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Arembepe
r e v i s t a
ponto
movel
cidade do
saber
nº
4
Sumário
GENTE QUE
FAZ 34
LÁ VEM
HISTÓRIA 36
SABERES E 16 DICAS
FAZERES CULTURAIS 38
PAINEL
CRIATIVO 40
MOVIMENTO
ARTÍSTICO 20
AÇÃO
GOVERNAMENTAL 24
AREMBEPE 06
26 ESPAÇO
VERDE
NOSSA
14 SABOR DA TERRA 32 LAZER 34
GENTE
3
arembepe
Editorial
Como vivem os moradores de lugares Raimundo Pinheiro. O quarto número da culturais, das belezas naturais e da culinária
tão simples, afastados do burburinho revista, assim como as outras edições, é um desse lugar, conhecido internacionalmente
das grandes cidades, mas que revelam desdobramento do trabalho realizado pelo por abrigar o movimento hippie, no final
influências recebidas de gente de toda parte Ponto Móvel – estrutura disponibilizada a dos anos 60. Até hoje, Arembepe chama
do mundo? Como é perpetuada entre as partir de um caminhão baú adaptado para a atenção pelo peculiar modo de vida
gerações a tradição de se rezar uma trezena? levar cultura, esporte e lazer à população de presente na Aldeia Hippie.
E como conviver com tanta beleza natural Camaçari e seu entorno. A coletânea integra
sem agredir o meio ambiente? as diretrizes da Cidade do Saber, que busca Em outras edições, leia também sobre Barra
também registrar, preservar e divulgar a do Pojuca, Monte Gordo, Barra do Jacuípe,
Esses e outros aspectos são apresentados cultura local. Jauá, Areias, Vila de Abrantes e o povoado de
aqui, nesta série especial de publicações Cordoaria (remanescente quilombola).
da Cidade do Saber – Instituto Professor Neste número, dedicado a Arembepe,
mostramos um pouco das manifestações Convidamos você a viajar nessa história!
Boa leitura!
Esta publicação segue as normas do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em 1990, em vigor desde janeiro de 2009.
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Distrito de
Monte Gordo
Sejamdos
bem vin
Camaçari
1 Barra do Pojuca
2 Monte Gordo
3
Barra do Jacuípe
Cidade do Saber
Sede Camaçari
4 Arembepe
Cordoaria
8 5 Areias
Distrito de
Abrantes 6 Jauá
7 Vila de Abrantes
5
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arembepe
6
Diferentes
visuais de
Arembepe
Artesanato
local
7
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arembepe
Influências do passado Geo também conta que uma das tradições De vez em quando, ela ia buscar na
mais marcantes e muito conhecida em Aldeia e no Cacimbão (próximo à Rua
A lembrança dos tempos em que Arembepe é a Trezena de Santo Antônio, da Caraúna). “Mas a gente gostava mais
Arembepe ainda era apenas uma vila realizada na primeira quinzena de junho. de ir ao rio da Aldeia porque tomava
está viva na mente de vários moradores, A devoção ao santo é tanta que é passada banho, era mais gostoso”. Para garantir
nativos do lugar. Angélica da Purificação, entre as gerações. Responsável pela trezena, luz em casa, o recurso era o “fifó”. “Quem
conhecida como Geo, resgata o que viveu junto com outras mulheres da comunidade, sabia fazia, quem não sabia comprava na
nos tempos de criança, quando a maioria ela não abre mão da prática e fé tradicional. Feira de São Joaquim”. Dona Doê, como
das casas era de taipa e lá só moravam todos a chamam, veio de uma família
pescadores. “Na Caraúna, todo ano eu rezo a trezena de pescadores. Seu pai e cinco irmãos
de Santo Antônio. Antes era em uma pescavam, o que garantia fartura de
“Não tinha energia, não tinha nada. Minha barraquinha de palha e madeira. Agora a comida em casa.
mãe vivia de botar água de ganho porque gente está na Associação de Moradores”, diz
não tinha água encanada. Ela botava água Geo. Todos colaboram e sempre se oferece Ela complementa as memórias das Obra de arte
pra Arembepe inteira”, diz Geo, que, entre um prato típico do período: mingau, manifestações culturais dos tempos de Servilho,
7 e 8 anos, já carregava água na cabeça, mungunzá. “Na última noite, tem os fogos, do vilarejo, quando a população artista local
junto com os adultos, para abastecer as tem um sonzinho pra animar”, completa. de Arembepe não passava de 500
construções das primeiras casas de bloco. habitantes: “Na época de Reis, vinha um
Dona Francisca Batista de Souza, 90 anos, Terno de Boi do Conde, era uma alegria
Moradora da Rua da Caraúna, Geo já também relembra, com saudosismo, alguns danada! Aqui tinha o Terno da Rosa, que
participou de muitas brincadeiras e lembra: aspectos que marcaram sua vida. São saía cheio de lanternas feitas com papel
“Aqui tinha muito terno pela rua em Dia lembradas até mesmo as dificuldades como de seda colorido. Meu marido também
de Reis, já tinha a Chegança, Boi. A gente a falta de água encanada e de luz. “A gente participou da Chegança, ele era Secretário
tentava dormir cedo, mas era sempre botava uma lata de 18 litros na cabeça pra dos Mouros. Tinha roupa bonita, vermelha
acordado pra cantar e dançar com os buscar água na cacimba, aos poucos, com e uma camisona que ele passava no ferro
ternos”. a cuia”. de carvão”.
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Geo organiza
a trezena de
Santo Antônio
Dona Doê
(à frente) e a
filha Aica
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Pontos de cultura
Além do Pontinho de Cultura da Aldeia Hippie,
Arembepe tem também um Ponto de Cultura: Rita diz que o
a Associação Cultural Abolição Capoeira, que acarajé da mãe
realiza um trabalho de desenvolvimento da ficou famoso fora
cidadania, através de ações culturais. do país
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arembepe
“Bonita por natureza... ” Surf revela talentos Mirim, Marquinho, como é conhecido,
foi um dos dois baianos da equipe
Não é à toa que tanta gente se encanta Os “locais” (surfistas do lugar) não brasileira no Mundial Pro Junior, em
por Arembepe e não quer mais sair de lá. hesitam. Arembepe é, sim, um dos janeiro de 2010, na Austrália.
Na entrada, exuberantes garças brancas melhores picos do surf, no Litoral Norte
e gaviões completam o cenário com o baiano. No Piruí, na Terceira Praia ou nas Além dele, outros “meninos” de
verde dos coqueiros e o azul das águas. proximidades da Aldeia, os jovens ou Arembepe vêm se destacando
Dunas, praias, lagoas e rios formam veteranos surfistas usufruem das boas em competições: Lucas Guilherme
paisagens peculiares. A Praia do Piruí ondas. Vale a diversão ou a prática de (tricampeão Baiano do Circuito
é um dos lugares especiais. Além de hábitos saudáveis em prol da qualidade Universitário de Surf ) e Bruno Mateus
oferecer condições para a prática de surf, de vida. Além disso, a praia também (vencedor de etapas do Circuito Baiano
reúne piscinas naturais, onde crianças e é procurada para os treinamentos Amador), primos de Marquinho, têm
adultos podem praticar mergulho. que antecedem algumas das mais representado a Bahia nas principais
importantes competições do Nordeste competições regionais.
Um poético pôr-do-sol pode ser do Brasil e do mundo.
apreciado sobre as dunas ou nas margens A cada título ou participação nos
do balneário do Rio Capivara, na Aldeia Marco Fernandez, 18 anos, criado e eventos esportivos, a referência e o
Hippie, com encantos preservados há revelado em Arembepe, é uma das estímulo para as novas gerações de
mais de 40 anos. Tomar banho de “água promessas do surf brasileiro. Depois Arembepe são consolidados, o que
doce” na Aldeia está entre os programas de conquistar o título de Campeão promove o surf e fortalece a cultura
prediletos de moradores e visitantes. Brasileiro de Surf Amador, na categoria praiana do lugar.
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NÃO DEIXE DE IR:
Emissário Submarino
Rio Capivara
integra visual da Entre as opções de lazer de Arembepe está uma
Aldeia Hippie visita ao point conhecido como Emissário. Lá, além
de ser ponto de pesca com vara (no píer), há bares
e barracas, com uma variedade de pratos típicos e o
visitante dispõe da água de rio e de mar.
Apesar de estar localizado nas proximidades do Arembepe tem
Emissário Submarino do Centro de Tratamento de revelado nomes
Efluentes Líquidos do Polo Petroquímico (Cetrel), os do surf
resíduos industriais, tratados e diluídos para reduzir
os impactos ambientais, são despejados
a 12 km da praia.
Para saber mais: www.cetrel.com.br
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arembepe Nossa Entrevista:
Gente Dona Joana
14
Revista Ponto Móvel: O que a senhora e quem primeiro comprou televisão em
sua família faziam para se distrair? Coqueiros fomos nós. A casa ficava cheia
de gente que vinha assistir e era uma
Dona Joana: Nós nos divertíamos muito! animação.
Aqui tinha o Terno do Boi. No tempo do
Natal, a gente saia pelas casas e ninguém Revista Ponto Móvel: E hoje em dia, o
dormia. No São João tinha muito samba que a senhora gosta de fazer?
e ‘cumpadi de fogueira’. Um ficava de lá,
outro de cá, aí um pulava para o lado e Dona Joana: Frequento muito a Igreja de
o outro pulava para o outro, aí viravam Nossa Senhora das Candeias. Antigamente,
compadres. Agora só tem essas festas na época da Quaresma, a gente rezava na
organizadas e grandes, tipo a lavagem. igreja até de manhã. Acabou.
Eu já fiz muita festa em minha casa. Eu
rezava Nossa Senhora das Candeias, até Revista Ponto Móvel: A senhora gosta de
hoje eu tenho ela. A gente fazia no mês Coqueiros?
de janeiro, tinha viola e samba dentro
de casa e a festa num barracãozinho que Dona Joana: Eu gosto muito de morar
nós fizemos. Eu matava um porco, fazia aqui. Porque eu tenho minha roça, vendo
uma feijoada, vinha muita gente que as minhas frutas. Sou muito feliz por isso!
brincava a noite inteira. De manhã cedo
a gente oferecia um caçuá de manga e
um caçuá de jaca. Tinha um senhor que
bebia muito, aí os meninos melavam
ele todo de visgo de jaca e colavam as
bandeirinhas nele, depois ele dançava o
Boi. Era um divertimento muito bom. Ah,
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arembepe Saberes
e Fazeres
Elizabete de Souza é filha do pescador Aos 10 anos, Dona Bete foi para Salvador frequentava e começou a ensaiar. “Veio
Antonio Fernandes de Almeida e da dona estudar e trabalhar como babá e lá ficou tudo na minha cabeça: as músicas, as letras,
de casa Elisa Bertolo de Souza. Nascida em quase por sete anos. “Morria de saudades as danças. Anotei e distribui entre o grupo.
Arembepe há 67 anos, brincava de roda, de Arembepe. Quando fiz 16 anos, voltei”. Na parte dos pandeiros, eu não sabia tocar,
como toda criança, mas já gostava de outra Constituiu família, teve três filhos e passou a pedi a Paulo (da Chegança masculina) que
brincadeira, chamada Nego Fugido. levar a sério a brincadeira da infância. viesse nos ensinar”.
Ainda na infância, começou a se interessar Ela conta que por um problema de saúde Isso foi em 2002. O grupo se estruturou,
pelos ternos que sua mãe participava. seu primo, Antonio Santa Rita, responsável adquiriu figurino e instrumentos e não
“O Terno da Revolta era parecido com a pela Chegança (masculina), não pôde parou mais de se apresentar. No princípio,
Chegança, só que a história era entre navios dar continuidade à manifestação. Então, contou com ajuda financeira apenas de
e aviões de guerra”, conta. manter a Chegança tornou-se uma um vereador e de um empresário local.
questão de honra para a mestra. Quando Aos poucos o grupo foi se firmando, e
Dona Bete tinha apenas 9 anos, mas ainda falou ao primo que ia fazer uma versão ganhou reconhecimento. Foi um dos
lembra das quadras cantadas no Terno da feminina, ele disse: “Minha comadre, vencedores do Edital de Manifestações de
Revolta: mulher não faz Chegança, faz samba-de- Cultura Popular da Secretaria de Cultura
roda, Terno de Reis”. do Governo do Estado, em 2009. Hoje, 40
“Tem um avião de guerra (2x), no Brasil mulheres integram a Chegança Feminina. A
a fama espalha (2x). Vencemos todas as A “capitã Bete” ousou e recrutou algumas integrante com mais idade tem 70 anos e a
questões (2x), acabou toda a batalha (2x)”. senhoras do grupo da terceira idade que caçula tem 10.
16
Contato para
apresentações:
Mestra Bete
(71) 3624-3382
Chegança
comandada por
mestra Bete
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arembepe Saberes
e Fazeres
Manu
O estilista Manu nasceu no sertão da Bahia amanheceu, achou que seria impossível sair Ramalho, Elba Ramalho e Fafá de Belém. (71) 8718-1761
(no município de Saúde), mas morou de lá. Dito e certo. Ficou em Arembepe por
em São Paulo, dos 5 aos 20 anos. Das três anos, onde começou a criar peças com Depois Manu viajou para a Bolívia e o Peru.
experiências da grande metrópole, uma o material que coletava na praia. De lá, trouxe influências do artesanato
marcou a sua trajetória: experimentar a indígena amazônico e inca. Em 1975 foi
moda. Frequentou os eventos promovidos “Naquela época a gente tinha que fazer para o Rio de Janeiro e começou a produzir
pela Rhodia, no Ibirapuera, onde pôde alguma coisa pra trocar por comida. peças em couro, que chamaram a atenção
acompanhar grandes desfiles, despertando Comecei a criar roupas em algodão cru de Elke Maravilha. “Fazia as roupas no
o seu gosto pela costura. (sacos de alinhagem), estilizadas com meu corpo, por isso ficavam diferentes. Aí
conchas e fui vendendo”. Isso foi quando começou o burburinho”.
Na capital paulista trabalhou em escritórios Caetano Veloso chegou do exílio de
durante alguns anos, até que se identificou Londres e ia fazer um show na Concha Durante os anos 70 suas criações ilustraram
com a nova onda dos hippies e decidiu Acústica do Teatro Castro Alves. “Ele não publicações nacionais, como Manchete,
viajar pelo país afora. Depois de um tempo tinha roupa para a apresentação. Uma Vogue e Cláudia. Sônia Braga foi uma das
de aventuras, em 1969 voltou para a Bahia, amiga em comum levou uma e depois ele celebridades que posaram com as criações
onde foi convidado para uma festa em acabou comprando outra”. de Manu.
Arembepe. “Já sabia que Mick Jagger e
Janis Joplin haviam estado por aqui, mas Em seguida, Manu recebeu uma Em 1997, voltou para Arembepe. Desde
nunca tinha vindo, porque o acesso era encomenda de Maria Bethânia e viu que então estimula os nativos e visitantes a
difícil, só tinha estrada até Portão”, lembra. o caminho era esse. Sempre que tinha conhecerem as suas peças, promovendo
algum show, lá estava ele com uma sacola desfiles. Manu voltou a produzir só roupas
Manu foi para a festa que teve uma lua de roupas para os artistas. Conquistou em algodão, confeccionando peças
cheia como anfitriã. Ele conta que, quando clientes como Rita Lee, Ney Matogrosso, Zé exclusivas com sua marca.
18
Manu expõe suas
peças no Centro
Comunitário de
Artesanato
Criações de Manu
fizeram sucesso
entre artistas
19
arembepe Movimento
Artístico
Palco da Cidade
Em Arembepe ocorreram duas seletivas e familiares para um dos artistas locais, essas coisas que trazem a cultura do lugar
do Projeto Palco da Cidade, realizado pelo Nelson Souza de Jesus, conhecido como para as pessoas. Geralmente as pessoas
Núcleo de Produção do Teatro Cidade do “Nelson Bala”, que interpretou uma música tendem a dar valor ao que é de fora,
Saber para revelar os talentos artísticos de Djavan. Ele chegou à semifinal. principalmente nos aspectos
de Camaçari. Um dos objetivos é dar culturais. Por isso, o meu objetivo
oportunidade a quem mora mais distante Já na segunda seletiva de Arembepe, no foi mostrar meu trabalho, minha
do centro da cidade e de equipamentos Loteamento Fonte das Águas, dois dos concepção de vida, sempre através
culturais, como a sede da Cidade do Saber. maiores destaques de toda a primeira da música”, revelou.
edição do Palco da Cidade, em 2009,
A primeira seletiva foi na Praça dos concorreram à classificação. Não só Já Josias Mercês dos Santos, integrante
Coqueiros, uma das mais animadas de alcançaram as semifinais, como também do Universo com Verso, grupo que
todo o período em que o Ponto Móvel da participaram da grande final no Teatro conquistou o terceiro lugar do projeto,
Cidade do Saber percorreu oito localidades Cidade do Saber. Foram eles o cantor e contextualiza a ação com as demandas da
para classificar finalistas, num verdadeiro compositor Alex Mikimba e o grupo cênico- localidade que representou. “Nós, artistas,
“festival de talentos”. O Ponto Móvel usa a musical Universo com Verso. precisamos sempre estar com a mão na
estrutura de um caminhão-baú adaptado massa e não ficar só no discurso. Para
para a oferta de serviços relacionados à Para Mikimba, o Palco da Cidade , “além Arembepe, especificamente, isso é muito
cultura e ao esporte, contando, inclusive, de abrir portas para a prata da casa, trouxe importante, porque aqui há muita cultura
com um minipalco. mais arte e cultura para a comunidade”. e precisamos de muito mais investimentos
Para ele essa foi uma grande oportunidade culturais. O Palco da Cidade enriqueceu e
E na Praça dos Coqueiros houve até de mostrar o trabalho. “Eu sempre quis abrilhantou a cultura local”, avaliou.
torcida organizada formada por amigos trabalhar com teatro, com música, com
20
Palco da Cidade
revela talentos
das comunidades
visitadas
21
arembepe Quem Conta
um Conto?
22
Outra
versão...
Por Jasson Winck, poeta, em Material de
Informações Turísticas de Arembepe.
23
arembepe Ação
Governamental
Revitalização de Arembepe
Uma nova Arembepe... É possível? de Arembepe foi desenvolvido Aldeia Hippie com quiosques e deck
Sim, em relação ao potencial turístico, pela Secretaria de Desenvolvimento em locais estratégicos, iluminação,
à qualidade de vida dos moradores, Urbano de Camaçari (Sedur), com paisagismo, divisão de passeio
ao aquecimento da economia local e a estimativa de investimentos de ecológico, limpeza e recuperação da
geração de emprego e renda. Mas os aproximadamente R$15 milhões. As vegetação nativa, pórtico de entrada,
elos serão mantidos e evidenciados com intervenções, iniciadas em 2010, têm vestiários do camping e rede de esgoto
a tradição, com a história, com as suas previsão de término em um ano e a interna. Estas serão as principais ações
características culturais. obra está dividida em sete trechos. para valorizar e evidenciar as belezas e
traços culturais do lugar.
Esta é a proposta da Prefeitura Construção do estande de apoio
Municipal de Camaçari para uma de ao turista, o alargamento do Tantas mudanças físicas serão somadas
suas mais famosas localidades, rumo calçadão, nova ciclovia, campo de às contribuições dos moradores, que,
à consolidação como um dos mais futebol revitalizado (com vestiários, com suas habilidades para criar e
importantes destinos turísticos da alambrados e nova iluminação), nova reinventar, reforçarão a posição de
Bahia. quadra poliesportiva, reurbanização Arembepe como lugar único, mágico,
das praças com iluminação cênica, que envolve e acolhe a todos que se
O projeto de revitalização urbanística deck de acesso à praia e barracas. aproximam!
24
Arembepe passa
por obras de
requalificação
urbana
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arembepe Espaço
Verde
Rivelino é
Seuexemplo de
responsabilidade
com o meio
natural
Ação Ecológica do
Coqueiro Solidário
Há mais de 13 anos, Rivelino Martins de Eles formaram o que chamam de corredor prol da preservação. Parte para a ação,
Souza preocupa-se com o patrimônio ecológico, plantando 500 mudas do campo contribuindo para equilibrar os impactos
natural de Arembepe. À frente da ONG de futebol à estrada que dá acesso à Aldeia ambientais de toda uma comunidade,
Coqueiro Solidário, junto com o seu sobrinho Hippie. “Além disso, a gente promove todo mesmo ciente de que resultados poderiam
Reginaldo, vem promovendo ações ecológicas ano o Movimento Arrastão Ecológico para ainda ser mais significativos, com o maior
significativas em Arembepe. limpeza de rios, praias e dunas, envolvendo envolvimento de outros cidadãos.
de 200 a 300 pessoas. Já achamos até
“A gente começou no dia 21 de abril de 1997. geladeira dentro do rio!”, conta Rivelino, que Também integrante de outro movimento,
Nossa preocupação era porque aqui, na Praça preocupa-se com a falta de consciência o SOS Rio Capivara, fundado pela
dos Coqueiros, só havia seis coqueiros velhos, das pessoas. “Alguns visitantes vêm união das organizações ambientais
centenários, gigantes. A proposta era fazer um e fazem churrasco no pé das árvores, de Arembepe, Rivelino alerta: “É
reflorestamento de coqueiros na praça, para queimam tudo, deixam lixo”. imprescindível a supervisão das
dar sentido ao nome”, explica. Eles começaram construções erguidas nas áreas próximas
com algumas mudas doadas pelo Sr. Antonio Segundo ele, a Prefeitura de Camaçari, a do Rio Capivara. Chamamos a atenção dos
Santa Rita, um dos fundadores da Chegança. Limpec, a empresa Millenium e a Camaçari órgãos competentes e da comunidade
“Ficamos sabendo que o Thierry, proprietário Ambiental são parceiras do projeto, que e instituições ambientais para coibirem
do Restaurante Mar Aberto, tinha 22 mudas retira toneladas de lixo de Arembepe em ações e estruturas que desequilibram
para doar”. setembro e janeiro. e ameaçam a paisagem natural do Rio.
Afinal, a área é protegida por lei e as
Plantaram 60 coqueiros. Depois não pararam Rivelino é exemplo do compromisso e da infrações contra essa APA constituem
mais, plantaram milhares de mudas, não só de relação positiva que o ser humano precisa crime ambiental regulamentado pela
coqueiros, mas de outras árvores nativas. estabelecer com o meio ambiente em Constituição Federal”.
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APA RIO CAPIVARA:
A APA Rio Capivara localiza-se no Distrito de
Abrantes, Camaçari. Foi criada pela necessidade de
conservação da área, devido ao potencial turístico e
pela presença de ricos ecossistemas: mangue, dunas,
rio, brejo, restinga, lagoa, mata secundária e praia.
A flora e a fauna são ambientes peculiares e frágeis,
protegidos por leis federais e estaduais.
Os atrativos naturais, aliados à localização com fácil
acesso, são elementos que propiciam a expansão
da ocupação urbana. Na APA, as agressões
mais frequentes referem-se às queimadas, aos
desmatamentos, à extração de areia e a
degradação dos mananciais hídricos.
Fonte: www.cra.ba.gov.br
27
arembepe Espaço
Verde
28
Projeto Tamar
Seu
protege
tartarugas
marinhas
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e s p e c i a l
arembepe Espaço
Verde
Contato:
Base Tamar
(71) 3624-1193
(71) 3624-1049
Na equipe que compõe o Projeto Tamar retorno dos animais adultos daqui a mais
em Arembepe estão os tartarugueiros, de duas décadas é um trabalho complexo,
também moradores locais. O tartarugueiro é que envolve a atuação de biólogos,
a pessoa que monitora a praia diariamente, estudantes, dos habitantes das localidades
começando por volta das 4h da manhã. do litoral e a conscientização dos turistas
“Dependendo da área, os ovos são e visitantes. O objetivo maior é amenizar
recolhidos ou deixados no próprio local os impactos e garantir que esse animal
de desova. Em áreas urbanas, como Itapuã pré-histórico torne-se, também, um ser do
e Jauá, essas desovas não permanecem futuro.
nos locais por conta das ameaças da ação
humana. Tem problema de fluxo de pessoas, A base de Arembepe é uma das mais
de iluminação artificial de trânsito”, explica. significativas áreas de reprodução do litoral
baiano. A importância do seu trabalho
Todas as desovas são marcadas por uma está, também, relacionada à preservação
“estaca” de cano, que recebe a identificação das tartarugas cabeçudas e de pente,
“Tamar – ICMBio” e um número que sendo a última uma das mais ameaçadas
possibilita o monitoramento desde o dia de extinção e com ocorrência regular na
do nascimento das tartaruguinhas. Quando região para formar ninhos e desovar.
elas nascem, criam vínculo com o lugar e,
quando as fêmeas completam entre 20 e 25 Para saber mais sobre o Projeto Tamar, as
anos, retornam ao local de nascimento pra tartarugas marinhas e ajudar a protegê-
desovar. las, torna-se imprescindível percorrer
um caminho que reúne aprendizado e
Proteger as áreas de desova das tartarugas, diversão: conhecer o Centro de Visitantes!
garantindo que se mantenham aptas para o
Acesse: www.projetotamar.org.br
30
SeuBase de
Arembepe
garante
monitoramento
das espécies
31
arembepe Sabor
da Terra
32
Moqueca de Passarinha
Receita de D. Miúda, por Rita Maria de Cássia
Seu
Dona Rita conta
segredinhos de
família
33
arembepe Gente
que Faz
34
Edgard cuida
da Comunidade
Alma Mirim
Contatos para
doações:
Edgard Greco
Junior
(71) 9967-6104
35
arembepe
Lá vem
História
36
Naufrágio em Arembepe. Uma lenda?
Fontes:
http://www.getwet.com.br
http://www.naufragiosdobrasil.com.br
http://www.naufragios.com.br
37
arembepe Dicas
Culturais
38
Festival da Aldeia Hippie
Anos 60 e 70. Aldeia Hippie, de Arembepe ganharam uma maior
Arembepe. Uma bela lua cheia, proporção entre o final da década de 70
realçada pela ausência de energia e início dos anos 80. Esta foi a semente
elétrica. Um violão, talvez mais... Não para o Festival da Aldeia Hippie.
demora muito, alguém aparece com
um chocalho, outro com um pandeiro, Assim, até hoje, todo ano, na primeira
até surge um bongô... E está montada lua cheia do mês de janeiro, os
a percussão. O círculo formado em moradores da aldeia e amigos realizam
torno de uma fogueira reforça o clima a festa. Em 2010 foi realizada a 25ª
de celebração. Festeja-se a natureza e a edição. Apesar da importância, falta
liberdade... patrocínio.
39
arembepe
Painel
Criativo
Ponto Móvel
O Ponto Móvel da Cidade do Saber ofereceu
uma série de atividades artísticas e esportivas
à comunidade de Arembepe, no período de
novembro de 2009 a fevereiro de 2010. O
resultado do estímulo à produção artística e à
prática esportiva envolveu cerca de 250 pessoas
durante três meses. Foram diversas oficinas,
como de futebol, pintura em tecido, criação
literária, musicalização, brinquedos e a realização
de brincadeiras. O resultado do trabalho pôde
ser verificado no encerramento deste ciclo de
atividades, realizado no Teatro Cidade do Saber,
no dia 22 de março de 2010.
40
Trabalhos
realizados pelos
alunos das
oficinas do Ponto
Móvel
41
arembepe Expediente
Lazer CIDADE DO SABER
Caça-palavras
COORDENAÇÃO DO PROJETO
REALIZAÇÃO
AG Editora
Diretora executiva: Ana Lúcia Martins
Executiva de projetos: Júlia Spínola
Edição: Ana Cristina Barreto
Fotos: Paulo Macedo
Resposta: Robalo, Pinaúna, Piruí, Xixarro, Caratinguí e Capivara
Agradecimentos:
ASCOM - Prefeitura Municipal de Camaçari
Fotos: Carol Garcia
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Arembepe
Executor do Projeto