas Deus Pai não o fez. Jesus é singular como o Emanuel,
"Deus conosco" (Mateus 1.23). Números 23.19 enfatiza a veracidade de Deus, contrastando-o com os
homens mortais: "Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa.
2. Um Ser pessoal - Alguns questionam por que a Bíblia às vezes fala de Deus como se tivesse
um corpo. Por exemplo, Isaías 59.1 menciona a "mão" e "ouvido" de Deus. II Crônicas 16.9 fala dos
"olhos" de Deus. Mateus 4.4 coloca palavras na "boca" de Deus. Em Deuteronômio 33.27, Deus tem
"braços". Todos estes versículos são exemplos de antropomorfismo - uma maneira de descrever Deus
com termos anatômicos ou emocionais para que os seres humanos possam melhor entendê-lo. O uso de
antropomorfismo, uma forma de linguagem figurativa, não significa que Deus tenha um corpo real.
O Antropomorfismo é um conceito filosófico que está associado as formas humanas, ou seja, ele
atribui características, sejam físicas, sentimentos, emoções, pensamentos, ações ou comportamentos
humanos aos objetos inanimados ou seres irracionais.
Dizer que Deus é espírito é dizer que Deus Pai é invisível. Colossenses 1.15 chama Deus de o
"Deus invisível." I Timóteo 1.17 louva a Deus dizendo: "Assim, ao Rei eterno, imortal, invisível, Deus
único, honra e glória pelos séculos dos séculos. Amém!"
Embora Deus seja espírito, Ele também é um ser vivo e pessoal. Como tal, podemos conhecê-lo
pessoalmente. Josué 3.10 fala de Deus desta maneira, dizendo: "Nisto conhecereis que o Deus vivo está
no meio de vós”. Salmo 84.2 declara: "O meu coração e o meu corpo cantam de alegria ao Deus vivo”.
Deus tem que ser um espírito a fim de ser infinito. Além disso, se Deus fosse limitado a um corpo
físico, Ele não poderia ser onipresente (em todos os lugares ao mesmo tempo). Deus Pai não está limita-
do às restrições dimensionais das coisas criadas, mas pode existir em todos os lugares ao mesmo tempo.
Os judeus adoravam, portanto, em verdade, isto é, segundo a Palavra de Deus. Porém não se pode
dizer que adorassem em espírito, já que, primeiro, não tinham o Espírito Santo habitando em si e, se-
gundo, o próprio Senhor testemunhou, citando Isaías 29.13, que aquele povo adorava a Deus com a
boca, mas seu coração estava longe de Deus (Mt 15.8 e Mc 7.6).
Os samaritanos, por sua vez, não adoravam nem em espírito, nem em verdade, já que tinham in-
ventado para si mesmos o seu jeito de adorar, o qual não era segundo a verdade encontrada na Palavra
de Deus. Até o lugar era diferente, e até hoje eles adoram em Gerizim.
Hoje o que se vê no meio evangélico é uma mescla de preceitos no Novo Testamento com práticas
do Antigo Testamento, o único documento que temos mostrando a vontade de Deus quanto à adoração
cristã é a Palavra de Deus na Bíblia Sagrada. Se voltarmos a adotar o local e as práticas judaicas do Antigo
Testamento, já não estaremos adorando em verdade, pois não vemos tal coisa na adoração cristã nas
epístolas. Não se pode dizer que um cristão que acredite que Jerusalém seja o lugar onde deve adorar
esteja adorando em verdade segundo a nova ordem de coisas que o Senhor anunciou.
Mas o Senhor anunciou um tempo em que não seria mais Jerusalém (e muito menos Samaria) o
lugar onde se devia adorar, mas em espírito e em verdade. Hoje um salvo por Cristo pode adorar em
espírito, porém se a sua adoração não estiver de acordo com a Palavra de Deus ele não estará adorando
em verdade.

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Primeira Igreja Batista de Três Corações – Edição 2016

Somando tudo o que víamos na adoração judaica, como templo, clero, cantores e músicos profissi-
onais, incenso, vestes e instrumentos cerimoniais, dízimos, altar etc., qualquer agrupamento de cristãos
que inclua em sua adoração esses elementos não está adorando segundo a verdade da Palavra de Deus
encontrada na doutrina dos apóstolos.
LIÇÃO 12 - Para Uma Vida de Oração
“Está alguém entre vós sofrendo? Faça oração. Está alguém alegre? Cante louvores.
Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e estes façam oração sobre ele,
ungindo-o com óleo, em nome do Senhor. E a oração da fé salvará o enfermo,
e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados”.
“Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros,
para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo.
Elias era homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos, e orou,
com instância, para que não chovesse sobre a terra, e, por três anos e seis meses,
não choveu. E orou, de novo, e o céu deu chuva, e a terra fez germinar seus frutos”.
Tiago 5.16-18
Nunca houve maior necessidade de homens e mulheres santos; mais imperativo ainda é o chama-
do de pregadores santos e inteiramente devotados a Deus. O mundo move-se com passos gigantescos.
Satanás tem ascendência e domínio sobre o mundo e se esforça para que todos os seus movimentos
sirvam a suas finalidades.
A oração é o gatilho usado pelo cristão para acionar o coração de Deus, ainda que Deus atenda ou
não a sua súplica (Tiago 4.13-17), Deus conhece nossas necessidades, creio que a maioria de nós temos
a dificuldades em entrarmos na presença de Deus para pedirmos qualquer coisa, isto significa humilha-
ção.
A oração de Davi no Salmo 51, nos mostra a fraqueza do Rei diante de Deus, a oração em muitos
momentos será um gesto de aquebrantamento diante de Deus. O ato de quebrantar-se tira a resistência,
nos tornar-se fraco, e nos faz reconhecer nossas debilidades e agir, nos fazem dependentes e nos ensina
a submeter ao controle Divino. Quando oramos, admitimos a Deus que precisamos desesperadamente de
ajuda. Nó somos fracos, necessitados, e não temos o controle de todas as coisas. Deus se grada desse
ato de humildade. Lembre-se de I Pedro 5.6-7, quando ele nos diz: Humilhai-vos, portanto, sob a pode-
rosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte, lançando sobre ele toda a vossa ansie-
dade, porque ele tem cuidado de vós.
1. Os Passos da Oração em Tiago
a) O Poder da Oração Intercessória, (vv. 13-15) – Existem algumas questões nesta passa-
gem de Tiago que são bastante discutidas teologicamente, tudo bem quando Tiago nos exorta a orarmos
uns pelos outros, o apóstolo Paulo já havia feito esta orientação em outros textos, ( II Co 1.11; Ef. 3.14-19;
6.18; I Ts. 1.2; 5.25; II Ts 3.1; I Tm 2.1-2; Cl. 1.9).
A necessidade de orarmos uns pelos outros, cuidarmos uns dos outros em nossa sociedade é in-
tensa, pois vivemos no meio de um povo doente e debilitado, com carências emocionais profundas, o
Espírito Santo nos leva a cuidar uns dos outros, somos seres humanos frágeis com carências emocionais
que só o poder da Palavra pode tratar. Peça a Deus pelos seus, creia no poder de Deus, Jesus nos ensi-
nou a orar com fé: “Portanto, eu lhes digo: Tudo o que vocês pedirem em oração, creiam que já o receberam, e
assim lhes sucederá” (Marcos 11.24). Então, quando oramos de acordo com a vontade de Deus e com fé em
Suas promessas, precisamos continuar perseverando e não perder de vista do que foi pedido até que
Deus cumpre Sua promessa. (I Reis 18.43-44)
b) “... ungindo-o com óleo, em nome do Senhor” (v. 5.14c) - No Velho Testamento, reis,
sacerdotes, e, algumas vezes, profetas, eram ungidos com óleo para mostrar que eram escolhidos e
abençoados, de forma especial, por Deus. A unção é associada uma vez no Novo Testamento com curas
milagrosas (Marcos 6.13), e, outras vezes, com bênçãos espirituais recebidas de Deus (II Coríntios 1.21-
22; I João 2.20,27).
O Novo Testamento menciona dois episódios que relacionam doenças, cura, ungir e óleo e am-
bas usam a mesma expressão no grego: Mc 6.13; Tiago 5.14,15
O termo aparece 8 vezes no novo testamento (Mt 6.17; Mc 6.13; 16.1; Lc 7.38,46; Jo 11.2;
12.13; Tg 6.14).
Isso mostra que a intenção de Marcos e Tiago não era uma unção religiosa ou milagrosa, mas a
conotação médica como: “eles davam o remédio e oravam com fé e Deus curava o enfermo”. Isto signifi-
ca que Tiago afirma que o presbítero não deveria zelar só pela saúde espiritual ou pelas questões espiri-
tuais, mas também pela saúde física; e que deveria fazer a “oração de fé”. Apesar, do termo “oração de
fé” dar outro artigo quero fazer uma breve consideração sobre o assunto.
c) Fé - Um dos enganos que as pessoas tem atualmente é não saber o que é fé. Coloca-se fé
na fé e não fé em Deus. Fé é confiar em Deus, no Seu poder e na Sua vontade e não em nossa própria
capacidade de confiar em Deus. Orar com fé não é orar com poder é orar confiante no poder de Deus.
Observe que Tiago fala do profeta Elias, que “era homem sujeito às mesmas paixões que nós”. Ou seja, o
enfoque não é nossa capacidade ― estamos sujeitos à paixões e falhas ― mas na capacidade de Deus.

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Primeira Igreja Batista de Três Corações – Edição 2016

d) Óleos, remédios e Fé - Tendo em mente o que realmente significa fé, o perigo de focar na
sua fé, no óleo ou no remédio é grande. Quando você faz isso (colocar mais confiança em como você
orou, ou se passou óleo ungido ou não, ou até se tomou remédio ou não do que a confiança em Deus),
você está cometendo idolatria.
e) Tenha Fé - Por fim, não quero desestimular a oração pelo enfermos, mas quero encorajar
segundo a verdade. Não quero que você pense: “agora, tudo que resta é dar o remédio e só dizer Deus
seja feita sua vontade”. Não! Quando alguém estiver doente, medique a pessoa e ore para que Deus que
a cure, confiando não no remédio, nem na sua capacidade, mas no Deus de Elias (nosso Deus) que fez
parar de chover por 3 anos.
f) “...e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados.” (v.5.15b) - O contexto de
Tiago 5.15b é concerne à pessoa cuja enfermidade é resultante de pecado, o que ainda se torna difícil
sua aceitação, porém não para época (I Co 11.30). O termo “e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão per-
doados”, as palavras são provavelmente referente a cura física, mas possivelmente se inclua também a
cura de pessoas doentes espiritualmente (Hebreus 12.13). Oração da fé é a oração baseada na promessa
da Palavra de Deus. Não depende do grau de fé da pessoa doente, nem do grau de fé dos que oram por
ele: é a oração cujo resultado é garantido porque a Palavra de Deus assim o diz, quando as suas condi-
ções forem cumpridas.
Os pecados devem ser confessados a Deus, mas nossas faltas devem ser admitidas uns aos ou-
tros a fim de que sejamos curados. Se tivermos prejudicado um irmão ou irmã, por palavra ou ação,
então devemos confessá-los a eles e pedir o seu perdão. Mas não é para confessarmos nossos pecados
uns aos outros, ou a um pastor, ou sacerdote, para obter perdão. Só Deus pode perdoar pecados, e Ele o
faz gratuitamente (1 João 1.9).
Somos exortados a procurar trazer de volta quem se desvia da Verdade. Esse é algum incrédulo
que foi introduzido ao Evangelho e tem frequentado as reuniões da igreja, porque é “algum entre vós” (o
versículo 20 claramente tem a ver com a salvação do pecador do seu pecado). Quando essa pessoa vem
a um conhecimento salvador de Cristo, seus pecados, não importam quantos, serão cobertos pelo sangue
de Cristo. A maravilha da justificação pela fé é que uma vez que Deus perdoou os nossos pecados, eles
se foram para sempre.
O que aprendemos com isso?
Aprendemos que aqueles que estão espiritualmente fracos devem chamar os presbíteros da con-
gregação para ajudá-los a se recuperarem.
Em todo o tempo devemos orar uns pelos outros, por cura, por salvação, restauração do pecador
caído, por um milagre, por perdão, pelo enchimento do Espírito Santo na vida da igreja.
Elias orou e nós também podemos orar como o profeta Elias, ele foi o instrumento de Deus para
fazer o povo que se desviava voltar a Deus mediante a sua oração, também os presbíteros de uma igreja
local são usados na restauração da alma e corpo de um crente que se encontra em pecado, mediante a
oração.
Deus nos diz para lançar sobre ele as nossas ansiedades. Por que precisamos contar a Deus as
nossas aflições quando ele já as conhece? Por que pedir é um ato de humildade, e como Deus resiste ao
orgulhoso mas dá graça ao humilde (I Pedro 5.5), a oração nos coloca na posição de receber graça. Deus
deseja tanto nos conceder graça que nos conta qual é a melhor forma de a recebermos!
LIÇÃO 13 - Para Uma Vida de Oração – Parte II
“E, voltando para os discípulos, achou-os dormindo; e disse a Pedro:
Então, nem uma hora pudestes vós vigiar comigo? Vigiai e orai, para que não entreis em tentação;
o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.
Mateus 26.40-41
Fundamentos de uma vida de oração
Primeiro Fundamento – Invista no tempo de oração diária, isto será como um relacionamento
com Deus e não como um dever ou uma disciplina legalista. Você deve fazer o compromisso absoluto
(inegociável) de gastar tempo consistente e significativo a sós com Deus em oração. Nenhum cristão
pode desenvolver uma vida de oração sem gastar regularmente muito tempo a sós com Deus. Uma vida
de oração requer um treino “equilibrado” nos cinco tipos de orações.
Os cinco tipos de orações
a) Louvor, ações de graças e adoração – maneira básica como adoramos e cultuamos a Deus.
Salmo 100.1-5; Salmos 50.23; Salmos 22.3; I Tessalonicenses 5.16-18 e Hebreus 13.15.
b) Confissão e arrependimento – maneira fundamental pela qual recebemos o perdão e man-
temos uma vida cheia do Espírito. A confissão e a purificação são maneiras básicas através das
quais crescemos e nos tornamos conforme a imagem de Cristo. De fato, de acordo com Salmos
66.18, falhar em praticar regulamente a confissão bloqueia completamente o fluxo de orações
respondidas. II Crônicas 7.14; Provérbios 28.13; Salmos 51.6-10; Salmos 24.3-5; Salmos
66.18; I João 1.9; Mateus 5.23 e Mateus 6.14.

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Primeira Igreja Batista de Três Corações – Edição 2016

c) Petição e suplica – Esta é a oração na qual apresentamos a Deus nossas necessidades e an-
seios. Em João 16.24 revela o coração gracioso do Pai em relação a seus filhos. É claro que to-
do pedido tem que ser de acordo com a vontade de Deus para as nossas vidas. Filipenses 4.6-
7; Hebreus 4.15-16; João 15.7.
d) Intercessão – É o tipo de oração em que enfocamos as necessidades dos outros, nações, pes-
soas afastadas. Interceder por alguém é estar na brecha como Ezequiel 22.30 menciona, “pro-
curei entre eles um homem que erguesse o muro e se pusesse na brecha diante de mim e em
favor desta terra, para que eu não a destruísse, mas não encontrei nenhum”. I Samuel 12.23;
Ezequiel 22.30 e I Timóteo 2.1-2.
e) Meditação (oração de “escuta” e reflexão) – o ato de refletir na Palavra de Deus e ouvir
quietamente Sua voz suave é meditação. A meditação nos capacita a experimentar um relacio-
namento especial com Deus. “Vocês me procurarão e me acharão quando me procurarem de
todo o coração” (Jeremias 29.13). “Ouvir Deus” é a chave para se ter uma vida oração eficaz.
Segundo Fundamento - Tempo de Reflexão, Vida Devocional. - A Vida de oração inicia-se
através de uma boa caminhada de reflexão na Palavra de Deus, a leitura diária da Palavra de Deus é
essencial para um bom relacionamento com Deus (Romanos 10.17; Mateus 4.4). A leitura da Bíblia nos
ensinará a conhecermos a vontade de Deus sobre nossas vidas, assim começaremos uma boa intimidade
com Deus. “Com minha alma suspiro de noite por ti, e com o meu espírito dentro em mim, eu te procuro diligente-
mente; porque, quando os teus juízos reinam na terra, os moradores do mundo aprendem justiça”. (Is 26.9).
Isaías demonstra este relacionamento em sua palavra. A sabedoria de Deus nos sobrevém no mo-
mento devocional. Deus através do Espírito Santo, nos fala quer que eu faça em cada situação. E como
tenho a mente de Cristo, não preciso passar muitos dias julgando uma questão.
Leia a Bíblia com o objetivo também de buscar alimento para o nosso coração. “Guardo no coração
as tuas palavras, para não pecar contra ti.” (Sl 119 11). “A revelação das tuas palavras esclarece, e dá entendimento
aos simples.”(Sl 119. 130).
Creia que Deus fala-nos através das Escrituras, se permitirmos que ele o faça. Não importa o horá-
rio, ainda que Provérbios 18.17 nos fale sobre buscar Deus de madrugada, “Deus ama os que o amam, e os
que de madrugada o buscam o acharão. creio que o importante é você estar em um lugar de silêncio. De ma-
drugada, ou pela manhã estamos com a mente ainda descansada dos conflitos que ocorrerão durante o
dia. Assim sendo, estamos mais predispostos para receber sua orientação e a instrução que vêm de sua
Palavra.
No meio evangélico, existe um tabu de que a oração na madrugada é “mais forte” do que a oração
feita em outros períodos do dia. Muitos cristãos creem categoricamente que de madrugada a “fila é me-
nor” para se falar com Deus, uma vez que são poucos os que mantêm o hábito de orar nesse período que
se dá entre a meia noite e o amanhecer. Esquecem que Deus é onipresente, está em todo o lugar, neces-
sita atender um a um.
O povo de Deus que me ouve receberá bênçãos na medida em que eu também receber as bênçãos
da Palavra de Deus. Se eu estiver motivado, poderei motivar a outros. Só poderei inspirar a outros na
medida em que eu mesmo estiver inspirado pelo Espírito Santo. Portanto, preciso ler a Bíblia diariamente
na hora devocional.
O que importa é que Deus quer desenvolver relacionamento conosco. Quando você está conver-
sando com alguém, pega um papel e começa a ler, o que você deve falar com a outra pessoa? Ficaria
estranho não é? Pense em Deus como esse amigo, esse pai, esse Senhor que não temos formalidades
para encontrar e abrir o coração e o que ele tem para dizer.
Terceiro Fundamento – Como Orar? - Jesus Cristo ensinou aos seus discípulos como eles devem
conversar com Deus, essa oração modelo hoje é conhecida como o Pai Nosso. Mas antes Jesus nos ensi-
nou como termos uma atitude de oração em Mateus 6.5-6: ”E, quando orardes, não sereis como os hipócritas;
porque gostam de orar em pé nas sinagogas e nos cantos das praças, para serem vistos dos homens. Em verdade vos
digo que eles já receberam a recompensa. Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a
teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará”. A lições de Jesus são verdadeiras e
precisas, assim como também o apóstolo Paulo nos ensina.
Paulo vivia sobre os joelhos, para que a Igreja de Éfeso pudesse compreender a largura, o com-
primento, a altura e a profundidade de uma santidade perfeita e fossem tomados de toda a plenitude de
Deus (Ef. 3.18-19). Epafras entregou-se ao trabalho exaustivo e conflito extremo de oração fervorosa
para que a Igreja de Colossos pudesse “ser conservada perfeita e plenamente convicta em toda a vontade de
Deus” (Cl. 4.12).
Em qualquer lugar, em qualquer momento da Igreja primitiva, havia um esforço da parte do povo
de Deus para chegar “à unidade de fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, perfeita varonilidade, à medida
da estatura da plenitude de Cristo” (Ef. 4.13). Algo que nós devemos aprender na vida cristã é como orar de
forma clara e eficaz. Oração nada tem a ver com repetições, muitas pessoas acreditam que repetir uma
oração que foi pré-escrita por alguém pode alcançar o coração de Deus, tudo isso é um grande engano.
Aprende-se os jargões dos crentes e ficamos repetindo em nossas orações assim como as frases proféti-
cas ou palavras de ordens, isto não é diferente das vãs repetições que cristo nos orientou.
Em Lucas 11.1 ”... estava Jesus orando em certo lugar; quando terminou, um dos seus discípulos pediu; Se-
nhor, ensina-nos a orar como também João ensinou aos seus discípulos" (Lucas 11:1). Como devemos orar?

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Primeira Igreja Batista de Três Corações – Edição 2016

A oração é importante. Todos os que querem seguir o Senhor sabem que a oração é parte essenci-
al da vida do discípulo. Entretanto, poucos oram e muitas vezes, quando oram, parece que lutam para
expressar a Deus seus desejos. Embora possa parecer que a oração deveria vir a nossa boca como uma
expressão confortável de nossa fé e confiança em Deus, ela frequentemente parece difícil, talvez ineficaz.
Os primeiros seguidores de Jesus observaram seus hábitos de oração. Eles o viram frequentemente
procurando um lugar deserto para falar com seu Pai. Numa ocasião dessas, eles pediram sua ajuda.
Também desejamos comunicar- nos com Deus como seu filho estava fazendo.
Jesus fez como eles pediram. Ele os ensinou como orar, tanto por suas palavras como por seu
exemplo. Ele orava frequentemente, fervorosamente e com grande fé naquele que estava ouvindo aque-
las orações. Através do exemplo de sua vida, ele está ainda nos ensinando a orar.
Então, ele os ensinou: Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja o teu nome; venha o teu reino;
o pão nosso cotidiano dá-nos de dia em dia; perdoa-nos os nossos pecados, pois também perdoamos a
todo o que nos deve. E não nos deixes cair em tentação.
Nem esta oração, nem a semelhante encontrada em Mateus 6.9-13, são destinadas a repetição pa-
lavra por palavra. Jesus não estava ensinando palavras para serem memorizadas e recitadas; ele estava
ensinando a orar. Ele deu um exemplo que mostra que tipo de coisas devemos incluir em nossas orações.
Devemos:
a) Reverenciar e glorificar a Deus: "Pai, santificado seja o teu nome". Grandes orações de
grandes homens e mulheres são sempre proferidas com grande respeito a Deus. Quando Moisés, Ana,
Davi, Daniel, Neemias e outras importantes personagens da era do Velho Testamento oraram, começa-
ram com declarações de genuína reverência a Deus, como criador e comandante do universo.
b) Buscar a vontade de Deus: "Venha o teu reino". A oração não é um instrumento para mani-
pular Deus para que faça nossa vontade. Aqui, Jesus orou pelo reino de Deus, sabendo que esse reino só
poderia vir com todo o seu poder através da avenida de sua própria morte. Aqui, como na oração agoni-
zante no Getsêmani, Jesus colocou a vontade do Pai acima de seus próprios interesses: " Todavia, não seja
como eu quero, e sim como tu queres" (Mateus 26.39). Quando vemos a oração como nada mais do que
uma oportunidade de fazer pedidos a Deus, colocamos a vontade do servo indevidamente acima da von-
tade do Senhor. Deveremos sempre procurar fazer a vontade de Deus.
c) Reconhecer nossa dependência de Deus para as necessidades físicas: "O pão nosso co-
tidiano dá-nos de dia em dia". Esta não é uma exigência de abundância e riqueza. Jesus nem praticou,
nem ensinou a noção materialista de que o discípulo pode "dizer e exigir" o que quer na oração. Diferen-
temente das orações de certas pessoas hoje em dia, que se aproximam de Deus como crianças exigindo
tudo o que querem, Jesus mostrou aqui uma dependência de Deus para as necessidades básicas da exis-
tência diária. Precisamos de Deus todos os dias.
d) Reconhecer nossa dependência de Deus para as bênçãos espirituais: "Perdoa-nos os nos-
sos pecados, pois também nós perdoamos a todo o que nos deve. E não nos deixeis cair em tentação". Encontramos
algumas lições valiosas no versículo 4.
 Primeiro - Necessitamos do perdão. As palavras de João 8.7 e Romanos 3.23 nos recordam nossa
culpa. Pecamos. Só Deus tem o direito e o poder para perdoar (Mc 2.7).
 Segundo - Precisamos perdoar. Nossa comunhão com Deus é condicionada a várias coisas, in-
cluindo-se como tratamos as outras pessoas. Quem se recusa a perdoar outro ser humano sim-
plesmente não será perdoado por Deus (Mateus 6.14-15; 18.15-35).
 Terceiro - Precisamos do auxílio de Deus para que não pequemos. Deus não é apenas um
guarda-livros registrando os pecados cometidos e apagando-os depois. Ele tem poder para nos
auxiliar a derrotar o inimigo. Paulo garantiu que há um jeito de escapar de cada tentação (I Co-
ríntios 10.13). Ele nos deixou um exemplo perfeito de obediência para encorajar nossa fidelida-
de (I Pedro 2.21-24). Na hora de sua mais difícil tentação, Jesus voltou-se para seu Pai em ora-
ção fervorosa. Depois daquelas orações ele saiu do Getsêmani preparado para suportar o poder
das trevas, e sofreu o ridículo e a morte para cumprir a vontade de seu Pai. Jesus encontrou o
auxílio necessário quando apelou para seu Pai, em oração.
LIÇÃO 14 - AMOR OU ÓDIO – O QUE VOCÊ ESTÁ SEMEANDO EM SEU CORAÇÃO?
“Amados, não vos escrevo mandamento novo, senão mandamento antigo, o qual, desde o princípio,
tivestes. Esse mandamento antigo é a palavra que ouvistes. Todavia, vos escrevo novo mandamento,
aquilo que é verdadeiro nele e em vós, porque as trevas se vão dissipando, e a verdadeira luz já brilha.
Aquele que diz estar na luz e odeia a seu irmão, até agora, está nas trevas. Aquele que ama a seu irmão
permanece na luz, e nele não há nenhum tropeço. Aquele, porém, que odeia a seu irmão está nas trevas, e
anda nas trevas, e não sabe para onde vai, porque as trevas lhe cegaram os olhos.
I João 2. 7-11
Não poderíamos deixar de estudar este assunto, a prática do amor dentro da igreja, pois muitos
evangélicos com o passar dos anos, tem visto o ódio sendo semeado no meio do povo Cristão através
dos relacionamentos interfamiliares.
Amor e ódio são sentimentos antagônicos e irreconciliáveis em toda a história da humanidade, dá
um bom tema para romance e faz parte do velho clichê da vida. Estão sempre em oposição. Não podem

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Primeira Igreja Batista de Três Corações – Edição 2016

caminhar juntos. Abraçar um é repudiar o outro. Escrevendo sua carta aos romanos, o apóstolo Paulo
afirma: “O amor seja sem hipocrisia. Detestai o mal, apegando-vos ao bem” (Rm 12.9).
Dizem que amor e ódio andam de mãos dadas. Mas, será que é realmente é possível transformar o
amor em ódio? É bíblico um cristão ter ódio por quaisquer motivo em seu coração?
Não creio que em um Cristão possa haver amor e ódio ao mesmo tempo, não creio que um Cristão
que diz que ama a Deus, possa odiar qualquer pessoa.
João, o apóstolo é conhecido como o “apóstolo do amor”, ó único homem que ouviu o coração de
deus bater. As cartas e o evangelho escrito por João nos ensina em várias passagens as verdades espiri-
tuais e o poder que o amor pode exercer sobre a igreja, desta forma estudaremos alguns textos sobre
este assunte, tão importante para a igreja.
1. Amar é um Mandamento
João 13.34, I João 2.7-11; 3.14-18; 4.11-21nos diz que amar é mandamento, o que você pensaria
sobre isto? Qual a sua reflexão sobre os vários textos na bíblia que diz que você precisa amar o seu ir-
mão?
Em Jesus o amor se torna novo quanto à sua extensão. Na época de Cristo, o amor não era algo
novo, mas ao mesmo tempo havia alguns que consideravam o amor como uma obrigação limitada a um
círculo fechado de amigos ou, em uma extensão maior, a uma nação. Para os judeus, o pecador não de-
veria ser amado. Em vez disso, ele era alguém que Deus desejava destruir.
Jesus estendeu seu amor a todos. Ele se tornou o “amigo dos pecadores”. Suas últimas palavras
aos discípulos foram para que fizessem discípulos de todas as nações (Mt 28.19) e que eles deveriam ser
testemunhas “em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra” (At 1.8).
Em Jesus o amor tornou-se novo quanto à sua distância. Aqui as pessoas precisam olhar para a
cruz, pois é na cruz que a altura e a profundidade do amor de Deus são vistas, e não são vistas com a
mesma gradação em nenhum outro lugar. A que distância vai o amor de Deus? A distância até a qual o
Filho de Deus assume sobre si a forma humana, morre na cruz, carrega sobre si os pecados de toda uma
raça caída para que, ao receber a punição por aquele pecado, Ele, Cristo, esteja de fato alienado de
Deus, o Pai, e assim grita em profunda agonia: “Deus meu, por que me desamparastes?” (Mc 15.34). Essa
é a distância até aonde o amor de Deus vai. É aí que o amor se torna uma coisa inteiramente nova em
Cristo.
Em Jesus o amor se faz novo quanto à sua intensidade. João indica isso ao acrescentar no versículo
8 “é verdadeiro nele e em vós; porque vão passando as trevas, e já a verdadeira luz alumia” . Nesse versí-
culo, “verdadeira” significa “genuína”, e a questão é que o amor verdadeiro ou genuíno, como a retidão
genuína agora está presente não apenas em Jesus, mas também naqueles que foram feitos vivos. Nesse
sentido, o que não era possível na dispensação do Antigo Testamento agora é possível; pois a vida de
Jesus, que se expressa em amor; está em seu povo.
2. O Ódio contraria a vontade de Deus sobre sua vida.
“Aquele que diz que está na luz e aborrece a seu irmão até agora está em trevas” (I João 2.9). O
apóstolo traçou contrastes entre luz e trevas, verdade e falsidade, e agora entre amor e ódio. Ninguém
pode fazer melhor do que sabe; mas nesse caso, houve uma ignorância voluntária, decorrente da falha
de andar na luz e manter o amor vivo. As trevas tinham cegado os olhos. Desatentos com o que havia
acontecido, eles estavam vivendo no passado, um passado brilhante, do qual se gloriavam, enquanto as
trevas os engoliam.
Sem dúvida esse tipo de pessoa fazia parte da minoria. Mas o problema era real na Igreja, e João
tinha de lidar com isso. Para o corpo principal de “amados” ele escreveu: “Aquele que ama a seu irmão
está na luz, e nele há escândalo” (2. 10). Ele não tropeça nem cai nas trevas, nem é causador da queda
de outros. Ensinamentos heréticos e seus defensores sempre causaram simpatia em um número despro-
porcional de membros da Igreja e seus líderes. A verdade é menos espetacular, mas sua natureza é
eterna.
3. Amar é a prática da vontade de Deus
“O que é o amor afinal?” O amor não é apenas um certo sentimento agradável. Não é um sorri-
so. É uma atitude que determina o que alguém faz. Assim, é impossível falar sobre o amor sem pelo me-
nos sugerir algumas das ações que deveriam fluir a partir dele, assim como é impossível falar sobre o
amor de Deus sem mencionar coisas tais quais a criação do homem à sua imagem, a entrega da revela-
ção do Antigo Testamento, a vinda de Cristo, a cruz, o derramamento do Espírito Santo e outras realida-
des.
O que significa amar? O que vai acontecer se aqueles que professam a vida de Cristo amarem de
fato uns aos outros? Enquanto no amor temos a expressão do afeto em sua forma positiva, no ódio en-
contramos o total desapreço por aquele que se tornou alvo da nossa ira.
Quando alguém nos diz que hoje odeia aquele que um dia jurou amar, podemos afirmar com certe-
za, que o que ele sentia por esta pessoa era tudo, menos amor. Isto porque o amor é um sentimento que
predispõe alguém a desejar o bem de outrem.
Como o amor não cobra, não exige, simplesmente flui incondicionalmente, a pessoa que ama ver-
dadeiramente espera que o outro seja feliz, que tenha experiências que lhe propiciem o crescimento,

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Primeira Igreja Batista de Três Corações – Edição 2016

mesmo que isto signifique abrir mão do desejo de estar em companhia do amado. Para estes indivíduos,
a própria felicidade encontra-se atrelada ao bem-estar daqueles que eles escolheram ser o objeto de seu
apreço, pois eles bem sabem que é impossível separarmos aquilo que nunca esteve unido de fato e que o
amor pode se expressar de outras formas aquém da união física.
Primeiro, significa que quando o cristão falhou em amar seu irmão e, assim, agiu de modo errado
com relação a ele, então irá até ele e dirá que sente muito. Parece fácil, mas não é, como qualquer um
que tenha tentado fazer isso sabe. Mesmo assim, mais do que qualquer coisa, expressa o amor e restau-
ra aquela unidade que Jesus disse que deveria fluir de fato de que os cristãos amam uns aos outros e
pela qual sua confissão é verificada ante o mundo.
Segundo, como a ofensa vem frequentemente da parte dos outros devemos demonstrar nosso
amor pelo perdão. Isso é muito difícil, em particular quando a outra pessoa não pede desculpas.
O próprio João aprendeu a amar a esse ponto, pois anteriormente em sua vida ele era conhecido
como um dos “Filhos do trovão”. Certa vez ele desejou que viesse fogo do céu sobre aqueles que rejei-
tam a Jesus (Lc 9.54). Mas à medida que passou a conhecer mais sobre o Espírito, passou a amar cada
vez mais e mais.
Terceiro, precisamos demonstrar o amor com ações práticas, mesmo quando isso custa muito. O
amor custou ao samaritano da parábola de Cristo. Custou a ele tempo e dinheiro. O amor custou ao pas-
tor que se esforçou para encontrar sua ovelha. O amor custou a Maria de Betânia que, com seu amor,
trouxe um frasco líquido caríssimo aos pés de Jesus. O amor vai custar para todos que o praticam. Mas o
que é comprado com ele será de grande valor, embora intangível; pois será a prova da presença da vida
de Deus tanto para o indivíduo cristão quanto para o mundo que o observa.
Amor é ódio, I João 3. 14-18 – João tem ressaltado o caráter oposto entre o amor e o ódio. É natu-
ral — mesmo que nem sempre manifesto — para o cristão amar os outros. Também é natural para as
pessoas do mundo odiar o cristão. Talvez esperássemos que João tivesse ressaltado o amor do cristão
pelo mundo pecador (Jo 3.16) em resposta ao ódio que o mundo tem pelo cristão. E visto que ele não o
fez, poder-se-ia concluir que o amor ao mundo (da humanidade) não é ordenado ao cristão. Mas esse
argumento do silêncio não tem força. O assunto de João é evidência do caráter cristão em vez da preo-
cupação evangelística que a Igreja deveria manifestar. O amor pelo irmão é um argumento melhor do
que o amor pelo mundo pecaminoso, porque se alguém não consegue amar “os filhos de Deus”, como se
poderia esperar que amasse os “filhos do diabo”? O amor aos irmãos, então, torna-se um critério para
julgar se alguém se converteu do pecado. Jesus disse em Mateus 5.28.
Em João 15.9-17, temos “Como o Pai me amou, assim eu os amei; permaneçam no meu amor. Se
vocês obedecerem aos meus mandamentos, permanecerão no meu amor, assim como tenho obedecido
aos mandamentos de meu Pai e em seu amor permaneço. Tenho lhes dito estas palavras para que a
minha alegria esteja em vocês e a alegria de vocês seja completa. O meu mandamento é este: Amem-se
uns aos outros como eu os amei. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida pelos seus
amigos. Vocês serão meus amigos, se fizerem o que eu lhes ordeno. Já não os chamo servos, porque o
servo não sabe o que o seu senhor faz. Em vez disso, eu os tenho chamado amigos, porque tudo o que
ouvi de meu Pai eu lhes tornei conhecido. Vocês não me escolheram, mas eu os escolhi para irem e da-
rem fruto, fruto que permaneça, a fim de que o Pai lhes conceda o que pedirem em meu nome. Este é o
meu mandamento: Amem-se uns aos outros.
Concluímos que na igreja cristã, o amor não deve ser apenas expresso através de demonstrações
de respeito; é preciso também expressá-lo através da abnegação e da atitude de servir. O amor pode ser
definido como uma “adoção abnegada”, alcançando, além dos amigos, os inimigos e os perseguidores (Mt
5.43-48). O amor deve ser a força unificadora e a marca identificadora da comunidade cristã. O amor é
chave para andarmos na luz, porque não podemos crescer espiritualmente enquanto odiamos os outros.
Nosso crescente relacionamento com Deus resultará no nosso relacionamento com as outras pessoas.
É verdade que o amor, por expressar uma variedade de formas de afeto que diferem em nível e in-
tensidade, este sentimento costuma receber milhares de rótulos: amizade, carinho, ternura, companhei-
rismo, entre outros.
Porém, na realidade, o que costumamos constatar é que nem sempre a expressão do amor dá-se
por vias saudáveis. Um exemplo disto pode ser visto em certos tipos de relações conjugais, onde encon-
tramos o exercício da "posse" mascarada sob a roupagem do "amor". Aqui, diante das dificuldades de
convivência os cônjuges comportam-se como verdadeiros inimigos transformando suas juras de amor em
desavenças dentro do próprio lar ou, em casos extremos, em incansáveis disputas judiciais.
LIÇÃO 15 – Usos e Costumes na Igreja Evangélica
“Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei.
Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração;
e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.
Mateus 11.28-30
Mateus 11.28-30 é um texto bem conhecido no meio evangélico, porém com interpretações incor-
retas, pois muitos usam este texto como mensagem evangelística e Cristo nos fala sobre o peso da Lei
sobre os Judeus. A fala de Jesus sobre este versículo é quanto ao fardo da Lei e não à doutrina bíblica e
nem um convite para o pecador vir à salvação. É um convite para os judeus e todos nós para deixarmos

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Primeira Igreja Batista de Três Corações – Edição 2016

a religiosidade e vivermos a vida cristã verdadeira. Essa citação traz uma mensagem muito importante
para nós, é preciso compreender que Jesus está falando dos seus ensinamentos, de suas verdades.
Os escribas e fariseus que conheciam a lei e deviam ensiná-la corretamente ao povo de Deus, es-
tavam escravizando as pessoas com suas tradições humanas. Eram mestres exigentes e rigorosos que
ensinavam ao povo que a salvação vinha por meio da obediência à Lei, e às suas regras humanas. Assim,
eles colocavam sobre os ombros do povo uma carga pesada que nem eles próprios podiam carregar.
Jesus os repreendeu duramente por causa disso (Mt. 23.4; Lc. 11.46).
Aqueles doutores da lei tornaram amarga e pesarosa a vida dos seus seguidores. Estes se ator-
mentavam para cumprir todas as regras. Tinham muitas leis para cumprirem, mas não podiam fazer isso
perfeitamente. E qual o resultado disso? Escravidão e incerteza; falta de paz na consciência por não
cumprirem a lei. A consciência deles estava pesada por não conseguirem cumprir o que os seus mestres
exigiam deles. Eles estavam cansados e sobrecarregados com as obrigações impostas sobre eles pelos
escribas e fariseus. Os escribas, ou doutores Judaicos haviam transformado a Lei em verdadeiro peso
para o povo simples.
Deus revela seu amor através de Cristo, seu amor vem de alguém que é manso e humilde, que
acolhe o pobre, que abraça o pecador, que convida à conversão. É um ensinamento que dá descanso,
que traz alegria, que resgata a dignidade humana. Não elimina o fardo, o empenho, o compromisso; mas
é um compromisso gostoso de assumir, um fardo que dá sentido à vida, que a fundamenta e por isso se
torna leve.
As palavras de Jesus servem para a nossa própria reflexão, como igreja. Em muitas igrejas o ensi-
no de Cristo conduz à prisão de preceitos, escraviza o pecador em costumes e práticas religiosas que
conduz a ignorância espiritual.
Até hoje pessoas vem do mundo, se convertem a Jesus, necessitando se livrar do jugo do pecado,
mudar suas vidas e seguirem em frente. Porém é colocado sobre seus ombros o jugo da religiosidade. O
novo convertido precisa entender que deve buscar as coisas lá do alto e não as que pertence ao mundo.
Quando alguém se converte ele deve ser ensinado a experimentar uma nova vida, deve ser ensinado a
mudar pela Palavra de Deus, e não tentar impor os usos e costumes da igreja, como se isso demonstras-
se mudança ou conversão. Afinal o que demonstra conversão não é a roupa, e sim as mudanças de atitu-
des no dia a dia. Mudar de roupa pode significar apenas mudança de religião e não mudança de vida.
Nas igrejas que impõem os usos e costumes, muitas pessoas não tem um comportamento cristão
exemplar, mas só porque usam roupas conforme manda a igreja, são consideradas santas servas de
Deus. Quer dizer, estão medindo nossa intimidade com Deus, pelo modo de nos vestirmos.
No passado dizia-se “demônio da calça comprida, vai saindo; demônio do batom, vai saindo; de-
mônio do cabelo curto; demônio da saia curta, vai saindo”. As coisas do mundo não são demônios, são
costumes, são modas, porém é importante que sejam revista a luz da Palavra de Deus. Na realidade o
que ele queria era fazer medo às pessoas que não tem conhecimento bíblico, dizendo para elas que estas
coisas como calça comprida, batom e etc., são coisas do diabo.
1. O Que a Bíblia nos Diz:
“Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e
agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela reno-
vação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. Romanos 12.1-2.
As passagens bíblicas usadas para validar essas “doutrinas” são usadas fora do contexto, ou não levam
em conta os costumes da época e local. O apóstolo Paulo ensina que ainda que a igreja tenha que viver
novos paradigmas não pode aceitar o que o mundo constrange o cristão a fazer.
A igreja é salva e necessita viver princípios e práticas diferentes do mundo, não podemos viver as
mesmas regras da vida antes da conversão. O certo é que hoje ninguém tem mais a desculpa de não
seguir a Jesus por causa das imposições da igreja, que muitos chamam de doutrina, mas, na realidade
são apenas usos e costumes ou tradições da denominação.
2. Imitando a Cristo
Uma coisa deve ficar bem clara, o modo como nos vestimos ou nos comportamos deve espelhar
uma verdadeira vida cristã. Jamais devemos escandalizar outros irmãos com atitudes que não trazem
nenhum proveito para o Reino de Deus, apenas confusão. Isto é pecado. “Sobre tudo o que se deve guardar,
guarda o teu coração, pois dele procedem as saídas da vida” (Provérbios 4.23).
A prática dos princípios bíblicos como um padrão de conduta deve ser feito com muita sinceridade
na igreja (e não como forma de se achar mais santo que os demais), não influenciarão na salvação de
ninguém, já que a mesma se dá pela nossa fé (Efésios 2.8). Se um padrão de aparência nos levasse ao
céu, todos saberiam quem seria salvo. Além disso, Cristo não precisaria morrer por nós, pois a lei era
cheia de tradições e seria capaz de nos salvar. Entendo também que as tradições não terão nenhuma
relação com galardão, por dois motivos: o galardão é dado a cada um segundo as suas obras (Mateus
16.27), e será que cuidar (ou deixar de cuidar) da própria aparência é uma obra? Obra é um reflexo da fé
no Evangelho e o que tem a ver a mensagem de Cristo com usos e costumes? Em segundo lugar, se
houvesse recompensa no céu para tradições humanas, Paulo e o próprio Jesus não criticariam tanto es-
ses costumes (como aconteceu no caso dos fariseus).

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Primeira Igreja Batista de Três Corações – Edição 2016

Todos somos humanos e erramos. Não é porque “homens de Deus” adotaram essas medidas no
passado, que são boas. Talvez não prejudicaram tanto na época, pois era um costume do próprio país,
independentemente da religião. Mas como vimos, o tempo passa e as coisas mudam. Perceba que até
essas exigências, que eram muito maiores antigamente, tornaram-se mais leves. Mas se era pecado, por
que deixou de ser? Devemos rever alguns conceitos e fazer o melhor para anunciar o puro Evangelho.
Então, será que seria melhor, hoje em dia, de uma hora para outra todas as “igrejas” abandonarem os
"usos e costumes"? A resposta é: Não! Como há décadas essas medidas foram ensinadas em várias de-
nominações, geralmente como se fossem verdades bíblicas, percebemos que até hoje muitos irmãos de-
fendem a existência desses costumes para os cristãos. Portanto, retirá-los abruptamente causaria o des-
contentamento desses fiéis e muitos deles poderiam se desviar dos caminhos do Senhor por causa de
uma questão que nem deveria ter surgido algum dia. Devemos usar a sabedoria e respeitar esses ir-
mãos. Paulo disse que se meu irmão se escandaliza pelo fato de eu comer carne, deixarei de comer (I
Coríntios 8.13). Ou seja, essas pessoas deveriam ser primeiramente expostas ao Evangelho puro e sim-
ples, para entenderem o que é ensino de Cristo e o que é religiosidade. Depois disso é que poderíamos
pensar em cessar essa tradição, pois se queimarmos etapas, feriremos a consciência desses irmãos que
estão presos na algema de um espírito religioso "farisaico".
LIÇÃO 16 - O DIÁCONO NA BÍBLIA - Ministério para Servimos no Reino de Deus
“Semelhantemente, quanto a diáconos, é necessário que sejam respeitáveis, de uma só palavra, não
inclinados a muito vinho, não cobiçosos de sórdida ganância, conservando o mistério da fé com a
consciência limpa. Também sejam estes primeiramente experimentados; e, se se mostrarem irrepreensíveis,
exerçam o diaconato. Da mesma sorte, quanto a mulheres, é necessário que sejam elas respeitáveis, não
maldizentes, temperantes e fiéis em tudo. O diácono seja marido de uma só mulher e governe bem seus filhos
e a própria casa. Pois os que desempenharem bem o diaconato alcançam para si mesmos justa
preeminência e muita intrepidez na fé em Cristo Jesus.
I Timóteo 3.8-13
1. Significado da Palavra “Diácono”
A palavra grega Neo Testamentária para diácono - διακονος, diakonos – simplesmente significa
“servo”, "ministro", "ajudante" este termo é aplicado a determinados líderes de igrejas de origem cristãs,
nas suas várias denominações. Sendo assim podemos considerar a seguinte definição feita por W. E.
Vine: “Diakonos... primeiramente denota um servo, enquanto estiver realizando um trabalho servil, ou
prestando assistência a um serviço livremente, sem referência ao caráter deste serviço”. A palavra está
provavelmente conectada ao verbo ‘dioko’, apressar-se, dedicar-se (embora originariamente seja dito de
um corredor - carreira).
2. Uso Bíblico da Palavra “Diácono”
Para propósitos práticos nós podemos dizer que o termo “diácono” é usado no Novo Testamento
primariamente de duas maneiras:
a. Diácono se refere aos obreiros Cristãos em geral. Nos versos seguintes diakonos é tradu-
zido por ministro: I Co. 3.5; II Co. 3.4,6; 1.23; Ef. 3.7; Cl. 1.23; I Ts. 3.2 e I Tm. 4.6. Em todos esses
versos a palavra grega diakonos é usada, e em cada caso, a referência é feita aos pregadores do Evange-
lho pregadores e obreiros cristãos em geral, não particulariza um ofício.
Em Romanos 16.1 a palavra grega diakonos é traduzida por “serve”, pois apresenta o termo num
sentido geral, de serviço dedicado e livre na igreja local. Vemos também na ACF em João 2.5 e 9 a pala-
vra diakonos, traduzida por “servente”.
Neste sentido, vemos que o Apóstolo Paulo, Timóteo, Epafras e outros pregadores eram chamados
de “diáconos”. Sim, todo cristão deve ser um diáconos (διακονος diakonos), um servo, nesse sentido,
um servo geral de Cristo, um ministro do Evangelho ao mundo perdido dos homens, um trabalhador hu-
milde na igreja local.
b. Diácono também se refere a um determinado ofício na igreja local. O trabalho de um
diácono, no sentido geral de ser um servo de Cristo e da Igreja, deve ser aplicado a cada cristão, mas há
também o ofício de um diácono de que fala o Novo Testamento - um ofício com padrões definidos e ele-
vados, e um cargo que só os cristãos devidamente qualificados e escolhidos podem servir (Fl 1.1; I Tm
3.13). É neste sentido que a palavra “diácono” é mais comumente usada hoje.
3. Mulheres Diáconos?
No novo Testamento, somente os homens poderiam exercer cargos de liderança, não temos base
doutrinária para estabelecer que a mulher pudesse ser diaconisa, o exemplo de Febe em Romanos 16.1 é
uma ilustração de como as mulheres podem ser diakonos, no sentido geral, servindo na igreja como
mordomos de Cristo. Só os homens, porém, eram separados para o ofício de diácono.
A afirmação de que os diáconos devem ser "homens sérios (honestos, respeitáveis)" (I Tm. 3.8) e
a qualificação "maridos de uma só mulher" (I Tm 3.12) parecem desqualificar as mulheres de servirem
como diaconisas. No entanto, alguns interpretam I Tm 3.11 como se referindo a diaconisas porque a
palavra grega traduzida como "esposas" em algumas versões também pode ser traduzida como "mulhe-

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Primeira Igreja Batista de Três Corações – Edição 2016

res". Precisa-se considerar que Paulo poderia se referir às mulheres que atuam como diaconisas, porém
vale lembrar a ordem de Paulo em I Co 14.34, que não poderia contradizê-lo, “...conservem-se as
mulheres caladas nas igrejas, porque não lhes é permitido falar; mas estejam submissas como também a
lei o determina....”
Considerando Romanos 16.1-2. "Recomendo-vos, pois, Febe, nossa irmã, a qual serve na igreja
que está em Cencréia, para que a recebais no Senhor, como convém aos santos, e a ajudeis em qualquer
coisa que de vós necessitar; porque tem hospedado a muitos, como também a mim mesmo". Vamos
observar que Febe era uma senhora, membro (obs.: não existe gramaticalmente o termo no feminino,
ex. sua perna é membra do seu corpo ou membro do seu corpo? Nota a parte para seu conhecimento),
então ela era membro da igreja em Cencréia e Paulo a chama aqui de serva, que é traduzida da palavra
grega "diakonos". É a mesma palavra traduzida como diácono em Filipenses 1.1. A palavra diácono signi-
fica servo. Paulo chama Febe de serva, da igreja em Cencréia, nestes versículos.
Mas a palavra "diakonos", usada por Paulo em referência a Febe, não é um termo técnico e signifi-
ca simplesmente uma serva. Paulo, ao aplicar este termo a Febe não diz que ela era uma oficial ordenada
na igreja, mas sim que era uma serva. Jesus usa o termo servo (diakonos) neste mesmo sentido não-
técnico em Marcos 10.43, ao dizer: "qualquer que dentre vós quiser ser grande, será vosso serviçal", ou
servo (diakonos). O Senhor não disse, nem quis dizer aqui: "Qualquer que entre vós quiser ser grande,
será vosso diácono". Este termo é um substantivo comum e não próprio, referindo-se a um ofício na igre-
ja.
Febe era uma serva na igreja, do mesmo modo que tantas outras senhoras o foram em suas igre-
jas durante os séculos. Isto não significa que tinha um cargo (ofício ordenado) na igreja. Febe era serva,
por causa de seus atos de caridade e hospitalidade, pois em Romanos 16.1-2 Paulo se refere a ela como
hospedeira (literalmente uma ajudante), "porque tem hospedado a muitos, como também a mim mes-
mo". Febe ajudava muita gente em necessidade e era boa para com quem precisasse de bondade. Ela
servia à igreja ao hospedar e socorrer os irmãos em Cristo.
Lucas 8.3 fala de algumas mulheres que "serviam" ao Senhor com seus bens e a mesma palavra
usada é traduzida "hospedado" em Romanos 16.2. Febe era serva da igreja em Cencréia num sentido
não-técnico como fica óbvio ao se comparar Romanos 16.1-2 com outros versículos na Bíblia. Além de
Romanos 16.1 não há nenhuma alusão no Novo Testamento de mulheres jamais servindo como diaconi-
sa.
As mulheres crentes são igualmente eleitas com os homens que pertencem ao Senhor, são igual-
mente justificadas e têm todos os privilégios da justificação e santificação que os homens crentes têm.
Gálatas 3.28 ensina que a mulher em Cristo é espiritualmente igual ao homem em Cristo, em outros ver-
sículos da Bíblia podemos encontrar divisões e variedades de funções na igreja.
Sendo assim utilizo-me da compreensão e respeito a cultura da igreja local, pois não será a orde-
nação de diaconos que nos fá diferentes no reino de Deus. Talvez Febe não tinha a designação oficial de
"diaconisa", mas Paulo confiava nela o suficiente para dar-lhe a tremenda responsabilidade de entregar
sua carta à igreja em Roma (Romanos 16.1-2). Claramente, ele a enxergava não como inferior ou menos
capaz, mas como membro confiável e valorizado do corpo de Cristo.
As mulheres não são desqualificadas na bíblia. Algumas igrejas têm instituído o cargo de diaconisa,
mas a maioria o diferencia de alguma forma do ofício de diáconos. Se uma igreja de fato instituir a posi-
ção de diaconisa, a liderança dessa igreja deve assegurar que a diaconisa está em submissão ao seu
marido e a Jesus Cristo. Eu creio que cada membro da igreja é igual e assim não se deve fazer diferença
entre homens e mulheres na ordenação de diáconos.
4. As funções de um diácono
O cargo de diácono é reservado para os homens, dispensando a discussão do ponto anterior, que
se tornam servos da igreja e do pastor em um sentido especial para além do que é esperado de cada
cristão. Embora realmente o termo “diácono” não seja usada em Atos 6.1-4, certamente podemos ver
aqui um padrão bíblico para o trabalho dos diáconos. Observe que certos homens qualificados foram es-
colhidos quando uma clara necessidade que surgiu, e sua principal função era permitir que os pastores
permanecessem livres para continuar o ministério espiritual da Palavra de Deus e da Oração.
Claro, os diáconos podem fazer qualquer trabalho atribuído pelo pastor e da igreja, mas eles de-
vem olhar especialmente para coisas tais como finanças, propriedade e projetos sociais (tais como assis-
tência para as viúvas), liberando assim o pastor para dedicar toda a sua atenção, força e tempo para o
ministério pastoral - supervisão da igreja, estudo, ensino, pregação, visitação, aconselhamento, oração.
Por este exemplo, em Atos, capítulo seis, podemos dar a seguinte definição ao termo “diácono”: Os
diáconos são os homens que são selecionados para estarem em uma posição especial de servidão ao
pastor e à igreja, continuamente vigilante e útil de alguma forma necessário para liberar o pastor para as
funções que Deus lhe deu.
5. A Autoridade do Diácono
Em nenhum lugar do N. T. os diáconos são referidos como sendo supervisores (bispos, gerentes,
governantes) na igreja, e em nenhum lugar eles são vistos governando sobre os pastores. Os diáconos
não são os governantes! Claro, há momentos em que os diáconos ou outros homens na igreja devem
assumir o controle. Um exemplo seria no caso da ausência de um pastor ou quando um pastor pecou tão

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grave e seriamente que deve ser disciplinado ou expulso. Mas, mesmo nesses casos, os diáconos ou ou-
tros envolvidos na orientação da igreja durante uma crise deve se lembrar de que o seu papel e autori-
dade é apenas temporária. Quando a igreja de novo tem um pastor chamado de Deus, qualificado, a
liderança da igreja deve ser renunciada e entregue a ele pelos diáconos e quaisquer outras pessoas en-
volvidas na liderança durante a crise.
Os termos “pastor”, “ancião”, e “bispo” são usados intercaladamente no N. T. e se referem ao ofí-
cio do mesmo homem. As diferentes palavras são usadas para descrever os três aspectos do seu ofício –
pastorear, instruir e liderar. Um pastor é o único oficial na igreja que tem autoridade Bíblica para exercer
a supervisão. Ele é chamado de bispo, que significa supervisor. Os anciãos na igreja de Éfeso também
são chamados de bispos – supervisores (Atos 20.17,28). No Novo Testamento a nenhum outro oficial é
concedido este título. Diáconos nunca são referidos como supervisores, governantes, ou líderes. Uma
igreja jamais deve estabelecer supervisores acima do supervisor!
Toda vez que uma comitiva ou um grupo de diáconos ou outro homem estabelecem a si mesmos
acima da autoridade do pastor, ao invés de colocarem a si mesmos em submissão perante a posição as-
sinalada por DEUS, os homens envolvidos estão em pecado e em rebelião à Palavra de DEUS.
Claro que, se um pastor está vivendo em pecado sem arrependimento ou está ensinando erro, os
diáconos e/ou outros homens maduros na igreja devem levantar-se e exercer a disciplina bíblica na me-
dida em que a situação exija. Esta é uma ocasião incomum, porém, tão logo o problema seja resolvido e
um homem qualificado está novamente na posição de pastor, as rédeas finais de autoridade e supervisão
devem ser entregues em suas mãos. No N.T. lemos sobre anciãos governarem bem (I Tim. 5.17), mas
iremos procurar em vão por uma referência aos diáconos governando bem, porque eles não são posicio-
nados para governar!
LIÇÃO 17 - CONCLUSÃO
“E todos os dias, no templo e de casa em casa, não cessavam de ensinar e de pregar Jesus, o Cristo.
Atos 5.42
Finalmente chegamos ao fim, meu desejo é que você tenha feito grandes descobertas espirituais
em sua vida e tenha compreendido o propósito em estudar mais a fundo a palavra de Deus, creio que ao
contrário da filosofia, a doutrina cristã não se perde em especulações. Se por um lado, conduz-no a co-
nhecer mais intimamente a Deus; por outro, constrange-nos a ter uma vida santa e irrepreensível.
As doutrinas bíblicas são um conjunto de princípios que, tendo como base Bíblia, orienta o nosso
relacionamento com Deus, com a Igreja e com os nossos semelhantes. As doutrinas, tem de ser definida,
ainda, como ensino da Bíblia. Este, contudo, tem de ser persistente, sistemático e ordenado, induzindo os
cristãos a se inteirarem de todas as verdades de Deus (At 20.27).
O principal objetivo da doutrina bíblica é aprofundar o nosso conhecimento de Deus (Os 6.3). Como
alguém pode dizer que é servo de Deus se não o conhece, como haveremos de colocar-nos a seu servi-
ço? (I Sm 3.7). O Israel do Antigo Testamento caiu na apostasia por não conhecer a Deus. Através do
Oséias, lamenta o amoroso Senhor: O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento (4.6).
De igual modo, visa a doutrina bíblica à perfeição moral e espiritual do ser humano. Escrevendo ao
jovem pastor Timotéo, o apóstolo Paulo é mais do que claro: (II Tm 3.17). Ideal inatingível? Se contar-
mos apenas com as nossas próprias forças, jamais atingiremos semelhante padrão. No entanto, se nos
entregarmos à graça de Nosso Senhor, nossa vereda refulgirá de tal forma que viremos a resplandecer
como os astros no firmamento (Pv 4.18; Dn 12.3).
Lembre-se que conforme estudamos as doutrina bíblicas não são costumes. No entanto, a boa dou-
trina, quando corretamente interpretada, gera costumes bons e sadios. Um povo que ignora as verdades
bíblicas com facilidade assimilará os costumes do Egito e de Canaã (Lv 18.3). Foi o que ocorreu com os
israelitas durante a peregrinação no deserto, imitaram os egípcios; na terra prometida, os cananeus. Eis
porque somos instados a não amar o mundo (I Jo 2.15). Somos um povo separado por Deus, para viver
segundo os seus requisitos.
Quanto mais aprendermos a respeito de Deus, mais os seus costumes amoldarão as nossas vidas.
Não podemos dissociar os bons costumes da doutrina. Como aqueles dependem desta, logo: a boa dou-
trina gera, necessariamente, os bons costumes.
1. Viva Pela Palavra de Deus
Há cristãos que, menosprezando a doutrina bíblica, alegam: O importante não é a teoria; e sim, a
prática. Entretanto, quem disse que a doutrina bíblica é meramente teórica? Ela é a vontade de Deus. E,
como tal, deve ser posta em prática. Veja o que diz o Senhor em (Dt 6.6-9).
A Bíblia é necessária. A Doutrina Bíblica proporciona-nos a salvação em Cristo. Paulo instrui ao seu
jovem filho na fé em (I Tm 4.16).
A Bíblia santifica-nos. Em sua oração sacerdotal, refere-se o Cristo ao poder santificador da Palavra
de Deus; veja (Jo 17.14-17).
A Bíblia torna-nos sábios. Timóteo instruído por sua mãe, Eunice, e por sua avó Lóide, veio tornar-
se um dos maiores obreiros do Novo Testamento. Jovem ainda veio ele a ser considerado um sábio, con-
forme lhe escreve Paulo em (II Tm 3.15).

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Enfim, a bíblia imprescindível para o nosso crescimento na vida cristã. Sua necessidade pode ser
constatada tanto coletiva quanto individualmente.
Infelizmente, há obreiros que, no ímpeto de evangelizar, não se aplicam a aprender a doutrina bí-
blica. Acham que o ensino sistemático das Sagradas Escrituras é perda de tempo.
A doutrina bíblica é importante em tudo o que fazemos como Cristão, sem ela não podemos cami-
nhar na evangelização e mesmo no Reino de Deus.
Na divulgação do evangelho, acha-se implícito o ensino da doutrina bíblica, conforme podemos de-
duzir da Grande Comissão que nos confiou o Senhor (Mt 28.19,20).
Paulo jamais se mostrou descuidado quanto à doutrinação da Igreja de Cristo. Em Trôade, minis-
trou aos irmãos até altas horas (At 20.7,8). Nem o acidente com o jovem Êutico diminuiu no seu coração
o ardor doutrinário.
Somente podemos defender a nossa fé se nos dedicarmos com afinco ao estudo da doutrina bíblica
conforme vimos em todo o nosso estudo (I Pe 3.15). Depois desta caminhada de discipulado Cristão, será
que você preparado para defender e a apresentar as razões da esperança que temos em Cristo?
2. Finalizando
Haveremos de receber toda a verdade conforme no-la confiou o Senhor em sua Palavra: integral-
mente. Sem doutrina, a vida espiritual é impossível. “Pois não desejas sacrifícios, senão eu os daria; tu
não te deleitas em holocausto. Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebran-
tado e contrito não desprezarás, ó Deus“. (Sl. 51.16-17).
As Escrituras estão fartas de textos que nos ensinam como nos tornamos um povo de Deus, obedi-
entes a sua Palavra. Hoje podemos dizer que as experiências mais ricas de nossa vida virão, provavel-
mente, porque pertencemos a uma igreja local e aprendemos a viver segundo seus ensinos. Determine
que você fará é se tornará um adorador, um divulgador da sua palavra, tudo o que Deus quer.
Sola scriptura - As palavras “sola scriptura” são do latim: “sola” tem a ideia de “somente”, “chão”,
“base”, e a palavra “scriptura” significa “escritos” – em referência às Escrituras. Sola scriptura significa
que somente as Escrituras são autoridade de fé e prática do cristão. A Bíblia é completa, dotada de auto-
ridade e verdadeira. “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a
correção, para a educação na justiça” (II Timóteo 3.16).
Sola scriptura foi o “grito de guerra” da Reforma Protestante. A Palavra de Deus é a única autori-
dade para a fé cristã. As tradições são válidas apenas quando são baseadas nas Escrituras e estão em
total concordância com a s Escrituras. As tradições que estão em contradição com a Bíblia não vêm de
Deus e não constituem em um aspecto válido da fé cristã. Sola scriptura é a única forma de evitar que a
subjetividade e a opinião pessoal tirem a prioridade dos ensinamentos da Bíblia. A essência da sola scrip-
tura é basear sua vida espiritual somente na Bíblia, e rejeitar qualquer tradição ou ensino que não esteja
em completa concordância com a Bíblia. II Timóteo 2.15 declara: “Procura apresentar-te a Deus aprova-
do, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade”.
Tradições não-bíblicas são um problema a fé cristã. A disponibilidade das Escrituras através dos sé-
culos não é o fator determinante. Nós agora temos as Escrituras prontamente disponíveis a nós. Estu-
dando a Palavra de Deus, fica claro que muitas tradições da igreja que se desenvolveram através dos
séculos são de fato contraditórias à Palavra de Deus. As tradições que são baseadas e estão em concor-
dância com a Palavra de Deus podem ser mantidas. As tradições que não estão baseadas e/ou estão em
desacordo com a Palavra de Deus devem ser rejeitadas! A Bíblia, definitivamente, nos mostra Deus que
sempre fala a verdade, nunca Se contradiz e sempre demonstra ser de confiança.

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ANOTAÇÕES GERAIS

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