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PLANEJAMENTO E CONTROLE DE PRODUÇÃO

APLICADO AO SETOR SUCROALCOOLEIRO

ANUÁRIO DA PRODUÇÃO DE
INICIAÇÃO CIENTÍFICA DISCENTE
Vol. 13, N. 18, Ano 2010

Caroline Rabelo Vilanova


Mario Marcio Fernandes
RESUMO
Amanda Paola A. Caldas
Prof. Ana Silvia N. Rigo Uma análise do Planejamento e Controle da Produção foi
realizada em uma Usina produtora de açúcar e álcool em
Prof. Carla Dal Piva Maracajú – Mato Grosso do Sul, para buscar evidenciar os ganhos
de cunho produtivo e de diferencial no atual mercado
Prof. Katiúcia Oliskovicz competitivo. A pesquisa de campo, do tipo estudo de caso,
realizada nas dependências da Usina, possibilitou levantar por
Curso: meio de registros, observação e entrevistas, como é realizado o
Tecnologia em Logística planejamento e controle da produção e quais os recursos são
disponibilizados para esse controle, levando em consideração as
CENTRO UNIVERSITÁRIO características da produção contínua do setor sucroalcooleiro. Foi
ANHANGUERA DE CAMPO GRANDE - possível também corroborar o sistema de planejamento e controle
UNIDADE 2
de produção utilizada pela usina com a revisão bibliográfica
levantada. A pesquisa procurou investigar a aplicabilidade do
PCP no setor sucroalcooleiro com o intuito de demonstrar os reais
benefícios da implementação desse controle para tomada de
Publicado no I Congresso de Iniciação
decisão e em conseqüência o aumento da produtividade e
Científica Instituto Sustentar-2010
competitividade para o mercado na região do Mato Grosso do
Sul.

Palavras-Chave: usina sucoalcooleira; controle de produção;


planejamento.

Anhanguera Educacional Ltda.

Correspondência/Contato
Alameda Maria Tereza, 4266
Valinhos, SP - CEP 13278-181
rc.ipade@aesapar.com

Coordenação Trabalho realizado com o incentivo e


Instituto de Pesquisas Aplicadas e fomento da Anhanguera Educacional
Desenvolvimento Educacional - IPADE

Publicação: 1 de novembro de 2012 219


220 Planejamento e controle de produção aplicado ao setor sucroalcooleiro

1. INTRODUÇÃO

A falta de uma ligação que estabelecesse a consistência entre as decisões tomadas na


manufatura e a estratégia das organizações, bem como o impacto negativo que essa falta
produzia na competitividade, foram inicialmente analisados por Skinner (1969),
inaugurando a área hoje conhecida como estratégia de operações. Nesses mais de trinta
anos transcorridos desde o seu aparecimento, a estratégia de operações tornou-se um
campo de conhecimento relativamente robusto, constituindo hoje uma disciplina
acadêmica com relativa independência.

Dessa forma, independentemente de qual seja adotada, a estratégia competitiva


tem impacto sobre as atividades ou tarefas necessárias à criação, produção, venda ou
entrega de produtos ou serviços. No que concerne à produção, uma estratégia competitiva
impunha, num dado tempo, demandas particulares sobre a função manufatura e que,
conseqüentemente, as políticas de manufatura deveriam ser especificamente
desenvolvidas para o cumprimento dessas tarefas particulares demandadas pela
estratégia competitiva (PORTER, 1991).

Uma forma de enfrentar esse desafio é através do planejamento. O Planejamento,


conforme Alday (2000) se tornou o foco de atenção da alta administração das empresas,
volta-se para as medidas positivas que uma empresa poderá tomar para enfrentar
ameaças e aproveitar as oportunidades encontradas em seu ambiente.

Desta forma segundo Fernandes (2007), afirma-se que o planejamento e controle


de produção - PCP têm tomado uma área cada vez mais importante para as empresas,
pois ele gerencia o fluxo de materiais do sistema de produção, por meio do fluxo de
informações e decisões, envolvendo um planejamento de longo, médio e curto prazo,
trazendo resultados competitivos para as empresas.

2. OBJETIVO

A pesquisa tem como objetivo geral identificar a importância da aplicação do


Planejamento e Controle da Produção em indústrias do setor sucroalcooleiro buscando
evidenciar as vantagens de produtividade e competitividade para o Estado de Mato
Grosso do Sul.

Para que o objetivo principal possa ser alcançado foram estabelecidos os


seguintes objetivos específicos:

a) Investigar na tentativa de obtenção de um melhor entendimento sobre os

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processos de PCP aplicados na indústria sucroalcooleira;


b) Identificar na empresa pesquisada a aplicação do PCP nas suas operações
na formulação de planejamento estratégico, mestres e operacionais.

3. METODOLOGIA

Como metodologia aplicada para o desenvolvimento desta pesquisa foi utilizada em


primeiro momento a pesquisa bibliográfica, procurando explorar os conceitos e aplicação
do PCP (Planejamento e Controle da Produção) nas organizações industriais. Em um
segundo momento foi realizado uma pesquisa de campo em uma Usina produtora de
álcool e açúcar, localizada em Maracajú – Mato Grosso do Sul, permitindo aos
pesquisadores através de observações diretas e entrevistas direcionadas identificarem os
aspectos teóricos e práticos do PCP empregados no dia-a-dia do ambiente industrial
sucroalcooleiro. E para tanto a estratégia a ser utilizada nessa pesquisa será o estudo de
caso.

A pesquisa de campo utilizou-se de alguns instrumentos para a coleta de dados,


a saber:

a) Levantamento de dados estratégicos da Usina sucroalcooleira localizada


em Maracajú – MS.
b) Levantamento dos principais dados de PCP nos níveis táticos e
operacionais da usina;
c) Elaboração de questionários semi-estruturado.
d) Observações diretas dos pesquisadores.
Segundo Yin (2003), o estudo de caso é vantajoso quando se faz uma questão do
tipo “como” ou “por que” sobre um conjunto de acontecimentos sobre o qual o
pesquisador tem pouco ou nenhum controle. Ainda, o estudo de caso pode contar com as
técnicas da observação direta e a sistemática de entrevistas. Além disso, Yin (2003) destaca
que a principal tendência em todos os tipos de estudo de caso, é que ele tenta esclarecer
uma decisão ou um conjunto de decisões, ou seja, o motivo pelo qual foram tomadas,
como foram implementadas e com quais resultados.

4. DESENVOLVIMENTO

4.1. Evolução do Setor Sucroalcooleiro

O setor sucroalcooleiro demonstra seu crescimento nos últimos anos em níveis de Brasil e
no mundo através das estratégias utilizadas para a sua constante expansão, as novas
tecnologias utilizadas pelo setor, o aumento de produção nos últimos anos, sua

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participação nas questões ambientais e polêmica da produção em massa do etanol e a


fome no mundo (FERNANDES, 2005).

De acordo com Fernandes (2005), um dos maiores desafios da humanidade é


gerar que melhore o mundo sem prejudicar o planeta.

O setor sucroalcooleiro desponta como uma alternativa viável e sustentável para


a geração de energia limpa e renovável, tomando uma alternativa na substituição dos
derivados de petróleo.

As questões ambientais e as constantes oscilações no preço do petróleo vêm


promovendo mudanças gradativas na matriz energética de vários países. O Brasil tornou-
se referencia na produção do etanol através da cana – de açúcar, com uma produção que
permite a prática de preços muito competitivos quando comparado com outros países que
produzem o etanol através de matérias – primas como o milho, trigo, beterraba, soja e a
própria cana-de-açúcar.

Ainda segundo Fernandes (2005), com as novas tecnologias implementadas na


agricultura e na industrialização da cana-de-açúcar, o Brasil passou a ser referência
mundial na produção do etanol e motivada com o aquecimento das exportações recordes
dos anos de 2005 e 2006, a implantação de novas unidades produtivas foi inevitável e a
expansão do setor para outros estados brasileiros que tradicionalmente eram
predominantes no estado de São Paulo e Alagoas demarcou novas fronteiras para o setor
sucroalcooleiro.

4.1.1. Caracterização do Setor Sucroalcooleiro e a Região do Mato Grosso


do Sul

O processo produtivo sucroalcooleiro é caracterizado pela sazonalidade: na época da


safra, a usina trabalha concentrada em alguns meses, e na entressafra, faz sua manutenção
e gerencia seu estoque. Sendo assim, toda a matéria-prima disponível tem de ser colhida e
processada enquanto estiver madura, pois a cana-de-açúcar picada não pode ser estocada
e tampouco há recursos alternativos em relação ao destino do seu armazenamento.
(FILHO, 2009).

Segundo Filho (2009), o gerenciamento do estoque feito no período de


paralisação das indústrias precisa garantir uma estocagem de alta proporção para atender
a demanda ao longo do ano e a manutenção da oferta dos produtos. O etanol é um desses
produtos que necessitam de um estoque elevado para conseguir suprir a demanda do
mercado nos meses que não há produção. A cana também é estocada nos pátios e

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barracões da usina, ela é utilizada quando ocorrem falhas no processo de transporte e


eventuais problemas operacionais. As empresas desse segmento planejam o
processamento de produção de acordo com a cana disponível em cada safra, sem levar em
consideração as condições do preço do produto final e sua lucratividade.

As cadeias agroindustriais do açúcar e do álcool podem ser descritas de forma


simplificada com três elos: insumo, representado por produtores agrícolas, cujo seu Core
Business é a própria cana-de-açúcar; usinas, representadas por usinas de açúcar e álcool; e
mercado, que são representados por empresas de atacado e varejo. Esta representação do
complexo industrial sucroalcooleiro revela as etapas dessas operações agrícolas unitárias,
o desenvolvimento de outros subprodutos derivados da cana de açúcar entre elas, o
bagaço e a vinhaça e a interface insumo/usinas (SAITO apud YAMADA et al. 2002).

O Estado de Mato Grosso do Sul, destaca-se pela produção de álcool


combustível. A safra de cana, que entre 2008 e 2009 foi de 18 mil toneladas, está projetada
para 31 mil toneladas na safra 2009/2010. Já estão em funcionamento no estado 14 usinas
de produção de álcool e vários pedidos de empreendimentos que estão sendo analisados
(OLIVEIRA, 2009).

De acordo com Oliveira (2009), o estado oferece benefícios fiscais aos empresários
do setor, além das condições climáticas favoráveis à produção. O governo do estado
também aposta no aprimoramento da logística nos processos de produção, para aumentar
sua competitividade na venda da produção. A colheita se estende nos meses de março até
novembro de cada ano, pois estes são os meses com baixo índice de pluviosidade, sendo
mais adequado para o transporte e o melhor amadurecimento da planta. É importante que
este setor cresça de forma sustentável, sem afetar o meio ambiente, por isso todos os
projetos de instalações das usinas são devidamente analisados e direcionados para a
sustentabilidade.

Silva (2007) ressalta que o estado de Mato Grosso do Sul, ocupa uma posição
geográfica estratégica no país, o que pode o tornar uma grande potencia nacional. Faz
divisa com grandes centros produtores de cana-de-açúcar como São Paulo, Paraná e
Minas Gerais; e também com estados produtores de alimentos e matérias-primas para
indústria, como Goiás e Mato Grosso; está na fronteira com a Bolívia e o Paraguai e
também ligado pelos rios Paraná e Paraguai à Argentina e ao Uruguai.

O transporte rodoviário é o mais usado no estado, representa a maior parcela do


escoamento da cana e seus produtos. O estado aposta nos modais ferroviário e hidroviário
que são sinônimos de economia para o escoamento da produção e ainda não são tão
utilizados. A implantação do modal dutoviário também busca criar novas alternativas de

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transporte e é uma das mais novas promessas para o desenvolvimento de Mato Grosso do
Sul para o escoamento da produção de álcool (SILVA, 2007).

4.2. Planejamento e Controle de Produção

Conforme diz Chiavenato (2008, pg. 23), “para atingir seus objetivos e dimensionar
corretamente seus recursos, as empresas planejam e controlam sua produção, não
produzindo ao acaso, nem funcionando de improviso”. Por este motivo o Planejamento e
Controle da Produção - PCP é de fundamental importância para as empresas.

Segundo Tubino (2000), as atividades do PCP são exercidas nos três níveis
hierárquicos de planejamento e controle das atividades produtivas de um sistema de
produção. No nível estratégico, onde são definidas as políticas estratégicas de longo prazo
da empresa, o PCP participa da formulação do Planejamento Estratégico da Produção,
gerando um plano de produção. No nível tático, onde são estabelecidos os planos de
médio prazo para a produção, o PCP desenvolve o Planejamento Mestre da Produção,
obtendo o Plano Mestre da Produção (PMP). No nível operacional, onde estão preparados
os programas de curto prazo de produção e realizado o acompanhamento dos mesmos, o
PCP prepara a programação da produção administrando estoques, seqüenciado, emitindo
e liberando as ordens de compras, fabricação e montagem, bem como executa o
acompanhamento e controle da produção.

Abaixo, a figura 1, representa o fluxo de informação do PCP, demonstrando toda


a atividade envolvida nas fases de planejamento estratégico, planejamento-mestre de
produção e programação da produção.

Figura1- Fluxo de informação e PCP

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4.2.1. Planejamento Estratégico

O planejamento estratégico busca maximizar os resultados das operações e minimizar os


riscos nas tomadas de decisões das empresas. Os impactos de suas decisões são de longo
prazo e afetam a natureza e as características das empresas no sentido de garantir o
atendimento de sua missão. Para efetuar um planejamento estratégico, a empresa deve
entender os limites de suas forças e habilidades no relacionamento com o meio ambiente,
de maneira a criar vantagens competitivas em relação à concorrência, aproveitando-se de
todas as situações que lhe trouxerem ganhos (CORRÊA et. al., 2007).

Segundo Tubino (2007), no planejamento estratégico que será realizado um plano


de produção para determinado período (longo prazo) segundo as estimativas/previsão
de vendas de longo prazo e a disponibilidade de recursos financeiros e produtivos. A
estimativa de vendas de longo prazo serve para prever os tipos e quantidades de
produtos que se espera vender no horizonte de planejamento estabelecido. A capacidade
de produção é o fator físico limitante do processo produtivo, e pode ser incrementada ou
reduzida, desde que planejada a tempo, pela adição de recursos financeiros. No
planejamento estratégico da produção, o Plano de Produção gerado é pouco detalhado,
normalmente trabalhando com famílias de produtos, tendo como finalidade possibilitar a
adequação dos recursos produtivos à demanda esperadas dos mesmos, buscando atingir
determinados critérios estratégicos de desempenho (custo, qualidade, confiabilidade,
pontualidade e flexibilidade).

Diante deste cenário a missão e a visão corporativa são as bases sobre as quais a
empresa está constituída, razão de sua existência. Fazem parte desta questão à definição
clara de qual é o seu negócio atual, ou seja, sua missão e qual deverá ser no futuro, ou
seja, sua visão, bem como a filosofia gerencial da empresa para administrá-lo e expandi-lo
no futuro. Uma vez definida a missão e a visão da empresa, os gerentes poderão priorizar
suas ações e criar um padrão de decisões para todos os níveis hierárquicos dentro da
empresa (TUBINO, 2007).

4.2.2. Planejamento Mestre da Produção

O planejamento – mestre da produção está encarregado de desmembrar os planos


produtivos estratégicos de longo prazo em planos específicos de produtos acabados (bens
ou serviços) para o médio prazo, no sentido de direcionar as etapas de programação e
execução das atividades operacionais da empresa (montagem, fabricação e compras). A
partir do planejamento-mestre da produção, a empresa passa a assumir compromissos de

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montagem dos produtos acabados, fabricação das partes manufaturadas internamente, e


da compra dos itens e matérias – primas produzidos pelos fornecedores externos. Ao
executar o Planejamento – mestre da Produção e gerar o PMP inicial, o PCP deve analisá-
lo quanto às necessidades de recursos produtivos com a finalidade de identificar possíveis
gargalos que possam inviabilizar este plano quando da sua execução a curto prazo.
Identificando os potenciais problemas, e tomando as medidas preventivas necessárias, o
planejamento-mestre deve ser refeito até chegar-se a um PMP viável (TUBINO, 2007).

Segundo Corrêa et. al. (2007, pg.205), relata sobre os planos operacionais da
seguinte forma:
Os planos operacionais devem estar ligados uns aos outros, e todos aos planos
estratégicos da empresa. A manufatura não pode, independentemente, definir o que,
quanto e quando vai produzir: quantidades a manufaturar devem ser decididas em
comum com vendas, que por sua vez depende da demanda de mercado; em comum com
a engenharia, que é a única função que sabe detalhadamente o que está nas pranchetas,
em termos de produtos e processos, e com a função de finanças, que é quem vai pagar
por materiais, mão-de-obra e estoques.

Logo, o programa-mestre de produção é uma declaração de quantidades


planejadas que dirigem os sistemas de gestão detalhada de materiais e capacidades, e essa
declaração é baseada nas expectativas que temos da demanda (da visão de demanda,
presente e futura da empresa) e dos próprios recursos com os quais a empresa conta hoje
e vai contar no futuro.

4.2.3. Programação, acompanhamento e controle da produção.

Em função da disponibilidade dos recursos produtivos, a programação da produção se


encarrega de fazer o sequenciamento das ordens emitidas, de forma a otimizar a
utilização dos recursos. Se o plano de produção providenciou os recursos necessários, e o
PMP equacionou os gargalos, não deverão ocorrer problemas na execução do programa
de produção sequenciado. Dependendo do sistema de programação da produção
empregado pela empresa (puxado ou empurrado)1, a programação da produção enviará
as ordens a todos os setores responsáveis (empurrando) ou apenas aos setores clientes dos
supermercados montados (puxando) (CORRÊA et. al, 2007).

Ainda segundo Corrêa et. al. (2007), através da coleta e análises dos dados, hoje
facilmente automatizada por coletores de dados nos pontos de controle, esta função do
PCP busca garantir que o programa de produção emitido seja executado a contento.

1
Segundo Tubino (2007), a programação é chamada Puxada por que quem autoriza a produção é o cliente interno, que, ao retirar suas
necessidades imediatas, puxa um novo lote do fornecedor. E a programação é chamada Empurrada por que cada posto de trabalho ao concluir
uma ordem, está autorizado a empurrar a mesma para o posto seguinte, independente do que esteja acontecendo nos postos subsequentes, até que
ela fique pronta.

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Quanto mais rapidamente os problemas forem identificados, mais efetivas serão as


medidas corretivas visando ao cumprimento do programa de produção. Além das
informações da produção úteis ao próprio PCP no desempenho de suas funções, o
acompanhamento e controle da produção normalmente estão encarregados de coletar
dados (índices de defeitos, horas/máquinas e horas/homens consumidas, consumo de
materiais, índices de quebras de máquinas etc.) para apoiar outros setores do sistema
produtivo.

5. COLETA DE DADOS – ESTUDO DE CASO

A pesquisa de campo foi realizada em uma usina sucroalcooleira localizada em Maracajú


– Mato Grosso do Sul.

Conforme levantamento através de entrevista direcionada ao coordenador de


PCP, a usina de Maracajú é uma empresa pertencente a um grupo que atua no cultivo da
cana de açúcar e na produção de seus derivados nas regiões nordeste, sudeste e centro-
oeste do Brasil. Tem participações em 53 países e está presente nas maiores cidades do
mundo. Além da cana de açúcar, o grupo atua também em outros seguimentos.

Atualmente a Unidade de Maracajú é considerada a mais produtiva do Estado e


Mato Grosso do Sul, processando aproximadamente 40 mil toneladas de cana por dia. O
grupo possui uma área de 200.000 hectares de terra para o plantio de cana, e também
arrenda uma área complementar de 17.000 hectares, com perspectiva de aumento para
30.000 hectares, e esse aumento fazendo parte de seu planejamento estratégico de
produção.

Figura 2 - Dependências da Usina Sucroalcooleira visitada

A localização das unidades industriais em regiões de clima favorável e as terras


férteis garantem um custo de produção entre os mais competitivos do mundo. O sistema
produtivo amplamente mecanizado conta com modernos recursos tecnológicos,
permitindo a otimização das atividades agrícolas e industriais. Com 200 mil hectares de

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terras plantadas, as unidades do grupo no Brasil processam a cana-de-açúcar durante 12


meses por ano.

O cultivo de cana de açúcar na região de Mato Grosso do Sul otimiza a utilização


do solo, já que substitui a pecuária extensiva (criação de gado) por uma produção
intensiva de maior valor agregado. O plantio e a colheita de cana de açúcar são 100%
mecanizados.

5.1. Planejamentos Estratégico da Produção da Usina

O planejamento estratégico busca maximizar os resultados das operações e minimizar os


riscos nas tomadas de decisões das empresas. Os impactos de suas decisões são de longo
prazo e afetam a natureza e as características das empresas no sentido de garantir o
atendimento de sua missão (CORRÊA, 2001).

De acordo com Slack apud Fernandes (2009), a estratégia de produção é definida


como sendo o padrão global de decisões e ações, que define o papel, os objetivos, e as
atividades da produção de forma que estes apóiem e contribuam para a estratégia da
organização.

De acordo com observações, a missão do grupo que envolve a unidade


sucroalcooleira visitada se resume na descrição: “Em cada setor onde atuamos, seremos a
empresa mais eficiente e rentável, ocupando uma posição de destaque entre as maiores”.

Segundo Corrêa (2001), existe cinco objetivos estratégicos da produção, que


atinge diretamente a qualidade, flexibilidade, rapidez, pontualidade e custos.

1. Qualidade: produtos livres de erro, de acordo com as especificações; com


atributos presentes, de acordo com as necessidades da maioria dos
consumidores e a um preço aceitável.
2. Rapidez (velocidade): O conceito de rapidez, ou velocidade, está
relacionado há quanto tempo os consumidores precisam esperar para
receber seus produtos, sendo que para isto o sistema de produção deve
fornecer um fluxo rápido de produção, ou em outras palavras, operações
rápidas.
3. Pontualidade: significa fazer o produto em tempo para os consumidores
receberem seus bens quando foram prometidos.
4. Flexibilidade: Significa ser capaz de mudar de alguma forma. Está
relacionado À capacidade do sistema de produção conseguir fornecer uma
ampla gama de produtos e serviços diferentes ao cliente.
5. Custos: este objetivo está diretamente relacionado ao preço cobrado pelo
produto. Ele está relacionado a uma alta produtividade das operações
internas.

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Conforme missão da usina visitada, o fator com maior significância está


relacionado ao objetivo de custos relatado por Corrêa (2001).

De acordo com Paiva apud Fernandes (2009), as usinas produtoras de álcool e


açúcar são classificadas de acordo com a função de sua estratégia de comercialização.

Mediante a revisão bibliográfica, a usina de Maracajú está classificada como


autônoma diversificada formada por grandes grupos produtores, e produzem uma
grande variedade de produtos, os quais comercializam por meios de pools ou
cooperativas. As usinas com esse perfil normalmente são responsáveis pela produção de
açúcar branco de varejo e/ou dos álcoois de melhor qualidade dos sistemas cooperados.
O planejamento agregado de produção neste tipo de empresa apresenta um papel
importante para a melhoria dos resultados da safra, principalmente na seleção dos
processos produtivos e na determinação do ritmo da moagem. Neste tipo de empresa, o
planejamento de safra deve ser reavaliado constantemente para que possa existir uma boa
negociação das metas de produção adotas pelas unidades.

A usina trabalha com um planejamento e controle de produção (PCP) baseado na


manufatura enxuta, ou seja, não possui estoques, com grande foco na qualidade,
fornecendo ao cliente ampla diferenciação de produtos, com pouca diversidade;
identificam cadeia de valor e eliminam desperdícios; produção puxada (JIT); busca de
perfeição; automação/qualidade seis sigmas; gerenciamento visual voltado à qualidade.

Com relação a sua produtividade, o PCP baseia-se na alta especialização do


trabalho; foco em cliente sensível a baixos preços; padronização do produto; sendo que
alguma diferenciação é possível; foco na eficiência.

5.2. Planejamento – Mestre de Produção da Usina

O planejamento – mestre de produção tem origem no Plano de Produção, sendo este


último segundo Tubino (2000) como resultado das decisões estratégicas no âmbito da
produção. Este plano servirá de base para equacionar os níveis de produção, estoques,
recursos humanos, máquinas e instalações necessárias para atender à demanda prevista
de bens e serviços. Segundo este mesmo autor, os períodos de planejamentos são de
meses ou trimestres, abrangendo um, ou mais anos, à frente.

Segundo observações na usina de Maracajú, o planejamento-mestre de produção


é realizado sobre um sistema contínuo, que por sua vez, segundo Tubino (2007), são
empregados quando existe alta uniformidade na produção e demanda de bens e serviços;

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os produtos e os processos produtivos são totalmente interdependentes, favorecendo a


automatização; não há flexibilidade no sistema.

Mediante esse cenário, a usina opera todos os dias da semana em três turnos de
produção, ou seja, 24 horas por dia. O período de safra compreende os meses de fevereiro
a novembro, e durante os meses de dezembro a janeiro, ocorrem às manutenções
preventivas das máquinas/equipamentos para minimizar ações corretivas durante a
produção e preparação para um novo ciclo.

A usina Maracajú é considerada a mais produtiva do Estado de Mato Grosso do


Sul, processando aproximadamente uma meta de 40 mil toneladas de cana de açúcar por
dia, com destino de 68% para fabricação de açúcar e 32% para produção de álcool. A
figura 3 mostra a cana desfibrada, pronta para moagem.

Figura 3 – Cana desfibrada.

A meta de processamento de cana de açúcar para todo o ano de 2010 é de 600


milhões de toneladas e para cumprimento da meta anual o PCP estabelece as metas
produtivas da usina diariamente através de indicadores para moagem de cana, produção
de açúcar e álcool.

Os indicadores para moagem de cana são: Toneladas de moagem por dia,


tonelagem de moagem efetiva por dia, percentagem de aproveitamento de tempo
industrial por dia, aproveitamento de tempo global por dia.

Os indicadores para produção de açúcar são: Percentagem de mix (proporção de


produção do que será fabricado) de produção por dia, sacos de produção por dia,
percentagem de aproveitamento de tempo de fábrica por dia, média de sacos efetiva por
dia, média de sacos por dia.

Os indicadores para a produção de álcool são: Média em m3 efetiva por dia e m3


de álcool hidratado por dia. O PCP também possui metas de rendimento e eficiência
industrial para controle geral da fábrica.

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Com todos esses indicadores é possível controlar a produção de forma a cumprir


com o Plano de Produção da Usina e consequentemente cumprirem com o planejamento
estratégico de produção.

A usina conta com tecnologia de última geração e equipamentos fabricados no


Brasil. Entre eles, a maior moenda instalada no País e duas caldeiras de alta eficiência que
geram 250 toneladas de vapor por hora. Foram instalados ainda dois armazéns com
capacidade para 100 mil toneladas de açúcar cada e quatro tanques de 20 mil metros
cúbicos de etanol cada, totalizando 80 mil metros cúbicos.

O sistema industrial é acionado e controlado por computadores. A Usina


consome metade da energia de uma usina convencional, e a água utilizada na produção é
captada em poços profundos, mantendo intactos os recursos hídricos superficiais. Os
efluentes são tratados e reaproveitados na irrigação dos canaviais.

5.3. Acompanhamento e Controle da Produção da Usina

Após o plano de produção implantado, a usina de Maracajú necessita acompanhar e


controlar a produção para evitar que ocorram desvios que podem provocar o não
cumprimento das metas estabelecidas e quando eles ocorrem estarem preparados com
ações que retorne a produção normalmente o mais rápido possível.

Segundo Tubino (2000), o acompanhamento e controle da produção, por meio da


coleta e análises dos dados, buscam garantir que o programa de produção emitido seja
executado a contento. Quanto mais rápido os problemas forem identificados mais efetivas
serão as medidas visando ao cumprimento do programa de produção.

Para cumprimento de suas metas produtivas a usina de Maracajú inicia seu


controle já nos canaviais, onde cana de açúcar é atacada por cerca de 80 pragas, porém
pequeno número causa prejuízos à cultura. Dependendo da espécie da praga presente no
local, bem como do nível populacional dessa espécie, as pragas de solo podem provocar
importantes prejuízos à cana de açúcar, com reduções significativas nas produtividades
agrícola e industrial dessa cultura, logo, existe um rigoroso controle biológico e químico
para aniquilação ou mesmo redução das pragas nos canaviais, mantendo a sua cultura
produtiva sobre controle.

A colheita da cana de açúcar é mecanizada, possibilitando o aumento da


produtividade dessa matéria – prima.

Já na fábrica propriamente dita, também há controles para evitarem paradas


drásticas de produção. Já citado nessa pesquisa no período entre safra que corresponde de

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232 Planejamento e controle de produção aplicado ao setor sucroalcooleiro

dezembro a janeiro é possível realizar uma manutenção preventiva em todos os


equipamentos da usina. Já no período de produção a usina possui controles de
manutenção informatizados e manuais que realizam manutenções nos equipamentos em
atividade, evitando parada de produção.

Para acompanhamento da eficiência dos indicadores da produção, o PCP da


Usina de Maracajú possui planos de ações que provocam medidas rápidas para
recuperação das metas estabelecidas. Através dos planos de ações é possível entender
todo o cenário que provocou o desvio (O que? Por quê? Quem? Onde? Quando? Como?
Quanto?).

Por exemplo, na tabela 1 e 2 abaixo se verificam desvios provocados na produção


de açúcar e álcool e as possíveis ações para recuperação da produção desses indicadores
na usina de Maracajú.

Plano de Ação
O quê? Mix abaixo do planejado
Por quê? Baixa recuperação da fábrica
Quem? Operadores de vácuo / líderes e coordenadores de produção
Onde? Cozimento
Quando? Em andamento
Monitoramento contínuo da pureza no mel final. Cristalização
Como? efetuada com mel pobre e mel rico e cozimento de massa C
efetuada somente com mel único B. Brix do mel final acima de 80.
Fonte: Usina de Maracajú (2010).

Tabela 1 - Plano de Ação – Controle de Produção.


Plano de Ação
O quê? Perdas na destilaria acima do planejado
Por quê? Possíveis perdas devido ao açúcar remanescentes nas dornas.
Desperdício de vinho na limpeza dos filtros. Perda de álcool nas
quedas de pressão.
Quem? Fermentadores e líderes da fabricação do álcool
Onde? Fermentação
Quando? Em andamento
O fim da fermentação será monitorado com três repetições da
leitura sacarmétrica no intervalo de 1 hora. Em todas as paradas
Como?
(desarmes ou quedas de pressão) deverá ser fechada a entrada de
vinhaça do trocador de calor K para que não ocorra perda de álcool.
Fonte: Usina de Maracajú (2010).

Tabela 2 - Plano de Ação – Controle de Produção

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Caroline Rabelo Vilanova, Mario Marcio Fernandes, Amanda Paola Alves Caldas, Ana Silvia Nalevaiko Rigo, Carla Dal Piva, Katiúcia Oliskovicz 233

A tabela 3, também representa o acompanhamento e controle da produção


referente à produtividade do açúcar e álcool, juntamente com ações corretivas ao detectar
possíveis desvios na produção.

.
Pontos
Planej. Ações
Unidade Real Dia Desvio Relevantes / Status Ações
Dia Imediatas
Desvios
MOAGEM 11.300 7.863 (12.364)
AÇÚCAR - SCS 21.368 9.004 19 Bagaço
molhado
limitando
vapor no
processo
ÁLCOOL - CBM 297 316 -
ENERGIA - - (22,5)
Empresa com e
equipe de
Problema no manutenção
pinhão avaliando qual
TAI 92,5 70,0 (3,4) helicoidal peça de Andamento.
(acionamento reposição mais
dos 5 e 6 adequada pra
ternos) unidade
RTC 91,7 88,3 (20,5)
Alteração
processo: caldo
filtrado pra
fábrica,
separação do
misto pra
MIX 71,8 51,3 (2,17)
primário e
secundário,
desvio de parte
do caldo
secundário pra
destilaria.
ART 15,36 13,19 - Cana bizada
CARREGAMENT
20.000 - -
O AÇÚCAR SCS

CARREGAMENT
375,0 - -
O ÁLCOOL CBM

Fonte: Usina de Maracajú (2010).

Tabela 3 – Acompanhamento e controle da produção

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234 Planejamento e controle de produção aplicado ao setor sucroalcooleiro

Logo, para acompanhamento da eficiência dos indicadores da produção, o PCP


da usina de Maracajú possui planos de ações que provocam medidas rápidas para
recuperação das metas estabelecidas. Através dos planos de ações é possível investigar
todo o cenário que provocou o desvio e propor medidas para recuperação do
autocontrole.

6. RESULTADOS E CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através da análise do Planejamento e Controle da Produção realizada em uma Usina


produtora de açúcar e álcool em Maracajú – Mato Grosso do Sul, foi verificado que:

A Usina está estrategicamente localizada e isso pode facilitar a logística de


exportação de açúcar e etanol, já que fica equidistante dos portos de Paranaguá (PR) e
Santo (SP) – cerca de 1.100 quilômetros, sendo para o Estado de Mato Grosso do Sul uma
enorme vantagem competitiva.

Foi possível observar que em seu planejamento estratégico, a usina possui uma
estratégia competitiva voltada a grande escala de produção, focando a redução de custos
para o produto acabado, e garantindo a produtividade e a lucratividade.

Já em seu Planejamento mestre de produção é percebível que a capacidade


produtiva da fábrica e as metas de produção estabelecidas e alcançadas asseguram a
demanda, garantindo com segurança o abastecimento do produto no mercado destino.
Nesta fase é importante intensificar que a usina estabeleceu indicadores de produção ao
açúcar e álcool para realização de um acompanhamento de produção, fase subsequente.
Segundo citado por Tubino (2007), nos levantamentos teóricos desta pesquisa a partir do
planejamento-mestre da produção, a empresa passa a assumir compromissos de
montagem dos produtos acabados, fabricação das partes manufaturadas internamente, e
da compra dos itens e matérias – primas produzidos pelos fornecedores externos. Ao
analisar a literatura, a partir de seus indicadores e metas de produção a usina também
passa a assumir compromissos de produção e conforme a cana vem sendo processada há
a necessidade de nova reposição para fábrica, bem como, reposição de seus subprodutos,
insumos que agregam na fabricação do álcool e açúcar.

Na fase de acompanhamento e controle da produção a usina acompanha os


indicadores estabelecidos, os quais são tratados através de planos de ações preventivos e
corretivos assegurando as metas estabelecidas pelo PCP e garantindo qualidade,

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produtividade e rentabilidade. Segundo levantamentos bibliográficos desta pesquisa,


citado por Corrêa et. al. (2007) quanto mais rapidamente os problemas forem
identificados, mais efetivas serão as medidas corretivas visando ao cumprimento do
programa de produção.

Com a implantação do Planejamento e Controle de Produção em seus processos,


ocorrem ganhos de produtividade e competitividade, podendo ser percebido pela
informação que a usina é caracterizada como a mais produtiva e consequentemente a
mais lucrativa do Mato Grosso do Sul.

Todos os desafios de produção são possíveis de realização quando a organização


realmente incorpora o planejamento e controle da produção em suas atividades do dia-a-
dia partindo sempre de uma tomada de decisão estratégica.

PARECER DE APROVAÇÃO DE COMITÊ

Pesquisa autorizada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Anhanguera Educacional S/A –


(CEP) /AESA - em. 14/12/2010 por meio do parecer: 493/2010.

REFERÊNCIAS
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FAE, Curitiba, v.3, n.2, p.9-16, maio/ago. 2000.
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Sertãozinho - SP). Conab, São Paulo, 2009.

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