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Curso Técnico em

ENFERMAGEM
Etapa 1
Autoridades Expediente
Utramig
CGP Solutions Ltda – EPP
Editoração, Impressão e Acabamento
Liza Prado
Presidenta Dilex Editoração Ltda.
Projeto Gráfico/Diagramação
Francisco José da Fonseca
Diretor de Planejamento, Gestão e Karina Layse Matos
Finanças Revisão de Textos

Lindomar Gomes
Diretor de Ensino Pesquisa

Vera Victer
Diretora de Qualificação e
Extensão

Tatiane Soares de Paula


Diretora de Ensino a Distância

Antônio Lúcio Utramig – Curso Técnico em Enfermagem –


Etapa 1
Gerente Responsável pelo Projeto
Português Instrumental / Respon-
sabilidade Social / Anatomia e Fisiologia
Michele Afonsa Humana / Higiene e Profilaxia / Nutrição e
Supervisora Pedagógica Dietética / Microbiologia / Fundamentos de
Responsável pelo Projeto Enfermagem / Noções de Administração. Belo
Horizonte: 2016.
800 páginas.

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Curso Técnico em

ENFERMAGEM
Etapa 1

Professores Organizadores de Conteúdo

Aline da Rocha Kallas


Andrea Guimaraes de Campos
Andrea Loyola França Canabrava
Carla de Oliveira Arcebispo
Carla Reis Simplicio
Cristiane Aparecida Salomão Penna
Elisa Castro Siqueira
Juliceli Márcia de Oliveira
Luiz Felipe da Silva Edmundo
Michele Cristina Silva Paiva Sales
Mônica Bandeira Menezes
Neidia Sena Guimarães Lopes
Pâmala de Freitas Oliveira
Rosemeire Fagundes Oliveira Cunha

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Curso Técnico em

ENFERMAGEM
Etapa 1


Conteúdos Específicos Página

Português Instrumental............................................................................. 7
Responsabilidade Social.......................................................................... 69
Anatomia e Fisiologia Humana.............................................................. 125
Higiene e Profilaxia / Nutrição e Dietética............................................ 327
Microbiologia........................................................................................ 423
Fundamentos de Enfermagem.............................................................. 545
Noções de Administração...................................................................... 561

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Curso Técnico em

ENFERMAGEM
Etapa 1

PORTUGUÊS INSTRUMENTAL

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Português Instrumental

Disciplina: Português Instrumental


CH: 40H.

Critérios e Orientações para Distribuição de Créditos da Etapa (Dividida em


Dois Bimestres) para Verificação de Aprendizagem e Aproveitamento:

1º Bimestre Valor
CRITÉRIOS DE DISTRIBUIÇÃO DE PONTOS

Atividades/exercícios avaliativos diversos, em grupo, dupla e/ou individual 10

Práticas de Correspondências Técnicas (Apresentações e Portfólio) a crité- 10


rio do professor

Avaliação do 1º Bimestre/ cf. calendário acadêmico 20

Total de pontos 40

2º Bimestre Valor

Atividades/exercícios avaliativos diversos, em grupo, dupla ou individual a 15


critério do professor

Continuação e conclusão das apresentações e Portfólio das correspondên- 15


cias técnicas

Avaliação do 2º Bimestre/ cf. calendário acadêmico 30

Total de Pontos 60

*SOMATÓRIA DA ETAPA: 100 PONTOS

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Português Instrumental
Proposta de Recuperação de créditos: Regime de suplementar
Regime de Prova suplementar: Se o aluno não obtiver 60% do total do bimestre. Conforme
orientações do regimento escolar e estatuto regulamentar.
*A frequência mínima é de 75% do total da carga horária da etapa.

Objetivos gerais e competências:

• Desenvolver competências e habilidades sociocomunicativas referentes à sua área de pro-


fissionalização;

• Conhecer normas do código escrito, aplicando-as na legibilidade, coerência e pertinência


da mensagem escrita;

• Produzir mensagem com eficácia objetiva, clara e adequada, usando a concordância corre-
ta e as normas ortográficas;

• Conhecer normas e especificações que compõem o conjunto: redação técnica/correspon-


dência oficial e empresarial;

• Reconhecer/elaborar o texto técnico (correspondência oficial e empresarial);  Perceber o


texto em seus múltiplos significados e intenções;

• Conscientizar-se da importância da leitura;

• Realizar o hábito da leitura, reconhecendo-a como meio de aquisição e fonte de prazer.

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Português Instrumental

TEXTO DE AULA INAUGURAL


PARA ENTENDER O MERCADO DE TRABALHO

...Para quem não entende o que está acontecendo no mundo do trabalho ou experimenta seus
piores efeitos (o que ainda é a grande maioria), tudo isso pode parecer apenas mais uma crise. Po-
rém, a coisa não é tão simples assim. O que presenciamos neste momento no grande “aquário” não
significa um simples modismo ou coisa passageira. É algo que veio para ficar e mudar definitivamente
a maneira como todos nós trabalhamos e vivemos. É a consequência de uma transformação histórica,
fundamental, de raiz e que já dura algumas décadas. A introdução da tecnologia eletrônica tem deter-
minado uma aceleração nos meios de comunicação e nos processos produtivos, rompendo definitiva-
mente com todos os procedimentos e relações que marcaram a vida de corporações e trabalhadores
nos últimos trezentos anos. E não é um movimento localizado, parcial. É global, ou seja, envolve todo
o planeta e ninguém vai ficar de fora dessa grande transformação. Tudo isso tem criado um conjun-
to inesperado de circunstâncias: novas tecnologias, novos produtos e serviços, novos consumidores,
novas plataformas de negócio e novas configurações de mercado, impactando o quotidiano de todos
nós. São mudanças profundas, capazes de desconstruir ideias, carreiras e empresas que até então,
eram consideradas sólidas.
É bem o que o visionário professor Peter Drucker previu ao afirmar algumas décadas atrás:
“Aquilo que chamamos de Revolução da Informação é na realidade, uma revolução do conhecimento.
A Revolução da Informação vai ser semelhante à Revolução Industrial do final do século 18 e início do
século 19.”.
Para entender melhor o que está acontecendo, é preciso recolher muitas informações e depois
avaliá-las com calma. Para mim, que já vivi mais de meio século, fica um pouco mais fácil fazer as
comparações necessárias e juntar as peças desse quebra-cabeças, para ir formando uma imagem mais
clara da realidade que nos envolve atualmente. Sou do tempo do mimeógrafo a álcool e da máquina
de datilografar. Agora tenho que lidar com a impressão a laser, a internet e o tablet. Mais que isso,
curiosamente agora tenho que explicar o resumo desta ópera e suas implicações no mercado para
auditórios de profissionais e meus alunos na faculdade. Bem, esta é talvez a missão mais nobre para
quem viu o tempo passar e não ficou apenas assistindo como espectador passivo. Mesmo para não
envelhecer por dentro, é preciso acompanhar e analisar as transformações que vão acontecendo e
não simplesmente amoldar-se a elas.
Em rápidas pinceladas, eis aqui então, algumas das características que melhor definem a reali-
dade atual do mundo do trabalho.

• Evolução tecnológica acelerada.


• Novos procedimentos de trabalho.
• Substituição do homem pela máquina.
• Surgimento de novas áreas de trabalho.

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Português Instrumental
• Crescimento horizontal nas organizações.
• Maior produtividade com menores custos.
• Globalização do mercado.
• Extinção do modelo pirâmide nas organizações.
• Redução de emprego e crescimento do trabalho.
• Ganhos compatíveis com resultados.
• Forte tendência para a terceirização.
• Maior demanda de capacitação, qualidade e ética.
• Clientes mais informados e exigentes.
• Aumento da participação feminina no mercado.

NEGROMONTE, Ronaldo. Estratégias de sobrevivência no mundo do trabalho: 10 dicas para você vender seu pei-
xe.Belo Horizonte: Editora Artesã, 2012.

COMO SER CRIATIVO

20 Maneiras de ser mais criativo:


1. Saiba que há um tesouro em sua cabeça - uma mina de ouro entre suas orelhas. Cons-
truir um computador com as mesmas características do seu cérebro custaria mais do
que 3 bilhões de bilhões de dólares. Sabe como U$$ 3.000.000.000.000.000.000,00.
2. Todos os dias escreva pelo menos uma ideia sobre estes assuntos: como eu posso
fazer meu trabalho melhor; como eu poderia ajudar outras pessoas; como eu posso
ajudar minha empresa; como posso ajudar o meu país.
3. Escreva seus objetivos específicos de vida. Agora, carregue esta relação no bolso,
sempre.
4. Faça anotações. Não saiba sem papel e lápis ou algo para escrever. Anote tudo, não
confie na memória.
5. Armazene ideias. Coloque em cada pasta um assunto. Ideias para a casa, para au-
mentar a sua eficiência no trabalho, para ganhar mais dinheiro. Vá aumentando este
banco de dados com leitura, viagens, conhecimento com novas pessoas, filmes, com-
petições esportivas, etc.
6. Observe e absorva. Observe tudo cuidadosamente. Aproveite o que você observa. E
principalmente, observe tudo como se fosse a última vez que você fosse ver.
7. Desenvolva uma forte curiosidade sobre pessoas, coisas, lugares. Ao falar e com ou-
tras pessoas faça com que elas se sintam importante. Olhe no olho.

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Português Instrumental

8. Aprenda a escutar e ouvir, tanto com os olhos quanto com os ouvidos. Perceba o que
não foi dito.
9. Descubra novas fontes de ideias. Utilize-se de novas amizades de novos livros, de as-
suntos diversos e até de artigos como este que você está lendo.
10. Compreenda primeiro. Depois julgue.
11. Mantenha o sinal verde de sua mente sempre ligado, sempre aberto.
12. Procure ter uma atitude positiva e otimista. Isso ajuda você a realizar seus objetivos.
13. Pense todos os dias. Escolha uma hora e um lugar para pensar alguns minutos, todos
os dias.
14. Descubra o problema. Ataque seus problemas com maneiras ordenadas. Uma delas é
descobrir qual é realmente o problema, senão você não vai achar a solução. Faça seu
subconsciente trabalhar.Ele pode e precisa.Dia e noite.Fale com alguém sobre a ideia,
não a deixe morrer.
15. Construa GRANDES ideias, a partir de pequenas ideias. Associe ideias, combine, adap-
te, modifique, aumente, diminua, substitua, reorganize-as. E, finalmente, inverta as
ideias que você tem. 16. Evite coisas que enfraqueçam o cérebro: barulho, fadiga,
negativismos, dietas desequilibradas, excessos em geral.
17. Crie grandes metas. Grandes Objetivos.
18. Aprenda a fazer perguntas que desenvolvam o seu cérebro: Quem? Quando? Onde?
O quê? Por quê? Qual? Como?
19. Coloque as ideias em ação. Lembre de que uma ideia razoável colocada em ação é
muito melhor que um a grande ideia arquivada.
20. Use o seu tempo ocioso com sabedoria. Lembre-se de que a maior parte das grandes
ideias, os grandes livros as grandes composições musicais, as grandes invenções fo-
ram criadas no tempo ocioso dos criadores.

Somente para confirmar que a criatividade não é um dom, mas um potencial a ser explorado a
sua volta e dentro de você, vamos ver o que grandes inventores e pensadores escreveram sobre CRIAR:

“As pessoas que vencem neste mundo são as que procuram as circunstâncias de que precisam
e quando não as encontram, as criam.’’ (Bernard Show- Filósofo)
“Minhas invenções são fruto de 1% de inspiração e 99% de transpiração.”
(Thomas Edison - Inventor)
“As mentes são como os paraquedas; Só funcionam se estiverem abertas. ’’
(Ruth Noller - Pesquisadora da Universidade de Buffalo).
‘’As boas ideias vêm do inconsciente. Para que uma ideia seja relevante o inconsciente precisa
estar bem informado. (David Ogilvy - Publicitário)

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Português Instrumental
Entenda o processo de criação

Catherine  Patrick descreve as etapas do processo de criação em sua obra intitulada “O que é o
pensamento criativo”.

1. Preparação: consiste na etapa de manipulação da maior quantidade de dados e elementos


referentes a um determinado problema. Ler, escrever, reunir, consultar, fazer rabiscos, cul-
tivar sua concentração no assunto.
2. Incubação: Consiste na etapa onde o inconsciente entra em atividade e sem a inibição do
intelecto consegue desenvolver as conexoes inesperadas que fazem parte da essencia do
processo de criação.
3. Iluminação: É o momento da sintese e da genese da ideia para o homem criativo em incu-
bação nas situações mais inesperadas.
4. Verificação: Nesta etapa o lado intelectual finaliza a obra que o campo imaginativo deu ini-
cio. O criador julga, analisa e testa sua ideia para ver se ela de fato é adequada.
 

PROPOSTA DE PRODUÇÃO (INTERPESSOAL)

AUTORRETRATO

Nasceu no ano de 1892, na cidade de Quebrangulo-Alagoas


Foi casado por duas vezes e tem sete filhos ao todo
Altura 1,75m
Sapato numero 41
Colarinho numero 39
Evita andar
Nao tem apreço por vizinhos
Detesta tecnologias como radio, campainhas e telefone
Não gosta de pessoas que falam alto
Faz uso de óculos
Tem calvice
Em termos de comida nao tem preferencia
Não é fã de frutas nem de doces.
Não tem preferência musical
A Bíblia é a sua leitura predileta
Produziu a obra Caetés com 34 anos de idade

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Português Instrumental

Não dá preferencia por nenhum dos livros que publicou


Sua bebida preferida é aguardente
É ateu. Indiferente à Academia
Não gosta da burguesia
Gosta de crianças
Os romancistas brasileiros de sua preferencia sao: Machado de Assis, Manuel Anto-
nio de Almeida, Jose Lins do Rego, Jorge Amado e Rachel de Queiroz.
Dora palavrões falados e também escritos
Deseja que o capitalismo acabe
Seus livros foram escritos pela manha
Fuma cigarros “Selma” (cerca de tres maços por dia).
É inspetor de ensino, trabalha no Correio da Manhã
Apesar de o acharem pessimista, discorda de absolutamente tudo
So apresenta cinco ternos de roupa, estragados
Refez seus romances varias vezes
Esteve preso por duas vezes
É-lhe indiferente estar preso ou livre
Escreve a mão
Seus grandes amigos são: Capitão Lobo, José Lins do Rego, Jose Olympio e Cubano
Apresenta poucas dívidas
Quando foi prefeito de uma cidade interiorana, soltava os presos para trabalhar na
construção de estradas.
Espera morrer com 57 anos.

(Disponível em: http: //www.graciliano.com.br. Acesso em 10 out. 2006).

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Português Instrumental
A Importância da leitura para o melhoramento do conhecimento da língua portu-
guesa

Ler é a melhor solução

Você é o que você lê. Afinal, se tem uma fome que é insaciável é a minha fome de
ler, fome de livro. Que, aliás, tem uma vantagem sobre as outras fomes, já que o livro não
engorda. Este artigo é sobre ler. Porque para mim as pessoas são como estantes que vão
se completando a medida que empilham na memória os livros que vão lendo. E é por isso
que eu digo que quando uma velha pessoa morre, o mundo perde uma biblioteca. Ler um
livro é como ler uma mente, é saber o que o outro pensa. O que o autor pensa. Ler é poder.
Poder construir você mesmo tijolo a tijolo. Ou livro a livro, para ser mais exato.
Você Lê? Quanto? O quê? Eu leio o que pinta. Livros, revistas, pichações, frases de
banheiro público, poesia, placa de estrada, jornal, leio Capricho. Leio até errata. É claro
que ler não é substituto para viver. Viver é uma experiência que não se substitui com livro.
Mas pode ser enriquecida com vidas que estão neles. Também não estou dizendo que
você tem medo de se colocar em prática. Eu estou falando de praticar o lido para ficar
melhor. Em tudo. Na vida, não profissão, no papo, nas festas. Até no namoro.
Ás vezes, a gente não lê tanto quanto deveria porque não sabe o que ler. Mas se esse
é o seu caso, peça dicas. Eu sempre peço e dou. Para mim, indicar um livro é como contar
a alguém de um lugar que só eu sei onde fica. Por exemplo, quando eu era pequeno li Sítio
do Pica Pau Amarelo. Que imaginação tinha Monteiro Lobato! Eu viajei nas histórias. Ou-
tro Livro que me marcou foi um sobre a vida de Mayakovski, um poeta russo que viveu tal-
vez a época mais energética da era moderna: a revolução soviética. Ele fazia dos cartazes
de propaganda comunista uma forma de poesia. Viveu tão intensamente quanto a poesia
que escrevia. Existe, ainda, Jorge Luís Borges, que era um gênio (dizia que publicava livros
para se libertar deles), e Júlio Cortázar. Existe Fernando Pessoa, um homem que tinha a
capacidade de escrever assumindo personalidades diferentes, chamadas de heterônimos
(o contrário de homônimos). O poeta é um fingidor. Finge tão completamente, que chega
a fingir que é dor a dor que deveras sente’’. Isto é Fernando Pessoa. Caetano já cantou a
pessoa de Pessoa em sua música.
Outra descoberta: Ler é o melhor remédio. Exemplo: em 1990, eu e minha namora-
da nos separamos. Foi o momento mais duro de minha vida. E para não afundar, as minhas
boias foram dois livros, um de Krishnamurti, um pensador indiano, e outro chamado Ale-
gria e Triunfo. Estou sempre comprando livros e adoro os de frases. São frases de pessoas
conhecidas, artistas, escritores, atores. Tem coisas maravilhosas. “Se a sua vida é livre de
erros, você não está correndo riscos suficientes’’, “Amigo é um presente que você dá a
você mesmo!”, “Se você está querendo uma grande oportunidade, procure um grande
problema’’.

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Português Instrumental

Existe Drummond, João Cabral de Mello Neto, Nelson Rodrigues, James Joyce, Paul
Valéry, Thomas Mann, Sartre, Shakespeare, Ítalo Calvino. Existe romance, novela, conto,
ensaio, poesia, humor, biografia. Existe livro e autor para tudo quanto é leitor. E é por isso
que para mim o analfabetismo é coisa imoral, triste e vergonhosa. Porque ‘’se o livro é o
alimento do espírito, o analfabetismo é a fome da alma”. Uma fome que mata a possibili-
dade das pessoas serem tudo que podem. “Ler ás vezes enche o saco”, ás vezes dá sono,
ás vezes dá bode. Mas resista, lute contra essa preguiça dos olhos.O seu cérebro vai agra-
decer. Afinal, as respostas estão todas ali. Você só precisa achar as perguntas.

Alexandre Gama - Publicitário e sócio da Almap/BBDO. Folha de São Paulo, 12/10/07, Cotidiano, p. 7

1) No referido texto, Alexandre Gama procura tratar de forma direta com seu interlocutor.


a) Qual deve ser o pronome de tratamento utilizado pelo autor para se reportar a ele?
b) Quem é o interlocutor?
2)  A linguagem utilizada por Alexandre Gama é coerente. Por quê?
3)  Tal linguagem é coerente também ao objetivo proposto pelo texto e pelo interlocutor?
4)  A frase inicial é: Você é o que você lê. O predicativo da frase “o que você lê” é bem determinado.
Agora responda: Você é exatamente aquilo que você lê? Justifique.
5)  O publicitário faz referencia a varios autores que considera de fato importante. Relacione quais
sao esses autores, dentre os que foram citados você conhece ou de qual deles voce gosta mais.
6) Retire do texto e faça uma copia em seu caderno da frase que você considera a mais interessante.
Em seguida explique o porquê de sua escolha.
7) O autor fala que: Lê o que pinta.
a) O que o autor quer dizer com essa gíria?
b) Qual é sua opinião sobre a atitude tomada pelo autor?
c) Você tem o hábito de ler?
d) Qual é (ou quais são) seu tipo de leitura favorita?

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Português Instrumental

LER DEVIA SER PROIBIDO
Guiomar de Grammont

A pensar fundo na questão, eu diria que ler devia ser proibido.


Afinal de contas, ler faz muito mal às pessoas: acorda os homens para realidades
impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e ordinário em que vi-
vem. A leitura induz à loucura, desloca o homem do humilde lugar que lhe fora destinado
no corpo social. Não me deixam mentir os exemplos de Don Quixote e Madamme Bovary.
O primeiro, coitado, de tanto ler aventuras de cavalheiros que jamais existiram, meteu-se
pelo mundo afora, a crer-se capaz de reformar o mundo, quilha de ossos que mal sustinha
a si e ao pobre Rocinante. Quanto à pobre Emma Bovary, tomou-se esposa inútil para fo-
focas e bordados, perdendo-se em delírios sobre bailes e amores cortesãos.
Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar um adulto perigoso,
inconformado com os problemas do mundo, induzido a crer que tudo pode ser de outra
forma. Afinal de contas, a leitura desenvolve um poder incontrolável. Liberta o homem
excessivamente. Sem a leitura, ele morreria feliz, ignorante dos grilhões que o encerram.
Sem a leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade quotidiana, se dedicaria ao tra-
balho com afinco, sem procurar enriquecê-la com cabriolas da imaginação. Sem ler, o ho-
mem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria nunca o sumo bem de Aris-
tóteles: o conhecer. Mas para que conhecer se, na maior parte dos casos, o que necessita
é apenas executar ordens? Se o que deve, enfim, é fazer o que dele esperam e nada mais?
Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos para
caminhos que devem necessariamente ser longos. Ler pode gerar a invenção. Pode esti-
mular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que lhe é devido.
Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. Transportam-nos
a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal. Fazem-
nos acreditar que a vida é mais do que um punhado de pó em movimento. Que há algo a
descobrir. Há horizontes para além das montanhas, há estrelas por trás das nuvens. Estre-
las jamais percebidas. É preciso desconfiar desse pendor para o absurdo que nos impede
de aceitar nossas realidades cruas.
Não, não deem mais livros às escolas. Pais, não leiam para os seus filhos, podem levá-
-los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela descoberta que fez do homem um ani-
mal diferente. Antes estivesse ainda a passear de quatro patas, sem noção de progresso e
civilização, mas tampouco sem conhecer guerras, destruição, violência. Professores, não
contem histórias, podem estimular um curiosidade indesejável em seres que a vida des-
tinou para a repetição e para o trabalho duro. Ler pode ser um problema, pode gerar se-
res humanos conscientes demais dos seus direitos políticos, em um mundo administrado,
onde ser livre não passa de uma ficção sem nenhuma verossimilhança. Seria impossível
controlar e organizar a sociedade se todos os seres humanos soubessem o que desejam.
Se todos se pusessem a articular bem suas demandas, a fincar sua posição no mundo, a
fazer dos discursos os instrumentos de conquista de sua liberdade.

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Português Instrumental

O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas leem por razões
utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio, projetos, manuais,
etc. Observem as filas, um dos pequenos cancros da civilização contemporânea. Bastaria
um livro para que todos se vissem magicamente transportados para outras dimensões,
menos incômodas. E esse o tapete mágico, o pó de pirlimpimpim, a máquina do tempo.
Para o homem que lê, não há fronteiras, não há cortes, prisões tampouco. O que é mais
subversivo do que a leitura?
É preciso compreender que ler para se enriquecer culturalmente ou para se divertir
deve ser um privilégio concedido apenas a alguns, jamais àqueles que desenvolvem tra-
balhos práticos ou manuais. Seja em filas, em metrôs, ou no silêncio da alcova… Ler deve
ser coisa rara, não para qualquer um. Afinal de contas, a leitura é um poder, e o poder é
para poucos.
Para obedecer, não é preciso enxergar, o silêncio é a linguagem do submisso. Para
executar ordens, a palavra é inútil.
Além disso, a leitura promove a comunicação de dores, alegrias, tantos outros senti-
mentos. A leitura é obscena. Expõe o íntimo, torna coletivo o individual e público, o secre-
to, o próprio. A leitura ameaça os indivíduos, porque os faz identificar sua história a outras
histórias. Torna-os capazes de compreender e aceitar o mundo do outro. Sim, a leitura
devia ser proibida. Ler pode tornar o homem perigosamente humano.

Fonte : PRADO, J. & CONDINI, P. (Orgs.). A formação do leitor: pontos de vista.


Rio de Janeiro. Argus, 1999. pp.71-3.

Figura 01

Fonte: Disponivel em : www.hongkiat.com. Acessado em 09/01/2016.

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Português Instrumental

A linguagem humana
A nossa civilização é marcada pela linguagem gráfica.
A escrita domina nossa vida: É uma instituição social tão forte quanto a Nação e
o Estado. Nossa cultura é basicamente uma cultura de livros. Pela escrita acumulamos
conhecimentos, transmitimos ideias, fixamos nossa cultura. Nossas religiões derivam de
livros: O Islamismo do Alcorão, escrito por Maomé, os Dez Mandamentos de Moisés foi
um livro escrito em pedra. O Cristianismo está contido em um livro: A Bíblia é a cartilha,
nosso primeiro livro escolar.
Mesmo a televisão e o cinema lançam mão dos recursos da linguagem escrita (le-
genda) para facilitar a comunicação.
Na engrenagem da sociedade moderna, a comunicação escrita senta-se em trono.
São as certidões, os atestados, os relatórios, os diplomas. O “documento é basicamente
um documento gráfico, e a simples expressão gráfica vale mais que todas as evidências.
Numa quase caricatura, podemos dizer que o atestado de óbito é mais importante que o
cadáver, o diploma mais que a habilitação. Sem a linguagem escrita é praticamente impos-
sível a existência no seio da civilização. O analfabeto é uma pátria que não se comunica
com o mundo, não influi e não é influenciado.
Ao lado da linguagem escrita, mais ainda comunicação gráfica, a linguagem dos
símbolos, conduzindo o tráfico, indicando a direção dos elevadores, prevenindo perigos,
interditando praias. Em muitos casos a própria palavra vira um signo: WC, “STOP UP”,
romperam com os limites do vernáculo e se transformaram em mensagens universais a
exemplo da seta e da flecha, das cores dos semáforos e dos sinas de trânsito.
Depois do rádio, a primeira ameaça a esse império foi representada pelo apareci-
mento das revistas e quadrinhos. A linguagem dos quadrinhos criou uma comunicação
que, muitas vezes, para a compreensão, dispensa o próprio texto. As crianças de todas
as línguas traduzem “o zzzzzzzzzz” como uma indicação de sono, o crasch e crack como
indicadores de ruídos representado objetos sendo quebrados, o click é o desligar do inter-
ruptor, o buum uma explosão, o rat-tatatat uma raja de metralhadoras”. Mas o quadrinho,
ou os “comics”, são comunicação escrita, ainda que um estágio superior ao lado da prosa
linear. O quadrinho não abalou o livro, levou-o mais cedo ao homem oferecendo às crian-
ças e aos semiletrados a possibilidade de letramento.

Fonte: R. A. Amaral Vieira. O futuro da Comunicação. 2ª edição. Rio de Janeiro. Edições Achiamé.

*Nota: WC= water closet= banheiro, “stop up” = pare, “comics”= histórias em quadrinhos.

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PROPOSTAS DE ATIVIDADES:

l)  Marque as alternativas que se apresentam no sentido denotativo(real):


A. ( ) “O livro usado na escola é importante”.
B. ( ) “…a linguagem escrita senta-se no trono”.
C. ( ) “Para todo documento, utiliza-se a linguagem escrita”.

2) A frase que se apresenta no sentido conotativo(figurado) é:
A. 
( ) “As crianças adoram ler revista em quadrinhos.”
B. 
( ) “O quadrinho não abalou o livro”.
C. 
( ) “As mensagens de texto enviadas pelo celular são muito usadas atualmente”
 
3) ”Nossa cultura é basicamente uma cultura de livros”. Marque a alternativa que melhor expli-
ca essa afirmativa.
A. 
( ) A escrita consegue dominar nossa vida.
B. 
( ) Diversas religiões sao derivadas de livros.
C. ( ) Pela escrita reunimos conhecimentos e expressamos ideias.
D. 
( ) O Cristianismo está presente em um livro chamado Bíblia.

4)  “O atestado de óbito é mais importante que o cadáver”. Essa Crítica é expressa na seguinte


alternativa:
A) ( ) A comunicação escrita goza de privilégios especiais.
B) ( ) Em nossa sociedade, os documentos valem mais que os fatos.

5)  Você  está de acordo que  “sem  a  linguagem  escrita  é  praticamente impossível  a  existên-
cia no seio da civilização?” Justifique sua resposta.

6)  Todos tem a percepção sobre o valor da linguagem que usam? Pode-se fazer uma compara-


ção entre linguagem à roupas? É aceitavel apresentar descuidos na linguagem?

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Prática de oralidade
O manifesto “Amazônia para sempre” cita o nome de Chico Mendes, que foi morto
pela causa que defendia. Leiam sua declaração postada no site do Instituto que leva seu
nome: “No começo pensei que estivesse lutando para salvar seringueiras, depois pensei
que estava lutando para salvar a floresta Amazônica. Agora percebi que estava lutando
pela humanidade”.

Fonte:Disponível em: http://www.chicomendes.org.br/1. Acessado em 09/01/2016.

Reflexão
• Registre os problemas e as dificuldades que ocorre próximo a você e que através de suas
ações poderiam ser amenizadas.
 • Observe o que seus amigos escreveram. Discutam sobre os problemas que se apresen-
tam de forma urgente e que merecem atenção redobrada.
 • Escolham um problema, optando por aquele que acharem mais importante para escre-
ver um manifesto. 
• Escrevam suas conclusoes para a posterior atividade de elaboração de texto. 

ANO INTERNACIONAL DA AGRICULTURA FAMILIAR – 2014
O Ano Internacional da Agricultura Familiar-AIAF 2014 tem por objetivo tornar mais visivel a agricul-
tura familiar e elevar também a visibilidade dos pequenos agricultores, chamando a atenção do mundo
para a importancia dessa atividade no processo de erradicação da fome e também da pobreza, melhoria
dos meios de subsistência, promoção da segurança alimentar e nutricional, gerenciamento dos recursos
advindos da natureza, preservação do meio ambiente e também para a sustentabilidade do país, principal-
mente nas areas rurais.
A meta do AIAF 2014 consiste em reposicionar a agricultura familiar, determinando espaços e opor-
tunidades para proporcionar uma mudança em direção a um desenvolvimento mais equitativo e harmô-
nico. O AIAF 2014 vai realizar uma ampla discussao e cooperação na esfera nacional, regional e também
global para elevar a consciência e a compreensão dos obstáculos que geralmente os pequenos agricultores
enfrentam e auxiliar na identificação de formas eficientes de apoio aos agricultores familiares.

O QUE É AGRICULTURA FAMILIAR?


A agricultura familiar corresponde a todas as atividades agricolas voltadas para a base familiar
e que estão associadas a varias areas do desenvolvimento rural. A agricultura familiar nada mais é do
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que uma forma de organização das produções da agricultura, florestal, pastoril, pesqueira e aquícola
que são gerenciadas e também operadas pela familia, sendo também dependente da mão de obra
familiar tanto de homens quanto de mulheres. Tanto nos paises desenvolvidos quanto nos países com
desenvolvimento ascendente, a agricultura familiar é a forma de agricultura que predomina no setor
de produção alimenticia.
No âmbito nacional, existem vários elementos que sao essenciais para o desenvolvimento quali-
ficado da agricultura familiar. Dentre esses elementos é possivel citar as condições agro ecológicas e os
atributos territoriais, o ambiente político, o acesso aos mercados e à terra bem como aos seus recursos
naturais, o acesso a tecnologia e aos serviços de extensao, o acesso ao financiamento, a disponibilidade de
educação especializada, as condições demográficas, esconomicas e socioculturais, dentre outros.

POR QUE A AGRICULTURA FAMILIAR É IMPORTANTE?


• Tanto a agricultura familiar como a de pequena escala estão associadas à segurança alimen-
tar mundial;
• A agricultura familiar conserva os alimentos que são tradicionais, sem contar que colabora
para uma alimentação mais equilibrada, para a proteção da agrobiodiversidade e também
para a utilização sustentavel dos recursos advindos da natureza;
• A agricultura familiar representa uma chance de impulsionar as economias locais, principal-
mente quando combinada com politicas especificas direcionadas a promoção da proteção
social e também do bem-estar das comunidades.

Disponível em:<http://www.gestaoconcurso.com.br/documentos/copasa_aux_serv_saneamento_cod1.pdf>
Proposta interdisciplinar: Responsabilidade social

Conceituando linguagem e discurso:

Fonte: chinchilamutante.blogspot.com/

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A fala do personagem revela um discurso
a) Capitalista
b) Idealista
c) Otimista
d) Legalista

Outras linguagens: Charge


Outra maneira de tornar sensivel a opinião pública é através das imagens. A charge é um gêne-
ro que, através de imagens, pode lançar criticas sobre fatos ou situações, bem como provocar o leitor a par-
tir de crítica contundente ou expor uma atitude de manifesto, como é o caso da charge a seguir.
Observe:

ANGELI. Folha de S. Paulo 27 nov. 2011,p. A2

a) Na imagem
• As ilustrações retorcidas, contundente das árvores, personificar com expressões humanas;
• A cor de fundo escura e sombria;
• O efeito provocado pela imagem de desespero, como se as “bocas” das árvores emitissem sons.

b) No texto verbal
“A mata urge.”
• A palavra urge é similar a um jogo com a inversão das letras da palavra ruge que quer dizer a
emissão de ruidos , voz de grandes felinos, como é o caso do leão e o tigre.
• O termo urgir, em sentido literal, quer dizer ‘ser urgente’, não
Admitir atraso, solicitar com insistência , reclamar, exigir.

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TEXTO: O TRAJE
Nunca nos lembramos desse nosso traje cotidiano que é a linguagem. Muitos a usam
como trapos, mas, se tomassem consciência disso, ligeiro tentariam melhorar, caprichar,
conseguir uma vestimenta mais adequada.
Por que será que somos tão displicentes com esse instrumento tão nosso, o que
mais empregamos, aquele que até crianças e analfabetos manejam a vida inteira?
Talvez nos tenhamos acostumado demais com ele. É demasiadamente nosso como
um braço, um olho, e nunca chegamos a nos dar realmente conta de que esse braço é
meio curto, o olho é meio vesgo, ou míope...
Não falo na linguagem oral, nessa comunicação espontânea que obedece a leis pró-
prias, que vão do menor esforço à coerção social. Falo na linguagem escrita, essa que os
analfabetos não manejam, mas que muito doutor esgrime como se não soubesse além da
cartilha.
Nem precisamos procurar nos mais ignorantes. Abre-se jornal, abre-se revista (de
cultura também, sim, senhores! ) e os monstrinhos nos saltam aos olhos.
Pontuação? Ninguém sabe. Vírgulas parecem derramadas pela página por algum
duende maluco, que quisesse brincar de fazer frases ambíguas, pensamentos tortos, ex-
pressões esmolambadas.
Verbos? “Detei-vos”, “intervido”. “mantesse” são mimos constantes. Não há sujeito
que concorde com o verbo numa página de fio a pavio. Lá pelas tantas um ouvido desedu-
cado, um escriba relaxado solta as maiores heresias.
E a ortografia? Acreditem ou não, ainda agora ouço universitários e professores afir-
mando que “acento, para mim não existe mais”!
Pobres alunos tão desanimados ou iludidos mestres: Lá vêm as crianças para casa
trocando acentos como os bêbados trocam as pernas.
Todas essas pessoas: estudantes, professores, jornalistas, intelectuais, morreriam de
vergonha se fossem apanhados em público de cuecas ou trapos. Mas, olhe lá, a linguagem
escrita de muita gente boa por aí não vai além de uma tanguinha de Adão, e muito mal
colocada...deixa de fora à mostra um bom pedaço de vergonha.

Fonte: Lya Lufty. Matéria do Cotidiano. Porto Alegre. Grafosu/IELRS, 1978.

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ESTUDO DO TEXTO:

1)  Entre parênteses há dois sinônimos para cada palavra do texto.
Sublinhe-os:
cotidiano (linha 12) : (diário, eventual, habitual)
displicente(6): (desleixados, negligentes, cuidadosos)
manejam(8): (empregam, utilizam, envolvem)
espontânea(16): artificial,comum, natural)
coerção(17): ( liberdade, coação, controle)
esgrime(19): (maneja, briga, utiliza)
duende(26): ( fantasma, assombração, professor)
ambíguas(27): (precisas, dúbias, confusas)
esmolambadas(28): (diferentes, esfarrapadas, rotas)
mimos(30) : (primores, oferendas, erros)
escriba(32): ( escrevinhado, aluno, mau escritor)
heresias(33): (disparates, contrassenso, verdades)

2) O que significa a expressão “de fio a pavio”?

3)  O que é utilizar a linguagem como trapos?

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PESQUISA

INIMIGOS DA NORMA CULTA


PRINCIPAIS VÍCIOS DE LINGUAGEM:

Fonte: www.fichasuja.org

AMBIGUIDADE ou ANFIBOLOGIA: Corresponde a uma mensagem que apresenta mais de um


sentido lógico. Isso se deve a má disposição dos termos na frase.

Anedotinhas

De manhã, o pai bate na porta do quarto do filho:


— Acorda, meu filho. Acorda, que está na hora de você ir para o colégio.
Lá de dentro, estremunhando, o filho respondeu:
— Ai, eu hoje não vou ao colégio. E não vou por três razões: primeiro, porque eu
estou morto de sono; segundo, porque eu detesto aquele colégio; terceiro, porque eu não
aguento mais aqueles meninos. E o pai responde lá de fora: — Você tem que ir. E tem que
ir, exatamente, por três razões: primeiro, por que você tem um dever a cumprir; segundo,
porque você já tem 45 anos; terceiro, porque você é o diretor do colégio.

Fonte:Anedotinhas do Pasquim. Rio de Janeiro: Codecri, 1981. p. 8.

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Ex: Como vai a cachorra de sua mãe? (Que cachorra? A mãe ou a cadela criada pela mãe).
BARBARISMO, PEREGRINISMO OU ESTRANGEIRISMO: É a utilização de termos, expressão ou
construção estrangeira em substituição a de equivalente vernácula.
Ex: “Comeu um roast-beef.” (anglicanismo), o mais adequado seria “comeu um rosbife.”

Fonte:<http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=36024>

PROLIXIDADE: Consiste na comunicação estabelecida através do uso de palavras em excesso. Sinô-


nimo de concisão.
Ex.: “Gostaria de dizer, antes de mais nada, que estarei firme no meu propósito.”
PLEBEÍSMO: Geralmente são usadas palavras inadequadas como gírias.
Ex: “Tá ligado nas quebradas, meu chapa.”
CACOFONIA OU CACÓFATO: Consiste em palavras com sentido desagradavel ou obceno, que se
forma pela articulação de termos contíquos.
Ex: “Vou- me já, pois estou em cima da hora.”
SOLECISMO: É um erro sintático na frase no que se refere a norma gramatical do idioma
Tipo1) Quanto à concordância:
Ex.: “Fazem três anos que não vou ao médico.” (O correto é dizer: “Faz três anos que não vou ao mé-
dico.”).
Tipo 2) Quanto à regência:
Ex.: “Eu namoro com Fernanda.” (O correto é dizer: “Eu namoro Fernanda.”).
Tipo 3) Quanto á colocação:
Ex.: “Me parece que ela ficou contente”. (O correto é dizer: “Parece-me que ela ficou contente.”).

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PLEONASMO: O Pleonasmo é considerado uma figura de linguagem. Consiste em uma repetição de
sentido desnecessária em uma frase, sendo portanto considerado um vicio de linguagem.

Fonte: <http://let006.blogspot.com.br/2011/09/figuras-de-linguagem.html>

GERUNDISMO:
Corresponde ao uso exagerado dos termos no gerundio(forma nominal terminada em ando, endo,
indo). Sua utilização prejudica a clareza da mensagem como “falam mal” de quem usa.
Ex.: “Senhor, vou estar transferindo sua ligação.”

NUNCA DIGA ...


Á nível de : Porque está associado a niveis de comparação de atitude entre mar e terra. O correto
é dizer “Em nível de”.
Ir de encontro a : Não q u e r d i z e r uma concordância, mas uma colisão. Ir de encontro quer
dizer chocar, bater, trombar.

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Pesquisa e estudo da Publicação Pampulha de abril /2007.
*Gabriela Cabral da Equipe Brasil Escola.

Fontetp://luiz33.wordpress.com/2007/10/07/sobre-o-gerundismo/>

Sobre a REFORMA ORTOGRÁFICA

UM PEQUENO HISTÓRICO SOBRE A REFORMA

Assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990, por Portugal, Brasil, Angola, São Tomé e Prín-
cipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e posteriormente, por Timor Leste. No Brasil, o acor-
do foi aprovado pelo Decreto Legislativo nº 54, de 18 de abril de 1995. Mas a gramática é diferen-
te. Iniciou-se no ano de 1990, passando a ter validade no Brasil somente agora a partir de 2009.
Acordo ortográfico assinado na cidade de Lisboa entre os países lusófonos. Acredita-se que so-
mente 0,5% dos termos em portugues sofreram o Acordo ortográfico.

Conhecendo Nova Ortografia

*Alfabeto composto de 26 letras: abcdefghijklmnopqrstuvwxyz

1) Não se utiliza mais trema na lingua portuguesa. Escrevemos: agüentar,conseqüência,-


cinqüenta,qüinqüênio,freqüência,freqüente,elequência, elequente, arguição,pinguim,-
tranquilo, linguiça.

2) Toda palavra paroxitona com terminação em ditongo aberto (ei, oi) não recebe mais
acento:Assembléia, platéia, idéia, colméia, bóia, paranóia, jibóia, apoio, heróico.

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3) Os hiatos não são mais acentuados: (“ ee ,oo”):


Crêem,dêem,lêem,vêem. (credeleve) e enjôo,vôo,corôo, perdôo.

4) Não existe mais o acento diferencial para palavras homógrafas.
Para (verbo), pela (verbo ou substantivo)
Pelo (substantivo), pera (substantivo)

Note que o único verbo a manter o acento será “pôde” (na 3ª pessoa do pret. perf. do indicati-


vo) e também no verbo “por”para poder diferenciar da preposição ‘por’.

Não se  acentua  mais  a  letra  “u” nas formas  verbais  rizotônicas,quando ela for  precedida de ‘g’
ou ‘q’ e antes de ‘e’ ou ‘i’ (gue, que, gui, qui). Observemos: argui, apazigúe, averigúe, enxágüe, enxagüe-
mos, obliqúe.
As letras ‘i’ e ‘u’ tônicos não são mais acentuadas em paroxítonas quando precedidos de diton-
go. Veja: baiúca,boiúna, feiura.

Emprego do hífen: hifenização
Expressões como  a vontade, cor de vinho, abaixo de, fim de semana, café com leite, sala de jan-
tar, cartão de visita, pão de mel, cão de guarda,
Exceções a regra (consagradas pelo uso): água-de-colônia, pé-de- meia, arco-da-velha, mais-que-
-perfeito, ao-Deus-dará, queima-roupa, cor-de-rosa.
Qual a regra se segue? Antessala, autorretrato, antirrevolucionário, antirrugas, arquiromântico,
autorregulamentação, contrassenha, extrarregimento, minirrádio, ultrassom, minirrestaurante.
Agora observe bem: hiper-requitando, hiper-requisitado, inter-racial, inter-relação, inter-regio-
nal, super-racional, super-realista, super-resistente.
Descubra a regra para: autoafirmação, autoajuda, autoaprendizagem, autoescola, autoinstru-
ção, autoestrada, contraexemplo, contraindicação, contraordem, extraescolar, extraordinário, extrao-
ficial, infraestrutura, antiaéreo, antiamericano, socioeconômico, semiaberto, semiembriagado.
Observe o porquê do hífen. Anti-herói, anti-higiênico, extra-humano, semi-herbáceo.
Assim  se  escreve: ex-senador, vice-presidente, vice-governador, ex-marido, ex-namorado,
pan-americano, pré-natal, pro-desarmamento, pós-graduação,  pré-história,  pré-escolar,  além-mar,
além-fronteiras, aquém-oceano,recém-nascidos,sem–número,sem-teto, anti-inflamatório, anti-ibéri-
co, anti-imperialista, anti-inflacionário, anti-infeccioso,semi-integral, arqui-inimigo, micro-ondas, mi-
cro-orgânico, micro-ônibus.

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Agora analise bem... hiper-requitando, hiper-requisitado, inter-racial, inter-relação,inter-regio-
nal, super-racional, super-realista, super-resistente, mal-estar, mal-humorado, mal-entendido,mal-e-
ducado, bem - quisto, bem-estar, bem – casados , bem-nascido.

Bem-vindos! Bien vindos! Welcome.
Temos por objetivo unir culturas, eliminar as diferenças de grafias entre os diversos países que
tem o Portugês como a lingua oficial. Eliminar as diferenças entre o português lusitano do brasileiro.
Dessa forma é possivel ter autores de Moçambique sem dificuldades com a grafia.
Língua, uma forma de conversão da sociedade, que apresenta regras e leis que se associam para
se respeitar. Mas de 80% das pessoas que falam de portugues do mundo moram em terras brasileiras.
Os países que apresentam a lingua portuguesa como seu idioma oficial são: (São Tomé e Prín-
cipe,Cabo verde, Moçambique, Portugal,Guiné-Bissau, Angola). Na Ásia está em Goa e Timor-Leste.

OBS.:  DISPONIBILIZAMOS  PARA  VOCÊ  UM  ENCARTE  ESPECIAL e  DESTACÁVEL  PARA  CONSUL-
TAS NO FINAL DA APOSTILA. SUGERIMOS PLASTIFICAÇÃO.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Português Instrumental

Releituras de Carlos Drummond de Andrade

Aula de português
A linguagem
na ponta da língua,
tão fácil de falar
e de entender.
A linguagem
na superfície estrelada de letras,
sabe lá o que ela quer dizer?
Professor Carlos Góis, ele é quem sabe,
e vai desmatando
o amazonas de minha ignorância.
Figuras de gramática, esquipáticas,
atropelam-me, aturdem-me, sequestram-me.
Já esqueci a língua em que comia,
em que pedia para ir lá fora,
em que levava e dava pontapé,
a língua, breve língua entrecortada
do namoro com a prima.
O português são dois; o outro, mistério.

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ESTUDO DE PALAVRAS:

1)  Dê  o  sinônimo para as palavras ou expressões destacadas ou tente explicar seu significado:


2) a) Ai mordi a ponta da língua! Que dor!
b) Naquela época eu sabia as capitais da Europa na ponta da língua.
c) Nós, brasileiros, falamos a língua portuguesa.
d) O motorista irresponsável atropelou a criança e fugiu.
e) Ele estava tão nervoso que as palavras se atropelavam em sua fala.
f) Os juízes determinaram o sequestro dos bens do ex-presidente.
g) Terroristas fanáticos planejaram o sequestro do avião.

3) Observe:
O Rio Amazonas é um dos maiores do mundo.
Sentido próprio ou denotativo aquele em que a palavra aparece apenas com um sentido.
O garoto desmatava o amazonas da sua ignorância.
Sentido  figurado  ou  conotativo  aquele  em  que  a  palavra  aparece  com  um sentido  diferen-
te do que lhe é próprio, usual.

Identifique  os  trechos de  linguagem denotativa  ou conotativa:


a)  “Você  é  o  meu  caminho,  /Meu  vinho,  meu  vício,  /Desde  o  início  estava você.  /Meu  bálsa-
mo benigno, /Meu signo, meu guru...” (Caetano Veloso)
b) No jogo de ontem, Biro-Biro comeu a bola.
c) “Um  coqueiro, vendo-me inquieto e adivinhando a causa, murmurou  de
cima de si que não era feio que os meninos de quinze anos andassem nos cantos com as me-
ninas de quatorze”. (Machado de Assis)
d) O escritor Rubem Braga nasceu em 1913.
e) “Buscou no amor o bálsamo da vida”.
f) Não encontrou senão veneno e morte”. (Manuel Bandeira)
g) Até hoje não me conformo com sua morte.

4)  Empregue  as  palavras  abaixo  em  frases  dando  a  elas  sentido  denotativo e conotativo.Veja:
Os  cachorros uivavam  a  noite  / O  vento uivava  na  noite.

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Português Instrumental

a) Caminho:
b) Trevas:
c) Nuvem:
d) Colheita:
e) Asas:
f) Suavidade:

Proposta de redação:

Você  vai  preparar  um  texto  dissertativo  sobre  o  atual  ensino  brasileiro.  Procure
ler sobre o assunto e ouvir a opinião de algumas pessoas. Realize uma entrevista com al-
guém da área.
Antes de escrever, procure responder às seguintes questões:
1)  Que importância tem o sistema de ensino dentro de um país?
2)  Quais são os aspectos positivos do ensino atual?
3)  Quais são os aspectos negativos do ensino atual?
4)  No  Brasil,  há  escolas  oficiais  e  particulares.  Comente  esse  fato.  Não esque-
ça: Cite a rede particular e a pública.
5)  Quais seriam as causas da atual situação do ensino?
6)  Quais serão as consequências da atual situação?
7)  Seria possível melhorar a situação do atual sistema de ensino? Como?
8)  Qual sua ideia final, sua conclusão sobre o assunto?
9)  Transforme suas respostas em um texto dissertativo, organizando suas ideias da seguin-
te maneira:
• Introdução:  respostas à  questão  1.
• Desenvolvimento:  respostas às  questões  2,  3,  4,  5  e  6.
• Conclusão  :  respostas  às  questões  7  e  8.

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OS PLURAL? ONDE ESTÃO OS PLURAL?
Você  caminha  por  uma  rua  tranquila  da  cidade  e,  ao  passar  pela  porta  do res-
taurante  de  aparência  simpática,  não  pode  deixar  de  reparar  na  placa  que anun-
cia  “refeições  caseira”.  Um  pouco  adiante,  sua  aula  prática  de  concordância ga-
nha  um  novo  colorido:  um  vendedor  anuncia,  pelo  alto  falante  do  velho  caminhão,
“frutas fresquinha”, “morangos maduro” e “quatro caixa de caqui por oito real”.
Se uma associação de ideias o remeter imediatamente ao grande palco da tempora-
da da política em Brasília, não será mera coincidência: também na CPI dos Correios o s fi-
nal sucumbiu ao que se pode considerar a nova moda de tornar as palavras absolutamen-
te invariáveis, sem levar em conta se designam uma, duas, cinco ou 10 unidades.
Poupemos os nomes, já que este comentário, nem de longe, pretende engrossar as
fileiras do denuncismo. Mas, como ficar insensível diante de joias linguistas como “pesso-
as vinculada ao partido”, “nas últimas campanha”, “as regiões mais carente, mais distan-
te dos grandes centro” “os militante”, “os partido de base aliada”, “nos escritório dos Cor-
reio”, “esses detalhe”?
No  começo,  você  pensa  que  ouviu  mal,  que  não  estava  prestando  a  atenção  de-
vida. Por  isso,  apura  os  sentidos.  Aí  vem  a  surpresa:  a  linguagem  não  se  altera. In-
timamente,  você  pergunta-se,  a  exemplo  do  que  ocorreu  com  muitas  outras pes-
soas:  como  é  possível?  A final,  nas  10  ou  15  horas  de  depoimentos  e  perguntas
de cada sessão da CPI, cruzam-se as vozes de deputados, senadores, dirigentes de parti-
dos, secretárias de altos empresários.
Para  dizer  o  menos,  trata-se  de  pessoas  para  que  a  linguagem  constitui  impor-
tante forma de comunicação, de expressão ou  de convencimento.  Em maior  ou  menor
grau, frequentaram boas escolas (presume-se), tiveram acesso aos diversos níveis de en-
sino formal, muitas até exibem um anel universitário. Como admitir, então, tamanho des-
caso com o idioma?
Engana-se  quem  pensa  que  tudo  se  limitou  a  enunciar  ou  não  um  s  no  fim  das
palavras.  A  concordância  também  não  escapou  incólume  desse  escapamento ver-
bal:  “Indiquei  x  nomes.  Esses  nomes  foi  pra  cá  ou  pra  lá.”/  “A  Senhora  tem  tudo
pra  fazer  que  seja  reparado  os  danos  cometidos.”/  “O  que  me  traz  à  CPI  é  alguns
assuntos  como...”.  E  os  casos  clássicos  do  gênero,  claro,  dificilmente  ficariam au-
sentes:  “Haviam  muitos  problemas  a  resolver”,  “houveram  casos  que  eu  não gos-
taria  de  mencionar”,  “faziam  dois  anos  que  eu  vinha  alertando  os  dirigentes”,  “já fa-
zem 10 horas que estamos reunidos e nada se resolver até agora”.
O  nervosismo  do  momento  pode  justificar  um  ou  outro  erro  ocasional,  é  evi-
dente, mas  não,  depois  de  horas  de  depoimento,  pronúncias  como  “probrema”,  “cra-
ro”, “Pranarto”, “recramações”, “habeas corpio”, “seje”, “esteje”, “areoporto”, etc. Como
se  vê,  infelizmente,  não  é  apenas  de  honestidade  e  lisura  no  trato  dos  recursos públi-
cos que o país está precisando.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Português Instrumental

ATIVIDADE

1)  Compare estas duas orações abaixo:
(1)  Os políticos cometem graves erros de concordância .
(2) O poeta transgrediu as regras de concordância .

Nesse  contexto,  qual a  diferença  entre  o  uso  das  palavras erros  e transgrediu?

2)  Porque o autor transgrediu as regras de concordância nominal no título dotexto?

3)  Como você observou, em nossa sociedade, as pessoas estão constantemente  sendo  avalia-
das pela sua forma de falar. Por uma questão de preconceito, costuma-se chamar de erro a varie-
dade da língua falada por pessoas de baixo nível social, econômico e cultural. Quando uma pessoa
pertence  a  uma  classe  social  mais  elevada  usa  uma  variedade  diferente  da culta,  geralmen-
te  se  diz  que  ela  cometeu  um  “deslize”.  De  que  forma  o  autor revela  essa  visão  preconceituo-
sa de nossa sociedade?

4)  Ao  dizer  que  “a linguagem constitui importante forma de comunicação, de expressão ou de con-


vencimento” para os que frequentaram boas escolas, o autor não atribui aos  pequenos  comercian-
tes a mesma função da linguagem. Você concorda com ele? Justifique sua resposta.

5)  De que forma o autor constatou que não se tratava de “um ou outro erro ocasional”?

6)  Como você pôde perceber, todos os exemplos, os quais o autor ironicamente chama de “joias lin-


guísticas”, são da linguagem oral. Em sua opinião, se essas pessoas estivessem dando um depoimen-
to por escrito, usariam o mesmo nível de linguagem? Explique.

7)  Identifique no texto os exemplos de “erros” de concordância NOMINAL e reescreva-os corrigindo:

8) Identifique no texto os exemplos de “erros” de concordância VERBAL e reescreva-os corrigindo .

9)  Você se considera uma pessoa que comete “erros” ou que já sabe como transgredir as regras de lín-


gua portuguesa? Explique.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Português Instrumental
O VALOR DO BOM PORTUGUÊS

Falar e escrever bem ajuda na hora que arrumar emprego, conseguir promoção e até para con-
quistar namorado ou namorada. Mas não vá exagerar na dose e virar um patrulheiro da língua, por-
que geralmente “pega mal”.

É BOM FALAR O BOM PORTUGUÊS
Falar e escrever bem é importante na hora de conquistar um namorado ou namorada.Mas sem exa-
gerar!
“Eu gosto de escrever e sempre me correspondo com meus amigos, através de e- mail. Assim, co-
nheço  muitas  pessoas  por  esse  meio  de  comunicação.  Uma  vez, conversei  por  escrito  com  um  ra-
paz que escrevia bem, tinha um texto inteligente, irônico mas correto, sedutor. Fiquei muito impressio-
nada. Pena que “ao vivo”.
Não correspondia à boa conversa. O namoro foi um desastre; sem graça! Já namorei também um ga-
roto que escrevia muito mal, um texto desorganizado, com muitos erros. Não aguentei e corrigi seus er-
ros pela internet.

Resultado: Ele se ofendeu e o namoro acabou. Saber escrever demonstra cultura, conhecimen-
to,  mostra  que  a  pessoa  quer  evoluir.  “  Sou  chata,  não  gosto  de  ouvir  ou ler  verbos  mal  conjuga-
dos e palavras empregadas errado.”
(Luana, recepcionista)

“DISPENSEI UM FUNCIONÁRIO QUE ESCREVIA MAL”
“Há  um  mês  atrás,  mandei  embora  um  funcionário  da  área  administrativa  porque  ele escre-
via e falava muito mal. Ele tinha sérias dificuldades com a língua portuguesa.
Errava  ortografia,  concordância,  não  percebia  que  os  documentos  eram  formais  e exigiam  tex-
tos organizados e corretos.  Sua função era escrever relatórios a clientes e, para isso, a clareza e a cor-
reção gramatical são imprescindíveis.
Eu observo que conhecer bem  a  língua,  atualmente,  é  uma  necessidade,  e  por  isso, exijo
isso de meus funcionários. Não adianta querer fazer um cursinho rápido para aprender a escrever bem. A for-
mação e o ensino se alicerçam em muitos anos de estudo. Quem não dá importância a uma boa forma-
ção e não cultiva o hábito de leitura  vai  enfrentar  sérias  dificuldades para  trabalhar. Um dos  requisit-
os para admitir uma pessoa como funcionária da minha empresa é apresentar uma boa redação.”
(Pedro Luís, empresário)

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Português Instrumental
a) Quais são as semelhanças e as diferenças entre os depoimentos de Luana e Pedro?
b) Escreva no caderno um argumento a favor e uma crítica aos dois depoimentos.
c) Qual a sua opinião sobre o assunto?

Você observou que, em determinadas situações, é necessário utilizar a linguagem culta, a nor-
ma padrão. É o que as pessoas costumam chamar de “português correto”. Não é adequado chamar a “lín-
gua padrão” de “português correto”, porque todas as linguagens, todos os falares são corretos, depen-
dendo da situação em que estão inseridos.
A língua culta ou norma padrão é aquela usada, geralmente, em textos escritos, documentos, jor-
nais, televisão, revistas e nas situações de comunicação entre pessoas cultas. É valorizada porque sa-
ber usá-la dá certo poder ao falante em determinadas situações: arrumar um emprego, escrever uma dis-
sertação científica, etc.
Os períodos a seguir foram retirados de produções de alunos. Identifique os problemas de ortogra-
fia, concordância, ou significado e redija uma proposta de correção.
a) “O nosso ambiente ele estava muito estragado e muito poluído por causa que os ou-
tros não zela o ar puro.”
b) “O serumano no mesmo tempo no mesmo tempo que constrói também destrói, pois
nóis temos que nos unir para realizar parcerias”.
c) “Vamos mostrar que somos semelhantemente iguais”.
d) “Morrem queimados e asfiquiciados”.
e) “Hoje endia a natureza..”.
f) “O maios problema da floresta Amazonas é o desmatamento dos peixes”.

Manifesto 2.0 - por uma sociedade mais colaborativa

Fonte: Disponivel em : www.hongkiat.com. Acessado em 09/01/2016

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Português Instrumental
Estamos  descobrindo  maneiras  melhores  de  organizar  a  sociedade  em  todas  as suas  instân-
cias, através da colaboração, utilizando as ferramentas interativas que a Internet proporciona. É preci-
so reunir pessoas, através de uma mesma visão, que pensam, a partir de um novo paradigma para ace-
lerar a implantação desse novo ponto de vista. Através desta visão queremos valorizar e desenvolver:
• O uso criativo da rede digital para ajudar a resolver problemas complexos;
• A ampliação da participação de todos os cidadãos, como condição para a efetiva democra-
tização institucional, informacional, econômica e cultural.
• A aproximação entre as pessoas para promover diálogos, utilizando os meios mais adequa-
dos a cada contexto, sejam eles presenciais ou digitais.

Princípios do Manifesto 2.0

1.  Disseminar e debater que a Internet faz parte de uma revolução informacional e comunicacional.


2.  Disseminar e promover diálogos a partir do entendimento que esta mudança não é tecnológica, m
as informacional, pedra fundamental de uma nova civilização mais compatível com uma super-
população mundial e a complexidade que tal cenário impõem à nossa espécie;
3.  Disseminar  e  debater  que  tal  revolução  do  ambiente  informacional  trará  mudanças signifi-
cativas  e  profundas  na  gestão  da  sociedade  e  que  é  preciso  agir  com sabedoria,  rapi-
dez e eficiência para a ampliação dos benefícios coletivos para reduzir os possíveis sofrimen-
tos que tais mudanças radicais trarão ao mundo;
4.  Que  as  mudanças  significam  democratização  paulatina  institucional,  econômica  e informacio-
nal de todas as sociedades, através de uma nova forma de gerar valor para a humanidade mais co-
laborativa, dinâmica e inovadora;
5.  Buscar um novo modelo de compartilhamento dos lucros, em novas empresas que gerem va-
lor para a sociedade, respeitando os seres vivos, incluindo seus clientes e colaboradores;
6.  Sugere-se  uma  nova  plataforma  aberta  de  governo,  onde  os  dados  serão  de acesso  públi-
co e a sociedade poderá usá-los de forma a acompanhar o que está sendo feito e a customi-
zar o uso, gerando aplicativos que possam beneficiar tanto o próprio povo, quanto o governo, apro-
ximando assim os dois lados interessados nas políticas aplicadas àquele contexto;
7.  Defesa  de  escolas  que  adotem o uso  das  ferramentas  digitais  de  informação  e comuni-
cação  dentre  outras  estratégias  educacionais  para  desenvolver  competências e  habilidades
de  leitura  e  escutas  críticas,  do  diálogo,  da  capacidade  de  lidar  com  a diversidade  sem  pre-
conceitos, da construção coletiva de conhecimentos e criação de soluções colaborativas para os de-
safios complexos do mundo no qual vivem;
8.  Tais  alterações  significam  compreender  a  necessidade  do  compartilhamento aberto  e  li-
vre de ideias, através de novas formas criativas de remuneração, seja a distância ou no presencial;
9.  Sugere-se a todos que assinem esse manifesto que sejam estimulados a se aprofundar cada
vez mais  em  ferramental  teórico  e  prático  sobre  esse  novo ambiente, a  fim  de  pro-

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Português Instrumental
mover tais alterações, procurando, o máximo possível, coerência entre discur-
so e ações, em direção a um mundo mais colaborativo, estimulados por Gandhi “Seja a mu-
dança que você quer ver no mundo”;
10. Sugere-se ainda promover ações que minimizem a compulsão informacional que gera ansieda-
de, alienação, pouco significado e, portanto, repetição de modelos e não mudanças;
11. Sugere-se a formação de iniciativas na rede ou fora dela, para promoção de ações de todo tipo ba-
seados nesse manifesto, que deve ser aprimorado, a partir da discussão e da prática;
12. Que este manifesto sofra melhorias permanentes por aqueles que o apoiam.

Proposta interdisciplinar: Responsabilidade social

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Português Instrumental
TEXTO : DE OLHO NO LIXO

Você  já  reparou  na  quantidade  de  lixo  que  produz  todo  dia?  Por mais  cuidado que a gente te-
nha, sempre surgindo migalhas de pão, potes vazios, cascas de banana, papéis, restos de borracha, e ou-
tros ....  Fabricamos lixo o tempo todo.
Até hoje não conseguimos um jeito de evitar que isso aconteça. E o curioso é que, quanto mais in-
dustrializado é um pais, maior é a quantidade de lixo que ele produz.A história do lixo é tão antiga quan-
to a humanidade. Só que havia menos gente e eram jogados fora basicamente restos de comida e ma-
teriais orgânicos.
As  pessoas  moravam  em  cavernas  e,  quando  a  caça  diminuía,  simplesmente se muda-
vam.  O  lixo,  formado  de  sobras  de  alimentos  ia  se  decompondo  com  o passar  do  tempo.  O  proble-
ma da sujeira foi aumentando com a civilização e também com o surgimento das grandes cidades.
Pelo que se sabe, a Roma antiga foi uma das primeiras a enfrentar o problema, pois tinha mui-
tos  habitantes.  Os  romanos  despejavam  o  lixo  e  o  esgoto nos  rios,  onde  os  resíduos  eram  dissolvi-
dos pela correnteza e carregados para o mar.
Depois, na Idade Média, nos povoados que existiam na região que hoje é a Europa, o lixo se acumu-
lava nas ruas e facilitava a transmissão de doenças. Mais tarde,  as  cidades  cresceram  e ganharam siste-
mas  de esgoto e  novos  reservatórios de água, o que ajudava a manter a higiene e a limpeza. Mas a pop-
ulação e a produção de lixo foram aumentando.

PROBLEMA SÉRIO
No  século  20,  a  quantidade  de  lixo  aumentou  muito  e  o  assunto  virou preocupação  mun-
dial. Com o avanço da tecnologia, todo mundo passou a usar materiais  como  plástico,  isopor,  lâmpa-
das, e pilhas, que começaram a fazer parte do lixo e a poluir a natureza. Além disso, há toneladas de de-
tritos produzidos pelas fábricas, que jogam toneladas de sujeira nos rios e mares todos os dias.
Segundo os estudiosos só no Brasil cada um de nós fabrica mais de 300 quilos de lixo por ano. São 25 mil qui-
los de lixo durante a vida toda!
E  a  gente  começa  cedo,  pois  desde  bebês  usamos  fraldas  descartáveis  e produtos  em  poti-
nhos que depois serão jogados fora. Resultado: com apenas uma semana de vida, já produzimos uma pi-
lha  de lixo equivalente  a quatro  vezes  nosso tamanho.
Uma das saídas para dar fim à sujeira é fazer coleta seletiva, ou seja, recolher os materiais separa-
damente, o que facilita o seu reaproveitamento. Através da reciclagem. Além disso, é importante reci-
clar papel, plástico e vidro e construir usinas geradoras de energia elétrica que usam o lixo como com-
bustível.  O  legal  é que  todos  podem  e  devem  ajudar!  Esse  papel  participativo  é  para  todo  cidadão
responsável.

Texto Publicitário do Circuito Cultural da Praça Liberdade

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Português Instrumental
Documentário indicado: Lixo Extraordinário

TEXTO E INTERPRETAÇÃO

SUPERMERCADOS: AS CATEDRAIS DO CONSUMO

Numa sociedade onde ninguém quer engordar, o crescimento dos supermercados é


um tanto contraditório. A febre de emagrecimento deveria beneficiar o desenvolvimento
de pequenas quitandas e não desses monstruosos templos de consumo. Acontece que o
esforço para manter-se magro nasceu exatamente na esteira dos supermercados. O ho-
mem atual vive imprensado entre os dietéticos e os supermercados. Mais um pouco, e
será impossível reviver a dupla do Gordo e o Magro. Quando muito, conseguiremos uma
dupla formada pelo Gordo e o Menos Gordo.
É difícil fugir ao irresistível apelo dos supermercados. É nele que o homem satisfaz
a todas as necessidades de consumidor. A primeira intenção de quem entra num super-
mercado é comprar tudo. Um conhecido meu, consumidor consagrado, já confessou que
seu maior desejo é poder se atirar sobre as prateleiras, abrir pacotes, latas e caixas de bis-
coitos, queijo, compotas, doces e ficar ali esparramado, comendo até sair pelos ouvidos.
Os proprietários têm consciência dessa compulsão e arrumam suas mercadorias de
forma a poder deixar o consumidor como eles, proprietários, quando chegaram ao Brasil,
ou seja, de tanga. Curiosamente, a alimentação deixou de ser uma simples necessidade
para tornar-se um complicado sistema de “marketing” e pesquisa. Hoje, a gente nem sem-
pre compra o que quer. Compra-se o que eles querem vender. Vocês sabem, por exemplo,
por que o açúcar é colocado no fundo dos supermercados? Porque o açúcar é um artigo
comum a todos, e ficando no fundo obriga o consumidor a passar por várias outras seções
antes de encontrá-lo. E nessa passagem pode comprar mais alguma coisa. Para escapar
a esse risco, há uma solução: entrar pela porta dos fundos. Texto Publicitário do Circuito
Cultural da Praça Liberdade “Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais”
A colocação dos artigos nas prateleiras é matematicamente calculada. Os que têm
saída certa ficam embaixo. Os de venda difícil são colocados à altura dos olhos. Dos olhos e
principalmente das mãos. E há ainda as embalagens, feitas de forma a atrair o consumidor.
Tem muita gente que só compra pela embalagem, tem gente que ainda faz pior. Só come
a embalagem.
As últimas pesquisas demonstram que os homens já estão se equiparando às mulhe-
res na frequência aos supermercados. Revelam ainda que eles vêm mostrando um talento
incrível para donas-de-casa. Os homens são os melhores fregueses nas chamadas compras
de impulso - termo que surgiu com o supermercado - que são aquelas que não se coloca

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Português Instrumental

na lista. Você chega lá, olha para a mercadoria, verifica quanto tem no bolso e depois se
justifica: “Vou comprar só desta vez para experimentar”. As pesquisas assinalam ainda que
nas compras o impulso ocorre da classe média para cima. Abaixo da classe média, diminui
sensivelmente. Até mesmo porque, se houvesse impulso, não haveria dinheiro.
Na zona Sul o que mais se vende é o enlatado. Os artigos de toucador não saem mui-
to. O cidadão da zona sul não dorme de touca. Na zona norte, em primeiro lugar vem os
artigos de primeira necessidade, em segundo os de segunda necessidade e em terceiro os
de quarta necessidade. Os supermercados ainda não vendem os de terceira necessidade.
Ao todo, os supermercados cariocas vendem 80 por cento dos artigos comercializa-
dos. E eu fico aqui pensando como sobreviviam nossos antecessores sem supermercados.
Aliás, por que não instalam mais supermercados no nordeste para que o pessoal também
possa comer melhor? Em São Paulo a proporção é menor que no Rio. Ainda assim, o Jum-
bo, da cadeia do Pão de Açúcar, oferece quase 70.000 tipos de produtos. Os supermerca-
dos praticamente têm de tudo. Alguns tem até desabamento.
Os supermercados transformaram os hábitos de venda. Terminaram com os ven-
dedores. O que foi melhor pra eles. Com menos gente vendendo, sobra mais gente pra
comprar. E como se compra! Positivamente, isto aqui não é uma sociedade de lazer. Por
enquanto, é do comer. Sem os vendedores, acabaram as conversas e as pechinchas. O
supermercado é um dos poucos lugares onde não se pode dizer não à inflação. Não tem
a quem.
A única figura disponível para uma conversinha é a caixa. Mas seu trabalho diário ba-
tendo alucinadamente naquelas teclas da registradora, já as transformou em verdadeiros
autômatos. As caixas falam por números. Alguns sociólogos explicam que a presença de
toda a família é a forma de exercitar a conversa. Outros admitem que a família se reúne
para ir a um supermercado porque a família que compra unida continua unida. A grande
maioria dos estudiosos, porém, prefere acreditar que o supermercado seja um programa
tão atraente quanto um circo ou um parque de diversões. É também no supermercado
que os garotos tiram as frustrações do automóvel, dirigindo os carrinhos de compras.
Os garotos gostam tanto de dar trombadas no alheio que, no ano passado, quando
minha irmã perguntou ao filho o que ele queria de Natal, ele respondeu : um carrinho de
supermercado.
Há horários em que os carrinhos – com ou sem garotos - congestionam comple-
tamente os corredores. Já era tempo de colocar guardas de trânsito pelas esquinas dos
supermercados para evitar batidas, engarrafamentos e principalmente que as madames
larguem os carrinhos no meio do corredor para ir buscar seu feijão do outro lado.

(Carlos Eduardo Novaes)

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Português Instrumental
1) “Alguns sociólogos explicam que a presença de toda a família é a forma de exercitar a conver-
sa” De acordo com os sociólogos:
a) A comunicação em família, no lar, esta cada vez mais difícil.
b) O supermercado oferece maiores condições para as amizades.
c) O supermercado facilita a conversa, porque evita as discussões.
d) O silencio dos supermercados favorece o entendimento dos homens.
e)  A  troca  de  ideias  quanto  às  compras  no  supermercado,  estabelece  maior compreen-
são ente os familiares.

2) A única afirmativa CORRETA, de acordo com o texto é:
a) As compras de impulso são mais comuns entre as mulheres.
b) Os supermercados são verdadeiros circos e parques.
c) As compras de impulso estão sujeitas à disponibilidade de dinheiro.
d) Os nossos antepassados não se alimentavam bem pois não dispunham de supermercados.
e) A instalação de supermercados no nordeste resolveria os problemas de fome naquela região.

3) De acordo com texto a única alternativa FALSA é:
a) Os supermercados não favorecem o combate a inflação.
b) A classe média sempre se beneficia com as compras de impulso.
c) A família reunida nos supermercados dá expansão as suas conversas.
d) A ausência de vendedores nos supermercados evita o decréscimo no preço das mercadorias.
e)  As  compras  de  impulso  raramente  ocorrem  abaixo  da  classe  média,  por  se tratar  de  pesso-
as de minguado poder aquisitivo.

4) A única passagem que não denota ironia é:
a) “( ) Alguns tem até desabamento.”
b) “( ) ...  comendo até sair pelos ouvidos.”
c) “( ) ...  ele respondeu: um carrinho de supermercado
d) “( ) E os de venda difícil são colocados à altura dos olhos”
e) “( ) ...  a família que compra unida continua comendo unida”

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Português Instrumental
5) De acordo com o texto lido, compras de impulso são uma particularidade de :
a) Donas de casa sem lista de compras;
b) Maridos tentando colaborar com a prática do supermercado;
c) Crianças desmioladas e sem controle dos pais;
d) Donas de casa consumistas;
e) Irmãos mais velhos e sem juízo.

6) A assertiva abaixo que confirma o poder de oferta em 100% é:
a) Os supermercados praticamente têm de tudo. Alguns têm até desabamentos.
b) A única figura disponível para uma conversinha é o caixa.
c) O Jumbo, da cadeia do Pão de Açúcar, oferece quase 70.000 tipos de produtos.
d) Na zona sul o que mais vende é enlatados.
e) O Nordeste carece de supermercados.

Suporte: Jornal

Propaganda a ser limitada

É grande a força do lobby de cervejarias, TVs e agências de propaganda. Mais uma


vez, conseguiu evitar que a publicidade de cervejas fosse equiparada à das demais bebidas
alcoólicas e proibida das 6h às 22h.
O projeto de lei do Executivo restituindo um pouco de lógica à legislação que regula
a propaganda de álcool estava pronto para ser votado. Mas um acordo entre parlamenta-
res e governo conseguiu retirar a urgência da proposta, que agora fica sem prazo para ir ao
plenário. A julgar pelos precedentes, isso dificilmente ocorrerá antes dos Jogos Olímpicos
de Pequim, em agosto, ou quem sabe da Copa de 2014.
Em termos de saúde pública e ciência, não há justificativa para tratar a publicidade
de bebidas alcoólicas de qualquer gradação de forma diversa da do tabaco, que é vedada
quase totalmente.
O álcool é uma droga psicoativa com elevado potencial para provocar dependência.
Estudo da Organização Mundial da Saúde atribui ao abuso etílico 3,25% das mortes ocor-
ridas no planeta (cerca de 1,8 milhão de óbitos anuais). Metade delas tem como causa
doenças, e a outra metade, ferimentos. No Brasil, dados da Secretaria Nacional Antidrogas
(2005) apontam que 12,3% da população entre 12 e 65 anos pode ser considerada depen-
dente.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Português Instrumental

Não se trata de proibir o consumo de álcool, mas esses números deixam claro, por
outro lado , que ninguém deveria ser estimulado a beber. A propaganda é uma atividade
legítima para a esmagadora maioria dos produtos e serviços existentes. O caso das drogas
lícitas é uma exceção. A Constituição Federal, em seu artigo 220, prevê restrições a esse
tipo de publicidade.
Não faz, portanto, sentido a campanha que a Associação Brasileira de Publicidade
mantém desde o final de abril afirmando que a restrição à publicidade de cervejas teria o
mesmo efeito que proibir “a fabricação de abridores de garrafa”.
Louvar as virtudes reais ou imaginárias de abridores de garrafa não costuma levar
jovens a consumir quantidades crescentes de drogas psicotrópicas. Já a propaganda de
cerveja o faz.

(Folha de São Paulo, 11/05/2008.Licenciado por Folhapress.)

1)  Qual é o tema abordado pelo editorial?

2) Por que esse tema estava sendo debatido no Brasil naquele momento?

3)  Segundo o texto qual é o motivo de esse projeto não ter sido votado e entrado em acordo?

4)  Coloque (F) para falso e (V) para verdadeiro:
( ) O editorial tem uma estrutura geralmente simples. Apresenta a tese (que apresenta
o ponto de vista do jornal), o desenvolvimento do tema através de argumentações e conclusão .
( ) Um editorial precisa necessariamente apresentar argumentos consistentes.
( ) Esse gênero privilegia a impessoalidade.
( ) A conclusão geralmente apresenta uma síntese das ideias expostas para a solução do proble-
ma abordado.

5)  Segundo o editorial, a votação do Projeto de lei não ocorrerá antes dos Jogos Olímpicos de Pe-


quim ou da Copa de 2.014. Por que o jornalista deduz isso?

6)  Cite  quais  são  as  principais  características  do  editorial?  Considere  a  finalidade do  gênero,  per-
fil dos interlocutores, suporte ou veículo, tema, estrutura e linguagem.

7)  Quais são os principais interessados em manter na mídia a publicidade das cervejarias?

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Português Instrumental
8)  Explique o último parágrafo do texto.

9)  Comente o trecho sublinhado no texto.

10) O texto nos remete a uma realidade combatida todos os dias. O que recentemente foi propos-
ta de redação do ENEM./2013. Comente sobre a Lei Seca no Brasil. (Parágrafo dissertativo).

TEXTO I

PAPOS
_ Me disseram...
_Disseram-me.
_Hein?
_O correto é “disseram-me”. Não, “me disseram”.
_Eu falo como quero. E te digo mais ...  ou é “digo-te?”- O quê?
_Digo-te que você ...
_O “te” e o “você” não combinam.
_ Lhe digo?
_Também não. O que você ia me dizer?(...)
_Dispenso as suas correções. Vê se esquece-me. Falo como bem entender.
_Mato-o. Mato-lhe. Mato você. Matar-lhe-ei-te. Ouviu bem?
_Pois esqueça-o e para-te.Pronome no lugar certo é elitismo!
_Se você prefere falar errado...
_Falo como todo mundo fala. O importante é me entenderem. Ou entenderem-me?
_No caso. Não sei.
_Ah! Não sabe? Não o sabes? Sabes-lo não?
_Esquece.
_Não. Com “esquece” ? Você prefere falar errado? E o certo é “esquece” ou
“esqueça”? Ilumine-me. Me diga. Ensines-lo-me, vamos.
_Depende.

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Português Instrumental

_Depende. Perfeito. Não o sabes. Ensinar-me-lo-ias se o soubesse. Mas não sabes-o.
_Está bem, está bem. Desculpe. Fale como quiser.
_Agradeço-lhe a permisão para falar errado que mas dás. Mas não posso mais
dizer-lo-te o que dizer-te-ia.
_Por quê?
_Porque, com todo este papo, esqueci-lo.

VERÍSSIMO.Luís Fernando, Comédias para se ler na escola. RJ. 2001.

QUESTÕES

1)  Uma  das  estratégias  do  narrador,  no  desenvolvimento  da  história,  é  explorar  a contradi-
ção de um dos personagens. Retire do texto um exemplo dessa estratégia.

2)  No texto de Luís Fernando Veríssimo, um dos personagens critica o uso dos pronomes oblíquos fa-
lados por outro personagem. Sobre o texto, pode-se afirmar que: (0.5)
A) O autor quis criticar a gramática normativa sobre o uso dos pronomes.
B) Os dois personagens do texto são intransigentes quanto ao uso da norma padrão da língua.
C) Um dos personagens acha inaceitável o uso da mesóclise durante um papo.
D) O dois personagens conhecem bem as regras de uso de colocação pronominal.
E) O autor, em forma de zombaria, critica o uso da norma padrão em situação de oralidade.

3)  “... Pronome no lugar certo é elitismo!”. RELACIONE  norma  padrão  e  elitismo. (1.0)

4)  As construções “Matar-lhe-ei-te”, “sabes-lo”, “Ensines-lo-me” e “esquecilo” não existem em por-
tuguês, nem na norma culta e muito menos na norma popular. No texto, portanto, elas têm uma fun-
ção especial, que é: (0.5)
A) Demonstrar que as regras de colocação pronominal são irrelevantes.
B) Identificar as características do personagem: ele é chato e gosta de parecer elitista.
C) Ironizar o falso conhecimento que o outro personagem tem das regras de colocação pronomi-
nal.
D) Satirizar as pessoas que falam errado.
E) Provocar um efeito de humor com as dificuldades do personagem.

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Português Instrumental
5)  O texto de Luís Fernando Veríssimo é uma crônica ficcional que tem como finalidade demons-
trar que: (0.5)
A) A boa comunicação depende da colocação pronominal.
B) Cada pessoa tem o direito de usar a língua como bem entender.
C) A preocupação excessiva com a gramática pode prejudicar a comunicação.
D) As regras de colocação pronominal são muito difíceis.
E) O aprendizado das regras gramaticais é muito importante.

Fonte:Http://cargocollective.com/ricardosantiago/jamoto

TEXTO  II:  “As  motos  Flex  da  Honda  emitem  menos  gás  carbônico  e  são  mais econômi-
cas na hora de abastecer. A natureza agradece. O seu bolso também.”
Disponível em: <http://cargocollective.com/ricardosantiago/jamoto>

6)  RELACIONE o símbolo “CO” com a palavra “ECONOMIZE” no plano da divulgação.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Português Instrumental
7) Para anunciar a marca a uma postura ecológica, o anunciante se vale de certas estratégias.
I. Associação do símbolo do dióxido de carbono ao principal apelo da mensagem Economize.
II. Argumentação a favor da diminuição da emissão de gás carbônico.
III.Utilização da frase: “A natureza agradece” , que enaltece o anunciante.
IV.Emprego do enunciado. “No trânsito, somos todos pedestres”.
Estão corretas, apenas a alternativa...
A)  I , III, IV
B)  I, II, III
C)  I, II, IV
D)  II, III, IV

A era da falta d’água

Uma previsão catastrófica marca o colapso da água no mundo para o ano 2025. Foi
dada a largada para a corrida em busca de soluções. Veja o que se pode fazer para não en-
trarmos pelo cano
Por Claudio  Angelo,  Mariana  Mello  e  Maria  Fernanda  Vomero  colaboraram  Mô-
nica Rentschler,  de  Tóquio,  e  Daniel  Blumenthal,  de  Jerusalém  Se  você  se  comove
quando  vê  imagens  como  esta,  melhor  recolher  as  lágrimas  e  guardá-las.  Vai  piorar.
O  velho  pesadelo  dos  ambientalistas  de  que  as  reservas  mundiais  de  água  doce  vão
entrar  em  colapso  em  algum  momento  do  século  XXI  nunca  esteve  tão  próximo  de vi-
rar  realidade.  Um  estudo  das  Nações  Unidas  divulgado  este  ano  prevê  que  2,7 bi-
lhões  de  seres  humanos  -  45%  da  população  mundial  -  vão  ficar  sem  água  no  ano
2025. O problema já afeta 1 bilhão de indivíduos, principalmente no Oriente Médio e nor-
te da África
Daqui a 25 anos, Índia, China e África do Sul deverão entrar na estatística
“Nesses lugares, as reservas deverão se esgotar completamente”, alerta o autor do
estudo,  o  geólogo  Igor  Shiklomanov,  do  Instituto  Hidrológico  Estatal  de  São Petersbur-
go, Rússia
O  precário  abastecimento  d’água  desses  lugares  vai  falir  por  vários  moti-
vos. “Nos últimos cinquenta anos, a população mundial triplicou e o consumo de água
aumentou  seis  vezes”,  sintetiza  o  ecólogo  paulista  José  Galizia  Tundisi,  do  Institu-
to Internacional  de  Ecologia.  Com  a  população  cresce  também  a  agricultura,  a ativida-
de  humana  que  mais  consome  o  líquido.  “Os  países  em  desenvolvimento  vão aumen-
tar seu uso de água em até 200% em 25 anos”, disse Shiklomanov à SUPER

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Português Instrumental

Gente  demais  já  basta  para  tornar  a  situação  aflitiva  em  um  terço  do  plane-
ta. Para piorar, a saúde dos rios - as principais fontes de água doce da Terra - está pio-
rando. Metade  dos  mananciais  do  planeta  está  ameaçada  pela  poluição  e  pelo as-
soreamento.  Só  a  Ásia  despeja  anualmente  em  seus  cursos  d’água  850  bilhões  de
litros de esgoto. E cada litro de sujeira num rio inutiliza 10 litros da sua água. “A humani-
dade sempre tratou a água como um recurso inesgotável”, explica o hidrogeólogo Aldo Re-
bouças, da Universidade de São Paulo (USP). “Estamos descobrindo, da pior forma possí-
vel, que não é bem assim.”
As previsões são turvas, é verdade. Só que não estamos inexoravelmente condena-
dos a entrar pelo cano. Os mananciais degradados podem ser despoluídos.
Novas técnicas de tratamento cada vez mais reutilizam a água do esgoto em países
desenvolvidos. Melhoraram, bastante, as condições técnicas e econômicas para a explora-
ção de fontes alternativas, como a dessalinização da água do mar.
E nem só processos caros e sofisticados oferecem soluções para a crise.
É  o  caso  da  remota  vila  de  Baontha-Koyala,  no  noroeste  da  Índia.  Seus  habitan-
tes não tinham uma gota d’água para beber até meados da década de 80. No final dos
anos  90,  recuperaram  seus  lençóis  subterrâneos  e  o  principal  rio  da  região  voltou  a
ter  água.  O  que  fizeram?  Simples.  Cavaram  poços  no  quintal  das  casas  para reco-
lher água de chuva. É o óbvio. Mas ninguém havia feito antes. O exemplo serve para o Nor-
deste brasileiro. É só usar a cabeça.

Disponível em : super.abril.com.br/ciencia/a-era-da-falta-dagua. Acessado em 09.01.2016

A propósito do texto:

1-  Copie  as  principais  informações  de  cada  parágrafo. Lembre-se  de  que  nem  todos os  perío-
dos que formam os parágrafos apresentam informações essenciais. Agora, responda:
a) Qual é o principal fato transmitido pelo texto?
b) Qual é a sua causa?
c) Quais são as consequências desse fato?

2-  Sabendo  que  eco  –  significa  “causa,  meio  ambiente”,  hidro-  significa  “água”, geo  –  ter-
ra, e logo “ o que estuda”, tente explicar o que fazem um hidrogeólogo e um ecólogo. Há, no quarto pa-
rágrafo, algumas expressões que jornalistas usam com objetivo de aproximar-se do leitor. Transcre-
va-as e explique por que elas foram estrategicamente escolhidas para falar do assunto em questão.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Português Instrumental
3- Substitua as palavras em destaque por sinônimos:
a) “... as reservas mundiais de água doce vão entrar em colapso em algum momento do sécu-
lo XXI ...”
b) “O precário abastecimento d’água desses lugares vai falir”
c) “ A humanidade sempre tratou a água como um recurso inesgotáveis...”
d) “Só que não estamos inexoravelmente condenados a entrar pelo cano.”

Fonte: twicsy.com/i/6Hz8M

4- Com base na tirinha, qual das ações apresentadas é avaliada NEGATIVAMENTE pelo persona-
gem, em decorrência da seca?
a) Cutucar o nariz
b) Olhar o céu azulão
c) Ver ipês floridos
d) Usar umidificador

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Português Instrumental
5- A tirinha abaixo foi dividida em três quadros:

Fonte: geografia1004.wordpress.com

Qual das alternativas apresenta um trecho de uma musica que corresponde CORRETAMEN-
TE ao quadro indicado entre colchetes?
a) “A vida aqui só é ruim / Quando não chove no chão / Mas se chover, dá de tudo / Fartura tem de por-
ção”. (Luiz Gonzaga) – [Correspondente ao quadro 2]
b) “Fogo, fogo de artifício / Quero ser sempre o menino / As estrelas deste mundo , Xan-
gô / Ai, São João, Xangô menino” (Caetano Veloso)– [Correspondente ao quadro 3]
c) “Olha pro céu, meu amor! / Veja como ele esta lindo ! / Olha para aquele balão multicor /
Que La no céu vai sumindo!” (Luiz Gonzaga) – [Corresponde ao quadro 2]
d) “Ver a terra rachada, amolecendo / A terra antes pobre, enriquecendo / O milho pro céu apontan-
do / O feijão pelo céu enramando!” (Gonzaga Jr) [ Corresponde ao quadro 1] 52

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Português Instrumental

DETALHES
O  velho  porteiro  do  palácio  chega  em  casa,  trêmulo.  Como  sempre  que  tem  bai-
le no palácio, sua mulher o espera com café da manhã reforçado. Mas desta vez ele nem
olha para a xícara fumegante, o bolo, a manteiga, as geleias. Vai direto à aguardente. Atira-
se na sua poltrona perto do fogão e toma um longo gole de bebida, pelo gargalo.
— Helmuth, o que foi? —  Espera, Helga. Deixa eu me controlar primeiro.
Toma outro gole de aguardente.
— Conta,  homem!  O  que  houve  com  você?  Aconteceu  alguma  coisa  no  bai-
le? — Co-começou  tudo  bem.  As  pessoas  chegando,  todo  mundo  de  gala,  todos  com
convite,  tudo  direitinho.  Sempre  tem,  é  claro,  o  filhinho  de  papai  sem  convite  que
quer levar na conversa, mas já estou acostumado. Comigo não tem conversa. De repen-
te, chega a maior carruagem que eu já vi. Enorme. E toda de ouro. Puxada por três pa-
relhas  de  cavalos  brancos.  Cavalões!  Elefantes!  De  dentro  da  carruagem, sal-
ta  uma  dona.  Sozinha.  Uma  beleza.  Eu  me  preparo  para  barrar  a  entrada  dela
porque mulher desacompanhada não entra no baile do palácio. Mas essa dona tão boni-
ta, tão sei lá, radiante, que eu não digo nada e deixo ela entrar.
— Co-começou  tudo  bem.  As  pessoas  chegando,  todo  mundo  de  gala,  to-
dos  com convite,  tudo  direitinho.  Sempre  tem,  é  claro,  o  filhinho  de  papai  sem  con-
vite  que quer  levar  na  conversa,  mas  já  estou  acostumado.  Comigo  não  tem  conver-
sa. De repente, chega a maior carruagem que eu já vi. Enorme. E toda de ouro. Puxada
por três parelhas de cavalos brancos. Cavalões! Elefantes! De dentro da carruagem, sal-
ta  uma  dona.  Sozinha.  Uma  beleza.  Eu  me  preparo  para  barrar  a  entrada  dela por-
que  mulher  desacompanhada  não  entra  no  baile  do  palácio.  Mas  essa  dona  tão boni-
ta, tão sei lá, radiante, que eu não digo nada e deixo ela entrar.
— Bom, Helmuth. Até aí..
— Espera.  O  baile  continua.  Tudo  normal.  Às  vezes  rola  um  bêbado  pela esca-
daria, mas nada de mais.  E então bate a meia-noite. Há um rebuliço na porta do palá-
cio.  Olho  para  trás  e  vejo  uma  mulher  maltrapilha  que  desce  pela  escadaria, corren-
do. Ela perde uma sapato. E o príncipe atrás dela.
— Bom, Helmuth. Até aí..
— Espera.  O  baile  continua.  Tudo  normal.  Às  vezes  rola  um  bêbado  pela esca-
daria, mas nada de mais.  E então bate a meia-noite. Há um rebuliço na porta do palá-
cio.  Olho  para  trás  e  vejo  uma  mulher  maltrapilha  que  desce  pela  escadaria, corren-
do. Ela perde uma sapato. E o príncipe atrás dela.
— O  príncipe? — Ele  mesmo.  E  gritando  para  mim  segurar  a  esfarrapada.  “Segu-
ra! Segura!” Me preparo para segura-la quando ouço uma espécie de “vum” acompanha-
do de um clarão. Me viro e..
— E o quê, meu Deus? O porteiro esvazia a garrafa com um último gole.
—  Você não vai acreditar.
— O príncipe?

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Português Instrumental

— Ele mesmo. E gritando para mim segurar a esfarrapada. “Segura! Segura!” Me


preparo para segura-la quando ouço uma espécie de “vum” acompanhado de um cla-
rão. Me viro e..
— E o quê, meu Deus? 186 O A tal carruagem. A de ouro. Tinha se transforma-
do numa abóbora.
— Numa o quê? — porteiro esvazia a garrafa com um último gole.
— Você não vai acreditar.
— Conta! ___ Eu disse que você não ia acreditar.
— Uma abóbora? ___ E os cavalos em ratos.
— Helmuth..
— Não tem mais aguardente? — Acho que você já bebeu demais por hoje.
— Juro que não bebi nada! — Esse trabalho no palácio está acabando com você, Hel-
muth. Pede para ser transferido para o almoxarifado.

VERÍSSIMO, L. F. O analista de Bagé. 100. ed. Porto Alegre: L&P Editora.

Pronomes de Tratamento para serem observados em correspondência técnica observan-


do abreviaturas

Fonte: Elaborado pelo autor

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Português Instrumental
Observando abreviaturas

Fonte: elaborado pelo autor

PARTE II

CORRESPONDÊNCIA TÉCNICA.(Proposta do portfólio)


Correspondência é uma forma de comunicação escrita estabelecida ente pessoas para tra-
tar de assunto particulares , empresariais ou oficiais.
As correspondências oficiais e empresariais obedecem a certos parâmetros técnicos e por isso re-
cebem o nome de correspondências técnicas, sendo objeto deste estudo.
Nota: A correspondência técnica exige: objetividade, concisão, clareza, elegância , coerência,-
cortesia, tudo isso amparado pela correção linguística e pela simplicidade de estilo.

ORIENTAÇÕES PARA APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS:

1. CAPA

2. FOLHA DE ROSTO

3. DEDICATÓRIA

4. AGRADECIMENTOS.

5. SUMÁRIO

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Português Instrumental
6. INTRODUÇÃO

7. DESENVOLVIMENTO

8. CONCLUSÃO

9. BIBLIOGRAFIA

1. CAPA : É a primeira folha do trabalho e tem como objetivo protegê-lo. Deve conter da-
dos do(s) autores e título. Pode trazer ilustrações.
2. FOLHA DE ROSTO: Apresenta o(s) nome(s) do(s) autor(es), o título, local e ano.
Deve conter informações sobre a apresentação do trabalho (nome da disciplina, do pro-
fessor orientador e da escola).
3. DEDICATÓRIA OU AGRADECIMENTO: São partes opcionais do trabalho. O agradecimen-
to  é  feito  a  pessoas  que  ajudaram  diretamente  na  execução  do trabalho.  A  dedicató-
ria é livre.
4. SUMÁRIO/SUMARIZAÇÃO: Enumeração dos capítulos e subdivisões, apresenta-
dos na mesma ordem e grafia com que aparecem no texto. O sumário corresponde ao es-
quema elaborado para desenvolvimento do trabalho.
5 .INTRODUÇÃO: É a apresentação ou exposição do trabalho. É a parte na qual se situa o lei-
tor diante do assunto que irá ler, mencionando os principais itens e traçando os objeti-
vos.
6. DESENVOLVIMENTO: É a parte na qual se desenvolve o assunto a ser tratado . É onde ex-
pomos os itens inicialmente destacados, analisando-os detalhadamente.
7. CONCLUSÃO: É a síntese do trabalho, onde expomos uma opinião crítica do assunto tra-
tado.
8.  BIBLIOGRAFIA: Registro dos documentos consultados escrito em ordem alfabética por so-
brenome do autor.
PROPOSTA  PRÁTICA:  Elaboração  de  uma  capa  /  folha  de  rosto  e  dedicatória acer-
ca de um assunto da escolha do aluno.

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Português Instrumental
ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS
Para a apresentação de todos os trabalhos acadêmicos são adotadas as recomendações de pa-
dronização e formatação contidas na NBR 14724 (ABNT, 2005).

1. Papel

A digitação deverá ser em papel branco, formato A4 (21,0 cm X 29,7 cm), sempre no anteverso (fren-
te) das folhas, tendo como única exceção a folha de rosto, onde, opcionalmente, deve ser coloca-
da no verso a ficha catalográfica do trabalho.
2. Capa

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Português Instrumental
Elemento obrigatório: A capa deve conter centralizada na folha:
• Nome da Instituição (fonte 14)
• Autoria (fonte 14)
• Título do trabalho (fonte 16)
• Subtítulo se houver (fonte 14)
• Cidade da publicação (fonte 14)
• Ano (fonte 14)

3.  Folha de rosto
3.1.2 Folha de rosto
Elemento obrigatório Autor: Nome do autor completo, centrado no alto da folha de rosto, mar-
gem vertical de 3,0 cm (fonte 14).
Título:  Centro  da  página  (fonte  tamanho  16),  quando  houver  subtítulo separar por dois pon-
tos e usar ( fonte 14) para o subtítulo.
Notas  de  apresentação:  Tabulação:  7  tab  –  tamanho  da  fonte:  10 Local:Cidade  da  institui-
ção onde deve ser apresentado: (fonte 14) Ano de depósito: Entrega ( fonte 14)
4.  Sumário
Elemento obrigatório identificado pela palavra “sumário”, escrita em letras maiúsculas e centra-
do. Obedece à margem mínima de 3,0 cm.
Os títulos de partes ou capítulos são indicados em letras maiúsculas e apenas a inicial maiúscu-
la para os títulos das subdivisões dos capítulos e partes.
Os  itens  ou  elementos  pré-textuais  (anteriores  ao  texto)  não  devem  fazer parte do sumá-
rio. Deve ser colocado como último elemento pré-textual (antes do texto da pesquisa)

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Português Instrumental
Os indicativos das seções devem ser alinhados à esquerda.

Fonte: print sreen do aplicativo operacional windows

5. Texto
5.1. Fonte
Arial ou Times New Roman Escolhidas a fonte, ela deverá ser utilizada para todo o trabalho, in-
cluindo notas de rodapé, citações e titulações.
Tamanho: 12
Cor: Automática
O tamanho da fonte deverá ser 12 para o desenvolvimento do texto, 10 para citações lon-
gas (mais de três linhas), paginação, notas de ilustração, rodapé e outras notas e 14 para títu-
los. A impressão do trabalho deverá ser em cor preta. Somente poderão ser utilizadas cores para as
ilustrações.
5.2. Parágrafo.
Parágrafo – o texto inicia-se a 2,0 cm a partir da margem esquerda e não é dado espaço en-
tre um parágrafo e outro.
Menu formatar – Parágrafo – Recuo – Especial de primeira linha – 2,0 cm

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Português Instrumental
5.3. Espaçamento entre linhas
O texto de todo o trabalho deve ser digitado com espaçamento entrelinhas 1,5 (um e meio). As ci-
tações longas e as notas de rodapé deverão ser digitadas com espaçamento simples nas entreli-
nhas, dentro do corpo do trabalho.
Externo ao corpo do trabalho, as referências bibliográficas, as legendas de ilustrações, a ficha ca-
talográfica, as tabelas e a nota de apresentação da folha de rosto deverão ser produzidas com es-
paço simples.
Menu formatar – Parágrafo - Espaçamento – entre linhas – 1,5

5.4 Paginação e margem


Menu arquivo - configurar página
Superior e esquerda = 3 cm
Inferior e direita = 2 cm

Fonte: print sreen do aplicativo operacional windows

Numeração da página
Para o trabalho a nível acadêmico, todas as folhas a partir da folha de rosto devem ser contabili-
zadas. A numeração deve ser realizada com algarismos arábicos, situada no canto superior à di-
reita da folha, a 2,0 cm a partir da borda superior e da borda direita. Em trabalhos que apresen-
tam mais volumes, deve-se manter a numeração sequencial das páginas.

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Português Instrumental
5.5 Títulos das seções e subseções
Os títulos das seções e subseções precisam ser fragmentadosdos do texto por dois espaços de
1,5cm de entrelinhas, tanto da parte anterior quanto superior do texto.
Não se pode utilizar pontuação no final do título da seção ou subseção.

6. Ilustrações (Figuras ou fotos), gráficos e tabelas Deverão ser inseridos sempre em uma cai-
xa de texto

7. Referências
Elemento obrigatório. É um conjunto de elementos que permitem a identificação de publica-
ções, no todo ou em parte. Esses elementos podem ser essenciais ou complementares e são ex-
traídos do documento que estiver sendo referenciado. Os elementos essenciais são informações
indispensáveis à identificação do documento e, quando necessário, vêm acrescidos de elemen-
tos complementares (informações acrescentadas para melhor caracterizar os documentos).
Ao final do trabalho, as identificações de todas as fontes efetivamente utilizadas na realiza-
ção do trabalho serão organizadas em uma lista alfabética denominada “referências”.

Dica O embasamento teórico é muito importante para realizar o trabalho acadêmico e ser con-
siderado científico. Assim, as obras consultadas devem fazer parte das referências bibliográfi-
cas, pois, sem elas, o trabalho perde o caráter científico.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Português Instrumental

Bibliografias para internet


Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Glicemia. Acesso em 20/08/2013 ás 15:03h.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
• Martins, D. Silveira, ZilberKnop, L. Scliar.Português Instrumental São Paulo: Atlas, 2009
• Cegalla, Domingos Paschoal .Novíssima Gramática da Língua Portuguesa - Novo Acordo Ortográfi-
co - 48ª Nacional Ed. 2009
• Ferreira, Mauro.Aprender e Praticar Gramática/Mauro Ferreira. Ed.Renovada São Paulo:FTD.2007
• NEGROMONTE, Ronaldo. Estratégias de sobrevivência no mundo do trabalho: 10 di-
cas para você vender seu peixe. Belo Horizonte: Artesã, 2012. 208 p.
• GRAMÁTICA: texto, reflexão e uso/ Willian Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. - 3.ed. re-
form -São Paulo : Atual ,2008
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Português Instrumental
• MARCUSHI, L. A. Gêneros textuais; constituição e práticas sociais. São Paulo; Cortez, (no prelo) •
SCHNEUWLY, B. E DOLZ, J. Os gêneros escolares – das práticas escolares aos objetos de ensino. Re-
vista Brasileira de Educação 11:5-6,1999.
• ABAURRE, Maria Luiza M .Português: contexto,interlocução e sentido/Maria Luiza Abaurre, Ma-
ria Bernadete M. Abaurre, Marcela Pontara_São Paulo:Moderna, 2008

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Português Instrumental

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Português Instrumental

Fonte: Imagem publicada no periódico do Colégio Edna Roriz.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Curso Técnico em

ENFERMAGEM
Etapa 1

RESPONSABILIDADE
SOCIAL

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Responsabilidade Social

MENSAGEM DA COORDENAÇÃO

Prezado aluno,
Ao iniciar um novo semestre, um mundo novo de novos conhecimentos está se abrindo para
você.
É uma nova etapa, onde cada escolha que fizer fará a diferença, não só na sua vida, mas daqueles
que estão próximos a você.
Faça a escolha certa.
Faça a opção por mais conhecimento, por novos e incrementados desafios que, ao serem venci-
dos, trarão não somente a sensação de vitória, mas a sensação de que você é o responsável pelo seu
destino.
E, para iniciar esse novo semestre, essa nova etapa de sua vida, deixo você com a tradução do
poema Invictus, do britânico William Ernest Henley, que inspirou ninguém menos do que o grande
Nelson Mandela (ele, por si só, uma inspiração constante).
Professora Juliceli Márcia de Oliveira

Invictus 

Dentro da noite que me rodeia


Negra como um poço de lado a lado
Agradeço aos deuses que existem
por minha alma indomável

Sob as garras cruéis das circunstâncias


eu não tremo e nem me desespero
Sob os duros golpes do acaso
Minha cabeça sangra, mas continua erguida

Mais além deste lugar de lágrimas e ira,


Jazem os horrores da sombra.
Mas a ameaça dos anos,
Me encontra e me encontrará, sem medo.

Não importa quão estreito o portão


Quão repleta de castigo a sentença,
Eu sou o senhor de meu destino
Eu sou o capitão de minha alma. 

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Responsabilidade Social
Sobre a disciplina
A disciplina Responsabilidade Social está presente no quadro curricular de todos os cursos téc-
nicos da Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais, UTRAMIG.
Em alguns dos cursos ela é ministrada na 1ª etapa, em outros, na 2ª etapa.
Como um dos seus objetivos, a disciplina Responsabilidade Social busca desenvolver nos estu-
dantes um olhar diferenciado, aquele que faz com que ele olhe outro ser humano e, verdadeiramente,
o enxergue. Um olhar que faça com que ele perceba aquilo que está a sua volta e, dessa forma, seja
capaz de atuar sobre realidades diferentes de forma positiva.
De acordo com OLIVEIRA (2011):

“a disciplina Responsabilidade Social busca ultrapassar as fronteiras não somente da


sala de aula, como da escola como um todo, ampliando e diversificando o espaço de
trabalho, além de, entre outras coisas, contextualizar o conhecimento, levando em
consideração todo o conhecimento prévio do estudante.”

Sobre a Apostila
Esta apostila não pretende ser um manual, rígido, que engesse o professor e o impeça de de-
senvolver suas aulas de acordo com a turma, o curso e as circunstâncias que possam se apresentar.
Pelo contrário, pretende ser uma inspiração, para que o professor, a partir dela, possa construir
o melhor caminho para desenvolver o tão sonhado olhar diferenciado.
A apostila da disciplina Responsabilidade Social está estruturada em módulos, dessa forma, o
professor poderá definir a sequência em que os mesmos serão trabalhados, sem prejuízo algum para
a apreensão de conhecimentos por parte dos alunos.
Ao final de cada módulo há pelo menos um texto complementar sobre o assunto ou tema, de
alguma forma, a ele relacionado, para que os alunos possam se aprofundar ou para que o professor
possa utilizá-lo como base para uma atividade.
O conteúdo que aqui se apresenta é apenas uma parte de tudo que pode ser abordado na disci-
plina Responsabilidade Social. Cabe ao professor, junto com seus alunos, escolher entre tantos outros
caminhos que deseja percorrer. As possibilidades são infinitas.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Responsabilidade Social

SUMÁRIO

Módulo I – Sensibilização................................................................................................................. 75
Para refletir................................................................................................................................ 75
Fome e Miséria.................................................................................................................. 75
Trabalho Escravo................................................................................................................ 76
Trabalho Infantil................................................................................................................. 77
Violência............................................................................................................................ 78
Violência contra a Mulher.................................................................................................. 79
Idosos................................................................................................................................. 79
Meio Ambiente.................................................................................................................. 80
Texto Complementar................................................................................................................. 81
Perguntas e respostas sobre trabalho escravo e a PEC 57A/199 (ex PEC 438/2001)................. 81

Módulo II – Responsabilidade Social e Conceitos Relacionados...................................................... 87


Responsabilidade Social............................................................................................................. 87
Responsabilidade Social Empresarial ........................................................................................ 88
Stakeholders.............................................................................................................................. 88
Texto Complementar 01............................................................................................................ 90
Generosidade: o quarto elemento do “triple bottom line”............................................... 90
Texto Complementar 02............................................................................................................ 92
Relacionamento com partes interessadas......................................................................... 92

Módulo III – Reflexões sobre Responsabilidade Social..................................................................... 95


Social X Econômico.................................................................................................................... 95
Instituto Ethos........................................................................................................................... 96
Federação das Indústrias de Minas Gerais – Fiemg................................................................... 96
Dia V........................................................................................................................................... 97
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA...................................................................... 97

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Responsabilidade Social
Texto Complementar................................................................................................................. 97
Responsabilidade social empresarial e sustentabilidade para a gestão empresarial........ 97

Módulo IV – Assistencialismo X Sustentabilidade.......................................................................... 100


Assistencialismo....................................................................................................................... 100
Sustentabilidade...................................................................................................................... 100
Texto Complementar............................................................................................................... 101
Artigo - O Assistencialismo e o Bolsa Família................................................................... 101

Módulo V – 8 Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.............................................................. 103


Símbolos.................................................................................................................................. 104
ODM1 – Acabar com a Fome e a Miséria................................................................................ 104
ODM 2 – Educação Básica de Qualidade para Todos............................................................... 105
ODM 3 – Igualdade entre Sexos e Valorização da Mulher....................................................... 105
ODM 4 – Reduzir a Mortalidade Infantil.................................................................................. 106
ODM 5 – Melhorar a Saúde das Gestantes.............................................................................. 106
ODM 6 – Combater a AIDS, a Malária e Outras Doenças......................................................... 107
ODM 7 – Qualidade de Vida e Respeito ao Meio Ambiente.................................................... 107
ODM 8 – Todo Mundo Trabalhando pelo Desenvolvimento.................................................... 108
Texto Complementar............................................................................................................... 109
Declaração Universal dos Direitos Humanos................................................................... 109

Módulo VI – Programa 5 S.............................................................................................................. 114


Texto Complementar............................................................................................................... 115
Brasil: sociedade do desperdício..................................................................................... 115

Módulo VII – Responsabilidade Social no Contexto Profissional.................................................... 117


Texto Complementar............................................................................................................... 118
Trecho retirado do artigo Responsabilidade social e voluntariado no Brasil, de Renato
Arcúrio............................................................................................................................. 118
Considerações Finais................................................................................................................ 121
Fontes de Pesquisa.................................................................................................................. 123

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Responsabilidade Social
MÓDULO I – SENSIBILIZAÇÃO
Este módulo tem como propósito apresentar a Responsabilidade Social para os estudantes, atra-
vés de estatísticas sobre temas extremamente importantes que fazem parte do nosso dia a dia.
Se estes temas não são vivenciados pelos estudantes, eles podem ser percebidos nas ruas das
cidades, nos noticiários. Ou seja, de uma forma ou de outra, “esbarramos” com as situações apresen-
tadas e, como cidadãos, temos que, no mínimo, refletir sobre as mesmas para, quem sabe, passarmos
de expectadores a protagonistas na busca por soluções.
Mas as situações que aqui são apresentadas são somente o início das discussões.
A cada estatística, os estudantes podem tanto aprofundar a discussão sobre o tema quanto mu-
dar totalmente o rumo pensado pelo professor – isto depende, sempre, da turma, do nível de conhe-
cimento prévio sobre o assunto e, principalmente, da bagagem que os estudantes da turma trazem
consigo, de suas vivências.
Não é raro que este momento se transforme em uma série de depoimentos acerca de experiên-
cias vivenciadas por eles, diretamente, muitas vezes.
Felizmente, também não é raro que estas experiências levem a “finais felizes”, recheados de de-
talhes que nos dizem o quanto cada um pode ser protagonista de sua história, mas também o quanto
é importante que pessoas, aparentemente distantes da situação, tomem partido e deem início ao
processo de mudança de vida de um indivíduo ou de um grupo.

Para refletir...

Fome e Miséria

Disponível em: biadetective.album.uol.com.br/permita-se/9118299. Acesso em jan 2016.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Responsabilidade Social
De acordo com o Relatório dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, 2011, elaborado pela
ONU, pelo mundo, 1 em cada 5 trabalhadores e suas famílias estão vivendo em situação de extrema
pobreza.
Vive em situação de extrema pobreza, de acordo com o Banco Mundial, aquela pessoa que
tem renda mensal de até $1,25 por dia.

Disponível em: robertoaalves.blogspot.com/. Acesso em 2016.

De acordo com o Censo 2010, o Brasil tem mais de 16 milhões de pessoas vivendo em situação
de extrema pobreza.

Trabalho Escravo

Disponível em: www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103. Acesso em jan 2016.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Responsabilidade Social
De acordo com a legislação brasileira, quatro são os itens que definem o trabalho em condições
análogas à escravidão:
• Trabalho forçado.
• Jornada exaustiva.
• Condição degradante.
• Restrição de locomoção.
De acordo com a Comissão Pastoral da Terra (CPT), de 1995 a 2011, foram resgatados 41,6 mil
trabalhadores, em situação análoga à escravidão. Destes, a ONG Repórter Brasil estima que 28,31%
eram maranhenses, o que faz desse Estado um dos principais quando se trata da origem da maioria
dos trabalhadores que vivem em situação análoga à escravidão no país.

Trabalho Infantil

Disponível em: portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula. Acesso em jan 2016.

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2012, PNAD, 3,5 milhões de
crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos estão sujeitas ao trabalho infantil.
Apesar dos números altos, os mesmos representam uma diminuição de 5,41% em relação aos
números de 2011; ou seja, 156 mil crianças e adolescentes a menos.

Composição da População Pesquisada

Número de pessoas
Faixa etária
(aproximado)
5 a 9 anos 81.000
10 a 13 anos 473.000
14 a 17 anos 3.000.000

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Responsabilidade Social
Violência

Disponível em: ciencias-policiais.blogspot.com. Acesso em jan 2016.

De acordo com a pesquisa Mapa da Violência 2010: Anatomia dos Homicídios no Brasil, reali-
zada pelo Instituto Sangari, em 2007 foram mais de 47,7 mil homicídios, ou seja, uma média de 131
vítimas diariamente.

Homicídios por Faixa Etária – 2008

Faixa etária Nº de homicídios


0 a 4 anos 164
5 a 9 anos 111
10 a 14 anos 615
15 a 19 anos 7.543 Aproximadamente 63 ho-
20 a 24 anos 11.053 micídios por 100 mil jovens

25 a 29 anos 9.146
30 a 34 anos 6.241
35 a 39 anos 4.382
40 a 44 anos 3.266
45 a 49 anos 2.299
50 a 59 anos 2.684
60 a 69 anos 1.102
70 e mais anos 662
Dados de pesquisa ‘Mapa da Violência – 2011:
Os Jovens do Brasil’, realizada pelo Instituto
Sangari.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Responsabilidade Social
Violência contra a Mulher

Disponível em: www.tinolima.blospot.com. Acesso em jan 2016.

De acordo com a pesquisa Mapa da Violência 2012 – Caderno Complementar 1: Homicídios de


Mulheres no Brasil, realizada pelo Instituto Sangari, em um período de 30 anos, de 1980 a 2010, 91
mil mulheres foram assassinadas. 43,5 mil somente na última década.
Nesse período de 30 anos, o número de mortes aumentou cerca de 217,6%, passando de 1.353
para 4.297 mortes.

Idosos

Disponível em: direitodoidoso.braslink.com/pdf/vitimasabandono.pdf. Acesso em jan 2016.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Responsabilidade Social
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, no Brasil existiam 21 mi-
lhões de pessoas com 60 anos ou mais, em 2012.
A Organização Mundial de Saúde, OMS, estima que o Brasil será o 6º país em número de idosos,
em 2025, quando deverá chegar a 32 milhões de pessoas com 60 anos ou mais.

Meio Ambiente

Disponível em: www.colegioweb.com.br/Desmatamento. Acesso em jan 2016.

De acordo com o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia, IMAZON, em novembro


de 2013, foram detectados 37 km2 de desmatamento na Amazônia Legal, representando 33% de que-
da em relação ao mesmo período em 2012, quando foram desmatados 55 km2.
Apesar da diminuição no desmatamento, em novembro de 2013 foi possível monitorar somente
42% do território da Amazônia, enquanto que, em novembro de 2012, foi possível monitorar 50%.

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Responsabilidade Social

TEXTO COMPLEMENTAR

Perguntas e respostas sobre trabalho escravo e a PEC 57A/199 (ex PEC 438/2001)
Produzido pela Repórter Brasil a pedido da Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho
Escravo (Conatrae).

1) Em poucas palavras, o que é trabalho escravo?


É quando o trabalhador não consegue se desligar do patrão por fraude ou violência, quando é
forçado a trabalhar contra sua vontade, quando é sujeito a condições desumanas de trabalho ou é
obrigado a trabalhar tanto e por tantas horas que seu corpo não aguenta.

2) O conceito de trabalho escravo é frágil?


Não, não é. O artigo 149 do Código Penal, que prevê de dois a oito anos de cadeia para quem se
utilizar dessa prática, é de 1940 e foi reformado em 2003 para ficar mais claro. Ele prevê o crime em
quatro situações: cerceamento de liberdade de se desligar do serviço, servidão por dívida, condições
degradantes de trabalho e jornada exaustiva.

3) Quem concorda que o conceito atual é bom?


Tribunais já utilizam, sem problemas, o conceito de trabalho escravo. A maioria dos ministros
do Supremo Tribunal Federal tem aceitado processos por esse crime com base no artigo 149. A Orga-
nização Internacional do Trabalho reconhece o conceito brasileiro. A relatora para formas contempo-
râneas de escravidão das Nações Unidas, Gulnara Shahinian, elogia o conceito brasileiro (ao contrário
do que querem fazer crer algumas declarações de parlamentares que distorceram suas palavras). O
governo federal, as empresas do Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo (que reúne as
maiores empresas do país) e organizações sociais brasileiras defendem a manutenção do atual con-
ceito de trabalho escravo.

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Responsabilidade Social

Trabalhador resgatado em fazenda no Pará

4) Vale a pena ceder um pouco no conceito para aprovar a PEC?


Não. Todo o sistema de combate ao trabalho escravo no país está fundamentado no atual con-
ceito de trabalho escravo. Se ele for alterado, o sistema desmorona e milhares de trabalhadores fi-
carão sem receber seus direitos. Além disso, pela Constituição, o Brasil não pode retirar proteção do
trabalhador – o que aconteceria com mudanças no conceito como querem alguns parlamentares.

5) “Condições degradantes de trabalho” e “jornada exaustiva” são termos imprecisos, não?


De forma alguma. O que está tutelado no artigo 149 não é apenas a liberdade, mas sim a dig-
nidade da pessoa humana. Ou seja, é importantíssimo que se mantenha a punição para quem des-
respeita a dignidade do trabalhador, sujeitando-o a condições de alojamento, alimentação, trabalho,
saúde, segurança desumanas. Ou que o obrigue a trabalhar tanto e por tantas horas que o seu corpo
não suporte e ele acabe morrendo. Os auditores fiscais do trabalho utilizam instruções normativas e
normas regulamentadoras para cumprir seu papel. Mas a Justiça utiliza a CLT e a Constituição para
julgar se o trabalho é degradante ou não e se a jornada é exaustiva ou não. Ou seja, leis mais do que
consolidadas no país.

6) O atual conceito causa insegurança jurídica no campo porque ninguém sabe o que é trabalho
escravo.
Isso é uma falácia. A tentativa de mudar um conceito conhecido e aplicado é que vai levar à
insegurança jurídica, com milhares de processos tendo que tomar um novo rumo, trabalhadores des-

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Responsabilidade Social
conhecendo seus direitos, produtores rurais na dúvida de que decisões tomar. Até porque qualquer mu-
dança, seja no artigo 149, seja em lei específica, será questionado não apenas junto ao STF, por reduzir a
proteção do trabalhador, mas também nas Nações Unidas e na OIT. O que é melhor? Um produtor reco-
nhecer esse conceito como válido e se adequar ou uma guerra jurídica de anos, sendo que certamente
o Supremo concederia liminar para que a definição do 149 seguisse valendo até uma decisão final? Os
parlamentares consideram o conceito inseguro porque, na verdade, não concordam com ele.

Água utilizada por trabalhadores resgatados

7) Há produtores rurais que foram autuados por trabalho escravo devido à distância entre beli-
ches, espessura do colchão, falta de copos para beber água, de carteira assinada e de um local
adequado para refeições.
Esse é um argumento facilmente desconstruído. Quando um auditor fiscaliza um produtor, ele
emite autos de infração sobre todos os problemas encontrados. Mas não é auto de infração de col-
chão fino que configura o trabalho escravo. Quando ouvir um produtor ou parlamentar dizer isso,
pergunte sobre os outros autos de infração recebidos, sobre os quais nunca alguém quer falar. Além
do mais, não é apenas um auto que caracteriza trabalho escravo, mas um pacote deles, mostrando as
péssimas condições dos trabalhadores.

8) Gostaria de alguns números sobre trabalho escravo.


De 1995, quando o governo federal criou o sistema público de combate a esse crime, até 2012,
43.545 pessoas foram libertadas do trabalho escravo no Brasil.

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Responsabilidade Social
No mundo, a estimativa da OIT é que sejam, pelo menos, 21 milhões de escravos*.
Não há estimativa confiável do número de escravos no país. Por isso, o governo não usa nenhum
número.
Na zona rural, as principais vítimas são homens, entre 18 e 44 anos. Na zona urbana, há também
uma grande quantidade de sul-americanos, principalmente bolivianos. Nos bordéis, há mais mulheres
e crianças nessas condições.
Dos libertados entre 2003 e 2009, mais de 60% eram analfabetos ou tinham apenas o quarto
ano incompleto. Ou seja, eram adultos que não estudaram quando crianças. Trabalho escravo tam-
bém é filho do trabalho infantil.
O Maranhão é o principal fornecedor de escravos e o Pará é o principal utilizador.
As atividades econômicas em que trabalho escravo mais tem sido encontrado na zona rural são:
pecuária bovina, desmatamento, produção de carvão para siderurgia, produção de cana-de-açúcar, de
grãos, de algodão, de erva-mate, de pinus. Também há importante incidência em oficinas de costura
e em canteiros de obras nas cidades.

9) Por que se usa a expressão “trabalho análogo ao de escravo”?


Porque o trabalho escravo foi formalmente abolido em 13 de maio de 1888 e o Estado passou a
considerar ilegal um ser humano ser dono de outro. O que permaneceram foram situações semelhan-
tes ao trabalho escravo, tanto do ponto de vista de cercear a liberdade quanto de suprimir a dignidade
do trabalhador.

Mão de trabalhador machucada pelo trabalho e água que ele bebia

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Responsabilidade Social
10) Em caso de aprovação da PEC 57A/1999 (que na Câmara estava sob o número 438/2001), a de-
cisão de confisco da terra ficará na mão dos auditores fiscais do trabalho?
Não. O processo que levará ao confisco terá início após decisão judicial transitada em julgado
na esfera criminal ou trabalhista. Ou seja, a operação de fiscalização será avaliada pela Justiça em
primeira instância e, provavelmente, em segunda instância e por tribunais superiores. O que pode
levar anos para acontecer.

11) Por que a PEC 57A/1999 (ex- 438/2001) não diz nada sobre como ocorrerá o confisco de terras?
Por isso ficar a cargo de lei que regulamentará todo o processo. Uma proposta de rascunho des-
sa lei foi organizada pelos parlamentares favoráveis à PEC.

12) Confiscar propriedades está previsto na Constituição?


Sim, está. A PEC inclui o trabalho escravo no artigo 243 da Constituição, que já prevê o confisco
de terras com plantações de psicotrópicos. Além disso, a Constituição prevê que toda a propriedade
deve ter função social. Trabalho escravo é uma das maiores negações aos direitos humanos, repudia-
do em todo o mundo. Portanto, quem usa trabalho escravo não está cumprindo a função social de sua
propriedade.

13) A verdadeira intenção dessa lei é a reforma agrária, pois muitas terras serão confiscadas.
Não. Considerando o confisco de terras com psicotrópicos, já em vigor, de 2003 a 2007, 18
propriedades nessas condições – todas elas no Nordeste e com uma área total aproximada de 5.200
hectares – foram destinadas a assentamentos. De acordo com a Coordenação Geral de Polícia de
Repressão aos Entorpecentes da Polícia Federal, apenas em 2004, 36 plantações de maconha foram
destruídas em todo o país. Repare que o número de confiscos é pequeno se considerada a quantidade
de plantações encontradas e destruídas devido ao rigor das decisões judiciais. Ou seja, apenas um
número reduzido daqueles que forem flagrados é que devem perder efetivamente suas terras.

14) Não é justo apenas produtores rurais perderem suas propriedades. Por que a PEC não passa a
valer também para o meio urbano?
E ela vale. Devido a um pedido de parlamentares ligados aos produtores rurais, o texto da PEC
incorporou os imóveis urbanos em 2004.

15) O condenado por trabalho escravo irá perder todas as terras que possui por conta da lei?
Não. Apenas aquela em que trabalho escravo foi encontrado.

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Responsabilidade Social
16) Para que criar mais uma lei para combater trabalho escravo?
As leis existentes não têm sido suficientes para resolver o problema. Mesmo com a aplicação de
multas, o corte do crédito, a perda de clientes, os processos trabalhistas e criminais, usar trabalho es-
cravo ainda é um bom negócio para muitos empresários porque barateia os custos com mão de obra.
A prática tem demonstrado que uma medida drástica, que coloque em risco a perda da propriedade
em que foi utilizado trabalho escravo, ajudará a coibir com eficiência esse crime.

Motosserra encontrada em propriedade flagrada com trabalho escravo usado para desmatar a área

17) O que vocês chamam de trabalho escravo é apenas a cultura da região. 


A justificativa é falsa, embora seja comumente usada por alguns produtores rurais. Mesmo que
a prática fosse comum em determinada região – o que não é verdade, pois é utilizada por uma mino-
ria dos produtores rurais – jamais poderia ser tolerada. Todo e qualquer crime deve ser combatido,
com maior força exatamente onde for mais usual a sua prática. O desrespeito à dignidade ou o cer-
ceamento da liberdade não podem ser encarados como manifestação cultural de um povo, mas sim
como a imposição histórica da vontade dos mais poderosos. Além do mais, essa suposta “cultura da
região” é compartilhada apenas por aqueles que concordam com o trabalho escravo, uma vez que a
população mais pobre, vítima da escravidão, tem lutado desde a década de 70 para que seus direitos
sejam efetivados.

18) A fiscalização abusa do poder e é guiada por um viés ideológico. A Polícia Federal entra armada
nas fazendas.
As equipes móveis de fiscalização (compostas por auditores do Ministério do Trabalho e Empre-
go, procuradores do Ministério Público do Trabalho, policiais federais ou policiais rodoviário federais)

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Responsabilidade Social
devem ir prevenidas às ações de fiscalização uma vez que muitos seguranças, gatos, prepostos, ge-
rentes e vaqueiros das fazendas andam armados para intimidar trabalhadores. De revólveres a rifles,
o arsenal de algumas fazendas não é pequeno. Muitas vezes as equipes de fiscalização têm suas vidas
ameaçadas, tendo sido recebidas a bala. Além disso, cabe também à Polícia Federal abrir inquéritos e,
se necessário, prender os culpados quando confirmado o flagrante do crime.

19) A culpa não é do fazendeiro e sim de gatos, gerentes e prepostos. O empresário não sabe dos
fatos que ocorrem dentro de sua fazenda e por isso não pode ser responsabilizado.
O empresário é o responsável legal por todas as relações trabalhistas de seu negócio. A Cons-
tituição Federal de 1988 condiciona a propriedade ao cumprimento de sua função social, sendo de
obrigação de seu proprietário tudo o que ocorrer nos domínios da fazenda. Por isso, o fazendeiro tem
o dever de acompanhar com frequência a ação dos funcionários que a administram para verificar se
eles estão descumprindo alguma norma da legislação trabalhista, além de orientá-los no sentido de
contratar trabalhadores de acordo com as normas estabelecidas pela CLT.
Para mais informações sobre a PEC do Trabalho Escravo, acesse trabalhoescravo.org.br. Fotos:
Leonardo Sakamoto, no banco de imagens do Especial PEC do Trabalho Escravo. Reprodução autori-
zada desde que citada a fonte.
* Dados atualizados em maio de 2013.

PEC. Trabalho Escravo: Perguntas e Respostas. Disponível em: http://reporterbrasil.org.br/trabalho-escravo/per-


guntas-e-respostas/. Acesso em jan 2016.

MÓDULO II – RESPONSABILIDADE SOCIAL E CONCEITOS RELACIONA-


DOS
Responsabilidade Social
De acordo com o Instituto de Tecnologia Social, ITS Brasil, Responsabilidade Social é “o reconhe-
cimento presente nos cidadãos, individualmente e em conjunto, dos seus deveres para com a comu-
nidade em que vivem e a sociedade em geral.”
A Responsabilidade Social, na realidade, não é dissociada das nossas ações do dia a dia, já que
a mesma está relacionada com as atitudes que tomamos diante das necessidades e desafios que se
apresentam.
Quando pensamos em Responsabilidade Social, pensamos em como nossas atitudes irão impac-
tar não somente nossas vidas, mas a vida de outras pessoas.

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Responsabilidade Social
Responsabilidade Social Empresarial
O Instituto Ethos diz que a Responsabilidade Social Empresarial é uma “forma de gestão que
se define pela relação ética e transparente da empresa com todos os públicos com os quais ela
se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais compatíveis com o desenvolvimento
sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para gerações futuras, respei-
tando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais”.
Vejamos esse conceito por partes:
a) “Relação ética e transparente da empresa com todos os públicos com os quais ela se rela-
ciona” – não é possível que uma empresa se estabeleça em uma comunidade e não se im-
porte com o que aconteça com a mesma. É preciso que a empresa seja ética e transparente,
com relação a suas atividades e aos impactos que as mesmas causarão, sejam estes sociais
e/ou ambientais.
E, não menos importante: a Responsabilidade Social é um movimento de dentro para fora,
portanto, a empresa deve se pautar pela ética, transparência e respeito também no relacio-
namento com seus colaboradores.
b) “Estabelecimento de metas empresariais compatíveis com o desenvolvimento sustentá-
vel da sociedade” – não é mais possível que uma empresa não se preocupe com a susten-
tabilidade ambiental e social. A empresa deve elaborar seu planejamento de maneira que,
se não for possível implantar uma atividade não poluidora, ou que mude a rotina cultural
de uma determinada localidade, pelo menos que ela amenize ao máximo os impactos ne-
gativos que a sua atividade impõe.
Reforçando: Responsabilidade Social está relacionada ao desenvolvimento sustentável. A
atitude de uma empresa deve ser de responsabilidade com o meio ambiente e com a socie-
dade – isso, com certeza, garantirá recursos para o futuro e também fortalecerá a imagem
da empresa, junto à comunidade.
c) “Respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais” – promo-
ver ações inclusivas, que diminuam preconceitos e deem voz para aqueles que se sentem,
de alguma maneira, desrespeitados em seus direitos também faz parte da Responsabilida-
de Social.
A Responsabilidade Social deve ser associada a uma visão de negócios que contemple aspectos
que extrapolam a mera relação comercial/financeira das empresas.
Responsabilidade Social não se restringe ao relacionamento com públicos determinados (consu-
midores, por exemplo), mas engloba a comunicação e a interação com todos os públicos de interesse
e a própria sociedade, de modo que ela deve ser vista num sentido global.

Stakeholders
Stakeholder ou, em português, parte interessada refere-se a todos os envolvidos em um pro-
cesso. Por exemplo: clientes, colaboradores, investidores, fornecedores, comunidade, governo etc.

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Responsabilidade Social
O processo em questão pode ser de caráter temporário (como um projeto) ou duradouro (como o
próprio negócio da empresa ou a missão de uma organização sem fins lucrativos).
O envolvimento de todos os interessados não maximiza obrigatoriamente o resultado do pro-
cesso, mas permite achar um equílibrio de forças para minimizar riscos e impactos negativos na exe-
cução deste.

Fonte: Elaborado pelo autor

A Responsabilidade Social prevê:

A construção de um caminho pautado no tripé social, econômico e ambiental, o chamado


Triple Bottom Line;

Conduzido por um relacionamento coerente e sustentado com os diversos stakeholders.

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Responsabilidade Social
TEXTO COMPLEMENTAR 01
Generosidade: o quarto elemento do “triple bottom line”
Isso é o que diferencia uma empresa que adota critérios de sustentabilidade no modelo de ges-
tão das que dizem que o fazem, mas deslizam na superficialidade.

Por Rogério Ruschel*

Já não restam dúvidas científicas de que o desenvolvimento sustentável é o único modelo capaz
de evitar a degradação em velocidade geométrica das condições de vida e, finalmente, a inevitável
extinção de várias espécies de flora e fauna do planeta, entre as quais provavelmente a do  Homo
Sapiens – isto é, eu, você e nossos descendentes. Desconfie daqueles que se ocultam atrás de frases
como “a ciência mesmo tem dúvidas sobre…”. Eles procuram apenas um escudo para esconder sua
inércia, preguiça ou covardia.
Sabemos que, para buscar a sustentabilidade, uma pessoa ou organização deve adotar como pa-
drão de comportamento ou gestão ser ambientalmente correta, socialmente justa e economicamente
viável – o chamado  triple bottom line, conceito formulado pelo britânico John Elkington. Sabemos
também que a busca pela sustentabilidade é uma caminhada que deve ser trilhada com início urgen-
te, imediato, mas final inexistente.
Então, o que faz uma pessoa, um cidadão, mobilizar-se pelo assunto ou uma empresa adotar a
sustentabilidade no universo corporativo? Não sou um pensador estrangeiro, desses que todos ficam
achando mais inteligentes do que os brasileiros, mas entendo que fundamentalmente a diferença
está numa qualidade humana chamada generosidade – e que a generosidade é o quarto elemento
do triple bottom line.
Generosidade é a qualidade do que é generoso, pródigo, do que perdoa facilmente, nobre, leal;
a virtude de quem acrescenta algo ao próximo. Generosas são tanto as pessoas que sentem prazer
em dividir algo com mais indivíduos, porque isso lhes fará bem (em um contexto egocêntrico), quanto
aquelas pessoas que dividirão bens tangíveis ou intangíveis com outros, sem a necessidade de receber
algo em troca. É o contrário da ganância. E isto se aplica quase que literalmente para organizações,
porque empresas não pensam: por trás delas sempre estão gestores humanos.
No livro Princípios de Filosofia, René Descartes apresenta a generosidade como “uma desperta-
dora do real valor do Eu” e, ao mesmo tempo, uma mediadora para que “a vontade se disponha a acei-
tar o concurso do entendimento”. É filosófico, sim, mas é simples: a generosidade é uma qualidade de
quem coloca os interesses de terceiros no mesmo plano dos seus interesses pessoais, para resolver
um problema ou dilema que atinge a todos, que busca o entendimento. Não é exatamente disso que
uma sociedade sustentável necessita?
No campo do direito, isso se chama “interesses difusos” e, como sabemos, os interesses difu-
sos – aqueles próprios do conjunto da sociedade – são constitucionalmente inalienáveis. Resumindo,
a generosidade deveria ser um dos fundamentos da sociedade brasileira, até mesmo pelo que está
escrito em nossa Constituição: é um bem inalienável. E a ganância, o oposto da generosidade, deveria
ser execrada, porque ofende direitos constitucionais coletivos.
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No mundo corporativo, a generosidade pode ser traduzida como uma forma de altruísmo – e
aqui está a razão por que muitas empresas falam, mas poucas realmente adotam a sustentabilidade
no processo de gestão: altruísmo não combina com capitalismo selvagem, com a famosa “lei de Gér-
son”, aquela de que se deve levar vantagem em tudo.
No mundo corporativo, generosidade significa uma empresa ser menos gananciosa, tomar a
decisão de reduzir um pouquinho a margem de lucro ou aumentar em alguns meses o prazo de re-
torno de um investimento para ser ambientalmente correta e socialmente justa – sem deixar de ser
economicamente viável. Significa ter a coragem de contrariar práticas de gestão, regras de mercado,
de design de produtos e de formas de concorrência estabelecidas por força de um modelo de cresci-
mento a qualquer custo, que já se demonstrou completamente inviável do ponto de vista de recursos
naturais e de felicidade humana.
A generosidade é o que diferencia uma empresa que adota critérios de sustentabilidade no
modelo de gestão daquelas que dizem que o fazem, mas deslizam na superficialidade ou praticam
o greenwashing.
Generosidade corporativa significa também compartilhar gratuitamente seu aprendizado, seu
conhecimento, suas patentes, sua força e seus recursos em nome de interesses que ultrapassam os
limites da empresa. O jornalista Dal Marcondes, da Envolverde, costuma dizer que filantropia é dar
um peixe a quem tem fome, enquanto responsabilidade social é ensinar a pescar e sustentabilidade
é preservar o rio. Pois, no contexto da generosidade corporativa, este compartilhamento é liberar a
nascente do rio, caso ela esteja no seu terreno, e compreender a importância do fluxo e entorno até a
foz. E, além disso, é perceber o que de fato importa, em termos coletivos, para que possam continuar
existindo peixes.
Generosidade corporativa é perceber o problema de emissões de gases do efeito estufa não
apenas como um volume de particulados em suas chaminés, mas como um assunto de interesse co-
letivo – e ir além de metas de redução. Generosidade corporativa é compreender que não basta fazer
o seu papel; é preciso mobilizar seus parceiros de negócios e fornecedores e, para isso, poderá ser
necessário ceder em aspectos antes inegociáveis.
Mas a generosidade corporativa também oferece vantagens e oportunidades de negócios. Al-
guns exemplos, já clássicos:
• Em Bangladesh, a Danone francesa se associou a cooperativas de trabalhadores e ao Gra-
meen Bank para implantar 50 fábricas de iogurte de baixo custo. Com isso, os funcionários
passaram a ser sócios e consumidores ao mesmo tempo e se consegue atender crianças
subnutridas com redução de custos fixos de produção. Marketing? Sim, e inteligente, por-
que o modelo só funciona se houver redução da margem de lucro – uma opção generosa
para conquistar mercado;
• No começo dos anos 2000, a Sadia investiu na construção de dezenas de biodigestores nas
propriedades de pequenos produtores de suínos. E por que ela fez isso, se não está no ramo
de produção de energia? Porque, com esta iniciativa, passou a evitar dezenas (talvez cente-
nas) de multas ambientais pela contaminação do solo com os resíduos da criação, reduziu
os custos dos produtores, que passaram a gerar sua própria energia elétrica, agregou valor
à atividade para fixar os filhos dos produtores no campo, perpetuando o fornecimento de
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matéria-prima, e ainda gerou créditos de carbono! Puro negócio? Sim, mas a generosidade
está em investir “dinheiro bom” numa ideia coletiva, com prazo longo de recuperação;
• Evoluindo aos poucos durante os anos 1990, a Interfaceflor, empresa norte-americana fa-
bricante de tapetes, já está desenvolvendo produtos com 100% de fibras recicladas a partir
dos tapetes velhos de seus clientes. Ao fazer isso, percebeu uma ótima oportunidade. Como
tapete é artigo de decoração e sai de moda, a empresa mudou o modelo de negócio: está
propondo que seus clientes não comprem seus tapetes. Como num processo de “leasing”
de automóveis, as famílias podem ficar com o produto ou trocar por outro, ao fim do paga-
mento. Em 12 anos, o lucro da empresa cresceu 82%, num mercado que diminuiu 30% no
mesmo período. Coragem para mudar exige generosidade
Na linha do tempo da história, a generosidade é um dos traços da personalidade de pessoas
que trouxeram benefícios universais para a humanidade, como Mahatma Gandhi, Buda, Jesus Cristo,
Nelson Mandela, Martin Luther King, Wangari Maathai, Muhammad Yunus, Madre Teresa de Calcutá
e outros, mas também aparece em pequenos gestos de pessoas comuns em nosso dia a dia, os quais
merecem ser elogiados e replicados.
Se lhe parece complicado entender a importância da generosidade como parte da essência da
sustentabilidade, basta pensar no seu oposto, a ganância – que é a base de quase tudo de errado em
nossa sociedade. Aí com certeza você vai concordar comigo que a generosidade realmente vai ser re-
conhecida um dia como o necessário quarto elemento do triple (quadruple) bottom line.
* O jornalista Rogério R. Ruschel é consultor em sustentabilidade e diretor da Ruschel & Asso-
ciados.

Artigo publicado originalmente no Portal Envolverde, em março de 2010.

TEXTO COMPLEMENTAR 02
Relacionamento com partes interessadas
Pesquisa realizada pelo Uniethos em 2012 mostra que o relacionamento com stakeholders é um
processo intrínseco ao planejamento e à inovação.

Por Regi Magalhães*

O debate sobre a finalidade das empresas oscilou desde a década de 1950 entre o chamado
“capitalismo de stakeholders” e o “shareholder capitalism” (“capitalismo do acionista”). Um dos mar-
cos do início desse debate foi em 1951, quando Frank W. Abrams, então presidente do conselho da
Standard Oil of New Jersey, declarou: “O papel da administração é manter o equilíbrio equânime e
funcional entre reivindicações de distintos grupos de interesse diretamente afetados [...], acionistas,
funcionários, clientes e o público em geral”.

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Responsabilidade Social
O paradigma do “capitalismo do acionista” foi dominante na gestão empresarial durante toda
a segunda metade do século XX, pelo menos no contexto das companhias americanas e britânicas.
Mesmo assim, grandes empresas em muitos países são orientadas por interesses de stakeholders. Na
Alemanha, por exemplo, a Lei de Cogestão (Mitbestimmung) determina que os conselhos de super-
visão de grandes empresas sejam formados em igual número por representantes de acionistas e de
trabalhadores. A legislação da França também exige que representantes de trabalhadores ocupem
posição nos conselhos das empresas. Empresas japonesas também se orientam por interesses de
outros  stakeholders, além dos acionistas. Hiroshi Okuda, presidente do conselho da Toyota Motor
Corporation, afirmou que seria irresponsável administrar as empresas japonesas prioritariamente sob
o interesse dos acionistas.
Ainda que a gestão orientada para stakeholders  esteja presente em importantes economias,
o planejamento das empresas tem predominantemente como foco os resultados para os acionistas.
Nos últimos anos, porém, dois movimentos distintos vêm provocando mudanças de maneira mais
desafiadora.
O primeiro movimento é o conjunto de pressões de organizações sociais sobre empresas nas
cadeias de produção de madeira, agricultura, confecções, mineração, petróleo, eletrônicos e pescados
com relação aos impactos sobre florestas, biodiversidade, condições de trabalho, comunidades ou
populações indígenas. Em vários casos essas campanhas provocaram significativos danos à reputação
das empresas, dificultando, por exemplo, acesso a financiamentos, investimentos e mercados. Esse
novo contexto faz com que as empresas entrem num círculo vicioso, no qual, como disseram Michael
Porter e Mark Kramer no artigo Criação de Valor Compartilhado, a perda de legitimidade provoca a
redução da competitividade das empresas, a qual, por sua vez, limita ainda mais a capacidade de gerar
valor para a sociedade.
A mais importante reação de um número expressivo de empresas tem sido a criação de padrões
socioambientais de produção e de gestão de cadeias de valor que são construídos em processos de
diálogo com organizações da sociedade civil e governos, as chamadas “iniciativas multistakeholders”.
O segundo movimento que coloca em cheque o “shareholder capitalism” é a percepção de um
número crescente de líderes empresariais e investidores de que o foco no resultado para o acionista
tem levado a uma acentuada visão de curto prazo. Na medida em que as estratégias empresariais se
orientam quase que exclusivamente pelos balanços trimestrais, uma pesquisa realizada pelo J.P. Mor-
gan, em 2012, mostra que o horizonte temporal de 55% dos executivos é de um trimestre ou menos.
Por outro lado, segundo a McKinsey, o tempo necessário para investir em novos negócios é, em mé-
dia, de cinco a sete anos. O short-termismo ameaça investimentos de longo prazo, como em pesquisa
e inovação, por exemplo, ou coloca em risco empresas cujos negócios são afetados por mudanças de
longo prazo, como o aquecimento global. A maior ironia da ênfase nos resultados para os acionistas
é que o resultado no longo prazo é o enriquecimento dos executivos, mais do que os ganhos para os
próprios acionistas.
Críticas desse tipo fizeram com que líderes empresariais começassem a defender o movimento
iniciado pelo CEO da Unilever, Paul Polman, de não mais publicar relatórios trimestrais e desenvol-
ver incentivos para estratégias e ações de longo prazo. Empresas bem-sucedidas a longo prazo são
aquelas, como mostrou Rosabeth Moss Kanter, que agem como instituições sociais, constroem rela-

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Responsabilidade Social
cionamentos duradouros e criam valor para a sociedade, ou seja, são empresas cujas estratégias de
negócios dependem do envolvimento estratégico de stakeholders.
As empresas brasileiras estão preparadas para essas mudanças? Uma pesquisa realizada
pelo Uniethos em 2012, com 250 empresas que possuem estratégias de sustentabilidade integra-
das aos seus negócios, mostra que o relacionamento com stakeholders é um processo intrínseco ao
planejamento e à inovação. Mais de 60% dessas empresas mantêm parcerias com organizações da
sociedade civil e 50% afirmam ter relações contínuas com stakeholders, mas apenas 25% organizam
processos de consultas sobre as estratégias de negócios e uma pequena parcela de 10% das empresas
que possuem estratégias de sustentabilidade conta com stakeholders externos em seus sistemas de
governança.
A principal conclusão da pesquisa é que ampliar a capacidade de construir relacionamentos efeti-
vos, contínuos, duradouros e estratégicos com stakeholders é o primeiro dos grandes desafios. Ampliar
os relacionamentos com os poderes públicos, com organizações da sociedade, com comunidades ou
mesmo com fornecedores depende de clareza de objetivos e, especialmente, de habilidades sociais
que parecem ainda não estar consolidadas na maioria das empresas.
O desenvolvimento de negócios orientados por perspectivas de longo prazo e pela sustentabi-
lidade depende de um alinhamento das empresas com as expectativas e interesses dos stakeholders.
Estratégias bem-sucedidas de relacionamento com stakeholders são aquelas que integram alguns ele-
mentos-chaves, tais como:
• Os processos de relacionamento com stakeholders devem fazer parte dos sistemas de go-
vernança das empresas;
• Os relacionamentos com stakeholders devem fazer parte dos processos de planejamento
estratégico das empresas;
• Os planos de comunicação e de marketing das empresas devem ser integrados e coerentes
com as estratégias de relacionamento com stakeholders;
• Os líderes das empresas devem ser os principais responsáveis pelo relacionamento
com stakeholders;
• O planejamento das estratégias de relacionamento deve estar integrado com as estratégias
de negócios das empresas e coerentes com a abrangência geográfica (local e internacional),
com os diferentes setores e unidades de negócios;
• Os processos de relacionamento devem ser contínuos e de longo prazo, antecipando dile-
mas e desafios para os negócios e para a sociedade.

* Regi Magalhães é gerente executivo do Uniethos.

Este texto faz parte de uma série de artigos de especialistas promovida pela área de Gestão Sus-
tentável, do Instituto Ethos, cujo objetivo é subsidiar e estimular as boas práticas de gestão.

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Responsabilidade Social
MÓDULO III – REFLEXÕES SOBRE RESPONSABILIDADE SOCIAL
Este módulo procura ampliar as reflexões sobre Responsabilidade Social, demonstrando que o
tema já deve ser percebido de maneira mais ampla, relacionando-o inclusive a questões econômicas.
A relação Social X Econômico é percebida até mesmo quando refletimos sobre a postura das
empresas no que diz respeito a questões sociais, a seu protagonismo na busca por soluções para pro-
blemas diversos que vão além do seu dia a dia.

Social X Econômico
O momento atual nos leva à reflexões sobre o quanto as questões sociais podem, e interferem,
no dia a dia de cada um de nós e das empresas inclusive.
Perceber que não mais podemos ignorar que o modo como as pessoas vivem, a qualidade da
vida que têm fazem parte do conjunto de circunstâncias que atuam diretamente no modo, por exem-
plo, como o país está se desenvolvendo é imperativo, para que se possa promover ações para, pelo
menos, amenizar situações de risco social.
Uma empresa que está bem do ponto de vista econômico, porém que não sabe transformar seu
lucro financeiro em benefícios sociais não pode se vangloriar de seus resultados.
Estar bem quando tudo ao redor desmorona não é, definitivamente, estar bem.
No texto Gestão Social e Transformação da Realidade (publicado em 1999 e revisado em 2013),
Dowbor faz algumas afirmações que nos levam a refletir sobre a relação entre social e econômico.
Entre elas, podemos destacar:
• “Está se tornando evidente, já não numa visão de crítica sistemática anticapitalista, mas de
bom senso econômico e social, que um sistema que sabe produzir, mas não sabe distribuir,
simplesmente não é suficiente. Sobretudo se, ainda por cima, joga milhões no desemprego,
dilapida o meio ambiente e remunera mais os especuladores do que os produtores.”
• “Relatórios sobre o Desenvolvimento Humano, das Nações Unidas, qualificam de obsce-
nas as fortunas de pouco mais de quatrocentas pessoas no mundo, que dispõem de mais
riqueza pessoal do que a metade mais pobre da humanidade. Esta concentração de renda
é considerada tão vergonhosa como a escravidão e o colonialismo, sem lugar numa socie-
dade civilizada.”
• “A transformação é profunda. No decorrer de meio século, passamos de uma visão filantró-
pica, de generosidade assistencial, de caridade, de um tipo de bálsamo tranquilizador para
as consciências capitalistas, para a compreensão de que a área social se tornou essencial
para as próprias atividades econômicas.”
• “Esta mudança profunda de enfoque foi positiva. As áreas empresariais, com suporte de nu-
merosos estudos do Banco Mundial, passaram a entender que não se trata de simples cos-
mética social, mas das condições indispensáveis para a própria produtividade empresarial.
É a visão que leva, em numerosos países, a que as próprias empresas deem forte sustento

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Responsabilidade Social
político ao ensino público universal, a sistemas de saúde abrangentes e eficientes e assim
por diante.”

No Brasil, temos o Instituto Ethos, como suporte para aquelas empresas que desejam mudar de
postura e desenvolver uma forma de gestão mais ética, que esteja mais de acordo com o momento
atual. Um momento que demanda ética, enfoque no coletivo, pensamento não somente no lucro, mas
no que de bom pode advir do mesmo.

Instituto Ethos
• O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social é uma Organização da Sociedade
Civil de Interesse Público, OSCIP, criada com a missão de mobilizar, sensibilizar e ajudar as
empresas a gerir seus negócios de forma socialmente responsável, tornando-as parceiras
na construção de uma sociedade sustentável e justa.
• Seus 1508 (dados de 10/03/2013) associados – empresas de diferentes setores e portes –
têm faturamento anual correspondente a cerca de 35% do PIB brasileiro e empregam cerca
de 2 milhões de pessoas, tendo como característica principal o interesse em estabelecer
padrões éticos de relacionamento com funcionários, clientes, fornecedores, comunidade,
acionistas, poder público e com o meio ambiente.

Porte Total %

Micro Empresa 287 19,03

Pequena Empresa 424 28,12

Média Empresa 270 17,90

Grande Empresa 468 31,03

Disponível em: www.ethos.org.br

Federação das Indústrias de Minas Gerais – Fiemg


“Empresas e Responsabilidade Social: um estudo sobre as ações sociais realizadas pelo setor
privado em Minas Gerais” (novembro de 2000).
• 3.590 empresas filiadas:
• 2.800 realizavam ações em parceria.

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Responsabilidade Social
• Investimento Social: R$165.500.000,00.
• 467 não atuavam, mas gostariam.

Dia V
• Promovido pela FIEMG, desde 2001:
• Primeira edição: mais de 11 mil voluntários, em 44 cidades.
• Em 2011: 60 mil voluntários, desenvolveram 3.740 ações, em 152 cidades.

Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA


• Pesquisa “Ação Social das Empresas” – 2006
• Participação empresarial na área social: 69%.
• Aproximadamente 600 mil empresas atuando voluntariamente.
• Em 2004, foram cerca de R$ 4,7 bilhões aplicados.

• A solidariedade mineira:
• 81% das empresas mineiras declararam ter realizado algum tipo de ação social para a
comunidade.
• Dados comparativos:
• RJ: 59%
• SP: 67%

TEXTO COMPLEMENTAR
Responsabilidade social empresarial e sustentabilidade para a gestão empresarial
O artigo mostra como as retóricas e controvérsias em torno desses conceitos são uma cortina de
fumaça para a gestão das organizações.

Por Fernanda Gabriela Borger*

Nos últimos anos, as questões ambientais invadiram os negócios e mostraram a capacidade de


se criar valor para clientes, acionistas e outras partes interessadas. As forças da globalização levaram
empresas a incorporar a dimensão socioambiental na gestão.
Hoje, as empresas querem associar suas marcas a projetos, iniciativas e parcerias com ONGs,
divulgam as Metas do Milênio, os Princípios Pacto Global, ostentam as ISOs, apresentam relatórios.

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Responsabilidade Social
Por outro lado, os gestores recebem uma avalanche de informações, banalizando as práticas e as po-
líticas de responsabilidade social e os processos de gestão. Parece que as preocupações estão mais
direcionadas a mostrar que somos “socialmente responsáveis” e “sustentáveis” do que integrar a
dimensão socioambiental nos negócios. E ainda se supõe que “sustentável” se refere aos aspectos am-
bientais e “responsabilidade social” aos aspectos sociais, e que sustentabilidade é um novo modelo de
negócios, mais “moderno” do que responsabilidade social. Existe uma confusão sobre a definição de
sustentabilidade. Peter Senge1 afirma que evita usar a palavra “sustentabilidade”, ou a utiliza o menos
possível, porque é um termo tão genérico que as pessoas percebem como um “ideal a ser atingido”, é
interpretado como “ser menos mau” e envolve retóricas e controvérsias que não criam um ambiente
propício para a inovação e a busca de soluções.
Quais as razões para a confusão? O propósito deste artigo é mostrar a origem dos conceitos de
sustentabilidade e responsabilidade social empresarial (RSE) e como as retóricas e controvérsias são
uma cortina de fumaça para a gestão das organizações.
A ideia de sustentabilidade, ou desenvolvimento sustentável, começou em grande parte com
a preocupação ambiental, que acabou por envolver as dimensões econômica e social e, a partir dos
anos 1990, passou a incluir a responsabilidade social empresarial.
A evolução do conceito de responsabilidade social é diferente. Sua origem está nas questões
éticas que envolvem a relação entre empresas e sociedade e na filantropia empresarial.
O conceito teórico de responsabilidade social originou-se na década de 1950, quando a litera-
tura formal sobre responsabilidade social corporativa aparece nos Estados Unidos e na Europa. A pre-
ocupação dos pesquisadores daquela década era com a excessiva autonomia dos negócios e o poder
destes na sociedade, sem a devida responsabilidade pelas consequências negativas de suas ativida-
des, como a degradação ambiental, a exploração do trabalho, o abuso econômico e a concorrência
desleal. Para compensar os impactos negativos da atuação das empresas, empresários se envolveram
em atividades sociais para beneficiar a comunidade, fora do âmbito dos negócios das empresas, como
uma obrigação moral.
A filantropia empresarial surgiu como um novo campo de atuação que vem conquistando cres-
cente visibilidade no Brasil, vindo compartilhar e disputar espaços com outras formas de ações pri-
vadas em benefício público2. No entanto, a expressão “filantropia empresarial” está associada a refe-
rências históricas como caridade, paternalismo e assistencialismo, que têm uma conotação negativa,
porque não trouxeram transformações sociais e econômicas efetivas para o desenvolvimento das co-
munidades. Hoje, quando se pensa em filantropia empresarial nota-se consenso sobre a exigência de
que esse investimento ocorra como uma política da empresa, e não somente como um compromisso
pessoal do empresário. Assim, buscaram termos alternativos para designar as ações próprias a esse
campo, como investimento social, ação social empresarial, participação social ou comunitária da em-
presa ou desenvolvimento social2.
Uma das grandes questões que são levantadas em relação aos temas sociais e ambientais é se
estes afetam a competitividade das empresas. Segundo a visão clássica da empresa, incorporar as
questões sociais e ambientais além da obrigação legal eleva os custos e reduz o lucro das empresas. O
debate sobre o conteúdo e extensão da responsabilidade social nos negócios foi intenso, no sentido
de contrapor o desempenho econômico ao social e ambiental. O papel das empresas incluiria lucros,
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Responsabilidade Social
mas, em vez da maximização do lucro de curto prazo, os negócios deveriam buscar lucros de longo
prazo, obedecer às leis e regulamentações, considerar o impacto não mercadológico de suas decisões
e procurar maneiras de melhorar a sociedade por uma atuação orientada para a responsabilidade e
sustentabilidade dos negócios2.
O conceito de desenvolvimento sustentável está hoje totalmente integrado ao conceito de res-
ponsabilidade social: não haverá crescimento econômico em longo prazo sem progresso social e tam-
bém sem cuidado ambiental. Todos os lados devem ser vistos e tratados com pesos iguais. Mesmo
porque estes são aspectos inter-relacionados. Da mesma forma que o crescimento econômico não se
sustenta sem uma equivalência social e ambiental, programas sociais ou ambientais corporativos não
se sustentarão se não houver o equilíbrio econômico da empresa.
A figura a seguir apresenta a evolução de conceitos de RSE e sustentabilidade

O modelo da sustentabilidade é uma nova forma de fazer negócios, que tem como pressupos-
to o novo papel da empresa na sociedade. Sustentabilidade e responsabilidade social trazem para o
modelo de negócios a perspectiva de longo prazo, a inclusão sistemática da visão e das demandas
das partes interessadas, e a transição para um modelo em que os princípios, a ética e a transparência
precedem a implementação de processos, produtos e serviços.

* Pesquisadora e consultora da FIPE, Fernanda Gabriela Borger é professora da FIA e do Programa de Educação


Continuada GVPEC.

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Responsabilidade Social
____________
Notas
  SENGE, Peter. “The Sustainable Supply Chain an Interview with Peter Senge”, por Steven
1

Prokesch. Harvard Business Review, outubro de 2010.


 BORGER, Fernanda Gabriela. Responsabilidade Social: Efeitos da Atuação Social na Dinâmica
2

Empresarial (tese de doutorado), Departamento de Administração. São Paulo: USP, 2001.


______________

Este texto faz parte de uma série de artigos de especialistas promovida pela área de Gestão Sus-
tentável do Instituto Ethos, cujo objetivo é subsidiar e estimular as boas práticas de gestão.

MÓDULO IV – ASSISTENCIALISMO X SUSTENTABILIDADE


Assistencialismo
O assistencialismo tem, ao longo do tempo, para alguns, se tornado uma espécie de “monstro”,
quando se fala em resolver problemas relacionados a questões sociais. É como se, a grosso modo, não
fazer nada fosse melhor do que fazer algo pontualmente.
Infelizmente, em um país com tantas desigualdades (essa afirmação serve também para o mun-
do), ainda são necessárias ações pontuais, como a distribuição de cestas básicas, de sopões para mo-
radores de rua, campanhas de agasalhos no inverno e tantas outras.

Sustentabilidade
Quando se fala em sustentabilidade, automaticamente a relacionamos a questões ambientais.
O fato é que sustentabilidade está também relacionada a questões sociais.
De acordo com o Relatório de Desenvolvimento Humano 2011, do Programa das Nações Unidas
para o Desenvolvimento, PNUD, a sustentabilidade está relacionada aos princípios básicos de igualda-
de, entre eles justiça social e maior acesso a uma melhor qualidade de vida.
Para que se possa atender a esses princípios são necessárias ações que não sejam somente
pontuais. Pelo contrário, tais ações demandam empenho por parte dos envolvidos, sejam empresas,
organizações sociais, pessoas físicas.
Para mudarmos a realidade é necessária, muitas vezes, a união do assistencialismo com a sus-
tentabilidade.

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Responsabilidade Social
Não é raro que se consiga a participação de crianças moradoras de área de risco social em um
projeto que envolve educação, cultura, ou mesmo esporte, somente porque as refeições diárias fazem
parte do dia a dia do projeto; ou mesmo porque cestas básicas são distribuídas mensalmente.
Isso não tira o mérito do projeto, simplesmente explica como, muitas vezes, o chamado assis-
tencialismo é necessário.
Com certeza, um projeto interessante, criado a partir de necessidades reais vai atrair a atenção
dessas crianças, para que lá permaneçam e possam se desenvolver como cidadãos, mas, em um pri-
meiro momento, é preciso se pensar: quem tem fome aprende? Quem tem fome consegue praticar
esporte?
Essa é uma reflexão que pode, e deve ser feita.

TEXTO COMPLEMENTAR
Artigo - O Assistencialismo e o Bolsa Família

* Fabio Veras Soares

O programa Bolsa Família tem recebido críticas à esquerda e à direita. A principal acusação é
que ele seria um programa assistencialista. Na verdade o programa Bolsa Família como qualquer pro-
grama focalizado nos mais pobres é um programa de assistência social. No dicionário Aurélio o termo
“assistência social” é definido como “serviço gratuito, de natureza diversa, prestado aos membros da
comunidade social, atendendo as necessidades daqueles que não dispõem de recursos suficientes”.
Assistencialismo, que por sinal não consta no dicionário, é na verdade uma deformação na prestação
da “assistência social”, envolvendo troca de favores e critérios pouco claros na forma de seleção dos
beneficiários. Portanto, um programa assistencialista é um programa de “assistência social” utilizado
como mecanismo de troca de favores. Como a crítica ao Bolsa Família não se baseia apenas em numa
crítica à forma de gestão, mas sim à própria natureza do programa, pode-se concluir que o que se
questiona é a “oportunidade” de se ter um esse tipo de programa no Brasil. Nessa(s) visão(ões) crí-
tica(s) o programa seria ruim por: 1) acomodar o pobre que não buscaria mais trabalho e ascender
socialmente e 2) desperdiçar dinheiro público com assistência quando o que importa é gerar emprego
e renda, única maneira de tirar a população da pobreza. Dar dinheiro aos mais pobres é uma idéia tão
ruim assim? 
O que se esquece é que o Estado - desde sua origem - tributa e redistribui renda entre os diver-
sos segmentos da sociedade. Ou seja, além de prover bens públicos, a função do Estado é tirar de e
dar renda a diferentes segmentos da sociedade. Se essa redistribuição vai ajudar os mais pobres, ou os
mais ricos, ou vai ser neutra é uma questão que depende de fatores políticos, sociais e econômicos de
um determinado período histórico. Na Colônia e no Império medidas redistributivas se davam tanto
mediante programas assistenciais (ou o amparo social como se dizia à época) como, por exemplo, a
concessão de pensões a órfãos e a viúvas honestas, a ajuda à manutenção das casas de misericórdia,

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Responsabilidade Social
assim como por meio de concessões de mercês e monopólios para a exploração de certas atividades
econômicas. O amparo social era assistencialista porque baseado na troca de favores e não como uma
política pública - ou um direito - cujo objetivo seria o de proteger os que mais necessitam. A concessão
de mercês e monopólios, por sua vez, visava a manutenção do status quo e de privilégios em mãos
de poucos, não visando nem o bem comum nem o progresso econômico. Formas contemporâneas
desse tipo de transferência ainda persistem quando, por exemplo, os fundos públicos são chamados
a cobrir “buracos” de fundos privados que, em geral, se destinam aos grupos menos necessitados da
sociedade - uma fração diminuta da população, mas que abocanha a maior parte da renda nacional e,
em alguns casos, tem maior facilidade de acesso aos recursos públicos. Fenômeno que muitas vezes
não é explicado somente pelo retorno dos atributos produtivos desses segmentos da sociedade. 
Seria o Bolsa Família uma versão moderna das arcaicas esmolas reais/imperiais? Poderia o Bolsa
Família ter um efeito-preguiça generalizado entre os mais pobres de modo a prevenir não só a ascen-
são social das famílias beneficiárias como também atrapalhar o desenvolvimento econômico do país,
ao desviar recursos de investimentos prioritários? 
O chamado “efeito-preguiça” carece totalmente de base real. Em primeiro lugar, o benefício é
muito baixo para ter impactos significativos sobre a oferta de trabalho. É difícil imaginar que com um
benefício mensal de no máximo R$ 95,00 (o que equivale na melhor das hipóteses a uma renda per ca-
pita de R$ 23,70, isto é, a renda de um domicílio com um adulto e 3 crianças) o(s) membro(s) adulto(s)
daquele domicílio se retiraria(m) do mercado de trabalho ou abandonariam suas atividades de sub-
sistência. Além disso, as evidências empíricas baseadas em avaliações experimentais de programas
similares, como o Progresa/Oportunidades no México, mostram que o impacto é nulo sobre a oferta
de trabalho dos beneficiários (ver recente estudo de Emmanuel Skoufias e Vicenzo di Maro: http://
ideas.repec.org/p/wbk/wbrwps/3973.html). 
Os dados da PNAD 2004, por sua vez, indicam que os indivíduos que moram em domicílios onde
existe um beneficiário do Bolsa Família não têm uma taxa de participação no mercado de trabalho me-
nor do que seus contrapartes em domicílios sem beneficiários, mas com renda similar. Ao contrário, a
taxa de participação dos “beneficiários” tende a ser maior do que a taxa de participação dos “não-be-
neficiários”. Esse resultado vale tanto para chefes e chefas de domicílio como para seus respectivos
cônjuges. Por exemplo, entre os 10% mais pobres, a taxa de participação no mercado de trabalho dos
moradores adultos (18 a 64 anos) é de 73% para domicílios com beneficiários e 67% para domicílios
sem beneficiários. Essa maior participação se mantém para homens chefes (93% e 87%), homens
cônjuges (84% e 81%), mulheres cônjuges (60% e 47%) e é, praticamente, igual para mulheres chefes
(64,5% e 64,4%). Esse resultado é observado também para extratos um pouco menos pobres como o
segundo, o terceiro e o quarto décimos da distribuição. 
O temor de um impacto negativo sobre o crescimento também nos parece equivocado. Se for
verdade que é necessário crescer para melhorar o bem-estar de todos, também é verdade que o im-
pacto do crescimento sobre a pobreza é mediado pela distribuição inicial dos recursos de uma socie-
dade. Em sociedades extremamente desiguais como a brasileira, as taxas de crescimento necessárias
para reduzir a pobreza são bem mais elevadas do que em sociedades com menos desigualdade. Além
disso, também é verdade que pobreza e desigualdade de renda diminuem o potencial de crescimento
de uma economia. Deste modo, políticas que reduzam a desigualdade não só afetam diretamente

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a pobreza como aumentam o potencial do crescimento e magnificam o impacto do mesmo sobre
a redução da pobreza. Por esse motivo, políticas redistributivas são sempre muito bem vindas para
aqueles que acreditam que a pobreza deve ser reduzida o mais rapidamente possível. Nesse sentido,
vale a pena ver como o Bolsa Família tem se saído como um programa redistributivo. Os resulta-
dos de diversos estudos com períodos e metodologias diferentes apontam para um grande impacto
do Bolsa Família. No texto “Cash Transfer Programmes in Brazil: Impacts on Poverty and Inequality”
(http://www.undp-povertycentre.org/newsletters/WorkingPaper21.pdf) se mostra que entre os com-
ponentes que contribuíram para a redução da desigualdade - observada entre 1995 e 2004, o Bolsa
Família está em terceiro lugar - perdendo para a renda do trabalho e para pensões e aposentadorias
vinculadas ao salário mínimo -, sendo responsável por 13% da redução do índice de Gini no período,
mas corresponde a apenas 0,5% da renda total das famílias brasileiras. Estes resultados mostram que
mesmo uma pequena transferência pode ter um grande impacto sobre a desigualdade quando bem
focalizada. 
Dados os resultados acima o que surpreende é que se tenha levado tanto tempo para descobrir
uma maneira efetiva de reduzir a desigualdade e diminuir a pobreza: transferir renda (dinheiro) aos
mais pobres! E esse dinheiro não é simples assistencialismo, como rotineiramente se lê de maneira
pejorativa nos jornais. Trata-se, na verdade, de um programa de assistência social, cuja origem pode
ser rastreada de maneira embriônica às experiências em nível local com a renda mínima de Campinas
e o Bolsa Escola no Distrito Federal e que incorporou milhões de cidadãos brasileiros que estavam
completamente desamparados da rede de proteção social existente no país até então, particularmen-
te, as crianças em domicílios pobres. Uma política de proteção social é um elemento fundamental em
qualquer democracia que pretenda estender a todos os benefícios do desenvolvimento econômico.
Ainda há muito que fazer para aperfeiçoar o programa, mas transferir renda é uma função do Estado
e o fato de estar distribuindo a favor dos pobres é uma ótima noticia, também, para o crescimento
econômico. 

* Pesquisador do Ipea

Publicado: Correio Braziliense 14/08/2006 - O Globo 12/08/2006

MÓDULO V – 8 OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÊNIO


Os 8 Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, 8 ODM, são um conjunto de metas a ser atingi-
do até o ano de 2015.
Estes objetivos surgiram junto com a Declaração do Milênio, que foi aprovada pela ONU em 8
de setembro de 2000.
O Brasil, junto com 191 países-membros, assinou o pacto, se comprometendo com a sustenta-
bilidade do Planeta, como um todo.
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Responsabilidade Social
No Brasil, também conhecemos os 8 ODM como 8 Jeitos de Mudar o Mundo.

Símbolos
Adotados no mundo todo, os ícones que representam os 8 ODM foram criados voluntariamente,
em 2005, no Brasil, como parte da campanha Nós Podemos, pela agência McCann-Erickson. O mentor
e coordenador da campanha foi o publicitário Percival Caropreso.

Disponível em: www.pensamentoverde.com.br › Atitude. Acesso em jan 2016.

ODM1 – Acabar com a Fome e a Miséria

Disponível em: www.pensamentoverde.com.br › Atitude. Acesso em jan 2016.

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Responsabilidade Social
Propondo a erradicação da extrema pobreza e miséria, este objetivo também se relaciona à
diminuição da desnutrição, oferecendo condições para que todos tenham acesso a uma dieta mínima
diária, de acordo com o que preconiza a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimen-
tação – FAO.
Este objetivo também está relacionado à diminuição do número de pessoas em pobreza extre-
ma ou indigência.

ODM 2 – Educação Básica de Qualidade para Todos

Disponível em: www.pensamentoverde.com.br › Atitude. Acesso em jan 2016.

Propondo que todas as crianças, em todas as regiões – independente de gênero, etnia e condi-
ções sociais – terminem o ensino fundamental, este objetivo está também relacionado à diminuição
da evasão escolar, à melhoria da qualidade do ensino, à elevação do número de anos na escola e à
diminuição da defasagem idade-série.

ODM 3 – Igualdade entre Sexos e Valorização da Mulher

Disponível em: www.pensamentoverde.com.br › Atitude. Acesso em jan 2016.

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Responsabilidade Social
Este objetivo, além da igualdade entre os sexos em todos os níveis de ensino, propõe a busca
pela autonomia das mulheres, combate ao preconceito, ampliação das vagas e ascensão das mulheres
no mercado de trabalho, igualdade nos salários para mulheres e homens que desempenham a mesma
função; além do desempenho de papéis cada vez mais ativos no mundo, pelas mulheres.

ODM 4 – Reduzir a Mortalidade Infantil

Disponível em: www.pensamentoverde.com.br › Atitude. Acesso em jan 2016.

Este objetivo está relacionado, entre outras coisas, à melhoria das condições de saneamento
e higiene, promoção de campanhas de vacinação, melhoria dos serviços de saúde e ampliação do
acesso aos mesmos. Enfim, depende de políticas, programas, recursos direcionados não somente às
crianças mas também às famílias e comunidades em geral.

ODM 5 – Melhorar a Saúde das Gestantes

Disponível em: www.pensamentoverde.com.br › Atitude. Acesso em jan 2016.

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Responsabilidade Social
Este objetivo está diretamente relacionado à promoção da saúde integral das mulheres em ida-
de reprodutiva. Inclui elementos como planejamento familiar, acompanhamento pré-natal, melhoria
dos serviços de saúde e ampliação do acesso aos mesmos. Um elemento importante é a presença de
profissionais qualificados na hora do parto.

ODM 6 – Combater a AIDS, a Malária e Outras Doenças

Disponível em: www.pensamentoverde.com.br › Atitude. Acesso em jan 2016.

Este objetivo propõe deter a proliferação de doenças, o que necessita de ampliação do acesso às
informações por parte da população, também a meios de prevenção e de tratamento, além do com-
bate à discriminação. Também está relacionado à melhoria das condições de saneamento e de higiene
da população, da preocupação com questões ambientais e nutritivas.

ODM 7 – Qualidade de Vida e Respeito ao Meio Ambiente

Disponível em: www.pensamentoverde.com.br › Atitude. Acesso em jan 2016.

Este objetivo é bastante amplo e se refere às questões ambientais, como preservação dos
recursos naturais, recuperação de áreas degradadas e a transformação de remanescentes em áreas

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Responsabilidade Social
de preservação; também às questões relacionadas a emissões de CO2 e de outros agentes de poluição,
adoção de princípios de sustentabilidade nas políticas públicas e de forma geral, na cultura do povo.
Outras questões que fazem parte deste objetivo são o acesso à água potável, ao esgotamento sanitário
e à melhoria dos assentamentos precários.

ODM 8 – Todo Mundo Trabalhando pelo Desenvolvimento

Disponível em: www.pensamentoverde.com.br › Atitude. Acesso em jan 2016.

Este objetivo está relacionado ao estabelecimento de parcerias para que todos os objetivos an-
teriores sejam alcançados e a melhoria da qualidade de vida de toda a população seja estabelecida.
Busca também a participação de toda a sociedade em busca de um mundo melhor, mais justo e sus-
tentável, tanto no que se refere às questões ambientais quanto às sociais.
Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio estão intimamente relacionados entre si. Por
exemplo, para que possamos, verdadeiramente, erradicar a fome e a miséria, é preciso garantir o
acesso a uma educação de qualidade, o que garantirá, no futuro, o acesso ao mercado de trabalho,
não em subempregos, mas em empregos que oferecerão condições daquela pessoa garantir sua qua-
lidade de vida e de sua família.

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Responsabilidade Social
TEXTO COMPLEMENTAR
Declaração Universal dos Direitos Humanos
Adotada e proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas (resolução 217 A III) em 10 de
dezembro 1948.

Preâmbulo
Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família hu-
mana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no
mundo.
Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultaram em atos bár-
baros que ultrajaram a consciência da humanidade e que o advento de um mundo em que mulheres
e homens gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo do temor e da
necessidade foi proclamado como a mais alta aspiração do ser humano comum.
Considerando ser essencial que os direitos humanos sejam protegidos pelo império da lei, para
que o ser humano não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra a tirania e a opressão.
Considerando ser essencial promover o desenvolvimento de relações amistosas entre as nações.
Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta, sua fé nos direitos fun-
damentais do ser humano, na dignidade e no valor da pessoa humana e na igualdade de direitos do
homem e da mulher e que decidiram promover o progresso social e melhores condições de vida em
uma liberdade mais ampla.
Considerando que os Países-Membros se comprometeram a promover, em cooperação com as
Nações Unidas, o respeito universal aos direitos e liberdades fundamentais do ser humano e a obser-
vância desses direitos e liberdades.
Considerando que uma compreensão comum desses direitos e liberdades é da mais alta impor-
tância para o pleno cumprimento desse compromisso.
Agora portanto a Assembléia Geral proclama a presente Declaração Universal dos Direitos Hu-
manos como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de
que cada indivíduo e cada órgão da sociedade tendo sempre em mente esta Declaração, esforce-se,
por meio do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela ado-
ção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento
e a sua observância universais e efetivos, tanto entre os povos dos próprios Países-Membros quanto
entre os povos dos territórios sob sua jurisdição.

Artigo 1
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e
consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.

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Artigo 2
1. Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Decla-
ração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política
ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condi-
ção. 
2. Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição política, jurídica ou internacional
do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um território independente, sob
tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer outra limitação de soberania.

Artigo 3
Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.

Artigo 4
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de escravos serão
proibidos em todas as suas formas.

Artigo 5
Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante.

Artigo 6
Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como pessoa perante
a lei.

Artigo 7
Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei.
Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e
contra qualquer incitamento a tal discriminação.

Artigo 8
Todo ser humano tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes remédio efetivo
para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou
pela lei.

Artigo 9
Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.

Artigo 10
Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a uma justa e pública audiência por parte de
um tribunal independente e imparcial, para decidir seus direitos e deveres ou fundamento de qual-
quer acusação criminal contra ele.

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Artigo 11
1. Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido inocente até que
a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe
tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa. 
2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento, não constituíam
delito perante o direito nacional ou internacional. Também não será imposta pena mais forte de
que aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso.

Artigo 12
Ninguém será sujeito à interferência na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou na sua
correspondência, nem a ataque à sua honra e reputação. Todo ser humano tem direito à proteção da
lei contra tais interferências ou ataques.

Artigo 13
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de cada
Estado. 
2. Todo ser humano tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio e a esse regressar.

Artigo 14
1. Todo ser humano, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros
países. 
2. Esse direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente motivada por crimes
de direito comum ou por atos contrários aos objetivos e princípios das Nações Unidas.

Artigo 15
1. Todo ser humano tem direito a uma nacionalidade. 
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacio-
nalidade.

Artigo 16
1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de raça, nacionalidade ou religião,
têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma família. Gozam de iguais direitos em relação
ao casamento, sua duração e sua dissolução. 
2. O casamento não será válido senão com o livre e pleno consentimento dos nubentes. 
3. A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção da sociedade e
do Estado.

Artigo 17
1. Todo ser humano tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros. 

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Responsabilidade Social
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.

Artigo 18
Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; esse direito
inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença
pelo ensino, pela prática, pelo culto em público ou em particular.

Artigo 19
Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; esse direito inclui a liberdade
de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quais-
quer meios e independentemente de fronteiras.

Artigo 20
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de reunião e associação pacífica. 
2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.

Artigo 21
1. Todo ser humano tem o direito de tomar parte no governo de seu país diretamente ou por inter-
médio de representantes livremente escolhidos. 
2. Todo ser humano tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país. 
3. A vontade do povo será a base da autoridade do governo; essa vontade será expressa em eleições
periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou processo equivalente que asse-
gure a liberdade de voto.

Artigo 22
Todo ser humano, como membro da sociedade, tem direito à segurança social, à realização pelo
esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo com a organização e recursos de cada
Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvol-
vimento da sua personalidade.

Artigo 23
1. Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favorá-
veis de trabalho e à proteção contra o desemprego. 
2. Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho. 
3. Todo ser humano que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória que lhe asse-
gure, assim como à sua família, uma existência compatível com a dignidade humana e a que se
acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social. 
4. Todo ser humano tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar para proteção de seus in-
teresses.

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Artigo 24
Todo ser humano tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas de tra-
balho e a férias remuneradas periódicas.

Artigo 25
1. Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e à sua família saúde,
bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais
indispensáveis e direito à segurança em caso de desemprego, doença invalidez, viuvez, velhice ou
outros casos de perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de seu controle. 
2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas as crianças, nas-
cidas dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção social.

Artigo 26
1. Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elemen-
tares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional
será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito. 
2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do
fortalecimento do respeito pelos direitos do ser humano e pelas liberdades fundamentais. A ins-
trução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais
ou religiosos e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz. 
3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que será ministrada a seus
filhos.

Artigo 27
1. Todo ser humano tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, de fruir
as artes e de participar do progresso científico e de seus benefícios. 
2. Todo ser humano tem direito à proteção dos interesses morais e materiais decorrentes de qual-
quer produção científica literária ou artística da qual seja autor.

Artigo 28
Todo ser humano tem direito a uma ordem social e internacional em que os direitos e liberdades
estabelecidos na presente Declaração possam ser plenamente realizados.

Artigo 29
1. Todo ser humano tem deveres para com a comunidade, na qual o livre e pleno desenvolvimento
de sua personalidade é possível. 
2. No exercício de seus direitos e liberdades, todo ser humano estará sujeito apenas às limitações
determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido reconhecimento e res-
peito dos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem
pública e do bem-estar de uma sociedade democrática. 

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Responsabilidade Social
3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exercidos contrariamente aos
objetivos e princípios das Nações Unidas.

Artigo 30
Nenhuma disposição da presente Declaração poder ser interpretada como o reconhecimento a
qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato
destinado à destruição de quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos.

UNICEF. Declaração Universal dos Direitos Humanos. Res. 217 AIII. 1948. Disponível em: http://www.unicef.org/
brazil/pt/resources_10133.htm. Acesso em jan 2016.

MÓDULO VI – PROGRAMA 5 S
Método que visa tornar os ambientes de trabalho organizados, ordenados, limpos e saudáveis,
o Programa 5S pode ser considerado a porta de entrada para a Qualidade Total.
O Programa 5S foi concebido por Kaoru Ishikawa em 1950, no Japão do pós-guerra (2ª Guerra
Mundial). Leva esse nome devido às iniciais das cinco palavras japonesas que sintetizam as cinco eta-
pas do programa: SEIRI, SEITON, SEISO, SEIKETSU, SHITSUKE.

JAPÃO SENSO DE AÇÃO


Utilização e
Seiri Selecionar o que é útil e descartar o que é inútil*.
Descarte
Identificar e ordenar os objetos selecionados e o local onde
Seiton Ordenação
estão.
Seiso Limpeza Limpar o local que foi ordenado.
Higiene e Segu- Criar hábitos para o local que foi limpo e para as pessoas que
Seiketsu
rança permanecem nele.
Criar disciplina na execução das etapas anteriores e, se for ne-
Shitsuke Autodisciplina
cessário, recomeçar.

* Tenha sempre em mente: o que é inútil para você pode ser útil para outra pessoa.
O programa 5S não se resume a mudar a aparência do local de trabalho ou outro local qualquer.
Na verdade, sua essência é outra: MUDAR ATITUDES E COMPORTAMENTO.

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Responsabilidade Social
TEXTO COMPLEMENTAR
Brasil: sociedade do desperdício
Em 2010, o País produziu 60,8 milhões de toneladas de lixo, quantidade 6,8% mais alta que a de
2009 e seis vezes maior que o crescimento populacional

Por  Reinaldo Canto — publicado 03/05/2011

Em 2010, o Brasil produziu 60,8 milhões de toneladas dos chamados resíduos sólidos urbanos.
Essa quantidade foi 6,8% mais alta que a registrada em 2009 e seis vezes maior que o crescimento
populacional que, no mesmo período, ficou em pouco mais de 1%. De todo esse resíduo, cerca de 6,5
milhões de toneladas foram parar em rios, córregos e terrenos baldios. Ainda 42,4%, ou seja, 22,9
milhões de toneladas foram depositados em lixões e aterros controlados e que não fazem o tratamen-
to adequado dos resíduos. Estas conclusões fazem parte do estudo Panorama dos Resíduos Sólidos
divulgado na semana passada pela Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e
Resíduos Especiais).
Detalhes do mesmo relatório demonstram que estamos muito, mas muito distantes de tornar
o consumo consciente uma prática cotidiana na vida das pessoas em nosso país. Um bom exemplo é
que no ano passado, a média de lixo gerado por brasileiro ficou em 378 quilos, o que é 5,3% superior
aos 359 quilos de lixo per capita computados em 2009.

O que esperar do futuro 


Em uma sociedade de consumo que vem se caracterizando pelo culto ao descartável, a quanti-
dade de lixo é proporcional a falta de consciência e ações que passam por todos os setores, sejam eles
públicos ou privados, até chegar ao próprio cidadão.
Se por um lado podemos registrar com orgulho que no Brasil temos o mais alto nível de recicla-
gem de latinhas de alumínio do mundo, por outro, também é fácil afirmar que existem materiais tão
diversos como papel, papelão, vidro, isopor, garrafas PET, sacolas plásticas e tantos outros que são
perfeitamente recicláveis e que simplesmente não o são, por falta de apoio a coleta e comercialização.
Pelo menos 30% dos lixos domiciliares são compostos de materiais recicláveis, mas apenas 1% acaba
sendo, efetivamente, recuperado pela coleta seletiva.
É muito triste imaginar que toneladas de material reciclável entopem os lixões e aterros quando
poderiam voltar a ser utilizados por empresas em produção de novos produtos. Um caso exemplar
é o do vidro. Um quilo de vidro é totalmente aproveitado na reciclagem num círculo virtuoso que
contribui para que não sejam necessárias as extrações de matérias-primas existentes na natureza.
Isso vale para todos os outros materiais que são descartados. Papéis reutilizados e reciclados evitam
o corte de árvores; sacolas plásticas reutilizadas e recicladas deixam de entupir bueiros, poluir rios e
mares etc.
As razões para esse estado de coisas são inúmeras: ausência de políticas públicas efetivas de
incentivo a coleta e reciclagem e de educação ambiental para a população; uma parte da iniciativa
privada que não se empenha em tratar resíduos e criar ações para reaproveitamento de materiais
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Responsabilidade Social
na sua linha de produção e o cidadão que desperdiça, não reutiliza, não recicla e ainda joga lixo nas
praças, ruas, rios e lagos.

Política Nacional de Resíduos Sólidos para mudar a realidade 


Boa parte das esperanças para reverter esse quadro reside na Política Nacional de Resíduos Só-
lidos (PNRS), regulamentada em dezembro de 2010 e que estabelece o princípio da responsabilidade
compartilhada em relação à destinação dos resíduos. Todos os integrantes da cadeia produtiva sejam
eles fabricantes, distribuidores, importadores, comerciantes e até mesmo os consumidores serão res-
ponsáveis por todo o processo de ciclo de vida do produto até a disposição final, também conhecido
como logística reversa. Nessa conta de responsabilidades também estarão inseridos os serviços de
limpeza públicos e de manejo dos resíduos sólidos. A lei prevê ainda o fim dos lixões em todos os
municípios brasileiros até 2014.
Diante do aumento da geração de lixo, os desafios propostos pela nova política são enormes e
vão requerer esforços dobrados nos próximos anos. Portanto, é preciso também trazer outras ques-
tões para a discussão que contribuam para avançar nesse processo.

Cobrar o que é de graça, aumentar o preço do que for muito barato 


Um caminho é dar o devido valor ao que hoje é tratado como lixo. Se o poder público garantisse
preços convidativos para os materiais hoje menos atrativos, tenho certeza que teríamos mais plás-
ticos, papéis, vidros, isopores, entre outros, sendo recolhidos com eficiência e, consequentemente,
voltariam para a cadeia produtiva ao invés de descartados.
Vivemos situações críticas em várias áreas vitais para a sobrevivência humana, a questão da
geração do lixo, da contaminação das águas, o desmatamento e o aquecimento global estão entre as
principais. Infelizmente, medidas isoladas sejam do poder público, sejam da iniciativa privada e até de
cidadãos mais conscientes são louváveis, mas de resultado limitado.
Cobrar por todos esses materiais e embalagens dando valor ao que as pessoas hoje descartam
seria uma maneira rápida de mudar a realidade tenebrosa do desperdício, do descarte inconsequente
e da falta de educação.
O melhor, é claro, seria conquistar consciências, mas é óbvio também que os resultados tem
sido modestos até mesmo nos países ditos desenvolvidos e educados.

Boa notícia chega do varejo! 


Falando em outros países, algo que já foi adotado fora do Brasil vai chegar por aqui nos próximos
dias: a cobrança pelas sacolas plásticas!
No próximo dia 9 de maio, um acordo será assinado pela APAS (Associação Paulista de Super-
mercados) e o Governo do Estado de São Paulo prevendo, inicialmente, uma campanha de 6 meses
para a conscientização do consumidor para a importância de usar sacolas retornáveis, caixas ou carri-
nhos de feira no transporte das compras. Após esse período, ou seja, meados de novembro, as sacolas
plásticas tradicionais, que demoram cerca de 100 anos para se decompor, serão substituídas por saco-
linhas feitas à base de amido. Essa nova sacola se decompõe no máximo em 180 dias e será vendida

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Responsabilidade Social
pelo preço de custo (R$ 0,20 a unidade).
Essa experiência já foi adotada com sucesso em Jundiaí, cidade de 370 mil habitantes, próxima
a Campinas. Hoje apenas 5% dos consumidores acabam por adquirir as sacolinhas biodegradáveis. A
maioria esmagadora já se acostumou a nova realidade e, como em outros países, abandonou o uso
das sacolas descartáveis.
Quem sabe se com mais ações como essa e um pouquinho mais de consciência, os números do
Panorama de Resíduos Sólidos em 2012 não poderão apresentar surpresas mais agradáveis que os
deste ano?

Canto, R. Sociedade do Desperdício. Artigo publicado em 2011. Disponível em: http://www.cartacapital.com.br/


sociedade/brasil-perde-de-goleada-para-a-sociedade-do-desperdicio. Acesso em jan 2016.

MÓDULO VII – RESPONSABILIDADE SOCIAL NO CONTEXTO PROFIS-


SIONAL
De acordo com OLIVEIRA (2011), “a globalização que requer novas tecnologias e mudanças na
produção demanda também um novo tipo de profissional, flexível, criativo, capaz de compreender
todo o processo por trás da atividade que exerce. Esse profissional deve também entender o papel
fundamental que pode ter em sua comunidade, buscando seu desenvolvimento pessoal, porém sem
prejuízo para o coletivo.”
Em um mundo que apresenta tantos desafios, não é possível que um profissional, de qualquer
área, não se preocupe com o peso das suas decisões e ações.
Utilizar suas habilidades técnicas para buscar soluções para problemas vivenciados por um de-
terminado grupo de pessoas é somente uma das vertentes da Responsabilidade Social no contexto
profissional.
Dependendo da área onde atua, o profissional já desenvolve ações que têm um contexto social,
ou ambiental, bastante explícito. É o caso, por exemplo, de profissionais da educação, saúde, assis-
tência social, de funcionários de ONGs. A atividade que estes profissionais desempenham exigem que
eles estejam em sintonia com questões sociais.
O mesmo acontece, por exemplo, com um Técnico em Meio Ambiente, cuja atuação já é desen-
volvida tendo sempre como foco a sustentabilidade ambiental.
Mas, o que acontece com profissionais de áreas que, aparentemente, não estão relacionadas a
contextos sociais ou ambientais?
Em algumas áreas, a falta de sintonia com questões sociais ou ambientais é somente aparente.
Aparente porque a Responsabilidade Social está em todas as áreas.

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Responsabilidade Social
Um Técnico em Eletrônica, por exemplo, pode desenvolver um novo modelo de cadeira de rodas
motorizada. Além do produto em si ser totalmente relacionado à Responsabilidade Social, a mesma
estará mais em evidência se o profissional pensar em uma solução para diminuir o custo de tal cadeira;
possibilitando assim que mais pessoas com necessidades especiais possam ter acesso a esse recurso.
Para quem pensa que a área de exatas está fora do contexto social, isso não é verdade.
Esta área está recheada de recursos que são desenvolvidos para melhorar a qualidade de vida
das pessoas.
Mas, o profissional pode, e deve, ir além das suas atividades profissionais. Isto nos leva a uma
outra vertente da Responsabilidade Social no contexto profissional: o voluntariado.
De acordo com a Organização das Nações Unidas, “voluntário é o jovem, adulto ou idoso que,
devido a seu interesse pessoal e seu espírito cívico, dedica parte do seu tempo, sem remuneração, a
diversas formas de atividades de bem estar social ou outros campos.”
No Brasil, o artigo 1º da Lei 9.608, de 18 de fevereiro de 1998, define como serviço voluntário
“a atividade não remunerada, prestada por pessoa física a entidade pública de qualquer natureza, ou
a instituição privada de fins não lucrativos, que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, cientí-
ficos, recreativos ou de assistência social, inclusive mutualidade.”
Independente da forma como é definido o voluntariado, o que fica claro, quando o assunto é
abordado é que o voluntário é aquele que pensa no outro, que se dispõe a doar seu tempo em prol
do coletivo, seja desenvolvendo ações que são relacionadas a seu dia a dia profissional, seja desenvol-
vendo ações que o levem a sair de sua zona de conforto.
Seja qual for a definição, o voluntário é alguém que “respira” Responsabilidade Social, no seu
mais profundo sentido.

TEXTO COMPLEMENTAR
Trecho retirado do artigo Responsabilidade social e voluntariado no Brasil, de Renato Arcúrio

Um objetivo comum e a cada dia mais presente na vida das organizações é a respon-
sabilidade social e entre as pessoas o voluntariado, que juntos estão ganhando força
e crescendo em busca de um desenvolvimento sustentável.

Renato Arcúrio

[...] Trabalho Voluntário


Ser voluntário é doar o tempo para causas de interesses sociais. A ação voluntária requer pre-
paração e responsabilidades. O voluntariado é uma forma de participação cidadã, da qual todos os
indivíduos, sem restrição física, social, de escolaridade ou financeira, podem participar.

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Responsabilidade Social
O papel dos voluntários, antes tido como filantrópico e assistencialista, hoje representa um mar-
co de transformação social que amplia o alcance desse serviço em diferentes atividades e agrega
valores.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), no Manual do Voluntário: “o voluntário é o
jovem ou adulto que, devido ao seu interesse pessoal e ao seu espírito cívico, dedica parte de seu
tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de atividades, organizadas ou não, de bem-estar
social ou outros campos”.
No Brasil, a Lei 9.608 de 18 de fevereiro de 1998, que dispõe sobre os serviços voluntários,
define o voluntariado como o trabalho não-remunerado realizado por pessoas físicas, que não gera
nenhum tipo de vínculo empregatício, obrigações trabalhistas ou previdenciárias.
O voluntário é aquele que está disposto a olhar o outro, importando-se com ele e fazendo algo
de bom pela pessoa que pretende ajudar, doando para isso seu tempo, trabalho e talento. Em situ-
ações de desastres, os voluntários, devidamente capacitados e em sintonia com os órgãos oficiais
responsáveis, podem contribuir trazendo novas idéias, executando tarefas, exercendo funções especí-
ficas e, principalmente, multiplicando esforços.
Por canalizar esforços de pessoas de diferentes áreas e diferentes níveis hierárquicos num pro-
pósito comum, muitos voluntários concordam que as ações de voluntariado derrubam quaisquer bar-
reiras impostas pela rotina do trabalho. Além disso, estimulam o sentimento de equipe, o que propicia
uma integração ainda maior.

Voluntariado no Brasil
Desde nossa colonização temos trabalho voluntário no Brasil, só que com características e obje-
tivos diferentes, e o que é interessante é que ele sempre foi importante para a sociedade. A caridade,
o assistencialismo, e a militância política deram lugar à solidariedade, ao desejo de fazer o bem, ao
exercício de cidadania.
O trabalho voluntário nos últimos 10 anos assumiu um significado muito especial e significativo,
pois de um caráter muito mais voltado para a caridade e o altruísmo, o trabalho voluntário passa a
ter uma característica de vontade de mudança e transformação. Esta característica está muito ligada,
talvez, a um sentimento de responsabilidade e de culpa que, entre outros, contribuíram para o nasci-
mento da visão de responsabilidade social. Um breve histórico do trabalho voluntário na Brasil, para
termos uma idéia de sua evolução e de sua compreensão atual.
Séc. XVI – primeiras manifestações de assistência social, baseadas em princípios da caridade
cristã. Segunda metade do séc. XIX – “cruzada filantrópica” em vista da disseminação de doenças
contagiosas (órfãos, alienados, inválidos, delinquentes), trabalho essencialmente feminino com enfo-
que na caridade. A partir de 1930 – conceito de filantropia – a partir da transferência do Estado para
a sociedade civil da atenção social à grande massa de trabalhadores sem carteira assinada. Final da
década de 50 – movimentos sociais reivindicatórios estruturam organizações, sofrendo retração de
1965 a 1980 por influência do Estado. Anos 80 – corresponsabilidades das questões sociais entre Es-
tado, sociedade civil (ONGs, Fundações e empresas). Anos 90 – voluntário é o cidadão motivado pela
solidariedade e participação em prol de causas de interesse social e comunitário.

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Responsabilidade Social
Segundo Lima(2010), o caráter de mudança e ajuste social, que o trabalho voluntário propõe
atualmente, não há dúvida de sua importância, pois que esse movimento de pessoas que se dispõem
a ajudar, pressupõe um movimento de mudança de atitude e, portanto, mudança de ética, já que ela
– orientadora da conduta individual e social - é o determinante de fato do quadro de exclusão.
Além da importância natural que têm os esforços voltados ao trabalho e aos estudos em busca
de desenvolvimento acadêmico e profissional, ganha cada vez mais relevância no currículo o campo
dedicado aos trabalhos voluntários. Um dos motivos para que isso ocorra é a preocupação das pró-
prias empresas com o conceito de sustentabilidade. Pela lógica das empresas, se elas querem ser bem
vistas do ponto de vista sócio-ambiental, é essencial que seus funcionários dêem o exemplo primeiro.

Ética no Voluntariado
O trabalho solidário, por meio do voluntariado, respeita valores, regras e princípios éticos, como
em qualquer profissão. Todo voluntário possui uma motivação e, independente desta, é essencial in-
tegrar responsabilidades e ética na função a ser executada.
Sobre isso, Srour (2000, p.51) afirma:

“Os dispositivos que compõem os códigos morais traduzem valores, princípios, nor-
mas ou idéias e vão sendo aplicados pelos agentes a situações concretas. Funcio-
nam, portanto, como receituários, compêndios de prescrições ou manuais a seguir
nas mais diversas ocorrências.”

Ao optar por assumir esse papel de voluntário, o cidadão deve ter em mente que em conjunto
a isto deve adotar uma postura ética que esteja de acordo com o papel que ele está se propondo a
exercer.
De acordo com Srour apud Souza (2000, p. 57), “a ética não é uma etiqueta que a gente põe
e tira, é uma luz que a gente projeta para segui-la com os nossos pés, do modo que pudermos, com
acertos e erros, sempre e sem hipocrisia”.
Esse conceito confirma a importância da ética em todos os momentos, seja ele profissional ou
pessoal, e no trabalho voluntário a ética deve estar sempre alinhada de acordo com o objetivo do bem
social para que o trabalho tenha sentido e resultados satisfatórios para a sociedade.
Sobre isso, Neto e Froes (2001, p. 15) afirmam, “A ética da responsabilidade social veio para
superar os efeitos perversos da ética da irresponsabilidade social, dos globalismos ideologizantes, do
domínio do dinheiro em estado puro e consumismos desenfreados.”
Com isso percebemos que não basta apenas ter a idéia de adotar uma causa social, para ser um
voluntário devemos adotar a ética como fonte de princípios e como um caminho que devemos seguir
diariamente em busca dos objetivos sócias.

Benefícios do Trabalho Voluntário


O voluntariado tem um impacto significativo e positivo na comunidade. Mas também traz van-
tagens para o próprio voluntário. Pode trazer: maior estabilidade emocional, possibilidade de fazer o

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Responsabilidade Social
que realmente gosta, oportunidade de fazer novas amizades e ampliar o seu círculo de relacionamen-
tos, descoberta de novas potencialidades, que não havia percebido antes, mudanças de pontos de vis-
tas sobre o seu próprio valor, melhorando inclusive a auto-estima, opções de impulsionar sua carreira,
entre outros. O voluntariado é uma excelente ferramenta para ajudar a desenvolver sua comunidade
e causar um impacto positivo na qualidade de vida das pessoas.
Peter Drucker, certamente o maior consultor do século, há décadas já dizia que o funcionário
que presta serviços voluntários, por ser solidário à dor do próximo, é mais produtivo.
Cada vez mais comum nas entrevistas de emprego e estágio, o questionamento sobre a realiza-
ção de trabalhos temporários ou mesmo voluntários são muito importantes para descrever o perfil de
um candidato.
Isso porque a impressão passada é de que o profissional investe parte do seu tempo em outras
pessoas e possui qualidades como facilidade de relacionamento interpessoal e capacidade de ouvir.
Mas o principal aspecto positivo dessa ação é que o candidato não é acomodado. Ele realiza ações
importantes - mesmo não ganhando para isso – e deixa claro que seu objetivo não é apenas o salário,
mas também o projeto que realiza.
Mas não é apenas pela melhoria da forma como a empresa é vista perante a sociedade que faz
do voluntariado algo valorizado. Esse tipo de iniciativa leva o profissional a desenvolver valores como
iniciativos e trabalho em grupo, o que é útil especialmente para pessoas em início de carreira cuja
pouca experiência pode limitar a disputa por vagas. Outra habilidade desenvolvida por profissionais
engajados em causas voluntárias é a de alcançar objetivos por meio da gestão de recursos escassos,
característica inerente a grande parte dos projetos sociais.
Para as empresas, é ótimo ter colaboradores com esse perfil, pois eles são capazes de fazer a
diferença em situações em que a maioria não reage. Já os candidatos, precisam estar atentos ao fato
de que o voluntariado exige tempo de dedicação, frequência e disponibilidade.
Existem inúmeras vantagens para as pessoas que desenvolvem um trabalho voluntário que po-
demos citar, porém a maior vantagem que pode ser percebida é a de que o voluntário está caminhan-
do de mãos dadas com a sociedade em busca de um mundo melhor.

Considerações Finais
Muita gente não dá tanta credibilidade ao trabalho voluntário. Entretanto, quem já participou
de uma atividade como essa sabe o quanto é gratificante. Além de gerar benefícios pessoais, este é o
tipo de ação que pode contribuir para o seu crescimento profissional.
No caso da empresa, a marca fica fortalecida, a produtividade aumenta e os funcionários passam
a se comprometer ainda mais, resultando na conquista de um número maior de clientes. Além disso, o
voluntariado favorece o trabalho em equipe e deixa o ambiente na organização mais agradável.
Para o empregado, ele promove a possibilidade de trabalho em grupo, desenvolvendo várias ha-
bilidades, como capacidade de resolver problemas e de propor soluções. Outra vantagem do trabalho
voluntário é que ele pode enriquecer o seu currículo e abrir portas para um novo emprego.

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Responsabilidade Social
Apesar de tudo, os verdadeiros beneficiados são aqueles que recebem este tipo de ação. Por
isso, não deixe de ajudar, pois não há forma melhor de fazer bem a si mesmo, do que fazendo o bem
a outras pessoas.
Assim, finalizo este projeto mostrando que a responsabilidade social e o trabalho voluntário es-
tão caminhando juntos nesse processo de sustentabilidade e que com o empenho de todos na busca
do bem comum, podemos viver em uma sociedade cada vez melhor.

ARCÚRIO,R. Responsabilidade social e voluntariado no Brasil. Disponível em: http://www.contabilidadetoledo.


com.br/pv_art006.htm. Acesso em jan 2016.

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Responsabilidade Social

FONTES DE PESQUISA

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quenosqueremos.org.br/sustainability.php>. Acesso em jan 2016.

Centro Regional de Informação das Nações Unidas: www.unric.org. Disponível em:<http://www.unric.


org/html/portuguese/uninfo/DecdoMil.pdf>. Acesso em jan 2016.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE: www.ibge.gov.br. Disponível em: <http://www.


ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/trabalho_infantil/default_xls.shtm>. Acesso em
jan 2016.

Instituto de Tecnologia Social, ITS Brasil: www.itsbrasil.org.br. Disponível em: <http://www.itsbrasil.


org.br/conceito-de-responsabilidade-social>. Acesso em jan 2016.

Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia, Imazon: www.imazon.org.br. Disponível em:


<http://www.imazon.org.br/publicacoes/transparencia-florestal/transparencia-florestal-amazonia-
-legal/boletim-do-desmatamento-sad-novembro-de-2013>.

Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social: www.ethos.org.br. Disponível em: <http://


www3.ethos.org.br/cedoc/responsabilidade-social-empresarial-e-sustentabilidade-para-a-gestao-
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<http://www3.ethos.org.br/cedoc/relacionamento-com-partes-interessadas/#.Uqyi5PRDuQ5>.

<http://www3.ethos.org.br/cedoc/relacionamento-com-partes-interessadas/#.UqzM0PRDuQ5>.

<http://www3.ethos.org.br/cedoc/generosidade-o-quarto-elemento-do-triple-bottom-line/#.UqzL-
BPRDuQ4>.

Ladislau Dowbor: www.dowbor.org.br. Disponível em: <http://dowbor.org/2013/05/gestao-social-e-


-transformacao-da-sociedade.html/>

Mapa da Violência: < http://mapadaviolencia.org.br/>

Mestrado em Gestão Social, Educação e Desenvolvimento Local – UNA: http://www.mestradoemg-


sedl.com.br/. Disponível em: <http://www.mestradoemgsedl.com.br/wp-content/uploads/2010/06/
Disserta%C3%A7%C3%A3o_Juliceli-M%C3%A1rcia-de-Oliveira.pdf>.

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Responsabilidade Social
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome: www.mds.gov.br. Disponível em:

< http://www.mds.gov.br/saladeimprensa/migracao/noticias/artigo-o-assistencialismo-e-o-bolsa-fa-
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Organização das Nações Unidas, ONU: www.onu.org.br. Disponível em:

<http://www.onu.org.br/faca-parte-da-onu/voluntariado/>.

ONG Repórter Brasil: www.reporterbrasil.org.br. Disponível em: <http://reporterbrasil.org.br/2013/12/


trabalho-escravo-e-tema-de-serie-de-reportagens-especiais-da-globo-news/>.

Portal Brasil: www.brasil.gov.br. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justi-


ca/2013/09/pnad-2012-trabalho-infantil-registra-156-mil-casos-a-menos>

Portal da Administração: www.administradores.com.br. Disponível em: <http://www.administrado-


res.com.br/artigos/carreira/responsabilidade-social-e-voluntariado-no-brasil/58643/>

Portal do Planalto: www.planalto.gov.br. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/


L9608.htm>.

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD): www.pnud.org.br. Disponível em:<ht-
tp://www.pnud.org.br/ODM.aspx>.

UNICEF. Declaração Universal dos Direitos Humanos. Res. 217 AIII. 1948. Disponível em: http://www.
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ARCÚRIO,R. Responsabilidade social e voluntariado no Brasil. Disponível em: http://www.contabilida-


detoledo.com.br/pv_art006.htm. Acesso em jan 2016.

Canto, R. Sociedade do Desperdício. Artigo publicado em 2011. Disponível em: http://www.carta-


capital.com.br/sociedade/brasil-perde-de-goleada-para-a-sociedade-do-desperdicio. Acesso em jan
2016.

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Curso Técnico em

ENFERMAGEM
Etapa 1

ANATOMIA E
FISIOLOGIA HUMANA

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SUMÁRIO

1 Introdução à Anatomia..................................................................................................................128
2 Anatomia Topográfica....................................................................................................................132
3 Citologia.........................................................................................................................................137
4 Histologia.......................................................................................................................................141
5 Sistema Ósseo ..............................................................................................................................156
6 Sistema Muscular .........................................................................................................................176
7 Sistema Circulatório ......................................................................................................................189
8 Sistema Respiratório .....................................................................................................................205
9 Sistema Digestivo ..........................................................................................................................220
10 Sistema Urinário .........................................................................................................................239
11 Sistema Reprodutor Masculino ..................................................................................................252
12 Sistema Reprodutor Feminino ....................................................................................................259
13 Sistema Nervoso .........................................................................................................................267
14 Sistema Sensorial ........................................................................................................................289
15 Sistema Endócrino ......................................................................................................................300

Exercícios .........................................................................................................................................310

Referências Bibliográficas ................................................................................................................325

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Anatomia e Fisiologia Humana
DISTRIBUIÇÃO DE PONTOS

1º Bimestre

• 20,0 pts - a critério do professor;
• 20,0 pts – Avaliação Bimestral

**Avaliação Suplementar (notas menores que 24,0 pts)

2º Bimestre

• 20,0 pts – a critério do professor;
• 10,0 pts – Mostra Científica;
• 30,0 pts – Avaliação Final;

**100,0 pts – Recuperação final (notas finais da etapa entre 40 e 59 pontos)

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Anatomia e Fisiologia Humana
1 INTRODUÇÃO À ANATOMIA

No  seu  conceito  mais  amplo,  a  Anatomia  é  a  ciência  que  estuda  macro  e microscopicamen-
te, a constituição e desenvolvimento dos seres organizados.

Ramos da Anatomia:
• Citologia: estudo da célula.
• Histologia: estudo dos tecidos e de como estes se organizam para a formação de órgãos.
• Embriologia: estudo do desenvolvimento do indivíduo.
Especificamente  a  Anatomia  (ana  =  em  partes;  tomein  =  cortar)  macroscópica  é estuda-
da pela dissecação de peças previamente fixadas por soluções apropriadas.
O  homem  pode  ser  visto  como  uma  organização  de  pequenas  unidades  chamadas célu-
las, um agregado de células diferenciadas e semelhantes compõem um tecido. Os tecidos por sua vez for-
mam órgãos e os órgãos formam sistemas.
Os  sistemas  que  compõe  o  organismo  do  indivíduo  são:  Tegumentar;  Esquelético; Muscu-
lar; Nervoso; Circulatório; Respiratório; Digestório; Urinário; Genital Masculino e Feminino; Endócri-
no e o Sensorial.

Variação Anatômica.
São  as  diferenças  morfológicas  são  denominadas  variações  anatômicas  e  podem apresentar-
-se externamente ou em qualquer dos sistemas do organismo, sem que isso traga prejuízo funcio-
nal para o indivíduo.
Para o anatomista o padrão é o normal. Quando o desvio do padrão anatômico altera a fun-
ção, diz-se que trata de uma anomalia.
Se  a  anomalia  for  tão  acentuada  de  modo  a  deformar  profundamente  a  construção do  cor-
po  do  indivíduo,  sendo  incompatível  com  a  vida  denomina-se  monstruosidade,  por ex. a agene-
sia do encéfalo.
Os  fatores  que  determinam  as  variações  anatômicas  são:  idade,  sexo,  raça, biótipo  (longilí-
neo, brevilíneo, mediolíneo) e a evolução.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Figura – Divisão anatômica do corpo humano.

Disponível em: www.harpenden-skinfold.com. Acesso em jan 2016.

Divisão do Corpo Humano:

Posição Anatômica
A posição anatômica é uma convenção adotada em anatomia para descrever as posições espa-
ciais dos órgãos, ossos e demais componentes do corpo humano.
Indivíduo em posição ereta (em pé, bípede), com a face voltada para a frente, o olhar dirigi-
do  para  o  horizonte,  membros  superiores  estendidos,  aplicados  ao  tronco  e com  as  palmas  volta-
das para frente, membros inferiores unidos, com as pontas dos pés dirigidas para frente.
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Anatomia e Fisiologia Humana
Planos de delimitação e secção do corpo humano
Na posição anatômica o corpo humano pode ser delimitado por planos tangentes à sua superfície.
a)  Dois  planos  verticais,  um  tangente  ao  ventre  (plano  ventral  ou  anterior)  e  outro  ao dor-
so (plano dorsal ou posterior).
∗  As  denominações  ventral  e  dorsal  são  reservadas  ao  tronco  e  anterior  e  posterior  aos
membros. Ex: Planos frontais = paralelos a fronte.
b)  Dois planos verticais tangentes aos lados do corpo plano lateral direito e plano lateral es-
querdo.
c)  Dois  planos  horizontais  tangentes  à  cabeça  (plano  cranial  ou  superior)  e  à  planta  dos
pés (plano podálico ou inferior). Ex: Plano caudal = (cóccix) tronco isolado.

Planos de Secção:
a)  Plano  mediano:  É  um  plano  vertical  que  passa  através  do  eixo  mais  longo  que  cru-
za o  corpo,  dos  pés  até  a  cabeça.  Divide  o  corpo  humano  em  metades  direita  e es-
querda.  O  que  quer  que  esteja  situada  próximo  a  este  plano  é  chamado  medial,  e  o
que está longe dele, lateral.  Toda  secção  do  corpo  feita  por  planos  paralelos  ao media-
no é uma secção sagital.

Figura- Plano anatômico

Disponível em: pt.slideshare.net. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
b)  Plano  Coronal  ou  Frontal:  Passa  pelo  eixo  maior  (dos  pés  à  cabeça),  mas  é per-
pendicular  ao  plano  mediano,  separando  a  frente  do  corpo,  ou  ventre,  da  parte  de
trás,  ou  dorso.  Algo  em  posição  a  frente  do  plano  frontal  é  chamado  anterior,  ao  passo
que algo situado atrás desse plano é chamado posterior. Os planos de secção que são para-
lelos aos planos ventral e dorsal são frontais. A secção também é frontal.
Figura- Plano anatõmico

Disponível em: pt.slideshare.net. Acesso em jan 2016.

Figura- Plano anatõmico

Disponível em: pt.slideshare.net. Acesso em jan 2016.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Anatomia e Fisiologia Humana
c)  Plano  horizontal,  transverso  ou  axial:  Os  planos  de  secção  que  são  paralelos  aos pla-
nos cranial, podálico e caudal são horizontais. A secção é transversal. Atravessa o eixo me-
nor do corpo, do dorso até o ventre, isto é, da posição posterior para a anterior. Divide a es-
trutura atravessada em porções superior e inferior.

Eixos do Corpo Humano:
São linhas imaginárias traçada no indivíduo.
a) Sagital, ântero-posterior: une o centro do plano ventral ao centro do plano dorsal.
b)  Longitudinal, crânio-caudal: une o centro do plano cranial ao centro do plano podálico.
c)  Transversal,  látero-lateral:  une  o  centro  do  plano  lateral  direito  ao  centro  do  plano late-
ral esquerdo.

Decúbitos
É um termo médico que se refere a posição da pessoa que está deitada, não necessariamen-
te dormindo.
a)  Decúbito dorsal ou supina: pessoa que deita com a barriga voltada para cima;.
b)  Decúbito ventral ou prona: pessoa que deita de bruços.
c)  Decúbito lateral: pessoa que deita de lado esquerdo ou direito.

2 ANATOMIA TOPOGRÁFICA
É  a  anatomia  que  visa,  essencialmente,  a  orientação  para  aplicação  médico- cirúrgia.  Estu-
da os vários segmentos do corpo humano, divididos em regiões chamadas topográficas, e os órgãos ne-
las contidos. A divisão segue-se esquematizada abaixo:

I) PESCOÇO:
a)  Região  anterior  do  pescoço.  Ex.:  tireóide,  paratireoide,  faringe,  laringe,  traquéia, esôfa-
go cervical.
b)  Região lateral direita e esquerda. Ex.: linfonodos.
c)  Região posterior. Ex.: linfonodos, coluna vertebral, medula espinhal.

II) TÓRAX:
a)  Cavidade pleural direita e esquerda. Ex.: pulmão direito e esquerdo, brônquios direito e es-
querdo, árvore brônquica direita e esquerda.

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Anatomia e Fisiologia Humana
b)  Mediastino.  Ex.:  osso  esterno,  traquéia,  coração,  aorta  torácica,  esôfago  torácico, colu-
na vertebral.

III) ABDOME:
a)  Região do hipocôndrio direito. Ex.: fígado, vesícula biliar.
b)  Região do epigástrio. Ex.: Estômago, cabeça do pâncreas, duodeno, coluna vertebral, aor-
ta abdominal.
c)  Região do hipocôndrio esquerdo. Ex.: baço, pâncreas (corpo e cauda).
d)  Região do flanco direito. Ex.: rim direito, supra renal direita, cólon ascendente.
e)  Região do mesogástrio. Ex.: cólon transverso, intestino delgado (jejuno e íleo), ureteres di-
reito e esquerdo, aorta abdominal, coluna vertebral.
f) Região do flanco esquerdo. Ex.: cólon descendente, rim esquerdo e supra renal esquerdo.
g)  Região  inguinal  direita  ou  fossa  ilíaca.  Ex.:  apêndice  cecal  ou  vermiforme,  ceco,  ovário
D e tuba uterina D.
h)  Região do hipogástrio. Ex.: bexiga, reto, coluna vertebral, útero, próstata, vesículas semi-
nais.
i) Região inguinal esquerda ou fossa ilíaca esquerda. Ex.: Cólon sigmoide, tuba uterina E, ová-
rio E.

Outra forma de divisão do corpo humano se dá através das linhas convencionais: Subcostal, bi-
-ilíaca e as hemiclaviculares. As regiões delimitadas pelas quatro linhas são:
a)  ímpares 
mediastino
epigástrio
mesogástrio
hipogástrio
b)  pares 
cavidade pleural Direito e Esquerdo.
hipocôndrios Direito e Esquerdo -flancos Direito e Esquerdo.
região inguinal ou fossa ilíaca Direita e Esquerda.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Figura-Divisão anatômica da região abdominal.

Disponível em: www.comentarium.com.br › Gastroenterologia. Acesso em jan 2016.

Disponível em: www.comentarium.com.br › Gastroenterologia. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
IV) MEMBROS SUPERIORES:
Regiões:
a)  Deltoidiana f) Terço superior do antebraço
b)  Terço superior do braço g)  Terço médio do antebraço
c)  Terço médio do braço h)  Terço inferior do antebraço
d)  Terço inferior do braço i)   Punho
e)  Cotovelo - prega do cotovelo j)   Dorsal da mão.

V) MEMBROS INFERIORES.
Regiões:
a) Glútea f) Terço superior da perna
b) Terço superior da coxa g) Terço médio da perna.
c) Terço médio da coxa h) Terço inferior da perna
d) Terço inferior da coxa i)  Dorsal do pé
e) Joelho - poplítea.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Figura-Divisão do corpo humano.

Disponível em: https://es.pinterest.com/pin/432767845418542132/. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
3 CITOLOGIA
É o ramo da anatomia que estuda a célula e seu funcionamento. A organização dos seres vi-
vos possui a seguinte sequência: Moléculas → células → tecidos → órgãos → sistemas → indivíduo.
A célula foi observada pela 1ª vez por um cientista chamado Robert Hooke, ao examinar pe-
daços de cortiça. Com os microscópios da época, as células se apresentavam como minúsculas ce-
las vazias, de onde o cientista retirou o nome CÉLULA. Com a melhoria dos microscópios, descobriu-
-se que as células não são vazias e sim compostas por uma complexa estrutura.
Dessa forma, a célula é a unidade morfofisiológica dos seres vivos, ou seja, é a unidade funda-
mental dos seres vivos. Todo ser vivo é formado por células, exceto o vírus.
De acordo com a organização de uma célula, ela pode ser classificada em procariota e eucario-
ta, dependendo se não possui ou se possui carioteca delimitando o núcleo.
A estrutura básica de uma célula eucariota é formada de membrana plasmática, citoplasma e nú-
cleo. Já a célula procariota por não possuir carioteca, tem o seu material nuclear disperso no citoplas-
ma. Este material recebe o nome de nucleóide.
Figura- Tipos de célula.

Disponível em: neetescuela.com › Biología. Acesso em jan 2016.

A  célula  dos  vegetais  também  é  uma  célula  eucariota,  diferenciando-se  da  célula dos ani-
mais  por  apresentar  externamente  à  membrana  plasmática  a  parede  celular, constituída  quimica-

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Anatomia e Fisiologia Humana
mente de celulose, o que lhe confere mais rigidez, e no seu interior existem organelas especializa-
das em realizar a fotossíntese. (cloroplastos – ricos em clorofila, pigmento verde).
Figura- Célula vegetal.

Disponível em: www.flickr.com. Acesso em jan 2016.

O corpo humano é pluricelular, isto é, composto por um número muito grande de células.

Formas das células
As células possuem formas variadas. Elas podem ser: cilíndricas, estreladas, fusiformes, discói-
des, alongadas e etc.
Figura- Formas celulares.

Disponível em: slideplayer.com.br/slide/3196905/. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
A célula compõe-se de três partes: membrana plasmática, citoplasma e núcleo.
  Membrana  plasmática:  lipoproteica  (proteínas  e  lipídios).  Função  de  envolver  e prote-
ger a célula; regular a entrada e saída de substâncias; semipermeável; seletiva.
  Citoplasma:  é  toda  porção  da  célula  compreendida  entre  a  membrana  e  o  núcleo.  Nele
existem água, muitas substâncias dissolvidas e as organelas citoplasmáticas que desempe-
nham diversas funções vitais para a célula. Todo esse material viscoso no citoplasma cha-
ma-se hialoplasma.
  Núcleo:  apresenta-se  como  uma  organela  arredondada,  situada  geralmente,  no  centro
da célula. O núcleo é responsável pelo controle de todas as atividades da célula. É nele que
encontramos os cromossomos (cromatina – filamentos de DNA) responsáveis pela trans-
missão  das  características  hereditárias  dos  seres  vivos.  O núcleo  é  dividido  nas  seguin-
tes partes: membrana nuclear ou carioteca, suco nuclear ou cariolinfa, nucléolos e a croma-
tina (cromossomos).
A cariolinfa é um material gelatinoso presente no núcleo. O nucléolo é uma região de concen-
tração de RNA, responsável pela síntese de proteínas.
Como a membrana plasmática, a carioteca também se apresenta toda perfurada por poros. Atra-
vés desses poros ocorre troca de substâncias com o citoplasma.
Na maioria das células, elas possuem um núcleo. Existem casos, como as células do fígado, algu-
mas do estômago e da bexiga com dois núcleos.
As fibras musculares possuem vários núcleos cada uma. As hemácias nos mamíferos não pos-
suem núcleo.
A seguir será descrito um estudo das partes das célula e suas funções.
Figura- Partes da célula.

Disponível em: https://luisamariaarias.wordpress.com/2012/01/05/la-celula/. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Organelas citoplasmáticas
São estruturas encontradas no citoplasma e que desenvolvem funções vitais na célula. Elas são: mi-
tocôndria, complexo de Golgi, retículo endoplasmático, centríolo, ribossomos, lisossomos.
Figura- Célula animal

Disponível em: ciencias-mix.blogspot.com/2013/01/celula-animal.html. Acesso em jan 2016.

Mitocôndria: 
onhecida como “centro de energia” da célula, pois é nela que a glicose se converte em ener-
gia, a energia indispensável para o trabalho celular. Função: respiração celular.

Complexo de Golgi: 
Apresenta-se  como  um  empilhamento  de  bolsas  achatadas,  rodeadas de  pequenos  vacúo-
los e vesículas. Função: secreção celular; armazenamento e empilhamento de proteínas; síntese de li-
pídios e glicoproteínas.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Ribossomos: 
São pequenos grãos constituídos por RNA e proteínas, presentes no citoplasma livre ou aderi-
dos às membranas do R. E. R. Função: síntese proteica.

Retículo Endoplasmático: 
Esta organela apresenta-se sob as formas de uma vesícula achatada e túbulos que se anastomo-
sam entre si. Há 2 tipos de retículos: liso (R.E.L.) e rugoso (R.E.R.).
  R.  E.  Rugoso  ou  Ergastoplasma:  possui  aderidos  ao  lado  externo  das  membranas grânu-
los chamados ribossomos.
  R. E. Liso: constituído apenas por membranas, não possui ribossomos nas membranas.
Função:  R.E.L.:  síntese  de  lipídios;  funciona  como  via  de  transporte  no  interior  da  cé-
lula; armazenamento  de  substâncias.  /  R.E.R.:  todas  do  R.E.L.  mais  síntese  protéi-
ca. Centríolos:  têm  forma  de  bastonetes  e  ocupam  uma  posição  próxima  ao  núcleo.  São  2
centríolos dispostos perpendicularmente. Função: atua na divisão celular; responsáveis por determi-
nados movimentos da célula; originam os cílios e flagelos.

Lisossomos:
Pequenas vesículas com enzimas hidrolíticas (digestivas). Função: digestão intracelular.

4 HISTOLOGIA
É o ramo da biologia que estuda os tecidos e suas funções. Ao conjunto de células semelhan-
tes entre si, que realizam a mesma função e tem a mesma origem embrionária, dá-se o nome de te-
cido.
a)  Tecido Epitelial 
• De revestimento.
• Glandular.
b)  Tecido Conjuntivo 
• Tec. Conjuntivo propriamente dito.
• Tec. Adiposo - Tec. Cartilaginoso.
• Tec. Ósseo - Tec. Sanguíneo.
c)  Tecido Muscular.
d)  Tecido Nervoso.
Os  tecidos  constituem  os  órgãos.  Em  nosso  corpo,  praticamente  todos  os  órgãos são forma-
dos pela associação de mais de um tipo de tecido. No estômago, por exemplo, há um tecido especiali-

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Anatomia e Fisiologia Humana
zado no revestimento interno, outro que dá resistência à parede estomacal, outro que permite a con-
tração do órgão, e assim por diante.

Tecido Epitelial
Possui células justapostas, com pouca ou nenhuma substância intercelular.
Reveste o corpo, forra as cavidades internas e forma as glândulas.
Não possui vasos sanguíneos e sua nutrição é feita pelo tec. conjuntivo adjacente.
Função: proteção do corpo, absorção de substâncias do meio, secreção de substâncias e percep-
ção de sensações, dependendo do órgão onde se localizam.

a) Tecido Epitelial de Revestimento
Figura- Tipos de epitélio

Disponível em: https://biolouco.wordpress.com/tag/tecidos/. Acesso em jan 2016

Reveste o corpo, as cavidades e órgãos. Recebe nome variado de acordo com o local onde é en-
contrado (pele, mucosa e serosa).
Os tecidos epiteliais que forram as cavidades de órgãos são chamados de mucosas (boca, na-
riz e etc.), e os que revestem os órgãos são as serosas (peritônio, pleura e pericárdio) .
Quanto ao número de camadas pode ser: simples, estratificado ou pseudo- estratificado.
Quanto a forma das células pode ser: cúbicas, pavimentosas, prismáticas ou de transição.

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Anatomia e Fisiologia Humana
b) Tecido Epitelial Glandular
Ao invés de formar lâminas, são aglomerados, podendo ou não ter canais excretores. As glân-
dulas são estruturas formadas pelo acúmulo de células epiteliais. De acordo com o destino da secre-
ção, as glândulas são classificadas em:
• Glândulas exócrinas: cujas secreções são lançadas fora da corrente sanguínea.
Elas possuem um canal ou duto de saída para as secreções. Exemplo: salivares, lacrimais, su-
doríparas.
• Glândulas endócrinas: cujas secreções são lançadas dentro da corrente sanguínea. Suas se-
creções são os hormônios. Não possuem duto. Exemplo: tireóide, hipófise, supra-renais.
• Glândulas  Anfícrinas  ou  mistas:  são  glândulas  que  possuem  uma  porção endócri-
na e uma exócrina. Exemplo: pâncreas, testículo e ovário.
Figura- Tecido epitelial glandular

Disponível em: www.sobiologia.com.br. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: www.diabetescontrolada.ga. Acesso em jan 2016.

Em relação à maneira de eliminar a secreção, as glândulas podem ser:
• Holócrinas – as células secretoras são eliminadas junto com a secreção. Ex.: glândulas sebáceas.
• Merócrinas – só elimina a secreção, a célula fica intacta. Ex.: glândulas salivares, sudorípa-
ras, lacrimais e gástricas.
• Apócrinas – as células perdem parte do seu protoplasma (membrana plasmática, citoplas-
ma e organelas), junto com a secreção. Ex. glândula mamária.
Figura- Tipos de células

Disponível em: histologiaalalcancedeunclick.blogspot.com. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Tecido Conjuntivo
Une outros tecidos, sustentando-os e dando conjunto ao corpo. Não apresentam células justa-
postas, como os tecidos epiteliais. Apresenta grande quantidade de substância intercelular.
Está amplamente distribuído pelo nosso corpo, realizando diversas funções como a de sustenta-
ção, preenchimento, conexão, defesa e regeneração.
São cinco as variedades do tecido conjuntivo. São elas: conjuntivo propriamente dito, adipo-
so, cartilaginoso, ósseo e sanguíneo.

a) Tecido Conjuntivo Propriamente Dito – TCPD
É chamado de conjuntivo típico, rico em substância intercelular com função de sustentar e nu-
trir  os  tecidos  que  não  possuem  vascularização,  como  o  tecido  epitelial; preenchimento  de  espa-
ços, e fazer conexão em dois tecidos diferentes.
O TCPD é constituído de:
• S.F.A  (Substância  Fundamental  Amorfa)  é  uma  espécie  de  gelatina  que  envolve  as célu-
las e as fibras.
• Fibras.
Colágenas: proteína mais abundante no organismo. São grossas e resistentes. As fibras pre-
sentes na derme evitam que a pele rasgue quando esticadas;.
Elástica: proteína derivada da proteína elastina. Tem a propriedade de distender e retor-
nar ao cumprimento original.
Reticular: derivada do colágeno. Liga o tecido conjuntivo aos tecidos vizinhos.
• Apresenta  ainda  vários  tipos  de  células,  apresentando  como  principais  tipos celula-
res do T C P D:
• Fibroblasto: produz SFA e fibras. Principal tipo celular.
• Células mesenquimais:  são  células  indiferenciadas,  capazes  de  originar  outras  células
do conjuntivo (pode originar fibroblasto, células adiposas, etc.), pois mantêm a potenciali-
dade de células embrionárias. Confere ao tec. conjuntivo alta capacidade de regeneração.
• Macrófagos: são células especializadas na defesa dos tecidos, realizam fagocitose e pinoci-
tose.
• Plasmócitos: células produtoras de anticorpos.
• Mastócitos: células produtoras de heparina e histamina.
Dependendo  da  quantidade  de  fibras,  o  tec.  conjuntivo  pode  ser  classificado  como frou-
xo ou denso.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Figura- Tecido conjuntivo

Disponível em: www.sobiologia.com.br/conteudos/Histologia/epitelio13.php. Acesso em jan 2016

O T.C.P.D. é também chamado de tecido conjuntivo frouxo, é delicado, flexível e está espalha-
do por todo o corpo envolvendo órgãos e preenchendo o espaço entre eles.
O  tecido  conjuntivo  denso  possui  maior  concentração  de  fibras  colágenas  e  é  mais resisten-
te. É encontrado nos tendões ( liga o músculo ao osso) e ligamentos ( liga os ossos entre si).

b) Tecido Adiposo
Tecido formado por células que acumulam gordura no seu interior, com isso o citoplasma e o nú-
cleo ficam deslocados para a periferia da célula. Estas células são chamadas de adipócitos. Este te-
cido  funciona  como  reserva  de  energia,  proteção  contra perda  de  calor,  contra  choques  mecâni-
cos e modelagem do corpo.
Figura- Reserva de gordura na celula

Disponível em: nutrindovidasaudavel.blogspot.com. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
c) Tecido Cartilaginoso
É formado à partir de células mesenquimais que se transformam em condroblastos (células car-
tilaginosas jovens), responsáveis pelo crescimento da cartilagem. Estas fabricam a substância interce-
lular flexível. Os condroblastos crescem e transformam-se em condrócitos (células cartilaginosas adul-
tas), que ficam alojados em lacunas no interior da cartilagem.
É  um  tecido  rico  em  colágeno  e  elastina,  sem  vascularização.  Ao  redor  da cartilagem  o  teci-
do conjuntivo denso forma o pericôndrio (vascularizado e nutre a cartilagem), esse possui uma ca-
mada de células que pode dar origem a novos tipos de células, para regenerar o tecido cartilaginoso.
De acordo com a quantidade de fibras, as cartilagens podem ser classificadas em:
• Hialinas: cartilagem moderada de fibras colágenas, é a mais comum, bem homogênea, en-
contrada na traquéia, laringe, brônquios, superfície articulares dos ossos (longos) e na liga-
ção das costelas com o esterno.
• Elásticas: além de possuir as fibras colágenas, possui também fibras elásticas, o que lhe con-
fere maior elasticidade, encontrada na epiglote, pavilhão auditivo e septo nasal.
• Fibrosas: são cartilagens ricas em fibras colágenas o que confere maior resistência, encon-
tradas principalmente formando os discos intervertebrais, pubis.
As cartilagens normalmente estão associadas aos ossos e junto com os ossos compõe a susten-
tação do organismo.

d) Tecido Ósseo
É  o  tecido  formador  dos  ossos.  Formado  por  tecido  conjuntivo  no  qual  as  células secre-
tam  fibras  colágenas  e  fosfato  de  cálcio.  Os  cristais  de  fosfato  de  cálcio  associados às  fibras,  fa-
zem com que os ossos sejam muito mais duros do que as cartilagens.
É  um  tecido  de  sustentação  que  reúne  duas  propriedades:  rigidez  e  resistência.  Há três  ti-
pos de ossos: longos, chatos e curtos. O exame da parte interna desses ossos mostra regiões compac-
tas (sem cavidades) e regiões esponjosas (com cavidades).

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: www.sobiologia.com.br. Acesso em jan 2016.

Um  osso  longo  possui  duas  epífises  e  uma  diáfise.  Ao  corte,  vê-se  o  tecido  ósseo esponjo-
so, em cujas lacunas se localizam a medula óssea vermelha (produtora de células do sangue) e na re-
gião  central  do  osso  (diáfise)  localiza-se  a  medula  amarela  (tutano), onde  ocorre  o  armazenamen-
to de gordura.
A estrutura microscópia da região periférica de um osso consiste de inúmeras unidades, chama-
das de sistemas de Havers. Cada sistema apresenta camadas concêntricas de células óssea, deposita-
das ao redor do canal de Havers onde existem vasos sanguíneos e nervos.
Os ossos são revestidos por bainhas de tecido conjuntivo o periósteo.
Figura- Periósteo

Disponível em: brasilescola.uol.com.br/biologia/tecido-osseo.htm. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Figura- Constituição óssea

Disponível em: www.ebah.com.br/content/ABAAAAipsAG/enfermagem. Acesso em jan 2016.

O tecido ósseo é constituído de células e substância intercelular. Tipos de células do osso:
• Osteoblastos:  células  jovens,  apresentam  longas  projeções  citoplasmáticas  e secre-
tam a substância intercelular.
• Osteócitos: células maduras e sem projeções citoplasmáticas.
• Osteoclastos: são células especialmente ativas na destruição de áreas lesadas ou envelheci-
das do osso, abrindo caminho para a regeneração do tecido pelos osteoblastos.
Funções  dos  ossos:  sustentação  e  proteção;  apoio  aos  músculos,  funcionam  como  um siste-
ma de alavanca; hemacitopoese ou hematopoese (formação de células sanguíneas); suprem de cál-
cio  o  organismo  (quando  o  plasma  sanguíneo  está  com  excesso  de  cálcio, o  excesso  é  deposita-
do nos ossos e quando o sangue está deficiente, o osso fornece o cálcio.

e) Tecido Sanguíneo:
O sangue é o único tecido líquido do nosso corpo e é formado por uma parte sólida (elemen-
tos figurados) e uma parte líquida (plasma).

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: www.blog.mcientifica.com.br. Acesso em jan 2016.

Os elementos figurados do nosso sangue são constituídos pelos seguintes tipos celulares:
• Hemácia (Glóbulo Vermelho ou Eritrócito): é responsável pelo transporte de gazes no in-
terior  do  nosso  corpo.  São  produzidas  principalmente  na  medula  óssea  vermelha.  É
uma célula achatada em forma de disco e anucleada, vida curta de 120 dias. São as célu-
las mais abundandantes no sangue. No interior da hemácia encontramos o pigmento res-
piratório chamado hemoglobina, rico em ferro que pode se associar ao oxigênio (oxihemo-
globina) ou ao gás carbônico (carbohemoglobina).

Disponível em: pt.slideshare.net/../1-a-6tecidos-hematopoieticos. Acesso em jan 2016.

• Leucócitos  (Glóbulos  Brancos):  responsáveis  pela  defesa  do  organismo  (produzir anticor-
pos e realizar fagocitose). É uma célula esférica. Há dois tipos: os granulares (apresentam
grânulos no citoplasma) e os agranulares (não apresentam grânulos no citoplasma).
Os granulares são:
• Neutrófilos: são os mais numerosos, fagocitam bactérias e corpos estranhos, o núcleo é tri-
lobado.
• Eosinófilos  (ou  acidófilo):  participam  de  reações  alérgicas,  produzem  histamina  e  o nú-
cleo é bilobado.
• Basófilos:  menos  numerosos,  possuem  heparina  (anticoagulante)  e  histamina (substân-
cia vasodilatadora liberada nos estados alérgicos), núcleo irregular.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Os agranulares são:
• Linfócitos: (B e T) - participam dos processos de defesa imunitária , produzindo e regulan-
do a produção de anticorpos, participam dos mecanismos de rejeição de enxertos, destro-
em células anormais como as cancerosas ou as infectadas por vírus e o núcleo é esférico.
• Monócitos: originam macrófagos e osteoclastos, células especializadas em fagocitar micro-
organismos, resíduos e células mortas, núcleo oval ou reniforme.
OBS.:  Os  neutrófilos,  eosinófilos,  basófilos  e  monócitos  são  produzidos  na  medula verme-
lha dos ossos. Já os linfócitos são produzidos nos tecidos linfóides (timo, baço, gânglios linfáticos, ton-
silas).

Disponível em: www.ebah.com.br/content/ABAAAANqIAG/histologia. Acesso em jan 2016.

• Plaquetas (trombócitos): participam do mecanismo de coagulação sanguínea. São fragmen-
tos de células.
O plasma corresponde a parte líquida do sangue e cerca de 60% de seu volume total. É inco-
lor e contém substâncias de natureza proteica como albumina; lipídios; sais minerais; glicose; água; vi-
taminas;  anticorpos;  enzimas;  substâncias  de  excreção  e  o fibrinogênio,  que  em  vasos  traumatiza-
dos, transforma em fibrina (coagulação).
Funções do sangue: transporte de oxigênio e nutrientes para as células; recolhe gás carbôni-
co e excreções das células; produz células sanguíneas; transporte de hormônios; defesa; termorregu-
lador e garante o equilíbrio hídrico e osmótico.

Tecido Muscular
É  um  tecido  formado  por  células  altamente  especializadas  em  se  contrair, produzindo  movi-
mentos.  As  células  são  chamadas  de  fibras  musculares,  porque  são alongadas  e  possuem  filamen-
tos de miofibrilas (proteínas contráteis).
A  membrana  plasmática  das  células  é  chamada  de  sarcolema  e  o  citoplasma  de sarcoplas-
ma. É um tecido vascularizado. Os tipos de tecido muscular são:

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Anatomia e Fisiologia Humana
• Tecido  Muscular  Estriado  Esquelético:  é  formado  por  células  multinucleadas. Apresen-
tam estrias transversais que representam as miofibrilas. É um tecido que se encontra pre-
so ao esqueleto, de contração rápida e voluntária e suas fibras não possuem ramificações.
• Tecido  Muscular  Estriado  Cardíaco:  é  o  formador  do  coração,  possui  estrias transver-
sais, com contrações rápidas, involuntárias e ritmadas. Suas fibras são longas e com rami-
ficações.  Apresentam  discos  intercalares  que  aumentam  a  coesão  das células,  permitin-
do a passagem rápida do estímulo. Possuem um ou dois núcleos centrais.
• Tecido Muscular Liso: Tecido com células mononucleadas, fusiformes, sem estrias e é encon-
trado nas paredes dos órgãos ocos. Apresentam contração involuntária e geralmente len-
ta. O músculo liso também pode ser encontrado ao redor de glândulas e  presos  aos  pêlos.
Figura- Fibras musculares

Disponível em: quartoanoanatomia.blogspot.com. Acesso em jan 2016.

Tecido Nervoso
É um tecido especializado em condutibilidade elétrica comportando-se como sentinela do cor-
po, sensível a estímulos externos e internos. A condução dos impulsos nervosos é feita com muita ra-
pidez, fator fundamental para a integração de complexas funções do organismo.
É  responsável  por  receber,  transportar,  interpretar  e  responder  a  estímulos externos e inter-
nos. É formado por células altamente especializadas, os neurônios e por células da neuróglia.
A célula nervosa propriamente dita é denominada neurônio, especializada na condução de impul-
so elétrico. Apresenta prolongamentos citoplasmáticos (dendritos ou axônios) que partem de um cor-
po celular e possuem a seguinte estrutura:

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Anatomia e Fisiologia Humana
•Corpo celular: é capaz de receber estímulos , não regenera, possui núcleo e grande par-
te das organelas citoplasmáticas. Pode ser esférico, piramidal ou estrelado.
• Axônio: prolongamento único, longo, especializado na condução de impulsos que
transmitem informações do neurônio a outras células (nervosas, musculares, glan-
dulares). A porção final do axônio, em geral muito ramificada (telodendro), termina
na célula seguinte por meios de botões terminais, essenciais à transmissão de informa-
ções para elementos adiante. Em geral, as informações são recebidas a nível dos dendri-
tos e do corpo celular e são emitidas pelo axônio.
• Dendritos: prolongamentos numerosos especializados na função de receber os estímu-
los do meio ambiente, de células epiteliais sensoriais ou de outros neurônios.
As Células da Neuróglia ou Glia são as células do tecido nervoso que não conduzem impul-
sos nervosos, no entanto, desempenham funções importantes. Podem ser:
• Astrócitos: relacionadas com a nutrição e sustentação dos neurônios.
• Oligodendrócitos: também participam da nutrição e sustentação dos neurônios.
• Microgliócitos ou Micróglia: associam-se com o mecanismo de defesa por fagocito-
se no S.N.C.
Figura- Célula do neurônio

Disponível em: www.sogab.com.br


www.sogab.com.br. Acesso em jan 2016.

Disponível em:https://www.premedhq.com/neuroglia. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
• Células Empendimárias: revestem as cavidades naturais do S.N.C. e em alguns pontos espe-
cializam-se para secreção do líquor.

Tipos de neurônios:
• Sensitivos: levam o impulso para o S.N.C.
• Motores: levam o impulso do S.N.C. para os efetuadores (músculos e glândulas).
• Associação: fazem a conexão entre os neurônios sensitivos e motores.
Os nervos são fibras nervosas que se agrupam em feixes no S.N.P. sua classificação é:
a)  Quanto à posição no sistema nervoso:
• Cranianos: quando saem do encéfalo.
• Raquidianos: quando saem da medula.

Disponível em: alunosonline.uol.com.br/../nervos-sistema-nervoso-periferico. Acesso em jan 2016.

b)  Quanto à condução do impulso:
• Sensitivos (aferentes): transmitem o impulso dos órgãos sensoriais para os centros nervo-
sos.
• Motores (eferentes): transmitem o impulso dos centros nervosos para os órgãos efetuado-
res (músculos e glândulas).
• Mistos: têm fibras dos dois tipos, aferentes e eferentes.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Figura- Arco reflex patelar

Disponível em: www.auladeanatomia.com/neurologia/tecidonervoso.htm. Acesso em jan 2016.

Chamamos de sinapse, a região de conexão entre as ramificações de dois neurônios. A sinap-
se mais comum é entre o axônio de um neurônio e os dendritos de um outro neurônio.
Quando  o  axônio  termina  nas  fibras  musculares  denomina-se  placa  motora  e quando  o  axô-
nio termina nas glândulas denomina-se junção neuro glandular.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Figura- Glândulas neurais

Disponível em: www.sobiologia.com.br/conteudos/Corpo/Organizacao3.php. Acesso em jan 2016.

5 SISTEMA ÓSSEO
O osso é uma estrutura formada por tecido ósseo, um tipo de tecido conjuntivo muito rígido ca-
racterizado pela presença de cálcio e fibras de colágeno.
São órgãos esbranquiçados e duros que se unem aos demais por articulações para formar o es-
queleto do corpo.
O esqueleto humano é formado por 206 ossos.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Figura- esqueleto humano

Disponível em: www.slideshare.com. Acesso em jan 2016.

Os ossos formam o sistema esquelético de todos os animais vertebrados, desempenhando mui-
tas funções:
• Sustentação dos tecidos moles;
• Proteção de órgãos;
• Mobilidade;
• Armazenamento e liberação de minerais na corrente sanguínea;
• Produção de células do sangue;
• Reserva de energia (triglicérides).
• O esqueleto humano é formado por 206 ossos.
Existem  dois  tipos  de  esqueleto:  o  articulado  e  o  desarticulado.  Os  tipos  de substân-
cia óssea são a compacta formada por lamínulas de tecido ósseo estão fortemente unidas sem dei-
xar espaço  entre elas.  E  a  esponjosa  formada  por  lamínulas óssea arranjam de forma a deixar en-
tre si espaços.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Classificação dos ossos
Eles são classificados de acordo com sua forma:
a)  Ossos longos: são aqueles em que o comprimento predomina sobre a largura e a espessu-
ra. Exemplos: ossos dos membros, como o fêmur (no membro inferior) e o úmero (no mem-
bro superior).

Disponível em: solucaoperfeita.com/magnesio/coxa-e-o-femur/.Acesso em 2016.

b)  Ossos curtos: são aqueles em que as três dimensões se equivalem.


Exemplos: tarsos, carpos e calcâneo.

Disponível em: pt.slideshare.net/savagner/cintura-escapular-5291068. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
c)  Ossos planos ou chatos: são aqueles em que a espessura é bem menor que o comprimen-
to e a largura. Exemplos: escápula, esterno e os ossos da bacia.

Disponível em: pt.slideshare.net/savagner/cintura-escapular-5291068. Acesso em jan 2016

d)  Ossos alongados: são as costelas, que se diferenciam dos ossos longos pela ausência de ca-


nal medular.

Disponível em: www.estudamos.com.br/ciencias/atividade_costelas.php. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
e)  Ossos irregulares: são as vértebras, que não apresentam forma definida.

Disponível em: www.sogab.com.br/anatomia/colunavertebraljonas.htm. Acesso em jan 2016.

f) Ossos pneumáticos: são aqueles que apresentam cavidades com ar. Exemplos: ossos fron-
tais. Ex: osso esfenóide.

Disponível em: www.monografias.com › Anatomia. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
g)  Osso sesamóide:  desenvolvem-se  na  substância  de  certos  tendões  ou  da  cápsula fibro-
sa que envolve certas articulações. Ex.: patela.

Disponível em: marciorubin.com.br/joelho/anatomia/. Acesso em jan 2016.

Divisão do Sistema Esquelético
O esqueleto humano pode ser dividido em duas partes:
1- Esqueleto axial: formado pela caixa craniana, coluna vertebral caixa torácica.
2- Esqueleto apendicular: compreende a cintura escapular, formada pelas escapulas e clavícu-
las; cintura pélvica, formada pelos ossos ilíacos (da bacia) e o esqueleto dos membros (su-
periores ou anteriores e inferiores ou posteriores).
O  esqueleto  axial  apresenta  80  ossos;  são  os  ossos  do  crânio  (22),  ossos  da orelha  (ouvi-
do) (6), costelas (24) e vértebras (26), esterno (1), e hióide (1).
E o esqueleto apendicular apresenta os ossos dos membros superiores e inferiores, cintura es-
capular e pélvica (126). Somando um total em um adulto de 206 ossos.

Disponível em: www.laifi.com/laifi.php?id_laifi=1223. Acesso em jan 2016.


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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em:  http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Corpo/sistemaesqueletico4.php. Acesso em jan 2016.

Esqueleto Axial

1. Ossos do crânio
O crânio é uma estrutura óssea que protege o cérebro e forma a face, e é formado por 22 os-
sos separados, o que permite seu crescimento e a manutenção da sua forma.
A maioria dos ossos cranianos forma pares, um do lado direito e o outro do lado esquerdo.
Para tornar o crânio mais forte, alguns desses pares, como os dos ossos frontais, occipitais e es-
fenóides, fundem-se num osso único.
Os pares de ossos cranianos mais importantes são os parietais, temporais, maxilares, zigomáti-
cos, nasais e palatinos.

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Anatomia e Fisiologia Humana
O crânio possui os seguintes ossos importantes:
• Frontal;.
• Parietais;.
• temporais;.
• occipital;
• Esfenoide;
• Nasal;
• Zigomático;
• Maxilar e mandíbula

Disponível em: www.afh.bio.br/sustenta/sustenta1.asp. Acesso em jan 2016

Disponível em: https://biointerativas.wordpress.com/../anatomia-humana. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: https://biointerativas.wordpress.com/../anatomia-humana. Acesso em jan 2016.

Disponível em: pt.slideshare.net/../atlas-bsico-de-anatomia-8629507. Acesso em jan 2016.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: pt.slideshare.net/../atlas-bsico-de-anatomia-8629507. Acesso em jan 2016.

Observações:  Temos  na  caixa  craniana  a  fontanela  ou  moleira  que  é  o  nome  dado  a re-
gião  alta  e  mediana,  da  cabeça  da  criança,  que  facilita  a  passagem  da  mesma  no  canal do  par-
to; após o nascimento, será substituída por osso.

Disponível em: www.slideshare.com. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
2. Ossos do tronco
O  tronco  é  formado  pela  coluna  vertebral,  pelas  costelas  e  pelo  osso  esterno (caixa  toráci-
ca). O tronco e a cabeça formam o esqueleto axial.

Disponível em: pt.slideshare.net/dionam/sist-esqueltico. Acesso em jan 2016.

A  coluna  vertebral  ou  espinha  dorsal  é  constituída  por  33  ossos,  as  vértebras.  A sobre-
posição  dos  orifícios  presentes  nas  vértebras  forma  um  tubo  interno  ao  longo  da coluna  verte-
bral, onde se localiza a medula nervosa.

Disponível em: pt.slideshare.net/dionam/sist-esqueltico. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
A  coluna  vertebral  é  composta por  quatro  regiões:  cervical,  torácica,  lombar  e  sacro- coccí-
gea. São 7 vértebras cervicais, 12 vértebras torácicas, 5 vértebras lombares, 5 vértebras sacrais e cer-
ca de 4 vértebrascoccígeas.
Figura- Divisão da coluna vertebral

Disponível em: www.institutodeconti.com.br/coluna_normal.htm. Acesso em jan 2016.

As principais funções da coluna vertebral são:
• Realizar a proteção da medula espinhal e também dos nervos espinhais;.
• Atuar como suporte para o peso do corpo;.
• Apresenta um papel fundamental na postura e também na locomoção;.
• Serve como ponto de fixação para as costelas, a cintura pélvica e os músculos do dorso;.
• Promove flexibilidade para o corpo, podendo fletir-se para frente, para trás e para os la-
dos e ainda dar um giro sobre seu eixo maior.
O forame ou canal vertebral segue as distintas curvas da coluna vertebral. Apresenta um forma-
to grande e similar a um triangulo nas áreas onde a coluna tem maior mobilidade (cervical e lombar)
e se apresenta com um formato menor e mais redondo nas áreas onde a coluna nao apresenta muita
mobilidade (torácica).

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Anatomia e Fisiologia Humana
Ele é formado pela junção das vértebras e serve para dar proteção à medula espinhal.

Figura- Canal Vertebral

Disponível em: www.sogab.com.br. Acesso em jan 2016.

Existem discos intervertebrais situados entre os corpos de duas vértebras adjacentes indo desde
a 2º vértebra cervical até a região do sacro. Composto por um disco fibroso periférico constituido por
tecido tibrocartilaginoso sendo chamado de anel fibroso, e também por uma substância interna, de
aspecto elástico e macio, que recebe o nome de núcleo pulposo. Os discos intervertebrais formam
articulações resistentes, permitindo dessa forma vários movimentos da coluna vertebral, além de
absorver os impactos.

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: anatomiaonline.com/articulacoes/coluna/coluna.html. Acesso em jan 2016.

3. Caixa Torácica
Formada pelas costelas e pelos osso externo eles protegem o coração, os pulmões e os princi-
pais vasos sanguíneos. A musculatura da caixa torácica é responsável, juntamente ao diafragma, pe-
los movimentos respiratórios.
É formada pelas costelas, que são ossos achatados e curvos que se unem, dorsalmente a co-
luna vertebral e, ventralmente, ao esterno. A maioria das pessoas possui 12 pares de costelas. Algu-
mas tem uma extra (mais comum em homens que mulheres).
Os dois últimos pares de costelas são ligados à coluna vertebral, não se ligam ao esterno (as cos-
telas flutuantes).
Elas são 24 e estão dispostas em 12 pares:
• Verdadeiras: I a VII possuem cartilagem própria e articulam com o esterno.
• Falsas: VIII a X não articulam com o esterno, mas com a cartilagem da VII costela.
• Flutuantes: XI e XII não possuem cartilagem, são livres.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Figura- Osso externo

Disponível em: anatomiaprofunda.blogspot.com/2011/05/osso-externo.html. Acesso em jan 2016.

Figura- Anatomia do torax

Disponível em: pt.slideshare.net/PatrciaBorges3/anatomia-do-trax. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Esqueleto Apendicular

1. Membros Superiores
Estão incluídos os ossos da cintura escapular, braço, antebraço e mão. São todos em pares.
A união do esqueleto axial com o apendicular se faz por meio das cinturas escapular e pélvica.
A  cintura  escapular  possui  dois  pares  de  ossos:  uma  clavícula  e  uma  escápula, sen-
do um de cada lado. A clavícula mede aproximadamente quinze centímetros de comprimento pare-
cendo ser reta se vista em sua porção anterior, porém é curva quando vista superiormente.
A escápula é um osso triangular, plano, que possui duas faces: a costal, localizada próxima às cos-
telas e a dorsal; possui três bordas, a medial, a lateral e a superior, e três ângulos, o superior, o late-
ral e inferior.
O  complexo  do  ombro  não  apenas  proporciona  uma  ampla  variação  para  a coloca-
ção das mãos como também executa importantes funções de estabilização para o uso da mão, le-
vantar  e  empurrar,  elevação  do  corpo,  inspiração  e  expiração  forçadas  e até  mesmo  sustenta-
ção de peso como andar de muletas ou “plantar bananeira”.
Figura- Vista frontal do torax

Disponível em: commons.wikimedia.org. Acesso em jan 2016.

Os ossos dos membros superiores podem ser divididos em quatro segmentos:
• Cintura Escapular - Clavícula e Escápula.
• Braço - Úmero.
• Antebraço - Rádio e Ulna.
• Mão - Ossos da Mão

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Anatomia e Fisiologia Humana
Figura- Anatomia dos membros superiores

Disponível em: www.ebah.com.br. Acesso em jan 0216.

Os ossos do carpo são: 8 ossos: trapézio, trapezóide, capitato, hamato, piramidal, psiforme, se-
milunar, escafoide. O metacarpo é compostos por 5 ossos: os metacarpianos.
Já as falange são dividias em proximal, média, distal.
Figura- Anatomia dos membros superiores

Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/Finger. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Figura- Ossos da mão

Disponível em: https://souenfermagem.com.br/artigo/ossos-da-mao. Acesso em ja 2016.

2. Membros Inferiores
Os ossos dos membros inferiores podem ser divididos em quatro segmentos:
• Cintura Pélvica - Ilíaco (Osso do Quadril);.
• Coxa - Fêmur e Patela;.
• Perna - Tíbia e Fíbula;.
• Pé - Ossos do Pé.
Os membros inferiores tem função de sustentação do peso corporal, locomoção, tem a capaci-
dade de mover-se de um lugar para outro e manter o equilíbrio. Os membros inferiores são conecta-
dos ao tronco pela cintura pélvica. Da mesma forma que a cintura escapular é a junção entre mem-
bros superiores e tronco, a cintura pélvica é a junção entre membros inferiores e tronco. Preste atenção,
quando falamos em osso do quadril estamos nos referindo ao ílio, ísquio e púbis.

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: https://www.pinterest.com/pin/39617671694520420. Acesso em jan 2016.

Disponível em: www.ebah.com.br. Acesso em jan 0216.

O tarso é composto por 7 ossos: talus, calcâneo, cubóide, navicular, cuneiforme medial, cunei-
forme intermédio, cuneiforme lateral. O metatarso é composto por 5 ossos, os metatársicos. E as fa-
langes são divididas em proximal, média, distal.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Figura: Complexo tornozelo-pé

Disponível em: reflexologiabrasilia.blogspot.com/2010/11/o-pe-humano.html. Acesso em jan 2016.

O esqueleto humano apesar de ter seus ossos definidos apresenta diferenças entre o sexo femi-
nino e o masculino, dentre elas destaca-se:
Figura- Esqueleto humano

Disponível em: www.fategidio.com.br/materia_didatico2.pdf. Acesso em jan 2016.


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Anatomia e Fisiologia Humana
6 SISTEMA MUSCULAR
Qualquer movimento executado, mesmo os que são mais discreto, como movimentar o dedo da
mão ou então piscar os olhos, tudo se utiliza a musculatura.
Os músculos estão distribuidos por todo o corpo, sendo responsáveis por  qualquer movimen-
to, seja ele intencional ou não.
O sistema muscular é formado pelo conjunto de músculos do nosso corpo.
Existem  cerca  de  600  músculos  no  corpo  humano;  juntos  eles  representam  de  40  a  50%
do peso total de uma pessoa.
Os músculos são capazes de se contrair e de se relaxar, gerando movimentos que nos permi-
tem: andar, correr, saltar, nadar, escrever, impulsionar o alimento ao longo do tubo digestório, promo-
ver a circulação do sangue no organismo, urinar, defecar, piscar os olhos, rir, respirar, etc.
A nossa capacidade de locomoção depende da ação conjunta de ossos, articulações e múscu-
lo, sob a regulação do sistema nervoso.  O tecido muscular apresenta como principal caracteristica
a sua capacidade “elástica” de para se contrair e se distender.
Para que um músculo realizar um determinado movimento é preciso que haja um comando
cerebral- que é enviado através dos nervos motores e cujo resultado consiste na contração muscular.
O musculo acaba perdendo a sua tonicidade a medida que fica paralidado por um tempo prolon-
gado e isso acaba dificultando ou mesmo impedindo a sua movimentação. Os músculos podem variar
em relação ao seu volume quando exercitados constantemente, o que os torna mais desenvolvidos e
delineados, como geralmente se observa nos atletas.
*** Tonicidade – estado no qual os músculos apresentam vigor ou energia; o seu oposto é a fla-
cidez.

Características
O músculo é composto por fibras, apresenta forma alongada, parte central alargada (ventre, por-
ção carnosa contrátil) e extremidades com aspecto afunilado que ficam afixados aos ossos ou então
aos órgãos através de tendões ou aponeuroses.
Cada fibra muscular corresponde a uma célula fina e longa, que apresenta vários núcleos e fila-
mentos que preenchem seu citoplasma. O conjunto de fibras compõe o feixe muscular e cada músculo
apresenta varios feixes.

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: slideplayer.com.br/slide/2456639/. Acesso em jan 2016.

Classificação
Dependendo da função que exerce, algumas áreas do corpo acabam apresentando uma muscu-
latura difereciada:

a) Musculatura estriada esquelética
Esta musculatura encontra-se presente nas camadas mais superficiais do corpo e está ligada às
cartilagens e também aos ossos através de tendões ou aponeuroses. Seus movimentos são voluntá-
rios, ou seja, responde a comandos pela vontade. Reveste todo a parte óssea, possibilitando um maior
controle dos movimentos da face, braços, pernas, etc.

b) Musculatura lisa ou visceral
É responsável pelo movimento de alguns órgãos como o estômago, esôfago e os intestinos, so-
fre contrações involuntárias, ou seja, que independe de nossa vontade. Faz parte da grande maioria
dos vasos e também controla o fluxo sanguíneo por meio das artérias e veias.
** Cólicas: corresponde a fortes contrações que envolvem as fibras musculares lisas, e por isso
acaba provocando dores intensas.

c) Musculatura estriada cardíaca
Corresponde ao músculo também conhecido como miocárdio, é responsavel pelos batimentos
cardíacos e se contrai de forma involuntária e vigorosa embora seja composto por fibras estriadas.

Principais Músculos do Corpo Humano

1. Músculos da Cabeça
Os músculos que compõem a cabeça estão reunidos em duas categorias: os músculos da região
da face e os músculos que atuam na mastigação.

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Anatomia e Fisiologia Humana
• Músculos da face e pescoço
Os músculos da face sofrem contrações e também relaxam diversas vezes fazendo com que seja
possivel demonstrar certas sensações como chorar, sorrir, sentir dor, raiva, espanto, etc.
Em cada uma dessas expressões estão presentes movimentos de varios músculos da face tam-
bem chamados de músculos mímicos.
Quando nos alimentamos é necessario haver o processo de mastigação, que exige a interferen-
cia dos musculos mastigadores.
Os músculos da face são:  
Frontal: é um músculo plano que cobre o osso frontal. Sendo que sua ação determina a eleva-
ção das sobrancelhas, promovendo um aspecto de surpresa.
Músculo do supercílio: executa os movimentos de subida e também de aproximação das so-
brancelhas;
Orbicular do olho: é um músculo em forma de esfíncter, que circunda a abertura das pálpe-
bras. Um esfíncter é um músculo circular que controla o tamanho de uma abertura.
A  contração  desse  músculo  fecha  o  olho  e  auxilia  no  ato  de  piscar,  pestanejar  e  manter  os
olhos semicerrados
Orbicular da boca: é um músculo em forma de esfíncter que circunda a abertura da boca. A con-
tração deste músculo ajuda a fechar a boca, falar e apertar os lábios. Ele às vezes é referido como o “mús-
culo do beijo”.
- Músculo do nariz: atua no movimento de franzir o nariz;
Bucinador: é um músculo que se insere no m. orbicular da boca e comprime (achata) a bochecha quan-
do contraído. É usado para assobiar e tocar instrumentos de sopro, como o trompete, sendo também conhe-
cido como “músculo do trombeteiro”. Também é classificado como um músculo auxiliar da mastigação, por-
que, quando contraído, ele auxilia o posicionamento do alimento entre os dentes, para ser mastigado.
Zigomático: é o músculo do sorriso, que se estende dos cantos da boca até o osso zigomático.
Músculo  depressor  do  lábio  inferior:  responsavel pela  projeção  do  lábio  inferior  e também
pela contração do queixo.
Figura: Musculos da face

DIsponível em: pt.slideshare.net/Thamyfs/sistema-estomatognatico-10251887. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
• Músculos da Mastigação
Os músculos da mastigação também são chamados de músculos mastigadores.
Todos  eles  estão  inseridos  na  mandíbula  e  são  considerados  alguns  dos  músculos  mais for-
tes do corpo.
Masseter: é um músculo que se estende do arco zigomático até a mandíbula. A contração des-
se músculo fecha a boca. Ele age sinergicamente (isto é, trabalha em conjunto) com o músculo tem-
poral para fechar a boca.
Temporal: é um músculo em forma de leque que se estende da porção plana do osso tempo-
ral até a mandíbula. Ele age sinergicamente com os outros músculos da mastigação.
Figura- Músculos da face

Disponível em: lefavescience.weebly.com. Acesso em jan 2016.

Principais músculos do pescoço
Muitos músculos estão envolvidos no movimento da cabeça e dos ombros e participam da movi-
mentação das estruturas da garganta. Os principais são: esternocleidomastóideo, platisma e trapézio.
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Anatomia e Fisiologia Humana
Esternocleidomastóideo: 
Como o nome indica, se estende do esterno e da clavícula até o processo mastóide do osso tem-
poral, no crânio. A contração de ambos os músculos de cada lado do pescoço determina a flexão da ca-
beça.  Como  a  cabeça  fica  fletida  na posição  de  oração,  algumas  pessoas  se  referem  a  esse  múscu-
lo como o “músculo da oração”. A contração de apenas um dos músculos esternocleidomastóideos causa a
rotação  da  cabeça.  Um  espasmo  desse  músculo  pode  causar  torcicolo.  Essa  condição  é caracteriza-
da pela torção do pescoço e rotação da cabeça para um dos lados.

Trapézio: 
Se insere na base do osso occipital na cabeça, e nos processos espinhosos das vértebras da par-
te superior da coluna vertebral (cervicais e. torácicas). A contração do trapézio estende a cabeça, tra-
cionando-a na direção posterior, de maneira que a face olha para cima. O trapézio funciona de maneira
antagônica ao músculo esternocleidomastóideo, que flexiona e inclina a cabeça para frente. O tra-
pézio também está fixado no ombro.

Platisma: 
Participa no processo de rotação da cabeça
Figura- Músculos da face e pescoço

Disponível em: www.ericasitta.wordpress.com. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
2. Músculos dos Membros Superiores
Seria  difícil  contar  durante  todo  um  dia  os  diversos  movimentos  realizados  pelos bra-
ços, como pentear-se, pegar objetos, dirigir, abraçar uma pessoa querida, etc.
Determinados movimentos necessitam dos músculos flexores, que participam da retração mus-
cular; outros, dos músculos extensores, que permitem a extensão do membro.
Deltóide: 
Músculo volumoso e em forma de triângulo, que cobre a cintura escapular a estrutura do om-
bro. A ação deste músculo permite a elevação lateral do braço até aos 90 graus.
Bíceps braquial: 
Principal músculo do braço, sua principal ação é a flexão do cotovelo; localiza-se na porção an-
terior  do  braço,  e atua na  flexão  do  antebraço  sobre si  mesmo  –  apresenta-se de forma delinea-
da em pessoas que praticam esportes; - Tríceps braquial: é conhecido como “músculo do tchauzi-
nho”, está localizado na porção posterior do braço e atua no movimento de extensão do cotovelo.
Braquiorradial: 
É um músculo do antebraço que age na flexão dele no cotovelo. Também é capaz de promo-
ver a pronação e supinação, dependendo da posição do antebraço.
O movimento do antebraço é limitado, o que lembra uma dobradiça. Porém, as mãos execu-
tam  movimentos  precisos  e  delicados,  como  abotoar  uma  blusa,  fazer  uma trança,  digitar  um  tex-
to, dentre muitos outros utilizados no dia-a-dia.
Para a prática de seu serviço duas posições do antebraço são muito úteis: supina, quando o an-
tebraço se encontra com a palma da mão para cima, e prona, quando a palma está virada para baixo.
Os principais músculos do antebraço são:
Flexor dos dedos – situa-se na parte anterior do antebraço e promove a flexão dos dedos;
Extensor dos dedos – localiza-se na parte posterior do antebraço, sendo responsável pelo afas-
tamento dos dedos.
Figura- Músculo supinador

Disponível em: http://es.slideshare.net/CarlosPerezBarahona/trabajo-de-biomecanica-articulaciones-2. Acesso em jan 2016

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: slideplayer.com/slide/8964040. Acesso em jan 2016.

Figura- Músculos extensores e flexores do membro superior

Disponível em: slideplayer.com/slide/8964040. Acesso em jan 2016

3. Principais músculos do tronco
Os  músculos  do  tronco  estão  envolvidos  na  respiração,  nos  movimentos  da  coluna verte-
bral e na formação das paredes do abdome e da pelve.

Músculos Envolvidos na Respiração
Os músculos do tórax incluem os músculos intercostais e o diafragma. Esses músculos são os prin-
cipais responsáveis pela respiração.
Os músculos intercostais (externos e internos) estão situados entre as costelas, e são responsá-
veis por elevar e abaixar o arcabouço costal durante a respiração.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Figura- Músculos do tórax

Disponível em: disciplinas.stoa.usp.br/mod/resource/view.php?id=87863. Acesso em jan 2016.

O diafragma é um músculo em forma de domo (cúpula), que separa a cavidade torácica da ca-
vidade abdominal e é o principal músculo da inalação, a fase inspiratória da respiração. Sem a con-
tração e o relaxamento dos músculos intercostais e do músculo diafragma, a respiração não pode-
ria ocorrer.
Peitoral Maior: Atua na adução, rotação medial, flexão e flexão horizontal do ombro.
Grande dorsal – situa-se na região inferior das costas, tendo como função principal levar o bra-
ço para trás; - Grande dentado – situa-se na parte lateral do tórax, promovendo a elevação das coste-
las, ajudando, dessa forma, o processo de respiração.

Disponível em: slideplayer.com/slide/3859047. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
4 Músculos Abdominais
A parede do abdome consiste de quatro músculos arranjados de tal maneira que promovem fir-
meza considerável.
Os músculos estão estendidos em camadas, de forma que as fibras de cada um dos quatro mús-
culos percorrem quatro direções diferentes. Este arranjo permite aos músculos conter, suportar e pro-
teger os órgãos abdominais.
A contração dos músculos abdominais permite a realização de outras funções; assim, ela deter-
mina a flexão da coluna vertebral e a compressão sobre os órgãos abdominais durante os atos de uri-
nar e defecar e durante o trabalho de parto.
Os quatro músculos abdominais incluem: -
Reto do abdome: como o nome indica, as fibras do m. reto do abdome correm no sentido crâ-
nio-caudal, ou na direção longitudinal. Ele se estende do esterno ao osso púbis (parte do osso do qua-
dril). A contração desse músculo flete a coluna vertebral.
Oblíquo externo: o músculo oblíquo externo sustenta a parede lateral do abdome. As fibras cor-
rem em sentido oblíquo, isto é, elas são inclinadas no sentido súpero-inferior.
Oblíquo  interno:  o  músculo  oblíquo  interno  constitui  uma  parte  da  parede  lateral  do abdo-
me. Ele reforça o músculo oblíquo externo, com suas fibras percorrendo no sentido inverso.
Transverso do abdome: o músculo transverso do abdome forma a camada mais interna dos mús-
culos da parede ântero-lateral do abdome. Suas fibras correm horizontalmente, ao longo do abdome.

Figura- Músculos abdominais

Disponível em: www.musculaçao.net. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
5. Músculos dos membros inferiores
Sartório: Sua ação é a flexão, abdução e rotação lateral da coxa e flexão e rotação medial do joelho.
Quadríceps  -  situa-se  na  parte  anterior  da  coxa,  sendo  responsável  pela  extensão  da perna;
- Vasto medial: é dividido em duas porções, uma proximal: vasto medial longo e outra distal: vas-
to medial oblíquo. Suas funções principais são: estabilização medial da patela, extensão da perna e fle-
xão da coxa.
Reto Femoral: Sua ação é a flexão da coxa e extensão da perna.
Vasto lateral: é um músculo que tem como função a flexão do quadril e extensão do joelho.
Tibial Anterior: O tibial anterior é um músculo que fica na região anterior da perna e que se in-
sere no tarso e na base do dedo grande do pé através do seu tendão. O tibial anterior é o principal res-
ponsável pela flexão dorsal do pé (puxar a ponta do pé para cima).
Gastrocnêmio: É um  músculo  que fica na região posterior da  perna  abaixo dos  joelhos  e  re-
cobre outro músculo chamado Sóleo (este conjunto é chamado de Panturrilha). Agem como flexo-
res plantares, ou seja, fletem o pé para baixo.
Gastrocnêmio  também  age  como  flexor  dos  joelhos  quando  a  perna  não  estiver suportan-
do o peso.
Grande glúteo ou glúteo superior - localiza-se nas nádegas e permite a extensão da coxa;
Costureiro - é o músculo mais longo do corpo: inicia-se no quadril, cruza a coxa e termina na la-
teral interna do joelho; sua função é aproximar a coxa do abdome;
Bíceps crural ou femoral – localiza-se na face posterior da coxa, permitindo o movimento de fle-
xão das pernas; Os pés apresentam movimentos de extensão flexão e rotação – possíveis devido à uti-
lização dos músculos extensores e flexores neles inseridos por meio dos tendões.
Figura- Quadríceps

Disponível em: pt.slideshare.net/ananthatiger/thigh. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Figura- Músculo Reto femoral

Disponível em: pt.slideshare.net/ananthatiger/thigh. Acesso em jan 2016.

Disponível em: pt.slideshare.net/ananthatiger/thigh. Acesso em jan 2016.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: pt.slideshare.net/ananthatiger/thigh. Acesso em jan 2016.

Figura- Músculos e tendões- membros superiors e inferiores

Disponível em: www.ebah.com.br/content/ABAAABGVcAD/pae-cad1?part=7. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Figura- Músculos do corpo humano

Disponível em: www.ebah.com.br/content/ABAAABq8MAI/anatomia. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
7 SISTEMA CIRCULATÓRIO
É formado por: coração, vasos sanguíneos, o sangue, linfa e vasos linfáticos.Também  chama-
do de sistema cardiovascular.
A circulação do sangue permite o transporte e a distribuição de nutrientes, gás oxigênio e hor-
mônios  para  as  células  de  vários  órgãos.  O  sangue  também  transporta resíduos  do  metabolis-
mo para que possam ser eliminados do corpo.
As funções do sistema circulatório são:
• Transporte de gases: os pulmões, atuam na obtenção de oxigênio e na eliminação de dióxi-
do de carbono, comunicando-se com os demais tecidos corporais através do sangue.
• Transporte de nutrientes: no tubo digestivo, os nutrientes que resultam da digestão pas-
sam po rmeio de um epitélio fino e alcançam o sangue. Por meio desse caminho, os nu-
trientes são levados em direção aos tecidos do corpo, nos quais se difundem para o líqui-
do intersticial que é responsável por banhar as células.
• Transporte de resíduos metabólicos: a atividade metabólica das células do corpo dá origem
aos resíduos, mas somente alguns órgãos são capazes de eliminá- los para for a do organis-
mo. O transporte dessas substâncias, do seu local de origem até os órgãos responsáveis por
sua excreção, é realizado pelo sangue.
• Transporte  de  hormônios:  hormônios  são  secretados  por meio de  certos  órgãos, dis-
tribuídas  pelo  sangue  e  são capazes  de  alterar  a função  de  outros  órgãos  do cor-
po.  A  colecistocinina,  por  exemplo,  é  produzida  pelo  duodeno,  durante  a  passagem
do alimento, e lançada no sangue. Um de seus efeitos é estimular a contração da vesícu-
la biliar e a liberação da bile no duodeno.
• Intercâmbio de materiais: algumas substâncias são geradas ou armazenadas em uma par-
te do corpo e utilizadas em outra parte. Células do fígado, por exemplo, armazenam molécu-
las de glicogênio, que, ao serem quebradas, liberam glicose, que o sangue conduz para ou-
tras células do corpo.
• Transporte  de  calor:  o  sangue  também  é  usado  na  distribuição  homogênea  de  calor pe-
las  várias  partes  do  organismo,  contribuindo  na  manutenção  de  uma  temperatura está-
vel  em  todas  as  regiões;  permitindo  ainda  conduzir o calor até a  superfície  corporal,
onde pode ser dissipado.
• Distribuição de mecanismos de defesa: os anticorpos e as células fagocitárias que são as
céluas de defesa do organismo contra agentes infecciosos, também circulam pelo sangue.
• Coagulação  sanguínea:  pelo  sangue  circulam  as  plaquetas,  pedaços  de  um  tipo celu-
lar  da  medula  óssea,  com  função  na  coagulação  sanguínea.  O  sangue  contém ainda fa-
tores de coagulação, capazes de bloquear  eventuais vazamentos em caso de rompimen-
to de um vaso sanguíneo.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Sangue
O sangue é um líquido presente em um compartimento fechado no aparelho circulatório que se
mantem em movimento constante e unidirecional, sendo que esta ocorre em função das contrações
rítmicas do coração. Em um adulto o volume total de sangue é de aproximadamente 5,5 litros
As funções do sangue são:
1.  dar suporte às carências alimentares dos tecidos;
2.  fazer o transporte dos detritos para for a das celulas;
3.  conduzir gases e outras substâncias de uma parte a outra do corpo;
4.  Permitir o bom funcionamento das células.
Sua composição é:
• Plasma: parte líquida;
• Glóbulos vermelhos: Elementos figurados que representam a porção sólida constituida por
células e também por fragmentos de células.
O  plasma  corresponde a  56%  do  volume  sangüíneo total e é composto em sua maioria por
água, ou seja, cerca de 90% do plasma é somente água. Outras substâncias também fazem parte do
plasma tais como as proteinas, aminoácidos, hormônios, sais inorgânicos, vitaminas, lipoproteínas,
glicose e gases - oxigênio, gás carbônico e nitrogênio -, todos diluídos em seu meio.
Figura- Composição do sangue

Disponível em: www.diabetescontrolada.ga. Acesso em jan 2016.

Pressão osmótica:
Corresponde a força composta por água e sais minerais que exerce uma pressão sobre a pasas-
gem da água por entre uma membrana do meio menos concentrado para outro mais concentrado.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Os principais sais minerais são o sódio, potássio, o cloreto, o cálcio e o magnésio.

Proteínas do Plasma:
Albumina: realiza o transporte de medicamentos, ácido biliar e bilirrubina, alem de manter a
pressão osmótica uniforme no plasma, proporcionando a troca de água entre o sangue e os tecidos.
Globulinas: realizam o transporte de ferro e outros metais,  vitaminas, hormônios, lipídios. - ga-
maglobulinas (anticorpos): realizam a proteção do organismo e por essa razao recebem o nome de
imunoglobulinas.
Fibrinogênio: é um composto necessário para a formação de fibrina, na etapa final da coagula-
ção sangüínea.

Glóbulos vermelhos:
Também conhecidos como hemáceas ou eritrócitos, estes elementos estão em maior quantida-
de no sangue. Não apresentam núcleo e seu pigmento é rico em ferro, chamado de hemoglobina, que
faz com que o sangue apresente a coloração avermelhada e apresenta a função de conduzir o oxigênio
para as células. Quando ocorre alguma interferência no transporte de oxigênio para as celulas aconte-
ce o que chamamos de cianose.
As hemáceas sao produzidas nas medulas vermelhas presentes nos ossos longos e vivem cerca
de 120 dias. Quando morrem sao conduzidas pelo próprio sangue para a região do baço, onde serão
fragmentadas.
O  valor  de referência dos  eritrócitos  é  de  4,5  a  5  milhões/ml  de  sangue, o  hematócrito, ou
seja, a porcentagem de eritrócitos no sangue é de 45%.

Tipos sanguíneos:
As células do sangue apresentam certos elementos (aglutinógenos), geneticamente estabeleci-
dos, que recebem o nome convencional de A e B. Essas células estabelecem o tipo sanguíneo apre-
sentado pelo indivíduo, e são:
• tipo A – com hemácias que só contêm o elemento A;.
• tipo B - com hemácias que só contêm o elemento B;.
• tipo AB - com hemácias que contêm os dois elementos;.
• tipo O - com hemácias “vazias”, ou seja, sem aglutinógeno.
Além destes , existe também o fator Rh. A grande maioria da população apresenta o aglutinóge-
no Rh, sendo chamadas de Rh+.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Glóbulos Brancos
Também conhecidos como leucócitos, estas células estão presentes no sangue em menor quan-
tidade quando comparadas as hemácias.
Os glóbulos brancos são responsáveis pela defesa do organismo, promovendo a destruição dos
agentes invasores, além de produzir a histamina, que é uma substância presente nas reações alérgi-
cas, e também a heparina, que é um anticoagulante.
Quando estão suspensos no sangue os leucócitos apresentam um formato esférico e se classifi-
cam como granulócitos ou também chamado de poliformonucleares e agranulócitos, de acordo com
suas caracteristicas celulares. Durante a fase de maturação os leucocitos se diferenciam em outras
células.
Os granulócitos são formados em sua maioria por neutrófilos (65% a 70%), e em menor porcen-
tagem estão os eosinófilos (2% a 4%) e os basófilos (1%). Esses componentes sao formados na medula
óssea e são destruidos e descartados pelo baço, figado, secreções glandulares, muco-bronquial e tam-
bém por autodestruição.
Os glóbulos brancos realizam a defesa do organismo durante a fase aguda do processo inflama-
tório e infeccioso. Os eosinófilos fazem parte de processos alérgicos.
Os agranulócitos são formados pelos linfócitos e monócitos. Os linfócitos representam 25%-
40% dos leucócitos e são produzidos nos tecidos linfóides, onde ficam armazenados (timo e baço).
Uma pequena quantidade circula pelo corpo e atua de forma lenta nos processos inflamatórios
crônicos em função do seu poder de destruição reduzido sobre as bactérias. Entretanto esse elemento
é essencial nas reações de defesa contra proteínas estranhas ao organismo.
Os monócitos são formados na medula óssea e atuam no combate de infecções crônicas, corres-
pondendo a 3%-6% dos leucócitos.

Plaquetas:
As plaquetas também são consideradas elementos de grande relevância no sangue.
O corpo apresenta cerca de 250 a 450 mil plaquetas/ml de sangue, e elas atuam no processo
de coagulação sanguínea, onde caso nao existissem correriamos o risco de perder todo o sangue por
meio de qualquer ferimento.

Cascata de Coagulação:
A partir do momento em que um vaso sanguíneo é lesionado, um processo chamado de hemos-
tasia é iniciado para imperdir a perda de sangue. O vaso que sofreu a lesão, se contrai, movimento
este chamado de vasoconstrição, e as plaqueas que circulam pelo sangue passam a ficar agregadas no
local da lesão, formando assim um tampão plaquetário.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Durante o processo de agregação das plaquetas, os fatores dos vasos lesados, do plasma sanguí-
neo e também das plaquetas possibilitam a interação em cascata de 13 proteínas plasmáticas dando
origem a fibrina e também formando uma rede que captura leucócitos, plaquetas e eritrócitos.
É formado então o coágulo sanguíneo, que é mais firme e consistente em relação ao tampão
plaquetário. Estando protegido pelo conágulo, a parede do vaso sanguíneo que foi lesionada restaura-
se pela formação de tecido novo. Ao final, a ação de enzimas plaquetárias e plasmáticas faz com que
haja a remoção do coágulo.
Figura- Cascata de coagulação

Disponível em: http://coagulacaosanguinea.blogspot.com/. Acesso em jan 2016.

 Vias de Circulação Sanguínea
Os v.asos sanguíneos são inervados pelo nervo simpático, que apresenta ação vasoconstritora,
ou seja, ele reduz o calibre dos vasos, e também pelo nervo parasimpático, que possui efeito contrário
ao do nervo simpático, ou seja, ele apresenta ação vasodilatadora, elevando o calibre dos vasos. A
ação desses dois feixes nervosos é que mantém a tonicidade e o diâmetro dos vasos sanguíneos Os
vasos sanguíneos são constituidos por tubos que recebem o nome de artérias e veias. A diferenciação
entre ambos se dá por meio do fluxo que cada um segue e também pela tipicidade do sangue que por
eles passam. Qualquer interrupção desse fluxo pode causar a morte da célula e portanto ocasionar
uma lesão tecidual.
Formam uma rede de tubos que transportam sangue do coração em direção aos tecidos do cor-
po  e  de  volta  ao  coração.  Os  vasos  sanguíneos  podem  ser  divididos  em sistema arterial e sistema
venoso:
a)  Sistema Arterial: Constitui um conjunto de vasos que partindo do coração, vão se ramifican-
do, cada ramo em menor calibre, até atingirem os capilares.
b)  Sistema Venoso: Formam um conjunto de vasos que partindo dos tecidos, vão se formando
em ramos de maior calibre até atingirem o coração.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Artérias:
Atuam conduzindo o sangue com elevado teor nutricional e substâncias essenciais como é o
caso do oxigênio por exemplo, para as células.
Suas paredes são resistentes, sendo constituidas por musculatura do tipo lisa (involuntária),
tendo em vista que conduzem o sangue sob alta rpessão para que o seu fluxo seja tão rápido quanto
necessário.
As artérias são palpáveis principalmente em locais onde existem arterias de alto calibre e que
são mais superficiais como nas regiões articulares por exemplo.

Veias:
As veias por sua vez apresentam parede muscular fina, que se contrai ou se expande de acordo
com a necessidade. Não apresentam pulsação e atuam como reservatórios do sangue que por elas se
movimentam.
Conduzem o sangue já utilizado pelo organismo, sendo este rico em detritos e gás carbônico. A
medida que se aproxima do coração o diâmetro das veias vão aumentando de forma gradativa.
Apresentam válvulas na parte interna, em especial nos membros inferiores e superiores, para di-
recionar o fluxo sangüíneo no sentido do coração e evitar o refluxo.
Quando essas válvulas perdem parte de sua funcionalidade as veias se dilatam e surgem as varizes.
Figura- Tipos de vasos sanguíneos

Disponível em: http://sinaisvitaisnobonfim.blogspot.com/2010/02/arterias-veias-e-capilares.html.


Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Vasos capilares
Os vasos capilares são tubos finos constituidos por uma camada de céluas. Todos os órgãos
apresentam redes capilares. É nesses tubos que o sangue arterial é transformado em sangue venoso.
O sangue disponibiliza nutrientes e também oxigênio às celulas e recebe delas o gás carbônico e os
resíduos. Os vasos capilares representam as ultimas ramificações das vênulas e das arteríolas. São
responsáveis por fazer a comunicação entre o sistema arterial e o venoso.
  Feixe vásculo - nervoso: quando artéria, veia(s) e nervo(s) formam um conjunto.
As artérias caracterizam-se pela sua pulsação. Quando cortadas, sangram em esguicho.
As veias são mais numerosas do que as artérias, não pulsam e portanto a hemorragia não ocor-
re em esguicho. O sangue move nas veias das partes distais para o coração e não em sentido oposto.
Válvulas são para impedir o refluxo, encontradas nas veias, mais numerosas nos membros; au-
sentes na maioria das veias do tronco ( sistema porta e vertebral).
Os músculos das panturrilhas e das coxas atuam como bombas, impulsionando o sangue des-
de os pés, em sentido ascendente, até o coração.
A pressão sanguínea, significa, a pressão que o sangue exerce junto a parede interna das artérias. A pres-
são sistólica ou máxima é quando o coração bombeia sangue com pressão para dentro das artérias e es-
tas se distendem; é a das artérias no fim da contração (sístole) do V.E.(120 mmHg). A pressão diastólica ou mí-
nima é a que se verifica no final da diástole, quando as paredes das artérias voltam à posição inicial; é a
das artérias no fim da fase de repouso (diástole) do V.E. (80 mmHg).
As pressões arteriais normais são mantidas: pela ação de bomba premente do V.E.; pela resis-
tência  periférica;  pela  quantidade  de  sangue  nas  artérias;  pela  viscosidade do  sangue  e  elasticida-
de das paredes das artérias.
Pulsação é a onda de expansão e contração de uma artéria e é uma reflexão da pressão cria-
da pela ejeção de sangue do coração.
O aumento da pressão endoventricular, (contração ventricular), determina o fechamento das val-
vas atrioventriculares e a vibração que resulta deste fechamento é a “1º bulha cardíaca”. O fechamen-
to das valvas aórtica e pulmonar é a “2º bulha cardíaca”.
Sopro cardíaco: ruído anormal, válvulas não fecham direito, permite o retorno do sangue.
Auscultação: sons cardíacos são ouvidos com o uso do estetoscópio.
Trombose: é a coagulação do sangue no interior do vaso; pode ser por depósito de lipídios, dimi-
nui o calibre do vaso, o sangue coagula dentro deste vaso, pode ser como resultado de lesões do en-
dotélio dos vasos, diminuição da velocidade do fluxo sanguíneo por excessiva imobilidade no leito, in-
fecções intensas. Pode ocorrer com artéria ou veia.
Aneurisma:  dilatação  da  artéria  pode  romper  ocasionando  derrame,  e  quando  ocorre den-
tro  do  crânio,  aumenta  a  pressão  intracraniana,  comprime  o  cérebro.  No  aneurisma, pode  ocor-
rer trombose.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Anatomia e Fisiologia Humana
Estrutura dos Vasos:
Túnica externa: é composta basicamente por tecido conjuntivo. Nesta túnica encontramos pe-
quenos filetes nervosos e vasculares que são destinados à inervação e a irrigação das artérias. Encon-
trada nas grandes artérias somente.
Túnica média: é a camada intermediária composta por fibras musculares lisas e pequena quan-
tidade de tecido conjuntivo elástico. Encontrada na maioria das artérias do organismo.
Túnica íntima: forra internamente e sem interrupções as artérias, inclusive capilares. São consti-
tuídas por células endoteliais.

Disponível em: simbiotica.org/circulatorio.htm. Acesso em jan 2016.

Diapedese
Passagem dos leucócitos do sangue para os demais tecidos. Faz-se atravessando os vasos capila-
res. Este processo ocorre geralmente quando uma parte do organismo fica lesionada, onde o proces-
so de inflamação é necessário. Resumidamente, a diapedese é a saída dos glóbulos brancos dos va-
sos sanguíneos.
Figura- Diapedese

Disponível em: sara-cienciasnaturais7.blogspot.com/2012/02/diapedese.html. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
 Coração
O  coração  é  um  órgão  musculoso  do  tamanho  aproximado  de  um  punho  fechado
e com peso em média de 400 g, tem cerca de 12 cm de comprimento por 8 a 9 cm de largura.
O  coração  quase  sempre  continua  a  crescer  em  massa  e  tamanho  até  um  período avança-
do da vida; este aumento pode ser patológico. O coração atua como uma bomba muscular que pro-
move a circulação do sangue por todo o corpo. Para tanto possui movimentos sistólicos (contração)
e diastólicos (relaxamento), por meio dos quais o sangue penetra no seu interior e a partir desse mo-
mento é impulsionado para os vasos sanguíneos.
  Está situado na porção central da cavidade torácica chamada de mediastino, mais precisamen-
te o mediastino médio, e é envolto por um saco fibrosseroso que apresenta paredes duplas e recebe
o nome de pericárdio.
A estrutura cardíaca é composta por três camadas musculares:
• epicárdio (camada externa);.
• miocárdio (camada média e a mais espessa);.
• endocárdio (camada interna).

Ao todo o coração apresenta quatro  câmaras, que recebem o nóme de átrios (superiores)
e ventrículos (inferiores). Os átrios armazenam o sangue oriundo das veias, motivo este que faz com
que suas paredes sejam delgadas.
Os ventrículos por sua vez apresentam uma parede muscular mais espessa tendo em vista que
eles são responsáveis por inserir sangue nas artérias e por isso necessitam de maior força para vencer
a resistência vascular. Figura- Estrutura anatômica do coração Disponível em: www.algosobre.com.br
› Vestibular › Biologia. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: www.algosobre.com.br › Vestibular › Biologia. Acesso em jan 2016.

Os movimentos cardíacos são ritmados, apresentando uma média de 80 batimentos por minu-


to em um adulto. Como na criança o espaço a ser percorrido pelo sangue é menor seus batimentos
cardíacos tendem a ser mais rápidos. Ao colocar a mão ou o diafragma do estetoscópio sobre a por-
ção referente ao terço inferior do osso esterno, é possível sentir ou escutar o pulso referente ao ápi-
ce do coração, que recebe o nome de pulso apical.
E em cada movimento sistólico você notará que um grande volume sanguíneo é impulsiona-
da para fora do coração, visando a manutenção da vida.
Para evitar que o sangue, impulsionado dos ventrículos durante a sístole, reflua durante a diás-
tole, há válvulas localizadas junto aos orifícios de abertura da artéria aorta e da artéria pulmonar, cha-
madas válvulas semilunares.
Outras válvulas que impedem o refluxo do sangue são a válvula tricúspide, situada entre a au-
rícula e o ventrículo direito, e a válvula bicúspide ou mitral, entre a aurícula e o ventrículo esquerdo.
A  sístole  ventricular  segue-se  imediatamente  a  sístole  auricular.  A  contração ventricu-
lar é mais lenta e mais energética.
As cavidades ventriculares se esvaziam quase que por completo com cada sístole, depois, o co-
ração fica em um completo repouso durante um breve espaço de tempo.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Figura- Cavidades ventriculares

Disponível em: pt.slideshare.net/carlaximenes7/corao-e-pericrdio. Acesso em jan 2016

Figura- Circulação do sangue pelo coração

Disponível em:pt.slideshare.net/carlotabuchi/corao-4958085. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: http://www.29rba.abant.org.br/resources/anais/1/1402005765_ARQUIVO_PapercoracaoartificialMari-


solMarinipdf.pdf. Acesso em jan 2016.

O coração é um órgão inervado tanto por nervos simpáticos como parassimpáticos, que por
sua vez afetam a função cardíaca, modificando sua frequência ou força de contração do miocárdio.
O nervo simpático promove o aceleramento dos batimentos do coração e eleva a força de contração

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Anatomia e Fisiologia Humana
miocárdica, e como consequência um maior volume de sangue é expulso do coração. O nervo
parassimpático por sua vez atua de modo contrário ao nervo simpático.
O coração atua de forma automática por ação do sistema nervoso e o impulso para execução
de sua atividade cardíaca tem origem nele próprio – processo este chamado de sistema de condução
do coração, que é resposável pelas contrações espontâneas.
É constituido pelo nó sinusal (ou sinoatrial), que está localizado no átrio direito, mais precisa-
mente próximo à desembocadura da veia cava superior – que é o ponto de origem de todos os estí-
mulos, e por isso é chamado de marca-passo cardíaco.
Os estímulos que ele produz são transmitidos através de fibras musculares ao nó atrioventri-
cular, situado nas proximidades do septo atrial. Pela musculatura ventricular, esses estímulos alcan-
çam o feixe de His e seguem pelas fibras de Purkinge, direita e esquerda.

Disponível em: dicionariosaude.com › Doenças de A a Z. Acesso em jan 2016.

O controle automático do coração sofre interferencias externas como temperatura (a febre au-


menta a frequência cardíaca), mudanças na concentração sérica de cálcio e também de potássio que
podem causar uma redução da sua frequência cardíaca e também na sua força de contração, parada
cardíaca e contração espástica.

 Mecanismos do sistema circulatório

1. Pequena circulação (Pulmonar)
Na pequena circulação, o sangue venoso que se encontra no ventrículo direito vai para as ar-
térias pulmonares dirigindo-se para os pulmões percorrendo os capilares pulmonares, onde se reali-
za a hematose, ou seja, as trocas gasosas.
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Anatomia e Fisiologia Humana
O sangue arterial volta ao coração através das veias pulmonares, entrando no átrio esquerdo.
Ventrículo direito → Pulmões → Átrio esquerdo (Coração → pulmão → Coração)

Disponível em: ijcnaturais.blogspot.com/2011/11/fisiologia-do-coracao.html. Acesso em jan 2016.

2. Grande circulação (sistêmica)
A grande circulação, ou circuito sistêmico, é a designação dada à parte da circulação sanguí-
nea que se inicia no ventrículo esquerdo. Dali, o sangue (sangue arterial) é bombeado pela contra-
ção do ventrículo esquerdo para a artéria aorta. Esta divide-se para os órgãos principais do nosso cor-
po (com exceção dos pulmões), onde se utiliza o oxigênio.
O sangue venoso ou seja, o que é pobre em oxigênio, (nesta etapa da circulação, já que o mes-
mo  não  acontece  na  pequena  circulação)  volta  ao  coração  pelas  veias  cavas, introduzindo-se  as-
sim na aurícula direita.
Da aurícula o sangue passa para o ventrículo direito através do orifício atrioventricular, onde exis-
te a válvula tricúspide. Assim, a grande circulação começa no ventrículo esquerdo e termina no átrio di-
reito.
Ventrículo esquerdo → Tecidos → Átrio direito (Coração → corpo → coração)

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: ijcnaturais.blogspot.com/2011/11/fisiologia-do-coracao.html. Acesso em jan 2016.

Simplificando: Enquanto o ventrículo direito impulsiona o sangue para os pulmões (através da pe-
quena circulação), o ventrículo esquerdo o impulsiona para os tecidos do corpo (através da grande cir-
culação), sob pressão bem maior.
 Vasos linfáticos
Além do sistema cardiovascular , o corpo também apresenta outro sistema que atua com fluxo
de líquido corporal: o sistema linfático. Esse sistema nada mais é do que o conjunto formado pelos va-
sos linfáticos, pela linfa e também pelos órgãos como o baço, linfonodos, as tonsilas palatinas e o timo. 
A linfa consiste em um líquido de cor clara, ligeiramente amarelado, que circula lentamente pelo
nosso corpo por meio dos vasos linfáticos. Parte do plasma presente no sangue extravasa de forma
continua dos vasos capilares, e esse excedente acaba formando um material líquido entre as celulas
teciduais do organismo. Esse líquido recebe o nome de líquido intercelular ou intersticial.
Uma porção desse líquido intersticial sofre refluxo para os capilares sanguíneos, carregando
consigo vários resíduos e tambem gás carbônico. A outra parte que corresponde a linfa é recolhida
pelos capilares linfáticos onde estes transporta a linfa até os vasos de maior calibre, que são chamados
de vasos linfáticos. Esses vasos são similares às veias, por sua vez terminam em grandes veias, onde a
linfa é finalmente liberada e acaba se misturando com o sangue.
Ao longo de sua trajetória, os vasos linfáticos passam por dentro de pequenos órgãos globulares
chamados de linfonodos. Os vasos linfáticos passam também por certos órgãos como as tonsilas pala-
tinas, também conhecidas como amídalas, e o baço.
Os  linfonodos  atuam na  filtragem  da  linfa, e dela  removem  as  partículas estranhas  e,  tam-
bém destroem as bactérias. Portanto, os linfonodos desempenham um papel importante, promoven-
do a retenção de microrganismos ou células mortas, evitando dessa forma que um processo infeccio-
so se instale no organismo ou cause pertubações em outros pontos.
No entanto, por vezes, o processo infeccioso é tão forte que causa uma proliferação significativa
das células dos linfonodos.
O  sistema linfático nao apresenta um órgão que seja equivalente ao coração. Dessa forma a
linfa, não é bombeada como o sangue. Ainda assim, ela se desloca tendo em vista que as contrações
musculares acabam comprimindo os vasos linfáticos causando assim o fluxo da linfa.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Os vasos linfáticos apresentam válvulas que por sua vez impedem o retorno da linfa para seu
interior. Com isso, ela acaba circulando pelo vaso linfático em sentido único. O sistema linfático ajuda
o sistema cardiovascular na coleta e distribuição de ácidos graxos e gliceróis que foram absorvidos no
intestino delgado, na remoção de resíduos e tambem contribui para a defesa do organismo pois pro-
duz determinados leucócitos como é o caso dos linfócitos por exemplo.
As circulações linfáticas e sanguíneas estão intimamente relacionadas. A macro e a microcircu-
lação de retorno dos órgãos e/ou regiões é feita pelos sistemas venoso e linfático.
As moléculas pequenas vão, em sua maioria, diretamente para o sangue, sendo conduzidas pe-
los capilares sanguíneos, e as grandes partículas alcançam a circulação através do sistema linfático.
Entretanto,  mesmo  macromoléculas  passam  para  o  sangue  via  capilares  venosos, sen-
do que o maior volume do fluxo venoso faz com que, no total, o sistema venoso capte muito mais pro-
teínas que o sistema linfático.
Contudo, a pequena drenagem linfática é vital para o organismo ao baixar a concentração pro-
teica  média  dos  tecidos  e  propiciar  a  pressão  tecidual  negativa fisiológica  que  previne  a  forma-
ção do edema e recupera a proteína extravasada.
Figura- Sistema linfático

Disponível em: integraestetica.com.br/artigo5.html. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
8 SISTEMA RESPIRATÓRIO
É um conjunto de órgãos que fornece oxigênio e remove gás carbônico do organismo, auxilian-
do as células no metabolismo, atuando em conjunto com o sistema circulatório. O sistema respirató-
rio também esta envolvido com a vocalização.
O sistema respiratório humano é constituído por um par de pulmões e por vários órgãos que con-
duzem o ar para dentro e para fora das cavidades pulmonares.
As duas funções do Sistema Respiratório são:
• Trocas  Gasosas:  absorção  de  gás  oxigênio  pelas  células  e  a  eliminação  de  gás carbôni-
co para o ambiente.
• Produção de energia: o gás oxigênio se combina à glicose proveniente dos alimentos nas mi-
tocôndrias e libera gás carbônico, água e a energia necessária à manutenção do organismo.
O Sistema Respiratório é formado pelas fossas nasais, faringe, laringe, traquéia, brônquios, bron-
quíolos, alvéolos pulmonares e pulmões.
Figura- Sistema Respiratório

Disponível em: www.situado.net. Acesso em jan 2016.

Divisão funcional
Porção condutora: cavidade nasal, boca, nasofaringe, faringe, laringe, traquéia, brônquios (pri-
mário, secundário, terciário), bronquíolos e bronquíolos terminais.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Porção respiratória: bronquíolos respiratórios, ductos alveolares, sacos alveolares e alvéolos.

Zona de Condução
1. Faringe
2. Epiglote
3. Laringe
4. Esôfago

Porção de condução e respiração

1. Traqueia
2. brônquio primário
3. brônquio secundário
4. brônquio terciário
5. bronquíolo terminal
6. bronquíolo respiratório
7. alvéolos

Boca
A boca só participa do sistema devido à necessidade de liberar o ar interno durante a fala.

Fossas Nasais
São duas cavidades paralelas que começam nas narinas e terminam na faringe.
Elas são separadas uma da outra por uma parede cartilaginosa denominada septo nasal.
Em seu interior há dobras chamada cornetos nasais, que forçam o ar a turbilhonar. Têm as fun-
ções de filtrar, umedecer e aquecer o ar.
Possuem um revestimento dotado de células produtoras de muco e células ciliadas, também pre-
sentes nas porções inferiores das vias aéreas, como traquéia, brônquios e porção inicial dos bronquí-
olos.

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Anatomia e Fisiologia Humana
No teto das fossas nasais existem células sensoriais, responsáveis pelo sentido do olfato.

Disponível em: www.retinoplastiacuritiba.com.br. Acesso em jan 2016.

A cavidade nasal contém várias aberturas de drenagem, pelas quais o muco dos seios parana-
sais é drenado.
Os seios paranasais compreendem os seios maxilares, frontal, etmoidal e o esfenoidal.

Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Sinusite. Acesso em jan 2016.

Faringe
É um canal comum aos sistemas digestório e respiratório e comunica-se com a boca e com as fos-
sas nasais. O ar inspirado pelas narinas ou pela boca passa necessariamente pela faringe, antes de atin-
gir a laringe.
Integra tanto o sistema respiratório (pois conduz o ar para a laringe) como o digestório (pois re-
passa os alimentos para o esôfago).

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Anatomia e Fisiologia Humana
Entre a faringe e a laringe existe uma abertura chamada glote que é fechada por uma válvu-
la chamada epiglote.
Quando nós engolimos, para que o alimento não passe para a laringe, a epiglote se fecha, en-
tão, o alimento vai para o esôfago.
Caso  isso  não  ocorra,  o  alimento  vai  para  a  laringe  e  o  indivíduo  engasga, provocando  tos-
se e a eliminação do alimento das vias respiratórias.

Disponível em: www.recursosparaeldeporte.blogspot.com. Acesso em jan 2016..

Laringe
É um tubo sustentado por peças de cartilagem articuladas, situado na parte superior do pesco-
ço, em continuação à faringe.
O  pomo-de-adão,  saliência  que  aparece  no  pescoço,  faz  parte  de  uma  das  peças cartilagino-
sas da laringe.
O epitélio que reveste a laringe apresenta pregas, as cordas vocais, capazes de produzir sons du-
rante a passagem de ar.

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: megablogs-djpatron303.blogspot.com. Acesso em jan 2016.

Traquéia
É  um  tubo  de  aproximadamente  1,5  cm  de  diâmetro  por  10-12  centímetros  de comprimen-
to, cujas paredes são reforçadas por anéis cartilaginosos.
Bifurca-se na sua região inferior, originando os brônquios, que penetram nos pulmões. Deles par-
tem algumas ramificações conhecidas como bronquíolos, que desembocam nos alvéolos pulmonares.
Seu epitélio de revestimento muco-ciliar adere partículas de poeira e bactérias presentes em sus-
pensão no ar inalado, que são posteriormente varridas para fora (graças ao movimento dos cílios) e en-
golidas ou expelidas.

Disponível em: www.ebah.com.br. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Pulmão
É um órgão duplo, elástico devido a sua função, localizado no interior da caixa torácica. O direi-
to é composto por três partes, denominadas lobo superior, lobo médio e lobo inferior. Já o esquer-
do possui apenas dois lobos: o superior e o inferior.
Os  pulmões  humanos  são  órgãos  esponjosos,  com  aproximadamente  25  cm  de comprimen-
to, sendo envolvidos por uma membrana serosa denominada pleura.
Nos pulmões os brônquios ramificam-se profusamente, dando origem a tubos cada vez mais fi-
nos, os bronquíolos.
O conjunto altamente ramificado de bronquíolos é a árvore brônquica ou árvore respiratória.
Os pulmões são dois órgãos de estrutura esponjosa e têm forma de pirâmide com a base des-
cansando sobre o diafragma.
O direito é maior que o esquerdo, pois consta de três partes ou lóbulos, enquanto que o ou-
tro só tem dois.
Cada  pulmão  se  compõe  de  numerosos  lóbulos,  os  quais  por  sua  vez,  contém  os alvéo-
los,  que  são  dilatações  terminais  dos  brônquios;  as  pleuras  são  membranas  que recobrem  os  pul-
mões e os fixam na cavidade torácica.
Os brônquios são ramificações da porção final da traquéia que penetram nos pulmões e pos-
suem bolsas de ar ricamente vascularizadas.
A hematose é a troca de gases onde há transformação de sangue venoso em sangue arterial.
A função principal do pulmão é a hematose, na qual tanto o oxigênio como o dióxido de car-
bono atravessa a barreira sangue-ar, em forma passiva, por diferenças de concentração (difusão) en-
tre as duas fases.
Também participa na regulação da temperatura corporal. A camada que recobre o pulmão é de-
nominada de pleura.

Brônquios
Cada brônquio principal estende-se da bifurcação da traqueia, ao hilo do pulmão correspondente.
O brônquio principal direito tem 3 cm de comprimento, é mais curto e mais calibroso que o es-
querdo que possui 5 cm de comprimento e é menos calibroso.
Os brônquios penetram no pulmão através do hilo do pulmão. Esses brônquios ramificam-se vá-
rias vezes, originando os bronquíolos, que terminam nos alvéolos pulmonares onde ocorre a troca ga-
sosa.
Os brônquios têm estruturas semelhantes a da traqueia. Quando penetram nos pulmões, jun-
to a eles entram as artérias, vasos linfáticos e nervos.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Brônquio Principal Direito:
• Brônquio lobar superior D
• Brônquio lobar médio D
• Brônquio lobar inferior D

Brônquio Principal Esquerdo:
• Brônquio lobar superior E
• Brônquio lobar inferior E

Disponível em: fernandoigorbioifes.wordpress.com. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: http://nonaenfermaria.blogspot.com.br/2009/06/derrame-pleural-achados-semiologicos.html. Acesso


em jan 2016.

Pulmão Direito
• 3 lobos: superior, médio e inferior
• 2 lobos: superior e inferior

Pulmão Esquerdo
• 2 fissuras: oblíqua e horizontal
• 1 fissura: oblíqua

Disponível em: www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/corpo../pulmoes.php. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Na  face  medial,  cada  um  dos  pulmões  apresenta  uma  fenda,  o  hilo  pulmonar,  pelo qual en-
tram ou saem brônquios, vasos e nervos pulmonares constituindo a raiz do pulmão.

Diafragma
A base de cada pulmão apoia-se no diafragma, um fino músculo que separa o tórax do abdô-
men (presente apenas em mamíferos) promovendo, juntamente com os músculos intercostais, os mo-
vimentos  respiratórios.  Localizado  logo  acima  do  estômago, o  nervo  frênico  controla  os  movimen-
tos do diafragma
Figura- Diafragma

Disponível em:  https://www.nlm.nih.gov/medlineplus/ency/imagepages/19380.htm. Acesso em jan 2016.

Músculos da respiração
Os músculos que fazem aumentar ou diminuir de volume o tórax, são chamados músculos res-
piratórios e são: -
• Diafragma: separa o tórax do abdome e é o mais importante da respiração (inspiração e ex-
piração).
• Intercostais externos: forçam o esterno para frente, alargando o diâmetro do tórax (inspira-
ção).
• Intercostais internos: forçam o esterno para trás, diminuindo o diâmetro do tórax (expira-
ção).
• Grande e pequeno peitoral: numa respiração forçada.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Anatomia e Fisiologia Humana
Divisão das Vias Aéreas
As  vias  aéreas  têm  como  função  principal  conduzir  o  ar  entre  o  meio  ambiente  e os pul-
mões  (alvéolos  pulmonares),  proporcionando  a  entrada  de  ar  filtrado,  aquecido  e rico  em  oxigê-
nio, assim como a saída de ar rico em dióxido de carbono do aparelho respiratório, participando as-
sim do processo da respiração. Dividem-se em vias aéreas superiores e vias aéreas inferiores.
Vias Aéreas Superiores:

• Cavidade nasal (nariz);.
• Cavidade oral (boca);.
• Faringe (Nasofaringe, orofaringe e laringofaringe ou hipofaringe).
Destas três, a nasofaringe é exclusivamente via aérea, a laringofaringe é exclusivamente via di-
gestiva e a orofaringe é um caminho comum ao ar e aos alimentos.Vias Aéreas Inferiores:
• Laringe.
• Traquéia;.
• Brônquios/bronquíolos;.
Pulmões/alvéolos pulmonares.
O acesso às vias aéreas superiores é direto e sua visualização é quase completa, exceto pela na-
sofaringe (região posterior à cavidade nasal e póstero-superior à úvula - “campainha”.

Fisiologia da Respiração
A  respiração  pode  ser  interpretada  como:  processo  de  trocas  gasosas  entre  o organis-
mo e o meio, conjunto de reações químicas do metabolismo energético (respiração celular).
A entrada e saída de ar nos pulmões depende da diferença entre a pressão atmosférica e a pres-
são intrapulmonar (ação dos músculos respiratórios - músculos intercostais e diafragma); O ar se mo-
vimenta do local de maior pressão para o local de menor pressão.
O Processo Respiratório está dividido em:
Inspiração: Processo pelo qual o ar atmosférico penetra pelo nariz e chega até os pulmões.
• Contração dos músculos intercostais e diafragma;.
• Aumento do volume da caixa torácica;.
• Diminuição da pressão intrapulmonar;.
• Entrada de ar.
Expiração: Processo pelo qual o ar atmosférico presente nos pulmões é liberado para o ambiente.
• Relaxamento dos músculos intercostais e diafragma;.
• Diminuição do volume da caixa torácica;.

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Anatomia e Fisiologia Humana
• Aumento da pressão intrapulmonar;.
• Saída de ar

Fonte: Elaborado pelo autor

Figura- Movimentos respiratórios

Disponível em: fabianoyasminbioifes.wordpress.com. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana

Ventilação pulmonar
O movimento de inspiração provoca a entrada de ar nos pulmões por meio da contração do
diafragma e também dos músculos intercostais.
A medida que o diafragma abaixa, as costelas elevam-se causando o aumento da caixa torácica
e isso faz com que a pressão interna diminua em relação a pressão externa, forçando o ar a entrar nos
pulmões. A expiração por sua vez provoca a saída de ar dos pulmões através do processo inverso, ou
seja, por meio do relaxamento do diafragma e dos músculos intercostais.
A medida que o diafragma eleva-se, as costelas abaixam fazendo com que haja uma redução
do volume da caixa torácica e com isso a pressão interna aumenta forçando o ar a sair dos pulmões.

Disponível em: www.odevi.org. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Transporte de gases respiratórios
A hemoglobina é uma proteína responsável pelo transporte de gás oxigênio pelo corpo. Cada
molécula dessa proteína associa-se com 4 moléculas de gás oxigênio formando as chamadas oxi-he-
moglobina.
Nos alvéolos pulmonares o gás oxigênio presente no ar difunde-se para os capilares sanguíneos
e dessa forma penetra nas hemácias, onde no interior das hemácias o gás oxigênio vai se combinar
com a hemoglobina, enquanto que o gás carbônico será liberado para o meio externo. Esse processo
recebe o nome de hematose.

Disponível em: gervidigital.no.sapo.pt/6ano2p/6ano.htm. Acesso em jan 2016.

Nos tecidos ocorre um processo inverso: o gás oxigênio dissocia-se da hemoglobina e difunde-
-se pelo líquido tissular, atingindo as células.
Grande parte do gás carbônico (cerca de 70%) que é liberado pelas células em direção ao líquido
tissular consegue penetrar nas hemácias e reage com a água, dando origem ao ácido carbônico, que
logo será dissociado dando origem a ions H+ e também a bicarbonato (HCO3-), que se difunde para
o plasma sanguíneo, onde dessa forma auxiliam na manutenção do grau de acidez do sangue. Cerca
de 23% do gás carbônico liberado pelos tecidos conseguem se associar à propria hemoglobina, dando
origme a chamada carboemoglobina. O restante de gás carbônico se dissolve no plasma.

Hematose
Transformação  ocorrida  no  sangue,  antes  rico  em  gás  carbônico  e  depois  rico  em oxigê-
nio, nos pulmões. Nos glóbulos vermelhos encontra-se um pigmento que dá cor ao sangue, denomi-
nado hemoglobina.
Nos  pulmões  a  hemoglobina  combina  com  o  oxigênio  formando  oxiemoglobina. Esta  liga-
ção é instável, quando o sangue atinge os tecidos, desfaz a ligação e o oxigênio é cedido para as cé-
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Anatomia e Fisiologia Humana
lulas.  A  nível  celular,  ocorre  a  respiração  ou  combustão  dos  alimentos energéticos  com  o  consu-
mo de oxigênio e produção de gás carbônico e água.
A energia liberada no processo da respiração mantém a temperatura do organismo e permi-
te a realização das atividades vitais. A água é desprendida na forma de vapor e parte do gás carbôni-
co se liga a hemoglobina para formar carboemoglobina. Ao chegar aos pulmões, o CO2 é desprendi-
do para o ar atmosférico.

Tipos de respiração
• Eupneia: respiração normal.
• Apneia: parada dos movimentos respiratórios.
• Taquipneia: aumento da frequência respiratória.
• Bradipneia: diminuição da frequência respiratória.
• Anóxia: falta ou deficiência de oxigênio nos tecidos.
• Cianose: designação dada a cor azulada da pele e mucosas causadas por baixas concentra-
ções de oxiemoglobina. A cor azul é mais pronunciada nos lábios, orelhas e pontas dos de-
dos. É sinal visível de anóxia.

Controle da respiração
Estando em repouso, a frequência respiratória é de 12 a 20 movimentos por minuto. A respira-
ção é regulada de forma automática por meio de um centro nervoso situado na região do bulbo.
Desse centro partem os nervos que são responsáveis pela contração muscular do sistema respi-
ratório (diafragma e músculos intercostais).
O centro nervoso também transmite sinais nervosos por meio da coluna espinhal onde estes
sinais seguem para os músculos da respiração.
O músculo de maior relevância na respiração é o diafragma, pois ele recebe os sinais respirató-
rios por meio de um nervo especial chamado nervo frênico que parte da medula espinhal, na porção
superior do pescoço, e segue em direção para baixo por meio do tórax até chegar ao diafragma.
Os sinais enviados para os músculos que atuam no movimento de expiração são transmitidos
para a parte baixa da medula espinhal, para os nervos espinhais que inervam os músculos.
É possivel que a respiração seja afetada pelos impulsos gerados pela estimulação psíquica ou
sensorial do córtex.
Estando sob condições normais, o centro respiratório gera a cada 5 segundos um impulso nervo-
so que promove a estimulação da contração muscular torácica e também do diafragma, dando inicio
ao movimento de inspiração.
O centro respiratório pode elevar ou reduzir tanto a amplitude quanto a frequência dos movi-
mentos respiratórios, tendo em vista que ele apresenta quimiorreceptores, sendo estes muito sensí-
veis ao pH do plasma.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Essa capacidade possibilita aos tecidos receber a quantidade necessária de oxigênio, sem contar
que ainda remove adequadamente o gás carbônico.
A partir do momento em que o sangue se torma mais ácido em função da elevação do gás car-
bônico, o centro respiratório acaba induzindo a aceleração dos movimentos respiratórios. Com isso,
tanto a amplitude, quanto a frequência da respiração acabam se tornando elevadas em função da
excitação do centro respiratório. Em sentido contrário está a depressão do centro respiratório, pois
nessa condição ocorre a redução da amplitude e da frequência respiratórias. A respiração ainda é o
principal meio de controle do pH sanguíneo.

Disponível em: slideplayer.com.br/slide/3242901. Acesso em jan 2016.

Mecanismos de defesa do sistema respiratório

Contra microorganismos do meio externo e sangue:
• Retenção nas fossas nasais (partículas > 10 µm).
• Retenção no muco do epitélio (2 a 10 µm).
• Reflexo de tosse.
• Macrófagos.
• BALT (linfócitos T)
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Anatomia e Fisiologia Humana
9 SISTEMA DIGESTIVO
Os  alimentos  só  podem ser absorvidos  pelo  organismo  após  sofrerem modificações  quími-
cas que possibilitem sua absorção pela corrente circulatória. Os nutrientes não absorvidos são elimi-
nados sob a forma de fezes.
Depois de comermos, vários processos transformam aquilo que ingerimos em um composto di-
gerido, formado por partes diminutas que poderão passar pelas paredes dos nossos órgãos. Chama-
mos esses processos de sistema digestivo, ou sistema digestório.
A digestão é o processo pelo qual grandes moléculas orgânicas presentes nos alimentos - como pro-
teínas, carboidratos, lipídeos, etc. - são quebradas em moléculas menores pela ação de enzimas di-
gestivas - processo chamado de catabolismo.
Substâncias químicas que realizam a digestão são conhecidas como enzimas e elas precisam en-
trar  em  contato  com  os  grupamentos  atômicos  que  formam  os  alimentos para poder desmontá-
-los. Assim, quanto menor for o pedaço de comida, maior será o contato da enzima com ele.
Estas  enzimas  diferem  entre  si  pela  substância  que  irão  digerir  (substrato),  locais de atua-
ção ao longo do tubo digestivo e condições de acidez (pH) ideais para seu funcionamento.
Digestão:  processo  em  que  as  grandes  moléculas  que  constituem  o  alimento  são transforma-
dos em pequenas moléculas solúveis em água, através de um mecanismo químico conhecido por hidrólise.
Trajeto: boca --- faringe --- esôfago --- estômago --- intestino delgado --- intestino grosso -- - ânus.

Estruturas:
O tubo digestivo é constituído pela boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intesti-
no grosso, ampola retal ou reto e ânus, e por órgãos auxiliares da digestão denominados órgãos ane-
xos: o pâncreas, a vesícula biliar e o fígado.
Os órgãos digestivos são revestidos por células epiteliais cuja função é fabricar o muco que per-
mite o deslizamento do bolo alimentar e secretar as enzimas que irão quebrar as grandes moléculas.

Disponível em:www.abcdasaude.com.br. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível: pt.slideshare.net/JosVitorAlves/aula-7-sistema-digestrio. Acesso em jan 2016.

 Boca
É  o  primeiro  órgão  do  aparelho  digestivo.  Possui  duas  estruturas  importantes  para a  diges-
tão: a língua e os dentes.

Disponível em: mundobiologico-geral.blogspot.com/p/sistema-digestorio.html. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
O palato é o teto da cavidade bucal, que se divide em palato duro (anterior e ósseo) e o pala-
to mole (posterior e muscular). Separa a cavidade nasal da cavidade bucal. No palato mole medial-
mente encontra-se a úvula e lateralmente entre os arcos palatoglosso e o arco palatofaríngico a ton-
sila palatina (amígdala).
A Língua é um órgão musculoso, dotado de muita mobilidade para poder misturar os alimen-
tos com saliva e permitir a mastigação. Serve para engolir os alimentos, ou seja, para a deglutição.

Disponível em:  http://www.scientificpsychic.com/workbook/sentidos-humanos.html. Acesso em jan 2016.

Os dentes correspondem a estruturas calcárias que atuam cortando e triturando os alimentos


facilitando assim o processo da digestão. Sua ação consiste em reduzir os alimentos em pequenos
pedaços que, ao se misturarem a saliva, facilitam a ação enzimática.

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Anatomia e Fisiologia Humana
  Características dos dentes: 
Apresenta uma estrutura rígida, calcificada, que se prende ao maxilar superior e mandíbula, e
tem como principal função a mastigação.

Disponível em: efsaudecef10.blogspot.com/2013/03/tipos-de-dentes.html. Acesso em jan 2016.

Em sua primeira dentição o ser humano apresenta 20 peças que são chamadas de dentes de
leite. A medida que os maxilares vão crescendo, os dentes de leite vão sendo substituidos por outros
32 dentes do tipo permanente.

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Anatomia e Fisiologia Humana
 Os dentes são formados pela coroa (sua parte visível); uma ou mais raízes (inseridas no alvéo-
lo do osso) e colo (localizado entre a coroa e a raiz).
Estruturalmente, são constituídos por uma porção não calcificada, a polpa, e duas porções cal-
cificadas, o esmalte e a dentina.

Disponível em: slideplayer.com.br/slide/5247775/. Acesso em jan 2016.

A língua permite a movimentação do alimento na boca, a partir do momento em que conduz o


alimento em direção a garganta para que seja deglutido. Na superfície da língua existem várias papi-
las gustativas onde suas células sensoriais conseguem perceber os quatro sabores primários: azedo,
doce, salgado e amargo. Da combinação desses sabores resultam milhares de outros sabores diferen-
tes. A distribuição das papilas gustativas pela superficie da língua nao é homogênea.

 Glândulas Salivares
Existem três pares de glândulas salivares que expelem sua secreção diretamente na cavidade
bucal: sublingual, submandibular e parótida. Os sais da saliva promovem a neutralização das subs-
tâncias ácidas e também consegue manter na boca um pH neutro a levemente ácido, sendo que esta
condição é ideal para a ação da ptialina.
Ela apresenta-se no estado líquido aquoso, incolor, insípido. E suas principais funções são:
• Digestiva: possui enzima ptialina (amilase salivar) que vai agir sobre o amido. pH 7.
• Umedece a mucosa da boca, língua e faringe facilitando a mastigação, fonação e deglutição.
• Protege  a  cavidade  bucal  diluindo  substâncias  irritantes  e  ajustando  temperaturas al-
tas ou baixas dos alimentos.
• Remove os resíduos de alimentos ( limpeza dos dentes).
• Lubrifica o bolo alimentar e inicia a digestão.
• É o solvente universal dos alimentos.
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Anatomia e Fisiologia Humana
Glândulas salivares: responsáveis pela produção e secreção salivar.
Glândula parótida: situada lateralmente na face e anterior ao pavilhão auditivo; maior; o proces-
so infeccioso a parotidite é conhecido como caxumba.
Glândula submandibular: abaixo da mandíbula.
Glândula sublingual: é a menor; lateralmente e inferiormente à língua.

Disponível: pt.slideshare.net/../salivary-glands-3789. Acesso em jan 2016.

 Faringe
A faringe é um órgão tubular que com prolongação para baixo no pescoço com a forma de um fu-
nil, seu tamanho varia de 12 à 15 cm de comprimento e de cerca de 35 mm em seu início e cer-
ca de 15 mm no seu término. Possui comunicação com o esôfago, fossas nasais e os ouvidos.
A faringe situa-se atrás das fossas nasais e a frente às vértebras cervicais, se mantém ligada a la-
ringe e o esôfago.

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Anatomia e Fisiologia Humana
A laringofaringe ou faringe inferior, é denominada a continuação da orofaringe ou faringe mé-
dia, pela frente possui ligação com a laringe o por baixo com o esôfago.
A orofaringe ou faringe média está ligada pela parte anterior com a cavidade bucal e comunica-
-se com a faringe superior.
A nasofaringe, rinofaringe ou faringe superior, é ligada pelas cavidades nasais, fazendo uma liga-
ção com a orofaringe, é a parte mais espessa da faringe, compreende-se da base do crânio até o pa-
lato mole (céu da boca).
A função da faringe é a circulação de alimentos e ar. Ao respirarmos o ar entra nas fossas na-
sais  ou  pelo  orifício  da  boca  passando  pela  faringe,  encaminhando-se  para traqueia  e  pelos  brôn-
quios até chegar aos pulmões.
No caso dos alimentos, eles sempre entram pelo orifício da boca, seguindo até a faringe mé-
dia, indo ao esôfago e seguem para o estômago. É graças à presença da epiglote que ocorre essa du-
pla função na faringe.
Ela  situa-se  na  parte  superior  da  laringe  e  serve  para  controlar  a  entrada  de  ar para a larin-
ge e os alimentos para o esôfago, pois, durante a deglutição ela fecha-se, não permitindo a entra-
da do alimento na laringe.

 Esôfago
O esôfago corresponde ao canal que faz a ligação entre a faringe e o estômago, está situado
entre os pulmões logo atrás do coração e atravessa o músculo diafragma, que é o músculo que separa
o tórax do abdômen. O bolo alimentar leva em torno de 5 a 10 segundos para percorre-lo.  O Esôfa-
go continua o trabalho da Faringe, transportando os alimentos até o estômago, devido aos seus movi-
mentos peristáltico s (contrações involuntárias).

Disponível em: www.webciencia.com. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana

 Estômago
O estômago é um órgão do tubo digestivo, caracterizando-se por ser um segmento dilatado, situ-
ado na cavidade abdominal, abaixo do diafragma, vindo logo após o esôfago e anteriormente ao duode-
no. Este órgão exerce funções endócrinas e exócrinas, digerindo os alimentos e secretando hormônios.
Suas principais funções são continuar a digestão de carboidratos que foi iniciada na boca atra-
vés da adição de um fluído ácido ao alimento ingerido, transforma este bolo alimentar no denomina-
do quimo (massa viscosa) através da atividade muscular e, através da enzima pepsina, iniciar a diges-
tão das proteínas.
Produz  também  uma  lípase  gástrica,  que  com  o  auxílio  da  lípase  lingual,  digere  os triglicerí-
deos.  O  estômago  dos  seres  humanos  possui  um  volume  de,  aproximadamente 50 mL quan-
do está vazio, podendo expandir para 4L de capacidade. Quando está vazio, tem o formato de um
“J” maiúsculo, onde duas partes se unem por ângulos agudos, para estudos anatômicos o estôma-
go é divido em partes, como visualizado na figura abaixo:

Disponível em: www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/corpo../estomago-1.php. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
 Suco Gástrico
O suco gástrico corresponde a um líquido claro, com elevado teor ácido e que apresenta ácido
clorpidrico, muco, sais e enzimas em sua composição. O ácido clorídrico faz com que o pH da porção
interna do estômago fique entre 0,9 e 2,0. Ele também dissolve o chamado cimento intercelular dos
tecidos alimentares, ajudando na fragmentação mecânica que é iniciada pela mastigação.
O bolo alimentar pode ficar armazenado no estômago por até 4 horas ou mais e quando se
mistura ao suco gástrico transforma-se em uma espécie de massa cremosa ácida e semilíquida que
recebe o nome de quimo.

   Intestino Delgado
O intestino delgado consiste em um tupo que mede cerca de 6 m de comprimento por 4 cm
de diâmetro e se divide em 3 regiões: duodeno (maior porção), jejuno (porção intermediária) e íleo
(menor porção).
A região do duodeno situa-se na parte superior do intestino e apresenta a forma de ferradura
no qual compreende o piloro, esfíncter muscular da porção inferior do estomago no qual este elimi-
na seu conteúdo no intestino.

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Anatomia e Fisiologia Humana
O intestino delgado está localizado entre o estômago e o intestino grosso. É revestido por uma mu-
cosa enrugada, apresentando inúmeras projeções. Segrega várias enzimas digestivas, dando origem à
moléculas pequenas e solúveis (glicose, aminoácidos, glicerol etc.
O duodeno é a primeira porção do intestino delgado, a receber o quimo (massa branca e es-
pumosa), que vem do estômago. Quando o quimo chega ao duodeno, ainda está muito ácido e irri-
ta a mucosa duodenal.
Em seguida o quimo é banhado pela bile, uma substância secretada pelo figado e armazenada
na vesicula biliar, sendo composta de bicarbonato de sódio e sais biliares, que atual emulsificando a
gordura, fragmentando suas gotas em milhares de microgotículas. O quimo também recebe o suco
pancreático que é gerado no pâncreas e contém água, enzimas e uma quantidade considerável de
bicarbonato de sódio que faz com que o quimo seja neutralizado.
 Em pouco tempo, a “papa” alimentar do duodeno, vai-se tornando alcalina e gerando condi-
ções necessárias para ocorrer a digestão intra-intestinal.
O jejuno e o íleo é a parte do intestino delgado onde o trânsito do bolo alimentar é rápido, fican-
do a maior parte do tempo vazio, durante o processo digestivo.

Disponível em:  http://www.myh360.com/jinrihuati/duanchang.html. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Ao longo do intestino delgado, depois que todos os nutrientes foram absorvidos, sobra uma pas-
ta  grossa,  com  detritos  não  assimilados  e  com  bactérias,  já  fermentado, que  segue  para  o  intesti-
no grosso.

Disponível em: flipper.diff.org/app/items/info/1572. Acesso em jan 2016.

Disponível em: imgbuddy.com/major-duodenal-papilla.asp. Acesso em jan 2016.

 Intestino Grosso
O intestino grosso é a região do intestino onde ocorre a absorção de água, tanto a que é inge-
rida quanto a das demais secreções digestivas. Está dividido em seis porções: ceco, cólon ascenden-
te, transverso, descendente, curva sigmóide e reto.

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Anatomia e Fisiologia Humana
No ceco, a primeira porção do intestino grosso, os resíduos alimentares, já constituindo o bolo fe-
cal,  passam  ao  cólon  ascendente,  depois  ao  transverso,  em  seguida ao  descendente.  Nesta  por-
ção, o bolo fecal permanece estagnado por muitas horas, preenchendo as porções da curva sigmoi-
de e do reto.
O sistema digestivo não consegue digerir nem absorver as fibras vegetais e por isso elas passam
por todo o tubo digestivo formando no final uma boa porcentagem da massa fecal. As glândulas da
mucosa intestinal secretam muco que atua lubrificando o bolo fecal, o que facilita o seu trânsito e
consequentemente a sua eliminação.

Disponível em:  http://abcblogs.abc.es/eat-fit/2015/06/12/sindrome-del-colon-irritable/. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em:  http://abcblogs.abc.es/eat-fit/2015/06/12/sindrome-del-colon-irritable/. Acesso em jan 2016.

Órgãos Anexos

 Pâncreas
O pâncreas consiste em uma glândula do tipo mista, que mede cerca de 15cm de comprimento
e apresenta um formato triangular. Situa-se de forma transversal sobre a parede posterior da cavidade
abdominal, mais precisamente na alça formada pelo duodeno, sob o estômago.
 O pâncreas é composto por uma cabeça, um corpo e uma cauda afilada. A sua cabeça se encaixa
perfeitamente no quadro duodenal.
A secreção externa é direcionada para o duodeno através dos canais de Wirsung e de Santorini.
O canal de Wirsung termina ao lado do canal colédoco na ampola de Vater.
O pâncreas apresenta dois órgãos imbricados: pâncreas exócrino e o pâncreas endócrino. O
primeiro é responsável por produzir enzimas digestivas em estruturas chamadas de ácinos. Estes por
sua vez estão associados por meio de condutos finos, que é por onde a sua secreção é conduzida até
um condutor maior, que termina no duodeno, durante a digestão.
O pâncreas endócrino é responsável por secretar os hormônios insulina e glucagon, já trabalha-
dos no sistema endócrino.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Figura- Anatomia do pâncreas

Disponível em: equipedigestorio.blogspot.com/2009/06/pancreas.html. Acesso em jan 2016.

 Fígado
Corresponde ao maior órgão interno do nosso corpo e também é considerado um dos órgãos
vitais. Dentre as visceras é a que possui maior volume, pensando cerca de 1,5kg em um homem adulto
e na mulher chega a pesar entre 1,2 e 1,4 kg.
Sua cor é arroxeada, apresenta uma superfície lisa e recoberta por uma cápsula própria. Está
localizado no quadrante superior direito da cavidade abdominal.
O  tecido  hepático  é  composto  por  pequenas formações  que  são chamadas  de lobos,  consti-
tuidos por colunas de células hepáticas ou hepatócitos, e rodeadas por canalículos, pelos quais pas-
sa a bile, secretada pelos hepatócitos.
A união desses canais forma o que chamamos de ducto hepático onde, juntamente com o ducto
proveniente da vesícula biliar, compõe o ducto comum da bile, que descarrega seu conteúdo no duo-
deno.

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Anatomia e Fisiologia Humana
As células hepáticas auxiliam o sangue a absorver as substâncias ricas em nutrientes e também
a excretar os materiais residuais e as toxinas, assim como também os esteróides e outros hormônios.
O fígado corresponde a um órgão bastante versátil pois além de armazenar glicogênio, cobre,
ferro e vitaminas, também produz carboidratos a partir de lipídios ou de proteínas, assim como tabém
produz lipídios a partir de proteínas ou de carboidratos.
 Esse órgão também promove a síntese do colesterol e purifica muitos fármacos e muitas outras
substâncias. Quando se tem alguma inflamação no fígado como ocorre com a cirrose por exemplo,
dizemos que a pessoa está com um quadro de hepatite.

Funções:
• Eliminar a bile, líquido este que age na emulsão das gorduras que são ingeridas, favorecen-
do, a ação da enzima lipase;.
• Retirar moléculas de glicose presentes no sangue, reunindo-as através de processos quími-
cos para formar glicogênio, que é armazenado. Nos momentos de carência, o glicogênio é
reconvertido em glicose que voltam para a corrente sanguínea;.
• Armazenar vitaminas e ferro em suas células;.
• Realizar a metabolização dos lipídeos;.
• Promover a síntese de várias proteínas existentes no sangue, de fatores imunológicos e de
coagulação e também de substâncias que transportam oxigênio e gorduras;.
• Degradar o álcool e outras substâncias tóxicas, favorecendo a desintoxicação do organis-
mo;.
• Destruir hemácias (glóbulos vermelhos) velhas ou anormais, convertendo sua hemoglobi-
na em bilirrubina, que é o pigmento castanho-esverdeado presente na bile.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Figura- Anatomia do fígado

Disponível em:www.somosmulheres.com. Acesso em jan 2016..

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Anatomia e Fisiologia Humana
 Vesícula Biliar e Vias Biliares
A vesícula biliar é uma pequena bolsa muscular de armazenamento que contém bile, uma se-
creção digestiva viscosa verde-amarelada produzida pelo fígado. A bile sai do fígado através dos duc-
tos hepáticos direito e esquerdo, os quais se unem para formar o ducto hepático comum.
Em  seguida,  esse  ducto  une-se  a  um  outro  proveniente  da  vesícula  biliar, denominado  duc-
to  cístico,  formando  o  ducto  biliar  comum.  O  ducto  biliar  comum desemboca  no  intestino  delga-
do (na sua parte superior), ao nível do esfíncter de Oddi, alguns centímetros abaixo do estômago.
Aproximadamente 50% da bile secretada entre as refeições é desviada através do ducto císti-
co para a vesícula biliar. O restante da bile flui diretamente através do ducto biliar comum para o inte-
rior do intestino delgado.
Quando  uma  pessoa  alimenta-  se,  a  vesícula  biliar  contrai,  drenando  a  sua  bile para o inte-
rior do intestino para ajudar na digestão de gorduras e de determinadas vitaminas.
A  bile  é  constituída  por  sais  biliares,  eletrólitos,  pigmentos  biliares  (p.ex., bilirrubina),  coles-
terol  e  outras  gorduras  (lipídeos).  Ela  é  responsável  pela  eliminação  de certos  produtos  metabóli-
cos  do  organismo,  sobretudo  os  pigmentos  provenientes  da destruição  de  eritrócitos  e  o  coleste-
rol em excesso, e auxilia na digestão e na absorção de gorduras.
Os sais biliares aumentam a solubilidade do colesterol, das gorduras e das vitaminas lipossolú-
veis (solúveis em gordura) para ajudar na sua absorção do intestino.
A  hemoglobina  originária  dos  eritrócitos  é  transformada  em  bilirrubina  (o  principal pigmen-
to na bile) e excretada na bile como produto metabólico. Além disso, várias proteínas que possuem pa-
péis importantes na função biliar são secretadas na bile.

Disponível em: www.colombiaparatodos.net. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Os cálculos  biliares podem obstruir o fluxo da bile da vesícula biliar, causando  dor (cólica bi-
liar) ou inflamação da vesícula biliar (colecistite). Os cálculos também podem migrar da vesícula bi-
liar para o ducto biliar, onde eles podem causar icterícia ao bloquearem o fluxo normal da bile até o in-
testino. O fluxo também pode ser bloqueado por tumores e por outras causas menos comuns.

Disponivel em: www.nutricion.pro/wp-content/uploads/2008/07/vesicula.biliar.gif. Acesso em jan 2016.

Processo Digestório
O processo digestório é iniciado na boca, que por sua vez é composta pelos dentes, lingua, pala-
to duro, palato mole e três pares de glândulas: as parótidas, as lublinguais e as submandibulares, que
são responsáveis pela liberação da saliba, chamadas de glândulas salivares maiores tendo em vista
que além delas também existem glândulas salivares esparsas e pequenas.
Estas glândulas eliminam em torno de um litro a um litro e meio de saliva todos os dias, e esta é
constituida por água que ajuda na diluição do bolo alimentar e também por enximas.
O alimento é triturado pelos dentes e com a ajuda da língua ele é empurrado no sentida da farin-
ge em um processo chamado de deglutição. Na boca o alimento alem de ser triturado já sofre o inicio
da digestão por meio da atuação de uma enzima que é liberada pelas glândulas salivares, chamada
de amilase salivar ou ptialina, onde sua função consiste em digerir o amido e também os carboidratos
presentes no bolo alimentar.
As glândulas salivares são reguladas por meio do sistema nervoso autônomo, no entanto alguns
fatores físico-quimicos podem interferir no seu processo de secreção.
Para evitar que restos de alimentos fiquem retidos entre os dentes e venham a apodrecer, cau-
sando  cáries,  o  que  dificulta  a  mastigação  e  conseqüentemente  a  digestão, todas  as  pessoas  de-
vem, após as refeições ou consumo de doces em horários intermediários, realizar uma higiene bu-
cal correta, mediante uma boa escovação.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Durante o processo de deglutição do alimento, este passa por uma espécie de válvula chamada
epiglote, que promove o fechamento da laringe evitando que o bolo alimentar penetre nas vias aére-
as e posteriormente pela faringe, que é uma estrutura que também faz parte do sistema respiratório
pois se comunica com a boca, laringe. Favidade nasal e esôfago.    O alimento segue da faringe até o
esôfago, que promove o seu transporte até o estômago em função dos movimentos peristálticos que
existem nessa região.

Disponível em:  http://es.slideshare.net/CarlettAzamar/cancer-de-vesicula-y-vias-biliares. Acesso em jan 2016.

Figura- Processo de deglutição

Disponível em: www.wakepeopleup.com. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Antes de chegar ao estômago, o alimento passa também por outra válvula chamada cárdia, que
tem como função principal evitar o refluxo do bolo alimentar para a região do esôfago. EM crianças,
como a cárdia ainda está em formação é comum que o refluxo aconteça com frequência.
Chegando ao estômago o processo digestório continua pela metabolização dos hidratos de car-
bono que tiveram sua digestão iniciada na boca e os alimentos ingeridos se transformam mediante
contração muscular em uma espécie de massa semilíquida de teor ácido chamada de quimo. No es-
tômago, o bolo alimentar sofre a ação do suco gástrico, que é uma secreção estomacal rica em ácido
clorídrico, onde também estão presentes duas enzimas, a renina e a pepsina, que são secretadas pela
mucosa estomacal.
Ao chegar no duodeno, o quimo é neutralizado pela ação do bicarbonato de cálcio, que é libera-
do pela mucosa do intestino, sendo induzido por um hormônio chamado secretina. Com a sua acidez
neutralizada o bolo alimentar passa a ser chamado de quilo.
Posteriormente o suco entérico atuara sobre o quilo. Esse suco é liberado por várias glândulas
que existem na mucosa do intestino, no qual contém as enzimas enteroquinase, que atua ativando a
tripsina, e a peptidases, que é responsável pela digestão dos peptídeos.
Gerado na região do pâncreas, o suco pancreático é conduzido até o duodeno por meio do canal
colédoco. Nele estão presentes as enzimas quimiotripsina e tripsina, que vão dar inicio a digestão das
proteínas, a lipase pancreática, que vai digerir os lipídios e a amilase pancreática que dará continuida-
de a digestão do amido que não foi digerido na boca pela ação da ptialina.
É também na regiao duodenal que o bolo alimentar sofre a ação da bile. Essa substância é
produzida no figado e fica armazenada na vesícula biliar. A bile não é uma enzima, mas sais que
vão atuar emulsificando, ou seja, quebrando as moléculas grandes de gordura, transformando-as em
moléculas menores para facilitar a ação da lipase.

Absorção dos Nutrientes
Os  nutrientes  resultantes  do  quilo  são  absorvidos  por  células  da  mucosa  intestinal (intestino
delgado)  em estruturas denominadas microvilosidades, posteriormente transferidas para a corren-
te sangüínea, que se encarregará de levá-los para todo o corpo.
Por meio de um esfíncter chamado íleo-cecal, os resíduos que não sofreram absorção pelo intes-
tino delgado, vão sendo direcionados para o intestino grosso.
Chegado ao intestino grosso, esses resíduos perderão água e endurecerão, formando o chama-
do bolo fecal, o qual passará pela ampola retal através de movimentos peristálticos, sendo posterior-
mente eliminado pelo ânus pelo processo de defecação.

10 SISTEMA URINÁRIO
O sistema urinário é composto pelos órgãos uropoéticos que são responsáveis por produzir a
urina e armazena-la de forma temporária até que a mesma tenha a chance de ser eliminada para for

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Anatomia e Fisiologia Humana
a do organismo. Na urina estão presentes algumas substâncias tais como ácido úrico, sódio, uréia,
potássio, bicarbonato.
O aparelho urinário pode ser dividido em órgãos secretores que geram a urina e órgãos excreto-
res que são responsáveis pelo processo de drenagem da urina para o meio externo.
Contribui para manter a homeostase, produzindo urina que elimina água, resíduos do metabo-
lismo, eletrólitos e não-eletrólitos que encontram-se em excesso no organismo como a uréia, glicose
e outros.
Os órgãos do sistema urinário compreendem:
• 2 rins.
• 2 ureteres.
• 1 bexiga.
• 1 uretra

Disponível em: www.estudopratico.com.br/como-funciona-o-sistema-excretor/. Acesso em jan 2016.

Além dos rins, as demais estruturas que integram o sistema urinário atuam como um encanamen-


to que compõe as vias do trato urinário. As estruturas como ureteres, bexiga e uretra não alteram a uri-
na no decorrer do caminho. Pelo contrário, elas armazenam e transportam a urina do rim para for a
do organismo.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Rins
São  órgãos  pares  em  forma  de  grão  de  feijão;  Localizados  logo  acima  da  cintura pélvica,  en-
tre o peritônio e a parede posterior do abdome; Possui coloração vermelho parda.
Os  rins  são  recobertos  pelo  peritônio  e  circundados  por  uma  massa  de  gordura  e de te-
cido  areolar  frouxo.  Cada  rim  tem:  Cerca  de  11,25cm  de  comprimento;  5  a  7,5cm  de largura;  Cer-
ca de 2,5cm de espessura; O esquerdo é um pouco mais comprido e mais estreito do que o direito.
São órgãos glandulares que atuam poupando ou excretando a água e os sais nas quantidades
suficientes para conservar a normalidade e o meio em que as céluals vivem.
São responsáveis pela eliminação dos detritos que as células liberam e depositam no organis-
mo, recolhidas pelo sangue (uréia, creatinina, ácido úrico).
O acúmulo dessas substâncias pode ser letal, tendo em vista que prejudica o funcionamento de
vários órgãos e sistemas importantes como coração, pulmão, sistema nervoso, etc. O peso do rim de
um homem adulto pode variar entre 125 a 170g. No caso da mulher esse peso varia entre 115 a 155g.
O rim direito normalmente situa-se ligeiramente abaixo do rim esquerdo devido ao grande ta-
manho do lobo direito do fígado.
Possuem formato de grão de feijão, com uma borda convexa e outra côncava, na qual se encon-
tra o hilo (bacinete), de onde sai e entram o ureter, os nervos e vasos sanguíneos.
O hilo possui também dois ou três cálices, que se reúnem para originar a pélvis renal, parte su-
perior dilatada do ureter.
Os  rins  são  formados  por  uma  capsula  de  tecido  conjuntivo  denso,  a  zona  cortical (cama-
da mais externa e pálida) e a zona medular (camada mais interna e escura).
A  zona  medular  é  composta  por  10  a  18  pirâmides  medulares  ou  de  Malpighi, cujos  vérti-
ces apresentam saliências nos cálices renais, denominadas papilas, que desembocam nos ductos co-
letores, pelos quais a urina passa alcançando a pelve renal e o ureter.

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: www.myshared.ru/slide/1022960/. Acesso em jan 2016.

Cada rim é constituído por 1 a 4 milhões de néfrons; São as unidades funcionais dos rins, pois são ca-
pazes de realizar todas a funções renais.

Cada rim apresenta:

• duas faces: anterior e posterior.
• duas bordas: medial e lateral. Na medial possui o hilo renal, por onde passa a artéria re-
nal, veia renal e ureter.
• duas extremidades (pólos): superior (possui a glândula supra-renal) e inferior.
Os rins estão envolvidos por uma cápsula fibrosa. Internamente são formados por duas cama-
das:

• Camada cortical, córtex renal (Cápsulas de Bowman e os glomérulos renais).
• Camada medular, medula renal (pirâmides de Malpighi – é o conjunto das alças de Hen-
le e túbulos coletores).
A projeção do córtex tem a forma de colunas, colunas renais e separam porções cônicas da me-
dula  denominadas  pirâmides  renais.  A  pelve  renal  (bacinete):  cálices  renais maiores  e  cálices  re-
nais menores.

Néfrons
O néfron corresponde a unidade morfologica e funcional da urina do rim. Cada rim apresenta
cerca de um milhão de néfrons. O formato do néfron é bem diferenciado e também inconfundível
onde se adequa perfeitamente para a sua função de produção de urina. O néfron é constituido por:

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Anatomia e Fisiologia Humana
• Corpúsculo Renal: Cápsula Glomerular (de Bowman);.
• Glomérulo: Rede de capilares sanguíneos enovelados dentro da cápsula glomerular.
• Túbulo Renal: Túbulo contorcido proximal;.
• Alça do Néfron (de Henle);.
• Túbulo contorcido distal;.
• Túbulo coletor.

Disponível em: mariafandjoaol.blogspot.com. Acesso em jan 2016.

Funções dos Rins
Os rins executam o trabalho principal do sistema urinário, com as outras partes do sistema atu-
ando principalmente na:
• Filtração do sangue ;.
• Formação da urina;.
• Homeostasia (auto regulação) dos líquidos do corpo de várias maneiras.
• Regulação da composição iônica do sangue;.
• Manutenção da osmolaridade do sangue;.
• Regulação do volume sanguíneo;.
• Regulação da pressão arterial;.
• Regulação do pH do sangue;.
• Liberação de hormônios;.
• Regulação do nível de glicose no sangue;.
• Excreção de resíduos e substâncias estranhas.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Glândulas Supra-renais
As glândulas supra-renais (adrenais) estão situadas entre as faces supero- mediais dos rins e o
músculo  diafragma.  Cada  glândula  supra-renal, é envolta por uma cápsula fibrosa e um coxim de
gordura e apresenta 02 partes: O córtex e a medula supra-renal, sendo que ambas geram hormônios
distintos.
A primeira parte, ou seja, o córtex secreta hormônios que são essenciais à vida, enquanto que
a medula supra-renal secretam hormônios de menor relevância quando comparados aos hormônios
secretados pelo córtex.
A  medula  da  supra-renal  pode  ser retirada, sem provocar danos  que comprometem  a  vida.
A medula supra-renal secreta dois hormônios: epinefrina (adrenalina) e norepinefrina. Já o córtex su-
pra-renal secreta os esteróides.

Disponível em: www.mdsaude.com › Endocrinologia. Acesso em jan 2016.

Ureteres
Correspondem a dois tubos que conduzem a urina dos rins até a região da bexiga. São órgãos
de pequeno calibre e apresentam menos de 6mm de diâmetro podendo medir entre 25 a 30 cm de
comprimento. A pelve renal é a extremidade superior do ureter, situada na parte interna do rim.
Descendo de forma obliqua para baixo , o ureter percorre por entre a parede posterior do ab-
dome, penetrando em seguida na cavidade pélvica, onde se abre no óstio do ureter localizado no
assoalho da bexiga urinária.
Por conta da sua trajetória, os ureteres se distinguem em duas partes:  abdominal  e pélvi-
ca.  Os  ureteres  podem realizar  contrações  rítmicas  chamadas de peristaltismo.  A  urina  se  deslo-
ca ao longo dos ureteres em resposta aos movimentos peristalticos e também à gravidade.

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: www.calculorenal.org/calculo-renal-sistemaurinario.htm. Acesso em jan 2016.

Bexiga
A bexiga urinária atua como uma espécie de reservatório temporário para que a urina seja ar-
mazenada.  Quando se encontra  vazia,  a  bexiga localiza-se  na porção inferior  ao peritônio  e poste-
rior à sínfise púbica: quando está cheia, ela se eleva invadindo a cavidade abdominal.
É um órgão oco, elástico que nos homens está situado anterior ao reto e nas mulheres se en-
contra presente à frente da vagina e logo abaio do útero. Quando a bexiga está cheia, sua superfície
interna fica lisa.
Uma  área  triangular  na  superfície  posterior  da  bexiga  não  exibe  rugas.  Esta  área  é chama-
da trígono da bexiga e é sempre lisa. Este trígono é limitado por três vértices: os pontos de entra-
da dos dois ureteres e o ponto de saída da uretra. O trígono é importante clinicamente, pois as infec-
ções tendem a persistir nessa área.
A saída da bexiga urinária contém o músculo esfíncter chamada esfíncter interno, que se con-
trai involuntariamente, prevenindo o esvaziamento.

Disponível em: www.iad-goiania.com.br/node/71. Acesso em jan 2016.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: aplicacaodebotox.blogspot.com. Acesso em jan 2016.

O esfíncter externo situa-se na porção inferior ao músculo esfíncter, que envolve a parte supe-
rior da uretra e se for controlado voluntariamente possibilita a resistência quanto a necessidade de
urinar. A capacidade média da bexiga urinária é de cerca de 700 a 800ml, sendo menor ans mulheres
pois o útero ocupa um espaço maior situado acima da bexiga, o que comprime o espaço da bexiga
urinária fazendo com que ela apresente uma capacidade menor em relação aos homens.

Uretra
A  uretra  corresponde a um tubo que transporta a urina da bexiga para o meio externo. Sua
estrutura é revestida por mucosa e a uretra se abre para o meio externo através do óstio externo da
uretra. A uretra masculina tende a ser maior que a uretra feminina.

1. Uretra Masculina
A uretra masculina se estende do orifício interno da bexiga urinária até o orifício uretral externo
situado na extremidade do pênis. É dividida em 3 partes: Prostática, Membranácea e Esponjosa. Na
uretra masculina existe uma pequena abertura em forma de fenda chamada de ducto ejaculatório.

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: www.esteticas.com.br/cancer_prostata.htm. Acesso em jan 2016.

Disponível em: uroped.blogspot.com/2012/02/uretra.html. Acesso em jan 2016.

2. Uretra Feminina
Consiste em um canal formado por membranas, sendo estreito e que se estende da bexiga ao
orifício externo no vestíbulo. Está situada dorsalmente à sínfise púbica, incluida na parede anterior da
vagina. É levemente curva, apresentando a cavidade direcionada para frente.
Quando não está dilatada, seu diâmetro é de cerca de 6mm. Sua abertura externa situa-se na
frente do orifício vaginal e mede cerca de 2,5 cm dorsalmente à glande do clitóris. Várias glândulas

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Anatomia e Fisiologia Humana
uretrais se abrem na região da uretra, sendo que as maiores delas são as glândulas parauretrais, cujos
ductos terminam exatamente no interior do óstio uretral.

Disponível em: pt.slideshare.net/../sistema-reprodutor-feminino-33922279. Acesso em jan 2016.

Disponível em: www.gineco.com.br › O Corpo da Mulher. Acesso em jan 2016.

Diferenças das uretras masculina e feminina
As uretras masculinas e a femininas se diferenciam em seu trajeto. Na mulher, a uretra é cur-
ta (3,8cm) e faz parte somente do sistema urinário. Seu óstio externo fica localizado na aprte ante-
rior da vagina e entre os lábios menores.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Já no homem, a uretra é mais mais longa (20cm) e faz parte dos sistemas reprodutor e urinário.
Quando a uretra masculina deixa a bexiga, ela passa através da próstata e se estende ao longo do
comprimento peniano.
Assim, a uretra masculina apresenta duas finalidades: transportar a urina e o esperma.

Disponível em: sociencias.wordpress.com. Acesso em jan 2016.

Processo de Filtração
O sangue, que é impulsionado para a artéria aorta, segue pelas demais artérias, penetra nos rins
por meio da artéria renal, que se subdivide até se transformar em várias arteríolas que penetram em
pequenos grãozinhos que existem nos rins e são chamadas de cápsulas de Bowman.
No interior das cápsulas de Bowman, as arteríolas assumem o calibre de capilares e enrolam-se
sobre si mesmas, formando os chamados  glomérulos, onde o sangue é filtrado.
No  trajeto  seqüencial,  os  capilares  enovelados  assumem novamente  o  calibre  de arterío-
las e saem das cápsulas sob a denominação de arteríolas eferentes. Uma vez dentro dos gloméru-
los, o sangue deixa passar água e sais pelas paredes permeáveis dos capilares.
Os  materiais  filtrados  são  também  absorvidos  pelas  paredes permeáveis  das cápsu-
las de Bowman, que os deixam passar pelo funil em que estão inseridas.
Assim, os filtrados penetram em tubos sinuosos chamados de túbulos contorcidos proximais,
onde é nesse local que ocorre a absorção de água e íons necessários para o funcionamento do orga-

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Anatomia e Fisiologia Humana
nismo como cloro, sódio, cálcio, glicose, fosfato e magnésio.
Após várias voltas, que permitem uma maior absorção, os túbulos formam grandes alças que
recebem o nome de alças de Henle, onde o excesso de água e também parte do sódio são absorvidos
passando novamente a formar tubos contorcidos dessa vez chamados de túbulos contorcidos distais,
os quais finalizam a absorção das alças que os antecedem e terminam em túbulos coletores.
Os túbulos coletores por sua vez, terminam em vias de grande calibre (ductos capilares, que fi-
cam dispostos lado a lado, organizados em forma de pirâmides, com os vértices voltados para a parte
interna do rim.
Esses vértices penetram em estruturas similares ao nome que possuem: cálice renal , que é o
local para onde o filtrado flui, quase que em sua totalidade, alterado para urina. Cada conjunto de 3 ou
4 cálices se reune num cálice maior que estabelece comunicação com a maior das câmaras de saída:
a pelve renal.
Essas câmaras (uma para cada rim) recebem a urina e afunilam-se formando os ureteres, pe-
los  quais  ela  é  depositada  numa  bolsa  muscular,  a  bexiga,  capaz  de armazenar mais de um li-
tro  de  líquido A  ineficiência  renal,  por  qualquer  fator  traumático  ou  por  doenças,  pode  levar  à
perda desnecessária de água e de substâncias importantes para o organismo, bem como à elimina-
ção excessiva de água e de elementos indispensáveis ao nosso corpo, como as proteínas, por exemplo.

Disponível em: fisiologiarenalhumana.blogspot.com/. Acesso em jan 2016.

Excreção: eliminação de resíduos celulares.
Existem  outros  resíduos  formados  por  substâncias  não  utilizadas  pelas  células  ou prejudi-
ciais ao organismo. Além dos rins, as vias respiratórias (CO2) e a pele (suor) funcionam como órgãos ex-
cretores.
Gás carbônico: retirado das células pelo sangue e transportado aos pulmões, é eliminado pelo sis-
tema respiratório (vapor de água, álcool, éter, etc., quando essas substâncias são introduzidas no or-
ganismo).

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Anatomia e Fisiologia Humana
Suor:  fabricado  pelas  glândulas  sudoríparas  que  estão  na  pele  (axilas).  Suor  (  água,
uréia, ácido úrico, cloreto de sódio). O suor sai pelos poros na superfície do corpo e participa da regu-
lação térmica, temperatura do corpo.
Obs.: As fezes são resíduos alimentares não digeridos e não absorvidos, não se refere a excreção.

Regulação da Função Renal
A regulação da função renal relaciona-se basicamente com a regulação da quantidade de líqui-
dos do corpo.
Havendo necessidade de reter água no interior do corpo, a urina fica mais concentrada, em fun-
ção da maior reabsorção de água; havendo excesso de agua no corpo, a urina fica menos concentra-
da, em função da menor reabsorção de água.

Cálculo Renal
São  formações  sólidas  de  sais  minerais  e/ou  uma  série  de  outras  substâncias, como  oxala-
to de cálcio e ácido úrico que se cristalizam.
Essas  cristalizações  podem  migrar  pelas  viaa urinárias  causando  muita  dor  e complica-
ções. Os cálculos podem atingir variados tamanhos, que vão de grãos com alguns milímetros, até o ta-
manho do próprio rim. Eles se formam tanto nos rins quanto na bexiga.

Disponível em: www.sunshinenaturalhealing.com/kidney. Acesso em jan 2016

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Anatomia e Fisiologia Humana
11 SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO
O sistema reprodutor humano, também chamado de sistema genital, é formado
por órgãos que constituem o aparelho genital masculino. O sistema reprodutor masculino é forma-
do por:
• Pênis e bolsa escrotal (órgãos externos);.
• Testículos (gônadas) ;.
• Túbulos seminíferos, epidídimo, canal deferente e uretra (vias espermáticas);.
• Próstata, vesículas seminais e glândulas bulbouretrais ( glândulas anexas)

Disponível em:www.brasilescola.uol.com.br. Acesso em jan 2016.

Testículos
São as gônadas masculinas. Cada testículo é composto por um emaranhado de tubos, os duc-
tos seminíferos. Esses ductos são formados pelas células de Sértoli (ou de sustento) e pelo epité-
lio germinativo, onde ocorrerá a formação dos espermatozoides.
Glândulas mistas: Espermatozoide = Exócrina / Testosterona = Endócrina Homens que apresen-
tam os testículos embutidos na cavidade abdominal, anomalia denominada criptorquidia, não for-
mam espermatozóides, sofrendo esterilidade temporária.

Espermatozóide:
É formado de três partes: cabeça, colo e cauda ou flagelo. Os espermatozóides movimentam-
-se num líquido chamado esperma, para se movimentarem, vibram a cauda com rapidez.

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: www.sobiologia.com.br. Acesso em jan 2016.

Disponível em: www.sobiologia.com.br. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Testosterona
Em meio aos ductos seminíferos, as células intersticiais produzem os hormônios sexuais mas-
culinos, sobretudo a testosterona, responsáveis pelo desenvolvimento dos órgãos genitais masculi-
nos e dos caracteres sexuais secundários.

Funções:
• Estimular os folículos pilosos para que façam crescer a barba masculina e o pelo pubiano.
• Estimular o crescimento das glândulas sebáceas e a elaboração do sebo.
• Produzir o aumento de massa muscular nas crianças durante a puberdade, pelo aumen-
to do tamanho das fibras musculares.
• Ampliar a laringe e tornam mais grave a voz.
• Faz com que o desenvolvimento da massa óssea seja maior, protegendo contra a osteopo-
rose.

Hormônios Masculinos

Fonte: Elaborado pelo autor

Epidídimos
São dois tubos enovelados que partem dos testículos, onde os espermatozoides são armazena-
dos. No epidídimo os espermatozoides são armazenados e passam pela fase de diferenciação (cria-
ção de flagelo). Encontramos também células de Sertoli, com função de nutrição dos espermatozoides

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Anatomia e Fisiologia Humana
Canais deferentes
Cada ducto deferente é uma continuação do epidídimo. O ducto parte do epidídimo entra na ca-
vidade abdominal através do canal inguinal, contorna a bexiga e se liga ao ducto da vesícula semi-
nal, formando o canal ejaculador, este por sua vez se liga a uretra.

Disponível em: slideplayer.com.br/slide/3637930/. Acesso em jan 2016.

Ducto Ejaculador
Fusão dos canais deferentes sob a bexiga: forma o duto ejaculador que desemboca na uretra.

Uretra
A uretra é comumente um canal destinado para a urina, mas os músculos na entrada da be-
xiga se contraem durante a ereção para que nenhuma urina entre no sêmen e nenhum sêmen en-

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Anatomia e Fisiologia Humana
tre na bexiga. Duto comum aos sistemas reprodutor e urinário do homem. Todos os espermatozói-
des não ejaculados são reabsorvidos pelo corpo dentro de algum tempo.
Próstata Glândula localizada abaixo da bexiga urinária. Secreta substâncias alcalinas que neutra-
lizam a acidez das secreções vaginais e dão motilidade aos espermatozoides; Produz secreção prostá-
tica que é nutritiva para os espermatozoides Esta substância compõe o sêmen.
Exame  de  toque:  Devido  ao  elevado  número  de  câncer  de  próstata,  faz  necessário  o exa-
me após os 40 anos de idade (exame de toque).

Disponível em:  http://www.soc.ucsb.edu/sexinfo/article/prostate-gland. Acesso em jan 2016.

Glândulas Bulbo Uretrais
Sua secreção transparente é lançada dentro da uretra para limpá-la e preparar a passagem dos es-
permatozoides. Também tem função na lubrificação do pênis durante o ato sexual.

Vesículas seminais
São responsáveis pela produção de um líquido, que será liberado no ducto ejaculatório que, jun-
tamente com o líquido prostático e espermatozoides, entrarão na composição do sêmen.
O líquido das vesículas seminais age como fonte de energia para os espermatozoides e é cons-
tituído principalmente por frutose, apesar de conter fosfatos, nitrogênio não proteico e prostaglandi-
nas que são hormônios produzidos em numerosos tecidos do corpo.

Pênis
Órgão masculino da cópula, é uma estrutura flácida, quando não estimulada. É ligado às pare-
des anterior e lateral do arco pubiano.
É composto de três colunas longitudinais - duas de corpos cavernosos e um esponjoso - de teci-
do erétil (capaz de aumentar de tamanho quando repleto de sangue).

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Anatomia e Fisiologia Humana
A estimulação sexual é parassimpática dilata as artérias que suprem o pênis e uma grande quan-
tidade de sangue sob pressão entra nos espaços cavernosos do tecido erétil. Na extremidade do pê-
nis encontra-se a glande - cabeça do pênis, onde podemos visualizar a abertura da uretra.
Com  a  manipulação  da  pele  que  a  envolve  –  o  prepúcio  -  acompanhado  de estímulo  eróti-
co, ocorre a inundação dos corpos cavernosos e esponjoso, com sangue, tornando-se rígido, com con-
siderável aumento do tamanho (ereção).
O prepúcio deve ser puxado e higienizado a fim de se retirar dele o esmegma (uma secreção se-
bácea espessa e esbranquiçada, com forte odor, que consiste principalmente em células epiteliais des-
camadas que se acumulam debaixo do prepúcio).
Quando  a  glande  não  consegue  ser  exposta  devido  ao  estreitamento  do  prepúcio,  diz-se
que a pessoa tem fimose.
Circuncisão: procedimento cirúrgico para a correção da fimose.

Disponível em: www.auladeanatomia.com.br. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: slideplayer.com.br/slide/3272673. Acesso em jan 2016.

Bolsa Escrotal
Um espermatozoide leva cerca de 70 dias para ser produzido. Eles não podem se desenvolver ade-
quadamente na temperatura normal do corpo (36,5°C). Assim, os testículos se localizam na parte exter-
na do corpo, dentro da bolsa escrotal, que tem a função de termorregulação (aproximam ou afastam os tes-
tículos do corpo), mantendo-os a uma temperatura geralmente em torno de 1 a 3 °C abaixo da corporal.

Disponível em: www.grandesimagenes.com/escroto. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Figura- Sistema reprodutor masculino

Disponível em: www.ebah.com.br. Acesso em jan 2016.

12 SISTEMA REPRODUTOR FEMININO
Ele está localizado no interior da cavidade pélvica. A pelve constitui um marco ósseo forte que re-
aliza  uma  função  protetora.  É  dividido  em  órgãos  internos  (ovários, tubas  uterinas,  útero  e  vagi-
na) e externos (orifício externo da vagina, lábios e clítoris).
É constituído por: dois ovários; duas tubas uterinas (trompas de Falópio); um útero; uma vagi-
na; uma vulva.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Órgãos Internos

Disponivel em: www.cientic.com. Acesso em jan 2016.

Disponível em: www.estudopratico.com.br. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Útero Órgão  oco  situado  na  cavidade  pélvica  anteriormente  a  bexiga  e  posteriormente  ao
reto, de parede muscular espessa (miométrio) e com formato de pera invertida. É revestido interna-
mente por um tecido vascularizado rico em glândulas - o endométrio.
É possível distinguir duas partes:a superior ou corpo, mais volumosa onde desembocam as trom-
pas de Falópio; a inferior, mais estreita, chamada colo ou cérvix que comunica com a vagina.
Função: recebe embriões que se implantam no endométrio, e desenvolve vasos sanguíneos ex-
clusivamente para esta função.
Camadas: endométrio, miométrio e perimétrio.
• Perimétrio: peritônio envolve o útero.
• Miométrio: fibras musculares lisa, maior parte do útero.
• Endométrio:  reveste  a  cavidade  uterina,  é  a  que  sofre  modificações  com  a  fase do  ci-
clo menstrual e na gravidez.
Meios de fixação do útero: ligamento largo do útero e ligamento redondo do útero.
O endométrio prepara para receber o óvulo, há aumento de volume, formação de redes de capi-
lares. Não ocorrendo fecundação, essa camada do endométrio sofre descamação. O sangue e os res-
tos da mucosa são eliminados através da vagina. Este fenômeno é a menstruação. Primeira: menar-
ca, 11 a 13 anos e a última: menopausa, 45 a 52 anos.

Disponível em: www.draalessandramatos.com.br/sistema-reprodutor.php. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Ovários
Órgãos em forma de amêndoa, localizados na cavidade abdominal, onde são formados os gâ-
metas  (óvulos).  São  as  gônadas  femininas,  produzem  estrógeno  e progesterona,  hormônios  sexu-
ais femininos.

Funções: 
1 – produção de estrógeno e progesterona, que controlam o desenvolvimento e funcionamen-
to dos demais órgãos genitais e também o desenvolvimento dos caracteres sexuais secun-
dários. 
2 – produção de óvulos.

Tubas Uterinas
Canais com 12 a 14 cm de comprimento, que se estendem desde cada um dos ovários até à par-
te superior do útero. Iniciam-se por uma porção em forma de funil - pavilhão - que envolve parcial-
mente o ovário.
O  seu  epitélio  de  revestimento  é  formado  por  células  ciliadas  e  os  batimentos  dos cílios  mi-
croscópicos e os movimentos peristálticos impelem o gâmeta feminino até o útero. Local onde ocor-
re a fecundação do óvulo (ampola da tuba).

Disponível em: drcaiojr.site.med.br. Acesso em jan 2016.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: www.sobiologia.com.br/conteudos/Corpo/reproducao2.php. Acesso em jan 2016.

Laqueadura

Disponível em:www.maeaflordapele.com.br. Acesso em jan 2016.

Vagina
A vagina é um canal de 8 a 10 cm de comprimento, de paredes elásticas, que liga o colo do úte-
ro aos genitais externos. Contém de cada lado de sua abertura, internamente, duas glândulas deno-
minadas glândulas de Bartholin, que secretam um muco lubrificante.
A entrada da vagina é protegida por uma membrana circular - o hímen – que fecha parcialmen-
te o orifício vulvo-vaginal e é quase sempre perfurado no centro, podendo ter formas diversas. Geral-
mente, essa membrana se rompe nas primeiras relações sexuais.

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: pt.slideshare.net/LUAHUFT/sistema-genital-feminino-9994497. Acesso em jan 2016.

Canal do órgão sexual feminino dos mamíferos, que se estende do colo do útero à vulva. A fun-
ção da vagina é receber o pênis no coito e dar saída ao feto no momento do parto, assim como expul-
sar o conteúdo menstrual.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: professorcampelobiologia.blogspot.com/. Acesso em jan 2016.

Órgãos Externos

Vulva
Estruturas de proteção, sensibilidade e prazer.

Lábios
Pregas  cutâneo-mucosas  intensamente  irrigadas  -  os  grandes  lábios.  Pregas cutâneo-muco-
sas que envolvem a entrada da vagina - os pequenos lábios.
Função: proteção

Clítoris
Pequeno órgão de grande sensibilidade, localizado sobre uma depressão na qual se abrem o ori-
fício urinário e genital. É formado essencialmente por tecido esponjoso.
Orifício que corresponde à abertura da vagina. Permite a saída do sangue menstrual, a entra-
da do pênis quando da relação sexual e a expulsão da criança, no nascimento.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: slideplayer.es/slide/1132875/. Acesso em jan 2016.

Hormônios
Desde o nascimento, a mulher apresenta em seu ovário cerca de 400.000 folículos, sendo que
destes 300 irão se tornar maduros desde o período da menarca, que corresponde a primeira menstru-
ação e geralmente acontece em torno de 11 a 13 anos, até a menopausa, que corresponde ao periodo
em que a mulher apresenta sua ultima menstruação.
A partir da menarca, a cada ciclo de 28 dias, um folículo migra para a superficie do ovário. Os
ovarios são responsáveis pela produção dos óvulos, que liberam de forma alternada os folículos pro-
duzindo os hormônios progesterona e estrogênio.
Estes hormônios por sua vez aceleram o processo de maturação final do folículo, fazendo com
que ele se rompa e dessa forma libere o óvulo, sendo este processo chamado de ovulação e que dura
em torno de 14 dias.
Caso o óvulo nao seja fecundado, ele é reabsorvido pelo organismo e os ovários paralisam a sua
produção até que um novo ciclo comece e um novo folículo seja liberado.
Nesta circunstância, o endométrio, que é uma camada superficial com elevada vascularização,
descama e elimina uma determinada quantidade de sangue através da vagina, sendo este processo
conhecido como menstruação.
Agora caso o óvulo venha a ser fecundado, ele migra para a região do útero, onde se fixa no
endométrio, fenômeno este conhecido como nidação.

Estrógeno
O  estrógeno  induz  as  células  de  muitos  locais  do  organismo,  a  proliferar,  isto  é,  a aumen-
tar em número. Por exemplo, a musculatura lisa do útero, aumenta tanto que o órgão, após a puber-
dade, chega a duplicar ou, mesmo, a triplicar de tamanho.
O estrogênio também provoca o aumento da vagina e o desenvolvimento dos lábios que a cir-
cundam, faz o púbis se cobrir de pêlos, os quadris se alargarem e o estreito pélvico assumir a for-

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Anatomia e Fisiologia Humana
ma ovóide, em vez de afunilada como no homem.
Provoca o desenvolvimento das mamas e a proliferação dos seus elementos glandulares, e, fi-
nalmente, leva o tecido adiposo a concentrar-se, na mulher, em áreas como os quadris e coxas, dan-
do-lhes o arredondamento típico do sexo.

Progesterona
A progesterona age em todo o corpo físico da mulher preparando-a para a gravidez. Sua maior con-
seqüência é a amenorréia, ou falta de menstruação. É um hormônio essencial na manutenção da gra-
videz, pois evita a descamação do endométrio, que ocasionaria um aborto.

Disponível em: professorcampelobiologia.blogspot.com/. Acesso em jan 2016.

13 SISTEMA NERVOSO
O  sistema  nervoso,  juntamente  com  o  sistema  endócrino,  capacitam  o  organismo a  perce-
ber as variações do meio (interno e externo), a difundir as modificações que essas variações produ-
zem e a executar as respostas adequadas para que seja mantido o equilíbrio interno do corpo (ho-
meostase).

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Anatomia e Fisiologia Humana
São os sistemas envolvidos na coordenação e regulação das funções corporais.
Em termos gerais, o sistema nervoso é responsável por controlar a maioria das funções do cor-
po, por meio do controle das contrações dos músculos esqueléticos, lisos dos órgãos internos e tam-
bém a velocidade de secreção das glândulas exócrinas e endócrinas. As glândulas exócrinas secretam
substâncias para fora do organismo como o suor por exemplo. Ja as glândulas endócrinas secretam
substâncias para dentro do corpo.

Célula Nervosa
O tecido nervoso é composto por células nucleadas especiais, chamadas neurônios, que apre-
sentam prolongamentos extensos capazes de receber estímulos externos como frio, calor, dor. Sua
morfologia é complexa, mas geralmente apresentam três componentes.
 

Disponível em: saude.hsw.uol.com.br/cerebro2.htm. Acesso em jan 2016.

Os dendritos são prolongamentos que atuam como receptores dos estimulos externos, de célu-
las epiteliais sensoriais ou também de outros neurônios.
O corpo celular ou pericário corresponde ao o centro de passagem dos impulsos nervosos da célula.
O axônio por sua vez corresponde a um prolongamento único, especializado na condução de
impulsos que levam informações do neurônio para outras células nervosas, glandulares e musculares.
Os axõnios ficam envoltos por uma camada gelatinosa que atua como isolante e recebe o nome de
bainha de mielina.

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Anatomia e Fisiologia Humana

  Disponível em: ajudaescolar.weebly.com/tecido-nervoso.html. Acesso em jan 2016.

Disponível em: pt.slideshare.net/Marco_Antonioo/aula-7-sistema-nervoso. Acesso em jan 2016.

Células da Neuróglia ou Glia: são as células do tecido nervoso que não conduzem impulsos ner-
vosos, no entanto, desempenham funções importantes. Podem ser:
 Astrócitos: relacionadas com a nutrição e sustentação dos neurônios.
 Oligodendrócitos: também participam da nutrição e sustentação dos neurônios.
 Microgliócitos  ou  Micróglia:  associam-se  com  o  mecanismo  de  defesa  por fagocito-
se no S.N.C.
 Células Empendimárias: revestem as cavidades naturais do S.N.C. e em alguns pontos espe-
cializam-se para secreção do líquor.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Anatomia e Fisiologia Humana
Transmissão Nervosa
Para que haja a transmissão de um impulso nervoso entre os neurônios é necessário a presença
de uma estrutura chamada sinapse.

Disponível em: www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia. Acesso em jan 2016.

Sinapses
Quando  o  potencial  de  ação  chega  ao  fim  do  axônio,  encontra  fendas,  as sinapses, separan-
do um neurônio do outro ou do efetor. O neurônio que transmite o impulso é chamado de neurô-
nio pré-sináptico, enquanto o que recebe, de neurônio pós- sináptico.

Disponível em: www.uff.br/WebQuest/pdf/ionico.htm. Acesso em jan 2016.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: enemquiz.com.br/simulado/biologia/tecido-nervoso. Acesso em jan 2016.


Há 2 tipos de sinapses: elétrica e química.
1 -  Sinapse  elétrica:  o  potencial  de  ação  pode  ser transmitido  diretamente  para  outra célu-
la, por meio de conexões célula-célula, as “gap junctions”.
A transmissão do impulso nestas sinapses é muito rápida.
2  -  Sinapse  química:  a  fenda  entre  as  duas  células  é  de  mais  de  20nm  e  o  impulso ner-
voso  não  consegue  “saltar”  a  fenda  para  chegar  na  outra  célula.  Assim,  é  necessário
que  compostos  químicos,  os  neurotransmissores,  conduzam  a  mensagem  neural  através
das sinapses. Após atravessar a fenda sináptica, os neurotransmissores ligam-se à recepto-
res específicos na membrana plasmática do neurônio pós-sináptico.

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Anatomia e Fisiologia Humana
O grupo de axônios constitui às fibras nervosas, cuja união forma os feixes ou tractos do siste-
ma nervoso central e os nervos do sistema nervoso periférico. A junção dos corpos neuronais consti-
tui uma substância cinzenta denominada córtex.

Disponível em: www.ebah.com.br/content/ABAAABt_cAJ/sistema-nervoso. Acesso em jan 2016.

Disponível em: www.ebah.com.br/content/ABAAABt_cAJ/sistema-nervoso. Acesso em jan 2016.

Funcionamento do sistema nervoso
O funcionamento do sistema nervoso vai depender do que chamamos de arco reflexo com-
posto pela ação das vias aferentes, sensitivas ou centrípetas, que atuam na condução dos impulsos
originados nos receptores externos ou internos que estão presentes em vários órgãos e sensíveis às

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Anatomia e Fisiologia Humana
mudanças químicas, à pressão ou tensão. Também faz parte da sua composição os centros nervosos
que formam a resposta aos estímulos enviados pelas vias sensitivas, a via eferente, centrífuga ou mo-
tora que é responsável por conduzir a resposta voluntária ou involuntária dos centros nervosos para
os tecidos glandular e muscular.
• Neurônios Eferentes – Transportam impulsos do SNC para os órgão efertores;.
• Neurônios Aferentes – Regulação reflexa e ajustes;.
• Neurônios  Simpáticos-  Se  divide  em  neurônios  pré  ganglionares  curtos  e  pós gangliona-
res longos;.
• Neurônios Parassimpáticos - Se divide em neurônios pré ganglionares longos e pós ganglio-
nares curtos;.
• Neurônios entéricos – Coleção de fibras nervosas que inervam o TGI, pâncreas e vesícula bi-
liar,independe do SNC e controla a motilidade, secreções exócrinas e endócrinas e a micro-
circulação do TGI.
Divisão do Sistema Nervoso

Disponível em: www.estudiaronline.org. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
No que se refere a anatomia,  o  sistema  nervoso  está dividido em  sistema nervoso central
(SNC) e sistema nervoso periférico (SNP).

Sistema Nervoso Central
O SNC é constituido pelo encéfalo e pela medula espinhal, onde o primeiro situa-se no inte-
rior da caixa craniana e o segundo na coluna vertebral.

Fazem parte do encéfalo: o cérebro, diencéfalo, cerebelo e tronco encefálico (mesencéfalo, pon-


te e medula oblonga). Sua porção central é composta por uma substância esbranquiçada; a parte ex-
terna é compsota por uma substância cinzenta.
O cérebro divide-se em duas partes simétricas (hemisférios direito e esquerdo) cuja troca de im-
pulsos é feita pelo corpo caloso. Sua superfície evidencia pregas (giros) e reentrâncias (sulcos e fissu-
ras) do córtex cerebral.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Figura- Composição do Sistema nervoso

Disponível em: meucerebro.com › Cérebro. Acesso em jan 2016.

Disponível em: bio-neuro-psicologia.usuarios.rdc.puc-rio.br/telencefalo.html. Acesso em jan 2016.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: bio-neuro-psicologia.usuarios.rdc.puc-rio.br/telencefalo.html. Acesso em jan 2016.

Os sulcos e fissuras promovem a divisão dos hemisférios em lobos que atuam por meio de fun-


ções específicas – como sensitivas, auditivas, visuais, movimentação voluntária, memória, concentra-
ção, raciocínio, linguagem, comportamento, entre outras.

Disponível em: www.valeapenaviverpcs.blogspot.com. Acesso em jan 2016.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em:www.serendip.brynmawr.edu. Acesso em jan 2016.

Disponível em: www.myshared.ru/slide/309479/. Acesso em jan 2016.


Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Anatomia e Fisiologia Humana

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Anatomia e Fisiologia Humana
O diencéfalo forma a parte central de maior relevância do encéfalo e é composto pelo tálamo e
pelo hipotálamo.
Através do tálamo passam todas as vias sensitivas que informam as percepções da sensibilida-
de dos órgãos dos sentidos, com exceção do olfato, e também percebe sensações tais como pressão,
calor extremo e dor intensa. O  hipotálamo,  está situado  abaixo  do  tálamo, aloja  a  hipófise  e tam-
bém controla as principais funções vegetativas e endócrinas do corpo.
O hipotálamo representa uma das vias mais importantes de saide de controle do sistema límbi-
co, que corresponde ao circuito neuronal que regula as emoções e também os impulsos motivacionais.

Disponível em: weheartit.com/entry/group/52002363. Acesso em jan 2016.

Disponível em: cmapspublic3.ihmc.us. Acesso em jan 2016.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=JjHt-fr0lLU. Acesso em jan 2016.

O cerebelo promove a regulação da tonicidade, dos movimentos e também participa da manu-


tenção do equilíbrio corporal. O tronco cerebral une todas as partes encefálicas à medula espinhal,
também conhecida vulgarmente como espinha.
Cerebelo: coordenação motora.
• Hemisférios cerebelares (2);.
• Folhas cerebelares (substância cinzenta-corpos de neurônios);.
• Substância branca

CEREBELO

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Anatomia e Fisiologia Humana
O tronco cerebral realiza funções especiais de controle, da respiração, da função gastrintestinal,
do sistema cardiovascular, do equilibrio, de alguns movimentos estereotipados do corpo e também
dos movimentos dos olhos.
Esse órgão atua como uma estação que retransmite os sinais de comando advindos de centros
neurais ainda mais superiores que controlam o tronco cerebral de modo que este dê inicio ou altere
as funções de controle específico por todo o corpo.
A medula espinhal está presente no interior do canal formado pelas vértebras da coluna verte-
bral. Dela partem 33 pares de nervos espinhais, tanto à direita quanto à esquerda, que inervam o pes-
coço, tronco e membros, ligando o encéfalo ao resto do corpo e vice- versa.

Disponível em: sistemanervosocentral.jimdo.com. Acesso em jan 2016.

Sistema Nervoso Periférico

Corresponde aos nervos  cranianos  e  espinhais.  Estes partem do tronco cerebral onde há 12
pares de nervos cranianos que apresentam funções específicas e nem sempre estão sob controle vo-
luntário.
Os nervos que apresentam fibras de controle involuntário recebem o nome de sensitivos. Já os
nervos de controle voluntário são chamados de motores.

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Anatomia e Fisiologia Humana
A partir dos órgãos dos sentidos e dos receptores (terminações nervosas sensitivas), presen-
tes em várias partes do corpo, o SNP conduz impulsos nervosos para o SNC, e deste para os múscu-
los e glândulas.
Os nervos espinhais estão divididos e denominados conforme a sua localização na coluna verte-
bral: 8 cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e um coccígeo.

Disponível em: www.auladeanatomia.com. Acesso em jan 2016.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: www.pinterest.com. Acesso em jan 2016.

No que se refere a fisiologia, o sistema nervoso apresenta a seguinte divisão:


• sistema nervoso voluntário: que controla a musculatura estriada esquelética
• sistema nervoso autônomo ou involuntário: que atua no controle da musculatura lisa, do
músculo cardíaco, da secreção glandular digestiva e sudoríapra e também de alguns órgãos
endócrinos.

Nervos cranianos:
I - Nervo Olfatório
II - Nervo Óptico
III - Nervo Oculomotor
IV - Nervo Troclear
V – Trigêmeo
VI - Nervo Abducente
VII - Nervo Facial
VIII - Nervo Vestibulococlear
IX - Nervo Glossofaríngeo
X - Nervo Vago
XI - Nervo Acessório
XII - Nervo Hipoglosso Os motores (puros) são os que movimentam o olho, a língua e acesso-
riamente os músculos látero-posteriores do pescoço. 
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Anatomia e Fisiologia Humana
São eles:
III - Nervo Oculomotor
IV - Nervo Troclear
VI - Nervo Abducente
XI - Nervo Acessório
XII - Nervo Hipoglosso
Os  sensitivos  (puros)  destinam-se  aos  órgãos  dos  sentidos  e  por  isso  são chamados  senso-
riais e não apenas sensitivos, que não se referem à sensibilidade geral (dor, temperatura e tato). 
Os sensoriais são:
I - Nervo Olfatório
II - Nervo Óptico
VIII - Nervo Vestibulococlear
Os mistos (motores e sensitivos) são em número de quatro:
V - Trigêmeo
VII - Nervo Facial
IX - Nervo Glossofaríngeo
X - Nervo Vago
Funções:
1º - Olfativo ou olfatório: (sensitivo) conduz até o cérebro os impulsos responsáveis pela per-
cepçaõ do olfato;
2º - Óptico: (sensitivo) conduz ao cérebro os estímulos que produzem as sensações visuais;
3º  -  Motor  ocular  comum  ou  oculomotor:  atuam  na movimentação  dos  olhos  e também na
constrição (motor) pupilar;
4º - Troclear: (motor) atua de forma participativa nos movimentos dos olhos;
5º  Trigêmeo:  (misto)  age  sobre  o  músculo  temporal  e  masseter,  percebendo  as sensa-
ções da face e sendo responsável pelas expressões;
6º - Abducente: (motor) atua no desvio lateral dos olhos;
7º -  Facial: (misto) um de seus ramos age sobre os músculos mímicos da face; o outro, Promo-
ve a inervação das glândulas salivares e lacrimais, além de conduzir a sensação de paladar
captada na região da língua;
8º - Acústico: (sensitivo) possui ramos que possibilitam a audição e outros, o equilíbrio;
9º - Glossofaríngeo: (misto) sua parte motora conduz estímulos da faringe e a parte sensitiva
permite que o paladar seja percebido;
10º - Vago: (misto) abdominais; atua na inervação de órgãos toráxicos e regula os batimentos
cardíacos;
11º - Espinhal ou acessório: (motor) é responsável por inervar os músculos da região do pesco-
ço e do tronco; 12º - Hipoglosso: (motor) auxilia nos movimentos da língua

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: carolvillefort.blogspot.com. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
A maioria das funções do Sistema Nervoso Autônomo são articuladas juntamente com o Siste-
ma Nervoso Central, principalmente o hipotálamo.
Com relação ao aspecto anatômico e funcional, o SNA está dividido em sistema simpático e pa-
rassimpático, que atua de modo antagônico, porem em equilíbrio.
O sistema simpático trabalha estimulando as atividades realizadas durante situações emergên-
ciais e estressantes, onde os batimentos cardíacos ficam acelerados e a pressão arterial aumenta.
 O sistema parassimpático por sua vez estimula as ações que preservam e restauram os recursos
corpóreos (por exemplo, diminuição dos batimentos cardíacos).

Fonte: Elaborado pelo autor

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Anatomia e Fisiologia Humana
Cada porção do SNA apresenta duas cadeias neuronais. O corpo celular do primeiro neurônio
está situado na coluna visceral do encéfalo e também da medula espinhal. O correspondente ao se-
gundo neurônio está presente num gânglio autônomo, externo ao SNC.
O axônio referente ao primeiro neurônio recebe o nome de fibra pré-sináptica ou pré-ganglio-
nar. Já o que corresponde ao segundo neurônio é chamado de fibra pós-sináptica ou pós-ganglionar.
Os gânglios situam-se ao longo da coluna vertebral, nas proximidades ou na parte interna dos órgãos
que são inervados por ele, e também na cavidade abdominal.
As fibras pós-ganglionares utilizam uma artéria, um nervo independente ou então se liga aos
nervos espinhais para alcançar a musculatura.
 No sistema simpático, os corpos celulares dos neurônios préganglionares localizam-se na subs-
tância cinzenta (corno lateral) da medula espinhal, começando no primeiro segmento torácico e ter-
minando no segundo ou terceiro segmento lombar.
Os corpos celulares dos neurônios pós-ganglionares situam-se nos gânglios para-vertebrais e pré-
vertebrais.  Por  liberarem  adrenalina  ou  noradrenalina,  as terminações  pós-ganglionares  simpáti-
cas são conhecidas como adrenérgicas.
No sistema parassimpático, os corpos celulares dos neurônios pré-ganglionares estão situados
nos núcleos dos pares III, VII, IX e X dos nervos cranianos no tronco encefálico e no 2º, 3º e 4º segmen-
tos sacrais da medula espinhal.
As fibras pré-ganglionares realizam sinapse utilziando o corpo celular pertencente a um neurô-
nio pós-ganglionar parassimpático, que esteja próximo ou que se localiza na parede do órgão-alvo. Em
função de liberarem acetilcolina, grande parte das terminações pós-ganglionares parassimpáticas são
chamadas de colinérgicas.

Disponível em: pt.slideshare.net/gueste74a91/sistema-nervoso-1888015. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Proteção do SNC
O SNC é completamente envolvido por um sistema especial de formação protetora, representa-
do por três membranas denominadas meninges, que impedem o seu atrito com a caixa óssea.
A  função  das  meninges  vai  além  de  uma  proteção  mecânica,  pois  é  através  de sua  cama-
da mais interna, a pia-máter, que passam os vasos sangüíneos que fazem a irrigação cerebral.
A camada seguinte, denominada aracnóide, é presa à meninge mais externa, fibrosa e resisten-
te: a dura-máter.
Mas  entre  a  pia-máter  e  a  aracnóide  existe  um  espaço  denominado  espaço subaracnói-
deo, por onde circula o líquido cefalorraquidiano ou líquor.

Disponível em: pixshark.com. Acesso em jan 2016.

Semelhantemente  ao  coração,  o  encéfalo  também  possui  quatro  cavidades,  os ventrícu-


los, que se comunicam como os cômodos de uma casa.
Produzido pelo  plexo coróide  e pelo epitélio dos  ventrículos  e  espaço subaracnóide,  o  líqui-
do flui dos ventrícuos através dos forames laterais e medial, preenchendo as superfícies cerebrais e es-
pinhais dentro deste espaço. Sua reabsorção se dá nos vilos aracnóides, predominantemente ao lon-
go do seio sagital superior.
O líquor é um líquido transparente - semelhante à água cristalina - que circula pelos ventrícu-
los e por todo o SNC, protegendo-o de impactos (funcionando como amortecedor) e agentes invaso-
res.
Exerce ainda a função de manter a estabilidade da pressão cerebral, sendo continuamente fabri-
cado nos ventrículos laterais do SNC (III e IV), drenado e reabsorvido.
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Anatomia e Fisiologia Humana
Como  vimos,  o  sistema  nervoso  é  o  centro  de  comando  do  organismo,  capaz de  influen-
ciar os atos voluntários, involuntários e reflexos.
Por isso, exige do profissional de saúde - durante procedimentos como a localização adequa-
da para a administração de medicamentos intramusculares, por exemplo - cuidados especiais no sen-
tido de sua preservação.

14 SISTEMA SENSORIAL
Diariamente, o ambiente que nos circunda repassa uma diversidade de estímulos que são capta-
dos pelo organismo – o chamado sentido ou sensação. Os ruídos, a claridade, o clima, o cheiro e o sa-
bor dos alimentos, por exemplo, são fatores sempre presentes.
Alguns órgãos, compostos por células sensíveis são especializados em reconhecer determinados
estímulos externos, levando a informação para a respectiva área do cérebro. O conjunto desses órgãos
é chamado de órgãos dos sentidos.
Fazem parte desse conjunto os olhos(permite a visão), a lingua (permite o paladar), o nariz (per-
mite o olfato), a orelha (permite a audição) e a pele (percebe o estímulo através do tato).

Olhos – Visão
Os olhos estão situados no interior de duas cavidades ósseas da face, chamadas de órbitas ocu-
lares.
Possuem  dois  globos  oculares  que são  compostos  por  três diferentes membranas  chamadas
de  esclerótica,  coróide e  retina.Na  porção  anterior  do globo  ocular,  a  membrana  esclerótica,  for-
ma uma camada transparente que recebe o nome de córnea.
Na  coróide,  estão situados os  vasos  sangüíneos.  A  retina, que corresponde a sua membrana
mais interna e também a mais sensível, é composta por uma extensão do nervo óptico.
Na parte interna do globo ocular, está presente uma substância que ocupa sua maior parte. Esta
recebe o nome de humor vítreo e apresenta uma consistência gelatinosa e transparente, estando
situada logo atrás do cristalino, atuando, portanto, como uma espécie de lente que regula a imagem
com nitidez.
O cristalino altera-se devido a ação dos músculos ciliares, que são comandados pelo SNA.
Entre o cristalino e a córnea há uma substância líquida e transparente denominada humor aquo-
so. Na parte anterior do olho, a coróide forma um disco cuja cor é variável para cada pessoa, denomi-
nada íris.
Em seu centro existe um orifício cujo tamanho altera-se de acordo com a quantidade de luz que so-
bre ele incide, a pupila, também conhecida como “menina dos olhos”.

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: https://www.clinicadam.com/../8867.htm. Acesso em jan 2016.

Disponível em: pt.slideshare.net/faustobarros9/sistema-sensorial-45706912. Acesso em jan 2016.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Anatomia e Fisiologia Humana

A ideia da criação da máquina fotográfica originou-se a partir da observação do funcionamen-
to do olho humano. Para sua utilização, faz-se necessário filme, luz e lentes.
Numa correlação com nossa matéria, o filme corresponderia à retina - onde são fixadas as ima-
gens; a lente, ao cristalino - que, para melhorar a nitidez da imagem, se altera de acordo com o foco de-
sejado. Por sua vez, a luz é fator indispensável à visão, sem ela nada se enxerga, nem nenhuma foto-
grafia é revelada.
Existem  seis  músculos  que  controlam  o  movimento  do  globo  ocular.  Caso apresentem  algu-
ma disfunção, ocorre o estrabismo - desvio do olhar em sentido oposto ao do olho normal, circuns-
tância em que, na maioria dos casos, é indicado o uso de óculos ou até mesmo cirurgia para a corre-
ção do problema.

Disponível em: drerickabrasilmassa.site.med.br/areadopaciente/index.asp. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
A miopia, a hipermetropia e o astigmatismo correspodem a alterações da visão que ocorrem
com mais frequência. O astigmatismo é uma deformidade da córnea que causa um desvio da imagem,
fazendo com que seja necessário a utilização de lentes cilíndricas para corrigir esse defeito.
No caso da hipermetropia, a imagem é formada atrás da retina, sendo necessário o uso de len-
tes do tipo convergente para que a imagem volte a localizar-se sobre a retina.
A miopia corresponde a formação da imagem na frente da retina, e apra corrigir esse defeito é
preciso fazer uso de lentes do tipo divergente, que facilitarão o afastamento da imagem para que está
coincida sobre a própria retina.
Na porção anterior dos olhos estão situadas as pálpebras e os cílios que também são responsá-
veis pela proteção da visão, evitando a entrada de corpos estranhos.
No canto interno da pálpebra estão presentes dois orifícios pequenos chamados de ponto la-
crimal superior e inferior. É por meio deles que as lágrimas saem, seja por alguma reação física ou
mesmo emocional.
A sobrancelha também é considerada fator de proteção, por dificultar a passagem do suor da tes-
ta para os olhos.

Disponível em: drerickabrasilmassa.site.med.br/areadopaciente/index.asp. Acesso em jan 2016.

Língua – Paladar
A alimentação corresponde a um ato de prazer e necessidade, desde que realizada de forma
moderada pode trazer vários benefícios para o corpo.
São uma variedade de sabores que atraem muitas pessoas. Seja pelo doce, salgado, amargo ou
azedo é na lingua que a distinção entre esses sabores será efetuada.
A lingua atua na emissão do som, composta por uma massa de tecido muscular estriado, que
é recoberta por uma mucosa. Apresenta forma achatada e ligeiramente cônica. É formada por duas
partes:  

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Anatomia e Fisiologia Humana
1.  A superior ou dorsal, está situada nas papilas gustativas, onde suas terminações nervosas
acabam transmitindo a sensação do gosto, processo este em que a saliva desempenha uma
função importante, tendo em vista que sua viscosidade facilita a captação dos estímulos.
2.  A ventral ou inferior, que pode ser notada quando a ponta da língua é elevada no sentido
do palato (céu da boca).

Disponível em: www.healthtap.com. Acesso em jan 2016.

Nariz – Olfato
O nariz, corresponde ao órgão olfativo composto por 2 cavidades, que são chamadas de fossas
nasais, onde encontram-se separadas pelo septo. Seus oríficios anteriores e posteriores estabelecem
comunicação respectivamente com o meio externo (narinas) e com a faringe (coanas). Na parte su-
perior das fossas nasais existe um revestimento mucoso composto por células olfativas situadas nas
terminações do nervo olfativo, o que nos permitir perceber o olfato. Esse sentido sofre estímulos por
meio de substÂncias químicas que ficam espalhadas no ar, motivo este que faz com que ele seja con-
siderado um sentido “químico”.
Dentro das fossas nasais estão presentes os pêlos, que tem como função a de filtrar o ar que
é inalado. Estes pêlos em conjunto com o muco promovem a retênçao de poluentes, sem contar os
vários microrganismos que são trazidos pelo ar.

Disponível em:www.2.ibb.unesp.br. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: www.anatomiahumana.com.br. Acesso em jan 2016

Orelha – Audição
A orelha, é constituida por três partes:  a orelha externa, a média e a Interna. Este corresponde
ao órgão responsável pela audição.

Disponível em: brasilescola.uol.com.br/fisica/a-audicao-humana.htm. Acesso em jan 2016.

O pavilhão auditivo apresenta uma depressão com o formato oval e flexível em função do tecido


cartilaginoso que a compõe.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Seu canal auditivo externo direciona o som apra dentro do ouvido, atuando como uma espécie
de receptor sonoro.
Neste canal existem pêlos e glândulas cuja função consiste em proteger a porção interna do
ouvido contra a ação de agentes externos.

Disponível em:www.euroaudiologia.com.br. Acesso em jan 2016.

O tímpano situa-se na porção final do canal auditivo externo e na parte inicial do pavilhão audi-
tivo médio. É formado por uma membrana fina que sofre vibrações conforme as ondas sonoras que
passam por ela.
Além dele, estão presentes no pavilhão auditivo médio três ossículos que recebem o nome de
martelo, bigorna e estribo. Esses ossículos se articulam percebendo a vibração da membrana timpânica.
É na região do pavilhão auditivo médio que se inicia um canal flexível onde este se estende até a
região da faringe, chamado de trompa de Eustáquio, que tem como função a de manter o equilíbrio da
pressão atmosférica no interior da orelha média. Essa porção também é chamada de caixa do tímpano.

Disponível em:www.euroaudiologia.com.br. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
No pavilhão auditvo interno está presente o vestíbulo, que é uma escavação no osso tempo-
ral onde a cavidade superior estabelece comunicação com os canais semicirculares e por isso recebe
o nome de utrículos.
A cavidade inferior recebe o nome de sáculo, que se prolonga até a cóclea ou caracol, nomes
estes que de certo modo explicam o seu formato de tubo enrolado.
Este tubo apresenta em sua parte interna o órgão de Corti, que é formado por células auditi-
vas contendo ramificações  do  nervo  auditivo, sendo este o  principal responsável pelo processo de
captação de estímulos sonoros.
Quando há qualquer tipo de som, suas ondas entram por meio do pavilhão auditivo externo e
quando chegam até a membrana timpânica faz com que ela sofra vibrações. Os ossículos por sua vez
recebem esta vibração e a direcionam ao pavilhão auditivo interno.
Desta forma, as vibrações chegam à cóclea ou caracol, onde os estímulos sonoros são capta-
dos e identificados devido a presença de terminações do nervo auditivo.

Situado no pavilhao auditivo interno, os canais semicirculares atuam promovendo o equilibrio


corporal.
Quando acontece alguma inflamação ou problemas circulatórios, estes podem acabar gerando
uma disfunção no labirinto o que ocasiona a perda do equilibrio, condição esta presente em pacientes
com problemas hormonais, diabeticos, hipertensos, etc.

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Anatomia e Fisiologia Humana

Pele – Tato
O tato é o sentido transmitido através da pele, órgão este que promove o revestimento do cor-
po e apresenta em suas camadas mais profundas as terminações nervosas, que são responsáveis por
enviar a mensagem da sensação até o cerebro. Somente com um toque de mão é possivel notar dife-
renças entre o liso e o áspero, o grande e o pequeno, o mole e o duro, dentre outras diferenciações.
  Além disso é possivel também identificar a necessária utilização da visão.
A  pele possui diversos tipos de receptores sensoriais, que são formados por fibras nervosas
onde o seu agrupamento constitui os corpúsculos sensoriais, que são especializados em realizar a
captação de determinados tipos de sensação, como por exemplo a pressão, a dor, a ardência, etc.
A pele é o maior órgão do corpo humano e ela envolve o corpo estabelecendo seu limite com o
meio externo. Sua estrutura representa cerca de 16% do peso corporal.
Dentre as principais funções da pele estão: defesa orgânica, regulação térmica, funções senso-
riais e proteção contra a ação de agentes externos.
As principais camadas que formam a pele são:
• Epiderme.
• Derme.
• Hipoderme

Epiderme
É a camada mais externa, mais superficial da pele, é constituída por células epiteliais que so-
frem processo de queratinização ou corneificação, que dá origem à camada córnea, composta basica-
mente de queratina, uma proteína responsável pela impermeabilização da pele.

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Anatomia e Fisiologia Humana
A renovação celular constante da epiderme faz com que as células da camada córnea sejam gra-
dativamente eliminadas e substituídas por outras.
Além  dos  queratinócitos  encontram-se  também  na  epiderme:  os  melanócitos, que  produ-
zem o pigmento que dá cor à pele (melanina), varia com a raça. Sarda e pinta são acúmulos circuns-
critos de melanina.

Derme
Camada localizada entre a epiderme e a hipoderme. É responsável pela resistência e elasticida-
de da pele.
É  constituída  por  tecido  conjuntivo  (fibras  colágenas  e  elásticas  envoltas  por substância  fun-
damental),  vasos  sanguíneos  e  linfáticos,  nervos  e  terminações nervosas.  Os  folículos  pilossebáce-
os e glândulas sudoríparas, originadas na epiderme, também localizam-se na derme.
A faixa na qual a epiderme e a derme se unem é chamada de junção dermo- epidérmica. A epi-
derme se projeta em forma de dedos na direção da derme, formando as cristas epidérmicas. Estas au-
mentam a superfície de contato entre as 2 camadas, facilitando a nutrição das células epidérmicas pe-
los vasos sanguíneos da derme.
Hipoderme Também  chamada  de  tecido  celular  subcutâneo,  é  a  porção  mais  profunda  da
pele. Rica em tecido adiposo (gordura, adipócitos) e varia de acordo com a região.
Sua  estrutura  fornece  proteção  contra  traumas  físicos  (mecânicos),  perda  de  calor  e depósi-
to de calorias.

Anexos da pele
São eles: Unhas, pelos, glândulas sudoríparas e glândulas sebáceas.
As  unhas  são  formadas  por  células  corneificadas  (queratina)  que  formam lâminas  de  con-
sistência  endurecida.  Esta  consistência  dura  confere  proteção  as falanges  distais  dos  de-
dos das mãos e dos pés.
Os pelos são uma característica fundamental dos mamíferos. Existem por quase toda a superfí-
cie cutânea, exceto nas palmas das mãos e plantas dos pés.
Coloração do pelo depende da quantidade de pigmento.
Apresenta duas partes: -
• Haste: acima da pele.
• Raiz: está na derme ou hipoderme num tubo epidérmico denominado folículo piloso.
• Bulbo piloso é a parte dilatada do folículo piloso.
• Músculo eretor do pelo: feixe de fibras musculares lisas. 

Função: provoca a ereção do pelo.

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Anatomia e Fisiologia Humana

As  Glândulas  Sudoríparas  produzem  o  suor  e  têm  grande  importância  na regula-


ção  da  temperatura  corporal.  Possuem  um  longo  e  tortuoso  ducto  excretor  que abre  na  superfí-
cie da pele por meio de um poro.
São  de  dois  tipos:  as  écrinas,  que  são  mais  numerosas,  existindo  por  todo  o corpo  e  produ-
zem o suor eliminando-o diretamente na pele e as apócrinas, existentes principalmente nas axilas, re-
giões genitais e ao redor dos mamilos. São as responsáveis pelo odor característico do suor, quan-
do a sua secreção sofre decomposição por bactérias.
As Glândulas Sebáceas produzem a oleosidade ou o sebo da pele e servem para lubrificar a pele e os pe-
los. Mais numerosas e maiores na face, couro cabeludo e porção superior do tronco, não existem nas pal-
mas das mãos e plantas dos pés. Estas glândulas eliminam sua secreção no folículo piloso.
As  Glândulas  Mamárias  são  formadas  de  glândulas  cutâneas  modificadas  que se  especiali-
zam  na  produção  de  leite  após  a  gestação.  Situam-se  ventralmente  aos músculos  da  região  peito-
ral, entre as camadas superficial e profunda da tela subcutânea.
A pele ainda apresenta terminações nervosas, que são divididas em dois tipos:
1.  Livres: dor
2.  Em corpúsculos:
• Receptores de Krause: Frio.
• Receptores de Ruffini: Calor.
• Discos de Merkel: Tato e pressão.
• Receptores de Vater-Pacini: Pressão.
• Receptores de Meissner: Tato

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: http://www.10emtudo.com.br/aula/ensino/receptores_cutaneos/. Acesso em jan 2016.

15 SISTEMA ENDÓCRINO
O sistema endócrino apresenta estruturas que atuam na liberação de determinadas substâncias
na corrente sanguínea, que vão regular o funcionamento de diversas células e também de alguns ór-
gãos essenciais para nossa sobrevivência.
As estruturas que o constituem recebem o nome de glândulas endócrinas, que, por sua vez, li-
beram substâncias chamadas de hormônios.
As glândulas endócrinas, estão situadas em várias partes do corpo, são a hipófise ou pituitá-
ria, a pineal, a tireóide, as paratireóides, as supra–renais, o pâncreas, os ovários e os testículos.

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: pt.slideshare.net/DouglasBarreto/sistema-endcrino-29089792. Acesso em jan 2016.

Em nosso corpo além das glândulas com função endócrina também existe órgãos que realizam
essa função e não chegam a produzir hormônios, mas conseguem secretar substâncias que serão libe-
radas na corrente sanguínea como é o caso do rim, que é responsável pela produção da renina, que
por sua vez irá atuar na regulação da pressão arterial.

Hipófise ou pituitária
Corresponde a uma glândula pequena, similar a um grão de ervilha, que está situada no encéfa-
lo, fixa a uma região chamada de hipotálamo. Essa glândula apresenta uma importância significativa
para o corpo, tendo em vista que é responsável pelo controle do funcionamento de outras glândulas
tais como a tireóide, as sexuais e as supra-renais. A glândula hipofisiana também produz uma grande
quantidade de hormônios como por exemplo:
• hormônio somatotrófico: atuam no crescimento, metabolismo de Proteínas;.
• hormônio ocitocina: promove a contração uterina;.
• hormônio antidiurético – ADH: regula o volume de água no Organismo;.
• hormônio tireotrófico – TSH: estimula as glândulas tireóide;.
• hormônio adrenocorticotrófico ou corticotrofina – ACTH: estimula as glândulas supra-adre-
nais.
Os três tipos de hormônios gonadotróficos são responsáveis pelo desenvolvimento de glându-
las e órgãos sexuais, exercendo influência nos processos de menstruação, ovulação, gravidez e lacta-
ção. São eles:

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Anatomia e Fisiologia Humana
• hormônio folículo estimulante (FSH): age sobre a maturação dos espermatozóides e folícu-
los ovarianos;.
• Hipófise ou pituitária.
• Hormônio luteinizante (LH): estimula os testículos e ovários e provoca a ovulação e forma-
ção do corpo amarelo;.
• Prolactina: que mantém o corpo amarelo e sua produção de hormônios, atuando no desen-
volvimento das mamas e interferindo na produção de leite.

Disponível em: www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia. Acesso em jan 2016.

Disponível em: https://museudinamicointerdisciplinar.wordpress.com. Acesso em jan 2016.

Pineal
A glândula pineal também conhecida como epífise, situa-se na região do diencéfalo e fica rpesa
à porção posterior do teto do 3º ventriculo por meio de uma haste. É composta por serotonina, que é
precursora da melatonina.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Essa glândula converte impulsos nervosos em descargas hormonais e atua de forma participati-
va do ritmo circadiano de 24 horas, além de outros ritmos biológicos, sendo por isso considerada um
transdutor neuroendócrino.
A pineal normal responde à luminosidade, e por isso é mais ativa durantea noite, quando a pro-
dução de serotonina apresenta-se maior quando comparada a produção que acontece durante o dia.

Tireóide
Esta  glândula  fica sob  a regulação  do  hormônio hipofisário  TSH (hormônio tireotrófico). Está
situada na região do pescoço, logo abaixo da laringe e na porção frontal da traquéia.
A tireóide libera os hormônios calcitocina e tiroxina, que elevam a atividade de todas as células
do organismo. A tiroxina é responsável por todas as reações que acontecem no interior do corpo. A
cacitocina atua no processo de controle de cálcio no sangue.
Se a glândula produzir excesso de hormônio (hipertiroidismo) o paciente vai apresentar palpita-
ções, suor intenso, agitação, ansiedade, nervosismo, tremores de extremidades, insônia, aumento do nú-
meros de evacuações, febre (temperatura corporal elevada), intolerância ao calor, perda de peso, pres-
são arterial alta, fraqueza e cansaço excessivo. Há casos graves em que a pessoa que tem hipertireoidismo
apresenta aumento da tireoide (bócio endêmico) e a pessoa pode apresentar exoftalmia (olhos para fora).

Disponível em: www.sobiologia.com.br/conteudos/../hormonio3.php. Acesso em jan 2016.

Se a glândula apresentar redução na produção hormonal (hipotiroidismo) o paciente vai apre-
sentar  cansaço,  desânimo,  sonolência  excessiva,  constipação intestinal,  intolerância  ao  frio,  me-
mória  ruim,  lentidão  nos  movimentos,  pressão  arterial baixa,  retenção  de  líquido  (edema),  ga-
nho de peso, pele ressecada.
Os  dois  distúrbios  podem  causa  problemas  sexuais  de  perda  de  libido  e impotência.  Os  exa-
mes da tireóide consistem basicamente em dosar no sangue os hormônios além de realizar ultras-
som da região cervical (pescoço).

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Anatomia e Fisiologia Humana
A falta de tiroxina causa uma doença que chamamos de cretinismo. Isso ocorre em razão da fal-
ta de iodo na alimentação da mãe, principalmente durante os primeiros três meses de gestação. O creti-
nismo causa atraso no crescimento dos ossos e retardo mental. Esse problema pode ser detectado atra-
vés do teste do pezinho, que verificará se a tireoide está produzindo pouco ou nenhum hormônio.

Paratireóide
As glândulas da paratireóide estão presentes no corpo em um total de 4 e situam-se aos pares
do lado das tireóides. Essas glândulas são responsáveis por secretar um hormônio chamado parator-
mônio que também controla a quantidade de fosfato e de cálcio no sangue.

Disponível em: nutritionalmuscletesting.com/index.php. Acesso em jan 2016.

Supra-renais
Estas duas glândulas estão situadas sobre cada rim e apresentam 2 partes: a mais externa, cha-
mada de córtex e a mais itnerna que recebe o nome de medula. O córtex da supra-renal produz e
também libera diversos hormônios, dentre eles a aldosterona que auxilia na manutenção constante
da quantidade de sódio e potássio no organismo.
Outro  hormônio  é  o  cistrol,  cortisona  ou  hidrocortisona,  que estimula o uso de proteinas e
gorduras como fontes de energia, eleva a taxa de glicose no sangue e também participa no processo
inflamatório, sendo por isso usada como medicação.
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Anatomia e Fisiologia Humana
Também produz o andrógeno, o hormônio que atua no desenvolvimento dos caracteres sexu-
ais secundários masculinos.
A medula da supra-renal produz e também libera a adrenalina e noradrenalina, que é liberada
no sangue em situações de fortes reações emocionais como ansiedade, medo, perigos iminentes, etc.
A adrenalina estimula a ação cardíaca, eleva o seu batimento e promove a dilatação dos brôn-
quios. A noradrenalina eleva a pressão arterial e reduz o calibre dos vasos.
A adrenalina também produz taquicardia (aumento do ritmo cardíaco), aumento da pressão ar-
terial e maior excitabilidade do sistema nervoso. Essas alterações metabólicas permitem que o orga-
nismo de uma resposta rápida à situação de emergência.
A noradrenalina é liberada em doses mais ou menos constantes pela medula adrenal, indepen-
dentemente da liberação de adrenalina. Sua principal função é manter a pressão sanguínea em ní-
veis normais.
Os  hormônios  produzidos  pelo  córtex  adrenal  são  esteróides,  isto  é,  derivados do  coleste-
rol e conhecidos genericamente como corticosteróides. Os principais são os glicocorticóides e os mi-
neralocorticóides.
Os glicocorticóides atuam na produção de glicose a partir de proteínas e gorduras. Esse proces-
so aumenta a quantidade de glicose disponível para ser usada como combustível em casos de respos-
ta a uma situação estressante.
O principal glicocorticóide é o cortisol, também conhecido como hidrocortisona.
Além  de  seus  efeitos  no  metabolismo  da  glicose,  a  hidrocortisona  diminui  a permeabilida-
de  dos  capilares  sanguíneos.  Por  causa  dessas  propriedades,  a hidrocortisona  é  usada  clinicamen-
te para reduzir inflamações provocadas por processos alérgicos, entre outras coisas.
Deve-se  evitar  o  uso  prolongado  de  hidrocortisona,  pois  essa  substância  tem  a proprieda-
de de deprimir o sistema de defesa corporal, tornando o organismo mais suscetível a infecções.
Os  mineralocorticóides  regulam  o  balanço  de  água  e  de  sais  no  organismo.  A aldostero-
na é um hormônio que estimula a reabsorção de sais pelos rins (sódio e potássio). Isso causa reten-
ção de água, com consequente aumento da pressão sanguínea.

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Anatomia e Fisiologia Humana

Pâncreas
Esta  glândula  localiza-se  na  cavidade  abdominal  e  possui  duas  funções:  uma exócrina  e  ou-
tra endócrina.
Na exócrina, produz o suco pancreático que será liberado fora da corrente sangüínea, mais pre-
cisamente no duodeno, auxiliando o processo digestivo. Na função endócrina, produz dois hormô-
nios: a insulina, que transporta a glicose através da membrana celular, diminuindo-a da corrente san-
güínea, e o glucagon, que contribui, estimulando o fígado, para o aumento da glicose no sangue.
A  insulina  e  o  glucagon  influenciam  a  quantidade  de  açúcar  (glicose)  na corrente  sangüí-
nea. A disfunção do pâncreas causa o Diabetes mellitus.
A insulina facilita a entrada da glicose nas células (onde ela será utilizada para a produção de ener-
gia) e o armazenamento no fígado, na forma de glicogênio. Ela retira o excesso de glicose do san-
gue,  mandando-o  para  dentro  das  células  ou  do fígado.  Isso  ocorre,  logo  após  as  refeições,  quan-
do a taxa de açúcar sobe no sangue.
A falta ou a baixa produção de insulina provoca o diabetes, doença caracterizada pelo exces-
so de glicose no sangue (hiperglicemia).

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Anatomia e Fisiologia Humana
Já  o  glucagon  funciona  de  maneira  oposta  à  insulina.  Quando  o  organismo  fica muitas  ho-
ras sem se alimentar, a taxa de açúcar no sangue cai muito e a pessoa pode ter hipoglicemia, que dá a sen-
sação de fraqueza, tontura, podendo até desmaiar.
Quando ocorre a hipoglicemia o pâncreas produz o glucagon, que age no fígado, estimulando-
-o a “quebrar” o glicogênio em moléculas de glicose. A glicose é, então enviada para o sangue, nor-
malizando a taxa de açúcar.

Disponível em: saude.hsw.uol.com.br/diabete1.htm. Acesso em jan 2016.

Ovários
Os ovários são duas glândulas, uma de cada lado do corpo, que integram o aparelho reprodu-
tor feminino e localizam-se abaixo da cavidade abdominal, em uma região denominada pelvis ou cavi-
dade pélvica. Ligam-se ao útero através de dois ligamentos denominados ligamentos do ovário.
Os ovários são responsáveis pela produção e liberação de dois hormônios, o estrogênio ou hor-
mônio folicular e a progesterona.
O estrogênio controla o desenvolvimento das características sexuais femininas, como aumen-
to dos seios, depósito de gordura nas coxas e nádegas, aparecimento de pêlos pubianos e estímu-
lo ao impulso sexual.
A progesterona, responsável pela implantação do óvulo fecundado na parede uterina e pelo de-
senvolvimento inicial do embrião, estimula o desenvolvimento das glândulas mamárias e da placen-
ta e inibe a secreção de um dos hormônios gonadotróficos.
Além de produzir hormônios, os ovários são também responsáveis pela produção das células se-
xuais femininas, os ovócitos.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: slideplayer.com/slide/8492941. Acesso em jan 2016.

Testículos Em número de dois, localizam-se na pelvis e fazem parte do aparelho reprodutor mas-


culino. Protegidos por uma bolsa denominada bolsa escrotal ou escroto, produzem o hormônio deno-
minado testosterona, que controla as características sexuais masculinas como aparecimento de bar-
ba, pêlos no tórax, desenvolvimento da musculatura e impulso sexual.
Além da produção de hormônio, os são também responsáveis pela produção das células sexu-
ais masculinas, os espermatozóides.

Disponível em:www.danutaw.webnode.com.br. Acesso em jan 2016.

: Disponível em:www.danutaw.webnode.com.br. Acesso em jan 2016.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Anatomia e Fisiologia Humana

EXERCÍCIOS

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Anatomia e Fisiologia Humana

Capítulo 1: Introdução à Anatomia
1.  Conceituar:
a) Anatomia
b) Normal em anatomia
c) Variação anatômica
d) Anomalia
e) Monstruosidade

2.  Citar os fatores gerais de variação anatômica.
3.  Definir longilíneo, brevilíneo, mediolíneo e citar suas características morfológicas.
4.  Citar as partes constituintes do corpo humano.
5.  Descrever Posição Anatômica.
6.  Citar os planos de delimitação, secção e eixos do corpo humano.
7.  Quais os decúbitos existem? Explique cada um deles.
8. Por que estes conceitos são importantes na prática de saúde?

Capítulo 2: Anatomia Topográfica

1.  Qual a finalidade do estudo da anatomia topográfica?
2.  Quais são as regiões chamadas topográficas do corpo humano?
3.  Quais são as linhas convencionais (imaginárias) usadas na anatomia topográfica?
4.  Cite as divisões de cada região:
a)  Pescoço
b)  Tórax
c)  Abdome
d)  Membros superiores
e)  Membros inferiores
5.  Desenhe na figura abaixo as linhas convencionais e dê o nome de cada região. Em seguida cite a lo-
calização dos órgãos indicados:
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Anatomia e Fisiologia Humana

a) Bexiga
b) Tireóde
c) Pulmão direito
d) Aorta abdominal
e) Tuba uterina esquerda
f) Estômago
g) Baço
h) Vesícula biliar
i) Ovário direito
j) Rim direito
k) Cólon ascendente
l) Duodeno
m) Intestino delgado (jejuno e íleo)
n) Coração
o) Fígado
p) Próstata
q) Útero
r)  Pulmão esquerdo
s) Pâncreas (corpo e cauda)

Capítulo 3: Citologia

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Anatomia e Fisiologia Humana

1)  Definir célula:
2)  Qual é a classificação da célula?
3)  Qual é a estrutura básica de uma célula eucariota e procariota?
4)  Definir organelas citoplasmáticas.
5)  Cite as funções das organelas citoplasmáticas.
6)  Qual é a função do núcleo celular?
7)  Como é dividido o núcleo?
8)  Defina nucléolo.
9)  Citar as funções dos cromossomos e sua localização.
10)  Citar as partes fundamentais da célula.
11)  Citar a função da membrana plasmática.
12) Defina o que é cariolinfa.
13) Citar a função da carioteca.
14) Caracterize os diferentes processos de trocas entre o interior e o exterior da célula.
15) Diferencie fagocitose de pinocitose.
16) Desenhe uma célula eucariota animal e identifique as estruturas celulares.
17) Desenhe uma célula procariota e identifique as estruturas celulares.
18) Definir osmose e permeabilidade celular.

Capítulo 4: Histologia

1)  Cite as características e funções do tecido epitelial.
2)  Como se divide o tecido epitelial?
3)  O que são mucosas e serosas? Dê exemplos
4)  Como  é  feita  a  classificação  do  tecido  epitelial  de  revestimento  de  acordo  com  ascama-
das das células?
5)  Como é feita a classificação do tecido epitelial de acordo com a forma das células?
6)  Que estruturas podem ocorrer na superfície livre das células epiteliais?
7)  O que são glândulas?
8)  Como se classificam as glândulas quanto ao destino da secreção?

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Anatomia e Fisiologia Humana
9)  Como se classificam as glândulas quanto ao tipo.

TECIDO CONJUNTIVO

1)  Cite as características e funções do tecido conjuntivo.
2)  Como se divide o tecido conjuntivo?
3)  O que é tecido conjuntivo propriamente dito (T.C.P.D.)?
4)  Cite os tipos de tecido conjuntivo quanto a quantidade de fibras e suas características.
5)  Cite e explique as principais células do T.C.P.D.
6)  Quais são as principais funções do T.C.P.D.?
7)  Quais são as fibras do tecido conjuntivo típico?
8)  Defina S.F.A.
9)  O que é tecido adiposo? O que são adipócitos?
10) Quais são as funções do tecido adiposo?
11) O que é tecido cartilaginoso?
12) Definir condroblasto e condrócito.
13) Qual é a classificação das cartilagens? Dê exemplos.
14) O que é tecido ósseo?
15) Quais as principais células do tecido ósseo?
16) Quais são as funções do tecido ósseo?
17) De que é constituído o tecido sanguíneo?
18) Quais são os elementos figurados do nosso sangue e suas respectivas funções?
19) Cite as funções do sangue.
20) Definir: leucocitose; leucopenia; leucemia e anemia.
21) Qual a função da hemoglobina em uma hemácia?
22) Por que a permanência prolongada em elevadas altitudes resultam em maior produção de hemá-
cias?

TECIDO MUSCULAR

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Anatomia e Fisiologia Humana

1)  O que é tecido muscular?
2)  Quais são os tipos de tecido muscular?
3)  Complete o quadro abaixo:

Características Tec.  Musc.  Estriado Tec.  Musc.  Estriado Tec.  Muscular  liso
esquelético cardíaco
Formas
Estrias  transversais
Núcleos
Discos  intercalares
Contração
Local onde é encontrado

4) O que são actina e miosina?

TECIDO NERVOSO

1)  O que é tecido nervoso?
2)  Qual a função do tecido nervoso?
3)  Defina:
a) Corpo celular:
b) Axônio:
c) Dendritos:
d) Células da neuróglia:
e) Sinapse:
4)  O que são nervos?
5)  Dê a classificação dos nervos quanto a posição.
6)  Dê a classificação dos nervos quanto a condução de impulsos.
7)  Cite as células da Glia.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Anatomia e Fisiologia Humana
8)  O que são fibras aferentes e eferentes?

Capítulo 5: Sistema Ósseo

1)  Qual a função do esqueleto.
2)  Defina ossos longos, curtos, alongados, laminares, irregulares, pneumático e sesamóide.
3)  Defina substância óssea, compacta e periósteo.
4) O esqueleto pode se dividir em: axial e apendicular. Qual a composição dessa divisão.
5)  Qual a função da coluna vertebral.
6)  Quantas vértebras possui coluna vertebral? Fale sobre sua divisão.
7)  Defina atlas e áxis.
8)  Para que serve o canal vertebral?
9)  Qual a função dos discos intervertebrais?
10)  O ser humano possui 12 costelas, quantas são verdadeiras, falsas e flutuantes.
11)  Qual a diferença do esqueleto do homem para a mulher.
12)  Descreva a constituição do sistema esquelético.
13) O que é um osso? Quais tecidos o constitue? Como se faz a nutrição?
14) O que é matriz óssea?
15) O que há no interior dos ossos?
16) Descreva as funções do esqueleto.
17) Quais são os tipos de esqueleto?
18) Como o esqueleto se divide?
19) Como é a feita a união entre o esqueleto axial e apendicular?
20) Quantos ossos existem no indíviduo adulto?
21) O que ossos longos? O que há de importante neles? Cite exemplos.
22) O que são ossos curtos? Cite exemplos.
23) O que são ossos laminares? Cite exemplos.
24) O que são ossos irregulares? Cite exemplos.
25) O que são ossos pneumáticos? Cite exemplos.
26) O que são ossos sesamóides? Cite exemplos.
27) Quais as diferenças entre o esqueleto masculino e feminino? 2
8) Desenhe o esqueleto humano.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Capítulo 6: Sistema Muscular
1)  Qual a unidade funcional do sistema muscular?
2)  Para  que  a  célula  muscular  possa  apresentar  respostas  aos  estímulo  externos  é necessá-
rio que seja ativado um outro sistema do nosso corpo qual seria ele?
3)  Descreva quais são os elementos que constituem o músculo e cite qual a função que cada um de-
les desempenha. Ilustre-os.
4)  Quais são os tipos de músculo existentes? Cite as diferenças entre eles e onde são encontrados.
5)  Faça uma ilustração dos músculos da face.
6)  Quais são os músculos envolvidos no processo de mastigação? Cite a função de cada.
7)  Quais músculos estão presentes na região do pescoço e qual a função que eles desempenham ?
8)  Quais são os músculos presentes nos membros superiores? Cite a função de cada.
9)  Cite quais são os músculos do tronco e qual a função que eles desempenham? 10) Quais múscu-
los estão presentes nos membros inferiores? Cite a função de cada.

Capítulo 7: Sistema Circulatório

1)  Quais as estruturas formam o sistema circulatório?
2)  Quais as funções do sistema circulatório?
3)  O que é o sangue?
4)  Quais as funções do sangue?
5)  Qual a composição do sangue?
6)  O que é pressão osmótica?
7)  Quais são as proteínas do plasma? Qual a função de cada?
8)  Quais são os glóbulos vermelhos do sangue?
9)  Quais são os tipos sanguíneos existem?
10) Quais são os glóbulos brancos? Qual a função deles?
11) Como os glóbulos brancos são dividos?
12) Qual a função das plaquetas?
13) Explique a sequência de acontecimentos da cascata de coagulação.
14) Quais são as vias de circulação sanguíneas? Aponte as principais diferenças de cada.
15)  Explique como se dá a estrutura dos vasos sanguíneos?
16) O que é diapedese?

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Anatomia e Fisiologia Humana
17) Quais as funções do coração?
18) Quais as estruturas formam o coração?
19) O que é sístole? E diástole?
20) Como é a estrutura cardíaca?
21) Como funciona a inervação do coração?
22) Explique o mecanismo da pequena e grande circulação.
23) Quais os componentes do sistema linfático? Qual a função desse sistema?
24) O que é linfa?
25) O que são linfonodos e quais as suas funções?
26) Desenhe o coração e suas as partes internas e externas descrevendo o nome das estruturas.

Capítulo 8: Sistema Respiratório

1)  Definir:
a) Inspiração:
b) Expiração:
c) Respiração:
2)  Cite e defina os órgãos respiratórios.
3)  Cite a importância das conchas nasais.
4)  Cite as partes da faringe.
5)  Cite as cartilagens da laringe.
6)  Definir pleura.
7)  Cite as diferenças do pulmão D e E.
8)  Cite os músculos que participam da respiração.
9)  Explique:
a) Ar circulante
b) Ar residual
c) Capacidade respiratória total
10)  Explique os fenômenos mecânicos e químicos da respiração.
11)  Explique o que é hematose e onde ocorre.
12)  Definir:
a) Hemoglobina

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Anatomia e Fisiologia Humana
b) Oxiemoglobina
c) Carboemoglobina
d) Eupneia
e) Apneia
f) Taquipneia
g) Bradipneia
h) Anóxia
i) Cianose

13) Definir frequência respiratória.

Capítulo 9: Sistema Digestivo

1)  O que é digestão?
2)  Quais as substâncias químicas que realizam a digestão das substâncias presentes nos alimentos?
3)  Quais as estruturas compõem o sistema digestivo?
4)  Como é o tecido que reveste os órgãos do sistema digestivo? Descreva suas características.
5)  Quais as estruturas da boca são importantes no processo de digestão? Descreva as característi-
cas de cada.
6)  Quais as papilas gustativas existem na língua? Descreva os gostos do paladar que cada uma pro-
porciona.
7)  Descreva os tipos de dentes que existem e a função de cada uma. Quais as partes de um dente?
8)  Quais as funções das glândulas salivares? Quais glândulas existem?
9)  Diferencie as três partes da faringe, dando as características de cada.
10) Como o esôfago participa no processo digestório?
11) Quais as funções do estômago? Faça um desenho esquemático diferenciando as partes do estô-
mago e os esfíncteres nele presentes.
12) O que é suco gástrico? Para que ele serve?
13) Descrevas as características de cada parte do intestino delgado, descrevendo a função de cada.
14) Quais as porções do intestino grosso? Dê a função desse órgão.
15) Quais são os órgãos anexos do sistema digestivo. Dê a função de cada.
16) Quais as três partes formam o pâncreas? Qual substância esse órgão produz e para que ela serve?

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Anatomia e Fisiologia Humana
17) Descreva os caminhos (ductos) por onde passam o sulco pancreático até chegarem no duodeno.
18) Como o pâncreas é dividido? Explique as substâncias produzidas por cada parte.
19) Quais as funções do fígado?
20) Quais as partes constituem o fígado? Quais vasos sanguíneos estão presentes em sua estrutura?
21) Explique o caminho percorrido pela bile no fígado dando os nomes dos ductos.
22) O que é vesícula biliar? O que é bile qual a sua função?
23) O que é colecistite? Dê suas características.
24) Explique o funcionamento e a seqüência de como ocorre o processo digestório.
25) Explique como ocorre a absorção dos nutrientes no trato digestivo.
26) Descreva o que é digerido nas seguintes enzimas: amilase salivar, ptialina, pepsina, lípase, renina,
secretina, enteroquinase, tripsina, peptidase, quimiotripsina.
27) Desenhe os órgãos do sistema digestivo e descreva as partes principais de cada.
28) Desenhe os órgãos anexos ao sistema digestivo e descreva as partes de cada.
29) Desenhe os ductos responsáveis pelo transporte da bile e suco pancreático.

Capítulo 10: Sistema Urinário

1) Qual a função do sistema urinário?
2) Quais são os componentes da urina?
3) Como o sistema urinário é dividido? Descreva quais as estruturas de cada.
4) Como o sistema urinário contribui para a homeostase?
5) Quais órgãos compõem o sistema urinário?
6) Onde os rins se localizam? Quais as suas características?
7) Quais as funções dos rins?
8) Qual a diferença entre o rim direito e o esquerdo?
9) O que compõe o hilo renal?
10) Descreva as características do córtex e da medula renal.
11) O que são néfrons?
12) Como o néfron é formado?
13) Onde se localizam as glândulas suprarrenais? Quais as suas características e funções?
14) O que é produzido no córtex das glândulas adrenais? E na medula?

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Anatomia e Fisiologia Humana
15) O que são ureteres? Para que eles servem?
16) Quais as duas porções do ureter? Com quais estruturas eles fazem comunicação?
17) Descreva as características da bexiga. Onde ela se localiza?
18) O que é trígono da bexiga? Quais orifícios se encontram nessa parte?
19) Como se dá a saída de urina da bexiga? Explique seu funcionamento.
20) O que é uretra? Qual a sua função?
21) Descreva as características da uretra feminina. E a masculina?
22) Como a uretra masculina é dividida?
23) Quais as principais diferenças da uretra feminina e masculina?
24) Explique o processo de filtração glomerular.
25) Como se dá a regulação da função renal?
26) O que é o cálculo renal? Quais as suas consequências?
27) Desenhe as estruturas que se pede, dando nome as principais estruturas:
a) Nefron;
b) Rim
c) Bexiga
d) Ureteres
e) Uretra feminina
f) Uretra masculina

Capítulo 11: Sistema Reprodutor Masculino

1)  Quais os órgãos reprodutores masculinos externos? Dê as características e as funções de cada.


2)  Quais são os órgãos reprodutores masculinos internos? Dê as características e as funções de cada.
3)  O que é criptorquidia?
4)  Qual o hormônio sexual masculino? Onde ele é produzido? Quais as suas funções?
5)  O que é vasectomia? Como ela é realizada?
6)  Qual a função da próstata no sistema reprodutor masculino?
7)  O que é o exame de toque masculino? Porque ele é indicado? Em que idade é indicado?
8)  Como ocorre a estimulação sexual do pênis. Explique a fisiologia.
9)  Descreva as partes e divisões do pênis.

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Anatomia e Fisiologia Humana
10)  O que é circuncisão? Pra que ela serve?
11) O que é fimose?
12) Como a bolsa escrotal realiza o controle da temperatura?
13) Faça um desenho esquemático que demostre:
a) Órgãos reprodutores internos masculinos;
b) Órgãos reprodutores externos masculinos;
c) Partes e camadas do pênis interna e externa;
d) Partes e camadas dos testículos;
e) Espermatozoide e suas partes;
f) Partes da uretra;

Capítulo 12: Sistema Reprodutor Feminino

1)  Quais os tipos de cromossomos existem no nosso organismo?
2)  Diferencie a carga genética sexual do homem e da mulher.
3)  Como o sistema reprodutor feminino é dividido? Quais órgãos compõem cada um.
4)  Descreva as funções e as características de cada órgão do sistema reprodutor feminino.
5)  O que é laqueadura? Como é realizada?
6)  Quais as partes do útero? E suas camadas?
7)  O que é o Fundo do Saco de Douglas?
8)  O que é o colo do útero?
9)  Explique o processo de maturação do óvulo e a ovulação.
10) O que é síndrome do ovário policístico?
11) Onde ocorre a fecundação?
12) O que é hímen?
13) Quais os hormônios sexuais femininos? Onde eles são produzidos? Quais as suas funções?
14) Faça um desenho esquemático que demostre:
a) Órgãos reprodutores internos femininos;
b) Órgãos reprodutores externos femininos;
c) Camadas e partes do útero;
d) Partes da tuba uterina;

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Anatomia e Fisiologia Humana

Capítulo 13: Sistema Nervoso

1)  Quais as funções do sistema nervoso?
2)  Descreva as características da célula nervosa.
3)  Quais os tipos de neurônios existem?
4)  Faça um desenho esquemático mostrando a estrutura do neurônio.
5)  Qual o sentido do fluxo da transmissão nervosa?
6)  O que é sinapse? Quais as estruturas participam desse processo?
7)  Quais os tipos de sinapses? Explique as diferenças entre elas.
8)  Quais os principais neurotransmissores existem? Descreva as funções de cada.
9)  Defina fibra, feixe e gânglio nervoso.
10)  Diferencie substância cinzenta e branca.
11)  Qual a constituição do arco reflexo? Caracterize cada.
12)  Diferencie os tipos de neurônios presentes no arco reflexo.
13) Como  o  sistema  nervoso  é  dividido? 14) Faça um esquema demostrando a divisão do siste-
ma nervoso central.
15) Qual a constituição do sistema nervoso central.
16) Qual a constituição do encéfalo? Dê as suas características.
17) Como ocorre a divisão dos hemisférios cerebrais?
18) O que são sulcos cerebrais? E giros? Quais as suas funções?
19)  O  que  são  lobos  cerebrais?  Faça  um  desenho  esquemático  demonstrando  a localiza-
ção de cada e a função de cada área.
20) Quais as estruturas compõem o diencéfalo? Quais as suas características e funções?
21) O que é corpo caloso?
22) O que é o sistema límbico?
23) Quais as funções do cerebelo?
24) Quais as funções do tronco encefálico? Quais as estruturas o compõem? Descreva as característi-
cas de cada.
25) Descrevas as características e as funções da medula espinhal e faça um desenho esquemático evi-
denciando as estruturas da mesma.
26) Quais as funções do sistema nervoso periférico? Como ele é dividido?

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Anatomia e Fisiologia Humana
27) Como são divididos os nervos espinhais?
28) Qual a função do sistema nervoso autônomo e do somático?
29) Descreva o nome e as funções dos nervos cranianos.
30) Quais são os nervos cranianos sensitivos? E os motores? E os cranianos?
31) Como o sistema nervoso autônomo é dividido? Dê as funções de cada parte.
32)  Diferencie  a  atuação  do  sistema  nervoso  simpático  e  parassimpático  nas diferentes  estrutu-
ras do organismo humano.
33) Onde os gânglios nervosos do sistema nervoso periférico se situam? Quais as suas funções e ca-
racterísticas?
34) Quais estruturas liberam adrenalina? E a acetilcolina?
35) Como se dá o controle da postura e do movimento corporal pelo sistema nervoso? Explique.
36) Quais as funções dos impulsos nervosos emitidos pelo sistema nervoso no controle do movimen-
to e postura corporal?
37) O que é sistema piramidal? E extrapiramidal? Dê as características de cada.
38) Como é feita a proteção do SNC?
39) O que é meninge? Quais as camadas existem? Dê as características de cada.
40)  O  que  é  líquor?  Qual  a  sua  função?  Explique  como  acontece  a  produção  e  a circulação  do  lí-
quor no sistema nervoso evidenciando as estruturas importantes para esse mecanismo.

Capítulo 14: Sistema Sensorial

1)  Defina sistema sensorial e descreva suas funções.
2)  Quais são os sentidos do corpo humano?
3)  Descreva quais órgãos exercem a função de cada sentido
4)  Faça  um  desenho  esquemático  evidenciando  as  estruturas  internas  e  externas que  com-
põem o olho humano.
5)  Descreva as características de cada estrutura presente no olho humano.
6)  Descreva as seguintes patologias relacionadas a visão: estrabismo, hipermetropia, miopia e astig-
matismo.
7)  Quais são as alterações da pupila?
8) Como funciona o mecanismo da visão e formação da imagem?
9) Quais as estruturas que realizam a proteção dos olhos?

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Anatomia e Fisiologia Humana
10) Descreva as funções e as características da língua.
11) Quais as partes da língua? Caracterize-as.
12) Descreva as estruturas que compõem o órgão responsável pelo olfato?
13) Como o ouvido é dividido? Quais as estruturas que compõem cada parte. Faça um desenho esque-
mático mostrando as mesmas.
14) Descreva as características de cada estrutura do ouvido.
15) O que é labirinto? Qual a sua função?
16) Explique o processo da recepção do estímulo da audição.
17) Quais as características do tato humano?
18) Desenhe as camadas da pele.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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• SILVERTHORN, D. U. Fisiologia Humana – Uma Abordagem Integrada. Porto Alegre: Editora Art-
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• ABRAHAMS, P. H; HUTCHINGS, R. T; MARKS Jr, S. C. Atlas Colorido de Anatomia Humana de Mc-
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• McARDLE, W. D; KATCH, F. I; KACTH, V. L. Fisiologia do Exercício – Energia, Nutrição e Desempe-
nho Humano.Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 3a. Ed. 1993.

• NETTER, F. Atlas de Anatomia Humana. Porto Alegre: Artmed, 1998.

• SOBOTTA,  J;  BECKER.  Sobota  –  Atlas  de  Anatomia  Humana.  Rio  de  Janeiro: Guanabara  Koo-
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• SPENCE, AP. Anatomia Humana Básica. São Paulo: Manole, 2a. Ed., 1991.

• CASTRO, Sebastião Vicente de. Anatomia Fundamental. 3ed. São Paulo: Makron Books, 1985.

• DÂNGELO,  José  Geraldo;  FATTINI,  Carlo  Américo.  Anatomia  Humana  Sistêmica  e Segmen-
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• FREITAS, Valdemar de. Anatomia – Conceitos e Fundamentos. São Paulo: Artmed, 2004.

• LATARJET, Michel. Anatomia Humana. 2ed. V1/V2. São Paulo: Panamericana, 1996.

• MACHADO, Ângelo. Neuroanatomia Funcional. Rio de Janeiro/São Paulo: Atheneu, 1991.

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Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Book_Enfermagem.indb 325 11/02/2016 13:00:02


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• MOORE, Keith L. Anatomia Orientada para a Prática Clínica. 4ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koo-
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• GUYTON, A.C. Fisiologia Humana. 5ª ed., Rio de Janeiro, Ed. Interamericana, 1981.

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Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

326

Book_Enfermagem.indb 326 11/02/2016 13:00:02


Curso Técnico em

ENFERMAGEM
Etapa 1

HIGIENE E PROFILAXIA/
NUTRIÇÃO E DIETÉTICA

Book_Enfermagem.indb 327 11/02/2016 13:00:02


Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética

SUMÁRIO

1- Processo Saúde e Doença........................................................................................................... 329


2- Higiene........................................................................................................................................ 331
3- Terminologias.............................................................................................................................. 332
4- História Natural das Doenças...................................................................................................... 336
5- Vigilância Epidemilogica.............................................................................................................. 338
6- Saneamento dos Alimentos........................................................................................................ 342
7- Saneamento de Resíduos Solidos e Qualidade de Vida.............................................................. 350
8- Prevenção de Acidentes com Animais Peçonhentos................................................................... 353
9- Gerenciamento de Resíduos Sólidos em Saúde.......................................................................... 356
10- Equipamentos de Proteção Individual e de Uso Coletivo.......................................................... 362
11- CIPA........................................................................................................................................... 366
12. Grupos de Nutrientes................................................................................................................ 367
13. Aspectos Socioeconômicos da Alimentação do Povo Brasileiro................................................ 388
14. Definindo Pobreza e Fome ........................................................................................................ 390
15. Constituição dos Alimentos....................................................................................................... 396
16. Educação Alimentar................................................................................................................... 399
17. Dietoterapia............................................................................................................................... 403
18 – Exercícios de Fixação............................................................................................................... 408
19- Referências bibliográficas.......................................................................................................... 421

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
1- PROCESSO SAÚDE E DOENÇA
Definições de Doença X Saúde
Saúde: Segundo a OMS( Organização Mundial da Saúde) “ a saúde é um estado de completo
bem estar físico, mental e social e não mera ausência de moléstia ou enfermidade”.
Doença: É o desequilíbrio do indivíduo com as forças de seu ambiente externo e interno.

Processo Saúde/Doença
O processo saúde-doença é uma expressão usada para fazer referência a todas as variáveis que
envolvem a saúde e a doença de um indivíduo ou população e considera que ambas estão interligadas
e são consequência dos mesmos fatores.

História Causal
• As Interpretações Mágico – Religiosas Dominante entre os povos da antigüidade, o pensa-
mento mágico-religioso será responsável pela manutenção da coesão social e pelo desen-
volvimento inicial da prática médica.
• As Interpretações Mágicas – Religiosas Nas diferentes culturas, o papel da cura estava en-
tregue a indivíduos iniciados: os sacerdotes incas; os xamãs e pajés entre os índios brasilei-
ros; as benzedeiras e os curandeiros na África.
• As Primeiras Explicações Racionais: medicina- Mágica/religiosa -Explicação para a saúde e a
doença.
• Hipócrates defende o equilíbrio entre homem/ ambiente.
• Há Rompimento com a superstição e as práticas mágicas e o surgimento de explicações
racionais para os fenômenos de saúde e doença.
• Saúde e Doença na Idade Média: entre o castigo e a redenção- evidenciaram-se o declínio
da cultura urbana e a decadência da organização e das práticas de saúde pública;
• A Idade Média foi marcada pelo sofrimento impingido pelas inúmeras pestilências e epide-
mias à população
• A expansão e o fortalecimento da Igreja são traços marcantes desse período.
• Na Idade Média é que surgem os primeiros hospitais. Originados da igreja, nas ordens mo-
násticas, inicialmente estavam destinados a acolher os pobres e doentes.
• Não havia evidência do elemento comunicável que não aqueles já sugeridos por Hipócrates.
• Igreja desautorizou avanços;
• Renascimento: novos olhares- Surgimento de defensores dentro da igreja sobre conheci-
mento de higiene e saúde da civilização greco-romana;

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
• No campo da saúde, passam a ser desenvolvidos estudos de anatomia, fisiologia, e de indi-
vidualização da descrição das doenças, fundadas na observação clínica e epidemiológica
• Médicos fazem especulações sobre a origem das epidemias e o fenômeno do adoecimento
humano.
• O Surgimento da Medicina Social-Condições objetivas de existência, o desenvolvimento
teórico das ciências sociais permitiu, no final do século XVIII, a elaboração de uma teoria
social da Medicina.
O ambiente, origem de todas as causas de doença, deixa, momentaneamente, de ser natural
para revestir-se do social.
É nas condições de vida e trabalho do homem que as causa das doenças deverão ser buscadas.
A Era Bacteriológica e a Discussão da Causalidade- O desenvolvimento das investigações no
campo das doenças infecciosas e da microbiologia resultou no aparecimento de novas e mais eficazes
medidas de controle, entre elas a vacinação.
À medida que eram identificados transmissão e vetores específicos, várias melhorias sanitárias
e das condições de vida dos habitantes foram incentivadas.
Teoria Unicausal

Teoria Multicausal

Disponível em: http://slideplayer.com.br/slide/2857136/. Acesso em Jan 2016.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
2- HIGIENE
Higiene significa limpeza; asseio; inter-relação entre o homem e o meio ambiente, no sentido da
preservação da saúde. Existem vários tipos de higienização:
• Individual (banho, cabelos, unhas e mãos, boca, dentes e vestuário);
• Coletiva (saneamento básico, água, esgoto, lixo, vetores);
• Mental (equilíbrio, costumes morais e sociais);
• Do trabalho (riscos físicos, químicos e biológicos);
• Ambiental (limpeza de móveis, utensílios e estrutura).

Profilaxia
Profilaxia é a aplicação de meios que tendem evitar doenças ou contágios. As medidas profiláti-
cas interrompem a interação entre o agente causador da doença e o organismo. Alguns exemplos de
doenças sujeitas a profilaxia são peste bubônica, hepatite, verminoses, DSTs, infecções hospitalares.
Higiene e profilaxia estão intimamente ligadas, pois a higienização, em todas as suas formas,
evita a transmissão e/ou contágio por agentes infectocontagiosos, logo é uma medida profilática.

Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAgTEkAJ/02-termos-tecnicos-parasitologia.


Acesso em Jan 2016

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
3- TERMINOLOGIAS
Em sentido amplo, refere-se simplesmente ao uso e estudo de termos, ou seja, especificar as
palavras simples e compostas que são geralmente usadas em contextos específicos.

Disponível em: rios-vasquez-willians.blogspot.com. Acesso em Jan 2016.

TERMINOLOGIAS EM ENFERMAGEM
Abdução – afastamento de um membro do eixo do corpo.
Abscesso – coleção de pus externa ou internamente.
Absorção – penetração de líquido pela pele ou mucosa.
Abstinência – contenção, ato de evitar.
Adiposo – gordura.
Adução – mover para o centro ou para a linha mediana.
Afagia – impossibilidade de deglutir.
Afasia – impossibilidade de falar ou entender a palavra falada.
Afebril – sem febre.
Alopecia – é a queda total ou parcial dos cabelos.
Alucinação – percepção de um objeto, que na realidade não existe.
Amenorreia – falta de menstruação.
Analgesia – abolição da sensibilidade a dor.
Anasarca – edema generalizado.
Anemia – é a diminuição dos números de hemácias.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Anisocoria – desigualdade de diâmetro das pupilas.
Anorexia – falta de apetite, inapetência.
Anterior – a parte da frente.
Anúria – ausência da eliminação urinária.
Apnéia – parada dos movimentos respiratórios.
Ascite – edema localizado na cavidade peritoneal com acúmulo de líquido
Asfixia – sufocação, dificuldade da passagem do ar.
Atrofia – diminuição do tamanho ou peso natural de um órgão ou tecido
Benigno – que não ameaça a saúde nem a vida. Não maligno, como certos tumores.
Biópsia – extirpação de um fragmento de tecido vivo com finalidade diagnóstico.
Bócio – hiperplasia da glândula tireóide.
Borra de café – aspecto do vômito ou da defecação que contém sangue.
Bradicardia – diminuição das batidas cardíacas.
Bradipnéia – movimento respiratório abaixo do normal.
Bucal – oral, referente à boca.
Cãibra – contração muscular, dolorosa.
Calafrio – contrações involuntárias da musculatura esquelética com tremores e bater dos dentes.
Caquexia – desnutrição adiantada, emagrecimento severo.
Cefaleia – dor de cabeça.
Choque – síndrome que se manifesta com pele fria, queda de temperatura, cianose e morte.
Cianose – cor azulada da pele por falta de oxigênio no sangue.
Cianótico – com cianose.
Cirrose – fibrose com destruição do tecido.
Cistite – inflamação da bexiga.
Clister – introdução de pequena quantidade de água, medicamento no intestino.
Coagulação – espessamento de um líquido formando coágulo.
Colecistite – inflamação da vesícula biliar.
Colostomia – abertura artificial para saída de fezes a nível do cólon.
Coma – estado de inconsciência.
Congênito – doença herdada no nascimento.
Constipação – retenção de fezes ou evacuações insuficientes.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Contaminação – presença de micróbios vivos.
Convalescença – caminha para o restabelecimento.
Convulsão – contrações violentas involuntárias do músculo, agitação desordenada.
Debridamento – limpeza de um tecido do infectado ou necrótico de um ferimento.
Decúbito – posição deitada.
Dermatite – inflamação da pele.
Desidratação – perda exagerada de líquido no organismo.
Diarreia – evacuações frequentes e líquidas.
Diplopia – visão dupla.
Dispneia – dificuldade respiratória.
Disseminado – espalhado.
Distensão – estiramento de alguma fibra muscular, intumescimento ou expansão.
Disúria – micção difícil e dolorosa.
Diurese – secreção urinária.
Edema – retenção ou acúmulo de líquidos no tecido celular.
Entérico – relativo ao intestino.
Epistaxe – sangramento nasal.
Eritema – vermelhidão na pele.
Eructação – emissão de gases estomacais pela boca, arroto.
Erupção – lesões visíveis na pele.
Escara de decúbito – úlcera perfurante em região de proeminências ósseas.
Escoriações – abrasão, erosão, perda superficial dos tecidos.
Espasmo – contrações involuntárias, violenta e repentina de um músculo ou grupo de músculo;
pode acometer as vísceras ocas como estômago e os intestinos.
Etilismo – vício do uso de bebidas alcoólicas, intoxicação crônica pelo álcool etílico.
Etilista – alcoólatra.
Etiologia – estudos das causas da doença.
Euforia – sensação de bem estar.
Eupneia – respiração normal.
Excreta – os resíduos eliminados do corpo.
Exsudato – substância líquida eliminada patologicamente.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Fadiga – cansaço, esgotamento.
Faringite – inflamação da faringe.
Fatal – causador de morte, desastroso.
Ferida – lesão.
Fétido – mau cheiro.
Fisiologia – estudo das funções do organismo.
Flebite – inflamação de uma veia.
Fulminante – de marcha rápida e fatal.
Gangrena – necrose maciça dos tecidos devido a falta de irrigação sanguínea.
Garrote – curativo compressivo para deter hemorragia, faz-se com um torniquete, é preciso
afrouxar a cada hora, para evitar isquemia e gangrena.
Gástrico – relativo ao estômago.
Gastrite – inflamação do estômago.
Gengivite – inflamação da gengiva.
Genitália – os órgãos genitais.
Geriatria – estudo das doenças dos idosos.
Halitose – mau hálito.
Hematêmese – vômito com sangue.
Hematoma – extravasamento de sangue fora da veia.
Hematúria – presença de sangue na urina.
Hemiparesia – fraqueza muscular em um lado do corpo.
Hemiplegia – paralisia de metade do corpo.
Hemorragia – sangramento, escape do sangue dos vasos sanguíneos.
Hidrocefalia – aumento anormal da quantidade de líquidos na cavidade craniana.
Hipertensão – aumento da pressão arterial.
Hipotensão – baixa pressão arterial.
I.A.M – infarto agudo do miocárdio.
Icterícia – coloração amarelada da pele e mucosa.
Indolor – sem dor.
Ingestão – ato de engolir, alimentos ou outras substâncias.
Insônia – falta de sono, impossibilidade de dormir.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Intra – dentro.
Isquemia – insuficiência local de sangue.
Luxação – separação das superfícies óssea de uma articulação.
Melena – fezes escuras e brilhantes, com presenças de sangue.
Menarca – primeira menstruação.
Micção – ato de urinar.
Mictúria – micção frequente a noite.
Midríase – dilatação da pupila.
Miose – contração da pupila.
Náusea – enjôo, vontade de vomitar.
Necrose – morte dos tecidos localizados, de uma região do corpo.
Obeso – gordo.
Obstrução – bloqueio de um canal.
Oligúria – deficiência de eliminação urinária “escassez”
PCR – parada cardiorrespiratória.
SARA – síndrome da angústia respiratória no adulto (edema pulmonar).

4- HISTÓRIA NATURAL DAS DOENÇAS


História natural da doença é o nome dado ao conjunto de processos interativos compreen-
dendo as inter-relações do agente, do suscetível e do meio ambiente que afetam o processo global e
seu desenvolvimento. Logo, a prevenção só faz sentido quando em relação com o conhecimento da
história natural das doenças.
A história natural da doença tem desenvolvimento em dois períodos sequenciados: período
epidemiológico e período patológico:
Período epidemiológico: o interesse é dirigido para as relações suscetível-ambiente.
Período patológico: interessam as modificações que se passam no organismo vivo.

Período da Pré- Patogênese


O primeiro período da história natural: é a própria evolução das inter-relações dinâmicas, que
envolvem, de um lado, os condicionantes sociais e ambientais e, do outro, os fatores próprios do sus-
cetível, até que se chegue a uma configuração favorável á instalação da doença. Envolve:

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
• As inter-relações entre os agentes etiológicos da doença;
• O suscetível e outros fatores ambientais que estimulam o desenvolvimento da enfermida-
de; e
• As condições sócio-econômico-culturais que permitem a existência desses fatores.
No neste há a interação entre agente, hospedeiro e fatores ambientas, sem que estrutura orgâ-
nica ou psíquica do homem seja alterada. Sendo assim se por um determinado motivo, ou mais fre-
quentemente pela interação de vários, rompe-se essa espécie de equilíbrio, e os agentes infecciosos
penetram no ser humano, constituindo-se em um estímulo que vai alterar a estrutura orgânica.
Período de Patogênese
O período patogênico começa quando se inicia a ação de um estímulo que irá alterar a estrutura
orgânica ou psíquica do homem.
A história natural da doença tem seguimento com a sua implantação e evolução no homem.
É no período da patogênese que se inicia com as primeiras ações que os agentes patogênicos
exercem sobre o ser afetado. Seguem-se as perturbações bioquímicas em nível celular, continuam
com as perturbações na forma e na função, evoluindo para defeitos permanentes, cronicidade, morte
ou cura.
Prevenção
É prever antes que aconteça, ou mesmo cuidar para que não aconteça.
A prevenção primária é limitar a ocorrência da doença pelo controlo das causas e fatores de
risco.
A prevenção secundária resume-se no reduzir as consequências mais importantes da doença
através do seu diagnóstico precoce e respectivo tratamento.
A prevenção terciária tem por finalidade reduzir a progressão ou as complicações da doença já
estabelecida. Vejamos abaixo exemplos de prevenções:

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética

5- VIGILÂNCIA EPIDEMILOGICA
Ciência que estuda os padrões da ocorrência de doenças em populações humana e os fatores
determinantes propondo medidas específicas de prevenção ou controle de erradicação e doenças
indicadores que sirvam de suporte ao planejamento e avaliação de saúde.
A partir do quadro, em que havia grave acometimento de grandes parcelas populacionais por
doenças transmissíveis, criou-se a necessidade de analisar as manifestações dessas doenças.
Foi o surgimento e desenvolvimento da ciência epidemiológica, que possibilitou o estudo da
distribuição dos determinantes da frequência das doenças no homem. Houver maior conhecimento
sobre as melhores condições e fatores que favoreciam a ocorrência das moléstias como: faixa etária,
sexo, lugares, épocas do ano, ocupações (profissionais do sexo, operários da construção civil) e outras
condições de interesse. Surge então, os serviços de vigilância epidemiológica. Tendo como objetivo

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
desenvolver atividades de coleta e análise de dados, determinando, assim, as medidas a serem apli-
cadas ao ambiente e aos doentes ou às pessoas em risco de adoecer. Com as ações epidemiológicas
surge controle da transmissão do agente infeccioso.
A partir da obtenção de um controle relativo sobre as doenças transmissíveis, ocorreram im-
portantes mudanças sociais, geradas pelo processo de industrialização, êxodo rural e crescimento
das cidades. Começaram, então, a aumentar o número de casos de doenças não- transmissíveis e
de indivíduos acometidos por agravos, fortemente influenciados por fatores externos relacionados a
um estilo de vida pouco saudável, tais como dieta inadequada, excesso de trabalho, vida sedentária,
consumo excessivo de bebidas alcoólicas, estresse, abuso de drogas, violência urbana e no trânsito,
dentre outros. O aumento da ocorrência dessas disfunções e agravos passou a despertar a atenção
das autoridades sanitárias pelo impacto promovido na população economicamente ativa.
O alto índice de pessoas afastadas do trabalho por longos períodos, bem como a ocorrência
de pedidos de aposentadoria precoce por invalidez parcial ou total e aumento do número de óbitos
a elas relacionados fizeram com que os profissionais de saúde começassem a questionar se também
não seria necessária a elaboração de medidas. Sendo assim, surge um novo desafio para o perfil epi-
demiológico: voltar a intensificar ou até mesmo criar novas ações de vigilância epidemiológica que
atinjam as doenças transmissíveis; e voltar a atenção da vigilância epidemiológica para as doenças
não-transmissíveis;
• Doença transmissível: Qualquer doença causada por um agente infeccioso e/ou parasitá-
rio específico; ou por seus produtos tóxicos; ou pelos produtos tóxicos de outros agentes
biológicos. Manifesta-se pela transmissão desse agente ou seus produtos, de uma pessoa
ou animal infectado, ou de um reservatório a um hóspede suscetível. Pode transmitir-se de
forma direta, ou indireta por meio de um hospedeiro intermediário de natureza vegetal ou
animal, de um vetor, ou do ambiente. Exemplo: Tuberculose.
• Doença-não transmissível: enfermidade que não é transmitida de uma pessoa para outra.
Exemplos: câncer, respiratórias crônicas, diabetes.

Vigilância Epidemiológica
É um serviço que reúne um conjunto de ações que permite acompanhar a evolução das doenças
na população.
Funciona como um “termômetro” um indicador de que ações devem ser priorizadas no planeja-
mento da assistência à saúde.
As ações de prevenção e controle devem partir do estudo do comportamento das doenças e
agravos à população, é importante seguir algumas etapas:
• Coleta de dados;
• Processamento dos dados;
• Análise dos dados;
• Recomendação de medidas de controle e prevenção;

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
• Promoção das ações de controle e prevenção avaliação da eficácia das medidas;
• Divulgação das informações.
Coleta de dados: consiste em buscar junto às fontes de dados (população, imprensa, serviços
de saúde, escolas, creches, presídios e indústrias) as informações relevantes que possam colaborar na
identificação de situações de risco.
Processamento dos dados: significa reunir todos os dados coletados e agrupá-los de acordo
com seu grau de importância e relevância.
Análise dos dados – busca interpretar as informações coletadas, procurando estabelecer as
relações causais.
Recomendação de medidas de controle e prevenção: aponta que precauções podem ser reco-
mendadas no controle e prevenção da ocorrência da doença.
Promoção das ações de controle e prevenção: consiste em planejar e executar ações como vaci-
nações, tratamento dos doentes, controle do ambiente, divulgação de informações sobre precauções
para transmissão de doenças;
Avaliação da eficácia das medidas: é a análise dos resultados das ações, visando identificar se
as metas propostas foram alcançadas e avaliar seu impacto na saúde coletiva.
Divulgação das informações – objetiva mostrar os resultados: alcançados de forma simples e
clara, de modo que todos os interessados possam compreendê-los.

Variáveis Epidemiológicas
PESSOA: QUEM? Características herdadas ou adquiridas (idade, sexo, cor, escolaridade, renda,
estado nutricional e imunitário, etc.); etc. Atividades (trabalho, esportes, práticas religiosas, costumes,
etc.); etc. Circunstâncias de vida (condição social, econômica e do meio ambiente).
TEMPO: QUANDO? A cronologia de uma doença é fundamental para a sua análise epidemiológi-
ca. A distribuição dos casos de determinada doença por períodos de tempo (semanal, mensal, anual)
permite verificar como a doença evolui.
A distribuição cronológica apresenta- apresenta-se como:
Tendência Secular: são as variações na incidência/prevalência ou mortalidade/letalidade de do-
enças observadas por um longo período de tempo, geralmente dez anos ou mais.
Variação cíclica: são variações com ciclos periódicos e regulares. O comportamento cíclico das
doenças resulta de recorrências nas suas incidências, que podem ser anuais ou de periodicidade men-
sal ou semanal. Na variação cíclica, portanto, um dado padrão é repetido de intervalo em intervalo.
Variação Sazonal: ocorre quando a incidência das doenças aumenta sempre, periodicamente,
em algumas épocas ou estações do ano, meses do ano, dias da semana, ou em horas do dia. Por
exemplo, dengue (nas épocas quentes do ano), acidentes de trânsito (horas de muita movimentação
urbana – deslocamento para o trabalho ou escola).

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
LUGAR: ONDE? Utiliza-se a distribuição geográfica para identificar de que forma as doenças se
distribuem no espaço (urbano/rural, distrito sanitário, bairro, Município, etc.), associando a sua etc.
alta ocorrência. Exemplo: Exemplo: à baixas coberturas vacinais, precariedade no saneamento básico,
mananciais contaminados por microorganismos, existência ou não de uma rede básica de atenção à
saúde, etc. etc.
Em relação ao local de transmissão, os casos podem ser classificados como:
• Caso autóctone: é o caso confirmado que foi detectado no mesmo local onde ocorreu a
transmissão
• Caso alóctone: é o caso confirmado que foi detectado em um local diferente daquele onde
ocorreu a transmissão.

Formas de Ocorrência das Doenças


Caso esporádico: ocorre quando, em uma comunidade, verifica-se o verifica- aparecimento de
casos raros e isolados de uma certa doença, a qual não estava prevista, esses casos são chamados
de casos esporádicos. Exemplo: Exemplo: peste (transmitida pela picada de pulgas infectadas com a
bactéria Yersinia pestis).
Conglomerado temporal de casos: um grupo de casos para os quais se suspeita de um fator
comum e que ocorre dentro dos limites de intervalos de tempo, significativamente, iguais, medidos a
partir do evento que, supostamente, foi a sua origem. Exemplo: Exemplo: leptospirose (doença infec-
ciosa causa pela bactéria do gênero Leptospira).
Endemia: quando a ocorrência de determinada doença apresenta variações na sua incidência
de caráter regular, constante, sistemático. Assim, endemia é a ocorrência de uma determinada doença
que, durante um longo período de tempo, acomete, sistematicamente, populações em espaços deli-
mitados e caracterizados, mantendo incidência constante ou permitindo variações cíclicas ou sazonais
ou atípicas. Exemplo: tuberculose (causada pelo Mycobactrium tuberculosis) e malária (causada por
protozoários do tuberculosis) gênero Plasmodium.
Epidemia: caracterizam-se pelo aumento do número de caracterizam- casos acima do que se
espera, comparado à incidência de períodos anteriores. O mais importante, contudo, é o caráter desse
aumento descontrolado, brusco, significante, temporário. Se, em temporário. uma dada região, ine-
xiste determinada doença e surgem dois ou poucos casos, pode-se falar em epidemia, dado o pode-
seu caráter de surpresa. Exemplo: o aparecimento de dois casos de sarampo em uma região que, há
muitos anos, não apresentava um único caso. Exemplo: epidemia de dengue.
Surto epidêmico: Costuma-se designar surto quando dois ou mais casos de uma determinada
doença ocorrem em locais circunscritos, como instituições, escolas, domicílios, edifícios, cozinhas co-
letivas, bairros ou comunidades, aliados à hipótese de que tiveram, como relação entre eles, a mesma
fonte de infecção ou de contaminação ou o mesmo fator d e risco, o mesmo quadro clínico e ocorrên-
cia simultânea.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Pandemia: Dá-se o nome de pandemia à ocorrência epidêmica caracterizada por uma larga
distribuição espacial que atinge várias nações.

6- SANEAMENTO DOS ALIMENTOS


Os alimentos de origem animal ou vegetal, frescos ou processados, incluindo a água, podem
veicular diversos microrganismos patogênicos, causadores de diversas perturbações fisiológicas nas
pessoas que os consomem.
A preocupação com a qualidade e sanidade do produto, inicia-se na origem da matéria prima,
passa pela manipulação industrial, artesanal e comercial, segue pelo transporte e completa-se nos
setores de armazenamento estocagem e exposição para a venda ao consumidor.
Os hábitos higiênicos ajudam a impedir a contaminação. Afinal, de nada adianta que os produ-
tores e comerciantes ofereçam bons produtos se, o preparo da matéria prima e dos alimentos forem
a causa das toxiinfecções alimentares.
O saneamento dos alimentos é um conjunto de medidas necessárias para assegurar a inocuida-
de, a salubridade e a boa conservação dos produtos alimentares em todos os estágios.

Produção primária (colheita, abate, ordenha)


Preparação, Transformação, Fabrico, Embalagem, Armazenagem, Transporte, Distribuição, Ma-
nuseamento, Venda e Consumo.
A higiene dos alimentos consiste na adoção de medidas preventivas e de controle para a remo-
ção de agentes causadores de doenças, com o objetivo de conferir proteção específica contra as doen-
ças transmitidas por alimentos, proporcionando condições adequadas para a produção e o consumo
higiênico dos mesmos.

Segurança Alimentar
Significa garantir acesso ao alimento em quantidade e qualidade adequadas, de forma perma-
nente; aproveitar ao máximo os nutrientes; e preparar alimentos de forma que não ofereçam perigo
à saúde.

Manipulador de Alimentos
Todas as pessoas que trabalham com alimentação são considerados “manipuladores de alimen-
tos”, ou seja, quem produz, coleta, transporta, recebe e prepara par distribuir o alimento.

Perigo
Classifica-se no saneamento de alimentos perigo tudo aquilo que pode causar algum mal à saú-
de da pessoa.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética

Disponível em: www.blogaquapharma.com. Acesso em jan 2016.

Onde eles estão?

Disponível em: www.alimentos.uff.br. Acesso em Jan 2016.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
E também nas pessoas...

Disponível em: www.emaze.com. Acesso em jan 2016.

Microrganismos
Bactérias, bolores, protozoários e vírus.

Fontes de contaminação por bactérias


• Alimentos crus e/ou cozidos;
• Contaminação física;
• Contaminação química;
• Alimentos de alto risco;
• Presença de insetos e roedores;
• Presença de animais domésticos e silvestres;
• Poeira, terra, sujidades;
• Lixo e restos de alimento.

Fatores que favorecem o desenvolvimento das bactérias


• Composição dos alimentos;
• Temperatura;

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
• Humidade;
• Presença de oxigênio;
• Ph;
• Tempo;

Disponível em: pt.slideshare.net. Acesso em jan 2016

Composição dos alimentos


Quanto mais ricos forem em substâncias nutritivas, mais favorecem o crescimento de microrga-
nismos. Produtos ricos em açucares ou proteínas (natas, maioneses, gelados, carnes, etc.), são favorá-
veis ao desenvolvimento bacteriano.

Temperatura
A temperatura tem ação preponderante sobre a atividade metabólica dos microrganismos

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética

Disponível em: slideplayer.com.br/slide/357516. Acesso em jan 2016.

Umidade
Os alimentos com altos teores de proteínas, pois contém alto teor de umidade natural, são os
preferidos pelas bactérias.
Tempo
Num ambiente que proporciona calor, umidade e alimento, as bactérias iniciam a sua multiplica-
ção em 10 a 20 minutos, podendo num espaço de 30 minutos, se multiplicar até um número suficiente
para causar intoxicação alimentar.
ph
• ph 7 é ótimo para o desenvolvimento da bactéria;
• ph<4 ou > 9 limita muito o desenvolvimento de qualquer tipo de agente biológico;
Doenças Transmitidas por Alimentos
São atribuídas à ingestão de alimentos e/ou água contaminados por agentes de origem biológi-
ca, física, química ou pela produção de toxinas por determinados agentes, cuja presença no organismo
em determinadas concentrações pode afetar a saúde humana, em nível individual ou coletivo.
Acontecem devido a:
• Falta de higiene de utensílios, mãos e equipamentos;
• Cruzamento entre alimentos crus e cozidos (principalmente na arrumação da geladeira);
• Uso de alimentos contaminados;
• Exposição prolongada dos alimentos a temperatura inadequada
• ou cozimento insuficiente (tempo e temperatura).

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Os alimentos mais envolvidos em casos de DTA são:
• Pratos muito manipulados (empadão, salpicão etc.);
• Preparações a base de maionese;
• Pratos preparados de véspera quando mal conservados (feijoada, carne assada, cozido etc.);
• Doces e salgados recheados.

Sintomas
Diarréia;
• Náusea;
• Vômito;
• Cefaléia;
• Dor abdominal;
• Febre;
• Formação de gases;
• Fadiga;
• Perda de apetite.

Boas Práticas
Controlando os perigos:
• Adequação e manutenção das instalações;
• Prevenção da contaminação por utensílios, equipamentos e ambientes;
• Prevenção da contaminação por colaboradores;
• Prevenção da contaminação pelo ar ambiente (ar condicionado, condensação etc.);
• Prevenção da contaminação por produtos químicos;
• Controle de pragas;
• Garantia da qualidade da água (ex: limpeza da caixa d’água);
• Cuidado com o lixo.

Qualidade da água
Deve ser de boa qualidade, ou seja, sem gosto, sem cheiro, transparente e livre de microrganis-
mos perigosos.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética

Disponível em: www.alimentos.uff.br. Acesso em Jan 2016.

Controle de pragas
Moscas, baratas, formigas, ratos, pássaros, gatos e outros animais podem representar grande
risco de contaminação.

Disponível em: ojornalismodaasas.blogspot.com. Acesso em jan 2016.

Cuidados com o lixo


O lixo acumulado na cozinha é uma fonte perigosa de microrganismos. Por isso:
• É importante removê-lo diariamente, ou tantas vezes quanto forem necessárias durante o
dia;
• Ele deve estar sempre ensacado e em recipientes apropriados, com tampa;
• Quando removido dos ambientes, o lixo deve ser armazenado em local fechado e frequen-
temente limpo, até a coleta pública ou outro fim a que se destine.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Higienização

Limpeza e Desinfecção

Disponível em: www.sesc.com.br. Acesso em Jan 2016

Resíduos de alimentos deixados no ambiente e materiais para fora de uso favorecem o apare-
cimento de pragas. Sendo os produtos de limpeza guardados em locais separados dos alimentos. E
também deve-se higienizar os: ambientes, os utensílios e equipamentos

Disponível em: www.sesc.com.br. Acesso em Jan 2016

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
7- SANEAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS E QUALIDADE DE VIDA
Nível de informação sobre o meio ambiente

Disponível em: www.mma.gov.br. Acesso em Jan 2016.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define saneamento como o controle de fatores que atu-
am sobre o meio ambiente e que exercem, ou podem exercer, efeitos prejudiciais ao bem estar físico,
mental ou social do homem.
O objetivo final do saneamento é a promoção da saúde, um direito fundamental de todos os
seres humanos.
A cada R$ 1,00 investido em saneamento, as cidades economizam R$ 5,00 em medicina curativa
da rede hospitais e ambulatórios públicos. (Sistema Único de Saúde)
A pobreza, combinada com baixos índices de saneamento básico, é responsável pela morte de
uma criança a cada 10 segundos. (PNSB-IBGE).

IBGE 2010
No Brasil, apenas 52% dos municípios e 33% dos domicílios têm serviço de coleta de esgoto.
Na Região Norte, 2% dos domicílios tem rede de esgoto. Os 68,5% dos resíduos das grandes cidades
são jogados em lixões e alagados.Apenas 451 municípios dos 5.507 existentes no Brasil fazem coleta
seletiva.

Dados do Estado de Minas Gerais


O impacto do lixo a cada dia é descartado 2 milhões de toneladas de lixo domiciliar no mundo.
É um volume diário que equivale a 10 montanhas como o Pão de Açúcar.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Política nacional de resíduos sólidos - Novos rumos para o lixo
• Obrigatoriedade em separar o lixo em seco e úmido;
• Responsabilização dos municípios pela coleta e gerenciamento do lixo urbano;
• Caberá as indústrias e importadores o gerenciamento dos resíduos decorrentes de suas
atividades;
• Criação da empresa ou entidade recicladora, que será isenta de impostos;
• Incentivo à formalização das cooperativas de catadores.

Política nacional de resíduos sólidos - Ações Educativas


• Conscientização da população sobre a importância do consumo consciente e sustentável;
• Redução de resíduos através de atividades ou tecnologias ambientalmente sustentáveis;
• Valorização de resíduos - através da reutilização, reciclagem, valorização energética e trata-
mento para fins de compostagem;
• Capacitar recursos humanos envolvidos em atividades relacionadas com o gerenciamento
de resíduos sólidos, bem como de catadores de materiais recicláveis.

Destino do Lixo no Brasil – Fonte IBGE

Fonte: Elabroado pelo autor

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Destino do Lixo no Brasil - Aterros sanitários
Critérios de engenharia e normas operacionais para o controle da poluição e proteção à saúde
pública
Camadas sucessivas de lixo compactado são recobertas por camadas de terra. Há um tratamen-
to especial para o chorume e para os gases oriundos da decomposição do lixo
Desde que projetado para essa finalidade, o aterro sanitário permite o aproveitamento do gás
gerado pela decomposição do lixo, para a produção de calor e energia, para indústrias próximas ou
como combustível da frota pública de veículos. 

Vantagens:
• Impede a proliferação de ratos e insetos;
• Permite a recuperação de áreas, que um dia foram aterros sanitários, para atividades como
recreação e esporte populares;

Aterro industrial ou resíduos especiais


Os resíduos sólidos industriais podem ser extremamente nocivos ao solo. Compete ao órgão
estadual de saneamento ambiental aprovar o método de disposição final para cada tipo de resíduo
sólido industrial.
Os aterros industriais são áreas que possuem características apropriadas para a disposição final
dos resíduos industriais no solo, utilizados no mundo inteiro.
Entre os componentes nocivos destacam-se os metais pesados (o cádmio, chumbo etc.); os ma-
teriais radioativos (o chamado lixo radioativo) e muitos tipos de produtos químicos e tóxicos.

Incineradores
Local onde é feita a queima do lixo, indicada para o lixo hospitalar por eliminar os contaminan-
tes.
Os incineradores devem ter sistema de filtragem para eliminar a fuligem e substâncias químicas
cancerígenas como dioxinas e furanos.

Vantagens:
• Redução significativa do volume de lixo;
• Possibilidade de transformação do lixo em energia;
• Não há contato direto dos trabalhadores com o lixo.

Práticas sustentáveis
Desenvolvimento Sustentável é uma forma de desenvolvimento que procura conciliar as neces-
sidades da sociedade atual com a preservação dos recursos naturais sem comprometer a capacidade
das futuras gerações de atender suas necessidades.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Essa noção de limite é a única capaz de colocar um freio a um processo já em curso, mas ainda
reversível: o fim dos recursos naturais do planeta e consequentemente destruição da atual humani-
dade.

8- PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS


Artrópodes
Animais invertebrados que possuem vários pares de pernas. Podem ser aquáticos ou terrestres.
Sua reprodução sexuada e respiração aeróbica.

Divididos em grupos:
• Insetos: gafanhotos, borboletas, mosca, barbeiro etc.
• Aracnídea: aranhas e escorpiões
• Ácaros: pulgas e carrapatos
• Crustáceos: caranguejo
• Quilópodes: centopeia
• Diplópodes: Embuás

Disponível em: bioglossa.wikispaces.com. Acesso em jan 2016.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
INSETOS: Barata ,borboleta, barbeiro, moscas e abelhas
ARACNÍDEOS: Aranhas e escorpiões.
ÁCAROS: Pulgas e carrapatos
QUILOPODES: Centopeias/lacraias
DIPLÓPODES: Embuás

Doenças causadas pelos artrópodes: Carrapatos

Doença Sintomas

Babesiose Febre, anorexia e anemia

Borreliose Febre, anorexia, poliartrite,

febre, problemas respiratórios, edema e vômitos,


Ehrlichiose
na fase aguda

Fonte: Elaborado pelo autor

Doenças causadas pelos artrópodes


Ácaros: Alergias respiratórias e cutâneas.
Aranha marrom: Os primeiros sintomas de envenenamento são uma sensação de queimadura e
formação de ferida no local da picada. O tratamento é feito com soro antiaracnídico.
Baratas: Febre tifoide, verminoses intestinais, amebíase, giardíase, helmintíase, entre muitas
outras, que podem ser adquiridas nos alimentos, onde elas passam.
Barbeiros: Doença de Chagas.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Doenças causadas pelos artrópodes

Doenças causadas pelos artrópodes: Carrapatos

Doença Sintomas

Dor de cabeça, febre, náusea, fadiga, suor intenso,


Malária
dor no corpo, falta de ânimo,
Febre alta, dor de cabeça, dor no corpo, dor atrás dos
Dengue olhos, dor nas articulações, fadiga, perda de apetite,
náuseas e vômito.
Febre alta ,calafrios, dor de cabeça, dor lombar,
Febre amarela dor no corpo, prostração, náusea, vômito, diarreia,
icterícia.

Fonte: Elaborado pelo autor

Doenças causadas pelos artrópodes


Moscas domésticas: Febre tifoide (Salmonela typhosa) diarreia, conjuntivites, erisipelas, cólera,
etc.
Leishmaniose: Febre por mais de 15 dias, palidez, falta de apetite, hepatoesplenomegalia, cau-
sando dor abdominal, emagrecimento e fraqueza.

Prevenção
• Limpar quintais e jardins;
• Remover entulhos e lixo;
• Examinar peças de roupas e sapatos antes de usá-los;
• Utilizar equipamentos apropriados em área de risco, como luvas, sapatos fechados, calça de
comprimento longo , etc.

Roedores
Constituem a maior ordem de mamíferos com placenta. Formam mais de 2.000 espécies, 40%
da classe dos mamíferos.
São de ambiente aquático ou terrestre.
Todos possuem uma dentição especializada para roer.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Classificação:
• Ciuromorfos: esquilos, serelepes;
• Miomorfos: rato de telhado, ratazana;
• Histricomorfos: capivaras, cutias.

Doenças causadas pelos roedores


Leptospirose: prostração , dor no corpo, principalmente na panturrilha e febre.
Hantavirose: Febre, dores musculares e dificuldade para respirar. (Desde que o paciente tenha
ido a zona rural nos últimos 60dias).
Febre da mordida do rato: Febre, calafrios, dor de cabeça, dor muscular, fraqueza e dor de gar-
ganta. Depois aparecem erupções, geralmente nas mãos e nos pés.

Prevenção: Evitar os 4 A:
• Acesso;
• Abrigo;
• Água;
• Alimento.

9- GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS EM SAÚDE


Resíduos sólidos de serviços de saúde (RSSS) são detritos gerados nos estabelecimentos de saú-
de durante a prestação de serviços assistenciais e de diagnóstico, podendo tornar-se risco à saúde,
devido às suas características. É formado em sua maioria por seringas, agulhas, luvas, fraldas, sondas,
cateteres e demais materiais descartáveis. Esse lixo representa um grande perigo à saúde, uma vez
que pode estar contaminado com microrganismos causadores de doenças.
O gerenciamento dos RSS constitui-se em um conjunto de procedimentos planejados e imple-
mentados, a partir de bases científicas, técnicas, normativas e legais. (RDC No 306, de 7 de dezembro
de 2004 e Resolução CONAMA No 358/2005).

Objetivos do Gerenciamento de RSS


Minimizar a produção de resíduos, proporcionar aos resíduos gerados um encaminhamento
seguro, de formas eficientes, visando à proteção dos trabalhadores, a preservação da saúde pública,
dos recursos naturais e do meio ambiente.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Criar uma cultura organizacional de segurança e de não desperdício. Portanto, estas orientações
visam melhorar os aspectos referentes ao gerenciamento interno dos resíduos, com uma metodologia
eficiente.

Etapas do PGRSSS
1- SEGREGAÇÃO: Consiste naseparação dos resíduos no momento e local de sua geração, de acordo
com as características físicas, químicas, biológicas, o seu estado físico e os riscos envolvidos.
2- ACONDICIONAMENTO: Consiste no ato de embalar os resíduos segregados, em sacos ou recipien-
tes que evitem vazamentos e resistam às ações de punctura e ruptura. A capacidade dos recipien-
tes de acondicionamento deve ser compatível com a geração diária de cada tipo de resíduos.
3- IDENTIFICAÇÃO: Consiste no conjunto de medidas que permite o reconhecimento dos resíduos
contidos em sacos e recipientes, fornecendo informações ao correto manejo dos RSSS.
4- TRANSPORTE INTERNO: Consiste no traslado dos resíduos dos pontos de geração até o local des-
tinado ao armazenamento temporário ou armazenamento externo de apresentação para a coleta.
5- ARMAZENAMENTO: Consiste na guarda dos recipientes contendo os resíduos acondicionados.
6- TRATAMENTO: Consiste na aplicação de método, técnica ou processo que modifique as caracte-
rísticas dos resíduos, reduzindo ou eliminando o risco de contaminação, de acidentes ocupacio-
nais ou de danos ao meio ambiente. Esse tratamento pode ser realizado através da esterilização,
desinfecção ou incineração.
7- COLETA E TRANSPORTE EXTERNO: Consistem na remoção dos RSSS do armazenamento até a
unidade de tratamento ou disposição final, utilizando-se técnicas que garantam a preservação
das condições de acondicionamento e a integridade dos trabalhadores, da população e do meio
ambiente, devendo estar de acordo com as orientações dos órgãos de limpeza urbana.
8- DISPOSIÇÃO FINAL: Consiste na disposição de resíduos no solo, previamente preparado para re-
ceber esses, obedecendo a critérios técnicos de construção e operação, e com licenciamento
ambiental de acordo com a Resolução CONAMA n°.237/97.
OBS: O PGRSS a ser elaborado deve ser compatível com as normas locais relativas à coleta,
transporte e disposição final de resíduos gerados nos serviços de saúde, estabelecidas pelos órgãos
responsáveis pelas etapas citadas.

Medidas de Biossegurança
O pessoal envolvido diretamente com o gerenciamento de resíduos deve ser mantido sob edu-
cação continuada para as atividades de manejo de resíduos. Essa capacitação deve abordar a impor-
tância da utilização dos EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) e das MEDIDAS DE BIOSSE-
GURANÇA.
Os trabalhadores devem ser imunizados em conformidade com o Programa.
Nacional de Imunização-(PNI) e realizar controle laboratorial sorológico para avaliação da res-
posta imunológica, bem como serem submetidos a exame médico admissional e periódico.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Classificação de Descarte dos RSS

Grupo A – Resíduos com possível presença de agentes

Biológicos
A1 - Culturas e estoques de microrganismos; vacinas de microrganismos vivos ou atenuados;
resíduos de atenção à saúde humana e animal com suspeita ou certeza de contaminação Classe de
Risco 4 (elevada periculosidade para o ser humano); bolsas transfusionais contendo sangue ou hemo-
componentes, sobras de laboratórios com sangue ou líquidos corpóreos.
A2 - Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais inoculados
com microrganismo sem agentes Classe 4.
A3 - Peças anatômicas humanas (membros) e produtos de fecundação sem sinais vitais menor
que: 500 gramas, 25 cm e 20 semanas gestacionais.
A4 - Kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisadores; sobras de amostras de laboratórios
contendo fezes, urina e secreções, sem agentes Classe de Risco 4; peças anatômicas e resíduos de
procedimentos cirúrgicos e outros resíduos sem inoculação de microrganismos.
A5 - Órgãos, tecidos, fluídos orgânicos e materiais perfurocortantes, entre outros, com suspeita
ou certeza de contaminação por príons.

Grupo A – Resíduos Biológicos

Tipo de Resíduo e Descarte


Resultantes da assistência a paciente: luvas, gazes, curativos, sondas, drenos, abaixador de lín-
gua, bolsas, fraldas, papel higiênico, equipamentos contaminados, seringas sem agulhas e contamina-
das, avental e sapatilhas. O deve descartar em saco branco
Sangue e hemonoderivados descarte: bolsas e equipos de sangue após transfusão. Bolsas de
sangue com prazo vencido e/ou sorologia positiva. Se não autoclavar, descartar em saco branco, ou
autoclavar, descartar em saco preto.
Cirúrgico, anatomo e patológico: peças anatômicas e tecidos humanos resultantes de cirurgia
ou experimentos: órgãos, fetos e resíduos contaminados. Descartar em saco branco duplo.
Resultante de análise laboratorial: sangue total ou soro em tubos de ensaio; líquidos biológi-
cos; secreções, excreções e meios de cultura após análise laboratorial; e urina e fezes. O descarte deve
ser: autoclavar, autoclavar e descartar em saco preto, ou no vaso sanitário.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Grupo B – Resíduos contendo substâncias químicas

• Produtos hormonais; antimicrobianos; citostáticos; antineoplásicos; antiretrovirais; imu-


nossupressores; imunomoduladores e digitálicos.
• Saneantes; desinfetantes; germicidas; solventes; mercúrio de termômetro; ácido crômico;
efluentes de processadores de imagem; amálgama; pilhas; baterias; óleo lubrificante e ou-
tros produtos perigosos.
Drogas quimioterápicas e resíduos químicos

Medicamentos vencidos; ampolas e frascos ampola abertos, drogas quimioterápicas e produtos


por ela contaminados, resíduos químicos e perigosos. O descarte deve ser: encaminhar à seção de
farmácia, descartar em caixa própria para material perfuro cortante; descartar em recipiente próprio
e encaminhar para
Incineração; rejeitos ácidos e básicos (neutralizar/água corrente); rejeitos metais pesados e
insolúveis em água (frasco de rosca, identificado); rejeitos inflamáveis, corrosivos, explosivos,
armazenar em galões identificados com o símbolo de material.
Grupo C – Resíduos que contenham radionuclídeos

Rejeitos sólidos ou líquidos provenientes de laboratórios de análises clínicas; serviços de medi-


cina nuclear e radioterapia, segundo a Resolução CNEN 6.05. Descartar em containeres de chumbo
até decaimento.
Grupo D – Resíduo Comum: sem risco biológico, químico ou radioativo

Resíduos provenientes de áreas administrativas (escritórios), de limpeza de jardins; restos ali-


mentares de refeitórios e de pacientes; fraldas e papel de uso sanitário. Exemplo: embalagens, latas,
plásticos, papel toalha, papelão, papel higiênico de uso público, seringas sem agulha não contamina-
das, papel em geral. Descartar este em: saco plástico preto, recipiente próprio para reciclagem.
Grupo E – Materiais perfuro-cortantes ou escarificantes

Lâminas de barbear; agulhas; ampolas de vidro; lâminas debisturi; brocas; escalpes; utensílios;
vidros quebrados e similares. Descartar em: recipiente próprio para material perfuro cortante; reci-
piente específico para agulha do sistema a vácuo; caixas de papelão forrados com saco plástico branco
e acondicionados em saco branco.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética

Disponível em: www.farmaceuticodigital.com. Acesso em Jan 2016.

Disponível em: pt.slideshare.net. Acesso em Jan 2016.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética

Disponível em: pt.slideshare.net. Acesso em Jan 2016.

Coleta Seletiva
É um sistema de recolhimento de materiais recicláveis previamente separados e encaminhados
para o beneficiamento, para que estes possam ser reutilizados ou reciclados. A reciclagem é a trans-
formação de um material, que tem sua primeira utilidade terminada em outra, sendo a coleta seletiva
de lixo sua maior aliada.
Seus benefícios visam minimizar a quantidade de resíduos destinados ao tratamento, coleta e
destino final e assim aumentar a vida útil dos aterros sanitários, minimizar a utilização de matéria pri-
ma, incentivar o crescimento das indústrias de reciclados, preservar os recursos naturais e economizar
energia na produção de materiais novos.
A coleta é feita com o material a ser descartado é colocado em lixeira específica e recolhido pos-
teriormente pelos responsáveis pela coleta. Para facilitar o descarte, as lixeiras são diferenciadas por
cores: azul para papeis, vermelho para plásticos, verde para vidros e amarelo para metais.

Os 3 “Rs”
Os 3 Rs se referem as palavras-chave para a boa utilização do material:
Reduzir: É possível reduzir o material descartado revisando seus hábitos de consumo e repen-
sando na necessidade da sua utilização ou descarte.
Reutilizar: Muitos materiais podem ser reaproveitados, mesmo com outra função, sem passar
pela reciclagem.
Reciclar: Transformar materiais já usados, por processo artesanal ou industrial, em novos pro-
dutos.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Observação: Dentro do hospital, alguns materiais recebem um descarte especial e tem como
destino a incineração ao invés do aterro ou da reciclagem. O lixo infectante, ou seja, material que pode
estar contaminado após o uso; como luvas e curativos, deve ser descartado nas lixeiras de sacos bran-
cos. Já os materiais perfuro-cortantes como agulhas, frascos de ampola, bisturis e lancetas, devem ser
depositados nas caixas de descarte logo após o uso.
Esse tipo de material não deve ser reciclado nem descartado em sacos comuns; isso evita aci-
dentes e diminui os riscos para o profissional e os usuários do serviço de saúde.

10- EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E DE USO COLETIVO


Os equipamentos de proteção individual objetivam proteger a saúde do trabalhador e minimi-
zar os riscos de acidentes ocupacionais. O uso de EPI é uma exigência da legislação trabalhista brasi-
leira através da Norma Regulamentadora (NR) nº6.
O Ministério do Trabalho atesta a qualidade dos EPIs disponíveis no mercado emitindo o Cer-
tificado de Aprovação (C.A.). O fornecimento ou a comercialização de EPI sem o C.A. é considerado
crime, de modo que comerciante e empregador ficam sujeitos às penalidades previstas em lei.

Equipamentos de Proteção Individual (EPI)


Os equipamentos de proteção individual, que tem o seu uso regulamentado, pelo Ministério do
trabalho e Emprego, em sua Norma Regulamentadora no6 (NR no6). Esta Norma define que equipa-
mento de proteção individual é todo dispositivo de uso individual, destinado a proteger a saúde e a
integridade física do trabalhador. Ela preconiza que a empresa está obrigado a fornecer aos empre-
gados, gratuitamente, equipamento de proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado
de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias: - Sempre que as medidas de proteção
coletiva forem tecnicamente inviáveis ou não oferecerem completa proteção contra os riscos de aci-
dentes do trabalho e/ou doenças profissionais; enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem
sendo implantadas e para atender a situações de emergência.
 Uma situação que ocorre, constantemente, em estabelecimentos de saúde, e que expõe outras
pessoas a riscos desnecessários, é o uso dos equipamentos de proteção individual fora do ambiente,
no qual o seu uso está previsto. Esta situação vai contra o preconizado na NR no6. Aconselho afixar
avisos sobre a proibição e a permanência, principalmente nos lugares mais frequentados pelos
profissionais, portando indevidamente seus EPI.
A melhor maneira de sensibilizar e informar o uso correto de EPI, é através de palestras, cursos
e discussões em canais teóricos, sobre Biossegurança, mostrando a minimização dos riscos quando se
utiliza, adequadamente esses equipamentos. Algumas situações são previstas pela NR nº 6, quanto às
obrigações dos empregados, frente aos equipamentos de proteção individual: usá-los apenas para a
finalidade a que se destina; responsabilizar-se por sua guarda e conservação; não portá-los para fora
da área técnica e comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Como o próprio nome já diz, esses equipamentos conferem proteção a cada profissional indivi-
dualmente. Para melhor entendimento, a referida proteção é dada à cabeça, ao tronco, aos membros
superiores, aos membros inferiores, à pele e ao aparelho respiratório do indivíduo.
Equipamentos de proteção individual, mais usados em estabelecimentos de saúde, São:

Proteção à Cabeça
• Protetores faciais destinados à proteção dos olhos e da face contra lesões ocasionadas por
partículas, respingos, vapores de produtos químicos e radiações luminosas intensas;
• Óculos de segurança para trabalhos que possam causar ferimentos nos olhos, provenientes
de impacto de partículas;
• Óculos de segurança, contra respingos, para trabalhos que possam causar  irritação nos
olhos e outras lesões decorrentes da ação de líquidos agressivos;
• Óculos de segurança para trabalhos que possam causar irritação nos olhos, provenientes de
poeiras e
• Óculos de segurança para trabalhos que possam causar irritação nos olhos e outras  le-
sões decorrentes da ação de radiações perigosas.

Proteção para os Membros Superiores


• Luvas e/ou mangas de proteção e/ou cremes protetores devem ser usados em trabalhos em
que haja perigo de lesão provocada por:
• Materiais ou objetos escoriantes, abrasivos, cortantes ou perfurantes;
• Produtos químicos corrosivos, cáusticos, tóxicos, alergênicos, oleosos, graxos, solventes or-
gânicos e derivados de petróleo;
• Materiais ou objetos aquecidos;
• Choque elétrico;
• Radiações perigosas;
• Frio e;
• Agentes biológicos.

Proteção para os membros inferiores:


• Calçados impermeáveis para trabalhos realizados em lugares úmidos, lamacentos ou en-
charcados;
• Calçados impermeáveis e resistentes a agentes químicos agressivos;

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
• Calçados de proteção contra agentes biológicos agressivos e
• Calçados de proteção contra riscos de origem elétrica.

Proteção do tronco
Aventais, capas e outras vestimentas especiais de proteção para trabalhos em haja perigo de
lesões provocadas por:
• Riscos de origem radioativa;
• Riscos de origem biológica; e
• Riscos de origem química.

Proteção respiratória
Para exposição a agentes ambientais em concentrações prejudiciais à saúde do trabalhador, de
acordo com os limites estabelecidos na NR15:
Respiradores contra poeiras, para trabalhos que impliquem produção de poeiras; respiradores
e máscaras de filtro químico para exposição a agentes químicos prejudiciais à saúde; aparelhos de iso-
lamento (autônomo ou de adução de ar), para locais de trabalho onde o teor de oxigênio seja inferior
a 18% em volume.
Antes de se usar, ou mesmo antes de se adquirir qualquer equipamento de proteção individual,
o profissional deverá conhecer de que ele terá de se proteger, quais os risco - biológicos, físicos e/ou
químicos, aos quais ele estará exposto. Ele tendo estas respostas, estará apto a adquirir e usar esses
equipamentos e trabalhar com mais segurança.

Observações:
Poderão existir dificuldades para se adquirir esses equipamentos, desde o momento em que
se vai solicitar ao setor de compras ou mesmo quem vai direto à loja adquiri-los, pois as suas espe-
cificações são muitas vezes difíceis de serem descritas. Torna-se mais fácil fazer a descrição desses
equipamentos a partir de algumas indagações feitas junto ao fabricante, como: a proteção a que se
destina dar ao trabalhador, a sua vida útil, os limites de sua utilização e como realizar a sua limpeza e
conservação, com estas perguntas antes de se adquirir os equipamentos, estará o profissional, respal-
dado em sua compra, pois estas perguntas deverão ser respondidas nas propostas apresentadas pelas
empresas candidatas ao fornecimentos desses equipamentos.
Antes de se decidir por algum EPI, solicitar ao fabricante que informe se esses equipamentos
possuem o Certificado de Aprovação concedido pelo Ministério do Trabalho e Emprego. No caso des-
ses equipamentos serem de fabricação de origem não brasileira, e mesmo que eles possuam o referi-
do Certificado do país de origem, mesmo assim, terá que apresentar o Certificado de Aprovação emiti-
do pelo Ministério do Trabalho e Emprego do Brasil, pois sem ele o próprio Ministério não o reconhece
como equipamento de proteção individual.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética

Disponível em: www.carvresgate.com. Acesso em jan 2016

EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO COLETICA (EPC)


 Como o próprio nome sugere, os equipamentos de proteção coletiva (EPC) dizem respeito ao
coletivo, devendo proteger todos os trabalhadores expostos a determinado risco. Como exemplo
podemos citar o enclausuramento acústico de fontes de ruído, a ventilação dos locais de trabalho,
a proteção de partes móveis de máquinas e equipamentos, a sinalização de segurança, a cabine de
segurança biológica, capelas químicas, cabine para manipulação de radioisótopos, extintores de in-
cêndio, dentre outros.

Disponível em:www.segurancamonitoramento.org. Acesso em Jan 2016

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
11- CIPA
Definição
 CIPA é a sigla para Comissão Interna de Prevenção de Acidentes que visa à prevenção de aciden-
tes e doenças relacionadas ao trabalho, buscando conciliar o trabalho com a preservação da vida e a
promoção da saúde de todos os trabalhadores.
Ela é composta de representantes dos Empregados e do Empregador, seguindo o dimensiona-
mento  estabelecido, com ressalvas as alterações disciplinadas em atos normativos para os setores
econômicos específicos.
 Sua atribuição consiste em identificar os riscos de execução da relação de trabalho, elaborar o
mapa de risco, contando para isso, com a participação do maior número de trabalhadores, tendo a
assessoria do SESMT para realizar suas atribuições.
 A CIPA tem como principal atividade à prevenção de acidentes e doenças ocupacionais, auxilian-
do o SESMT - Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho. A diferença
básica entre esses dois órgãos internos da empresa reside no fato de que o SESMT é composto exclu-
sivamente por profissionais especialistas em segurança e saúde no trabalho, enquanto a CIPA é uma
comissão partidária constituída por empregados normalmente leigos em prevenção de acidentes.
O  desenvolvimento  das  ações preventivas  por parte da CIPA, consiste, basicamente, em ob-
servar e relatar as condições de riscos nos ambientes de trabalho; solicitar medidas para reduzir e
eliminar os riscos existentes ou até mesmo neutraliza-los; discutir os acidentes ocorridos, solicitando
medidas que previnam acidentes semelhantes e ainda, orientar aos demais trabalhadores quanto à
prevenção de futuros acidentes na SIPAT (Semana Interna de Prevenção de Acidentes).

Disponível em: www.cipa2015.org/. Acesso em Jan 2016

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
12. GRUPOS DE NUTRIENTES
Conceito
Nutrição  é um  processo  biológico  em que os  organismos  (animais e vegetais), utilizando-se
de alimentos, assimilam nutrientes para a realização de suas funções vitais.
A Dietética é uma área de intervenção interdisciplinar cujo objetivo primordial consiste na apli-
cação das ciências da nutrição e da dietética na prevenção e no tratamento de doenças e na promoção
e educação da saúde, a nível individual e coletivo, assim como nas áreas da investigação, gestão e
ensino.
Os Grupo de nutrientes são:
• Vitaminas;
• Lipídeos;
• Glicídeos;
• Proteínas;
• Sais minerais
• Vitaminas

Disponível em: www.slideshare.net. Acesso em Jan 2016

Grupos e Nutrientes – Vitaminas


As  vitaminas  são compostos orgânicos, presentes nos alimentos, essenciais para o funciona-
mento normal do metabolismo.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Em caso de falta ou excesso pode levar a doenças.
A disfunção de vitaminas no corpo é chamada de hipovitaminose no caso de carência e hipervi-
taminose no caso de excesso da mesma no organismo humano.

Vitaminas Hidrossolúveis
As Vitaminas são classificadas em Hidrossolúveis e Lipossolúveis.
As vitaminas hidrossolúveis são vitaminas solúveis em água. O organismo somente usa o ne-
cessário, eliminando o excesso, ou seja, não são armazenadas em nosso organismo em quantidades
apreciáveis. As vitaminas hidrossolúveis quando ingeridas em altas doses não provocam distúrbios já
que seu excesso é eliminado na urina. 
As vitaminas hidrossolúveis são muito sensíveis ao cozimento e se perdem facilmente na água
em que as verduras e legumes são cozidos. Por isso longos cozimentos devem ser evitados.
São as vitaminas C e do complexo B.

Disponível em: www.searchhomeremedy.com. Acesso em Jan 2016

Vitaminas Lipossolúveis
As vitaminas lipossolúveis são as vitaminas solúveis em lipídios e não-solúveis em água.
Para serem absorvidas é necessária a presença de lipídios. As vitaminas lipossolúveis são a vita-
mina A, a vitamina D, a vitamina E e a vitamina K. As vitaminas A e D são armazenadas principalmente
no fígado e a E nos tecidos gordurosos e, em menor escala, nos órgãos reprodutores. O organismo
consegue armazenar pouca quantidade de vitamina K.
As lipossolúveis quando ingeridas em altas doses ficam retidas no organismo podendo causar
distúrbios.
Atualmente é reconhecido que os seres humanos necessitam de 13 vitaminas diferentes, sendo
que o nosso corpo só consegue produzir vitamina D.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Dentre as mais importantes podemos destacar:

Vitamina A

Disponível em: www. pt.slideshare.net/elisabyo/vitaminas-. Acesso em 2016

Fontes: Fígado de aves, animais e cenoura.


Doenças provocadas pela carência (hipovitaminoses): Problemas de visão, pele seca, diminui-
ção de glóbulos vermelhos, formação de cálculos renais.
Funções no organismo:  Ajuda na formação dos ossos, pele; funções da retina.

Vitamina B1

Disponível em: www. pt.slideshare.net/elisabyo/vitaminas-. Acesso em 2016

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Fontes: Cereais, carnes, verduras, levedo de cerveja.
Doenças provocadas pela carência (hipovitaminoses): Beribéri (fraqueza muscular e dificulda-
de respiratória)
Funções no organismo: Atua no metabolismo energético dos açúcares.

Deficiência da B1

Disponível em: pt.yesshare.com/bubslarissa/vitaminas. Acesso em Jan 2016

Vitamina B2

Disponível em: www. pt.slideshare.net/elisabyo/vitaminas-. Acesso em jan 2016

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Fontes: Leites, carnes, verduras.
Doenças provocadas pela carência (hipovitaminoses): Inflamações na língua, anemias, sebor-
réia (É uma erupção comum, com o aparecimento de manchas avermelhadas com escamas amarela-
das e finas, distribuídas no couro cabeludo, sobrancelhas, orelhas).
Funções no organismo: Atua no metabolismo de enzimas, proteção no sistema nervoso.

Vitamina B3
Fontes: Ervilha, amendoim, fava, peixe, feijão, fígado.
Doenças provocadas pela carência (hipovitaminoses): Insônia, dor de cabeça, dermatite, diar-
réia,depressão.
Funções no organismo: Manutenção da pele, proteção do fígado, regula a taxa de colesterol no
sangue.

Deficiência da B3

Disponível em: pt.yesshare.com/bubslarissa/vitaminas. Acesso em Jan 2016

Vitamina B5
Fontes: Fígado, cogumelos, milho, abacate, gema de ovo, leite, legumes, frutas.
Doenças provocadas pela carência (hipovitaminoses): Fadigas, cãibras musculares, insônia.
Funções no organismo: Regula o metabolismo de proteínas, gorduras e açúcares.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Vitamina B6
Fontes: Carnes, banana, laranja, levedo, repolho.
Doenças provocadas pela carência (hipovitaminoses): Seborréia, anemia, distúrbios de cresci-
mento.
Funções no organismo: Crescimento, proteção celular, metabolismo de gorduras e proteínas,
produção de hormônios.

Vitamina B9 (ácido fólico)


Fontes: Cogumelos, hortaliças verdes, fígado, integrais...
Doenças provocadas pela carência (hipovitaminoses): Anemias e atraso no crescimento.
Funções no organismo: Metabolismo dos aminoácidos, formação das hemácias e tecidos nervo-
sos (fechamento do tubo neural).

Vitamina B12

Disponível em: www. pt.slideshare.net/elisabyo/vitaminas-. Acesso em 2016

Fontes: Fígado, rim, coração de ruminantes, ostras.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Doenças provocadas pela carência (hipovitaminoses): Anemia perniciosa (doença autoimune
que resulta na perda da função das células gástricas). Além disso, altera sensibilidade das mãos e dos
pés.
Funções no organismo: Formação de hemácias e multiplicação celular.

Vitamina C
Fontes: Laranja, limão, abacaxi, kiwi, acerola, morango, brócolis, melão, manga.
Doenças provocadas pela carência (hipovitaminoses): escorbuto (uma doença que tem como
primeiros sintomas hemorragias nas gengivas, tumefação purulenta das gengivas (inchaço com pus),
dores nas articulações, feridas que não cicatrizam).
Funções no organismo: Atua no fortalecimento de sistema imunológico e aumenta a absorção
do ferro pelo intestino.

Deficiência de vitamina C

Disponivel em: profadnair.blogspot.com. Acesso em Jan 2016

Vitamina D
Fontes: Óleo de peixe, fígado, gema de ovos...
Doenças provocadas pela carência (hipovitaminoses): Raquitismo e osteoporose.
Funções no organismo: Regulação dos níveis de cálcio no sangue e de fósforo, aumenta a reab-
sorção dos ossos.
A síntese de vit. D é ativada pela radiação ultravioleta (RUV), visto que seu precursor está pre-
sente na pele.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Vitamina D – relação com o sol

Disponível em: uberhumor.com. Acesso em Jan 2016

Síntese de Vitamina D

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Deficiência da vitamina D – Raquitismo

Disponível em: signosclinicos.es.tl. Acesso em Jan 2016

Disponível em: www. pt.slideshare.net/elisabyo/vitaminas-. Acesso em 2016

Fontes: Azeite, fígado, brócolis, soja, ovo..


Doenças provocadas pela carência (hipovitaminoses): Dificuldades visuais e alterações neuro-
lógicas.
Funções no organismo: Atua como agente antioxidante, previne doença cardíaca por evitar ate-
rosclerose.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Vitamina H
Fontes: Nozes, amêndoas, castanhas, lêvedo de cerveja, leite, gema de ovo, arroz integral, cho-
colate, amendoim torrado.
Doenças provocadas pela carência (hipovitaminoses): Exaustão, dores musculares, dermatite.
Funções no organismo: Atua no metabolismo de gorduras.
Deficiência de vitamina H

Disponível em: www.ebah.com.br/content/ABAAAfZXMAB/vitaminas. Acesso em Jan 2016.

Vitamina K
Fontes: Fígado e verduras de folhas verdes, abacate.
Doenças provocadas pela carência (hipovitaminoses): Deficiência na coagulação do sangue,
hemorragias e tem maior importância no neo nato.
Funções no organismo: Atua na coagulação do sangue, previne osteoporose, ativa a osteocalci-
na (importante proteína dos ossos).
Lipídeos

Disponível em: sosdocabelo.blogspot.com. Acesso em Jan 2016

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
• Lipídeos são representados por gorduras, óleos, ceras, hormônios sexuais.
• São insolúveis em água;
• Fisicamente caracterizadas por serem insolúveis em água, e solúveis em solventes orgâni-
cos, como o álcool, benzina, éter, clorofórmio e acetona. 
• A gordura é um tipo de lipídio. Alguns alimentos ricos neste composto são: manteiga, mar-
garina, frituras, doces, biscoitos recheados, carnes gordas, queijo amarelo, leite integral,
requeijão, embutidos.

Disponível em:pt.slideshare.net/ValentinaQueiroz/lipdios-10296783. Acesso em jan 2016.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Por causa de sua origem em nossa alimentação, é costumeiro se ver uma classificação trivial e
útil na nutrição das gorduras em gordura animal e gordura vegetal. Um exemplo de gordura animal é
a banha de porco, uma gordura vegetal comum é o azeite de oliva.
O lipídeo mais conhecido são os ácidos graxos que representam uma importante fonte de ener-
gia para as células.
Após uma refeição rica em lipídios, o sangue fica com um aspecto leitoso. É importante levar em
consideração que os alimentos crocantes são os que mais contêm gordura trans, e evitar o consumo
de carne com gordura visível é um cuidado simples e muito benéfico. O excesso de alimentos adiposos
pode resultar em doenças cardiovasculares. Porém, a ausência destes no nosso corpo pode resultar
em raquitismo. Por isso, é necessário que haja um equilíbrio.

Glicídios
Os glicídios são moléculas orgânicas constituídas fundamentalmente por átomos de carbono,
hidrogênio e oxigênio. São também conhecidos como açúcares, carboidratos.

Disponível em: 900igr.net. Acesso em Jan 2016

São a principal fonte de energia para os seres vivos, tendo duas funções: gerar energia e atuar
na formação de partes dos corpos dos seres vivos.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética

Disponível em: mulheresperta.com.br/dieta/a-dieta-do-leite-e-do-mel/. Acesso em Jan 2016

Classificação do Glicídios

Dividido de acordo com sua complexidade estrutural em:


• Monossacarídeos;
• Dissacarídeos;
• Polissacarídeos.
Monossacarídeos: Os glicídios mais simples são os monossacarídeos, que apresentam fór-
mula geral Cn(H2O)n. O valor de n pode variar de 3 a 7, e, de acordo com ele, os monossacarídeos
são chamados respectivamente de trioses, tetroses, pentoses, hexoses e heptoses. Exemplos de
monossacarídeos são glicose, frutose, galactose, ribose e desoxirribose. 
Dissacarídeos: Dissacarídeos são moléculas formadas pela união de dois monossacarídeos. A
reação de formação de um dissacarídeo é uma síntese por desidratação: um dos monossacarídeos
perde um hidrogênio ( -H ) e o outro perde uma hidroxila ( -OH ); os dois monossacarídeos se unem, e
o hidrogênio e a hidroxila liberados formam uma molécula de água.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética

Disponível em: www.chemieunterricht.de/dc2/tip/03_12.htm. Acesso em jan 2016.

A sacarose - o açúcar de cana - é um dissacarídeo formado pela união de uma molécula de gli-
cose e uma de frutose.
Outro exemplo de dissacarídeo é a lactose - o açúcar do leite -, constituído por uma glicose liga-
da a uma galactose. 
Polissacarídeos: Polissacarídeos são moléculas grandes, formadas de centenas ou milhares de
monossacarídios. Exemplos de polissacarídeos são amido, glicogênio, celulose, quitina, entre outros.

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=3Ae-4Eg-Ems. Acesso em Jan 2016

Em nosso organismo ocorre armazenamento de polissacarídeos. Depois de uma refeição, as


células do fígado absorvem moléculas de glicose do sangue, unindo-as de maneira a formar polissa-
carídeos.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Quando a taxa de glicose no sangue abaixa nos períodos entre as refeições, as células do fígado
quebram o glicogênio reconvertendo-o em moléculas de glicose que são lançadas no sangue.
Os Glicidios possuem enorme importância. Apenas como exemplo, lembramos que a celulose
está presente na madeira, em tecidos (algodão e linho), é matéria-prima na fabricação de papel, ce-
lulóide, celofane, etc.

Disponível em: www.suzano.com.br/portal/suzano-papel-e-celulose.htm. Acesso em jan 2016.

O amido por sua vez é um alimento  fundamental para os homens e animais.


Os glicídios aparecem também nos chamados ácidos nucléicos, que são constituintes funda-
mentais das células vivas.
É importante ainda lembrar que o estudo dos glicídios já passa a ser objeto da BIOQUÍMICA,
que, como o nome diz, é a parte da química que estuda os compostos e as reações que ocorrem nos
seres vivos. A Bioquímica nasceu da Química Orgânica e hoje é uma ciência autônoma e altamente
desenvolvida.

As proteínas
São componentes de tecidos, membranas, determinam a ocorrência de reações químicas do
organismo.
São polímeros compostos por aminoácidos.
Obtemos proteínas na alimentação, elas são digeridas no tubo digestório (estomago).

Os Aminoácidos no nosso corpo


Para formar as proteínas ha ligações entre os aminoácidos – as ligações peptídicas. O numero de
aminoácidos nas proteínas e muito variável.
Existem 20 tipos de aminoácidos. Que são diferenciados pelo radical R.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Book_Enfermagem.indb 381 11/02/2016 13:00:07


Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Esse 20 aminoácidos são divididos em:
• Naturais: que o corpo produz;
• Essenciais: que obtemos da alimentação.

ESTRUTURA DE UM AMINOÁCIDO

Disponível em: www.quimica.net.Acesso em jan 2016.

Disponível em: www.slideplayer.com.br. Acesso em jan 2016.

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Book_Enfermagem.indb 382 11/02/2016 13:00:08


Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética

Disponível em: www. slideplayer.com.br. Acesso em jan 2016.

Disponível em: pt.slideshare.net/ronniebio/aula-proteinas. Acesso em jan 2016.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Book_Enfermagem.indb 383 11/02/2016 13:00:08


Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Funções das proteínas
Estrutural ou plástica: São aquelas que participam dos tecidos dando-lhes rigidez, consistência
e elasticidade. São proteínas estruturais: 
• Colágeno (constituinte das cartilagens), 
• Actina e miosina (presentes na formação das fibras musculares), 
• Queratina (principal proteína do cabelo), 
• Fibrinogênio (presente no sangue), 
• Albumina (encontrada em ovos).

Hormonal: Exercem alguma função específica sobre algum órgão ou estrutura de um organismo


como, por exemplo, a insulina que retira a glicose em excesso do sangue (embora tecnicamente a in-
sulina seja considerada apenas um polipeptídios, devido a seu pequeno tamanho).
Defesa: Os anticorpos são proteínas que realizam a defesa do organismo, especializados no re-
conhecimento e neutralização de vírus, bactérias e outras substâncias estranhas.
O fibrinogênio e a trombina são outras proteínas de defesa, responsáveis pela coagulação do san-
gue e prevenção de perda sanguínea em casos de cortes e ferimentos.
Energética: Obtenção de energia a partir dos canais que compõem as proteínas. Durante a fase
de crescimento as crianças são especialmente sensíveis às deficiências de nutrientes, sobretudo pro-
teínas. Deficiência de  calorias  ou proteínas na dieta desvia as proteínas para a função energética,
levando à deficiência de crescimento.
A necessidade diária de proteínas é de cerca de 1g/kg durante essa fase e 0,8-0,9g/kg na fase
adulta.

Disponível em: pt.slideshare.net/ronniebio/aula-proteinas. Acesso em jan 2016.

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Book_Enfermagem.indb 384 11/02/2016 13:00:08


Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética

Disponível em: pt.slideshare.net/ronniebio/aula-proteinas. Acesso em jan 2016

Disponível em: pt.slideshare.net/ronniebio/aula-proteinas. Acesso em jan 2016.

SAIS MINERAIS
Os sai minerais e as vitaminas, funcionam como “cofatores” do metabolismo no organismo. Sem
eles as reações metabólicas ficariam tão lentas que não seriam efetivas.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Os sais minerais desempenham função vitais no nosso corpo como:
• Manter o equilíbrio dos fluidos;
• Controlar a contração muscular;
• Oxigenar os músculos
• Regular o metabolismo energético.
Embora presentes na dieta, alguns minerais não são ingeridos na quantidade suficiente para sa-
tisfazer as necessidades metabólicas, especialmente durante a fase de crescimento, estresse, trauma,
perda de sangue e algumas doenças. Muitos corredores também têm deficiência de minerais. Isto
porque o exercício vigoroso acelera a perda desses minerais pela urina e pelo suor.

FERRO
É um componente fundamental da hemoglobina e de algumas enzimas do sistema respiratório.
A deficiência desse mineral, resulta em anemia.
É importante saber que sem a vitamina C, a quantidade de ferro obtida pela ingestão de vegetais
é irrisória. O feijão, por exemplo, é rico em ferro. Porém nosso organismo consegue absorver apenas
10% desse mineral contido no cereal. No entanto se o feijão for acompanhado de um alimento rico
em vitamina C, como suco de laranja por exemplo, a absorção de ferro pode chegar a 40%. As carnes
são diferentes, pois estão entre as melhores fontes de ferro e nesse caso as moléculas do mineral não
precisam da ajuda da vitamina para melhor serem absorvidos pelo nosso organismo.
As melhores fontes de ferro são:
• Carne bovina;
• Carde frango;
• Carne suína;
• Peixes;
• Feijão
• Ovos;
• Legumes.
A deficiência de ferro é comum mulheres, principalmente pela perda desse mineral pela mens-
truação. Os atletas também devem estar atentos para a ingestão adequada de ferro, uma vez que
ao perderem este mineral pela urina e pela transpiração, a própria atividade física pode atrapalhar a
habilidade de absorção de ferro pelo organismo.

CÁLCIO
As necessidades de cálcio são geralmente suprimidas pelos laticínios, especialmente o leite. A
maior parte de cálcio, cerca de 90% é armazenada nos ossos, realizando uma troca constante desse
mineral com o sangue e tecidos.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Sendo fundamental para o fortalecimento de osso e dentre, o cálcio também é necessário para
o funcionamento adequado do sistema nervoso e imunológico, contração muscular, coagulação san-
guínea e pressão arterial.
As principais fontes o encontramos o cálcio são:
• Leites;
• Queijos;
• Iogurtes;
• Alguns legumes, como brócolis e repolho.

FÓSFORO
O fósforo tem um papel importante na produção de energia, juntamente o cálcio. A energia
química do corpo é armazenada em combinações de “fosfato de alta energia”.
O elemento fósforo é altamente venenoso, não é tóxico quando ingerido em forma de fosfato
na dieta.
Principais fontes de fósforo:
• Carnes;
• Ovos;
• Leites.

MAGNÉSIO
Pesquisas revelaram que o magnésio tem um papel fundamente na performance em esportes
de resistência. Este mineral encontra-se armazenado principalmente em músculos e ossos, onde atua
na contração muscular e no metabolismo energético.
Principais fontes de magnésio:
• Alimentos de grãos integrais;
• Frutos do mar;
• Nozes.

IODO
A deficiência de iodo pode causar o bócio, que é o crescimento patológico da glândula tireoide.
Habitantes das zonas costeiras, geralmente recebem o suprimento adequado de iodo.
Principais fontes de iodo:
• Sal iodado;
• Peixes marinhos.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
SÓDIO
Este mineral é um eletrólito importante para a transmissão nervosa, contração muscular e equi-
líbrio de fluidos no organismo. Atletas praticando corridas longas, devem prestar atenção na reposição
de sódio para evitar a hiponatremia. O excesso de sódio na dieta pode causar a hipertensão em pes-
soas com predisposição genética.
Principais fontes de sódio:
• Sal;
• Alimentos processados.

POTÁSSIO
Este mineral é um eletrólito importante para a transmissão nervosa, contração muscular e equi-
líbrio de fluidos no organismo. Sintomas de deficiência de potássio incluem: fraqueza muscular, deso-
rientação e fadiga.
Principais fontes de potássio:
• Banana;
• Carnes;
• Batata;
• Grãos integrais.

13. ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS DA ALIMENTAÇÃO DO POVO BRA-


SILEIRO
Pré- história:
A trajetória do homem apresenta muitos mistérios. Acontece o mesmo quando se trata de sua
alimentação.
Ninguém sabe de que frutos e raízes o homem se alimentava nem de onde surgiu o instinto irra-
cional que o fez consumir tais alimentos sem conhecer seus valores nutricionais.
Os frutos parecem ter sido mesmo o cardápio inicial do homem e nenhum estudo arqueológico
provou o contrário. Acredita-se que a primeira “sobremesa” foi o mel de abelhas. Nessa época foi que
o homem descobriu o fogo.
Agricultura: (500.000 a.C. a 1.000 a.C.), o homem ainda não conhecia a agricultura e a domes-
ticação de animais e a subsistência era garantida com a coleta de frutos e raízes, além da pesca e da
caça bastante diversificada de animais.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
A escassez de alimentos e a hostilidade do meio ambiente obrigavam os grupos humanos a
viver como nômades (povos sem habitação fixa). Enquanto andavam de um lugar para outro, foram
percebendo que as sementes que caíam sobre a terra multiplicavam suas colheitas em poucos meses.
Tornaram-se agricultores e com isso, trocaram a vida nômade pela vida em pequenas aldeias.
A invenção do arco e da flecha e do arremessador de lanças, nessa mesma época, foi outro marco
importante.
Idade dos Metais: Aconteceram grandes transformações, como o desenvolvimento da agricul-
tura e a criação de animais.
A caça já era de animais menores, característicos da fauna atual: javalis, lebres, pássaros, além
da criação de bovinos, ovinos, caprinos e suínos. É nessa época que se inicia a base de nossa alimen-
tação tradicional, que é a cultura de cereais, e principalmente de trigo e centeio, usados na fabricação
de pães.
Antiguidade: Os médicos da Antiguidade (séculos V a X d. C.), em geral, conheciam os efeitos
preventivos e terapêuticos da alimentação.
Para o combate de doenças era feito o cultivo de cevada, trigo, favas, grão-de-bico, lentilhas,
gergelim. A criação de bovinos, suínos, ovinos e de cães (para consumo); a caça de javalis, lebres,
raposas e aves; a pesca de peixes e moluscos; consumo de queijos, frutas secas e frescas, hortaliças
como alho. Principal bebida era o vinho.
Idade Média: As cozinhas da Idade Média (séculos X a XV d. C.) destacavam três sabores funda-
mentais.
• Forte: devido às especiarias (ou temperos).
• Doce: graças ao uso do açúcar.
• Ácido: referente ao vinagre, ao vinho e aos sucos de frutas cítricas.
Mas as pessoas dessa época preocupavam-se mais com a aparência do que com o sabor dos
pratos.
Idade Moderna: Na Idade Moderna (séculos XV a XVIII), a agricultura que antes era de subsis-
tência, passa a ter fins comerciais.
Produtos como tomate, batata, milho, arroz e outras espécies alimentares tornam-se importan-
tes na alimentação ocidental. O pão era bastante consumido por todas as classes sociais e as crises na
produção de cereais durante esse período tiveram impacto direto sobre a mortalidade.
Idade Contemporânea: A agricultura de mercado continuou crescendo na Idade Contemporâ-
nea (séculos XIX a XX) .
Com isso, passou a ser cultivada e consumida uma variedade cada vez maior de frutas e ver-
duras. Houve aumento no consumo de ovos e especialmente de gorduras, tanto de origem vegetal
quanto animal.
Atualmente, o homem pode contar com uma variedade enorme de produtos alimentícios. As
novidades surgem diariamente e acompanhar as mudanças na área de alimentos tornou-se um de-

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
safio. Até mesmo produtos como alface ou tomate podem ser modificados através de processos so-
fisticados como cultivos em condições especiais e até mesmo mudanças genéticas. Alguns exemplos
são os alimentos congelados e pré-cozidos, enlatados, conservas, drive-thru, fast-food, delivery e self
service, entre muitos outros.

14. DEFININDO POBREZA E FOME


Dos três problemas, a pobreza talvez seja o mais fácil de definir. De modo bastante simples,
pode-se dizer que pobreza corresponde à condição de não satisfação de necessidades humanas ele-
mentares como comida, abrigo, vestuário, educação, assistência à saúde, entre várias outras. A des-
nutrição ou, mais corretamente, as deficiências nutricionais porque são várias as modalidades de
desnutrição são doenças que decorrem do aporte alimentar insuficiente em energia e nutrientes ou,
ainda, com alguma frequência, do inadequado aproveitamento biológico dos alimentos ingeridos ge-
ralmente motivado pela presença de doenças, em particular doenças infecciosas.
A fome é certamente o problema cuja definição se mostra mais controversa. Haveria inicial-
mente que se distinguir a fome aguda, momentânea, da fome crônica. A fome aguda equivale à ur-
gência de se alimentar, a um grande apetite, e não é relevante para nossa discussão. A fome crônica,
permanente, a que nos interessa aqui, ocorre quando a alimentação diária, habitual, não propicia ao
indivíduo energia suficiente para a manutenção do seu organismo e para o desempenho de suas ati-
vidades cotidianas. Nesse sentido, a fome crônica resulta em uma das modalidades de desnutrição: a
deficiência energética crônica.
A diferenciação entre fome, desnutrição e pobreza ficará possivelmente mais clara por meio de
exemplificações. Um indivíduo pode ser pobre sem ser afetado pelo problema da fome, bastando que
sua condição de pobreza se expresse por carências básicas outras que não a alimentação o instinto
de sobrevivência do homem e de todas as outras espécies animais faz com que suas necessidades
alimentares tenham precedência sobre as demais. A situação inversa, ocorrência da fome na ausência
da condição de pobreza, não ocorre ou ocorre apenas excepcionalmente e por tempo limitado por
ocasião de guerras e catástrofes naturais.
Fome e desnutrição tampouco são equivalentes, uma vez que, se toda fome leva necessaria-
mente à desnutrição de fato, a uma modalidade de desnutrição: a deficiência energética crônica nem
toda deficiência nutricional se origina do aporte alimentar insuficiente em energia, ou, sendo mais di-
reto, da falta de comida. Ao contrário, são causas relativamente comuns de desnutrição, sobretudo na
infância, o desmame precoce, a higiene precária na preparação dos alimentos, o déficit específico da
dieta em vitaminas e minerais e a incidência repetida de infecções, em particular doenças diarreicas e
parasitoses intestinais. Ainda que também não equivalentes, os terrenos da pobreza e da desnutrição
infantil são os que mais se aproximam, pois o bom estado nutricional da criança pressupõe o atendi-
mento de um leque abrangente de necessidades humanas, que incluem não apenas a disponibilidade
de alimentos, mas também a diversificação da dieta, condições salubres de moradia, o acesso à edu-
cação e a serviços de saúde, entre outras. Ainda assim, a presença da pobreza torna mais freqüente,
mas não compulsória, a presença da desnutrição na criança, sendo extremamente importante a mo-
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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
dulação que pode ser exercida por programas bem planejados de assistência integral à saúde infantil.
Em suma, embora igualmente graves e indesejáveis e ainda que compartilhem causas e vítimas, fome,
desnutrição e pobreza não são a mesma coisa. A Figura 1 procura representar espacialmente os domí-
nios próprios e comuns desses três problemas em uma população hipotética.

Disponível em: www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103. Acesso em jan 2016.

Aferindo a extensão da pobreza, desnutrição e fome em uma população


Definições operacionais de pobreza geralmente levam em conta a renda (monetária e não mo-
netária) das famílias e uma linha de pobreza (nível crítico de renda) baseada no custo estimado para
aquisição das necessidades humanas básicas. Contabilizam-se como pobres as famílias cuja renda
seja inferior à linha da pobreza. Quando a linha da pobreza se baseia apenas no custo da alimentação,
fala-se em pobreza extrema, indigência ou mesmo em insegurança alimentar.
Como a maioria das doenças, as deficiências nutricionais podem ser diagnosticadas por meio de
exames clínicos e laboratoriais. Por serem biologicamente mais vulneráveis a diversas deficiências nu-
tricionais, as crianças são habitualmente escolhidas como grupo indicador da presença de desnutrição
na população, admitindo-se que o percentual de crianças com retardo de crescimento, uma das pri-
meiras e mais precoces manifestações de desnutrição na infância, propicie uma excelente indicação
do risco de deficiências nutricionais a que está exposta uma coletividade.
As dificuldades técnicas em se medir de forma confiável a ingestão alimentar habitual dos in-
divíduos e suas correspondentes necessidades energéticas tornam difícil a mensuração direta da
extensão da fome ou da deficiência energética crônica em uma população. De modo mais prático,
essa aferição é feita a partir da avaliação das reservas energéticas dos indivíduos, mais especifica-
mente avaliando-se a relação entre peso e altura, admitindo-se que o percentual de indivíduos com
insuficiente relação peso/altura, portanto emagrecidos, expresse razoavelmente bem a magnitude
da deficiência energética crônica na população. Uma vez que a deficiência energética crônica pode
apresentar um componente sazonal importante e variar intensamente de ano para ano, em função
de variações no clima e na produção e disponibilidade de alimentos, recomenda-se que, em áreas de

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
risco, a avaliação das reservas energéticas dos indivíduos seja feita de modo contínuo, sob a forma de
sistemas de monitoramento.  

A dimensão da fome
Conforme mencionado anteriormente, a aferição da dimensão da fome ou da deficiência ener-
gética crônica em uma população pode ser feita a partir da avaliação das reservas energéticas dos
indivíduos ou, mais especificamente, a partir da proporção de indivíduos emagrecidos. Embora a de-
ficiência energética crônica seja um evento essencialmente familiar, acometendo simultaneamente
crianças e adultos, sua aferição se torna mais específica quando feita sobre indivíduos adultos – crian-
ças podem responder à deficiência energética com a redução do crescimento linear, enquanto adultos
sempre respondem com o emagrecimento. Consideram-se magros os adultos que têm relação peso/
altura (Índice de Massa Corporal) inferior a 18,5 kg/m2. Em populações onde se sabe não existir fome,
adultos magros não ultrapassam 3% a 5% da população, considerando-se proporções acima desses
valores como indicativas de risco de deficiência energética crônica. A OMS classifica proporções de
adultos magros entre 5% e 9% como indicativa de baixa prevalência de déficits energéticos, o que
justificaria a necessidade de monitorar o problema e estar alerta para sua eventual deterioração.
Proporções entre 10% e 19% caracterizariam prevalência moderada da deficiência energética crônica
enquanto proporções entre 20% e 29% e proporções iguais ou superiores a 40% caracterizariam, res-
pectivamente, prevalências altas e muito altas (WHO, 1995).
A Tabela 3 apresenta estimativas sobre a frequência e a distribuição da prevalência da deficiên-
cia energética crônica em adultos no Brasil conforme a Pesquisa sobre Padrões de Vida – PPV, reali-
zada pelo IBGE entre 1996 e 1997. A PPV foi restrita às regiões Nordeste e Sudeste, as quais abrigam
cerca de 70% da população total do país.
 

Dispnível em: fotografiasdahora.blogspot.com. Acesso em Jan 2016

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Em 1996-1997, indivíduos magros correspondiam a 4,9% do contingente populacional de adul-
tos das regiões Nordeste e Sudeste, proporção que fica dentro (ainda que próxima do limite superior)
do intervalo admitido para o indicador em populações teoricamente não expostas à deficiência ener-
gética crônica (3% a 5% de indivíduos magros). A estratificação regional do indicador aponta o Sudeste
urbano como área livre da deficiência energética crônica (4,0% de indivíduos magros) e o Sudeste ru-
ral (5,4%), o Nordeste urbano (5,5%) e, sobretudo, o Nordeste rural (7,1%) como áreas marginalmente
atingidas pelo problema, onde o monitoramento da deficiência energética crônica estaria justificado.
Estimativas confiáveis sobre a proporção de indivíduos magros na população adulta são disponí-
veis para alguns poucos países em desenvolvimento (WHO 1995), o que torna limitadas as possibilida-
des de comparação dos dados brasileiros colhidos pela PPV em 1996/97. Com base na média nacional
de 4,9% de adultos magros, o Brasil faria par com a Colômbia. Com 6,1% e 7,1% de indivíduos magros,
respectivamente, o Nordeste e o Nordeste rural brasileiro estariam em melhor posição do que o Mé-
xico (9% de adultos emagrecidos) e muito distantes de países onde a deficiência energética crônica é
reconhecidamente endêmica como Haiti, Etiópia e Índia, onde a proporção de indivíduos emagrecidos
na população adulta se aproxima de 20%, 40% e 50%, respectivamente.
Diferentemente do que se observa com os diferenciais regionais relativos aos indicadores de
desnutrição infantil, os diferenciais relativos à deficiência energética crônica na população adulta bra-
sileira desaparecem totalmente quando se ajustam as comparações, por meio de modelos de regres-
são, para as diferenças regionais quanto ao poder aquisitivo das famílias, nesse caso aferido direta-
mente pela renda familiar per capita.
A Figura 4 retrata a tendência secular da proporção de adultos magros nas regiões Nordeste e
Sudeste conforme estimativas provenientes de três inquéritos realizados pelo IBGE em 1974-1975
(Endef), 1989 (PNSN) e 1996-1997 (PPV). Tendências declinantes do indicador da deficiência energé-
tica crônica são observadas ao longo dos inquéritos em todas as partes do país. No primeiro período
– 1974/75-1989 – observam-se taxas anuais de declínio maiores nas áreas urbanas e rurais do Sudeste
(4,4% e 5,0%) e nas áreas urbanas do Nordeste (4,5%) do que no Nordeste rural (2,8%). A evolução
da proporção de adultos magros nesse período indica que o Sudeste urbano passa de uma situação
de baixa prevalência de deficiência energética crônica para uma situação de virtual ausência de risco,
enquanto o Nordeste urbano e as áreas rurais do Nordeste e do Sudeste passam de prevalências mo-
deradas para prevalências baixas do problema. No período seguinte – 1989-1996/97 – observam-se
declínios adicionais de menor magnitude na proporção de adultos magros nas áreas urbanas das
regiões Nordeste e Sudeste e nas áreas rurais do Sudeste (taxas anuais de 2,9%, 2,6% e 3,8%, respec-
tivamente). Esses declínios mantêm o Sudeste urbano como local virtualmente livre da deficiência
energética crônica e aproximam o Sudeste rural e o Nordeste urbano da mesma condição. Ainda no
segundo período, mantém-se modesta a taxa anual de declínio da proporção de adultos magros no
Nordeste rural (3,5%), insuficiente para aproximar essa região do país da condição de local livre da
deficiência energética crônica. A projeção das taxas anuais de declínio do indicador no período 1989-
1996/97 indicaria que, por volta do ano 2000, toda a região Sudeste e as áreas urbanas do Nordeste
teriam alcançado o virtual controle da deficiência energética crônica (menos de 5% de adultos ma-
gros), enquanto a mesma condição ocorreria no Nordeste rural no ano de 2006. Deve-se notar, entre-
tanto, que essas projeções estão sujeitas a imprecisões dadas as variações cíclicas que podem ocorrer

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
na freqüência da deficiência energética crônica, sobretudo em áreas rurais, devido a variações no
clima e na produção e disponibilidade de alimentos, não contempladas nas estimativas.

O aumento de renda das famílias brasileiras e o declínio da pobreza observados entre 1970 e
1980 certamente contribuíram para a intensa redução da deficiência energética crônica apontada pe-
los inquéritos realizados entre 1974-1975 e 1989, sendo mais difícil identificar fatores prováveis para
o declínio adicional do problema entre 1989 e 1996-1997.

Conclusões e implicações
A pobreza, medida pela insuficiência de renda, alcança mais de um quarto da população brasi-
leira e dissemina-se por todas as regiões e áreas do país, afligindo, entretanto, em particular, as po-
pulações do Norte e Nordeste e, ainda mais particularmente, a população rural dessa última região. A
desnutrição, medida pelo retardo do crescimento infantil, alcança cerca de 10% das crianças do país e
se distribui no território nacional de forma semelhante à pobreza, ainda que com diferenças regionais
mais intensas. Na região em situação mais favorável – as áreas urbanas do Centro-Sul – a ocorrência
de crianças de baixa estatura é rara e sua freqüência é apenas pouco superior à observada em países
desenvolvidos,enquanto na região em situação menos favorável – o Nordeste rural – o problema al-
cança uma em cada quatro crianças, condição que aproxima essa região dos países mais pobres de
mundo.
Diferenças regionais quanto ao poder aquisitivo das famílias não explicam inteiramente o ex-
cesso relativo de desnutrição infantil no Norte e Nordeste e nas áreas rurais dessa última região. A
fome ou a deficiência energética crônica, medida pela depleção de reservas energéticas na população
adulta, alcança freqüências limitadas no país, compatíveis com virtual ausência de risco do problema.
A distribuição regional do indicador de deficiência energética crônica aponta ausência do problema
nas áreas urbanas da região Sudeste e virtual ausência do problema nas áreas urbanas do Nordeste e
nas áreas rurais do Sudeste. Risco baixo de deficiência energética crônica (muito distante da situação
documentada em países que convivem endemicamente com a fome) é encontrado nas áreas rurais
da região Nordeste.
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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Séries históricas de indicadores da pobreza indicam declínio intenso do problema nos anos de
1970, acompanhando o crescimento exuberante da economia nacional, e declínios muito modestos,
ou mesmo estagnação, nos anos de 1980 e 1990, acompanhando o crescimento econômico medíocre
do país. Indicadores da desnutrição apontam declínio substancial do problema nos anos de 1970 e
1980 e evolução ainda mais favorável nos anos de 1990, a qual pode ser atribuída quase que inteira-
mente à ampliação de serviços básicos de saúde, rede pública de água potável e aumento da escolari-
dade das mães. Indicadores da fome ou da deficiência energética crônica apontam declínio intenso do
problema nos anos de 1970 e 1980 e declínios de menor magnitude nos anos de 1990. Projeções das
tendências mais recentes quanto à desnutrição infantil indicam que o problema poderá ser controla-
do no Centro-Sul urbano em alguns poucos anos, mas que, se nada de diferente for feito, o problema
persistirá no restante do país por muito tempo: por mais dez anos no Nordeste urbano, 28 anos no
Norte urbano, 32 anos no Centro-Sul rural e por mais 62 anos no Nordeste rural. Projeções análogas
para a deficiência energética crônica indicam que o problema já teria sido virtualmente controlado em
todo o Sudeste e nas áreas urbanas da região Nordeste, sendo o Nordeste rural o único território que
ainda poderia ser considerado vulnerável ao problema.
As diferenças identificadas na magnitude, distribuição e evolução da pobreza, da desnutrição e
da fome confirmam a natureza distinta desses problemas, tal como sustentado na introdução deste
trabalho, ao mesmo tempo em que determinam implicações importantes na definição de prioridades,
conteúdos, escalas e alvos para políticas públicas.
Ações governamentais específicas de combate à pobreza deveriam ter máxima prioridade no
país e devem perseguir essencialmente o aumento da renda dos mais pobres. Ações que resultem
em maior crescimento econômico com melhor distribuição de renda e que levem à reativação da
economia, à criação de empregos e ao aprofundamento da reforma agrária são vistas como soluções
consensuais para o aumento da renda dos mais pobres no Brasil.
Mais recentemente, o mesmo acordo parece existir quanto a programas governamentais de
transferência direta de renda acoplados a contrapartidas das famílias beneficiárias, seja com relação
à manutenção de crianças nas escolas (“bolsa-escola”), seja com relação a controles preventivos de
saúde (“bolsa-alimentação”).
Ações que combatam eficientemente a pobreza serão obviamente de enorme valia para a luta
contra a desnutrição. Entretanto, a experiência brasileira e a de outros países em desenvolvimento
indicam que a intensificação de investimentos e educação, saneamento do meio e cuidados básicos
de saúde, incluindo o monitoramento do estado nutricional infantil e a detecção e correção precoces
da desnutrição, será essencial para se alcançar a definitiva erradicação do problema (Gillesppie et al.,
1996; Smith e Haddad, 2000 e Monteiro et al., 2000).
A luta contra a fome, ou ao que resta desse problema no país, igualmente se beneficiará do
combate à pobreza. Contudo, as evidências reunidas neste trabalho indicam que ações específicas de
combate à fome, em particular ações de distribuição de alimentos (diretamente ou através de crédi-
tos ou cupons), deveriam ser empregadas no Brasil de modo focalizado, com atenção especial para
segmentos da população rural da região Nordeste. A expansão desmedida de ações de distribuição de
alimentos, ao contrário do que talvez indiquem o senso comum e a indignação justificada diante de

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
uma sociedade tão injusta e plena de problemas como a brasileira, implicaria consumir recursos que
poderiam faltar para ações sociais mais bem justificadas e mais eficientes.

15. CONSTITUIÇÃO DOS ALIMENTOS


O nosso organismo é constituído por milhões de células que necessitam de energia para cres-
cerem e desempenharem as suas funções; As substâncias contidas nos alimentos são utilizadas para
reparar as células ou formar novas, mas também ajudam a fortalecer certos órgãos (dentes, ossos) e
a prevenir contra certas doenças (vitaminas).

Disponível em: malaalimenticion.blogspot.com. Acesso em Jan 2016

Cada país possui vários pratos e hábitos alimentares; Diferentes países possuem diferentes há-
bitos alimentares; Muitos hábitos alimentares estão relacionados com aspectos culturais e religiosos.
Constituídos por diferentes substâncias – Nutrientes: Proteínas (carne, peixe e ovos) Glicídios
(arroz, massa, pão, batatas, grãos) Lípidos (óleos, frutos secos, manteiga) Sais minerais (vegetais, fru-
ta, peixe, lacticínios) Vitaminas (fruta e vegetais) Fibras (fruta, cereais, vegetais) Água.

Disponível em: www.pinterest.com.Acesso em jan 2016

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Cada alimento é formado por vários nutrientes, em quantidades variáveis; Para uma alimenta-
ção equilibrada é necessário ingerir vários alimentos de modo a recebermos todos os nutrientes.
De acordo com a sua função no organismo, os nutrientes podem ser: Plásticos (proteínas, lipí-
deos, minerais e água) Energéticos (glicídios e lipídeos) Reguladores/protetores (vitaminas, minerais,
fibras e água).
Macronutrientes (proteínas, glicídios e lipídeos) Micronutrientes (fibras, minerais, vitaminas e
água).
Necessidades nutricionais Dependem de: Sexo, Idade, Saúde, Atividade física, Local, Gravidez…

Roda dos Alimentos


Os consumidores devem ter a garantia de que os alimentos disponíveis no mercado são seguros,
ou seja, que o seu consumo não representa risco para a saúde. A Roda dos Alimentos informa sobre
as regras necessárias para uma alimentação equilibrada.

Disponível em: inesmendes99.wix.com. Acesso em jan 2016.

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Roda dos Alimentos Criada em 1977 por profissionais portugueses ligados à saúde; 5 grupos de
alimentos “Saber comer é saber viver”.

Antiga Roda
Diferenças Nº de grupos de alimentos; 5 na antiga, 7 na atual Água no centro (atual); Conceito
de porção diária (atual). A roda dos alimentos é uma imagem em forma de círculo (prato) que nos
ajuda a escolher e a combinar os alimentos que deverão fazer parte da nossa alimentação diária. Está
dividida em grupos que reúnem alimentos com propriedades nutricionais semelhantes.
Ingerir em maior quantidade os alimentos pertencentes aos grupos maiores; Variar, dentro de
cada grupo, o consumo dos vários alimentos; Ingerir alimentos de todos os grupos; Evitar a ingestão
de certas bebidas e de produtos açucarados e salgados.
Porções Cereais, derivados e tubérculos – 4 a 11hortícolas – 3 a 5 Frutas – 3 a 5 Lacticínios – 2 a
3 Carne, peixe e ovos – 1,5 a 4,5Leguminosas – 1 a 2 Gorduras e óleos – 1 a 3.
Carne ou Peixe? O peixe tem excelentes qualidades nutricionais pelo que é considerado um ali-
mento fundamental para uma dieta saudável e equilibrada; Recomendado para todas as pessoas de

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
qualquer idade (crianças, adolescentes, adultos, grávidas, idosos, etc.); O consumo de pescado pode
contribuir para a prevenção de certas doenças como as cardiovasculares e melhorar os sintomas de
outras enfermidades.
Importância do leite - O leite é um alimento muito próximo da perfeição. Rico em proteínas,
cálcio, fósforo, vitaminas A, B1 e B2; Baixo nível de colesterol; Fonte de hidratos de carbono; Bem to-
lerado por diabéticos.
Importância do exercício físico- Fundamental para a saúde e é um complemento essencial para
uma alimentação equilibrada. O melhor exercício é aquele no qual participem grandes massas mus-
culares, de modo que os músculos utilizem principalmente as reservas de gordura. Praticar exercício
físico 30 a 40 minutos, diariamente ou 3 a 5 vezes por semana! Exercício físico 30 a 40 minutos, diaria-
mente ou 3 a 5 vezes por semana! Nota: Para perder gordura os exercícios mais aconselhados são os
de baixa densidade. Ex.: Caminhadas, Natação, Ciclismo, Aeróbica, Saltar à corda…
Cuidados com a alimentação - Ingerir um pouco de cada tipo de alimento; Preferir carne branca
(frango, peru, coelho) a carne vermelha (bovino); Preferir peixe a carne; Consumir alimentos frescos;
Preferir gorduras vegetais às animais (doenças cardiovasculares); Adequar a ingestão de glicídios à
prática de exercício físico; Reduzir consumo de sal (hipertensão) e açúcar (diabetes e obesidade);
Beber água, sumos de fruta e leite; Evitar produtos com aditivos químicos; 3 horas entre re-
feições; 5 refeições diárias; Lavar bem os legumes e frutas; Prestar atenção aos rótulos alimentares;
Verificar prazo de validade dos alimentos.

Composição química dos Alimentos

16. EDUCAÇÃO ALIMENTAR


A  educação alimentar  compreende algo mais complexo, é um processo, ou seja, além da
mudança de hábitos alimentares, existe o aprendizado do que é saudável, mantendo aspectos do
indivíduo, é a construção do conhecimento, a vivência.
Para que cada um entenda e adquira bons hábitos alimentares e os transmita é necessário que
a pessoa participe realmente do processo. Ela deve querer conhecer os alimentos, suas funções no
corpo, sua importância, para entender o porquê desses alimentos serem recomendados.
A alimentação não deve ser imposta como algo fixo, restrito, que gere sacrifícios. Deve ser algo
planejado conforme as preferências da pessoa e principalmente levando em conta, hábitos e costu-

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
mes, respeitando aspectos culturais, tudo com muito bom senso, e claro com o equilíbrio nutricional
necessário.
É muito importante que o educador respeite a individualidade da pessoa e conheça seus hábitos
atuais, para que aos poucos introduza o que é necessário melhorar e incentive para que continue
mantendo o que é bom, garantido assim uma boa nutrição.
Mudar hábitos não é tarefa fácil, mas é possível. É um processo de educação e deve ser encara-
do dessa maneira, com erros, acertos, deslizes, recaídas, etapas vencidas e tudo mais que será neces-
sário nesse processo. Tudo em busca da saúde do corpo e da mente, e lembre-se tudo ao seu tempo!

10 passos para uma alimentação saudável

PASSO 1 AUMENTE E VARIE O CONSUMO DE FRUTAS, LEGUMES E VERDURAS -


Escolha vegetais frescos para arrumar seu prato. Coma, pelo menos, 4 colheres de sopa de ve-
getais (verduras e legumes) duas vezes no dia. Coloque os vegetais no prato do almoço e no jantar.
As frutas, assim como as verduras, são ricas em vitaminas, minerais e fibras. Estes alimentos
melhoram o funcionamento do intestino, melhoram o humor e ajudam a evitar doenças. Comece com
uma fruta ou 1 fatia de fruta no café da manhã e acrescente mais uma nos lanches da manhã e da
tarde.

PASSO 2 CONSUMA FEIJÃO PELO MENOS 1 VEZ AO DIA - NO MÍNIMO 4 VEZES POR SEMA-
NA
O feijão é um alimento importante no prato do brasileiro, isso é ótimo ... ele é um alimento rico
em ferro e fibras e deve estar presente nas refeições, pelo menos, 4 vezes por semana. Na hora das
refeições coloque 1 concha de feijão no seu prato, assim você estará evitando a anemia. Redescubra
as antigas receitas da família e coloque feijão na sopa, virado, tutu, salada etc.

PASSO 3 REDUZA O CONSUMO DE ALIMENTOS GORDUROSOS COMO CARNES COM GOR-


DURA APARENTE, SALSICHA, MORTADELA E OUTROS EMBUTIDOS, FRITURAS E SALGADI-
NHOS – MÁXIMO DE 2 VEZES POR SEMANA
Prefira as carnes brancas sem pele. As carnes de frango e peixe tem menos gordura saturada e
colesterol, por isso ajudam a prevenir as doenças do coração. Sempre que for preparar algum tipo de
carne retire antes do cozimento a gordura aparente, a pele do frango ou o couro do peixe.
Apesar de o óleo vegetal ser um tipo de gordura mais saudável, tudo em excesso faz mal! O ide-
al é não usar mais que 1 lata de óleo por mês para uma família de 4 pessoas. Se você estiver usando
mais que isso pode estar cozinhando com mais óleo que o necessário ou estar fazendo muitas frituras.
Diminua! Prefira os alimentos cozidos ou assados e evite cozinhar com margarina, gordura vegetal ou
manteiga.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
PASSO 4 REDUZA O CONSUMO DE SAL - TIRE O SALEIRO DA MESA
O sal de cozinha é a maior fonte de sódio da nossa alimentação. O sódio é essencial para o
funcionamento do nosso corpo, mas o excesso pode levar ao aumento da pressão do sangue, que
chamamos de hipertensão.
As crianças e os adultos não precisam de mais que uma pontinha de colher de sal por dia. Por
isso, cuidado com o excesso de sal quando preparar as refeições. Siga estas dicas: não coloque o salei-
ro na mesa, assim você evita adicionar o sal na comida pronta.
Evite temperos prontos, alimentos enlatados, carnes salgadas e embutidos como mortadela,
presunto, linguiça etc. Todos eles têm muito sal. Comece a experimentar outros tipos de temperos
para seus pratos como ervas frescas ou secas.

PASSO 5 FAÇA PELO MENOS 3 REFEIÇÕES E 1 LANCHE POR DIA. NÃO PULE AS REFEIÇÕES.
PARA O LANCHE PREFIRA FRUTAS.
Este passo é fundamental para se manter saudável. Tendo todas as refeições você evita que o
estômago fique vazio por muito tempo, diminuindo o risco de ter gastrite e de comer muito quando
for se alimentar.
Comendo nas horas certas você também “belisca” menos, o que vai ajudar você a controlar o
peso. Nos lanches e sobremesas prefira comer frutas no lugar de doces. As frutas têm bastante vita-
minas e fibras que melhoram a saúde.

PASSO 6 REDUZA O CONSUMO DE DOCES, BOLOS, BISCOITOS E OUTROS ALIMENTOS RICOS


EM AÇÚCAR PARA NO MÁXIMO 3 VEZES POR SEMANA.
Cada vez que você come alimentos ricos em açúcar, como balas, bolachas, bolos, chocolates,
sorvetes e até mesmo os biscoitos vitaminados, você está perdendo a chance de comer frutas e ver-
duras e outros alimentos mais saudáveis.
Em excesso eles prejudicam a saúde, favorecendo o ganho de peso, o aparecimento de cáries
nos dentes e enfraquecimento dos ossos

PASSO 7 REDUZA O CONSUMO DE ÁLCOOL E REFRIGERANTES. EVITE O CONSUMO DIÁRIO.


A MELHOR BEBIDA É A ÁGUA!
Refrigerantes são alimentos ricos em açúcar e não possuem vitaminas. Por este motivo são
chamados de “calorias vazias” - possuem calorias do açúcar e são vazias porque não têm nada de
nutritivo.
O álcool também contém calorias que podem contribuir para o excesso de peso e não contém
nada nutritivo. Além do mais, o excesso de álcool pode levar a dependência e contribuir para o apa-
recimento de doenças como cirrose e hepatite que podem ser fatais. Por isso, evite consumir bebidas
alcoólicas todos os dias e quando beber não ultrapasse uma dose.Tome pelo menos 8 copos de água
por dia, todo o funcionamento do seu corpo irá melhorar!

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
PASSO 8 APRECIE A SUA REFEIÇÃO - COMA DEVAGAR. FAÇA DAS REFEIÇÕES UM PONTO DE
ENCONTRO DA FAMÍLIA. NÃO SE ALIMENTE ASSISTINDO TV.
Sempre que possível reúna a família para comer junto. Esta pode ser uma oportunidade para
vocês conversarem e dividirem o que cada um esta vivendo. As crianças, principalmente, estarão
aprendendo com os mais velhos. Aproveite e faça deste momento o mais agradável possível, preste
atenção no que está comendo, alimente-se com calma, mastigue bem.

PASSO 9 MANTENHA O SEU PESO DENTRO DE LIMITES SAUDÁVEIS – VEJA NO SERVIÇO DE


SAÚDE SE O SEU PESO ESTÁ ADEQUADO PARA A SUA ALTURA.
É muito importante que o nosso peso fique nesta faixa de normalidade pois as pessoas com
sobrepeso ou obesidade tem muito mais chance de terem outras doenças como diabetes, problemas
do coração, pressão alta etc.
O IMC (Índice de Massa Corporal) mostra se o seu peso está adequado para sua altura. É calcu-
lado dividindo-se o peso, em quilogramas, pela altura, em metros, elevada ao quadrado.

Para calcular o IMC


IMC = peso em gramas / altura em metros.
EXEMPLO: imagine uma pessoa com 82 quilos e que tem a altura de 1,67 m. Para calcular o IMC
precisamos:
Multiplicar a altura por ela mesma: 1,67 x 1,67 = 2,788
Dividir o peso pelo resultado da conta acima: 82/ 2,788 = 29,41 kg/m2
Para saber se o peso está adequado para a altura precisamos usar a tabela de classificação abai-
xo:

Valor do IMC Classificação


• Menor que 18,5 Baixo Peso
• 18,5 a 24,99 Normal
• 25 a 29,99 Sobrepeso
• Maior que 30 Obesidade
Pelo resultado - 29,41 kg/m2 esta pessoa está no limite da faixa de sobrepeso.
Para adultos se considera que o peso saudável corresponde ao IMC entre 18,5 e 25 Kg/m. Para
valores menores ou maiores que esta faixa devemos procurar o serviço de saúde para orientação.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
PASSO 10 SEJA ATIVO. ACUMULE 30 MINUTOS DE ATIVIDADE FÍSICA TODOS OS DIAS. CAMI-
NHE PELO SEU BAIRRO. SUBA ESCADAS. NÃO PASSE MUITAS HORAS ASSISTINDO TV.
30 minutos de atividade física por dia já ajudam a manter a saúde, diminuir o estresse e a de-
pressão, aumentar a autoestima e o bem-estar. Além disso, é sempre uma chance de conhecer outras
pessoas. Você não precisa estar em uma academia para aumentar a sua atividade física, veja algumas
dicas:
Mesmo quando voltar do trabalho e se sentir cansado, tente caminhar ou andar de bicicleta.
Você ficará surpreso: quanto mais ativo você for mais energia e disposição você terá;
Brinque com seus filhos, jogue bola, dance com alguém ou até mesmo sozinho. Aproveite para
fazer das atividades de casa uma oportunidade de aumentar sua atividade física: se você tem carro,
lave-o você mesmo, caminhe em lugar de usar o carro para ir ao banco,à padaria, ao correio, ao sho-
pping, à feira, ao supermercado.

17. DIETOTERAPIA
É o tratamento através de uma alimentação adequada para determinadas patologias ou na pre-
venção destas. A finalidade básica da dietoterapia é oferecer ao organismo debilitado os nutrientes
adequados da forma que melhor se adapte ao tipo de condição patológica e características físicas,
nutricionais, psicológicas e sociais do indivíduo, recuperando-o.
Indivíduo Sadio: Dieta adequada e preparada de forma correta.
Indivíduo Doente: Dieta específica para a cura da(s) patologia(s) + preparo da forma correta +
necessidades individuais. Critérios mais rígidos para evitar retrocesso no estado nutricional, por ex-
cesso ou por falta de um ou mais nutrientes.

Tipos de dietas oferecidas nos hospitais


Dieta normal - balanceada em nutrientes, fornece aos organismos elementos necessários ao
crescimento, reparação dos tecidos e funcionamento normal dos órgãos. Adequada para pessoas cuja
patologia não exige nenhuma modificação alimentar;
Dieta especial - apesar de possuir os nutrientes adequados, tem suas características físicas e
químicas modificadas: sabor, temperatura, consistência, via de administração e quantidade de resídu-
os e nutrientes.
Dieta hiperprotéica - dieta com maior quantidade proteica. Geralmente, é enriquecida com
alimentos ricos em proteína de alto valor biológico (leite, carnes magras, ovos) ou complementos
industrializados com composição química definida(clara de ovo em pó). Indicada para pacientes sub-
metidos a grandes traumas ou com algum grau de desnutrição;
Dieta hipoprotéica – dieta com menor quantidade proteica. Normalmente, apresenta baixa
aceitação em vista do hábito alimentar de se consumir grande quantidade de proteína além do fato

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
de, geralmente, estar associada à restrição de sal. Indicada para pacientes com insuficiência renal ou
encefalopatia hepática;
Dieta hipocalórica - dieta com menor quantidade calórica. A redução calórica é obtida com a
diminuição dos alimentos ricos em carboidratos (principalmente os simples) e ricos em gorduras (es-
sencialmente as de origem animal, ricas em gorduras saturadas). Indicada para o controle e perda de
peso corporal e para pacientes diabéticos que necessitam perder peso;
Dieta hipossódica - dieta com pouca quantidade de sódio (sal). Nela, reduz-se ou retira-se não
apenas o sal de adição mas também os alimentos que possuem grande quantidade de sódio em sua
composição ou preparo e conservação, como as carnes vermelhas, embutidos e enlatados, por exem-
plo. Indicada para pacientes com hipertensão arterial, insuficiência cardíaca, cirrose com ascite, dia-
betes e insuficiência renal;
Dieta hipolipídica - dieta pobre em lipídios (gordura). A redução de gordura é obtida pela dimi-
nuição ou restrição de alimentos gordurosos (principalmente os de origem animal) e gorduras satu-
radas, principalmente as provenientes de frituras. Indicada no tratamento das dislipidemias, doenças
hepáticas, diabetes e doenças de má-absorção; bem como para o controle de peso;
Dieta hipoglicídica - dieta pobre em carboidratos. Normalmente, apresentam valor calórico
mais baixo que o normal pois, conforme estudado anteriormente, a melhor fonte calórica provém
dos carboidratos. A restrição deve relacionar-se principalmente à ingestão de carboidratos simples.
Indicada no controle de peso, tratamento do diabetes e da hipoglicemia;
Dieta com controle de potássio - o potássio é largamente distribuído nos alimentos, mas sua
maior fonte são as frutas e vegetais. Portanto, nas dietas de restrição ou de suplementação de potás-
sio, o consumo do grupo de alimentos que contém este nutriente deve ser, respectivamente, reduzido
ou aumentado. Indicada no tratamento da hipopotassemia decorrente do uso de diuréticos e nos
casos de insuficiência cardíaca e ou renal.
Dieta para controle da diarréia - além de consistência branda, essa dieta deve conter alimentos
constipantes (batata, arroz, cenoura, chuchu, frango cozido sem gordura, mandioca, maçã, banana
prata, goiaba, entre outros) e que não acelerem o trânsito intestinal, como vegetais crus e frutas com
casca. Especial atenção deve ser dada ao consumo de líquidos, visando evitar a desidratação;
Dieta para controle da constipação - dieta rica em alimentos laxantes, como os vegetais crus
(alface, almeirão, couve, repolho, agrião, tomate) e cozidos (espinafre, abóbora, beterraba, inhame,
taioba, brócolis), algumas frutas (laranja com bagaço, mamão, manga, abacate, mexerica) e alimentos
ricos em fibras, como pães e cereais integrais, farelo de trigo e aveia. É também importante um maior
consumo de água;
Modificações quanto à via de administração - as dietas podem ser administradas por via oral,
nasogástrica, enteral e ou parenteral. As por via nasogástrica e enteral são comumente denominadas
dietas de nutrição enteral; as por via parenteral, dietas de nutrição parenteral.
Dieta de nutrição enteral– esse tipo de alimentação é utilizado quando o paciente, apesar de
apresentar funções gastrintestinais normais, não tem condições de receber por via oral os nutrientes
adequados às suas necessidades. É administrada por sonda, de forma lenta e contínua (gota a gota),

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
ou intermitentemente, por porções ao longo do dia. Por serem diretamente administradas no trato
gastrintestinal, as dietas enterais estão propícias a uma contaminação maior do que a oferecida por
via oral. Considerando-se tal informação, faz-se necessário adotar os seguintes cuidados:
• Sua manipulação e preparo deve ser realizado em áreas específicas;
• A dieta enteral não-industrializada deve ser administrada imediatamente após sua manipu-
lação; com relação à industrializada, observar as recomendações do fabricante;
• Seu transporte deve ser efetuado em recipientes térmicos exclusivos por, no máximo, duas
horas;
• Quando necessária sua conservação na unidade de enfermagem, mantê-la sob refrigeração
em geladeira exclusiva para medicamentos; realizar a correta lavagem das mãos tanto ao
receber a dieta como antes de administrá-la;
• Antes de iniciar a administração, confirmar a localização da sonda e sua permeabilidade,
bem como o nome do paciente, horário e dose;
• Devem ser observadas as possíveis complicações decorrentes de sua administração (diar-
réias, vômitos, distensão abdominal e outras);
• Na administração de sua forma intermitente (porções ao longo do dia), realizar aspiração
gástrica antes de cada “refeição”, visando avaliar seu aproveitamento.
Nutrição parenteral - dieta administrada por via subcutânea (menos utilizada em virtude das
limitações relacionadas aos líquidos que podem ser utilizados) ou endovenosa (os nutrientes já estão
prontos para utilização pelo organismo). Visando melhor atender às necessidades do paciente, algu-
mas modificações podem ser efetuadas na dieta fornecida ao mesmo:
Modificações quanto ao sabor - a dieta pode ser doce, salgada, mista ou, ainda, de sabor suave
ou moderado, intenso ou excitante. Deve-se sempre evitar altas concentrações de açúcares, sal, áci-
dos e condimentos. Aplicabilidade: nos casos em que o paciente apresente um quadro de anorexia e
sua doença não requeira nenhuma restrição alimentar, pode lhe ser oferecida uma dieta com sabor
mais intenso, utilizando-se vários tipos de ervas naturais no tempero, de modo a estimular seu apetite;
Modificações quanto à temperatura - dependendo do tipo, a dieta pode ser oferecida em tem-
peratura ambiente, quente, fria ou mesmo gelada. Ressalte-se que os alimentos quentes produzem
maior saciedade que os frios. Aplicabilidade: pacientes que realizaram cirurgias orofaringeanas devem
receber dietas geladas; já a dieta por sonda deve ser administrada em temperatura ambiente.
Modificações quanto ao volume - o volume alimentar deve ser oferecido de acordo com a capa-
cidade gástrica do paciente e as necessidades ou restrições correlatas à sua patologia. Aplicabilidade:
em pacientes submetidos a uma intervenção cirúrgica no estômago, como a gastrectomia subtotal,
por exemplo, a dieta deve ser iniciada com volume reduzido, gradativamente aumentado com o de-
correr dos dias;
Modificações quanto à consistência - a dieta pode ter consistência normal, branda, pastosa,
semilíquida (líquido-pas-tosa) e líquida, das quais falaremos a seguir em ordem progressiva, da mais
consistente e completa a menos consistente e mais restrita:

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Normal - destina-se ao paciente cuja patologia não determina nenhuma alteração alimentar.
Visa fornecer calorias e nutrientes em quantidades diárias recomendadas para a manutenção de sua
saúde. Preparações indicadas: saladas cruas e cozidas; carnes cozidas, grelhadas, assadas e fritas;
vegetais crus ou cozidos, refogados ou fritos; frutas cruas, em compotas, assadas; purês; pastelaria;
sopas; bolos e doces em geral; óleos, margarinas;
Branda - possui menor quantidade de resíduo e todos os alimentos são modificados por co-
zimento ou mecanicamente (picados, ralados, moídos), para abrandar as fibras, dando-lhes consis-
tência menos sólida. Facilita a digestão, diminuindo o tempo de sua realização, motivo pelo qual é
também indicada para pacientes com restrição de mastigação. Preparações indicadas: saladas cozidas
(vegetais cozidos e temperados com molho simples); carnes cozidas, assadas e grelhadas; vegetais
cozidos e refogados; ovo quente, pochê ou cozido; frutas em forma de sucos, cozidas, assadas, com-
potas, bem maduras sem casca; torradas, biscoitos e pães não-integrais; pastelaria de forno; sopas;
óleos vegetais, margarinas (não utilizar frituras);
Pastosa - objetiva proporcionar certo repouso digestivo e facilitar a digestão. Indicada para pa-
cientes com falta de dentes, dificuldade de deglutição e àqueles em fase crítica de doenças crônicas
como insuficiência cardíaca e respiratória. As fibras são diminuídas ou modificadas pelo cozimento.
Preparações indicadas: leite e derivados (queijos cremosos, naturais ou coagulados); carnes moídas,
desfiadas ou souflês; ovo quente, pochê ou cozido; frutas (cozidas, em purês, em sucos); sopas (mas-
sas, legumes liquidificados, farinhas e canjas); arroz papa; pão e similares (torradas, biscoitos tipo
maizena); óleos vegetais, margarinas; creme de leite; sobremesas (sorvetes, geléia, gelatinas, doces
em pasta, cremes, frutas);
Semilíquida (líquido-pastosa) - objetiva manter o repouso digestivo ou atender às necessidades
do paciente quando de sua intolerância a alimentos sólidos. O valor calórico desse tipo de dieta é me-
nor do que o das anteriores, em vista da maior limitação dos alimentos permitidos e tipo de prepara-
ção. Preparações indicadas: água e infusos (café, chá, mate); sucos coados (de carnes, verduras e fru-
tas); purê de vegetais; caldos de carne e vegetais desengordurados; sopas espessadas, liquidificadas;
leite, coalhada, creme, queijos cremosos, margarinas; frutas em papa ou liquidificadas; sobremesas
(sorvetes, gelatinas e pudins);
Líquida completa - visa fornecer nutrientes que não exijam esforço nos processos de digestão
e absorção. Indicada quando se deseja um repouso gastrintestinal maior do que nos casos relatados
(pós-operatórios, transtornos gastrintestinais). Preparações indicadas: leite, iogurte, leite geleificado,
creme de leite; gelatinas, geléia de mocotó, sorvetes; bebidas (café, chá, chocolate, gemadas, suco de
frutas e vegetais coados); papas de cereais; sopas de vegetais liquidificados e coados; caldos (de car-
ne, de feijão); ovo quente; óleos vegetais, margarinas; creme de leite; alimentos espessantes (farinhas
pré-cozidas, isolados protéicos e clara de ovo);
Líquida restrita ou cristalina – esta é uma dieta muito restrita, geralmente utilizada no pré-ope-
ratório, pós-operatório ou em preparo de exames. Visando proporcionar o máximo repouso gastrin-
testinal, fornece um mínimo de resíduos. Por ter baixo valor nutritivo e calórico, não deve ser utilizada
por período superior a três dias. Preparações indicadas: água e infusos adocicados (chá, café e mate);
sucos de frutas coados; caldo de carnes e legumes coados; geléia de mocotó, picolés de suco de frutas
coadas, gelatina;

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Modificações quanto à quantidade de resíduos - de acordo com a quantidade de resíduos que
oferecem, as dietas podem ser:
• Isentas de resíduos – quando se deseja obter um repouso gastrintestinal; Aplicabilidade:
pacientes com gastroenterites;
• Com pouco resíduo - quando se deseja obter um repouso gastrintestinal moderado; Aplica-
bilidade: pacientes em tratamento de diarreias moderadas;
• Ricas em resíduos - quando se deseja estimular o trânsito gastrintestinal. Aplicabilidade:
indicadas no tratamento de constipações intestinais.
Modificações quanto ao teor de nutrientes – independentemente de sua consistência, a dieta
pode apresentar diminuição, restrição ou aumento

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética

18 – EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

História Causal, higiene e profilaxia, terminologias, história natural das doenças e


epidemiologia.
1- Defina saúde e doença.
2- Faça um breve comentário sobre o que foi a história causal.
3- Defina história natural das doenças.
4- Qual a diferença entre período patogênico para o período pré–pategênico.
5- Conceitue prevenção e cite 4 exemplos de prevenção primária, secundária e terciária.
6- Diferencia doença transmissível de não transmissível e cite exemplos de ambas.
7- Comente sobre as 5 etapas da vigilância epidemiológica.
8- Enumere a primeira coluna com a segunda:
A-Dispneia
B-Epistaxe
C-Diurese Escoriações
D-Hidrocefalia
E-Adução
F-Afagia
G-Afasia
H-Afebril
I-Alopecia
J-Abdução
( ) Impossibilidade de falar ou entender a palavra falada.
( ) Dificuldade respiratória.
( ) Abrasão, erosão, perda superficial dos tecidos.
( ) Afastamento de um membro do eixo do corpo.
( ) Sem febre
( ) Secreção urinária.
( ) É a queda total ou parcial dos cabelos.
( ) Sangramento nasal.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
( ) Aumento anormal da quantidade de líquidos na cavidade craniana.
( ) Impossibilidade de deglutir.
( ) Mover para o centro ou para a linha mediana.

9- Abaixo você encontra conceitos de terminologias estudadas, use-as corretamente.


Coleção de pus externa ou internamente-
Estado de inconsciência-
Visão dupla-
Ausência da eliminação urinária-
Falta de apetite, inapetência-
Inflamação da bexiga-
Desigualdade de diâmetro das pupilas-
Falta de menstruação-

10- O que significa estas terminologias?


Cianótico -
Anasarca -
Anemia -
Cistite -
Colecistite –
Analgesia -
Disseminado –
Anisocoria -
Coma -
Anúria -
Diplopia -
Ascite

Saneamentos de alimentos, artrópodes e roedores, RSS.


1- Quais são os perigos no saneamento de alimentos? Quem são eles?
2- Quais os fatores que favorecem o desenvolvimento de bactérias?

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
3- Quais as doenças causadas pelos artrópodes?
4- Quais as doenças causadas pelos roedores?
5- Quais as origens dos resíduos sólidos? E sua classificação?
6- Sobre a classificação dos RSS dos 5 grupos, fale sobre o grupo A, e suas subdivisões.
7- Fale sobre o grupo B, C, D e E.
8- Fale sobre o a segregação, acondicionamento e identificação dos RSS.

Equipamento de Proteção Individual e Coletiva


1- O que é EPI, e quais são os EPIs da cabeça, membros superiores e inferiores, tronco?
2- Quais são os EPCs?
3- O que é CIPA e quais são suas atribuições?

Atividades de grupos de nutrientes


Questão 1: A principal substância INORGÂNICA que encontramos nas células dos seres vivos é (são):
a) a água.
b) gorduras.
c) proteínas.
d) sais.
e) vitaminas.

Questão 2: (Pucrs 2004) Recentes descobertas sobre Marte, feitas pela NASA, sugerem que o Planeta
Vermelho pode ter tido vida no passado. Esta hipótese está baseada em indícios:
a) da existência de esporos no subsolo marciano.
b) da presença de uma grande quantidade de oxigênio em sua atmosfera.
c) de marcas deixadas na areia por seres vivos.
d) da existência de água líquida no passado.
e) de sinais de rádio oriundos do planeta.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Questão 3: A energia que usamos para realizar os movimentos provém da degradação dos alimentos
que ingerimos. Entre os nutrientes que ingerimos, indique o mais utilizado na produção desta
energia:
a) proteína;
b) carboidrato;
c) lipídio;
d) sais minerais;
e) água.

Questão 4: (Unesp 99) Os açúcares complexos, resultantes da união de muitos monossacarídeos, são
denominados polissacarídeos.
a) Cite dois polissacarídeos de reserva energética, sendo um de origem animal e outro de origem
vegetal.

Questão 5: (Cesgranrio 99) “A margarina finlandesa que reduz o COLESTEROL chega ao mercado ame-
ricano ano que vem.” (JORNAL DO BRASIL, 23/07/98)
“O uso de ALBUMINA está sob suspeita” (O GLOBO, 27/07/98)
“LACTOSE não degradada gera dificuldades digestivas” (IMPRENSA BRASILEIRA, agosto/98)

As substâncias em destaque nos artigos são, respectivamente, de natureza:


a) lipídica, protéica e glicídica.
b) lipídica, glicídica e protéica.
c) glicídica, orgânica e lipídica.
d) glicerídica, inorgânica e protéica.
e) glicerídica, protéica e inorgânica.

Questão 6: (Ufc 96) Na questão a seguir escreva no espaço apropriado a soma dos itens corretos.
Sobre as substâncias que compõem os seres vivos, é correto afirmar que:
01. os carboidratos, os lipídios e as vitaminas são fontes de energia para os seres vivos;
02. a água é a substância encontrada em maior quantidade nos seres vivos;
04. além de sua função energética, os carboidratos estão presentes na formação de algumas estrutu-
ras do seres vivos;
08. as gorduras constituem o principal componente estrutural dos seres vivos;

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
16. os seres vivos apresentam uma composição química mais complexa do que a matéria bruta, sendo
formados por substâncias orgânicas, como as proteínas, os lipídios, os carboidratos, as vitaminas
e os ácidos nucléicos.
Soma ( )

Questão 7: (Mackenzie 2002) São substâncias usadas preferencialmente como fonte de energia:
a) fosfolipídios e esteróides.
b) glicerídeos e polissacarídeos, como o amido.
c) proteínas e glicerídeos.
d) cerídeos e esteróides.
e) carotenóides e polissacarídeos, como a celulose.

Questão 8: (Ufc 2002) O colesterol tem sido considerado um vilão nos últimos tempos, uma vez que as
doenças cardiovasculares estão associadas a altos níveis desse composto no sangue. No entanto,
o colesterol desempenha importantes papéis no organismo.
Analise os itens a seguir.
I. O colesterol é importante para a integridade da membrana celular.
II. O colesterol participa da síntese dos hormônios esteróides.
III. O colesterol participa da síntese dos sais biliares.

Da análise dos itens, é correto afirmar que:


a) somente I é verdadeiro.
b) somente II é verdadeiro.
c) somente III é verdadeiro.
d) somente I e II são verdadeiros.
e) I, II e III são verdadeiros.

Questão 9: Complete a frase abaixo marcando em seguida a opção que contém as palavras corretas.
Os carboidratos, também chamados de _________________ ou hidratos de carbono, são mo-
léculas orgânicas que constituem a principal fonte de energia para os seres vivos. Com exceção
do __________, todos os carboidratos são de origem vegetal, e eles podem ser classificados em
monossacarídeos, dissacarídeos e ________________. Os ___________ apresentam átomos de
carbono em sua molécula e seus principais representantes são a glicose, frutose e ___________.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
a)      Energéticos, carne, polissacarídeos, dissacarídeos, lactose.
b)      Açúcares, mel, polissacarídeos, monossacarídeos, galactose.
c)       Hidratos, ovos, oligossacarídeos, polissacarídeos, ácidos nucleicos.
d)      Substâncias estruturais, peixes, polissacarídeos, monossacarídeos, galactose.
e)      Polímeros, ovos, polissacarídeos, monossacarídeos, lactose.

Questão 10: Quanto aos carboidratos, assinale a alternativa incorreta.


a) Os glicídios são classificados de acordo com o tamanho e a organização de sua molécula em três
grupos: monossacarídeos, dissacarídeos e polissacarídeos.
b) Os polissacarídeos compõem um grupo de glicídios cujas moléculas não apresentam sabor adoci-
cado, embora sejam formadas pela união de centenas ou mesmo milhares de monossacarídeos.
c) Os dissacarídeos são constituídos pela união de dois monossacarídeos, e seus representantes
mais conhecidos são a celulose, a quitina e o glicogênio.
d) Os glicídios, além de terem função energética, ainda participam da estrutura dos ácidos nucleicos,
tanto RNA quanto DNA.
e) A função do glicogênio para os animais é equivalente à do amido para as plantas.

Questão 11: (UFR-RJ) As plantas e animais utilizam diversos componentes químicos na formação de
partes importantes de seus organismos ou na construção de estruturas importantes em sua so-
brevivência. A seguir estão citados alguns:
I – O esqueleto externo dos insetos é composto de um polissacarídeo.
II – As células vegetais possuem uma parede formada por polipeptídeos.
III – Os favos das colmeias são constituídos por lipídios.
IV – As unhas são impregnadas de polissacarídeos que as deixam rígidas e impermeabilizadas.
Estão corretas as afirmativas
a)      I e II.
b)      I e III.
c)       I e IV.
d)      II e III.
e)      II e IV.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Questão 12: (Uerj) O papel comum é formado, basicamente, pelo polissacarídeo mais abundante no
planeta. Este carboidrato, nas células vegetais, tem a seguinte função:
a)      Revestir as organelas.
b)      Formar a membrana plasmática.
c)       Compor a estrutura da parede celular.
d)      Acumular reserva energética no hialoplasma.

Questão 13: (Unifor-CE) As fibras musculares estriadas armazenam um carboidrato a partir do qual se
obtém energia para a contração. Essa substância de reserva se encontra na forma de:
a)      Amido;
b)      Glicose;
c)       Maltose;
d)      Sacarose;
e)      Glicogênio.

Questão 14: Marque a alternativa que contém apenas monossacarídeos.


a)      Maltose e glicose.
b)      Sacarose e frutose.
c)       Glicose e galactose.
d)      Lactose e glicose.
e)      Frutose e lactose.

Questão 15: (UFU-MG) O colesterol é um esteroide que constitui um dos principais grupos de lipídios.
Com relação a esse tipo particular de lipídio, é correto afirmar que:
a) Na espécie humana, o excesso de colesterol aumenta a eficiência da passagem do sangue no in-
terior dos vasos sanguíneos, acarretando a arteriosclerose.
b)  O colesterol participa da composição química das membranas das células animais e é precursor
dos hormônios sexuais masculino (testosterona) e feminino (estrógeno).
c)  O colesterol é encontrado em alimentos de origem tanto animal como vegetal (como por exem-
plo, manteigas, margarinas, óleos de soja, milho, etc.), uma vez que é derivado do metabolismo
dos glicerídeos.
d)   Nas células vegetais, o excesso de colesterol diminui a eficiência dos processos de transpiração
celular e da fotossíntese.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Questão 16: (Unicamp-SP-adaptada). Os lipídios são:
a) Os compostos energéticos consumidos preferencialmente pelo organismo;
b) Mais abundantes na composição química dos vegetais do que na dos animais;
c) Substâncias insolúveis na água, mas solúveis nos chamados solventes orgânicos (álcool, éter, ben-
zeno);
d) Presentes como fosfolipídios no interior da célula, mas nunca na estrutura da membrana plasmá-
tica;

Questão 17: Complete a frase:


Os esteroides são considerados uma categoria especial de ___________, sendo o __________ o
esteroide mais conhecido. As células utilizam o _________ como matéria-prima para a fabricação
das ___________ e dos ________________.
a)      Proteínas, colesterol, aminoácido, plantas, hormônios vegetais.
b)      Carboidratos, os hormônios vegetais, amido, enzimas, carboidratos.
c)       Polissacarídeos, glicogênio, amido, proteínas, hormônios vegetais.
d)      Lipídios, colesterol, colesterol, membranas celulares, hormônios esteroides.

Questão 18: Em certas células encontramos o retículo endoplasmático liso muito bem desenvolvido.
Levando isso em consideração, podemos concluir que essas células produzem:
a)      Proteínas;
b)      Lipídios;
c)       Aminoácidos;
d)      Polissacarídeos.

Ministério da Saúde

1. Cite os cinco fatores essenciais para o bom funcionamento do organismo do adulto e explique
detalhadamente cada fator.
2. Cite e explique os 10 passos para uma alimentação saudável na vida adulta.
Se você achar que mais de uma resposta está certa, escolha a que você mais costuma fazer quan-
do come.
Lembre-se: responda o que você realmente come, e não o que gostaria ou acha que seria melhor.
Se você tiver alguma dificuldade para responder, peça ajuda a alguém próximo da família, amigo
ou vizinho.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Escolha só UMA resposta. Vamos começar!
1. Qual é, em média, a quantidade de frutas (unidade/fatia/pedaço/copo de suco natural) que você
come por dia?
a. ( ) Não como frutas, nem tomo suco de frutas natural todos os dias
b. ( ) 3 ou mais unidades/fatias/pedaços/copos de suco natural
c. ( ) 2 unidades/fatias/pedaços/copos de suco natural
d. ( ) 1 unidade/fatia/pedaço/copo de suco natural

2. Qual é, em média, a quantidade de legumes e verduras que você come por dia? Atenção! Não
considere nesse grupo os tubérculos e as raízes (veja pergunta 4).
a. ( ) Não como legumes, nem verduras todos os dias
b. ( ) 3 ou menos colheres de sopa
c. ( ) 4 a 5 colheres de sopa
d. ( ) 6 a 7 colheres de sopa
e. ( ) 8 ou mais colheres de sopa

3. Qual é, em média, a quantidade que você come dos seguintes alimentos: feijão de qualquer tipo
ou cor, lentilha, ervilha, grão-de-bico, soja, fava, sementes ou castanhas?
a. ( ) Não consumo
b. ( ) 2 ou mais colheres de sopa por dia
c. ( ) Consumo menos de 5 vezes por semana
d. ( ) 1 colher de sopa ou menos por dia

4. Qual a quantidade, em média, que você consome por dia dos alimentos listados abaixo?
a. Arroz, milho e outros cereais (inclusive os matinais); mandioca/macaxeira/aipim, cará ou inha-
me; macarrão e outras massas; batata inglesa, batata-doce, batata-baroa ou mandioquinha: co-
lheres de sopa
b. Pães: unidades/fatias
c. Bolos sem cobertura e/ou recheio: fatias
d. Biscoito ou bolacha sem recheio: unidades

5. Qual é, em média, a quantidade de carnes (gado, porco, aves, peixes e outras) ou ovos que você
come por dia?
a. ( ) Não consumo nenhum tipo de carne

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
b. ( ) 1 pedaço/fatia/colher de sopa ou 1 ovo
c. ( ) 2 pedaços/fatias/colheres de sopa ou 2 ovos
d. ( ) Mais de 2 pedaços/fatias/colheres de sopa ou mais de 2 ovos

6. Você costuma tirar a gordura aparente das carnes, a pele do frango ou outro tipo de ave?
a. ( ) Sim
b. ( ) Não
c. ( ) Não como carne vermelha ou frango

7. Você costuma comer peixes com qual frequência?


a. ( ) Não consumo
b. ( ) Somente algumas vezes no ano
c. ( ) 2 ou mais vezes por semana
d. ( ) De 1 a 4 vezes por mês

8. Qual é, em média, a quantidade de leite e seus derivados (iogurtes, bebidas lácteas, coalhada,
requeijão, queijos e outros) que você come por dia?
Pense na quantidade usual que você consome: pedaço, fatia ou porções em colheres de sopa ou
copo grande (tamanho do copo de requeijão) ou xícara grande, quando for o caso.
a. ( ) Não consumo leite, nem derivados (vá para a questão 10)
b. ( ) 3 ou mais copos de leite ou pedaços/fatias/porções
c. ( ) 2 copos de leite ou pedaços/fatias/porções
d. ( ) 1 ou menos copos de leite ou pedaços/fatias/ porções

9. Que tipo de leite e seus derivados você habitualmente consome?


a. ( ) Integral
b. ( ) Com baixo teor de gorduras (semidesnatado,desnatado ou light)

10. Pense nos seguintes alimentos: frituras, salgadinhos fritos ou em pacotes, carnes salgadas, ham-
búrgueres, presuntos e embutidos (salsicha, mortadela, salame, linguiça e outros). Você costuma
comer qualquer um deles com que frequência?
a. ( ) Raramente ou nunca
b. ( ) Todos os dias

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
c. ( ) De 2 a 3 vezes por semana
d. ( ) De 4 a 5 vezes por semana
e. ( ) Menos que 2 vezes por semana

11. Pense nos seguintes alimentos: doces de qualquer tipo, bolos recheados com cobertura, biscoitos
doces, refrigerantes e sucos industrializados. Você costuma comer qualquer um deles com que
frequência?
a. ( ) Raramente ou nunca
b. ( ) Menos que 2 vezes por semana
c. ( ) De 2 a 3 vezes por semana
d. ( ) De 4 a 5 vezes por semana
e. ( ) Todos os dias

12. Qual tipo de gordura é mais usado na sua casa para cozinhar os alimentos?
a. ( ) Banha animal ou manteiga
b. ( ) Óleo vegetal como: soja, girassol, milho, algodão ou canola
c. ( ) Margarina ou gordura vegetal

13. Você costuma colocar mais sal nos alimentos quando já servidos em seu prato?
a. ( ) Sim
b. ( ) Não

14. Pense na sua rotina semanal: quais as refeições você costuma fazer habitualmente no dia?
Assinale no quadro abaixo as suas opções. Cada item vale um ponto, a pontuação final será a
soma deles.
Não (0) Sim (1)
Café da manhã
Lanche da manhã
Almoço
Lanche ou café da tarde
Jantar ou café da noite
Lanche antes de dormir

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
15. Quantos copos de água você bebe por dia? Inclua no seu cálculo sucos de frutas naturais ou chás
(exceto café, chá preto e chá mate).
a. ( ) Menos de 4 copos
b. ( ) 8 copos ou mais
c. ( ) 4 a 5 copos
d. ( ) 6 a 8 copos

16. Você costuma consumir bebidas alcoólicas (uísque, cachaça, vinho, cerveja, conhaque etc.) com
qual frequência?
a. ( ) Diariamente
b. ( ) 1 a 6 vezes na semana
c. ( ) Eventualmente ou raramente (menos de 4 vezes ao mês)
d. ( ) Não consumo

17. Você faz atividade física REGULAR, isto é, pelo menos 30 minutos por dia, todos os dias da sema-
na, durante o seu tempo livre?
Considere aqui as atividades da sua rotina diária como o deslocamento a pé ou de bicicleta para
o trabalho, subir escadas, atividades domésticas, atividades de lazer ativo e atividades praticadas
em academias e clubes. Os 30 minutos podem ser divididos em 3 etapas de 10 minutos.
a. ( ) Não
b. ( ) Sim
c. ( ) 2 a 4 vezes por semana

18. Você costuma ler a informação nutricional que está presente no rótulo de alimentos industrializa-
dos antes de comprá-los?
a. ( ) Nunca
b. ( ) Quase nunca
c. ( ) lgumas vezes, para alguns produtos
d. ( ) Sempre ou quase sempre, para todos os produtos

Pontuação agora volte às suas respostas e some sua pontuação:


1 – a) 0 b) 3 c) 2 d) 1
2 – a) 0 b) 1 c) 2 d) 3 e) 4
3 – a) 0 b) 3 c) 1 d) 2

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
5 – a) 1 b) 2 c) 3 d) 0
6 – a) 3 b) 0 c) 2
7 – a) 0 b) 1 c) 3 d) 2
8 – a) 0 b) 3 c) 2 d) 1
9 – a) 1 b) 3
10 – a) 4 b) 0 c) 2 d) 1 e) 3
11 – a) 4 b) 3 c) 2 d) 1 e) 0
12 – a) 0 b) 3 c) 0
13 – a) 0 b) 3
14- Soma das porções Pontuação final
<3 -> 0
3–4 -> 2
5–6 -> 3
15 – a) 0 b) 3 c) 1 d) 2
16 – a) 0 b) 1 c) 2 d) 3
17 – a) 0 b) 3 c) 2
18 – a) 0 b) 1 c) 2 d) 3

SOMA TOTAL DOS PONTOS: ----------------------------

RESPOSTAS:
• Até 28 pontos:
Você precisa tornar sua alimentação e seus hábitos de vida mais saudáveis! Dê mais atenção à
alimentação e atividade física. Verifique os 10 Passos para uma Alimentação Saudável e adote-os
no seu dia-a-dia. Para iniciar, escolha aquele que lhe pareça mais fácil, interessante ou desafiador
e procure segui-lo todos os dias.
• 29 a 42 pontos:
Fique atento com sua alimentação e outros hábitos como atividade física e consumo de líquidos.
Verifique nos 10 Passos para uma Alimentação Saudável qual(is) deles não faz(em) parte do seu
dia-a-dia, adote-o(s) na sua rotina!
• 43 pontos ou mais:
Parabéns! Você está no caminho para o modo de vida saudável. Mantenha um dia-a-dia ativo e
verifique os 10 Passos para uma Alimentação Saudável. Se identificar algum que não faz parte da
sua rotina, adote-o.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética

19- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Normal Regulamentadora N° 6, de 08 de Junho de 1978. Dispõe sobre o Equipamento de Pro-


teção Individual – EPI.

CZERESNIA, Dina; FREITAS, Carlos Machado de. Promoção da saúde: conceitos, reflexões, tendências.


Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2005. 174 p.

LIMA e SILVA, F.H.A. Barreiras de Contenção. In: Oda, L.M. & Avila, S.M. (orgs.). Biossegurança em La-
boratórios de Saúde Pública. Ed. M.S., p.31-56, 1998.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual de  Saneamento. Brasília, 2006. Brasil. Fundação Nacional de Saúde.


Manual de saneamento. 3. ed. rev. - Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 2006. 408 p.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Profissionalização de Auxiliares de Enfermagem: Cadernos de Aluno. 2 ed.


Cad. 2. Higiene e Profilaxia. Brasília-DF: Fiocruz, 2003.

Política Nacional de Promoção da Saúde. Anexo I. Ministério da Saúde. Disponível em:http://portal.


saude.gov.br/.Acessado em 19 de novembro de 2013.

ROUQUAYROL, Maria Zelia; ALMEIDA FILHO, Naomar de. Epidemiologia e saúde. 6. ed. Rio de Janeiro:
MEDSI, 2003. 708 p.

TINOCO, Marta. Saúde Coletiva. Apostila: Universidade Estácio de Sá.

UNESP: Campus de Bauru. Bauru: Universidade Estadual Paulista MANUAL DE USO

CORRETO DE EQUIPAM. Disponível em: http://www.bauru.unesp.br/curso_cipa/2_normas_regula-


mentadoras/5_epi.htm. Acessado em 05 de Dezembro 2013.

GIÁCOMA, Aramis Della; Prática de Enfermagem volume1. 1999.

GOLDBER, Maria Amélia Azevedo; Precisa-se de técnicos volume 2.

Alimentação saudável. Conteúdo disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAABLb0AC/


educao-nutricional-criancas?part=3. Acesso em jan 2016.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Curso Técnico em

ENFERMAGEM
Etapa 1

MICROBIOLOGIA

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Microbiologia
VÍRUS
INTRODUÇÃO
Os vírus não são considerados seres vivos porque são inertes fora das células hospedeiras. No
entanto quando penetram em uma célula hospedeira o ácido nucléico viral torna-se ativo, sendo ca-
paz de promover a multiplicação viral, deste ponto de vista os vírus estão vivos quando estão dentro
da célula hospedeira.
Portanto são microorganismos que se replicam sempre dentro de células vivas; utilizam (em
maior ou menor grau) o sistema de síntese das células; induzem a síntese de proteínas capazes de
transferir o genoma viral para outras células.

Características gerais
• São agente infecciosos acelulares;
• Não possuem metabolismo próprio;
• Parasitas obrigatórios (depende de uma célula hospedeira para se reproduzir);
• São parasitas intracelulares;
• Multiplicam-se dentro das células vivas usando a maquinaria de síntese das células.

Tamanho do Vírus

Disponível em: http://pt.slideshare.net/professormarcoscorradini/vrus. Acesso em Jan 2016

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Microbiologia
Os vírus têm tamanhos variados. No geral são menores que as bactérias, mas os maiores vírus
podem chegar a ter o tamanho aproximado das menores bactérias.

Estrutura do vírus

Disponível em: pt.slideshare.net. Acesso em Jan 2016

O capsídeo é formado por subunidades denominadas capsômeros. Os capsômeros, dependen-


do do tipo de vírus, podem ser constituídos de apenas um tipo ou de vários tipos de proteínas. A or-
ganização dos capsômeros também é característica de cada tipo de vírus.
Os vírus cujos capsídeos não estão recobertos por envelopes são chamados de vírus não-en-
velopados, já os vírus que possuem os cápsideos recobertos por envelopes são chamados de vírus
envelopados.

Como surge o vírus envelopado


Essa membrana externa (ou envelope) é derivada de membranas da célula hospedeira O enve-
lope é constituído de uma membrana lipídica dupla com proteínas nela inseridas.
As proteínas do envelope viral são codificadas pelo seu genoma.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Microbiologia

Disponível em: www.colegiovascodagama.pt/ciencias3c/doze/unidade3.html. Acesso em jan 2016.

Disponível em: popsloth.wordpress.com. Acesso em 2016

Ilustração do vírus HIV mostrando as proteínas do capsídeo responsáveis pela aderência na cé-
lula hospedeira

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Microbiologia
Quem são os hospedeiros dos vírus?
Praticamente todos os organismos vivos podem ser infectados por vírus. Células animais, células
vegetais, bactérias, fungos e protozoários.

Disponível em: pt.slideshare.net/.../organelas-citoplasmticas. Acesso em jan 2016

A especificidade viral
Para os vírus conseguir invadir as células é necessário existir uma perfeita interação entre móle-
culas periféricas e certos receptores celulares específicos.

Disponível em: www.brasilescola.uol.com.br.Acesso em jan 2016.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Microbiologia
Reprodução Viral
Os Bacteriófagos possuem dois tipos de reprodução
A) Ciclo lítico: Termina com a lise e a morte da célula hospedeira
B) Ciclo lisogenico: A célula hospedeira permance viva

Bacteriófago

Disponível em: abiothic.blogspot.com. Acesso em Jan 2016.

Os bacteriófagos podem ser vírus de DNA ou de RNA que infectam somente organismos pro-
cariotos. São formados apenas pelo nucleocapsídeo, não existindo formas envelopadas. Os mais es-
tudados são os que infectam a bactéria intestinal Escherichia coli, conhecida como fagos T. Estes são
constituídos por uma cápsula protéica bastante complexa, que apresenta uma região denominada
cabeça, com formato poligonal, envolvendo uma molécula de DNA, e uma região denominada cauda,
com formato cilíndrico, contendo, em sua extremidade livre, fibras protéicas.
A reprodução ou replicação dos bacteriófagos, assim como os demais vírus, ocorre somente no
interior de uma célula hospedeira.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Microbiologia
Ciclo Lítico

Disponível em: www.coladaweb.com › Biologia › Reinos. Acesso em Jan 2016

• Causa a morte da célula hospedeira.


• Responsável pelo sintomas das infecções virais.

No ciclo lítico, o vírus invade a bactéria, onde as funções normais desta são interrompidas na
presença de ácido nucléico do vírus (DNA ou RNA). Esse, ao mesmo tempo em que é replicado, co-
manda a síntese das proteínas que comporão o capsídeo. Os capsídeos organizam-se e envolvem as
moléculas de ácido nucléico. São produzidos, então novos vírus. Ocorre a lise, ou seja, a célula infec-
tada rompe-se e os novos bacteriófagos são liberados.
Sintomas causados por um vírus que se reproduz através desta maneira, em um organismo mul-
ticelular aparecem imediatamente. Nesse ciclo, os vírus utilizam o equipamento bioquímico(Ribosso-
mo)da célula para fabricar sua proteína (Capsídeo).

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Microbiologia
Ciclo Lisogênico

www.estudopratico.com.br. Acesso em jan 2016

No ciclo lisogênico, o vírus invade a bactéria ou a célula hospedeira, onde o DNA viral incorpo-
ra-se ao DNA da célula infectada. Isto é, o DNA viral torna-se parte do DNA da célula infectada. Uma
vez infectada, a célula continua suas operações normais, como reprodução e ciclo celular. Durante
o processo de divisão celular, o material genético da célula, juntamente com o material genético do
vírus que foi incorporado, sofrem duplicação e em seguida são divididos equitativamente entre as
células-filhas. Assim, uma vez infectada, uma célula começará a transmitir o vírus sempre que passar
por mitose e todas as células estarão infectadas também. Sintomas causados por um vírus que se
reproduz através desta maneira, em um organismo multicelular podem demorar a aparecer. Doenças
causadas por vírus lisogênico tendem a ser incuráveis. Alguns exemplos incluem a AIDS e herpes.
Sob determinadas condições, naturais e artificiais (tais como radiações ultravioleta, raios X ou
certos agentes químicas), uma bactéria lisogênica pode transformar-se em não-lisogênica e iniciar o
ciclo lítico.

Classificação Viral
Os vírus seguem os mesmos princípios do dogma central da multiplicação biológica:

DOGMA CENTRAL DA BIOLOGIA


DNA------------->RNA----------->PROTEÍNA
Transcrição Tradução

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Microbiologia
Alguns vírus podem se utilizar do processo reverso de transcrição (através da enzima transcrip-
tase reversa) para originar “cópias” de DNA, a partir do RNA viral (ex. HIV).
Vírus de DNA DNA -> RNA -> Proteínas Virais
Vírus de RNA RNA -> RNA -> Proteínas Virais
Vírus de RNA RNA -> DNA -> RNA -> Proteínas Virais
(Retrovírus) Enzima Transcriptase Reversa

Doenças causadas por vírus


Doenças Infecciosas
3 Fatores precisam estar presentes:
• Agente etiológico (patógeno): organismo capaz de causar infecção.
Virulência: capacidade de infectar um organismo
• Transmissão: meio de propagação do agente etiológico. Contato, veiculo, ar ou vetor
• Hospedeiro: organismo no qual o patógeno se instala e se reproduz

Classificação das Doenças


• Doenças de Casos Esporádicos: são aquelas que ocorrem em pequeno número de casos,
naturalmente, em certa região ou localidade, como por exemplo, tuberculose, hanseníase,
difteria, tétano.
• Endemias: moléstias que afetam um grande número de pessoas em uma região, rotineira-
mente, como por exemplo, malária, doença de Chagas, esquistossomose.
• Epidemias: doenças que aparecem subitamente, com grande incidência de casos, em uma
determinada área, como por exemplo, poliomielite, meningite, caxumba.
• Pandemias: doenças que se alastram rapidamente por todo um país, continente ou até
mesmo por todo o mundo, como a gripe espanhola, a peste negra, a aids.

Patogenia das viroses


Entende-se por patogenia (pato= doença; genia = geração): o mecanismo pelo qual um agente
leva ao desenvolvimento de determinada doença. Em virologia, o estudo da patogenia das viroses é
importante para descobrir o mecanismo pelo qual os vírus atacam o hospedeiro e causam enfermi-
dade. O conhecimento da patogenia das infecções permite, por exemplo, facilitar a busca de novos
métodos de prevenção (como novas vacinas) e tratamento (como novos quimioterápicos).

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Microbiologia
Patogenicidade: refere-se ao potencial de alguns microorganismos de causarem danos com
maior ou menor gravidade em seus hospedeiros.
Ex: gripe verdadeira ou Influenza: Três vírus distintos (A, B e C): porém as grandes pandemias
têm sido sempre causadas por amostras do vírus do tipo “A”. O tipo A, portanto, é mais patogênico
que os vírus B e C.
Existem também amostras de vírus completamente apatogênicas: é o caso de algumas amostras
de vírus da Peste Suína Clássica, um vírus de tremenda importância na suinocultura.
Amostras de vírus de baixa ou moderada patogenicidade são também chamadas amostras ate-
nuadas.Muitas destas amostras são utilizadas como vacinas. Estas vacinas são chamadas vacinas com
vírus vivo modificado, ou vírus vivo atenuado. Ex: vacina contra a varicela, contra a varíola (não mais
usada).

Transmissão
A transmissão de infecções virais pode se dar:
a) de pessoa a pessoa;
b) de animal para animal;
c) de animal para animal, porém com envolvimento eventual de pessoas;
d) através de vetores artrópodos, eventualmente envolvendo pessoas ou animais.

As maneiras de transmissão de viroses podem ser definidas como segue:


1- Contato ou Contágio (contagioso= que pode ser adquirido por contato), que pode ser sub-
divivido em: contato direto (ex. quando o vírus é transmitido diretamente de um indivíduo
infectado para outro) e contato indireto (quando o vírus é transmitido através de fômites,
objetos, água, alimentos ou locais contaminados, sem haver contato direto entre o indiví-
duo infectado e aquele que vai ser infectado).
Muitas vezes formas simples de transmissão de infecções são pouco levadas em considera-
ção por nós, seres humanos. Tomemos como exemplo os resfriados, os quais são transmi-
tidos essencialmente de duas formas: através de aerossóis gerados por espirros, pelo ato
de expelir ar com força para eliminar o muco, ou ainda pela fala, que geram partículas de
muco ou perdigotos contendo vírions, ou ainda através do contato com mãos contamina-
das. Portanto, um espirro incontido (alguns povos utilizam máscaras quando resfriados) ou
um aperto de mão podem ser responsáveis pelo seu próximo resfriado!
Em animais mantidos em confinamento a transmissão de infecções é facilitada. Por isso,
aves criadas em aviários modernos, suínos, cães mantidos em canis, bovinos confinados e
quaisquer outros grupos de animais devem ser mantidos sob controle sanitário rigorosíssi-
mo.
Didaticamente, poder-se-ia incluir como uma forma de transmissão por contato a trans-
missão de infecções por via placentária, onde ocorre o evidente contato entre a mãe e o
novo indivíduo que está sendo gerado. Este tipo de transmissão é chamado de transmissão
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Microbiologia
vertical, isto é, aquela que ocorre por via placentária (ex. rubéola e citomegalovirose em
humanos).

DOENÇAS VIRÓTICAS

AIDS

Disponível em: www.bbc.com/portuguese/especial/1357...aids/page4.shtml. Acesso em Jan 2016.

Descrição - Doença caracterizada por uma disfunção grave do sistema imunológico do indivíduo
infectado pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). Sua evolução é marcada por uma considerável
destruição de linfócitos T CD4+ e pode ser dividida em três fases:
Infecção aguda: pode surgir semanas após a infecção inicial, com manifestações variadas que
podem se assemelhar a um quadro gripal. Nessa fase, os sintomas são autolimitados e, quase sempre,
a doença não é diagnosticada devido à semelhança com outras doenças virais.
Infecção assintomática: duração variável por alguns anos.
Fase evolutiva: doença sintomática, da qual a AIDS é a manifestação mais grave da imunode-
pressão, é definida por diversos sinais e sintomas, tais como: febre prolongada, diarréia crônica, per-
da de peso importante (superior a 10% do peso anterior do indivíduo), sudorese noturna, infecções
oportunistas como a tuberculose, pneumonia, toxoplasmose cerebral, candidíase, meningite, dentre
outras.

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Microbiologia
Sinonímia - Sida, Aids, doença causada pelo HIV, síndrome da imunodeficiência adquirida.
Agente etiológico - É um retrovírus (RNA) denominado Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV).

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=PsaOUpyrAiU. Acesso em Jan 2016

Modo de transmissão:
• Sexual;
• Sanguínea (via parenteral e da mãe para o filho, no curso da gravidez, durante ou após o
parto);
• Pelo leite materno.

São fatores de risco associados aos mecanismos de transmissão do HIV:


• Variações frequentes de parceiros sexuais, sem uso de preservativos;
• Utilização de sangue ou seus derivados sem controle de qualidade;
• Uso compartilhado de seringas e agulhas não esterilizadas (como acontece entre usuários
de drogas injetáveis);
• Gravidez em mulher infectada pelo HIV;
• Recepção de órgãos ou sêmen de doadores infectados.

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Microbiologia
Medidas de controle
• Prevenção da transmissão sexual;
• Prevenção da transmissão sanguínea;
• Transfusão de sangue;
• Hemoderivados;
• Injeções e instrumentos perfuro cortantes;
• Prevenção da transmissão vertical;
• Prevenção de outras formas de transmissão

Tratamento
• Não existe vacina;
• Não existe cura, porém medicamentos que inibem a ação da enzimas;
• Formulação de novos medicamentos.

Disponível em: cienciasecognicao.org. Acesso em Jan de 2016

DENGUE

Descrição
Doença infecciosa, febril, aguda, que pode ser de curso brando ou grave, dependendo da forma
como se apresente.

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Microbiologia
Na dengue, a primeira manifestação é a febre, geralmente alta (39ºC a 40ºC), de início abrupto,
associada à cefaléia, adinamia, mialgias, artralgias, dor retroorbitária, com presença ou não de exan-
tema e/ou prurido.
Anorexia, náuseas, vômitos e diarréia podem ser observados por 2 a 6 dias.
As manifestações hemorrágicas, como epistaxe, petéquias, gengivorragia, hematêmese, melena
e outras, bem como a plaquetopenia, podem ser observadas em todas as apresentações clínicas de
dengue.
Alguns pacientes podem evoluir para formas graves da doença e passam a apresentar sinais de
alarme da dengue, principalmente quando a febre cede, precedendo às manifestações hemorrágicas
graves.

Sinonímia
Febre de quebra ossos.

Agente etiológico
O vírus Flavivirus, pertencente à família Flaviviridae.

Disponível em: www.radiorural.com.br/.../17956-concordia-ja-tem-31-focos. Acesso em Jan 2016

Modo de transmissão
A transmissão se faz pela picada da fêmea do Aedes aegypti contaminada.
Não há transmissão por contato direto de um doente ou de suas secreções com uma pessoa
sadia, nem por fontes de água ou alimento.

Medidas de controle:
As medidas de controle se restringem ao vetor Aedes aegypti, uma vez que não há vacina ou
drogas antivirais específicas.

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Microbiologia
O combate ao vetor envolve ações continuadas de inspeções domiciliares, eliminação e trata-
mento de criadouros, associadas a atividades de educação em saúde e mobilização social.
A finalidade das ações de rotina é manter a infestação do vetor em níveis incompatíveis com a
transmissão da doença. Em situações de epidemias, deve ocorrer a intensificação das ações de con-
trole, prioritariamente a eliminação de criadouros e o tratamento focal.

Disponível em: saude.culturamix.com. Acesso em Jan de 2016.

Ciclo do Mosquito

Disponível em: jornalzinhociep502.blogspot.com. Acesso em Jan 2016.

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Microbiologia
FEBRE AMARELA

Descrição
Doença febril aguda, de curta duração (no máximo 12 dias) e gravidade variável. Apresenta-se
como infecções subclínicas e/ ou leves, até formas graves, fatais.
O quadro típico tem evolução bifásica (período de infecção e de intoxicação), com início abrup-
to, febre alta e pulso lento em relação à temperatura (sinal de Faget), calafrios, cefaléia intensa, mial-
gias, prostração, náuseas e vômitos, durando cerca de 3 dias, após os quais se observa remissão da
febre e melhora dos sintomas, o que pode durar algumas horas ou, no máximo, 2 dias.
O caso pode evoluir para cura ou para a forma grave (período de intoxicação), caracterizada pelo
aumento da febre, diarréia e reaparecimento de vômitos com aspecto de borra de café, instalação de
insuficiência hepática e renal.
Surgem também icterícia, manifestações hemorrágicas (hematêmese, melena, epistaxe, hema-
túria, sangramento vestibular e da cavidade oral, entre outras), oligúria, albuminúria e prostração
intensa, além de comprometimento do sensório, que se expressa mediante obnubilação mental e
torpor com evolução para coma.
Epidemiologicamente, a doença pode se apresentar sob duas formas distintas: Febre Amarela
Urbana (FAU) e Febre Amarela Silvestre (FAS), diferenciando-se uma da outra pela localização geográ-
fica, espécie vetorial e tipo de hospedeiro.

Agente etiológico
Vírus amarílico, arbovírus do gênero Flavivírus e família Flaviviridae.

Modo de transmissão
Na FAS, o ciclo de transmissão se processa entre o macaco infectado → mosquito silvestre →
macaco sadio. Na FAU, a transmissão se faz através da picada do mosquito Aedes aegypti, no ciclo:
homem infectado → Aedes aegypti → homem sadio.

Disponível em: https://rumahsehatafiat.wordpress.com. Aceso em Jan 2016.

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Microbiologia

Disponível em: repositorio.unb.br/. Acesso em jan 2016.

Medidas de controle:
A vacinação é a mais importante medida de controle. A vacina é administrada em dose única e
confere proteção próxima a 100%.
Deve ser realizada a partir dos nove meses de idade, com reforço a cada 10 anos, nas zonas en-
dêmicas, de transição e de risco potencial, assim como para todas as pessoas que se deslocam para
essas áreas. Em situações de surto ou epidemia, vacinar a partir dos 6 meses de idade.

HEPATITE A

Descrição
Doença infecciosa viral, contagiosa, causada pelo vírus A (HAV) e também conhecida como “he-
patite infecciosa”, “hepatite epidêmi­ca”, ou “hepatite de período de incubação curto”.

Agente etiológi­co
É um pequeno vírus RNA, membro da família Picornaviridae.
O período de incubação, intervalo entre a exposição efetiva do indi­víduo suscetível ao vírus e o
início dos sinais e sintomas clínicos da infecção, varia de 15 a 50 dias (média de 30 dias).

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Microbiologia
Modo de transmissão
A hepatite pelo HAV apresenta distribuição mundial. A principal via de contágio é a fecal-oral,
por contato inter-humano ou por água e alimentos contaminados. A disseminação está relacionada às
condi­ções de saneamento básico, nível socioeconômico da população, grau de educação sanitária e
condições de higiene da população. Em regi­ões menos desenvolvidas, as pessoas são expostas ao HAV
em idades precoces, apresentando formas subclínicas ou anictéricas em crianças em idade pré-esco-
lar. A transmissão poderá ocorrer 15 dias antes dos sintomas até sete dias após o início da icterícia.
A transmissão sexual da hepatite A pode ocorrer com a prática se­xual oral-anal por meio do
contato da mucosa da boca de uma pessoa com o ânus de outra portadora da infecção agu­da da
hepatite A. A prática dígito-anal-oral pode ser uma via de transmissão. Deve ser lembrado que um
dos parceiros precisa estar infectado naquele momento e que a infecção pelo HAV não se cro­nifica, o
que faz com que este modo de transmissão não tenha gran­de importância na circulação do vírus na
comunidade, embora, em termos individuais, traga as conseqüências que justificam informar essas
possibilidades aos usuários.

Prevenção
A hepatite A pode ser prevenida pela utilização da vacina específica contra o vírus A1. Entre-
tanto, a melhor estratégia de prevenção desta hepatite inclui a melhoria das condições de vida, com
adequação do saneamento básico e das medidas educacionais de higiene.

Prognóstico
É excelente e a evolução resulta em recuperação com­pleta. A ocorrência de hepatite fulminante
é inferior a 0,1% dos casos ictéricos. Não existem casos de hepatite crônica pelo HAV.
A doença pode ocorrer de forma esporádica ou em surtos e, devido à maioria dos casos cursar
sem icterícia e com sinais e sintomas pouco específicos, pode passar na maioria das vezes despercebi-
da, favorecendo a não identificação da fonte de infecção.
Nos pacientes sintomáticos, o período de doença se caracteriza pela presença de colúria, hi-
pocolia fecal e icterícia. A frequência da mani­festação ictérica aumenta de acordo com a faixa etária,
variando de 5 a 10% em menores de 6 anos e chegando até 70-80% nos adultos.
O diagnóstico específico de hepatite A aguda é confirmado, de modo rotineiro, por meio da
detecção de anticorpos anti-HAV da classe IgM. A detecção de anticorpos da classe IgG não permite
di­ferenciar se a infecção é aguda ou trata-se de infecção pregressa. Em surtos, pode-se confirmar a
hepatite A também por vínculo epide­miológico, depois que um ou dois casos apresentaram anticor-
pos anti-HAV da classe IgM.
OBS: O repouso é considerado medida imposta pela própria condição do paciente.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Microbiologia
HEPATITE B

Descrição
Doença infecciosa viral, contagiosa, causada pelo vírus da hepatite B (HBV), conhecida anterior-
mente como soro-homóloga.

Agente etiológico
É um vírus DNA, hepatovírus da família Hepadnaviridae, podendo apresentar-se como infecção
assintomática ou sintomática. Em pessoas adultas infectadas com o HBV, 90 a 95% se curam; 5 a 10%
permanecem com o vírus por mais de seis meses, evoluindo para a forma crônica da doença.
Percentual inferior a 1% apresenta quadro agudo grave (fulminante). O período de incubação,
intervalo entre a exposição efetiva do hos­pedeiro suscetível ao vírus e o início dos sinais e sintomas da
doen­ça varia de 30 a 180 dias (média de 70 dias).
A evolução de uma hepatite aguda consiste de três fases:
• Prodrômica ou pré-ictérica: com aparecimento de febre, aste­nia, dores musculares ou arti-
culares e sintomas digestivos, tais como: anorexia, náuseas e vômitos, perversão do pala-
dar, às ve­zes cefaléia, repulsa ao cigarro. A evolução é de mais ou menos quatro semanas.
Eventualmente essa fase pode não acontecer, surgindo a icterícia como o primeiro sinal.
• Ictérica: abrandamento dos sintomas digestivos e do surgimen­to da icterícia que pode ser
de intensidade variável, sendo, às vezes, precedida de colúria. A hipocolia pode surgir por
prazos curtos, sete a dez dias, e às vezes se acompanha de prurido.
• Convalescença: desaparece a icterícia e retorna a sensação de bem-estar. A recuperação
completa ocorre após algumas sema­nas, mas a astenia pode persistir por vários meses.
Noventa a 95% dos pacientes adultos acometidos podem evoluir para a cura.

Quando a reação inflamatória do fígado nos casos agudos sintomá­ticos ou assintomáticos per-
siste por mais de seis meses, considera-se que a infecção está evoluindo para a forma crônica.

Sintomas
Os sintomas, quando presentes, são inespecíficos, predominando fadiga, mal-estar geral e sin-
tomas digestivos. Somente 20 a 40% dos casos têm história prévia de hepatite aguda sintomática.
Em uma parcela dos casos crônicos, após anos de evolução, pode aparecer cirrose, com surgimento
de icterícia, edema, ascite, varizes de esô­fago e alterações hematológicas. A hepatite B crônica pode
também evoluir para hepatocarcinoma sem passar pelo estágio de cirrose.

Modo de transmissão
A Hepatite B, pode ser transmitida:

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Microbiologia
• relações sexuais desprotegidas, pois o vírus encontra-se no sê­men e secreções vaginais. Há
que se considerar que existe um gradiente de risco decrescente desde o sexo anal recepti-
vo, até o sexo oral insertivo sem ejaculação na boca;
• realização dos seguintes procedimentos sem esterilização ade­quada ou utilização de mate-
rial descartável: intervenções odon­tológicas e cirúrgicas, hemodiálise, tatuagens, perfura-
ções de orelha, colocação de piercings1;
• uso de drogas com compartilhamento de seringas, agulhas ou outros equipamentos;
• transfusão de sangue e derivados contaminados2;
• transmissão vertical (mãe/filho);
• aleitamento materno3;
• acidentes perfurocortantes.
Em acidentes ocupacionais perfurocortantes, o risco de contamina­ção pelo vírus da Hepatite B
(HBV) está relacionado, principalmente, ao grau de exposição ao sangue no ambiente de trabalho e
também à presença ou não do antígeno HBeAg no paciente-fonte. Em expo­sições percutâneas envol-
vendo sangue sabidamente infectado pelo HBV e com a presença de HBeAg (o que reflete uma alta
taxa de replicação viral e, portanto, uma maior quantidade de vírus circulan­te), o risco de hepatite clí-
nica varia entre 22 a 31% e o da evidência sorológica de infecção de 37 a 62%. Educação e divulgação
do problema são fundamentais para preve­nir a hepatite B e outras DST.
Além dessas ações, a cadeia de transmissão da doença é interrom­pida a partir de:
• controle efetivo de bancos de sangue por meio da triagem sorológica;
• vacinação contra hepatite B, disponível no SUS para as seguin­tes situações:
Faixas etárias específicas:
→ Menores de um ano de idade, a partir do nascimento, preferencialmente nas primeiras 12
horas após o parto e crianças e adolescentes entre um a 19 anos de idade.
Para todas as faixas etárias:
→ Doadores regulares de sangue, populações indígenas, co­municantes domiciliares de porta-
dores do vírus da hepa­tite B, portadores de hepatite C, usuários de hemodiálise, politransfundidos,
hemofílicos, talassêmicos, portadores de anemia falciforme, portadores de neoplasias, portado­res
de HIV (sintomáticos e assintomáticos), usuários de drogas injetáveis e inaláveis, pessoas reclusas
(presídios, hospitais psiquiátricos, instituições de menores, forças armadas), carcereiros de delegacias
e penitenciárias, homens que fazem sexo com homens, profissionais do sexo, profissionais de saúde,
coletadores de lixo hospi­talar e domiciliar, bombeiros, policiais militares, civis e rodoviários envolvidos
em atividade de resgate.

Tratamento
O tratamento da Hepatite B depende da fase em que se encontra:

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Microbiologia
Hepatite aguda:
Companhamento ambulatorial, com tratamento sintomático, repouso relativo, dieta conforme
a aceitação, normal­mente de fácil digestão, pois frequentemente os pacientes estão com um pouco
de anorexia e intolerância alimentar; abstinência de consumo alcoólico por pelo menos seis meses; e
uso de medi­cações para vômitos e febre, se necessário.

Hepatite crônica:
A persistência do HBsAg no sangue por mais de seis meses, caracteriza a infecção crônica pelo
vírus da hepatite B. O tratamento medicamentoso está indicado para algumas formas da doença crô-
nica e, devido à sua complexidade, deverá ser realizado em ambulatório especializado.

HEPATITE C

Descrição
Doença infecciosa viral, contagiosa, causada pelo vírus da hepatite C (HCV), conhecido anterior-
mente por “hepatite Não A Não B”, quan­do era responsável por 90% dos casos de hepatite transmitida
por transfusão de sangue sem agente etiológico reconhecido.

Sintomas
A manifestação de sintomas da hepatite C em sua fase aguda é ex­tremamente rara. Entretanto,
quando presente, ela segue um qua­dro semelhante ao das outras hepatites.
Quando a reação inflamatória nos casos agudos persiste sem melhoras por mais de seis meses,
considera-se que a infecção está evoluindo para a forma crônica. Os sintomas, quando pre­sentes, são
inespecíficos, predominando fadiga, mal-estar geral e sintomas digestivos. Uma parcela das formas
crônicas pode evo­luir para cirrose, com aparecimento de icterícia, edema, ascite, varizes de esôfago
e alterações hematológicas. O hepatocarcino­ma também faz parte de uma porcentagem do quadro
crônico de evolução desfavorável.

Modo de transmissão
Em cerca de 10 a 30% dos casos dessa infecção, não é possível de­finir qual o mecanismo de
transmissão envolvido. Os mecanismos conhecidos para a transmissão dessa infecção são os seguin-
tes:
• Transfusão de sangue e uso de drogas injetáveis: o mecanis­mo mais eficiente para trans-
missão desse vírus é pelo contato com sangue contaminado. Desta forma, as pessoas com
maior risco de terem sido infectadas são: a) que receberam transfusão de sangue e/ou
derivados, sobretudo para aqueles que utiliza­ ram estes produtos antes do ano de 1993,
época em que foram instituídos os testes de triagem obrigatórios para o vírus C nos bancos
de sangue em nosso meio; b) que compartilharam ou compartilham agulhas ou seringas
contaminadas por esse vírus como usuários de drogas injetáveis.

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Microbiologia
• Hemodiálise: alguns fatores aumentam o risco de aquisição de hepatite C por meio de he-
modiálise, tais como utilização de he­parina de uso coletivo e ausência de limpeza e desin-
fecção de todos os instrumentos e superfícies ambientais.
• Acupuntura, piercings, tatuagem, droga inalada, manicures, barbearia, instrumentos ci-
rúrgicos: qualquer procedimento que envolva sangue pode servir de mecanismo de trans-
missão desse vírus, quando os instrumentos utilizados não forem de­vidamente limpos e
esterilizados. Isto é válido para tratamen­tos odontológicos, pequenas ou grandes cirurgias,
acupuntura, piercings, tatuagens ou mesmo procedimentos realizados em barbearias e ma-
nicures. A prática do uso de droga inalada com compartilhamento de canudo também pode
veicular sangue pela escarificação de mucosa.
• Relacionamento sexual: esse não é um mecanismo frequente de transmissão, a não ser
em condições especiais. O risco de transmissão sexual do HCV é menor que 3% em casais
mono­gâmicos, sem fatores de risco para DST. Pessoas que tenham muitos parceiros sexuais
ou que tenham outras doenças de transmissão sexual (como a infecção pelo HIV) têm um
risco maior de adquirir e transmitir essa infecção. O relacionamento sexual anal desprotegi-
do também aumenta o risco de trans­missão desse vírus, provavelmente por microtrauma-
tismos e passagem de sangue. O vírus da hepatite C foi encontrado no sangue menstrual de
mulheres infectadas e nas secreções vagi­nais. No sêmen, foi encontrado em concentrações
muito baixas e de forma inconstante, não suficiente para manter a cadeia de transmissão e
manter a disseminação da doença.
• Transmissão vertical e aleitamento materno: a transmissão do vírus da hepatite C durante
a gestação ocorre em menos de 5% dos recém-nascidos de gestantes infectadas por esse
vírus. O risco de transmissão aumenta quando a mãe é também infecta­da pelo HIV (vírus da
imunodeficiência humana). A transmis­são do HCV pelo aleitamento materno não está com-
provada. Dessa forma, a amamentação não está contra-indicada quando a mãe é infectada
pelo vírus da hepatite C, desde que não exis­tam fissuras no seio que propiciem a passagem
de sangue.
• Acidente ocupacional: o vírus da hepatite C (HCV) só é trans­mitido de forma eficiente por
meio do sangue. A incidência média de soroconversão, após exposição percutânea com
san­gue sabidamente infectado pelo HCV é de 1,8% (variando de 0 a 7%). Um estudo de-
monstrou que os casos de contaminações só ocorreram em acidentes envolvendo agulhas
com lúmen. O risco de transmissão em exposições a outros materiais biológi­cos, que não o
sangue, não é quantificado, mas considera-se que seja muito baixo. Nenhum caso de conta-
minação envolvendo pele não-íntegra foi publicado na literatura.
• Transplante de órgãos e tecidos: o vírus HCV pode ser trans­mitido de uma pessoa portadora
para outra receptora do órgão contaminado.
Não existe vacina para a prevenção da hepatite C, mas existem outras formas de prevenção pri-
márias e secundárias. As medidas primárias visam à redução do risco para disseminação da doença e
as secundárias à interrupção da progressão da doença em uma pessoa já infectada.

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Microbiologia
Medidas de prevenção
Dentre as medidas de prevenção primária, destacam-se:
• triagem em bancos de sangue e centrais de doação de sêmen para garantir a distribuição de
material biológico não infectado;
• triagem de doadores de órgãos sólidos como coração, fígado, rim e pulmão;
• triagem de doadores de córnea ou pele;
• cumprimento das práticas de controle de infecção em hospitais, laboratórios, consultórios
dentários, serviços de hemodiálise.
Dentre as medidas de prevenção secundária, podemos definir:
• tratamento dos indivíduos infectados, quando indicado;
• abstinência ou diminuição do uso de álcool, não exposição a outras substâncias hepatotóxi-
cas.
Controle do peso, do colesterol e da glicemia são medidas que visam a reduzir a probabilidade
de progressão da doença, já que estes fatores, quando presentes, podem ajudar a acelerar o desen­
volvimento de formas graves de doença hepática.

Diagnóstico
O diagnóstico da hepatite C é feito através da realização de exames de sangue de dois tipos:
exames sorológicos e exames que envolvem técnicas de biologia molecular.
Os testes sorológicos podem identificar anticorpos contra esse vírus e normalmente seus resul-
tados apresentam alta sensibilidade e especificidade1. Utiliza-se o teste ELISA (anti-HCV) para essa
pesquisa de anticorpos.
A presença do anticorpo contra o vírus da hepatite C (anti-HCV) sig­nifica que o paciente teve
contacto com o vírus. Sua presença não sig­nifica que a infecção tenha persistido. Cerca de 15 a 20%
das pessoas infectadas conseguem eliminar o vírus por meio de suas defesas imu­nológicas, obtendo a
cura espontânea da infecção. A presença de infec­ção persistente e atual pelo HCV é demonstrada pela
pesquisa do vírus no sangue, pelo exame HCV RNA qualitativo. Portanto, os pacientes que apresenta-
rem anti-HCV reagente deverão ser encaminhados para um centro de referência para uma avaliação
com um especialista.

Tratamento
O tratamento da hepatite C constitui-se em um procedimento de maior complexidade, devendo
ser realizado em serviços especializa­dos. Nem todos os pacientes necessitam de tratamento e a de-
finição dependerá da realização de exames específicos, como biópsia hepá­tica e exames de biologia
molecular. Quando indicado, o tratamento poderá ser realizado por meio da associação de interferon
com riba­virina ou do interferon peguilado associado à ribavirina. A chance de cura varia de 50 a 80%
dos casos, a depender do genótipo do vírus.

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Microbiologia
HERPES

Descrição:
É uma virose transmitida, predominantemente, pelo contato sexual (inclusive oro-genital).
A transmissão pode se dar, também, pelo contato direto com lesões ou objetos contaminados.
Caracteriza-se pelo aparecimento de lesões vesiculosas que, em poucos dias, transformam-se
em pequenas úlceras, precedidas de sintomas de ardência, prurido e dor.
Acredita-se que a maioria dos casos de transmissão ocorre a partir de pessoas que não sabem
que estão infectadas ou são assintomáticas.
O vírus do Herpes é comumente associado a lesões de mucosas e pele, ao redor da cavidade oral
(herpes orolabial) e da genitália (herpes anogenital). Determina quadros variáveis benignos ou graves.
Há dois tipos de vírus: o tipo 1, responsável por infecções na face e tronco; tipo 2, relacionado
às infecções na genitália e de transmissão geralmente sexual. Ambos os vírus podem infectar qualquer
área da pele ou das mucosas. As manifestações clínicas são distintas e relacionadas ao estado imuno-
lógico do hospedeiro.

HERPES LABIAL

Disponível em: www.dermatologia.net. Acesso em jan 2016

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Microbiologia
HERPES VAGINAL

Disponível em: www.dermatologia.net. Acesso em jan 2016

Sinonímia:
Herpevírus tipos 1 e 2.

Agente etiológico:
Os Herpes Simplex Virus, tipos 1 e 2, pertencem à família Herpesviridae.

Modo de transmissão:
Por contato íntimo com indivíduo transmissor do vírus, a partir de superfície mucosa ou lesão
infectante.
O vírus Herpes é rapidamente inativado em temperatura ambiente e após secagem, o que faz
com que a disseminação por aerossóis seja rara.
O vírus ganha acesso através de escoriações na pele ou contato direto com a cérvix uterina,
uretra, orofaringe ou conjuntiva.

Medidas de controle:
É infecção de difícil controle, em virtude de sua elevada transmissibilidade.
Os contatos devem ser encaminhados à unidade de saúde para detectar a doença precocemen-
te e serem orientados quanto às medidas de prevenção de futuros parceiros.
Os preservativos masculinos e femininos previnem a transmissão apenas nas áreas de pele por
eles recobertas, mas, mesmo assim, podem ocorrer transmissões a partir de lesões na base do pênis,
na bolsa escrotal ou em áreas expostas da vulva.

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Microbiologia
INFECÇÃO PELO PAPILOMA VÍRUS HUMANO (HPV)

Descrição
Doença viral que, com maior frequência, manifesta-se como infecção subclínica nos genitais de
homens e mulheres.
Clinicamente, as lesões podem ser múltiplas, localizadas ou difusas, e de tamanho variável, po-
dendo também aparecer como lesão única.
A localização ocorre no pênis, região perianal, vulva, vagina e colo do útero.

Figura 1: Caso 1: Múltiplas pápulas acastanhadas e conflutentes acometendo escroto, região perineal e inguinal.
Antes do tratamento

Disponível em: http://jornalportasul.blogspot.com.br/2012/02/como-saber-se-estou-mesmo-com-verrugas.html.


Acesso em Jan 2016.

Sinonímia
Verruga venérea, verruga genital, cavalo de crista, crista de galo e condiloma acuminado.

Agente etiológico
Papilomavírus humano (HPV).

Modo de transmissão
Geralmente, por contato direto.

Medidas de controle:
Abstinência sexual logo após o diagnóstico, encaminhamento de parceiros para o serviço de
saúde, para exame e tratamento, se necessário

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Microbiologia
Orientações ao paciente, fazendo com que observe as possíveis situações de risco presentes
em suas práticas sexuais, desenvolva a percepção quanto à importância do seu tratamento e de seus
parceiros sexuais e promoção de comportamentos preventivos.
Promoção do uso de preservativos: método mais eficaz para a redução do risco de transmissão
do HIV e outras DST.

Disponível em: pt-br.infomedica.wikia.com/wiki/HPV. Acesso em Jan 2016

INFLUENZA

Descrição:
A Influenza ou gripe é uma infecção viral aguda do trato respiratório, com distribuição global e
elevada transmissibilidade.
Apresenta-se com início abrupto de febre, mialgia e tosse seca. Em geral, tem evolução autoli-
mitada, de poucos dias.
Sua importância deve-se ao caráter epidêmico e alta morbidade, com elevadas taxas de hospi-
talização em idosos ou pacientes portadores de doenças debilitantes crônicas.

Agente etiológico:
Vírus influenza.

Sinonímia:
Gripe.

Modo de transmissão:
O modo mais comum é a transmissão direta (pessoa a pessoa), por meio de gotículas expelidas
pelo indivíduo infectado ao falar, tossir e espirrar.

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Microbiologia
O modo indireto também ocorre por meio do contato com as secreções do doente. Nesse caso,
as mãos são o principal veículo, ao propiciarem a introdução de partículas virais diretamente nas mu-
cosas oral, nasal e ocular.
Apesar da transmissão inter-humana ser a mais comum, já foi documentada a transmissão dire-
ta do vírus de aves e suínos para o homem.

Disponível em: prevencionensalud.blogspot.com. Acesso em jan 2016

Medidas de controle:
Vacinação contra Influenza - O Ministério da Saúde considera que apesar das drogas atualmente
disponíveis para o tratamento da Influenza, a vacinação é a melhor estratégia para a prevenção da
doença e suas consequências.
Essa vacina, além de indicada para a população idosa, está disponível para pessoas consideradas
de maior risco para a doença e suas complicações.

MENINGITES VIRAIS

Descrição:
Nas Meningites Virais o sistema nervoso central pode ser infectado por um variado conjunto
de vírus, mas, independente do agente viral, o quadro clínico caracteriza-se por aparição súbita de
cefaléia, fotofobia, rigidez de nuca, náuseas, vômitos e febre.

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Microbiologia

Disponível em: www.culturamix.com/saude/doencas/meningite-viral. Acesso em jan 2016.

Agente etiológico:
Os principais vírus que podem causar Meningite Viral são: enterovírus (Echovirus e Coxsackie-
virus).

Medidas de controle:
O diagnóstico e tratamento precoces dos casos são medidas que contribuem para o controle da
doença.
As medidas de controle específicas relacionam-se com o agente etiológico. Em situações de sur-
to, a população deve ser orientada sobre os sinais e sintomas da doença, medidas gerais de higiene e,
ainda, medidas de prevenção específicas, conforme o agente etiológico identificado.

Disponível em: brasilescola.uol.com.br/doencas/meningite.htm. Acesso em jan 2016.

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Microbiologia
POLIOMIELITE

Descrição:
Doença infecto-contagiosa viral aguda, caracterizada por um quadro de paralisia flácida de início
súbito, que se manifesta de várias formas:
Infecções inaparentes ou assintomáticas, podendo ocorrer entre 90% a 95% dos casos; abortiva,
em 5% dos casos, caracterizada por sintomas inespecíficos como febre, cefaléia, tosse e coriza; menin-
gite, manifestando-se em cerca de 1% dos casos, com sintomatologia inicial inespecífica e, posterior-
mente, sinais de irritação meníngea e rigidez de nuca;
As formas paralíticas, que apresentam quadro clássico de paralisia flácida aguda.
O déficit motor instala-se subitamente e a evolução dessa manifestação, frequentemente, não
ultrapassa 3 dias.
Apenas as formas paralíticas possuem características típicas: instalação súbita da deficiência
motora, acompanhada de febre; assimetria, acometendo, sobretudo, a musculatura dos membros,
com mais frequência os inferiores; flacidez muscular, com diminuição ou abolição de reflexos profun-
dos na área paralisada; sensibilidade conservada e persistência de alguma paralisia residual (sequela)
após 60 dias do início da doença.

Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/Poliomyelitis. Acesso em jan 2016.

Sinonímia:
Paralisia infantil.

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Microbiologia
Agente etiológico:
Poliovírus; Picornaviridae.

Modo de transmissão:
Principalmente por contato direto pessoa a pessoa, pelas vias fecal-oral (a principal), por obje-
tos, alimentos e água contaminados com fezes de doentes portadores, ou pela via oral-oral, por meio
de gotículas de secreções da orofaringe ao falar, tossir ou espirrar.

Medidas de controle:
Além de uma vigilância ágil e sensível à detecção de casos de poliomielite, a vacinação é a medi-
da mais eficaz para manter erradicada a circulação do poliovírus selvagem nas América.

Disponível em: www.papodemae.com.br. Acesso em jan 2016

RUBÉOLA

Descrição:
Doença exantemática viral aguda, caracterizada por febre baixa e exantema, que se inicia na
face, couro cabeludo pescoço, espalhando-se para tronco e membros.
Cerca de 25% a 50% das infecções pelo vírus da Rubéola são subclínicas, ou seja, não apresen-
tam sinais e sintomas clínicos característicos da doença.

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Microbiologia
Agente etiológico:
Rubivirus Togaviridae.

Modo de transmissão:
Direto, pelo contato com secreções nasofaríngeas de pessoas infectadas.

Disponível em: www.immunizebc.ca. Acesso em jan 2016

Medidas de controle:
A vacinação é a única forma de prevenir a ocorrência da rubéola na população, sendo sua prin-
cipal medida de controle.

Disponível em: www.msnoticias.com.br. Acessoem jan 2016.

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Microbiologia
SARAMPO

Descrição:
Doença causada por vírus, febril que causa inflamação do sistema respiratório e manchas.
Após 11 dias aparecem os sintomas, como: coriza, febre, dores;
Manchas na boca e posteriormente no corpo;

Disponível em: www.tvplayvideos.com/1/sarampo. Acesso em jan 2016

Agente etiológico:
Morbillivirus Paramyxoviridae.

Modo de transmissão
Diretamente de pessoa a pessoa, através das secreções nasofaríngeas, expelidas ao tossir, espir-
rar, falar ou respirar.

Disponível em: pediatriadescomplicada.com. Acesso em Jan 2016.

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Microbiologia
Medidas de controle:
A vacinação é a única forma de prevenir a ocorrência do Sarampo na população, sendo sua prin-
cipal medida de controle. (Tríplice Viral)

Disponivel em: www.nosotros2.com. Acesso em jan 2016.

VARICELA

Descrição:
Infecção viral primária, aguda, caracterizada por surgimento de exantema com distribuição cen-
trípeta que, após algumas horas evolui rapidamente para pústulas que, em 3 a 4 dias, formam crostas.
Podem ocorrer febre moderada e sintomas sistêmicos.
A sua principal característica clínica é o polimorfismo das lesões cutâneas acompanhadas de
prurido. Em crianças, geralmente, a doença é benigna e autolimitada.

Sinonímia:
Catapora

Agente etiológico:
Varicella-zoster Herpetoviridae.

Modo de transmissão:
Pessoa a pessoa, pelo contato direto ou por secreções respiratórias e, raramente, por meio de
contato com lesões.

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Microbiologia
Transmitida, indiretamente, por objetos contaminados com secreções de pacientes infectados.

Disponível em: eapv.com.br. Acesso em jan 2016.

Medidas de controle:
A vacina contra varicela ainda não faz parte do calendário básico de vacinações.
Está disponível nos Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (Crie), sendo recomen-
dada nas seguintes circunstâncias: em populações indígenas, em caso de surto, a partir dos 6 meses,
e em qualquer idade nos indivíduos suscetíveis até 96 horas de contato.
Lavar as mãos, após tocar nas lesões potencialmente infecciosas.

HERPES ZOSTER

Descrição:
Geralmente, é decorrente da reativação do vírus da varicela que permanece em latência após
a infecção primária. Ocorre principalmente em adultos e pacientes imunocomprometidos, como por-
tadores de doenças crônicas, neoplasias, aids e outras. O herpes zoster tem quadro pleomórfico, cau-
sando desde doença benigna até outras formas graves, com êxito letal. Após a fase de disseminação
hematogênica do vírus v-z, em que atinge a pele, difunde-se centripetamente pelos nervos periféricos
até os gânglios nervosos, onde poderá permanecer, em latência, por toda a vida.
Diversos fatores podem levar a uma reativação do vírus, causando a característica erupção do
herpes zoster. Excepcionalmente, há pacientes que desenvolvem herpes zoster após contato com do-
entes de varicela e, até mesmo, com outro doente de zoster, o que indica a possibilidade de uma rein-
fecção em paciente já previamente imunizado. É também possível uma criança adquirir varicela por
contato com doente de zoster.
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Microbiologia
O quadro clínico do herpes zoster é, quase sempre, típico. A maioria dos doentes refere, an-
tecedendo às lesões cutâneas, dores nevrálgicas, além de parestesias, ardor e prurido locais, acom-
panhados de febre, cefaléia e mal-estar. A lesão elementar é uma vesícula sobre base eritematosa.
A erupção é unilateral, raramente ultrapassando a linha mediana, seguindo o trajeto de um nervo.
Surgem de modo gradual, levando de 2 a 4 dias para se estabelecerem. Quando não ocorre infecção
secundária, as vesículas evoluem para crostas e o quadro regride para a cura em 2 a 4 semanas. As re-
giões mais comprometidas são a torácica (53% dos casos), cervical (20%), trigêmeo (15%) e lombossa-
cra (11%). Em pacientes imunossuprimidos, as lesões surgem em localizações atípicas e, geralmente,
disseminadas. 

Manifestações Clínicas
Período prodrômico – tem início com febre baixa, cefaléia, anorexia e vômito, podendo durar de
horas até três dias. Na infância, esses pródromos não costumam ocorrer, sendo o exantema o primeiro
sinal da doença. Em crianças imunocompetentes a varicela é geralmente benigna, com início repenti-
no, apresentando febre moderada de 2 a 3 dias, sintomas generalizados inespecíficos e uma erupção
cutânea pápulo-vesicular que se inicia na face, couro cabeludo ou tronco (distribuição centrípeta).
Período exantemático – as lesões comumente aparecem em surtos sucessivos de máculas que
evoluem para pápulas, vesículas, pústulas e crostas. Tendem a surgir mais nas partes cobertas do cor-
po, podendo aparecer no couro cabeludo, na parte superior das axilas e nas membranas mucosas da
boca e vias aéreas superiores.

Sinonímia:
Catapora, “tatapora”, fogo que salta (varicela); cobreiro (herpes zoster).

Agente Etiológico:
É um vírus RNA. Vírus Varicella-zoster, da família Herpesviridae.

 Modo de Transmissão:
Pessoa a pessoa, através de contato direto ou secreções respiratórias e, raramente, através de
contato com lesões. Transmitida indiretamente através de objetos contaminados com secreções de
vesículas e membranas mucosas de pacientes infectados.
Medidas de Prevenção:  
As primeiras medidas a serem adotadas são: assistência médica ao paciente (tratamento sin-
tomático em nível ambulatorial. Hospitalização imediata dos pacientes com varicela grave ou zoster
disseminado, em regime de isolamento).

Proteção da População
Afastar os acometidos das atividades desenvolvidas na escola, creche, trabalho, etc., por um
período de 10 dias, contados a partir da data de aparecimento do exantema. Vacinar os indivíduos sob
risco de desenvolver formas graves, de acordo com as orientações pertinentes à imunização.

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Microbiologia

Disponível em: www.csbrj.org.br/FRAGOSO/T212Herpes.pdf. Acesso em jan 2016

CAXUMBA

Descrição:
Doença viral aguda, caracterizada por febre e aumento do volume de uma ou mais glândulas
salivares, geralmente a parótida e, às vezes, glândulas sublinguais ou submandibulares. Antes da ins-
tituição da imunização em massa, esta virose era muito comum na infância, apresentando-se sob a
forma de surtos sazonais.

Manifestações Clínicas:
A principal e mais comum manifestação desta doença é o aumento das glândulas salivares, prin-
cipalmente a parótida, acometendo também as glândulas sublinguais e submaxilares, acompanhada
de febre. Aproximadamente, 30% das infecções podem não apresentar hipertrofia aparente dessas
glândulas. Cerca de 20% a 30% dos homens adultos acometidos apresentam orquite. Mulheres acima
de 15 anos podem apresentar mastite (aproximadamente 15% dos casos). Em menores de 5 anos de
idade, são comuns sintomas das vias respiratórias e perda neurossensorial da audição. 

Sinonímia:
Papeira, caxumba.

 Agente Etiológico:
Vírus da família Paramyxoviridae, gênero Paramyxovirus.

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Microbiologia
Modo de Transmissão:
Vias aéreas, através da disseminação de gotículas ou por contato direto com saliva de pessoas
infectadas.

Medida de Controle:
A vacina tríplice viral (sarampo, rubéola, caxumba.

Disponível em : immunize.wordpress.com. Acesso em jan 2016.

RAIVA

Descrição:
É uma zoonose viral, que se caracteriza como uma encefalite progressiva aguda e letal. Apre-
senta letalidade de 100% e alto custo na assistência as pessoas expostas ao risco de adoecer e morrer.
Apesar de conhecida desde a Antiguidade, a Raiva continua sendo um problema de saúde pública nos
países em desenvolvimento, especialmente a transmitida por cães e gatos, em áreas urbanas, man-
tendo a cadeia de transmissão animal domestico/homem. O vírus rábico é neurotrópico e sua ação,
no sistema nervoso central, causa um quadro clínico característico de encefalite aguda, decorrente
da sua multiplicação entre os neurônios. O ciclo silvestre (aéreo e terrestre) adquire, na atualidade,
particular gravidade para a área da saúde pública, e sua expansão vem sendo influenciada por certas
intervenções e/ou modificações ambientais. O vírus rábico penetra no organismo por meio de  so-
luções de continuidade produzidas por mordeduras ou arranhaduras. Após um periodo variável de
incubação, aparecem os pródromos iniciais, que duram de 2 a 4 dias e são inespecíficos, com o pa-
ciente apresentando mal-estar geral, pequeno aumento de temperatura corpórea, anorexia, cefaleia,
náuseas, dor de garganta, entorpecimento, irritabilidade, inquietude e sensação de angustia. Podem
ocorrer hiperestesia e parestesia nos trajetos de nervos periféricos, próximos ao local da mordedura,
e alterações de comportamento. A infecção progride, surgindo manifestações de ansiedade e hipe-
rexcitabilidade crescentes, febre, delírios, espasmos musculares involuntários generalizados e/ou con-
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Microbiologia
vulsões. Ocorrem espasmos dos músculos da laringe, faringe e língua, quando o paciente vê ou tenta
ingerir líquido, apresentando sialorreia intensa. Os espasmos musculares evoluem para quadro de pa-
ralisia, levando a alterações cardiorrespiratórias, retenção urinária e obstipação intestinal. O paciente
se mantem consciente, com periodo de alucinações, até a instalação do quadro comatoso e evolução
para óbito. São, ainda, observadas disfagia, aerofobia, hiperacusia, fotofobia. O período de evolução
do quadro clínico, depois de instalados os sinais e sintomas até o óbito, varia, em média, de 5 a 7 dias.
A característica mais determinante da evolução clínica da doença e a forma furiosa e/ou paralítica.

Agente Etiológico:
Vírus da  Raiva  Humana, do gênero  Lyssavirus, da família Rhabdoviridae. Pesquisas com base
na biologia molecular tem possibilitado complementar os conhecimentos sobre a determinação da
variabilidade genética do vírus da Raiva, inclusive entre cepas.

Modo de Transmissão:
A transmissão ocorre pela inoculação do vírus contido na saliva do animal infectado, principal-
mente pela mordedura e, mais raramente, pela arranhadura e/ou lambedura de mucosas. O vírus
penetra no organismo, multiplica-se no ponto de inoculação, atinge o sistema nervoso periférico e,
posteriormente, o sistema nervoso central. A partir dai, dissemina-se para vários órgãos e glândulas
salivares, onde também se replica e é eliminado pela saliva das pessoas ou animais enfermos.

Medidas de Controles:
Prevenção da Raiva transmitida em áreas urbanas ou rurais, por animais domésticos, mediante
manutenção de altas coberturas vacinais nesses animais, por meio de estratégias de rotina e cam-
panhas; controle de foco e bloqueio vacinal; captura e eliminação de cães de rua; envio de amostras
para exame laboratorial, para monitoramento da circulação viral. A profilaxia da Raiva humana é fei-
ta com o uso de vacinas e soro, quando os indivíduos são expostos ao vírus rábico pela mordedura,
lambedura de mucosas ou arranhadura provocada por animais transmissores da Raiva. A vacinação
não tem contraindicação, devendo ser iniciada o mais breve possível e garantir o completo esquema
de vacinação preconizado. As vacinas humana e animal são gratuitas. Ações de educação em saúde e
mobilização comunitária. 

Disponível em: schools-wikipedia.org. Acesso em jan 2016

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Microbiologia
BACTÉRIAS
INTRODUÇÃO
As bactérias são seres muito pequenos, procariontes, unicelulares que, em sua maior parte, não
podem ser vistos a olho nu. Apesar de seu tamanho, elas se multiplicam em grande velocidade for-
mando colônias, e, muitas delas, conhecidas como germes, são prejudiciais a saúde do homem, pois
podem causar inúmeras doenças.

Características e informações sobre as bactérias


Elas se encontram por toda parte, e há milhares delas no ar, na água, no solo e, inclusive, em
nossos corpos. Contudo, nem todas são maléficas, há aquelas que desempenham papéis extrema-
mente úteis para muitas formas de vida, inclusive para os seres humanos. No caso de plantas, como
as ervilhas, elas se beneficiam desta forma de vida, que habita em suas raízes dentro de pequenos
caroços, em seu crescimento através da substância química que estas bactérias produzem.
No solo existem bactérias que podem ser benéficas de várias maneiras, uma delas é ajudar as
folhas velhas das plantas a apodrecerem fornecendo alimento às novas plantas. Entretanto, há certas
bactérias que são daninhas aos vegetais prejudicando-os a ponto de destruí-los.
No caso dos seres humanos, elas podem ser combatidas através do uso de antibióticos, que,
quando usados conforme orientação médica, tem efeito eficaz sobre os germes prejudiciais a saúde.
Caso contrário, elas aumentarão rapidamente ampliando o número de colônias. Em muitos casos, elas
podem ser transferidas de pessoas para pessoas.

BACTÉRIAS: DA MICROBIOTA NORMAL A PATOGENICIDADE

MICROBIOLOGIA
• Dedica-se ao estudo dos seres microscópicos, geralmente muito pequenos para serem ob-
servados a olho nu.
• Nasceu da especulação humana sobre a origem da vida e sobre a fonte das doenças trans-
missíveis.
• Classes de agentes infecciosos tradicionais: bactérias, fungos, parasitas e vírus.
• O seu estudo está relacionado a Infectologia, Genética, Biologia Molecular,
• Farmacologia, Patologia, Imunologia e Semiologia.

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Microbiologia
Microbiologia Normal
• O corpo humano é continuamente habitado por vários microrganismos diferentes, em sua
maioria bactérias que, em condições normais e em um indivíduo sadio, são inofensivos e
podem até ser benéficos.
• Órgãos e sistemas internos são estéreis, incluindo o baço, o pâncreas, o fígado, a bexiga, o
SNC e o sangue.
• Recém-nascido sadio adquire sua microbiota normal a partir da alimentação e do ambiente,
incluindo outros seres humanos.

Das 100 trilhões de células presentes:

10 trilhões são células humanas e 90 trilhões são bactérias.

BACTÉRIA/ BENEFÍCIO:
• Produção de alimentos (tais como derivados do leite: queijo, coalhada, iogurte, etc) e bebi-
das;
• Decomposição de lixo problemático, restos mortais;
• Produção de medicamentos
• Digestão (Escherichia coli)
• Fixação do N2 na atmosfera

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Microbiologia
MICROBIOTA NORMAL DO CORPO HUMANO (PELE)

Cocos Gram-positivos:
Staphylococcus aureus (comum)
Staphylococcus epidermidis (proeminente)
Streptococcus spp. (irregular) – S.pyogenes

Bacilos Gram-positivos:
Corynebacterium spp. (++)
Propionibacterium acnes

MICROBIOTA NORMAL DO CORPO HUMANO (CONJUNTIVA)

Cocos Gram-positivos:
Staphylococcus aureus (irregular )
Staphylococcus epidermidis (comum)
Streptococcus spp.(irregular)

Bacilos Gram-positivos:
Corynebacterium spp. (comum)

Cocos Gram-negativos:
Moraxella e Neisseiria spp. (comum)
Haemophillus spp. (irregular)

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Microbiologia
Bastonetes Gram-negativos:
Escherichia coli (irregular)

Disponível em: ecletica.zip.net. Acesso em jan 2016.

MICROBIOTA NORMAL DO CORPO HUMANO (BOCA e FARINGE)

Cocos Gram-positivos:
Staphylococcus aureus (comum)
Staphylococcus epidermidis (comum)
Streptococcus spp.(proeminente)
Enterococcus spp.(irregular)

Bacilos Gram-positivos:
Corynebacterium spp. (comum)

Cocos Gram-negativos:
Neisseria ssp. (comum)
Haemophillus spp. (irregular)

Bastonetes Gram-negativos: Pseudomonas aeruginosa (irregular), Escherichia coli (irregular) e


Proteus mirabilis (irregular)

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Microbiologia

Disponível em: www.singwise.com. Acesso em jan 2016.

MICROBIOTA NORMAL DO CORPO HUMANO (VAGINA)


Cocos Gram-positivos:
Staphylococcus spp. (comum)
Streptococcus spp. (comum)
Enterococcus spp. (comum)

Bacilos Gram-positivos:
Lactobacilos (proeminente)
Bacilos Gram-negativos:
Escherichia coli, Klebsiella spp. , Proteus mirabilis,
Pseudomonas aeruginosa (comum)

Disponível em: pewidya.blogspot.com. Acesso em jan 2016.

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Microbiologia
MICROBIOTA NORMAL DO CORPO HUMANO (URETRA)

Cocos Gram-positivos:
Staphylococcus aureus (irregular)
Staphylococcus epidermidis (proeminente)
Streptococcus spp. (comum)

Bacilos Gram-positivos:
Corynebacterium spp. (comum)

Bacilos Gram-negativos:
Escherichia coli (comum)
Proteus mirabilis (comum)

Disponível em: www.ciencia-online.net. Acesso em jan 2016.

BENEFÍCIOS DA MICROBIOTA NORMAL


Colonização do recém-nascido é um estímulo para o desenvolvimento do sistema imune
Bactérias intestinais são produtoras de vitamina K e B12, e auxiliam na digestão e absorção de
nutrientes.

OPORTUNISTAS
As bactérias patogênicas têm ido classificadas em primárias e oportunistas:
As patogênicas primárias são capazes de causar doença nos indivíduos normais.

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Microbiologia
Oportunistas só causam doença nos indivíduos com algum tipo de deficiência em suas defesas
naturais ou adquiridas

PATOGENIDADE
São parasitas humanos, levando a infecções muito graves.
A infecção é causada porque as bactérias podem produzir toxinas, que são nocivas para as célu-
las humanas. Se estas estiverem presentes em número suficiente e a pessoa a ser afetada não dispu-
ser de uma imunização contra elas, o resultado é a doença.
As principais portas de entrada de bactérias no corpo humano são os pulmões, por meio da ina-
lação de partículas expulsas pela respiração, tosse ou espirros de uma pessoa infectada.
Pode haver infecção no trato digestivo o qual pode ser infectado através da ingestão de alimen-
tos contaminados. As bactérias podem estar presentes nos alimentos desde o local de produção das
matérias primas ou transportadas até eles por moscas ou mãos contaminadas.
As bactérias podem ainda invadir o hospedeiro através da pele, como por exemplo, na infecção
de uma ferida.
Há o gênero Clostridium que é um potente produtor de toxinas muito prejudiciais ao homem.
Seus esporos podem estar presentes em alimentos e resistir a processos de descontaminação poden-
do causar graves intoxicações como o botulismo (agente Clostridium botulinum), em função da ação
neurotóxica de suas toxinas.
Geralmente estão associados a intoxicações por ingestão de palmitos contaminados e podem
levar a óbito
A Escherichia coli é um importante componente da nossa microbiota intestinal, no entanto, fora
do intestino pode causar importantes e graves infecções, principalmente nas vias urinárias.

PATOGENICIDADE (PELE)
Staphylococcus aureus
* Abscessos
* infecções de feridas operatórias

* furúnculo →

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Microbiologia
PATOGENICIDADE (OCULAR)
Staphylococcus aureus

* conjutivite →

Disponível em: www.prontuarioidmed.com.br. Acesso em jan 2016.

PATOGENICIDADE (INTESTINO)
Staphylococcus aureus
* Enterotoxinas produzidas em alimentos
(Intoxicação alimentar)

MALEFÍCIOS DA MICROBIOTA NORMAL


Microrganismos deslocados do seu sítio normal no corpo humano

Disponível em: medifoco.com.br/diarreia-tipos-sintomas-tratamento/. Acesso em jan 2016.

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Microbiologia
Quando patógenos potenciais ganham vantagem competitiva devido a população diminuída de
competidores inofensivos (Clostridium difficile)
Quando algumas substâncias alimentares inofensivas comumente ingeridas são convertidas em
derivados carcinogênicos pelas bactérias
Pacientes imunocomprometidos – microbiota normal pode multiplicar em excesso e causar in-
fecções

CATEGORIAS DE DOENÇAS INFECCIOSAS:


Doença contagiosa: transmitida de paciente para paciente
Doença infecciosa: causada por um agente externo que replica ou multiplica
Infecção oportunista: Infecção em um paciente com defesas comprometidas por um agente de
baixa virulência que não produziria infecção em um paciente normal.
Infecção subclínica: Infecção que produz uma resposta imunológica, mas sem sintomas clínicos
( também chamada de infecção assintomática).

CARACTERÍSTICAS
• Bactérias são PROCARIONTES e UNICELULARES.
• Não apresentam núcleo verdadeiro, e sim uma região citoplasmática onde o cromossomo
fica disperso, chamado NUCLEOIDE.
• Possuem como única organela o RIBOSSOMO, cuja funçao é participar da síntese de prote-
ínas.
• As bactérias apresentam um único cromossomo circular disperso no citoplasma.
• Além do cromossômico único circular, as bactérias apresentam pequenos filamentos duplos
de DNA circular denominados PLASMÍDEOS.
• Podem apresentar um ou mais FLAGELOS, mas estes não são formados por centríolos.

BACTÉRIAS
São organismos que apresentam uma estrutura simples e por isso podem sobreviver em todos
ambientes da terra. Ex: ar, solo, água, vulcão, mar profundo, fontes quentes, gelo, sal, pele dos seres
humanos etc..
Em condições desfavoráveis algumas bactérias formam esporos de resistência, que podem so-
breviver milhões de anos.

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Microbiologia
Morfologia geral das Bactérias/ Formas Bacterianas

Disponível em : www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos/monera.php. Acesso em jan 2016.

Podemos citar como principais tipos de bactérias:


• Cocos (formato arredondado);
• Bacilos (alongadas em forma de bastonetes);
• Espirilos (formato espiralado) e
• Vibriões (possuem formato de vírgulas).

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Microbiologia
ESTRUTURA

Disponível em: www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos/biomonera.php. Acesso em jan 2016

Cápsula
Envoltório externo encontrado principalmente em bactérias patogênicas protegendo-as contra
fagocitoses. A espessura e a composição química dessas cápsulas variam de acordo com a espécie.

Parede celular
Estrutura rígida responsável pela forma da bactéria constituída por um complexo proteico - gli-
cídico (proteína + carboidrato) tem a função de proteger a célula bacteriana contra agressões físicas
do ambiente.

Membrana plasmática
Possui a função de proteção, ancora flagelos, fimbrias e pili, dentre outras.

Nucleóide
Região onde se concentra o cromossomo bacteriano, constituído por uma molécula circular de
DNA. É o equivalente bacteriano dos núcleos de células eucariontes. Não possui carioteca ou envol-
tório nuclear.

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Microbiologia
Plasmídeos
Pequeno DNA Extracromossômico de replicação autônoma. Grande importância médica: Pos-
suem genes que conferem resistência a diversos antibióticos.

Ação de genes em plasmídeo que conferem resistência a antibióticos.

Disponível em:  http://textbookofbacteriology.net/resantimicrobial_3.html. Acesso em jan 2016

FLAGELOS
Proteína (Flagelina)
Motilidade

Ambiente desfavorável => Ambiente favorável


Mov. tipo rotacional sentido horário ou anti-horário
O número e distribuição auxiliam na classificação taxonômica

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Microbiologia

Disponível em: www.viviennebalonwu.com. Acesso em jan 2016

FÍMBRIAS E PILI
Semelhantes a pêlos – mais retos, mais curtos, mais finos e mais numerosos que os flagelos.

FÍMBRIAS
Usados para fixação, permite que a bactéria se fixe a outras células ou substratos.

PILI
Mais longo que as fímbrias. Fazem a união das células bacterianas (fator de virulência) para
transferência de material genético – CONJUGAÇÃO

PILI SEXUAL

Coloração de Gram
Em 1884 - Christian Gram desenvolveu um método de coloração de bactérias. As Gram positivas
(coravam-se em roxo) e as Gram negativas (coravam-se em vermelho).

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Microbiologia
Diferenças nas estruturas celulares bacterianas

Bactéria Gram Positiva Bactéria Gram Negativa

Disponível em: caracteristicasde.net. Acesso em jan 2016. Disponível em: www.ebah.com.br. Acesso em jan 2016.

Gram Positivas

Disponível em: microbeonline.com. Acesso em jan 2016

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Microbiologia
Gram Negativas

Disponível em: microbeonline.com. Acesso em jan 2016

Coloração de Gram
1- Cristal violeta / Violeta de genciana – atravessa sem dificuldades as paredes de bactérias
gram positivas e negativas
2- Iodo – forma grandes cristais com o corante e este complexo se combina com o peptideo-
glicano
3- Álcool – dissolve os lipídeos na membrana externa das gram negativas e permite a remoção
dos cristais, deixando a célula incolor
4- Safranina – quando aplicada, nas gram negativas determinam a cor rosa da bactéria

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Microbiologia

Disponível em: pt.slideshare.net. Acesso em jan 2016.

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Microbiologia

Disponível em: pt.slideshare.net. Acesso em jan 2016.

Reprodução Assessuada - Divisao Binária

Disponível em: bloggiologia.blogspot.com. Acesso em jan 2016.

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Microbiologia
Reprodução Sexuada

Transformação

Conjugação

Disponível em: cienciaseteano.blogspot.com/. Acesso em jan 2016

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Microbiologia
Transdução

Disponível em: cienciaseteano.blogspot.com/. Acesso em jan 2016

A Descoberta do Princípio Transformante DNA

(Experimento de Griffith)
Primeiro a tentar descobrir o material génetico:
Frederick Griffith, especialista em microbiologia. Nasceu em 1881, em Hale e faleceu em 1941,
foi o primeiro a fazer experimentos em busca de encontrar o material genético.
Experimento de Griffith: Através deste Griffith descobriu o Princípio Genético da Transformação
em 1928, a transformação é uma maneira de recombinação, troca ou transferência de informação
genética entre organismos  ou de um organismo para o outro, ocorrendo em vírus, mas não em todas
as espécies de bactérias, seu interesse  era a bactéria que causava pneumonia Streptococus pneumo-
niae.

Etapas da realização de seu experimeto:


I- Isolou várias linhagens diferentes de S. Pneumoniae (tipo I,II,III, etc)
S: Smoth: Formas virulentas (causadoras da doença): bactéria circundada por uma capa de po-
lissacarídeo, que faz com que a colônia de bactérias se apresente lisa quando cultivadas em uma placa
de ágar.
R: Rough:Formas não virulentas: Mutação das formas virulentas, não tinham capa de polissaca-
rídeo e produziam uma colônia rugosa em uma placa de ágar.
Griffith estava interessado nas origens de linhagens diferentes de S. Pneumonia e por que alguns
tipos eram virulentos e outros não. 

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Microbiologia
Tabela 1- observação de Griffith:

     Tipo de bactérias infectadas nos ratos: Reação dos ratos: Tipos de bactérias
recuperadas:
1 IIIS (virulentas) morrem IIIS (virulentas)
2 IIR (não virulentas) vivem nenhuma
3 IIIS mortas por aquecimento (virulentas) vivem nenhuma
4 IIR (não virulentas) + IIIS mortas por aqueci- morrem IIIS e IIR
mento (virulentas)
                    

Disponível em: biologiageologia11b.blogspot.com. Acesso em jan 2016

Em ratos dos quais foram injetados uma mistura de células virulentas mortas pelo calor e célu-
las não virulentas vivas, não foi possível recuperá-las.Bactérias vivas podiam ser recuperadas em ratos
mortos; estas bactérias cresciam em colônias lisas e eram virulentas após a injeção subsequente. Gri-
ffith concluiu que as bactérias IIIS mortas tinham transformado as bactérias IIR em IIIS vivam, embo-
ra Griffith não compreendesse a natureza da transformação, ele supôs que alguma substância na capa
de  polissacarídeos das bactérias mortas tinham sido responsáveis por essa transformação. Griffith
chamou essa substância de Princípio Transformante, dessa forma foi possível entender a natureza das
bactérias da  pneumonia.

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Microbiologia
DOENÇAS BACTERIANAS

CÓLERA

Descrição
Infecção intestinal aguda, causada pela enterotoxina do bacilo da cólera Vibrio cholerae, fre-
qüentemente assintomática, com diarréia leve. Pode se apresentar de forma grave, com diarréia
aquosa e profusa, com ou sem vômitos, dor abdominal e câimbras. Esse quadro, quando não tratado
prontamente, pode evoluir para desidratação, deficiência circulatória, com choque hipovolêmico e
insuficiência renal.

Agente etiológico
Vibrio cholerae.

Reservatório
O principal é o homem. Estudos recentes sugerem a existência de reservatórios ambientais
como plantas aquáticas e frutos do mar.

Modo de transmissão
Ingestão de água ou alimentos contaminados por fezes ou vômitos do doente ou portador da
doença. A contaminação de pessoa para pessoa é menos importante na cadeia epidemiológica.

Medidas de controle:
Disponibilidade de água de boa qualidade e em quantidade suficiente; distribuição de hipoclo-
rito de sódio à população sem acesso à água potável; destino e tratamento adequados dos dejetos;
educação em saúde; higiene dos alimentos.
Tratamento: formas leves e moderadas: Soro de reidratação oral (SRO). E nas formas graves:
com hidratação venosa e antibiótico.

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Microbiologia

Disponível em: eldia.com.do/359162/. Acesso em jan 2016

COQUELUCHE

Descrição:
Doença infecciosa aguda, transmissível, de distribuição universal, que compromete especifica-
mente o aparelho respiratório (traquéia e brônquios) e se caracteriza por paroxismos de tosse seca.
A doença evolui em três fases sucessivas:
1. Fase catarral – Com duração de 1 ou 2 semanas, inicia-se com manifestações respiratórias
e sintomas leves (febre pouco intensa, mal-estar geral, coriza e tosse seca), seguidos pela
instalação gradual de surtos de tosse, cada vez mais intensos e freqüentes, até que passam
a ocorrer as crises de tosses paroxísticas.
2. Fase paroxística – Geralmente afebril ou com febre baixa. Em alguns casos, ocorrem vários
picos de febre ao longo do dia. A manifestação típica são os paroxismos de tosse seca (du-
rante os quais o paciente não consegue inspirar e apresenta protusão da língua, congestão
facial e, eventualmente, cianose com sensação de asfixia), finalizados por inspiração força-
da, súbita e prolongada, acompanhada de um ruído característico, o guincho, seguidos de
vômitos.
3. Fase de convalescença - Os paroxismos de tosse desaparecem e dão lugar a episódios de
tosse comum; esta fase pode persistir por mais 2 a 6 semanas e, em alguns casos, pode se
prolongar por até 3 meses.
Indivíduos inadequadamente vacinados ou vacinados há mais de 5 anos podem apresentar for-
mas atípicas da doença, com tosse persistente.

Agente etiológico
Bordetella pertussis.
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Microbiologia
Modo de transmissão
Contato direto da pessoa doente com pessoa suscetível (gotículas de secreção eliminadas por
tosse, espirro ou ao falar). A transmissão por objetos recém contaminados com secreções do doente
é pouco frequente, em virtude da dificuldade do agente sobreviver fora do hospedeiro.

Medidas de controle
Vacinação - A medida de controle de interesse prático em saúde pública é a vacinação dos sus-
cetíveis, na rotina da rede básica de saúde 3 doses e 2 reforços de DTP.

Disponível em:  http://www.mdsaude.com/2011/04/coqueluche-sintomas.html. Acesso em jan 2016

DIFTERIA

Descrição:
Doença transmissível aguda, toxi-infecciosa, causada por bacilo toxigênico, que, frequentemen-
te, se aloja nas amígdalas, faringe, laringe, nariz e, ocasionalmente, em outras mucosas e na pele.
A manifestação clínica típica é a presença de placas pseudomembranosas branco-acinzentadas
aderentes, que se instalam nas amígdalas e invadem estruturas vizinhas (forma faringoamigdaliana ou
faringotonsilar).
Nos casos mais graves, há intenso aumento do pescoço (pescoço taurino), por comprometimen-
to dos gânglios linfáticos dessa área e edema periganglionar nas cadeias cervicais e submandibulares.
Dependendo do tamanho e localização da placa pseudomembranosa, pode ocorrer asfixia me-
cânica aguda no paciente, o que muitas vezes exige imediata traqueostomia para evitar a morte.

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Microbiologia

Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/Diphtheria. Acesso em jan 2016

Sinonímia
Crupe.
Agente etiológico
Corynebacterium diphtheriae, produtor da toxina diftérica.
Modo de transmissão
Contato direto da pessoa doente ou do portador com pessoa suscetível (gotículas de secreção
eliminadas por tosse, espirro ou ao falar).
A transmissão por objetos recém contaminados com secreções do doente ou de lesões em ou-
tras localizações é pouco frequente.
Medidas de controle:
A medida mais segura e efetiva é a imunização adequada da população com 3 dose s de DTP

Disponível em: slideplayer.com.br/slide/5640539/. Acesso em jan 2016

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Microbiologia
GONORRÉIA

Descrição:
A gonorreia é uma doença infecciosa do trato genital, de transmissão sexual, que pode deter-
minar desde infecção assintomática até doença que se manifesta, com alta morbidade. Clinicamente,
apresenta-se de forma completamente diferente no homem e na mulher. Nesta, cerca de 70 a 80%
dos casos femininos, a doença é assintomática. Há maior proporção de casos em homens. Gonorréia
no homem - Consiste em um dos tipos mais frequentes de uretrite masculina do qual o sintoma mais
precoce é uma sensação de prurido na fossa navicular que vai se estendendo para toda a uretra. Após
1 a 3 dias, o doente já se queixa de ardência miccional (disúria), seguida por corrimento, inicialmente
mucóide que, com o tempo, vai se tornando, mais abundante e purulento. Gonorréia na mulher - Em-
bora a infecção seja assintomática na maioria dos casos, quando a infecção é aparente, manifesta-se
sob a forma de cervicite que, se não for tratada corretamente, resulta em sérias complicações como:
esterilidade, gravidez ectópica e dor pélvica crônica são as principais sequelas dessas infecções.

Sinonímia
Blenorragia, blenorréia, esquentamento, pingadeira, purgação, fogagem, gota matutina, gono e
uretrite gonocócica.

Agente etiológico
Neisseria gonorrhoeae.

Modo de transmissão
Contato sexual.

Medidas de Controle:
Interrupção da cadeia de transmissão pela triagem e referência dos pacientes com DST e seus
parceiros, para diagnóstico e terapia adequados; promoção do uso de preservativos - Método mais
eficaz para a redução do risco de transmissão do HIV e outras DST. Convite aos parceiros para aconse-
lhamento e promoção do uso de preservativos.

Disponível em: www.urologia.com.br/htm/d_dst.htm. Acesso em jan 2016

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Microbiologia
HANSENÍASE

Descrição:
Doença infectocontagiosa, crônica, curável, causada pelo bacilo de Hansen. Esse bacilo é capaz
de infectar grande número de pessoas (alta infectividade), mas poucos adoecem (baixa patogenicida-
de). Sua capacidade de invasão neural é responsável pelo alto potencial incapacitante da Hanseníase.

Sinonímia
Mal de Hansen. Antigamente, a doença era conhecida como lepra.

Agente etiológico
Bacilo de Hansen ou Mycobacterium leprae.

Modo de Transmissão:
Se dá de indivíduo para indivíduo, por germes eliminados por gotículas da fala e que são inala-
dos por outras pessoas penetrando o organismo pela mucosa do nariz. Outra possibilidade é o contato
direto com a pele através de feridas de doentes.
Observação: a Hanseníase tem cura. E o tratamento dura de 6 a 12 meses. Dependendo do grau
de acometimento da doença.

Disponível em: enfermeiropsf.blogspot.com/2011/11/hanseniase.html. Acesso em jan 2016

LEPTOSPIROSE

Descrição:
Doença infecciosa febril de início abrupto, que pode variar desde um processo inaparente até
formas graves, com alta letalidade.

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Microbiologia
A forma anictérica acomete 90% a 95% dos casos e, quando leve, é frequentemente rotulada
como “síndrome gripal”, “virose”, influenza ou dengue. Seu curso é caracteristicamente bifásico: se o
quadro é moderado ou grave pode apresentar duas fases:

Fase septicêmica
Dura de 4 a 7 dias, com febre remitente, cefaléia, mialgias (principalmente nas panturrilhas,
dorso e abdome), anorexia, náuseas e vômito. Pode haver hepatomegalia e, mais raramente, espleno-
megalia, hemorragia digestiva, fotofobia, dor torácica, tosse seca. Distúrbios neurológicos (confusão,
delírio e alucinações) e sinais de irritação meníngea podem estar presentes; hemoptise (expectoração
com sangue) pode ocorrer de forma súbita e levar a óbito por asfixia. Esta fase termina com redução
gradual da febre, sem sudorese profusa.

Fase imune
Tem início com recrudescimento da febre, porém de menor intensidade pode durar de 1 a 3 se-
manas (4 a 30 dias), com cefaléia intensa, sinais de irritação meníngea, miocardite, hemorragia ocular,
exantemas ou petéquias, entre outros sintomas.
A forma ictérica ou ictero-hemorrágica evolui, além da icterícia de tom alaranjado, com insufi-
ciência renal, fenômenos hemorrágicos e alterações hemodinâmicas. Com frequência, exige cuidados
intensivos (UTI). Suas taxas de letalidade variam entre 5% e 20%, podendo chegar a até 40%.

Agente etiológico
Leptospira.

Modo de transmissão
A infecção humana resulta do contato direto da pele ou mucosa com a urina de animais infecta-
dos, principalmente roedores, diluída em coleções hídricas ou águas e lama de enchente.

Medidas de controle e prevenção


Relativas às fontes de infecção: controle de roedores (anti-ratização e desratização) e melhoria
das condições higiênico-sanitárias da população; armazenamento apropriado de alimentos; destino
adequado do lixo; cuidados com a higiene; remoção e destino adequado de resíduos alimentares hu-
manos e animais; manutenção de terrenos baldios murados e livres de mato e entulhos; tratamento
de animais doentes; cuidados com suas excretas e desinfecção permanente dos locais de criação.
Relativas às vias de transmissão: utilização de água potável, filtrada, fervida ou clorada para
consumo humano; vigilância sanitária de alimentos: produção, armazenamento, transporte e conser-
vação; descarte de alimentos que entraram em contato com águas contaminadas; limpeza e desinfec-
ção de áreas domiciliares potencialmente contaminadas, com solução de hipoclorito de sódio a 2,5%
(um copo de água sanitária para um balde de 20 litros de água); construção e manutenção das galerias
de águas pluviais e esgotos;

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Microbiologia
Relativas ao suscetível: assistência médica adequada e oportuna; medidas de proteção indivi-
dual para trabalhadores ou indivíduos expostos a risco, através do uso de equipamentos de proteção
individual como luvas e botas; redução do risco de exposição de ferimentos às águas/lama de enchen-
tes ou outra situação de risco; imunização de animais domésticos (cães, bovinos e suínos) com vacinas
de uso veterinário.
Não existe vacina para uso humano disponível no Brasil e as ações de educação em saúde são
expressivas na prevenção da doença.

Disponível em: saude.culturamix.com/doencas/doenca-de-leptospirose. Acesso em jan 2016.

SÍFILIS

Descrição:
Sífilis adquirida - A Sífilis é uma doença infecto-contagiosa sistêmica, de evolução crônica, com
manifestações cutâneas temporárias, provocadas por uma espiroqueta.
A transmissão da Sífilis adquirida é sexual, na área genitoanal, na quase totalidade dos casos.
Na Sífilis congênita, há infecção fetal via hematogênica, em qualquer fase gestacional ou estágio
clínico da doença materna. A transmissão por transfusão sanguínea é rara nos dias atuais.
A Sífilis primária caracteriza-se por apresentar lesão inicial denominada cancro duro, que surge
10 a 90 dias (em média, 21 dias), ocorrendo. O cancro duro, usualmente, desaparece em 4 semanas,
sem deixar cicatrizes.
As reações sorológicas para Sífilis tornam-se positivas a partir da 3ª semana de infecção, conco-
mitante ao aparecimento do cancro duro.
A Sífilis secundária Suas manifestações ocorrem de 4 a 8 semanas do aparecimento do cancro.
Posteriormente, podem surgir lesões papulosas palmo-plantares, placas mucosas, adenopatia gene-
ralizada e alopécia. As reações sorológicas são sempre positivas.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Microbiologia
Sífilis congênita é o resultado da disseminação hematogênica do Treponema pallidum, da ges-
tante infectada não tratada ou inadequadamente tratada para seu concepto, via transplacentária. A
transmissão vertical do T. pallidum pode ocorrer em qualquer fase gestacional ou estágio clínico da
doença materna.

Sinonímia
Mal venéreo e peste sexual.

Agente etiológico
Treponema pallidum.

Modo de transmissão
Na Sífilis adquirida, é sexual. O contágio extragenital é raro. A transmissão não-sexual da Sífilis é
excepcional, havendo poucos casos por transfusões de sangue. Na Sífilis congênita, a infecção fetal é
o resultado da disseminação hematogênica do T. pallidum por via transplacentária, em qualquer fase
gestacional.
Medidas de controle - Orientações ao paciente com DST para que observe as possíveis situações
de risco em suas práticas sexuais, desenvolva a percepção quanto à importância do seu tratamento e
de seus parceiros sexuais e adote comportamentos preventivos.
Promoção do uso de preservativos; aconselhamento aos parceiros; educação em saúde, de
modo geral.

Disponível em:  https://www.haikudeck.com/chlamydia-science-and-technology-presentation-vghat818Kd.


Acesso em jan 2016

TETANO

Descrição:
É uma toxi-infecção grave, introduzida no organismo por meio de ferimentos ou lesões de pele
ou mucosa.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Microbiologia
Clinicamente, o Tétano se manifesta por dificuldade de deglutição (disfagia), rigidez de nuca,
contratura muscular (encurtamento das fibras musculares) da região dorsal e rigidez muscular pro-
gressiva, atingindo os músculos reto-abdominais e o diafragma, levando à insuficiência respiratória,
podendo evoluir com contraturas generalizadas.

Agente etiológico
Clostridium tetani.

Modo de transmissão
A transmissão ocorre pela introdução dos esporos em um ferimento, contaminado com terra,
poeira, fezes de animais ou humanas.
A queimaduras podem ser a porta de entrada devido à desvitalização dos tecidos. A presença de
tecidos necrosados favorece o desenvolvimento do agente anaeróbico.

Medidas de controle
Vacinação - Manter altas coberturas vacinais da população de risco: tais como agricultores, ope-
rários da construção civil e da indústria, donas de casa, aposentados. Vacina pentavalente (DTP) para
crianças até 5 anos e no adulto a DT (Dupla adulto).

TUBERCULOSE

Descrição:
Doença grave, transmitida pelo ar, que pode atingir todos os órgãos do corpo, em especial nos
pulmões. O microorganismo causador da doença é o bacilo de Koch, cientificamente chamado Myco-
bacterium tuberculosis.

Manifestações Clinicas:
Tosse crônica (o grande marcador da doença é a tosse durante mais de 21 dias); febre; suor
noturno (que chega a molhar o lençol); dor no tórax; perda de peso lenta e progressiva;
Quem tem tuberculose não sente fome, fica anoréxico (sem apetite) e com adinamia (sem dis-
posição para nada).

Agente etiológico
Mycobacterium tuberculosis.

Modo de transmissão
Pela tosse, fala e espirro.

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Microbiologia
Medidas de controle
Vacinação com BCG.

Disponível em: http://www.passeportsante.net/fr/Maux/Problemes/Fiche.aspx?doc=tuberculose_pm..


Acesso em jan 2016.

PNEUMONIA BACTERIANA

Descrição:
É uma infecção que se instala nos pulmões, pode acometer a região dos alvéolos pulmonares
onde desembocam as ramificações terminaisdos brônquios e, às vezes, os interstícios (espaço entre
um alvéolo e outro).  Basicamente, pneumonias são provocadas pela penetração de um agente infec-
cioso ou irritanteno espaço alveolar, onde ocorre a troca gasosa. Esse local deve estar sempre muito
limpo, livre de substâncias que possam impedir o contato do ar com o sangue. 

Manifestações clínicas:
Febre alta, tosse (podendo ser com secreção), dor no tórax, fraqueza.

Agente Etiólogico:
Mais comum é a bactéria Streptococcus pneumoniae. 

Transmissão:
A transmissão da pneumonia bacteriana geralmente não ocorre de pessoa para pessoa e por isso
ela não é contagiosa.A contaminação com a bactéria pode ocorrer de 3 formas diferentes: inalação da
bactéria, através da respiração; entrada acidental de um grupo de bactérias vindas da boca, chama-

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Microbiologia
da cientificamente de aspiração de líquido gástrico; através da circulação sanguínea. Neste caso, as
bactérias presentes em outro local do corpo passam para o sangue e este chega aos pulmões (sepse).

Medidas de Controle:
É feita com o afastamento dos indivíduos contaminados, com o tratamento adequado de outras
doenças (co-morbidades) e a vacina da gripe pode ser indicada.

Disponível em:  http://elnacional.com.do/analizaran-neumonia-adquirida/.  Acesso em jan 2016.

BOTULISMO

Descrição:
É uma doença não-contagiosa, resultante da ação de potente neurotoxina. Apresenta-se sob
três formas: Botulismo alimentar, Botulismo por ferimentos e Botulismo intestinal. O local de produ-
ção da toxina botulínica é diferente em cada uma dessas formas, porém todas se caracterizam clini-
camente por manifestações neurológicas e/ou gastrintestinais. É uma doença de elevada letalidade,
considerada como emergência médica e de saúde pública. Para minimizar o risco de morte e sequelas,
é essencial que o diagnóstico seja feito rapidamente e o tratamento instituído precocemente por meio
das medidas gerais de urgência. Suas manifestações clínicas serão descritas de acordo com o modo
de transmissão.

 Botulismo Alimentar
Caracteriza-se por instalação súbita e progressiva. Os sinais e sintomas iniciais podem ser gas-
trintestinais e/ou neurológicos. As manifestações gastrintestinais mais comuns são: náuseas, vômitos,

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Microbiologia
diarreia e dor abdominal, podendo anteceder ou coincidir com os sinais e sintomas neurológicos. Os
primeiros sinais e sintomas neurológicos podem ser inespecíficos, tais como cefaleia, vertigem e ton-
tura.

Agente Etiológico:
Clostridium botulinum, bacilo gram-positivo, anaeróbio, esporulado, cuja forma vegetativa pro-
duz 8 tipos de toxina (A, B, C1, C2, D, E, F e G). As toxinas patogênicas para o homem são as dos tipos
A, B, E e F, sendo as mais frequentes a A e a B. Os esporos do C. botulinum resistem a temperaturas de
120°C por 15 minutos. Estão amplamente distribuídos na natureza, no solo e em sedimentos de lagos
e mares. São encontrados em produtos agrícolas como legumes, vegetais, mel, vísceras de crustáceos
e no intestino de mamíferos e peixes.

Modo de Transmissão:
Tem importância na apresentação clínica e nas ações de vigilância epidemiológica.

Botulismo Alimentar
Ocorre por ingestão de toxinas presentes em alimentos previamente contaminados, que são
produzidos ou conservados de maneira inadequada. Os alimentos mais comumente envolvidos são
conservas vegetais, principalmente as artesanais (palmito, picles, pequi); produtos cárneos cozidos,
curados e defumados de forma artesanal (salsicha, presunto, carne frita conservada em gordura –
“carne de lata”); pescados defumados, salgados e fermentados; queijos e pasta de queijos e, raramen-
te, em alimentos enlatados industrializados.

Medidas de Controle:
Ações de educação em saúde como:
• Orientar a população sobre o preparo, conservação e consumo adequado dos alimentos
associados a risco de adoecimento.
•  Estratégias de prevenção – Orientar as medidas iniciais de prevenção e controle, de acordo
com o modo de transmissão e resultados da investigação do caso. Nos casos de transmissão
alimentar, deve-se eliminar a permanência da fonte por meio da interrupção do consumo,
distribuição e comercialização dos alimentos suspeitos.
• Imunização – É recomendada apenas a pessoas com atividade na manipulação do microrga-
nismo, realizada com toxóide botulínico polivalente.

FEBRE TIFÓIDE

Descrição:
Doença bacteriana aguda, cujo  quadro clínico  apresenta-se geralmente com febre alta, cefa-
leia, mal-estar geral, anorexia, bradicardia relativa (dissociação pulso-temperatura, conhecida como

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Microbiologia
sinal de Faget), esplenomegalia, manchas rosadas no tronco (roséola tífica), obstipação intestinal ou
diarreia e tosse seca. Pode haver comprometimento do sistema nervoso central. A administração de
antibioticoterapia mascara o quadro clínico, impedindo o diagnóstico precoce e etiológico. A Febre
Tifoide tem distribuição mundial e esta associada a baixos níveis socioeconômicos, principalmente a
precárias condições de saneamento.

Agente Etiológico:
Salmonella entérica, sorotipo Typhi (S. Typhi), bactéria gram-negativa da família Enterobacteria-
ceae.

Modo de Transmissão:
Doença de veiculação hídrica e alimentar, cuja transmissão pode ocorrer pela forma direta, pelo
contato com as mãos do doente ou portador, ou, principalmente, de forma indireta, através de agua
e alimentos contaminados com fezes ou urina de paciente ou portador. A contaminação de alimentos,
geralmente, se da pela manipulação por portadores ou pacientes oligossintomático (com manifesta-
ções clínicas discretas), razão pela qual a febre tifoide é também conhecida como a doença das mãos
sujas. Os legumes irrigados com agua contaminada, produtos do mar mal cozidos ou crus (moluscos
e crustáceos), leite e derivados não pasteurizados, produtos congelados e enlatados podem veicular
salmonelas. A contaminação de alimentos, geralmente, é feita por portadores ou pacientes oligossin-
tomático.

Medidas de Controle
Conduta Frente a um Caso: Ver orientações no tópico tratamento. Os pacientes devem ser afas-
tados da manipulação de alimentos e devem ser orientados sobre medidas de higiene, principalmente
em relação à limpeza rigorosa das mãos.
Medidas Referentes aos Portadores: Ver orientações no tópico tratamento. A pesquisa de porta-
dores esta indicada nas seguintes situações: comunicantes que possam constituir perigo para a comu-
nidade (ex.: indivíduos que manipulam alimentos em restaurantes, creches e hospitais) e em coletivi-
dades fechadas (asilos, hospitais psiquiátricos, presídios), quando houver casos de Febre Tifoide entre
os frequentadores dessas instituições.
Vacinação: A vacina atualmente disponível não possui um alto poder imunogênico e a imuni-
dade é de curta duração, sendo indicada apenas para pessoas sujeitas a exposições excepcionais,
como os trabalhadores que entram em contato com esgotos; para aqueles que ingressem em zonas
de alta endemicidade, por ocasião de viagem; e, ainda, para quem vive em áreas onde a incidência é
comprovadamente alta. Com a exceção de recrutas, não há recomendação atual da vacina contra a
febre tifoide em massa ou rotineiramente, em populações circunscritas.

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Microbiologia
ERISIPELA

Descrição:
Infecção aguda da pele envolvendo a derme e o subcutâneo, que se caracteriza por febre, ano-
rexia, calafrios, outros sintomas gerais, leucocitose e lesão cutânea em placa eritematosa, edematosa
e dolorosa. Dessa placa podem ter origem faixas eritematosas ao longo do trajeto de vasos linfáticos
(linfangites). Existe adenite satélite à região comprometida. Vesículas e bolhas podem ser observadas
- Erisipela bolhosa. As áreas comprometidas são em geral membros inferiores, face ou abdome.

 Sinonímia:
Mal-do-monte, esipra.

 Agente Etiológico:
Os estreptococos são os beta-hemolíticos do grupo A. Muito raramente, quadros clínicos seme-
lhantes podem ser produzidos por StaphyIococus aureus.

 Modo de Transmissão:
A penetração do estreptococo na pele ocorre por soluções de continuidade. Sãoportas de entra-
da freqüentes nos membros inferiores as úlceras de perna e dermatomicoses interdigitais.

Medidas de Controle:
Uso de antibiótico durante um ano para evitar a reinfecção, ou também, pode-se aplicar uma
dose de 1.200.000 UI (IM) de penicilina benzatina, a cada três semanas, por um período de 5 anos no
mínimo. As pessoas alérgicas devem fazer uso de sulfametoxazol mais trimetoprima ou ainda sulfiso-
xizol.

Disponível em: www.dermis.net/dermisroot/pt/10786/image.htm. Acesso em jan 2016.

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Microbiologia
IMPETIGO

Descrição:
Doença comum da infância causada por Staphylococcus ou Streptococcus e de altatransmissi-
bilidade.
Impetigo Bolhoso: vesículas e bolhas desenvolvem-se em pele normal, sem eritema ao redor. As
lesões localizam-se no tronco, face (Figura 1), mãos, áreas intertriginosas, tornozelo ou dorso dos pés,
coxas e nádegas. O conteúdo seroso ou sero-pustulento desseca-se, resultando em crosta amarelada
que é característica do Impetigo. Quando não tratada tem tendência à disseminação. A lesão inicial
muitas vezes é referida como se fosse uma bolha de queimadura de cigarro.
Impetigo Não Bolhoso: geralmente inicia-se com lesões eritematosas seguida da formação de
vesículas e pústulas que se rompem rapidamente formando áreas erosadas com as típicas crostas de
coloração amarelada. Localizam-se preferencialmente na face, braços (Figura 2), pernas e nádegas. É
comum a presença de lesões satélites que ocorrem por autoinoculação. As lesões do Impetigo duram
dias ou semanas. Quando não tratadas podem envolver a derme o que constitui o ectima, com ulce-
ração extensa e crosta hemorrágica (Figura 3).
Figura 2: Impetigo

Disponível em: www.promovidaamae.com.br. Acesso em jan 2016

Figura 3: Impetigo

Disponível em: medical-dictionary.thefreedictionary.com. Acesso em jan 2016.

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Microbiologia
Sinonímia:
Salsugem, impetigem.

Agente Etiológico:
Staphylococcus aureus (plasmo-coagulase positivo) e Streptoccocus pyogenes, isoladas ou as-
sociadas.

Modo de Transmissão:
A partir dos focos de colonização das bactérias nas narinas do próprio paciente ou de portador
assintomático; 20 a 30% da população geral é portadora de estafilococos coagulase positiva. As mãos
são o meio mais importante para transmitir a infecção. A fonte mais comum de propagação epidêmica
são as lesões supurativas.

Medidas de Controle:
Higiene pessoal, em especial lavagem de mãos. Tratamento imediato dos casos iniciais. Desin-
fecção de ferimentos ou machucaduras. Em caso de epidemias dever-se-á impor, principalmente em
creches, higiene rigorosa, em especial da lavagem das mãos. Realizar cultura dos contactantes, em
creches, para identificação dos portadores assintomáticos em cavidade nasal para tratamento com
mupirocina.

PROTOZOOLOGIA

INTRODUÇÃO
Protozoários são seres unicelulares, na maioria heterótrofos, mas com formas autotróficas e
com mobilidade especializada. Esta última serviu de critério para sua taxonomia. A maioria deles é
muito pequena, medindo de 0,01 mm a 0,05 mm aproximadamente. Sua forma de nutrição é muito
diferenciada, pois podem ser predadores ou filtradores, herbívoros ou carnívoros, parasitas ou mutu-
alistas. A digestão é intracelular, por meio de vacúolos digestivos.
A célula é muito especializada, e cada organela tem uma função vital. O sistema locomotor é um
dos mais especializados, com flagelos, cílios, membranas ondulantes, ou pseudópodes.
O citoesqueleto também é especializado para manter a forma da célula, emissão de pseudópo-
des, locomoção, movimentação de vacúolos digestivos, entre outras funções necessárias. Pode haver
exoesqueleto em algumas espécies.
Estes organismos estão presentes em todos os ambientes por causa de seu tamanho reduzido e
produção de cistos resistentes.
Quanto à sistemática, podem ser divididos, a grosso modo, em quatro grupos distintos:
• flagelados, amebóides, formadores de esporos e ciliados.

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Microbiologia
Dependendo da sua atividade fisiológica, algumas espécies possuem fases bem definidas:
• Trofozoíto: é a forma ativa do protozoário, na qual ele se alimenta e se reproduz.
• Cisto: é a forma de resistência ou inativa.

PROTOZOOSES

1 - LEISHMANIOSES
As leishmanioses são causadas por diferentes espécies de protozoários do gênero Leishmania, e
transmitidas pela picada de um mosquito da sub-família Phlebotominae.
A leishmaniose apresenta três formas clínicas mais comuns:
• Leishmaniose cutânea; que causa feridas na pele.
• Leishmaniose muco-cutânea; cujas lesões podem levar a destruição parcial ou total das
mucosas.
• Leishmaniose visceral; também chamada calazar, caracterizada por surtos febris irregulares,
substancial perda de peso, espleno e hepatomegalia e anemia severa. Se não tratada pode
levar a morte em 100% dos casos.

As leishmanioses atingem atualmente 350 milhões de pessoas em 88 países do mundo, sendo


72 destes considerados países em desenvolvimento. 90% de todos os casos de Leishmaniose visceral
ocorrem em Bangladesh, Brasil, Índia, Nepal e Sudão.

• 90% de todos os casos de Leishmaniose muco-cutânea ocorrem na Bolívia, Brasil e Peru.


• 90% de todos os casos de Leishmaniose cutânea ocorrem no Afeganistão, Brasil, Irã, Peru,
Arábia Saudita e Síria.

1.1 - LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA (LTA)


Enfermidade polimórfica da pele e das mucosas, caracterizada por lesões ulcerosas indolores,
únicas ou múltiplas (forma cutânea simples), lesões nodulares (forma difusa) ou lesões cutaneomu-
cosas, que afetam as regiões mucofaríngeas concomitantemente ou após a infecção cutânea inicial.
Agente etiológico: A LTA é causada por parasitos do gênero Leismania (Ross, 1903). Este proto-
zoário tem seu ciclo completado em dois hospedeiros, um vertebrado e um invertebrado (heteroxe-
no).
Os hospedeiros vertebrados incluem uma grande variedade de mamíferos: Roedores, edenta-
dos (tatu, tamanduá, preguiça), marsupiais (gambá), canídeos e primatas, inclusive o homem.

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Microbiologia
Os hospedeiros invertebrados são pequenos insetos do gênero Lutzomyia.
Morfologia: a Leishmania apresenta três formas durante o seu ciclo:
• Amastigotas: de forma oval ou esférica, estas são as formas encontradas no hospedeiro ver-
tebrado, no interior das células do SMF. Não há flagelo livre, mas um rudimento presente na
bolsa flagelar.
• Promastigotas: formas alongadas em cuja região anterior emerge um flagelo livre. São en-
contradas no tubo digestivo do inseto vetor e em cultura.
• Paramastigotas: formas ovais ou arredondadas com flagelo livre.

Reprodução: divisão binária.


Ciclo: No vetor: o inseto pica o vertebrado contaminado para fazer o seu repasto sanguíneo e
ingere macrófagos contendo as formas amastigotas do parasito. Ao chegarem ao estômago do inseto,
os macrófagos se rompem liberando as amastigotas.
Estas sofrem uma divisão binária e se transformam rapidamente em promastigotas, que se mul-
tiplicam ainda no sangue ingerido. As formas promastigotas permanecem se reproduzindo por divisão
binária, podendo seguir dois caminhos, de acordo com a espécie do parasito.
As leishmanias do “complexo brasiliensis” vão migrar para as regiões do piloro e do íleo (seção
peripilária). Nestes locais elas se transformam de promastigotas para paramastigotas, aderindo ao
epitélio do intestino do inseto.
Nas leishmanias do “complexo mexicana” o mesmo fenômeno ocorre, porém a fixação das pa-
ramastigotas se dá no estômago do inseto. Novamente se transformam em promastigotas e migram
para a região da faringe do inseto. Neste local se transformam novamente em paramastigotas e à
partir daí vão se transformando em pequenas promastigotas infectantes, altamente móveis, que se
deslocam para o aparelho bucal do inseto.
Ciclo no vertebrado: O inseto, na sua tentativa de ingestão de sangue, injeta as formas promas-
tigotas no local da picada. Dentro de 4 a 8 horas estes flagelados são interiorizados pelos macrófagos
teciduais. Rapidamente as formas promastigotas se transformam em amastigotas, que são encontra-
das no sangue 24 horas após a fagocitose. As amastigotas resistem à ação destruidora dos macrófagos
e se multiplicam intensamente, até ocupar todo o citoplasma. O macrófago se rompe, liberando as
amastigotas, que vão penetrar em outros macrófagos, iniciando a reação inflamatória.

Profilaxia:
• Evitar as picadas de flebotomíneos através de medidas de proteção individual: repelentes,
telas de mosquiteiro de malha fina e embebidos em inseticida piretróide (bednets).
• Em áreas de colonização recente, recomenda-se a construção de casas a uma distância de
pelo menos 500 m da mata, devido a baixa capacidade de vôo dos flebotomíneos.
• Vacinação: em fase final de testes (Leishvacin )
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Microbiologia

Disponível em: www.medicinageriatrica.com. Acesso em jan 2016

Diagnóstico:
Diagnóstico Clínico
• Baseado na característica da lesão e em dados epidemiológicos.

Tratamento:
• Introduzido pelo médico brasileiro Gaspar Vianna, em 1912, com o uso de uma antimonial
tártaro hermético.
• Atualmente é utilizado um antimonial pentavalente, o Glucantime.
• Somente a forma difusa não responde bem ao tratamento.
• Imunoterapia: a Leishvacin, vacina utilizada para imunoprofilaxia, vem sendo usada no tra-
tamento de pacientes que não respondem bem ao tratamento com resultados promissores.

1.2 - LEISHMANIOSE LEISHMANIOSE VISCERAL (LVC)


A Leishmaniose visceral (LVC) ou calazar é uma enfermidade infecciosa generalizada, crônica,
caracterizada por febre, hepatoesplenomegalia, linfadenopatia, anemia com leucopenia, edema e

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Microbiologia
estado de debilidade progressivo, levando o paciente ao óbito se não for submetido ao tratamento
específico.

Agente etiológico:
• Leishmania chagasi

Morfologia:
• Semelhante a LTA

Ciclo:
O ciclo é do tipo heteroxeno e envolve como transmissor as fêmeas do mosquito Lutzomyia lon-
gipalpis. O ciclo é semelhante a da LTA, com o inseto ingerindo as formas amastigotas durante o seu
repasto sanguíneo e sofrendo divisões e transformações dentro do inseto. A figura abaixo representa
o ciclo da LVC: As formas promastigotas injetadas pela picada do flebotomíneo são fagocitadas por
macrófagos, transformam-se em amastigotas e reproduzem-se dentro dos macrófagos. Quando os
macrófagos estão densamente parasitados rompem-se e as amastigotas são fagocitadas por outros
macrófagos.

Patogenia:
As formas amastigotas se multiplicam rapidamente no local da picada do mosquito. Pode se
desenvolver no local um nódulo, o leishmanioma, que não se ulcera como na L TA. A partir daí ocorre
a visceralização das amastigotas, ou seja, a sua migração para as vísceras, principalmente os órgãos
linfóides. Os órgãos ricos em células do SMF são mais densamente parasitados, como a medula óssea,
baço, fígado e linfonodos.
A via de disseminação das leishmanias pode ser hematogênica e/ou linfática. A Leishmania cha-
gasi raramente tem sido encontrada no sangue periférico humano, embora nos canídeos este achado
seja frequente.

Aspectos clínicos:
Alterações esplênicas: a esplenomegalia (aumento do baço) é o achado mais importante e des-
tacado do calazar.
Alterações hepáticas: outra característica marcante do calazar, as alterações hepáticas causam
disproteinemia, que leva ao edema generalizado e a ascite, comuns na fase final da doença.
Alterações no tecido hemocitopoético: uma das mais importantes é a anemia. A medula óssea
é usualmente encontrada densamente parasitada.

Distribuição geográfica:
A LVC é uma doença própria da zona rural da maioria das regiões tropicais e subtropicais do
mundo: Ásia, Oriente Médio, África, América Central e do Sul.

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Microbiologia
Epidemiologia:
Reservatórios e vetores do calazar no novo mundo:

Reservatórios:
Cão: os cães são os reservatórios domésticos e são considerados o principal elo da cadeia epi-
demiológica do calazar.
Raposa: são os reservatórios silvestres primitivos.
Ambos apresentam parasitismo cutâneo intenso e originam infecções maciças em flebotomíneos.

Vetor:
O único vetor é a Lutzomyia longipalpis, de ampla distribuição geográfica.
A taxa de infecção de promastigotas deste vetor é dependente da taxa de infecção no hospedeiro.

Ciclo epidemiológico do calazar


* Ciclo silvestre: envolve os flebotomíneos e as raposas.
* Ciclo doméstico ou peridoméstico: envolve o homem e o cão doméstico.

Profilaxia:
• Tratamento de todos os casos humanos;
• Eliminação dos cães infectados;
• Combate ao vetor;
• Controle rigoroso dos cães vadios;
• Uso de repelentes e telas de mosquiteiro;
• Vacinação.

Diagnóstico:
Clínico:
Febre baixa recorrente, envolvimento linfático, esplenomegalia e caquexia, combinados com
histórico de residência em área endêmica.

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Microbiologia
2 - TRIPANOSSOMÍASE AMERICANA (DOENÇA DE CHAGAS)

Agente etiológico:
• Trypanosoma cruzi

Ciclo:
• Heteroxênico, passando por uma fase de multiplicação intracelular no hospedeiro vertebra-
do e extracelular no inseto vetor (triatomíneos).

Ciclo biológico no hospedeiro vertebrado:


As formas tripomastigotas metacíclicas eliminadas nas fezes e na urina dos barbeiros, durante
ou logo após o repasto sanguíneo, penetram pelo local da picada e interagem com as células do SMF
da pele e mucosas.
Neste local ocorre a transformação das tripomastígotas em amastigotas, que se multiplicam por
divisão binária.
A seguir ocorre a diferenciação das amastigotas em tripomastígotas que são liberados da célula
hospedeira caindo no interstício.
Estas tripomastigotas na corrente sanguínea, atingem outras células de qualquer outro tecido
ou órgão para cumprir um novo ciclo celular ou são destruídos pelo sistema imune. Podem ainda ser
ingeridos por triatomíneos, onde cumprirão seu ciclo extracelular.

Ciclo biológico no hospedeiro invertebrado


Os barbeiros triatomíneos se infectam ao ingerir as formas tripomastígotas presentes na corren-
te circulatória do hospedeiro vertebrado durante a hematofagia. No estômago do inseto se transfor-
mam em formas arredondadas ou epimastígotas. No intestino médio as epimastígotas se reproduzem
por divisão binária, sendo responsáveis pela manutenção da infecção no vetor. No reto, porção final
do tubo digestivo, as epimastígotas se diferenciam em tripomastigotas metacíclicas, infectantes para
os vertebrados, sendo eliminadas nas fezes ou na urina.

Mecanismos de Transmissão:
• Transmissão pelo vetor;
• Transfusão sanguínea;
• Transmissão congênita;
• Acidentes de laboratório;
• Transmissão oral;
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Microbiologia
• Coito;
• Transplantes.

Patogenia:
• Fase aguda:
Pode ser sintomática ou assintomática, sendo a segunda mais freqüente. Ambas estão relacio-
nadas com o estado imunológico do paciente.
A fase aguda se inicia através das manifestações locais, quando o T. cruzi penetra na conjuntiva
(sinal de Romaña) ou na pele (chagoma de inoculação) As manifestações gerais são febre, edema
localizado e generalizado, hepatomegalia, esplenomegalia, e ás vezes, insuficiência cardíaca e pertur-
bações neurológicas.
O óbito, quando ocorre, é devido a meningoencefalite aguda ou a insuficiência cardíaca, devido
a miocardite aguda difusa, uma das mais violentas que se tem notícia.

Fase crônica sintomática


* Cardiopatia chagásica crônica sintomática:
* Insuficiência cardíaca, devido a diminuição da massa muscular, que se encontra muito des-
truída;

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Microbiologia
* Arritmias cardíacas, devido a destruição do SNA simpático e parassimpático;
* Fenômenos tromboembôlicos, que podem provocar infartos no coração, rins, pulmões,
baço, encéfalo, etc.

Megas:
Os megas são dilatações permanentes e difusas das vísceras ocas (megacólon, megaesôfago,
megaduodeno, megabexiga, etc), não provocadas por obstrução.

Diagnóstico:
• Clínico:
Origem do paciente, presença dos sinais de entrada, acompanhados de febre irregular ou au-
sente, hepatoesplenomegalia, taquicardia, edema generalizado ou dos pés.
As alterações cardíacas (reveladas pelo eletrocardiograma), do esôfago e do cólon (reveladas
pelo raio X) fazem suspeitar da fase crônica da doença.

Pesquisa do parasito:
• Xenodiagnóstico;
• Hemocultura

Profilaxia:
• Melhoria das habitações rurais;
• Combate ao barbeiro;
• Controle do doador de sangue;
• Vacinação.

Disponível em: http://www.biologia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=888&evento=4.


Acesso em jan 2016.

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Microbiologia
3 – MALÁRIA
A malária é uma das doenças parasitárias que maior dano já causou a milhões de pessoas nas
regiões tropicais e subtropicais do globo. A malária humana existente no Brasil é causada por três es-
pécies de Plasmodium: P. vivax, causador da terçã benigna; P. falciparum, agente da terçã maligna e P.
malariae causador da quartã benigna.
Possui ciclo heteróxeno onde o homem é o hospedeiro intermediário e os mosquitos do gênero
Anopheles são os definitivos.

Hábitat do parasito:
Varia conforme a fase do ciclo evolutivo do parasito. Assim, no homem, temos formas parasitan-
do os hepatócitos durante a fase pré-eritrocítica e formas parasitando hemácias na fase eritrocítica.
No mosquito encontramos formas parasitárias principalmente no estômago e glândulas salivares.

Ciclo biológico:
No homem pode ser dividido em duas partes:
• Fase exoeritrocítica: é a fase do ciclo que se passa nos hepatócitos antes de se desenvolver
nos eritrócitos. É também conhecida como ciclo pré-eritrocítico, ciclo tissular primário ou
criptozóico.
• Fase eritrocítica: é a fase do ciclo que se passa nos eritrócitos.
O ciclo se passa em dois hospedeiros: no homem, com reprodução assexuada do tipo esquizo-
gonia e no mosquito, com reprodução sexuada do tipo esporogonia.
Uma pessoa entra numa zona malarígena e é picada por um mosquito fêmea do gênero Anophe-
les. Estando infectado, este inocula de 10 a 20 esporozoítos. Esses permanecem na corrente sanguí-
nea por cerca de 30 minutos.
Daí vão para o fígado, onde penetram em hepatócitos iniciando o ciclo tissular. No hepatócito se
multiplicam completando a esquizogonia com a produção de milhares de merozoítos.
Esta fase dura seis dias em P. falciparum e oito dias para P. vivax.
Após este período, os merócitos (hepatócitos contendo merozoítos) se rompem, pondo em li-
berdade milhares de merozoítos.
Parte destes é englobada por células fagocitárias e destruídas, outra parte poderia tomar duas
direções: uns voltariam para os hepatócitos, permanecendo aí dormentes ou em um novo ciclo esqui-
zogônico e outros iniciam um novo ciclo eritrocítico.
Estes merozoítos que invadem as hemácias estão dando início ao ciclo eritrocítico. O merozoíto
penetra na hemácia, transforma-se em trofozoíto eritrocíctico.

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Microbiologia
Apresentando-se dentro da hemácia na forma de um anel, com a massa citoplasmática envol-
vendo um vacúolo digestivo e um único núcleo.
Esse trofozoíto continua a crescer às expensas da hemácia (O2, hemoglobina, glicose): o vacúolo
diminui e o núcleo se desenvolve. Ele está com 48-72 horas e pronto para iniciar a esquizogonia –
transformação e divisão celular.
Completada a esquizogonia temos o esquizonte: citoplasma enchendo quase toda a hemácia
com um número variável de núcleos, dependendo da espécie.
Cada núcleo se separa com uma porção de citoplasma, formando os merozoítos dentro da he-
mácia, e ao conjunto denominamos merócito.
A esquizogonia se processa em intervalos regulares para cada espécie: P. vivax, 48 horas (terçã
benigna); P. falciparum, 36 a 48 horas (terçã maligana) e P. malariae, 72 horas (quartã benigna).
Durante a fase eritrocítica, alguns merozoítos penetram em hemácias jovens (ainda na medula
óssea) e se diferenciam, formando os gametócitos. É o início da reprodução sexuada ou esporogonia,
que se completará no mosquito.
Os gametócitos aparecem na corrente sanguínea de 6 a 8 dias depois do primeiro acesso febril;
são mais numerosos na fase inicial da doença e o número de gametócitos femininos (macrogametóci-
tos) é maior que masculinos (microgametócitos).
A fêmea do mosquito Anopheles, ao exercer a hematofagia ingere as formas sanguíneas do pa-
rasito, mas apenas os gametócitos são capazes de evoluir no inseto. As outras degeneram e morrem.
No estômago do mosquito se passa o seguinte: O gametócito feminino amadurece e se transfor-
ma num macrogameta. O gametócito masculino dá origem a vários microgametas.
Estes se movimentam ativamente atrás de um macrogameta, onde um deles penetra formando
o ovo ou zigoto.
Ao redor de 20 horas após o repasto sanguíneo, o ovo já está formado no estômago do mosquito
e começa a migrar para encistar-se na parede do mesmo. A fase móvel chama-se oocineto e a fase
encistada oocisto.
Por um processo de esporogonia, forma-se no interior do oocisto milhares de esporozoítos.
Estes rompem a parede da célula e invadem toda a cavidade geral do inseto, chegando as glân-
dulas salivares.
Quando o mosquito vai exercer um novo repasto sanguíneo, inocula com a saliva os esporozoí-
tos, que caem na corrente sanguínea e vão para o fígado, iniciar um novo ciclo.

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Microbiologia

Disponível em: www.cdc.gov/malaria/about/biology/. Acesso em jan 2016.

Transmissão:
Ocorre pela inoculação de esporozoítos durante a picada de fêmeas de mosquitos do gênero
Anopheles. São essencialmente silvestres, sendo a principal espécie transmissora da malária no Brasil
o Anopheles darlingi.
A transmissão congênita, embora muito rara, pode ocorrer.
Outro mecanismo possível é através da transmissão de sangue de doadores na fase crônica, sem
sintomatologia aparente.

Patogenia e sintomas:
As três espécies de Plasmodium que o correm no Brasil possuem patogenicidade diferente e
apenas o P. falciparum é capaz de levar o paciente à morte.
Apesar das duas outras espécies dificilmente levarem o paciente à morte, provocam no mesmo
acessos maláricos e anemia capazes de reduzir sua economia física e capacidade de trabalho.

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Microbiologia
As esquizogonias sanguíneas provocam grande destruição de hemácias e liberação do pigmento
malárico, a hemozoína. É um produto da digestão da hemoglobina pelo parasito.
O acesso malárico se caracteriza por: calafrio, calor e suor. O paciente, apesar da febre, começa
a tremer de frio e procura deitar-se e cobrir-se com cobertores; cerca de trinta minutos após, cessa a
sensação de frio e começa a sentir um calor intenso (retirando os cobertores), quando então a febre
se eleva para 39 a 41ºc. permanece assim por cerca de duas horas, quando sente-se aliviado, e muitas
vezes pode voltar ao trabalho, apesar de sentir-se um pouco fraco.
Cada espécie apresenta uma periodicidade própria para a repetição deste paroxismo, porém
esta cronologia pode não se apresentar tão regular, se o paciente for infectado várias vezes.
A anemia é provocada por três fatores principais:
• Destruição das hemácias parasitadas após a esquizogonia;
• Destruição de hemácias parasitadas no baço (defesa do organismo);
• Destruição de hemácias sadias no baço (o organismo passa a não reconhecer as suas pró-
prias hemácias, pois supõem-se que estas adsorveram antígenos do parasito, levando a
formação de auto-anticorpos).

Em P. falciparum a anemia é mais severa: as esquizogonias são mais freqüentes, atingem um


grande número de hemácias e as hemácias não parasitadas são fagocitadas pelas células de defesa,
pois estão “sensibilizadas” pelo parasito.
Nos casos de malária grave (P. falciparum) ocorre também alterações do endotélio capilar que
provocam uma maior lentidão no movimento de hemácias parasitadas e normais nos capilares, fa-
zendo que algumas dessas permaneçam aderidas ao endotélio. Isto causa uma dificuldade ou impe-
dimento do fluxo sanguíneo e a formação de êmbolos, que se for num local extenso ou num órgão
importante, como o cérebro, provocará congestão, edema, anóxia, necrose local, levando o paciente
à morte.

Imunidade
Existem vários tipos de imunidade na malária:
• Imunidade ou resistência natural: é quando uma espécie de plasmódio não se desenvolve
em determinado hospedeiro. Esta resistência é inata e não depende do contato prévio com
o parasito.

Diagnóstico
• Clínico: a anamnese, o tipo de acesso, a anemia e a esplenomegalia. Porém, para a identifi-
cação da espécie, há necessidade de exames de laboratório.

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Microbiologia
Epidemiologia
A fonte da infecção humana é o próprio homem, apesar de evidências que outros primatas po-
dem abrigar plasmódios humanos e vive-versa.
Assim, os gametóforos (pessoas que possuem gametócitos no seu sangue circulante) são os que
tem importância epidemiológica, uma vez que são fonte de infecção para os mosquitos.
Para que exista malária em uma região, são necessários três elos fundamentais: o gametóforo,
o mosquito transmissor e o homem susceptível.
A Amazônia é uma das áreas mais atingidas pela malária no Brasil. Isto se deve a uma série de
fatores, como:
• População dispersa, difícil de ser atingida;
• Migrações constantes dos habitantes;
• Moradia inadequada (sem paredes) para a aplicação de inseticidas;
• Possui muitas zonas de ocupação humana sem controle, como garimpos clandestinos.

Profilaxia
Teoricamente a malária pode ser controlada atingindo-se diferentes pontos da cadeia epidemio-
lógica:
• Tratar o homem doente (eliminando a fonte de infecção ou reservatório);
• Proteger o homem sadio (quimioprofilaxia, telar janelas, etc.);
• Combater o transmissor (fase larval ou adulta).
• Os métodos de proteção podem ser individuais ou coletivas.
Individuais: visa proteger o indivíduo das picadas dos insetos ou pelo uso de quimioprofiláticos.
A quimioprofilaxia é desaconselhada pela OMS por favorecer o desenvolvimento da resistência
nos plasmódios.
Coletivas: recomendada pela OMS, pode visar o controle ou a erradicação. O controle visa redu-
zir a incidência da doença em certas áreas ou minorar seus efeitos clínicos.
A erradicação visa extinguir a doença, eliminar os reservatórios (gametóforos) e impedir que ela
recomece depois de erradicada.

Tratamento
O tratamento é feito atualmente usando a cloroquina, um derivado da quinina. Nos casos de
plasmódios resistentes pode se utilizar a primaquina.

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Microbiologia
Na malária, o tratamento dos doentes e principalmente dos gametóforos é um dos elos mais
importantes do controle.

4 –TRICOMONÍASE

Agente etiológico:
Humanos: Trichomonas vaginalis
Suínos: Tritrichomonas suis
Bovinos: Trichomonas foetus
Aves: Trichomonas gallinae e Tetratrichomonas gallinarum
É monoxeno e não possui forma cística, somente a trofozoítica. Reprodução por divisão binária
longitudinal.

Local da infecção:
Trato geniturinário do homem e da mulher.

Fisiologia:
Anaeróbio facultativo, utilizando para a obtenção de energia glicose, maltose e galactose.
Transmissão:
É uma doença venérea.
É transmitido pela relação sexual e pode sobreviver por mais de um mês no prepúcio de um
homem sadio, após o coito com uma mulher infectada.
O homem é o vetor da doença; com a ejaculação, os tricomonas presentes na mucosa da uretra
são levados a vagina pelo esperma.
A tricomoníase neonatal em meninas é adquirida durante o parto.

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Microbiologia

Disponível em: www.cdc.gov/dpdx/trichomoniasis/. Acesso em jan 2016

Patologia

Mulher:
• Varia da forma assintomática ao estado agudo.
• A infecção vaginal provoca uma vaginite que se caracteriza por um corrimento vaginal fluido
abundante de cor amarelo-esverdeada, bolhoso, de odor fétido, mais comumente no perí-
odo pós menstrual.
• A mulher apresenta dor e dificuldade para as relações sexuais, desconforto nos genitais
internos,
dor ao urinar e frequência miccional.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Microbiologia
Homem:
• A tricomoníase no homem é comumente assintomática.
• Se sintomática, apresenta como uma uretrite com fluxo leitoso ou purulento e uma leve
sensação de prurido na uretra.
• Pela manhã, antes da passagem da urina, pode ser observado um corrimento claro, viscoso
e pouco abundante, com desconforto para urinar (ardência miccional).

Diagnóstico:
• Clínico: o diagnóstico diferencial da tricomoníase, tanto no homem como na mulher é difí-
cil, sendo essencial o diagnóstico parasitológico.

Epidemiologia:
O T. vaginalis é o mais freqüente patógeno encontrado entre as DST’s (doenças sexualmente
transmitidas).
Estima-se que 180 milhões de mulheres no mundo se infectem anualmente, correspondendo a
1/3 de todas as vaginites diagnosticadas.
O organismo, não possuindo forma cística, não resiste a dessecação e a altas temperaturas.

Profilaxia:
• Abster-se do ato sexual;
• Uso de preservativos (camisinha) durante todo o intercurso sexual;
• Limitar o número de parceiros;
• Se um dos parceiros estiver infectado, o outro também tem de ser tratado, prevenindo a
reeinfecção.

Tratamento:
Eficiente, realizado com nitrimidazóis, mais comumente com metronidazol.

5 – GIARDÍASE

Agente etiológico:
Giardia lamblia.

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Microbiologia
Morfologia:
Apresenta duas formas: cística e trofozoítica.

Ciclo:
A G. lamblia é um parasito monoxeno de ciclo biológico direto.
A via de infecção normal para o homem é a ingestão de cistos. Em voluntários humanos, verifi-
cou-se que um pequeno número de cistos pode causar a infecção (10 a 100). Após a ingestão do cisto,
o desencistamento ocorre no meio ácido do estômago e é completado no duodeno e jejuno, onde
ocorre a colonização do parasito. Este se reproduz por divisão binária longitudinal. O ciclo se completa
com o encistamento do parasito e a sua eliminação nas fezes. Quando o trânsito intestinal está acele-
rado, é possível achar trofozoítos nas fezes.

Transmissão:
Através da ingestão de cistos, veiculados através de:
• Ingestão de água sem tratamento ou deficientemente tratadas (só com cloro);
• Alimentos contaminados, sendo que estes podem ser contaminados por moscas e baratas;
• De pessoa a pessoa, através de mãos contaminadas;
• Através de sexo anal;
• Animais domésticos contaminados com Giardia de morfologia semelhante a humana.

Sintomatologia:
A maioria das infecções por G. lamblia é assintomática.
Os casos sintomáticos dependem de fatores não bem conhecidos e estão relacionados com a
cepa e o número de cistos ingeridos, deficiência imunitária do paciente e principalmente por baixa
acidez no suco gástrico (acloria).
A forma aguda se apresenta como uma diarréia do tipo aquosa, explosiva, de odor fétido, acom-
panhada de gases, com distensão e dores abdominais.
Essa forma aguda dura poucos dias e seus sintomas iniciais podem ser confundidos com diar-
réias virais e bacterianas.
Ela se resolve espontaneamente e os parasitos podem desaparecer das fezes.
Após o desenvolvimento da imunidade, há uma regressão dos sintomas, podendo alguns pa-
cientes se tornarem portadores assintomáticos.

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Microbiologia
Diagnóstico
• Clínico: diarréia com esteatorréia, irritabilidade, insônia, náuseas e vômitos, perda de ape-
tite e dor abdominal. Apesar destes sintomas serem bastante característicos, é conveniente
a comprovação por exames laboratoriais.
• Laboratorial: deve-se fazer exame de fezes nos pacientes para identificar cistos ou trofozoí-
tos nestas.

O diagnóstico da giardíase apresenta dificuldades devido ao fato de que pacientes infectados


não eliminam cistos continuamente. Para contornar tal situação, recomenda-se fazer o exame de três
amostras fecais em dias alternados.
Caso ainda não se encontrem cistos, recomenda-se o exame do fluído duodenal e biópsia jeju-
nal, obtidas através de tubagem duodenal.

Disponível em: parasitandonaweb.xpg.uol.com.br/giardia.html. Acesso em jan 2016.

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Microbiologia
Profilaxia
• Higiene pessoal;
• Proteção dos alimentos;
• Tratamento de água;
• Ferver a água;
• Diagnóstico e tratamento dos doentes.

Tratamento:
• Metronidazol, tinidazol, ornidazol e secnidazole.

6 - AMEBÍASE

Classificação
• Filo Sarcomastigophora
• Sub-filo Sarcodina
• Ordem Amoebida
• Família Entamoebida
Dentro da família Entamoebida, quatro espécies podem habitar o corpo humano.
• Entamoeba histolytica
• E. coli
• E. hartmanni
• E. gingivalis
• Endolimax nana
Destas, somente E. histolytica pode causar doença ao homem. Apresentam duas formas:
Uma forma de resistência, que também é a forma infectante, chamado cisto. Os cistos são esfé-
ricos ou ovais, medindo de 8 a 20 m de diâmetro. Possuem quatro núcleos, com cariossoma pequeno
e central e a cromatina periférica.A segunda forma é a reprodutiva, ou trofozoítica. Mede de 20 a 40
m, mas podem chegar a 60 m nas formas obtidas de lesões tissulares. Geralmente possuem um só
núcleo, bem nítido nas formas coradas e pouco visível nas formas vivas.

Ciclo:
A E. histolytica é um parasito monoxeno de ciclo biológico direto.
A via de infecção normal para o homem é a ingestão de cistos. Após a ingestão do cisto, o de-
sencistamento ocorre no meio ácido do estômago e é completado no duodeno e jejuno, onde ocorre
a colonização do parasito. Este se reproduz por divisão binária longitudinal. O ciclo se completa com o
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Microbiologia
encistamento do parasito e a sua eliminação nas fezes. Quando o trânsito intestinal está acelerado, é
possível achar trofozoítos nas fezes.

Ação patogênica
A patogenia se dá através da invasão dos tecidos pelos trofozoítos invasivos e virulentos.

Manifestações clínicas:
Amebíase intestinal:
• Formas assintomáticas; 80 a 90% das infecções por E. histolytica. Formas sintomáticas:
• Colite não-disentérica:
É a forma clínica mais comum em nosso meio. Se manifesta por evacuação diarréica ou não,
com duas a quatro evacuações por dia, com fezes moles ou pastosas. Raramente há febre.
O que caracteriza esta forma é a alternância entre a manifestação clínica e períodos silen-
ciosos.
• Colite disentérica.
Disenteria aguda, acompanhadas de cólicas intestinais, com evacuações mucosanguinolen-
tas e febre moderada. O paciente ainda pode apresentar tenesmo e tremores de frio. Pode
haver oito a dez evacuações por dia.

Disponível em: www.monografias.com › Biologia. Acesso em jan 2016.

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Microbiologia
Diagnóstico
• Clínico:
Difícil de ser feito, por apresentar sintomatologia comum a várias doenças intestinais.
No abcesso hepático, além da dor, febre e esplenomegalia, pode-se fazer o diagnóstico atra-
vés de raios-x, cintilografia, ultrassonografia e tomografia computadorizada.
• Laboratorial
Exame de fezes, procurando por cistos ou trofozoítos.
O exame do aspecto e da consistência das fezes é muito importante, principalmente se ela
é desintérica e contém muco e sangue.

Epidemiologia
• Estima-se que meio milhão de pessoas em todo o mundo estão infectadas por E. histolytica.
• Maior prevalência em regiões tropicais; talvez mais devido a condições sócio-econômicas
que ao clima.
• Transmissão oral através de cistos;
• Endêmica; não tendo um caráter epidêmico como a giardíase.
• Os cistos permanecem viáveis por 20 dias;
• Portadores assintomáticos; são os principais disseminadores da doença.
• Manipuladores de alimentos também são importantes elos, principalmente na área urba-
na.
• Moscas e baratas; (veiculação mecânica ).

Profilaxia
• Saneamento básico;
• Educação sanitária;
• Lavar os alimentos com substâncias amebicidas (permanganato de potássio, iodo).
• Vacinas.

Tratamento
• Amebicidas que atuam na luz intestinal;
• Amebicidas tissulares;(Muito tóxicos, só usados em caso de falha dos outros medicamen-
tos).

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Microbiologia
• Amebicidas que atuam tanto na luz intestinal quanto nos tecidos;
• Derivados imidazólicos: Metronidazol, são os mais utilizados.

7 - TOXOPLASMOSE

Agente Etiológico:
Toxoplasma gondii, um protozoário de distribuição geográfica mundial, com alta prevalência
sorológica, podendo atingir 60% da população em determinados países.
A toxoplasmose é uma zoonose e atinge quase todas as espécies de mamíferos e aves. Os felinos
são os hospedeiros definitivos e os outros animais (inclusive o homem) hospedeiros intermediários.

Morfologia e hábitat
O T. gondii pode ser encontrado em vários tipos de tecidos e células (exceto hemácias) e líquidos
orgânicos (saliva, leite, esperma, líquido peritoneal).

Formas:
• Taquizoíto. É a forma encontrada na fase aguda da infecção, sendo denominada também
forma proliferativa, forma livre ou trofozoítica. É uma forma móvel, de multiplicação rápida
(tachys = rápido), por endodiogenia. São pouco resistentes a ação do suco gástrico, no qual
são rapidamente destruídos.
• Bradizoíto. É a forma encontrada nos tecidos (musculares esquelético e cardíaco, nervo-
so,retina), geralmente durante a fase crônica da infecção. Se multiplicam lentamente (bra-
dys = lento) dentro do cisto por endodiogenia ou endopoliginia. A parede do cisto é resis-
tente e elástica, isolando os bradizoítos da ação do sistema imune do hospedeiro. São mais
resistentes à passagem pelo estômago que os taquizoítos e podem permanecer viáveis por
vários anos nos tecidos.
• Oocisto. É a forma de resistência que possui uma parede dupla bastante resistente às con-
dições do meio ambiente. São produzidos nas células intestinais dos felinos não imunes e
são eliminados ainda imaturos junto com as fezes. Após a esporulação no meio ambiente,
cada oocisto contém dois esporocistos, cada um com quatro esporozoítos.

Ciclo
Possui duas fases:
• Assexuada, nos tecidos de vários hospedeiros;
• Sexuada, nas células do epitélio intestinal dos gatos jovens.

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Microbiologia
Fase assexuada:
Começa com o hospedeiro susceptível (mamíferos e aves) ingerindo oocistos maduros ou teci-
dos contendo cistos com bradizoítos. Os taquizoítos são destruídos pelo suco gástrico, mas se pene-
trarem na mucosa oral poderão evoluir como os oocistos e os bradizoítos.
Os esporozoítos e bradizoítos se transformam em taquizoítos dentro das células intestinais.
Após esta rápida passagem pelo epitélio intestinal, os taquizoítos vão invadir vários tipos de cé-
lulas do corpo, formando um vacúolo parasitário, onde se multiplicarão intensamente por endodioge-
nia, formando novos taquizoítos (fase proliferativa), que irão romper a célula e invadir novas células.
Essa disseminação no organismo ocorre através de taquizoítos livres na linfa e na corrente sanguínea
pode acarretar um quadro polissintomático, de gravidade variável, podendo levar o indivíduo à morte.
Com o aparecimento da imunidade, os parasitos extracelulares desaparecem do sangue e há
uma diminuição da multiplicação intracelular. Os parasitos resistentes evoluem para a produção de
cistos.
Esta fase cística, juntamente com a diminuição dos sintomas, caracteriza a fase crônica.
Esta fase pode durar por muito tempo ou, por mecanismos ainda não totalmente esclarecidos
(diminuição da imunidade, alteração hormonal, etc.) poderá haver reagudização, com sintomatologia
semelhante à primoinfecção.

Disponível em: pt.slideshare.net/toxoplasmose. Acesso em jan 2016.

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Microbiologia
Fase sexuada
Ocorre somente nas células epiteliais do intestino de gatos e outros felinos jovens (não imunes).
São por isso considerados hospedeiros definitivos. Assim, o gato não imune se infecta ingerindo oo-
cistos, taquizoítos ou cistos tissulares (quem sabe comendo um rato?), desenvolverá o ciclo sexuado.
Os esporozoítos, bradizoítos ou taquizoítos, ao penetrarem no epitélio intestinal do gato sofrerão um
processo de multiplicação por endodiogenia e merogonia, dando origem á vários merozoítos.
Alguns merozoítos penetrarão em novas células epiteliais e se transformarão nas formas sexua-
das masculinas e femininas: os gametócitos, que após um processo de maturação se transformam no
gameta masculino móveis (microgameta) e no feminino imóvel (macrogameta).
O macrogameta permanece dentro da célula epitelial enquanto os microgametas móveis irão
sair da sua célula e fecundar o macrogameta, formando o ovo ou zigoto.
Este evoluirá dentro do epitélio, formando uma parede externa dupla, resistente, dando origem
ao oocisto.
A célula epitelial se rompe e os oocistos são liberados na luz do intestino e levados ao meio
ambiente pelas fezes, e num período de quatro dias, ficará maduro com dois esporocistos com quatro
esporozoítos cada.
O gato jovem é capaz de eliminar oocistos por um mês, aproximadamente. O oocisto, em boas
condições de umidade e temperatura e em local sombreado, é capaz de se manter infectante por
cerca de 12 a 18 meses.

Transmissão
O homem adquire a doença por três vias principais:
• Ingestão de oocistos presentes em jardins, caixas de areia, latas de lixo ou disseminados
mecanicamente por moscas, baratas, minhocas, etc.
• Ingestão de cistos tissulares encontrados na carne crua ou mal cozida, especialmente de
porco e de carneiro. O congelamento a 0oC e o cozimento acima de 60oC mata os cistos na
carne.
• Congênita ou transplacentária: cerca de 40% dos fetos pode adquirir a doença se a mãe
estiver na fase aguda da doença durante a gestação.

Vias de infecção do feto:


* Transplacentária;
* Rompimento de cistos no endométrio (útero);
* Taquizoítos livres no líquido amniótico.

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Microbiologia
Diagnóstico
• Clínico: difícil, porque as maioria das infecções é assintomática ou se confunde com sinto-
mas de outras doenças.

Epidemiologia e profilaxia
Tanto os gatos domésticos quantos os selvagens possuem o ciclo sexuado.
É encontrado em todos os países do mundo, nos mais variados climas e condições sociais.
As medidas profiláticas possíveis visam evitar principalmente o contato da gestante com os gatos:
• Tratar os gatos com ração de boa qualidade e mantê-los dentro de casa.
• Incinerar as fezes dos gatos e trocar a areia das caixas pelo menos uma vez por dia, para
evitar a maturação dos oocistos.
• Desenvolvimento de uma vacina.

Tratamento
Só eficaz na fase aguda, não existindo uma droga eficaz na fase crônica da doença. Os medica-
mentos só agem nas formas proliferativas, e não nos cistos tissulares.
Pirimetamina com sulfadiazina ou sulfadoxina.

Disponível em: evolucionyneurociencias.blogspot.com. Acesso em jan 2016

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Microbiologia
VERMINOSES
INTRODUÇÃO
Os platelmintos, também chamados de vermes achatados, são animais invertebrados que pos-
suem simetria bilateral e podem ser terrestres, habitando locais úmidos, ou aquáticos, de água doce
e também salgada, existindo espécies parasitas.
A reprodução é bem diversificada, existem espécies que se reproduzem assexuadamente por
fragmentação, outras sexuadamente com desenvolvimento direto ou indireto (passando por estágio
larval).
Características anatômicas e fisiológicas:
• Sistema excretor: presente (formado por uma rede de túbulos denominados protonefríde-
os, culminando em um poro terminal localizado na região dorsal do animal) - Sistema ner-
voso: presente (constituído por um par de gânglios cerebrais dispostos na região anterior,
irradiando cordões nervosos até a porção posterior);
• Sistema sensorial: presente (através de células fotoreceptoras, os ocelos, esses organismos
conseguem se orientar captando energia luminosa).

Os principais representantes desse grupo são:


• Classe Tubelaria: Animais de vida livre, sendo a maioria de ambiente aquático, apenas al-
guns terrestres, são predadores e necrófagos. Ex.: planárias
• Classe Cestoda: Endoparasitas. Ex.: Tênias solium e saginata.
• Classe Trematoda: Parasitas, a maioria dos ciclos de vida inclui a presença de um hospedei-
ro intermediário. Ex.: Schistosoma mansoni.

Esquistossomose
A esquistossomose maçônica é uma endemia importante no Brasil, causada pelo parasita Tre-
matódeo digenético (Schistisoma mansoni).Também conhecida como barriga d’água, é uma infecção
causada pelo parasita Schistisoma mansoni com sintomas variáveis que dependem da evolução do
parasita no hospedeiro.
O homem é o principal reservatório. Os roedores, primatas e marsupiaissão potencialmente
infectados; o camundongo e hamster são excelentes hospedeiros, não estando ainda determinado o
papel desses animais na transmissão.

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Microbiologia
Os hospedeiros intermediários são os caramujos (Biomphalaria).
O parasita foi descoberto em 1851 pelo médico alemão Theodor Biliarz (1925 – 1862). Porém
o descobridor do Schistisoma mansoni foi o cientista brasileiro Manoel Augusto Piragan da Silva que
morreu antes da descoberta do medicamento. O verme causador da esquistossomose intestinal não
é nativo do nosso país. Tendo chegado aqui no período da escravidão com os africanos, proveniente
de regiões endêmicas.
O primeiro foco descrito no estado foi no município de Jacarezinho, situado na região norte do
Paraná. A partir daí ficou descoberto vários municípios com casos, todos os outros municípios, todos
do norte do estado, principalmente aqueles às margens dos rios Cinza, Tibagí e Paranapoema.
O S. mansoni é dióico. A fêmea vive numa cavidade do macho chamada canal ginecóforo. Fazem
fecundação cruzada e interna.
Eliminados e alcançando a água, os ovos eclodem originando miracídios, que medem 0,15 mm,
e vão parasitar o hospedeiro intermediário (caramujo do gênero Biomphalaria). No caramujo, o mira-
cídio se desenvolve, dando origem a cercárias .
Um miracídio pode dar origem a 100.000 cercárias. Na água, as cercárias parasitam o homem,
penetrando-lhe a pele. Depois da penetração, as cercárias passam a se chamar esquistossômulos. Es-
ses ganham a circulação venosa, chegam ao pulmão, coração, artérias mesentéricas e sistema porta.
A maturação sexual ocorre nesse local após cerca de 30 dias da penetração, originado machos
e fêmeas de 1 a 1.5 cm de comprimento. Há reprodução e ovipostura. Alguns ovos atravessam o en-
dotélio dos vasos, atingindo a luz intestinal, onde são eliminados nas fezes ganhando, assim, o meio
ambiente. No entanto, boa parte desses ovos migram para o fígado.
O tempo entre a penetração cutânea e o aparecimento dos ovos nas fezes é de 3 a 4 semanas.
Na fase aguda da infecção, ocorre a dermatite cercariana (inflamação aguda da pele no local da
penetração da cercária). Na fase crônica, ocorre embolia pulmonar; hepatite granulomatosa provo-
cada pela presença dos ovos; fibrose do sistema porta, com conseqüente ascite e hepatoesplenome-
galia.

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Microbiologia
CICLO DE VIDA DA ESQUISTOSSOMOSE

Disponível em: www.resumoescolar.com.br/.../trematodeos-esquistossomose-. Acesso em jan 2016.

Sinais e sintomas
As principais manifestações da doença são as hemorragias digestivas. A apalpação do abdômen
revela hepato e esplenomegalia, que são aumento de tamanho do fígado e do baço; apresenta-se
também a hipertensão porta, provocando o atraso no crescimento do paciente, no caso de mulheres
pode ocorrer à amenorréia, que é o atraso ou ausência da menstruação. As varizes do estomago são
facilmente vistas por exames radiológicos e a esplenoportografia.
A esquistossomose corresponde à fase aguda e crônica.
A fase aguda se inicia com febre, dor de cabeça, calafrios, suores, fraqueza, falta de apetite, dor
muscular, tosse e diarréia.
O fígado e o baço também aumentam devido às inflamações causadas pela presença do verme
e de seus ovos. Se não for tratada a doença pode evoluir para a fase crônica.
Após 6 meses de infecção, há risco do quadroclínico evoluir para esquistossomose crônica, cujas
formas clínicas são:
Tipo I ou intestinal - Pode ser assintomática, ou caracterizada por diarreias repetidas, muco-san-
guinolentas, com dor ou desconforto abdominal.
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Microbiologia
Tipo II ou forma hepatointestinal - Diarréia, epigastralgia, hepatomegalia, podendo ser detecta-
das nodulações à palpação do fígado.
Tipo III ou forma hepatoesplênica compensada - Hepatoesplenomegalia, hipertensão portal
com formação de varizes de esôfago.
Tipo IV ou forma hepatoesplênica descompensada - Formas mais graves, fígado volumoso ou
contraído devido à fibrose, esplenomegalia, ascite, varizes de esôfago, hematêmase, anemia, desnu-
trição e hiperesplenismo. A fibrose de Symmers é característica da forma hepatoesplênica. O apareci-
mento de formas grave está relacionado à intensidade da infecção.
Nesse estágio a aparência enfermo torna-se característica: fraco, mas com uma enorme barriga,
o que dá à doença o nome popular de ‘Barriga d’água’.

Esquistossômulos

Cercárias

Disponível em: www.mundoeducaao.bol.uol.com.br. Acesso em jan 2016.

Complicações
Fibrose hepática, hipertensão portal, insuficiência hepática severa, hemorragia digestiva. O
comprometimento do sistema nervoso central e de outros órgãos, secundário ao depósito ectópico
de ovos. Nos rins, pode ocorrer glomerulonefrite.

Diagnóstico
É importante se conhecer o histórico do paciente, saber se ele esteve presente em áreas conside-
radas endêmicas da doença, além dos sintomas e do quadro clínico apresentado por este paciente. Para
se ter um diagnóstico seguro, pode ser realizado exames de fezes e urina, onde se evidenciam ovos no
material em questão, além de biópsia de órgãos, como da mucosa do final do intestino. Hoje em dia,
existem exames indiretos que detectam a presença de anticorpos no sangue contra o Schistosoma.

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Microbiologia
O exame parasitológico de fezes somente se torna positivo para ovos de Schistosoma mansoni-
cerca de 35 a 40 dias após a infecção.

Tratamento
O tratamento  é feito com medicamentos que combatem este parasita, a droga de eleição é o
Praziquantel.

Prevenção
Os propósitos do programa são de prevenir a ocorrência de formas graves e reduzir a prevalên-
cia da infecção impedindo a expansão da endemia.
A propagação da esquistossomose numa região depende da presença de indivíduos eliminando
ovos e da existência de hospedeiros intermediários e do controle de pessoas suscetíveis com águas
contendo o caramujo eliminando cercarias.

Outras medidas podem ser tomadas, tais como:


• Destruição dos ovos pela adoção de fossas e esgotos.
• Destruição dos caramujos por métodos físicos, químicos ou biológicos.
• Destruição das cercarias por químicos e biológicos.
• Proteção do homem contra a cercaria.
• Lavar sempre as verduras e legumes antes de comê-los.
• Ferver e filtrar a água
• Evitar andar sem sapatos
• Evitar contato com águas impróprias (lagos, rios).

Teníase
A teníase é uma infecção intestinal causada pela fase adulta da Taeniasolium e da Taeniasagina-
ta. Estes são parasitas hermafroditas da classe dos cestódeos, da família Taenidae, também conhecido
como “solitária”.

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Microbiologia

Disponível em: djalmasantos.wordpress.com. Acesso em jan 2016

São seres extremamente competitivos pelo seu habitat, não precisando nem de parceiro para a
cópula, já que são seres monóicos com estruturas fisiológicas para autofecundação.
O complexo teníase-cisticercose constitui-se de duas entidades distintas, porém causadas pelo
mesmo parasita, sendo um sério problema para a saúde pública
No ciclo da teníase, o homem é o hospedeiro definitivo e suínos e bovinos são considerados
hospedeiros intermediários.
No hospedeiro definitivo, o animal adulto fica fixado às paredes intestinais e se autofecunda.
Cada proglótide fecundada, sendo eliminada pelas fezes, elimina ovos no ambiente. Esses podem
contaminar a água e alimentos, gerando grande possibilidade de serem ingeridos por um dos hospe-
deiros. 
Ocorrendo a ingestão pelos hospedeiros intermediários, estes têm a parede do intestino perfu-
rada pelo embrião contido no ovo, que se aloja no tecido muscular. Este, alojado, confere à região um
aspecto parecido com canjica – e é por esse motivo que algumas pessoas chamam esta doença pelo
nome de “canjiquinha”.
Ao se alimentar da carne crua ou malpassada do animal contaminado, o homem completa o
ciclo da doença. O animal se desenvolve até o estágio adulto no intestino humano.

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Microbiologia
O hospedeiro definitivo tem potencial de continuar o ciclo da doença, caso suas fezes contami-
nem a água e alimentos dos hospedeiros intermediários ou de outras pessoas;
Um indivíduo que ingere ovos da Taeniasolium diretamente, pode ter seu organismo bastante
comprometido, uma vez que o embrião (oncosfera) passa do intestino para a corrente sanguínea. Com
o auxílio de suas ventosas e, principalmente, dos ganchos, pode se alojar no cérebro, olhos, pele ou
músculos – inclusive do coração - podendo conferir ao portador quadro de cegueira definitiva, convul-
são ou, até mesmo, óbito. 
Este processo de ingestão direta do ovo da tênia do porco pelo indivíduo humano é denominado
cisticercose.
A teníase e a cisticerscose são causadas pelo mesmo parasita, só  que em fases distintas de vida.
A teníase é causada pela Taeniasolium ou Taeniasaginata quando presente no intestino delgado 
dos humanos (hospedeiros definitivos),
Já a cisticercose, é causada devido à presença da larva, que pode estar presente em hospdeiro-
sintermediáriaos, sendo que o cisticerco da T. solium é encontrada na musculatura dos suínos e da T.
saginata é encontrada na dos bovinos.
A teníase causada pela T. solium não é considerada fatal, enquanto que a cisticercose causada
por ela pode levar à morte.

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Microbiologia

Disponível em: djalmasantos.wordpress.com. Acesso em jan 2016

Diagnóstico
Clínico, epidemiológico e laboratorial. Como a maioria dos casos de Teníase é oligossintomático,
o diagnóstico comumente é feito pela observação do paciente ou, quando crianças, pelos familiares.
Isso ocorre porque os proglotes são eliminados espontaneamente e nem sempre são detectados nos
exames parasitológicos de fezes.
Em geral, para se fazer o diagnóstico da espécie, coleta-se material da região anal e, através do
microscópio, diferencia-se morfologicamente os ovos da tênia dos demais parasitas.
Os estudos sorológicos específicos (fixação do complemento, imunofluorescência e hemogluti-
nação) no soro e líquido cefalorraquiano confirmam o diagnóstico da neurocisticercose, cuja suspeita
decorre de exames de imagem: raios X (identifica apenas cisticercos calcificados), tomografia com-
putadorizada e ressonância nuclear magnética (identificam cisticercos em várias fases de desenvolvi-
mento).
A biopsia de tecidos, quando realizada, possibilita a identificação microscópica da larva.

Período de Incubação
Cisticercose humana - Varia de 15 dias a anos apos a infecção.
Teníase - Cerca de 3 meses apos a ingesta da larva, o parasita adulto já é encontrado no intestino
delgado humano.

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Microbiologia
Período de Transmissibilidade
Os ovos das tênias permanecem viáveis por vários meses no meio ambiente, contaminado pelas
fezes de humanos portadores de Teníase.

Sinais e sintomas
Muitas vezes a teníase é assintomática. Porém, podem surgir transtornos dispépticos, tais como:
alterações do apetite (fome intensa ou perda do apetite), enjoos, diarreias frequentes, perturbações
nervosas, irritação, fadiga e insônia.
 

Tratamento
A profilaxia consiste na educação sanitária, em cozinhar bem as carnes e na fiscalização da carne
e seus derivados (lingüiça, salame, chouriço,etc.)
Em relação ao tratamento, este consiste na aplicação de dose única (2g) de niclosamida. Podem
ser usadas outras drogas alternativas, como diclorofeno, mebendazol.

ASCARIDÍASE
É uma verminose causada pelo nematoide Ascaris lumbricoides, popularmente conhecido por
lombriga, e que tem como habitat o intestino delgado. É considerado o mais “cosmopolita” dos para-
sitos humanos. Os vermes adultos são e cilíndricos, sendo que as fêmeas medem cerca de 30 a 40 cm
de tamanho e os machos de 15 a 30 cm. As fêmeas possuem a parte posterior retilínea e os machos
são facilmente reconhecíveis pelo enrolamento ventral de sua extremidade caudal.

Disponível em:  http://www.jesusadolescente.g12.br/img/DoceArtigos.pdf.. Acesso em jan 2016.

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Microbiologia
Sinais e sintomas
Habitualmente, não causa sintomatologia, mas pode manifestar-se por dor abdominal, diarréia,
náuseas e anorexia. Quando há grande número de vermes, pode ocorrer quadro de obstrução intestinal.
Em virtude do ciclo pulmonar da larva, alguns pacientes apresentam manifestações pulmonares com
broncoespasmo, hemoptise e pneumonite, caracterizando a síndrome de Löefler, que cursa com eosi-
nofilia importante. Quando há grande número de vermes, pode ocorrer quadro de obstrução intestinal.

Complicações
Obstrução intestinal, perfuração intestinal, colecistite, colelitíase, pancreatite aguda e abscesso
hepático.

Reservatório
O homem: o verme habita o intestino delgado.

Modo de transmissão
Ingestão dos ovos infectantes do parasita, procedentes do solo, água ou alimentos contamina-
dos com fezes humanas.

Período de incubação
O período de incubação dos ovos férteis até o desenvolvimento da larva infectante, no meio ex-
terior e em condições favoráveis é de, aproximadamente, 20 dias. O período pré-patente da infecção
(desde a infecção com ovos embrionados até a presença ovos nas fezes do hospedeiro) é de 60 a 75 dias.

Disponível em: www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos2/Ascaridiase.php. Acesso em jan 2016.

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Microbiologia
Período de transmissibilidade
Durante todo o período em que o indivíduo portar o verme e estiver eliminando ovos pelas fe-
zes. Portanto, é longo quando não se institui o tratamento adequado. As fêmeas fecundadas no apa-
relho digestivo podem produzir cerca de 200.000 ovos por dia. A duração média de vida dos vermes
adultos é de 12 meses. Quando os ovos embrionados encontram um meio favorável, podem perma-
necer viáveis e infectantes durante anos.

Diagnóstico laboratorial
O diagnóstico laboratorial da ascaridíase baseia-se no exame parasitológico de fezes com pes-
quisa de ovos do parasito. Os vermes adultos de A. lumbricoides podem ser encontrados ao exame
macroscópico das fezes. Na fase de migração larvária podem ser encontradas larvas no escarro.

Tratamento
Através de medicações. Comumente são utilizadas: o Albendazol (ovocida, larvicida e vermici-
da), 400mg/dia, em dose única para adultos; em criança, 10mg/kg, dose única; Mebendazol, 100mg,
2vezes ao dia, durante 3 dias consecutivos.
Não é recomendado seu uso em gestantes. Essa dose independe do peso corporal e da idade.
Levamizol, 150mg, VO, em dose única para adultos; crianças abaixo de 8 anos, 40mg, e acima de 8
anos, 80 mg, também em dose única. Tratamento da obstrução intestinal: piperazina, 100mg/kg/dia
+ óleo mineral 40 a 60ml/dia + antiespasmódicos + hidratação. Nesse caso, estão indicados sonda no-
sogástrica e jejum + mebendazol, 200mg ao dia, dividido em 2tomadas, por 3 dias.

Prevenção
Através de medidas de saneamento básico: ingerir somente água tratada, lavar bem frutas e
legumes antes de ingeri-los, lavar sempre as mãos e não defecar em locais inapropriados.
É necessário, também, fazer o tratamento de todos os portadores da doença. A ascaridíase está
mais presente em países de clima tropical e subtropical. As más condições de higiene e a utilização
das fezes como adubo contribuem para a prevalência dessa verminose nos países do terceiro mundo.

ENTEROBÍOSE
Doença também conhecida comoEnterobíase, Oxiurose ou ainda Oxiuríase. Éuma verminose
intestinal causada pelo nematoide Enterobiusvermicularis ou Oxyurisvermicularis que se localiza pre-
ferencialmente no ceco, apêndice, reto e ânus. Os vermes adultos são cilíndricos, de cor branca, sendo
que as fêmeas medem cerca de 1 cm de tamanho (8 a13 mm) e possuem a cauda longa e afilada. Os
machos medem cerca de 3 a 5 mm de tamanho e tem sua extremidade posterior enrolada no sentido
ventral. Em ambos os sexos, na extremidade anterior, observam-se duas expansões denominadas asas
cervicais.

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Microbiologia

Disponível em: https://www.studyblue.com/.../13737990. Acesso em jan 2016.

Reservatório:
O homem.

Modo de transmissão
São diversos os modos de transmissão:
a) Auto-infecção externa ou Direta - Do ânus para a cavidade oral, através dos dedos, princi-
palmente nas crianças, doentes mentais e adultos com precários hábitos de higiene;
b) Indireta - Ovos presentes na poeira ou alimentos atingem o mesmo hospedeiro que os eli-
minou;
c) Heteroinfecção - Os ovos presentes na poeira ou alimentos atingem um novo hospedeiro;
d) Retroinfestação - Migração das larvas da região anal para as regiões superiores do intestino
grosso chegando até o ceco, onde se tornam adultas;
e) Auto-infecção interna - processo raro no qual as larvas eclodem ainda dentro do reto e
depois migrariam até o ceco, transformando-se em vermes adultos.
O homem é o único hospedeiro e sua transmissão ocorre pessoa a pessoa ou por fômites. Os
ovos se tornam infectantes em 4 a 6 horas após a postura na região anal e perianal. A transmissão
direta levando os ovos do ânus para a boca ocorre por contaminação dos dedos e do depósito subun-
gueal, principalmente em crianças, doentes mentais e adultos com precários hábitos de higiene.
A transmissão do parasitismo de um indivíduo a outro (heteroinfecção) ocorre geralmente pela
inalação e ingestão de ovos infectantes presentes na poeira, em alimentos e nas roupas de cama, e em
ambientes como os dormitórios coletivos, colégios, orfanatos e creches.

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Microbiologia

Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Enterobíase. Acesso em jan 2016.

Sinais e sintomas
Pode cursar assintomática ou apresentar, como característica principal, o prurido retal, frequen-
temente noturno, que causa irritabilidade, desassossego, desconforto e insônia. As escoriações pro-
vocadas pelo ato de coçar podem resultar em infecções secundárias em torno do ânus, que abrem
caminho a infecções bacterianas, com presença de congestão na região anal, ocasionando inflamação
com pontos hemorrágicos, onde se encontram frequentemente fêmeas adultas e ovos.
Nas mulheres, o verme pode migrar para a vulva e vagina, causando prurido vulvar e corrimento
vaginal, e salpingite. As manifestações digestivas registradas são náuseas, vômitos, dores abdominais,
tenesmo e raramente evacuações sanguinolentas. Pode ocorrer ligeira eosinofilia (4 a 15% de eosinó-
filos).

Complicações
Salpingites, vulvo vaginites, granulomas pelvianos. Infecções secundárias às escoriações.

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Microbiologia
Diagnóstico
Em geral, clínico, devido ao prurido característico. O diagnóstico laboratorial reside no encontro
do parasito e de seus ovos. Como dificilmente é conseguido nos parasitológicos de fezes de rotina,
sendo achado casual quando o parasitismo é muito intenso, deve-se pesquisar diretamente na região
perianal, o que deve ser feito pelo método de Hall (swab anal) ou pelo método de Graham (fita go-
mada), cuja colheita é feita na região anal, seguida de leitura em microscópio. Também podem ser
pesquisados em material retirado de unhas de crianças infectadas, que oferecem alto índice de posi-
tividade.

Tratamento
Através de medicações. Comumente são utilizadas: Pamoato de pirvínio, 10mg/kg, VO, dose
única. Mebendazol, 100mg, 2vezes ao dia, durante 3 dias consecutivos. Essa dose independe do pe-
socorporal e da idade. Albendazol, 10mg/kg, VO, dose única, até no máximo de 400mg. Todas as 3
drogas são contra-indicadas em gestantes.

Prevenção
Orientar a população em hábitos de higiene pessoal, particularmente o de lavar as mãos antes
das refeições, após o uso do sanitário, após o ato de se coçar e quando for manipular alimentos. Man-
ter as unhas aparadas rente ao dedo para evitar acúmulo de material contaminado. Evitar coçar a re-
gião anal desnuda e evitar levar as mãos à boca. Eliminar as fontes de infecção através do tratamento
do paciente e de todos os membros da família. Troca de roupas de cama, de roupa interna e toalhas
de banho, diariamente, para evitar a aquisição de novas infecções pelos ovos depositados nos tecidos.
Manter limpas as instalações sanitárias.

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Microbiologia

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em


Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. – 4. ed.ampl.– Brasília: Ministério da Saúde, 2004.

Lima, L. M.; Santos, J. I.; Franz, H. C. F.Atlas de parasitologia clínica e doenças infecciosas associadas
ao sistema digestivo. Universidade Federal de Santa Catarina, 2005-2013. Disponível em: http://www.
parasitologiaclinica.ufsc.br.

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Microbiologia

EXERCÍCIOS CAPÍTULO DE VÍRUS

1- Cite e explique quatro características gerais dos vírus.


2- Descreva a estrutura do vírus capsulado.
3- Descreva a estrutura do vírus não capsulado.
4- Esboce a estrutura do vírus bacteriófago.
5- Esboce a estrutura do vírus influenza.
6- Explique como é formado o vírus envelopado ou capsulado.
7- Fale sobre a especificidade viral.
8- Quem são os hospedeiros dos vírus?
9- Cite uma característica importante do ciclo lítico.
10- Cite uma característica importante do ciclo lisogênico.
11- Para que uma doença ocorra três fatores precisam estar presentes, quais são eles?
12- O que significa agente etiológico?
13- Quais são os meios de transmissão de uma doença?
14- Classifique e explique a ocorrência das doenças. Dê exemplos.

EXERCÍCIOS CAPÍTULO DE BACTERIAS


1. Cite 4 objetivos de estudos da Microbiologia.
2. Redija um texto de 15 linhas discursando a respeito da Microbiota normal do organismo humano.
3. Quais benefícios são apresentados pelas bactérias? Cite 4 e explique-os.
4. O que as bactérias são capazes de produzir a nível intestinal?
5. O que são bactérias oportunistas?
6. Fale sobre patogênicas primárias.
7. O que significa índice de patogenicidade?
8. Quais são os malefícios da microbiota normal? Explique-os.
9. Qual a diferença de doença contagiosa para doença infecciosa?
10. Qual a diferença de infecção oportunista de infecção subcliníca?

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Microbiologia
11. Faça um desenho da célula procarionte e da célula eucarionte. Após, faça um pequeno texto ex-
plicando as diferenças.
12. O que significa dizer que as bactérias não apresentam núcleo verdadeiro?
13 Qual organela sintetiza proteínas nas bactérias?
14. O que é plasmídeo?
15. Qual a função dos flagelos?
16. O que significa dizer que uma bactéria se apresenta esporulada?
17. Faça um desenho sobre as diversas formas a qual a bactéria se apresenta. (morfologia bacteria-
na).
18. Onde é ancorado as fimbrias e o flagelo?
19. Qual a função da cápsula bacteriana?
20. Cite os componentes que compõe a parede celular da bactéria.
21. Cite a função da membrana plasmática.
22. Explique a resistência antibiótica através de genes contidos no plasmídeo.
23. Qual é a função dos flagelos?
24. Qual papel desempenha as fimbrias/pili?
25. Cite e explique as diferenças das bactérias gram positivas e gram negativas.
26. Cite e explique a classificação bacteriana quanto a nutrição. Dê exemplos.
27. Cite e explique a classificação bacteriana quanto a reprodução. Dê exemplos.
28. Quais são os tipos de reprodução sexuada existentes?
29. O que é ponte citoplasmática?
30. O que significa DNA recombinante?
31. O que significa dizer que a célula foi lisada?
32. Explique com suas próprias palavras a reprodução sexuada por conjugação, transdução e transfor-
mação.
33. Redija um texto sobre o experimento de Griffith.
34. Quais são os tipos de doenças existentes?
35. Cite e exemplifique todas as vias de transmissão das doenças.

EXERCÍCIOS CAPÍTULO DE VERMINOSES

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Microbiologia
1. Descreva as características anatômicas e fisiológicas dos platelmintos.
2. Qual o nome do parasita que causa a doença conhecida como barriga d’água? E quais as suas
características.
3. Desenhe de forma esquemática a reprodução do parasita causador da esquistossomose.
4. Explique a relação entre miracídio e cercaria. Desenhe cada uma dessas estruturas.
5. Como acontece o processo infeccioso da esquistossomose.
6. Quais são os sintomas predominantes da fase aguda e da fase crônica desta doença.
7. Desenhe o ciclo de vida da esquistossomose.
8. Quais são as complicações provocadas pela esquistossomose.
9. Descreva como é feito o diagnóstico, tratamento e prevenção da esquistossomose.
10. Qual o nome do parasita que causa a doença conhecida como teníase? E quais as suas caracterís-
ticas.
11. Desenhe de forma esquemática a reprodução do parasita causador da teníase, enfatizando e ex-
plicando o papel das proglotes.
12. Explique a relação entre o hospedeiro intermediário e hospedeiro definitivo da teníase.
13. Como acontece o processo infeccioso da teníase.
14. Qual a relação entre teníase e cisticercose, explique quais as diferenças entre estas doenças.
15. Quais são os sinais e sintomas da teníase.
16. Quais são os sinais e sintomas da cisticercose.
17. Desenhe o ciclo de vida da teníase.
18. Desenhe o ciclo de vida da cisticercose.
19. Quais são as complicações provocadas pela teníase e pela cisticercose.
20. Descreva como é feito o diagnóstico, tratamento e prevenção da teníase e da cisticercose.
21. Qual o nome do parasita que causa a doença conhecida como ascaridíase? E quais as suas carac-
terísticas.
22. Desenhe de forma esquemática a reprodução do parasita causador da ascaridíase.
23. Como acontece o processo infeccioso da ascarídiase.
24. Quais são os sinais e sintomas desta doença.
25. Desenhe o ciclo de vida da ascaridíase.
26. Quais são as complicações provocadas pela ascaridíase.
27. Descreva como é feito o diagnóstico, tratamento e prevenção da ascaridíase.

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Microbiologia
28. Quais são os sinais e sintomas desta doença.
29. Qual o nome do parasita que causa a doença conhecida como enterobíase? E quais as suas carac-
terísticas.
30. Como acontece o processo infeccioso da enterobíase.
31. Quais são os modos de transmissão da enterobíase.
32. Quais são os sinais e sintomas desta doença.
33. Desenhe o ciclo de vida da enterobíase.
34. Quais são as complicações provocadas pela enterobíase.
35. Descreva como é feito o diagnóstico, tratamento e prevenção da enterobíase.
36. Quais são os sinais e sintomas desta doença.
37. Descreva como é feito o diagnóstico, tratamento e prevenção da estrongiloídiase.

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Curso Técnico em

ENFERMAGEM
Etapa 1

FUNDAMENTOS DE
ENFERMAGEM

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Fundamentos de Enfermagem

DISTRIBUIÇÃO DE PONTOS

1º Bimestre

• 20,0 pts – a critério do professor;
• 20,0 pts – Avaliação Bimestral

**Avaliação Suplementar (notas menores que 24,0 pts)

2º Bimestre

• 20,0 pts – a critério do professor;
• 10,0 pts – Mostra Científica;
• 30,0 pts – Avaliação Final;

**100,0 pts – Recuperação final (notas finais da etapa entre 40 e 59 pontos)

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Fundamentos de Enfermagem
1 HISTÓRIA DA ENFERMAGEM

“A enfermagem como profissão, é a única que se dedica na visão humanista, às reações
dos pacientes e de suas famílias, frente aos problemas reais e potenciais.”

Florence Nightingale

ENFERMAGEM
Atende  as  necessidades  de  assistência  de  saúde  da  sociedade,  propiciando conforto,  cuida-
do e confiança ao enfermo.

Conceitos
Saúde:  estado  de  completo  bem-estar  físico,  mental  e  social,  não  meramente  a  ausência
de doença; Doença: é um processo anormal no qual o funcionamento do organismo de uma pessoa
está diminuído ou prejudicado em uma ou mais dimensões; Processo saúde-doença:Necessidades hu-
manas básicas.

Evolução da Assistência à Saúde

Período Florence Nightingale
Nascida a 12 de maio de 1820, em Florença, Itália,no desejo de realizar-se como enfermeira, pas-
sa o inverno de 1844 em Roma, estudando as atividades das Irmandades Católicas.
Decidida a seguir sua vocação, procura completar seus conhecimentos que julga ainda insufici-
entes por isso visita o Hospital de Dublin dirigido pelas Irmãs de Misericórdia, Ordem Católica de En-
fermeiras, fundada 20 anos antes.
Em 1854, a Inglaterra, a França e a Turquia declaram guerra à Rússia: a ― Guerra da Criméia.‘‘ Flor-
ence partiu para Scutari com 38 voluntárias entre religiosas e leigas vindas de diferentes hospitais.
Algumas enfermeiras foram despedidas por incapacidade de adaptação e principalmente por indisci-
plina.
Durante  a  guerra  constatou  que  a  falta  de  higiene  e  as  doenças  matavam  grande númer-
os  de  soldados  hospitalizados  por  ferimentose  o  índice  de  mortalidade  entre  os soldados  hospi-
talizados  era  de  40%.  Florence  então,  desenvolveu  um  trabalho  de assistência  aos  enfermos  e  de
organização da infra-estrutura hospitalar que a tornou conhecida em toda a frente de batalha, consa-
grando a assistência aos enfermos em hospitais de campanha.
Todas  as  noites,  Florence  fazia  a  ronda,  carregando  uma  pequena  lamparina,  para confor-
tar e cuidar dos pacientes, por isso esta é conhecida também como ‗a dama da lâmpada‘.Suas refor-
mas reduziram a taxa de mortalidade de 42,7% para 2,2%.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Fundamentos de Enfermagem
Cabe resaltar ainda que na guerra da Criméia esta organizou uma equipe de enfermagem, a lim-
peza,  instalou  2  cozinhas,  construiu  caldeira,  lavanderia,  rede  de esgoto  e  água  quente  chegan-
do às enfermarias.Desta forma, Florence volta famosa da guerra logo passou a batalhar ainda mais.
Durante a guerra contrai tifo e ao retornar da Criméia, em 1856, leva uma vida de inválida.
Impossibilitada  de  fazer  seus  trabalhos  físicos,  dedica-se  a  formação  da  escola  de enferma-
gem  em  1859  na  Inglaterra,  onde  já  era  reconhecida  no  seu  valor  profissional  e técnico,  receben-
do prêmio concedido através do governo inglês.
Fundou a Escola de Enfermagem no Hospital Saint Thomas, com curso de um ano, onde era min-
istrado por médicos com aulas teóricas e práticas. Florence Nightingale ainda relacionou o ser huma-
no, o meio ambiente, a saúde e a enfermagem. Morreu em 13 de agosto de 1910.
Após  esse  marco  aenfermagem  deixa  de  ser  uma  atividade  empírica,sendo reconheci-
da como uma ocupação assalariada que vem atender a necessidade de mão- de-obra nos hospitais.
Essa época aindanão se conhecia os princípios microbiológicos, acreditava-se em meticulosos cuida-
dos com a limpeza do ambiente e pessoal.
O sistema deNightingaleera baseando em: - Disciplina rigorosa do tipo militar;
• Exigência de qualidades morais;
• Enfermagem como profissão digna;
• Dissociação do saber e do fazer;
• Organização do ambiente físico;
• Domínio das emoções e sentimentos;
• Busca do desenvolvimento pessoal e independência para a mulher ter um ideal que não
o casamento.
As escolas conseguiram sobreviver graças aos pontos essenciais estabelecidos:
1º. Direção da escola por uma Enfermeira.
2º. Mais ensino metódico, em vez de apenas ocasional.
3º. Seleção de candidatos do ponto de vista físico, moral, intelectual e aptidão profissional.

Sistema Nightingale: ideias-chave
O dinheiro público deveria manter o treinamento de enfermeiras e este, deveria ser consider-
ado tão importante quanto qualquer outra forma de ensino.
Deveria existir uma estreita associação entre hospitais e escolas de treinamento, sem estas de-
penderem financeira e administrativamente.
O ensino de enfermagem deveria ser feito por enfermeiras profissionais, e não por qualquer pes-
soa não envolvida com a enfermagem.
Deveria ser oferecida às estudantes, durante todo o período de treinamento, residência com
ambiente confortável e agradável, próximo ao local.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Fundamentos de Enfermagem
A arte da enfermagem consistia em cuidar tanto de seres humanos sadios como doentes, enten-
dendo como ações interligadas da enfermagem, o triângulo cuidar-educar- pesquisar;
A cura não resultava da ação médica ou da enfermagem, mas que era um privilégio da nature-
za,  portanto  as  ações  da  enfermagem  deveriam  visar  à  manutenção  do doente  em  condições  fa-
voráveis a cura para que a natureza pudesse atuar sobre ele;
Considerou que as  ações  de  enfermagem  estão  centradas  no  ser  humano  sadio ou  doen-
te e as ações do médico na doença e na saúde.
Florence e Hipócrates ressaltam como ponto central o ser humano, o doente e não a doença.
As escolas Nightingaleanas formaram duas categorias de enfermeiras:
Ladies – classe mais elevada de enfermeiras e que desempenhavam funções intelectuais: ad-
ministração, supervisão, direção e controle dos serviços de enfermagem
Nurses – que pertenciam a níveis sócias mais baixos e que sob supervisão das ladies desenvol-
viam o trabalho manual.
Trajetória
• 1850 – França – maison de La Providence – Hotel DieuIr.Vicentinas -Hospital de Dublin-Ir Mi-
sericórdia
• 1850 – Alemanha- Diaconisas
• 1853 – Asilos
• 1884 – Roma : Irmandades Católicas
• 1845 – Inglaterra: Anglicanas ― St John‘s House: Agostinianas
• 1840 – Egito
• 1854 – 1856 Guerra da Criméia Russos X França, Inglaterra e Turquia
• 1858 – Escreve Notas sobre Hospitais
• 1859- Escreve Notas sobre Enfermagem

Figura- Florence Nightingale

Disponível em: https://plus.maths.org/content/florence-nightingale-compassionate-statistician. Acesso em jan 2016.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Fundamentos de Enfermagem
História da Enfermagem no Brasil

Anna Nery
Nasceu em 1914 na Bahia, casou-se e tornou-se viúva aos 30 anos. Durante a Guerra do Para-
guai  (1864-1870)  se  oferece  como  voluntária  depois  que  seus  2  filhos  são convocados  para  ser-
vir a pátria.
Na guerra improvisa hospitais e não mede esforços no atendimento aos feridos.
Após cinco anos, retorna ao Brasil, é acolhida com carinho e louvor, recebendo medalhas.
Faleceu  no  Rio  de  Janeiro  a  20  de  maio  de  1880. A  primeira  Escola  de Enfermagem  funda-
da no Brasil recebeu o seu nome.

Primeiras escolas de Enfermagem
• 1890: Escola de Enfermagem “Alfredo Pinto―, curso de 3 anos, dirigida por enfermeiras
diplomadas;
• 1916:  Escola  da  Cruz  Vermelha  do  Rio  de  Janeiro,  formava  socorristas,  diplomados
(Ministério da Guerra) e voluntários;
• 1923:  Escola  Anna  Nery,  primeira  turma  com  14  alunas;  possuía  um  internato  próximo
ao Hospital São Francisco de Assis;
• 1933: Escola de Enfermagem Carlos Chagas, pioneira entre as escolas estaduais, foi a primei-
ra a diplomar religiosas no Brasil. Escola de Enfermagem “Luisa de Marillac―, avanço na En-
fermagem Nacional, formava jovens estudantes seculares e religiosas de todas as Congre-
gações;
• 1939:  Escola  Paulista  de  Enfermagem,  início  dos  Cursos  de  Pós-Graduação  em Enferma-
gem Obstétrica;
• 1944: Escola de Enfermagem da USP

ABEn (Associação Brasileira de Enfermagem)
A Associação Brasileira de Enfermagem – ABEn, fundada em 12 de agosto de 1926, sob a per-
sonalidade jurídica que congrega enfermeiros, obstetrizes, técnicos e auxiliares de enfermagem e es-
tudantes dos cursos de graduação e de educação profissional de nível técnico que a ela se associ-
am, individual e livremente.

Finalidades da ABEn
• Congregar os enfermeiros e técnicos em enfermagem, incentivar o espírito de união e soli-
dariedade entre as classes;
• Promover o desenvolvimento técnico, científico e profissional dos integrantes de Enferma-
gem do País;

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Fundamentos de Enfermagem
• Promover integração às demais entidades representativas da Enfermagem, na defesa dos in-
teresses da profissão.

Realizações da ABEn:
• Congresso Brasileiro em Enfermagem;
• Revista Brasileira de Enfermagem.

Símbolos da enfermagem
Os símbolos da enfermagem são:
• Lâmpada: caminho, ambiente;
• Cobra: magia, alquimia;
• Cobra e cruz: ciência;
• Seringa: técnica;
• Cor verde: paz, tranquilidade, cura, saúde;
• Pedra Símbolo da Enfermagem: Esmeralda;
• Cor que representa a Enfermagem: Verde Esmeralda;
• Símbolo: lâmpada;
• Enfermeiro: lâmpada e cobra e cruz;
• Técnico e Auxiliar de Enfermagem: lâmpada e seringa.
Figura- Simbolos de Enfermagem e Técnico de Enfermagem

Disponível em: www.assisramalho.com.br. Acesso em jan 2016.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Fundamentos de Enfermagem
A  enfermagem  é  uma  arte;  e  para  realiza-la  como arte,  requer uma  devoção  tão
exclusiva, um  preparo  tão  rigoroso, como  a obra  de qualquer  pintor  ou  es-
cultor;  pois  o  que é  tratar da  tela morta  ou  do frio mármore  comparado  ao  tra-
tar do corpo vivo, o templo do Espírito de Deus . É uma das artes; poder-se-ia di-
zer, a mais bela das artes.

Florence Nightingale 2 

2. A PROFISSÃO DE ENFERMAGEM
É uma profissão que possui um corpo de conhecimentos próprios, voltados para o atendimen-
to do ser humano nas áreas de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde.
De  acordo  com  os  dados  cadastrais  do  Conselho  Federal  de  Enfermagem (COFEN1),  obti-
dos em outubro/2001, há no Brasil 92.961 enfermeiros, 111.983 técnicos e 469.259 auxiliares de en-
fermagem.

Caracterizando a enfermagem
A  enfermagem  realiza  seu  trabalho  em  um  contexto  mais  amplo  e  coletivo  de
saúde,  em  parceria  com  outras  categorias  profissionais  representadas  por  áreas  como Medi-
cina, Serviço Social, Fisioterapia, Odontologia, Farmácia, Nutrição, etc. O atendimento  inte-
gral à saúde pressupõe uma ação conjunta dessas diferentes categorias, pois, apesar do saber espe-
cífico de cada uma, existe uma relação de interdependência e complementaridade.
Nos  últimos  anos,  a  crença  na  qualidade  de  vida  tem  influenciado,  por  um  lado,  o
comportamento  das  pessoas,  levando  a  um  maior  envolvimento  e  responsabilidade  em
suas  decisões  ou  escolhas.  Por  outro  lado,  tem  gerado  reflexões  em  esferas  organizadas
da  sociedade  como  no  setor  saúde,  cuja  tônica  da  promoção  da  saúde  tem  direcionado mu-
danças no modelo assistencial vigente no país.
No  tocante  à  enfermagem,  novas  frentes  de  atuação  são  criadas  à  medida  que es-
sas  transformações  vão  ocorrendo,  como  sua  inserção  no  Programa  Saúde  da  Família
(PSF), do Ministério da Saúde; em programas e serviços de atendimento domiciliar, em processo de ex-
pansão cada vez maior em nosso meio; e em programas de atenção a idosos e outros grupos específicos.

Ações e tarefas da enfermagem
As  ações  e  tarefas  desenvolvidas  nos  serviços  de  saúde  pelas  categorias  de Enferma-
gem no país, são agrupadas em cinco classes através de estudos realizados pela ABEn(Associação Bra-
sileira de Enfermagem )e pelo INAMPS2(.....)
1.  Ações de natureza propedêutica e terapêutica complementares ao ato médico e de out-
ros profissionais:
Referem-se às que apoiam o diagnóstico e o acompanhamento do agravo à saúde, inclu-
indo  procedimentos  como  a  observação  do  estado  do  paciente,  mensuração  de  altura

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Fundamentos de Enfermagem
e peso, coleta de amostras para exames laboratoriais e controle de sinais vitais e de líqui-
dos.
As  ações  terapêuticas  complementares  asseguram  o  tratamento  prescrito,  como, por 
exemplo,  a  administração  de  medicamentos  e  dietas  enterais,  aplicação  de  calor  e frio, 
instalação de cateter de oxigênio e sonda vesical ou nasogástrica;
2.  Ações de natureza terapêutica ou propedêutica de enfermagem São aquelas cujo foco cen-
tra-se na organização da totalidade da atenção de enfermagem prestada à clientela. Por ex-
emplo: ações de conforto e segurança, atividades educativas e de orientação;
3.  Ações de natureza complementar de controle de risco São aquelas desenvolvidas em con-
junto com outros profissionais de saúde, objetivando reduzir riscos de agravos ou compli-
cações de saúde. Incluem as atividades relacionadas à vigilância epidemiológica e as de con-
trole da infecção hospitalar e de doenças crônico- degenerativas.
4.  Ações  de  natureza  administrativa Incluem-se  as  ações  de  planejamento,  gestão,  con-
trole, supervisão e avaliação da assistência de enfermagem.
5.  Ações  de  natureza  pedagógica Relacionam-se  à  formação  e  às  atividades  de  desenvolvi-
mento para a equipe de enfermagem.

Princípios fundamentais da enfermagem
A  Enfermagem  é  uma  profissão  comprometida  com  a  saúde  e  qualidade  de  vida da  pes-
soa, família e coletividade.
O  profissional  de  enfermagem  atua  na  promoção,  prevenção,  recuperação  e reabili-
tação da saúde, com autonomia e em consonância com os preceitos éticos e legais.
Este ainda participa como integrante da equipe de saúde, das ações que visem satisfazer
as necessidades de saúde da população e da defesa dos princípios das políticas públicas de saúde e am-
bientais,  que  garantam  a  universalidade  de  acesso  aos  serviços  de  saúde, integralidade  da  as-
sistência,  resolutividade,  preservação  da  autonomia  das  pessoas, participação  da  comunidade, 
hierarquização e descentralização político-administrativa dos serviços de saúde.
O  profissional  de  enfermagem  respeita  a  vida,  a  dignidade  e  os  direitos  humanos, em  to-
das as suas dimensões, exercendo assim suas atividades com competência para a promoção do ser hu-
mano na sua integralidade, de acordo com os princípios da ética e da bioética

Ensino de enfermagem
No ensino possui 3 níveis:
• Básico: Auxiliares de enfermagem;
• Médio: Técnicos de enfermagem;
• Superior: Enfermeiros.

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Fundamentos de Enfermagem
Auxiliar de enfermagem
Constitui-se  de  uma  atualização  para  atendentes  de  enfermagem  através  do pro-
grama do governo federal denominadoPROFAE. Na atualidade é considerado um ensino ultrapassa-
do, uma vez que a classe está sendo extinta.

Técnico de enfermagem
O profissional de nível médio, sendo o com duração de 18 meses, possuem estágio em cam-
po prático e possui plano de ensino regular.

Enfermeiro
O  profissional  de  nível  superior,  graduado  (bacharelado),  com  duração  de  8  a  9 semes-
tres  do  curso,  com  estágio  supervisionado  em  todas  as  áreas  de  atuação.  Tendo  as opções  de 
seguimentos: pós-graduações, mestrado, doutorado, pós-doutorado e residência multidisciplinar.

Enfermagem como ciência
Requer a existência de conceitos próprios que deem significado e direção a essa prática, tornan-
do-a mais clara, definida e fundamentada.

Objetivo da enfermagem
• Prestar assistência ao paciente, à família e à comunidade, utilizando-se de recursos e pro-
cedimentos adequados;
• Filosofia do serviço de enfermagem;
• Filosofia da instituição, que norteia os demais serviços;
• Devem envolver todos os funcionários da equipe de enfermagem;
• Determinar elementos e convicções;
• Definição dos objetivos;
• Da operacionalização, avaliação e aperfeiçoamento dessa filosofia.

Filosofia do serviço de enfermagem
• Deve transmitir mais do que palavras, deve ter significado real;
• Trabalho  contínuo,  vivência  de  processo  reflexivo  que  evidencia  contradições, divergên-
cias e que devem ser trabalhadas até que haja o consenso;
• Processo demorado, desgastante mas, se compromete a todos, propicia o crescimento indi-
vidual e coletivo;
• Fase de descrição da filosofia é posterior a sua elaboração – só se pode descrevê-la quan-
do já é conhecida‖.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Fundamentos de Enfermagem
As pessoas podem definir suas convicções a respeito de: indivíduo, comunidade, saúde, família, pa-
ciente, serviço de enfermagem, assistência de enfermagem, trabalho em equipe .

Filosofia para o técnico de enfermagem
Serve para que se obtenha uma prática de enfermagem efetiva e consciente, além de compro-
metida pelas questões específicas da categoria.
A  partir  da  definição  e  valores  próprios  da  enfermagem  serão  asseguradas  suas  condutas
e  atribuições  compatíveis  aos  técnicos  em  enfermagem,  como  fazer,  onde  fazer  e  o  que  é de  sua 
responsabilidade.

Exemplos de filosofia
Baseada no princípio de que todo paciente tem direito de receber cuidados de enfermagem efi-
cientes, dados sem discriminação de raça, nacionalidade, religião, situação econômica. São exemplos:
• Paciente  é  o  indivíduo  que  requer  cuidados  de  enfermagem  planejados  de  acordo
com as suas necessidades específicas de pessoa, membro de uma família e comunidade;
• O  paciente  tem  direito  de  viver  e  morrer  com  dignidade  e  respeito,  e  é responsabili-
dade da enfermagem prover a assistência ao paciente e sua família de acordo com as ne-
cessidades individuais.

Organização do serviço de enfermagem
O  técnico  de  enfermagem  precisa  saber:  na  organização  estrutural  existe  um  chefe
em cada setor do hospital ou da empresa prestadora de serviços. Os funcionários são supervisiona-
dos por esse chefe.
Existem  normas  que  definem  atribuições  procedimentos  e  responsabilidades  do pes-
soal de cada setor. Tendo as seguintes divisões: equipe de enfermagem, auxiliar de enfermagem, técni-
co em enfermagem e o enfermeiro.

Lei N 7.498/86, DE 25 DE JUNHO DE 1986
A  lei  que  dispõe  sobre  a  regulamentação  do  exercício  da  Enfermagem  e  dá  outras providên-
cias. Refere-se também sobre: Lei do exercício profissional.
Art. 1º – É livre o exercício da Enfermagem em todo o território nacional, observadas as dis-
posições desta Lei.
Art.  2º  –  A  Enfermagem  e  suas  atividades  Auxiliares  somente  podem  ser  exercidas por  pes-
soas  legalmente  habilitadas  e  inscritas  no  Conselho  Regional  de  Enfermagem  com juris-
dição na área onde ocorre o exercício.
Parágrafo único. A Enfermagem é exercida privativamente pelo Enfermeiro, pelo Técnico de En-
fermagem, pelo Auxiliar de Enfermagem e pela Parteira, respeitados os respectivos graus de habili-
tação.

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Fundamentos de Enfermagem
Art. 3º – O planejamento e a programação das instituições e serviços de saúde incluem planeja-
mento e programação de Enfermagem.
Art. 6º – São enfermeiros:
I – o titular do diploma de enfermeiro conferido por instituição de ensino, nos termos da lei;
II  –  o  titular  do  diploma  ou  certificado  de  obstetriz  ou  de  enfermeira  obstétrica, conferi-
dos nos termos da lei;
III  –  o  titular  do  diploma  ou  certificado  de  Enfermeira  e  a  titular  do  diploma  ou certifica-
do  de  Enfermeira  Obstétrica  ou  de  Obstetriz,  ou  equivalente,  conferido  por  escola estrangeira  se-
gundo as leis do país, registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Bra-
sil como diploma de Enfermeiro, de Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz;
Art. 7º – São técnicos de Enfermagem:
I  –  o  titular  do  diploma  ou  do  certificado  de  Técnico  de  Enfermagem,  expedido  de acor-
do com a legislação e registrado pelo órgão competente;
II  –  o  titular  do  diploma  ou  do  certificado  legalmente  conferido  por  escola  ou  curso es-
trangeiro, registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como di-
ploma de Técnico de Enfermagem.
Art. 8º – São Auxiliares de Enfermagem:
I – o titular do certificado de Auxiliar de Enfermagem conferido por instituição de ensino, nos ter-
mos da Lei e registrado no órgão competente;
II – o titular do diploma a que se refere a Lei nº 2.822, de 14 de junho de 1956;
III  –  o  titular  do  diploma  ou  certificado  a  que  se  refere  o  inciso  III  do  Art.  2º  da  Lei
nº 2.604, de 17 de setembro de 1955, expedido até a publicação da Lei nº 4.024, de 20 de dezem-
bro de 1961;
IV  –  o  titular  de  certificado  de  Enfermeiro  Prático  ou  Prático  de  Enfermagem, ex-
pedido  até  1964  pelo  Serviço  Nacional  de  Fiscalização  da  Medicina  e  Farmácia,  do
Ministério da Saúde, ou por órgão congênere da Secretaria de Saúde nas Unidades da Federação, nos ter-
mos  do  Decreto-lei  nº  23.774,  de  22  de  janeiro  de  1934,  do  Decreto-lei nº  8.778,  de  22  de  janei-
ro de 1946, e da Lei nº 3.640, de 10 de outubro de 1959;
V  –  o  pessoal  enquadrado  como  Auxiliar  de  Enfermagem,  nos  termos  do  Decreto-
lei nº 299, de 28 de fevereiro de 1967;
Art.  12  –  O  Técnico  de  Enfermagem  exerce  atividade  de  nível  médio,  envolvendo orien-
tação e acompanhamento do trabalho de Enfermagem em grau auxiliar, e participação no planeja-
mento da assistência de Enfermagem, cabendo-lhe especialmente:
1º Participar da programação da assistência de Enfermagem;
2º  Executar  ações  assistenciais  de  Enfermagem,  exceto  as  privativas  do Enfermeiro,  observa-
do o disposto no Parágrafo único do Art. 11 desta Lei;

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Fundamentos de Enfermagem
3º Participar da orientação e supervisão do trabalho de Enfermagem em grau auxiliar;
4º Participar da equipe de saúde.

3  AUDITORIA E ACREDITAÇÃO
Auditoria
É  uma  avaliação  sistemática  e  formal  de  uma  atividade,  por  alguém  não  envolvido direta-
mente  na  sua  execução,  para  determinar  se  essa  atividade  está  sendo  levada  a efeito  de  acor-
do com seus objetivos.

Auditoria em Enfermagem
É a avaliação sistemática da qualidade da assistência de enfermagem, verificada através das ano-
tações de enfermagem no prontuário do paciente e/ou das próprias condições deste.
Chega-se a conclusão de que auditoria é a comparação entre a assistência prestada e os pa-
drões  de  assistência  considerados  como  aceitáveis.É  a  avaliação sistemática  e  formal  de  uma 
atividade,  por  alguém  não  envolvido  diretamente  na  sua execução,  para  determinar  se  essa 
atividade está sendo levada a efeito de acordo com seus objetivos.
A  auditoria  tem  sua  origem  na  área  contábil,  cujos  fatos  e  seus  registros  datam  do
ano  2600  A.  C.  Sendo  que  no  século  XII  d.  C.  que  esta  técnica  passa  a  receber  o  nome de  audito-
ria, constatando-se na Inglaterra o seu maior desenvolvimento.
Com a Revolução Industrial no século XVII, recebe novas diretrizes, na busca de se atenderem às ne-
cessidades das grandes empresas;
Na  área  da  saúde,  a  auditoria  aparece  pela  primeira  vez  no  trabalho  realizado  pelo médi-
co George Gray Ward, nos Estados Unidos, em 1918: verificação da qualidade da assistência presta-
da ao paciente através dos registros em seu prontuário.
Um dos primeiros trabalhos de auditoria em enfermagem data de 1955 e foi desenvolvido no Hos-
pital Progress, nos Estados unidos. No Brasil a auditoria vem tomando impulso nos últimos cinquen-
ta anos, necessitando ainda de arranjos que melhor adaptem o processo à nossa realidade.
A  resolução-COFEN(Conselho  Federal  de  Enfermagem)  Nº  266/2001:  dispõe sobre  as  ativi-
dades do Enfermeiro Auditor, capituladas em 09 (nove) partes.

Finalidades da auditoria
1.  Identificar  as  áreas  (unidades)  deficientes  do  serviço  de  enfermagem,  auxiliando, por 
exemplo,  para  que  as  decisões  quanto  ao  remanejamento  e  aumento  de pessoal  sejam 
tomadas com base em dados concretos.
2. Identificar áreas de deficiência em relação à assistência de enfermagem prestada, perce-
bendo-se, por exemplo, defasagem no atendimento da área psicoespiritual;

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Fundamentos de Enfermagem
3 – Fornecer dados para melhoria dos programas de enfermagem;
4 – Fornecer dados para melhoria da qualidade do cuidado de enfermagem;
5 – Obter dados para programação de reciclagem e atualização do pessoal de enfermagem.

Tipos de auditoria

1. Auditoria Retrospectiva
É a auditoria feita após a alta do paciente, em que se utiliza o prontuário para avaliação;
Os  dados  obtidos  não  reverterão  em  benefícios  deste  paciente  diretamente,  mas
sim  para  a  assistência  de  maneira  global.  Também  tem  a  desvantagem  de  não  permitir sa-
ber-se o que foi feito e não foi feito.

2. Auditoria operacional ou concorrente
É a auditoria feita enquanto o paciente está hospitalizado ou em atendimento ambulatorial.

Limitações
A auditoria não tem finalidade punitiva, ela verifica o cuidado, detecta erros e os analisa quan-
to  a  natureza  e  significado.  Fornece  possíveis  indicadores  de  padrões  ou tendências, assim como
subsídios para a modificação de procedimentos de procedimentos e técnicas que são responsabili-
dades administrativas.
A  auditoria  não  tem  como  objetivo  primordial  a  melhoria  dos  registros  de enferma-
gem, mas sim a melhoria da assistência ao paciente, embora a partir dos resultados possam ser sugeri-
das ações no sentido de melhorar os registros.
Na  enfermagem,  por  exemplo,  a  avaliação  do  desempenho  é  um  processo frequentemente 
adotado para avaliação do desempenho individual dos elementos que compõem a equipe de enfer-
magem.

Acreditação Hospitalar
É uma certificação semelhante ao ISO (Organização Internacional para Padronização), mas exclu-
siva para instituições de saúde. Trata-se de um método de avaliação voluntário, periódico e reserva-
do dos recursos institucionais de cada hospital para garantir a qualidade da assistência por meio de pa-
drões previamente definidos.
Não é uma forma de fiscalização, mas um programa de educação continuada, onde toda organi-
zação prestadora de serviços de saúde pode aderir ao processo;
Através da acreditação hospitalar, a instituição de saúde tem a possibilidade de realizar um diagnós-
tico objetivo acerca do desempenho de seus processos, incluindo as atividades de cuidado direto ao pa-
ciente e aquelas de natureza administrativa. A partir deste diagnóstico e com o desenvolvimento do pro-
cesso de educação, de acordo com o Manual de Padrões de Acreditação Hospitalar, é possível discutir,
criteriosamente, os achados da avaliação e desenvolver um plano de ações capazes de promover a efe-

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Fundamentos de Enfermagem
tiva melhoria do desempenho da instituição, abrangendo todos os seus serviços e segmentos existen-
tes.
Organização Nacional de Acreditação (ONA) que faz a certificação da instituição.
O  objetivo  dessa  organização  é,  juntamente  ao  Ministério  da  Saúde,  promover  a  melhoria
da qualidade da saúde e sua assistência em todo o país.

Acreditação na Enfermagem
Os níveis são:

Nível 1
O serviço possui responsável técnico habilitado, os procedimentos e controles dos pacientes in-
ternados são registrados no prontuário;
A distribuição da equipe consta de escala de acordo com a habilitação requerida, ajustada às ne-
cessidades do serviço.

Nível 2
O serviço dispõe de manual(is) de normas, rotinas e procedimentos documentado(s), atualiza-
do(s) e disponível(is); desenvolve as suas ações baseadas em protocolos clínicos.
Dispõe  de  um  programa  de  educação  e  treinamento  continuado  e  melhoria  de proces-
sos, e as ações são auditadas através de registros no prontuário

Nível 3
O modelo assistencial baseia-se no enfoque multiprofissional e interdisciplinar que integra o pro-
grama institucional da qualidade e produtividade, com evidências de ciclos de melhoria;
Dispõe  de  sistema  de  aferição  da  satisfação  dos  clientes  internos  e  externos  e  de
avaliação do serviço, em comparação com referenciais adequados e de impacto junto à comunidade.

ONA (Organização Nacional de Acreditação)
É  uma  organização  não  governamental  caracterizada  como  pessoa  jurídica  de  direito priva-
do sem fins econômicos, de direito coletivo, com abrangência de atuação nacional.
Cujo  objetivo  geral  é  promover  a  implantação  de  um  processo  permanente  de  avaliação  e
de  certificação  da  qualidade  dos  serviços  de  saúde,  permitindo  o  aprimoramento  contínuo
da  atenção,  de  forma  a  melhorar  a  qualidade  da  assistência,  em  todas  as  organizações prestado-
ras de serviços de saúde do País.
Tendo a missão de incentivar o setor saúde para o aprimoramento da gestão e da qualidade da as-
sistência, através do desenvolvimento e evolução de um sistema de acreditação, e a visão de tornar o 
Sistema Brasileiro de Acreditação – ONA, sólido, confiável e internacionalmente reconhecido, perma-
nentemente comprometido com o processo de melhoria contínua e qualidade do setor saúde, até 2015.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Fundamentos de Enfermagem
Valores: - Credibilidade;
• Confidencialidade;
• Aperfeiçoamento contínuo;
• Desenvolvimento participativo;
• Transparência em suas ações;
• Respeito individual e coletivo;
• Sustentabilidade como fator de crescimento.

4. CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSONAL
Ética
Em grego significa Ethos (costume, comportamento, caráter, modo de ser, hábito, forma de vida). Es-
tudo do que é bom ou mau, correto ou incorreto, justo ou injusto, adequado ou inadequado.
Ética – Somos pessoas e não coisas / somos sujeitos e não objetos – Importância: Normas que 
limitem  e  controlem  o  risco  permanente  de  violência Trabalho  ético – sua  pro-
dução  traz  benefícios  para  a  pessoa,  a  humanidade,  o  planeta Ética  Profissional  =  Conjun-
to de princípios a serem observados no exercício profissional.
Ao assumir uma profissão – assume uma responsabilidade com esta prática.
Perguntas: Deveres ao assumir tal tarefa, como está cumprindo as responsabilidades, o que es-
peram de você nesta atividade, o que deve ser feito (mesmos sem estar sendo vigiado), estou sen-
do um bom profissional, estou agindo adequadamente/corretamente.
Você já ouvir algum tipo de reportagem como estas?
― Menina morre após receber vaselina na veia... (05/12/2010)
― Menina  de  1  ano  teve  dedo  amputado  por  acidente  em  hospital  público  na  Bahia...
(31/01/2011)  “O  bebê  estava  internado  no  Hospital  do  Mandaqui  devido  a  uma  crise decor-
rente  de  uma  anemia.  O  acidente  aconteceu  quando  uma  auxiliar  de  enfermagem retira-
va  a  bandagem  colocada  para  imobilizar  a  mão  da  criança,  que  recebia  medicação intravenosa.”
A  ética  trata  do  comportamento  do  homem,  da  relação  entre  sua  vontade  e  a obrigação  de  se-
guir uma norma, do que é o bem e de onde vem o mal, do que é certo e errado, da liberdade e da ne-
cessidade de respeitar o próximo.
A ética revela que nossas ações tem efeitos sobre a sociedade ecada homem deve ser livre e 
responsável por suas atitudes.E quea justiça é a principal das virtudes, osnossos valores têm uma ori-
gem  histórica,cada  moral  é  filha  do  seu  tempo  e aindadevemos  adequar  nossas  vonta-
des às obrigações sociais.

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Fundamentos de Enfermagem
Base Legal para o exercício profissional
• Constituição Federal – 1988;
• Lei 7.498 de 25.06.1986;
• Decreto 94.406 de 08.06.1987;
• Lei 10.241 de 17.03.1999;
• Código de Ética da Enfermagem;
• Código de Defesa do Consumidor;
• Código Penal.

Ética Profissional
É  um  conjunto  de  normas  de  conduta  que  deverão  ser  postas  em  prática  no exer-
cício de qualquer profissão.
Estuda  o  relacionamento  do  profissional  com  sua  clientela,  visando  à  dignidade humana  e  a 
construção do bem-estar no contexto sócio-cultural onde exerce sua profissão.

Código de Ética da Enfermagem
A  resolução  COFEN  (Conselho  Federal  de  Enfermagem)  –  240/2000  aprova  o Códi-
go  de  Ética  dos  profissionais  de  Enfermagem,  dentro  deste  código  existem: Princípios  Fundamen-
tais; Direitos; Deveres; Responsabilidades; Proibições; Infrações;
Penalidades e Aplicação de Penalidades.

O Novo código de ética
Resolução COFEN 311/2007 de 12/Maio de 2007;

Princípios fundamentais
A  enfermagem  é  uma  profissão  comprometida  com  a  saúde  e  a  qualidade  de  vida da  pes-
soa, família e coletividade.
O  profissional  de  enfermagem  atua  na  promoção,  prevenção,  recuperação  e reabili-
tação da saúde, com autonomia e em consonância com os preceitos éticos e legais.
O  profissional  de  enfermagem  participa,  como  integrante  da  equipe  de  saúde,  das
ações que visem satisfazer as necessidades de saúde da população e da defesa dos princípios das políti-
cas públicas de saúde e ambientais, que garantam a universalidade de acesso aos serviços de saúde, in-
tegralidade  da  assistência,  resolutividade,  preservação da autonomia das pessoas, participação da
comunidade, hierarquização e descentralização político-administrativa dos serviços de saúde.
O  profissional  de  enfermagem  respeita  a  vida,  a  dignidade  e  os  direitos  humanos, em  to-
das as suas dimensões. O profissional de enfermagem exerce suas atividades com competência para a pro-
moção do ser humano na sua integralidade, de acordo com os princípios da ética e da bioética.

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Fundamentos de Enfermagem
Seções:
• Das relações profissionais;
• Das relações com a pessoa, família e coletividade;
• Das relações com os trabalhadores de enfermagem, saúde e outros;
• Das relações com as organizações da categoria;
• Das relações com as organizações empregadoras;
• Do sigilo profissional;
• Do ensino, da pesquisa e da produção técnico-científica;
• Da publicidade.

Direitos:
Art. 14 – Atualizar seus conhecimentos técnicos, científicos e culturais.
Art.  15  –  Apoiar  as  iniciativas  que  visem  ao  aprimoramento  profissional,  cultural  e  a defe-
sa dos legítimos interesses de classe.

Responsabilidades
Art. 16 – Assegurar ao cliente uma assistência de Enfermagem livre de danos decorrentes de im-
perícia, negligência ou imprudência.
Art.  18  –  Manter-se  atualizado  ampliando  seus  conhecimentos  técnicos,  científicos  e cul-
turais, em benefício da clientela, coletividade e do desenvolvimento da profissão.

Deveres
Art. 23 – Prestar assistência de Enfermagem à clientela, sem discriminação de qualquer natureza.
Art. 28 – Respeitar o natural pudor; a privacidade e a intimidade do cliente.
Art. 33 – Proteger o cliente contra danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudên-
cia por parte de qualquer membro da equipe de saúde.

Proibições
Art.  8º – Promover  e  ser  conivente  com  a  injúria,  calúnia  e  difamação  de  membro  da equi-
pe de enfermagem, equipe de saúde e de trabalhadores de outras áreas, de organizações da catego-
ria ou instituições.
Art. 26 – Negar assistência de enfermagem em qualquer situação que se caracterize como urgên-
cia ou emergência.
Art.  27 – Executar  ou  participar  da  assistência  à  saúde  sem  o  consentimento  da  pessoa
ou de seu representante legal, exceto em iminente risco de morte.

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Fundamentos de Enfermagem
Penalidades
Art.  85  –  As  penalidades  a  serem  impostas  pelos  COFEN  e  COREN,  conforme  determina
o Art. 18, da Lei 5905, de 12/07/1973, são as seguintes:
I – Advertência verbal.
II – Multa.
III – Censura.
IV – Suspensão do exercício profissional.
V – Cassação do direito ao exercício profissional.
Ao nos capacitarmos e habilitarmos na profissão de enfermagem, vinculada a área da saúde; com-
preendendo  a  profilaxia;  a  assistência  tanto  curativa,  como  paliativa; reabilitação;  pesquisa  e  edu-
cação continuada. Assumimos uma responsabilidade que é a vida humana.
O nosso objeto de trabalho é a vida humana, e somos prestadores de serviço tendo como foco o 
cliente, usuário/paciente, bem como, a família e as relações de trabalho. Onde temos: direitos, de-
veres, relações multidisciplinares, responsabilidades, proibições e, punições quando necessárias.

Conceituando Responsabilidade
O  Aurélio  define  responsabilidade  como  qualidade  ou  condição  de  responsável,  ou seja, 
responder pelos próprios atos ou de outrem. Na linguagem jurídica, existe a ideia de violação de di-
reito o que obriga ao dever de reparação.
O código de ética de enfermagem define infração ética como a ― ação, omissão ou conivên-
cia que implique em desobediência e/ou inobservância às ações desse Código‖ no art. 113. E esta-
belece que ― responde pela infração quem a cometer ou concorrer para a sua prática, ou dela obti-
ver benefício, quando cometida por outrem‖ no art. 115. Sendo:
•  Responsabilidade Profissional: Atuar conforme o código de ética profissional determina;
Estar atualizado na sua área de ação; Garantir ao sujeito de pesquisa o melhor diagnósti-
co, profilaxia ou tratamento comprovados;
• Imperícia:  Falta  de  prática  ou  ausência  de  conhecimentos  que  se  mostram  necessários
para o exercício de uma profissão ou de qualquer uma arte; ignorância, inexperiência ou
inabilidade acerca da matéria que deveria ser conhecida, para que se leve a bom termo
ou se execute com eficiência o encargo ou serviço, que foi confiado a alguém.Ex. A práti-
ca do auxílio cirúrgico;
• Imprudência: Derivado do latim imprudentia (falta de atenção, imprevidência, descuido),
tem sua significação integrada na imprevisão; falta de prudência; forma de culpa, que con-
siste na falta involuntária de observância de medidas de precaução e segurança, de conse-
quências previsíveis, que se faziam necessárias no momento, para evitar um mal ou da lei.
Ex: Não realizar diluição correta de medicação;

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Fundamentos de Enfermagem
• Negligência:Falta  de  cuidado;  falta  de  apuro;  de  atenção;  desleixo,  desmazelo;  falta  de
interesse, de motivação; indiferença, preguiça; inobservância e descuido na execução de
ato; indiferença, inércia. Ex: Não realizar a mudança de decúbito.

Agravante:Tornar  o  ato  mais  grave.  Aumentar  a  gravidade  do ato  praticado.  (Art. 123).
Ex: Com medo de punição o profissional não comunica o erro que cometeu.
• Atenuante:  É  aplicada  na  terminologia  da  lei  penal,  para  significar  a  diminuição  da  pena
que, assim, será imposta ao infrator ou criminoso, em virtude de certas circunstâncias que
vêm,  legalmente  enfraquecer  a  severidade  da  punição.  (Art.  122).Ex:  Profissional  que
comete  um  erro  se  apercebe  do  mesmo  e  comunica  imediatamente,  podendo  evitar
maiores danos ou sequelas ao paciente.

Capítulo V- Das infrações e penalidades
Art. 112 – A caracterização das infrações éticas e disciplinares e a aplicação das respectivas pe-
nalidades regem-se por este Código, sem prejuízo das sanções previstas em outros dispositivos legais.
Art. 113 – Considera-se infração ética a ação, omissão ou conivência que implique em desobe-
diência e/ou inobservância às disposições do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem.
Art.  114 – Considera-se  infração  disciplinar  a  inobservância  das  normas  dos  Conselhos
Federal e Regional de Enfermagem.
Art. 115 – Responde pela infração quem a cometer ou concorrer para a sua prática, ou dela ob-
tiver benefício, quando cometida por outrem.
Art.  116 – A  gravidade  da  infração  é  caracterizada  por  meio  da  análise  dos  fatos  do  dano  e
de suas consequências.
Art.  117 – A  infração  é  apurada  em  processo  instaurado  e  conduzido  nos  termos  do Códi-
go de Processo Ético das Autarquias Profissionais de Enfermagem.
Art. 118 – As penalidades a serem impostas pelos Conselhos Federal e Regional de Enferma-
gem, conforme o que determina o art. 18, da Lei n° 5.905, de 12 de julho de 1973, são as seguintes:
I – Advertência verbal;
II – Multa;
III – Censura;
IV – Suspensão do exercício profissional;
V – Cassação do direito ao exercício profissional.
§  1º – A  advertência  verbal  consiste  na  admoestação  ao  infrator,  de  forma  reservada,  que
será registrada no prontuário do mesmo, na presença de duas testemunhas.
§  2º – A  multa  consiste  na  obrigatoriedade  de  pagamento  de  01  (uma)  a  10  (dez)  vezes  o
valor da anuidade da categoria profissional à qual pertence o infrator, em vigor no ato do pagamento.

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Fundamentos de Enfermagem
§ 3º – A censura consiste em repreensão que será divulgada nas publicações oficiais dos Conselhos 
Federal e Regional de Enfermagem e em jornais de grande circulação.
§  4º – A  suspensão  consiste  na  proibição  do  exercício  profissional  da  enfermagem  por  um perío-
do não superior a 29 (vinte e nove) dias e será divulgada nas publicações oficiais dos Conselhos Federal e Re-
gional de Enfermagem, jornais de grande circulação e comunicada aos órgãos empregadores.
§  5º – A  cassação  consiste  na  perda  do  direito  ao  exercício  da  enfermagem  e  será divulga-
da nas publicações dos Conselhos Federal e Regional de Enfermagem e em jornais de grande circu-
lação.
Art.119 – As  penalidades,  referentes  à  advertência  verbal,  multa,  censura  e  sus-
pensão  do exercício  profissional,  são  da  alçada  do  Conselho  Regional  de  Enfermagem,  serão
registradas  no  prontuário  do  profissional  de  enfermagem;  a  pena  de  cassação  do  direito
ao exercício profissional é de competência do Conselho Federal de Enfermagem, conforme o dispos-
to no art. 18, parágrafo primeiro, da Lei n° 5.905/73.
Parágrafo único – Na situação em que o processo tiver origem no Conselho Federal de Enferma-
gem, terá como instância superior a Assembleia dos Delegados Regionais.
Art. 120 – Para a graduação da penalidade e respectiva imposição consideram-se:
I – A maior ou menor gravidade da infração;
II – As circunstâncias agravantes e atenuantes da infração;
III – O dano causado e suas consequências;
IV – Os antecedentes do infrator.
Art.  121 – As  infrações  serão  consideradas  leves,  graves  ou  gravíssimas,  segundo  a nature-
za do ato e a circunstância de cada caso.
§  1º – São  consideradas  infrações  leves  as  que  ofendam  a  integridade  física,  mental  ou
moral  de  qualquer  pessoa,  sem  causar  debilidade  ou  aquelas  que  venham  a  difamar organi-
zações da categoria ou instituições.
§  2º – São  consideradas  infrações  graves  as  que  provoquem  perigo  de  vida,  debilidade tem-
porária de membro, sentido ou função em qualquer pessoa ou as que causem danos patrimoniais ou fi-
nanceiros.
§  3º – São  consideradas  infrações  gravíssimas  as  que  provoquem  morte,  deformidade
permanente,  perda  ou  inutilização  de  membro,  sentido,  função  ou  ainda,  dano  moral irre-
mediável em qualquer pessoa.
Art. 122 – São consideradas circunstâncias atenuantes:
I – Ter o infrator procurado, logo após a infração, por sua espontânea vontade e com eficiên-
cia, evitar ou minorar as consequências do seu ato;
II – Ter bons antecedentes profissionais;
III – Realizar atos sob coação e/ou intimidação;

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Fundamentos de Enfermagem
IV – Realizar ato sob emprego real de força física;
V – Ter confessado espontaneamente a autoria da infração.
Art. 123 – São consideradas circunstâncias agravantes: I – Ser reincidente;
II – Causar danos irreparáveis;
III – Cometer infração dolosamente;
IV – Cometer a infração por motivo fútil ou torpe;
V – Facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou a vantagem de outra in-
fração;
VI – Aproveitar-se da fragilidade da vítima;
VII – Cometer  a  infração  com  abuso  de  autoridade  ou  violação  do  dever  inerente  ao car-
go ou função;
VIII – Ter maus antecedentes profissionais.

Capítulo VII – das disposições gerais
Art. 130 – Os casos omissos serão resolvidos pelo Conselho Federal de Enfermagem.
Art. 131- Este Código poderá ser alterado pelo Conselho Federal de Enfermagem, por iniciati-
va própria ou mediante proposta de Conselhos Regionais.
Parágrafo único – A alteração referida deve ser precedida de ampla discussão com a catego-
ria, coordenada pelos Conselhos Regionais.
Art. 132 – O presente Código entrará em vigor 90 dias após sua publicação, revogadas as dis-
posições em contrário.

5 PRIMEIROS SOCORROS – INTRODUÇÃO
Definição
Cuidados  imediatos  que  devem  ser  prestados  rapidamente  a  uma  pessoa,  vítima de  aci-
dentes ou de mal súbito, cujo estado físico põe em perigo a sua vida, com o fim de manter as funções vi-
tais  e  evitar  o  agravamento  de  suas  condições,  aplicando  medidas  e procedimentos  até  a  chega-
da de assistência qualificada.

O socorrista
A  prestação  dos  primeiros  socorros  depende  de  conhecimentos  básicos,  teóricos  e práti-
cos por parte de quem os está aplicando.

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Fundamentos de Enfermagem
O restabelecimento da vítima de um acidente, seja qual for sua natureza, dependerá muito do prepa-
ro psicológico e técnico da pessoa que prestar o atendimento. O socorrista deve agir com bom sen-
so, tolerância e calma.
O primeiro atendimento mal sucedido pode levar vítimas de acidentes a sequelas irreversíveis.
Pessoa treinada com serenidade, compreensão e confiança, deve manter a calma e o próprio con-
trole e também o controle de outras pessoas é igualmente importante.
Ações  valem  mais  que  as  palavras,  portanto,  muitas  vezes  o  ato  de  informar  ao aciden-
tado  sobre  seu  estado,  sua  evolução  ou  mesmo  sobre  a  situação  em  que  se encontra  deve  ser 
avaliado com ponderação para não causar ansiedade ou medo desnecessários. O tom de voz tranqui-
lo e confortante dará à vítima sensação de confiança na pessoa que o está socorrendo.
Para ser um socorrista é necessário ser um bom samaritano, isto é, aquele que presta socorro 
voluntariamente, por amor ao seu semelhante. Para tanto é necessário três coisas básicas, mãos para ma-
nipular  a  vítima,  boca  para  acalmá-lá,  animá-lá  e  solicitar socorro,  e  finalmente  coração  para 
prestar socorro sem querer receber nada em troca.

Funções do Socorrista
1. Contatar o serviço de atendimento emergencial (SAMU);
2.  Fazer  o  que  deve  ser  feito  no  momento  certo,  afim  de:  Salvar  uma  vida;  Prevenir  danos
maiores;
3. Manter o acidentado vivo até a chegada deste atendimento;
4. Manter a calma e a serenidade frente a situação inspirando confiança;.
5. Aplicar calmamente os procedimentos de primeiros socorros ao acidentado;
6. Impedir  que  testemunhas  removam  ou  manuseiem  o  acidentado,  afastando-as  do  local
do  acidente,  evitando  assim  causar  o  chamado  “segundo  trauma”,  isto  é,  não  ocasionar
outras lesões ou agravar as já existentes.
7. Ser o elo das informações para o serviço de atendimento emergencial.
8. Agir  somente  até  o  ponto  de  seu  conhecimento  e  técnica  de  atendimento.  Saber  avaliar
seus limites físicos e de conhecimento. Não tentar transportar um acidentado ou medicá- lo.
O  profissional  não  médico  deverá  ter  como  princípio  fundamental  de  sua  ação  a importân-
cia da primeira e correta abordagem ao acidentado, lembrando que o objetivo é atendê-lo e man-
tê-lo com vida até a chegada de socorro especializado, ou até a sua remoção para atendimento usan-
do o equipamentos de proteção individual: Luvas; Máscara; Óculos;

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Fundamentos de Enfermagem
Cena segura = socorrista protegido

Disponível em: salvamentosespeciais.blogspot.com/. Acesso em jan 2016.

Etapas dos Primeiros Socorros
A execução dos primeiros socorros podem ser efeutados em etapas, até mesmo para melhorar
a organização no atendimento e assim obter resultados mais eficientes;
• Análise da área do acidente;
• Proteção da vítima;
• Avaliação inicial e exame da vítima.
• Ao chegar no local onde aconteceu um acidente, ou onde está um acidentado, é importante
assumir o total controle da situação e dar inicio a uma avaliação da ocorrência de maneira
rápida e segura.
É de suma importância que o socorrista obtenha o máximo de informações possíveis  sobre
o ocorrido para saber qual a melhor forma de proceder diante da situação.
1.  Avaliação da área do acidente
Todo acidente por si só acaba gerando pânico nas pessoas, por isso é fundamental que o
socorrista evite o pânico e tenha o controle da situação, obtendo ajuda de outras pessoas
quando necessário, dando ordens objetivas e diretas, de maneira clara e concisa e man-
tendo os curiosos a uma distância segura da vítima, para evitar tumultos e também para
obter um espaço melhor para trabalhar. Nesses casos também é importante que o socor-
rista apresente ações rápidas e precisas, tendo sempre o cuidado de avaliar se existe algum
perigo para o acidentado ou mesmo para quem estiver prestando o socorro.

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Fundamentos de Enfermagem
2.  Proteção da Vítima
No momento da prestação do socorro dois fatores são primordiais para que o atendimento
seja realizado de maneira adequada. Esses fatores são a proteção da vítima e também do
socorrista.
Nessa etapa da prestação dos primeiros socorros, a pessoa que estiver prestando o atendi-
mento deve inicialmente afastar os curiosos para evitar possiveis interferências de terceiros
durante o atendimento ao acidentado. Procure avaliar se está utilizando todos o equipa-
mento de proteção necessário para a realização do atendimento, pois dessa forma você
estará assegurando que a sua saúde e bem-estar serão preservados. Em seguida analise o
ambiente para ver se existem perigos para o acidentado tais como: presença de fios elé-
tricos soltos ou mesmo desencapados, tráfego de veículos, fogo, andaimes, etc. caso haja
algum desses elementos é preciso que providencie a remoção deles o quanto antes do local
onde o acidentado se encontra para evitar o agravamento do quadro clínico da pessoa que
se acidentou.
  3.  Avaliação inicial da Vítima
É importante que o acidentado seja avaliado na posição em que se encontra e só deve ser
retirado dessa posição de forma segura, utilizando os equipamentos necessários de modo
a evitar o aumento de traumas e os riscos decorrentes do acidente. Quando o acidentado
estiver acordado e consciente procure mante-lo calmo para que se mexa o mínimo possivel
até o momento de sua adequada remoção. Agora se o acidentado estiver inconsciente,
procure lateralizar a sua cabeça antes mesmo de dar inicio ao processo de avaliação do
seu estado geral. Nesse momento é importante que o acidentado se mantenha calmo, e o
socorrista deve mostrar que está com o controle da situação para que o acidentado fique
mais tranquilo e assim nao agreve o seu estado geral.
  É  através  desta  avaliação  que  vamos  identificar  as  condições  da  vítima  e  poder  eliminar
ou minimizar os fatores causadores de risco de vida. É dividida em primária e secundária.

a)  Avaliação Primária
A avaliação primária deve ser cuidadosa e respeitar uma rotina, como podemos ver abaixo:
1. Circulação/ hemorragias; 2.Respiração e manutenção da coluna cervical; 3. Avaliação neu-
rológica

1- Verifique os batimentos cardíacos;
2- Verifique a inconsciência;
3- Abra as vias aéreas respiratórias;
4- Aplicar colar cervical (inconsciente).
5- Verifique a respiração;
Verificar  se  a  vítima  está  consciente  ou  inconsciente,  caso  as  vítima  esteja  consciente deve-
se recorrer a avaliação do grau de lucidez/obnubilação/ desorientação espacial e temporal.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Fundamentos de Enfermagem

Quando estiver consciente inciar a avaliação do grau de consciência contendo os seguintes as-
pectos:  abanar  de  forma  leve  a  vítima,  ao  nível  dos  ombros,  conversar  com  a vítima,  fazen-
do-lhe perguntas, tais como: ―Está a ouvir-me? Está a sentir-se bem? Sabe onde está? Como se cha-
ma? Que dia é hoje? Que horas são?.

ALTERAÇÃO DE A-B-C PARA C-A-B
A sequência para atendimento recomendada para um socorrista que atua sozinho foi modifica-
da. A recomendação é que ele inicie as compressões torácicas antes da ventilação de resgate. A anti-
ga sequência A-B-C (Vias Aéreas – Boa ventilação - Compressão Torácica) agora é C-A-B.
A vasta maioria das PCRs ocorre em adultos, e as taxas mais altas de sobrevivência à PCR en-
volvem pacientes de todas as faixas etárias cuja parada foi presenciada por outras pessoas, com rit-
mo  inicial  de  fibrilação  ventricular  (FV)  ou  taquicardia  ventricular (TV)  sem  pulso.  Nesses  pacien-
tes, os elementos iniciais críticos de SBV são compressões torácicas e a desfibrilação precoce.
Na  sequência  A-B-C,  as  compressões  torácicas,  muitas  vezes,  são  retardadas  enquanto  o so-
corrista  abre  a  via  aérea  para  aplicar  respiração  boca  a  boca,  recupera  um  dispositivo de  barrei-
ra ou reúne e monta o equipamento de ventilação.
Com  a  alteração  da  sequência  para  C-A-B,  as  compressões  torácicas  serão  iniciadas
mais cedo e o atraso na ventilação será mínimo. Logo, a respiração é rapidamente verificada como par-
te da verificação da PCR. Após a primeira série de compressões torácicas, a via aérea é aberta e o so-
corrista aplica 2 ventilações.

b) Avaliação Secundária
Somente  após  completar  todos  os  passos  da  avaliação  primária  é  que  se  parte  para  a se-
cundária, onde deve-se fazer a inspeção da cabeça aos pés, de forma a observar a presença de alter-
ações como fraturas; objetos encravados; deslocamento de articulações, entre outros.
E prossiga: - Proceda o exame da cabeça aos pés;
• Questione a vítima (se possível);
• Questione as testemunhas (se houver).
Nesta fase da avaliação o socorrista deve ver os movimentos do tórax e abdômen, ouvir se a víti-
ma inspira e expira e sentir o ar expirado da vítima, aproximando a sua face ao nariz e boca da vítima.
Se  a  vítima  ventilar  deve  ser  avaliada  a  frequência  (nº  de  ciclos  ventilatórios/min.),  a ampli-
tude (superficial ou profunda) e ritmo (regular ou irregular).

Sinais Vitais
Refletem o estado atual dos sistemas respiratório e circulatório.

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Respiração
A  respiração,  na  prática,  é  o  conjunto  de  2  movimentos  normais  dos  pulmões  e  músculos
do peito:
1 – inspiração (entrada de ar pela boca/nariz);
2 – expiração (saída de ar, pelas mesmas vias respiratórias).
Nota-se  a  respiração  pelo  arfar  (movimento  de  sobe  e  desce  do  peito)  ritmado  do in-
divíduo. Os valore da respiração normal são 12 – 20 = normal, e alterada <10 >28 = séria emergên-
cia/ Bradpnéia / Taquipnéia.

Pulso
O  que  se  chama  comumente  de  “pulso”  está  associado  às  pulsações  ou  as  batidas  do
coração, impulsionando o sangue pelas artérias, e que podem ser sentidas ao posicionarmos as pon-
tas dos dedos em locais estratégicos do corpo.As pulsações devem ser contadas durante 30 segun-
dos, e o resultado multiplicado por 2, para se determinar o número de batidas por minuto. Ou, con-
tam-se os batimentos durante 15 segundos e multiplica-se por 4.
Como  regra  geral,  sempre  que  os  batimentos  cardíacos  forem  menores  que  50  ou
maiores que 120 por minuto, algo seriamente errado está acontecendo com o paciente.

Temperatura
A  temperatura  corporal  é  medida  em  termômetros  (de  mercúrio  ou  digitais)  colocados, du-
rante  alguns  minutos,  com  a  extremidade  que  contem  o  bulbo  (;;;;;;;;no  primeiro  caso) nas  axi-
las ou na boca do paciente.
A temperatura corporal normal é 36,8oC. A partir de 37,8oC já se configura a febre.
Normalmente, as temperaturas elevadas, indicam algum tipo de infecção no organismo.

Avaliação e Exame do Estado Geral do acidentado
O processo de avaliação da pessoa acidentada deve ser feita de forma imediata e simultânea
a avaliação do acidente e também da proteção do acidentado. Ao realizar o exame no acidentado o
socorrista deve ser rápido sistemático em suas ações e também precisa observar as seguintes priori-
dades: - Estado de consciência da vítima: É preciso fazer perguntas lógicas para o acidentado como
nome, idade, etc, para avaliar as respostas dadas pelo mesmo e assim verificar o nivel de consciencia
apresentada pelo acidentado;
• Respiração: Avaliar a movimentação torácica e abdominal do acidentado para avaliar se há
alguma obstrução nas vias respiratórias do mesmo;
• Hemorragia:  avaliar  o nível,  a qualidade e o volume sanguíneo  que  o acidentado Perde,
assim como também verificar se o sangue é do tipo arterial ou venoso;
• Análise e Exame do Estado Geral do acidentado - Pupilas: observar o estado de dilatação e si-
metria pupilar, ou seja, verifique se há igualdade e presença de resposta das pupilas a estimu-

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Fundamentos de Enfermagem
los de luz. - Temperatura corporal: observação e sensação de tato na região da face e ex-
tremidades.
Antes de mais nada é importante se ter uma idéia bem definida sobre o que se vai fazer para ex-
por o mínimo possivel o acidentado, observando sempre se existem ferimentos e tomando o cuidado
devido para não movimenta-lo de maneira excessiva.
Caso o acidentado esteja consciente, procure saber dele se existem áreas dolorosas pelo corpo
e também como está a sua mobilidade. Peça para que ele diga aonde está doendo e também procure
pedir para ele movimentar as mãos, os braços, as pernas, etc. Nesse ultimo caso somente faça essa
solicitação caso você nao tenha observado nenhum problema mais sério nessas áreas e que ao movi-
menta-las não exista o risco do acidentado vir a agravar o seu estado de saúde.

Cabeça e Pescoço
Durante o atendimento verifique sempre o estado de consciência e a respiração da vítima e
também procure apalpar cuidadosamente a região do crânio do acidentado a procura de possiveis
fraturas, depressão óssea ou hemorragia. Proceda da mesma maneira na região do pescoço, procu-
rando avaliar o pulso na artéria de maior calibre, que nesse caso é a artéria carótida. Observe o ritmo
a frequência e a amplitude do pulso, utilizando para isso a ponta dos dedos indicador e médio. Vale
lembrar que o polegar nao deve ser usado para medir a pulsação tendo em vista que o mesmo apre-
senta pulsação própria e isso pode acabar interferindo no resultado final d avaliação.
Em seguida também usando os dedos, avalie a coluna cervical desde a sua base situada no crâ-
nio até a região dos ombros, em busca de alguma irregularidade.
Verifique se o acidentado relata dor nessa região e se possivel peça para que ele movimente de
forma lenta o pescoço para avaliar a sua mobilidade. Caso o acidentado relate dor ao movimentar o
pescoço, peça que ele pare imediatamente o movimento. Procure se informar sobre a natureza do ac-
idente,  a sensibilidade e também a capacidade de movimentação dos membros para confirmar uma
possivel suspeita de fratura na coluna cervical.

Coluna Dorsal
Na coluna dorsal, avalie a espinah do acidentado correndo a mão pela mesma, indo desde a
nuca até o sacro. Caso haja dor nessa região é possivel que o acidentado esteja com alguma lesão na
coluna dorsal e por isso todo cuidado é necessário nesse caso.

Tórax e Membros
Verifique se existe lesão na região do tórax. Peça para o acidentado inspirar e expirar e observe
se o mesmo relata sentir dor quando faz esses movimentos respiratórios. Solicite ao acidentado que
movimente seus braços de forma lenta e avalie a existência de dor ou mesmo alguma incapacidade
funcional nesses membros.
Identificar o local da dor e buscar por deformação, marcas e edema.
Avaliar a presença de dor na região abdominal e procurar todo tipo de ferimento, mesmo aque-
les que se mostram pequenos e insignificantes.

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Fundamentos de Enfermagem
Apertar ambos os lados da bacia de forma cuidadosa para ver se há alguma lesao nessa área.
Solicitar ao acidentado que mova as pernas e observe se ele relata dor ou apresenta incapaci-
dade funcional nessa região do corpo.
Impeça que a vítima de choque elétrico ou trauma violento tente se levantar na certeza de que
nada sofreu. É importante que essa vítima se mantenha imóvel para que seja examinada da forma
correta e assim evite o agravo ou então o surgimento de novas lesões.  

Exame do acidentado Inconsciente
Quando o acidentado se encontra inconsciente a situação é um pouco mais grave, tendo em
vista que a pessoa que está prestando o atendimento não poderá ter muitas informações sobre o
acidente ou sobre o estado da vítima, sem contar que ainda podem surgir complicações em função do
estado de inconsciência apresentado pelo acidentado.
Nesses casos o primiero cuidado consiste em manter as vias aéreas desobstruidas promovendo
a extensão da cabeça ou então mantendo a mesma em posição lateralizada para que o acidentado
não aspire vômito caso isso aconteça.
Os cuidados iniciais a serem adotados são os mesmos tanto para acidentado consciente quan-
to para o que se encontra inconsciente. A diferença é que nesse ultimo caso, os cuidados devem ser
redobrados, tendo em vista que os parâmetros de força, capacidade funcional e estímulos dolorosos
não poderão ser avaliados.
Alguns elementos devem ser priorizados em qualquer atendimento visando assegurar o mínimo
de agravo a saúde do acidentado. São eles:
• Ausência de respiração;
• Falta de circulação (pulso ausente);
• Hemorragia em excesso;
• Ausência dos sentidos (ausência de consciência);
• Envenenamento.

Considerações Gerais
O fluxo constante de oxigênio no interior dos pulmões é um requisito fundamental para a ma-
nutenção da vida humana.
O oxigênio é distribuido pelo corpo através do sangue que é impulsionado pelo coração.
  Alguns  órgãos  conseguem sobreviver na aausência de oxigênio por um tempo específico, já
outros podem ser gravemente afetados pela falta do oxigênio.
É importante que algumas modificações ou então alguns quadros clínicos que levem a essa
alteração, sejam priorizados quando se presta atendimento a um acidentado vítima de mal súbito. Os
principais fatores que causam o mal súbito são:

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Fundamentos de Enfermagem
• Obstrução das vias aéreas superiores;
• Parada cárdio-respiratória;
• Hemorragia de grandes volumes;
• Estado de choque (pressão arterial, etc);
• Comas (perda da consciência);
• Convulsões (agitações psicomotoras);
• Envenenamento (intoxicações exógenas);
• Diabetes mellitus (comas hiper e hipoglicêmicos);
• Infarto do miocárdio; e Queimaduras em grandes áreas do corpo.
É necessário ter sempre a disposição os contatos de telefones e os endereços de hospitais e
também  de  centros  de  atendimento  emergêncial, socorro  especializado  para  emergências cardía-
cas, plantão da Comissão Nacional de Energia Nuclear, locais de aplicação de soros antiveneno de co-
bra e de outros animais peçonhentos e centro de informações tóxico-farmacológicas.
Qualquer ferimento ou doença súbita pode dar origem a uma mudança significativa no ritmo de
vida do acidentado pois essas situações acabam colocando o acidentado em uma condição para a qual
nao está preparado e que foge totalmente do seu controle.
Por isso é de extrema importância que você procure atuar de maneira hábil e tranquila, de modo
que o acidentado sinta que está sendo bem cuidado e dessa forma não haverá motivos para que ele
entre em pânico.
No caso de óbito serão necessárias testemunhas do ocorrido.  Durante o atendimento procure
identificar pessoas que possam se encarregar de desviar o trânsito ou mesmo construir uma proteção
provisória de modo a afastar ao máximo qualquer possibilidade de agravo a condição clínica do
acidentado. Uma boa dica para isso consiste em delegar tarefas como por exemplo: ligar para o aten-
dimento emergêncial, buscar material apra auxilair no atendimento como gaze e talas por exemplo,
informar a polícia caso seja necessário, etc.
Se a lesão sofrida pelo acidentado for decorrente de um choque violento, presume-se que exista
lesão interna.
As  vítimas  de  trauma precisam ser atendidas por meio da utilização de técnicas específicas,
pois qualquer movimentação errada pode comprometer seriamente o estado geral do acidentado As
pessoas que sofrerem acidentes e ficarem presas as ferragens só devem ser removidas pela equipe de
atendimento emergêncial.
Procure não oferecer nada para o acidentado comer ou beber e caso ele relate sentir sede ape-
nas molhe sua boca com gaze ou algodão umidecido.
É importante manter o acidentado coberto para manter sua temperatura corporal estável. Nos
locais onde não existe o serviço de ambulância, o acidentado só poderá ser liberado após ser avaliado,
estabilizado e imobilizado de forma adequada. Procure evitar movimentos desnecessários e só re-

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Fundamentos de Enfermagem
mova o acidentado do seu local de origem se esta área oferece algum risco tanto para o acidentado
quanto para o socorrista. Ex: risco de explosão, estrada perigosa, etc.
A pessoa que estás endo responsável pela prestação dos primeiros socorros deve seguir um
planod e ação baseado no P.A.S., que significa Prevenir, Alertar e Socorrer. Essas três ações é que
norteiam todas as medidas técnicas e práticas de primeiros socorros.

Transporte de Acidentados
O transporte de acidentados corresponde a um fator determinante da boa prestação de primei-
ros socorros, tendo em vista que um transporte mal executado e sem a aplicação da técnica correta
pode causar danos graves, muitas vezes irreversíveis, à integridade física do acidentado.
Dependendo do tipo de situação, o acidentado pode ser transportado de diversas maneiras.
Cada técnica de transporte necessita de uma habilidade específica para ser realizada. Geralmente o
transporte é realizado por mais de uma pessoa e para que ele seja bem executado é preciso adotar:
• Princípios de segurança para proteger a integridade do acidentado;
• Conhecimento  das  técnicas  para  o  transporte  do  acidentado  consciente,  que  não pode 
deambular;
• Transporte do acidentado inconsciente;
• Cuidados com o tipo de lesão que o acidentado apresenta;
• Técnicas e materiais para cada tipo de transporte.
Na maioria dos casos o transporte deverá ser realizado com a ajuda de uma, duas ou mais pes-
soas, e nesses casos a técnica correta também varia conforme a quantidade de pessoas que executam
o transporte.
O transporte de acidentados é um tema que gera polêmicas. Por isso é importante que haja
comunicação e troca de informações entre pessoas que apresentam experiências, para que estas pos-
sam ser transformadas em exemplos úteis. De fato esse assunto se trata de algo proficiente onde esta
depende quase que exclusivamente de prática e habilidade física.
Antes mesmo de dar inicio a quaquer ação de remoção e transporte de acidentados procure
assegurar-se da manutenção referente a respiração e batimentos cardíacos, assim como também as
hemorragias devem ser controladas e as lesões de carater traumato-ortopédicas devem ser imobiliza-
das da forma correta. O estado de choque deverá ser prevenido.
O  acidentado  de  fratura  da  coluna  cervical  só  pode  ser  transportado,  sem  orientação médi-
ca ou de pessoal especializado, nos casos de extrema urgência ou iminência de perigo para o aciden-
tado e para quem estiver socorrendo-o.
Enquanto se organiza o transporte de um acidentado, é importante acalmá-lo, principalmente
procurando demonstrar tranquilidade diante da situação. É preciso estar sereno para que o acidenta-
do consiga controlar suas próprias sensações de temor ou pânico.
É indicado o transporte de pessoas nos seguintes casos:
Vítima inconsciente.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Fundamentos de Enfermagem
• Estado de choque instalado.
• Grande queimado.
• Hemorragia abundante. Choque.
• Envenenado, mesmo consciente.
• Picado por animal peçonhento.
• Acidentado com fratura de membros inferiores, bacia ou coluna vertebral.
• Acidentados com luxação ou entorse nas articulações dos membros inferiores.
Será a circunstância do local onde ocorreu o acidente, o tipo de acidente, a gravidade da lesão
bem como os voluntários que estiverem disponiveis no local, que determinarão como o transporte
será executado e quantas pessoas serão necessárias para tal atividade.
Nos casos de acidentado inconsciente, o ideal é que ele seja transportado por uma ou duas
pessoas. Agora se o acidentado sofreu alguma fratura ou lesão mais grave, recomenda-se que o trans-
porte seja realizado por três ou mais pessoas.
Para o transporte de acidentados em veículos, alguns cuidados devem ser verificados. O cor-
po e a cabeça do acidentado devem estar seguros e firmes, em local acolchoado ou forrado.
O condutor do veículo deverá ser orientado para evitar freadas bruscas e manobras que causam
balanços em excesso. O excesso de velocidade deverá ser evitado, principalmente por conta do ner-
vosismo ou mesmo a pressa em salvar o acidentado. Se possivel o cinto de segurança deverá ser uti-
lizado para evitar novos acidentes.
É importante garantir o conforto e a segurança do acidentado no interior do veículo no qual ele
está sendo transportado. E sempre que possivel anote e registre todo os sinais e sintomas observados
bem como a assistência que foi realizada, pois estas informações devem acompanhar o acidentado
mesmo quando o socorrista não estiver presente, sem contar que essas informações podem vir a ser
úteis em atendimentos posteriores.

Métodos de Transporte com uma pessoa

Transporte de Apoio
Nesse tipo de transporte a pessoa que está socorrendo passa o braço do acidentado por trás da
sua nuca, segurando-a com um de seus braços, e o outro braço deve estar situado atrás das costas do
acidentado em posição diagnonal.
O transporte de apoio geralmente é aplicado nos casos que apresentam vítimas de vertigem,
desmaio, com ferimentos leves ou que apresentam pequenas pertubações que não os tornem incons-
cientes e que lhes permitam caminhar.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Fundamentos de Enfermagem
Figura- Transporte de apoio

Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfE1UAL/protocolo-suporte-basico-vida-2011.


Acesso em jan 2016.

Figura - Transporte ao Colo

Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfE1UAL/protocolo-suporte-basico-vida-2011.


Acesso em jan 2016.

Uma única pessoa pode transportar um acidentado por meio do transporte ao colo. Para isso basta
colcoar um braço logo abaixo dos joelhos do acidentado e o outro braço deve estar posicionado de for-
ma bem firme em torno de suas costas dando uma leve inclinada no corpo para trás.  Quando o aciden-
tado estiver consciente, ele mesmo pode se fixar melhor, passando um de seus braços pelo pescoço
da pessoa que o está socorrendo.
Agora se o acidentado estiver inconsciente, este deverá ficar com a cabeça estendida para trás,
pois essa posição vai melhorar a ventilação do acidentado.  As principais situações na qual o trans-
porte ao colo é utilizado são os casos de envenenamento ou picada de animal peçonhento. Essa forma
de transporte também poderá ser utilizada nos casos de fratura, com exceção de fratura na região da
coluna vertebral.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Book_Enfermagem.indb 578 11/02/2016 13:00:23


Fundamentos de Enfermagem
Figura - Transporte nas Costas

Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfE1UAL/protocolo-suporte-basico-vida-2011.


Acesso em jan 2016.

O transporte nas costas também pode ser realizado por uma única pessoa. O acidentado coloca
os braços sobre os ombros do socorrista, apoiando suas axilas na região dos ombros deste.
O socorrista por sua vez segura nos braços do acidentado e carrega-o em posição arqueada.
Esse tipo de transporte é utilizado nos casos de remoção de pessoas envenenadas ou que apresentam
entorses e luxações dos membros inferiores, desde que eles estejam previamente imobilizados.

Transporte de Bombeiro

Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfE1UAL/protocolo-suporte-basico-vida-2011.


Acesso em jan 2016.

Primeiro  o acidentado é colocado  em  decúbito  ventral.  Depois,  ajoelha-se  com  um  só
joelho e, com as mãos sendo passadas sobre as axilas do acidentado, este é levantado, ficando ago-
ra de pé, de frente para ele.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Fundamentos de Enfermagem
A pessoa que executa os primeiros socorros coloca uma de suas mãos na região da cintura do 
acidentado e com a outra mão toma o punho, colocando o braço dela em torno de seu pescoço. Abaixa-
se,  para frente, deixando que o corpo do acidentado caia sobre os seus ombros.
A mão que estava posicionada segurando a cintura do acidentado, agora passa por entre suas
coxas, na altura da dobra do joelho e segura um dos punhos do acidentado, ficando com a outra mão
livre. Esse tipo de transporte é indicado para os casos que não envolvam lesões e fraturas graves. O
transporte de bombeiro é um tipo eficaz e muito útil de transporte, caso este seja realizado por uma
pessoa ágil e fisicamente capaz.
Transporte de Arrasto em Lençol

Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfE1UAL/protocolo-suporte-basico-vida-2011.


Acesso em jan 2016.

Para esse tipo de transporte o socorrista deve utilizar um lençol onde ele deve segurar nas pon-
tas de uma das extremidades deste lençol, de preferencia a extremidade onde está situada a cabeça
da vítima. Procure suspender um pouco e arraste a pessoa para o local desejado.
Manobra para Remoção de Acidentado do interior de um Veículo: -Geralmente em acidentes
envolvendo veículos automotivos sempre existe supeita de fratura na coluna;
-Por isso quando for prestar o primeiro atendimento procure se colocar por trás da vítima pas-
sando as mãos em torno das axilas do acidentado. Em seguida segure um de seus braços de encontro
ao torax da vítima e arraste-o para a parte externa do veículo, procurando apoiar as costas do aciden-
tado em suas coxas de modo a deixa-la o mais estável possivel. -Esta manobra deve ser realizada ape-
nas em ultimo caso.

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Fundamentos de Enfermagem
Figura - manobra de remoção do acidentado de um veículo

Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfE1UAL/protocolo-suporte-basico-vida-2011.


Acesso em jan 2016.

Maneiras de transportar uma vítima realizado por duas Pessoas

Transporte de Apoio
Nesse tipo de transporte passa-se o braço da pessoa acidentada por trás da nuca das duas pes-
soas que estão prestando o socorro ao acidentado. As duas pessoas que estão prestando o atendi-
mento por sua vez seguram a vítima com um dos braços e o outro braço é passado por trás das costas
do acidentado em posição diagonal. Geralmente esse tipo de transporte é utilizado para pessoas obe-
sas onde o socorro e a remoção se tornam complicados quando feito por uma única pessoa.
Figura- Transporte de apoio

Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfE1UAL/protocolo-suporte-basico-vida-2011.


Acesso em jan 2016.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Fundamentos de Enfermagem
Transporte de Cadeirinha

Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfE1UAL/protocolo-suporte-basico-vida-2011.


Acesso em jan 2016.

No transporte de cadeirinha as duas pessoas que estão prestando o atendimento devem se ajo-
elhar, cada uma se posicionando em um dos lados da vítima. Cada uma passa um braço sob as costas
e o outro sob as coxas da vítima. Em seguida cada um deve segurar com uma das mãos o punho e com
a outra a região do ombro do companheiro. Dessa forma as duas pessoas vão se erguendo lentamente
estando a vítima sentada na cadeira improvisada, e estas devem manter um equilibrio no transporte
para evitar uma possivel queda da vítima.

  Transporte pelas Extremidades
Nesse tipo de transporte, uma das pessoas que está prestando o atendimento deve segurar
com os braços a região torácica da vítima, enquanto que a outra deve se posicionar de costas para o
primeiro segurando as pernas da vítima com seus braços.
Figura- transporte pelas Extremidades

Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfE1UAL/protocolo-suporte-basico-vida-2011.


Acesso em jan 2016.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Fundamentos de Enfermagem
Transporte ao Colo
A  vítima  deve ser acolhida em posição lateral até a altura torácica das pessoas que estão
prestando o socorro. No caso da vítima apresentar alguma fratura ou luxação nos membros superiores
ou inferiores, estes devem ser posicionados para o lado do corpo do socorrista, pois dessa forma o
órgão danificado estará mais protegido.
Figura- transporte ao colo

Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfE1UAL/protocolo-suporte-basico-vida-2011.


Acesso em jan 2016.

Figura- Transporte de cadeira

Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfE1UAL/protocolo-suporte-basico-vida-2011.


Acesso em jan 2016

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Fundamentos de Enfermagem
O transporte da vítima utilizando uma cadeira ocorre da seguinte forma: o transporte deve ser
realizado por duas pessoas onde uma delas segura a parte frontal da cadeira, onde os pés da vítima
devem ficar juntos ao assento, e a outra segura na parte de trás da cadeira. É importante que a pessoa
que se encontra na frente da cadeira mantenha essa parte sempre mais elevada que a parte trazeira
da mesma. Ambos devem ficar atentos para evitar que a vítima acabe caindo.

Transporte de Maca
Apesar de existirem diversas formas de transportar um acidentado, a maca ainda é a melhor
forma de transporte. Existem algumas maneiras de se fazer uma boa maca. Uma delas consiste em uti-
lizar uma tábua larga e rígida. Também é possivel utilizar uma porta, ou mesmo abotoar duas camisas
ou um paletó em duas varas ou bastões para montar uma bela maca. Enfim, seja qual for a maneira
que escolher para fazer a sua maca, o importante mesmo é que saiba como utiliza-la da forma correta.
  Figura- Transporte de maca

Disponível em: cpmnpremilitarbr.blogspot.com/p/primeiros-socorros.html. Acesso em Jan 2016.

Nos casos que envolvem fratura de coluna vertebral, é preciso tomar cuidado para acolchoar as


curvaturas presentes na coluna, de modo que o próprio peso acabe não lesionando a medula.
Caso a vítima esteja de bruços (decúbito ventral), e apresente vias aéreas permeáveis e sinais vi-
tais presentes, deve-se transportar a vítima nesta posição com cuidado, pois caso haja a mudança
de posição, é possivel que uma lesão na coluna se agrave, aumentando ainda mais os danos para a
pessoa acidentada.

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Fundamentos de Enfermagem
Métodos de Transportes Feito por Três ou Mais Pessoas

Transporte ao Colo

Disponível em: cpmnpremilitarbr.blogspot.com/p/primeiros-socorros.html. Acesso em Jan 2016.

No caso de haver a presença de três pessoas, elas devem se colocar em fileira posicionados ao
lado da vítima, sendo que esta deve apresenta a posição de decúbito ventral. Em seguida as três pes-
soas devem se abaixar, procurando apoiar-se em um dos joelhos e usando os seus braços elas devem
levantar a vítima até a altura do outro joelho.
Após ter feito isso, erguem-se todos ao mesmo tempo deixando a vítima a uma altura equiva-
lente aos seus troncos e a conduzem para o local desejado.

Transporte de Lençol pelas Pontas

Disponível em: cpmnpremilitarbr.blogspot.com/p/primeiros-socorros.html. Acesso em Jan 2016.

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Fundamentos de Enfermagem
Com a Execução sendo feita por quarto pessoas, cada uma delas segura em uma das pontas do
lençol ou cobertor e formam uma espécie de rede onde a vítima é colocando e em seguida transporta-
da para o local desejado. Caso a vítima apresente lesões de coluna, esse tipo de transporte não é reco-
mendado. Nesses casos em específico a vítima deve ser transportada utilizando uma estrutura rígida.

Transporte de Lençol pelas Bordas

Nesse tipo de transporte envolvendo mais de três pessoas, a vítima é colocada no meio do
lençol, onde suas bordas laterais são enrroladas para permitir que as pessoas consigam segurar e
levantar com firmeza o lençol juntamente com a vítima e impedir que ela sofra uma queda. No geral
duas pessoas até podem efetuar esse serviço, mas a presença de três pessoas é melhor.
Para que a vítima fique sobre o lençol é preciso enfiá-lo por debaixo do seu corpo e isso é feito
dobrando uma das bordas do lençol inúmeras vezes de modo que ela possa funcionar como uma es-
pécie de cunha. Em seguida enfia-se esta cunha devagar para baixo da vítima. Após esse processo é
que as bordas laterais do lençol são enrroladas para erguer e carregar a vítima. Esse tipo de transporte
também não é indicado para as pessoas que apresentam lesão na coluna. Nessas condições a vítima
deve ser transportada por meio da utilização de uma estrutura rígida.

Remoção de vítima com suspeita de fratura de coluna

Disponível em: cpmnpremilitarbr.blogspot.com/p/primeiros-socorros.html. Acesso em Jan 2016.

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Fundamentos de Enfermagem
Esse tipo de transporte pode ser aplicado em vítimas consciente ou não. Caso haja uma vítima
com suspeita de fratura na coluna ou bacia e a mesma precise ser transportada com urgência mas nao
existem macas no local, é preciso que você use o seu corpo como se fosse uma peça rígida, levantando
de maneira simultânea todas as partes do seu corpo para deslocar de forma segura o paciente até o
local desejado. Essa movimentação deve ser realizada em blocos.

Importante
Caso não sejam tomados os devidos cuidados descritos anteriormente, as lesões podem acabar
se agravando e o quadro do paciete pode piorar consideravelmente. Em função das circunstância nas
quais ocorrem os acidentes é fundamental que a pessoa que vai prestar o socorro seja capacitada para
tomar as decisão corretas e em tempo hábil, sabendo improvisar quando necessário mas levando em
consideração sempre a segurança da vítima e também a sua própria segurança, tendo em vista que
estes são os dois principais fatores a serem considerados quando se presta os primeiros socorros a
uma pessoa.

  Exemplos de Improvisação de Macas
1. Galhos de árvores que sejam resistentes, cabos de vassoura, canos,  pranchas, portas,
cobertores, tábuas, paletós, camisas, lençóis, lonas, tiras de pano, sacos de pano, cordas,
barbantes,  cipós  e  uma  série  de  materiais  são  adequados  e  de  utilidade  para  se
improvisar  uma  maca.  Varas,  cabos  de  vassoura,  canos  ou  galhos  podem  ser
introduzidos  em  dois  paletós,  casacos,  gandula.  As  mangas  deverão  ser  viradas  do
avesso e passadas por dentro do casaco ou gandula, e estes abotoados para que fiquem
firmes.
2.  Cipó,  corda,  barbante  ou  arame  de  tamanho  adequado  podem  ser  trançados  entre  dois
bastões  rígidos  dos  exemplos  já  sugeridos,  para  formar  uma  espécie  de  rede  flexível  e
esticada. Manta, cobertor, lençol, toalha ou lona podem ser dobrados sobre dois bastões
rígidos ou ainda sem os mesmos.

6 PRIMEIROS SOCORROS – TÉCNICAS
Parada cardio-respiratória
A parada cardíaca pode ser definida como uma interrupção súbita da função do coração que é
bombear o sangue para o resto do corpo. Essa interrupção pode ser facilmente constatada por meio
da ausência de batimentos do acidentado, que se avalia ao encostar o ouvido na porção anterior do
torax da vítima. Outro indicio de parada cardíaca consiste na ausência de pulso, que ocorre quando
não se consegue palpar o pulso. A dilatação pupilar tambem indica que a pessoa está sofrendo uma
parada cardíaca. Esse quadro pode ser revertido rapidamente desde que sejam tomados as devidas
providencias e caso isso nao ocorra a vítima pode vir a óbito.
A parada respiratória por sua vez consiste na interrupção total da respiração em função da
ausência de oxigênio e excesso de gás carbônico no sangue.

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Fundamentos de Enfermagem
A parada cardiorespiratória pode acontecer devido a vários fatores, que podem atuar de modo
associado ou isolado. Dependendo da circunstância, não é possivel determinar de modo seguro qual
ou então quais foram os agentes causadores da parada cardiorespiratória.
Podem ser divididas em dois grupos, e essa divisão é relevante pois a conduta da pessoa que
está socorrendo vai variar conforme a causa da parada cardíorespiratória.

Primárias
A parada cardiaca primária ocorre em função de um distúrbio no próprio coração, o que gera
uma arritmia cardíaca, provocando a fibrilação ventricular.
Sua causa principal é a isquemia cardíaca, que ocorre quando o volume de sangue oxigenado
que chega ao coração é insuficiente para que o mesmo execute suas funções normais.
Esta é uma das principais causas de parade cardiac em adultos quando os mesmos nao sofreram
algum tipo de trauma.

Secundárias
A disfunção cardíaca secundária é causada por problemas na respiração ou então por algum
fator externo. Os principais fatores que causam parada cardiorespiratória em vítimas de traumatismos
são:  
• Oxigenação deficiente: consiste na obstrução de vias aéreas e doenças pulmonares.
• Transporte  inadequado  de  oxigênio: causado por hemorragia  grave, intoxicação
por monóxido de carbono, estado de choque.
• Ação de fatores externos sobre o coração: como drogas e descargas elétricas.
Em casos de parada cardiorespiratória é fundamental que o socorrista identifique rapidamente
esta condição pois ao fazer isso ele estará salvando uma vida potencialmente em risco. Uma parada
respiratória resolvida em tempo inábil ou mal resolvida pode levar o acidentado à parada cardíaca
em função da falta de oxigenação cerebral e também do miocárdio. Caso o coração venha a paralisar
primeiro, as consequências são ainda maiores, pois a chegada de oxigênio no cerebro estará
comprometida instantaneamente.

Identificação de PCR
Só existe dois elementos que merecem atendimento preferencial antes da parada cardíaca que
são o edema agudo de pulmão e uma grande hemorragia externa.
A identificação assim como os primeiros atendimentos devem ser realizados dentro de um
período de tempo de no máximo 3 minutos partindo de sua ocorrência, pois dentro desse tempo os
sinais vitais do SN-Sistema Nervoso, ainda estão em atividade e transpassado esse período de tempo,
o cerebro começa a ser lesionado em função da ausência de oxigênio nessa região.
O cerebro por sua vez, assim como o coração, são os órgãos mais sensíveis à falta de oxigênio.
Após 4 a 6 minutos de parada cardiorespiratória, a lesão cerebral se torna irreversível.

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Fundamentos de Enfermagem
No caso de baixa temperatura(hipotermia), o acidentado consegue suportar por mais tempo a
falta de oxigênio, tendo em vista que nesta condição o cerebro consome menos oxigênio.
Ao dar inicio ao atendimento é importante que se verifique o nível de consciência do acidentado,
onde tenta-se avalair as respostas dadas por ele aos estimulos vertais: “Você está bem?”. Se o
acidentado não apresentar resposta, informe imediatamente ao atendimento especializado e procure
posicionar o acidentado em decúbito dorsal sobre uma superficie rígida e plana.

Elementos que definem PCR:
• Falta de pulso numa artéria de grande calibre;
• Apnéia ou respiração arquejante. Em grande parte dos casos a apnéia acontece em torno
de 30 segundos após a parada cardíaca;
• Contração súbita e violenta da laringe;
• Cianose (coloração arroxeada da pele e lábios);
• nconsciência. Toda vítima em PCR está inconsciente;
• Dilatação  pupilar,  que  começam  após  45  segundos  de  interrupção  de
fluxo sanguíneo para o cérebro.

Ressuscitação cardiorrespiratória (RCR)
Consiste em um grupo de medidas usadas para atender a vítima de parada cardiorespiratória
(PCR). Para atender corretamente uma vítima nessas condições é preciso empregar as técnicas
adequadas para o suporte das funções tanto circulatórias quanto respiratórias.
A aplicação das medidas de RCR é uma atividade que requer um conhecimento especializado e
sua execução deve ser feita com calma e disposição.
A chance de executar uma atividade de RCR é minima, mas caso haja essa necessidade, esse
procedimento pode fazer toda a diferença entre a vida e a morte para o acidentado.
Ao se deparar com uma situação de RCR, a sequência que deve ser executada nesses casos para
promover um atendimento adequado ao acidentado é a seguinte:
C – Suporte circulatório
A – Abertura das vias aéreas
B – Ventilação artificial
Realizar  inicialmente  2  movimentos  respiratórios  e  após  30  compressões  cardíacas.  Não
parar.  Seguir  esse  ritmo  até  a  chegada  do  socorro  médico  ou  até  o  recuperação  dos
movimentos cardíacos e respiratórios espontâneos.
Obs.:  Para  a  respiração,  puxe  bastante  ar  e  cole  a  sua  boca  na  boca  da  vítima  e  insufle,
até  que  haja  elevação  do  tórax.  As  narinas  da  vítima  devem  ser  fechadas  com  os  dedos
polegar e indicador, para evitar a saída do ar que está sendo insuflado.

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Fundamentos de Enfermagem
Se  possível  faça  uma  proteção  entre  os  seus  lábios  e  os  da  vítima,  pegue  um  pedaço  de
saco plástico e fure com o dedo, coloque-o na boca da vítima, cada vez que você for realizar a respi-
ração, seus lábios não tocarão os da vítima.

Limitações da RCR
A medida que o tempo vai passando, a circulação no cerebro obtida por meio das compressões
realizadas na caixa torácica do acidentado vao reduzindo gradativamente até se tornar ineficaz.
Durante a RCR, a pressão sistólica alcança de 60 a 80 mmHg, no entanto a pressão diastólcia é
muito reduzida, o que diminui a perfusão em vários órgãos, dentre eles o coração.
As paradas por fibrilação ventricular só podem ser revertidas pela desfibrilação.
O suporte básico da vida sem o uso da desfibrilação não apresenta capacidade para amnter a
vida por períodos prolongados. A reversão do quadro de parada cardiorespiratória também não é
obtida. Por isso é preciso que seja solicitado o suporte ao atendimento especializado com a prresença
do desfibrilador assim como demais recursos de suporte avançado.
Figura- Manobras de RCR

Disponível em: bombeirosgoianos.blogspot.com/p/fotos.html. Acesso em jan 2016.

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Fundamentos de Enfermagem
Posicionamento para a RCR

Do acidentado
O acidentado deve estar posicionado em uma superfície firme e plana. Procure mantê-lo em de-
cubito dorsal, pois esta posição possibilita uma melhor execução das manobras de respiração artificial
e de abertura das vias aéreas. A cabeça do acidentado nao deve ficar mais elevada que os pés, pois
dessa forma o fluxo sanguíneo cerebral nao será prejudicado.
Se por ventura o acidentado estiver sobre uma superficie macia e flexivel, coloque-o no chão ou
em uma superficie plana e rígida, para que durante a execução das manobras de RCR, as mesmas nao
sofram influência por parte da superficie na qual o acidentado se encontra.
A  técnica  adequada  de  posicionamento  do  acidentado  deve  ser  obedecida  usando  as mano-
bras de rolamento.

Da pessoa que esta socorrendo:
O socorrista deve ajoelhar-se ao lado do acidentado, onde os seus ombros devem ficar posicio-
nados diretamente sobre a região do esterno do acidentado.
Figura- Manobra de ressuscitação cardiorespiratória

Disponível em:  http://www.ebah.com.br/content/ABAAAgQFYAK/suporte-basico-vida-aulas. Acesso em jan 2016

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Fundamentos de Enfermagem

Disponível em:  http://www.fecju.com.br/noticias/wp-content/uploads/2014/10/APOSTILA-PRIMEIROS-SOCORROS.pdf..


Acesso em jan 2016.

Disponível em: cpmnpremilitarbr.blogspot.com/p/primeiros-socorros.html. Acesso em jan 2016.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Book_Enfermagem.indb 592 11/02/2016 13:00:24


Fundamentos de Enfermagem
É expressamente contra indicado a cessação das massagens cardíacas por um tempo superior a
alguns segundos, pois a corrente sanguínea que é produzida pela compressão externa é menor que a
normal, e ao promover a sua interrupção por um tempo maior, acarretará na redução do fluxo sanguí-
neo no organismo do acidentado, diminuindo assim as suas chances de sobreviver.

  Reavaliação
• Avaliar o pulso carotídeo depois de um minuto de ressuscitação cardíorespiratória e após
isso a cada três minutos;
• Se o pulso estiver presente, avaliar presença de respiração eficaz;
• Caso a respiração esteja presente: mantenha a vítima sob observação;
• Caso a respiração esteja ausente: continue os procedimentos de respiração artificial e entre
em contato imediatamente com o atendimento especializado;
• Se o pulso estiver ausente, iniciar RCR pelas compressões torácicas;
• Avaliar diâmetro das pupilas.

Erros Comuns na Execução da Ressuscitação cardíorespiratória:
• Posição incorreta das mãos;
• Profundidade de compressões inadequada;
• Incapacidade de manter selado da forma correta a região ao redor da boca e nariz durante
a ventilação;
• Dobrar os cotovelos durante a realização das compressões;
• Ventilações muito fortes e rapidas ocasionando a distensão do estômago;
• Incapacidade para manter as vias aéreas abertas;
• Demora para acionar o atendimento especializado.

Desmaio
O desmaio caracteriza-se pela perda súbita, de forma temporária e repentina da consciência, em
função da redução de oxigênio e sangue no cérebro.

Principais Causas
Cansaço excessivo, hipoglicemia,  nervosismo  intenso,  emoções  súbitas, fome, susto, aci-
dentes  principalmente  com perda  sanguínea,  dor  intensa,  prolongada permanência  em  pé,  mu-
dança súbita de posição (de deitado para em pé), ambientes fechados e quentes e disritmias cardía-
cas (bradicardia).

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Fundamentos de Enfermagem
Sintomas
Suor frio abundante, náusea ou vômito, fraqueza,  palidez intensa, pulso fraco, hipotensão, respi-
ração  lenta,  extremidades  frias,  tontura,  escurecimento da  visão  e  devido  à  perda  da  consciên-
cia, o acidentado cai.

Primeiros Socorros
A. Se a pessoa deu inicio a um desfalecimento:
• Procure sentá-la em uma cadeira ou outro local similar;
• Faça com que a cabeça da vítima fique para baixo, de preferência colocando-a por entre as
pernas do mesmo e pressione a cabeça para baixo;
• A cabeça deve ser manter mais baixa que os joelhos;
• Peça para que o acidentado respire profundamente até que o mal-estar tenha passado.
B.  Havendo o desmaio:
• O acidentado deve ser mantido deitado, onde sua cabeça e seus ombros devem ser coloca-
dos em posição mais baixa em relação as demais partes do corpo;
• Procure afrouxar as roupas do acidentado;
• O ambiente deve ser mantido arejado para melhorar a circulação de ar no ambiente;
• Caso haja a presença de vômito, lateralize a cabeça do acidentado para evitar sufocamento;
• Após o acidentado conseguir se recuperar, dê a ele alguma bebida como café, chá ou mes-
mo água com açucar para que ele possa se restabelecer da melhor forma possível.

Disponível em: www.prof2000.pt/users/tsmf/eb23scondeixa/manualpsoc.htm. Acesso em jan 2016.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Book_Enfermagem.indb 594 11/02/2016 13:00:24


Fundamentos de Enfermagem
Convulsão
Corresponde a movimentos envolvendo uma ou então várias séries de contrações violentas dos
músculos voluntarios, onde pode ou não haver a perda de consciência.

Principais Causas
Pessoas  com  histórico  anterior  de  convulsão;  exposição  à  agentes  químicos  de
poder  convulsígeno,  tais  como  os  inseticidas  clorados  e  o  óxido  de  etileno;  febre  muito
alta  devido  a  processos  inflamatórios  e  infecciosos,  ou  degenerativos;  hipoglicemia;
alcalose;  erro  no  metabolismo  de  aminoácidos;  hipocalcemia;  traumatismo  na  cabeça;
hemorragia  intracraniana;  edema  cerebral;  tumores;  intoxicações  por  gases;  álcool;
drogas  alucinatórias;  insulina;  dentre  outros  agentes;  epilepsia  ou  outras  doenças  do
sistema nervoso central.

Principais sintomas
Queda  desamparada,  onde  a  vítima  é  incapaz  de  fazer  qualquer esforço para
evitar danos  físicos  a  si  própria, inconsciência,  olhar  vago, fixo  e/ou  revirar  dos  olhos;
midríase (pupila dilatada); lábios cianosados; espumar pela boca; morder a língua e/ou lábios; corpo rígido
e contração do rosto; palidez intensa; movimentos involuntários e desordenados; perda de urina e/
ou  fezes  (relaxamento  esfincteriano);  geralmente  os movimentos  involuntários  duram
cerca de 2 a 4 minutos, tornando-se, então, menos violentos e o acidentado vai se recuperando de
forma gradativa. Estes acessos podem sofrer variações em termos de duração e gravidade.
Após se recuperar da  convulsão, é possivel que o acidentado apresente perda da memória
temporária.

Primeiros Socorros
Ao prestar os primeiros socorros procure evitar que a vítima caia de maneira desamparada,
tendo o devido cuidado para que a cabeça não seja alvo de algum trauma e deite a vítima no chão,
acomodando-a da melhor forma possível.
Remova da boca qualquer objeto como próteses dentárias e eventuais dentritos presentes nessa
região para evitar que a vítima venha a engolir e sofrer uma obstrução das vias aéreas.
Procure retirar qualquer objeto que a vítima esteja utilizando no momento do ataque
convulsivo e que possa vir a machuca-la, assim como também procure afasta-la de áreas e ambientes
potencialmente perigosos como por exemplo escadas, fogo, portas de vidro, etc.
Tente nao interferir nos movimentos convulsivos, mas garanta que a vítima não esteja se
machucando.
Procure afrouxar as roupas da vítima principalmente na região do pescoço e da cintura.
Vire o rosto da vítima em posição lateralizada para evitar uma possivel asfixia por secreções ou
vômitos.
Não ponha nenhum objeto rígido entre os dentes da vítima e nem jogue água fria em seu rosto.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Fundamentos de Enfermagem
Assim que o ataque convulsivo cessar, mantenha a vítima deitada até que ela tenha plena con-
sciência e autocontrole da situação.
Entrar em contato com o atendimento especializado do SAMU em função da necessidade de um
diagnóstico e tratamentos adequados para a vítima.

Disponível em: revistavivasaude.uol.com.br. Acesso em jan 2016.

Estado Pós-Convulsivo
É o que ocorre após a convulsão. A vítima pode apresentar algum destes sintomas: sono, difi-
culdade para falar, palavras sem nexo, sair caminhando sem direção,não deixe a vítima sozinha nes-
ta fase, pois ela pode atravessar a rua e ser atropelada.

Considerações
Caso  tenha propiciado meios para que a vítima durma, a melhor posição é a lateralizada para
uma maior segurança da vítima;
É importante inspecionar o estado geral da vítima de modo que seja possivel avaliar se ela está
ferida ou sangrando. De acordo com o resultado da inspeção, deve-se proceder no sentido de promov-
er o tratamento das consequências da convulsão, cuidando dos ferimentos e contusões;
Fique junto à vítima, até o momento em que ela consiga se recuperar por completo. Devemos
estabelecer contato constante com a vítima, expressando atenção e cuidado com o caso, procurando
sempre passar informações como onde ela está e com quem está, para que dessa forma a vítima se
sinta mais segura e tranquila. Procure saber da vítima se ela sofre de epilepsia.

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Fundamentos de Enfermagem
Seja qual for o caso  de  convulsão,  a  vítima  precisa ser  encaminhada  ao hospital  principal-
mente se a ela tiver um ataque recorrente; se as convulsões durarem mais que 5 minutos ou se a víti-
ma for mulher grávida.

Insolação
A insolação consiste em um problema de pele causado pela ação direta e intensa dos raios so-
lares sobre a pele do indivíduo. Se caracteriza pela perda súbita de consciência e geralmente afeta as
pessoas que sofrem exposição exc essiva ao sol ou que trabalham em loais muito quentes. A insolação
também pode ocorre sem a perda de consciência e afetar pessoas que não estejam em condições de
calor excessivo.
Nesse ultimo caso os fatores que predispõem o surgimento de um quadro de insolação são as
doenças cardiovasculares, sedativo, alcoolismo e drogas anticolinérgicas.
Nos casos mais graves de insolação é possivel que haja a presença de lesões generalziadas nos
tecidos do organismo, especialmente nos tecidos nervosos. Além disso também pode ocorrer a morte
da vítima em função da destruição das funções renal, cardiovascular, hepatica e cerebral. 

Sintomas
Os sintomas que vão aparecendo mais lentamente são: -
• cefaleia (dor de cabeça);
• tonteira;
• náusea;
• pele quente e seca;
• pulso rápido;
• temperatura elevada
• confusão e disturbios visuais.
Os sintomas que surgem bruscamente são:
• respiração rápida e difícil;
• palidez;
• temperatura do corpo elevada;
• extremidades arroxeadas;
• eventualmente pode ocorrer coma.

Primeiros Socorros
A meta inicial consiste em diminuir a temperatura corporal, de maneira lenta e gradativa, retirar
o acidentado e conduzi-lo até um local fresco, que esteja na sombra e que seja ventilado, e retirar o
máximo de peças de roupa do acidentado.

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Fundamentos de Enfermagem
Caso esteja consciente, o acidentado deve ser mantido em repouso e recostado, com a cabeça
elevada. Também pode ser oferecido qualquer líquido que não seja alcoólico para ele beber e de
preferência que esteja gelado.
Se possível deve-se borrifar água fria em todo o corpo do acidentado, de maneira delicada.
Podem ser aplicadas compressas de água fria na testa, pescoço, axilas e virilhas.
Tão  logo  seja  possível,  o  acidentado  deverá  ser  imerso  em  banho  frio  ou  envolto
em panos ou roupas encharcadas.
Procure ficar atento quanto aos sinais vitais do acidentado. Caso ocorra parada respiratória, deve-
se proceder à respiração artificial, associada à massagem cardíaca externa, quando necessário.

Disponível em: pt.slideshare.net/naneeec/insolao-primeiros-socorros. Acesso em jan 2016.

Intermação
Éa ação indireta dos raios solares: abrigados do sol.

Primeiros socorros
Retirar a vítima do local; oferecer líquidos frios, se consciente; transportar ao serviço de saúde; res-
friar o corpo da vítima.

Queimaduras
É a lesão dos tecidos produzida por substância corrosiva ou irritante, pela ação do calor ou em-
anação radioativa.
A gravidade de uma queimadura não se mede somente pelo grau da lesão (superficial ou pro-
funda), mas também pela extensão da área atingida.

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Fundamentos de Enfermagem
Classificação das Queimaduras

1º Grau
Lesão das camadas superficiais da pele, com: eritema (vermelhidão), dor local suportável,e in-
chação.

2º Grau:
Lesão das camadas mais profundas da pele, com: eritema (vermelhidão), formação de flicte-
nas (bolhas), inchação, dor e ardência locais, e de intensidade variadas.

3º Grau:
Lesão de todas as camadas da pele, comprometendo os tecidos mais profundos,podendo ain-
da alcançar músculos e ossos. Estas queimaduras se apresentam secas, esbranquiçadas ou de aspec-
to carbonizado, pouca ou nenhuma dor local, pele branca escura ou carbonizada, e não ocorrem bolhas.

4º Grau
Uma  queimadura  elétrica  (quarto  grau)  envolve  a  completa  destruição  de  todos  os te-
cidos,  desde  a  epiderme  até  o  tecido  ósseo  subjacente.  Este  tipo  de  queimadura  ocorre nor-
malmente  em  resultado  do  contato  com  a  eletricidade.  Haverá  uma  ferida  de  entrada,
que  estará  carbonizada  e  deprimida.  No  local  da  saída  da  eletricidade  do  corpo,  haverá tam-
bém uma ferida de saída, que normalmente exibe bordas explosivas. Se a ocorrente foi forte o sufici-
ente, também poderão ocorrer fraturas do osso subjacente.

Disponível em: cepelli.com.br/tratamentos/feridas-cronicas. Acesso em jan 2016.

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Fundamentos de Enfermagem

Gravidade da Queimadura
Depende da causa, profundidade, percentual de superfície corporal queimada, localização, as-
sociação  com  outras  lesões,  comprometimento  de  vias  aéreas  e  estado prévio  do  acidentado.
Como efeitos gerais (sistêmicos) das queimaduras podem ter:
• Choque primário (neurogênico) – vasodilatação;
• Choque secundário – hipovolemia;
• Infecção bacteriana secundária a lesão;
• Paralisia respiratória e fibrilação – choque elétrico.

Extensão das lesões
Para avaliar a extensão das lesões é preciso utilizar a chamada regra dos nove.
A gravidade das queimaduras está associada com a profundidade e extensão da lesão assim
como também com a idade do acidentado.
Queimaduras  que  afetam  50%  da  superfície  do  corpo  são  geralmente  fatais, especial-
mente em crianças e em pessoas idosas.

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Fundamentos de Enfermagem

Disponível em: www.misodor.com/QUEIMADURAS.html. Acesso em jan 2016.

Graves
Toda queimadura, independente do grau e extensão, se apresentar complicação decorrente de
lesão do trato respiratório; queimaduras de terceiro grau na região da face, pé e mão; queimadura de
segundo grau que tenha afetado mais de 30% da superfície corporal.

Moderadas
As queimadura de primeiro grau que tenha atingido mais de 50% da superfície corporal; quei-
madura de segundo grau que tenha atingido mais de 20% da superfície corporal; queimadura de ter-
ceiro grau que tenha atingido até 10% da superfície corporal, sem atingir face, mãos e pés.

Leves
As  queimadura  de  primeiro  grau  com  menos  de  20%  da  superfície  corporal atingida;  que-
imadura  de  segundo  grau  com  menos  de  15%  da  superfície  corporal atingida;  queimadura  de  ter-
ceiro grau com menos de 2% da superfície corporal atingida.

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Fundamentos de Enfermagem
Atenção!!
Deve-se suspeitar de queimaduras de vias aéreas superior:
• Queimadura de face;
• Sobrancelhas queimada;
• Pêlos nasais queimado;
• Queimaduras na boca;
• Escarro carbonáceo (negro);
• Lábios inchados;
• Rouquidão é um sinal precoce;
• Estridor (ruído agudo semelhante ao da foca) – sinal tardio e 85% de obstrução;
• Queimaduras em espaço confinado.
• Grande Queimado

Primeiros Socorros à Vítimas de Queimaduras
Afaste a vítima da origem da queimadura e retire sua veste, se a peça for de fácil remoção.
Caso contrário abafe o fogo envolvendo-a em cobertor, colcha ou casaco.
Lave  a  região  afetada  com  água  fria  (1ºgrau)  mas  não  esfregue  a  região  atingida,  evitando
o rompimento das bolhas.
Aplique  compressas  frias  utilizando  pano  limpo.  Não  aplique  unguentos,  graxas,  óleos, pas-
ta de dente, margarina etc, sobre a área queimada.

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Fundamentos de Enfermagem
Mantenha a vítima em repouso e evite o estado de choque e procure um médico Importan-
te: Nas queimaduras por CAL SODADA (soda cáustica),devemos limpar as áreas atingidas com uma to-
alha ou pano antes da lavagem, pois o contato destas substância com a água cria uma reação quími-
ca que produz enorme quantidade de calor.

Fogo no Vestuário
Quando as roupas doa cidentado entra em combustão agrava significativamente o grau da lesão.
Nestes casos deve-se:
• Imperdir que o acidentado corra com as roupas em chamas;
• Obrigar o acidentado a deitar-se no chão com o lado que está pegando fogo  para cima;
• Abafar as chamas usando cobertor, ou outro material similar, ou faça-o rolar sobre si mes-
mo no chão;
• Começar pela cabeça e continuar em direção aos pés;
• Se houver água, procure molhar a roupa do acidentado;
• Não usar água se a roupa estiver com material de elevada combustão como gasolina por
exemplo;
• É  expressamente  contra  indicado  a  aplicação  sobre  a  queimadura  de  qualquer substân-
cia que não seja água na temperatura ambiente ou pano úmido muito limpo.

Estado de Choque
Grupo  de  síndromes  cardiovasculares  agudas  que  não  apresentam,  uma  definição
única que compreenda todas as suas diversas causas e origens. Ocorre quando há mal funcionamen-
to entre o coração, o sangue e os vasos sanguíneos(artérias e veias), havendo um desequilíbrio no or-
ganismo.
O choque representa uma grave emergência médica. O atendimento adequado nesses casos ex-
ige ação rápida e em carater de urgência. Vários fatores podem predispor ao choque, assim como
também existem vários tipos de choque.

Tipos de Choque
Choque  Hipovolêmico: É  o  choque ocasionado pela diminuição do volume intravascular em
função da perda de sangue, plasma ou água eliminada em vômito e diarréia.
Choque Cardiogênico: Ocorre em função da incapacidade do coração de bombear um volume
suficiente de sangue que atenda as necessidades metabólicas dos tecidos.
Choque Septicêmico: Ocorre em função de uma infecção sistêmica.;
Choque Anafilático: Corresponde a uma reação de hipersensibilidade sistêmica em decorrência
da exposição a uma substância na qual a vítima é alérgica.

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Fundamentos de Enfermagem
Choque Neurogênico: Ocorre em função da da diminuição do tônus vasomotor normal por distúr-
bio da função nervosa. Possiveis causas: transecção da medula espinhal ou pelo uso de medicamen-
tos, como bloqueadores ganglionares ou depressores do sistema nervoso central.
Principais causas do Estado de Choque:
• Taquicardias;
• Bradicardias;
• Hemorragias intensas (internas ou externas);
• Infarto;
• Queimaduras graves;
• Processos inflamatórios do coração;
• Traumatismos do crânio e traumatismos graves de tórax e abdômen;
• Afogamento;
• Choque elétrico;
• Envenenamentos;
• Picadas de animais peçonhentos;
• Exposição a extremos de calor e frio.
• Septicemia.
No local de trabalho, todas as causas acima citadas podem vir a ocorrer, merecendo atenção es-
pecial os acidentes graves com presença de hemorragias extensas, com perda de substâncias orgâni-
cas em prensas, extrusoras, moinhos ou por choque elétrico, ou por envenenamentos decorrentes de
produtos químicos, ou por exposição a temperaturas extremas.

Sintomas
A vítima de estado de choque ou que esteja na iminência de entrar em choque apresenta os
seguintes sintomas:  
• Pele pálida, úmida, pegajosa e fria. Cianose (arroxeamento) de extremidades, orelhas, lábi-
os e pontas dos dedos;
• Suor intenso na testa e palmas das mãos;
• Fraqueza geral;
• Pulso rápido e fraco;
• Sensação de frio, pele fria e calafrios;
• Respiração rápida, curta, irregular ou muito difícil;
• Expressão de ansiedade ou olhar indiferente;
• Profundo com pupilas dilatadas, agitação;

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Fundamentos de Enfermagem
• Medo (ansiedade);
• Sede intensa;
• Visão nublada;
• Náuseas e vômitos;
• Respostas insatisfatórias a estímulos externos;
• Perda total ou parcial de consciência;
• Taquicardia.

Primeiros Socorros: Prevenção do Choque
Deitar a vítima: Deve-se deitar a vítima na posição de costas, afrouxar as roupas da vítima na
região do pescoço, peitob e cintura e,  avaliar se existe a presença de prótese dentária, ou qualquer
outro objeto na boca da vítima, providenciando a sua retirada.
Os  membros  inferiores  devem  ficar  suspensos  em  relação  ao  corpo,  este procedimen-
to  deve  ser  realizado somente  se  não  existir  fraturas  desses  membros;  ao fazer isso, ocorre uma
melhora no retorno sanguíneo e o cerebro passa a ser melhor oxigenado.
Não  erguer os  membros  inferiores  da  vítima  a  mais  de  30  cm  do  solo. Caso haja  ferimentos
no tórax que tornem dificil a respiração ou ferimentos na cabeça, os membros inferiores não devem ser
elevados. Caso a vítima esteja inconsciente, ou se estiver consciente, mas sangrando pela boca ou na-
riz, deitá-la na posição lateral de segurança, para evitar asfixia.
Verificar de forma simultânea se a vítima respira. Deve-se estar preparado para iniciar a respi-
ração boca a boca, caso a vítima pare de respirar.
Enquanto  as  providências  já  indicadas  são  executadas,  observar  o  pulso  da vítima.No  cho-
que o pulso da vítima apresenta-se rápido e fraco (taquisfigmia).
Dependendo do estado geral e da existência ou não de fratura, a vítima deverá ser deitada da 
melhor maneira possível. Isso significa observar se ela não está sentindo frio e perdendo calor. Se for pre-
ciso, a vítima deve ser agasalhada com cobertor ou algo semelhante, como uma lona ou casacos.
Se  o  socorro  médico  estiver  demorando,  tranquilizar  a  vítima,  mantendo-a  calma sem 
demonstrar apreensão quanto ao seu estado. Permanecer em vigilância junto à vítima para dar-lhe se-
gurança e para monitorar alterações em seu estado físico e de consciência.

Hemorragias
É  a  perda  de  sangue  através  de  ferimentos,  pelas  cavidades  naturais  como  nariz,
boca, etc; ela pode ser também, interna, resultante de um traumatismo.
As hemorragias podem ser classificadas inicialmente em arteriais e venosas, e, para fins de pri-
meiros socorros, em internas e externas.
Hemorragias Arteriais: É aquela hemorragia em que o sangue sai em jato pulsátil e se apresen-
ta com coloração vermelho vivo.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Fundamentos de Enfermagem
Hemorragias  Venosas:  É  aquela  hemorragia  em  que  o  sangue  é  mais  escuro  e  sai continua-
mente e lentamente, escorrendo pela ferida.

Hemorragia interna
É  a  que  ocorre  internamente,  ou  seja,  não  se  enxerga  o  sangue  saindo,  é  mais  difícil  de
identificar.  Algumas  vezes,  pode  exteriorizar-se,  saindo  sangue  em  golfadas  pela  boca  da víti-
ma.  Suspeitar  de  hemorragia  interna  se  o  acidentado  estiver  envolvido  em:  acidente violen-
to, sem lesão externa aparente, queda de altura, contusão contra volante ou objetos rígidos, que-
da de objetos pesados sobre o corpo.

Hemorragia interna 

Sintomas
Pulso  fraco  e  rápido;  pele  fria;  sudorese  e  transpiração  abundante;  palidez  intensa  e muco-
sas  descoradas;  sede  acentuada;  apreensão  e  medo  vertigens;  náuseas;  vômito  de sangue;  cala-
frios;  estado  de  choque;  confusão  mental  e  agitação;  “abdômen  em  tábua” (duro  não  com-
pressível); dispneia (rápida e superficial) e desmaio.

Hemorragia externa
É aquela que é visível, sendo, portanto mais fácil identificar. A hemorragia pode ser arterial ou ve-
nosa. Na arterial, a saída de sangue acompanha os batimentos cardíacos. Na Venosa, o sangue sai con-
tínuo.
Consequências das Hemorragias Hemorragias graves não tratadas ocasionam o desenvolvimen-
to do estado de choque e morte.
Hemorragias lentas e crônicas (por exemplo, através de uma úlcera) causam anemia (ou seja, quan-
tidade baixa de glóbulos vermelhos).

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Fundamentos de Enfermagem

Técnicas de controle:
• Pressão direta;
• Elevação dos membros;
• Pontos de pressão arterial;
• Torniquete.

Disponível em: consenfmh.blogspot.com/2015_04_01_archive.html. Acesso em jan 2016

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Fundamentos de Enfermagem
Hemorragia Interna
• Manter o paciente calmo, deitado com a cabeça de lado;
• Aplicar compressas frias ou gelo no local suspeito de hemorragia;
• Afrouxar a roupa e providenciar transporte urgente;
• Não oferecer líquidos e alimentos.

Hemorragia nasal
• Sentar a vítima;
• Apertar com os dedos a narina, fazendo a vítima respirar pela boca;
• Colocar um chumaço de algodão na narina;
• Colocar toalha úmida, fria ou gelo sobre o rosto;
• Não assoar nariz pelo menos 1 hora após cessar sangramento.

Hemoptise
Corresponde a perda sanguínea que tem origem nos pulmões por meio das vias respiratórias. O
sangue segue fluindo pela boca, sendo precedido de tosse, que pode ocorrer em pequena ou mesmo
em grande quantidade, de coloração vermelho vivo e consistência espumosa.
Suas causas podem ser variadas: bronquiectasia, tuberculose, abscesso pulmonar, tumor pul-
monar,  estenose  da  válvula  mitral,  embolia  pulmonar,  traumatismo,  alergia (poeiras,  vapores, 
gases, etc). Nesses casos a seguinte conduta deve ser adotada:
• Procure deixar o acidentado tranquilo e tente amenizar o medo que ele sente;
• Deitá-lo em posição lateralizada para evitar sufocamento por conta do refluxo sanguíneo;
• Deixa-lo em repouso;
• Recomendar que não faça esforço ou que fale;
• Demonstrar segurança nas condutas realizadas;
• Providenciar transporte imediato para o local onde o acidentado possa receber um atendi-
mento especializado.

Hematêmese
Consiste na perda sanguínea por meio de vômito de origem gástrica ou então esofagiana. O san-
gue é eliminado de forma isolada ou então acompanhado de restos de alimento. Geralmente a cor do
sangue é vermelho rutilante ou então escuro, em função da ação do suco gástrico. Nesse ultimo caso
é chamada de hematêmese em borra de café, sendo frequente em casos como varizes do esôfago,
úlcera, esquistossomose e cirrose. Suas principais causas são de ordem mecânicas, tóxicas ou inflama-
tórias. Nesse caso a conduta a ser adotada é a seguinte:

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Fundamentos de Enfermagem
• Manter o acidentado na posição de decubito dorsal de modo que ele fique em repouso. No
caso dele estar inconsciente, este deve ser mantido em posição lateralizada. Evitar o uso de
travesseiros;
• Suspender a ingestão de alimentos e de liquidos;
• Aplicar compressas frias ou bolsas de gelo na região do estõmago;
• Encaminhar o acidentado para atendimento especializado.

Estomatorragia
Corresponde ao sangramento decorrente da cavidade oral/bucal. Nesse caso é preciso realizar
a compressão da região que está sangrando, utilizando um pano limpo ou uma gaze até que o sangue
seja estancado e a hemorragia cesse. Dependendo do volume de sangue perdido e da dificuldade para
estanca-lo, é preciso procurar o mais rápidonpossivel o antedimento especializado.
No  caso  de  hemorragia  dentária  é preciso  inserir  um  rolo  de  gaze, ou um  lenço  enrola-
do e apertar com força o local que sangra contra a arcada dentária até que o sangue seja estanca-
do. Isto pode ser realizado com a mão ou então com o paciente mordendo a compressa de tecido.

Melena e Enterorragia
É a perda de sangue pelo ânus, onde o sangramento apresenta um aspecto brilhante, escuro,
fétido e que se assemelha ao petróleo. Essa condição é provocada por hemorragia no aparelho diges-
tivo alto ou baixo.
  Tem origem em doença gástrica ou em função do rompimento de varizes esofagogástricas,
cirrose hepática, febre tifóide, perfuração intestinal, gastrite hemorrágica, retocolite ulcerativa ine-
specífica,  tumores  malignos  do  intestino  e  reto, hemorroidas  e  outras.  Nesse caso deve-se adotar
os seguintes procedimentos: -Deixar o acidentado tranquilo e obter sua colaboração.
• Posicionar o acidentado em decúbito ventral.
• Aplicar bolsa de gelo na região do abdômen, na região gástrica e intestinal.
• Aplicar compressas geladas na região anal (sangramento por hemorroidas).
• Encaminhar de imediato o acidentado para atendimento especializado.

Metrorragia
Consiste na perda desmedida de sangue pela vagina. Este tipo de hemorragia pode apresentar
causas variadas:
• Aborto, induzido ou não;
• Hemorragias do primeiro trimestre da gravidez (gravidez ectópica e outras);
• Traumatismos decorrentes de violências sexuais (estupro) e acidentes;
• Tumores malignos do útero ou da vulva (carcinomas);

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Fundamentos de Enfermagem
• Hemorragia  pós-parto,  ocasionada  pela  retenção  de  membranas  placentárias, rup-
tura e traumatismos vaginais devidos ao parto ou não;
• Distúrbio menstrual.
A conduta que deve ser adotada no caso de hemorragias envolvendo vítimas que estejam
reconhecidamente grávidas ou que estejam sob suspeita de gravidez é:
• manter a gestante em repouso;
• mantê-la aquecida e tranquila;
• impedir a sua deambulação ou qualquer outro tipo de esforço físico;
• conservar o sangue e outros produtos que tenham sido expelidos para mostrar ao médico;
• encaminhar para assitência médica e prevenir o estado de choque.
Agora no caso de hemorragias que não estejam relacionadas com pessoas grávidas a conduta a
ser adotada é a seguinte: investigar da melhor forma possivel o ocorrido para descartar a hipótese de
uma possível gravidez; manter a vítima em repouso e tranquila, impedir a deambulação ou qualquer
outro tipo de esforço; aplicar absorvente higiênico externo; aplciar compressas geladas ou bolsa de
gelo sobre a região pélvica e encaminhar para assistência especializada.

Otorragia
Corresponde ao sangue que é eliminado pelo ouvido externo. Pode ocorrer em função de feri-
mento nessa região, trauma e contusão por corpo estranho.
Geralmente os traumatismos cranianos podem causar hemorragia pelo ouvido e nesse caso o
sangue vem acompanahdo de líquor. Nessa circunstância o sangue nao deve ser estancado e a procura
por socorro médico deve ser feito em carater de urgência.
Nos casos de otorragias simples, pode-se introduzir na região do ouvido, um pequeno pedaço
de gaze e deixá-lo nessa região até que a hemorragia pare. É sempre conveniente encaminhar o aci-
dentado para atendimento especializado.

Hematúria
Consiste na perda de sangue juntamente com a urina. Ocorre em função de traumatismo onde
há lesão do aparelho urinário (rins, uretra, bexiga, ureter) ou então no caso de haver doença como
nefropatia, infecção, cálculo, tumor, processo congestivo ou obstrutivo e após intervenção cirúrgica
na região do trato urinário.
A hematúria pode ser classificada em microscópica ou macroscópica e também em inicial, ter-
minal e total, conforme a fase de micção em que surge. Nesse caso deve-se encaminhar o acidentado
para atendimento especializado

Torniquete
Corresponde a uma técnica utilizada para controlar hemorragias graves e só deve ser utilizado
nos casos de amputação de membro, seja ele superior ou inferior.

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Fundamentos de Enfermagem
  Técnica:
• Elevar o membro lesionado a um nível acima do  coração.
• Utilizar uma faixa de tecido largo, com cerca de sete centímetros ou mais, de modo que seja
o suficiente para dar duas voltas, havendo pontas para amarração.
• Aplicar o torniquete  acima da área lesionada.
• Passar a tira ao redor do membro ferido, duas vezes. Dar meio nó.
• Colocar  um  pequeno  pedaço  de  madeira ou outro material similar 
no meio do nó. Dar um nó completo no pano sobre a vareta.
• Apertar o torniquete, girando a vareta.
• Fixar as varetas com as pontas do pano.
• A frouxar o torniquete, girando a vareta no sentido contrário, a cada 10 ou 15 minutos.
ATENÇÃO!!
É preciso ter consciência acerca  dos  perigos  decorrentes  do  mal  uso  do torniquete.  A  uti-
lização inadequada pode acabar resultando em deficiência circulatória de extremidade.
É expressamente contra indicado o uso de fios de arame, barbante, material fino ou sintético,
corda na técnica do torniquete. Usar torniquete nos casos de hemorragias externas graves: esmaga-
mento mutilador ou amputação traumática.
O  acidentado  com  torniquete  apresenta  prioridade  no  atendimento  e  deve  ser acompanha-
do durante a realização do transporte.
Vale lembrar também de marcar e registrar por escrito, de preferência no próprio corpo do aciden-
tado, a indicação de que há torniquete aplicado, o local e a hora da aplicação, assim: TQ BRAÇO 10:15h

Disponível em: fuiacampar.com.br/improvisos-nos-primeiros-socorros/. Acesso em jan 2016.

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Fundamentos de Enfermagem

Disponível em: fuiacampar.com.br/improvisos-nos-primeiros-socorros/. Acesso em jan 2016.

Fraturas
É  a  quebra  de  um  osso  causada  por  uma  pancada  muito  forte,  uma  queda  ou esmagamen-
to.  E  podem  ser  classificadasem:fechadas  que  équando  o  osso  quebrado  não perfura  a  pele.E  ex-
posta,quando o osso quebrado rompe a pele.
Suspeita-se  da presença de  fratura  ou  lesões  articulares  quando  houver: -Dor  intensa  no  lo-
cal e que se eleva ao menor movimento.
• Edema local.
• Crepitação ao movimentar (som parecido com o amassar de papel).
• Hematoma ou equimose (mancha de coloração azulada na pele)
• Paralisia (lesão de nervos).
Se manifestam com dores e inchaço(edema) n local da fratura,incapacidadeou dificuldade para
se locomover, sensação de atrito das partes ósseas envolvidas no acidente, posição anormal do local
atingido, no caso da fratura exposta, há a rotura da pele havendo a exposição do osso fraturado.

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Fundamentos de Enfermagem
Figura- Fratura fechada Figura- Fratura exposta

Disponível em: pt.slideshare.net/.../segunda-aula-de-anatomia. Acesso em jan 2016.

Fratura Fechada
Mantenha a vítima em repouso, evite movimentar a região atingida e o estado de choque. Apli-
que compressas geladas ou saco de gelo no local lesado, até posterior orientação médica.
Imobilize  o  local  usando  tábua,  papelão, jornal  ou  revistas  dobradas,  travesseiro, manta  e  ti-
ras de pano. E proteja a região lesada usando algodão ou pano para evitar danos à pele, faça a imobi-
lização de modo que o aparelho atinja as duas articulações próximas à fratura.

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Fundamentos de Enfermagem
Amarre as talas com ataduras ou tiras de pano com firmeza, SEM APERTAR, em 4 pontos:
• ACIMA e ABAIXO DO LOCAL DA LESÃO.
• ACIMA e ABAIXO das articulações próximas à região lesão.
• Remova a vítima para o hospital mais próximo, após a imobilização

Disponível em: https://ensinonacional.com.br/to/.../primeirossocorrosp14.pdf. Acesso em jan 2016.

Fratura Exposta
Mantenha  a  vítima  em  repouso,  evite  movimentar  a  região  atingida.  Estanque  a hemorra-
gia e faça um curativo protetor sobre o ferimento, usando compressas, lenço ou pano limpo.
Evite o estado de choque, aplique compressas geladas ou saco de gelo no local lesado, até pos-
terior orientação médica.
Imobilize  o  local  usando  tábua,  papelão, jornal  ou  revistas  dobradas,  travesseiro, manta  e ti-
ras de pano. Remova a vítima para o hospital mais próximo, após a imobilização.
IMPORTANTE: Não tente reduzir a fratura (colocar o osso quebrado no lugar).
Atenção!!!
A movimentação inadequada da vítima, o deslocamento feito de forma precipitada, a ausência
de uma avaliação corrreta da situação, além de outras atitudes descuidadas podem acabar provocan-
do lesões graves ao acidentado, tais como:  
• Deslocamento do periósteo;
• Lesão muscular;
• Desvio da fratura;
• Penetração óssea por meio do foco de fratura;
• Perfuração da pele;
• Laceração de vaso sanguíneo;
• Hemorragia;
• Fratura exposta;
• Elevado risco de infecção.

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Fundamentos de Enfermagem
Entorses
Entorses  ocorrem  quando  uma  articulação  entre  dois  ossos  são  forçadas  além  de seus 
limites causando muitas vezes hematomas e inchaço na região.O que fazer:
• Pode ser difícil diferenciar de uma fratura dependendo do grau do edema (inchaço).
• Assim sendo, trate-o como uma fratura até que um médico examine e de o diagnóstico fi-
nal.
• Mesmo  não  havendo  fratura,  em  alguns  entorses  o  médico  poderá  proceder  a colo-
cação de imobilização com gesso até a recuperação final.

Luxações
Chama-se  luxação  ao  fato  de  2  ossos  se  desarticularem.Popularmente  diz-se  que
eles “saíram do lugar”.O que fazer:Imobilize a articulação luxada e encaminhe a vítima ao pronto so-
corro o mais breve possível.O que não fazer:Não tente colocar a articulação no lugar!

Cuidado !
Antes mesmo de enfaixar uma distensão ou entorse, procure colcoar bolsa de gelo ou então
uma compressa de água gelada na região que foi afetada para reduzir o edema e também a dor.
Havendo ferida na região onde ocorreu a entorse, procure agir de acordo com o indicado no item que
faz referência a ferimentos; cobrir com curativo limpo e seco, antes de imobilizar e enfaixar.
Quando for enfaixar qualquer membro ou área do corpo, é importante que deixe uma parte da
extremidade exposta para observação no que se refere a normalidade circulatória no local enfaixado.
As bandagens devem ser colocadas de maneira firme mas sem apertar muito para evitar insuficiência
circulatória.

Afogamento
Atirar  à  vítima  um  objeto  flutuante;  nadar  até  a  vítima  e  acalma-lá;  virar  a  cabeça da  víti-
ma para fora da água; segurar a vítima pelas costas ou punho nadando até a margem; e se necessário,
 fazer respiração artificial e massagem cardíaca.

Asfixia
Dificuldade  ou  parada  respiratória,  podendo  ser  provocada  por:  choque  elétrico, afogamen-
to, deficiência de oxigênio atmosférico, obstrução das vias aéreas (boca, nariz e garganta) por cor-
po estranho, envenenamento, etc.
A falta de oxigênio pode provocar sequelas dentro de 3 a 5 minutos, caso não seja atendido con-
venientemente.

Causas de Asfixia
Obstáculo mecânico (corpo estranho como balas, alimentos , etc); e espaços confinados com defi-
ciência de ventilação (tubulações, etc).

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Fundamentos de Enfermagem
Sintomas de Asfixia
Incapacidade de falar, respiração difícil e ruidosa e tosse fraca.

Primeiros Socorros à Vítimas de Asfixia
• Tente inicialmente: bater nas costas da vítima
• Não  obtendo  sucesso,  aplique  a  MANOBRA  DE  HEIMLICH:  coloque-se  atrás  da  vítima
aperte-a com um único e forte golpe, repita até que desengasgue.
Se  não  obtiver  sucesso  e  notar  que  a  vítima  está  prestes  a  desmaiar: -Coloque-a  gentil-
mente no chão -Estenda o pescoço da vítima, o que facilita a passagem do ar.
• Abra-lhe a boca e tente visualizar algo que possa estar causando a obstrução. Se possível re-
tire-o.Se não for possível retirá-lo, tente aplicar a manobra com a vítima deitada. Neste caso:
• Coloque-se de joelhos sobre a vítima;
• Junte suas mãos no mesmo ponto, sobre o estômago;
• Faça a mesma compressão no sentido do abdômen para o tórax;
• Tendo conseguido a desobstrução, monitore os sinais vitais;
• Se necessário aplique a RCP.

Disponível em: socorrismo12d.blogspot.com. Acesso em jan 2016.

Disponível em: socorrismo12d.blogspot.com. Acesso em jan 2016.

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Fundamentos de Enfermagem

Disponível em: hypescience.com. Acesso em jan 2016.

Penetração de Corpo Estranho

Olhos
Caso  os  olhos  apresentem-se   apenas  congestionados  (vermelhos)  sem  sinais  de ferimen-
tos, lavá-los com solução fisiológica estéril e encaminhamento;
Caso  os  olhos  apresentem  sinais  de  ferimentos  com  ou  sem  saída  de  sangue  ou
secreções ou sob qualquer dúvida umedecer uma gaze estéril com soro fisiológico, realizar um cu-
rativo fechado (tipo tampão) e encaminhar a criança.Cerca de um terço de todos os casos de cegue-
ira em crianças acontecem por acidentes evitáveis.O tipo de acidente ocular mais comum é o decor-
rente do lançamento de brinquedo ou areia, que atinge o olho da criança próxima.

Ouvidos
Caso o corpo estranho esteja visível, com o auxílio de uma pinça, tentar retirá-lo, porém se en-
contrar resistência, não insistir e encaminhar a criança. A avaliação da equipe de saúde está indica-
da, pois há o risco de lesão ou perfuração da membrana timpânica, principalmente no caso de san-
gramento.

Nariz
Caso o corpo estranho esteja visível, com o auxílio de uma pinça, tentar retirá-lo, porém se en-
contrar resistência ou, não insistir no procedimento e encaminhar a criança para emergência. Obser-
var se a narina apresenta-se obstruída, com secreção fétida e sanguinolenta.

Garganta:
Não introduzir os dedos na boca da criança para retirá-lo, exceto se o objeto for longo e pos-
sível de ser puxado. Caso não consiga retirá-lo e a criança continuar engasgada encaminhar para Pron-
to Socorro.

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Fundamentos de Enfermagem
Picada de Cobra Venenosa
• Acalme a vítima;
• Deite a vítima;
• Aplique compressas frias ou gelo;
• Transporte imediatamente a vítima;
• Não deixe a vítima caminhar;
• Não dê álcool, querosene ou infusões à vítima;
• Não faça garroteamento;
• Não corte a pele.

Picada de inseto
As abelhas africanas e as vespas
• Retirar o ferrão com muito cuidado, para não espremer a bolsa de veneno, que pode ter fi-
cado presa na extremidade que ficou para fora da pele;
• Reações locais forem leves usar compressas frias no local, antialérgico e analgésico;
• Choque  manifestações  clínicas  mais  intensas,  como  dificuldade  para  respirar, palpi-
tações, vômitos, perda de consciência ou convulsões.

Dez Mandamentos do Socorrista:
1 – Manter a calma
2 – Ter ordem de segurança
3 – Verificar riscos no local
4 – Manter o bom senso
5 – Ter espírito de liderança
6 – Distribuir tarefas
7 – Evitar atitudes intempestivas
8 – Dar assistência a vítima que corre o maior risco de vida
9 – Seja socorrista e não herói
10 – Pedir auxílio: telefonar para atendimento de urgência

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Fundamentos de Enfermagem
7 LAVAGEM DE MÃOS

Higienização das Mãos
• Higiene das mãos realmente reduz a infecção hospitalar?
• Que produtos utilizar?
• O álcool substitui a lavagem das mãos?

Histórico
Ignaz Phillip Semmelweis: 1847 importância da lavagem das mãos; infecção hospitalar – febre 
puerperal; Instituído a lavagem obrigatória das mãos; Lavagem das mãos após contato com pacien-
tes infectados; Diminuição da mortalidade de 18,27% para 1,27%.
Em 1960 Mortimer EA e cols:S.aureus residente em narinas: 54% dos RN manuseados por profis-
sional  colonizado  se  colonizaram  também;43%  de  colonização após  manuseio  de  RN  coloniza-
do por profissional não colonizado; Lavagem com antisséptico – transmissão para 14%.
Em  1977nOjajarvi  e  cols:faz  o  uso  frequente  de  sabão  antisséptico  ⇒ aumento do
número  de  microorganismos  nas  mãos.  E  em  1980 – Meers  PD: Aumento de 17x no núme-
ro  de  colônias  nas  mãos  com  uso  de  sabão  neutro  ⇒  aumenta  risco  de transmissão;Não  basta  la-
var as mãos, é necessário manter a saúde da barreira cutânea.

Microbiota da Pele
• Microbiota  Residente: Difícil  remoção  mecânica;Microorganismos:  Estafilococos coagu-
lase negativos; Corvnebacterium; Micrococcus.
• Microbiota Transitória:Responsável pela maioria das IH; Meia vida curta.Microorganis-
mos:Enterobacter; P. aeruginosas.

Transmissão de patógenos pela mão
Microorganismo presente na pele do paciente ou em objetos próximos a ele;
Capacidade de sobrevivência do microrganismo por alguns minutos nas mãos; Lavagem ou an-
tissepsia  inadequada  ou  omitida;  Agente  inapropriado  para  higiene  das  mãos contaminadas  para
outro paciente.
Quando podemos adquirir patógenos pelas mãos?
• No manuseio do paciente namudança decúbito;
• verificação dos sinais vitais;
• contato com mão; contato com roupas de cama, roupas do pacientes;
• contato com objetos ou pertences próximo ao paciente;

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Fundamentos de Enfermagem
Mecanismo de Transmissão

As justificativas para a não lavagem as mãos são:
• excesso de trabalho (ocupadas);
• mãos ressecadas; ausência aparente de sujidade;
• pias distantes e/ou indisponíveis;
• ausência de papel toalha;
• prioridade é o paciente;
• gasto de tempo.
Quando o Profissional de saúde deve lavar as mãos ? -No início e fim de plantão;
• Antes e após contado com paciente;
• Entre o contato com diferentes pacientes;
• Antes e depois do contato com feridas, curativos, secreções, sondas,drenos,amostras ou
roupas de cama;
• Antes de realizar qualquer procedimento invasivo;
• Antes de preparar e/ou administrar medicamento;
• Após uso de sanitários;
• Depois de espirrar, tossir ou assoar o nariz;
• Depois de remover as luvas;
• Antes de se alimentar.
Recomendações complementares:
• Manter higiene e hidratação das mãos;
• Unhas cortadas e bem tratadas;
• Esmalte claro?

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Fundamentos de Enfermagem
• Não usar adereços;
• Preferir sabão líquido;
• Trocar/ lavagem semanal do container;
• Se usar barra, coloca-lá em vasilha vazada que drene a água, usar tabletes pequenos;
• Cremes hidratantes e loções podem ser usados entre as lavagens de mãos, desde que acondi-
cionadas em recipientes individuais, e de uso único.

Disponível em: www.paho.org. Acesso em jan 2016.

Lavagem das Mãos
Remove  mecanicamente  a  sujidade  e  reduz  a  microbiota  transitória.  Os  materiais utiliza-
dos são: água + sabão/papel-toalha e feito com fricção 10-30 segundos;
A  anti-sepsia  das  mãosreduz  a  microbiota  residente  e  elimina  da  microbiota tran-
sitóriaç e o uso de solução com propriedade germicida.
O  Anti-sépticoágua+  PVP-I  ou  clorohexidina/papel  toalha.  E  o  álcool  70% glicerinado  +  fric-
ção 30s:Não usar papel-toalha;secar naturalmente. A água e sabão/ papel-toalhas /álcoolglicerina-
do/ secagem natural.
Antissepsia das Mãos:
• álcool 70%;
• mesma técnica da lavagem de mãos.

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Fundamentos de Enfermagem
Figura- Técnica de Lavagem das Mãos

Disponivel em: emfermagemfaal2010.blogspot.com. Acesso em jan 2016.

Preparo Cirúrgico das Mãos:
• Remove a microbiota transitória;
• Reduz a microbiota residente;
• Água + anti-séptico/ escovação por 2-5min;
• (PVPI/clorohexidina);
• Mãos até os cotovelos.

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Fundamentos de Enfermagem
8 PREPARO DO LEITO
Unidade do paciente
Espaço físico hospitalar onde o paciente permanece a maior parte do tempo.Composição: cama,
mesa de cabeceira, cadeira, mesa de refeições e escadinha.Local de segurança e bem-estar.

Limpeza e preparo da unidade do paciente
Tem  objetivo  de  remover  mecanicamente  o  acúmulo  de  sujeira  e  ou  matéria orgânica  e,  as-
sim, reduzir o número de microrganismos presentes.

Tipos de limpeza
Existem dois tipos: a limpeza concorrente sendo feita diariamente após a arrumação da cama e a lim-
peza terminal,feita em todo o mobiliário da unidade do paciente quando o leito é desocupado.

Preparo do leito
O  leito  confortável,  devidamente  preparado  e  biologicamente  seguro,  favorece  o repou-
so e sono adequado ao paciente.4 tipos:
• Cama fechada: é indicada para receber um novo paciente;
• Cama aberta: é preparada para o paciente que tem condições de se locomover;
• Cama aberta com paciente acamado: é aquela preparada com o paciente no leito;
• Cama  de  operado:  é  preparada  para  receber  paciente  operado  ou  submetido  a proced-
imentos  diagnósticos  ou  terapêuticos Materiais Luvas  de procedimento; 2 lençóis;  1 for-
ro móvel (s/n); 1 traçado; 1 impermeável; 1 cobertor; 1 colcha; 1 fronha; Suporte de ham-
per.

Preparo de leito fechado/aberto
Sua  finalidade  épreparar  o  leito  para  o  recebimento  do  paciente.Indicaçãosempre que  hou-
ver  a  necessidade  de  internação  de  um  novo  paciente  (leito  fechado).  Troca  diária ou  quan-
do necessário (leito aberto).
Responsabilidade:Enfermeiro e técnico de Enfermagem.
Recomendações: Fazer o mínimo de movimentação possível na arrumação do leito e usar da me-
cânica corporal e movimentos sincronizados.

Técnica
• Higienizar as mãos;
• Calçar as luvas;
• Reunir  as  roupas  de  cama  limpas,  levar  para  o  quarto  e  colocar  sobre  uma  superfície
seca e limpa;

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Fundamentos de Enfermagem
• Estender  o  lençol  protetor  do  colchão,  dobrando  e  prendendo  as  pontas  sob  o  col-
chão de modo  que o lençol de baixo esteja esticado  e sem pregas sobre a camaç -Colo-
car a fronha no travesseiro;
• Colocar o traçado e o impermeável no terço central, fixando as laterais sob o colchão;
• Centralizar  a  dobra  longitudinal  do  lençol  de  cima  e  abrir  em  camadas  dobradas  na di-
reção de um dos lados da cama;
• Prender nos pés da cama a parte do lençol que sobrar;
• Deixar a unidade em ordem;
• Higienizar as mãos.

Preparo de leito aberto com paciente
Sua  finalidade  é  manter  o  leito  limpo  e  o  conforto  do  paciente.  A  indicaçãoé  diária ou  sem-
pre  que  necessário.Contra-indicação:evitar  o  procedimento  em  pacientes hemodinamicamente  in-
stáveis.
Responsabilidade:Enfermeiro e Técnico de Enfermagem.
Riscos:Abrasão de pele.

Recomendações:
• Fazer o mínimo de movimentação possível com a roupa suja.
• Usar da mecânica corporal e movimentos sincronizados.
• Orientar  paciente/acompanhante  a  manter  os  lençóis  esticados  para  prevenir
abrasões de pele.
• Manter o leito limpo de sujidades ou resíduos alimentares.

Técnica
• Higienizar as mãos;
• Explicar o procedimento ao paciente;
• Calçar as luvas;
• Colocar  as  roupas  de  cama  limpas  sobre  uma  superfície  seca  e  limpa  na  ordem  de  uso:
lençol do colchão, traçado, impermeável, fronha, lençol comum, coberta e cobertor;
• Colocar a cama na posição horizontal e cobrir o paciente com lençol limpo;
• Preparo de leito aberto com paciente -Dobrar a coberta ou cobertor ou colocar no ham-
per se presença de sujidade;
• Posicionar o paciente no lado oposto da cama, em decúbito lateral;
• Enrolar  os  lençóis  inferiores  sujos  o  mais  próximo  possível  ao  paciente  e  prender  as
roupas de cama sob o paciente;

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Fundamentos de Enfermagem
• Colocar a roupa de cama limpa na metade exposta da cama desenrolando-os na direção
do paciente e manter o lençol esticado;
• Fazer o cliente rolar lentamente na sua direção sobre as camadas de roupa de cama;
• Remover  os  lençóis  usados  dobrando-os  com  a  parte  suja  voltada  para  dentro  e  colocar
no hamper;
• Esticar o lençol, traçado e impermeável limpos e fixar sob o colchão;
• Posicionar o paciente na cama confortavelmente;
• Colocar o lençol superior, o cobertor e a colcha.

Preparo de cama de operado
A finalidade é preparar o leito para o recebimento do paciente pós-cirúrgico. Sendo indicado sem-
pre que houver a necessidade de internação de um paciente em pós- operatório imediato. Recomen-
da-se  fazer  o  mínimo  de  movimentação  possível  com  a roupa  suja  ao  retirá-la  do  leito  e  na  arru-
mação do leito. Usar da mecânica corporal e movimentos sincronizados.
Responsabilidade: Enfermeiro e Técnico de enfermagem.
Riscos: Abrasão da pele.

Técnica:
• Higienizar as mãos;
• Calçar as luvas;
• Retirar a roupa de cama suja e colocá-la no hamper;
• Reunir todo o material, colocando-o no carrinho de banho;
• Ordenar  a  roupa  na  cadeira  na  ordem  de  uso:  lençol  de  baixo,  forro  móvel  (SN)  fronha,
lençol comum, cobertor;
• Estender o lençol e colocar o forro móvel, fixando-os sob o colchão;
• Colocar a fronha no travesseiro;
• Estender  o  lençol  de  cima  e  o  cobertor  de  forma  longitudinal,  deixando  cair  ¼  sobre  a
lateral da cama;
• Fazer dobra em formato de leque do lado da cabeceira e dos pés;
• Deixar a unidade em ordem.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Fundamentos de Enfermagem

Disponível em: slideplayer.com.br/slide/1361091. Acesso em jan 2016

9 ATENDIMENTO DAS NECESSIDADES HUMANAS DO PACIENTE
Preenchimento das necessidade humanas básicas de Maslow: bem-estar;
As necessidades que são comuns a qualquer ser humano e devem ser atendidas são:
• Necessidades psicobiológicas;
• Necessidades psicossociais;
• Necessidades psicoespirituais;
• Necessidades psicológicas.
Fisiológicas:oxigênio, hidratação, nutrição, temperatura, excreção, repouso, sexo;
Segurança:abrigo, segurança, proteção, estabilidade e continuidade, religião;
Sociais:relacionamentos, formação de grupos, aceitação;
Estima:competência, alcançar objetivos, obter aprovação e ganhar reconhecimento;
Auto-realização:realização do seu potencial único.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Fundamentos de Enfermagem
Necessidades Psicobiológicas
São  fundamentais  para  a  manutenção  da  vida  sendo  relacionadas  com  o  bom funcionamen-
to do organismo:
• Alimentação:  Deve  ser  balanceada  (quantidade  e  qualidade);  Fornecer  energia  para  as
atividades orgânicas.
• Hidratação: Repor a perda de líquidos;
• Eliminações: Ocorrem através do intestino, sistema urinário, glândulas sudoríparas e dos
pulmões.
• Exercícios Físicos: Necessário para o desenvolvimento do corpo;
Sua falta pode ocasionar a perda de tônus muscular (atrofia);
Cansaço físico e mental: são compensados pelo sono e repouso.
Atrofia muscular

Disponível em: precisionquirurgica.blogspot.com. Acesso em jan 2016.

As  necessidades  fisiológicas  incluem  ainda:  Oxigenação;  Reprodução;  sono  e repouso;  Hi-
giene; Conforto.

Necessidades Psicossociais
São aquelas  que cada pessoa tem para conviver em sociedade, participar e integrar da mes-
ma; Quais serão?

Necessidades Psicoespirituais
Um  dos  meios  de  proporcionar  o  conforto  espiritual,  é  saber  qual  a  religião  do
paciente, a fim de atendê-lo sempre que for necessário.

Medidas de Conforto para o Paciente
O conforto e a segurança fazem parte das necessidades humanas básicas;

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Fundamentos de Enfermagem
Hospitalização:  sensação  de  desconforto  e  insegurança  pelo  fato  de  eles  enfrentarem
uma situação desconhecida, longe da família.
A enfermagem pode proporcionar conforto e bem-estar ao paciente através de: ambiente lim-
po e arejado; leito confortável e de recreação conforme o estado do paciente.

10 EXAME FÍSICO
É  feito  rotineiramente  na  admissão  com  a  finalidade  de  investigar  as  queixas,  os sinto-
mas e a evolução do paciente. Os responsáveis que realizam são médicos e enfermeiros.

Exame Físico e o Técnico de Enfermagem
A  função  do  técnico  de  enfermagem  no  exame  físico  é  aliviar  as  tensões;  manter  o pa-
ciente  calmo;  explicar  a  finalidade  e  o  procedimento  ao  qual  ele  será  submetido;  tratar  o
paciente  como  uma  pessoa  com  necessidades  físicas,  mentais,  emocionais  e  espirituais;
preparar os materiais necessários ao procedimento; auxiliar o médico ou enfermeiro durante o pro-
cedimento; e manter a unidade em ordem.

Sinais Vitais
Evidenciam as alterações da função corporal, sendo o desvio da normalidade indica que há ne-
cessidade  de  investigação  de  causa  e  efeito.  Os  Sinais  vitais são:Temperatura  corporal;Pul-
so cardíaco;Nível respiratório;Pressão arterial. Vejamos cada um destes abaixo:

1. Temperatura Corporal
É  o  grau  de  calor  que  o  corpo  apresenta.  É  o  equilíbrio  entre  o  calor  produzido  e  o elimina-
do  pelo  corpo.  Há  uma  variação  exata  da  temperatura  para  o  funcionamento adequado  das  célu-
las e da atividade enzimática.

Mecanismos de controle da temperatura
• Evaporação:  Passagem  do  estado  líquido  para  o  vapor;necessita  de  calor:  energia cinéti-
ca das moléculas;
• Conduta:Transmissão de calor de contato direto de molécula para molécula;
• Radiação: Transmissão de calor pelo espaço por ondas eletromagnéticas;
• Convicção: Transmissão de calor pelo movimento do ar;
• Fricção: Conversão de energia mecânica em energia térmica.

Controle da Temperatura
Processos  físicos  e  químicos,  sob  o  controle  do  hipotálamo,  promovem  a  produção ou  per-
da de calor;Temperatura corporal está intimamente relacionada à atividade metabólica;Fatores de or-

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Fundamentos de Enfermagem
dem  psicofisiológica  poderão  influenciar  no  aumento  ou diminuição  da  temperatura,  dentro  dos 
limites e padrões considerados normais ou fisiológicos.

Fatores que alteram a temperatura
• Fatores que diminuem: sono e repouso,emoções, e desnutrição;
• Fatores que aumentam: os exercícios (pelo trabalho muscular),emoções (estresse e ansie-
dade),uso de agasalhos (provocam menor dissipação do calor);
• Fatores que promovem alterações transitórias da temperatura,fator hormonal (durante o
ciclo menstrual), banhos muito quentes ou frios e fator alimentar (ingestão de alimentos e
bebidas muito quentes ou frias);
• Fatores patológicos: caracteriza-se por sua elevação e está presente na maioria dos proces-
sos infecciosos e/ou inflamatórios.

Valores normais da Temperatura Corporal
• Temperatura axilar: 35,8ºC – 37,0oC;
• Temperatura oral: 36,3ºC – 37,4oC;
• Temperatura retal: 37ºC – 38oC.
• Temperatura inguinal: 36ºC – 36,8o Observação:a  média  da  temperatura  para  adultos, 
considerada normal, é de 36ºC - 37,0oC.

Mensuração da Temperatura Corporal
Usa-se  o  termômetro  de  mercúrio  e  o  termômetro  digital.  A  temperatura  corporal pode  ser 
verificada pelos seguintes métodos: oral, retal, axilar, timpânica (crianças). E temos as seguintes men-
surações:

Mensuração oral
O termômetro deve ser individual e possuir bulbo alongado e achatado;Deve estar posiciona-
do sob a língua e mantido firme com os lábios fechados, por 3 minutos.
É  contraindicado  emcrianças,  idosos,  doentes  graves,  inconscientes,  com distúrbios  men-
tais, portadores de lesões orofaríngeas e, transitoriamente, após o ato de fumar e ingestão de alimen-
tos quentes ou frios;

Mensuração Retal
Uso individual e possui bulbo arredondado e proeminente. Deve ser lubrificado e colocado no pa-
ciente em decúbito lateral, inserido cerca de 3,5cm, em indivíduo adulto, permanecendo por 3 minu-
tos. Considerada a mais fidedigna.
É  contraindicado  em  pacientes  submetidos  a  intervenções  cirúrgicas  do  reto  e períneo,  e/
ou que apresentem processos inflamatórios locais.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Fundamentos de Enfermagem
Mensuração Axilar
É a verificação mais frequente no nosso meio, embora seja a menos precisa. O termômetro deve
permanecer por, no máximo, 7 minutos (cerca de 5 a 7 minutos).Geralmente o tempo de permanên-
cia é de 3 a 5 minutos;

Alterações da Temperatura
São alterações a hipotermia (temperatura abaixo do valor normal); a hipertermia (temperatu-
ra acima do valor norma); a febrícula (temperatura entre 37,2oC e 37,8oC); febre ( 37,8oC a 38,9oC); pi-
rexia (39,0oC a 40,0oC; hipepirexia (acima de 40,0oC).
O material necessário é:bandeja, termômetro clínico, bolas de algodão seco.

Situações de termorregulação alterada
São  as  alterações  neurológicas  (lesões  cerebrais,  AVE,  lesões  medulares, hipopi-
tuitarismo);  extremos  de  idade:  prematuros  e  idosos;  infecções  ou  inflamações; parali-
sia  de  grandes  áreas  corpóreas;  doenças  da  supra-renal;  desidratação;  grandes queima-
dos; e doenças cardiovasculares.

Considerações de enfermagem
O bulbo do termômetro deve ser colocado sob a axila seca.
Solicitar  ao  paciente  que  posicione  o  braço  sobre  o  peito,  com  a  mão  em  direção
ao  ombro  oposto;manter  o  termômetro  pelo  tempo  indicado,  lembrando  que  duas  lei-
turas consecutivas  com  o  mesmo  valor  reflete  um  resultado  bastante  fidedigno;  para  a  lei-
tura  da temperatura,  segurar  o  termômetro  ao  nível  dos  olhos;após  o  uso,  a  desinfecção  do
termômetro deve ser realizada no sentido do corpo para o bulbo, obedecendo o princípio do mais lim-
po para o mais sujo, mediante lavagem com água e sabão ou limpeza com álcool a 70%.

Disponível em: www.soenfermagem.net. Acesso em jan 2016.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Fundamentos de Enfermagem
Cuidados de enfermagem na alteração de temperatura corporal

Hipertermia
• Orientar  o  paciente  sobre  a  importância  dos  procedimentos  a  serem  realizados  para
reduzir a temperatura;
• Controlar a temperatura com maior frequência até sua estabilização;
• Aumentar a ingesta líquida, se não houver contra-indicação;
• Providenciar banho morno;
• Nos casos de febre muito alta, aplicar compressas frias de água;
• Durante o período de calafrios, cobrir o paciente e protege-lo de correntes de ar; no perío-
do de transpiração, arejar o ambiente e providenciar roupas leves;
• Fornecer medicação de acordo com a prescrição médica;
• Comunicar ao enfermeiro ou médico e fazer o registro no prontuário.

Hipotermia
• Orientar o paciente sobre a importância dos procedimentos a serem realizados; para ele-
var a temperatura;
• Aquecer o paciente com agasalhos e cobertores;
• Manter o ambiente aquecido;
• Proporcionar repouso e ingestão de alimentos quentes.

2. Pulso
É  a  contração  e  a  expansão  de  uma  artéria,  correspondendo  aos  batimentos cardíacos. 
Através  donodo  sinoatrial  acontece  a  contração  do  ventrículo  esquerdo,este ejeta  sangue 
arterial para aorta, assim hádilatação do sistema arterial, que se dá o nome de pulso.
Artérias de verificação do pulso: radial, temporal, carótida, femoral, dorsal dos pés.Locais de 
verificação do pulso:

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Fundamentos de Enfermagem

Disponível em: www.soenfermagem.net. Acesso em jan 2016.

Valores de referência
• Em homens: 60 a 70 batimentos por minutos( Bpm);
• Em mulher: 65 a 80 bpm;
• Na puberdade: 80 a 95 bpm;
• Em criança: 120 a 125 bpm;
• Abaixo de 7 anos:80 a 120 bpm;
• Acima de 7 anos:70 a 90 bpm;
• Em lactente: 125 a 130 bpm;
• Em Bebês: 100 a 160bpm;

Alterações do pulso
• Normocárdico:  pulso  normal  e  regular, ou  seja,  o  período  entre  os  batimentos  se man-
tém constante, com volume perceptível à pressão moderada dos dedos.
• Bradicardia: frequência cardíaca abaixo da normal;
• Taquicardia: frequência cardíaca acima da normal;
• Taquisfigmia: pulso fino e taquicárdico;
• Bradisfigmia: pulso fino e bradicárdico;
• Filiforme: pulso fino.

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Fundamentos de Enfermagem
Verificando o pulso
A pulsação da artéria radial pode ser verificada exercendo moderada pressão dos dedos mé-
dio e indicador sobre o rádio e o polegar oposto a estes dedos sobre a parte posterior dos punhos.
O  profissional  não  deve  usar  o polegar  para  fazer  a  palpação  do  pulso, pois  pode  vir  a  con-
fundir sua própria pulsação com a do paciente.
Deve-secontar o número de pulsações  por  um  minuto,  observados  no relógio na outra mão.
Registrar o procedimento, destacando as características observadas.

3. Frequência Respiratória
A respiração consiste no ato de inspirar e expirar, promovendo a troca de gases entre o organis-
mo e o ambiente.
A  hematose  consiste  na  liberação de  dióxido  de  carbono  e  captação  de oxigênio  feita  pe-
las hemácias durante a perfusão pulmonar.
Perfusão pulmonar é a passagem do sangue pelos capilares pulmonares, que por sua vez es-
tão em íntimo contato com os alvéolos pulmonares.

Avaliação da Respiração
A  frequência  respiratória  se  dá através  dos  movimentos  respiratórios  por minu-
to(irpm). Esta pode ser de caráter superficial e profunda; e seu ritmo pode ser regular e irregular.
Deve ser avaliada sem que a vítima perceba, preferencialmente enquanto se palpa o pulso ra-
dial.
Atentando  parasinais  e  sintomas  de comprometimento  respiratório:  cianose,
inquietação, dispneia, sons respiratórios anormais.

Valores de Referência
No adultos os valores são de 12 a 20 irpm;na crianças de 20 a 30 irpm;e nosbebês de 30 a 60 irpm.
Outros fatores podem alterar a respiração como exercícios físicos, hábito de fumar, uso de me-
dicamentos e fatores emocionais.

Alterações do Padrão Respiratório
• Apneia:  Cessação  intermitente  (10  a  60 segundos)  ou  persistente  (parada respi-
ratória) das respirações;
• Bradipneia: Respiração lenta e regular;
• Taquipneia:   Respiração rápida   e regular;
• Dispneia: Respiração difícil que exige esforço aumentado e uso de músculos acessórios.

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Fundamentos de Enfermagem
• Ortopneia:  respiração facilitada em posição vertical;
• Respiração   estertorosa: respiração ruidosa.

Avaliando a Respiração
Aproxime sua face do rosto da vítima, olhando para o seu tórax. Com o tato da pele do seu ros-
to  e  com  a  sua audição  você  vai  perceber  o  movimento da  corrente  de  ar  mobilizada  pela respi-
ração e com a visão você irá observar os movimentos de subida e descida do tórax e/ou do abdome.
Conte   com os movimentos respiratórios durante um minuto (use relógio com marcação de se-
gundos). Ao mesmo tempo observe o caráter e o ritmo da respiração;
Anote a frequência respiratória, o caráter, o ritmo e a hora.

Respiração em Crianças
Em crianças muito pequenas o movimento torácico é menos evidente que nos adultos e, usual-
mente, ocorre próximo ao abdome. A mão colocada levemente sobre a parte inferior do tórax e supe-
rior do abdome pode facilitar a contagem da atividade respiratória.
Por causa do pequeno volume e da reduzida força do fluxo de ar, em crianças também é quase im-
possível ouvir a respiração normal ou sentir a movimentação do ar através da boca e do nariz.

4. Pressão Arterial
Resulta da tensão que o sangue exerce sobre as paredes das artérias e depende:
• Do  débito  cardíaco  relacionado  à capacidade  de  o  coração  impulsionar
sangue para as artérias e do volume de sangue circulante;
• Da resistência vascular periférica, determinada pelo lúmen (calibre), elasticidade dos vasos
e viscosidade sanguínea, traduzindo uma força oposta ao fluxo sanguíneo;
• Da  viscosidade  do  sangue,  que significa, em outros termos, sua consistência  resul-
tante das proteínas e células sanguíneas.

Alterações da Pressão Arterial
• Hipertensão arterial: pressão arterial acima da normal;
• Hipotensão arterial: pressão arterial abaixo da normal;
• Normotensa: pressão arterial normal.
A pressão sanguínea geralmente é mais baixa durante o sono e ao despertar. A ingestão de ali-
mentos, exercícios, dor e emoções como medo, ansiedade, raiva e estresse aumentam a pressão ar-
terial.

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Fundamentos de Enfermagem
Valores de Referência
A  pressão  arterial  varia  ao  longo do  ciclo  vital,  aumentando  conforme  a idade.  Crian-
ças  de  4  anos  podem  ter pressão  em  torno  de  85/60mmHg,aos  10 anos,  100/65mmHg.  Nos  adul-
tos, são considerados normais os parâmetros com pressão sistólica variando de 90 a 140mmHg e pres-
são diastólica de 60 a 90mmHg.

Verificação da Pressão Arterial
O  controle  compreende  a verificação  da  pressão  máxima  ou sistólica   e  da  pressão  míni-
ma  ou diastólica,  registrada  em  forma  e  fração ou  usando-se  a  letra  x  entre  a  máxima  e a  míni-
ma. Exemplo: pressão sistólica de 120mmHg e diastólica de 70mmHg devem ser assim registradas:
120/70mmHg ou 120x70mmHg.
Para  um  resultado  preciso,  é  ideal que,  antes  da  verificação,  o  indivíduo esteja  em  repou-
so por 10 minutos ou isento de fatores estimulantes (frio, tensão, uso de álcool, fumo).
Habitualmente,  a  verificação  é feita  nos  braços,  sobre  a  artéria  braquial, mas  em  al-
guns casos pode ser realizada em membros inferiores.
Os materiais necessários:estetoscópio,esfigmomanôm etro, algodão seco, álcool a 70%, caneta
e papel.

Considerações de Enfermagem
Antes e após a realização do procedimento deve-se   realizar a desinfecção do diafragma e oli-
vas do estetoscópio, promovendo a autoproteção e evitando infecção cruzada.
Para que a aferição seja fidedigna, o braço do paciente deve estar apoiado ao nível do coração, sen-
do  que o  manguito  deve  ser  colocado  acima  da prega  do  cotovelo,  sem  folga,  e  a colocação  do 
diafragma sobre a artéria braquial não deve tocar a borda inferior do manguito. Outro cuidado a ser
observado é que o tamanho do manguito deve ser adequado à circunferência do braço.
Na verificação da pressão arterial, insuflar o manguito rapidamente  e desinsuflá-lo lentamente.
O som do primeiro batimento corresponde à pressão sistólica (máxima) e o desaparecimento ou
abafamento do mesmo corresponde à pressão diastólica (mínima).
Não  realizar  o  procedimento  em membros  com  fístulas  artério-venosa  e cateteres  ve-
nosos, para evitar estase sanguínea e risco de obstrução da fístula.

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Fundamentos de Enfermagem

Disponível em: soenfermagem.net.Acesso em jan 2016

11 ANOTAÇÕES DE ENFERMAGEM
Conceito
Os registros efetuados pela equipe de enfermagem têm a finalidade essencial de fornecer infor-
mações sobre a assistência prestada, assegurar a comunicação entre os membros da equipe de saúde
e garantir a continuidade das informações nas 24 horas, condição indispensável para a compreensão
do paciente de modo global.

Sistema de Registro de Informação
Se dá através de: protocolos; registros gerais: balanço hídrico, sinais vitais, mudança de decúbi-
to, curativos, SAE, etc; prontuário eletrônico/manuscrito, e o exame físico.

Balanço Hídrico
É o resultado  da quantidade  de líquido  que  entrae  sai  do  corpo humano  em  um determina-
do  intervalo  de  tempo,  que  tem por  objetivo  monitorar  os  parâmetros que  permitam  acompan-
har  o  equilíbrio hídrico  do  cliente  diante  do  tratamento proposto, dependendo  de  seu  estado pa-
tológico, renal ou cardíaco.
Para procedimento é necessário o material: impresso próprio e calculadora s/n.
A descrição da técnica é controlar os ganhos e perdas do cliente nas 24 horas da seguinte forma:
• Considerar  como  ganho/ entrada:   Dietas  por:  CNG,  CNE, ostomias.Ingestão:  água,  su-
cos, chás, sopas. Terapia  medicamentosa: soros, medicações com diluição, sangue, NPP.

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Fundamentos de Enfermagem
• Considerar  como  perda/  saída: eliminações  vésico-intestinais  (diurese  e fezes  líqui-
das e semi líquidas); vômitos; drenagens; folha de controles computanado perdas (exem-
plo: diurese) ou ganhos (exemplo: soro, uma xícara de chá). No final de 24 horas, somar o
total de ganhos e perdas e subtrair um do outro.Exemplo:O cliente recebeu 1.200 ml en-
tre dieta e medicações e eliminou 980 ml entre diurese e drenagens.
1.200 ml – 980 ml = 220 ml
O balanço das 24 horas neste caso é positivo, pois o cliente teve mais ganho do que perdas. Ano-
tar o resultado final na folha de controles, comunicando ao enfermeiro de plantão qualquer alteração.

Tipos de Registros
• Voltados à Fonte:são organizados conforme  a  fonte  de  informação  existe registros sepa-
rados para médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas,  etc.  A  documentação  é
fragmentada, por exemplo, o registro é narrativo com escrita de informações sobre os pa-
cientes e seus cuidados em ordem cronológica, não tendo formato estabelecido, seu con-
teúdo assemelha- se a um diário, mais utilizado quando voltado à fonte.Dependendo das
habilidades  de  quem  faz  as  anotações, podem ser omitidas informações pertinentes ou
podem ser incluídas informações insignificantes.
• Voltados ao Problema:consiste em uma lista numérica dos problemas de saúde com base
nas informações iniciais, identifica  os  métodos  para  a  solução  de cada  problema  encon-
trado (plano/meta), e descreve as respostas do paciente ao trabalho desenvolvido. O for-
mulário é unificado. Exemplo: registro por exceção, é um método de registro que eliminam
achados  normais  e  cuidados  de  rotina, inclui  apenas  levantamento  de  dados anor-
mais e cuidados de enfermagem que se desviam dos padrões escritos, proporciona aces-
so rápido a achados anormais.

Prontuário
É todo acervo documental padronizado, organizado e conciso, referente ao registro dos cuida-
dos prestado ao paciente, por todos os profissionais envolvidos na assistência.
Suas  características:  identificam  o paciente;  registram  a  evolução  da doença;  registram  os 
tratamentos prescritos; registram os exames realizados; e registram as observações e ações dos en-
fermeiros e outros profissionais.
O prontuário é uma comunicação escrita, assim mostra FÁVERO, a importância disso abaixo:
• A comunicação oral, embora necessária, poderá não ser totalmente eficiente, dada a di-
ficuldade  de memorizar  todos  os  detalhes  que  podem ocorrer  durante  a  assistência  ao
paciente.  Torna-se indispensável, portanto  o  uso  da  comunicação  escrita no  pron-
tuário do paciente. Ela deverá ser entendida por quem receber sem o auxílio de quem a emi-
tiu;  para  tanto,  tem que  ser  clara  e  concisa,  elaborada  e redigida  em  linguagem  com-
preensível  e expressa  de  maneira  inteligível (FÁVERO  1979) Finalidades  do  Prontuário
-Partilha  de informações: estabelece uma efetiva comunicação entre a equipe de enferma-
gem e demais profissionais envolvidos na assistência ao paciente;

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Fundamentos de Enfermagem
• Garantia de Qualidade: serve como fonte de subsídios para a avaliação da assistência presta-
da  (comitê interno hospitalar);
• Relatório  Permanente:  registro  escrito em  ordem  cronológica  da  enfermidade de  um 
paciente  e  dos  cuidados oferecidos;  desde  o  surgimento  do problema  até  a  alta  /óbito/
transferência hospitalar;
• Evidência Legal: documento legal tanto para o paciente quanto para a equipe médica e de en-
fermagem (e outros), referente à assistência prestada. Cada pessoa que escreve no pron-
tuário de um paciente é responsável pela informação ali anotada;
• Ensino e Pesquisa: os registros do paciente contêm um grande número de informações, po-
dem constituir uma fonte alternativa de dados;
• Administrativo Financeiro: Demonstrar gastos referentes a materiais, medicamentos e pro-
cedimentos realizados.

Objetivos do Prontuário
• Atender legislações pertinentes;
• Garantir a continuidade da assistência;
• Segurança do paciente e dos profissionais;
• Ensino e Pesquisa; e auditoria.

Componentes do Prontuário
• Folha de identificação: nome completo, endereço, estado civil, profissão, data de nascimen-
to, parente responsável, convênio, médico responsável;
• Folha  de  evolução  médica:  hipótese diagnóstica, diagnóstico, registro cronológi-
co  da  evolução  ou  regressão  da patologia, resultados de exames, intercorrências,  regis-
tro de avaliações de outras especialidades médicas;
• Folha de prescrição médica: prescrição de medicamentos, dieta, cuidados específicos, soli-
citação de outros especialistas;
• Folha de anotação de enfermagem: relatório em ordem cronológica de todas as ações ob-
servadas  e  executadas  pela equipe  de  enfermagem,  intercorrências, transferências,  alta, 
exames realizados;
• Folha  de  registro  de  gastos  de  materiais (opcional): todo material utilizado é anota-
do para fins financeiros;
• Resultados de exames: RX, Ultra-som, laboratório, etc.

Anotação de Enfermagem
As  anotações  de  enfermagem são  os  registros  feitos  pela  equipe  de enfermagem  no  pron-
tuário do cliente e devem abranger as condições bio-psico- sócio-espirituais, todos os fatos ocorridos
e da assistência prestada, permitindo dar condições para a continuidade  dos cuidados. (COREN – SP, 2001)
A enfermagemreclama sua visibilidade e autonomia,   porém, mantém-se no anonimato.A anotação de
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Fundamentos de Enfermagem
enfermagem  valoriza  a  profissão O  prontuário,  bem  preenchido  e detalhado,  pode  afastar  as  ale-
gações de imperícia, imprudência ou negligência na prestação de serviços da equipe de enfermagem.
As ações de indenização proliferam em todos os tribunais pátrios, tendo como réus, principal-
mente, médicos, profissionais de enfermagem, hospitais e seus administradores.
Dessa forma as informações em saúde para uma assistência de qualidade, o profissional de saúde
precisa de informações corretas, organizadas, seguras, completas e disponíveis

Aspectos legais da anotação deenfermagem: (COREN– SP/2000)
Art. 1 – O registro deve ser claro, objetivo, preciso, com letra legível e sem rasuras;
Art. 2 – Após o registro deve constar a identificação do autor constando nome, COREN e carim-
bo;
Art.  3  –  O  registro  deve  constar  em impresso  devidamente  identificado  com os  dados  do 
cliente ou paciente, e completado com data e hora;
Art. 4 – O registro deve conter subsídios para permitir a continuidade do planejamento dos cuida-
dos de enfermagem nas diferentes fases e para o planejamento assistencial da equipe multiprofissional;
Art. 5 – O registro deve permitir e favorecer elementos administrativos e clínicos para a audito-
ria de enfermagem;
Art. 6 – O registro deve fazer parte do prontuário do cliente e servir de fonte de dados para pro-
cesso administrativo, legal, de ensino e pesquisa.
Resolução  COFEN  240/2000  código  de ética  capítulo  V  das  proibições (Revogada pela
Resolução COFEN 311/2007): Art.  64:  É  proibido  assinar  as  ações  de enfermagem  que  não 
executou, bem como permitir que outro profissional assine as que executaram;
• Lei 10.241 de 17 de março de 1999 Direitos do Usuário dos serviços e das ações de saúde:
Art. 2 – Acessar, a qualquer momento, o seu prontuário, nos termos do Art3 da lei Comple-
mentar 791 de 9 de março de 1995.
Conteúdo das anotações de enfermagem Deve-se anotar:
• As condições gerais do paciente ao iniciar o plantão: estado mental e humor, condições físi-
cas, sinais e sintomas, queixas, uso de drenos, cateteres e curativos, seguir sequenciacéfa-
lo-caudal.
• Dados referentes às necessidades humanas básicas (durante o plantão): necessidades psi-
cossociais e psicoespirituais;
• Nutrição: aceitação ou não do alimento, razões de sua rejeição, tipo e quantidade de ali-
mento consumido, formas de administração, jejum, intercorrências;
• Hidratação: tipo de hidratação (IV / V.O) quantidade, restrição ou não de acordo com a pa-
tologia, recusa e motivo;
• Sono e repouso: qualidade do sono e repouso. EX: refere ter dormido satisfatoriamente du-
rante a noite toda;

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Fundamentos de Enfermagem
• Locomoção  e  mobilidade:  condições  de locomoção  e  mobilidade.  Ex:  deambula com ou
sem auxílio, acamado, movimenta-se no leito, realizada mudança de decúbito (registrar a
posição), sentado em poltrona, entre outros;
• Eliminações vesico-intestinais: consistência e aspecto, cor, odor, quantidade, volume, fre-
quência;
• Cuidado corporal: (higiene e conforto): tipo de banho, estética do leito, higiene oral, cou-
ro  cabeludo,  unhas,  narinas, pavilhão  auditivo,  higiene  íntima,  horário, frequência, 
aceitação ou não dos cuidados, motivo da recusa;
• Sinais Vitais: T, P, R, PA (registrar os valores numéricos e suas respectivas unidades conven-
cionais);
• Comunicação:  tipo de comunicação verbal ou por sinais;
• Integridade  cutâneo-mucosa: pele íntegra  ou  com  presença  de  lesões,  tipo
(s) de lesão (ões), anotar o aspecto e a localização das mesmas;
• Acidentes e intercorrências;
• Recebimento de visitas,  saída e retornos  (da  unidade  ou  do  hospital), trans-
ferências  (de  leito,  de  unidade,  de hospital),  alta,  óbito  (anotar  sempre precedi-
do do horário sem ambiguidade por exemplo: 13:00hs / 01:00 hs.

Diretrizes legais para os registros
• Não apague, não use corretor, ou risque os erros cometidos durante os registros;
• Coloque entre parênteses e registre NULO e assine seu nome ou rubrica.
Então registre corretamente os dados;
• Não escreva comentários de crítica ou cuidados prestados por outros profissionais de saúde;
• Registre descrições objetivas sobre os comportamentos de pacientes.
Comentários de pacientes devem ser colocados entre aspas, seguido de (sic);
• Corrija todos os erros mediatamente;
• Erros de registros levam a erros nos cuidados. Evite a pressa, tenha certeza de que a infor-
mação está correta;
• Registre todos os fatos;
• Os registros devem ser precisos e confiáveis. Não especule;
• Não deixe espaços em branco nas anotações de enfermagem;
• Registre  em  sequencia,  linha  por  linha; se  restar  algum  espaço,  trace  uma  linha e 
assine o nome no final;
• Registre todos os dados de forma legível em caneta.
• Registros ilegíveis podem causar erros e processos; tinta não pode ser apagada;
• Se a prescrição não estiver clara, registre que buscou esclarecimentos;

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Fundamentos de Enfermagem
• Se você implementar prescrição sabendo que elas são incorretas, você estará sujeito a pro-
cesso da mesma forma que o médico que a prescreveu;
• Registre todos os dados de forma legível em caneta;
• Registros ilegíveis podem causar erros e processos; tinta não pode ser apagada;
• Registre dados apenas para si;
• Você é responsável pelas informações que registra no prontuário. Nunca registre para ter-
ceiros. Exceção, se um profissional de saúde telefona relatando informações que precisam
ser registradas, inclua o nome da fonte da informação no registro e que a informação foi for-
necida por telefone;
• Use descrições de cuidados concisas e completas;
• Inicie cada registro com a data, hora, e termine com a assinatura e carimbo;
• Assegura a sequencia correta de eventos, e o responsável pelo cuidado.
• Não espere o final do turno para realizar os registros. Assine cada registro;
• Utilizar  os  termos  científicos  e  por extenso Tais abreviaturas são padronizadas  e  de  e/
ou abreviaturas padronizadas e conveniadas. Ex : IM, EV, VO, SC, MMSS, MMII, MMSSII, RX,
USS, ECG, ECO, TOT, SNG, SNE , O2, UTI, entre outros.Verificar se toda a equipe tem conhe-
cimento do significado delas.
• Evite  usar  generalizações,  frases  feitas como  ―estado  de  saúde  inalterado  ou ―
teve um bom dia;
• Não utilizar o termo ―paciente ou o ―cliente ou a ―criança no início de cada frase;
• A folha de anotação é individual e de posse do mesmo.

Regras importantes:
Deveainda constar das respostas do paciente frente aos cuidados prescritos pelo enfermeiro,
intercorrências,   sinais e sintomas observados;Deve priorizar a descrição de características como ta-
manho mensurado (cm, mm etc), quantidade (ml, L), coloração e forma.
Não conter termos que deem conotação de valor (bem,mal,muito,pouco);
Conter apenas abreviaturas previstas em literatura;
Devem ser referentes aos dados simples, que não requeiram maior aprofundamento científico.
Deve anotar informações subjetivas e objetivas, problemas/preocupações do cliente, sinais/sin-
tomas, eventos ou mudanças significativas do estado de  saúde, cuidados prestados, ação e efeito das
intervenções de Enfermagem baseadas no plano de cuidados e respostas apresentadas.
Anotar quando sempre as ações de assistência forem executadas, mantendo o planejamento de
enfermagem atualizado.
Onde em impressos próprios, segundo modelo adotado pelo serviço de enfermagem da instituição.

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Fundamentos de Enfermagem
O registro deve ser feito de forma clara e objetiva, com data e horário específico, com a identifi-
cação (nome, COREN) da pessoa que faz a anotação.
Quando  o  registro  for  manual,  deve  ser feito  com  letra  legível,  sem  rasuras.  Na vigên-
cia de uma anotação errada, colocar entre vírgulas a palavra digo e anotar imediatamente após o tex-
to correto.
È  necessário  anotar  para  historiar e  mapear  o  cuidado  prestado,  facilitar  o rastreamen-
to das ocorrências com o cliente a qualquer momento e reforçar a responsabilidade do profissional
envolvido no processo de assistência de enfermagem. Sendo anotado então, pelosenfermeiros, técni-
cos e auxiliares de Enfermagem.

O que anotar em:

Pré-operatório
Procedimentos realizados no pré- operatório, conforme prescrição ou rotina institucional (ba-
nho, higiene oral, mensuração  de  sinais  vitais,retirada  e guarda de próteses,roupas íntimas, pre-
sença e local de dispositivos –acesso venoso, sondas, local de tricotomia, condições de pele).
Anotar tempo de jejum; orientações  prestadas;  esvaziamento  de bexiga;  adminis-
tração de pré-anestésico; encaminhamento/transferência para o centro-cirúrgico.Observação: o reg-
istro de  antecedentes  alérgicos  poderá  ser incluso nesta anotação, conforme prescrição  ou  rotina 
institucional.

Pós-cirúrgico
Posicionamento no leito e instalação de equipamentos (monitores, grades no leito etc);Sinais e sin-
tomas observados (cianose, palidez cutânea, dor, náuseas, vômitos, tremores, hipotensão, etc).
Anotar características e local do curativo cirúrgico, conforme prescrição ou rotina institucional;
instalação e/ou retirada de dispositivos, conforme prescrição ou rotina institucional (sondas, acesso
venoso etc); orientações prestadas; encaminhamento/ transferência de unidade ou alta hospitalar
Na admissão do paciente Nome completo do paciente, data e hora da admissão; Condições de che-
gada (deambulando, em maca, cadeira de rodas, etc.); Presença de acompanhante ou responsável;
Condições de higiene;
Queixas relacionadas ao motivo da internação;
Anotarprocedimentos/cuidados realizados,  conforme  prescrição  ou  rotina institucional  (men-
suração de sinais vitais, punção de acesso venoso, coleta de exames, elevaçãode grades, etc.); orien-
tações prestadas.
Obs.: Poderão ser inclusos dados padronizados na instituição ou informações coletadas de acor-
do com orientações.

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Alta
Data  e  hora;  condições  de  saída (deambulando,  maca  ou  cadeira  de rodas);  procedimen-
tos / cuidados realizados, conforme prescrição ou rotina institucional (mensuração de sinais vitais,
retirada de cateter venoso etc); orientações prestadas.
Obs.: Importante o registro real do horário de saída do cliente e se saiu acompanhado.
Óbito Assistência  prestada  durante  a constatação;  data  e  horário;  identificação do  médi-
co que constatou; comunicação do óbito ao setor responsável, conforme rotina institucional;procedi-
mentos pós- morte (higiene, tamponamento); encaminhamento do corpo (forma, local,).

Transferência de unidade/setor
Motivo da transferência; data e horário; setor de destino e forma de transporte; procedimen-
tos/cuidados realizados; condições (maca, cadeira de rodas); queixas.

Diurese
Ausência/presença de diurese (se sonda ou balanço hídrico, medir em ml);
Características (coloração, odor);
Presença de anormalidades (hematúria, piúria, disúria, etc.);Forma da eliminação (espontânea,
via uripen, sonda vesical de demora/ostomias urinárias

Evacuação
Episódios (nos respectivos horários); quantidade (pequena, média, grande); consistência (pas-
tosa,  líquida, semipastosa);  via  de  eliminação  (reto, ostomias); características  (coloração, odor, 
consistência, quantidade queixas.

Mudança de decúbito
Posição  (dorsal,  ventral,  lateral direita ou esquerda),medidas de proteção  (uso  de 
coxins, etc.); horário; sinais e sintomas observados ( alterações cutâneas).

Higienização
Tipo de banho; data e horário; tolerância eresistência do pacienteno leito, verificar a ocorrên-
cia de irritação da pele, alergia ao sabão, hiperemia nas proeminências ósseas, movimentação das ar-
ticulações, aplicação de solução para prevenção de úlceras. Anotar os locais. Cuidados com couro ca-
beludo; e higiene oral.

Curativo
Local da lesão; data e horário e tamanho; sinais e sintomas observados (presença de secreção, 
coloração, odor, quantidade, etc.); tipo de curativo (oclusivo, aberto, simples, compressivo, presença
de dreno, etc.); material prescrito e utilizado.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Fundamentos de Enfermagem
Dreno
Local e tipo; aspecto e quantidade de líquido drenado;sinais e sintomas observados.

Dor
Localização e características; intensidade (contínua ou intermitente); providências adotadas (co-
municado à enfermeira, etc.).

Acesso Venoso Periférico
Local da inserção; data e horário; dispositivo utilizado; motivos de troca ou retirada; sinais e sin-
tomas observados e possíveis intercorrências (transfixação, hematomas, extravasamento, hiperemia
etc.).

Intercorrências
Descrição  do  fato;  sinais  e sintomas  observados;  condutas  tomadas (comunicado  à  enfer-
meira,etc.);
Observação: Se a anotação de enfermagem traz dados constantes e variáveis a respeito dos cuida-
dos prestados ao paciente,fica claro o cuidado prestado de forma contínua.

Administração de medicamentos:
Checar na prescrição o horário.
Caso não for feita determinada medicação, circular a mesma e anotar o motivo.

Importante
Relembrar  que  todos  os procedimentos  e/ou  cuidados  prestados ao  cliente,que  devem  ser 
registrados nas anotações de enfermagem,  quando realizados por profissionais de nível médio de en-
fermagem (Técnicos e Auxiliares de Enfermagem), deverão ser prescritos por profissionais habilita-
dos e capacitados (Enfermeiro/Médico) e/ou constar em Manual de Rotina da Instituição.

Exemplos de    Anotação    de Enfermagem

Exemplo de anotação de admissão
Paciente João, deu entrada neste hospital  se  queixando  de  fortes  dores abominais. Apre-
senta-se acordado, lúcido, corado, hidratado, ictérico, acianótico.  PA  120x70  TAX  38.5  FR  20
FC 90. Aceitou bem a dieta, foi realizado banho no leito. Respiração espontânea, em uso de sonda ves-
ical fluindo bem, acesso periférico em MSE , abdome globoso, funções vesico intestinais presentes,
MMII sem anormalidades.
OBS paciente apresentou episódios eméticos  as  10hs.  --------------assinatura Exemplo de
anotação de paciente internado 07:00hs-  Paciente  lúcido,  desorientado, em  seu  4°  dia  de  inter-
nação por ITU (infecção do trato urinário), cooperativo, deambulando sob auxilio da enfermagem, hi-

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Fundamentos de Enfermagem
dratado,  febril  (37.8°C), normocardico, eupneico, normotenso, com  acesso  periférico  em  MSD  em
região de face dorsal da mão, sem sinais flogísticos. Sonda vesical fluindo bem.
Encaminhado ao banho de aspersão, realizada a troca de roupa de cama.
Aceitou bem a dieta oferecida.
Eliminações vesico intestinais presente ......... Assinatura.
19/8/2012  –  17h.  Paciente  de  60  anos encaminhada  para  a  sala  de  emergência da  clíni-
ca  médica  com  sudorese  fria, cianose  de  extremidade,  e  ausência  de resposta  aos  estímu-
los  táteis.  Apresenta desconforto respiratório importante, hipotensão  (90  x  55  mmHg),  perfusão
periférica insuficiente, mantém cateter venoso periférico na face interna do antebraço recebendo so-
roterapia e medicação. Às 17h15 foi instalada expansão com soro fisiológico CPM. Por piora do estado 
geral, às 17h30 iniciou- se intubação traqueal pelo plantonista Dr. Marcelo Mazzo. Recebeu sedação
intravenosa CPM. Às 17h45 foi intubado com sucesso com cânula orotraqueal n. 7,5 com cuff e man-
tido  em  ventilação mecânica.  Às  18h foi  passada  SNG  n.  14 em narina  esquerda e mantida  aberta
com débito verde-escuro. Às 18h45, foi passada SVD n. 16 por solicitação e prescrição do Dr. Marce-
lo, procedimento realizado pela enfermeira, sem intercorrência; apresenta 150 ml de débito amare-
lo-escuro.   Às 19h30, material preparado para passagem de cateter venoso central duplo lúmen pelo
Dr. Marcelo. Assinatura e carimbo.
19/8/2012  –  8h. Puérpera ativa, comunicativa, em repouso no leito, apresenta mamas túrgi-
das com presença de colostro. Paciente informa dor leve durante manipulação, mamilos protusos.
Aceitou  todo  o  desjejum,  tomou  banho no  chuveiro,  apresenta  incisão  cirúrgica lim-
pa e seca, lóquios em pequena quantidade de aspecto serossanguinolento; informa micção e evac-
uação presentes. Assinatura e carimbo.
DATA 31/02/12
07:00 Recebo o plantão com cliente em leito, mantendo cateter de o² contínuo, SNE, AVP em 
(MSE) digo MSD, SVD; — ———-ass 08:00 AVP apresenta sinais logísticos: extravasamento de líqui-
do, vermelho e cliente referindo dor, retirado e puncionada veia periférica em dorso da mão E com 
jelco  22.  Verificado  sinais vitais,  aceito  o  café  da  manhã, estimulado  e  auxiliado  à  higiene  oral.  —
———-ass 09:00 Encaminhado ao banho de aspersão. ————-ass.
10:00 Recebeu alta. Retirado acesso venoso de dorso da mão, foi orientado quanto aos medica-
mentos e retorno ao médico, transportado em cadeiras de rodas com acompanhante. Devolvidos os
exames laboratoriais. ————–ass.

Passagem de Plantão
Ao final de cada período de plantão, a equipe de enfermagem deve relatar verbalmente as ocor-
rências  com cada  cliente  para  a  equipe  que  está assumindo,  visando  à  integração  e  à continui-
dade na assistência.
Esses relatos podem ser feito à beira do leito ou no posto de enfermagem, conforme a rotina
da instituição. Algumas normas devem ser observadas por todos os integrantes da equipe nesse mo-
mento:

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Fundamentos de Enfermagem
• Presença dos integrantes das duas equipes, que devem estar atentos ao que está sendo ex-
posto;
• Não promover conversas paralelas, pois interferem no processo de comunicação;
• Iniciar o relato pelo nome do cliente, quarto ou leito e diagnóstico;
• Relatar procedimentos diagnósticos realizados naquele dia, queixas do cliente  e  condu-
tas adotadas, bem como fatos relevantes e ocorrências;
• Não verbalizar as impressões sobre determinado caso na presença do cliente
• Controlar as expressões faciais em relação ao quadro que o cliente apresenta. Por exemplo:
grandes curativos, queimaduras, entre outros;
• Oferecer à equipe que está iniciando o plantão a oportunidade de esclarecer as dúvidas;
• Fazer  relatos  breves  e  concisos,  pois  os fatos  não  relevantes,  particularidades  do cli-
ente,  impressões  pessoais  não  trazem nada  de  significado  para  a  assistência, além  de 
desrespeitarem o direito ao sigilo do cliente.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Fundamentos de Enfermagem
12 EXERCÍCIOS

1- Como você define a enfermagem?
2- Qual o principal objetivo da enfermagem?
3- Quais as funções do técnico de enfermagem?
4- A partir do que foi apresentado, quais serão os seus deveres perante a assistência ao paciente?
5- Quem foi Ana Nery?
6- Quem foi a pioneira da enfermagem? Fale sobre seu sistema.
7- O que ABEn e suas finalidades.
8- Qual a finalidade do Cofen/Coren?
9- O que é Cofen? Cite suas competências.
10- O que é Coren? Cite suas competências.
11-O que auditoria?
12- O que auditoria na enfermagem?
13-Quais as finalidades da auditoria?
14-Quais são os tipos de auditoria?
15- Como é feita a auditoria retrospectiva? E ainda nesta, quais os fatores que podem ser verifica-
dos nos prontuários?
16- Como é feita a auditoria operacional/concorrente?
17- Quanto às classificações da auditoria fale:
a- Quanto à forma de intervenção:
b- Quanto ao tempo:
c- Quanto à natureza:
d- Quanto ao limite:
18- O que acreditação hospitalar?
19- A acreditação possui fins lucrativos?
20- Através da acreditação hospitalar, a instituição de saúde tem a possibilidade de realizar um diag-
nóstico, fale sobre esse diagnóstico e o objetivo deste.
21-  A acreditação possuí um instrumento de avaliação que é composto de sete seções, com seus fun-
damentos.  A  lógica é  que  as  seções  interagem  entre  si, permitindo  com  que  a  organização  de
saúde seja avaliada com uma consistência sistêmica. Fale sobre estas seções:

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Fundamentos de Enfermagem
a- Liderança e administração:
b- Serviços profissionais e organização de assistência:
c- Serviços de atenção ao paciente/cliente:
d- Serviços de apoio ao diagnóstico:
e- Serviços de apoio técnico e abastecimento:
f- Serviços de apoio administrativo e infra-estrutura:
g- Ensino e pesquisa:
22- Quais são os 3 níveis da acreditação da enfermagem?
23- O que é ONA e qual seu objetivo?
24-Conceitue primeiros socorros.
25- Qual a objetivo dos primeiros socorros.
26- Qual a função do socorrista.
27-Quais são os equipamentos de proteção individual do socorrista?
28- O que se deve avaliar no local do acidente?
29- Sobre a proteção da vítima, qual o procedimento deve ser avaliado e realizado.
30- Fale sobre avaliação primária e secundária.
31- Defina sinais vitais e fale sobre cada um deles.
32- O que se deve avaliar no exame do estado geral do acidentado?
33- Quando se deve transportar as vítimas?
34-Defina paradacardio-respiratória. Fala sobre o grupo primária e secundário.
35-Cite 4 identificação da PCR.
36-Quais são os erros comuns da RCR? 37-Defina desmaio, suas principais causas e sintomas.
38-Quais os primeiros socorros para desmaio?
39- Defina convulsão, suas principais causas e sintomas.
40-Quais os primeiros socorros para convulsão?
41-Defina insolação, seus sintomas e os primeiros socorros.
42-Defina queimadura e fale sobre a classificação desta em 1º, 2º, 3º grau.
43-Defina queimadura leve, grave e moderada.
44-Quais primeiros socorros às vítimas de queimadura?
45-Quais os tipos de choque? Defina-os.
46-Quais as principais causas do choque e sintomas?
47-Quais os primeiros socorros para prevenção do choque?

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Fundamentos de Enfermagem
48- Defina hemorragia.
49-Diferencie hemorragia arterial das venosas.
50- Diferencie hemorragia interna da externa.
51- Fala sobre os primeiros socorros da Hemorragia nasal.
52- Defina hemoptise, Hematêmese, Estomatorragia, Melena, Metrorragia, Otorragia e fale seus pri-
meiros socorros.
53- Defina fratura fechada e exposta.
54-Defina entorses e luxações.
55- Defina asfixia e seus primeiros socorros.
56- O que faze em uma vítima picada de cobra venenosa.
57-Quem foi Semmelweis? 58- Diferencie microbiota residente da microbiota transitória.
59- Qual a finalidade da higienização das mãos?
60-Quais são os insumos necessários para lavagens das mãos?
61- Quais são equipamentos necessários para lavagens das mãos?
62- Todos os lavatórios devem ter fácil acesso e atender à proporção definida, explique isso.
63-Qual a finalidade e duração da higienização das mãos simples?
64- Quando é indicado o uso da solução alcoólica nas mãos? 65- Por que é necessário a retirada de
jóias para lavagens das mãos?
66-Quais os tipos de preparo do leito existem? Diferencie cada um.
67-Por que o preparo do leito é importante?
68-Para que serve a lavagem de mãos?
69-Quando o técnico de enfermagem deve lavar as mãos?
70-Descreva a técnica de lavagem de mãos.
71-O que são sinais vitais?
72-Descreva os valores de normalidade para os sinais vitais: pressão arterial, frequência cardíaca, tem-
peratura e frequência respiratória.
73-  Dê  o  significado  e  os  valores  de referência  para  os  seguintes  termos: taquicardia,  bradicar-
dia,  bradisfgmia, taquisfgmia,    taquipneia,  bradipneia, ortpneia,  dispneia,  apneia,  hipotensão,
hipertensão, afebril, febril, pirexia, hiperpirexia, hipotermia e hipertermia.
74-Descreva  a  técnica  de  mensuração dos  dados  vitais:  pressão  arterial, frequência  cardíaca,  tem-
peratura e frequência respiratória.
75- Quais são as finalidades do prontuário? E seus componentes?
76- O que deve anotar na: admissão do cliente, óbito, diurese, curativo, administração de medica-
mento?

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Fundamentos de Enfermagem
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LIMA,  I.  L.;  MATÃO,  M.  E.  L.  Manual  do Técnico  e  Auxiliar  de  Enfermagem.  8  ed. Goiânia: Edito-
ra AB, 2008.
KAWAMOTO, E. E.; FORTES, J. I. Fundamentos de Enfermagem. 2 ed. São Paulo: Editora EPU, 1997.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Profissionalização de Auxiliares de Enfermagem: Cadernos  de Aluno.  2  ed.
Cad. 3 Fundamentos de Enfermagem. Brasília-DF: Fiocruz, 2003.
FIGUEREDO, N. M. A. de. Práticas de Enfermagem: fundamentos, conceitos, situações e exercícios.São
Paulo: Difusão.
RODRIGUES, E. A. C. et al. Infecções Hospitalares: prevenção e controle.São Paulo: Sarvier, 1997.
SCHULL, P. D. Enfermagem Básica: teoria & prática/direção do projeto clínico. Tradução Geraldo Cos-
ta Filho e Renato Lamoounier Barbieri. 2ª ed. Ver e atual. São Paulo: Rideel, 2001.
_____________. O Enfermeiro e a Arte de Comunicar.Goiânia: UCG, 2002.
_____________.O Exame Clínico em Enfermagem.Goiânia: UCG, 2000.
_____________.O Enfermeiro e o Exame Clínico. Goiânia: UCG, 2003.
MAYOR, Eliana Rodrigues Carlessi; MENDES, Edoília   Maria Teixeira; OLIVEIRA, Kátia Regina de. Man-
ual de Procedimentos e Assistência de Enfermagem.   São Paulo: Atheneu, 2003.
NETTINA, S.M. Prática de Enfermagem. 8. Ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2007.
POTTER, P.A; PERRY, A.G. Fundamentos de Enfermagem. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 2004.
FILHO, M.  Manual de primeiros socorros – Cruz Vermelha, 1992.
PRIMEIROS SOCORROS – 2ª edição - SENAC   –   Departamento Nacional Diretoria de Formação Nacio-
nal – Rio de Janeiro 1991.
STEPHEN N. ROSEMBERG, M.D. LIVRO DE PRIMEIROS SOCORROS - 2ª Edição, Editora Record, 1991.
BRASIL. Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986. Dispõe sobre a regulamentação do exercício da Enfer-
magem e dá outras providências. D.O.U. de 26 de junho de 1986. Disponível em: < http://www.planal-
to.gov.br/ccivil_03/Leis/L7498.htm>. Acesso em Jan 2016.
RESOLUÇÃO COFEN 240/2000. Aprova o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem e dá outras
providências. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-2402000. Acesso em Jan 2016.
PRONTUÁRIO DO PACIENTE. Universidade Tiradentes-Curso de Enfermagem. Disponível em: http://
www.ebah.com.br/content/ABAAABoW0AH/aula-teorica-4-prontuario-paciente. Acesso em Jan
2016.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

650

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Curso Técnico em

ENFERMAGEM
Etapa 1

NOÇÕES DE
ADMINISTRAÇÃO

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Book_Enfermagem.indb 652 11/02/2016 13:00:28
Noções de Administração
COMPETÊNCIAS DA DISCIPLINA
• Reconhecer a estrutura organizacional e administrativa dos serviços de Saúde.
• Proporcionar instrumentos facilitadores de seu desenvolvimento, conscientização de si
mesmo, maior motivação e fazer no trabalho a própria vida.
• Desenvolver a análise e interpretação de textos em todas as disciplinas afins.

O ALUNO DEVERÁ SER CAPAZ DE:


• Conceituar a administração identificando seus objetivos e funções, caracterizando os prin-
cípios da administração e o perfil do administrador;
• Descrever qualidade dos Serviços de Saúde, seus princípios e objetivos;
• Conceituar o hospital descrevendo os objetivos e as suas funções;
• Classificar as unidades existentes no hospital, descrevendo a estrutura organizacional e a
posição da enfermagem dentro do organograma do hospital;
• Identificar descrevendo os serviços e departamento contidos no hospital;
• Citar medidas que promovem a economia hospitalar;
• Possibilitar o trabalho em equipe desenvolvendo a competência interpessoal e o sentimen-
to de empatia.

DISTRIBUIÇÃO DOS PONTOS – 1ª ETAPA


1º Bimestre – 40 pontos
• 20 pontos: a critério do professor
• 20 pontos: avaliação bimestral

2º Bimestre – 60 pontos
• 20 pontos: a critério do professor
• 10 pontos: mostra
• 30 pontos: avaliação bimestral

Carga Horária Semanal: 02 horas/aulas


Carga Horária Total: 40 aulas

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

653

Book_Enfermagem.indb 653 11/02/2016 13:00:28


Noções de Administração

SUMARIO

1. INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO ...............................................................................................655


1.1 Teorias da administração ....................................................................................................656
2. PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS....................................................................................................660
2.1 Conceitos.............................................................................................................................660
2.2 Organização ........................................................................................................................662
3. PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS APLICADOS Á ENFERMAGEM.....................................................664
3.1 Processo de trabalho na enfermagem................................................................................664
3.2 Liderança e chefia ...............................................................................................................665
3.3 Comunicação na enfermagem............................................................................................668
3.4 Instrumentos administrativos na enfermagem...................................................................669
4. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM -SAE ........................................................670
4.1 Definição.............................................................................................................................670
4.2 Contextualização histórica..................................................................................................671
4.3 Teorias de enfermagem.......................................................................................................671
4.4 Processo de enfermagem....................................................................................................672
5. RECURSOS HUMANOS NA ENFERMAGEM...................................................................................676
5.1 Políticas de Recursos Humanos...........................................................................................677
5.2 Dimensionamento de Pessoal.............................................................................................678
6. HOSPITAL......................................................................................................................................681
6.1 Conceitos e funções............................................................................................................681
6.2 Elementos Físicos................................................................................................................687
6.3 Noções da qualidade nos serviços de saúde.......................................................................694
6.4 Organização Nacional de Acreditação (ONA)......................................................................694
7. SUCESSO PROFISSIONAL...............................................................................................................696
7.1 Dicas para o sucesso profissional........................................................................................696
8. A CRIATIVIDADE NA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS........................................................................698
8.1 O ciclo da resolução de problemas.....................................................................................698
8.2 Estrutura dos problemas.....................................................................................................699
8.3 Criatividade ........................................................................................................................700
8.4 Onze Regras para a Solução Criativa...................................................................................702
9. TRABALHO EM EQUIPE.................................................................................................................704
9.1 Atendimento integral..........................................................................................................704
9.2 Trabalho Multidisciplinar.....................................................................................................704
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO...................................................................................................................707
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................709

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Noções de Administração
1. INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO
A administração caracteriza-se como uma tendência mundial. As empresas sejam de peque-
no, médio e grande porte lidam diariamente com tomada de decisões, avaliações de desempenho,
alocação de recursos. Tais atividades enfatizam a importância de se ter um administrador envolvido
nesse processo. Dessa forma, os profissionais têm buscado cursos de administração para a aquisição
de novos conhecimentos que visam à melhoria dos processos de trabalho bem como aumento de
produtividade.
Para lidar com as atividades diárias, é necessário que o administrador tenha uma formação
variada que o permita propor soluções e intervenções. O olhar do administrador também deve con-
templar uma visão ampla, visto que o mesmo é responsável pelo resultado de um grupo de pessoas.

Ele é um agente não só de condução, mas também de mudança e de transformação


das empresas, levando-as a novos rumos, novos processos, novos objetivos, novas
estratégias, novas tecnologias e novos patamares. (CHIAVENATO, p.11, 2000)

O sucesso das instituições prestadoras de assistência de saúde depende, em grande parte, da


competência administrativa da enfermagem. Essa organização do sistema de saúde possibilita ao pa-
ciente receber um cuidado digno e humano.
Porém, nota-se que tal prática continua obsoleta e, consequentemente não gera inovação nas
instituições de saúde. Dessa forma, as organizações de saúde e as associações de enfermagem devem
se preocupar com o desenvolvimento de modernas técnicas gerenciais.
A administração é constituída por fases:

1ª. Fase Empírica da Administração


a) Período Teocrático: forma de governo em que a autoridade era emanada dos deuses ou
de Deus. Destacaram-se nesse período as contribuições de Moisés (Êxodo 18:13-27), de
Hamurabi, dos faraós egípcios, entre outros.
b) Período dos precursores da Administração Científica:
• Sócrates (470a.C – 399a.C): filósofo grego. Considerou a administração uma habilidade pes-
soal, separada do conhecimento técnico e da experiência.
• Platão (429a.C – 347a.C): filósofo grego. Expôs seu ponto de vista sobre a forma democráti-
ca de governo e da administração dos negócios públicos. Sua principal obra foi “A Repúbli-
ca”.
• Aristóteles (384a.C – 322a.C): outro filósofo grego. Defendeu a divisão do trabalho e a união
de esforços dos trabalhadores. No seu livro “Política”, apresentou três formas de governo:
monarquia, aristocracia e democracia.

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Noções de Administração
2ª. Fase da Administração Científica
Estudo do método científico;
Utilização de experiências testadas no processo de causa e efeito;
Funções de previsão, organização, comando, coordenação e controle;
Pode ser dividida em três períodos.
a) Período Clássico: teve com principal característica a gerência do trabalho. Seus maiores
representantes foram Frederick Winslow Taylor, Henri Fayol;
b) Período Neoclássico: caracterizou-se por enfatizar as relações humanas e os fundamentos
do behaviorismo (comportamento humano na organização);
c) Período Moderno: destacou-se por ressaltar a teoria organizacional e a análise de sistemas.

Disponível em: www.pinterest.com.br. Acesso Jan 2016

1.1 Teorias da administração

TEORIA CIENTÍFICA
• Principal teórico: Frederick Taylor

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Noções de Administração
• Proposta Básica: aumento da produção pela eficiência do nível operacional.
• Preconizava: a divisão do trabalho, especialização do operário e a padronização das ativida-
des e tarefas por eles desenvolvidas.
• Homem econômico: o homem é motivado pela remuneração material / quanto maior a
remuneração, maior a produção.

Críticas
• Aspecto mecanicista/homem como uma peça de engrenagem e não como ser humano.
• Ênfase na especialização do operário como fator de produção.
• Não consideração das influências do grupo no desempenho individual.

Influências na enfermagem
• Elaboração ou simples adoção de manuais de técnicas e procedimentos;
• Escalas diárias de divisão de atividades/fase mecanicista da administração;
• Assistência de enfermagem é fragmentada em atividades;
• O executor se distancia do todo (assistência de enfermagem) e se fixa na parte (tarefa).
• Assistência de enfermagem integral ocorre somente nos pacientes graves.

TEORIA CLÁSSICA
• Teórico: Henry Fayol
• Objetivo: Eficiência da organização pela adoção de uma estrutura adequada e de um funcio-
namento compatível com essa estrutura.
• Em toda empresa coexistem 6 funções: técnica, comercial, financeira, de segurança, contá-
bil e administrativa.
• Organização como estrutura rigidamente hierarquizada, estática e limitada.
• Divisão horizontal do trabalho = agrupamento de atividades afins (departamentalização).

Críticas
• Caráter prescritivo e normativo por determinar com regras e normas o comportamento do
administrador.
• Preocupação exclusiva com a estrutura formal da organização, não admitindo a existência
da estrutura informal, que é constituída pelas pessoas e suas relações.

Influências na enfermagem
• Estruturação rigidamente hierarquizada: organogramas mostram linhas de subordinação
integral;

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Noções de Administração
• As pessoas e as relações interpessoais não são devidamente consideradas –atividades roti-
neiras com avaliações exclusivamente quantitativas;
• Preocupação com a quantidade do trabalho desenvolvido é maior do que com a qualidade.
• Desenvolvimento do pessoal de enfermagem e do serviço ficam comprometidos.

TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS


• Ruptura de paradigma – enfatiza a variável pessoas em lugar da variável estrutura;
• Preocupa-se com o homem no trabalho (aspecto psicológico) e com os grupos (aspecto
sociológico);
• Marco teórico: experiência de Hawthorne e Elton Mayo.
• Conclusão: o fator psicológico (relacionamento do indivíduo com o chefe imediato) interfe-
ria na produção dos trabalhadores de forma mais acentuada;
• Importância da integração do indivíduo no grupo social.

Críticas
• Os abusos fizeram com que ela se transformasse numa forma paternalista de administra-
ção, onde, na busca da harmonia, os conflitos eram abafados, e os confrontos entre o em-
pregado e a administração eram ignorados.

Influências na enfermagem
• Comunicação entre o enfermeiro (líder) e os demais membros é fator relevante para a con-
tinuidade e otimização da assistência de enfermagem.
• Papéis isolados em relação à MOTIVAÇÃO: enfermeiro procura incentivar e estimular o pes-
soal da equipe, mas às vezes o serviço não tem essa Filosofia.

TEORIA BUROCRÁTICA
• Principal teórico: Max Weber
• Características: Visa a eficiência organizacional como objetivo básico, prevê detalhes do
funcionamento organizacional.
• Caráter racional e sistemática divisão do trabalho.
• Impessoalidade nas relações humanas;
• Determinação de procedimentos e rotinas;
• Profissionais caracterizam-se pela especialização técnica, pela remuneração condizente
com o cargo, pela nomeação pelo chefe imediato e pelo fato de não participarem do capital
da organização.

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Noções de Administração
Críticas
• Exagerado apego às regras, normas e regulamentos, transformando-os de “meios” em
“fins”;
• Valorização maior para as normas e regras do que para o contingente humano;
• Impessoalidade no relacionamento humano;
• Necessidade de exibir símbolos que evidenciem o poder dos participantes.

Influências na enfermagem
• Os serviços de enfermagem seguem o modelo da instituição;
• O pessoal de enfermagem passa a ter características de técnicos especializados, com com-
portamentos e posições definidos pelo grupo que detém o poder na organização.
• Prática administrativa estanque baseada em regras e normas obsoletas (apenas) com pou-
cas perspectivas de mudanças.

TEORIA CONTINGENCIAL
• Investigou-se como uma mesma empresa funcionava de diferentes formas em diferentes
condições.
• CONCLUSÃO: o ambiente externo à organização influencia na sua estruturação e nos pro-
cessos organizacionais.
• Além do ambiente, a TECNOLOGIA influencia, de forma marcante, a estrutura e a dinâmica
organizacionais.
• A tecnologia assume posição de destaque pelo fato de permear toda a atividade de produ-
ção e de prestação de serviços.

Críticas
• Por ser uma teoria recente é pouco percebida na prática da administração.
• Não admite conceitos absolutos, mas sim relativos.

TEORIA COMPORTAMENTAL
• Lewin – behaviorista ou das ciências do comportamento;
• “homem administrativo” visando à maneira satisfatória na realização do trabalho, e não à
melhor maneira;
• Teoria da Motivação de Maslow – NHB;
• Uniu a escolha do estilo às convicções que os administradores tinham a respeito do com-
portamento humano;
• Pessoas + ambiente.

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Noções de Administração
TEORIA DOS SISTEMAS
• Três premissas básicas: os sistemas existem dentro de sistemas; os sistemas são abertos; e
as funções de um sistema dependem de sua estrutura.
• “homem funcional” – relacionamento interpessoal com outras pessoas = sistema aberto;
• Organizações = sistema de papéis, e os indivíduos são atores que desempenham esses pa-
péis;
• Retroalimentação.

2. PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS
2.1 Conceitos
Para conhecer sobre o processo de administração, é necessário que se entenda alguns princí-
pios envolvidos:
• Divisão do trabalho: consiste em dividir cada uma das tarefas em operações mais simples
(especialização);
• Autoridade e Responsabilidade: poder de dar ordens e de se fazer obedecer, não é feita
individualmente = anula responsabilidade;
• Disciplina: Respeito às regras estabelecidas. A boa direção inspira obediência.
• Unidade de comando: Cada agente, para cada ação, só deve receber ordens de um único
chefe.
• Subordinação: Prevalência dos interesses gerais da organização.
• Remuneração do pessoal: tem de ser equitativa, justa, evitando-se a exploração.
• Centralização: Deve haver um único núcleo de comando centralizado, atuando de forma
similar ao celebro, que comanda o organismo.
• Hierarquia: Cadeia de comando por escalas.
• Ordem: Por meio da racionalização do trabalho, estabelece-se o lugar de cada coisa e de
cada pessoa.
• Eqüidade: capacidade de estimular o pessoal a empregar, no exercício de suas funções, toda
a vontade de devotamente que é capaz.
• Estabilidade do pessoal: O funcionário precisa de tempo para adaptar-se à tarefa que lhe foi
incumbida.
• Iniciativa: Os liderados devem ser incentivados a buscarem por si só, as soluções para os
problemas que surgirem.
• Espírito de equipe: O corpo social deve experimentar uma união

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Noções de Administração
Fayol destaca que é necessário que haja cinco elementos imprescindíveis para uma boa admi-
nistração:
1) Previsão/ Planejamento;
2) Organização;
3) Comando;
4) Coordenação;
5) Controle.

Disponivel em: www.slideshare.com.br. Acesso em jan 2016

Ao fazer uma previsão, objetiva-se preparar as ações para que as metas sejam atingidas através
de um plano de ação.
É necessário também comando. Esse se define um conjunto de certas qualidades pessoais e
sobre o conhecimento dos princípios gerais de administração;

Preceitos do comando
1) Ter conhecimento profundo de seu pessoal;
2) Excluir os incapazes;

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Noções de Administração
3) Conhecer bem os convênios que regem as relações entre a empresa e seus agentes;
4) Dar bom exemplo;
5) Fazer inspeções periódicas do corpo social, recorrendo nestas inspeções ao auxílio de qua-
dros sinópticos;
6) Reunir seus principais colaboradores em conferências, onde se preparam a unidade de di-
reção e a convergência dos esforços;
7) Não se deixar absorver pelos detalhes;
8) Incentivar no pessoal a atividade, a iniciativa e o devotamento.

2.2 Organização
A Organização é uma associação de pessoas para atingir uma finalidade definida e predetermi-
nada, ou seja, sua missão. As pessoas que compõem a organização são seus sócios, dirigentes, funcio-
nários e voluntários, com objetivos e responsabilidades diferenciados, mas articulados em torno da
missão da entidade.

Tipos de organização
• Organização pública: É aquela mantida pelo poder público, isto é, por qualquer nível de
governo, federal, estadual ou municipal.
• Organização privada: É a mantida pela iniciativa privada, isto é, por pessoas, sócias da orga-
nização. Também existe a organização mista, onde esforços públicos são combinados com
privados.
• Organização com fins lucrativos: É aquela cujo objetivo é gerar lucro a partir das atividades
por ela desenvolvidas, para distribuí-los aos seus sócios.
• Organização sem fins lucrativos: Não tem objetivo de lucro, mas outras finalidades, como
amparar os necessitados, desenvolver atividades sociais (esportes, lazer), congregar pesso-
as. A ausência da finalidade de lucro não impede que a organização venda mercadorias ou
preste serviços remunerados, mas o lucro dessas atividades deve reverter somente para a
organização, jamais para seus proprietários.
• Organização permanente: É aquela constituída por prazo indeterminado, em princípio para
sempre, sem que isso impeça seu desaparecimento.
• Organização temporária: É a constituída com uma finalidade específica, para desaparecer
tão logo essa atividade tenha sido concluída.

Eficiência e eficácia
Quando as organizações resolvem problemas e são eficientes no uso de recursos todos ficam
satisfeitos: clientes, usuários, funcionários, acionistas, a sociedade de forma geral. Utilizou-se então
dois conceitos extremamente úteis nas organizações, são eles:

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Noções de Administração
EFICÁCIA: comparação entre o que se pretendia fazer e o que efetivamente se conseguiu. É a
palavra usada para indicar que a organização realiza seus objetivos. Quanto mais alto o grau de reali-
zação dos objetivos, mais a organização é eficaz.
EFICIÊNCIA: relação entre os resultados que se conseguiu alcançar e os recursos que foram
empregados. É a palavra usada para indicar que a organização utiliza produtivamente, ou de maneira
econômica, seus recursos. Quanto mais alto o grau de produtividade ou economia na utilização dos
recursos, mais eficiente é a organização.

Na enfermagem como devemos ser? Eficazes ou eficientes?

Habilidades de um administrador
• Habilidade é o processo de visualizar, compreender e estruturar as partes e o todo dos as-
suntos administrativos das empresas, consolidando resultados otimizados pela atuação de
todos os recursos disponíveis.
• Habilidade técnica: consiste em utilizar conhecimentos, métodos, técnicas e equipamentos
necessários para realização de tarefas específicas por meio da experiência profissional;
• Habilidade humana: consiste na capacitação e discernimento para trabalhar com pessoas,
comunicar, compreender suas atitudes e motivações e desenvolver uma liderança eficaz.
• Habilidade conceitual: consiste na capacidade para lidar com ideias e conceitos abstratos.
Essa habilidade permite que a pessoa faça abstrações e desenvolva filosofias e princípios
gerais de ação.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Noções de Administração
3. PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS APLICADOS Á ENFERMAGEM
3.1 Processo de trabalho na enfermagem
O processo de trabalho de enfermagem particulariza-se em uma rede ou subprocessos que são
denominados cuidar ou assistir, administrar ou gerenciar, pesquisar e ensinar.
No processo de trabalho gerencial, os objetos de trabalho são a organização do trabalho e os
trabalhos e os recursos humanos de enfermagem.
Instrumentos: planejamento, dimensionamento de pessoal de enfermagem, recrutamento e
seleção de pessoal, educação continuada e/ ou permanente, supervisão, avaliação de desempenho
e outros. Também utilizam-se outros meios ou instrumentos como força de trabalho, os materiais,
equipamentos e instalações, além dos diferentes saberes administrativos.
Existem dois modelos de gerência: racional (foco no indivíduo e nas organizações) e o histórico-
-social (centrado na abordagem das práticas sociais e sua historicidade);
• Modelo Racional: Predominante nos estudos e na prática; está fundamentado na Teoria
Geral da Administração (TGA); Interpretar os objetivos propostos pela organização e trans-
formá-los em ação organizacional através dos elementos administrativos; Flexibilidade: a
produção é voltada e conduzida pela demanda, é variada, diversificada e pronta para suprir
o consumo, que determina a produção (flexível).
• Modelo Histórico-Social: O gerenciamento é apreendido a partir da perspectiva das prá-
ticas de saúde, historicamente estruturadas e socialmente articuladas; Gerência não está
voltada apenas para organização e o controle dos processos de trabalho, mas também para
a apreensão e satisfação das necessidades de saúde da população. Democratização das
instituições de saúde e a ampliação da autonomia dos sujeitos envolvidos nos processos de
cuidado- usuários e trabalhadores
Processo de trabalho gerencial em enfermagem

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Noções de Administração
Possui 4 dimensões:
1. Dimensão técnica: Refere-se a aspectos gerais e instrumentais do próprio trabalho, tais
como planejamento, coordenação, supervisão, controle e avaliação, tanto nos recurso hu-
manos como nos materiais e físicos.
2. Dimensão política: É aquela que articula o trabalho gerencial ao projeto que se tem
a empreender, estão presentes as determinações de caráter político-ideológicas e
econômicas.
3. Dimensão comunicativa: Essa diz respeito ao caráter de negociação presente no lidar com
as relações de trabalho na equipe de saúde e nas relações da unidade com a comunidade.
4. Dimensão de desenvolvimento da cidadania: Essa implica tomar a gerência como uma
atividade que contém uma e está contida numa perspectiva de emancipação dos sujeitos
sociais, quer eles os agentes presentes no processo de trabalho, ou os clientes que utilizam
os serviços de saúde.

3.2 Liderança e chefia


Liderança é a habilidade de influenciar pessoas para que trabalhem entusiasticamente visando
atingir os objetivos comuns, inspirando confiança por meio da força do caráter. 
Ser líder exige gentileza, humildade, respeito, altruísmo, perdão, honestidade e compromisso.
Já a Chefia consiste em simplesmente, fazer um grupo funcionar para que sejam atingidos de-
terminados objetivos ou metas, é literalmente colocar a casa em ordem. Ser chefe é uma atribuição
que a organização propõe.

Chefia
• Conceito ultrapassado;
• Não conduz a equipe;
• Chefe = supervisor?
• Gerência clássica.

Líder
• Gerência contemporânea;
• Supervisor: Líder da equipe de enfermagem;
• Estimula e motiva;
• Trabalha junto.

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Noções de Administração

Disponível em: subliminalpromp3.blogspot.com. Acesso em jan 2016.

Diferenças entre líder e chefe

Disponível em: pt.slideshare.net/juliomachado/diferenas-entre-lider-e-chefe. Acesso em jan 2016.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Noções de Administração
Tipos de liderança
• Autocrática: é aquela exercida de forma autoritária, centraliza o poder de modo tal que não
permite a participação dos demais integrantes do grupo na tomada de decisões.
• Democrática: é aquela exercida de forma autoritária, centraliza o poder de modo tal que
não permite a participação dos demais integrantes do grupo na tomada de decisões; ênfase
tanto no líder como nos subordinados.
• Liberal : o líder não assume seu papel nem exerce influência sobre a equipe; conseqüente-
mente, o grupo fica desorientado; ênfase nos subordinados.
OBS: A aplicabilidade do estilo de liderança influenciará o processo do trabalho e seu resultado
final, e este poderá ser um fator motivador da equipe.

Estilo autocrático: Apenas o líder fixa as diretrizes sem qualquer participação do grupo, determi-
nando como deve ser feito e quem deve executar as tarefas. Ele decide sozinho a tomada de decisão.
As suas críticas são dominadoras e pessoais. Um exemplo clássico desse estilo de liderança é o am-
biente militar de trabalho (polícia militar e polícia civil).
Estilo Democrático: A equipe toma as decisões e o líder apoia. As diretrizes são delimitadas
pelo grupo, estimuladas e assistidas pelo líder. Ele é participativo e objetivo, é um membro do grupo.
Em relação às críticas e elogios, ele se limita aos fatos. Um exemplo desse estilo de liderança são as
empresas de moda, nas quais a equipe organiza a distribuição das peças, dos modelos, das cores, dos
layouts e o líder participa desse processo (C&A e Riachuelo).
Estilo liberal: A equipe toma as decisões com a intervenção mínima do líder. Ele esclarece dúvi-
das somente se solicitado, não participa das divisões de tarefas. Não faz tentativas de regular o curso
dos acontecimentos. Um exemplo desse estilo são as empresas de tecnologia de informação, nas
quais os colaboradores executam todo o processo de criação de software e somente quanto solicitado
o líder intervém (SISMEP).
Liderança Situacional - A liderança situacional é entendida como um processo dinâmico, alte-
rável de uma situação para outra, em decorrência de modificações na conduta do líder, dos liderados
e na situação. É um modelo moderno, o qual preconiza que não existe um estilo melhor de liderança,
ou seja, o líder necessita utilizar vários estilos que podem ser adaptados frente às variáveis presentes
em cada situação especifica. É também definida como “o processo de influenciar as atividades de in-
divíduos ou grupos para a consecução de um objetivo numa dada situação”. Detém três habilidades
fundamentais: Diagnóstico, flexibilidade e parceria para o desempenho.
Comportamento tarefa X Comportamento de relacionamento
Comportamento de tarefa: É aquele que os líderes adotam para organizar e definir as funções
dos membros do seu grupo (subordinados), explicar as atividades que cada um deve executar e quan-
do, onde e como as tarefas devem ser realizadas; caracteriza-se pelo esforço para estabelecer padrões
bem definidos de organização e meios de conseguir que as coisas sejam feitas.

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Noções de Administração
Comportamento de relacionamento: É aquele que os líderes adotam para manter relações pes-
soais entre si e os membros de seu grupo (subordinados), abrindo canais de comunicação, providen-
ciando apoio sócio emocional, “carícias psicológicas” e sendo flexíveis.

“Grandes líderes mudam de estilo para levantar a auto estima de suas equipes.
Se as pessoas acreditam nelas mesmas,
é impressionante o que elas conseguem realizar”.

3.3 Comunicação na enfermagem


O enfermeiro que se molda ao estilo de liderança às propostas organizacionais, ou seja, adota
um estilo de liderança autocrática. Porém, tal ação traz como consequência produção em nível quan-
titativo, mas não em qualitativo.
Na proposta mais atual de estilo de liderança, que é a contingencial, há a necessidade e o líder
criar ou reconhecer um ambiente favorável, como também conhecer as expectativas dos liderados
antes de adotar um estilo de liderança.
Nesse contexto, a comunicação na equipe é essencial. Na grande maioria das equipes e institui-
ções de saúde é uma rede de comunicação formada pelos dois tipos de canais de troca de informação:
os formais e os informais:
• Formal: se expressa, por exemplo, mediante ofícios e memorandos, isto é, os mecanismos
formais de comunicação.
• Informal: acontece sem a necessidade desses mecanismos e também possibilita a obtenção
de informações fundamentais para o trabalho: como nas conversas com o paciente, en-
quanto fazemos um curativo, ou com sua família, o bate-papo na hora do almoço.
Em todas as formas de comunicação, formal ou informal, pode haver o que os especialistas cha-
mam de ruído (fatores estranhos à mensagem transmitida que a modificam).

Disponível em:  http://www.aeradoespirito.net/ArtigosAX/A_IMP_DA_INF_EST_INT_UN_AX.html. Acesso em jan 2016.

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Noções de Administração
Todos os integrantes da equipe devem ter assegurado o direito de participar dos processos de
produção e divulgação da informação.
Um grupo de profissionais efetivamente integrado, no qual todos se sintam igualmente impor-
tantes, produzindo e recebendo informação, fazendo parte da rede de comunicação, traz maior satis-
fação individual e, consequentemente, melhor participação no cotidiano do trabalho.

3.4 Instrumentos administrativos na enfermagem


Os princípios administrativos para o serviço de enfermagem consistem em;
• formular planos baseados nos objetivos, na estrutura, na filosofia, nos padrões e procedi-
mentos de trabalho previamente aceita pela organização;
• compor sistematicamente todo o pessoal e suas atividades: definir autoridades, funções e
responsabilidades;
• qualificar o pessoal para execução dos planos e alcançar os objetivos propostos;
• utilizar a capacidade de cada pessoa eficazmente;
• promover a cooperação como essencial para coordenar as atividades dos diversos departa-
mentos e de pessoal;
• obter o máximo de resultados com o mínimo de tempo, esforço, suprimento e equipamen-
tos, através de medidas de planejamento e organização;
• manter atualizados e conservados os relatórios e registros das atividades de organização.

Instrumentos administrativos na enfermagem


Manuais: normas, rotinas, procedimentos. Transmitem, por escrito, orientações aos elementos
da equipe de enfermagem para o desenvolvimento das atividades. Enquanto instrumentos de infor-
mação, os manuais reproduzem a estrutura formal (informação escrita) do serviço de enfermagem.

Manual de Enfermagem
Instrumento que reúne, de forma sistematizada, normas, rotinas, procedimentos e outras infor-
mações necessárias para a execução das ações de enfermagem.
Essas informações podem estar agrupadas em um único manual ou divididas de acordo com sua
finalidade: manual de normas, rotinas e procedimentos; manual de educação em serviço; manual de
funcionários, manual de formulários e outros.
Tem por finalidades esclarecer dúvidas e orientar a execução das ações de enfermagem, consti-
tuindo um instrumento de consulta.
Deve ser constantemente submetido à análise crítica e atualizado sempre que necessário, con-
siderando também os avanços advindos dos resultados das pesquisas realizadas na área de enferma-
gem.

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Noções de Administração
Manual de normas
As normas são um conjuntos de regras ou instruções para determinar procedimentos, métodos,
organização, que são utilizados no desenvolvimento das atividades de enfermagem.
São leis, guias que definem o modo e quem deve realizar as ações de enfermagem.

Manual de rotinas
A rotina, conforme definição do Ministério da Saúde é o conjunto de elementos que especifica
a maneira exata pela qual uma ou mais atividades devem ser realizados.
É a descrição sistematizada dos passos a serem dados para a realização das ações componentes
de uma atividade, na sequência da execução. Uma rotina instrui sobre o que deve ser feito, quem
deve fazer e onde.

Manual de procedimentos
Procedimento é a descrição detalhada e sequencial de como uma atividade deve ser realizada.
É sinônimo de Técnica.
O procedimento, ao contrário da rotina, geralmente é uniforme para toda a organização, pois
está baseado em princípios científicos e, assim, não se modifica, independentemente de quem o re-
aliza. Exemplo: a sondagem vesical é realizada por um enfermeiro, ou por um médico sempre da
mesma maneira. O tipo de material utilizado pode ser modificado, mas a técnica de fazer a sondagem
geralmente não.

4. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM -SAE


4.1 Definição
É uma metodologia científica que vem sendo cada vez mais implementada na prática assistencial,
conferindo maior segurança aos pacientes, melhora da qualidade da assistência e maior autonomia
aos profissionais de enfermagem. Pode-se considerar um método para organização e prestação de
assistência de enfermagem.
É uma atividade privativa do enfermeiro que norteia as atividades de toda a equipe de
Enfermagem, já que técnicos e auxiliares desempenham suas funções a partir da prescrição do
enfermeiro.

Objetivos
• Aplicação da abordagem científica ou da solução de problemas da prática de enfermagem;
• Resolver e Tratar os problemas dos pacientes de maneira INDIVIDUALIZADA E HOLÍSTICA.
A SAE organiza o trabalho de enfermagem através da operacionalização de todas as fases da
metodologia de planejamento. A negligência da SAE é uma das principais razões da desorganização e
falta de confiança das atividades de enfermagem;
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Noções de Administração
4.2 Contextualização histórica
A preocupação da enfermagem com a questão teórica surge com Florence Nigthingale. Propõe
um modelo baseado em reflexões e questionamentos, havendo desvinculação do modelo biomédico.
Nos anos 50 e 60 téoricas como Peplau Dorothea buscaram relacionar fatos e estabelecer as
bases da enfermagem com uma ciência.
No Brasil a comprovação dessas teorias se faz através de Wanda Horta com a Teoria das Neces-
sidades Humana Básicas.

4.3 Teorias de enfermagem


As teorias são uma forma de relacionar conceitos, através do uso de definições que sejam úteis
ao desenvolvimento de inter-relações significativas para a descrição ou definição da prática.
As Teorias de Enfermagem não são meros conteúdos teóricos, pois traduzem em seus conceitos
e modelos o infinito do trabalho profissional da Enfermagem. Tais teorias norteiam, sugerem, apon-
tam uma direção de como ver fatos e eventos para, assim, direcionar o planejamento e determinação
das intervenções de enfermagem.

Modelos teóricos em enfermagem

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Noções de Administração
Teoria das Necessidades Humanas básicas
Afirma que as necessidades são universais, porém a manifestação e satisfação varia de acordo
com sexo, idade, cultura, fatores socioeconômicos. Baseou-se na teoria da motivação humana de
Maslow.

4.4 Processo de enfermagem


O Processo de Enfermagem (PE) foi criado e considerado uma conquista da classe, sendo um
método de organizar e sistematizar os cuidados prestados, uma determinação legalizada.

Resolução COFEN 358\2009


Art. 1º O Processo de Enfermagem deve ser realizado, de modo deliberado e sistemático, em
todos os ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem.
Art. 2º O Processo de Enfermagem organiza-se em cinco etapas inter-relacionadas, interdepen-
dentes e recorrentes.
Segundo a Resolução 358\2009 o processo de enfermagem consiste em cinco etapas:
1. Histórico de enfermagem;
2. Diagnóstico de enfermagem;
3. Planejamento de enfermagem;

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Noções de Administração
4. Implementação;
5. Avaliação.

Histórico de enfermagem
• Processo de coleta de dados;
• Anamnese (entrevista);
• Exame físico.

Diagnóstico de enfermagem
“Julgamentos clínicos sobre as resposta dos indivíduos, família ou comunidade a problema reais
de saúde ou potenciais.”

Componentes do diagnóstico
TÍTULO: refere-se ao nome do diagnóstico;
FATORES RELACIONADOS: etiologia do problema;
CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS: sinais e sintomas.
Ex. 1: Integridade tissular prejudicada relacionado à imobilização física e circulação alterada
evidenciada por ferida de solapamento na região trocantérica direita.

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Noções de Administração
Ex. 2: Perfusão Tissular ineficaz cardiopulmonar, relacionado á transporte prejudicado do oxigê-
nio, caracterizado por dispnéia, dores no peito, frequência respiratória alterada, fora dos parâmetros
aceitáveis, sensação de “morte iminente”, uso de musculatura acessória.
Ex. 3: Ansiedade, relacionado à ameaça ao estado de saúde, estresse, mudança: no meio am-
biente, no estado de saúde, caracterizado por preocupações expressas em razão de mudança em
eventos da vida, pesaroso, ansioso, respiração aumentada, tensão facial, aumento da pressão sanguí-
nea, dificuldades respiratórias, pulso aumentado, fadiga, náuseas.
Ex. 4: Débito Cardíaco diminuído, relacionado à frequência cardíaca alterada, contratilidade al-
terada, pós-carga alterada, pré-carga alterada, caracterizado por taquicardia, distensão de veia jugu-
lar, edema, fadiga, dispneia, oligúria, pele fria.

Planejamento
Constitui a 3º etapa do processo onde são expostos:
• Estabelecimentos de prioridades para os problemas diagnósticos.
• Fixação de resultados com o paciente, para correção, minimizar ou evitar os problemas.
• Registro e checagem.

Fases do planejamento
1ª FASE: Estabelecimento de diagnóstico prioritário;
2ª FASE: Definição dos resultados e metas de enfermagem;
3ª FASE: Prescrição das intervenções de enfermagem;
4ª FASE: Registro do Plano de Cuidados

Elaboração de plano de cuidados

Objetivos:
• Promoção da comunicação entre os cuidadores (equipe/família);
• Direcionar o cuidado e a documentação;
• Criar um registro para avaliação de cunho legal que futuramente poderá ser útil como (indi-
cador de resultado/melhoria);
• Fornecer a documentação das necessidades de atendimento de saúde com a finalidade de
reembolso.
• Priorização do diagnóstico – enfermeiro e equipe analisam e determinam quais problemas
ou necessidades são urgentes.
• Urgentes – atendimento Imediato.
• Não-urgentes: atendimento que poderá ser a médio ou a longo prazo.
• Determinar tempo: médio e longo prazo.

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Noções de Administração
Resultado esperado
Constitui um componente essencial na fase do planejamento. Poderá ser indicador de sucesso
do plano estabelecido. Deve ter condições favoráveis para o alcance e ou manter por meio de ações
prescritas e realizadas pela enfermagem.
Reavaliação do enfermeiro, caso o resultado esperado não estiver sendo alcançado. Deverá estar
relacionado com a reação humana identificado no enunciado diagnóstico e ser centrado no paciente.
Os resultados devem ser atingíveis de acordo com os recursos disponíveis.

Implementação da assistência de enfermagem


É a 4º etapa do processo ou seja colocar em prática a proposta planejada. Faz-se pelo estabele-
cimento de prioridades diárias.

Objetivos:
• Monitorar respostas as intervenções.
• Realizar as intervenções e fazer mudanças necessárias.
• Registrar;
• Comunicar;
• Receber informações.
Souza et al(2008) ressaltam que nesta fase é necessário que o profissional enfermeiro e demais
membros da equipe de enfermagem tenham habilidades técnicas e psicomotoras específicos para
buscar interação entre equipe, paciente, para desenvolvimento de uma relação de confiança.
Os Itens necessários para prescrição de enfermagem:
• O que fazer;
• Como fazer;
• Quando fazer;
• Onde fazer;
• Com que frequência fazer;
• Por quanto tempo fazer ou quando fazer.
Deve incluir ainda a data em que foram redigidos e iniciar a ação com verbo no infinitivo; Ex:
aferir, realizar, monitorar e registrar.
Dividida para fins didáticos em 2 etapas distintas e interdependentes:
a) Prescrição de Enfermagem (Enfermeiro);
b) Execução da prescrição (Equipe de enfermagem).

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Noções de Administração
Avaliação
É um processo deliberado, sistemático e contínuo de verificação de mudanças nas respostas
da pessoa, família ou coletividade humana. As ações ou intervenções de enfermagem alcançaram o
resultado esperado? Há necessidade de mudanças ou adaptações nas etapas do Processo de Enfer-
magem?

Resolução COFEN nº 272/2002


As ações privativas do enfermeiro nesse processo são: planejamento, organização, execução e
avaliação do processo de enfermagem, que compreende a consulta de enfermagem (histórico, exame
físico, diagnóstico de enfermagem, prescrição de enfermagem, e evolução de enfermagem) e o rela-
tório de enfermagem.
Aos técnicos de enfermagem é atribuída a participação no planejamento da assistência, da
orientação e supervisão do trabalho de enfermagem, bem como a execução de ações assistenciais.
Assim os técnicos de enfermagem têm papel fundamental na SAE cumprindo as prescrições de
enfermagem, acompanhando e registrando o quadro clínico dos pacientes e participando ativamente
na avaliação e melhoria das prescrições, de forma a prestar uma assistência individualizada, integral e
de qualidade ao paciente.

5. RECURSOS HUMANOS NA ENFERMAGEM


Assim como nas demais profissões, na enfermagem existe uma Lei n.º 7.498, publicada no Diário
Oficial da União, de 26 de junho de 1986, que regulamenta o exercício da enfermagem no Brasil, ser-
virá de base para as definições acerca das funções exercidas pela categoria da enfermagem.
É necessário que todos tenham esse conhecimento preliminar, a fim de que as atividades de
enfermagem possam ser executadas sob o amparo da lei.

Competências do Técnico de enfermagem


• Prestar assistência de enfermagem em serviços de proteção e recuperação e de reabilitação
da saúde, de acordo com o plano estabelecido pelo enfermeiro;
• Colaborar com o enfermeiro na elaboração do plano de assistência a ser prestada pela equi-
pe de enfermagem;
• Coordenar e supervisionar o pessoal auxiliar de enfermagem nos serviços de proteção, de
recuperação e de reabilitação da saúde, na ausência do enfermeiro;
• Participar na orientação à saúde individual e coletiva.
Exemplos de tarefas típicas na prestação de assistência de enfermagem pelo técnico:

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Noções de Administração
• Prestação de cuidados de conforto e de higiene a pacientes graves sob supervisão do enfer-
meiro;
• Observação e registro de sinais e sintomas apresentados pelos pacientes;
• Verificação de sinais vitais;
• Coleta de material para exames de laboratório;
• Administração de medicamentos aos pacientes;
• Realização de curativos;
• Instrumentação em intervenções cirúrgicas;
• Registro das atividades executadas;
• Aplicação de imunizantes;
• Execução de atividades de apoio, tais como: preparo de ambiente e disposição do material
para exames, tratamento, intervenções cirúrgicas e atendimento obstétrico.

5.1 Políticas de Recursos Humanos


Essa política envolve pleno conhecimento dos objetivos organizacionais, sejam os genéricos,
sejam os específicos.
Objetivos gerais: abrangem informações, princípios administrativos e aspectos tipicamente pro-
fissionais, referindo-se à dimensão maior que atinge todas as categorias.
Objetivos específicos: estão relacionados com uma determinada área de pessoal.
Para uma formulação coerente, correta e consistente torna-se necessário um instrumento legal,
que sirva como diretriz geral para a instituição. Itens que podem configurar num manual de política
de pessoal:
• posições e relações.
• responsabilidades.
• organizações.
• funções departamentais.

Manual de política de pessoal:


• Políticas de emprego: condições, horários, férias, ausência por doença e preceitos de saúde;
• Planejamento do serviço de treinamento;
• Aspectos legais;
• Segurança;
• Registros e relatórios;
• Rotinas.

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Noções de Administração
A política de pessoal para enfermagem deve partir de aspectos gerais para situações específicas
da categoria.
Conhecer a realidade dos problemas: absenteísmo, rotatividade, escala de horário, número de
pacientes por pessoal de enfermagem, turnos de trabalho, legislação específica, desvios de funções,
facilidades educacionais, físicas e de acomodações, alimentação, salários e planos de incentivos.
O profissional deve ser o núcleo das preocupações, uma vez que o seu desempenho irá ser ana-
lisado e avaliado pelo padrão de atendimento que presta ao paciente.
Deve-se melhorar as condições humanas de trabalho para que, direta ou indiretamente, haja
uma melhoria na quantidade e na qualidade do atendimento de enfermagem.
A política de RH deve existir e ser cumprida. Basta que um grupo de pessoas trabalhe para que
os objetivos sejam atingidos.

Qualidades da Política de RH
• Ajuda a manter a continuidade e a estabilidade da administração.
• Integra funções e atividades e encoraja o trabalho em grupo.
• Promove a consistência das decisões da administração e aperfeiçoa as relações.
• Permite aos chefes manobrar os problemas mais rapidamente e com maior liberdade.
• Habilita os chefes a preencher suas responsabilidades, definindo os limites dentro dos quais
eles devem operar.
• Promove a integração organizacional, constituindo-se em um veículo orientador para o chefe
e demais níveis administrativos, além de reforçar os princípios da descentralização e delegação de
competência.
As políticas de RH racionalmente fixadas, conhecidas, aceitas e praticadas, são de extraordinário
auxílio à administração, porque evitam sua dispersão operativa e o desvio dos objetivos traçados, e
também ao próprio pessoal, que está imune a qualquer tipo de arbitrariedade e tem seus interesses
respeitados.

5.2 Dimensionamento de Pessoal


O serviço de enfermagem constitui cerca de 60% a 70% do pessoal hospitalar, sendo, portanto,
a principal categoria profissional em termos quantitativos que faz a instituição de saúde produzir ser-
viços.
O termo dotação de pessoal é utilizado com referência ao número necessário de pessoas para
o serviço de enfermagem
O mau dimensionamento da equipe de enfermagem gera um caos sob o ponto de vista técnico,
financeiro e social, trabalhar com um número insuficiente de pessoas, isso acarretaria sobrecarga de
trabalho que traria consequências graves.

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Noções de Administração
Exemplo: esgotamento físico, fadiga e estresse, além de baixa produtividade e aumento no ín-
dice de absenteísmo.
Excesso de pessoal no serviço: provoca má distribuição de tarefas, conflitos pessoais e ociosidade.
Administração de recursos humanos: não se pode utilizar o empirismo para definir o quantita-
tivo de pessoal.
É necessário um estudo profundo que indique, matematicamente, o número ideal de pessoas
para o trabalho, a fim de possibilitar condições satisfatórias para uma boa assistência e um bom
relacionamento em equipe.
A dotação de pessoal pode ser definida como sendo uma estimativa da quantidade necessária
de recursos humanos, que possibilite a adequação entre o volume de trabalho (necessidade de assis-
tência de enfermagem) e a força de trabalho (pessoal de enfermagem).
Para se definir o quantitativo de pessoal devem ser levadas em consideração algumas informa-
ções, tais como: as características da instituição, do serviço de enfermagem e da clientela.
Qualquer que seja a fórmula o método aplicado, essas variáveis devem ser observadas.

Resolução COFEN 293


Estabelece parâmetros para melhor dimensionar o quadro de profissionais de enfermagem nas
instituições de saúde, após vários estudos e discussões realizadas sobre a matéria com segmentos
representativos da Enfermagem do País.
Para garantir maior segurança e qualidade da assistência ao cliente, a continuidade ininterrupta
da atuação da Enfermagem, os avanços tecnológicos e a complexidade dos cuidados ao cliente, com-
pete ao Enfermeiro estabelecer o quadro quantiqualitativo de profissionais, necessários à prestação
da Assistência de Enfermagem.
Art. 5º - A distribuição percentual do total de profissionais de Enfermagem, deve observar as
seguintes proporções:
1 - Para assistência mínima e intermediária: de 33 a 37% são Enfermeiros (mínimo de seis) e os
demais, Auxiliares e/ ou Técnicos de Enfermagem;
2 - Para assistência semi-intensiva: de 42 a 46% são Enfermeiros e os demais, Técnicos e Auxi-
liares de Enfermagem;
3 - Para assistência intensiva: de 52 a 56% são Enfermeiros e os demais, Técnicos de Enferma-
gem.

Classificação dos Pacientes


1. Paciente de Cuidado Mínimo (PCM): cliente/paciente estável sob o ponto de vista clínico
e de enfermagem e auto-suficientes quanto ao atendimento das necessidades humanas
básicas;

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Noções de Administração
2. Paciente de Cuidados Intermediários (PCI): cliente/paciente estável sob o ponto de vista
clínico e de enfermagem, requerendo avaliações médicas e de enfermagem, com parcial
dependência dos profissionais de enfermagem para o atendimento das necessidades hu-
manas básicas.
3. Paciente de Cuidados Semi-Intensivos (PCSI): cliente/paciente recuperável, sem risco imi-
nente de morte, passíveis de instabilidade das funções vitais, requerendo assistência de
enfermagem e médica permanente e especializada;
4. Paciente de Cuidados Intensivos (PCIt): cliente/paciente grave e recuperável, com risco imi-
nente de morte, sujeitos à instabilidade das funções vitais, requerendo assistência de enfer-
magem e médica permanente e especializada.

Considerações do Dimensionamento
• UNIDADE ASSISTENCIAL ESPECIAL (UE): Locais onde são desenvolvidas atividades especiali-
zadas por profissionais de saúde, em regime ambulatorial, ou para atendimento de deman-
da ou de produção de serviços, com ou sem auxilio de equipamentos de alta tecnologia.
• SÍTIO FUNCIONAL (SF): é a unidade de medida que tem um significado tridimensional para
o trabalho de enfermagem. Ele considera a(s) atividade(s) desenvolvida(s), a área operacio-
nal ou local da atividade e o período de trabalho, obtida da distribuído no decurso de uma
semana padrão (espelho semanal padrão).
• ATIVIDADE: pré-consulta, consulta, tratamento (curativo, quimioterapia, hemodiálise, diá-
lise, instrumentação e circulação de cirurgias, atendimento/assistência), preparo de mate-
rial, esterilização, chefia, coordenação ou supervisão, etc.
• PERÍODO DE TRABALHO (PT): é diferente e varia nas diversas Instituições e Unidades Assis-
tenciais, com os valores típicos de 4 h; 5 h e 6 h, decorrentes de jornadas diárias de 8, 10 e
12 horas.
• ÁREA OPERACIONAL: consultório, sala de exame, sala de tratamento, sala de trauma, sala
de emergência, sala de pronto-atendimento, sala de imunização, sala de diálise/ hemodiáli-
se, sala de cirurgia, sala de pré e pós parto, sala de parto, sala de preparo de material, sala
de esterilização, sala de ultra-som, sala de eletrocardiograma, etc.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Noções de Administração
Dimensionamento de Pessoal
Deve ser adequado para a equipe;
A sobrecarga de trabalho maior acontece com as atividades do técnico de enfermagem;
Participe da equipe de enfermagem e cobre adequações ao dimensionamento da equipe.

6. HOSPITAL
6.1 Conceitos e funções
Segundo o Ministério da Saúde (2001), Hospital é o estabelecimento de saúde destinado a pres-
tar assistência sanitária em regime de internação a uma determinada clientela, ou de não-internação,
no caso de ambulatório ou outros serviços.
Parte integrante do sistema de saúde que tem a finalidade de oferecer assistência preventiva,
curativa, bem como reabilitar o indivíduo, família e comunidade;
Existem hospitais públicos, privados e filantrópicos (convênio com o SUS); Públicos: federais,
estaduais e municipais;
• Hospitais complexos: infraestrutura avançada (educação, lazer, biblioteca, etc);
• Hospital de ensino: desenvolvem atividades práticas dos cursos da área da saúde. Estão
presentes o ensino, pesquisa, extensão e assistência;

Atividades do hospital quanto à empresa:


• Técnicas, gerando a produção no serviço;
• Comercial, atividades remuneradas;
• Financeiro, envolve entrada e saída de capital;
• Segurança, proteção dos pacientes e funcionários;
• Contabilidade, transparência financeira, estatísticas.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Book_Enfermagem.indb 681 11/02/2016 13:00:30


Noções de Administração
Histórico do hospital
Origina-se do latim hospitium; Local onde se hospedam pessoas. Fundados pelo clero;
Tinha a finalidade de prover cuidados a doentes e oferecer abrigo a viajantes e peregrinos.
Assistência sanitária: refere-se à modalidade de atuação realizada pela equipe de saúde, junto
à população, na promoção e proteção da saúde e na recuperação e reabilitação de doentes.
Funções do Hospital

Preventiva:
• Supervisão da gravidez normal e do parto;
• Supervisão do crescimento normal e desenvolvimento da criança e adolescente;
• Controle das doenças contagiosas;
• Prevenção das doenças de longa duração;
• Prevenção da invalidez física e mental;
• Educação sanitária;
• Saúde ocupacional.

Educativa:
• Campos prática para a graduação e pós-graduação;
• Educação continuada interna;
• Educação em saúde para a comunidade.

Restaurativa:
• Diagnóstico: em serviço de ambulatório e internação;
• Tratamento de doenças: curativo e paliativo, atividades cirúrgicas, clínicas e especiais;
• Reabilitação física, mental e social;
• Tratamento de emergência: acidentes e doenças.

Pesquisadora:
• Aspectos físicos, psicológicos e sociais da saúde e da doença;
• Atividades hospitalares, processos de trabalho, produtos terapêuticos, procedimentos téc-
nicos e atividades administrativas.

Hospital - atualidade
Super lotação: insuficiência de leitos; Atendimento de casos de atenção básica; Falta de triagem
adequada dos pacientes; Número de instituições insuficientes; Congestionamento na emergência.

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Noções de Administração
Classificação dos hospitais
Quanto à especialidade médica: geral; especializado.
Quanto ao número de leitos ou capacidade instalada: pequeno porte (até 50 leitos); médio por-
te (de 51 a 150 leitos); grande porte (de 151 a 500 leitos); porte especial (acima de 500 leitos).
Quanto ao aspecto administrativo: Oficiais (governamentais): federais, estaduais, municipais./
Particulares.

SUS
• Sistema hierarquizado e organizado; Integração entre as unidades de saúde;
• Atenção básica: porta de entrada do sistema;
• Hospital secundário: destinado a prestar assistência nas especialidades médicas básicas.
• Hospital terciário - hospital especializado destinado a prestar assistência em outras áreas
médicas (ex:. neurocirurgia e nefrologia).

Rede Hospitalar
• Hospital Unidade Sanitária;
• Hospital Local;
• Hospital Regional;
• Hospital de Base;
• Hospital de Ensino.

Terminologia Hospitalar
Desenvolvida por comissão especial pelo Decreto Federal n.37.113, de 18 de agosto de 1995;
Elaboração do anteprojeto da lei orgânica de assistência médica e hospitalar do país;
1994: Normas para Projetos Físicos de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde.
CLIENTE OU PACIENTE – termo utilizado para designar o usuário dos serviços de saúde.
HOSPITAL UNIDADE SANITÁRIA – é o serviço que associa as funções de saúde pública e de inter-
nações.
HOSPITAL LOCAL – destina-se a servir a uma população igual ou superior a 20 mil habitantes.
HOSPITAL REGIONAL – destina-se a prestar assistência de padrão superior à do hospital local.
HOSPITAL DE BASE – destina-se a constituir o centro de coordenação e integração da assistência
hospitalar de uma zona, devendo estar capacitado tanto para prestar assistência especializada, como
para formar e aperfeiçoar pessoal da área hospitalar.
HOSPITAL DE ENSINO – é o hospital que apoia as atividades práticas dos cursos da área de saúde.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Noções de Administração
HOSPITAL GOVERNAMENTAL – é aquele que pertence ao governo federal, estadual ou muni-
cipal, a uma autarquia governamental, ou a uma entidade de economia mista, federal, estadual ou
municipal.
HOSPITAL PARTICULAR – é aquele que pertence a uma pessoa jurídica de direito privado como
irmandade, fundação, sociedade, grupo de acionistas ou a um indivíduo.
HOSPITAL FILANTRÓPICO – é a instituição particular que tem como modelo a Santa Casa, que
não visa lucros.
HOSPITAL BENEFICIENTE – é a instituição que se constitui para beneficiar um grupo de cidadãos,
sócio membros.
HOSPITAL GERAL – é aquele capacitado a assistir vários pacientes das diversas especialidades clí-
nicas e cirúrgicas podendo ser limitado a um grupo etário (hospital infantil), a um determinado grupo
da comunidade (hospital militar) ou à finalidade específica de hospital de ensino.
HOSPITAL ESPECIALIZADO – é o capacitado para assistir, predominantemente , pacientes porta-
dores de uma determinada especialidade.
HOSPITAL NÃO LUCRATIVO – é o que não visa lucro
HOSPITAL DE LONGA PERMANÊNCIA – é aquele em que o tempo médio de permanência do pa-
ciente, em geral, ultrapassa 30 dias.
HOSPITAL DE AGUDOS OU DE CURTA PERMANÊNCIA – é aquele em que o tempo médio de per-
manência do paciente, em geral, não ultrapassa 30 dias.
HOSPITAL DE PEQUENO PORTE – é o que tem a capacidade normal ou de operação até 50 leitos.
HOSPITAL DE MÉDIO PORTE – é o que tem capacidade normal, ou de operação de 51 a 150 leitos.
HOSPITAL DE GRANDE PORTE – é o que tem a capacidade de 151 a 500 leitos.
HOSPITAL DE PORTE ESPECIAL EXTRA – é o que tem a capacidade normal ou superior a 500 leitos.
HOSPITAL DE CORPO CLÍNICO ABERTO – é o que, tendo ou não equipe própria , permite a outros
profissionais a internação e o cuidado de seus pacientes.
HOSPITAL DE CORPO CLÍNICO FECHADO – é o que possui Corpo Clínico próprio, ficando o exer-
cício de profissionais externos facultado apenas em caráter eventual e mediante permissão especial.
HOSPITAL DIA – é uma modalidade de atendimento hospitalar, na qual o paciente utiliza os ser-
viços da instituição na maior parte do dia para fins de tratamento e/ou reabilitação.
HOSPITAL NOITE – é uma modalidade de atendimento, na qual o paciente utiliza os serviços e o
leito hospitalar apenas durante o período noturno, ausentando-se durante o dia para o exercício de
suas atividades.
PRONTUÁRIO – é o conjunto de documentos destinados ao registro dos cuidados prestados pela
equipe de saúde ao paciente, desde sua matrícula até a alta.
PRONTUÁRIO ELETRÔNICO - é uma modalidade de armazenamento dos dados referentes à
história, a evolução e ao tratamento do paciente.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Noções de Administração
UNIDADE DE ENFERMAGEM – é a área destinada a acomodar e a servir a determinado número
de pacientes, possuindo, além de quartos e enfermarias, as demais dependências necessárias ao ser-
viço de enfermagem.
QUARTO – é a dependência destinada a internar um ou dois pacientes, ou um paciente e seu
acompanhante, nunca mais de duas pessoas.
ENFERMARIA – é o compartimento ou cômodos destinados a receber três ou mais pacientes,
porém nunca mais de oito.
LEITO – é, por convenção, a cama colocada à disposição do doente.
POSTO DE ENFERMAGEM – é o ambiente destinado à enfermagem, para execução de atividades
técnicas específicas e administrativas.
SALA DE SERVIÇO – é a sala destinada à guarda e ao preparo da medicação a ser administrada
aos pacientes.
UNIDADE DE ADMINISTRAÇÃO – é o conjunto de elementos onde se desenvolvem as atividades
administrativas do hospital.
ISOLAMENTO – é o setor da Unidade de Internação, dotado de barreira contra contaminação e
destinado a acomodar paciente suspeito ou portador de moléstia transmissível.
SALA DE EXPURGO – é o local da unidade de internação destinado à coleta e à higienização do
material utilizado na assistência prestada ao paciente.
SALA DE CURATIVOS – é a dependência destinada ao exame, aos curativos e a outros procedi-
mentos executados pela equipe de saúde.
COPA – é a dependência destinada ao preparo eventual de pequenas refeições e à distribuição
dos alimentos.
DEPÓSITO DE MATERIAL DE LIMPEZA – é o local destinado à guarda de utensílios e de material
de limpeza.
ESTACIONAMENTO DE MACAS – é o local destinado à guarda de macas e cadeiras de rodas.
DEPÓSITO DE EQUIPAMENTO – é o local destinado à guarda de peças de mobiliário, aparelhos,
equipamentos e acessórios de uso eventual.
UNIDADE DE LACTÁRIO – é uma área restrita, destinada à limpeza, esterilização, preparo e guar-
da de mamadeiras.
SALA DE OPERAÇÃO OU DE CIRURGIA – é uma dependência da unidade de centro cirúrgico ou
obstétrico destinada à realização de intervenções cirúrgicas em condições ideias de técnica e de as-
sepsia.
ÁREA RESTRITA DO CENTRO CIRÚRGICO – é a zona de maior rigor asséptico, privativa do pessoal
com vestuário cirúrgico e completo.

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Noções de Administração
BARREIRA CONTRA CONTAMINAÇÃO – é o bloqueio, geralmente por labirinto, tambor ou câ-
mara de descontaminação, que deve existir nos locais de acesso à área onde seja exigida assepsia.
Somente é permitida a entrada de pessoas com vestuário completo.
CENTRO OU SALA DE RECUPERAÇÃO – é a área onde se concentram os pacientes egressos das
salas de operação para recebem os cuidados pós-anestésicos e/ou pós-operatórios imediatos.
SALA DE PRÉ-PARTO – é a dependência da unidade do centro obstétrico destinada a acomodar
a parturiente durante a fase inicial do trabalho de parto.
SALA DE PARTO – é a dependência da unidade do centro obstétrico destinada ao atendimento
do parto.
UNIDADE DE SERVIÇOS COMPLEMENTARES DE DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO – é o conjunto d
elementos que acomodam os serviços que contribuem para facilitar o diagnóstico e/ou a recuperação
da saúde do paciente.
UNIDADE DE RADIODIAGNÓSTICO – é o conjunto de dependências onde se concentram os equi-
pamentos e se realizam as atividades concernentes ao uso dos Raios X para fins diagnósticos.
UNIDADE DE RADIOTERAPIA – é o conjunto de dependências destinadas ao emprego dos Raios
X e das radiações ionizantes com fins terapêuticos.
SALA DE COLETA – é a dependência destinada a colher e, eventualmente receber material para
exame laboratorial.
SERVIÇO DE TRANSFUSÃO DE SANGUE OU BANCO DE SANGUE – é o setor que procede ao recru-
tamento e à seleção de doadores, executa procedimentos de coleta, guarda, controle, distribuição e
aplicação do sangue.
SERVIÇO DE EDUCAÇÃO CONTINUADA – é definida como um conjunto de práticas educacionais
planejadas e implementadas com a finalidade de promover o desenvolvimento de funcionários, me-
lhorar o desempenho na instituição, assegurar melhor padrão de atendimento e satisfação da clientela.
LABORATÓRIO DE ANATOMIA PATOLÓGICA – é o conjunto de dependências destinadas à realiza-
ção dos exames macro e microscópicos dos tecidos.
NECROTÉRIO – é o local destinado à guarda e conservação do cadáver até a sua remoção ou à
realização da necropsia.
FARMÁCIA HOSPITALAR – é o conjunto de dependências destinadas à manipulação de fórmulas
magistrais e oficiais e à recepção, guarda, controle e distribuição de drogas, medicamentos, insumos
farmacêuticos e correlatos para o uso do hospital e seus pacientes.
UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA OU CENTRO DE TERAPIA INTENSIVA – é o conjunto de depen-
dências destinadas ao tratamento dos pacientes em estado grave.
SALA DE PEQUENAS CIRURGIAS – é destinada à realização de pequenas intervenções cirúrgicas
que, na maioria dos casos, possam ser realizadas sob anestesia local e permitam ao paciente retirar-se
em seguida.

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Noções de Administração
UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE – é a porta de entrada do Sistema Único de Saúde que presta as-
sistência integral e universal à população de uma determinada área de abrangência. Ela é integrada a
um sistema hierarquizado.
UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DA FAMÍLIA – é o local onde a equipe de saúde da família atende a
população de sua área de abrangência.
ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA – é a assistência integral, contínua e de qualidade prestada por
uma equipe. Trabalha na atenção básica e é consequente a descentralização da política vigente de
saúde.
EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA – é composta pelo médico, enfermeiro, auxiliar/ técnico em en-
fermagem e agente comunitário para atender à comunidade de 600 a 1000 famílias.
EQUIPE DE SAÚDE MULTIPROFISSSIONAL – é composta por profissionais de diferentes áreas de
conhecimento, que compartilham saber e poder na assistência ao indivíduo, família e comunidade.
UNIDADE SANITÁRIA – é destinado a prestar assistência médico-sanitária a uma população con-
tando com ambulatório para assistência permanente ao cliente.
INFECÇÃO – é a invasão e multiplicação microbiana nos tecidos e órgãos de um hospedeiro.
INFECÇÃO HOSPITALAR – é a infecção adquirida no hospital.
INFECÇÃO CRUZADA – é a infecção transmitida entre pacientes.
DESINFECÇÃO OU CONTAMINAÇÃO – é a destruição de formas vegetativas microbianas, não
esporuladas, por meio de agentes físicos ou químicos aplicados a superfícies inertes.
DESINFESTAÇÃO – é qualquer processo físico ou químico por meio do qual são eliminados do
corpo de uma pessoa, das roupas ou do seu meio ambiente, assim como dos animais domésticos, os
artrópodes ou roedores.
ANTISSEPSIA – é o conjunto de meios utilizados para impedir a multiplicação bacteriana em
tecidos vivos.
ASSEPSIA – é o conjunto de meios utilizados para impedir a contaminação microbiana.
ESTERILIZAÇÃO – é a destruição de todas as formas de microrganismos (bactérias, esporos, co-
gumelos e vírus) por meio de agentes físico-químicos.
HIGIENIZAÇÃO – é todo o processo de limpeza que visa remover resíduos e reduzir microrganis-
mos de forma recomendada pelos códigos sanitários.

6.2 Elementos Físicos


Constituído pelos setores ou unidades; Locais de atuação e prestação do serviço de enferma-
gem.

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Noções de Administração
Unidade de enfermagem ou internação
Conjunto de elementos destinados à acomodação de pacientes internados e que englobam fa-
cilidades adequadas à prestação de cuidados necessários a um bom atendimento;
Estrutura física depende: da forma de agrupar os pacientes e da complexidade da assistência
classificadas por número, tipo e qualificação de especialistas;
Clínica médica e clínica cirúrgica.

Características Físicas:
• Posto de enfermagem e prescrição médica;
• Sala de serviço;
• Sala para chefia da unidade;
• Sala de exames e curativos;
• Sala de utilidades;
• Depósito de material sujo (roupa e lixo);
• Copa;
• Sala para refeitório ou de estar;
• Rouparia;
• Depósito de materiais e equipamentos;
• Sanitários para pessoal de ambos os sexos;
• Sala para relatório e prescrição de enfermagem médica;
• Quarto de isolamento com sanitário e chuveiro anexos;
• Antecâmara com lavatório e vasos;
• Quarto para um leito com sanitário e banheiro anexo;
• Quarto para dois leitos com sanitário e banheiro anexo;
• Enfermaria para três e no máximo seis leitos com sanitário e banheiro anexo.

Unidade de Emergência
Atendimento, diagnóstico e tratamento de pacientes acidentados ou acometidos de mal súbito
com ou sem risco de vida;
Localização: deve ser fácil acesso ao público, entrada independente, acesso fácil ao bloco cirúr-
gico e obstétrico, à unidade de exames complementares.

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Noções de Administração
Características físicas:
• Recepção e espera;
• Sanitário para o público de ambos os sexos/ 2;
• Sala de registro;
• Sala para primeiro atendimento;
• Sala de serviço social;
• Sala para hidratação;
• Sala de inalação;
• Sala para exames indiferenciados;
• Sala para exames diferenciados (oftalmologia, otorrinologia, etc);
• Sala de gesso e redução de fratura;
• Sala para pequenas cirurgias, com área de lavabo;
• Sala de aplicação de medicamentos;
• Sala de estar e repouso, com sanitário e chuveiro anexo;
• Sala para aparelho de raio x;
• Sala para câmara escura;
• Sala para higienização;
• Sala para posto de enfermagem e prescrição médica;
• Sala para coordenação dos serviços;
• Sala de serviços;
• Copa;
• Sala de expurgo;
• Rouparia;
• Sala para guarda de roupa usada e material de limpeza;
• Sala coletiva de observação de pacientes, adultos, masculinos e femininos, com sanitário e
chuveiro anexo;
• Sala coletiva de observação de pediatria e adolescência, com sanitário e chuveiro anexo;
• Sala para guarda de maca e outros equipamentos;
• Sala de isolamento, com sanitário e chuveiro anexo;
• Sala para o posto policial.

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Noções de Administração
Unidade de Ortopedia
Atendimento diagnóstico e tratamento especializado em ortopedia e traumatologia;
Os elementos da estrutura física são os mesmos da unidade de internação geral.
Acrescenta-se uma sala para colocação e retirada de gesso.

Unidade de Internação Obstétrica


Atendimento diagnóstico e tratamento de gestantes e parturientes;
Os elementos da estrutura física são os mesmos da unidade de internação geral; Acrescenta-se
o centro obstétrico e berçário (anexo ou em área próxima); Maternidades: alojamento conjunto.

Unidade de Berçário
Atendimento à recém-nascidos; Localização: próximo ao centro obstétrico e alojamento das
mães; Recomendação principal: alojamento conjunto; CTI neonatal. O número de RN deve ser míni-
mo de 12.

Características Físicas:
• Posto de enfermagem;
• Área de trabalho e higienização;
• Área para prescrição médica;
• Sala de serviços;
• Berçário de observação;
• Berçário de patológicos;
• Berçário de sadios;
• Berçário de prematuros;
• Berçário de isolamento;
• Outros ambientes de apoio;
Os berços dos RNs sadios devem ser centralizados no berçário; para cada leito de obstetrícia
deve existir um berço, exceto quando houver alojamento conjunto.

Unidade de Centro Cirúrgico - Obstétrico


Realização de procedimentos cirúrgicos e obstétricos.
Localização: área independente, livre de trânsito de materiais e pessoas, próxima a clínica cirúr-
gica e obstétrica.

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Noções de Administração
Características Físicas:
• Vestiários masculino e feminino, com sanitário e chuveiro anexo, localizados em sua entra-
da;
• Posto de enfermagem;
• Sala para material de limpeza;
• Sala de expurgo;
• Sala de guarda de aparelhos e equipamentos;
• Sala de estar e para relatórios médicos;
• Sala de estar e repouso para o pessoal;
• Copa;
• Área para guarda de macas;
• Sala de guarda de aparelho de raio x transportável;
• Sala para câmara escura;
• Sala de estocagem de material esterilizado;
• Local para lavabo;
• Salas para cirurgias e partos;
• Sala para reanimação e identificação do recém-nascido;
• Sala para espera dos familiares cirúrgicos, com sanitário anexo.

Centro de Material Esterilizado - CME


Recepção expurgo, preparo, esterilização, guarda e distribuição de material.
Localização: pode estar dentro do centro cirúrgico.
Sequência lógica de salas: expurgo - esterilização - guarda – distribuição.

Características Físicas
• Sala para recepção e expurgo;
• Sala para preparo de material;
• Sala para esterilização;
• Sala para guarda e distribuição de material.

Unidade de Ambulatório
Atendimento diagnóstico e tratamento de pacientes que não necessitam de internação;
Localização: entrada privativa e independente, fácil acesso aos exames complementares;
O planejamento deve corresponder às necessidades da comunidade.

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Noções de Administração
Características Físicas:
• Hall de entrada, sala de espera, recepção e registros;
• Sanitários para o público e para o pessoal de ambos os sexos;
• Sala administrativa;
• Sala para chefia da unidade, com sanitário anexo;
• Consultório diferenciado;
• Sala para ações de Saúde Pública;
• Sala de serviços;
• Sala de utilidades;
• Sala para consulta de enfermagem;
• Sala de suturas, curativos e coleta de material;
• Sala de reidratação (oral e venosa)
• Sala de inalação;
• Copa;
• Sala para depósito de material de limpeza;
• Sala de serviço social, visitadora sanitária, inspetor de saneamento;
• Sala de demonstração.

Estrutura Organizacional
É diferente em cada hospital; Órgão responsável pela política administrativa: diretor, diretoria,
junta administrativa, conselho diretor, conselho de administração ou órgão deliberativo.
Existem também assessorias, departamentos, divisões, seções, serviços.
Organograma: define a estrutura do hospital e as relações interpessoais.

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Noções de Administração

Disponível em: http://www.cosemsrs.org.br/imagens/eventos/cli_v0i6.pdf. Acesso em jan 2016.

Serviços prestados no hospital:


• Enfermagem: responsável pela assistência de enfermagem, chefiado por um enfermeiro e
constitui-se das seguintes unidades: centro obstétrico, centro cirúrgico, ambulatório, ber-
çário, educação continuada, internação em diversas especialidades, unidade de terapia in-
tensiva, emergência, grupos específicos de assistência.
• Nutrição: preparo das dietas;
• Social: estudar e solucionar problemas socioeconômicos de forma ampla;
• Arquivo médico e estatística: responsável pelo prontuário do paciente;
• Odontologia: tratamento odontológico;
• Farmácia: controle e distribuição dos medicamentos e materiais;
• Psicologia: assistência psicológica;
• Fisioterapia: atividades de promoção manutenção e recuperação das funções físicas e fun-
cionais do paciente;
• Terapia ocupacional: promoção do bem-estar, redução ou correção de disfunções, estimu-
lação e reforço das habilidades facilitando a adaptação no meio social;
• Diretoria administrativa: administração do hospital;
• De pessoal: recrutamento, admissão, orientação e acompanhamento dos funcionários;
• Contabilidade: contabilidade de custos;
• Almoxarifado: abastecimento, recebimento, guarda, controle e distribuição de materiais
utilizados no hospital;

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Noções de Administração
• Manutenção e reparos: manter em bom funcionamento o prédio e os equipamentos;
• Lavanderia: processamento de roupas;
• Atividades Gerais: agrupa transporte, limpeza, vigilância, portaria, parques e jardins, telefo-
ne, estacionamento, velório, etc.;
Todos os serviços devem funcionar de forma harmônica para facilitar a atuação profissional e as
necessidades dos clientes.

Economia Hospitalar
• Instituição Pública;
• Instituição Privada;
• Instituição Filantrópica.

6.3 Noções da qualidade nos serviços de saúde


Define-se qualidade é a satisfação do cliente e ausência de defeitos. Para obter esse quesito é
necessário que haja:
• processo;
• cliente;
• envolvimento com pessoas.
Existem também estratégias para implantação da qualidade total no serviço de enfermagem:
• promover cursos;
• redesenhar processos;
• promover estímulos;
• redefinir o papel do enfermeiro;
• desenvolver a ideia de melhorar continuamente.
Para desenvolver um programa de produtividade com qualidade deve-se desenvolver uma ação
conjunta com todo hospital, envolvendo um ambiente de ampla participação com um clima de confia-
bilidade, reciprocidade, criatividade e o espírito de inovação. A humanização da qualidade é o cami-
nho para se melhorar a assistência hospitalar e traz vantagens para a equipe de saúde, para o paciente
e para o hospital.

6.4 Organização Nacional de Acreditação (ONA)


Organização responsável pela certificação da acreditação hospitalar, ou seja, é um sistema de
gestão, se caracterizando como um novo conceito em qualidade.

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Noções de Administração
O que é a ONA?
A ORGANIZAÇÃO NACIONAL DE ACREDITAÇÃO - ONA é organização não governamental. Tem
como objetivo geral: promover a implantação de um processo permanente de avaliação e de certifica-
ção da qualidade dos serviços de saúde, permitindo o aprimoramento contínuo da atenção, de forma
a melhorar a qualidade da assistência, em todas as organizações prestadoras de serviços de saúde do
País.

Disponívelem: www.homologa.fuabc.org.br. Acesso jan 2016

Caracterização
Avaliação e certificação dos 3 níveis de qualidade.
Inicialmente é realizado um diagnóstico inicial, sobro o funcionamento geral da Instituição,
servindo como base, para propor mudanças nos PROCESSOS.
PROCESSO ------- AVALIAÇÃO ---------- CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE

Certificação
1. Acreditação
Nível 1: Segurança e Estrutura:
• Qualificação dos profissionais: certificados de cursos e registros de treinamentos internos.
• Segurança: do paciente e dos profissionais
• Legislação: Situação com os Conselhos das Classes; planta do hospital; alvará da vigilância
sanitária etc.
• Infraestrutura: Escada com corrimão, Elevador.
• Equipamentos: Todos os equipamentos devem possuir identificação de patrimônio, data da
última manutenção, escala para controle de manutenção preventiva.
Pressupõe atendimento aos requisitos básicos da qualidade na assistência prestada ao cliente,
com recursos humanos em quantidade e qualificação compatíveis com a complexidade do serviço.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Book_Enfermagem.indb 695 11/02/2016 13:00:30


Noções de Administração
2. Acreditação Pleno: Organização (processos):
Nível 2: Processos:
• POP – Procedimento Operacional Padrão – Padroniza todas as nossas rotinas em forma de
documento interno.
• Protocolos médicos e de enfermagem: em andamento (exemplo: protocolo de curativo,
protocolo de atendimento no PA).
• Registros – Todo documento que faz parte do prontuário (exemplo: evolução de enferma-
gem, sumário de alta, admissão, etc.).
• Documentos – Toda documentação do hospital planta do hospital; alvará da Vigilância sa-
nitária, prefeitura de saúde etc.; documentação dos funcionários (Xerox COREN, Cartão de
vacinas, ficha funcional etc.
Verifica a organização da assistência, conferindo a documentação, treinamento dos trabalha-
dores, rotinas, uso de indicadores para a tomada de decisão clínica e gerencial além da prática de
auditoria interna.
3. Acreditação em Excelência: prática de gestão e qualidade (resultados):
Nível 3: Gestão:
• Medição/ Análise/ Melhoria – Através dos Indicadores, cada setor “mede” os serviços pres-
tados para análise das metas (se alcançamos todos os objetivos traçados). Os indicadores
são estabelecidos através de reuniões, em cada setor, estabelecendo-se então, a gestão de
resultados.
Exemplos de indicadores que poderemos medir:
* Número de perda de SNE - (demonstra nosso cuidado em refixar a sonda diariamente; lim-
peza da sonda em intervalos pré-determinados).
* Úlcera de pressão – Registraremos toda úlcera de pressão que surgir no hospital (demons-
tra nossos meios de cuidados para evitarmos as úlceras).
* Registro inadequado dos procedimentos de enfermagem.
Constata se existem políticas institucionais de melhoria contínua em termos de estrutura; novas
tecnologias, atualização técnico-profissional; ações assistenciais e procedimentos médico-sanitários.

7. SUCESSO PROFISSIONAL
7.1 Dicas para o sucesso profissional
Sucesso profissional  é diferente para pessoas diferentes. Para alguns o fato de ter um alto
salário e um carro do ano, e para outros pode estar sendo capaz de implementar as ideias ou ter um
bom equilíbrio entre trabalho e vida privada.

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Noções de Administração
Metas e prioridades são muito diferentes. Apesar das muitas opiniões diferentes, há, no en-
tanto certa compreensão comum do que as pessoas bem sucedidas profissionalmente definem à par-
te do resto.
Uma pessoa bem sucedida profissionalmente: tem habilidades especiais e conhecimento; tem
tarefas interessantes e responsabilidades; pode dominar situações difíceis.

10 passos para o sucesso profissional


1. Tenha objetivos:  o primeiro passo para alcançar o sucesso profissional é fazer um planeja-
mento da sua carreira. Analise, pesquise, procure informações sobre a área em que deseja
atuar. Sabendo mais sobre o caminho que você deseja seguir, fica mais fácil definir seus ob-
jetivos. Depois, trace metas de curto, médio e longo prazos e estimule prazos para alcançar
cada uma delas.
2. Explore seus pontos fortes:  além de saber quais são suas limitações, é preciso que você
saiba quais são seus maiores talentos e habilidades. Descobrir seus pontos fortes e usá-los
na prática a seu favor aumenta suas chances de se destacar na vida profissional.
3. Reavalie suas metas:  sempre que necessário, reavalie seu planejamento e faça as adapta-
ções necessárias conforme as mudanças do mercado, mas sem perder o foco.
4. Busque capacitação:  o mercado de trabalho muda constantemente e é preciso estar atenta
para saber quais habilidades são necessárias para alavancar sua carreira. Procure cursos de
seu interesse, investir em qualificação certamente conta pontos positivos na hora de uma
contratação e abre portas para as promoções.
5. Seja flexível: As empresas procuram profissionais que saibam aceitar as diferenças entre
pessoas e estejam preparados conviver com situações inusitadas. É o famoso “jogo de
cintura”. Às vezes, tomar decisões e agir de maneira diferente, fugindo do convencional,
cedendo e se adaptando às situações pode proporcionar novas experiências. Mas lembre-
-se de manter o equilíbrio.
6. Saiba trabalhar em equipe:  Saber realizar um bom trabalho com outras pessoas é uma das
características indispensáveis para o  sucesso profissional. Mantenha um bom relaciona-
mento com os colegas de trabalho, exponha suas idéias e saiba ouvir o que os outros têm a
dizer.
7. Destaque-se: Use a criatividade e tenha ideias inovadoras. Demonstre interesse em apren-
der coisas novas, apresente soluções e busque os melhores resultados. Tenha atitudes posi-
tivas, pense em como ajudar outros com seus conhecimentos, seja uma pessoa com quem
todos podem contar.
8. Mantenha uma boa rede de relacionamentos: Ter bons contatos é essencial, é uma boa
chance de se fazer notar no meio profissional e ainda conhecer pessoas interessantes.
Guarde os cartões de visita que recebe, mantenha os e-mails das pessoas conhecidas
sempre atualizados, utilize os recursos que a internet oferece, como as redes sociais.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Noções de Administração
9. Use o marketing pessoal: Aprenda a vender a sua imagem em benefício da sua própria car-
reira. Mostre seu valor pessoal e suas qualidades dando bons exemplos no dia-a-dia. De-
monstre eficiência, interesse, iniciativa, persistência e motivação. Atraia a atenção das pes-
soas, seja interessante.
10. Encare os novos desafios:  Aceite os desafios e aproveite para mostrar sua competência
quando precisar realizar uma tarefa que exige maior responsabilidade ou diferente das que
está acostumada. Na vida profissional, quem demonstra confiança em si mesmo tem muito
mais chances de se destacar.

Disponível em:  http://wemakechampions.com/make-your-success-rock/. . Acesso em jan 2016

8. A CRIATIVIDADE NA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS


8.1 O ciclo da resolução de problemas
• Identificação do problema
• Definição e representação do problema
• Construção de estratégias
• Organização da informação
• Alocação de recursos
• Monitoração
• Avaliação

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Noções de Administração
1. Identificação do problema
Identificação da questão básica a ser tratada. Esta etapa pode ser difícil de ser identificada. Di-
ficuldade no reconhecimento do objetivo. Caminho para o objetivo está obstruído. A solução encon-
trada não funciona.

2. Definição e representação do problema


Depois da Identificação, é necessária a definição e representação do problema para entender-
mos como resolvê-lo. Esta etapa é considerada muito importante no processo de resolução de pro-
blemas.

3. Construção de estratégias
Nesta etapa, realiza-se o planejamento de estratégias de resolução do problema; A estratégia
ótima depende tanto do problema, como das preferências pessoais do solucionador de problemas em
relação aos métodos de resolução.

4. Organização da informação
Nesta etapa se organiza estrategicamente a informação, encontrando uma representação que
se a mais adequada para executar sua estratégia.

5. Alocação de recursos
Quais são as estratégias para alocar recursos mentais? Quais as etapas do ciclo de resolução de
problemas que necessitam de maior tempo e dedicação?
Principiantes x especialistas

6. Monitoração
Usar recursos para realizar a monitorização do trabalho pode levar a resolução mais eficiente.
Permite a correção do percurso durante o processo de resolução.

7. Avaliação
A avaliação conduz todo o processo de resolução. Esta etapa ocorre muitas vezes dentro do ciclo
de resolução de problemas e pode levar a redefinição dos processos.

8.2 Estrutura dos problemas


• Problemas bem estruturados;
• Problemas mal estruturados;
Quais são as diferenças entre os problemas que têm um caminho claro para sua solução daque-
les que o caminho não está definido?

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Noções de Administração
Problemas bem estruturados
Problemas com caminhos claros para sua resolução.
Exemplo: Está havendo um conflito na equipe porque duas colegas de trabalho tiveram um
desentendimento pessoal. Quais as possíveis soluções para o problema?
Problemas sem caminhos claros para sua solução.
Exemplo: Como prestar uma assistência de enfermagem com qualidade e excelência quando
3 membros da equipe de 10 técnicos de enfermagem faltam no plantão de uma enfermaria com 30
pacientes?

Obstáculos à resolução de problemas


Configurações mentais: entrincheiramento;
Fixidez funcional: incapacidade para perceber que algo que tem um fim determinado possa ser
usado com outras finalidades;
Estereótipos: cognição social – crenças de que grupos sociais tendem a ter, de modo uniforme,
um conjunto de características;
Transferência negativa: resolução de problema anterior atrapalha a resolução do novo problema.

Auxílio à resolução de problemas


Transferência positiva: transferência de solução adequada
Transferência de analogias: tipo de Transferência positiva – problemas na busca e percepção do
isomorfismo
Transferência intencional: aplicação da estrutura e não do conteúdo
Incubação: colocação do problema a parte por algum tempo. Papel da memória. Eliminação de
efeitos negativos de configuração mental.
EXPERTISE: conhecimento e resolução de problemas
Por que os especialistas podem resolver problemas em seu campo de forma mais eficiente do
que os principiantes?

8.3 Criatividade
Processo de produzir algumas coisas que é ao mesmo tempo original e de valor; Criatividade
envolve a produção de algo novo, que é aceito como útil e/ou satisfatório por um número significativo
de pessoas em algum ponto no tempo.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Noções de Administração
• Abordagens Psicométricas: produção divergente
• Abordagens Cognitivas: expertise e o compromisso com seu esforço criativo.
• Abordagens da Personalidade e Motivacionais: intuição, receptividades, independência de
julgamento...
• Abordagens Sociais, Societárias e Históricas
• Abordagens Interativas: fatores individuais e ambientais convergentes
Processo de se tornar sensível a problemas, deficiências e lacunas no conhecimento; identificar
a dificuldade, buscar soluções, formulando hipóteses; testar e retestar estas hipóteses; e, finalmente,
comunicar os resultados.

Processo Criativo
• Percepção
• Habilidades Criativas
• Fluência: Quantidade de ideias;
• Flexibilidade: Identificar soluções sob diferentes perspectivas;
• Originalidade: Respostas incomuns;
• Elaboração: Detalhamento, enriquecimento;
• Sensibilidade para problemas: Capacidade para encontrar uma necessidade.

Indivíduo criativo
É difícil ser criativo em tudo: somos mais criativos em algumas coisas e menos em outras.
Atributos da Personalidade Criativa: Iniciativa e envolvimento na atividade realizada
Como desenvolver a criatividade? Através de exercícios...
Tempestade de ideias (fluência): Não há crítica nem julgamento; Quanto mais melhor; Elaborar
ideias próprias e dos outros; Humor livre
• Brainstorming – Tempestade de Ideias

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Noções de Administração

Disponível em  http://www.latec.ufrj.br/hipertexto/index.php/glossario/236-mapas-mentais.html. Acesso em jan 2016.

8.4 Onze Regras para a Solução Criativa

Regra 1 - Não suponha que você compreende o problema


Pensar que você sabe o que está acontecendo sem olhar com profundidade ou sem obter infor-
mação bastante para entender a situação. Antes de começar a solucionar qualquer problema, dedi-
que algum tempo para estar absolutamente certo de você entende o que está acontecendo. Muitas
vezes um problema aparentemente técnico tem suas raízes em falhas nas comunicações, desmotiva-
ção, liderança fraca, ou outras causas de natureza organizacional e gerencial.

Regra 2 - Não suponha que a pessoa que relata o problema também o compreende
As pessoas descrevem os problemas de muitas formas diferentes. Muitas vezes elas apresentam
percepções superficiais ou destorcidas que nada têm a ver com o problema real. Outras vezes elas
apresentam informações desconexas, baseadas no que ouviram ou no que elas pensam que sabem.

Regra 3 - Não suponha que alguém mais entende o problema


Se você necessita delegar a solução do problema, ou se você está recebendo instruções de
outras pessoas para solucionar o problema, não suponha que elas sabem do que estão falando. Ao
delegar o problema, certifique-se de que suas instruções foram bem entendidas.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Noções de Administração
Regra 4 - Não suponha que você tem um único problema
Às vezes, as coisas são mais complicadas do que parecem. Não é uma boa ideia supor que há
um único problema a ser resolvido. Durante todo o processo de solução do problema, mantenha seus
olhos abertos para identificar problemas adicionais.

Regra 5 - Não suponha que você tem mais de um problema


Do mesmo modo, não suponha que há mais de um problema. Como conciliar as regras 4 e 5? Ba-
seie suas conclusões somente no que existe, e não em suas suposições ou em suposições de terceiros.

Regra 6 - Não suponha que o problema seja igual a outro anterior


Nenhum problema é igual a outro. Supor que o problema atual é semelhante a outro anterior
pode levar a replicação de uma solução inadequada.

Regra 7 - Não suponha que se trata de um problema simples ou complexo


Um problema é o que ele é nada mais. Alguns são simples, outros complexos. Não assuma nada
até concluir suas análises.

Regra 8 - Não confie no que está nos papéis


Não tire conclusões com base somente em relatórios, memorandos e estatísticas. Saia da sua
sala e vá ao campo para ver o problema real, converse com as pessoas que vivenciam e são afetadas
pelo problema.

Regra 9 - Não suponha má intenção


Se encontrar um erro humano, não assuma de imediato que se trata de uma ação mal intencio-
nada. Geralmente, os erros humanos resultam de despreparo ou desinformação. Se for o caso, corrija
os erros pela melhor informação e treinamento dos operários.

Regra 10 - Investigue as causas do problema


Faça uma exaustiva investigação para identificar as verdadeiras causas do problema. Aja sobre
as causas e não sobre os sintomas. Para isto, pergunte “por que” várias vezes até chegar à causa raiz
do problema.

Regra 11 - Não aceite o argumento que sua ideia já foi tentada e não funcionou
Muitas ideias boas são destruídas por implementação mal planejada ou por desistência na pri-
meira dificuldade encontrada. Procure saber com detalhes como foi planejada e executada sua imple-
mentação.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Book_Enfermagem.indb 703 11/02/2016 13:00:30


Noções de Administração
9. TRABALHO EM EQUIPE
Uma equipe de trabalho é constituída por vários profissionais, cada um dos quais detém saber
e formação específicos.
Área da saúde: não é possível prestar assistência através de conhecimento isolado.

9.1 Atendimento integral


Ao cuidarmos de uma pessoa devemos considerar não apenas os aspectos clínicos relacionados
a sua doença mas também os psicológicos, sociais, econômicos e culturais a ela pertinentes.
Os profissionais de saúde DEVE se reunir em equipes para, em conjunto, trocar informações e
ampliar a avaliação clínica da pessoa e do contexto no qual está inserida.
Em um hospital ou centro de saúde, os profissionais às vezes não agem de forma integrada e não
trocam informações.
Exemplo: o médico solicita informações acerca da evolução clínica do paciente após a cirurgia; o
auxiliar quer trocar o curativo; a nutricionista deseja informações sobre a dieta a seguir; ninguém sabe
ao certo os procedimentos adotados pelo outro

Formas de trabalho
Pluridisciplinar: as equipes são constituídas por várias disciplinas, atuam juntas mas não há troca
de informações, não há soma = o paciente é dividido entre as várias áreas do saber.
Multidisciplinar: os diversos profissionais trocam ideias e informações sobre suas práticas espe-
cíficas.
Reúnem-se regularmente, debatem pontos de vista e complementam os entendimentos sobre
o problema em questão, indo além dos limites restritos a suas profissões.
Exemplos: enfermeiros ouvem os pacientes durante seus procedimentos; assistentes sociais in-
teressam-se pela vida emocional de seus clientes; médicos procuram não apenas acertar seus diag-
nósticos e prescrições mas interessam-se por todo o contexto em que o cliente está inserido.

9.2 Trabalho Multidisciplinar


Embora cada profissão utilize seus métodos e técnicas, a interação da equipe multidisciplinar é
imprescindível para avaliar e cuidar do paciente reconhecendo-o como um ser humano que necessita
ajuda e compreensão.
Interdisciplinar: os métodos e técnicas de determinada disciplina são utilizadas por profissionais
de áreas distintas;

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Noções de Administração
Transdisciplinar: nenhuma disciplina detém, sozinha, todas as respostas ou soluções para os
problemas enfrentados, os quais só serão solucionados mediante a construção cotidiana do trabalho
em equipe.

Complicações do Trabalho em Equipe


Tarefa difícil;
Relações interpessoais podem não fluir bem;
Vaidade profissional;
Prática individual;
Insegurança;
Desafio diário: superar as limitações!

Bem-estar do paciente e a integração da equipe

Como trabalhar em equipe?

Dica 1 – Tenha paciência


Muitas vezes é difícil conciliar opiniões diversas, principalmente quando se está em grupo. Des-
sa forma é muito importante que você tenha a devida paciências.
Procure sempre mostrar os seus pontos de vista com moderação e ouça o que os outros têm a
dizer, mesmo que não esteja de acordo com as suas opiniões.

Dica 2 – Aceite sempre as ideias das outras pessoas


Nem sempre é fácil aceitar novas ideias ou admitir em público que não temos razão, mas é im-
portante saber reconhecer que a ideia de um colega pode ser muito melhor do que a nossa.
Afinal de contas, mais importante do que o nosso orgulho é o objetivo comum que o grupo
pretende alcançar.

Dica 3 – Nunca critique seus colegas


Quando surgirem conflitos entre os colegas de grupo, é de vital importância não deixar que isso
interfira no trabalho em equipe.
Avalie as colocações do colega, com isenção total sobre suas impressões de caráter. Pode criticar
(de forma construtiva) as ideias, nunca a pessoa.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

705

Book_Enfermagem.indb 705 11/02/2016 13:00:30


Noções de Administração
Dica 4 – Saiba como dividir
Entenda que é muito importante dividir tarefas quando se trabalha em equipe. Não parta do
princípio que é o único que pode e sabe realizar uma determinada tarefa. Delegar, compartilhar res-
ponsabilidades e informação é fundamental.

Dica 5 – Não deixe de trabalhar, colaborar


Não é por trabalhar em equipe que você precisa esquecer suas obrigações. Lembre-se que divi-
dir as tarefas é uma coisa, deixar de trabalhar é outra completamente diferente. Colabore.

Dica 6 – Mantenha uma postura participativa e solidária


Procure dar o seu melhor e ajudar os colegas, sempre que seja necessário. Da mesma forma,
não se sinta constrangido quando precisar pedir ajuda à alguém da equipe.

Dica 7 – Mantenha o diálogo, sempre


Quando se sentir desconfortável com alguma situação ou função que tenha lhe sido atribuída, é
importante explicar o problema para que seja possível achar uma solução que agrade a todos.

Dica 8 – Planejamento é essencial


Quando existem várias pessoas trabalhando em conjunto, a tendência natural é que se disper-
sem. O planejamento e a organização são primordiais para que o trabalho em equipe seja eficiente e
eficaz.
O importante é fazer o balanço entre as metas a que o grupo se propôs e o que conseguiu alcan-
çar no tempo previsto.

Dica 9 – Cuidado com o pensamento coletivo


Quando tudo já foi conversado e todas as decisões tomadas, é muito comum que um grupo
coeso e homogêneo se torne resistente às mudanças e ignore outras opiniões. Quando isso ocorrer, o
grupo deve ouvir opiniões externas e aceitar a ideia de que pode errar.

Dica 10 – Aproveite e divirta-se


No final de tudo, trabalhar em equipe pode ser uma excelente oportunidade de aprender com
seus colegas e conviver mais próximo a eles. Todos ganham com a experiência.

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Noções de Administração

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO
1. Quais são as fases da administração e seus respectivos períodos?
2. Associe cada teoria da administração com suas principais características.
3. Sabe-se que as teorias da administração influenciam na assistência de enfermagem. Escolha uma
e descreva a sua influência nesse cenário.
4. Apresente as diferenças entre a Teoria Clássica e a Teoria das Relação Humanas.

PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS
1. Para Fayol, é fundamental que haja cinco elementos imprescindíveis para uma boa administração.
Quais são eles?
2. Escolha cinco princípios administrativos e escreva com suas palavras o seu significado.
3. Para que o comando seja executado é necessário conhecimento e qualidades pessoas. Quais são
os preceitos do comando?
4. Cite e caracterize os tipos de organização existentes.
5. Diferencie eficácia de eficiência.
6. Quais as habilidades são inerentes a um administrador?

PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS APLICADOS Á ENFERMAGEM


1. O processo de trabalho gerencial de enfermagem possui quatro dimensões. Quais são elas?
2. Apresente as diferenças existentes entre chefe e líder.
3. Descreva os tipos de liderança.
4. Identifique a importância da comunicação na enfermagem.
5. Quais são os instrumentos administrativos da enfermagem? Escolha um e fale um pouco mais a
respeito.

SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM - SAE


1. Comente a definição de SAE.
2. Cite os principais objetivos dessa metodologia científica na assistência de enfermagem.

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Noções de Administração

3. Quantas e quais são as etapas que compõem o processo de enfermagem?


4. O diagnóstico é constituído de alguns componentes. Quais são eles?
5. Descreva as fases do planejamento.

RECURSOS HUMANOS NA ENFERMAGEM


1. Descreva as competências do Técnico de Enfermagem.
2. Quais são as consequências de um mau dimensionamento da equipe de enfermagem?
3. Para a realização do dimensionamento de pessoal devem ser tomadas algumas considerações.
Cite-as.

HOSPITAL
1. O Hospital possui várias funções. Cite-as e dê exemplos para cada uma.
2. Quais são os critérios utilizados para classificar os hospitais?
3. Das unidades hospitalares estudadas, escolha uma e apresente suas características físicas.
4. Quais requisitos são necessários para que a qualidade nos serviços de saúde seja satisfatória?
5. A avaliação e certificação apresentam três níveis de qualidade. Apresente-os.
6. Com suas palavras responda: O que é necessário para que o sucesso profissional seja alcançado
por você?
7. Quais são as etapas fundamentais na resolução de problemas?
8. Explique a importância da criatividade no fazer do profissional de enfermagem.

TRABALHO EM EQUIPE
1. Diferencie a forma de trabalho pluridisciplinar da multidisciplinar.
2. Quais são as complicações do trabalho em equipe?
3. O que é imprescindível no trabalho em equipe?

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

708

Book_Enfermagem.indb 708 11/02/2016 13:00:31


Noções de Administração

REFERÊNCIAS

ALFARO-LEFEVRE, R. Aplicação do processo de enfermagem: uma ferramenta para o pensamento


crítico. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.

BRASIL. Ministério da Saúde do Brasil. Organização Pan-Americana da Saúde no Brasil. Doenças rela-
cionadas ao trabalho: manual de procedimentos para os serviços de saúde / Ministério da Saúde do
Brasil, Organização Pan-Americana da Saúde no Brasil; organizado por Elizabeth Costa Dias; colabora-
dores Idelberto Muniz Almeida et al. – Brasília: Ministério da Saúde do Brasil, 2001. 580 p. (Série A.
Normas e Manuais Técnicos; n.114).

CHIAVENATO, Idalberto. Introdução a teoria geral da administração. 6.ed.Rio de Janeiro: Campus,


2000.

LIMA, I. L. de; MATÃO, M. E. L. Manual do técnico e auxiliar de enfermagem. 7. ed. Goiânia: AB, 2006.

NORTH AMERICAN NURSING ASSOCIATION - NANDA. Diagnósticos de Enfermagem da NANDA: defi-


nições e classificação – 2009-2011. Trad. Cristina Correa. Porto Alegre: Artmed, 2010.

RUBIK, B et al. Informatização da SAE em UTI: complementando o banco de dados. Curso de gradua-
ção de enfermagem (Monografia). 112f. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2008.

TANNURE, M. C; GONÇALVES, A. M. P. SAE Sistematização da Assistência de Enfermagem. 2.ed. Rio de


Janeiro: Guanabara Koogan, 2010, 165p.

Teoria da Administração. Conteúdo disponível em: http://pt.slideshare.net/Stther/teorias-da-admi-


nistrao-8138412. Acesso em jan 2016.

Regras para a solução criativa dos problemas. Conteúdo disponível em: http://criatividadeaplicada.
com/2008/02/27/regras-para-a-solucao-criativa-de-problemas/. Acesso em jan 2016.

Dicas para trabalhar em equipe. Conteúdo disponível em: http://www.minhagestao.com/artigos/


10-dicas-para-se-trabalhar-em-equipe/. Acesso em jan 2016.

O ciclo da resolução de problemas. Conteúdo disponível em: http://slideplayer.com.br/slide/373639/.


Acesso em jan 2016.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

709

Book_Enfermagem.indb 709 11/02/2016 13:00:31


Noções de Administração
Organização do processo administrativo. Conteúdo disponível em: http://www.cefetsp.br/edu/nata-
nael/Apostila_ADM_parte1.pdf. Acesso em jan 2016.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

710

Book_Enfermagem.indb 710 11/02/2016 13:00:31

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