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Brazilian Journal of Development

Gerenciamento de pneus inservíveis na cidade de Capanema, Pará

Tire waste management in Capanema city, Pará

DOI:10.34117/bjdv5n12-204

Recebimento dos originais: 07/11/2019


Aceitação para publicação: 13/12/2019

Lucas Lima Raiol


Graduando em Engenharia Ambiental e Energias Renováveis pela Universidade Federal Rural da
Amazônia
Instituição: Universidade Federal Rural da Amazônia
Endereço: Avenida Barão de Capanema S/N, Bairro: Caixa D’Água, CEP: 68700-665, Capanema,
Pará, Brasil
E-mail: lucasraiolsk8@gmail.com

Dayla Carolina Rodrigues Santos


Graduanda em Agronomia pela Universidade Federal Rural da Amazônia
Instituição: Universidade Federal Rural da Amazônia
Endereço: Avenida Barão de Capanema S/N, Bairro: Caixa D’Água, CEP: 68700-665, Capanema,
Pará, Brasil
E-mail: daylas70@gmail.com

Kelves Williames dos Santos Silva


Licenciado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal Rural da Amazônia
Instituição: Universidade Federal Rural da Amazônia
Endereço: Avenida Barão de Capanema S/N, Bairro: Caixa D’Água, CEP: 68700-665, Capanema,
Pará, Brasil
E-mail: kelviswilliames@gmail.com

Liliane Pereira da Silva


Graduanda em Engenharia Ambiental e Energias Renováveis pela Universidade Federal Rural da
Amazônia
Instituição: Universidade Federal Rural da Amazônia
Endereço: Avenida Barão de Capanema S/N, Bairro: Caixa D’Água, CEP: 68700-665, Capanema,
Pará, Brasil
E-mail: lilianepereirasilva62@gmail.com

Marilson Teixeira Ferreira


Graduando em Engenharia Ambiental e Energias Renováveis pela Universidade Federal Rural da
Amazônia
Instituição: Universidade Federal Rural da Amazônia
Endereço: Avenida Barão de Capanema S/N, Bairro: Caixa D’Água, CEP: 68700-665, Capanema,
Pará, Brasil
E-mail: marilsonf85@gmail.com

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Jhonatah Albuquerque Gomes
Graduando em Agronomia pela Universidade Federal Rural da Amazônia
Instituição: Universidade Federal Rural da Amazônia
Endereço: Avenida Barão de Capanema S/N, Bairro: Caixa D’Água, CEP: 68700-665, Capanema,
Pará, Brasil
E-mail: jhonatahgomes@gmail.com

Alasse Oliveira da Silva


Graduando em Agronomia pela Universidade Federal Rural da Amazônia
Instituição: Universidade Federal Rural da Amazônia
Endereço: Avenida Barão de Capanema S/N, Bairro: Caixa D’Água, CEP: 68700-665, Capanema,
Pará, Brasil
E-mail: alasse.oliveira77@gmail.com

Akim Afonso Garcia


Engenheiro Agrônomo pela Universidade Federal Rural da Amazônia
Instituição: Universidade Federal Rural da Amazônia
Endereço: Avenida Barão de Capanema S/N, Bairro: Caixa D’Água, CEP: 68700-665, Capanema,
Pará, Brasil
E-mail: akim.afonso@gmail.com

Douglas Silva dos Santos


Graduando em Engenharia Ambiental e Energias Renováveis pela Universidade Federal Rural da
Amazônia
Instituição: Universidade Federal Rural da Amazônia
Endereço: Avenida Barão de Capanema S/N, Bairro: Caixa D’Água, CEP: 68700-665, Capanema,
Pará, Brasil
E-mail: douglasdossantos60@gmail.com

Eledilton Rocha Lopes


Graduando em Engenharia Ambiental e Energias Renováveis pela Universidade Federal Rural da
Amazônia
Instituição: Universidade Federal Rural da Amazônia
Endereço: Avenida Barão de Capanema S/N, Bairro: Caixa D’Água, CEP: 68700-665, Capanema,
Pará, Brasil
E-mail: elediltonleo123@gmail.com

Daiane Pantoja de Souza


Engenheira Agrônoma pela Universidade Federal Rural da Amazônia
Instituição: Universidade Federal Rural da Amazônia
Endereço: Avenida Barão de Capanema S/N, Bairro: Caixa D’Água, CEP: 68700-665, Capanema,
Pará, Brasil
E-mail: daianepantoja18@gmail.com

João Fernandes da Silva Júnior


Doutor em Agronomia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho
Instituição: Universidade Federal Rural da Amazônia
Endereço: Avenida Barão de Capanema S/N, Bairro: Caixa D’Água, CEP: 68700-665, Capanema,
Pará, Brasil
E-mail: joaojrsilva@yahoo.com.br

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RESUMO
O estudo tem como objetivo realizar um levantamento da geração de pneus inservíveis no ano de
2018, bem como analisar a destinação final dado pelas empresas e a fiscalização dos órgãos públicos
competentes, na cidade de Capanema, Pará. O mesmo foi realizado através de entrevistas nos órgãos
competentes à gestão do município e quinze empresas, atribuídas à revenda, troca, recapagem e
recauchutagem, juntamente com as informações obtidas no banco de dados do Departamento
Nacional de Trânsito (DENATRAN), onde foram coletadas informações sobre a frota de veículos, na
qual serviu como base para a estimativa da quantidade de pneus inservíveis gerados do ano de 2018.
Desse modo foi observado através do questionário que a maior parte das empresas vendem cerca de
0 a 50 pneus/mês, e a troca entre 51 a 100 pneus/mês, o descarte entre 0 a 50 pneus/mês. As empresas
entrevistadas armazenam os pneus em locais fechados, e relatam que destinam em sua maioria para
a prefeitura do município, que por sua vez encaminhado para o lixão municipal. Apesar das empresas
estarem enquadradas dentro da resolução CONAMA nº 416/09, foi notado que existe uma
porcentagem que não está em conformidade, portanto se faz necessário ampliar parcerias das
empresas do ramo de pneus com os demais órgãos ambientais para o cumprimento do plano de
gerenciamento de coleta, armazenamento e destinação de pneus inservíveis (PGP) seguindo a
resolução supracitada, pois se constatou que município ainda não possui um descarte adequado e
sustentável desses resíduos.

Palavras-Chaves: Resíduos pneumáticos, resíduos sólidos, Destinação final.

ABSTRACT
The study aims to conduct a survey of the generation of waste tires in 2018, as well as to analyze the
final destination given by companies and the supervision of the competent public agencies in the city
of Capanema, Pará.The same was conducted through interviews in the bodies competent to the
management of the municipality and fifteen companies, attributed to resale, exchange, reuptake and
retread, together with the information obtained from the database of the National Traffic Department
(DENATRAN),where information was collected about the vehicle fleet, in which it served as the
basis for estimating the amount of waste tires generated from 2018. Thus, it was observed through
the questionnaire that most companies sell about 0 to 50 tires/month, and the exchange between 51
and 100 tires/month, disposal between 0 and 50 tires/month. The companies interviewed store the
tires indoors, and report that they are mostly intended for the city hall, which in turn referred to the
municipal dump. Although companies are framed within CONAMA resolution No. 416/09, it has
been noted that there is a percentage that is not compliant, therefore it is necessary to expand
partnerships of tyre companies with other environmental bodies for compliance with the management
plan for the collection, storage and disposal of waste tires (PGP) following the above-mentioned
resolution, since it was found that the municipality does not yet have an adequate and sustainable
disposal of these wastes.

Keywords: Pneumatic waste; Solid waste; Final destination.

1 INTRODUÇÃO
A problemática dos resíduos sólidos tem ganhado cada vez mais notoriedade a nível mundial,
sendo mencionada pela primeira vez na Conferência das Nações Unidas, em 1972, realizada em
Estocolmo. Tais discussões ressaltaram a lógica econômica antagônica à preservação do meio
ambiente.
Dentre os resíduos sólidos, destacam-se os resíduos pneumáticos ou pneus inservíveis, sendo
este um resíduo altamente poluidor. A Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT (2004)

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define os resíduos sólidos como sendo resíduos em estados sólido e semissólido, que resultam de
atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição,
dentre eles se tem os resíduos pneumáticos ou pneus inservíveis que enquadram-se como bens
duráveis descartados, são classificados como Classe II – não inertes por apresentarem teores de metais
(zinco e manganês) no extrato solubilizado superiores aos padrões estabelecidos pela NBR
10.004/2004.
Apesar do pneu ser muito útil e essencial desde a sua criação, o mesmo sempre foi uma
problemática para o meio ambiente, por conta da sua destinação final, porém apenas a partir dos anos
90, com o aumento progressivo da utilização de carros e caminhões, que no Brasil se percebeu o
grande impacto ambiental causado pelo descarte dos pneus, que após atingir o desgaste completo, ele
se torna inservível (FLORIANI; FURLANETTO; SEHNEM, 2016).
A resolução CONAMA nº 416/09 define pneu usado, sendo o pneu que foi submetido a
qualquer tipo de uso e/ou desgaste, classificado na posição 40.12 da Nomenclatura Comum do
Mercosul - NCM, englobando os pneus reformados e os inservíveis, buscando assim minimizar os
impactos ambientais e os riscos à saúde da população, a mesma resolução estabelece que fabricantes
e importadores de pneus novos com peso unitário superior a 2,0 Kg (dois quilogramas), consumidores
finais e o poder público ficam obrigados a coletar e dar destinação ambientalmente adequada aos
pneus inservíveis.
Devido à expansão demográfica e a urbanização, aliada à crescente frota de veículos no Brasil,
houve um crescimento na produção de resíduos pneumáticos nos últimos anos. De acordo com a
Associação Nacional das Indústrias de Pneumáticos- ANIP (2017) foram produzidos nos anos de
2012 a 2016 aproximadamente 334,8 milhões de unidades de pneus, de modo que no mesmo período
movimentou 357,6 milhões de unidade vendidas.
Os pneus inservíveis quando dispostos em lugares inadequados como em aterros sanitários é
ineficaz, pois quando enterrados, tendem a subir e sair para a superfície devido a sua baixa
compressibilidade e podem provocar enchentes pelo acúmulo dos mesmos em rios e córregos, como
consequência pode trazer riscos para a saúde humana por constituir criadouros de Aedes Eegypti,
inseto vetor das doenças: dengue, chikungunya e zika, incluindo o risco ambiental em especial da
queima, pelo fato dos pneus serem oriundos do petróleo, portanto sendo altamente inflamáveis, visto
que podem ocasionar danos à qualidade do ar e contaminação do solo e da água, devido à liberação
de efluentes tóxicos como: grande quantidade de fumaça, monóxido de carbono, hidrocarbonetos
poliaromáticos (HPAs) e dioxinas (BAIRD & CANN, 2011; FREIRES & GUEDES, 2008).
Segundo Andrade, Jesus e Cruz (2015) os fabricantes relatam que um pneu pode durar em
média de 45 mil a 55 mil quilômetros rodados, porém em termos de anos essa informação é relativa,

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podendo chegar a dez anos sem ter chegado ao seu desgaste total, mas para uma média em termos de
segurança, recomenda-se que leve em consideração cinco anos de uso.
Apesar dos avanços a respeito desta temática e do desenvolvimento da legislação e medidas
mitigadoras, percebe-se que existem disparidades quanto ao volume de pneus inservíveis destinados
de maneira adequada nas diferentes regiões do Brasil, haja vista que no relatório de pneumáticos do
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, do ano de
2018, do montante de 585.252,32t (toneladas) que teve seu destino adequado em todo o país, no
estado do Pará dentro dessa perspectiva contribuiu destinando 7.609,49t que correspondeu a 1,30%,
sendo que essas destinações ambientalmente corretas são para o co-processamento, laminação,
granulação e pirólise (IBAMA, 2018).
De acordo com a RECICLANIP (2018) no nordeste Paraense existem quatro ecopontos, sendo
um na capital Belém e outros três nos municípios de Ananindeua, Castanhal e Bragança, pois como
critério adotado a resolução CONAMA nº 416/09 estabelece que os fabricantes e os importadores de
pneus novos deverão implantar, nos municípios acima de 100.000 (cem mil) habitantes, pelo menos
um ponto de coleta no prazo máximo de até um ano após entra em vigor a resolução.
Na cidade de Capanema o crescimento da frota de veículos atrelado ao número de pneus que
esse crescimento acarreta, junto à ausência de um Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos
Sólidos, ocasiona um sério risco à salubridade ambiental e à saúde da população, devido às doenças
diretas e indiretas causadas. Nesse sentido, o estudo tem como objetivo realizar um levantamento da
geração de pneus inservíveis no ano de 2018, bem como analisar os principais destinos dados pelas
empresas e a fiscalização dos órgãos públicos competentes, na cidade de Capanema, Pará.

2 METODOLOGIA
2.1 ÁREA DE ESTUDO
A Pesquisa foi desenvolvida no município de Capanema, localizado no Nordeste Paraense,
região Norte do Brasil (Figura 1). O município possui uma população de 63.693 habitantes,
destacando-se como a segunda maior população na microrregião Bragantina e a vigésima primeira
no Estado do Pará, tem uma área territorial de aproximadamente 614.693 km² (IBGE, 2010), e
concentra uma frota aproximada de 52 mil veículos em geral (DENATRAN, 2018).

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Figura 1 – Localização do Município de Capanema, Pará.

Fonte: Elaborado pelos autores (2019)

De acordo com Ribeiro (2017), o município de Capanema tem um papel fundamental na


microrregião Bragantina, pois apresenta um comércio dinâmico de serviços públicos e privados, além
da sua posição geográfica ser privilegiada na malha rodoviária, possuindo estradas pavimentadas com
boas condições de uso e entroncamentos de rodovias, sendo a principal delas é a BR- 316, conhecida
como rodovia Pará-Maranhão, na qual é responsável por ligar a capital Belém com a maioria dos
municípios do Nordeste Paraense.
Outras rodovias importantes são: a BR-308, que liga Capanema aos municípios de Bragança,
Tracuateua, Augusto Corrêa e Viseu e prossegue para o Estado do Maranhão; a PA-242, que coincide
com parte do trajeto da antiga Estrada de Ferro de Bragança e liga Capanema à Peixe-Boi, Nova
Timboteua, Igarapé-Açu e Castanhal, ganhou mais relevância nos últimos anos com a conclusão de
sua pavimentação, também como uma boa alternativa de acesso às cidades importantes como
Castanhal e Belém, além de possibilitar a ampliação da influência de Capanema sobre as cidades
mais próximas; e a PA-124 que dá acesso às cidades de Salinópolis e São João de Pirabas, ambas no
litoral, assim como Primavera e Quatipuru (RIBEIRO, 2017).

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2.2 COLETA E ANÁLISE DOS DADOS
Através das Informações obtidas junto ao Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN)
foram coletadas informações sobre a frota de veículos nos anos de 2014 a 2018, sendo que os dados
totais do ano de 2019 ainda não tinham sido gerados. Após a análise da quantidade de pneus
inservíveis foi feita uma pesquisa de campo por meio de entrevistas, com auxílio de questionários
com perguntas fechadas, informando, desde os tipos de serviços prestados ao descarte final dos pneus
inservíveis, sendo entrevistadas 15 empresas, atribuídas à revenda, troca, recapagem e
recauchutagem. Dado o número de empresas entrevistadas no sub-ramo mencionado, pois se
verificou que nessas ocorriam maior movimentação de mercado no município de Capanema. As
entrevistas foram realizadas no período de janeiro à março de 2019. Foram também feitas visitas na
Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Capanema (SEMMA) para buscar informações sobre a
destinação final dos pneus inservíveis na cidade.
Para os cálculos da quantidade pneus inservíveis gerados foi adaptado o método de Andrade,
Jesus e Cruz (2015) que levou em consideração a média de uso de automóveis, motocicletas e
caminhões, visto sua grande maioria na frota de veículos, na qual foi adicionada a quantidade de
pneus por tipificação, sendo utilizados: (4) para automóvel, (4) para caminhão e (2) para motocicleta.
Considerando a equação a seguir:
QPI (2018) = (QVA- QVUA) *QT (1)

Onde:

QPI = Quantidade de pneus inservíveis no ano de 2018

QVA = Somatório de veículos acumulados nos últimos 5 anos (2014 a 2018)

QVUA = Somatório de veículos no último ano (2018)

QT = Quantidade de pneus por tipificação

Para o cálculo em toneladas dos resíduos pneumáticos, foi utilizado o peso médio dos pneus
por categoria de veículos da instrução normativa nº 008/02 do IBAMA, sendo 5,00 kg para
automóveis; 40,00 kg para caminhões e 2,50 kg para motocicletas. A instrução normativa nº 008/02
do IBAMA foi revogada, entrando em vigor em 2010 a instrução normativa nº 001/10 do IBAMA.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
De acordo com os dados obtidos do DENATRAN (2018) sobre a frota de veículos no
município de Capanema, foi observado no período de 2014 a 2018, um aumento gradativo da frota

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de veículos no município de Capanema (Figura 2), com aproximadamente 24,70 % de automóveis;
13,76% de caminhões e 26,36% de motocicletas.
Figura 2- Frota de veículos no período de 2014 a 2018

Automomóvel Caminhão Motocicleta

12.204
11.515
10.880
9.790
8.987
7.234
6.307 6.606
5.447 5.809

708 746 765 805 821

2014 2015 2016 2017 2018

Fonte: DENATRAN (2018)

Com base nos cálculos foi determinado um quantitativo de 195.070 mil pneus inservíveis
gerados no ano de 2018 e o peso médio dos pneus inservíveis atingiu em torno de 1.191,65 mil
toneladas como descrito na tabela 1, os resultados obtidos de pneus inservíveis evidenciaram um
panorama com quantidades significativas, visto que seu descarte final seja adequado, pois quando
exposto a intempéries, queimadas e vetores de doenças tornam-se danoso ao meio ambiente. De
acordo a IBAMA (2018), as entidades que atuam com descarte de pneus destinaram no ano de 2017
entorno de 588 mil toneladas.
Comparando-se os dados com a quantidade de toneladas de pneus inservíveis produzidos na
cidade de Capanema e aplicando-se o fator de desgaste de 30% (trinta por cento) sobre o peso do
pneu novo produzido ou importado segundo a resolução CONAMA nº 416/09, representou
aproximadamente 834,15 toneladas.

Tabela 1 – Quantidade e o peso médio de pneus inservíveis do ano de 2018 da cidade de Capanema, Pará.

Tipo de veículo Peso (toneladas) Quantidade (unidades)

Automóveis 495,94 99.188

Caminhões 486,40 12.160

Motocicletas 209,31 83.722

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Total 1.191,65 195.070

Fonte: Resultados da pesquisa (2019)

Através da aplicação do questionário foi possível identificar que 67% das empresas atuam
com venda e troca de pneus (Figura 2), 13% somente com venda e 6% apenas com troca, também 7%
atuam apenas com recapagem, e outros 7% atuam com todos os serviços prestados citados, cujo
resultados foram semelhantes ao encontrado no trabalho desenvolvido por Kuzma et al., (2017) onde
o a maioria do número de empresas entrevistadas atuava com revenda e troca, o que sugere que o
munícipio de Capanema descarta quantidades de pneus significativas e que o fluxo de compras de
pneus é superior com base no número de empresas atuando na área, em compensação a reforma de
pneus é de suma importância para o meio ambiente por ser um dos meios de reciclagem e reduzir os
impactos gerados.
Figura 2 – Percentual dos tipos de serviços prestados pelas empresas que atuam no sub-ramo de pneus da
cidade de Capanema, Pará.

VTRR=
70 67%
Venda,
60
troca,
50
Percentual (%)

40

30

20 13%
10 6% 7% 7%

0
Venda e Troca Venda Troca VTRR Recapagem

recauchutagem e Recapagem

Fonte: Resultados da pesquisa (2019)

Em relação aos números de pneus vendidos no mês (Figura 3), 5 empresas vendem cerca de 0
a 50 pneus/mês, 4 empresas vendem de 51 a 100 pneus/mês. Quanto ao número de pneus trocados, 6
empresas trocam de 51 a 100 pneus/mês e outras 2 empresas de 0 a 50 pneus/mês. Sobre os pneus
descartados, 6 empresas descartam em média de 0 a 50 pneus/mês, outras 4 entre 51 a 100 pneus/mês,
e 3 entre 101 a 150 pneus/mês, 7 empresas não souberam responder, o que foi relatado pelos
representantes legais da mesma que os mesmos não tinham controle dessas informações e que alguns
clientes apenas procuram as empresas para as trocas de pneus, realizando assim a compra em outros
estabelecimentos de municípios próximos ou de outros estados.

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A lei estadual nº 5.887 intitulada Política Estadual do Meio Ambiente sancionada em 09 de
maio de 1995, tendo como princípio que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, estabelece que os resíduos sólidos somente poderão ser lançados ou liberados desde que
obedeçam as normas e padrões estabelecidos pela Lei, proibindo o lançamento desse resíduo em
corpos de água e no solo a céu aberto (PARÁ, 1995).
Dessa forma a resolução nº 110 do Conselho Estadual do Meio Ambiente, estabelece o descarte
de pneus inservíveis é caracterizado como potencial poluidor Classe II (médio), caracterizando o
descarte desse material como geradora de impacto ambiental (PARÁ, 2013).
Figura 3 – Relação das empresas e da quantidade de pneus vendidos, trocados e descartados na cidade de Capanema,
Pará.

7
6 6
6
Número de empresas

5 0 - 50
5
4 4 4 51 -100
4
3 101 - 150
3
2 2 2 2 151 - 200
2 >200
1 1 1 1 1
1 não soube responder
0 0
0
Vendidos Trocados Descartados

Fonte: Resultados da pesquisa (2019)

Em relação às formas de armazenamento dos pneus inservíveis gerados pelas empresas,


53,3% informaram armazenar em local fechado, 33,3% não possui local adequado, ficando exposto
a céu aberto e 13,3% em local aberto, ambas cobertas com lonas (figura 4), no entanto as empresas
não informaram a quantidade armazenada. Resultados encontrados por Gomes e Orozco (2015) no
município de Ji-Paraná, mostraram uma consonância com a presente pesquisa, na qual 53%
armazenavam os pneus em local fechado e 39% não possuíam local.
A exposição de pneus inservíveis causa danos ambientais e de saúde, pois quando exposto a
céu aberto poderá se tornar criadouros de mosquitos transmissores de doenças e estarão sujeitos a
emissão de substâncias tóxicas pelas queimadas. De acordo com o art. 10º da resolução CONAMA
nº 416/09 prevê que o armazenamento temporário de pneus deve garantir as condições necessárias à
prevenção dos danos ambientais e de saúde pública, ficando vedado o armazenamento de pneus a céu
aberto.

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Figura 4 – Forma de armazenamento dos pneus inservíveis da cidade de Capanema, Pará.

60
53,3%
50

40
Percentual (%)

33,3%
30

20
13,3%
10

0
local fechado não possui local aberto

Fonte: Resultados da pesquisa (2019)


Observaram-se os diferentes destinos dos pneus inservíveis coletados pelas empresas na cidade
de Capanema (Figura 5). A maioria das empresas entrevistadas (40%) afirmaram que a prefeitura é a
responsável pela coleta e destinação final dos pneus inservíveis, e que os mesmos desconhecem como
é feito a destinação dos pneus inservíveis. Resultados semelhantes foram encontrados por Pessoa e
Pessoa (2017), onde a prefeitura é responsável pela coleta e destinação final de 57,14% dos pneus
inservíveis gerados.
Também se verificou que uma empresa (7%) informou que os pneus inservíveis são destinados
a uma empresa contratada que faz a triagem e seleção dos pneus, porém a mesma não quis informar
detalhes sobre a empresa contratada. Outra empresa (7%) informou que os pneus inservíveis são
destinados a um terreno baldio, pois o local é responsável pelo armazenamento quando o
estabelecimento não se dispõe de espaço para o armazenamento temporário dos mesmos.
Das empresas entrevistadas 13% informaram que realiza doação para as borracharias e que elas
são responsáveis pelo descarte dos pneus inservíveis, outras 13% alegaram que os clientes levam os
pneus inservíveis para sua residência depois de trocados pelas empresas. Observou-se que 20%
declaram que a própria empresa é responsável por coletar os pneus inservíveis, pelo qual a maioria
desses sãos destinados para os ecopontos.
Conforme Lagarinhos e Tenório (2013) caso o cliente escolha deixar o pneu na loja, deverá
constar na nota fiscal, que o pneu usado foi deixado na loja para fim de destinação final, ou se a opção
for levá-lo para casa, deverá informar na nota fiscal o ponto de coleta mais próximo para a destinação
final adequada.

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Brunetto e Passos (2015) afirma que muitos clientes preferem levar os pneus para casa, por não
receberem um valor por eles e pela desconfiança de que sejam reaproveitados, sendo, portanto uma
prática legal, pois o consumidor ao trocar o pneu usado por um pneu novo pode deixar o mesmo no
estabelecimento para a reciclagem ou levá-lo para sua residência para um melhor aproveitamento.
Figura 5 – Destinação dos pneus inservíveis da cidade de Capanema, Pará.

45 40%
40
35
Percentual (%)

30
25 20%
20
15 13% 13%
10 7% 7%
5
0
prefeitura própria cliente borracharias empresa terreno baldio
empresa privada
contratada

Fonte: Resultados da pesquisa (2019)


A Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Capanema (SEMMA), informou que existe um
plano de gerenciamento dos resíduos sólidos desenvolvido no ano de 2017 que está incluso um
projeto de criação de um aterro sanitário consorciado com os municípios vizinhos, contudo ainda não
foi instalado, os mesmos ainda informaram que a Secretaria de Obras do Município (SEOB), no
momento não faz a coleta seletiva dos resíduos sólidos e, portanto não existe atualmente um controle
e gerenciamento de coleta, armazenamento e destinação dos pneus inservíveis gerados na cidade,
todavia após a visita ao lixão municipal foi notado que acontece o descarte de pneus na área (Figura
6). O que pode se agravar uma vez que relatos de alguns moradores do lixão que pessoas de fora da
comunidade queimam os pneus pra a retirada de metal.

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Figura 6 – Pneus descartados inadequadamente no lixão da cidade de Capanema, Pará.

Fonte: Acervo dos autores (2019)

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através do levantamento da quantidade pneus inservíveis gerados e das entrevistas via
questionário, foi possível conhecer o gerenciamento dos pneus inservíveis na cidade de Capanema,
no âmbito da atuação das empresas e dos órgãos competentes. O reaproveitamento e o descarte dos
resíduos de pneus inservíveis na cidade de Capanema ainda são insuficientes, pois se constatou que
na cidade ainda não possui descarte adequado e sustentável desses resíduos.
Apesar das empresas estarem enquadradas dentro da resolução CONAMA nº 416/09, foi
notado que existe uma porcentagem que não está em conformidade, portanto se faz necessário ampliar
parcerias das empresas do ramo de pneus com os demais órgãos ambientais para o cumprimento do
plano de gerenciamento de coleta, armazenamento e destinação de pneus inservíveis (PGP), na qual
a resolução estabelece, além de incentivar a criação de associações e cooperativas que permitem visar
à reciclagem dos pneus inservíveis, podendo-se tornar uma ferramenta de auxílio para o marketing
verde das empresas e do poder público, a fim de criarem planos de conscientização ambiental da
comunidade, do gerenciamento, do processamento e do reaproveitamento.

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