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RESUMO
O Estado, enquanto pessoa jurídica de Direito Público, é formado por uma estrutura extremamente
complexa, não apenas em razão dos diversos entes centralizados ou descentralizados que com ele se
relacionam, mas sobretudo em função da multiplicidade de agentes que realizam inúmeros atos sob a
“aura” de uma função estatal. Se a percepção divina dos soberanos guarda suas raízes normativas
nos Estados Absolutistas, tal noção ainda paira sobre a sociedade contemporânea, como um tabu a
ser enfrentado. O presente estudo realizará um panorama sobre a evolução histórica da
responsabilidade civil, partindo da tese da irresponsabilidade absoluta, discorrendo sobre as teses
pautadas no Direito Civil, chegando à fase Publicista, com a teoria da culpa administrativa, seguida
pela Teoria Objetiva, com a análise das subdivisões relacionadas à Teoria do Risco. Tais teorias
serão transferidas à realidade brasileira através do estudo das suas variações, especificidades,
excludentes e regramentos. Por fim serão abordados os temas da improbidade administrativa e do
controle social, ferramentais que também propiciam a concretização de uma boa Administração
Pública, responsável por seus atos, ciente de suas responsabilidades e adstrita aos ônus que as
normas jurídicas do Estado Moderno lhe impõe.
1) ATOS ADMINISTRATIVOS
*
Advogada atuante. Especialista em Direito Administrativo. Especialização em Direito Civil em curso.
2
1
BANDEIRA DE MELLO, 2013. p. 389.
2
BACELLAR FILHO, 2009. p. 39.
3
BACELLAR FILHO, 2009. p. 39.
4
BANDEIRA DE MELLO, 2013. p. 389.
3
5
BACELLAR FILHO, 2009. p. 42.
4
6
BACELLAR FILHO, 2009. p. 42 passim.
5
Ayres Britto elucida que a função é atividade típica do órgão, a justificativa para que
ele exista e atue na esfera pública, enquanto as competências são o instrumental
para concretizar a atividade-fim daquela função, os meios garantidores de uma
finalidade específica8.
Hely Lopes Meirelles posiciona-se de modo a afirmar que atos discricionários
propriamente ditos não existem, mas tão somente, a existência de um poder
discricionário que a Administração manifesta por meio de seus atos volitivos,
atuando à sua maneira e nas condições que repute mais convenientes ao interesse
público9. Partidário da mesma interpretação, Celso Antônio Bandeira de Mello
assevera que o ato administrativo em si não será discricionário ou vinculado, mas
somente a apreciação realizada pela autoridade responsável quanto aos elementos
alteráveis e a relação deste ato com a amplitude do universo jurídico 10.
A principal armadilha que permeia a atuação discricionária diz respeito aos
seus limites. Maria Sylvia Zanella Di Pietro explica que:
O poder da Administração é discricionário, porque a adoção de uma ou
outra solução é feita segundo critérios de oportunidade, conveniência,
justiça, equidade, próprios da autoridade, porque não definidos pelo
legislador. Mesmo aí, entretanto, o poder de ação administrativa, embora
discricionário, não é totalmente livre, porque, sob alguns aspectos, em
especial a competência, a forma e finalidade, a lei impõe limitações. Daí por
que se diz que a discricionariedade implica liberdade de atuação nos limites
traçados pela lei; se a Administração ultrapassa esses limites, a sua decisão
11
passa a ser arbitrária, ou seja, contrária à lei .
7
BANDEIRA DE MELLO, 2013. p. 978.
8
BRITTO, 2001. passim.
9
MEIRELLES, 2007. p. 169.
10
BANDEIRA DE MELLO, 2013. p. 999.
11
DI PIETRO, 2009. p. 212.
12
MORAES, 2002. p. 132.
6
13
MEIRELLES, 2007. p. 169 et. seq.
14
MEIRELLES, 2007. p. 171.
15
BANDEIRA DE MELLO, 2013. p. 974.
7
16
BANDEIRA DE MELLO, 2013. p. 951.
17
BANDEIRA DE MELLO, 2013. p. 952.
18
DI PIETRO, 2009. p. 218.
8
19
BANDEIRA DE MELLO, 2013. p. 953.
20
Cf. Art. 1º mencionado: “Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público,
servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao
patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra
com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta
lei”.
9
21
STOCO, 2007. p. 114.
22
“Esta noção é, hoje, curial no Direito Público. Todos os povos, todas as legislações, doutrina e
jurisprudência universais, reconhecem, em consenso pacífico, o dever estatal de ressarcir as vítimas
de seus comportamentos danosos. Estados Unidos e Inglaterra, últimos refratários à tese, acabariam
por assumi-la em 1946 e 1947, respectivamente, embora sem a extensão que seria de desejar, posto
que ainda apresenta caracteres algo restritivos”. In: BANDEIRA DE MELLO, 2013. p. 1009.
23
“Essa responsabilidade não se confunde com a responsabilidade civil contratual do Estado, que
deve ser analisada pela óptica dos contratos administrativos”. In: MORAES, 2002. p. 230.
10
24
MAZZA, 2013. p. 317.
25
CAVALIERI FILHO, 2014. p. 333.
26
BACELLAR FILHO, 2009. p. 2.
11
que detinham”27, fundamento este que justificava a sentença: the king can do no
wrong 28.
Com a Revolução Francesa em 1789 as monarquias absolutistas deram lugar
ao sistema de tripartição de poderes do Estado, fator que estimulou de
sobremaneira o estudo de outros ramos do direito, como as áreas constitucional e
administrativa, construindo o chamado Estado de Direito, pautado pelo princípio da
legalidade. Surge, neste ínterim, a necessidade de prescrever competências e
limitações aos novos poderes emergentes, bem como atuar “reconhecendo os
direitos dos particulares em face de atos da Administração e viabilizando os
institutos processuais respectivos” 29.
A priori, é preciso compreender as diferenças conceituais que envolvem os
termos indenização e ressarcimento, dentro da esfera das atividades
administrativas:
- indenização é o pagamento decorrente de uma atividade legítima do Estado.
É o dano causado “em razão do sacrifício de direitos particulares, mas por força do
exercício de uma faculdade concedida em lei ao Poder Público” 30, como na
desapropriação, tombamento, requisição, servidão, execução compulsória de
medidas sanitárias, dentre outras determinações lícitas. É uma obrigação que
converte os interesses privados sacrificados em indenização patrimonial. Nas
palavras de Celso Antônio Bandeira de Mello, “não há responsabilidade,
propriamente dita, quando o Estado debilita, enfraquece, sacrifica um direito de
outrem, ao exercitar um poder que a ordem jurídica lhe confere, autorizando-o a
praticar um ato cujo conteúdo jurídico intrínseco consiste precisa e exatamente em
ingressar na esfera alheia para incidir sobre o direito de alguém”31.
- ressarcimento condiz com a responsabilidade nos casos de danos
provocados pela atividade ilegítima do Estado, “a qual ocorre quando alguém sofre
em proveito alheio uma diminuição nos seus bens jurídicos, sem que exista na
origem do prejuízo qualquer ato contrário ao direito”32.
27
BACELLAR FILHO, 2009. p. 1.
28
Tradução livre: “O Rei nunca erra”.
29
BACELLAR FILHO, 2009. p. 1.
30
CAHALI, 2014. p. 11.
31
BANDEIRA DE MELLO, 2013. p. 1011.
32
CAHALI, 2014. p. 12.
12
33
“Maria Sylvia Zanella Di Pietro critica, com razão, esta última expressão, já que a Administração
Pública não tem personalidade jurídica, não é titular de direitos e obrigações na ordem civil. A
capacidade é do Estado e das pessoas jurídicas públicas ou privadas que o representam no exercício
de parcela das atribuições estatais”. In: DI PIETRO, 1994. apud: CAVALIERI FILHO, 2014. p. 282-
283.
34
BANDEIRA DE MELLO, 2013. p. 1013.
13
35
BACELLAR FILHO, 2009. p. 132.
36
CAVALIERI FILHO, 2014. p. 283.
37
BANDEIRA DE MELLO, 2013. p. 1018.
14
38
CAHALI, 2014. p. 18.
39
BANDEIRA DE MELLO, 2013. p. 1017.
40
Enquadram-se nessa teoria, conforme critérios distintos de variados autores, a: “Teoria da Culpa
Civil” para Romeu Felipe Bacellar Filho, “Teoria Subjetiva” em Alexandre Mazza, “Teoria Divisionista”
e “Culpa Civilística” na doutrina da Yussef Said Cahali.
15
41
CAHALI, 2014. p. 20.
42
CAHALI, 2014. p. 20.
43
BACELLAR FILHO, 2009. p. 133.
16
44
BACELLAR FILHO, 2009. p. 133.
45
Arrêt Blanco du Tribunal des Conflits sur Légifrance. Disponível em: <www.legifrance.gouv.fr>.
17
46
FIGUEIREDO, 2013.
47
BANDEIRA DE MELLO, 2013. p. 1018.
48
Muitos autores, como Yussef Said Cahali e Romeu Felipe Bacellar Filho, consideram as Teorias
Publicistas como terceira e última fase desse desenvolvimento histórico. As Teorias da Culpa
18
Administrativa, do Risco Integral e do Risco Administrativo são analisadas como espectros do mesmo
prisma Publicista. Todavia, por uma questão meramente metodológica, utiliza-se neste artigo a
classificação de Alexandre de Moraes, acatando uma quarta fase evolutiva vista no item 2.4.
49
MORAES, 2002. p. 231.
19
50
CAVALIERI FILHO, 2014. p. 286.
51
“Pela teoria do órgão (ou organicista), idealizada por Otto Gierke, o Estado é concebido como um
organismo vivo, integrado por um conjunto de órgãos que realizam as suas funções. Organismo
traduz-se num conjunto de partes, às quais correspondem outras tantas funções que, combinadas,
servem a manter o todo; mas cada uma das partes, separadamente, não tem função alguma, não
desempenha nenhum fim fora do organismo em que se integra”. In: CAVALIERI FILHO, 2014. p. 284.
52
BANDEIRA DE MELLO, 2005, apud: CAVALIERI FILHO, 2014. p. 286.
20
53
MAZZA, 2013. p. 321.
54
CAVALIERI FILHO, 2014. p. 286.
21
55
BACELLAR FILHO, 2009. p. 134.
56
SERRANO JÚNIOR, apud: BACELLAR FILHO, 2009. p.134.
57
Existem diversos autores que não reconhecem esta subdivisão e consideram que a Teoria do
Risco Integral e a Teoria do Risco Administrativo são apenas opções semânticas, sem diversidade de
conteúdo.
58
CAVALIERI FILHO, 2014. p. 288.
22
posto que estaria impedido de invocar as causas de exclusão do nexo causal, o que,
a toda evidência, conduziria ao abuso e à iniquidade”59.
59
CAVALIERI FILHO, 2014. p. 288.
60
CAVALIERI FILHO, 2014. p. 288.
61
Como, por exemplo, os já mencionados Celso Antônio Bandeira de Mello e Sérgio Cavalieri Filho.
Há autores, entretanto, que consideram as Constituições brasileiras de 1824 e 1891, como
representantes da teoria da irresponsabilidade estatal (como Romeu Felipe Bacellar Filho, 2009, p.
134.
23
Decreto 1.663,
de 30.1.1894, art.
Responsabilidade
552
Concernentes à indenização por prejuízos solidária entre o Estado
e decorrentes da colocação de linhas telegráficas. e o funcionário público.
Decreto 4.053,
de 24.6.1891, art.
53865
Art 82 - Os funcionários públicos são estritamente
Constituição responsáveis pelos abusos e omissões em que Repetiu os mesmos
incorrerem no exercício de seus cargos, assim como fundamentos da
Republicana de
pela indulgência ou negligência em não Constituição Imperial de
1891 responsabilizarem efetivamente os seus subalternos. 1824.
62
BANDEIRA DE MELLO, 2013. p. 1042.
63
CAVALIERI FILHO, 2014. p. 289.
64
BANDEIRA DE MELLO, 2013. p. 1043.
65
BANDEIRA DE MELLO, 2013. p. 1043.
24
Decreto 1.692A
de 10.4.1894 art.
8º Responsabilidade
Cuidam da responsabilidade da União ligada aos
solidária entre o Estado
e serviços de Correio, e muitos outros.
e o funcionário público.
Decreto 2.230 de
10.2.1896, art.
6º66
Definiu a “competência
do Judiciário para
julgamento das
questões oriundas de
Art. 13. Os juizes e tribunaes federaes processarão compensações,
Lei Federal 221, e julgarão as causas que se fundarem na lesão de reivindicações,
de 20.11.1894 direitos individuaes por actos ou decisão das indenizações de
autoridades administrativas da União. (sic.) prejuízos ou quaisquer
outras propostas pela
União contra
particulares e vice-
67
versa” .
66
BANDEIRA DE MELLO, 2013. p. 1043.
67
BANDEIRA DE MELLO, 2013. p. 1043.
25
68
“Ainda na vigência do art. 15 do Código Civil de 1916, alguns autores, valendo-se da já
mencionada ambiguidade da sua redação, começaram a sustentar a tese da responsabilidade
objetiva do Estado, inspirados nas ideias que prevaleciam na França e em outros países europeus.
Destacam-se, nesse período, os nomes de Rui Barbosa, Pedro Lessa, Amaro Cavalcante e outros.
Em luminosos votos, proferidos no Supremo Tribunal Federal, os Mins. Orozimbo Nonato e Filadelfo
Azevedo esboçaram nitidamente o alcance da teoria do risco administrativo. De onde se conclui que,
também entre nós, a responsabilidade objetiva do Estado chegou primeiro à jurisprudência, para
depois se transformar em texto legal”. In: CAVALIERI FILHO, 2014. p. 289.
69
MAZZA, 2013. p. 322.
26
70
BACELLAR FILHO, 2009. p. 135.
71
Adiante serão elencadas as exceções que comportam aplicação da Teoria do Risco Integral e da
Teoria da Responsabilidade Subjetiva dentro da jurisdição brasileira.
28
72
MAZZA, 2013. p. 325.
73
MORAES, 2002. p. 234.
29
74
BANDEIRA DE MELLO, 2013. p. 1023.
30
como o Direito constrói a realidade (jurídica) ‘pessoa jurídica’, também constrói para
ela as realidades (jurídicas) ‘vontade’ e ‘ação’, imputando o querer e o agir dos
agentes à pessoa do Estado”76. Trata-se, destarte, de uma imputação direta, uma
relação orgânica que transmuta o Estado e seus agentes em uma unidade
indissociável.
Conforme anteriormente exposto a Constituição vigente atribui
responsabilidade civil tanto para pessoas jurídicas de direito público, quanto para as
pessoas jurídicas de direito privado que prestem serviços públicos. Quem irá suscitar
o evento indenizável no plano concreto serão os agentes públicos destas
instituições, desde que estejam no exercício de suas funções.
Vislumbrando as pessoas jurídicas de direito público, tem-se uma grande
amplitude quando se pretende numerar os agentes responsáveis: “os agentes
políticos (entre outros, magistrados e parlamentares), agentes administrativos
(servidores e empregados públicos) ou particulares em colaboração com o Poder
Público, sem interessar o título sob o qual prestam serviços” 77, independente de
remuneração, posição ou influência.
Tais agentes públicos precisam, conforme exigência constitucional, estar
agindo nessa qualidade no momento em que sua ação/omissão gerar dano à
terceiro. Não se trata de dolo ou culpa, visto a natureza objetiva da responsabilidade
aqui discutida, mas sim à conjuntura do ato danoso. O agente deve estar atuando
em nome do Estado, valendo-se das prerrogativas intrínsecas àquela função,
mesmo que, eventualmente, ele não esteja em seu local ou horário de trabalho.
Basta para a jurisprudência mais moderna que a função esteja explícita através do
uso coercitivo do crachá, uniforme ou insígnia. Em síntese: o ato só pôde ser
materializado em razão do sujeito ser agente público.
Amaro Cavalcanti enumera as possibilidades do agente agir na qualidade da
sua função: “1) quando pratica o ato no exercício das suas funções e dentro dos
limites da sua competência; 2) quando pratica o ato, mesmo com excesso de poder,
mas revestido da autoridade do cargo, ou servindo-se dos meios deste, isto é, meios
75
BANDEIRA DE MELLO, 2013. p. 1023.
76
BANDEIRA DE MELLO, 2013. p. 1024.
77
BACELLAR FILHO, 2009. p. 136.
31
78
CAVALCANTI, 1957. Apud: CAHALI, 2014. p. 81.
79
BACELLAR FILHO, 2009. p. 136.
80
BANDEIRA DE MELLO, 2013. p. 1025.
81
CAVALIERI FILHO, 2014. p. 306.
32
Art. 47. O servidor em débito com o erário, que for demitido, exonerado ou
que tiver sua aposentadoria ou disponibilidade cassada, terá o prazo de
sessenta dias para quitar o débito. (Redação dada pela Medida Provisória
nº 2.225-45, de 4.9.2001)
Parágrafo único. A não quitação do débito no prazo previsto implicará sua
inscrição em dívida ativa. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-
45, de 4.9.2001)
82
Lei n. 8.987/95. Art. 25: Incumbe à concessionária a execução do serviço concedido, cabendo-lhe
responder por todos os prejuízos causados ao poder concedente, aos usuários ou a terceiros, sem
que a fiscalização exercida pelo órgão competente exclua ou atenue essa responsabilidade.
83
TEPEDINO, 1999. apud: CAVALIERI FILHO, 2014. p. 306.
33
84
Para fins de organização do presente trabalho, tal classificação seguirá os conceitos expostos por
Celso Antônio Bandeira de Mello (ob. cit.). Em casos de discrepâncias com demais autores, quando
relevantes ao debate proposto, estas serão devidamente apontadas ao longo do desenvolvimento
deste tópico.
34
85
Excerto da decisão: “Tratando-se de ato omissivo do poder público, a responsabilidade civil por tal
ato é subjetiva, pelo que exige dolo ou culpa, numa de suas três vertentes, negligência, imperícia ou
imprudência, não sendo, entretanto, necessário individualizá-la, dado que pode ser atribuída ao
serviço público, de forma genérica, a faute de service dos franceses”.
86
BANDEIRA DE MELLO, 2013. p. 1029.
87
“[...] não ser correto dizer, sempre, que toda hipótese de dano proveniente de omissão estatal será
encarada, inevitavelmente, pelo ângulo subjetivo. Assim o será quando se tratar de omissão genérica.
Não quando houver omissão específica, pois aí há dever individualizado de agir”, In: CASTRO, 1997,
apud: CAVALIERI FILHO, 2014. p. 297.
88
CAVALIERI FILHO, 2014. p. 298.
35
89
CAVALIERI FILHO, 2014. p. 298.
90
BANDEIRA DE MELLO, 2013. p. 1030.
36
aplica-se a responsabilidade do Estado. Por outro lado, caso fique comprovado que
o serviço foi realizado de modo diligente, o simples fato da natureza, por mais
destrutivo que se apresente, não ensejará a indenização.
A maior questão é: como comprovar este fator subjetivo?
Diante da inviabilidade técnica do lesado comprovar a falta do serviço, nos
casos decorrentes de omissão ilícita aplica-se a presunção juris tantum, com a
inversão do ônus da prova. “Sem embargo, se a entidade pública provar que sua
omissão – propiciatória do dano – não decorreu de negligência, imprudência ou
imperícia (hipóteses de culpa) ou de dolo, ficará excluída a responsabilidade”91.
91
BANDEIRA DE MELLO, 2013. p. 1033.
92
BANDEIRA DE MELLO, 2013. p. 1034.
93
MAZZA, 2013. p. 333.
37
94
Tal posição é a defendida por diversos autores, como Alexandre Mazza e Celso Antônio Bandeira
de Mello, entretanto o STJ já decidiu no sentido de manter a responsabilidade objetiva em casos de
suicídios por considerar que o dever de proteção do Estado é estendido, inclusive, aos atos que os
presidiários pratiquem contra a própria vida.
95
BANDEIRA DE MELLO, 2013. p. 1035.
38
96
FURTADO, apud: MAZZA, 2013. p. 332.
39
97
CAVALIERI FILHO, 2014. p. 317 passim.
40
98
MAZZA, 2013. p. 327 passim.
41
O administrado lesado possui duas vias para pleitear sua indenização: (a)
administrativa, realizando o pedido de ressarcimento junto à “autoridade
competente, que instaurará o processo administrativo para apuração da
99
CAVALIERI FILHO, 2014. p. 294.
100
BANDEIRA DE MELLO, 2013. p. 1040.
42
101
MAZZA, 2013. p. 333.
102
CAHALI, 2014. p. 138.
103
STJ, RT 845/213 apud: CAHALI, 2014. p. 139.
43
104
Celso Antônio Bandeira de Mello (ob. cit. p. 1061) denomina este dispositivo como “Emenda do
Calote”, nome popularmente utilizado.
105
“Ressalve-se que o regime de precatório a que se acaba de fazer referência não se aplica aos
pagamentos de obrigações definidas em lei como de “pequeno valor” que as Fazendas referidas
devam efetuar em virtude de sentença judicial transitada em julgado”. In: BANDEIRA DE MELLO,
2013. p. 1062.
44
que valor dos precatórios for superior ao valor total destes recursos
vinculados; ou
b) Pela adoção do regime especial pelo prazo de até 15 anos, caso em que
o percentual a ser depositado na conta especial supra referida
corresponderá, anualmente, ao saldo total dos precatórios devidos,
acrescidos do índice oficial de remuneração básica de caderneta de
poupança e de juros simples.
Ao final dos prazos referidos volta a vigorar exclusivamente o art. 100 da
Constituição.
Pelo menos 50% dos recursos aludidos serão utilizados para pagamento de
precatórios em ordem cronológica de apresentação, respeitadas a
preferência para os débitos de natureza alimentícia em relação aos
requisitórios de mesmo ano e para os requisitórios de todos os anos a
preferência será dada para os débitos de natureza alimentícia cujos titulares
tenham 60 anos ou mais ou sejam portadores de moléstia grave assim
qualificada em lei. Os valores remanescentes serão utilizados para
pagamento de débitos por outras formas previstas ali mesmo nas
Disposições Transitórias.
106
MAZZA, 2013. p. 335.
107
“Entretanto, quando se trata de dano causado por agente ligado a empresas públicas, sociedades
de economia mista, fundações governamentais, concessionários e permissionários, isto é, para
pessoas jurídicas de direito privado, o prazo é de três anos (art. 206, § 3º, V, do CC) contados do
trânsito em julgado da decisão condenatória”. In: MAZZA, 2013. p. 335.
45
108
BACELLAR FILHO, 2009. p. 137.
46
109
MORAES, 2002. p. 237.
110
Algumas exceções devem ser citadas para não incorrer em generalizações excessivas. Como
exemplo, a Lei 8.112, de 11.12.1990, que dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos da
União, Autarquias e Fundações Públicas Federais, veda a possibilidade da denunciação da lide
quando determina em seu art. 122,§ 2º que: “Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato
omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.
o
§ 2 Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o servidor perante a Fazenda Pública, em
ação regressiva”.
47
(b) O direito lesado deve ser certo, ainda que futuro, incluindo o que se
perdeu e o que se deixou de ganhar em razão do dano, “ou seja, deverá
ser indenizada nos danos emergentes e nos lucros cessantes, bem como
honorários advocatícios, correção monetária e juros de mora, se houver
atraso no pagamento”112.
Por sua vez, quando decorrente de um ato administrativo lícito, além do dano
a um direito certo, são também exigíveis mais duas situações concomitantes:
(c) Deve ser um dano anormal, que fuja do “absolutamente incondizente
com a atuação do Estado ou das pessoas que o representam na
prestação de serviços públicos”113, é algo que vai além do mero
aborrecimento em razão, por exemplo, de uma obra pública.
(d) O segundo requisito é a especialidade. Deve atingir a um indivíduo ou
grupo específicos, não podendo recair de modo genérico sobre toda a
111
BANDEIRA DE MELLO, 2013. p. 1036.
112
MORAES, 2002. p. 235.
113
BACELLAR FILHO, 2009. p. 135.
48
114
BACELLAR FILHO, 2009. p. 9.
49
115
BACELLAR FILHO, 2009. p. 10.
116
Pode-se explicar a questão da pessoa jurídica governamental citando, v.g., que o Município detém
personalidade jurídica de Direito Público, e realiza suas funções, por exemplo, através da Prefeitura,
um ente despersonalizado responsável por colocar em prática as diretrizes municipais.
50
117
Não é o objetivo deste trabalho realizar uma análise aprofundada da organização administrativa
brasileira, bastando por hora a percepção de que existe debate doutrinário sobre o assunto. Para
aperfeiçoamento no tema sugere-se a leitura do capítulo III – A Organização Administrativa, na obra
Curso de Direito Administrativo, de Celso Antônio Bandeira de Mello. Editora Malheiros.
118
BANDEIRA DE MELLO, 2013. p. 156.
51
5.1.2 Autarquias
119
BANDEIRA DE MELLO, 2013. p. 159.
120
BACELLAR FILHO, 2009. p. 10.
52
121
CAVALCANTI, “Parecer” RDA 59/333, apud: CAHALI, 2014. p. 98.
122
BANDEIRA DE MELLO, 2013. p. 169.
123
BANDEIRA DE MELLO, 2013. p. 170.
53
Para Yussef Said Cahali o entendimento de que a Fundação Pública deve ser
dotada de personalidade jurídica de direito privado tende a prevalecer, inclusive da
jurisprudência, de forma que se torna necessário o exame da atividade que lhe foi
cometida pelo Estado, como finalidade de sua instituição125: se o dano foi causado
por um serviço público, a responsabilidade há de ser objetiva, em outras hipóteses a
responsabilidade a incidir sobre o caso será a pautada no Código Civil (subjetiva).
Celso Antônio Bandeira de Mello é taxativo quando determina ser
“absolutamente incorreta a afirmação normativa de que as fundações públicas são
124
BACELLAR FILHO, 2009. p. 19.
125
CAHALI, 2014. p. 106.
54
126
BANDEIRA DE MELLO, 2013. p. 188.
55
Pode prestar serviços públicos, ocasião na qual estará submetendo seus atos
ao regime e responsabilidade do Direito Público, ou explorar atividade econômica,
nos termos do art. 173 da Constituição Federal: “Art. 173. Ressalvados os casos
previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo
Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional
ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei”.
Quando estiverem explorando atividade econômica seus contratos possuirão
natureza privada, não sendo regidos, via de regra, pelas normas dos contratos
administrativos. Entretanto, conforme as circunstâncias do caso concreto, admitem-
se exceções nas quais a Empresa Pública poderá responder objetivamente.
127
MEIRELLES, apud: CAHALI, 2014. p. 86-87.
56
128
MEIRELLES, 1978, apud: CAHALI, 2014. p. 105.
57
129
BACELLAR FILHO, 2009. p. 20.
130
CAVALIERI FILHO, 2014. p. 333.
131
De acordo com os conceitos extraídos de CAVALIERI FILHO, 2014. p. 336 et. seq.
58
6.1 Licitações
132
Cf. Constituição Federal de 1988: “Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei,
diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de
serviços públicos”.
133
BANDEIRA DE MELLO, 2013. p. 621.
134
CAHALI, 2014. p. 397.
135
BANDEIRA DE MELLO, 2013. p. 621.
60
136
GARRI, apud: CAHALI, 2014. p. 105.
137
BANDEIRA DE MELLO, 2013. p. 773.
61
138
BANDEIRA DE MELLO, 2013. p. 772.
139
Cf. RE 262.651/SP.
140
Cf. RE 591.874/MS.
141
MAZZA, 2013. p. 337.
62
142
CAHALI, 2014. p. 126.
64
6.5 Convênios
143
MEIRELLES, 2004, apud: Parecer nº 03 – Advocacia Geral da União, Processo nº
00407.001856/2013-52.
65
144
BANDEIRA DE MELLO, 2013. p. 680.
66
145
“Convém ressalvar que, nos casos de atos administrativos praticados por órgãos do Poder
Legislativo e Judiciário no exercício de função atípica, havendo dano, a responsabilidade é objetiva”.
In: MAZZA, 2013. p. 338.
146
“Por erro judiciário deve ser entendido o ato jurisdicional equivocado e gravoso a alguém, tanto na
órbita penal como civil; ato emanado da atuação do juiz (decisão judicial) no exercício da função
jurisdicional. Sustenta o Professor Cotrim Neto que essa cláusula tem aplicação em todos os campos
em que o indivíduo possa ser condenado: no juízo criminal como no cível, no trabalhista ou no militar
e até no eleitoral – enfim, onde quer que o Estado, mesmo através do Ministério Público, tenha sido
provocador da condenação”. In: CAVALIERI FILHO, 2014. p. 323.
67
147
CAVALIERI FILHO, 2014. p. 307.
68
148
CAVALIERI FILHO, 2014. p. 312.
149
MEIRELLES, apud: CAVALIERI FILHO, 2014. p. 313.
150
CAVALIERI FILHO, 2014. p. 313.
69
teórica, estará sempre determinada pela Constituição Federal (art. 37, § 6º), sendo
cabível a responsabilidade solidária com o dono da obra e o seu construtor,
independente da presença de culpa151.
- uso de algemas
De acordo com a Súmula Vinculante nº 11, o Supremo Tribunal Federal
pacificou a questão relativa ao uso de algemas:
Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio
de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do
preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena
de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e
de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da
responsabilidade civil do Estado.
151
Conforme julgamento pelo STF, RE 84.328.
152
Código Civil de 2002. Art. 932. “São também responsáveis pela reparação civil: IV - os donos de
hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de
educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos”.
70
- Superlotação presídio
O teor do informativo nº 784 do Supremo Tribunal Federal marcou o
entendimento sobre as indenizações decorrentes de superlotação carcerária,
priorizando o que se convencionou chamar de ressarcimento in natura:
153
CAHALI, 2014. p. 242.
72
- bala perdida
Duas são as hipóteses cabíveis: (a) se a vítima foi atingida por disparo de
arma de fogo durante a atividade policial, como a troca de tiros entre policiais e
bandidos, não importará o questionamento acerca de qual arma houve o disparo
fatal, o Estado sempre será instado a indenizar a vítima; (b) sendo uma bala perdida
totalmente desvinculada à atividade Estatal, se tratará de infortúnio não indenizável.
- leis inconstitucionais
Alexandre Mazza explica que no caso de normas inconstitucionais algumas
características devem ser verificadas155:
(a) O Supremo Tribunal Federal admitiu no julgamento do RE 153.464 que
leis inconstitucionais são passíveis de indenização, desde que a vítima
demonstre o prejuízo anormal e especial, além da apresentação de
declaração formal de inconstitucionalidade emitida pelo próprio STF;
(b) O mesmo vale para os atos regulamentares e normativos ilegais ou
inconstitucionais expedidos pelo Poder Executivo, todavia, admite
exceções;
(c) Leis de efeitos concretos dirigidas a um destinatário determinado
independem de declaração de inconstitucionalidade, bastando apenas a
comprovação do prejuízo que enseje a responsabilidade estatal.
154
CAHALI, 2014. p. 245.
155
MAZZA, 2013. p. 338.
73
8) IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
156
MAZZA, 2013. p. 541.
74
157
MAZZA, 2013. p. 542.
158
CANOTILHO, 1991. p. 510.
159
ROCHA, 1999. p. 5.
160
CARVALHO, 2006. p. 478-479.
161
Alguns autores, como por exemplo Paulo Bonavides, preferem usar a expressão "dimensão", pois
consideram que o termo "geração" expressa sucessão, transitoriedade e exclusão; enquanto o que
ocorre com os direitos fundamentais são garantias concomitantes, sobrepostas.
162
FERRAZ, 2006. p. 39.
75
A sua instituição efetiva no Direito Brasileiro ocorreu, de fato, pela Lei 191,
de 16/01/1936, e, apesar de não constar na Constituição de 10/11/1937, foi
mantido pelo Decreto-lei 6, de 16/11/1937 [...] diretamente ligada ao
princípio da moralidade administrativa.
[...] A ação popular já estava prevista na Constituição do Império, de 1824,
mas nessa época ela possuía caráter penal e com função diversa da atual.
Já na Constituição de 1934, no inciso XXXVIII do art. 113, tal ação passou a
ter contornos semelhantes aos atuais. A Constituição de 1937, proveniente
de período ditatorial, não tratou da ação popular, porém a Constituição de
1946, no § 38 do art. 141, previu-a novamente.
Estudando a ação popular sob vigência da Constituição de 1946, Seabra
Fagundes passou a sustentar que, embora não houvesse menção expressa
a respeito da moralidade administrativa no texto constitucional, ainda assim
era cabível.
[...] regulamentação da Lei 4.717 (Lei da Ação Popular), de 29/06/1965, que
foi recepcionada pela Constituição de 19767, a qual dispõe sobre a ação
popular no §31 do art. 150. Essa lei, segundo Giacomuzzi, "inclui
tacitamente entre nós, o controle da moralidade administrativa. Só não
163
Art. 37 – “A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência [...]”.
164
FERRAZ, 2006. p. 40.
165
FERRAZ, 2006. p. 41.
76
166
FERRAZ, 2006. p. 42 et seq.
167
FERRAZ, 2006. p. 42.
168
ROCHA, 2006. p. 45.
169
DI PIETRO, 2009. p. 75 et seq.
170
DI PIETRO, 2006. p. 52.
77
171
CARDOSO, 2012. p.90.
172
RE 892.818/RS.
173
MAZZA, 2013. p. 544.
78
Art. 12. II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos
bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta
circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de
cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do
dano e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por
intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de
cinco anos;
I) Os sujeitos citados no caput deste artigo serão aqueles cujos atos lesivos
reportarão à amplitude sancionatória prevista no art. 12, seja nos casos de
174
MAZZA, 2013. p. 545.
82
II) Por sua vez, os sujeitos citados no parágrafo único deste artigo
demandam, para enquadramento na Improbidade, bem como, para sujeição às
penalidades previstas, que o dano tenha sido contra o patrimônio desta entidade,
não bastando mero enriquecimento ilícito ou ofensa a princípio. A limitação da
sanção patrimonial, por sua vez, estará condicionada à repercussão do ilícito sobre
a contribuição dos cofres públicos.
175
MAZZA, 2013. p. 545.
83
Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que,
mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato
de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.
o
§ 7 Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará
a notificação do requerido, para oferecer manifestação por escrito, que
poderá ser instruída com documentos e justificações, dentro do prazo de
quinze dias. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001)
o
§ 8 Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta dias, em decisão
fundamentada, rejeitará a ação, se convencido da inexistência do ato de
improbidade, da improcedência da ação ou da inadequação da via eleita.
(Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001)
o
§ 9 Recebida a petição inicial, será o réu citado para apresentar
contestação. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001)
176
MAZZA, 2013. p. 556.
85
177
MAZZA, 2013. p. 683.
178
JUSTEN FILHO, 2009. p. 981.
86
179
MEDAUAR, 2006. p. 375.
180
MEDAUAR, 2006. p. 375.
181
MEDAUAR, 2006. p. 376 et seq..
182
MEDAUAR, 2006. p. 377.
183
MEDAUAR, 2006. p. 376.
87
C) quanto ao momento184
c.1) Controle prévio: antes dos resultados da medida ou decisão;
c.2) Controle concomitante: durante a realização do ato;
c.3) Controle sucessivo: a posteriori.
D) quanto à amplitude185
d.1) Controle do ato: específico;
d.2) Controle da atividade: conjunto de atuações.
184
MEDAUAR, 2006. p. 377.
185
MEDAUAR, 2006. p. 377.
186
MEDAUAR, 2006. p. 377 et seq..
88
187
MEDAUAR, 2006. p. 387.
188
MEDAUAR, 2006. p. 389.
189
MEDAUAR, 2006. p. 391.
190
MEDAUAR, 2006. p. 391.
89
191
GOMES, 2011. p. 82.
192
GOMES, 2011. p. 84.
193
GOMES, 2011. p. 89.
90
o
Art. 1º. § 1 A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação
planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios
capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento
de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e
condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com
pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária,
194
BACELLAR FILHO, 2009. p. 147.
195
Disponível em: <http://www.portaldatransparencia.gov.br/controlesocial/>.
91
196
Disponível em: < http://www.portaldatransparencia.gov.br/controlesocial/ConselhosMunicipaiseCo
ntroleSocial.asp>.
197
Este regramento de composição paritária admite exceções, como por exemplo os Conselhos de
Saúde que possuem 25% dos seus membros compostos de representantes de entidades
governamentais, 25% de entidades não-governamentais, e 50% de usuários dos serviços de saúde
do SUS.
198
Cf. Disponível em: <http://www.portaldatransparencia.gov.br/controlesocial/ConselhosMunicipaise
ControleSocial.asp>.
92
Conselho do Fundef
Acompanha e controla a aplicação dos recursos, quanto chegou e como
está sendo gasto. A maior parte da verba do Fundef (60%) é para pagar os
salários dos professores que lecionam no ensino fundamental. O restante é
para pagar funcionários da escola e para comprar equipamentos escolares
(mesas, cadeiras, quadros-negros, etc.).
Supervisiona anualmente o Censo da Educação.
Controla também a aplicação dos recursos do programa Recomeço
(Educação de Jovens e Adultos) e comunica ao FNDE a ocorrência de
irregularidades.
Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será
dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público:
os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de
contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução
Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas
desses documentos.
I – incentivo à participação popular e realização de audiências públicas,
durante os processos de elaboração e discussão dos planos, lei de
diretrizes orçamentárias e orçamentos; (Incluído pela Lei Complementar nº
131, de 2009).
II – liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em
tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária
e financeira, em meios eletrônicos de acesso público; (Incluído pela Lei
Complementar nº 131, de 2009).
III – adoção de sistema integrado de administração financeira e controle,
que atenda a padrão mínimo de qualidade estabelecido pelo Poder
Executivo da União e ao disposto no art. 48-A. (Incluído pela Lei
Complementar nº 131, de 2009).
199
Disponível em: <http://www.portaldatransparencia.gov.br/controlesocial/TransparenciaInstrumento
Controle.asp>.
94
CONSIDERAÇÕES
prejuízo causaria a posição contrária, onde o Estado acabaria por assumir a posição
de segurador universal da sociedade.
A discussão sobre a responsabilidade civil do Estado brasileiro remonta a
legislação da época Imperial, o que demonstra o constante interesse (e
necessidade) do país em aplicar e aperfeiçoar suas ferramentas de combate à
corrupção, improbidade, e má administração estatal, evitando os excessos
decorrentes da sua aplicação absoluta ou nula.
Por meio da responsabilidade objetiva pautada na teoria do risco
administrativo, constitucionalmente prevista no art. 37, § 6º, a sociedade obteve a
fundamentação material para combater os atos lesivos praticados pelo Estado.
Legislações posteriores, como a Lei de Improbidade Administrativa e a
regulamentação do acesso à informação, visam fornecer os elementos fáticos para
concretização deste direito.
O Controle Social não se presta a uma função meramente fiscalizatória de
contas públicas e folha de pagamentos, ele corresponde, em sua verdadeira
natureza, à melhoria da posição dos administrados frente aos atos emitidos pelo
Estado. Conhecer os limites orçamentários e as opções realizadas pelos entes
administrativos fornece subsídios suficientemente fortes para iniciar um
procedimento administrativo ou mesmo judicial em face de irregularidades
encontradas, seja de modo preventivo ou mesmo combativo.
Há ainda muito que se desenvolver em termos não apenas legislativos, mas
principalmente em relação à formação de doutrina e jurisprudências alinhadas de
modo a promover decisões adequadas aos anseios da população. São inegáveis os
avanços realizados, mas a busca por melhorias deve sempre estar pautada na
realização dos princípios constitucionais, concretizando uma sociedade
verdadeiramente democrática, participativa e verdadeiramente justa.
REFERÊNCIAS
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2009.
97
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98
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