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IESFAVI – INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR E FORMAÇÃO AVANÇADA DE


VITÓRIA CURSOS SUPERIORES DE TECNOLOGIA

A IMPORTÂNCIA DA CIPA NA SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO

Alunas
Adriana Helena Garbercht
Ana Gisele Trarbach
Ana Paula Gomes Gonçalves
Darcileni Koehler Ribet
Lena Cláudia Peniche

Orientadora
Thais Zanelato Martins

RESUMO

O presente artigo científico tem como objetivo analisar como a CIPA influencia e
auxilia a Saúde e Segurança do Trabalho dentro da empresa. A metodologia utilizada é
composta por pesquisa bibliográfica de livros acadêmicos e entrevista com a Técnica de
Segurança do trabalho, feita através de questionário com perguntas abertas (conforme anexo
A). Como resultado pode-se concluir que a CIPA exerce um papel importante em uma
empresa que se preocupa com a saúde e segurança de seus colaboradores, fornecendo um
ambiente adequado para realização de suas atividades. Para um entendimento mais abrangente
da saúde e segurança do trabalho, sugere-se o estudo de alguns de seus programas como o
PPRA e PCMSO.

Palavras-chave: CIPA. Saúde e Segurança do Trabalho.

1 Introdução
Os problemas relacionados com doenças e acidentes ocupacionais vêm sendo
acompanhado desde o surgimento das indústrias e na descoberta das máquinas, após vários
estudos, verificou-se a necessidade de criação de uma Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes, a CIPA, que fez com que os trabalhadores sentissem maior segurança no trabalho
realizado no seu dia a dia, trazendo melhor qualidade de vida, e maior satisfação no ambiente
de trabalho.
Este artigo busca descrever, de forma sucinta, sobre alguns aspectos legais da
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes dentro das empresas, buscando a segurança do
trabalhador.
A CIPA tem como objetivo básico, tornar compatível o trabalho com a preservação da
saúde e da integridade física e mental do trabalhador. A ideia é que empregadores e
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colaboradores trabalhem em conjunto na tarefa de prevenir acidentes e melhorar a qualidade


do ambiente de trabalho.
O objetivo do presente artigo é analisar o papel da CIPA nas organizações. A
importância da pesquisa se dá por ser um assunto de grande utilidade para área de Segurança
do Trabalho, que necessita ser conhecedora das técnicas e inovações, para um
aperfeiçoamento na prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, assim
contribuindo com os objetivos organizacionais.
A metodologia utilizada para este artigo realiza-se através de pesquisa bibliográfica,
por meio de livros acadêmicos e pesquisa de campo com perguntas abertas que tratem do
assunto abordado.

2 Segurança do trabalho: Conceitos

A segurança do trabalho como instrumento de prevenção de acidentes na empresa,


deve ser considerada como um dos fatores decisivos do aumento de produção. Deve-se levar
em conta que os acidentes tem peso extremamente negativo no processo produtivo,
ocasionando perdas totais ou parciais da capacidade humana de trabalho e de equipamentos,
máquinas, ferramentas, etc. (CARVALHO, 1998)

A área de segurança do trabalho responde pela segurança industrial, pela higiene e


medicina do trabalho relativamente aos empregados da empresa, atuando tanto na área de
prevenção quanto na de correção, em estudos e ações constantes que envolvam acidentes no
trabalho e a saúde do trabalhador. (MARRAS, 2001)

O compromisso da saúde e segurança do trabalho é prever acidentes, analisando suas


ocorrências e trabalhando no sentindo de reduzir ou eliminar as doenças ocupacionais e os
riscos de acidente. Visa também manter a integridade física e mental dos colaboradores com o
propósito de permitir o bom exercício das tarefas em um ambiente saudável e propício ao seu
desenvolvimento, tanto no cotidiano de suas atribuições, quanto no âmbito de sua atuação.
(ARAUJO, 2009)

A segurança do trabalho preocupa-se em manter e assegurar que a estrutura da


organização e os procedimentos executados durante a jornada de trabalho estejam corretos, ou
seja, garantir que as pessoas se encontrem em um ambiente seguro. (ARAUJO, 2009)
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2.1 Causas dos acidentes


A causa de um acidente de trabalho, de modo geral, pode ser classificada como
humana ou ambiental. As causas humanas são diretamente atribuídas ao erro humano,
provocado por negligência, embriaguez, distração, incapacidade em se desempenhar no cargo
ou outra deficiência humana. (DECENZO, 2001)
As causas ambientais são atribuídas às ferramentas, equipamentos, instalação física e
ambiente de trabalho. O fator humano é responsável pela maioria dos acidentes e por maior
que seja o esforço para criar um ambiente de trabalho seguro, um registro de baixo índice de
acidentes só pode ser alcançado pela concentração do elemento humano. (DECENZO, 2001)
Segundo DESSLER (2003), os acidentes ocorrem por três razões principais: acaso,
condições inseguras de trabalho e ações inseguras por parte dos funcionários. O acaso
contribui para a ocorrência de acidentes, mas na maioria das vezes está fora do controle da
administração. Assim, esta seção concentra-se nas condições inseguras e nas ações inseguras.
Já do ponto de vista de CARVALHO (2012), pode-se identificar a causa do acidente
como todo fator que, se não for removido a tempo, vai conduzir inevitavelmente ao acidente
propriamente dito. Embora os acidentes não sejam inevitáveis e não se manifestem por acaso,
eles são provocados e, por isso, podem e devem ser prevenidos por meio da eliminação de
suas causas.
Na visão de MARRAS (2001), acidente de trabalho é um acontecimento involuntário
resultante de um ato inseguro que possa causar danos ao trabalhador e a organização. Todo
acidente acontece porque ele é provocado. Há duas razões que provocam um acidente, a
primeira são atos inseguros, que são aqueles provocados pelo trabalhador como um
movimento errado, uma atitude inesperada, irrefletida, cansaço, preocupação, falta de
experiência etc.
A segunda condição insegura é a situação que provoca o acidente, como uma escada
quebrada ou em más condições de uso, uma pilha de material em desequilíbrio, um ferro
pontiagudo em direção à passagem, falta de equipamento de proteção individual etc.
(MARRAS, 2001)

2.2 Como prevenir acidentes

A prevenção de acidentes visa à busca constante de redução e eliminação dos


acidentes de trabalho. Para isso existe um processo direcionado exclusivamente à prevenção
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de acidentes, constituído por cinco etapas, que pode ser absorvido pelas organizações com
facilidade. (ARAUJO, 2009)

A primeira etapa proposta pelo autor é a conscientização, pois o sucesso de um


programa de prevenção de acidentes está intimamente ligado ao forte desejo dos tomadores de
decisão. O gestor tem de estar consciente não somente para reduzir ou eliminar acidentes, mas
também para dar a sua colaboração visando aos melhores resultados globais para a
organização, tais como resultados financeiros, de redução ou eliminação de acidentes, de
fortalecimento da imagem da organização. (ARAUJO, 2009)

Na segunda etapa está à classificação dos acidentes, essa classificação ocorre de


acordo com a sua complexidade e lesões que resultam em alguma deficiência de maior ou
menor gravidade. O primeiro acidente classificado é o acidente sem afastamento, que
acontece quando a pessoa acidentada tem condições plenas de continuar o seu trabalho no
mesmo dia ou um ou dois dias depois sem grandes restrições. (DESSLER, 2003)

O outro acidente classificado é o que ocorre com afastamento, ou seja, aquele que
pode resultar em algumas incapacidades que ocasionem o afastamento da pessoa acidentada.
São elas, incapacidade temporária – Nesse caso a pessoa acidentada perde temporariamente a
sua capacidade física ou mental para o trabalho por um período sempre determinado por
médicos da Previdência Social; incapacidade parcial permanente – aqui a pessoa tem a perda
de um de seus membros ou parte da visão, o que é fato gerador de uma incapacidade parcial
permanente; incapacidade total permanente – se a pessoa acidentada sofre a perda da visão,
caracterizando então a incapacidade total permanente. O terceiro e último acidente
classificado é aquele que resulta em morte. (DESSLER, 2003)

A terceira etapa consiste em analisar quais as principais causas de acidentes e doenças


do trabalho, com o propósito de melhorar a elaboração de programas e campanhas de
prevenção de acidentes. Há três aspectos que auxiliam na busca das causas de acidentes:
Características pessoais – inadequadas devido a problemas relacionados à personalidade,
inteligência, motivação, aptidões sensoriais e motoras, experiência, etc; Comportamento
disfuncional tais como: desatenção, esquecimento, negligência e imprudência. Todos esses
comportamentos com frequência conduzem a acidentes de maior ou menor gravidade;
degradação do ambiente de trabalho – devido a fatores potencialmente causadores de
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acidentes, tais como: equipamentos mal projetados ou em precário estado de conservação.


(ARAÚJO, 2009)

Na quarta etapa estão as medidas de prevenção – além de fatores essenciais, como o


desenvolvimento de programas preventivos, a formação de profissionais especializados, o uso
de equipamentos de proteção individuais, as organizações necessitam de outros
procedimentos que visem à prevenção ainda mais eficientes. (ARAÚJO, 2009)

E a quinta e última etapa é a avaliação periódica – ao detectar a ocorrência de um


acidente de trabalho, a CIPA deve preencher uma ficha com os dados do acidente ocorrido.
Essa ficha deverá ser aberta quando houver ocorrência de acidente com afastamento e será
avaliada em reuniões até que as medidas propostas sejam aceiras para uma prevenção mais
adequada. Mensalmente, trimestralmente, anualmente ou em qualquer outra frequência deverá
haver estimativas de acidentes, e mais a frente deverá haver a checagem que permitirá a
imediata implantação de novos programas de prevenção que resultarão em um índice menor
de acidentes. (DESSLER, 2003)

3 O papel da CIPA: NR - 5

A quinta Norma Regulamentadora do Trabalho, cujo título é Comissão Interna de


Prevenção Acidentes (CIPA), estabelece a obrigatoriedade das empresas públicas e privadas
em organizar e manter, dependendo da sua classificação nacional de atividade econômica e do
código da atividade, uma comissão interna constituída por representantes dos empregados e
do empregador. Na ausência desta obrigatoriedade, ou havendo um número menor de vinte
funcionários regidos pela CLT, a empresa deverá indicar um funcionário para cumprir as
obrigações desta NR, este empregado será denominado membro designado. (ARAÚJO, 2002)

Nessa Comissão os representantes dos empregados são eleitos entre os empregados,


funcionários da empresa, sendo que os representantes do empregador são por ele indicados. O
objetivo da CIPA é programar atividades, sugestões e recomendações, visando à melhoria das
condições do meio ambiente de trabalho e garantir a participação dos trabalhadores no
processo de prevenção e melhoria das condições de trabalho. (MINISTÉRIO DO
TRABALHO E EMPREGO, 2011)

Segundo Fantazzini (2009), a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes tem como


finalidade a prevenção de Acidentes e Doenças decorrentes do Trabalho, promovendo assim a
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saúde do Trabalhador, assim como identificar os riscos do ambiente do trabalho; elaborar


plano de trabalho; participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de
prevenção; avaliar riscos em todas as reuniões; informar aos trabalhadores os assuntos
relativos à segurança; colaborar no desenvolvimento e implementação dos programas
relacionados a saúde do trabalhador e verificar os ambientes e condições de trabalho.

De acordo com ROSSETE (2008), A CIPA tem como principal objetivo a constante
melhoria das condições de trabalho para prevenção de acidentes e doenças decorrentes do
trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida
e a promoção da saúde do trabalhador. É composta por membros representantes dos
empregados e da empresa. Ainda conforme o autor “a CIPA é regulamentada pela
Consolidação das Leis de Trabalho (CLT) nos artigos 162 a 165 e pela Norma
regulamentadora (NR-5), contida na portaria 3.214 de 08.06.78 pelo Ministério do trabalho”.

Segundo ARAÙJO (2002) a CIPA tem papel importante na prevenção de acidentes de


trabalho, pois atua no sentido de observar, relatar as condições de risco e solicitar medidas
para reduzir, e até mesmo, eliminá-los. As informações originárias das inspeções e sugestões
provenientes da CIPA são importantes para garantir a melhoria contínua das condições de
segurança do trabalho. Os acidentes também devem ser investigados com a participação da
CIPA e as sugestões de melhorias apresentadas nas reuniões.

De acordo com Araújo, 2002, p.123:

A CIPA é obrigatória para as empresas que possuem empregados com


vínculo empregatício regido pela CLT. A obrigatoriedade das questões relativas à
CIPA para outras categorias de trabalho não celetista, como por exemplo, os
servidores públicos, não é possível em face de falta de regulamentação
constitucional.

A CIPA deverá ser composta, em igual número, por representantes dos empregados
(eleitos) e empregados (indicados). A participação dos funcionários é voluntária e os
membros representantes dos empregados são eleitos por voto secreto para mandato de um
ano, podendo ser reeleitos apenas uma única vez. Já os membros representantes do
empregador são indicados por ele, e não há restrição do número de mandatos. Antes da posse,
a empresa deve promover treinamentos para todos os membros, titulares e suplentes.
(ROSSETE, 2008)
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Araújo (2002) destaca que a CIPA deve ser constituída por estabelecimento, e mantê-
la em regular funcionamento as empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista,
orgãos da administração, direta e indireta, instituições beneficentes, associações recreativas,
cooperatvas, bem como outras instituições que admitam trabalhadores como empregados.

De acordo com Saad (2009) a composição da CIPA, estabelece que a comissão deve
compor um número igual de representantes do empregador e dos empregados de acordo com
a totalidade de empregados da empresa, os quais são designados através de eleição secreta
pelos funcionários da organização, sendo que o cargo de presidente e vice-presidente são
sempre ocupados por um representante do empregador e um dos empregados,
respectivamente.

As empresas que possuam empregados em número inferior a vinte pessoas, devem


indicar um designado. Deve ser considerado empregado, para fins de constituição da CIPA, a
pessoa física que preste serviço de natureza não eventual a empregador, sob dependência
deste e mediante salário. No caso de empresas prestadoras de serviço ou empreiteiras deve ser
considerado como estabelecimento o local onde efetivamente os trabalhos são desenvolvidos,
ou seja, os estabelecimentos estarão dentro de outras empresas ou em locais públicos.
(FANTAZZINI, 2009)

Segundo Rossete (2008), um detalhe importante sobre a CIPA é que os cipeiros


eleitos, ou seja, os representantes dos empregados desfrutam de estabilidade desde o registro
de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato. A demissão por parte do
empregador só poderá ocorrer mediante Justa causa. Além disso, o mandato dos membros
eleitos terá a duração de um ano, sendo permitida uma reeleição.

De acordo com Araújo (2002), o empregador deverá garantir que seus indicados
tenham a representação necessária para a discussão e encaminhamento das soluções de
questões de segurança e saúde no trabalho analisadas na CIPA. O empregador designará entre
seus representantes o Presidente da CIPA, e os representantes dos empregados escolherão
entre os titulares o vice-presidente e os membros da CIPA, eleitos e designados serão
empossados no primeiro dia útil após o término do mandato anterior. Além disso, será
indicado, de comum acordo com os membros da CIPA, um secretário e seu substituto, entre
os componentes ou não da comissão, sendo neste caso necessária a concordância do
empregador.
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A CIPA não poderá ter seu número de representantes reduzido, nem ser desativada
antes do término do mandato de seus membros, ainda que haja redução do número de
empregados da empresa ou reclassificação de risco, salvo em caso de encerramento da
atividade do estabelecimento (MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO, 2011)

Toda a documentação do processo eleitoral para a escolha dos membros da CIPA,


incluindo as atas de eleição e de posse e o calendário anual das reuniões ordinárias, deve ficar
no estabeleciemento à disposição da fiscalização do Ministério do trabalho e do Emprego
(MTE). A empresa ainda deverá comunicar o MTE e os sindicatos quando for solicitada.
(ROSSETE, 2008)

A CIPA tem por atribuições identificar os riscos do processo de trabalho e elaborar o


mapa de riscos, com a participação do maior número de trabalhadores, com assessoria do
SESMT, onde houver; elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução
de problemas de segurança e saúde no trabalho; participar da implementação e controle da
qualidade das medidas de prevenção necessárias, bem como da avaliação das prioridades de
ação nos locais de trabalho. (MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO, 2011)

As atribuições é ainda constituída por verificações nos ambientes e condições de


trabalho visando à identificação de situações que venham a trazer riscos para a segurança e
saúde dos trabalhadores; divulgar e promover o cumprimento das NR, bem como as cláusulas
de acordos e convenções coletivas de trabalho relativas é SST; participar anualmente, em
conjunto com a empresa, de campanhas de prevenção da aids; promover anualmente, em
conjunto com o SESMT, quando houver, a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do
trabalho (SIPAT). (ROSSETE, 2008)

De acordo com Araújo (2002), cabe ao empregador proporcionar aos membros da


CIPA os meios necessários ao desempenho de suas atribuições, garantindo tempo suficiente
para a realização das tarefas constantes do plano de trabalho. Cabe aos empregados participar
da eleição de seus representantes, colaborar com a gestão da CIPA, indicar a CIPA, ao
SESMT e ao empregador situações de riscos, apresentar melhora das condições de trabalho;
observar e aplicar no ambiente de trabalho as recomendações quanto a prevenção de acidentes
e doenças decorrentes do trabalho
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A CIPA deve manter reuniões mensais. Uma reunião será extraordinária se ocorrer
casos de acidentes de trabalho ou denúncia de risco grave e iminente, ou ainda, por solicitação
expressa de uma das representações. (MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO, 2011)

Fantazzini (2009) observa alguns itens importantes ao funcionamento da CIPA como


as reuniões ordinárias que deverão ocorrer mensalmente e de acordo com o calendário
preestabelecido, essas reuniões devem ser realizadas durante o expediente normal da empresa
e em local apropriado e terão atas assinadas pelos presentes com encaminhamento de cópias
para todos os membros. Estas mesmas atas ficarão no estabelecimento à disposição dos
Agentes da Inspeção do Trabalho. Deverão ocorrer ainda Reuniões extraordinárias quando
houver denúncia de situação de risco grave que determine aplicação de medidas corretivas de
emergência; ocorrer acidente do trabalho grave ou fatal ou se houver solicitação expressa de
uma das representações. As decisões da CIPA serão preferencialmente por consenso.

Quando não houver consenso ou caso seja frustradas as tentativas de negociação direta
ou com mediação, será solicitado um processo de votação, onde registra-se a ocorrência na ata
da reunião e caberá pedido de reconsideração das decisões da CIPA, mediante um
requerimento justificado. O pedido de reconsideração será apresentado à CIPA até a próxima
reunião ordinária, quando será analisado, e o Presidente e Vice-Presidente deverão efetivar os
encaminhamentos necessários. (SAAD, 2009)

Caso e membro titular falte a mais de quatro reuniões ordinárias sem justificativa, ele
deverá ser substituído por suplente e se houver afastamento definitivo do presidente, o
empregador indicará o substituto, em dois dias úteis, preferencialmente entre os membros da
CIPA e no caso de afastamento definitivo do vice-presidente, os membros titulares da
representação dos empregados, escolherão o substituto, entre seus titulares, em dois dias úteis.
(MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO, 2011)

Sobre o funcionamento da CIPA, Araújo (2002) diz que no início do mandato, o


calendário de reuniões ordinárias deve ser estabelecido, com a data, horário e locais onde
estas reuniões irão ocorrer. Recomenda-se que o secretário envie um comunicado a todos os
membros da CIPA lembrando as reuniões ordinárias. A CIPA deverá seguir esse calendário,
porque a situação pode gerar autuações, caso a fiscalização comparecer ao estabelecimento na
hora marcada e verificar que não haverá reunião. As reuniões ordinárias não poderão ser
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realizadas fora do expediente de trabalho dos membros da CIPA, ou seja, obrigatoriamente


deverão ser realizadas no expediente normal da empresa.

Ainda segundo Araújo (2002), Caso a reunião ocorra fora do horário de trabalho do
empregado membro da CIPA, o tempo da reunião deve ser considerado como de trabalho
efetivo. O local da reunião deverá abrigar os membros da CIPA de forma adequada, ou seja,
as instalações devem ser apropriadas para a realização de uma reunião. O secretário poderá
ficar responsável por coletar as assinaturas de todos os membros que participaram da reunião
e deverá também encaminhar uma cópia desta ata a todos os membros. O objetivo desse
procedimento é permitir que todos avaliem a ata e para que não falte nenhum detalhe do que
foi discutido na reunião.

A Norma Regulamentadora 5 orienta as empresas a promover treinamentos específicos


para os membros que participam da CIPA, titulares e suplentes, antes da posse. Em primeiro
mandato esse treinamento deverá ser realizado no prazo máximo de trinta dias, contados a
partir da data da posse. As empresas que não estão enquadradas na obrigatoriedade da CIPA
devem promover anualmente treinamento para o designado responsável. O treinamento
deverá contemplar alguns itens como estudo do ambiente, condições de trabalho, bem como
dos riscos originados do processo produtivo e outros assuntos necessários ao exercício das
atribuições da Comissão. (MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO, 2011)

Destacando ainda sobre o treinamento, Araújo (2002) diz que este terá carga horária
de vinte horas, distribuídas em no máximo oito horas diárias e será realizado durante o
expediente normal da empresa, o treinamento poderá ser ministrado pelo SESMT (Serviço
Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho) da empresa ou por
profissional que possua conhecimentos sobre os temas ministrados. (ARAÚJO, 2002)

Rossete (2008) destaca algumas vantagens provenientes do treinamento, tais como:


preservação da vida do trabalhador; promoção da saúde; redução do índice de doenças
ocupacionais; motivação dos funcionários; aumento da produtividade; redução de custos;
bem-estar no ambiente de trabalho; conscientização e mobilização dos funcionários acerca da
importância da segurança e saúde no trabalho. O treinamento terá carga horária de vinte
horas, distribuídas em no máximo oito horas diárias e será realizado durante o expediente
normal da empresa e poderá ser ministrado pelo SESMT da empresa, entidade patronal ou
entidade de trabalhadores.
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A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes está cada vez mais presente na vida
das empresas, fazendo a diferença e tendo maior liberdade para tornar o local de trabalho cada
vez mais seguro, através de palestras e treinamentos corretos dos equipamentos de segurança
coletivos e individuais, reduzindo assim os riscos no trabalho, fazendo com que o trabalhador
se sinta seguro, confiante e tenha maior qualidade de vida. (ARAÚJO, 2002)

4 Metodologia
A pesquisa realizada neste trabalho pode ser classificada como exploratória e
descritiva. Exploratória, pois de acordo com Gil (2008) proporciona maior familiaridade com
o problema (explicitá-lo). Pode envolver levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas
experientes no assunto pesquisado. Geralmente, assume a forma de pesquisa bibliográfica e
estudo de caso; e descritiva por descrever as características de determinadas situações. Uma
de suas peculiaridades está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais
como o questionário e a observação sistemática.
Quanto aos procedimentos técnicos, utilizou-se pesquisa bibliográfica, desenvolvida
com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros acadêmicos e artigos
científicos. Também foi utilizado estudo de campo, que procura o aprofundamento de uma
realidade específica. É basicamente realizada por meio da observação direta das atividades do
grupo estudado e de entrevistas com informantes para captar as explicações e interpretações
do ocorrem naquela realidade. (GIL, 2008)
Para o estudo de campo foi utilizado um questionário com dez perguntas abertas
elaboradas pelas integrantes do grupo. O questionário foi aplicado à Técnica de Segurança do
Trabalho da empresa, que é responsável pela CIPA.

4.1 Análise e Discussão dos Resultados

Nesse trabalho analisou-se o papel da CIPA na segurança do trabalho onde retratamos


e analisamos a empresa Supermercados Carone. Para a análise foi utilizado estudo de campo
com perguntas abertas conferidas no (anexo A) elaborado pelas integrantes do grupo,
perguntas que foram feitas à Técnica de Segurança do Trabalho da empresa. A mesma
respondeu as perguntas referente utilização da CIPA na empresa.
Em 1992, após a inauguração da loja Carone de Coqueiral de Itaparica, devido ao
crescimento do quadro de funcionários, houve a necessidade de implantação da CIPA
(Comissão interna de prevenção de Acidentes) na empresa, e com ela passou-se a utilizar
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vários programas de saúde e segurança do trabalho, entre eles o PPRA, PCMSO,


Treinamentos na admissão, Treinamentos anuais de ergonomia, SIPAT e campanha DST-
Aids. Esses programas são disponibilizados a todos os funcionários de acordo com o cargo
exercido.
Apesar de alguns funcionários participarem dos programas somente porque fazem
parte das normas de saúde e segurança do trabalho, a maioria aprova e aprecia sua utilização,
pois além de ajuda-los a prevenir acidentes, ainda contribui para o conhecimento pessoal.
A empresa conta com uma equipe de segurança do trabalho, que é composta por uma
engenheira, uma coordenadora e duas técnicas de segurança do trabalho, responsáveis pelas
13 unidades, que possui um total de três mil funcionários. Há também inspeções diárias de
segurança, assim como mapa de risco em todas as áreas da empresa.
Quanto à composição da CIPA, a empresa segue as exigências conforme estabelecidas
na NR 5. São fornecidos uma série de treinamentos para os integrantes da CIPA, entre eles
noção de combate a incêndio, noção de primeiros socorros e noções básicas de segurança do
trabalho.
No que diz respeito à estrutura física e funcional, a empresa apontou que possui uma
sala onde normalmente são realizadas as reuniões da CIPA e tenta manter os funcionários
eleitos distribuídos em diversos setores e horários. Esta iniciativa é muito positiva, visto que
pela NR5 não há esta recomendação, porém com a presença de um membro nos diversos
setores e horários, fica facilitado o levantamento dos locais de risco e alternativas para saná-
los.
As reuniões da CIPA acontecem mensalmente em cada unidade e em caso de acidente
ou solicitação de ambas as partes acontecem às reuniões extraordinárias. Os assuntos
discutidos com maior frequência nas reuniões da CIPA são relacionados à infraestrutura
oferecida pela empresa.
As sugestões e solicitações dos funcionários são passadas para os membros eleitos da
CIPA, que durante as reuniões, repassam para a Técnica de Segurança do trabalho que, por
sua vez, ouve atentamente e descreve em ata todas as informações. Posteriormente, essas
informações são repassadas para a diretoria, que fará uma avaliação do que foi solicitado e
decidirá se serão atendidas de acordo com a necessidade.

5 Conclusão
Nesse artigo foi possível analisar as principais funções da CIPA, que tem como
objetivo observar e relatar as condições de risco nos ambientes de trabalho e providenciar
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medidas para reduzir ou até eliminar os riscos existentes, para isso o Carone conta com uma
equipe que é treinada e preparada constantemente.
Considerando o resultado da pesquisa bibliográfica aliada à pesquisa de campo,
conclui-se que a CIPA é de fato indispensável para uma empresa que visa o crescimento,
fornecendo aos seus colaboradores um ambiente adequado para realização de suas funções.
A empresa pesquisada mostrou ser conhecedora das cláusulas da NR - 5 e seu setor de
Segurança do Trabalho, em conjunto com a CIPA, busca aplicar rigorosamente as exigências
contidas na legislação. Assim, possuem um índice mínimo de acidentes ou doenças do
trabalho de seus colaboradores. Na empresa estudada verificou-se que também são
implantados alguns programas de saúde ocupacional, entre eles o PPRA (Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais) e o PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional), sugere-se o estudo desses para um entendimento mais abrangente da saúde e
segurança do trabalho nas empresas.
A empresa estudada considera ainda de grande importância à utilização da CIPA, pois,
desde sua implantação, os índices de acidente diminuíram consideravelmente. Além disso, a
empresa acredita que com a CIPA, contam com funcionários conscientes, bem informados,
que se auxiliam e se fiscalizam mutuamente, tornado um espaço de trabalho exemplar para as
demais empresas e seguro para todos.

Referências

ARAÚJO, G. M. Normas Regulamentadoras Comentadas. 3°ed. Rio de Janeiro: GVC,


2002.

ARAÚJO, L. C. G.; GARCIA A. G. Gestão de Pessoas: Estratégias e Integração


Organizacional. 2° ed. São Paulo: Atlas, 2009.

CARVALHO, A. V. Administração de Recursos Humanos. 2° ed. São Paulo: Cengage


Learning, 2012.

DECENZO, D. A. Administração de Recursos Humanos. 6° ed. Rio de Janeiro: LTC, 2001.

DESSLER, G. Administração de Recursos Humanos. 2° ed. São Paulo: Prentice Hall, 2003.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2008

MARRAS, J. P. Administração de Recursos Humanos: Do operacional ao estratégico. 4°


ed. São Paulo: Futura, 2001.
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MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. NR 5 – Comissão Interna de Prevenção de


Acidentes. Portaria SIT n.º 247, de 12 de julho de 2011. Disponível em:
<http://portal.mte.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR5.pdf> Acesso em: 01/10/2015

ROSSETE, C. A. Segurança e Higiene do trabalho. São Paulo: Pearson Educai-o do Brasil,


2014.

SAAD, E. G. CLT Comentada. 42°ed. Rio de Janeiro: LTr, 2009.

FANTAZZINI, M. L. Manual do aluno: treinamento para membros da CIPA. Serviço Social


da Indústria. Departamento Nacional. Brasília: SESI/SN, 2009.

(ANEXO A)

Questionário:

1) Quais os programas de saúde e segurança do trabalho são utilizados na empresa atualmente?


2) Como esses programas são vistos pelos funcionários?
3) Quais tipos de treinamentos são fornecidos para os integrantes da CIPA?
4) Como é feita a eleição da CIPA na empresa?
5) Como são feitas e com que frequência ocorrem as reuniões da CIPA?
6) Quais os assuntos que são discutidos com mais constância?
7) As sugestões dos funcionários são aceitas com facilidade?
8) Em uma situação de acidente, como a CIPA tem se sobressaído?
9) Quais mudanças ocorreram na empresa após a implantação da CIPA?
10) Como é feito o monitoramento na organização pela CIPA?

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