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“Ser e Tempo” de M.

Heidegger

O SER COMO PROBLEMA FUNDAMENTAL E O


CONCEITO DE “DASEIN”

“o Ser é o conceito mais universal, mas ao mesmo tempo o mais


obscuro.”

Qual é o sentido do Ser? Sempre tentamos de responder esta


pergunta dando uma definição direita e sempre procuramos uma
definição exaustiva do seu significado, mas todas a tentativas
acabam num fracasso. Logo experimenta-se o caminho indirecto da
filosofia, da ciência, da arte, etc., tentamos seguir as ordens do
conhecimento com seu modelo ou do sentimento com sua vivencia,
mas ao final fracassamos de novo. O facto é que o Ser não pode ser
definido, como também nunca se deixa determinar em seu sentido
por outra coisa nem como outra coisa.

“o ser dos entes (o que determina o ente como ente) não é um outro
ente”

O Ser só pode ser determinado a partir de seu sentido como ele


mesmo. Nada o pode determinar, o Ser é algo de derradeiro,
autónomo e independente que se dá em seu sentido.

“o conceito de Ser é indefinível. Não é um ente, logo não lhe pode ser
aplicado o modo de determinação do ente. [...] o ser é um conceito
evidente per si mesmo. ”

De facto nunca, na história da filosofia, se obteve uma definição do


Ser. Por outro lado a experiencia monstra que sempre que se tenta
abordar o conceito de Ser, este escapa a qualquer determinação.
Somos colhidos pela tracção do retraimento (somos atraídos por este
fugir do Ser) e, na força desta tracção, designamos o possível sentido
do Ser. Por isso, só nos resta encarar de frente o Ser no movimento
de seu sentido a fim de não perde-lo de vista. O Ser neste sentido,
manifesta-se no tempo, isto é, aparece e desaparece no tempo
concreto da história da filosofia. Aqui evidencia-se a relação
fundamental de Ser e Tempo. Para Heidegger é preciso substituir a
história da filosofia pela filosofia da história (não é preciso estudar a
filosofia dum ponto de vista histórico, mas sim a historia dum ponto
de vista filosófico). A época histórica é uma temporalização do Ser, ou
seja, a experiência originária do tempo é um “pronome do Ser”
(pronome entendido como o que está ao lugar de um nome), em
retracção.

Heidegger falando da sua obra “Ser e Tempo”, diz que a intenção


deste tratado é a apresentação concreta do problema do sentido do
Ser. A elaboração deste problema prevede o tornar-se transparente
de um ente que procura o Ser colocando-se no seu proprio Ser (esta é
a analítica existencial).

“o interrogado na questão do Ser é o próprio ente. Este é como


interrogado em seu Ser. Mas para se poder apreender sem
falsificações os caracteres de seu Ser, o ente já deve se ter feito
acessível antes, tal como é em si mesmo. […] Este ente que cada um
de nós somos e que, entre outras, possui em seu Ser a possibilidade
de questionar, nós o designamos com o termo pré-sença. ”

O homem é este ente que se propõe a pergunta sobre o Ser, por isso
precisa partir com a explicitação preliminar do homem. O homem não
é um “ente” no sentido clássico do termo, não é uma coisa aí,
estática, congelada. Diante da impossibilidade de um conhecimento
do Ser como objecto, com determinados princípios característicos,
Heidegger cria o conceito de Dasein, isto é, Ser-aí. Este termo indica
o facto de um ente estar sempre numa situação, lançado nela e em
relação activa com ela.

Nota: Dasein é um verbo que significa existir e naturalmente é também o


substantivo "existência", Dasein. A palavra Dasein se traduz, naturalmente, por
existência, é a tradução normal. Mas há um momento em que Heidegger define
Dasein e diz: "Das Wesen des Daseins liegt in seiner Existenz", que se se traduz
literalmente: "a essência do Dasein consiste em sua existência", ou seja, "a
essência do existir consiste em sua existência". Não é totalmente claro por isso
uma outra tradução possível é: "a essência da existência é sua existência".

O Ser-aí é aquele ente que se põe a pergunta sobre o sentido do Ser,


mas não somente isso, de facto é também aquele ente que não se
deixa reduzir à objectividade. O Dasein não pode ser apreendido
como essência (“o que é”), pois nele reside a existência, e existir é
estar aí, lançado no mundo com todos os seus possíveis e
impossíveis. Podemos buscar uma “compreensão existencial”, mas
nunca um fechamento do Dasein como sendo algo da ordem do é. O
Dasein já está no mundo, portanto, não pode ser constituído como
isolado senão como Ser-no-mundo que já é o seu próprio aí, seu Ser.
Assim, possui carácter aberto, ou seja, está em relação com todos os
outros entes.
“o Ser-em é, pois, a expressão formal e existencial do ser da pré-
sença que possui constituição de ser-no-mundo.”

O Ser-aí não é nunca uma simple-presença, já que ele é precisamente


“aquele ente para o qual as coisas estão presentes”. Isto quer dizer
que as coisas são em quanto relacionam-se comigo, são em função
de mim.

“o ser das coisas equivale ao ser utilizadas pelo homem.”

Todas as coisas existem não para si mesmas, mas para o homem, o


qual as transformas e as insere num projecto. O mundo fica assim
como a condição pela qual as coisas são, não é a suma delas. A
objectividade das coisas depende do Ser-aí; antes do mundo está o
Ser-aí.

O modo de ser do Ser-aí é a existência. Para Heidegger o Ser-aí é


primariamente um ser-possivel, é sempre aquilo que pode ser. A
essência da existência portanto é dada pela possibilidade, que não é
possibilidade lógica vazia como a entende Aristóteles, nem simples
contingência empírica, mas sim a possibilidade de actuar.

Nota: É importante ressaltar em fim, que há uma mudança no pensamento de Heidegger em um


segundo momento: ele não considera mais a existência humana a porta de entrada para o Ser, mas sim o
Ser passa a ser a abertura para a possível compreensão da existência humana.

BIBLIOGRAFIA:

- HEIDEGGER M. – Ser e Tempo. Petrópolis: Vozes, 1993.

- REALE G., ANTISERI D. – Historia da filosofia. São Paulo: Paulus, 2003.

- HEIDEGGER S.R. – Um mestre da Alemanha entre o bem e o mal.


Geração Editorial, 2001

- MARÍAS J. – Conferência do curso “Los estilos de la Filosofía”. Madrid:


Jean Lauand, 1999/2000. Tradução: Sylvio Horta /
http://www.hottopos.com

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