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20/10/2019

Curso Profissional de Técnico/a Auxiliar de Saúde


Objetivos

• Identificar aspetos relativos à hereditariedade,


reprodução e desenvolvimento embrionário.
• Reconhecer eventuais repercussões de alterações da
hereditariedade, reprodução e desenvolvimento
embrionário na vida da família.
• Identificar especificidades dos cuidados de saúde
25 horas| 30 Tempos prestados à mulher grávida e à puérpera.
• Identificar aspetos gerais relativos à fisiologia normal do
trabalho de parto, bem como nomear diferentes tipos de
parto.
Disciplina de Saúde
UFCD 6578- Cuidados na Saúde Materna

Objetivos Objetivos

• Manter autocontrolo em situações críticas e de limite;


• Identificar principais alterações maternas no período
pós-parto e sinais de alerta a sinalizar ao profissional de • Agir em função das orientações do profissional de
saúde. saúde;
• Executar as tarefas que se integram no seu âmbito de • Distinguir o impacte das suas ações na interação e bem-
intervenção do Auxiliar de Saúde sob orientação e estar emocional de terceiros;
supervisão de um profissional de saúde; • Reconhecer a importância da sua atividade para o
• Distinguir as tarefas que têm de ser executadas sob trabalho de equipa multidisciplinar;
supervisão direta do profissional de saúde das que • Assumir uma atitude proactiva na melhoria contínua da
podem ser executadas sozinho; qualidade, no âmbito da sua ação profissional;
• Demonstrar interesse e disponibilidade na interação com • Cumprir as normas de segurança, higiene e saúde no
utentes; trabalho assim como preservar a sua apresentação
pessoal;

Objetivos Conteúdos

• Agir de acordo com normas e/ou procedimentos


1. Noções sobre hereditariedade, reprodução e
definidos no âmbito das suas atividades;
desenvolvimento embrionário
• Adequar a sua ação profissional a diferentes públicos e
2. A importância da vigilância da saúde materna
culturas;
3. A fisiologia normal do parto
• Prever e antecipar riscos;
4. Noções gerais sobre tipos de parto
• Demonstrar segurança durante a execução das suas
tarefas; 5. Ambiente e emoções durante o parto
• Revelar concentração na execução das suas tarefas;
• Manifestar a promoção da humanização do serviço no
desenvolvimento das suas atividades.

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Conteúdos

6. Os cuidados à puérpera
6.1. Mobilização
6.2. Alimentação
6.3. A amamentação 1. Noções sobre hereditariedade,
6.4. Higiene
7. Lóquios (características normais e sinais de alerta)
reprodução e desenvolvimento
8. Noções sobre algumas das complicações maternas no pós-parto embrionário
9. Tarefas que em relação a esta temática se encontram no âmbito de
intervenção do/a Auxiliar de saúde
9.1. Tarefas que, sob orientação de um Enfermeiro, tem de executar
sob sua supervisão direta.
9.2. Tarefas que, sob orientação e supervisão de um Enfermeiro de
saúde, pode executar sozinho/a.

Genética e hereditariedade
Genética e hereditariedade

Cada indivíduo possui um conjunto de As características dos indivíduos estão inscritas no ADN - são
características comuns à sua espécie e um
conjunto de características próprias, que o
características genéticas. Contudo, muitas delas são
tornam diferente e único. condicionadas pelo ambiente ou pelas vivências. Quando são
transmitidas de pais para filhos através da reprodução, dizem-se
O QUE É A HEREDITARIEDADE?
fatores hereditários.

É o conjunto de processos biológicos que


assegura a transmissão de informação dos
progenitores para os descendentes.

O QUE É A GENÉTICA?

É a ciência que estuda a


hereditariedade dos organismos.

Localização do material genético Etapas da evolução genética

Cromossoma Os mecanismos da hereditariedade já


eram utilizados mesmo antes de se Vários cientistas contribuiram para os
saber da existência do ADN, através da enormes avanços da genética das últimas
Cromatina seleção artificial. décadas:
GREGORMORGAN
THOMAS MENDEL
Núcleo 1822-1884
1866-1945
Célula Adenina (A)
Timina (T)
Citosina (C)
Guanina (G)
Gene
A sua sequência
na cadeia
de ADN constitui
Proteína ADN um «código».
O genoma humano é composto por cerca de
22 mil genes, distribuídos por 46 cromossomas (46 moléculas
de ADN associadas a proteínas).

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Cariótipo humano Cariótipo humano

O cariótipo de cada espécie é definido pelo número, forma e O cariótipo de cada espécie é definido pelo número, forma
tamanho dos seus cromossomas. e tamanho dos seus cromossomas.

Célula Célula
do ovário Ovócito do testículo Espermatozoide
que dá origem (23, X) que dá origem ao (23, X)
ao ovócito espermatozoide
(46, XX) (46, XY)

Espermatozoide
(23, Y)
Ovócito
(23, X)

Cariótipo humano Cariótipo humano

ESPERMATOZOIDE OVÓCITO

Nº de cromossomas: Nº de cromossomas:

23 23
AUTOSSOMAS

Nº de cromossomas: CROMOSSOMAS
SEXUAIS

46 SEXO?

Mecanismos de transmissão de características


Hereditariedade autossómica
hereditárias

CROMOSSOMAS HOMÓLOGOS Diz respeito à transmissão de características determinadas por


genes presentes nos autossomas. Expressam-se de igual forma nos
ALELOS indivíduos dos sexos masculino e feminino.

CARACTERÍSTICA EM ESTUDO: Existência de sardas


FENÓTIPO
S – Alelo responsável pela ausência de sardas
GENÓTIPO s – Alelo responsável pela presença de sardas

DOMINANTE
Possíveis S S S s s S s s
RECESSIVO genótipos:
SS
Ss
HOMOZIGÓTICO ss

G g Indivíduo
homozigótico
Indivíduo
heterozigótico
Indivíduo
heterozigótico
Indivíduo
homozigótico
Possíveis
HETEROZIGÓTICO SEM SARDAS
COM
fenótipos:
Gg SARDAS

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Hereditariedade autossómica Hereditariedade autossómica

CARACTERÍSTICA EM ESTUDO: Existência de sardas CARACTERÍSTICA EM ESTUDO: Existência de sardas


Mulher sem Homem com XADREZ Mulher sem Homem sem XADREZ
sardas sardas FENÓTIPO MENDELIANO sardas sardas FENÓTIPO MENDELIANO

S S s s s s S s S s S s

X X
GENÓTIPO S Ss Ss
GENÓTIPO S SS Ss

S Ss Ss s Ss ss

Possíveis descendentes: SERÁ


Fenótipo: 100% sem sardas POSSÍVEL Possíveis descendentes:
Genótipo: 100% Ss TEREM
Fenótipo: 75% sem sardas /25% com sardas
FILHOS
COM Genótipo: 25% SS / 50% Ss / 25% ss
SARDAS?

Hereditariedade heterossómica Hereditariedade heterossómica

Diz respeito à transmissão de características que são determinadas por genes CARACTERÍSTICA EM ESTUDO: Daltonismo
que se localizam nos cromossomas sexuais, expressando-se de modo diferente
nos indivíduos de cada um dos sexos. Alelo recessivo localizado no cromossoma X

D – Alelo responsável pela visão normal


CARACTERÍSTICA EM ESTUDO: Hipertricose auricular d – Alelo responsável pelo daltonismo

Gene localizado no cromossoma Y


I
XD Y XD Xd

I II
X YH XX
XD XD Xd Y Xd Y XD Xd XD XD
II
III Homem com visão normal
XX X YH XX XY XX H – Alelo responsável pela hipertricose auricular

Homem sem hipertricose auricular


XD Xd XD Y
?
Xd
?
Xd Y ?
XD Homem daltónico

III Xd Xd Mulher com visão normal


Homem com hipertricose auricular
X X X X X YH X YH X X XY XX Mulher daltónica
Mulher sem hipertricose auricular

Sistemas reprodutores:
Sistema reprodutor masculino
função e constituição

Canais Vesículas
Função: Os sistemas reprodutores ♀ e ♂ permitem originar Gónadas • Testículos deferentes seminais
novos seres e, assim, perpetuar a espécie.
• Pénis
Órgãos genitais
• Escroto
externos Bexiga
SISTEMAS •Testículos
REPRODUTORES
Vias genitais
Uretra Próstata
• Epidídimos
• Canais deferentes Glândulas
Vias Órgãos genitais Glândulas Pénis de Cowper
Gónadas • Uretra
genitais externos anexas

Produção Epidídimos
Transporte Produção de Glândulas anexas
de células Localizados secreções.
de
sexuais ou externamente.
gâmetas.
gâmetas. EXCLUSIVAS • Vesículas seminais Testículos
DO S.R. ♂ • Próstata Escroto
• Glândulas de Cowper

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Sistema reprodutor feminino Espermatogénese

Epidídimo
Trompas de
Gónadas • Ovários Falópio Útero

Órgãos genitais
• Vulva
externos
Tubo seminífero
Vias genitais Septo
Os espermatozoides
Lóbulo
• Vagina Ovários Endométrio formam-se a uma
testicular
• Útero temperatura 2ºC
• Trompas de Falópio inferior à do corpo
humano.
Vagina Colo do
útero
Glândulas anexas
A espermatogénese
Vulva dura cerca de 64 dias.

Espermatogénese Espermatogénese

CAUDA OU FLAGELO
CABEÇA Mitocôndria
Redução
do nº de
cromossomas! Acrossoma

SEGMENTO
Núcleo INTERMÉDIO
1. Célula
germinativa

2. Parede do tubo
seminífero

3. Lúmen do tubo
seminífero
ESPERMA:
4. Células de Sertoli
Espermatozoides
5. Célula de Leydig +
Líquido prostático
+
Líquido seminal

Oogénese ou ovogénese Oogénese ou ovogénese

Células foliculares
Ovócito Folículos
primordiais
Todos os meses começam a
desenvolver-se cerca de 10
folículos. Destes,
geralmente, apenas um
Folículo termina o processo de
maduro oogénese.

Vasos
sanguíneos A libertação do ovócito para
a trompa de Falópio
designa-se ovulação.
Corpo
amarelo
Ovócito A oogénese vai ocorrendo
degenerado
Corpo alternadamente nos
amarelo ovários esquerdo e direito.
Células foliculares

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Ciclo sexual feminino Regulação hormonal masculina

COMPLEXO
HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE

CICLO
UTERINO
HORMONAS HIPOFISÁRIAS
Fase menstrual
Fase proliferativa Fase secretora (LH E FSH)

PERÍODO FÉRTIL
TESTÍCULOS

HORMONA SEXUAL
CICLO MASCULINA (Testosterona)
OVÁRICO
• Produção de espermatozoides
• Crescimento dos órgãos sexuais
Fase folicular Fase luteínica
Ovulação
• Desenvolvimento dos caracteres
sexuais secundários

Regulação hormonal feminina Fecundação e nidação

COMPLEXO
HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE
Mórula

HORMONAS HIPOFISÁRIAS
(LH E FSH)

Óvulo
OVÁRIOS

HORMONAS SEXUAIS
FEMININAS
(Progesterona e Estrogénios) FECUNDAÇÃO

OVULAÇÃO NIDAÇÃO
Blastocisto
• Regulação do ciclo uterino
• Desenvolvimento dos caracteres
sexuais secundários

Desenvolvimento embrionário

Placenta

MÃE FETO

• Nutrientes
• Oxigénio Cordão
umbilical
• Anticorpos

Com o aproximar do parto ocorre um incremento das contrações uterinas, provocadas pelo aumento
FETO  MÃE da pressão do feto, destacando-se a produção de:
Âmnio
• Excreções Oxitocina – é produzida Prostaglandinas – facilitam Sinais químicos que inibem a
Líquido na hipófise, provocando a dilatação dos músculos produção de progesterona, pois
• Dióxido de
amniótico o aumento das do útero, para que ocorra o esta hormona impede as
carbono contrações. parto. contrações.
Placenta

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Desenvolvimento Embrionário Desenvolvimento Embrionário

Desenvolvimento Embrionário Desenvolvimento Embrionário

Desenvolvimento Embrionário Desenvolvimento Embrionário

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Desenvolvimento Embrionário Desenvolvimento embrionário

2. A importância da vigilância da
saúde materna

2. A importância da vigilância da
saúde materna

A consulta Pré-concecional Consulta pré-concecional

A consulta pré-concecional tem como A consulta pré-concecional é ainda uma oportunidade para expor
objetivo avaliar o estado de saúde da
dúvidas e receios sobre questões de saúde que preocupem o casal,
futura mãe e tomar as medidas
sejam eles relacionados com a alimentação, nutrição, problemas de
apropriadas para preparar a gravidez.
saúde congénitos e hereditários, ou mesmo sobre os aspetos
Embora os cuidados pré-concecionais psicológicos, familiares e financeiros relacionados com a preparação
variem de acordo com as da gravidez.
especificidades de cada mulher, são
importantes para todas as mães. Esta é uma das únicas ocasiões que muitas mulheres têm para fazer
uma análise mais completa ao seu estado de saúde.

«É muito importante para qualquer mulher, independentemente de


ela ser saudável ou não».

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Consulta pré-concecional
Consulta pré-concecional

• É um momento em que a futura mãe pode conversar • A preconceção é uma “janela” muito importante
com o seu médico sobre o seu estilo de vida, rotinas para se fazerem determinados diagnósticos.
alimentares, hábitos de descanso, exercício físico,
stresse e eventuais problemas de saúde que já a • É nesta “janela” que o médico obtém informação
acompanhem. para avaliar os riscos de anomalias reprodutivas
no casal e propõe medidas para minimizar ou
• Se se conseguir incutir às mulheres esta preocupação
de preparar a gravidez, obviamente que vamos eliminar esses riscos.
conseguir ter uma população muito mais saudável e ter • No caso de já não ser a primeira gravidez, esta é
uma menor probabilidade de problemas, não só
durante a gravidez, mas durante o parto». também uma oportunidade para investigar
eventuais problemas em gravidezes anteriores.

Consulta pré-concecional A consulta Pré-concecional

• Não é essencial que o homem acompanhe a mulher


na consulta pré-concecional, mas a mulher deverá ser Para o futuro bebé, estes cuidados são como um
conhecedora do historial pessoal e familiar do primeiro presente, pois significam que os pais estão a
companheiro e este deverá realizar os exames seguir as precauções adequadas para estarem mais
prescritos pelo médico nesta ocasião. saudáveis na altura da conceção, e lhe
• Convém não esquecer a parte masculina da equação, proporcionarem um começo de vida também ele com
porque os homens, apesar de não carregarem a saúde.
criança, têm o seu contributo, e é importante
confirmar analiticamente se está tudo bem com o
parceiro, sobretudo se for uma primeira gravidez.

A vigilância pré natal Consultas de vigilância

Vem aí uma nova vida


Quando o teste de gravidez
mostra uma linha, por muito
ténue que seja … está escrito,
nas instruções, que o teste é
positivo: está grávida!
O que não está escrito, nem
ténue nem claramente, é o
quanto a vida muda a partir
desse momento!

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2. A importância da vigilância da 2. A importância da vigilância da


saúde materna saúde materna

Esta consulta tem também como objetivos:


• Promover a educação para a saúde e
A vigilância da gravidez tem por hábitos de vida saudáveis durante a gravidez
objetivo a avaliação do bem- integrando aconselhamento e apoio
estar fetal e materno e a deteção psicossocial;
precoce de fatores de risco que • Promover a preparação do parto e da
possam afetar a evolução da consulta de revisão de puerpério;
gravidez. • Sensibilizar o casal para a importância do
aleitamento materno para a mãe e para a
criança;
• Preparar o casal para o acolhimento do
recém-nascido e esclarecimento de dúvidas.

Boletim de Saúde da Grávida (BSG)


A vigilância pré natal

• Na primeira consulta é fornecido à grávida o


Boletim de Saúde da Grávida (BSG).
• A utilização desse boletim é obrigatória e nele
deve constar toda a informação relevante sobre
a gravidez e a sua vigilância.
• Deve ser atualizado em cada consulta e
representa um excelente meio de troca de
informação entre os dois níveis prestadores de
cuidados à grávida.

O que é o BSG? Onde adquirir o BSG?

• O Boletim de Saúde da Grávida (BSG) é um pequeno livro verde, O BSG deverá ser entregue a todas as grávidas na
destinado a registar todos os dados relativos à saúde da grávida
primeira consulta, independentemente do nível
e do feto.
assistencial onde a mesma se realize, e ser atualizado
Para que serve? pelo profissional de saúde em todas as consultas
• O BSG deve conter toda a informação pessoal relevante da seguintes.
grávida, como história familiar e antecedentes pessoais, e o
acompanhamento gestacional até ao nascimento da criança, Quando deve ser apresentado?
incluindo consultas e exames efetuados.
Em todas as consultas no centro de saúde, hospital ou
• Deste modo, assegura a circulação da informação clínica e a
articulação entre os cuidados de saúde primários e os maternidade e, principalmente, na altura do parto.
hospitalares, garantindo uma vigilância mais eficaz da gravidez.

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Consultas de vigilância Informação pré-natal

Deve ser prestada informação à grávida baseada na evidência, suportada por


Momentos-chave informação escrita, sobre:
•Alterações fisiológicas da gravidez
Há alguns momentos-chave na •Vigilância da gravidez (periodicidade das consultas, ecografias e estudos
vigilância da gravidez, pelo menos um analíticos)
por trimestre mas, para além disso, •Alimentação
enquanto a mãe se delicia com os •Estilos de vida (cessação dos consumos de tabaco, álcool e drogas)
movimentos do seu bebé o médico •Trabalho e atividade física
assistente vai tomando conta de •Prevenção primária da transmissão da toxoplasmose
aspetos fundamentais para que tudo •Amamentação
siga o seu curso, sem riscos, ou •Parto
antecipando eventuais complicações. •Cuidados ao recém-nascido
•Abordagem dos sintomas próprios da gravidez

Boletim de saúde da grávida (BSG) Datação da gravidez

A gravidez deve ser datada entre as 11 e as 13 semanas + 6 dias


através do comprimento craniocaudal (CCC);
O Boletim de Saúde da Grávida deve ser preenchido
Se o CCC for superior a 84 mm deve utilizar-se para
na 1ª consulta e estar permanentemente atualizado.
estimar a idade gestacional o perímetro cefálico.

Esquema das consultas


Suplementação

Todas as grávidas devem ser suplementadas Recomenda-se a realização de 10 consultas durante a


com ácido fólico (400 microgramas/dia) na gravidez, distribuídas da seguinte forma:
preconceção e até às 12 semanas; aquelas
que aindanão tiverem iniciado ácido fólico •1ª consulta antes das 12 semanas
devem faze-lo na 1ª consulta. • Consultas às 16, 22, 28, 32, 35, 37, 39, 40 e 41 semanas.
A suplementação com ferro (60 mg ferro
ferroso/dia) não deve ser efetuada por
rotina, mas apenas nas grávidas que
apresentemhemoglobina <11 g/dl2.
Devem ser suplementadas com vitamina D
(10 microgramas/dia) as grávidas com dieta
pobre em vitamina D ou com risco
aumentado paradeficiência de vitamina D.
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Rastreios infeciosos
A Importância da vigilância da saúde
materna

Rastreio/ diagnóstico de patrologias associadas à gravidez


São preconizados durante agravidez a realização dos rastreios de
• Durante a gravidez deve efetuar-se o diagnóstico de anemia e outras
bacteriúria assintomática,rubéola, sífilis, toxoplasmose,VIH 1 e estudos ao sangue.
2, hepatite B e estreptococos do grupo B. • Determinação do grupo de sangue, do factor Rh e a pesquisa de
aglutininas irregulares.
• A aloimunização anti-D é passível de prevenção através da
administração de imunoglobulina anti-D. Deve ponderar-se não ministrar
nos casos em que o cônjuge é RhD negativo.
• É recomendado o diagnóstico universal de diabetes gestacional
através da realização da PTOG com 75g.
• Na 1ª consulta deve proceder-se àavaliação dos fatores de risco e
deve ser dada informação à grávida sobre os sintomas e sinais de
alarme, que devem fazê-la recorrer aos cuidados de saúde.

A Importância da vigilância da saúde A Importância da vigilância da saúde


materna materna

Rastreio de cromossomopatias Avaliação fetal


 Deve ser explicado e dada a possibilidade a todas as grávidas de efetuar o rastreio de A avaliação fetal deve efetuar-se pela:
síndrome de Down. • Audição do foco fetal (com Doppler contínuo, a partir das 11 semanas)
Biopsia das vilosidades coriónicas deve ser disponibilizada a realização de • Medição da altura uterina (a partir das 24 semanas), apesar da fraca
rastreio integrado. evidência.
Quando a grávida procura os cuidados de saúde depois das 14 semanas aopção é
pela realização do rastreio bioquímico do 2º trimestre (teste quádruplo).

A Importância da vigilância da saúde Exames de rastreio


materna ou diagnóstico pré-natal

Terminação da gravidez na 41ª semana


Com o objetivo de diminuir o número de grávidas que atingem as • No primeiro trimestre, a par com a informação que
41 semanas e que vão necessitar de indução do parto, é de
proceder previamente ao descolamento de membranas.
o médico presta sobre hábitos de vida saudáveis e
É recomendado avaliar a situação e apresentação fetal perto do que constituirão um «depósito a prazo» de saúde
termo, orientando para versão cefálica por manobras externas os para o embrião/feto, é importante a realização de
casos de apresentação não cefálica. exames de rastreio ou diagnóstico pré-natal.
• É nesta fase que se colhe a maior informação sobre
o risco de o feto ser portador de alguma anomalia
cromossómica, por exemplo.

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Ecografia morfológica e teste da Ecografia morfológica e teste da diabetes


diabetes gestacional gestacional

• No segundo trimestre há também


dados fundamentais a avaliar, entre os As análises que se vão realizando
quais a avaliação da morfologia do feto não são pedidas de forma
– a ecografia morfológica – e as anárquica, mas tendo em conta os
análises realizadas à grávida, entre as
quais o teste de diagnóstico da diabetes eventos associados à gravidez:
gestacional. sabendo-se que é no final do
• Na ecografia morfológica avalia-se os segundo trimestre que aumenta
órgãos do feto em pormenor, no
sentido de verificar se existe alguma uma hormona que promove o
anomalia e se estão reunidas as aparecimento da diabetes, é nesta
condições para que ele se desenvolva altura que se faz a prova de
bem. diabetes.

Avaliação da posição do feto Avaliação da posição do feto


e desvios da normalidade e desvios da normalidade

• A preocupação com o peso não tem apenas a ver com


• Já no terceiro trimestre, para além da questões estéticas, mas com os riscos associados a um
preocupação em verificar se o feto cresce de aumento de peso exagerado como a hipertensão, o
acordo com o que é esperado e se demonstra também aumento excessivo de peso do feto, o
sinais de bem-estar, há ainda que avaliar a sua consequente aumento de complicações no parto e ainda
o risco de diabetes gestacional e de diabetes para o
posição (tendo em vista a via de parto). próprio bebé quando for adulto...
• Transversal a toda a gravidez é a vigilância de
desvios da normalidade relativamente a • Outro parâmetro que deverá ser sempre vigiado será a
tensão arterial: são já do conhecimento comum a maior
parâmetros como o peso, a tensão arterial... parte das complicações associadas à hipertensão, quer
para a mãe quer para o filho.

Desenvolvimento Embrionário
Não há desculpa para não vigiar

• É importante que se tenha a noção de que, ao CICLO GRAVÍDICO PUERPERAL


 Gestação
vigiar-se uma gravidez, está-se a proteger  Parto
uma mãe e sobretudo um ser que ainda não  Puerpério (Nutriz)
ESTADO ESPECIAL
manifesta a sua vontade e está dependente G ESTA Ç Ã O
(Episódio)
de que quem o carrega tome as medidas  Adaptação do organismo materno para manutenção
e desenvolvimento da gestação
adequadas ao seu desenvolvimento, de forma
 Alta velocidade de crescimento fetal
a que aconteça de forma harmoniosa e
segura. Maior risco de adoecer e morrer
do binômio mãe-filho
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Desenvolvimento Embrionário

DURAÇÃO DA GESTAÇÃO
280 DIAS ou 40ª semana ou 9 meses

Períodos gestacionais
Da fecundação até final da 12 semana - período embrionário
Perda- aborto
Da 13 semana à 40 semana - período fetal
Nascimento com menos de 37 semanas – prematuro
Nascimento com 37 à 42 semana - termo Nascimento
com 42 semana em diante – pós termo

DETERMINAÇÃO DA IDADE GESTACIONAL


Desenvolvimento Embrionário

PUÉRPIO
Regra de Nagele
+ 7 dias ao 1º
dia da última Duração: 42 dias após o nascimento
menstruação
 Involução uterina
e
-3 meses ao mês Sistema imunológico leva de 9 a 40
em que ocorreu semanas para voltar ao normal.
a última
menstruação
Gestograma

A Importância da vigilância da saúde materna

A gravidez é um processo fisiológico e as intervenções oferecidas no


âmbito dos cuidados pré-natais devem ter benefícios conhecidos e serem
aceites pelas grávidas. 3. A FISIOLOGIA NORMAL DO
Estas recomendações são a base dos cuidados pré-natais para todas as grávidas, não
contemplando os cuidados adicionais que algumas grávidas necessitam. PARTO
Os cuidados pré-natais devem estar centrados na mulher, que deve ter acesso fácil à
sua prestação e continuidade de cuidados.
À grávida deve ser dada a possibilidade de tomar decisões após discussão das
opções com os profissionais envolvidos.
A comunicação entre a grávida e os profissionais de saúde é fundamental.

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3. A Fisiologia normal do Parto A Fisiologia normal do parto

O parto significa o nascimento do bebé devido ao aumento progressivo da


PARTO Normal excitabilidade uterina.Tal excitabilidade é possível graças adois eventos
principais, sendo eles:
Processo através do qual o feto, placenta e membranas
Mudanças hormonais progressivas que aumentam aexcitabilidade da musculatura
fetais são expelidos do trato reprodutor feminino uterina;
(materno). Mudanças mecânicas progressivas.

A Fisiologia normal do parto A Fisiologia normal do parto

Fatores mecânicos que aumentam a contratilidade uterina


Fatores hormonais que aumentam a contratilidade uterina
Maior proporção de estrógeno em relação àprogesteronaque aumenta a contratilidade Distensão da musculatura uterina: a simples distensão de órgãos da
uterina. musculatura lisa geralmente aumenta a sua contratilidade.
Oxitocina como forte estimulador da contração uterina.

A Fisiologia normal do parto Fases do Parto Normal


Mecanismos de parto Geralmente, o trabalho de parto inicia-se espontaneamente
As contrações uterinas durante o trabalho de parto começam entre as 37 e as 40 semanas de gestação.
basicamente no topo do fundo uterino e espalham-se para baixo Fases do trabalho de parto normal:
por todo o corpo uterino. Portanto, cada contração uterina tende a
forçar o bebé para baixo da direção do colo uterino. • 1ª Fase - Dilatação: Quando começa a dilatação
As contrações do parto ocorrem de forma intermitente, pois • 2ª Fase - Expulsão: Nascimento
contrações fortes e contínuas podem interferir ou, até mesmo
interromper o fluxo sanguíneo através da placenta podendo levar ao • 3ª Fase – Dequitação: Saída da placenta
óbito fetal.
Em 95% dos nascimentos o bebé apresenta-se em posição
cefálica, uma vez que a cabeça funciona como uma cunha
que abre as estruturas do canal do parto enquanto o feto é
forçado para baixo.

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A Fisiologia normal do parto Desenvolvimento Embrionário

Mecanismos de parto Primeiro estágio do trabalho de parto:

• Corresponde ao período de dilatação cervical progressiva, que vai


até a abertura cervical estar tão grande quanto a cabeça do feto.
• Duração deste estágio: 8 a 24 horas, na primeira gestação, mas
muitas vezes apenas alguns minutos depois de várias gestações.

1ª Fase - Dilatação: Quando começa 1ª Fase - Dilatação: Quando começa


a dilatação a dilatação

• O início do trabalho de parto começa com a dilatação.


• Nesta primeira fase ocorre um pequeno sangramento
do colo do útero, o que pode ser bastante doloroso,
principalmente para as mulheres que vão ser mães de
primeira vez.
• Este processo de sangramento deve-se ao
encolhimento do colo do útero e acontece
precisamente antes de dar início à dilatação.

1ª Fase - Dilatação 1ª Fase - Dilatação

• Para o parto começar é preciso o • A dor pode ser mais ou menos suportável dependendo de cada
colo do útero dilatar 10 mulher.
centímetros.
• A dilatação vem acompanhada das
fortes contrações, que no início
acontecem de forma um pouco
irregular, mas que se regulariza na
medida em que a dilatação
aumenta, o que permitirá contar o
tempo entre elas.

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1ª Fase - Dilatação 1ª Fase - Dilatação

• Convêm estar preparada para viver esta fase da forma mais • O momento de ir ao hospital é
tranquila possível, por isso, durante a gravidez muitas gestantes quando as contrações estejam
fazem cursos, exercícios e lêem muito para ter o máximo de acontecendo entre intervalos de 5
informação que ajude a manter a calma na hora H. minutos. Portanto, quando o
• Distrair a mente fará com que o tempo passe mais rápido e que intervalo entre contrações for de
as forças para aguentar as próximas fases sejam maiores. uma hora, não é aconselhável ir ao
• Mais que um esforço físico, o início do trabalho de parto requer hospital, pois a espera ali será
um esforço psicológico muito grande. certamente menos agradável do que
poderia ser em casa.

1ª Fase - Dilatação A Fisiologia normal do parto

Mecanismos de parto Segundo estágio do


O processo de dilatação passa por duas fases: dilatação trabalho de parto:
passiva e expansão ativa.
 Quando o colo está totalmente dilatado, as
membranas fetais geralmente rompem-se e o
líquido amniótico vaza abruptamente pela vagina.
A expansão ativa é quando o útero se dilata passando  Em seguida, a cabeça do feto move-se
de 3 a 10 centímetros. rapidamente para o canal do parto e, com a
força descendente adicional, continua a forçar
caminho através do canal do parto até a expulsão
final.
Neste momento as contrações serão intensas e  Duração deste estágio: na primeira gestação
frequentes e por isso, a gestante pode receber a 30 minutos e após muitas gestações até menos de
1 minuto.
anestesia epidural, se desejar, para que o parto seja
menos doloroso.

Desenvolvimento Embrionário

Expulsão: Nascimento Dequitação: Saída


da placenta

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2ª Fase - Expulsão: Nascimento 2ª Fase - Expulsão: Nascimento

• O período expulsivo costuma ser o mais rápido, pode


• Após atingir a dilatação total, começa a
segunda fase do parto onde acontecerá a durar ao redor de uma hora ou poucos minutos,
expulsão do bebé. dependendo sempre da gestação, pois uma mesma mãe
• Tanto o obstetra quanto o/a enfermeira/o pode viver de forma diferente esta experiência em cada
auxiliarão a mãe nesse momento em relação à gravidez.
força que deve fazer para ajudar o bebé a sair.

• Será um momento de esforço físico onde a


mulher faz força com a barriga para empurrar o
bebé cada vez que sente uma contração.

2ª Fase - Expulsão: Nascimento Desenvolvimento Embrionário

Quando a cabeça do bebé estiver


fora, a mãe faz um último
esforço para que os ombros
saiam e em segundos o bebé
estará totalmente fora. Então, a
equipa médica que está
ajudando no parto irá limpar o
bebé e colocar no colo da mãe.

Será um momento:
Inesquecível, de Alívio e
Emoção!

A Fisiologia normal do parto 3ª Fase – Dequitação-Saída da placenta

Mecanismos de parto Separação e expulsão da placenta • Esta é a fase final do parto, quando a
mãe expulsa a placenta após o
• Em torno de 10 a 45 minutos após o parto o útero continua a
nascimento do bebé.
contrair-se reduzindo progressivamente de tamanho. Isto leva a uma
separação entre o útero e a placenta causando a separação desta Nesta fase, o médico irá realizar uma
placenta que será expulsa. massagem no ventre para facilitar o
processo.
A placenta é um órgão que se formou a
partir do embrião para acomodar e
alimentar o bebé durante toda a gestação.
Cumprindo sua função, ela é eliminada já
envelhecida na última fase do parto.
10 Professora Isabel
7 Henriques

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Passadas as três fases do parto a mãe O contato com o bebé irá ajudar na produção de leite
terá o bebé nas suas mãos! materno, além de acalmar o recém-nascido

Involução do útero depois parto

• Durante as primeiras 4 a 5 semanas pós parto, o útero involui.


• O peso do útero fica menor que a metade do peso imediatamente
após o parto em 1 semana. 4. NOÇÕES GERAIS SOBRE
• Após 4 semanas, o útero retornará ao tamanho de antes da gravidez.
TIPOS DE PARTO

4. Noções gerais sobre tipos de parto


4. Noções gerais sobre tipos de parto

O nascimento de um bebé é sempre um acontecimento muito


especial e muito esperado por quem o vive.

Muitas vezes, à medida que a gravidez avança, o medo cresce, assim


como a ansiedade e a alegria de ter o bebé nos braços.

O parto é um momento importante para o qual as mães devem estar


• Não existe um tipo de parto, considerado bom, para preparadas e informadas.
todas as mulheres.
• Existem sim, diferentes tipos de parto consoante as
necessidades da mãe e do bebé.

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Posição do Feto no momento do Parto Noções gerais sobre tipos de parto

Pode definir-se parto como “um processo que


• 95% nascem com apresentação tem como finalidade expulsar o feto, a
cefálica. placenta, e as membranas, para o exterior do
útero, através do canal de parto”.
• 4% nascem com apresentação
pélvica. Assim, verifica-se que existem dois tipos de
trabalho de parto:
• 1% nascem com apresentação
1 . O parto eutócico
transversal. 2 . O parto distócico

Parto Eutócico Parto eutócico

• Como o próprio nome indica, é um parto natural, • Neste tipo de parto a mãe tem um papel ativo em todo
sem anestesias, onde o médico acompanha o o processo, sendo as técnicas de respiração e
nascimento do bebé, respeitando o ritmo natural relaxamento fundamentais para diminuir o desconforto.
dele e da mãe. • De uma forma geral todas as mulheres podem preparar-
• É importante que a grávida esteja tranquila e segura, se para um parto normal se assim o desejarem.
e que aprenda antecipadamente técnicas • No entanto, por vezes, as circunstâncias não o
respiratórias. permitem. A posição do bebé pode ser um desses
• Para a mãe, a recuperação é quase imediata e os determinantes, assim como situações de risco. Nestes
riscos são os mesmos que o parto normal. casos, terá de ser uma situação a avaliar com o seu
médico.

Parto Eutócico Parto Eutócico

• Consiste na expulsão do feto por via vaginal que ocorre com ou


Considera-se que um parto é normal
sem episiotomia (corte no períneo para facilitar a saída do
quando:
bebé) e sem intervenção instrumental (como o fórceps ou
ventosa), onde a expulsão do bebé ocorre apenas pela pressão  Tem inicio espontâneo;
que as paredes do útero exercem sobre o mesmo.  É de baixo risco no início do trabalho
• “Eutócia” refere-se ao trabalho de parto normal ou natural. de parto, mantendo-se assim até ao
nascimento;
 A criança nasce espontaneamente, em
posição cefálica;
 Ocorre entre as 37 e 42 semanas
completas de gravidez;
 Depois do parto, a mãe e o bebé
encontram-se em boa condição.

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Benefícios vs riscos - Parto normal Parto distócico

• É um tipo de parto que ocorre de forma fisiológica e natural É a expulsão do feto com recurso a instrumentos
cirúrgicos, tais como, forceps ou ventosa, que são
trazendo para a mãe e para o bebé inúmeros benefícios: realizados por via vaginal, ou cesariana, que consiste “no
A- Diminui a probabilidade de infeção; nascimento do feto por meio de uma incisão
B- Há uma recuperação mais rápida da mãe, que permite transabdominal do útero”.
mobilidade precoce e menos dores no pós-parto; Distócia consiste no “parto prolongado, doloroso
ou difícil devido a fatores mecânicos provocados pelo
C- Existe menos ocorrência de problemas respiratórios para o objeto (o feto) ou pelo trajeto (a pelve e os tecidos
bebé; moles do canal do parto da mãe), pela força
D- Facilita a ligação mãe-filho uma vez que o bebé é colocado inadequada (uterina e outra atividade muscular) ou
pela posição da mãe.”
logo junto da mãe. Forceps ou ventosa são utilizados em casos de: período
• Como riscos expulsivo prolongado, necessidade de abreviar o
A- Poderá ocorrer rutura do útero se já foi submetida a cirurgias período expulsivo e suspeita de sofrimento fetal.
anteriores;
B- Também pode haver ocorrência de lacerações.

Quando é aconselhável um parto a


Parto com Fórceps fórceps ou ventosa?

Este tipo de parto só acontece em • Quando o bebé está em sofrimento, durante o período expulsivo.
• Quando as contrações e a força feita pela mãe não são
casos de emergência. suficientes para fazer o bebé descer pela bacia.
É utilizado um instrumento • Quando o bebé se apresenta numa posição desfavorável
cirúrgico (Fórceps) que encaixa na (sentado ou de lado).
cabeça do bebé e ajuda-o a sair. • Quando a mãe está exausta ou está contra-indicado fazer esforço
prolongado.
É um procedimento que pode • Convém lembrar que nesses casos existe também a opção de
apresentar alguns riscos para a fazer uma cesariana, o que poderá ser discutido com o seu
mãe e para o bebé. médico.

Riscos no uso de fórceps Riscos do uso da ventosa

Riscos para o bebé:


• algumas marcas na cara devido à pressão No caso da ventosa, existem menos riscos de ferimentos para a
exercida pelo fórceps. mãe e para o bebé, sendo normalmente:
• No entanto, essas marcas são temporárias e • a deformação temporária da cabeça, que fica com uma forma
desaparecem rapidamente. cónica devido à força do vácuo, o único inconveniente para o
Riscos para a mãe:
bebé.
• Dor ou ferimento do períneo (o tecido entre a • Porém, o uso da ventosa está limitado a bebés com mais de 34
vagina e ânus). semanas, pois antes disso a cabeça é demasiado maleável.
• Lacerações na área genital.
• Incontinência temporária (urinária e fecal).
• Rotura uterina.
• Ferimentos na bexiga e uretra.

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O uso da ventosa ou fórceps tem


riscos? Parto por cesariana

Riscos para o bebé:


• pequenos ferimentos na cara devido à pressão do
fórceps
• Paralisia facial temporária.
• Trauma ocular.
• Fratura do crânio.
• Convulsões.

Parto por cesariana Parto por cesariana

Realizado quando existe:“a impossibilidade ou contraindicação de parto vaginal, Indicações Fetais:


incluindo-se nestas últimas todas as que constituem um risco para avida da mãe ou do Prolapso do cordão (com parto vaginal demorado)
feto”.  Desproporção cefalo-pélvica (a cabeça do bebé é maior
Indicações Maternas: que a estrutura pélvica da mãe)
 Hemorragia ante-parto  Se o bebé estiver numa posição transversal
 Placenta prévia (total é indicação absoluta) (atravessado), na hora do parto
 Abruptio placentar  Sofrimento fetal (falta de oxigénio no sangue do bebé)
 Desproporção feto-pélvia
 Risco elevado (diabetes, doença Rh, etc…
 Doença hipertensiva
 Parto potencialmente traumático
 Distócia mecânica (massa prévia ou tumor pélvico)
Infeção materna (herpes, com feto não infetado)
 Neoplasia cervical
 Apresentação anormal Feto pélvico (o bebé está sentado)
 Cicatriz de cesariana anterior (de indicação Macrossomia fetal (bebés de grande peso)
semelhante), ou de fístulas

Parto na água Parto de cócoras

Este parto pode ser realizado em Esta é uma variante do parto natural,
casa, numa clínica ou num hospital no entanto, em vez da grávida estar
especializado, pois precisa de uma na posição ginecológica, está de
banheira com água aquecida a cócoras.
uma determinada temperatura.
A força da gravidade vai ajudar a
A água aquecida é o que tornar o parto mais rápido.
proporciona alívio e conforto
durante o parto porque relaxa os Neste caso, é imprescindível que o
músculos, no entanto, é bebé esteja com a cabeça para baixo.
imprescindível a presença de uma
equipa médica.

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A humanização do parto tem alguns


Parto humanizado princípios, tais como:

• Cada vez mais as mulheres optam por um parto natural,


adotando técnicas não farmacológicas para o alívio da dor,
durante o trabalho de parto. • Acreditar e respeitar a natureza da gravidez e do trabalho de
• Principalmente nos países do Norte da Europa, o parto parto.
humanizado está mais patente, sendo que em Portugal, este é • Reconhecer, respeitar e aceitar o tempo, espaço e
um assunto, que vai sendo abordado com alguma timidez, pois a individualidade de cada pessoa ou casal, as suas particularidades
maioria dos hospitais públicos não está preparado para receber físicas e emocionais, assim como o ambiente envolvente.
um parto natural. • Garantir a escolha e decisão da mulher, informar devidamente
sobre todo o processo do parto e pós parto.
• O parto humanizado pode ser classificado como um meio
• Fazer com que os pais e o bebé sejam os protagonistas do parto.
natural de parir, sem recurso a medicamentos ou a intervenções
• Promover o contacto pele a pele mal o bebé nasce, assim como
dispensáveis por parte dos profissionais de saúde, sendo que
a amamentação na primeira meia hora de vida.
estes apenas devem acompanhar, apoiar e ajudar a mulher
sempre que seja necessário.

A humanização do parto tem alguns


princípios, tais como: Conclusão

Humanizar é dar liberdade.

É deixar que a mulher viva a experiência do parto naturalmente, • Independentemente da escolha do parto, todo o
sem recorrer a métodos invasivos desnecessários. É deixar a
procedimento deve ser acompanhado pelo
natureza efetuar o seu percurso e promover a ligação entre o bebé
e os pais imediatamente após o nascimento. médico, que irá apresentar a opção que traga mais
benefícios para a mãe e para o bebé.

5. Ambiente e emoções durante o parto

• Segundo a Associação Europeia


de Parteiras “... ter um filho é
5. AMBIENTE E EMOÇÕES um acontecimento emocional e
social, no qual a confiança e a
DURANTE O PARTO autoestima da mulher devem ser
fomentadas e desenvolvidas”.

• A parturiente deve poder dar à


luz num ambiente calmo,
silencioso, que reforce os aspetos
fisiológicos normais.

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5. Ambiente e emoções durante o parto 5. Ambiente e emoções durante o parto

• Quando uma grávida é admitida, sempre que possível,


• Todas as parturientes têm direito a ser assistidas por realiza-se uma apresentação do serviço, dando
especialistas durante a fase de preconceção, da gravidez, do conhecimento das suas regras de funcionamento.
parto e do pós-parto.

• Esta assistência deve-se basear nas preferências e opções da • Por sua vez é dado início a uma breve entrevista inicial, no
mulher/casal no que respeita à experiência de parto que sentido de se conhecer, de uma forma geral, a grávida a
querem vivenciar, tendo em conta as suas crenças, valores e cuidar, a sua história clínica e situação atual.
tradições.

5. Ambiente e emoções durante o parto 5. Ambiente e emoções durante o parto

Toda esta informação é completada pelos dados que se encontram no • Uma das primeiras preocupações da grávida quando admitida na
processo clínico e que, se a situação assim o permitir, deve ser consultado sala de partos, independentemente do seu estado, refere-se à
logo que possível. possibilidade de ter consigo um acompanhante significativo,
Dados como: sendo ele o companheiro ou outro familiar mais próximo.
• o número de gestações; • Este é um dos motivos geradores de grande ansiedade na
• tipo de parto anterior; grávida, neste momento é realizado, logo que possível, o
• alergias medicamentosas; esclarecimento desta situação.
• presença do BSG;
• tipo de sangue;
• presença de patologia associada;
• preferências e expectativas da grávida no que respeita ao parto.
São informações pertinentes que devem ser logo conhecidas e
identificadas.

5. Ambiente e emoções durante o parto 5. Ambiente e emoções durante o parto

O apoio do acompanhante diminui as


• Segundo a legislação vigente consequências adversas do medo e do stress
e o protocolo do serviço, a associado, quer ao trabalho de parto quer ao
grávida tem direito a um facto de se encontrar num ambiente
acompanhante se se desconhecido.
encontrar em fase ativa de
trabalho de parto, uma vez
que nesta fase, a mesma é A ansiedade durante o parto está associada à
encaminhada para uma sala elevação dos níveis de epinefrina (hormona
de parto individualizada, do stress), que por sua vez pode levar a uma
obtendo, desta forma, uma diminuição da contratilidade uterina, levando
maior privacidade. a um atraso na evolução do trabalho de
parto, assim como pode provocar bradicardia
e hipotensão fetal.

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5. Ambiente e emoções durante o parto 5. Ambiente e emoções durante o parto

• A bradicardia é definida como um ritmo cardíaco lento ou


irregular, geralmente de menos de 60 batidas por minuto.
Nesse ritmo, o coração não é capaz de bombear sangue rico
em oxigênio suficiente para o seu corpo durante atividades
normais ou exercícios.

• Hipotensão fetal - Ocorre principalmente durante o trabalho


de parto e caracteriza-se pela redução brusca e acentuada da
trocas gasosas materno fetais, decorrente da insuficiências
nas circulações uteroplacentárias (hiperatividade uterina,
hipotensão materna) e feto placentárias (relacionadas ao
cordão umbilical).

5. Ambiente e emoções durante o parto 5. Ambiente e emoções durante o parto


Plano de Parto

No entanto, é fundamental, antes de mais, estabelecer-se uma O plano de parto é um documento escrito no qual a grávida manifesta e deixa
relação empática com a grávida e de confiança, questionando- claro os seus desejos e expectativas referentes ao trabalho de parto e nascimento
lhe quais são as suas preferências e expetativas referentes a do seu bebé.
toda esta situação, verificando, inclusive se tem algum plano de Aspetos como:
parto. • acompanhante significativo presente,
• administração ou não de analgesia epidural,
Outro aspeto que não deve ser esquecido, a grávida por volta • liberdades de movimentos e posições a adotar durante o parto,
das 28-32 semanas de gestação elabora o plano de parto deve • a opção de ingerir ou não líquidos e alimentos,
ser consciencializada de que não existem partos perfeitos e que
• assim como aspetos relacionados com o recém-nascido, nomeadamente
nem sempre a situação vai de encontro às suas expetativas
laqueação do cordão umbilical,
podendo todas estas opções serem alteradas por ela própria, de
• contacto pele a pele após o parto,
acordo com a sua vontade naquele momento, ou pela equipa
• amamentar na primeira hora de vida,
de enfermagem ou médica no sentido facilitar todo o trabalho
de parto culminando com o seu sucesso. • entre outros aspetos culturais ou religiosos devem estar incluídos neste
documento.

5. Ambiente e emoções durante o parto Ambiente e emoções durante o


parto

O parto é um evento que traz muitas expectativas


desde o início da gravidez.
A atitude da mulher face à maternidade é
bastante variável, existindo contudo uma
enorme carga de sentimentos e emoções.
A experiência do parto é um fenómeno
multifacetado, onde a qualidade desta
experiência interfere no ajustamento
emocional da mulher após o parto.
O técnico de saúde encontra-se numa situação
privilegiada quer para compreender a
experiência do sofrimento.
O ato de ajudar impõe exigências como dar do
seu tempo; dar da sua competência; dar do seu
saber; dar do seu interesse; dar da sua
capacidade de escuta e compreensão.

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6- Cuidados à puérpera
• O período logo após o parto é denominado Puerpério,
dura cerca de 6 a 8 semanas, e só termina com o retorno
6. OS CUIDADOS À das menstruações.
PUÉRPERA • Neste período ocorrem intensas modificações físicas,
hormonais e psicológicas em um curto período de tempo.
6.1. Mobilização • Todos os órgãos entram em recuperação das alterações
ocorridas ao longo da gravidez, com exceção das mamas,
6.2. Alimentação
que começarão a produzir o leite.
6.3. A amamentação • Nesse período o corpo da puérpera passa por várias
6.4. Higiene alterações, necessitando de alguns cuidados essenciais
para uma boa recuperação.

Os cuidados à puérpera
6.1- Mobilização Mobilização

A puérpera deve realizar atividades normais relativamente às Durante o acolhimento da utente recomenda-se o
tarefas domésticas, evitando, no entanto, esforços físicos: repouso absoluto no leito com os inferiores
• subir e descer escadas com frequência, estendidos e pernas cruzadas, promovendo o
• períodos longos em pé. repouso do útero.
Se o bebé ainda não mamou ser colocado ao peito.
Exercícios como: O levante é incentivado entre a 6ª e a 12ª hora
• caminhar, após o parto.
• nadar É fundamental que a mãe seja capaz de
• andar a pé satisfazer as necessidades do seu filho e
que com isso se sinta feliz.
são importantes, mantém o coração e os pulmões em boa forma e
dão-lhe mais energia.

Os cuidados à puérpera
6.2-Alimentação Alimentação

Independente se o parto foi normal ou cesariana, as puérperas Não existem restrições dietéticas paraas
necessitam manter uma alimentação saudável e equilibrada, rica mulheres de parto vaginal. A dieta,em geral,
em proteínas (carnes magras, peixes, leite, queijo, ovos e deve ser diversificada e apetitosa.
leguminosas como o feijão, ervilhas….).
Duas horas após o parto, se não se
previrem complicações, amulher deve fazer
Por outro lado, é recomendável uma pequena refeição.
retirar o excesso de açúcar, sal, As necessidades calóricas para a mulher
gordura animal e fritos. que amamenta são de 2600 Kcal diárias,
repartidas por 6 refeições diárias, incluindo
proteínas, hidratos de carbono de absorção
lenta, gorduras, fibras vegetais e fruta.

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Os cuidados à puérpera 6.3- Amamentação


Alimentação

O leite deve ser consumido na quantidade Porquê amamentar?


de ½ a1 Litro diariamente. A ingestão - O leite humano é muito diferente do leite
de água deve ser incentivada (cerca de adaptado (leite em pó).
1,5 Litros por dia). - O leite materno contém todas as
proteínas, açúcar, gordura, vitaminas e
Durante o período de lactação, devem
água que o seu bebé necessita para ser
ser restringidas as bebidas
saudável.
excitantes (chá, café) e banidas as
- Além disso, contém determinados
bebidas alcoólicas.
elementos que o leite em pó não
No pós-parto, é frequente a utilização de consegue incorporar, tais como anticorpos
suplementos vitamínicos, e glóbulos brancos. É por isso que o leite
principalmente aqueles contendo materno protege o bebé de certas
ferro. doenças e infeções.

6.3- Amamentação
6.3- Amamentação

O aleitamento materno protege as crianças de: Outras vantagens do leite materno para o bebé:

- Melhora o desenvolvimento mental do bebé;


Otites - É mais facilmente digerido;
- Amamentar promove o estabelecimento de
Alergias uma ligação emocional, muito forte e precoce,
Vómitos entre a mãe e a criança, designada
Diarreia tecnicamente por vínculo afetivo.
- Atualmente, sabe-se que um vínculo afetivo
Pneumonias sólido facilita o desenvolvimento da criança e o
Bronquiolites seu relacionamento com as outras pessoas;
Meningites - O ato de mamar ao peito melhora a formação
da boca e o alinhamento dos dentes.

6.3- Amamentação
6.3- Amamentação

Amamentar tem vantagens também para a mãe: - A amamentação protege da osteoporose;


- A mãe que amamenta sente-se mais segura e
- A amamentação exclusiva protege da anemia
menos ansiosa;
(deficiência de ferro);
- Amamentar faz queimar calorias e por isso ajuda
- As mulheres que amamentam demoram mais
a mulher a voltar, mais depressa, ao peso que
tempo para ter menstruações, por isso as
tinha antes de engravidar;
suas reservas de ferro não diminuem com a
- Ajuda o útero a regressar ao seu tamanho
hemorragia mensal;
normal mais rapidamente;
- Amamentar é muito prático! Não é necessário
- A perda de sangue depois do parto acaba mais
esterilizar e preparar biberões.
cedo;
- Não é necessário levantar-se de noite para
- A amamentação protege do cancro da mama
preparar o biberão.
que surge antes da menopausa;
- A amamentação protege do cancro do ovário;

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A posição é muito importante na


6.3- Amamentação amamentação

• Amamentar também é vantajoso para a família:


A má posição da mamada pode ser causa de:
- A amamentação é mais económica para a família.
- Basta multiplicar o preço de uma lata de leite em pó, pelo - Dores nas costas;
número de latas necessárias ao longo da vida da - Mamilos gretados e dolorosos;
criança, e somar ainda o dinheiro gasto em biberões e
- Mamas ingurgitadas (muito cheias e dolorosas);
tetinas.
- Má produção de leite e por isso o bebé não aumenta
bem de peso;
- O bebé fica insatisfeito e por isso quer mamar a toda
hora;
- O bebé fica frustrado e por isso recusa a mama.

Uma boa posição é aquela em que Os cuidados à puérpera


a mãe e o bebé estão confortáveis A amamentação

1 - Deitada de lado na cama


Durante o exame físico à puérpera,
2 - Sentada com o bebé os técnicos de saúde, entre
deitado no colo outros procedimentos, devem
3 - Sentada, com o bebé na analisar os conhecimentos
"posição de cavalinho“ que a mulher tem acerca da
4 - Sentada com o bebé de amamentação.
lado, por baixo do seu O processo de amamentação
braço obedece a um ciclo de sucção,
5 - De pé deglutição e respiração e, para
6 - No sling que o bebé faça uma pega
correta.

Fases da amamentação Fases da amamentação

Antes: Durante:
 Lavagem correta das mãos;  Posicionamento do bebé próximo da mama, com aboca centrada de frente para o
mamilo;
 Observação do estado das mamas (se  O pescoço do recém-nascido pode estar ligeiramente em extensão;
ingurgitadas deve ser realizada a expressão
 Observação e avaliação pela mãe da pega correta;
do leite até a aréola ficar macia, de forma a
 Audição da deglutição e observação dos movimentos das mandíbulas, como sinais
facilitar a pega); de uma amamentação eficiente;
 Posicionamento confortável de forma a  O bebé deve mamar em cada mama o tempo que quiser, devendo largá-la sozinho
favorecer os reflexos do bebé, a pega correta indicando que não quer mamar mais nessa mama;
e o contacto visual mãe-filho.  Colocação do bebé na outra mama.

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Fases da amamentação

Após:
 No final de cada mamada as mamas
devem ficar vazias e macias (o bebé
pode ter-se alimentado apenas de leite de
uma das mamas);
 Manutenção das mamas secas no
intervalo das mamadas;
 Deve ser recomeçada a próxima mamada pela
mama que terminou na mamada anterior.
 Aliviar o desconforto causado pela descida
do leite, através da utilização gelo (não
diretamente na pele), após a mamada, de modo
aprevenir o ingurgitamento destas.

6.4 -Higiene 6.4 -Higiene

Consoante o bem-estar físico e a estabilidade


• A higiene deverá ser habitual, com banhos normais dos sinais vitais, a puérpera é convidada a fazer
(preferência de chuveiro). a higiene diária através de um banho de
• Lavar os mamilos antes e depois das mamadas, realizar chuveiro, devendo usar na lavagem da pele um
massagens nas mamas estimulando a produção de leite, gel ou sabão com pH ácido.
pressionar a aréola e realizar movimentos circulares, A primeira vez deverá ser sob
ajudando o bebé a ter uma melhor sucção além de evitar supervisão de uma enfermeira ou auxiliar de
fissuras durante o aleitamento materno. ação médica.
• Em caso de dor na região das mamas devido à grande A zona da perineorrafia deve ser
quantidade de leite é recomendado que se tire um pouco do mantida sempre limpa e seca,
mesmo. recomendando-se a mudança frequente dos
pensos higiénicos. Sempre que necessário, a
• Fazer uso de sutiã firme e bem ajustado.
lavagem pode ser efetuada com Cloro-
hexidina.

6.4 -Higiene

Em relação às mãos, a puérpera deve ser


encorajada à lavagem cuidadosa, sempre
antes de cuidar do bebé, antes de amamentare
após a sua própria higiene. 7. LÓQUIOS
O uso de cinta abdominal não tem benefícios
demonstrados, podendo ser uma opção se a (CARATERÍSTICAS NORMAIS
puérpera entender que lhe proporciona um maior
conforto.
E SINAIS DE ALERTA)

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7. Lóquios Tipos de Lóquios

•Lóquio vermelho (rubra)


São corrimentos vaginais que surgem depois do parto, mudam •Lóquio sero sanguinolento (fusca)
de aspeto e diminuem com o passar dos dias.
•Lóquio amarelo (flava)
Nos primeiros dias eles podem passar de 50 g, depois •Lóquio alvo (alba)
diminuem a 15-20 g. A maior eliminação aparece nos
primeiros dias.

O aspeto e as caraterísticas do lóquios são extremamente


importantes, pois pode indicar se um puerpério vai bem ou
não.

7. Lóquios - Tipos de Lóquios 7. Lóquios - Quanto tempo o sangramento


dura?

sero Para algumas mulheres, o sangramento pós-parto dura


Cor vermelho sanguinolento amarelo alvo (alba)
(rubra) (fusca) só duas ou três semanas; para outras, até seis.
(flava)
Sangue coagulado, Plasma, sangue em Corrimento seroso, Células do útero O sangramento vermelho vivo deve ir embora depois da
tecido morto do quantidade reduzida, células do útero, degeneradas, epitélio
CONTEUDO útero, plasma fragmentos de tecido muco cervical, cilíndrico, leucócitos, primeira semana. Se não for, é sinal de que talvez
morto do útero flora muco, cristais de
colesterol vaginal esteja a haver abuso nas atividades. Reduzir o ritmo
Primeiros 2-3 dias Dias 3-5 Dia 5-15 15 ate o fim do de esforços.
puerpério
PERIODO Caso nos dias seguintes o fluxo continue intenso e bem
Cheiro fraco Esperma
vermelho, deve-se procurar o médico.
CHEIRO
Se achar coágulos,
tem que pesquisar a
OUTRAS fonte da hemorragia

7. Lóquios 7. Lóquios
caraterísticas normais e sinais de alerta caraterísticas normais e sinais de alerta

Procurar o médico se o sangramento: E a menstruação normal, quando volta?


• exigir a troca de mais de um penso por hora;
• continuar muito intenso e vermelho depois da primeira
semana; • O reaparecimento dos ciclos menstruais depois do parto
depende de mulher para mulher e se está a amamentar ou
• de repente ficar vermelho e intenso de novo, depois da
primeira semana, e não melhorar com o repouso; não. Para quem não está a amamentar, a menstruação pode
• tiver coágulos grandes; voltar após um mês do bebé ter nascido.
• se o corrimento tiver um cheiro desagradável; • Para quem amamenta exclusivamente, a menstruação pode
• se tiver febre e/ou calafrios. demorar até um ano para voltar.

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7. Lóquios 7. Lóquios
caraterísticas normais e sinais de alerta caraterísticas normais e sinais de alerta

Após o parto, o interior do útero continua a Do quinto ao décimo dia, os lóquios


albergar restos da parte uterina da placenta e mudam para vermelho-rosado ou
coágulos de sangue, elementos que devem ser avermelhado. Nesta altura têm um odor
eliminados através de específicas secreções forte.
vaginais denominadas lóquios. Posteriormente,do décimo dia até três
Os lóquios são a secreção uterina pós-parto. semanas pós-parto, passam a uma
Inicialmente são vermelho vivo, lóquios secreção cremosa amarelada.
hemáticos,que contêm restos de tecido Os lóquios costumam desaparecer ao fim
trofoblástico, hemácias, leucócitos e decídua, têm de um período de tempo que oscila
um odor característico e têm duração de três a entre dez dias a duas semanas após o
quatro dias. parto,embora as secreções
esbranquiçadas possam persistir até cerca
de cinco semanas.

Involução uterina

8. Noções sobre algumas das O processo de “involução uterina” (útero voltar ao tamanho normal)
inicia-se após o parto e dura aproximadamente 10 dias.
complicações maternas no pós-parto
- Involução uterina
- Episiorrafia
- Função urinária
- Função intestinal
- Hemorróidas
- Edemas dos Membros Inferiores
- Dor
-Complicações decorrentes da cesariana

Episiorrafia Complicações decorrentes da cesariana

Sutura do corte cirúrgico feito no períneo (região muscular que A cesariana é uma cirurgia abdominal, pelo que é
fica entre a vagina e o ânus) durante o parto, para facilitar a passagem
normal sentir dores e/ou desconforto
do bebé. Os pontos caem espontaneamente e não necessitam
de cuidados além dos de higiene. nesta zona, devido à incisão e às contrações do
O que fazer: útero.
 Aplicar gelo protegido durante 15 minutos, várias vezes ao dia até A incisão interna uterina cicatriza habitualmente
não sentir dor/ desconforto (+/- 2 dias após o parto) em seis semanas e a sutura da pele numa
 Não usar tampões
 Manter a região da sutura o mais seca e limpa possível, (evita
semana.
infeção) Se tiver pontos externos devem ser retirados
 Mudar o penso higiénico com frequência entre o 8º -10º dia após parto. São raras as
 Limpar-se sempre de frente para trás quando urinar ou evacuar complicações associadas à cesariana;
 Evitar ficar sentada por muitas horas seguidas enquantoo
períneo estiver em fase de cicatrização No entanto ,podem surgir hematomas, seromas,
 Contrair a região glútea antes de se sentar e utilizar uma bóia infeção ou deiscência (abertura) da sutura.
como apoio.

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Funções urinária e intestinal Algumas das complicações maternas no


pós-parto: hemorroidas, edemas, dores

Função urinária
Hemorroidas
As micções não devem ser dolorosas e nos primeiros dias
São veias dilatadas do canal anal e podem ser causadas
podem ser mais frequentes devido à eliminação da água não só pela gravidez mas também pela força exercida
retida pelo organismo durante a gravidez. durante o parto.
Pode surgir incontinência urinária, durante os Podem ser internas ou externas, sangrar ou não, mas são
primeiros 3 a 4 meses após o parto que deverá ser habitualmente dolorosas.
passageira.
Edemas dos Membros Inferiores
Função Intestinal Estes edemas podem prolongar-se até três semanas após o
Vários são os fatores que predispõem à obstipação durante parto.
este período e que contribuem para que se instale um “ciclo”
em que aobstipação se acentua cada vez mais, sendo mais Dores
doloroso evacuar, o que por sua vez leva a uma inibição da As contrações uterinas são normalmente indolores,
eliminação intestinal, aumentando o desconforto, a dor e a mas podem ser intensas principalmente durante a
ansiedade. amamentação.

Complicações pós parto Hemorragias pós-parto

Após o parto podem ocorrer várias • As causas da hemorragia pós parto são diversas e a
complicações, dependente da maioria delas pode ser evitada.
mulher, do tipo de parto, etc: • Uma causa é a hemorragia que se verifica no local
donde se soltou a placenta.
As complicações pós parto são: • Esta hemorragia ocorre quando o útero não contrai
• Depressão corretamente, quer porque se distendeu em
demasia, quer porque o parto foi prolongado ou
• Hemorragias
anormal, quer porque a mulher teve várias
• Tromboflebites gravidezes anteriores ou ainda porque se utilizou um
• Mastite anestésico relaxante muscular durante o parto.

Sintomas Depressão pós-parto

• A depressão pós-parto pode


• Palidez apenas ser uma sensação de
• Baixa de tensão tristeza e passar a uma depressão
grave que pode levar à
• Aumento da frequência cardíaca
incapacidade física e mental.
• Vertigens • Contudo, a depressão pós-parto na
• Cansaço fácil maioria das mães recentes é algo
passageiro, sem grandes
consequências.
• No entanto, quanto mais depressa
for detetada, mais depressa será
tratada, diminuindo assim a
gravidade das consequências.

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Alguns sintomas Mastite

• Irritabilidade, crises de choro constantes e ansiedade;


• Diminuição da energia, sensação de cansaço constante;
• A mastite é uma inflamação da
• Sensação de vazio e de tristeza constante; mama que às vezes pode se
• Baixa auto-estima; transformar em infeção
• Sentimentos de culpa, incapacidade, pessimismo, sensação bacteriana.
de inutilidade; • Os seios podem apresentar
• Perda de peso ou aumento de peso excessivo; áreas vermelhas, sensíveis e
• Pensamentos de suicídio ou tentativa de suicídio;
• Dificuldade de concentração e falta de memória; Sintomas
quentes que ficam inchadas.
físicos como: problemas de pele, dores de cabeça, problemas • Ocorrem geralmente entre a 3ª
digestivos, dores crónicas que não desaparecem. e a 4ª semana de puerpério.

Sintomas e tratamento Tromboflebite

Sintomas Tratamento
• A tromboflebite consiste num
• Dor local • Recorrer a antibiótico e processo inflamatório de um
• Febre analgésicos; segmento de uma veia, geralmente
• Rubor (cor vermelha) • Poderá haver de localização superficial (veia
superficial), juntamente com
• Calor necessidade de recorrer formação de coágulos na zona
a cirurgia afetada.
• Esta situação pode surgir
posteriormente a uma lesão
pequena numa veia (como após
uma injeção ou um soro
intravenoso).

Prevenção e Contenção Infeção puerperal

• Processo infecioso
Prevenção originado no aparelho
• Levante precoce genital feminino no
• Utilização de meias de puerpério.
• A mulher tem uma infeção
contenção
puerperal se a sua
• Medicação para promover a temperatura for de 38º ou
fluidez do sangue mais depois das primeiras
24 horas após ter dado à
luz, se não existir outra
Contenção = ato ou processo razão evidente, como uma
de conter controlo. bronquite.

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Sintomas de infeção puerperal

O parto vaginal raramente provoca


infeção, mas, quando esta se 9. Tarefas que em relação a esta temática se
desenvolve, é administrado um
antibiótico por via endovenosa durante
encontram no âmbito de intervenção do/a
48horas até que a febre passe. Auxiliar de saúde
Sintomas: 9.1. Tarefas que, sob orientação de um Enfermeiro,
tem de executar sob sua supervisão direta.
• Calafrios;
9.2. Tarefas que, sob orientação e supervisão de um
• Cefaleia; Enfermeiro de saúde, pode executar sozinho/a.
• Sensação de mal-estar geral ;
• Perda de apetite;
• Sendo o principal, a febre.

9. Tarefas que em relação aos cuidados na saúde materna Tarefas do ENFERMEIRO especialista em saúde
materna, obstétrica e ginecológica as seguintes
se encontram no âmbito de intervenção do/a Auxiliar competências gerais:
Técnico de Saúde

Cuidar amulher inserida na famíliae comunidade no âmbito do


9.1- Tarefas que, sob orientação de um Enfermeiro, tem de planeamento familiare durante o período:
executar sob sua supervisão direta.
 Período pré-concecional,
 Período pré-natal,
Sob a supervisão direta de um profissional de saúde, o Técnico
Período pré-natal;
Auxiliar de Saúde deve promover boas práticas de prestação de Trabalho de parto;
cuidados de saúde e auxilio à equipa multidisciplinar.
Período pós-natal;
Período do climatério;
 A vivenciar processos de saúde/doençaginecológica;
Cuidar das mulheres em idade fértil.

9. Tarefas que em relação aos cuidados na saúde materna se


Tarefas do técnico/a de saúde encontram no âmbito de intervenção do/a Auxiliar Técnico de Saúde

Neste contexto, cabem ao técnico/a de saúde as seguintes tarefas que, 9.2- Tarefas que, sob orientação de um
sob orientação de um enfermeiro, tem de executar sob a supervisão Enfermeiro, pode executar sozinho/a.
direta cooperar com outros profissionais:
 Na implementação de programas de promoção, prevenção e
controlo da dor; • O Técnico Auxiliar de saúde pode executar sozinho tarefas de
 No tratamento de recém-nascido e da puérpera; apoio à parturiente.
 No diagnóstico das afeções do aparelho genito-urinário e/ou • Ainda efetua as limpezas referentes às instalações da
mama; maternidade.
 Em programas, projetos e intervenções para melhorar a qualidade
global dos serviços no âmbito da saúde sexual e reprodutiva.

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O Técnico/a auxiliar de saúde deve


O Técnico/a auxiliar de saúde deve desempenhar, desempenhar, com autonomia, as seguintes
com autonomia,as seguintes tarefas: tarefas - Durante o trabalho de parto:

Objetivos gerais: • Acompanhar o bem-estar físico e emocional da mulher ao longo do


• trabalho de parto e parto, assim como o desfecho do processo do nascimento.
• Otimizar o processo de recuperação fisiológica e psicológica da • Oferecer líquidos orais durante o trabalho de parto e parto.
puérpera; • Prever cuidados durante o trabalho de parto.
• Promover a independência e o autocuidado; • Oferecer às mulheres muita informação e explicações sobre o que elas
desejarem.
• Facilitar a aprendizagem e treino de habilidades para os • Usar materiais descartáveis ou realizar desinfeção apropriada de materiais
reutilizáveis ao longo do trabalho de parto e parto.
cuidados ao recém-nascido; • Dar liberdade na seleção da posição e movimento durante o trabalho de parto.
• Promover os vínculos afetivos familiares. • Esterilizar adequadamente o corte do cordão.
• Prevenir hipotermia do bebé.
• Realizar precocemente contacto pele a pele, entre mãe e filho, dando
• apoio na iniciação de alimentação ao peito dentro de 1 hora do pós-parto.

O Técnico/a auxiliar de saúde deve desempenhar, com O Técnico/a auxiliar de saúde deve desempenhar, com
autonomia, as seguintes tarefas: Pós-parto autonomia, as seguintes tarefas: Pós-parto

Cuidados imediatos:
Cuidados diários:
Avaliação das características e quantidade das perdas sanguíneas;
Observação cuidadosa do aspeto geral
Avaliação da função urinária e estimulação da micção espontânea; da utente, dialogando com ela sobre as
Lavagem vulvoperineal com solução antissética e desinfeção da sutura dificuldades, preocupações e expectativas;
perineal;
Prestação dos cuidados vulvoperineais,
Aplicação de gelo na zona da perineorrafia, em caso de edema ou dor iniciando-se sempre com o convite prévio à
local; micção espontânea;
Mudança de roupa, se a puérpera manifestar esse desejo; Avaliação das características dos
Colocação do bebé ao peito e observação da capacidade de sucção lóquios;
durante a mamada e satisfação. Ajuda, na posição deitada,àcolocação
da cinta ou faixa abdominal;

O Técnico/a auxiliar de saúde deve desempenhar,


com autonomia, as seguintes tarefas: Pós-parto

Cuidados diários:
 Avaliação das mamas.
 Observar a integridade dos mamilos e saída
de colostro.
 Após a mamada, recomendar a massagem • FIM
do mamilo com uma gota de leite e deixar
secar durante alguns minutos.
 Pedir a colaboração da mãe na prestação
dos cuidados ao bebé e,no último dia de
hospitalização, convidá-la a executar os
cuidados de higiene ao filho.

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