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LIDERANÇA NO MINISTÉRIO

INTRODUÇÃO

Quando Deus criou os céus e a terra, lá nos versículos 16, 17 e 18,


do primeiro capítulo de Gênesis, registra: “Fez Deus os dois
grandes luzeiros: o maior para governar o dia, e o menor para
governar a noite; e fez também as estrelas. E os colocou no
firmamento dos céus para alumiarem a terra, para governarem o
dia e a noite e fazerem separação entre a luz e as trevas. E viu
Deus que isso era bom”.
Reparem que Deus fez os grandes luzeiros (sol e lua) e as estrelas,
e disse: “...para governar ...fazerem separação entre luz e trevas...”.
O que me chama a atenção neste texto é a palavra governar. É
claro, estes astros não exprimem palavras, são objetos
inanimados, mas Deus os colocou como referência, como luz e para
diferenciar a claridade e a escuridão, e de certa forma eles,
principalmente, o sol e a lua, influenciam o clima e as estações do
ano terrestre, quer dizer governam, exercem os seus poderes sobre
o homem, animais, plantas e a vida em geral na terra. Há
coordenação até na natureza. É a natureza comandada por Deus,
preservando a vida no Planeta Terra. Ao homem Deus passou
também o censo de coordenação, isto é, de liderança.
Na sequência da criação, quando Deus resolveu formar o homem,
está escrito: “Também disse Deus: Façamos o homem à nossa
imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio
sobre os peixes do mar sobre as aves dos céus, sobre os
animais domésticos, sobre a terra e sobre todos os répteis que
rastejam pela terra”. O que destacamos nesta passagem é a
palavra domínio (algumas traduções falam em sujeitai-a; e dominai).
Observamos nestes textos, que Deus é um Deus organizado e
disciplinado, as suas ações, seus feitos, tanto na natureza como no
homem, reflete o equilíbrio, harmonia, boa administração, governo,
coordenação e, por que não dizer, a liderança. Deus foi criterioso na
sua criação e O é também na preservação e na manutenção da
ordem.
Então, nas ações do homem, notadamente para o governo da Igreja,
Deus requer as mesmas atitudes, e que os seus servos ajam com
zelo na sua obra. O Espírito Santo, com poder e sabedoria, estará
sempre escolhendo bons líderes, capacitando-os para o governo da
Igreja, para que esta prossiga anunciando a Obra da Redenção.

LIDERANÇA NO MINISTÉRIO

II. QUALIDADES DE UM LÍDER CRISTÃO


Por orientação do Espírito Santo o apóstolo Paulo, escrevendo a Timóteo (ITm3:1...), dá
as seguintes características: “Fiel é a palavra: se alguém aspira ao episcopado,
excelente obra almeja”. Paulo começa elogiando aquele que prefere o labor espiritual,
depois ele descreve algumas características no texto acima referido, onde destacamos
algumas: temperante, sóbrio, modesto, hospitaleiro. O texto descreve outras que são
mais direcionadas.
Podemos ainda apontar as seguintes características:
· Amor - O pilar, a raiz de todas as qualidades do cristianismo;
· Fé - O sustentáculo da esperança
· Humildade - O próprio Jesus disse: “... aprendei de mim que sou manso e
humilde...” (Mt11:19);
· Mansidão - Jesus e Moisés tinham essas qualidades;
· Fruto do Espírito (Gl 5:22) ler a referência, e ainda:
· Visão;
· Paixão;
· Justiça;
· Honestidade;
· Lealdade;
· Responsabilidade;
· Competência;
· Determinação;
· Autodisciplina;
· Empatia;
· Perseverança;
· Comprometimento;
· Conhecimento;
· Companheirismo, dentre outras.
É impossível estar envolvido com a obra do Senhor sem as características acima
enumeradas, uma vez que o cristianismo foi sedimentado por líderes que se deixaram
gastar para ver o crescimento do Reino de Deus. O escritor aos hebreus, poeticamente,
nos informa: “...homens dos quais o mundo não era digno...” (Hb 11:38).
A liderança cristã deve ser exercida com espírito de servo. Jesus quando falando aos seus
discípulos expressou: “Mas Jesus lhes disse: Os reis dos povos dominam sobre eles, os
que exercem autoridade são chamados benfeitores. Mas vós não sois assim; pelo
contrário, o maior entre vós seja como o menor; e aquele que dirige seja como o que
serve” (Lc 22:25-26). O próprio Jesus afirmou: “...O Filho do Homem não veio para ser
servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mc 10:45). Portanto,
sejamos Líderes servos.
No decurso da história da Igreja, o Espírito Santo tem levantado grandes líderes, e nos
dias atuais contamos, também, com líderes que continuam apascentando o rebanho do
Senhor Jesus, o Bom Pastor. Tanto é verdade que a Igreja continua poderosa e operante,
enfrentado lutas e sendo vitoriosa.
Nos primeiros dias e séculos da Igreja, a coragem, a determinação e a abnegação, foram
marcantes para pavimentar e fortalecer a fé. Notadamente, com a companhia do Espírito
Santo, que, sem dúvida, encontrou homens dispostos a pagarem o preço para tão nobre e
difícil missão de levar avante as Boas Novas. Esses heróis nos deixaram grandes
exemplos os quais devemos seguir, para que o Espírito Santo, também possa nos usar.
Basta apresentarmos com o coração voltado para a obra do Senhor Jesus, que
certamente nos capacitará para sermos um líder exemplar, através do Espírito Santo.

III. LÍDERES NO ANTIGO TESTAMENTO


1. Período Antediluviano
No período antediluviano, a Bíblia relata a história humana de maneira bem resumida,
todavia faz o registro das gerações desde Adão até Noé. Neste período os nomes que se
destacaram foram Abel, Enoque e Noé. Caim se destacou, mas pelo lado negativo, como
homicida, e chegou até construir uma cidade (Gn 4:17).
Adão, o primeiro homem, criado diretamente por Deus, tinha tudo para se firmar como um
grande líder da raça humana, visto que Deus o colocou como “governante, como
dominante” de tudo sobre a terra, mas não correspondeu. Pelo contrário, desobedeceu,
pecou. Em vez de influenciar, foi influenciado.
Podemos fazer menção ao nome de Abel, visto que Deus se agradou da sua oferta, como
expressa em Gn 4:4: “E Abel também trouxe dos primogênitos das ovelhas e da sua
gordura; e atentou o Senhor para Abel e para a sua oferta”. Notamos que Deus se agradou
de Abel, aceitou o seu culto. Jesus falando aos escribas e fariseus chama Abel de justo
(Mt 23:35). Podemos ainda nos reportar ao livro de Hb 11:4, em que o escritor diz: “Pela
fé, Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de
que era justo, dando Deus testemunho dos seus dons, e, por ela, depois de morto, ainda
fala”. Deus deu testemunho dos seus atos, deixou a sua marca.
Enoque (Gn 5:21-24) parece que foi o melhor homem das primeiras gerações. Numa
sociedade quase que totalmente pecaminosa Enoque procurou agradar a Deus: “Andou
Enoque com Deus e já não era, porque o Senhor o tomou para si” (Gn 5:24). O escritor
aos Hebreus diz: “Pela fé, Enoque foi trasladado para não ver a morte e não foi achado,
porque Deus o trasladara, visto como, antes de sua trasladação, alcançou testemunho de
que agradara a Deus” (Hb 11:5). Ora, Enoque casou teve filhos e filhas, inclusive
Matusalém, o homem que mais viveu sobre a face da terra. Certamente Enoque
evidenciou-se como líder, visto que andava em comunhão com Deus e fazia a Sua
vontade. Judas, no seu livro, no verso 14, também faz menção ao nome de Enoque.
Devemos observar que não basta ter comunhão e andar com Deus para ser um líder
cristão. Muitos membros do Corpo de Cristo andam em comunhão, fazem a vontade de
Deus e não são líderes. São Salvos.
Para a Obra de Deus, os líderes são chamados. Deus sempre vê alguma coisa no homem
que nós não vemos. Deus não olha a aparência, como por exemplo, na escolha de Davi (1
Sm 16:7). Normalmente, o líder se destaca, aparece, é notado. Abel, Enoque e Noé foram
destaques para Deus. Isso é tão evidente que estão registrados na Bíblia como homens
importantes e que agradaram a Deus.
Podemos observar que na ponta, nas últimas gerações antes do dilúvio, aparecem os
nomes de Enoque, seu filho Matusalém, Lameque e Noé, seu filho, bem como os filhos de
Noé: Sem, Cam e Jafé. Deus encerrou, deu cabo dos homens, das gerações
pecaminosas, preservando Noé e sua família. Noé como homem que andava com Deus
(Gn 6:9), conseguiu atravessar, transpor o dilúvio. Deus o preservou pela sua misericórdia
e pelo que viu em Noé. Por isso está escrito em Gn 6:8: “Porém Noé achou graça diante
do Senhor”.
Os estudiosos entendem que as contagens do capítulo 5 do livro de Gênesis levam a crer
ter havido 1.656 anos de Adão até o Dilúvio.

III. LÍDERES NO ANTIGO TESTAMENTO


2. Período Patriarcal
Nesse período, parece que Deus retoma o rumo da História, direcionando-a para a
implantação definitiva do Plano da Redenção Humana, contando com a “participação” de
três homens que Ele “selecionou” para formar a Nação de Israel:
Abraão - Deus chama Abrão (Gn 12) mais ou menos 400 anos depois do dilúvio, para ser
o precursor, por que não dizer, o fundador da uma grande nação que mais tarde se
chamaria Israel, da qual Deus concretizaria o Plano da Redenção. O nome Abrão significa
Pai exaltado. Abraão significa Pai de uma multidão.
Por que, no meio de tantos homens, Deus chamou Abrão? Ora, Deus conhece a quem
chama. Naturalmente Ele viu em Abrão um líder com o qual poderia contar para o Seu
propósito. Deus, mais adiante, fez grandes promessas a Abrão (Gn 13:14-18). Não restam
dúvidas que, como homem, Abrão teve as suas falhas, mas Deus acompanhava tudo.
Todavia, ele se houve como um verdadeiro líder, mostrando as suas qualidades sendo
humilde, determinado. Ele inclusive, liderou o resgate de Ló, seu sobrinho (Gn 14:12 e
seguintes). Está registrado, no mesmo capítulo, logo após a batalha vitoriosa de Abrão, o
aparecimento de Melquizedeque, Sacerdote do Deus Altíssimo, confirmando assim a
chamada de Abrão. Deus ainda reforça a promessa a Abrão e depois muda o seu nome de
Abrão para Abraão.
A história de Abraão nos faz acreditar que ele foi um grande líder, pelo fato de obedecer a
Deus, largando a parentela, vivendo em lugares inóspitos, peregrinando, mas sem
desanimar, sendo provado, mas aprovado e, por fim, recebendo o título de Pai da Fé.
Consta, também, no pódio dos heróis da fé, registrado na carta aos Hebreus (11).
Isaque - Filho de Abraão se destacou desde pequeno, convivendo em meio ao conflito da
família, por causa do seu meio irmão, Ismael. Quando já moço, foi pedido em sacrifício,
quando Deus provou Abraão. Isaque mostrou firmeza e obediência quando seu pai foi
posto em prova, sendo ele, Isaque, o próprio objeto do holocausto. Assim, desde criança
Deus o acompanhava, fazendo dele um líder na era patriarcal, qualificando-o, inclusive, na
tipologia de Cristo.
Isaque casou-se com Rebeca, por iniciativa de seu pai, porém apaixonou-se à primeira
vista. Eles tinham conhecimento e comunhão com Deus, confiavam no seu Senhor.
Conforme Gn 25:21/23, “E Isaque orou insistentemente ao Senhor por sua mulher,
porquanto era estéril; e o Senhor ouviu as suas orações, e Rebeca, sua mulher concebeu”.
Observando os relatos bíblicos a respeito de seus filhos Esaú e Jacó, fica subentendido
que o casal falhou como pais. Mas tudo estava no controle de Deus. Em Gn 25:22,
Rebeca faz uma indagação a Deus sobre o que estava acontecendo com sua gravidez,
uma vez que ”Os filhos lutavam no seu ventre...”. Deus ouviu e assim registra a Bíblia
Sagrada: “Respondeu o Senhor: duas nações há no teu ventre, dois povos, nascidos de ti,
se dividirão: um povo será mais forte que o outro, e o mais velho servirá ao mais moço”.
Apesar de tudo, Isaque foi próspero. Basta ver os incidentes por causa da sua mulher e
dos poços em Gerar e a aliança com Abimeleque, rei dos filisteus (Gn 26). Ele sempre foi
obediente e pacífico, Deus o abençoou, e de acordo com a Bíblia, Gn 35:28/29: “Foram os
dias de Isaque cento e oitenta anos. Velho e farto de dias, expirou Isaque e morreu, sendo
recolhido ao seu povo; e Esaú e Jacó, seus filhos, o sepultaram”. Teve Isaque o privilégio
de viver longos anos, farto de dias, e seus filhos o sepultaram no túmulo da família.
Jacó - O nascimento de Jacó foi resposta às orações de seus pais, Isaque e Rebeca.
Inicialmente, não importa se o nome Jacó significasse suplantador, e de certa forma o foi.
No episódio do oportunismo para tirar a vantagem da primogenitura de seu irmão Isaú (Gn
25-27/34). Em outra ocasião, com ajuda de sua mãe, conseguiu receber de Isaque as
bênçãos que eram de Isaú (Gn 27). O próprio Esaú reconheceu que Jacó era enganador,
como exclamou em Gn 27/36: “Disse Esaú: Não é sem razão que se chama ele Jacó. Pois
já duas vezes me enganou: tirou-me o direito de primogenitura e agora usurpa a benção
que era minha...”. Por causa disso Jacó fugiu, mas Deus estava acompanhando esses
fatos. Na visão da escada (Gn 28:10/22), o Senhor aparece, fala, e faz promessas para
ele.
Jacó também foi enganado por Labão, e com muita fadiga e tempo casou com suas filhas
Lia e Raquel. Depois de muitos anos, Jacó retorna a terra de seus pais; se reconcilia com
Esaú; Deus muda o seu nome de Jacó para Israel, o qual seria pai de uma grande nação,
que levaria o seu próprio nome: Israel.
As promessas de Deus ao seu avô, Abraão, ao seu pai Isaque e a ele próprio, Israel, se
cumpriram de maneira prodigiosa. Esses três patriarcas são citados constantemente em
muitas passagens na Bíblia, desde o Antigo até o Novo Testamento. O próprio Jesus fez
citação desses patriarcas: “Digo-vos que muitos virão do Oriente e do Ocidente e tomarão
lugares à mesa com Abraão, Isaque e Jacó” (Mt 8:11).
Os patriarcas, apesar das dificuldades da época, souberam administrar os conflitos; não
deixaram de adorar e confiar em Jeová; sabiam da necessidade de fé pessoal em Deus
que os guiasse por toda a vida e que os encorajassem com as promessas divinas. Uma
vez que a vontade de Deus se tornasse conhecida só restava o caminho da obediência.
Mesmo vivendo em peregrinação, quase nômades, mantiveram-se firmes, obstinados e
determinados nas suas missões, e conservaram suas identidades com Deus, o Deus que
lhes fez as Promessas.
A Nação Israelita, o cristianismo, a própria história da humanidade, podemos dizer que
firmaram suas bases nos patriarcas, visto que deles procederam aos judeus, e dos judeus
o cristianismo, através de Jesus, descendente de Judá.
Não obstantes as fraquezas e limitações que são próprios do homem, que lições podemos
tirar desses patriarcas? - Podemos observar: humildade, coragem, mansidão, obediência a
Deus, perseverança, fé e outras, quando nos detemos mais sobre a vida dos patriarcas.

III. LÍDERES NO ANTIGO TESTAMENTO


3. Outros Líderes Pós-Patriarcais - Antigo Testamento
José – Filho do patriarca Jacó (Israel) com Raquel.
Pelas notas escriturísticas, José era o filho mais amado de Jacó, se não o preferido. Ele
possuía um caráter imaculado, era um jovem de boa aparência e desenvolvia um dom
natural de liderança. José sabia administrar bem as situações adversas. Vendido pelos
seus irmãos e levado ao Egito foi para casa de Potifar. Diz a Bíblia: “...tudo o que fazia o
Senhor prosperava em suas mãos” (Gn 39:3) e depois lançado na prisão (Gn 39/40),
manteve um comportamento sóbrio e temente a Deus.
Quando apresentado a Faraó para interpretações dos sonhos, José se mostrou humilde e
confiante em Deus conforme Gn 41:61: “Respondeu-lhe José: Não está isso em mim; mas
Deus dará resposta favorável a Faraó”. Com estas palavras José se colocou em posição
confortável diante do monarca, mostrou firmeza e coragem, e ainda deu conselhos a Faraó
sobre o que fazer para se defender da seca revelada em sonhos (Gn 41:33-36). O
monarca reconheceu que José tinha algo que o diferenciava dos outros sábios e assim
está registrado na Bíblia: “Disse Faraó aos seus oficiais: acharíamos, porventura, homem
como este, em quem há o Espírito de Deus? ”. Toda a corte se dobrou diante do servo do
Senhor. Pois, na realidade, Deus estava com José.
José soube administrar o longo período de fome sobre aquela região. Sua influência,
coragem, firmeza, perseverança, fé e humildade, dentre outras qualidades, fizeram de
José um grande líder. Foi ele, o agente de Deus para a preservação do seu povo, quando
estabeleceu a ponte para a formação do Estado de Israel, fazendo o assentamento da
casa de seu pai Jacó nas terras do Egito, onde por cerca de quatrocentos anos eclodia a
Nação Israelita. “Mas os filhos de Israel foram fecundos, e aumentaram muito, e se
multiplicaram, e grandemente se fortaleceram, de maneira que a terra se encheu deles”
(Ex-1:7).
Moisés – Filho de Anrão e Joquebede, da tribo de Levi.
Moisés nasceu em um período de muita aflição tendo em vista a multiplicação do povo
hebreu, já escravizado no Egito.
“Entrementes, se levantou novo rei sobre o Egito, que não conhecera a José. Ele disse ao
seu povo: Eis que o povo dos filhos de Israel é mais numeroso e mais forte do que nós.
Eis, usemos de astúcia para com ele, para que não se multiplique, e seja o caso que,
vindo guerra, ele se junte com os nossos inimigos, peleje contra nós e saia da terra” (Gn
1:6, 9 e 11). O rei ainda deu ordens para matar toda criança do sexo masculino que
nascesse dos hebreus. “As parteiras, porém, temeram a Deus e não fizeram como lhes
ordenara o rei do Egito; antes, deixaram viver os meninos” (Gn 1:17). É como um
paradoxo, embora escravizados e sendo afligidos, Deus, contudo, estava no controle da
situação e trabalhava pelo seu povo. E nesse tempo de angustia Deus levantou Moisés.
A vida de Moisés e obras são os assuntos principais, não somente do livro de Êxodo, mas
também de Levítico, Números e Deuteronômio. Moisés se destacou como um dos
maiores, se não o maior dos homens do Velho Testamento e do mundo pré-cristão. O
historiador Flavio Josefo conta que Moisés comandou um exército no sul. Por certo deve
ter alcançado poder reputação e habilidade consideráveis. Era um homem bem preparado
e capaz de enfrentar situações adversas.
Moisés sendo criado na corte real do Egito, recebendo a melhor educação que um príncipe
deveria receber no reino, não se deixou impressionar com o refinado conhecimento.
Todavia, em sua mente estava a instrução que sua mãe Joquebede lhe dera a respeito do
seu povo e do conhecimento de Deus. Certamente Joquebede lhe contou sobre a origem
de Israel e as promessas que Deus tinha feito aos seus ancestrais, e que Deus os livraria
daquela opressão.
Pelo que expõe Estevão no seu discurso antes de ser apedrejado, conforme At 7:20-25,
Moisés parecia ter a intuição de que ele seria usado por Deus para ser o libertador de
Israel. E de fato, Deus o usou naquela árdua missão de levar a cabo, não obstante a
rebeldia e desobediência do povo.
Apesar de ser criado no palácio real, Moisés sabia que pertencia ao povo hebreu, e,
certamente, estava sempre em contato com eles, até que certo dia não suportando ver um
dos seus irmãos sendo maltratado por um egípcio, matou-o. Ao tomar conhecimento de
que fora descoberto fugiu. Era Deus preparando-o para uma das mais, se não a mais difícil
de todas as tarefas jamais realizada por um homem.
Moisés saiu do Egito com cerca 600 mil homens – Gn 12:37: “Assim, partiram os filhos de
Israel de Ramessés para Sucote, cerca de seiscentos mil a pé, somente de homens, sem
contar mulheres e crianças”. Alguns estudiosos acreditam que toda a multidão era de
aproximadamente 2 milhões de pessoas.
Sempre em uma grande multidão há grupos de oposição e críticos, e com Moisés não foi
diferente, até seus irmãos o questionaram (Gn 12). Mas ele se mostrou sóbrio e Deus
tomou partido da situação a favor de Moisés. Diz o versículo 3 do mesmo capítulo: “Era o
varão Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra”. Essa
qualidade, e outras de Moisés, agradavam a Deus que sempre estava com ele e lhe dava
graça para levar adiante Seu Plano.
O líder Moisés, como homem, tinha suas limitações, mas sempre mostrava firmeza diante
de situações difíceis. Teve a humildade de aceitar o conselho do seu sogro Jetro,
consoante Ex 18:13-27. Como verdadeiro líder, Moisés soube ouvir e interpretar.
Moisés é reverenciado como libertador, legislador, intercessor, e por que não
acrescentamos o maior líder da sua época. Não era fácil naquele período da História, onde
não existia uma escala de ordem moral ética firme, um homem libertar milhares de
escravos, dando-lhes dignidade e nacionalidade. É bem verdade que Moisés era
amparado por Deus. Mas se Deus o escolheu e o capacitou é porque sabia quem era
Moisés e que poderia contar com ele.
Moisés não apenas aprendeu com Deus as habilidades de liderança mas ensinou-as aos
outros, virtude que todo o líder deve seguir. Havia um contraste muito acentuado entre
Moisés e Faraó, Moisés inspirava e capacitava, isto é, passava a outros as lições; Faraó
controlava e manipulava.
· Outros líderes
Há muitos outros personagens do Velho Testamento, como Josué, sucessor de Moisés;
Calebe, homem guerreiro e destemido; Débora, juíza e profetisa, mulher que julgou Israel
e os livrou das mãos de Jabim, rei de Canaã; Gideão; Esdras; Neemias; Rute; Daniel e
ainda muitos outros que surgiram como profetas, sacerdotes e reis, os quais exerceram a
liderança influenciando povos de sua época.
Davi – Não poderíamos deixar de mencionar Davi, homem que segundo a Bíblia narra: “E,
quanto este foi registrado, lhes levantou como rei Davi, ao qual também deu testemunho e
disse: Achei a Davi, filho de Jessé, varão conforme o meu coração, que executará toda a
minha vontade” (At 13:22). Como já falamos inicialmente, não existe perfeição no homem,
mas Deus, segundo o seu desígnio e soberania, usa quem Ele quer, como quer, para
execução da Sua Obra. E com Davi não foi diferente. Ele tinha, dentre tantas qualidades, a
humildade. É considerado, até hoje, o maior rei de Israel.
Davi começou a despontar sua liderança ainda jovem, quando foi ungido.
Por que nos parece que Deus escolhe líderes que parecem desqualificados? Considere-se
as seguintes razões:
a) Para obter a atenção do mundo.
b) Para levar glória a Ele.
c) Para conservar a mensagem simples.
d) Para promover confiança nEle.
e) Para encher-nos com o Seu Poder.
f) Para mostrar a Sua Soberania.
Daniel - Outro líder jovem escolhido por Deus para mostrar o Seu Poder, a Sua Glória e a
Sua Soberania sobre os “poderosos” da Terra. Temente a Deus, Daniel exerceu sua
liderança sobre os jovens cativos de Judá junto à corte do rei Nabucodonosor, ao ponto de
influenciar o oficial do rei quanto à alimentação.
Mostrou o jovem líder: caráter, competência, convicção, coragem, compromisso e
compaixão. Ele chegou a ser governador no reino de Nabucodonosor (Dn 2:49).
Concluindo este capítulo, devemos salientar que os personagens citados até agora tiveram
pouca ou nenhuma referência e escola para praticar e levar adiante as suas tarefas, a não
ser a fé, a obediência, a humildade, a perseverança dentre outras virtudes. É verdade que
alguns cometeram o que se pode chamar de “alguns deslizes”, mas, pela misericórdia de
Deus, não comprometeram a missão que lhes fora dada. Eles sempre estavam voltados
para Deus e para Suas Promessas. Sem dúvida, nos legaram muitas lições.

IV. LIDERANÇA NO NOVO TESTAMENTO


As promessas da Redenção e do nascimento do Messias vêm desde o Éden (Gn 3:15) e
se estendem por todo o Velho Testamento. O profeta Isaias descreve com muita clareza o
nascimento, a crucificação e a ressurreição de Jesus. Porém Isaias profetiza também a
respeito de João Batista, segundo narra São Marcos em seu Evangelho: “Conforme está
escrito na profecia de Isaias: Eis aí envio diante de tua face o meu mensageiro, o qual
preparará o teu caminho; voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor,
endireitai as suas veredas” (Mc 1:2-3).
João Batista - primo de Jesus, preparou o caminho para o Messias, Sua pregação era
sem rodeios e contundente, falava com autoridade quando convocava o povo ao
arrependimento. Assim pregava João Batista até apresentar Jesus como “...o Cordeiro de
Deus que tira o pecado do mundo) ” (Jo 1:19).
João Batista exerceu uma liderança corajosa, convicta e decisiva. Ele aplicou a lei da
influência, da qual adiante nos reportaremos, e convenceu muita gente. João Batista não
persuadiu, mas convenceu, pois apresentava firmeza e segurança nas suas palavras. Ele
também aplicou a lei do respeito, pois foi humilde quando falou de Jesus.
Como Mensageiro de Deus, João Batista cumpriu o que lhe estava determinado e, ao seu
tempo, demonstrou uma liderança corajosa.
Jesus – Obviamente, sem qualquer comparação ou crítica, o maior de todos os líderes,
dentro das escrituras e fora dela, em todos os tempos, foi o Senhor Jesus, no qual toda
a liderança cristã está baseada, tanto na sua escola como no seu exemplo.
Jesus foi submisso e obediente ao Pai. Deu exemplo de humildade, amor, compaixão,
justiça e mansidão. Jesus exerceu seu ministério com sabedoria e autoridade. É notório
que o Espírito do Senhor estava com Ele, como diz Lc 4:18: “O Espírito do Senhor está
sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar
libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os
oprimidos”. Mas Jesus exerceu o seu ministério como homem. Ele foi cem por cento
homem e cem por cento Deus, todavia padeceu e sofreu como homem.
Jesus se intitulou como o Bom Pastor. No Evangelho de João, capítulo 10, Ele dá uma
aula sobre o que é ser pastor e o que é ser mercenário. Em outras palavras, o verdadeiro
pastor e o falso pastor, uma vez que as ovelhas conhecem a voz do seu pastor. Em
determinado momento, chagou a exclamar: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida
pelas suas ovelhas”, e ainda: “Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas
me conhecem a mim” (Jo 10:11 e 14). É claro que Jesus estava usando ovelhas animais
para fazer uma comparação de como um bom pastor, um líder cuida e protege suas
ovelhas, e se necessário, até dá a sua vida por elas. Quem lidera, quem pastoreia
trabalhando na obra do Senhor, tem que ser conhecido e conhecer suas ovelhas; cuidar
com zelo, com amor, mansidão, compaixão e compreensão.
Se as ovelhas seguem o seu pastor, é porque ele atende as necessidades delas. As
ovelhas, isto é, as pessoas se sentem bem com o seu líder. Ele exerce influência sobre
seus liderados ou sua equipe.
Liderando uma equipe de 12 homens, seus discípulos, Jesus atraiu para si, praticamente
todo o Estado Judeu, inclusive as autoridades religiosas. O seu modo de agir e de falar
contagiava as pessoas e as deixava desejosas de sempre estar com Ele, pois Sua Palavra
e Seu ensino satisfaziam aos anseios do povo. É claro, Jesus encontrou oposição, foi
criticado e questionado, mas de todas as situações tirou proveito e se saiu muito bem, ao
ponto de afirmarem: “Responderam eles: Jamais alguém falou como este homem” (Jo
7:46).
Falar sobre o que Jesus fez, de seus atos, sua influência, seus ensinos neste breve
ensaio, é tarefa difícil, senão impossível, mas podemos ver que ao longo do seu ministério,
três anos apenas, Jesus nos deixou grandes lições sobre liderança. Então, toda a
liderança cristã deve estar baseada nos ensinos e exemplos que Jesus deixou registrados
na Bíblia Sagrada, a Bendita Palavra de Deus.

V. LIDERANÇA NA IGREJA
A Igreja – Uma Instituição divina, o Corpo de Cristo, onde Ele é a cabeça da Igreja (Cl
1:18). É também uma organização administrativa admitindo, portanto, pessoas qualificadas
para a sua administração em vários órgãos: departamentos, secretaria, tesouraria, etc.
Deve o pastor prover a igreja de pessoas capacitadas, profissionais para gerir os atos
administrativos junto aos órgãos estatais, sendo que dos assuntos eclesiásticos o Senhor
Jesus se encarrega do provimento, conforme Ef 4:11-12: “E ele mesmo deu uns para
apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e
doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para
edificação do corpo de Cristo”. Deus chama, capacita e coloca líderes no lugar certo no
Corpo de Cristo.
Quando Jesus falava aos discípulos sobre a Igreja, antes de sua crucificação, Ele disse
que a Igreja seria forte e combatente, a tal ponto que: “...as portas do inferno não
prevalecerão contra ela” (Mt 16:18). Ora! O que é a Igreja? São os salvos na pessoa do
Senhor Jesus Cristo, composta de membros e seus líderes obreiros. Portanto, são eles a
continuidade do Plano da Redenção, iniciado na Terra desde a antiguidade. Assim, a
Igreja continua anunciando o Reino de Deus, as Boas Novas de salvação.
Depois da ressurreição Jesus disse a Pedro: “...apascenta as minhas ovelhas” (Jo 21:16-
17). Com essas palavras Jesus estava dizendo que a Igreja ficaria sob a liderança dos
seus obreiros, pastores e líderes. É evidente que o Espírito Santo é quem cuida da Igreja,
orientando seus líderes, instruindo-os para o bom desempenho da evangelização.
Pedro - Originalmente chamado Simão. Sempre encabeça a lista dos discípulos de Jesus
e fazia parte do círculo mais íntimo do Mestre. Era considerado como homem sem letra e
indouto pelos líderes judaicos de Jerusalém (At 4:313), mas ele exercia certa liderança
entre os discípulos. Estava sempre questionando e respondendo. Era tido como afoito,
arrojado, como no caso de se lançar ao mar ao encontro de Jesus quando caminhava
sobre as ondas (Mt 14:28-29). Foi ele que recebeu a Revelação Divina a respeito de Jesus
(Mt 16:16). Por outro lado, negou Jesus, porém foi perdoado e indicado para apascentar o
rebanho da Igreja.
Na “descida” do Espírito Santo, com ousadia proferiu um veemente discurso em defesa
daquele movimento, no qual discorreu desde as profecias do Velho Testamento,
nascimento, morte e ressurreição de Jesus (At 2:14 e seguintes), quando houve milhares
de conversões. Ali nascia uma Igreja poderosa e operosa, e Pedro com coragem e fé
continuou atuando de maneira eficaz ao ponto de escrever duas cartas, 1Pedro e 2Pedro,
fortalecendo assim o cristianismo.
Paulo - Considerado um dos mais, se não o mais influente de todos os apóstolos. Homem
culto, letrado e conhecedor profundo do judaísmo e da Lei. Conforme ele mesmo disse:
“Quanto a mim, sou varão judeu, nascido em Tarso da Cilicia, mas criado nesta cidade aos
pés de Gamaliel, instruído conforme a verdade da lei de nossos pais, zeloso para com
Deus, como todos vós hoje sois” (At 22:3). Paulo não andou com Jesus, como os demais
discípulos, mas foi o próprio Jesus que se apresentou a ele, enquanto ainda Saulo.
O legado de Paulo para o cristianismo constitui-se, na sua maioria, em ensinos para todas
as épocas e classes de pessoas, porquanto, escreveu 13 Epístolas, as quais contêm
narrativas de caráter pessoal, universal e pastoral.
Paulo exerceu seu ministério com firmeza, mostrando-se um líder eficaz. Deus usou-o
como instrumento para desmistificar o cristianismo e o judaísmo, uma vez que ele, como
homem erudito, direcionou o seu conhecimento para a obra de Deus. Em suma, também é
difícil falar a respeito de Paulo em poucas linhas, mas eis aí uma síntese do que foi esse
grande apóstolo de Jesus.

V. LIDERANÇA NA IGREJA
1. Líder Eficaz para a Igreja
No Livro da Revelação, intitulado Apocalipse de João, logo no primeiro capítulo, a partir
do versículo quatro, onde algumas versões dão o título de Dedicatória às sete Igrejas da
Ásia ou Dedicação às sete Igrejas da Ásia, dentre outros nomes, está narrado que o
próprio Jesus diz: “Quanto ao mistério das sete estrelas que viste na minha mão direita e
aos sete candeeiros de ouro, as sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete
candeeiros são as sete igrejas” (Ap 1:20).
Jesus está se referindo aos líderes daquelas Igrejas, onde Ele os denomina anjos, dando
assim a entender o grau de importância que aplica aos obreiros, pastores e líderes das
igrejas. Jesus faz elogios, advertências e recomendações. É o cuidado que Ele tem pela
Igreja que lhe custou caro. É por isso que o Espírito Santo está no meio dela, orientado
seus obreiros. Então vamos corresponder à altura a importância que Jesus nos dá.
O apóstolo Paulo, um dos maiores líderes da era cristã disse: “...se alguém deseja o
episcopado, excelente obra deseja” (I Tm 3:1). Paulo disse isso porque o Senhor se
agrada daqueles que desejam servi-Lo.
Apesar da necessidade, principalmente nos dias de hoje, do obreiro procurar estudar em
colégio ou faculdade e outros cursos, para obter conhecimentos seculares, não deve ele
desprezar a chamada e vocação ministerial se lhe for dada essa oportunidade, pois
trabalhar na Obra do Senhor é um privilégio. Não devemos pensar que ter o conhecimento
escolar, técnico ou profissional apropriados bastam para ser qualificado como líder. Tudo
isso é necessário, mas não o suficiente.
A vocação e a chamada ministerial são os itens mais relevantes para a vida de um líder
que deseja ver seu ministério crescer, frutificar. O preparo intelectual e o conhecimento
específico em geral são de suma importância para uma vocação administrativa
empresarial secular. Mas para a Obra de Deus, a sua Igreja, que tem suas doutrinas
baseadas na Bíblia, o conhecimento da Palavra de Deus é indispensável, como disse
Paulo: que “maneje bem a palavra da verdade”. No entanto não deve o obreiro desprezar
o conhecimento secular também para ser usado na Obra de Deus. Muito pelo contrário,
deve buscá-lo.
O verdadeiro líder, seja ele pastor ou tenha outra qualificação de obreiro, dirigente de uma
Igreja, grande ou pequena, regente de coral, de conjunto, orquestra, líder de mocidade,
professor da Escola Dominical e demais ocupações, em suas atitudes e tomadas de
decisões deve sempre contar com a parceria do Espírito Santo.
Resumindo: o Líder que quer ver seu trabalho prosperar deve submeter-se à liderança do
Espírito Santo.

V. LIDERANÇA NA IGREJA
2. Liderando para todos
Podemos, com muita propriedade, dar o exemplo de Paulo, pois, sabia ser flexível no seu
comportamento para influenciar as pessoas. Em um dos seus ensinamentos, falando
sobre o seu apostolado, escreveu:
“Porque, sendo livre de todos, fiz-me escravo de todos, a fim de ganhar o maior número
possível. Procedi, para com os judeus, como judeu, a fim de ganhar os judeus; para os
que vivem sob o regime da lei, como se eu mesmo assim vivesse, para ganhar os que
vivem debaixo da lei, embora não esteja eu debaixo da lei... Fiz-me fraco para com os
fracos, com o fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por
todos os modos salvar alguns” (1Co 9:19, 20 e 22). No v 23 ele conclui: “Tudo faço por
causa do Evangelho, com o fim de me tornar cooperador com ele”.
Observamos aí que o apostolo sabia se identificar e posicionar-se de acordo com a classe
de pessoas com que ele queria se relacionar.
O líder eficaz deve pelo menos observar como ele mesmo está se comportando à frente
dos seus liderados, pois fazendo esta avaliação estará mais seguro para exercer sua
liderança. Contudo, deve observar os seguintes aspectos, dentre outros:
a) Sensibilidade Situacional - deve fazer a leitura da situação;
b) Flexibilidade de Estilo ou Comportamento - capacidade de mudar o Estilo, a
maneira de liderança de acordo com as circunstâncias;
c) Gestão Situacional – Ter a habilidade de mudar determinada situação, se
necessário, ou de reformá-la.

V. LIDERANÇA NA IGREJA
3. Influência interpessoal
Quando um pastor ou um líder procura atingir o comportamento de um membro ou
liderado, está exercendo uma influência interpessoal, a relação está diretamente ligada ao
líder e à pessoa, como nos casos do:

 Vendedor - freguês
 Professor - aluno
 Pastor - membro

No estudo da influência interpessoal não se deve confundir liderança e poder. Uma


pessoa pode ter poder e não desempenhar a liderança. A influência deve ser exercida sem
a imposição de força, sem coação ou imposição por lei, mas sim com a sensibilidade de
quem conhece sua equipe, seus grupos ou seus liderados.
Paulo, para atingir e influenciar as pessoas de diversas classes teve que se identificar com
o grupo ou pessoas, a fim de atingir seus objetivos.
Poderíamos falar ainda de muitos outros líderes da Igreja primitiva, como os outros
apóstolos e os grandes líderes dos primeiros séculos da Igreja, da reforma e dos atuais,
mas o tempo e o espaço nos limitam.
V. LIDERANÇA NA IGREJA
4. Líderes de Organizações e Departamentos da Igreja
Na Igreja local existem corais, orquestras, Escola Dominical, organização de mocidade,
adolescentes, crianças, etc. Todavia, os lideres dessas organizações ou departamentos
devem ser qualificados de acordo com o serviço ou ocupação do grupo.
O pastor ou o obreiro dirigente, certamente não vai nomear uma pessoa sem
conhecimento musical para reger o coral ou a orquestra, e assim por diante. Pela
orientação do Espírito Santo, o pastor vai querer o melhor para a igreja, e o bom senso do
obreiro vai colocar cada pessoa líder no seu devido lugar. Deus tem o líder preparado,
chamado e capacitado, próprio para cada função na sua Igreja.
Os líderes devem exercer a comunicação, isto é, a linguagem apropriada, a influência, a
imparcialidade e, sobretudo, a humildade para tratar com os membros desses grupos,
pois, muitas vezes, são grupos heterogêneos, e se esse líder não possuir tais habilidades
poderá fracassar na sua tarefa. Não esqueçamos: o líder deve sempre estar em sintonia
com o Espírito Santo.

V. LIDERANÇA NA IGREJA
5. Comportamento do líder à frente do seu grupo
· Identificação - O líder deve identificar-se com o grupo que lidera. O seu
comportamento tem que ser voltado para seus liderados. Por exemplo: O pastor conhece
as suas ovelhas e as ovelhas, o seu pastor (Jo 10:14). O pastor deve conhecer os hábitos
da ovelha. Conhecer como o general conhece seus soldados; o professor, seus alunos; o
maestro, seus músicos. Ou seja, cada um conhecendo perfeitamente seus comandados.
· Comunicação - A comunicação é a ponte, é o elo da corrente. Se o líder não se
comunicar adequadamente, não haverá entendimento entre as partes. O pastor tem que
falar a linguagem que a ovelha entende; o general dá o comando que o soldado entende.
É fundamental que as pessoas saibam quem você é quando fala com elas.
· Relacionamento – O líder que não se relaciona com seus liderados, está fadado ao
fracasso. O contato faz com que os líderes se aproximem do grupo, departamento ou
equipe, pois, ele vai acompanhar de perto o resultado, o crescimento e o objetivo proposto.
É no relacionamento que ele vai descobrir as atitudes, virtudes, esforço, desempenho e a
força de vontade de cada membro da sua equipe. Jesus de contínuo mantinha o
relacionamento com seus discípulos. Ele se identificava se comunicava e mantinha um
bom relacionamento, ao ponto de Pedro exclamar: “...para quem iremos...” (Jo 6:68).
O líder seja ele pastor de igreja, líder de grupo, departamento como Escola Dominical,
professor, regente, etc. têm que exercitar os itens acima enumerados. Isso faz com que
ele seja conhecido e ao mesmo tempo conheça as pessoas que estão sob sua liderança.
Os líderes de departamentos e organizações da igreja não devem ter a visão voltada só
para seu grupo, sem se importar com o crescimento da Igreja. Eles têm que ter uma visão
ampliada, ver a Igreja como um todo, isto é, ter um macro visão, pois, afinal de contas ele
está prestando um serviço para Deus.

V. LIDERANÇA NA IGREJA
6. O Líder, a Crítica e a Repreensão.
Quem lidera deve estar ciente de que é susceptível de receber críticas, as quais podem
ser construtivas ou destrutivas. O líder deve estar pronto para receber críticas, sejam elas
boas ou más, pois, pode tirar proveito. Às vezes, por causa de uma crítica, mudamos a
direção de certas decisões ou posições equivocadas que tomamos ou deixamos de tomá-
las. Basta ter humildade para aceitá-las. Moisés recebeu de bom grado as críticas e
conselhos de Jetro seu sogro, e teve a humildade de tomar decisões corretas ao
estabelecer maiorais de mil, de cem, de cinquenta e de dez (Ex 18), o que foi um alívio
para ele.
Moisés foi muito criticado, mas teve a humildade de receber e suportar as críticas, e
quando injustiçado Deus sempre estava ao seu lado, tomando-lhe as dores e
repreendendo os criticadores.
Por outro lado, Moisés compreendeu que se não repreendesse a pessoa que errava muito
provavelmente o caso se agravaria. Assim Moisés estabeleceu diretrizes para tratar os que
se comportavam mal: “Não aborrecerás teu irmão no teu íntimo; mas repreenderás o teu
próximo, e por causa dele não levarás sobre ti o pecado. Não te vingarás nem guardarás
ira contra os filhos de teu povo; mas amarás a teu próximo como a ti mesmo”. Repreender
será bom tanto para nós quanto para a pessoa repreendida. A raiva e amargura
reprimidas, tanto para quem repreende como quem recebe deve ser um alívio.
A disciplina aplicada no momento certo, com serenidade, sem ódio, rancor ou vingança e
não com objetivo de humilhar, faz bem. Aqui está se praticando a correção cristã dentro da
Palavra de Deus.

VI. AS LEIS DA LIDERANÇA


O escritor, palestrante e conferencista de reconhecimento internacional, John C. Maxwel,
um dos mais renomados conhecedores do tema Liderança, entre tantas publicações,
escreveu recentemente a obra: “As 21 Irrefutáveis Leis da Liderança”. Antes de falar e
descrever essas leis que estabeleceu para liderança, o escritor fez o seguinte comentário:
“Não importa em qual ponto você está no processo de liderança, saiba o seguinte: quanto
mais leis você aprender, melhor líder se tornará. Cada lei é como uma ferramenta, pronta
para ser apanhada e usada para ajudá-lo a realizar seus sonhos e agregar valor às outras
pessoas. Escolha pelo menos uma, e você se tornará um líder melhor. Aprenda e todas e
as pessoas o seguirão alegremente” (pg-19).
Naturalmente o escritor não se refere às leis emanadas do Estado, mas sim leis, digamos
assim, didáticas no sentido de uma melhor aplicação na liderança, quer seja cristã ou
secular, sendo que apresentaremos a seguir, algumas, que julgamos úteis para o estudo
da nossa disciplina:
A Lei do Limite – A capacidade de liderança é o limite que determina o grau de eficácia
de uma pessoa. Quanto mais baixa a capacidade de liderança de uma pessoa, mais baixo
o limite em seu potencial. Quanto maior a capacidade de liderar, maior o limite em seu
potencial. Onde quer que procure, você pode encontrar pessoas inteligentes, talentosas e
de sucesso que não são capazes de ir mais longe por causa dos limites de sua liderança.
A Lei da Influência - A pessoa só é líder se tem seguidores, e isso sempre exige o
estabelecimento de relações. Sendo assim, a verdadeira medida da liderança é a
influência. Basta observar a dinâmica que há entre as pessoas em quase todos os setores
da vida e verá algumas liderando e outras seguindo. “A verdadeira essência de todo o
poder de influenciar está em levar outra pessoa a participar”.
A Lei do Processo - O objetivo de cada dia deve ser um pouco melhor que o do dia
anterior. Assim, é possível edificar a partir do progresso conquistado diariamente.
A Lei do Respeito – As pessoas não seguem as outras por acaso. Elas seguem
indivíduos cuja liderança elas respeitam. Quando os líderes demonstram respeito pelos
outros, especialmente pelas pessoas que têm menos poder e uma posição inferior à deles,
conquistam o respeito dos outros. As pessoas querem seguir pessoas que elas respeitam
muito.
A Lei do Círculo Íntimo – nenhum líder caminha sozinho. Um dos segredos do sucesso
da liderança é a capacidade de influenciar as pessoas que influenciam as outras. Como
fazer isso? Levem influenciadores para o seu círculo íntimo.
A Lei do Fortalecimento - Só líder seguro dá poder aos outros. A liderança se firmará e
se fortalecerá. Mas antes, os lideres deve avaliar o potencial de cada pessoa.
As Leis da Vitória - “Os melhores líderes sentem-se compelidos a aceitar os desafios e a
fazer todo o possível para conseguir a vitória para o seu pessoal”. Na visão deles:

 Liderança é responsável.
 Perder é inaceitável.
 Paixão é infindável.
 Criatividade é fundamental.
 Desistência é impensável.
 Compromisso é inquestionável.
 Vitória é inevitável.

“Com essa disposição, abraçam a visão, abordam os desafios com decisão e levam seu
pessoal à vitória”.
A Lei do Sacrifício – Do que você estaria disposto a abrir mão em prol das pessoas que o
seguiram? Esse líder deu sua vida. Por quê? Porque Ele compreendeu o poder da lei do
sacrifício. Jesus estava tão comprometido com sua missão, que foi capaz de permitir que
pessoas fracas o apanhassem, prendessem e crucificassem. Jesus abriu mão de sua vida
praticando a Lei do Sacrifício.
A vida de um líder pode ser glamorosa para as pessoas de fora. Mas a realidade é que
liderança exige sacrifício. O líder precisa abrir mão para continuar. Mais recentemente,
vemos líderes que usaram e abusaram de suas organizações em benefício próprio, e os
escândalos empresariais resultantes são frutos dessa ganância e desse egoísmo. O cerne
da boa liderança é o sacrifício.
A Lei do Momento - Decisões tomadas na hora certa, no momento próprio podem evitar
catástrofes. Você já deve ter ouvido falar do princípio da oportunidade, onde um pequeno
espaço de tempo é importante para tomada de decisões.
A despeito desta lei, o autor, John C. Maxwel se reporta ao furacão Katrina que no final de
agosto e início de setembro de 2005, praticamente varreu a cidade de Nova Orleans, nos
Estados Unidos. Se o prefeito daquela cidade tivesse ordenado a evacuação no momento
certo, muita gente teria se salvado. O momento e o princípio da oportunidade não foram
observados pelo prefeito.
A pregação das boas novas deve ser feita a tempo e fora de tempo (2Tm 4:2), mas
algumas decisões não podem ser proteladas pelos líderes cristãos em detrimento da Obra
de Deus.

VII. ESTILOS DE LIDERANÇA


Normalmente o líder quer imprimir um jeito pessoal na sua forma de liderar, e se não tomar
cuidado, dependendo do seu estilo, pode levar a instituição ou grupo de trabalho ao
fracasso. Citamos a seguir alguns tipos de diferentes estilos de liderança:
1) O maquiavélico - jamais reúne o grupo para trocar ideias, mas se comunica com
cada membro em particular; é mestre em intrigas; joga um membro contra o outro e os usa
como quer. É o tipo que divide para governar.
2) O vaidoso e ambicioso – favorece os membros do grupo que o bajulam, não
consegue ser imparcial, torna-se líder por causa de títulos e/ou prestígio profissional.
3) O instável - muda de ideia como troca de roupas. Por isso, a equipe não consegue
seguir suas instruções. Inicia muitas tarefas e não conclui nenhuma.
4) O paternalista - É bondoso até demais, trata os membros do grupo como seus
filhos, procura lhes dar presentes, prêmios e conforto. Mas exige retribuição com mais
trabalho.
5) Imparcial – Trata com igualdade todos os membros do grupo. Aplica o direito e
deveres com imparcialidade. Na epístola universal de Tiago, capítulo 3:17, diz: “Mas a
sabedoria que vem do alto é, primeiramente, pura, depois, pacífica, moderada, tratável,
cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia”. A Bíblia contém
ensinos e exemplos de boas lideranças. Todavia, não seja maquiavélico e nem tão pouco
vaidoso e ambicioso, pois Deus rejeita o soberbo e dá graça ao humilde.
Existem ainda, muitos pontos, tratados e literaturas sobre Liderança Cristã e outros tipos,
sejam empresarial, industrial e demais campos da vida secular, mas o tempo e o período
de aula são insuficientes para estudá-los aqui.

VIII. LIDERANÇA CRISTÃ NA IGREJA


CONTEMPORÂNEA
Exercer a liderança não é um trabalho fácil, sobretudo, quando essa liderança tem de ser
exercida na Igreja, principalmente nos tempos atuais. No exercício da liderança,
notadamente os pastores e outros obreiros, têm sido machucados ao longo de seus
ministérios na vida cristã, pois, lideram pessoas de todas as qualidades, como já dissemos
anteriormente, grupos heterogêneos. Os pastores e outros obreiros que lideram precisam
aprender a “desviar-se das lanças de Saul em sua própria casa”.
A Palavra de Deus, a mensagem da cruz, as boas novas são mensagens atualíssimas,
para todas as épocas, porém a metodologia de transmissão, sem mudar a linguagem de
Deus para os homens, deve ser observada para os tempos modernos.
O ser humano se modernizou, o conhecimento a sabedoria e a ciência se multiplicaram,
como escreveu o profeta Daniel: “E tu Daniel, fecha estas palavras e sela este livro, até ao
fim do tempo; muitos correrão de uma parte para outra, e a ciência se multiplicará” (Dn
12:4). Hoje, devido à tecnologia, a vida parece que se tornou mais fácil de ser vivida. Mas
há uma correria geral, para se obter sucesso, e até mesmo para se sobreviver. Na área
de saúde, a medicina com seus medicamentos e aparelhos sofisticados faz até cirurgias
usando a informática. Prolongou-se a expectativa de vida da humanidade. Na Idade
Antiga, a média era pouco mais de 20 anos; na Idade Média 33 anos. Do início para o final
do século XX, a expectativa de vida da população subiu de 45 para 75 anos, e segundo
algumas fontes, a tendência é a média subir mais ainda.
Apesar de todo o saber, conhecimento e ciência, a ética e a moral parecem não ter
acompanhado desenvolvimento social. Pelo contrário, a violência, a prostituição, a
corrupção e toda espécie de pecado, tem grassado nos tempos modernos. O homem, na
sua natureza pecaminosa desafia a Deus, ignorando a mensagem da cruz. Chegamos a
Ap 22:11: “...quem é injusto, faça injustiça ainda; quem está sujo, suje-se ainda...”.
O líder cristão deve estar bem atualizado no seu tempo. As ovelhas que estão chegando à
igreja trazem consigo um alto grau de conhecimento, escolaridade e um estilo de vida
cheio de vícios. Não falamos aqui de vícios como drogas, alcoolismos e outros, mas sim
do sistema de vida da atual sociedade, onde os valores referenciais de condutas não são
observados. Se o líder não estiver atento, perde a comunicação com o seu rebanho, por
isso é importante os pastores e obreiros, de um modo geral, acompanhar a evolução social
e estarem bem informados.

CONCLUSÃO
Devemos sempre agregar valores ao nosso conhecimento e colocá-los à disposição da
obra de Deus, pois Ele observa aqueles que querem se colocar na brecha, conforme
escreveu Ezequiel: “Busquei entre eles um homem que tapasse o muro e se colocasse na
brecha perante mim, a favor desta terra, para que eu não a destruísse; mas ninguém
achei” (Ez 22:30). Você pode ser esse homem e certamente Deus te achará.
Encerrando este trabalho, sugiro aos prezados irmãos e amigos fazer uma reflexão e uma
análise, se possível, de cada personagem aqui citada. Porque, sem dúvidas, iremos tirar
lições, erros e acertos, para nossa edificação e, por que não dizer, subsídios para exercer
a liderança na obra de Deus.
Foram homens e mulheres dotados de coragem, perseverança, sacrifício e, sobretudo, da
fé que fortalecia a esperança nas promessas, e que dependiam totalmente de Deus, sem
outra alternativa para levarem a cabo a missão que lhes fora confiada.
Com muita razão, o escritor aos Hebreus expressa: “Homens dos quais o mundo não era
digno, errantes pelos desertos, pelos montes, pelas covas, pelos antros da terra” (Hb
11:38).

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