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Para Grierson, o documentário deveria ter uma função educativa e social, podendo ser
definido, antes de mais nada, como “um tratamento criativo da realidade”, conforme
postulado em seus textos reunidos em First Principles of Documentary (1932). Esta
visão formou uma grande geração de documentaristas que seguiram um modelo
clássico de produção e marcou toda a realização de documentários até a primeira
metade do século XX. Pode-se dizer que ainda segue hoje conformando muitas
produções, principalmente os jornalísticos destinados à televisão.
Apoiado nas “potências do falso”, de Deleuze (DELEUZE, 1990), André Parente fornece
uma visão mais ampla do que se convencionou chamar cinema direto ou mesmo
cinema de realidade, que inclui tendências bastante diversas, inclusive o cinema
verdade. Ele explica que o termo direto foi mal compreendido pelos cineastas e
teóricos dos anos 1960 e 1970 – especialmente nas críticas de L. Marcorelles e G.
Marsolais[1] –, que o reduziram a uma técnica, um método de filmagem e uma
“estética do real”. Mais do que isso, explica Parente, o que importava para o cinema
direto era “questionar a fronteira que separa o real da ficção e a vida da
representação” (PARENTE, 2000, p. 127).
O termo Cinema Direto foi proposto por Mario Ruspoli, em 1963, para designar o
cinema que “filma diretamente a realidade vivida e o real”, substituindo a expressão
“cinema verdade”, lançada por Edgar Morin em 1960. Com efeito,