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11.

TESTES GLOBAIS/MÓDULO

TESTE GLOBAL– MÓDULO 7


1. Nome: _____________________________________________ N. O: ____ Turma: ____ Data: __________

GRUPO I

Apresente as suas respostas de forma bem estruturada.

Leia o seguinte poema de Ricardo Reis.

Da nossa semelhança com os deuses Não de outra forma mais apoquentada


Por nosso bem tiremos Nos vale o esforço usarmos
Julgarmo-nos deidades1 exiladas A existência indecisa e afluente
E possuindo a Vida Fatal do rio escuro.
5 Por uma autoridade primitiva
E coeva de Jove2. 15 Como acima dos deuses o Destino
É calmo e inexorável4,
Altivamente donos de nós-mesmos, Acima de nós mesmos construamos
Usemos a existência Um fado voluntário
Como a vila que os deuses nos concedem Que quando nos oprima nós sejamos
10 Para esquecer o estio3. 20 Esse que nos oprime,
E quando entremos pela noite dentro
Por nosso pé entremos.
30-7-1914

Ricardo Reis, “Odes – Livro Primeiro”, in Fernando Pessoa, Poesia dos Outros Eus
(ed. Richard Zenith), Lisboa, Assírio & Alvim, 2007, pp. 144-145.

1 Divindades.
2 Divindade contemporânea de Júpiter.
3 Verao.
4 Cruel, impiedoso.

1. Sintetize o conteúdo da primeira estrofe.

2. Explicite, de acordo com o sujeito poético, o modo como o ser humano se deve comportar perante
a “vida”.

3. Exponha o código de conduta ou o ideal ético, defendido pelo sujeito poético, perante a iminência
da morte.

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11. TESTES GLOBAIS/MÓDULO

Leia o poema do heterónimo Alberto Caeiro.

O meu olhar é nítido como um girassol.


Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
5 E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo comigo
Que teria uma criança se, ao nascer,
10 Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a grande novidade do mundo...

Creio no mundo como num malmequer,


Porque o vejo. Mas não penso nele
15 Porque pensar é não compreender...
O mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...

Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...


20 Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar...

Amar é a eterna inocência,


25 E toda a inocência é não pensar...

Alberto Caeiro, “O guardador de rebanhos”, Fernando Pessoa,


Poesia dos Outros Eus (ed. de Richard Zenith), Lisboa, Assírio & Alvim, 2007, pp. 35-36.

4. Demonstre a importância dos sentidos no modo como Caeiro perspetiva a Natureza.

5. Comprove a defesa do “não pensar”, característico deste heterónimo.

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11. TESTES GLOBAIS/MÓDULO

GRUPO II

Responda às questões. Nas respostas aos itens de escolha múltipla, selecione a opção correta.

Leia o texto.

SER MAIS COM MENOS


Se aquilo que possui traz danos à sua vida, a solução é simplificar e adotar princípios mi-
nimalistas.
Por trás de cada grande decisão há sempre uma história. Imagine alguém que, aos 28 anos, atin-
ge o topo do sucesso no mundo empresarial e, nessa mesma altura, fica sem o casamento e perde
5 a mãe, questionando-se então acerca do que realmente conta na sua vida. Ou coloque-se na pele de
um jovem executivo exemplar, confrontado com o seu despedimento.
Dois cenários que podiam fazer parte da sinopse de um filme. Mas não são. Aconteceram mesmo
a dois amigos de infância. Joshua Fields Millburn e Ryan Nicodemus tinham a mesma idade quando
passaram pelo avesso do sonho americano. Foi então que decidiram simplificar: reduziram ao míni-
10 mo os hábitos de consumo, venderam ou doaram tudo o que não acrescentasse valor ao seu quoti-
diano e as vidas deles mudaram. Tornaram-se mais ricas. O lema de Os Minimalistas, que vivem em
Missoula, no Estado de Montana, pode resumir-se a três ideias-chave:
− “Viver com menos é mais”
− “Desapegue-se e siga em frente”
15 − “Ame as pessoas e use as coisas porque o contrário não funciona”.

Parece fácil mas não é. Eles explicam tudo numa conferência TED e no documentário lançado
este ano e intitulado Minimalism: A Documentary About the Important Things. Porque é que não é
fácil? Por ser preciso passar à prática e confiar que vai valer a pena. Por ser preciso reprogramar a
ideia que se tem de abundância.
20 O emprego milionário, a casa à altura com carro a condizer e outros sinais exteriores de riqueza
podem parecer uma meta cativante que todos querem alcançar (e que eles alcançaram). Só que,
pouco tempo antes de a vida ter surpreendido Joshua e Ryan, já eles tinham percebido que manter
esse estilo de vida não lhes dava a satisfação sonhada. E, para infelicidade de ambos, o consumo
compulsivo só ampliava a sensação de vazio e os níveis de stresse, medo, desgaste e depressão. Em
25 síntese, não era Vida. Não os tornava mais livres nem lhes fazia sentido. Seis anos passados, a dupla
tem um site, um blog, um podcast, alguns livros e mais de quatro milhões de seguidores.
Clara Soares, in Visão, edição online de 23 de novembro de 2016 (consultado em dezembro de 2016).

1. Nos dois parágrafos iniciais, referem-se


(A) duas situações hipotéticas.
(B) dois casos verídicos.
(C) hipóteses de vida distintas.
(D) soluções para minimizar danos.

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11. TESTES GLOBAIS/MÓDULO

2. Com a expressão “avesso do sonho americano” (l. 9), pretende-se salientar


(A) as dificuldades surgidas na vida dos dois amigos.
(B) a nacionalidade dos dois amigos de infância.
(C) a pobreza que se abateu sobre os americanos.
(D) a realidade de muitos jovens americanos.

3. De acordo com o sentido do texto, ser “minimalista” é


(A) mais fácil do que parece. (C) mais complicado do que parece.
(B) a filosofia de vida dos pobres. (D) alhear-se de tudo e de todos.

4. O termo “Se” que inicia o texto tem valor


(A) reflexo. (C) apassivante.
(B) reciproco. (D) condicional.

5. A oração subordinada sublinhada na frase “Imagine alguém que atinge o topo do sucesso no mundo
empresarial” (ll. 3-4) é
(A) adverbial consecutiva.
(B) adjetiva relativa restritiva.
(C) adjetiva relativa explicativa.
(D) substantiva completiva.

6. O segmento frásico sublinhado em “coloque-se na pele de um jovem executivo exemplar, confron-


tado com o seu despedimento.” (ll. 5-6) desempenha a função sintática de
(A) complemento oblíquo.
(B) complemento direto.
(C) modificador do grupo verbal.
(D) modificador do nome restritivo.

7. A afirmação “Dois cenários que podiam fazer parte da sinopse de um filme.” (l. 7) exemplifica a
modalidade
(A) epistémica com valor de certeza.
(B) epistémica com valor de probabilidade.
(C) deôntica com valor de obrigação.
(D) deôntica com valor de permissão.

8. Indique o valor lógico do articulador que introduz o último período do primeiro parágrafo.

9. Classifique a oração “que vivem em Missoula” (ll. 11-12).

10. Identifique o processo de formação da palavra “ideias-chave” (l. 12).

GRUPO III

Viver a vida de forma minimalista foi a opção dos dois jovens cuja desgraça os fez apreciar a vida de
forma diferente.
Produza um texto expositivo, entre 130 e 170 palavras, sobre o modo como podemos ou devemos viver,
considerando as consequências decorrentes das nossas opções de vida.

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11. TESTES GLOBAIS/MÓDULO

TESTE GLOBAL– MÓDULO 8


2. Nome: _____________________________________________ N. O: ____ Turma: ____ Data: __________

GRUPO I

Apresente as suas respostas de forma bem estruturada.

A – Mensagem

Leia o seguinte poema da obra Mensagem.

OCIDENTE
Com duas mãos – o Ato e o Destino –
Desvendámos. No mesmo gesto, ao céu
Uma ergue o facho trémulo e divino
E a outra afasta o véu.

5 Fosse a hora que haver ou a que havia


A mão que ao Ocidente o véu rasgou,
Foi a alma a Ciência e corpo a ousadia
Da mão que desvendou.

Fosse Acaso, ou Vontade, ou Temporal


10 A mão que ergueu o facho que luziu,
Foi Deus a alma e o corpo Portugal
Da mão que o conduziu.
Fernando Pessoa, Mensagem (ed. Fernando Cabral Martins),
Porto, Assírio & Alvim, 2012, p. 56.

1. Demonstre de que forma o “Ato” e o “Destino” foram importantes para a realização dos Descobri-
mentos.

2. Interprete o simbolismo das mãos ao longo do poema.

3. Integre, justificadamente, o poema na estrutura da obra a que pertence.

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B – Poetas contemporâneos

Leia o poema.

TROVA DO VENTO QUE PASSA


A António Portugal

Pergunto ao vento que passa Vi navios a partir


notícias do meu país (Portugal à flor das águas)
e o vento cala a desgraça 35 vi minha trova florir
o vento nada me diz. (verdes folhas verdes mágoas).

5 Pergunto aos rios que levam Há quem te queira ignorada


tanto sonho à flor das águas e fale pátria em teu nome.
e os rios não me sossegam Eu vi-te crucificada
levam sonhos deixam mágoas. 40 nos braços negros da fome.

Levam sonhos deixam mágoas E o vento não me diz nada


10 ai rios do meu país só o silêncio persiste.
minha pátria à flor das águas Vi minha pátria parada
para onde vais? Ninguém diz. à beira de um rio triste.

Se o verde trevo desfolhas 45 Ninguém diz nada de novo


pede notícias e diz se notícias vou pedindo
15 ao trevo de quatro folhas nas mãos vazias do povo
que morro por meu país. vi minha pátria florindo.

Pergunto à gente que passa E a noite cresce por dentro


por que vai de olhos no chão. 50 dos homens do meu país.
Silêncio – é tudo o que tem Peço notícias ao vento
20 quem vive na servidão. e o vento nada me diz.

Vi florir os verdes ramos Mas há sempre uma candeia


direitos e ao céu voltados. dentro da própria desgraça
E a quem gosta de ter amos 55 há sempre alguém que semeia
vi sempre os ombros curvados. canções no vento que passa.

25 E o vento não me diz nada Mesmo na noite mais triste


ninguém diz nada de novo. em tempo de servidão
Vi minha pátria pregada há sempre alguém que resiste
nos braços em cruz do povo. 60 há sempre alguém que diz não.

Vi meu poema na margem


30 dos rios que vão pró mar A “Praça da canção [1965]”, in Manuel Alegre,
como quem ama a viagem 30 anos de poesia (prefácio de Eduardo Lourenco), Lisboa,
mas tem sempre de ficar. Publicações Dom Quixote, 1997, pp. 74-75.

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11. TESTES GLOBAIS/MÓDULO

4. Apresente a situação denunciada no poema, tendo em conta o contexto histórico da sua escrita –
1965. Justifique a sua resposta com elementos textuais.

5. Analise a estrutura métrica, estrófica e rimática do poema.

GRUPO II

Responda às questões. Nas respostas aos itens de escolha múltipla, selecione a opção correta.

Leia o texto.

A(S) MULHER(ES) DO MEU PAÍS


“Vou verificar e depois informo.” Foi exatamente assim que respondeu àquele que cumpriu or-
dens de encerramento do Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas (CNMP) quando este afir-
mou que “as mulheres portuguesas não precisavam de mais instituições ou auxílio pois estavam
já protegidas pela Obra das Mães da Educação Nacional”. Em 1947, o então governador civil de
5 Lisboa, Mário Cordeiro, fechava uma porta mas não conseguiria fechar a força e a coragem de Maria
Lamas. Através do seu trabalho, uma espécie de reportagens etnológicas, havia de revelar a dureza
e a desproteção que assombrava a vida das mulheres portuguesas. De carro, de comboio, a pé, e
até mesmo de burro, percorreu todo o país, até às ilhas, revelando como ninguém havia feito (ou
fez) as mulheres e a sua vida nas cidades, nas vilas e aldeias, nos lugares esquecidos e escondidos.
10 Num tempo em que o fascismo proibia sonhos e a vida obrigava à resistência, Maria Lamas
ouviu, fotografou e escreveu as mulheres. Mas fê-lo sem qualquer paternalismo ou superioridade,
e antes com um genial rasgo de denúncia e simultânea confiança na sua emancipação. Ouviu-as fa-
lar da pobreza à opressão no seio da família e do trabalho, e, descrevendo uma sociedade atrasada
e conservadora, escreveu páginas e páginas sobre o lugar e os lugares das mulheres.
15 O lugar da mulher e da sua condição económica, social, cultural e política. E os lugares de onde
vinham e os lugares para onde queriam ir, recolhendo testemunhos do dia a dia na lida, na busca do
amor, nas saudades do marido, na dificuldade entre criar os filhos e trabalhar, entre tantos outros
relatos na primeira pessoa.
As mulheres do meu país é uma das obras mais notáveis de sempre sobre a sociedade portugue-
20 sa, e Maria Lamas uma das imprescindíveis da nossa História.
A sua vida e vasta obra traduzem a coerência entre o pensamento e a ação de uma mulher que
assumiu, até às últimas consequências da prisão, a defesa dos direitos das mulheres, da liberdade,
da democracia e da paz.
É verdadeiramente admirável e arrepiante a coragem e a determinação de Maria Lamas, ainda
25 mais num tempo como o que vivemos, onde persistem e se agudizam ataques aos direitos das mu-
lheres. O caminho é longo, mas a atualidade do pensamento e da ação de Maria Lamas é inspiração
sólida para todas as que hoje não se resignam a um papel de submissão na família, no trabalho,
na sociedade, na infelicidade, e sabem que a emancipação das mulheres é parte integrante de um
caminho maior de emancipação do ser humano.
Rita Rato, Visão, n.o 1289, de 16 de novembro de 2017 (com supressões).

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11. TESTES GLOBAIS/MÓDULO

1. O texto põe em destaque o papel de Maria Lamas na defesa dos direitos das mulheres numa época
(A) em que essa ação não era bem recebida pelo poder politico, pois considerava que existiam já
instituições públicas de auxílio e apoio às mulheres.
(B) em que essa ação não era bem recebida pelas mulheres, marcadas por uma educação retrograda e
conservadora.
(C) em que era necessário lutar pelos direitos das mulheres que não estavam protegidas pela Obra
das Mães da Educação Nacional.
(D) em que as principais violações dos direitos das mulheres ocorriam nas aldeias e vilas, lugares
recônditos e esquecidos.

2. A obra de Maria Lamas é reflexo e consequência da sua vida na medida em que


(A) se baseou na experiência vivida na prisão.
(B) pós em prática, com grande coerência, o pensamento e as ideias que defendia.
(C) percorreu o país para contactar de perto com as mulheres sobre quem escreveu.
(D) retrata experiências vividas pelas mulheres portuguesas, como era o caso dela.

3. A sua obra, decorridas décadas, mantém a atualidade porque


(A) continuam a existir violações dos direitos das mulheres e é necessário continuar a sua luta.
(B) o poder politico continua a não investir na igualdade de direitos.
(C) e um excelente retrato da sociedade portuguesa do período do Estado Novo.
(D) se baseou em testemunhos reais de mulheres que eram discriminadas no trabalho e na família.

4. O processo de formação de palavras que ocorre em “CNMP” (l. 2) é


(A) truncação.
(B) amalgama.
(C) sigla.
(D) acrónimo.

5. A função sintática desempenhada pelo constituinte sublinhado em “o então governador civil de


Lisboa, Mário Cordeiro, fechava uma porta” (ll. 4-5) é
(A) sujeito.
(B) predicativo do sujeito.
(C) modificador do nome restritivo.
(D) modificador do nome apositivo.

6. As formas verbais “fechava” e “fechar” (l. 5) assumem um sentido


(A) denotativo e conotativo, respetivamente.
(B) conotativo e denotativo, respetivamente.
(C) denotativo, em ambos os casos.
(D) conotativo, em ambos os casos.

7. O referente do pronome pessoal “o” em “fê-lo” (l. 11) é


(A) “o fascismo”.
(B) “ouviu, fotografou e escreveu as mulheres”.
(C) “um genial rasgo de denúncia”.
(D) “tempo”.

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8. Classifique a oração sublinhada em “havia de revelar a dureza e a desproteção que assombrava a


vida das mulheres portuguesas.” (ll. 6-7).

9. Refira o recurso expressivo presente no segmento “revelando como ninguém havia feito (ou fez)
as mulheres e a sua vida nas cidades, nas vilas e aldeias, nos lugares esquecidos e escondidos.”
(ll. 8-9).

10. Identifique a função sintática desempenhada pelo constituinte sublinhado na frase “Ouviu-as
falar da pobreza” (ll. 12-13).

GRUPO III

Os textos anteriormente apresentados revelam atitudes diversas face a pátria, baseadas na


persistência, valorização do trabalho e na luta por melhores condições de vida.
Elabore um texto de opinião, de 150 a 250 palavras, em que defenda a importância destes valores no
mundo atual.

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TESTE GLOBAL – MÓDULO 9


3. Nome: _____________________________________________ N. O: ____ Turma: ____ Data: __________

GRUPO I

Apresente as suas respostas de forma bem estruturada.

A – Contos

Leia o seguinte excerto do conto “Sempre é uma companhia”.

Depois, o sol desanda para trás da casa. Começa a acercar-se a tardinha. Batola, que acaba de
dormir a sesta, já pode vir sentar-se, cá fora, no banco que corre ao longo da parede. A seus pés,
passa o velho caminho que vem de Ourique e continua para o sul. Por cima, cruzam os fios da eletri-
cidade que vão para Valmurado, uma tomada de corrente cai dos fios e entra, junto das telhas, para
5 dentro da venda.
E o Batola por mais que não queira, tem de olhar todos os dias o mesmo: aí umas quinze casinhas
desgarradas e nuas; algumas só mostram o telhado escuro, de sumidas que estão no fundo dos
córregos. Depois disso, para qualquer parte que volte os olhos, estende-se a solidão dos campos.
E o silêncio. Um silêncio que caiu, estiraçado por vales e cabeços, e que dorme profundamente. Oh,
10 que despropósito de plainos sem fim, todos de roda da aldeia, e desertos!
Carregado de tristeza, o entardecer demora anos. A noite vem de longe, cansada, tomba tão va-
garosamente que o mundo parece que vai ficar para sempre naquela magoada penumbra.
Lá vêm figurinhas dobradas pelos atalhos, direito às casas tresmalhadas da aldeia. Nenhuma
virá até à venda falar um bocado, desviar a atenção daquele poente dolorido. São ceifeiros, exaustos
15 da faina, que recolhem. Breve, a aldeia ficará adormecida, afundada nas trevas. E António Barras-
quinho, o Batola, não tem ninguém para conversar, não tem nada que fazer. Está preso e apagado
no silêncio que o cerca.
Ergue-se pesadamente do banco. Olha uma última vez para a noite derramada. Leva as mãos
à cara, esfrega-a, amachucando o nariz, os olhos. Fecha os punhos, começa a esticar os braços.
20 E abre a boca num bocejo tão fundo, o corpo torcido numa tal ansiedade, que parece que todo ele se
vai despegar aos bocados. Um suspiro estrangulado sai-lhe das entranhas e engrossa até se
alongar, como um uivo de animal solitário.
Quando consegue dominar-se, entra na venda, arrastando os pés. E, sem pressentir que aquela
noite é a véspera de um extraordinário acontecimento, lá se vai deitar o Batola, derrotado por mais
25 um dia.
“Sempre é uma companhia”, in Manuel da Fonseca, O fogo e as cinzas, Lisboa, Editorial Caminho, 2011, pp. 150-151.

1. Apresente duas características do espaço físico e social onde se desenrola a ação.

2. Indique três traços caracterizadores dos habitantes de Alcaria, fundamentando a resposta com
citações textuais.

3. Demonstre que o tempo apresenta características idênticas às de uma personagem humana.

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11. TESTES GLOBAIS/MÓDULO

B1

Responda apenas às questões referentes ao texto de Saramago por si estudado.

Leia o texto.
Agora que veio o tempo da Páscoa, o governo mandou distribuir por todo o país bodo geral, assim
reunindo a lembrança católica dos padecimentos e triunfos de Nosso Senhor às satisfações tempo-
rárias do estômago protestativo. […] No entanto, os governos, por supremos que sejam, como este,
perfeitíssimo, sofrem de males da vista cansada, talvez da muita aplicação ao estudo, da pertinaz
5 vigília e vigilância. […] Lesse o governo com atenção suficiente os jornais sobre os quais todas as
manhãs, tardes e madrugadas mandou passar zelosos olhares, peneirando outros conselhos e opi-
niões, e veria quão fácil é resolver o problema da fome portuguesa, tanto a aguda como a crónica,
a solução está aqui, no Bovril, um frasco de Bovril a cada português, para as famílias numerosas
o garrafão de cinco litros, prato único, alimento universal, pancresto remédio, se o tivéssemos to-
10 mado a tempo e horas não estávamos na pele e no osso, Dona Clotilde. Ricardo Reis vai-se infor-
mando, toma nota destas receitas úteis, não é como o governo, que insiste em fatigar os olhos nas
entrelinhas e nas adversativas, perdendo o certo pelo duvidoso. Se a manhã está agradável sai de
casa, um pouco soturna apesar dos cuidados e desvelos de Lídia, para ler os jornais à luz clara do
dia, sentado ao sol, sob o vulto protetor de Adamastor, já se viu que Luís de Camões exagerou mui-
15 to, este rosto carregado, a barba esquálida, os olhos encovados, a postura nem medida nem má, é
puro sofrimento amoroso o que atormenta o estupendo gigante, quer ele lá saber se passam ou não
passam o cabo as portuguesas naus.
José Saramago, O ano da morte de Ricardo Reis, 21.a ed., Lisboa, Editorial Caminho, 2013.

4. Refira dois aspetos que possam caracterizar socialmente o Portugal da década de 1930, funda-
mentando a resposta com citações textuais pertinentes.

5. Identifique o recurso expressivo presente na adjetivação em “tardes e madrugadas mandou passar


zelosos olhares” (l. 6), comentando o seu valor expressivo.

B2

Leia o texto.
Foram as ordens, vieram os homens. De sua própria vontade alguns, aliciados pela promessa de
bom salário, por gosto de aventura outros, por desprendimento de afetos também, à força quase
todos. Deitava-se o pregão nas praças, e, sendo escasso o número de voluntários, ia o corregedor
pelas ruas, acompanhado dos quadrilheiros1, entrava nas casas, empurrava os cancelos dos quin-
5 tais, saía ao campo a ver onde se escondiam os relapsos2, ao fim do dia juntava dez, vinte, trinta
homens, e quando eram mais que os carcereiros atavam-nos com cordas, variando o modo, ora
presos pela cintura uns aos outros, ora com improvisada pescoceira3, ora ligados pelos tornozelos,
como galés ou escravos. Em todos os lugares se repetia a cena, Por ordem de sua majestade, vais
trabalhar na obra do convento de Mafra, e se o corregedor era zeloso, tanto fazia que estivesse o
10 requisitado na força da vida como já lhe escorregasse o rabo da tripeça4, ou pouco mais fosse que
menino. Recusava-se um homem primeiro, fazia menção de escapar, apresentava pretextos, a mu-
lher no fim do tempo, a mãe velha, um rancho de filhos, a parede em meio, a arca por confortar, o
alqueive5 necessário, e se começava a dizer as suas razões não as acabava, deitavam-lhe a mão os
quadrilheiros, batiam-lhe se resistia, muitos eram metidos ao caminho a sangrar.

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11. TESTES GLOBAIS/MÓDULO

15 Corriam as mulheres, choravam, e as crianças acresciam o alarido, era como se andassem os


corregedores a prender para a tropa ou para a Índia. Reunidos na praça de Celorico da Beira, ou
de Tomar, ou em Leiria, em Vila Pouca ou Vila Muita na aldeia sem mais nome que saberem-no
os moradores de lá, nas terras da raia ou da borda do mar, ao redor dos pelourinhos, no adro das
igrejas, em Santarém e Beja, em Faro e Portimão, em Portalegre e Setúbal, em Évora e Montemor,
20 nas montanhas e na planície, e em Viseu e Guarda, em Bragança e Vila Real, em Miranda, Chaves e
Amarante, em Vianas e Póvoas, em todos os lugares aonde pôde chegar a justiça de sua majestade,
os homens, atados como reses6, folgados apenas quanto bastasse para não se atropelarem, viam
as mulheres e os filhos implorando o corregedor, procurando subornar os quadrilheiros com alguns
ovos, uma galinha, míseros expedientes que de nada serviam, pois a moeda com que el-rei de Portu-
25 gal cobra os seus tributos é o ouro, é a esmeralda, é o diamante, é a pimenta e a canela, é o marfim
e o tabaco, é o açúcar e a sucupira7, lágrimas não correm na alfândega.
José Saramago, Memorial do convento, 53.a ed., Lisboa, Editorial Caminho, 2013, cap. XXI, pp. 400-402.

1 Soldados que faziam a ronda das ruas. 2 Pessoas reincidentes em crimes. 3 Preso pelo pescoço. 4 Ter idade avançada.
5 Terra que se lavra e se deixa em pousio, para que descanse. 6 Animais quadrúpedes. 7 Árvore leguminosa do Brasil.

4. Refira duas características do rei D. João V observáveis no primeiro parágrafo.

5. Explicite as reações quer dos que eram forçados a partir quer dos seus familiares.

GRUPO II

Responda às questões. Nas respostas aos itens de escolha múltipla, selecione a opção correta.

Leia o texto.

A SOLIDÃO É O QUE RESTA DA IMPOSSIBILIDADE DA PARTIDA


O islandês Jón Kalman Stefánsson (n. 1963) escreveu uma trilogia – Paraíso e inferno (2013),
A tristeza dos anjos (2014), e agora O coração do homem, todos publicados pela Cavalo de Ferro –
e cuja ação decorre em vários lugares da costa islandesa, em finais do século XIX, em pequenas
comunidades piscatórias na orla de uma baía que, dizem, é “tão larga que a vida não a consegue
5 atravessar”. O frio, o gelo, a escuridão, as tempestades sombrias, o vento e o mar ártico, parecem
acompanhar todos os pensamentos das personagens. Como se ao lado dos peixes e dos compa-
nheiros afogados que lhes habitam os sonhos, e lhes acenam na madrugada com barbatanas em
vez de mãos, houvesse sempre lugar para um contrapeso que os prendesse à cruel realidade.
Vivem em aldeias submersas na miséria, na fome, nas doenças, nas duríssimas condições cli-
10 máticas – lugares onde tudo parece ter sido negado aos habitantes, menos o amargo sofrimento.
Como se Stefánsson quisesse aventurar-se em descobrir quanto sofrimento é que afinal o coração
humano consegue suportar, e fá-lo amparado pelas vozes fantasmagóricas dos mortos. Escrever
sobre quão difícil é estar vivo.

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11. TESTES GLOBAIS/MÓDULO

Mais do que histórias em que os gritos dos mortos se misturam com os dos vivos, compondo um
15 coro trágico que não cessa de evocar a inevitável desolação da existência, a irremediável solidão dos
homens, esta trilogia é sobretudo um hino ao poder redentor das palavras e também da amizade.
Toda a trilogia parece querer sublinhar esse poder salvífico da palavra.
Os romances da trilogia ambientam-se naquela singular atmosfera de elementos naturais fe-
rozes e opressivos, de uma Natureza não subjugada pelo Homem (de fogo e de vento, de gelo e de
20 rios indomáveis), tão característica da Islândia, e que ao mesmo tempo nos remete sempre para a
memória lírica do mito, para um tempo dominado por uma sombria e avassaladora solidão onde
ecoam as sagas e os seus heróis trágicos. Essa solidão é um elemento essencial em O coração do
homem (bem como nos outros dois volumes da trilogia).
O volume agora publicado, O coração do homem, poderia ser lido como uma espécie de manifes-
25 to (em forma de romance) sobre a fragilidade da vida, e também sobre como por vezes permitimos
que a vida estagne, que se torne mais difícil.
O leitor segue a tristeza e a privação, a vida e a morte, acompanhando as descobertas do rapaz,
e os três livros podem ser entendidos como uma espécie de trilogia de “romances de formação”,
mas que ao mesmo tempo se misturam com “livros de viagem” através de uma natureza hostil, de
30 enormes paisagens desoladas, austeras e terrivelmente frias, que os homens enfrentam rudemente
de maneira quase obstinada até à exaustão.
Com o autor islandês atravessamos o desespero silencioso da condição humana, numa despu-
dorada cartografia afetiva das nossas angústias. E também de muitos dos nossos demónios.
José Rico Direitinho, in Público, edição online de 07 de outubro de 2016 (consultado em novembro de 2016, com supressões).

1. O texto lido pertence ao género “apreciação crítica” porque


(A) se expõe, argumentando, características da obra de um escritor.
(B) se trata de um texto narrativo sobre um tema, escrito em linguagem objetiva e na terceira pessoa
do singular.
(C) se faz um comentário crítico sobre um escritor e a sua obra, o seu interesse e a sua consistência,
usando uma linguagem valorativa.
(D) se argumenta em favor da obra de um autor islandês.

2. A trilogia ao autor Stefánsson


(A) versa diversos temas dos aldeãos islandeses do seculo XIX.
(B) tem como cenário as costas islandesas e as suas inóspitas características geográficas.
(C) elogia os homens atormentados por serem ferozes e opressivos.
(D) conta uma historia de pescadores islandeses atormentados por fantasmas de mortos.

3. O coração do homem é o terceiro livro de uma trilogia


(A) sobre a desesperança e a fragilidade da condição humana.
(B) sobre a narrativa da vida miserável de um rapaz pescador.
(C) sobre relatos de viagens na Islândia.
(D) sobre o modo como devemos lidar com os demónios.

4. O segmento sublinhado em “[…] na orla de uma baía que […] é tão larga que a vida não a consegue
atravessar […] (ll. 4-5) integra uma oração subordinada
(A) substantiva relativa.
(B) adverbial concessiva.
(C) adjetiva relativa restritiva.
(D) adverbial consecutiva.

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11. TESTES GLOBAIS/MÓDULO

5. O segmento “que os prendesse à cruel realidade” (l. 8) desempenha a função sintática de


(A) sujeito.
(B) modificador do nome restritivo.
(C) vocativo.
(D) modificador do nome apositivo.

6. A frase “Toda a trilogia parece querer sublinhar esse poder salvífico da palavra.” (l. 17) configura
a modalidade
(A) epistémica com valor de probabilidade.
(B) deôntica com valor de obrigação.
(C) apreciativa.
(D) deôntica com valor de permissão.

7. O processo de formação de palavras do termo “cartografia” (l. 33) é


(A) parassíntese.
(B) derivação por sufixação.
(C) composição morfológica (radical + palavra).
(D) composição morfossintática (palavra + palavra).

8. Transcreva o referente do pronome sublinhado no segmento “que a vida não a consegue atra-
vessar.” (ll. 4-5).

9. Indique o tipo de sequência textual dominante nas linhas 9-10.

10. Refira a classe de palavras a que pertence o termo “que” (l. 30).

GRUPO II

A busca da felicidade e a necessidade de realização pessoal são objetivos que o ser humano procura
alcançar.
Num texto de opinião bem estruturado, com um mínimo de 150 e um máximo de 250 palavras, apresente
o seu ponto de vista sobre esta temática.
Fundamente a sua opinião recorrendo, no mínimo, a dois argumentos e ilustre cada um deles com, pelo
menos, um exemplo significativo.

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