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  • Tello Rap, Memoria, Identidad

    Caricato da

    Renata Defelice
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    Artículo en portugués

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    Tello Rap, memoria, identidad

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    di 5
    Rap, Meméria e Marce Aurélio Paz Tella Este texto faz parte dos estudos, até a presente data, claborados para o desenvolvimento da dissertagao de mestrado, na qual analiso alguns grupos de rap da cidade de Séo Paulo, © rap, nascido em meio & decadéncia urbana de Nova York, surgiu como um espaco de diversio, que transformou os produtos tecnolégicos ¢ o contexto étnico, social e econémico dos Estados Unidos em formas de diversio, dentincia ¢ protesto, Pode-se falar que essa caracteristica do rap em ser contestatério faz parte do perfil de resisténcia da misica negra norte-amcticana, que, desde as work songs ¢ os spinitwals, tentam preservar ¢ manifestar sua cultura. No entanto, esse carder de resisténcia cultural da mdsica produ- zida pela populagio negra’ nio foi exclusividade dos BUA. Podemos encontrar ¢ssas mesmas caracteristicas na mdsica dos pases caribe- nhos, como também no Brasil, onde os baruques, os tambores, os chores, © samba sio exemplos. No entanto, em decorréncia da indés- tria cultural, a mdsica negra produzida nos EUA, principalmente a partir do final da década de 1960, ndo demorou a causar reaghes no Brasil. Esse fato foi importante para que, naquele momento, cama- das da juventude negra de cidades como Rio de Janeiro e So Paulo se identificassem com elementos internacionais da cultura negra norte-americana, tendo como motivador central os ritmos musicais soul © funk, \. Refiro-me a popullagio africana ¢ seus descendentes, que vieram crabalhar como escravos dewk os campos dos BUA até a Argentina. s a 7 Dentre ov virts livros que pesquiset sobre a histria da masica ‘negra norte-americana,? chamow-me a atengio uma caracteristica ‘que perpassa quise todos os pesquisadores dese tema: » paixo ou 2 ‘adesio da populagio negra 2 crsa minica, prinipalmente 90 cz ‘este século, mio ocorria apenas porque a» pessoas gowtavam do sor, mas por ser uma conguista cultural de uma minoria na ortodoxia cultural ¢ social da sociedade branca norte-americana.O jax toma se veicuo para todos os tipos de manifestagbes, mais do que qualquer ‘outa forma musical Pots 0 jas deve 20 menos iso suas origens e ligagBes com os inegros, 0 fato de ndo ser apenas miisica de pessoas comuns, mas imisica de pestoas comuns em seu nivel mais concentrado € emo ‘Gonalmente mat pore. so fto de ox egos stem eer sempre sido pessoas oprimidas, mesmo entre os pobres ¢ desti- tuidas de poder, tomou seus gritos de protestos mais comoventes: « esmagadores, seus gritos de esperanga mais poderosos do que os de outros povos, ¢ fez com que encontrassem, mesmo em pala- ‘vias, a mais irrespondivel das expresses! Esté presente na masca negra nortesamericans ese perfil, que permanece nos dendobramentonetmaicos do jaz nas décadas de 1969 © 70. No entanto, newe period, apesir de toda a hits do fae ‘expresiar oconfito racial exstente nos BUA, eel ser encarado como mmisica de peotesto, na qual foram preserves elementos da musica- i Tadade afr, alguns pesqusadoes afimavam que ea misica estava cada ver mais distance de suas rates musica. A valorzagio ou 0 *retoeno ts false” acntece somente com aguas varias Jo 42 «1 incorporagdo da tecnologin. © sud eo fank foram ox reaporsives for esa punada. Esse dow estos musica, além de resgatarem 0 fnpel © © bac, refrgaram as expreses negras nore-americana, dando ingreientes a0 movimento Blick power Segundo Hermano Vianna,* durante of anos 60 0 msicon que produziam osu €o fo fram muito importantes para © movimento de dizeitscivs « para a conscientzago da populagso nega nore americana, Porém, em 1968, o sou! jf ve avin transformado em umn termo vara, siviimo de Hack music, perdendo seu eariter contests: dor dos primettos anos desa década, virando mais um rulo comes- cial. Fot nes época que a palavra fink detzons de ter um sentido Pejorativo« pasiou a serum simbolo de oxgulho negro. O funk ra Calizava suas propostas © empregava rtmos mais pesados arranjos mais agesivos, na tentatva Je extras ta a inudncia Branca, > fleundo na ndo acetagio destes como parceion musica. Ese cf uma novo momento, una aizagSo da mines e Jo mini negro a seeieade nort-americana, Nove Momento da Black Music ‘Com o grande sucesso desses dois novos géneros musicals — 0 sale 0 fank — outros paises comecaram a tet, por meio da indstria cultural, acesso a fcones afro-americancs e carikenhos. A interna: ‘cimalizago desses imbolos chegou com muita forga a $80 Paulo’ “+ Herne Viaaas O mar fk cans 5A eubuen Mack ©» Mick me conscience tras dae ender ‘adler bern, Rao de Janes e Sulvadee Mas edvemajie ver Hermano Vian ‘= O mands foo cara, « Lvto Sansone etm “Fark tame tne vero local ‘Se um fendmeno gull”, hn Absimd we ans 90 feck © pop, og. Mise Henchman ~ © seu, 0 funk € 0 movimento black power so importantes 0 eau, uma vez que © pore negro norte-amencane descreadeou um procesto no qual a diversSo nos bales blacks dos anos 70 16 se com pletava se foe transformada em espago de conscientizacSo. Esse fot © period dow cabelos afos e Black power, dow sapaton comhecidon ‘como pisantes (sola alas ¢ mulicoloridos), das ealgas de boca fina, ‘das dancas de James Brown, tudo mais ou menos liga is expresses Bas Bani ou © Nepe ¢ Lindo, Segundo Hermano Van." fulioh des penis clades score spouse com op Some poe Imunical, descendentedieto ao fink. Em meador da década de 80, emerge em Sio Pyulo uma nove pritica cultural produzida por um Segmento da juventnte negra ve hata hates sa peers do cidade, a partir da produgio de representagoes, simbolos ¢ modelos gerados pela misica funk ¢ pelo rap. Este se toma um terreno férul ¢ [propicio para o desenvolvimento de novas relagies entre pessoas, ‘grupon ou coletividade, que tem come motivader stmbolos e refecen: ‘clas culturais internacionalizadas. A ampliagio da consestncia social «ania pana a servis como molizador de nowe compartments tn quae o ceive € provocar uma veegSo cca ne Jovens, que tionando elementos qu eto preentes no inaginsrio soil. © rap torna-se um canal de produgio de novos elementos ¢ ‘simbolos culturats da populagio negra, os quats, mutas vezes, sito ‘onficantes com cu clementosaceto pla socedade banca, cons tuindo-se nom iatramento de contestagloc questonamento da rea indade social. Essas novas incorporagdes podiem ser compreenclitas de duas maneiras: primeiramente, podem ser colocadas como principal Geter para» manutengio, prscragio de valores, etgma € recon -ceitos, ow seja, pela estabilidade de um determinado status quo, ov, fds sero pon de pata pera gear inuletaes que podem aug ‘no interior da sociedade, questionando o imagindrio idealizado ¢ pro ‘endo um imagine conflate. ett > De manera gral arte & um importante veiculo para a forma- 40 de grupos, integrando soctalmente seus membros como um e- ago de lazer ou mabizador social. Ess duos earactersticas podem ser detectadas nas ates do hip hop, movimento que possui um papel central no cotdiano de parcela da juvendude negra que habits a perferia da cidade de Sio Paulo, funcionando como meio de integra 20 dor jovens em torn do ritmo € dow temas que o rap aborda. Desde os bales Hacks tealzados na década de 1970, época em que 0 seal € 0 fk ain predominevam, pasando peas rodas de breaks da Estagio So Bento, pelos shows de rap, pelas ofcinas de grafte © danga, esta parcela da juventwle da perferia encontra neses locals ‘espagor de entretenimento ineragio ¢ socalizagso. ‘Arualmente hi um consenso entre as pessoas envolvidas com a ‘expresso hip hop, de que no hd mais te, mas, sim, quatro manifes- tages ansticas que compe eise movimento: or MC's (mestre-de-

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