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ART. ± ARTIGO
NO. ± NÚMERO
ORG ± ORGANIZADOR
P. ± POR
RJ ± RIO DE JANEIRO
SP ± SÃO PAULO
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Utilizar uma postura de respeito aos dizeres do Código de Ética, além da crítica sobre
alguns artigos da publicidade, pode e deve ser feito. Algumas situações não explicitadas
pelo Código, mas que dão ensejo ao uso da publicidade deverão ser utilizadas pelos
Escritórios de Advocacia corporativos visando um melhor posicionamento profissional, sem
que com isso se quebre a ética da profissão.
Por fim veremos a questão ética do advogado. Observando fatores que influenciaram
na noção que se tem dela, atualmente, e como eles preponderam nas atitudes dos
advogados, tendo-se como efeito uma grande quantidade de processos encontrados nos
Tribunais de Ética e Disciplina e suas seccionais sobre a Publicidade.
A publicidade jurídica ainda sofre confusões pelos advogados. Sabendo disso, este
trabalho também velou-se em clarear as diferenças entre termos como marketing,
publicidade e propaganda buscando contrastar entre seus conceitos, a grande relatividade
destes, o que corrobora para confundir ainda mais o advogado. Mas sabendo de tais
conflitos o Código de Ética da OAB fora bastante direto ao mencionar a publicidade
permitida e o provimento 94/00 foi um exemplo claro de atualização normativa às
aspirações da sociedade, entretanto involuiu em outros dispositivos como a proibição do
uso de marca de fantasia que, segundo alguns advogados poderia ser permitido, o que
denota uma das necessidades de sua reformulação.
Uma das hipóteses atribuídas à falsa noção que se tem sobre a Publicidade, pode ser
devida a uma confusão entre os termos marketing, propaganda e publicidade. O marketing
é, elucidando-o, uma espécie de "cérebro", enquanto que a publicidade e a propaganda
são as responsáveis pela "sustentação" deste, para resumir, pois adiante desmembrar-se-
á os termos marketing, propaganda e publicidade, o Marketing está mais focado no cliente,
no planejamento estratégico e no diferenciar-se da concorrência do que com as técnicas
de venda de serviços. A este respeito comenta Bertozzi (1) , ao afirmar que:
"A função que o marketing deve assumir na área jurídica é a
ordenação mais eficaz dos recursos do escritório e de seus
profissionais, ampliar o prestígio profissional, planejar o futuro,
racionalizando os custos, focando o cliente, criando estratégias para
clientes potenciais, investindo em relacionamentos e imagem pessoal.
Não se trata de vender serviços, e, sim de posicionar -se em um mercado
cada vez mais escasso e complexo. Um escritório jurídico que incorpora
o marketing torna -se mais competitivo, sem necessariamente quebrar a
ética da profissão" (2).
Atuando dessa maneira o escritório terá relações duradouras, retendo mais seus
clientes, além de ampliar os potenciais.
Com Dominguez, a publicidade não possui uma relevância extrema, mas sim a
excelência técnica em direito do letrado. Contudo, este afirma que o marketing jurídico
ajuda ao escritório a orientar melhor seus recursos e esforços, e faz com que suas
qualidades diferenciais sejam reconhecidas. Observa-se que o autor não é muito claro ao
mencionar que a publicidade não é importante. Talvez o tenha feito em relação à
publicidade comercial. Neste sentido estaria correto seu raciocínio. Entretanto, se houve
referência à publicidade informativa, aí sim cabe uma correção ao autor. Pois ela é
importante para o marketing Jurídico, mas precisa ser executada de acordo com os
preceitos do Código de Ética da OAB.
Observa-se na citação anterior que Bertozzi não fora muito claro ao mencionar o
termo "comunicação". Ora, todos nós nos comunicamos. Talvez a terminologia adequada
ao caso fosse comunicação comercial. Aí sim teria-se respaldo na justificação dada por ele
de que a comunicação comercial, ou ainda a publicidade comercial do advogado muitas
vezes fora repudiada ou ainda sequer desenvolvida.
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As necessidades dos clientes seria tudo o que fosse indispensável para a sua
sobrevivência. Claro que no caso de escritórios de advocacia corporativos está-se lidando
com direitos e deveres. O que se está tentando demonstrar aqui é que entendendo as
necessidades dos clientes que se poderá oferecer um serviço de qualidade. Em relação
aos desejos, estes incluem serviços especiais, personalizados: muitos clientes querem
mais do escritório, como um ambiente aconchegante, um estacionamento apropriado e de
fácil acesso etc.
Percebe-se que quando a formulação dos conceitos partem do dicionário não há uma
diferenciação pormenorizada dos termos podendo até serem classificados como
sinônimos.
Cuidados nessa área, contudo, são imprescindíveis, pois, do mesmo modo que a
publicidade informativa eficaz pode melhorar muito a imagem e as vendas de uma
companhia, a publicidade negativa pode causar sérios problemas.
No caso do advogado, dado o objeto de seu trabalho ser um serviço, precisa-se ter
um bom relacionamento com seus clientes. Assim coaduna Churchill:
Art. 8º. O principal objetivo deste Código é a regulamentação das normas éticas
aplicáveis à publicidade comercial, assim entendida como toda atividade destinada a
estimular o consumo de bens e serviços, bem como promover instituições, conceitos ou
idéias.
Propaganda:
"É definida como a propagação de princípios e te orias. Foi
traduzida pelo Papa Clemente VII, em 1597, quando fundou a Congregação
da Propaganda com o fito de propagar a fé católica pelo mundo. Seria
então a propagação de doutrinas religiosas ou princípios políticos de
algum partido" (25).
Nestes termos, o principal ponto distintivo entre ambas está nos objetivos a que cada
qual é dirigida, a publicidade com o fim de divulgar, de difundir idéias e conceitos;
enquanto a propaganda visa colocar na mente dos consumidores o desejo por algum
serviço ou produto.
O ambiente onde o advogado está inserido possui variáveis que influenciam seu
cotidiano e precisam ser identificadas, pois estas afetam o desempenho de suas ações
profissionais. Podemos entender o ambiente de um escritório de advocacia como uma
subdivisão em macro e microambiente. O macroambiente de um escritório de advocacia
seria constituído, focando-se à atuação do advogado, pelas "forças" demográficas e
econômicas, natural, tecnológicas, política e legal e sociocultural. Tais "forças" são
variáveis determinantes, que precisam ser entendidas para o bem exercer de sua
profissão.
Inspirando-se em Kotler (28) , devido a nós estarmos dentro de um quadro global que se
muda numa velocidade incrível os profissionais de marketing devem monitorar estas seis
forças macroambientais.
Na arena econômica não haveria para o advogado, dado o objeto de seu trabalho
uma classificação de seus clientes. Entretanto os escritórios podem se posicionar em
relação a nichos de mercados, como por exemplo, área tributária, civil, contencioso etc.
Os prestadores de serviços: Não basta um escritório ter bons serviços, uma boa
segmentação de mercado e estratégias de Marketing bem formuladas. Tudo isso pode vir
por água abaixo se os prestadores de serviços do escritório prejudicarem o seu
atendimento ao mercado.
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A Publicidade vem no intuito de atingir-se um público-alvo para satisfazer suas
necessidades. É através dela que a informação é disseminada.
E dada uma nova realidade as leis antigas dão lugar às mais atuais. O mesmo
ocorreu no Provimento 94/00 da OAB que procurou adequar a situação atual da sociedade
que se via envolvida com uma evolução da tecnologia e do próprio mercado jurídico.
De acordo ainda com o art. 3°, "c", § 3° e art. 5°, "b", provimento em epígrafe:
"[...] desde que não implique em captação direta de clientes com
frases de cunho mercadológico que possam ser erroneamente
interpretadas. A saída deve ser a comemoração de datas significativas
para a sociedade, mudança d e endereço, parceria com outros escritórios
ou mesmo uma nova linha de atuação do escritório. Tudo isso é possível
informar na mídia impressa, pois estamos trabalhando com a idéia de
comunicar algo interessante para nossos clientes" (37).
Atentaria neste caso para o uso de press-releases (38) . "E uma vez que conceda uma
entrevista, que o faça preservando qualquer menção à causa sobre seu patrocínio ou
alguma espécie de crítica exagerada e excessivamente polêmica"(39) . O conteúdo e a
elegância ao tratar dos assuntos discutidos é o que realmente vale.
Bertozzi explica que algumas atitudes utilizadas pelos escritórios de advocacia como
este da mala direta pouco influenciam na sua finalidade tendo uma eficácia muito limitada,
além de confrontar-se diretamente aos preceitos do Código de Ética da OAB, in verbis:
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O termo Deontologia fora criado pelo filósofo inglês Jeremias Benthan. Tal nome fora
dado à sua obra póstuma procurando nela o mesmo estabelecer diretrizes morais onde
ficassem definidos os deveres e obrigações no campo social e jurídico.
É no dia a dia que o advogado exercitará toda a técnica necessária para postulação
junto a seus clientes. Entretanto não terá a voz clara de sua consciência moral, do que é
justo ou não, sem a orientação da Deontologia Jurídica.
Agora, por mais princípios deontológicos que existam, sempre haverá diferenças na
aplicabilidade dos deveres e obrigações entre Países, Estados ou até mesmo Cidades e
podemos aprender muito com o exemplo deles. É nesta fascinante diferença existente
entre os povos que se pode agora focar as formas de publicidade entre países e perceber
as peculiaridades deontológicas e culturais existentes neles.
Desde que sejam usados de maneira discreta, não atentando aos princípios da
dignidade da profissão, o diploma francês admite vários meios de publicização, mas impõe
a obrigatoriedade de comunicar as ações ao Conselho da Ordem dos Advogados. Apesar
de poderem publicitar seu serviços, é vedado aos advogados tomarem ações mais diretas
de captação de clientela, assim como não podem solicitar a sua constituição como
advogados de um cidadão ou empresa. (50)
Inglaterra - o Reino Unido é uma das exceções quando se trata da publicidade. O seu
código deontológico não proíbe a publicidade dos advogados, entretanto impõe algumas
regras de bom senso. A publicidade não pode ser enganosa ou inexata. O curioso é uma
norma que dispõe: "a publicidade µnão pode ser tão freqüente de forma a causar náusea
àqueles a quem é dirigida¶" (52) .
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Dispensa-se, a consideração da relevância do tema ética atualmente, em foco neste
trecho do trabalho. Pelo que representa no domínio da reflexão filosófica, em qualquer
ocasião, impõe-se como privilegiado, diante do quadro extremamente grave com que nos
deparamos no dia-a-dia, e que retrata o nível de descaso que alguns advogados
desatentos cometem contra a dignidade humana e o bem exercer da advocacia, em nosso
país (53) .
Para retratar a ética atual de uma forma bastante restrita coaduna-se com o
pensamento de Antônio Gomes Penna (54) que primeiro cita Hume sobre uma perspectiva
utilitarista e depois afirma Penna que a forma extremamente vulgar com que os problemas
éticos são considerados concorreu para a reduzida significação dos temas éticos em
nosso tempo.
Ao falar sobre ética, Hume exclui qualquer participação dos processos racionais na
produção de norma éticas, pois a razão sempre dependerá das paixões, do emocional.
"As implicações das posturas epist emológicas assumidas por Hume o
conduziram a afirmar que, a nível de razão, somente podemos operar com
proposições descritivas, nunca com proposições prescritivas ou
normativas. Em outros termos, o que Hume afirma é a impossibilidade de
se deduzir o que deve ser a partir do que é. Seria impossível que a
idéia de dever pudesse ser tirada da de ser, ou ainda, que de uma
proposição indicativa se pudesse apreender uma proposição imperativa.
Sua posição, extremamente crítica com relação às possibilidades dos
processos racionais, ainda se manifesta quando afirma µque do fato de
ser a experiência sempre concreta e contigente e sempre individual,
nenhuma lei universal poderia dela ser deduzida ou derivada¶. Estas
nunca teriam um fundamento racional, resultando, apen as, da crença
envolvendo regularidades nos eventos naturais" (55).
Observa-se que Penna afirma que Hume demonstrou interesse pelas questões
éticas. Entretanto apresentou razões que parecem concorrer para certo descaso em
relação às questões morais e tais razões atinge-nos atualmente.
Demonstrou-se que sempre procuramos afastar a fonte de uma atração, quando nos
sentimos fortemente atraídos e ameaçados no que se refere à preservação da máscara
que nos protege no convívio social. Tal consciência falsa compromete o compromisso
ético que, de fato, dignifica o ser humano.
Uma prova segura do efeito da ética atual perante o Código de Ética e Disciplina da
OAB é a quantidade de processos versando sobre publicidade encontrados nos Tribunais
de Ética e Disciplina brasileiros.
Talvez o fato se deva à falsa consciência que se tenha sobre a publicidade ou ainda
ao cientificismo e dogmatismo exacerbado em detrimento de fatores emocionais ou ainda
atuais que estariam ligados à realidade mercadológica do advogado.
A ética não deve também ser considerada como fonte de pesadas e enfadonhas
obrigações, mas como uma filosofia moral dignificante.
E é com esse pensar que observa-se a mudança constante das leis, e dentro desses
exemplos, focando-se a publicidade dos advogados, percebe-se que o Provimento 94/00 é
um exemplo claro de que, para atender às exigências da sociedade, o Código de Ética da
OAB precisou ser atualizado, e precisa ser mais ainda.
O aumento de consultas aos tribunais de ética das seccionais da OAB nos Estados a
respeito da publicidade é um indicativo, portanto de que há algo errado.
Os fatos mencionados na citação anterior são indicativos de que medidas podem ser
adotadas visando a um aperfeiçoamento do Código de Ética da profissão advocatícia. É
entendendo a sociedade, seus anseios, além de informando-a que se poderá obter leis
mais condizentes com a realidade dos escritórios de advocacia corporativos. Não se está
aqui pregando nenhuma liberalização. Mas sim, a lembrança da dinamicidade do Direito e,
se a publicidade dos advogados ainda gera muitas controvérsias, chegou a hora de
discuti-la para obter-se leis mais condizentes com o mercado atual e a sociedade
reciprocamente.
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Anunciar aos advogados o que pode e o que não deve ser feito. Este trabalho
procurou, portanto proporcionar aos operadores do direito, em especial aos escritórios de
advocacia corporativos, como eles podem adotar medidas publicitárias sem que com isso
se suplicie o Código de Ética da OAB.
Os clientes estão cada vez mais conscientes de seus direitos e sabem muito bem que
um escritório que ofereça um serviço especial, respeitador, personalizado e ético
conseguirá obter uma lembrança maior deles passando o escritório a retê-lo, obtendo-se
um relacionamento duradouro, o que ajudará ainda mais ao sucesso da sociedade de
advogados. Lembrando-se sempre que o lucro advindo não deve ser encarado como tal,
mas sim como o subproduto de um trabalho bem realizado.
O Código de Ética da OAB já passou por algumas evoluções como explicitado neste
trabalho com o Provimento 94/00. Entretanto há muito a ser feito e um dos indicativos da
necessidade de reformulação de alguns artigos ou ainda da falta de infomação levada aos
advogados, é a quantidade de processos nos Tribunais de Ética e Disciplina da OAB
versando sobre a publicidade deles.
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