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Não é o crítico que importa, nem aquele que aponta como o homem forte tro-

peça, ou onde o realizador das proezas poderia ter feito melhor.

O crédito pertence ao homem que está de fato na arena, cuja face está man-
chada de poeira, suor e sangue; que luta valentemente; que erra, que “quase chega
lá” repetidamente, porque não há nenhum esforço sem erros e falhas; que realmente
se esforça para fazer as obras; que conhece o grande entusiasmo, grandes devo-
ções; que se entrega a uma causa nobre; que, no melhor dos casos, conhece, ao
final, o triunfo da grande conquista e que, no pior dos casos, se falhar, ao menos
falha ousando com grandeza, de modo que o seu lugar jamais será entre as almas
frias e tímidas, que não conhecem nem a vitória, nem a derrota.

Trecho do discurso “Cidadania em uma República” (ou “O Homem


na Arena”), proferido na Sorbonne por Theodore Roosevelt, em
23 de abril de 1910.

Continue sempre ousando com grandeza.


Continue sempre acreditando em você mesmo, ignorando as críticas de quem não
tem coragem de entrar na arena de batalha.
Continue sendo imparável.
A vitória virá.
Dicas de Restaurantes

Locais próximos para alimentação:

Restaurante Açaí – 20 m Praça de Alimentação


Shopping Pátio Belém – 700 m

Restaurante Alvorada – 110 m


Programação

• 08:00 • 08:20 | Abertura com Gabriel Granjeiro e Rodrigo Calado

• 08:20 • 09:05 | Direito Constitucional • Aragonê Fernandes 07

• 09:05 • 09:45 | Legislação Específica • Gilcimar Rodrigues 09

• 09:45 • 10:05 | Intervalo

• 10:05 • 10:45 | Direito Civil • Raquel Bueno 13

• 10:45 • 11:25 | Direito Processual Civil • Raquel Bueno 16

• 11:25 • 11:55 | Direitos da Pessoa com Deficiência • Gustavo Scatolino 20

• 11:55 • 12:35 | Direito Administrativo • Gustavo Scatolino 25

• 12:35 • 13:55 | Almoço

• 13:55 • 14:35 | Gramática • Elias Santana 32

• 14:35 • 15:15 | Direito Penal • Érico Palazzo 35

• 15:15 • 15:55 | Direito Processual Penal • Geilza Diniz 38

• 15:55 • 16:15 | Intervalo

• 16:15 • 16:35 | Técnicas de Estudo • Fernando Mesquita

• 16:35 • 17:15 | Texto e Redação Discursiva • Tereza Cavalcanti 42

• 17:15 • 18:15 | Adm. Pública e do Poder Judiciário • Renato Lacerda 47

• 18:15 • 18:45 | Ética no Serviço Público • Rebecca Guimarães 65

• 18:45 • 18:50 | Sorteio + Encerramento com Gabriel Granjeiro e Rodrigo Calado


INTRODUÇÃO
BEM-VINDO ao AULÃO GRAN DICAS para Analista Judiciário
e Oficial de Justiça, em Belém!
“Realizar a justiça por meio da efetiva prestação jurisdicional, com vistas
ao fortalecimento do Estado Democrático de Direito.”
– Missão do TJ-PA

Muito, muito obrigado por ter escolhido o Gran Cursos Online para fazer sua
revisão de véspera rumo à conquista do cargo de Analista Judiciário – Especialidade
Direito (Cargo 6) e Oficial de Justiça Avaliador (Cargo 11) do Tribunal de Justiça do
Estado do Pará, cuja visão é “ser reconhecido pela sociedade como instituição aces-
Gabriel Granjeiro sível e confiável, voltada à pacificação social”, tendo como valores: acessibilidade,
Presidente credibilidade, probidade, eficiência, ética, participação, transparência, humanização
no atendimento e responsabilidade socioambiental.
Sobre o autor: A proposta do nosso aulão é a de revisar os principais e mais importantes tópicos,
Empreendedor apaixonado conteúdos, do edital do seu certame e assegurar, com isso, o fazimento de uma exce-
pelo ensino a distância. lente prova. É nosso propósito, também, passar valiosas dicas, detalhes, bizus que pode-
Começou a atuar na área rão garantir preciosos pontos e assim fazer a diferença entre a aprovação e a reprovação,
de concursos aos 14 anos com a sonhada classificação no concurso organizado pelo Cebraspe (CESPE/UnB).
de idade. Escalamos para este evento um time de excelentes professores, a elite do Gran
Fundador e Cursos Online, grandes mestres especialistas nas suas áreas de atuação e de docên-
Diretor-Presidente do cia. Só feras com a única e exclusiva missão de tentar acertar o que será cobrado na
Gran Cursos Online e da prova, como muito já ocorrera em outros eventos realizados pelo GRAN em várias
GG Educacional. capitais e grandes cidades do nosso grandioso País.
Aconselhamos que, humildemente, ouça tudo, registre tudo, não perca nenhuma
dica, nenhuma sugestão dos nossos professores. Aproveite o momento, curta a ener-
gia do evento, ganhe força, motivação e confiança para ser merecedor(a) de uma das vagas em disputa. Lembre-
-se, por oportuno, de que a aprovação é resultado de preparação adequada, renúncias, disciplina, foco, dedica-
ção, tática de saber fazer a prova, paciência e pensamento positivo.

“Aqueles que semeiam com lágrimas, com cantos de alegria colherão.”


Salmos 126:5

GRAN sucesso e conte conosco!


OS QUE COM LÁGRIMAS SEMEIAM ARTIGO
COM ALEGRIA COLHERÃO
POR GABRIEL GRANJEIRO
MOTIVACIONAL
“Quem quer colher rosas deve suportar os espinhos.”
– Provérbio chinês

Algumas das decisões mais importantes da vida são tomadas


em momentos difíceis, quando não há muitas opções nem tempo para
reflexão e é impossível prever o desfecho do que estamos prestes a fazer.
Mas, então, lembramos do Salmista e seguimos andando – com um rio
de lágrimas nos olhos e sangue nas veias –, carregando feixes de boas
sementes para, mais tarde, em júbilo, colher fardos e fardos de bons frutos.

Você não pode ficar pensando para sempre, futuro servidor


do TJ-PA. Cedo ou tarde, terá de tomar suas decisões. Eu, jovem
“Aqueles que semeiam com
empreendedor que sou, tomo as minhas o tempo todo. Algumas
lágrimas, com cantos de alegria
delas não são perfeitas e talvez nem sejam as mais apropriadas.
colherão.” (Salmo 126:5)
Entretanto, penso que é melhor eu fazer logo minha escolha, ainda
que imperfeita, do que continuar buscando, procurando, caçando uma
decisão perfeita que talvez eu nunca encontre. Em outras palavras, penso que temos mesmo é de agir. E, se você está
aqui hoje em nosso Gran Dicas, é porque você decidiu tomar uma decisão. Você quer mudar de vida. Você merece.

Conheço muita gente para quem a grama do vizinho parece Uma pessoa feliz é aquela que,
sempre mais verde. São pessoas que imaginam que os outros não tendo aprendido a cultivar em solo
enfrentam problema nenhum; ao contrário, vivem felizes e contentes. rochoso ou arenoso, consegue
Quanta cegueira! Quanta imaginação equivocada! A alegria, caro leitor, extrair dali belos frutos.
é uma conquista; não o reflexo de uma vida isenta de problemas. Aliás,
em bom português, uma vida sem problemas não passa de mito. Se alguém não enfrenta dificuldades de vez
em quando, é porque não vive. Uma vida feliz é fruto do que foi cultivado em meio às adversidades, ao caos, às
turbulências… aos problemas.

Uma pessoa feliz é aquela que, tendo aprendido a cultivar em solo rochoso ou arenoso, consegue extrair dali
belos frutos. Alegria é, acredite, uma planta que cresce em terreno difícil. Dito de outra forma, a vida é um composto
feito ora de momentos de sofrimento e amargor, ora de momentos de puro deleite. Assim como não há vida só de
tristezas, também não há vida só de alegrias. Nosso caminho será sempre permeado de pedras e de flores.

Sabendo disso, precisamos nos fortalecer na bonança e nos


Sou da opinião de que é preferível
sonhar com a felicidade que um dia preparar para as situações de tristeza e crise, pois, afinal, é nelas
podemos ter a chorar por aquela que temos de tomar algumas decisões bem importantes. Se não
que perdemos. estivermos preparados, corremos o risco de entrar em desespero
e desistir. Pior ainda: podemos simplesmente nos acomodar ao
sofrimento, permanecendo infelizes mesmo depois da solução dos problemas. É preciso fazer diferente. O melhor
é enfrentar as dificuldades com determinação, crendo na vitória, desafiando os pessimistas que nos rodeiam e
esperando a felicidade como recompensa. Sou da opinião de que é preferível sonhar com a felicidade que um
dia podemos ter a chorar por aquela que perdemos.

O júbilo é uma dádiva que só vem depois do trabalho duro, do acordar cedo, do cultivar a lavoura, do
preparar-se adequadamente, de enfrentar dias cansativos de batalha, como a nossa revisão de véspera. No
caminho, o agricultor terá de lidar com ervas daninhas, pragas, variações climáticas, terrenos minados, a inveja
do concorrente; ou seja, com todo tipo de ameaça e peste. Para piorar, é muito comum que, nessas horas, ele
esteja só. Nesses momentos, o filho chora, e a mãe não vê. Mas também é nesses momentos que o menino vai
se transformando em homem.
Andar e semear com lágrimas é possivelmente passar fome
É ter consciência de que a vida
hoje para ter o que comer amanhã. É levantar-se de madrugada,
é feita de sombra e luz, de vales
contra a própria vontade e ignorando as queixas do corpo cansado,
e montanhas, de tempestades e
bonança, de lágrimas e sorrisos, para estudar, trabalhar ou simplesmente preparar a marmita do dia.
de medo e paz, de insônia e É ter consciência de que a vida é feita de sombra e luz, de vales
relaxamento, de derrotas e vitórias, e montanhas, de tempestades e bonança, de lágrimas e sorrisos,
de frustrações e realizações, de de medo e paz, de insônia e relaxamento, de derrotas e vitórias, de
aprovações e reprovações. frustrações e realizações, de aprovações e reprovações.

Ninguém consegue chegar ao destino se não fizer a viagem,


meu amigo, minha amiga. E qualquer viagem impõe alguma dificuldade ou algum esforço. Nem eu nem você
conquistaremos vitórias significativas enquanto não tivermos aprendido a lidar com essa dura realidade. É por
isso que sempre repetimos, neste espaço, que nenhum concurseiro passará em um bom concurso público
enquanto não aprender a dizer não, a recusar alguns convites, a renunciar a alguns prazeres. Sem plantar, o
agricultor não colhe. Sem escalar, o alpinista não chega ao topo da montanha. Tudo envolve suor e ação. Tudo
envolve vontade para superar o cansaço e determinação para seguir após os inevitáveis tropeços.

Semear com vontade de chorar ou já banhado em lágrimas Fica o alerta, futuro servidor: não
é fazê-lo com a certeza de que não há missão impossível, mas importa quanto tempo leve para
missão dada. E missão dada é missão cumprida. Lágrimas são o sua lavoura dar frutos; importa
soro da alma e a linguagem do coração. Claro, não devemos fazer que ela os dará. É com a faca nos
tudo chorando. Seria melancólico demais. Tampouco devemos fazer dentes, sangue nos olhos e paz de
tudo sorrindo. Seria monótono. O ideal é o equilíbrio entre lágrimas espírito que se conquista um cargo
e sorrisos. O equilíbrio mostra à alma como é o mundo de verdade. público ou qualquer outro objetivo.

Se a semeadura é imprescindível para a colheita, tente selecionar as melhores sementes e escolher o


melhor lugar para plantá-las, mas não ignore o fato de que tempestades e pragas são inevitáveis. Pense que,
ao menos, elas são previsíveis. O que você fará com a informação de que elas estão prestes a ocorrer será o
seu grande diferencial. Fica o alerta, futuro servidor: não importa quanto tempo leve para sua lavoura dar frutos;
importa que ela os dará. É com faca nos dentes, sangue nos olhos e paz de espírito que se conquista um cargo
público ou qualquer outro objetivo.

Concurseiro, entenda que haverá momentos, em sua trajetória rumo ao serviço público, em que o valor
do conhecimento será infinitamente menor que o da perseverança. Perseverar é continuar mesmo cansado
e com dor em todos os ossos do corpo; é seguir, ainda que chorando. Você pode, sim, chorar, mas continue
caminhando. Saiba que o choro poderá durar a noite toda, mas a alegria o acalentará pela manhã. A dureza da
preparação é temporária, mas o cargo é permanente.

Dê o seu melhor amanhã, por mais que você tenha vivenciado momentos de tristeza e dificuldade
recentemente. 

A colheita – cheia de alegria – virá.

Se você concorda com o teor desta mensagem, registre nos comentários: “Semearei com alegria!”.

“A vida é fruto da decisão de cada momento.


Talvez seja por isso que a ideia de plantio seja tão reveladora sobre a arte de viver.” 
Padre Fábio de Melo
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aragonê Fernandes

Aragonê Fernandes
Juiz de Direito do TJDFT; ex-Promotor de Justiça do MPDF; ex-Assessor de Ministros do STJ; ex-Analista
do STF; aprovado em vários concursos públicos. Professor de Direito Constitucional do Gran Cursos Online.

DIREITO CONSTITUCIONAL

1 Aplicabilidade das normas constitucionais. 1.1 2. (SEFAZ-RS/2019) Acerca das ações constitucio-
Normas de eficácia plena, contida e limitada. 1.2 nais, assinale a opção correta.
Normas programáticas. 2 Constituição da República a. Mandado de injunção destina-se a regulamentar
Federativa do Brasil de 1988. 2.1 Princípios fundamen- normas constitucionais de eficácia contida e de
tais. 2.2 Direitos e garantias fundamentais. 2.3 Organi- eficácia limitada.
zação político-administrativa do Estado. 2.3.1 Estado b. Ação popular pode ser ajuizada por pessoa físi-
federal brasileiro, União, estados, Distrito Federal, ca ou jurídica, podendo figurar como réus a admi-
nistração pública e pessoa física ou jurídica que
municípios e territórios. 2.4 Poder Executivo. 2.4.1 Atri-
tenha causado danos ao meio ambiente e(ou) ao
buições e responsabilidades do presidente da Repú-
patrimônio público, histórico e cultural.
blica. 2.5 Poder Legislativo. 2.5.1 Estrutura. 2.5.2 Fun-
c. Nas ações de habeas corpus, o juiz está adstrito à
cionamento e atribuições. 2.5.3 Processo legislativo.
causa de pedir e aos pedidos formulados.
2.5.4 Fiscalização contábil, financeira e orçamentária. d. Mandado de segurança coletivo pode ser impetra-
2.5.5 Comissões parlamentares de inquérito. 2.6 Poder do por partido político legalmente constituído e em
Judiciário. 2.6.1 Disposições gerais. 2.6.2 Órgãos do funcionamento há pelo menos um ano.
poder Judiciário. 2.6.2.1 Organização e competências, e. Habeas data pode ser impetrado tanto por pessoa
Conselho Nacional de Justiça. 2.7 Funções essenciais física, brasileira ou estrangeira, quanto por pessoa
à justiça. jurídica, sendo uma ação isenta de custas.

1. (CGE-CE/2019) A respeito das garantias e dos di- 3. (SEFAZ-RS/2019) Felipe é brasileiro naturalizado
reitos constitucionalmente previstos, assinale a opção e foi morar no Japão, onde se casou com Júlia, uma
correta. mexicana. Quando Júlia estava a serviço de seu país,
a. Os estrangeiros de qualquer nacionalidade, resi- na Alemanha, nasceu Alberto, filho do casal, que não
dentes no Brasil há mais de quinze anos ininter- foi registrado no consulado brasileiro nem no mexica-
ruptos e sem condenação penal equiparam-se aos no. Aos vinte anos de idade, Alberto veio para o Brasil,
brasileiros naturalizados, ainda que não requeiram onde instaurou residência e, ato contínuo, optou pela
a nacionalidade brasileira. nacionalidade brasileira.
b. A criação de associações e de cooperativas de-
Nessa situação hipotética, no que diz respeito à nacio-
pende de autorização na forma da lei. 
nalidade, a CF estabelece que Alberto
c. A manifestação de pensamento é livre, porém é
a. é alemão e brasileiro, tendo obrigatoriamente du-
vedado o anonimato, resguardando-se o sigilo da
pla nacionalidade.
fonte quando se tratar de matéria jornalística.
b. é brasileiro naturalizado.
d. A defesa do consumidor, patrocinada pelo Estado,
c. é brasileiro nato.
é disposta em lei complementar.
d. não pode optar pela nacionalidade brasileira por
e. O rol dos direitos e das garantias fundamentais se
não estar residindo, sem condenação penal, há
esgota nos direitos e deveres individuais, na na-
mais de quinze anos ininterruptos no Brasil.
cionalidade e nos direitos políticos.
e. é alemão, brasileiro e mexicano, tendo obrigatoria-
mente cidadania múltipla.

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DIREITO CONSTITUCIONAL
Aragonê Fernandes

4. (TCE-RO/2019) A fim de sanar problemas sociais 6. (TCE-RO/2019) Considerando as disposições da


relacionados à violência no campo, o presidente da Re- CF e o entendimento do STF acerca dos tribunais de
pública apresentou proposta de emenda constitucional contas, julgue os itens a seguir.
para modificar as regras sobre desapropriação para
fins de reforma agrária. Após a aprovação da proposta I – É possível a extinção de tribunal de contas dos
na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, em municípios mediante promulgação de emenda
dois turnos e por um terço dos votos dos respectivos à Constituição estadual.
membros em ambas as casas, o projeto seguiu para II – É vedado aos tribunais de contas sustar dire-
tamente procedimento licitatório realizado pelo
sanção do presidente. Depois de analisar a proposta,
Poder Executivo.
o presidente vetou-a parcialmente por razões de inte-
III – É possível a criação de tribunal de contas mu-
resse público, enviando-a, em seguida, para a devida
nicipal, desde que seja observado o princípio
publicação.
da simetria.
Considerando-se essa situação hipotética e as dispo- IV – É vedado aos tribunais de contas requisitar
sições da CF, é correto afirmar que tal emenda consti- documentos relativos a operações que envol-
tucional é vam recursos públicos, uma vez que esse tipo
a. inconstitucional, pois o presidente da República de documento é protegido pelo sigilo bancário.
não pode apresentar proposta de emenda cons-
titucional. Assinale a opção correta.
b. constitucional, pois o devido processo legislativo a. Apenas o item I está certo.
foi observado pelo Congresso Nacional e pelo pre- b. Apenas o item II está certo.
sidente da República. c. Apenas os itens I, III e IV estão certos.
c. inconstitucional, pois os limites formais aplicáveis d. Apenas os itens II, III e IV estão certos. 
ao processo de reforma constitucional não foram e. Todos os itens estão certos.
observados.
d. constitucional, pois ao referido processo de refor-
7. (PGM-JOÃO PESSOA/2018) Com base na CF, as-
ma constitucional são aplicáveis limites circuns-
sinale a opção correta, acerca das funções essenciais
tanciais, que foram observados.
à justiça.
e. inconstitucional, pois a desapropriação para fins
a. Os membros da Defensoria Pública e do Ministério
de reforma agrária caracteriza-se como cláu-
Público gozam de vitaliciedade após dois anos de
sula pétrea.
exercício da função, não podendo perder o cargo
senão por sentença judicial transitada em julgado.
5. (PGM-JOÃO PESSOA/2019) Conforme o entendi-
b. A unidade, a indivisibilidade e a independência
mento do STF e a legislação pertinente, a função consti-
funcional são princípios institucionais do Ministé-
tucional atribuída ao Conselho Nacional de Justiça inclui rio Público, da Defensoria Pública e da Advoca-
a. o controle interno da atuação administrativa, finan- cia Pública.
ceira e disciplinar do Poder Judiciário. c. O advogado-geral da União, chefe da Advocacia
b. o controle de legalidade de atos normativos pra- Geral da União, é selecionado entre integran-
ticados por membros ou órgãos do Poder Judici- tes da carreira maiores de trinta e cinco anos de
ário, o que não implica a possibilidade de afastar, idade e livremente nomeado pelo presidente da
por inconstitucionalidade, a aplicação de lei. República.
c. o recebimento e conhecimento de reclamações d. Às defensorias públicas é assegurada a iniciativa
contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, de leis que tratem da criação e da extinção de car-
assim como o zelo pelo cumprimento dos deveres gos, da remuneração de servidores e da fixação
funcionais dos magistrados, incluídos os do STF. do subsídio dos defensores públicos.
d. a revisão dos atos jurisdicionais dos magistrados e e. Aos membros do Ministério Público, da Defensoria
dos tribunais, exceto os do STF. Pública e da Advocacia Pública é vedado o exercí-
e. a revisão, de ofício ou mediante provocação, a cio de atividade político-partidária.
qualquer tempo, dos processos disciplinares con-
tra serviços auxiliares do Poder Judiciário, serven-
tias e órgãos prestadores de serviços notariais e
de registro.

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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
Gilcimar Rodrigues

Gilcimar Rodrigues
Servidor público do Ministério Público da União, lotado no Conselho Nacional do Ministério Público; professor
em vários cursos preparatórios em Brasília na matéria Legislação Aplicada ao MPU, autor do Livro “Legislação
Aplicada ao MPU Questões Comentadas”, professor com conhecimento das principais bancas examinadoras
de concurso; orientador de métodos, técnicas e procedimentos de estudos.

LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
1. Nos termos do Regimento Interno do Tribunal de ríodo, pelo Tribunal Pleno.
Justiça do Estado do Pará, assinale a alternativa incor- e. Se a nomeação para o cargo de Desembargador
reta. ocorrer durante as férias, o prazo de 30 dias para
a. O Tribunal de Justiça é composto de 30 Desem- posse começará a ser contado do seu retorno
bargadores. ao serviço.
b. Mediante iniciativa do Tribunal Pleno, poderá ser
aumentado o número de Desembargadores. Comentário
c. As promoções para o cargo de Desembargador a. 1/5 das vagas destinadas para MP e Advogados.
serão feitas pelos critérios de merecimento e de b. Art. 6º, § 2º. Se houver empate na antiguidade re-
antiguidade, alternadamente. lativa à última entrância, terá preferência o juiz mais
d. As vagas para Desembargadores reservadas para antigo na carreira.
membros do Ministério Público devem respeitar c. Art. 7, caput. O escrutínio será aberto, e não se-
também os critérios de merecimento e antiguidade.
creto.
e. O Juiz mais antigo somente pode ser recusado
d. Art. 8, caput. O prazo pode ser prorrogado pelo
para promoção por voto fundamentado de dois
Presidente do Tribunal.
terços (2/3) de seus membros.

3. São órgãos que compõem a estrutura do Tribunal


Comentário
de Justiça do Estado do Pará, exceto:
Art. 5º, caput. O cargo de Desembargador será pro-
a. Seção de Direito Público.
vido mediante acesso de Juízes de Direito de últi-
b. Seção de Direito Penal.
ma entrância, pelos critérios de merecimento e de
c. Turmas de Direito Público.
antiguidade, alternadamente, ressalvado o 1/5 (um d. Seção de Direito Civil.
quinto) dos lugares reservados a advogados e e. Tribunal Pleno.
membros do Ministério Público, na forma previs-
ta nas Constituições Federal e Estadual e nor- Comentário
mas vigentes. Art. 3º. Não há Seção de Direito Civil.

2. Sobre provimento e promoção de vagas no âmbito 4. Nos termos do Regimento Interno do Tribunal de Jus-
do Tribunal de Justiça, analise as afirmativas e assina- tiça do Estado do Pará, assinale a alternativa incorreta.
le a alternativa correta. a. O Tribunal de Justiça é composto de 30 Desem-
a. 1/5 das vagas de Desembargadores será destina- bargadores.
da aos membros do Ministério Público, e 1/5 desti- b. O Tribunal Pleno é composto de todos os Desem-
nada a Advogados. bargadores do Tribunal de Justiça do Estado do
b. Se houver empate na promoção por antiguidade Pará e Juízes convocados, enquanto perdurar a
relativa à última entrância, terá preferência o juiz convocação.
mais idoso. c. Para que se iniciem os trabalhos do Tribunal Ple-
c. No caso de vaga destinada ao Ministério Público, no, deve estar presente, no mínimo, a maioria re-
esse deverá elaborar lista sêxtupla, a qual será re- lativa de seus membros, sendo exigida, no entan-
duzida em lista tríplice, em escrutínio secreto por to, para julgamento, a maioria absoluta.
maioria absoluta de votos. d. Para a composição de quorum, poderá ser feita
d. O prazo para a posse é de 30 dias, contados da a convocação de Desembargadores, ainda que
data da publicação do ato de nomeação no Diário afastados em virtude de licenças, férias e a servi-
da Justiça, podendo ser prorrogado, por igual pe- ço da Justiça Eleitoral.

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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
Gilcimar Rodrigues

e. Os Juízes convocados funcionarão nas sessões 7. Compete ao Vice-Presidente do Tribunal, exceto:


do Tribunal Pleno apenas nos processos sobre a. tomar aparte no julgamento das causas em cujos
matéria judiciária, na qualidade de relator ou de autos, antes de empossado no cargo de Vice-
revisor, quando houver. -Presidente, houver aposto seu visto como relator
ou revisor.
Comentário: b. decidir, por delegação do Presidente, a admissibi-
Art. 18, § 1º. O Tribunal Pleno funcionará com a lidade dos recursos dirigidos ao Superior Tribunal
maioria absoluta de seus membros. de Justiça.
c. delegar, quando conveniente, atribuições aos ser-
vidores do Tribunal.
5. Nos termos do Regimento Interno do Tribunal de
d. mediante delegação do Presidente, presidir a Co-
Justiça do Estado do Pará, assinale a alternativa incor-
missão de Concurso de Juiz Substituto.
reta.
e. levar ao Tribunal Pleno, por delegação do Presi-
a. O Tribunal de Justiça é composto de 30 Desem-
dente, as impugnações sobre os provimentos e
bargadores e demais órgãos de julgamento.
demais atos previstos na legislação processual.
b. O Tribunal Pleno reunir-se-á às quartas-feiras,
apreciando apenas as questões judiciais, devendo
Comentário:
as questões administrativas serem objetos de ses-
sões previamente marcadas em horário diverso. Art. 36, XXII. Competência do Presidente.
c. a Seção Penal, a Primeira Turma de Direito Públi-
co, a Segunda Turma de Direito Público e a Pri- 8. Compete ao Presidente do Tribunal, exceto:
meira Turma de Direito Privado terão sessões às a. convocar as sessões extraordinárias do Tribunal
segundas-feiras. Pleno e do Conselho de Magistratura.
d. A Seção de Direito Privado e a Terceira Turma de b. organizar anualmente a lista de antiguidade dos
Direito Penal terão sessões às quintas-feiras. magistrados por ordem decrescente na entrância
e. A Seção de Direito Público, a primeira e a segun- e na carreira, apresentando-a ao Tribunal Pleno
da Turma de Direito Penal e a segunda Turma de para homologação.
Direito Privado terão sessões às terças-feiras. c. conceder férias e licenças aos Desembargadores
e Juízes de Direito.
Comentário: d. autorizar a transferência de Desembargadores
entre Seções ou Turmas, ad referendum do Tri-
Art. 19, caput. O Tribunal Pleno reunir-se-á às quar-
bunal Pleno.
tas-feiras, apreciando tanto as questões administra-
e. superintender a distribuição dos feitos de com-
tivas quanto as judiciais.
petência dos órgãos de julgamento do Tribunal
de Justiça.
6. Compete ao Presidente do Tribunal, exceto:
a. presidir as sessões do Tribunal Pleno e do Conse-
Comentário
lho de Magistratura;
Art. 37, II. Competência do Vice-Presidente.
b. conceder prorrogação de prazo para os Juízes as-
sumirem seus cargos em casos de remoção, no-
meação ou promoção. 9. No tocante às Corregedorias, julgue os itens que
c. impor multas disciplinares. se seguem e assinale a alternativa correta.
d. apreciar os relatórios dos Juízes de Direito.
e. convocar as sessões extraordinárias do Tribunal I – A Corregedoria-Geral de Justiça tem funções
Pleno e do Conselho de Magistratura. administrativas, de orientação, fiscalização e
disciplinares.
Comentário: II – Os Juízes Corregedores são escolhidos entre
os Juízes de Direito de última entrância.
Art. 40, V. Competência do Corregedor de Justiça.
III – A designação dos Juízes Corregedores será
por tempo indeterminado.
IV – Os Juízes Corregedores, uma vez designados,
ficam desvinculados do exercício de suas varas.

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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
Gilcimar Rodrigues

a. Todas as sentenças estão corretas. Comentário


b. Apenas I e II estão corretas. I – art. 40, IX.
c. Apenas II e III estão corretas. II – art. 40, XIII.
d. Apenas I, II e IV estão corretas. III – art. 36, XXXI.
e. Todas as sentenças estão incorretas. IV – art. 37, I.
V – art. 36, XXVII.
Comentário
I – Correta. 12. No tocante à ordem dos processos no Tribunal, as-
II – Correta. sinale a alternativa incorreta.
III – Incorreta: Art. 39, § 2º. A designação dos Juízes a. O Relator deverá negar provimento ao recurso
Corregedores terá tempo determinado. contrário a entendimento firmado em incidente de
IV – Correta. resolução de demandas repetitivas ou de assun-
ção de competência.
10. Compete aos Corregedores de Justiça, exceto: b. Poderá a instrução prosseguir sem a presença de
a. a correição permanente dos serviços judiciários de uma das partes, quando essa se portar inconve-
1ª instância. nientemente durante os atos instrutórios.
b. elaborar o Regimento Interno da Corregedoria c. Todas as audiências serão públicas.
respectiva e modificá-lo em ambos os casos, com d. O relator ordenará a soltura do réu preso, quando
aprovação do Conselho de Magistratura. verificar que, pendente recurso por ele interposto,
c. apreciar os relatórios dos Juízes de Direito. já sofreu prisão por tempo igual ao da pena a que
d. autorizar a transferência de Desembargadores foi condenado, sem prejuízo do julgamento.
entre Seções ou Turmas, ad referendum do Tri- e. Compete ao Relator dirigir ao Presidente do Tribu-
bunal Pleno. nal pedido de instauração de Incidente de Resolu-
e. expedir normas referentes aos estágios probató- ção de Demandas Repetitivas.
rios dos Juízes de Direito.
Comentário:
Comentário: Art. 127, Parágrafo único. As audiências serão públi-
Art. 36, VII. Competência do Presidente. cas, salvo nos casos previstos em lei ou quando o
interesse da justiça determinar o contrário.
11. Tendo em vista as atribuições do Presidente, Vice-
-Presidente e Corregedores de Justiça, assinale “1” para 13. Cabe ao Relator do processo, exceto:
competência do Presidente, “2” para competência do Vi- a. resolver as questões incidentes, cuja decisão não
ce-Presidente e “3” para competência dos Corregedores competir ao Tribunal por algum dos seus órgãos.
de Justiça, marcando a sequência correta ao final. b. presidir a todos os atos do processo, exceto os
que se realizam em sessão.
I – ( ) Autorizar os Juízes, em razão de serviço, a c. determinar as diligências necessárias à instrução
requisitarem passagens em aeronave e outros do pedido de Revisão Criminal, quando entender
meios de transporte. que o defeito na instrução não se deve ao próprio
II – ( ) Julgar os recursos das decisões dos Juízes requerente.
referentes a reclamações sobre cobrança de d. negar provimento ao recurso contrário ao acórdão
custas e emolumentos. proferido pelo STF ou STJ no julgamento de recur-
III – ( ) Apreciar os pedidos de aposentadoria e sos repetitivos.
exoneração dos Juízes. e. decidir sobre a admissibilidade dos recursos extra-
IV – ( ) Substituir o Presidente nas suas faltas e im- ordinários, bem como levar ao Tribunal Pleno os
pedimentos eventuais. incidentes que suscitarem.
V – ( ) Justificar as faltas dos Juízes de Direito.
Comentário
a. 2-1-2-3-1 Art. 37, XXV. Competência do Presidente.
b. 3-3-1-2-1
c. 1-2-1-3-2
d. 3-2-2-1-1
e. 3-1-2-1-2

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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
Gilcimar Rodrigues

14. No tocante às Comissões Permanentes do Tribu-


nal, assinale a alternativa incorreta.
a. A Comissão de Concurso para provimento de car-
gos de Juiz Substituto será presidida pelo Presi-
dente, como membro nato.
b. Na falta ou impedimento de Desembargador para
compor a Comissão de Concurso, poderá ser con-
vocado, para substituição, Juiz de 3ª Entrância.
c. As decisões da Comissão de Concurso serão to-
madas por maioria de votos, cabendo ao seu Pre-
sidente também o voto de desempate.
d. À Comissão de Organização Judiciária, Regimen-
to, Assuntos Administrativos e Legislativos cabe o
controle e o acompanhamento de projetos enca-
minhados à Assembleia Legislativa.
e. A Comissão de Organização Judiciária, Regimen-
to, Assuntos Administrativos e Legislativos reunir-
-se-á mensalmente.

Comentário
Art. 51, § 1º, reunião quinzenal.

15. Julgue os itens a seguir e assinale a alternativa


incorreta.
a. Nos processos de competência originária do Tri-
bunal, as audiências serão presididas pelo respec-
tivo relator.
b. A Comissão de Súmula, Jurisprudência, Bibliote-
ca e Revista será constituída de 3 (três) Desem-
bargadores.
c. Via de regra, todas as audiências serão públicas.
d. A Comissão Permanente de Segurança Institucio-
nal/CPSI é vinculada diretamente à Corregedoria
do Tribunal de Justiça.
e. A Comissão Permanente de Segurança Institucio-
nal/CPSI será presidida por um Desembargador
indicado pela Presidência.

Comentário
Art. 54, caput. A Comissão Permanente de Segu-
rança Institucional/CPSI é vinculada diretamente à
Presidência do Tribunal de Justiça.

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DIREITO CIVIL
Raquel Bueno

Raquel Bueno

Formada em Direito pela Universidade Católica de Brasília, especialista em Direito Civil e Processo Civil pela
Universidade Cândido Mendes-RJ, mestranda em Direito na Universidade Católica de Brasília, professora de
Direito Civil da graduação da Universidade Católica de Brasília e do IESB, da pós-graduação em Direito Civil da
UniEvangélica de Anápolis-GO e professora de Direito Civil e Processo Civil do Gran Cursos Online. Advogada.

DIREITO CIVIL
1. (CESPE/2019/TJ-AM/ANALISTA JUDICIÁRIO – Renata, casada com Carlos, ajuizou ação de divórcio
DIREITO) Por necessidade de salvar pessoa de sua litigioso com partilha de bens. Na instrução do proces-
família de grave dano iminente, Celso assumiu obriga- so, ela demonstrou que bens pessoais de seu cônjuge
ção excessivamente onerosa com determinada socie- haviam sido indevidamente ocultados no patrimônio de
dade empresária. Posteriormente, ajuizou ação judicial pessoa jurídica da qual Carlos era sócio-administrador. 
requerendo a anulação do negócio jurídico por vício de Assertiva: Nesse caso, o ordenamento jurídico brasi-
consentimento. Considerando essa situação hipotéti- leiro permite que seja utilizado o instituto da desconsi-
ca, julgue os itens seguintes. deração inversa da personalidade jurídica para atingir
os bens ocultados.
A anulação do referido negócio jurídico depende
da demonstração de que a sociedade empresária 3. (CESPE/2019/TCE-RO/PROCURADOR DO MI-
tinha conhecimento da situação de grave risco vi- NISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS) É nulo negócio ju-
venciada pelo familiar de Celso. rídico celebrado
a. sem revestir a forma prescrita em lei.
2. (CESPE/2019/TJ-AM/ANALISTA JUDICIÁRIO – b. com vício resultante de dolo, quando este for a
DIREITO) No que concerne à Lei de Introdução às Nor- sua causa.
mas do Direito Brasileiro, à pessoa natural, aos direi- c. com erro substancial.
tos da personalidade e à desconsideração de pessoa d. por agente relativamente incapaz.
jurídica, julgue o item a seguir. Situação hipotética: e. mediante fraude contra credores.

NEGÓCIO JURÍDICO NULO – NULIDADE ABSOLUTA NEGÓCIO JURÍDICO ANULÁVEL – ANULABILIDADE


CC/2002, Art. 171. Além dos casos expressamente
declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
CC/2002, Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando: I – por incapacidade relativa do agente;
I – celebrado por pessoa absolutamente incapaz; II – por vício resultante de erro, dolo, coação, estado
II – for ilícito, impossível ou indeterminável o seu de perigo, lesão ou fraude contra credores. (...)
objeto; Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para
III – o motivo determinante, comum a ambas as pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado:
partes, for ilícito; I – no caso de coação, do dia em que ela cessar;
IV – não revestir a forma prescrita em lei; II – no de erro, dolo, fraude contra credores, estado
V – for preterida alguma solenidade que a lei consi- de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negó-
dere essencial para a sua validade; cio jurídico;
VI – tiver por objetivo fraudar lei imperativa; III – no de atos de incapazes, do dia em que cessar a
VII – a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe incapacidade.
a prática, sem cominar sanção. Art. 179. Quando a lei dispuser que determinado ato
é anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-se a
anulação, será este de dois anos, a contar da data da
conclusão do ato.

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DIREITO CIVIL
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4. (CESPE/2019/TCE-RO/PROCURADOR DO MI-
ADI 4275
NISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS) Acerca do instituto
da prescrição, julgue os itens a seguir. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE.
DIREITO CONSTITUCIONAL E REGISTRAL.
I – A prescrição pode ser alegada em qualquer PESSOA TRANSGÊNERO. ALTERAÇÃO DO
grau de jurisdição, pela parte a quem aproveita. PRENOME E DO SEXO NO REGISTRO CIVIL.
II – Os prazos de prescrição podem ser alterados POSSIBILIDADE. DIREITO AO NOME, AO RECO-
por acordo das partes. NHECIMENTO DA PERSONALIDADE JURÍDICA,
III – É de dez anos o prazo prescricional a ser con- À LIBERDADE PESSOAL, À HONRA E À DIG-
siderado no caso de reparação civil com base NIDADE. INEXIGIBILIDADE DE CIRURGIA DE
em inadimplemento contratual. TRANSGENITALIZAÇÃO OU DA REALIZAÇÃO
DE TRATAMENTOS HORMONAIS OU PATOLO-
Assinale a opção correta. GIZANTES.
a. Apenas o item I está certo. 1. O direito à igualdade sem discriminações
b. Apenas o item II está certo. abrange a identidade ou expressão de gênero.
c. Apenas os itens I e III estão certos. 2. A identidade de gênero é manifestação da pró-
d. Apenas os itens II e III estão certos. pria personalidade da pessoa humana e, como tal,
e. Todos os itens estão certos. cabe ao Estado apenas o papel de reconhecê-la,
nunca de constituí-la.
5. (CESPE/2019/MPE-PI/PROMOTOR DE JUSTIÇA 3. A pessoa transgênero que comprove sua iden-
SUBSTITUTO) De acordo com o STF, é assegurado às tidade de gênero dissonante daquela que lhe foi
pessoas transexuais o direito à alteração de prenome e designada ao nascer por autoidentificação firmada
gênero em seus registros civis, em declaração escrita desta sua vontade dispõe do
a. desde que o juiz competente constitua a identida- direito fundamental subjetivo à alteração do pre-
de de gênero do(a) requerente. nome e da classificação de gênero no registro civil
b. caso tenha sido realizada a respectiva cirurgia de pela via administrativa ou judicial, independente-
transgenitalização, mesmo que o juiz não tenha mente de procedimento cirúrgico e laudos de tercei-
constituído a identidade de gênero do(a) requerente. ros, por se tratar de tema relativo ao direito funda-
c. desde que a identidade com o gênero autoperce- mental ao livre desenvolvimento da personalidade.
bido pelo(a) requerente seja atestada por certifica- 4. Ação direta julgada procedente.
ção médica ou psicológica.
d. desde que fique anotado nos documentos do(a)
6. (CESPE/2019/CGE-CE/AUDITOR DE CONTROLE
requerente que ocorreram as alterações requeri-
INTERNO – ÁREA DE CORREIÇÃO) À luz dos direitos
das, para garantia da segurança jurídica.
e. ainda que o(a) requerente não faça prova da sua da personalidade, é correto afirmar que a disposição
identidade de gênero, que é autopercebida. do próprio corpo é
a. permitida, sem exigência médica, mesmo que
o ato implique redução permanente da integri-
ADI 4815 dade física.
Ação direta julgada procedente para dar interpre- b. vedada para depois da morte, mesmo que seja
tação conforme a Constituição aos arts. 20 e 21 do para fins científicos.
Código Civil, sem redução de texto, para, em con- c. permitida com fins altruísticos, vedada a possibili-
sonância com os direitos fundamentais à liberdade dade de revogação do ato de disposição.
de pensamento e de sua expressão, de criação d. permitida para depois da morte, para fins científi-
artística, produção científica, declarar inexigível cos, vedada a possibilidade de revogação do ato
autorização de pessoa biografada relativamente a de disposição.
obras biográficas literárias ou audiovisuais, sendo e. vedada caso implique redução permanente da in-
também desnecessária autorização de pessoas tegridade física, salvo por exigência médica.
retratadas como coadjuvantes (ou de seus familia-
res, em caso de pessoas falecidas ou ausentes). 7. (CESPE/2019/TCE-RO/PROCURADOR DO MI-
NISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS) Acerca da des-
consideração da personalidade jurídica, julgue os itens
seguintes.

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DIREITO CIVIL
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I – A constatação da insolvência e a inexistên- d. Em caso de abuso da personalidade jurídica,


cia de bens do devedor são suficientes para caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela
a desconsideração da personalidade jurídica. confusão patrimonial, pode o juiz de ofício des-
II – O abuso da personalidade jurídica, caracteri- considerá-la para que os efeitos de certas e deter-
zado pelo desvio de finalidade ou pela confu- minadas relações de obrigações sejam estendidos
são patrimonial, enseja a desconsideração da aos bens particulares de administradores ou de
personalidade jurídica. sócios da pessoa jurídica, desde que beneficiados
III – Na teoria da desconsideração inversa da per- diretamente pelo abuso.
sonalidade jurídica, pessoa jurídica pode res- e. As pessoas jurídicas de direito público interno
ponder por obrigação de sócio que lhe tenha são civilmente responsáveis por atos dos seus
transferido seu patrimônio com o intuito de agentes que nessa qualidade causem danos a
fraudar credores. terceiros, ressalvado direito regressivo contra os
causadores do dano, se houver, por parte destes,
Assinale a opção correta. culpa ou dolo.
a. Apenas o item I está certo.
b. Apenas o item II está certo. 10. (CESPE/2019/TCE-RO/PROCURADOR DO MI-
c. Apenas os itens I e III estão certos. NISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS) Acerca da vigência
d. Apenas os itens II e III estão certos. das leis e da vacatio legis, assinale a opção correta.
e. Todos os itens estão certos. a. Vacatio legis consiste no intervalo de tempo exis-
tente entre o momento da aprovação de lei pelo
8. (CESPE/2019/TJ-DFT/TITULAR DE SERVIÇOS Poder Legislativo e o início de sua vigência.
DE NOTAS E DE REGISTROS – PROVIMENTO) A b. O legislador poderá determinar prazo específico
propósito do abuso do direito, segundo o Código Civil de vacatio legis.
e o entendimento doutrinário sobre o tema, assinale a c. O legislador poderá determinar a vigência imedia-
opção correta. ta de norma jurídica a partir de sua aprovação pelo
a. O abuso do direito é um ato lícito, porém Congresso Nacional.
indenizável. d. Na ausência de manifestação do legislador, o
b. Para a caracterização do abuso do direito, basta o prazo de vacatio legis será de 90 dias no territó-
critério objetivo finalístico. rio nacional.
c. O abuso do direito prescinde da discussão sobre a e. O prazo de vacatio legis da lei brasileira, quando
boa-fé objetiva. esta for admitida, será de 30 dias nos Estados es-
d. Para a configuração do abuso do direito, é suficien- trangeiros.
te o reconhecimento da culpa em sentido estrito.
e. Para a caracterização do abuso do direito, há a 11. (CESPE/2019/PGE-PE/ANALISTA JUDICIÁRIO
necessidade da demonstração da existência de DE PROCURADORIA) Com base nas disposições
dolo por parte do agente. do Código Civil acerca de contratos, julgue o item
subsequente.
9. Acerca da pessoa jurídica, assinale a alternati-
va correta. Na hipótese de defeito oculto de coisa recebida
a. A pessoa jurídica pode sofrer dano moral, uma vez em decorrência de contrato comutativo, caso o
que possui os mesmos direitos da personalidade alienante não tenha conhecimento do referido ví-
reconhecidos à pessoa natural. cio, ele deverá restituir o valor recebido do contra-
b. São pessoas jurídicas de direito privado as fun- to, acrescido de indenização por perdas e danos.
dações, os partidos políticos, as sociedades, as
organizações religiosas, as empresas individuais 12. (CESPE/2018/EBSERH/ADVOGADO) Conside-
de responsabilidade limitada e as associações pú- rando o que dispõe o Código Civil acerca de negócios
blicas e privadas. jurídicos e contratos, julgue o item a seguir.
c. Prescreve em três anos o direito de anular a cons-
tituição das pessoas jurídicas de direito privado, Nos contratos onerosos, a responsabilidade do
por defeito do ato constitutivo, contado o prazo da alienante pela evicção pode ser excluída por con-
publicação de sua inscrição no registro. venção das partes em cláusula expressa.

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
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Formada em Direito pela Universidade Católica de Brasília, Especialista em Direito Civil e Processo Civil pela
Universidade Cândido Mendes-RJ, Mestranda em Direito na Universidade Católica de Brasília, professora de
Direito Civil da graduação da Universidade Católica de Brasília e IESB, da pós graduação em Direito Civil da
UniEvangélica de Anápolis-GO e professora de Direito Civil e Processo Civil do Gran Cursos Online. Advogada.

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1. (CESPE/2019/TCE-RO/PROCURADOR DO MI-
CUMPRIMENTO
NISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS) Em determinado EXECUÇÃO AUTÔNOMA
DE SENTENÇA -
caso, após a interposição de recurso especial e apre- - OBRIGAÇÃO DE PAGAR
OBRIGAÇÃO DE PAGAR
sentação das contrarrazões, os autos foram conclusos QUANTIA
QUANTIA
ao presidente do tribunal recorrido, que negou segui-
Título executivo
mento ao recurso sob o fundamento de ele ter sido in- Título executivo judicial
extrajudicial – 784 do
terposto contra acórdão que estava em conformidade – 515 do CPC
CPC
com entendimento do STJ exarado no regime de recur-
sos repetitivos. Considerando essa situação hipotética, Petição Inicial
Requerimento Simples Juízo de Admissibilidade
assinale a opção que apresenta o único recurso cabí-
do exeqüente ao juízo + Honorários
vel contra essa decisão.
Advocatícios de 10%
a. agravo de instrumento.
b. agravo interno. Intimação do executado Citação do Executado
c. agravo em recurso especial. para: para:
d. recurso extraordinário. a) cumprimento voluntá- a) pagamento em 03
e. recurso ordinário. rio em 15 dias (sob pena dias (redução da verba
de multa de 10%, hono- honorária pela metade =
2. (CESPE/2019/TCE-RO/PROCURADOR DO MI- rários advocatícios de sanção premial)
NISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS) No cumprimento 10% e possibilidade de b) Parcelamento 30% +
definitivo de sentença que reconhece a exigibilidade protesto do título – 517 6x (916 do CPC)
de obrigação de pagar quantia certa, o executado foi do CPC) c) EMBARGOS À EXE-
intimado a pagar o débito. Nessa situação hipotética, b) 15 dias para IMPUG- CUÇÃO (914, 915, 917-
findo o prazo para pagamento, o executado poderá NAÇÃO (525 do CPC) 920 do CPC)
apresentar impugnação, na qual é lícito alegar Execução forçada Execução forçada
a. excesso de execução, sendo desnecessária a (penhora, avaliação e (penhora, avaliação e
indicação do valor que o executado entenda ser depósito) depósito)
o correto.
Fase Expropriatória – 825 Fase Expropriatória – 825
b. prescrição do direito invocado, desde que existen-
do CPC do CPC
te à época da fase de conhecimento.
c. inexigibilidade da obrigação reconhecida no títu-
lo executivo judicial, se esta estiver fundada em 3. (CESPE/2019/TCE-RO/PROCURADOR DO MI-
lei considerada inconstitucional pelo STF, pro- NISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS) Davi ajuizou ação
ferida antes do trânsito em julgado da decisão em desfavor do Estado, pleiteando o recebimento de
exequenda. medicamento de alto custo. Ao apreciar o pedido, o
d. imperiosidade de atribuição de efeito suspensivo magistrado o julgou liminarmente improcedente, com
aos atos executórios, independentemente de ga- fundamento em contrariedade a acórdão proferido pelo
rantia do juízo. STJ em julgamento de recursos repetitivos. Consideran-
e. incompetência absoluta do juízo da fase de co- do essa situação hipotética, assinale a opção correta.
nhecimento. a. Se Davi não recorrer dessa decisão, a ação transi-
tará em julgado, sem intimação do réu.
b. Interposta apelação, é garantido o juízo de
retratação.

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c. Davi poderá requerer ao tribunal a concessão de e. A distribuição do pedido de tutela provisória re-
tutela antecipada recursal, desde que posterior- cursal não torna o seu relator prevento para julga-
mente à distribuição da apelação. mento de apelação interposta.
d. Interposta apelação, o prazo para apresentação de
contrarrazões terá início após a intimação do réu.

RECURSO CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS


APELAÇÃO (combate sentenças e deci-
sões interlocutórias não agraváveis) 15 dias – tem preparo. Interposição no juízo a quo.
• Sentença de Indeferimento da Petição
Inicial – 330 e 331 do CPC (admite Juízo de admissibilidade e de mérito feito no juízo ad quem.
retratação do juízo a quo em 05 dias).
• Sentença de Improcedência Liminar Regra geral: efeito devolutivo e suspensivo.
do Pedido – 332 (admite retratação Admite a modalidade adesiva.
do juízo a quo em 05 dias).
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO 05 dias – efeito interruptivo do prazo. Não tem preparo.
Combate os vícios de omissão, contra- Só haverá abertura de prazo para contrarrazões diante da possibi-
dição, obscuridade e erro material. lidade de efeitos infringentes.
AGRAVO DE INSTRUMENTO – Artigo 15 dias – tem preparo. Interposição direta no juízo ad quem. Com-
1.015 DO CPC – Hipóteses de Cabimento bate decisão interlocutória de primeira instância. Não tem efeito
– TAXATIVIDADE MITIGADA (STJ) suspensivo ope legis.
15 dias – não tem preparo – objeto: decisão monocrática do
relator ou unipessoal do presidente ou vice-presidente do tribunal
AGRAVO INTERNO recorrido que nega seguimento ao RESP/RE com base em tese
jurídica firmada no julgamento de recursos repetitivos ou em sede
de repercussão geral.
15 dias.
ROC – STF – decisão denegatória de MS, MI, HD, oriunda de tri-
bunais superiores (decisão em única instância).
ROC – RECURSO ORDINÁRIO
ROC – STJ:
CONSTITUCIONAL
A. Decisão denegatória de MS, oriunda de TJs/TRFs (decisão em
única instância);
B. Causas internacionais.
15 dias – esgotamento das instâncias ordinárias – prequestiona-
mento – matéria infraconstitucional STJ (aqui há ainda duplo juízo
RECURSO ESPECIAL
de admissibilidade)
Admite a modalidade adesiva.
15 dias – esgotamento das instâncias ordinárias – prequestiona-
mento + repercussão geral – matéria constitucional – STF (aqui
RECURSO EXTRAORDINÁRIO
há ainda duplo juízo de admissibilidade).
Admite a modalidade adesiva.
15 dias – não tem preparo. Objeto: decisão unipessoal do Presi-
AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL/
dente ou Vice-Presidente do Tribunal recorrido que nega segui-
RECURSO EXTRAORDINÁRIO
mento ao RESP/RE.
Juizado especial – 10 dias – necessita de advogado, tem preparo,
RECURSO INOMINADO efeito somente devolutivo, julgamento pela turma recursal, consti-
tuída por juízes togados que atuam na primeira instância dos JECs.

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4. (CESPE/2019/TCE-RO/PROCURADOR DO MI- a. o ato processual praticado antes do começo do


NISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS) Roberto ajuizou termo inicial é considerado intempestivo.
ação de indenização em desfavor de Lucas por danos b. Interrompe-se o curso do prazo processual nos
materiais decorrentes de acidente de trânsito no qual dias compreendidos entre 20 de dezembro e 20
os veículos de ambos haviam colidido. O réu, por sua de janeiro, inclusive.
vez, tinha contrato de seguro com determinada empre- c. Inexistindo preceito legal ou prazo determinado pelo
juiz, será de 48hs (quarenta e oito horas) dias o pra-
sa, com garantia de ser por ela ressarcido em caso de
zo para a prática de ato processual a cargo da parte.
colisão, dano ou avaria no automóvel ou ainda furto ou
d. Ao juiz é vedado reduzir prazos peremptórios sem
roubo do veículo. Caso Lucas queira que a empresa
anuência das partes.
integre a lide, isso poderá ser feito sob a modalidade
e. A parte poderá renunciar ao prazo estabelecido
de intervenção de terceiros denominada exclusivamente em seu favor, de maneira expres-
a. amicus curiae. sa ou tácita.
b. denunciação da lide.
c. assistência simples.
 Obs.: CPC, Art. 139. O juiz dirigirá o processo con-
d. chamamento ao processo.
forme as disposições deste Código, incum-
e. assistência litisconsorcial.
bindo-lhe: (...)
 VI – dilatar os prazos processuais e alterar a
5. (CESPE/2019/TJ-DFT/TITULAR DE SERVIÇOS
ordem de produção dos meios de prova, ade-
DE NOTAS E DE REGISTROS – REMOÇÃO) Júlio, fia-
quando-os às necessidades do conflito de modo
dor de Vicente no contrato de aluguel de um imóvel, em
a conferir maior efetividade à tutela do direito;
certo dia recebeu citação por estar sendo demandado
 Parágrafo único. A dilação de prazos prevista
em processo referente ao bem resguardado pela fian-
no inciso VI somente pode ser determinada
ça. Ao perceber que Vicente, como devedor principal
antes de encerrado o prazo regular.
não compunha o polo passivo da ação, Júlio procurou
um advogado para incluir Vicente na demanda. Nesse
7. (CESPE/2018/MPE-PI/ANALISTA MINISTERIAL –
caso, o procurador de Júlio deverá fazer um pedido de
ÁREA PROCESSUAL) Acerca de normas processuais,
a. denunciação da lide.
atos processuais, tutela provisória e atuação do Ministé-
b. assistência simples.
rio Público no processo civil, julgue o item subsequente.
c. assistência litisconsorcial.
d. chamamento ao processo.
A concessão de tutela provisória, em qualquer de
e. amicus curiae.
suas modalidades previstas no Código de Pro-
cesso Civil, depende da demonstração da proba-
6. Acerca do tempo dos atos processuais e prazos,
bilidade do direito e do perigo de dano ou de risco
assinale a opção correta:
ao resultado útil do processo judicial.

TUTELAS PROVISÓRIAS → De urgência A – CAUTELAR/B – ANTECIPADA


(Ambas admitem modalidade antecedente ou incidental.)

De evidência (sempre incidental e satisfativa) – artigo 311 do CPC
• Responsabilidade Processual Civil Objetiva do Requerente
► POSTURAS DO JULGADOR – Negar a liminar
Conceder a TP inaudita altera pars
Conceder a TP após audiência de justificação prévia
Conceder a TP mediante caução
►Requisitos para a tutela provisória de urgência: probabilidade do direito invocado e perigo de dano ou
risco ao resultado útil do processo. No caso de TPU-A – exige-se também o requisito negativo, ou seja, ausên-
cia de risco de irreversibilidade do provimento jurisdicional antecipado.

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8. (CESPE/2019/PGM/CAMPO GRANDE – MS/PRO- A associação autora é parte legítima para propor


CURADOR MUNICIPAL) Em ação de natureza civil, o a ação civil pública e não terá que adiantar custas
autor requereu que determinado estado da Federação ou honorários periciais; no entanto, a associação
fosse condenado ao fornecimento de medicamento de será condenada em honorários advocatícios caso
alto custo. O demandante, de forma incidental, fez pe- seja comprovada a sua má-fé.
dido de tutela provisória antecipada, alegando que o
seu direito é certo e que corre risco de morte caso não
receba o medicamento com brevidade. Todos os fatos
alegados pela parte autora foram exaustivamente com-
provados por documentos idôneos, razão pela qual o
juízo concedeu a referida tutela antecipada e determi-
nou a intimação do requerido para que cumprisse a de-
cisão. Considerando essa situação hipotética, julgue o
item que se segue, concernentes à tutela provisória.

Caso o estado da Federação não interponha


recurso contra a concessão da tutela antecipada,
essa decisão se tornará estável, não podendo ser
modificada ou revogada pelo Poder Judiciário.

9. (CESPE/2019/PGM/CAMPO GRANDE – MS/


PROCURADOR MUNICIPAL) Jorge foi devidamente
citado em ação movida por Márcio e pretende alegar
incompetência territorial, impugnar o valor da causa
e apresentar reconvenção. Considerando essa situa-
ção hipotética, julgue o item subsequente, a respeito
do valor da causa, jurisdição e improcedência liminar
do pedido.

Tanto a incompetência territorial quanto o valor da


causa deverão ser alegados como preliminares
da contestação.

10. (CESPE/2018/PC-SE/DELEGADO DE POLÍCIA) A


empresa Soluções Indústria de Eletrônicos Ltda. vei-
culou propaganda considerada enganosa relativa a
determinado produto: as especificações eram distin-
tas das indicadas no material publicitário. Em razão do
anúncio, cerca de duzentos mil consumidores compra-
ram o produto. Diante desse fato, uma associação de
defesa do consumidor constituída havia dois anos ajui-
zou ação civil pública com vistas a obter indenização
para todos os lesados. Com referência a essa situação
hipotética, julgue o item seguinte.

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DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA – LEI N. 13.146/2015
Gustavo Scatolino

Gustavo Scatolino
Atualmente é Procurador da Fazenda Nacional. Bacharel em Direito e pós-graduado em Direito Administrativo e
Processo Administrativo. Ex-Assessor de Ministro do STJ. Aprovado em vários concursos públicos, dentre eles,
Analista Judiciário do STJ, exercendo essa função durante 5 anos, e Procurador do Estado do Espírito Santo.

DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA – LEI N. 13.146/2015


1. (CESPE/2018/FUB/TRADUTOR E INTÉRPRETE 2. (CESPE/2019/DPE-DF/Defensor Público) A pessoa
DE LINGUAGEM DE SINAIS) Considera-se pessoa com deficiência tem plena capacidade civil para exercer
com deficiência aquela que possui impedimento de na- o direito de guarda, curatela e adoção, em igualdade de
tureza física, mental, intelectual ou sensorial de médio oportunidades com pessoas sem deficiência.
ou longo prazo que dificulte seu acesso a bens socio-
culturais e sua interação social em igualdade de condi- DA IGUALDADE E DA NÃO DISCRIMINAÇÃO
ções com outras pessoas.
I – casar-se e constituir união
estável;
– IMPEDIMENTO DE II – exercer direitos sexuais e
LONGO PRAZO; reprodutivos;
– natureza física, III – exercer o direito de deci-
mental, intelectual ou dir sobre o número de filhos e
sensorial; de ter acesso a informações
– interação com uma adequadas sobre reprodução
PCD Art. 6º A deficiên-
ou mais barreiras, pode e planejamento familiar;
cia não afeta a
obstruir sua participa- IV – conservar sua fertilidade,
plena capacidade
ção plena e efetiva na sendo vedada a esterilização
civil da pessoa,
sociedade em igualdade compulsória;
inclusive para:
de condições com as V – exercer o direito à família e
demais pessoas. à convivência familiar e comu-
nitária; e
VI – exercer o direito à guarda,
Dificuldade de movi-
à tutela, à curatela e à adoção,
mentação, permanente
como adotante ou adotando,
ou temporária, gerando
em igualdade de oportunida-
redução efetiva da
des com as demais pessoas.
mobilidade, da flexibili-
PMR dade, da coordenação
motora ou da percep- 3. (CESPE/2018/FUB/TRADUTOR E INTÉRPRETE
ção, incluindo idoso, DE LINGUAGEM DE SINAIS) Tecnologia assistiva
gestante, lactante, consiste em produtos, equipamentos, dispositivos, re-
pessoa com criança cursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços
de colo e obeso; que objetivam promover a funcionalidade relacionada
à participação da pessoa com deficiência ou com mo-
bilidade reduzida na sociedade.
Criança, o adolescente,
DUPLA
a mulher e o idoso, com Art. 3º Para fins de aplicação desta Lei, con-
VULNERABILIDADE
deficiência. sideram-se:
I – acessibilidade: possibilidade e condição
de alcance para utilização, com segurança
e autonomia, de espaços, mobiliários, equi-
pamentos urbanos, edificações, transportes,

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informação e comunicação, inclusive seus f) barreiras tecnológicas: as que dificultam


sistemas e tecnologias, bem como de outros ou impedem o acesso da pessoa com defici-
serviços e instalações abertos ao público, de ência às tecnologias;
uso público ou privados de uso coletivo, tanto V – comunicação: forma de interação dos
na zona urbana como na rural, por pessoa cidadãos que abrange, entre outras opções,
com deficiência ou com mobilidade reduzida; as línguas, inclusive a Língua Brasileira de
II – desenho universal: concepção de pro- Sinais (Libras), a visualização de textos, o
dutos, ambientes, programas e serviços a Braille, o sistema de sinalização ou de comu-
serem usados por todas as pessoas, sem nicação tátil, os caracteres ampliados, os dis-
necessidade de adaptação ou de projeto es- positivos multimídia, assim como a linguagem
pecífico, incluindo os recursos de tecnologia simples, escrita e oral, os sistemas auditivos
assistiva; e os meios de voz digitalizados e os modos,
III – tecnologia assistiva ou ajuda técnica: meios e formatos aumentativos e alternativos
produtos, equipamentos, dispositivos, recur- de comunicação, incluindo as tecnologias da
sos, metodologias, estratégias, práticas e informação e das comunicações;
serviços que objetivem promover a funciona- VI – adaptações razoáveis: adaptações,
lidade, relacionada à atividade e à participa- modificações e ajustes necessários e ade-
ção da pessoa com deficiência ou com mo- quados que não acarretem ônus despro-
bilidade reduzida, visando à sua autonomia, porcional e indevido, quando requeridos em
independência, qualidade de vida e inclusão cada caso, a fim de assegurar que a pessoa
social; com deficiência possa gozar ou exercer, em
IV – barreiras: qualquer entrave, obstáculo, igualdade de condições e oportunidades com
atitude ou comportamento que limite ou im- as demais pessoas, todos os direitos e liber-
peça a participação social da pessoa, bem dades fundamentais;
como o gozo, a fruição e o exercício de seus VII – elemento de urbanização: quaisquer
direitos à acessibilidade, à liberdade de mo- componentes de obras de urbanização, tais
vimento e de expressão, à comunicação, ao como os referentes a pavimentação, sanea-
acesso à informação, à compreensão, à cir- mento, encanamento para esgotos, distribui-
culação com segurança, entre outros, classi- ção de energia elétrica e de gás, iluminação
ficadas em: pública, serviços de comunicação, abasteci-
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas mento e distribuição de água, paisagismo e
vias e nos espaços públicos e privados aber- os que materializam as indicações do plane-
tos ao público ou de uso coletivo; jamento urbanístico;
b) barreiras arquitetônicas: as existentes VIII – mobiliário urbano: conjunto de objetos
nos edifícios públicos e privados; existentes nas vias e nos espaços públicos,
c) barreiras nos transportes: as existentes superpostos ou adicionados aos elementos
nos sistemas e meios de transportes; de urbanização ou de edificação, de forma
d) barreiras nas comunicações e na infor- que sua modificação ou seu traslado não
mação: qualquer entrave, obstáculo, atitude provoque alterações substanciais nesses
ou comportamento que dificulte ou impossi- elementos, tais como semáforos, postes de
bilite a expressão ou o recebimento de men- sinalização e similares, terminais e pontos de
sagens e de informações por intermédio de acesso coletivo às telecomunicações, fontes
sistemas de comunicação e de tecnologia da de água, lixeiras, toldos, marquises, bancos,
informação; quiosques e quaisquer outros de natureza
e) barreiras atitudinais: atitudes ou compor- análoga;
tamentos que impeçam ou prejudiquem a IX – pessoa com mobilidade reduzida:
participação social da pessoa com deficiên- aquela que tenha, por qualquer motivo, difi-
cia em igualdade de condições e oportunida- culdade de movimentação, permanente ou
des com as demais pessoas; temporária, gerando redução efetiva da mo-

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bilidade, da flexibilidade, da coordenação 4. (CESPE/2019/TJ-AM/ANALISTA JUDICIÁRIO -


motora ou da percepção, incluindo idoso, ANALISTA DE SISTEMAS) Barreiras arquitetônicas é
gestante, lactante, pessoa com criança de a designação dada às barreiras existentes em vias e
colo e obeso; espaços públicos e privados abertos ao público ou de
X – residências inclusivas: unidades de uso coletivo.
oferta do Serviço de Acolhimento do Sistema
Único de Assistência Social (Suas) localiza- 5. (CESPE/2018/FUB/TRADUTOR E INTÉRPRETE
das em áreas residenciais da comunidade, DE LINGUAGEM DE SINAIS) São consideradas espe-
com estruturas adequadas, que possam con- cialmente vulneráveis as pessoas com deficiência que
tar com apoio psicossocial para o atendimen- sejam crianças, adolescentes, mulheres e idosos.
to das necessidades da pessoa acolhida,
destinadas a jovens e adultos com deficiên- 6. (CESPE/2018/FUB/TRADUTOR E INTÉRPRETE
cia, em situação de dependência, que não DE LINGUAGEM DE SINAIS) Para atuarem no âmbito
dispõem de condições de autossustentabili- de graduação e pós-graduação, intérpretes e tradutores
dade e com vínculos familiares fragilizados da LIBRAS devem possuir nível superior com habilitação,
ou rompidos; prioritariamente, em tradução e interpretação em LIBRAS.
XI – moradia para a vida independente da
pessoa com deficiência: moradia com es- TRADUTORES E INTÉRPRETES
truturas adequadas capazes de proporcionar
I – os tradutores e intér-
serviços de apoio coletivos e individualizados
pretes da Libras atu- – ensino médio com-
que respeitem e ampliem o grau de autono-
antes na educação pleto e certificado de
mia de jovens e adultos com deficiência;
BÁSICA devem, no proficiência na Libras;
XII – atendente pessoal: pessoa, membro mínimo, possuir
ou não da família, que, com ou sem remune-
ração, assiste ou presta cuidados básicos e II – tradutores e intérpre-
tes da Libras, quando
essenciais à pessoa com deficiência no exer- – nível superior, com
direcionados à tarefa de
cício de suas atividades diárias, excluídas as habilitação, prioritaria-
interpretar nas salas
técnicas ou os procedimentos identificados mente, em Tradução e
de aula dos cursos de
com profissões legalmente estabelecidas; Interpretação em Libras.
graduação e pós-gra-
XIII – profissional de apoio escolar: pessoa duação devem possuir
que exerce atividades de alimentação, higie-
ne e locomoção do estudante com deficiência
7. (CESPE/2018/MPUTÉCNICO DO MPU – ADMI-
e atua em todas as atividades escolares nas
NISTRAÇÃO) As políticas públicas, desde sua concep-
quais se fizer necessária, em todos os níveis
ção, deverão adotar o desenho universal, que, por sua
e modalidades de ensino, em instituições pú-
natureza inclusiva, não comporta adaptações.
blicas e privadas, excluídas as técnicas ou os
procedimentos identificados com profissões
8. (CESPE/2019/TJ-AM/ASSISTENTE JUDICIÁRIO
legalmente estabelecidas;
– PROGRAMADOR) Se uma pessoa com deficiência
XIV – acompanhante: aquele que acompa-
tiver de se submeter a intervenção clínica ou cirúrgica,
nha a pessoa com deficiência, podendo ou
o consentimento dela será imprescindível para a reali-
não desempenhar as funções de atendente
zação dos procedimentos e, por isso, não poderá ser
pessoal.
suprido, ainda que ela esteja em situação de curatela.

9. (CESPE/2019/TJ-AMANALISTA JUDICIÁRIO –
ANALISTA DE SISTEMAS) Nos programas habitacio-
nais públicos, pessoas com deficiência têm prioridade
de aquisição de imóvel para moradia própria, com re-
serva de percentual mínimo legal de unidades para elas

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RESERVAS DE VAGAS
Reserva de, no mínimo, 3% (três por cento) das unidades habi-
MORADIA tacionais para pessoa com deficiência.

Já existentes.
Hotéis, pousadas e simi- Devem ser construídos observando-se
- Pelo menos 10%
lares os princípios do desenho universal.
- Mínimo 1 unidade.
Estacionamento aberto
ao público, de uso público – 2% (dois por cento) do total;
ou privado de uso cole- – Mínimo 1 vaga;
tivo e em vias públicas – Vagas próximas aos acessos de circulação de pedestres.
Frotas de de táxi – 10% (dez por cento) de seus veículos.
– 1 veículo adaptado a cada 20 veículos da frota;
– No mínimo, câmbio automático, direção hidráulica, vidros elé-
Locadoras de veículos
tricos e comandos manuais de freio e de embreagem.

– No mínimo, 10% (dez por cento) de seus computadores;


Telecentros e as lan – Pelo menos 1 (um) equipamento, quando o resultado percen-
houses tual for inferior a 1 (um).

SALAS DE CINEMA – As salas de cinema devem oferecer, em todas as sessões,


recursos de acessibilidade para a pessoa com deficiência.
Art. 44. Nos teatros, cinemas, auditórios, estádios, ginásios de esporte, locais de espe-
táculos e de conferências e similares, serão reservados espaços livres e assentos para a
pessoa com deficiência, de acordo com a capacidade de lotação da edificação, observado o
disposto em regulamento.
§ 1º Os espaços e assentos a que se refere este artigo devem ser distribuídos pelo recinto
em locais diversos, de boa visibilidade, em todos os setores, próximos aos corredores,
devidamente sinalizados, evitando-se áreas segregadas de público e obstrução das saídas,
em conformidade com as normas de acessibilidade.
§ 3º Os espaços e assentos a que se refere este artigo devem situar-se em locais que garan-
tam a acomodação de, no mínimo, 1 (um) acompanhante da pessoa com deficiência ou
com mobilidade reduzida, resguardado o direito de se acomodar proximamente a grupo
familiar e comunitário.
São asseguradas à pessoa com deficiência prioridade e segurança nos procedimentos de
embarque e de desembarque nos veículos de transporte coletivo, de acordo com as normas
técnicas.

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DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA – LEI N. 13146/2015
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Art. 9º
I – Proteção e socorro em quaisquer circunstân-
cias;
II – atendimento em todas as instituições e servi-
ços de atendimento ao público;
III – disponibilização de recursos, tanto humanos
quanto tecnológicos, que garantam atendimento
Acompanhante/
em igualdade de condições com as demais pes-
Atendente pessoal
soas;
SIM
IV – disponibilização de pontos de parada, esta-
ções e terminais acessíveis de transporte cole-
ATENDIMENTO tivo de passageiros e garantia de segurança no
PRIORITÁRIO embarque e no desembarque;
V – acesso a informações e disponibilização de
recursos de comunicação acessíveis;
VI – recebimento de restituição de imposto de
renda;
Obs.: PCD não tem isenção! PCD tem priori- Acompanhante/
dade em receber!!! Atendente pessoal
VII – tramitação processual e procedimentos NÃO
judiciais e administrativos em que for parte ou
interessada, em todos os atos e diligências.
Nos serviços de emergência públicos e privados, a prioridade conferida por esta Lei é condi-
cionada aos protocolos de atendimento médico.

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DIREITO ADMINISTRATIVO
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Gustavo Scatolino
Atualmente é Procurador da Fazenda Nacional. Bacharel em Direito e pós-graduado em Direito Administrativo e
Processo Administrativo. Ex-Assessor de Ministro do STJ. Aprovado em vários concursos públicos, dentre eles,
Analista Judiciário do STJ, exercendo essa função durante 5 anos, e Procurador do Estado do Espírito Santo.

DIREITO ADMINISTRATIVO

Na centralização, a pessoa política desempenha suas Formas de Descentralização:


tarefas diretamente por meio de seus órgãos.
A criação de órgãos decorre da desconcentração, que Denominação Forma Resultado
é uma distribuição interna de competências, dentro da
mesma pessoa jurídica. Criação das
entidades da
Na desconcentração, tem-se o controle hierárquico, Outorga/
Administração
pois os órgãos de menor hierarquia permanecem técnica/ Lei (art. 37,
indireta (autar-
subordinados aos órgãos que lhes são superiores. serviços/ XIX, da CF).
quias, funda-
funcional
ções públicas,
Características dos órgãos EPs e SEM).
Os órgãos, integrantes de uma estrutura interna, não
Ato administra-
possuem:
tivo: autoriza-
• personalidade jurídica; Particulares
ção de serviço
• patrimônio próprio; como con-
público;
• capacidade processual. cessionários,
Colaboração/ contrato admi-
permissionários
Delegação nistrativo:
Obs.:
 Os órgãos não possuem, como regra, capaci- ou autorizatá-
concessão e
dade processual, ou seja, não podem estar em rios de serviço
permissão de
nenhum dos polos de uma relação processu- público.
serviços públi-
al, seja como autor ou réu. Essa será a sua cos.
primeira resposta para a prova: órgão não
possui capacidade processual. Entretanto,
caso uma questão afirme que “nenhum órgão No entanto, entre a Administração direta e a indireta
tem capacidade processual”, estará errada. (descentralizada), não há relação de hierarquia, mas
de vinculação. Mas isso não significa que as entida-
A concentração ocorre quando um único órgão (ou des da Administração indireta estejam totalmente sem
poucos) desempenha(m) todas as funções administra- controle. Nesse caso, ocorre controle finalístico.
tivas do ente político, sem divisão em outros órgãos
menores. Imagine que a União tenha um único órgão Criação das Entidades da Administração indireta
desempenhando todas as suas atividades. Art. 37, XIX, da CF: somente por lei específica poderá
Na descentralização, por sua vez, a atividade é pres- ser criada autarquia e autorizada a instituição de
tada por pessoa diversa. Ocorre a distribuição de com- empresa pública, de sociedade de economia mista
petências de uma para outra pessoa. Assim, pressu- e de fundação, reservando-se à lei complementar,
põem-se duas pessoas: o ente político e a entidade nesse último caso, definir as áreas de atuação.
descentralizada.
• Autarquia: pessoa jurídica de direito público – exe-
cuta atividade típica de Estado
• Fundação: pode ser de Direito público ou de
Direito privado – atividades sociais (ensino, saúde,
pesquisa, cultura etc.)
• EP e SEM: pessoas jurídicas de Direito Privado –
atividades: serviço público ou atividade econômica.

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DIREITO ADMINISTRATIVO
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EMPRESA PÚBLICA ou SOCIEDADE DE EMPRESA PÚBLICA ou SOCIEDADE DE


ECONOMIA MISTA ECONOMIA MISTA
Prestadora de SERVIÇO PÚBLICO Explora ATIVIDADE ECONÔMICA

Personalidade jurídica de direito privado. Regime Personalidade jurídica de direito privado.


misto ou híbrido. Regime misto ou híbrido.
Mais próxima do regime de direito público. Mais próxima do regime de direito privado.
Empregados públicos – regime CLT. Empregados públicos – regime CLT.
Aplica-se teto remuneratório se recebe recursos do Aplica-se teto remuneratório se recebe recursos do
Ente Federativo que a criou. Ente Federativo que a criou.
Empregados não têm estabilidade. Pode haver demis- Empregados não têm estabilidade. Pode haver demis-
são sem justa causa, desde que haja motivação. são sem justa causa, desde que haja motivação.
Possui imunidade tributária. Não possui imunidade tributária.
Bens privados. Bens vinculados à prestação do ser-
Bens privados. Podem ser objeto de penhora.
viço são impenhoráveis.
Dever de licitar. Segue as regras da Lei n. 13.303/2016. Dever de licitar. Segue as regras da Lei n. 13.303/2016.
Não pode falir. Não pode falir.
Responsabilidade objetiva por danos causados a ter- Responsabilidade subjetiva por danos causados a
ceiros. terceiros.

Diferenças entre as Empresas Estatais:

Empresa pública Sociedade de economia mista


Forma de
Qualquer forma. S.A. (Sociedade Anônima).
organização
Público e privado.
Público (podendo ser de mais de um ente
Composição do Maioria das ações com direito (maioria do capi-
federativo ou de pessoa da Administra-
capital tal social) a voto precisam ser do Poder Público
ção Indireta).
ou de pessoa da Administração indireta.
EP federal – Justiça Federal, se autoras,
rés, assistentes ou opoentes, nos termos
Foro
do art. 109 da CF. EP estadual, DF ou Justiça estadual.
processual
Municipal –
Justiça estadual.

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DIREITO ADMINISTRATIVO
Gustavo Scatolino

LICITAÇÃO RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO

Contratação direta Art. 37, § 6º, da CF:

Dispensa Inexigibilidade União, Estados, DF, Municí-


As pessoas
pios, concessionários, per-
Dispensada jurídicas de direito
Dispensável missionários.
(art. 17) público e as de
Inviabilidade de Obs.: empresa pública e
direito privado
Atuação Atuação competição sociedade de economia
prestadoras de
vinculada discricionária mista que exploram ativi-
serviços públicos
dade econômica = respon-
Casos Casos responderão
sabilidade subjetiva.
taxativos exemplificativos
pelos danos que Agentes – qualquer um
seus agentes, que exerça função pública,
Art. 25. É inexigível a licitação quando hou-
agindo nessa basta que seja nessa qua-
ver inviabilidade de competição, em especial:
qualidade, lidade.
I – para aquisição de materiais, equipamen-
tos, ou gêneros que só possam ser forneci- Na omissão, a responsabili-
causarem a
dos por produtor, empresa ou representante dade será subjetiva. Na ação,
terceiros
responsabilidade objetiva.
comercial exclusivo, vedada a preferência
de marca, devendo a comprovação de exclu- assegurado o Estado responde na forma
sividade ser feita através de atestado forne- direito de regresso objetiva.
cido pelo órgão de registro do comércio do contra o Agente responde em ação
local em que se realizaria a licitação ou a responsável nos regressiva. Depende de
obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação casos de dolo ou demonstração de dolo ou
ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas culpa. culpa (subjetiva).
entidades equivalentes;
II – para a contratação de serviços técnicos (RESPONSABILIDADE OBJETIVA – TEORIA DO
enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza RISCO ADMINISTRATIVO)
singular, com profissionais ou empresas de
notória especialização, vedada a inexigibilida- Cuidado! Omissão: entende-se que é subjetiva.
de para serviços de publicidade e divulgação;
III – para contratação de profissional de Requisitos:
qualquer setor artístico, diretamente ou
através de empresário exclusivo, desde que
consagrado pela crítica especializada ou pela
opinião pública.

A conduta praticada pelo agente poderá ser LÍCITA


ou ILÍCITA.
Pode ser dano MORAL e MATERIAL.

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DIREITO ADMINISTRATIVO
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Excludentes da Responsabilidade Objetiva


- caso fortuito ou força maior
- culpa exclusiva da vítima.

- Vítima tem 5 anos para ingressar com ação a partir do evento.


- STF: Fazenda Pública está sujeita a prazo fixado em lei para ingressar com ação de regresso contra o agente.

PODERES ADMINISTRATIVOS

PODERES ADMINISTRATIVOS

EXCESSO DE PODER – o agente vai além de suas atri-


ABUSO DE PODER
buições.
O abuso de poder pode ser praticado por
DESVIO DE PODER – o agente pratica ato para interesse
omissão.
pessoal ou sem atender ao seu fim legal.

Poder de estabelecer hierarquia entre os órgãos e agentes


públicos.
Não há hierarquia:
PODER HIERÁRQUICO • Administração direta – indireta
• Entre as pessoas políticas
• Entre os três Poderes
• Nas funções típicas do PL e PE

É o poder que a Administração tem de punir internamente


PODER DISCIPLINAR as infrações funcionais dos seus servidores e demais pes-
soas sujeitas à relação especial com o Estado.

É o poder de expedir atos normativos/decretos para a


complementação das leis.
PODER REGULAMENTAR/NORMATIVO
�Obs.: Decreto não pode inovar na ordem jurídica; não
pode contrariar a lei.

É a prerrogativa concedida aos agentes administrativos


de elegerem, entre as várias condutas possíveis, a que
PODER DISCRICIONÁRIO
traduz maior conveniência e oportunidade para o interesse
público.

Confere à Administração o poder para a prática de atos de


sua competência, determinando os elementos e requisitos
PODER VINCULADO OU REGRADO
necessários à sua formalização. Não há liberdade para os
agentes públicos.

É o poder do Estado de impor limitações ao exercício do


Direito à liberdade e à propriedade.
Características:
PODER DE POLÍCIA
1. Discricionariedade
2. Autoexecutoriedade
3. Coercibilidade

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DIREITO ADMINISTRATIVO
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POLÍCIA ADMINISTRATIVA E POLÍCIA JUDICIÁRIA

Polícia Administrativa Polícia Judiciária


Regra: preventivo (evita danos à sociedade). Regra: repressivo (apuração de crimes).
Momento de
Pode ser repressivo (ex.: aplicação de multa,
atuação
demolição). Pode ser preventivo.
Regime
Normas e princípios administrativos. Lei processual penal.
jurídico
Competência
Corporações especializadas
para exercer Qualquer órgão/entidade designado por lei.
(ex.: Polícia Civil/Federal).
as atividades

Finalidades Combater atividades antissociais. Responsabilizar os infratores da lei penal.

Destinatários Bens, direitos, atividades (não é a pessoa). A pessoa.

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

PROIBIÇÃO DE
SUSPENSÃO
CONTRATAR COM A ELEMENTO
ATOS DE IMPROBIDADE DOS DIREITOS MULTA CIVIL
ADM. OU RECEBER SUBJETIVO
POLÍTICOS
BENEFÍCIO
ENRIQUECIMENTO Até 3 vezes o valor
8 A 10 ANOS 10 anos DOLO
ILÍCITO- 9 do enriquecimento
Até 2 vezes o valor
LESÃO AO ERÁRIO- 10 5 A 8 ANOS 5 anos DOLO/CULPA
do prejuízo
Até 100 vezes
ATENTA CONTRA
3 A 5 ANOS o valor da 3 anos DOLO
PRINCÍPIO ADM- 11
remuneração

JURISPRUDÊNCIA – sindicância de caráter punitivo ou processo


disciplinar – e voltam a fluir por inteiro, após
O não encaminhamento de projeto de lei de decorridos 140 dias desde a interrupção.”
revisão anual dos vencimentos dos servido-
res públicos, previsto no inciso 10 do artigo O prazo prescricional previsto na lei penal
37 da Constituição Federal de 1988, não gera se aplica às infrações disciplinares também
direito subjetivo a indenização. O Poder Exe- capituladas como crime independentemente
cutivo deve, no entanto, pronunciar-se, de da apuração criminal da conduta do servidor.
forma fundamentada, acerca das razões pe- STJ. 1ª Seção. MS 20.857-DF, Rel. Min. Na-
las quais não propôs a revisão”. (RE) 565089 poleão Nunes Maia Filho, Rel. Acd. Min. Og
Fernandes, julgado em 22/05/2019 (Info 651).
Súmula 635: “Os prazos prescricionais previs-
tos no artigo 142 da Lei n. 8.112/1990 iniciam- A teor do disposto no art. 37, § 6º, da Cons-
-se na data em que a autoridade competente tituição Federal (CF) (1), a ação por danos
para a abertura do procedimento administrati- causados por agente público deve ser ajui-
vo toma conhecimento do fato, interrompem- zada contra o Estado ou a pessoa jurídica de
-se com o primeiro ato de instauração válido direito privado prestadora de serviço público,

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DIREITO ADMINISTRATIVO
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sendo parte ilegítima para a ação o autor do QUESTÕES


ato, assegurado o direito de regresso contra
o responsável nos casos de dolo ou culpa. 1. (CESPE/2019/TCE-RO/NÍVEL SUPERIOR/CO-
RE 1027633/SP, rel. Min. Marco Aurélio, jul- NHECIMENTOS BÁSICOS) Um ente, ao ter sido des-
gamento em 14.8.2019. (RE-1027633) centralizado, passou a deter a titularidade de uma ati-
vidade e a executá-la de forma independente do ente
O Estado responde, objetivamente, pelos que lhe deu origem, podendo até se opor a interferên-
atos dos tabeliães e registradores oficiais cias indevidas. Nesse caso, o ente passou por uma
que, no exercício de suas funções, causem descentralização por serviços.
dano a terceiros, assentado o dever de re-
gresso contra o responsável, nos casos de 2. (CESPE/2019/MPC-PA/ASSISTENTE MINISTE-
dolo ou culpa, sob pena de improbidade ad- RIAL DO CONTROLE EXTERNO) Determinado gover-
ministrativa. O Estado possui responsabilida- nador pretende que sejam criadas uma nova autarquia
de civil direta, primária e objetiva pelos danos e uma nova empresa pública em seu estado. Nessa
que notários e oficiais de registro, no exer- situação, serão necessárias uma lei específica para a
cício de serviço público por delegação, cau- criação da autarquia e outra para a autorização da ins-
sem a terceiros. STF. Plenário. RE 842846/ tituição da empresa pública.
RJ, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 27/2/2019
(repercussão geral) (Info 932) 3. (CESPE/2019/TJ-SC/JUIZ SUBSTITUTO) No âm-
bito do direito administrativo, segundo a doutrina majo-
Súmula 634/STJ: “Ao particular aplica-se o ritária, a autoexecutoriedade dos atos administrativos
mesmo regime prescricional previsto na Lei é caracterizada pela possibilidade de a Administração
de Improbidade Administrativa para o agente Pública impor os atos administrativos a terceiros, inde-
público.” pendentemente de sua concordância.

A alienação do controle acionário de empre- 4. (CESPE/2018/STM/CRGOS DE NÍVEL SUPE-


sas públicas e sociedades de economia mista RIOR – CONHECIMENTOS BÁSICOS) Um servidor
exige autorização legislativa e licitação. Por público federal que, no exercício de sua função, causar
outro lado, não se exige autorização legislati- dano a terceiros poderá ser demandado diretamente
va para a alienação do controle de suas sub- pela vítima em ação indenizatória.
sidiárias e controladas. Nesse caso, a ope-
ração pode ser realizada sem a necessidade 5. (CESPE/2019/PGM – CAMPO GRANDE/PRO-
de licitação, desde que siga procedimentos CURADOR MUNICIPAL) Após processo licitatório na
que observem os princípios da Administra- modalidade de concorrência, determinada empresa
ção Pública inscritos no art. 37 da CF/1988, foi contratada para reformar imóvel pertencente à Ad-
respeitada, sempre, a exigência de necessá- ministração Pública. Por enfrentar, no entanto, graves
ria competitividade. STF. Plenário. ADI 5624 problemas financeiros, essa empresa deixou de reali-
MC-Ref/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, zar 30% da obra licitada, o que equivale a uma mon-
julgado em 5 e 6/6/2019 (Info 943). ta de R$ 250.000. Por isso, a administração pública
pretende contratar outra empresa para finalizar a obra
remanescente.

Comentário
A situação narrada caracteriza hipótese legal de
dispensa de licitação para a contratação de rema-
nescente de obra, caso em que deve ser atendida a
ordem de classificação da licitação anterior e devem
ser aceitas as mesmas condições oferecidas pelo
licitante vencedor.

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DIREITO ADMINISTRATIVO
Gustavo Scatolino

6. (CESPE/2019/DPE-DF/DEFENSOR PÚBLICO)
De acordo com o STF, são imprescritíveis as ações de
ressarcimento de danos ao erário decorrentes de ato
doloso de improbidade administrativa.

7. (CESPE/2019/PGM – CAMPO GRANDE/PROCU-


RADOR MUNICIPAL) Servidor público que receber
quantia em dinheiro para deixar de tomar providência
a que seria obrigado em razão do cargo que ocupa
estará sujeito, entre outras sanções, à suspensão dos
seus direitos políticos por um período de oito anos a
dez anos.

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GRAMÁTICA
Elias Santana

Elias Santana
Licenciado em Letras – Língua Portuguesa e Respectiva Literatura – pela Universidade de Brasília. Possui mes-
trado pela mesma instituição, na área de concentração "Gramática – Teoria e Análise", com enfoque em ensino
de gramática. Foi servidor da Secretaria de Educação do DF, além de professor em vários colégios e cursos
preparatórios. Ministra aulas de gramática, redação discursiva e interpretação de textos. Ademais, é escritor,
com uma obra literária já publicada. Por essa razão, recebeu Moção de Louvor da Câmara Legislativa do Distrito
Federal.

GRAMÁTICA

TEXTO 1 40 ações que historicamente se fizeram por meio de


sistemas legais, com redução de seus custos e
1 Em 1996, no artigo Contratos inteligentes, aumento de sua velocidade e segurança.
o criptógrafo Nick Szabo predizia que a Internet  Ainda que o segmento esteja em fase inicial,
mudaria para sempre a natureza dos sistemas aos poucos vão surgindo mais legaltechs para
legais. A justiça do futuro, dizia, estaria baseada 45 aplicar contratos inteligentes em diferentes seto-
5 em uma tecnologia chamada contratos inteligen- res da economia. Um dos principais desafios está
tes. Os contratos legais com que habitualmente no ambiente regulatório — em particular, no reco-
trabalham os advogados estão escritos em lin- nhecimento legal desses contratos. “Hoje conta-
guagem frequentemente ambígua e sujeita a mos com projetos de implementação de contratos
interpretações diversas. Um contrato inteligente 50 inteligentes com validade legal, como OpenLaw,
10 é um acordo escrito em código de software, que, da ConsenSys (Estados Unidos da América –
como linguagem de programação, é claro e obje- EUA), Accord Project (EUA e Reino Unido), Agrello
tivo. O contrato se executa de maneira automá- (Estônia) e dezenas de pequenos empreendimen-
tica quando se cumprem as condições acordadas. tos pelo mundo”, afirma o advogado especializado
Ambas as partes podem ter certeza quase total de 55 em novas tecnologias Albi Rodriguez Jaramillo,
15 que o acordo se cumprirá tal como foi combinado. cofundador da comunidade LegalBlock.
E tudo ocorre em uma rede descentralizada de  Um segundo desafio é desenvolver a infra-
computadores. Não há nada que as partes possam estrutura necessária para que os contratos in-
fazer para evitar o cumprimento do contrato. teligentes possam ser executados. Isso inclui a
 Imaginemos que Alice compre um automóvel 60 criação de fechaduras inteligentes que respon-
20 com um crédito bancário, mas deixe de pagar suas dam às ordens desses contratos. Elas farão a
prestações. Uma manhã, introduz sua chave digital hipotética devedora Alice não conseguir abrir o
no veículo, e a porta não abre. Foi bloqueada por carro por ter deixado de pagar as prestações. A
falta de cumprimento do contrato. Minutos depois, empresa Slock.it desenvolve uma rede universal
chega o funcionário do banco com outra chave 65 de compartilhamento (universal sharing network)
25 digital. Abre a porta, liga o motor e parte com o veí- na qual, espera-se, vão interagir carros, casas e
culo. O contrato inteligente bloqueou, de maneira outros ativos da economia compartilhada. Será
automática, o uso do dispositivo digital por Alice, uma peça fundamental para o desenvolvimento
porque ela não cumpriu o contrato. O banco recu- dos contratos inteligentes na nova economia.
pera o veículo, sem perder tempo com advogados.
30 Szabo propôs os contratos inteligentes nos Sobre o texto, julgue os itens a seguir.
anos 90 do século passado. Mas, durante muito
tempo, a proposta ficou só na ideia. Até que, em 1. A correção gramatical do texto seria mantida se o
2014, um jovem russo-canadense de 19 anos de vocábulo “porque” (l. 28) fosse substituído por por que.
idade, Vitalik Buterin, lançou a Ethereum, uma
35 legaltech que mantém registro compartilhado 2. O segmento “E tudo ocorre em uma rede descen-
com a rede bitcoin, mas tem linguagem de pro- tralizada de computadores” (l. 16 e 17) expressa con-
gramação mais sofisticada que permite a gra- clusão no parágrafo em que aparece.
vação de contratos inteligentes. Os contratos
inteligentes prometem automatizar muitas das

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GRAMÁTICA
Elias Santana

3. Infere-se das informações do terceiro parágrafo do  A segunda onda renovatória enfrentou os


texto que o segmento “foi bloqueada” (l. 22) refere-se a desafios de tornar o processo judicial acessível
“chave digital” (l. 21). a interesses coletivos, de grupos indetermina-
dos, e não apenas limitado a ser um instrumento
4. No trecho “abre a porta, liga o motor e parte com 30 de demandas individuais. Para assegurar a tutela
dos direitos difusos, que dizem respeito à socie-
o veículo” (l. 25 e 26), o termo “o veículo” é sujeito das
dade em geral, foram criados instrumentos para
formas verbais “Abre”, “liga” e “parte”.
estimular a democracia participativa. Os princi-
pais avanços ocorreram com a entrada em vigor
5. A inserção do sinal indicativo de crase em “a in- 35 da Lei da Ação Civil Pública, em 1985, e do Código
terpretações” (l. 8 e 9) ocasionaria erro gramatical no de Defesa do Consumidor, em 1990, que, conjun-
texto. tamente, formaram o microssistema processual
para assegurar os interesses da população.
6. A substituição da forma verbal “estaria” (l. 4) por  A terceira onda encorajou uma ampla
estava não modificaria os sentidos originais do texto. 40 variedade de reformas na estrutura e na orga-
nização dos tribunais, o que possibilitou a sim-
7. As vírgulas empregadas logo após as expressões plificação de procedimentos e, consequente-
mente, do processo. Entendeu-se que cada tipo
“uma manhã” (l. 21) e “minutos depois” (l. 23) justifi-
de conflito tem uma forma adequada de solução:
cam-se pela mesma regra de pontuação.
45 a decisão final para uma controvérsia pode ser
tomada por um juiz, árbitro ou pelas próprias
8. A expressão “Ainda que” (l. 43) poderia ser subs- partes, com ou sem o auxílio de terceiros neutros,
tituída por Embora, sem alteração dos sentidos e da como mediadores e conciliadores.
correção gramatical do texto.  Hoje, na quarta onda renovatória, a chamada
50 revolução digital e suas mudanças rápidas ace-
TEXTO 2 leraram a engrenagem judicial. Esse processo
de transição do analógico para o digital não se
1 O maior desafio do Poder Judiciário no Brasil resume apenas à virtualização dos tribunais com
é tornar-se cada vez mais acessível às pessoas, a chegada do processo eletrônico. As tecnologias
até mesmo a quem não pode arcar com o custo 55 da informação e comunicação oferecem infi-
financeiro de um processo. De um modo amplo, nitas possibilidades para redesenhar o que
5 o acesso à justiça significa a garantia de se entende por justiça. As plataformas digitais
amparo aos direitos do cidadão por meio de de solução de conflitos popularizaram servi-
uma ordem jurídica justa e, caso tais direitos ços antes tidos como caros e pouco acessíveis.
sejam violados, a possibilidade de ele buscar 60 Hoje existe até a oferta de experiências de cortes
a devida reparação. Para tornar efetivo esse online, nas quais as pessoas têm acesso aos tri-
10 direito fundamental e popularizá-lo, foram feitas bunais com um clique, sem sair de casa.
várias mudanças na lei ao longo dos anos.
 Esse movimento de inclusão é conheci- Sobre o texto, julgue os itens a seguir.
do como “ondas renovatórias”. Atualmente, já
se fala no surgimento da quarta onda, que está 9. A inserção do sinal indicativo de crase em “a quem”
15 relacionada aos avanços da tecnologia. Na pri- (l. 3) não comprometeria a correção gramatical do texto.
meira onda renovatória, buscou-se superar as
barreiras econômicas do acesso à justiça. No 10. A expressão “esse direito fundamental” (l. 9 e 10)
Brasil, as medidas para garantir a assistência judi- refere-se a “o acesso à justiça” (l. 5).
ciária a quem não pode arcar com as custas de
20 um processo ou ser assistido por um advogado 11. A correção gramatical do texto seria preservada
particular foram efetivadas principalmente pela caso se inserisse a preposição a imediatamente após
Lei n. 1.060, de 1950, e pela criação da Defen- “atende” (l. 23) — atende a.
soria Pública da União, em 1994, que atende
muitos segurados do INSS que têm de recorrer ao 12. A eliminação da vírgula empregada imediatamente
25 Poder Judiciário para conseguir um benefício. após “difusos” (l. 31) não comprometeria a correção gra-
matical do texto, mas alteraria os seus sentidos originais.

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GRAMÁTICA
Elias Santana

13. No trecho “A terceira onda encorajou uma ampla


variedade de reformas na estrutura e na organização
dos tribunais” (l. 39 a 41), o verbo encorajar tem o mes-
mo sentido de incentivar.

14. O vocábulo “que” (l. 36) poderia ser substituído por


o qual, sem alteração dos sentidos e da correção gra-
matical do texto.

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DIREITO PENAL
Érico Palazzo

Érico Palazzo
Delegado de Polícia do Distrito Federal, ex-agente da PCDF. Já atuou como advogado e consultor tributarista. É
especialista em Direito Administrativo pela Fundação Getúlio Vargas e foi aprovado em diversos concursos públi-
cos das áreas policial e jurídica nos últimos anos. É professor de Direito Penal e Legislação Extravagante Penal.

DIREITO PENAL

1. (CESPE/2019/CGE – CE/AUDITOR DE CONTRO- 3. (CESPE/2018/EMAP/ANALISTA PORTUÁRIO –


LE INTERNO – ÁREA DE CORREIÇÃO) A respeito da ÁREA JURÍDICA) A respeito da aplicação da lei penal,
lei penal no tempo e no espaço, julgue os seguintes julgue o item a seguir.
itens, tendo como referência o Código Penal e a juris-
prudência dos tribunais superiores. Aplica-se a lei penal brasileira a crimes cometidos
dentro de navio que esteja a serviço do governo
I – A lei penal mais benéfica retroagirá em benefí- brasileiro, ainda que a embarcação esteja anco-
cio do réu, de acordo com o princípio da retro- rada em território estrangeiro.
atividade benéfica penal.
II – Em relação ao tempo do crime, o direito penal 4. (CESPE/2017/TRF – 1ª REGIÃO/ANALISTA JUDI-
brasileiro adota a teoria da atividade. CIÁRIO – OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR FEDE-
III – Em relação ao lugar do crime, o direito penal
RAL) Acerca da antijuridicidade e das causas de exclu-
brasileiro adota a teoria do resultado.
são no direito penal, julgue o item subsequente.
IV – A lei penal mais benéfica aplica-se ao crime
continuado ou ao crime permanente, ainda
Segundo o Código Penal, o agente que tenha
que ocorra superveniência de lei penal mais
gravosa ao longo da atividade delitiva. cometido excesso quando da análise das exclu-
dentes de ilicitudes será punido apenas se o tiver
Estão certos apenas os itens cometido dolosamente.
a. I e II.
b. I e IV. 5. (CESPE/2015/TRE-MT/ANALISTA JUDICIÁRIO –
c. II e III. JUDICIÁRIA/ADAPTADA) No tocante à aplicação da
d. I, III e IV. pena, concurso de crimes e causas de exclusão de ili-
e. II, III e IV. citude e de culpabilidade, julgue o item.

2. (CESPE/2019/TJ-PR/JUIZ SUBSTITUTO) Nas dis- A legítima defesa sucessiva é inadmissível como


posições penais da Lei Geral da Copa, foi estabelecido causa excludente de ilicitude da conduta.
que os tipos penais previstos nessa legislação tives-
sem vigência até o dia 31 de dezembro de 2014. 6. (CESPE/2015/TRE-MT/ANALISTA JUDICIÁRIO –
Considerando-se essas informações, é correto afirmar JUDICIÁRIA) A coação física irresistível configura cau-
que a referida legislação é um exemplo de lei penal sa excludente da culpabilidade.
a. excepcional.
b. temporária. 7. (CESPE/2018/MPU/ANALISTA – DIREITO) João e
c. corretiva. Manoel, penalmente imputáveis, decidiram matar Fran-
d. intermediária. cisco. Sem que um soubesse da intenção do outro, João
e Manoel se posicionaram de tocaia e, concomitante-
mente, atiraram na direção da vítima, que veio a falecer
em decorrência de um dos disparos. Não foi possível de-
terminar de qual arma foi deflagrado o projétil que atingiu
fatalmente Francisco. Nessa situação, João e Manoel
responderão pelo crime de homicídio na forma tentada.

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DIREITO PENAL
Érico Palazzo

8. (CESPE/2016/TRE-PI/ANALISTA JUDICIÁRIO – 13. (CESPE/2018/SEFAZ-RS/TÉCNICO TRIBUTÁRIO


JUDICIÁRIA) A respeito do concurso de pessoas, assi- DA RECEITA ESTADUAL) Situação hipotética I: João,
nale a opção correta. durante abordagem por um policial militar, atribuiu a si
a. As circunstâncias objetivas se comunicam, mes- nome diverso, a fim de se esquivar de mandado de
mo que o partícipe delas não tenha conhecimento. prisão pendente de cumprimento.
b. Em se tratando de peculato, crime próprio de fun- Situação hipotética II: Caio, durante abordagem em
cionário público, não é possível a coautoria de um blitz policial, apresentou documento de identidade
particular, dada a absoluta incomunicabilidade da falso, estando ciente da falsidade do documento.
circunstância elementar do crime.
c. A determinação, o ajuste ou instigação e o auxílio
Considerando as situações hipotéticas I e II, assinale
não são puníveis.
a opção correta.
d. Tratando-se de crimes contra a vida, se a partici-
a. Apenas Caio praticou crime, porque a conduta de
pação for de menor importância, a pena aplicada
João está coberta pelo direito de ampla defesa.
poderá ser diminuída de um sexto a um terço.
b. Ambos praticaram crime de falsa identidade.
e. No caso de um dos concorrentes optar por parti-
c. João praticou crime de estelionato.
cipar de crime menos grave, a ele será aplicada
d. Caio praticou crime de falsa identidade; e João,
a pena referente a este crime, que deverá ser au-
crime de falsidade ideológica.
mentada mesmo na hipótese de não ter sido pre-
e. João praticou crime de falsa identidade; e Caio,
visível o resultado mais grave.
crime de uso de documento falso.

9. (CESPE/2015/TJ-DFT/ANALISTA JUDICIÁRIO
14. (CESPE/2016/PC-PE/AGENTE DE POLÍCIA) As-
– OFICIAL DE JUSTIÇA – AVALIADOR FEDERAL)
sinale a opção correta com relação a crimes contra a
Idealizada por Welzel e Roxin e considerada objetivo-
Administração Pública.
-subjetiva, a teoria do domínio do fato diferencia auto-
a. Policial que exigir propina para liberar a passagem
ria de participação em função da prática dos atos exe-
de pessoas por uma estrada cometerá corrup-
cutórios do delito. ção passiva.
b. O agente penitenciário que não recolher aparelhos
10. (CESPE/2018/MPE-PI/ANALISTA MINISTERIAL/ celulares de pessoas em privação de liberdade co-
ÁREA PROCESSUAL) A renúncia, o perdão e a pe- meterá crime de condescendência criminosa.
rempção extinguem a punibilidade na ação penal pri- c. Um governador que ordenar a aquisição de viatu-
vada e na ação pública condicionada a representação. ras policiais e o pagamento destas com recurso le-
galmente destinado à educação infantil cometerá
11. (CESPE/2012/PC-CE/INSPETOR DE POLÍCIA o crime de peculato.
– CIVIL) Julgue o próximo item, referente aos crimes d. Se forem ocupantes de cargos em comissão ou
contra a fé pública. de função de direção ou assessoramento de ór-
gão da Administração Direta, sociedade de econo-
Se um indivíduo adquirir, gratuitamente, maqui- mia mista, empresa pública ou fundação instituída
pelo poder público, os autores de crimes contra a
nismo para falsificar moedas e alcançar o seu
Administração Pública terão direito à redução de
intento, então, nesse caso, ele responderá pelo
suas penas.
crime de moeda falsa em concurso com o delito
e. A circunstância de funcionário público é comunicá-
de petrechos para falsificação de moeda.
vel a particular que cometa o crime sabendo dessa
condição especial do funcionário.
12. (CESPE/2016/TRT – 8ª REGIÃO/ANALISTA JUDI-
CIÁRIO – OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR FEDE-
RAL) Caracteriza falsificação de documento particular
a alteração de
a. testamento particular.
b. ações de sociedade comercial.
c. título ao portador ou transmissível por endosso.
d. nota fiscal.
e. livros mercantis.

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DIREITO PENAL
Érico Palazzo

15. (CESPE/2018/PC-MA/INVESTIGADOR DE POLÍ-


CIA) Uma investigadora de polícia exigiu de um trafi-
cante de drogas o pagamento de determinada impor-
tância em dinheiro a fim de que evitasse o indiciamento
dele em inquérito policial. O traficante pediu um prazo
para o pagamento do valor acordado e, dois dias de-
pois, entregou o dinheiro à investigadora, a qual, en-
tão, ocultou as provas contra o traficante. Com relação
a essa situação hipotética, assinale a opção correta.
a. A investigadora e o traficante, pela aplicação da
teoria monista, deverão responder pelo mesmo
tipo penal.
b. A investigadora cometeu crime de corrupção pas-
siva, consumado a partir do momento em que o
traficante efetuou o pagamento.
c. O cumprimento, pela investigadora, do acordado
com o traficante configura circunstância qualifica-
dora do crime.
d. O traficante deverá responder pelo crime de cor-
rupção ativa, consumado a partir do momento em
que as provas contra ele foram ocultadas.
e. A conduta da investigadora configura crime de
concussão, consumado quando ela exigiu do trafi-
cante o pagamento do valor pecuniário.

16. (CESPE/2013/DPF/Delegado) No que se refere


aos crimes de lavagem de dinheiro, julgue o item sub-
secutivo com base no direito processual penal.

Conforme a jurisprudência do STJ, não impede o


prosseguimento da apuração de cometimento do
crime de lavagem de dinheiro a extinção da puni-
bilidade dos delitos antecedentes.

17. (CESPE/2017/PC-GO/DELEGADO DE POLÍCIA


SUBSTITUTO) Para a caracterização do delito de lava-
gem de dinheiro, a legislação de regência prevê um rol
taxativo de crimes antecedentes, geradores de ativos
de origem ilícita, sem os quais o crime não subsiste.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Geilza Diniz

Geilza Diniz
Doutora em Direito pelo Uniceub (2014) e Mestra em Direito Público pela UFPE (2002). Juíza de Direito do
TJDFT desde 2003, tendo sido aprovada em 1º lugar no concurso e com a maior média final da história do Tri-
bunal. Autora de diversos livros e artigos jurídicos. Coordenadora da Escola de Formação Judiciária do TJDFT.
Professora de Processo Penal e Técnica de Sentença Criminal e Professora universitária (UFRR e Uniceub).

DIREITO PROCESSUAL PENAL


18. (CESPE/2019/TJ-DFT/TITULAR DE SERVIÇOS c. Sendo o inquérito policial a base da denúncia, o
DE NOTAS E DE REGISTROS – PROVIMENTO) Ministério Público não poderá alterar a classifica-
João, de 19 anos de idade, foi vítima de crime de calú- ção do crime definida pela autoridade policial.
nia praticado por Maria. Ciente da autoria do ato delitu- d. O inquérito policial pode ser definido como um
oso, João relatou os fatos informalmente ao delegado procedimento administrativo pré-processual des-
de polícia e solicitou orientação sobre as providências tinado à apuração das infrações penais e da
sua autoria.
a serem adotadas.
e. Por ser instrumento de informação pré-processu-
al, o inquérito policial é imprescindível ao ofereci-
Considerando essa situação hipotética, assinale a
mento da denúncia.
opção correta, acerca de crime que se apura mediante
ação penal privada.
20. (CESPE/2018/PC-MA/ESCRIVÃO DE POLÍCIA CI-
a. Em face do princípio da oficiosidade, o delegado
VIL) Em relação à aplicação da lei processual penal, é
de polícia deverá instaurar o procedimento inves-
correto afirmar que a lei
tigatório, independentemente da formalização do
a. nova será aplicada sem prejuízo da validade dos
requerimento de João.
atos realizados sob a vigência da lei anterior.
b. A instauração do inquérito policial suspende a
b. processual penal não admitirá aplicação analógica.
fluência do prazo decadencial para o ingresso
c. processual penal não se sujeitará a tratados, con-
da ação penal em juízo até a completa apuração
venções ou regras de direito internacional.
dos fatos.
d. nova e mais gravosa ao réu terá aplicação imedia-
c. Caso João venha a falecer após a instauração do
ta somente para os novos processos que se tive-
inquérito policial e antes da ação penal, o direito
rem iniciado depois de sua promulgação.
de oferecer queixa-crime passará ao cônjuge, as-
e. nova será aplicada aos fatos pretéritos que eram
cendente, descendente ou irmão.
regulados pela lei revogada.
d. Por ser João menor de 21 anos de idade, o direito
de queixa poderá ser exercido por ele ou por seu
representante legal. 21. (CESPE/2018/PC-MA/ESCRIVÃO DE POLÍCIA CI-
e. Instaurada a ação penal competente e havendo VIL) De acordo com as regras para a fixação da com-
inércia de João, o Ministério Público poderá dar petência no âmbito penal, assinale a opção correta.
prosseguimento à referida ação. a. A competência será definida por conexão, quando
duas ou mais pessoas forem acusadas da prática
19. (CESPE/2018/PC-MA/PERITO CRIMINAL) A res- de um mesmo fato delituoso.
peito do inquérito policial, assinale a opção correta. b. Não se aplicam as regras de competência aos cri-
a. O inquérito policial poderá ser iniciado apenas com mes cometidos fora do território brasileiro.
base em denúncia anônima que indique a ocor- c. A competência será definida pelo domicílio ou pela
rência do fato criminoso e a sua provável autoria, residência da vítima, quando a execução do crime
ainda que sem a verificação prévia da procedência iniciar-se, mas este não se consuma por circuns-
das informações. tâncias alheias à vontade do agente.
b. Contra o despacho da autoridade policial que in- d. Sempre que, no inquérito policial, não se conse-
deferir a instauração do inquérito policial a reque- guir determinar o local do fato delituoso, a compe-
rimento do ofendido caberá reclamação ao Minis- tência será fixada pelo domicílio ou pela residên-
tério Público. cia do réu.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Geilza Diniz

e. No caso de crime consumado, a competência será d. O recurso deverá ser feito por meio de petição es-
fixada após a descoberta do paradeiro do réu. crita caso o réu não saiba assinar o nome, não
sendo viável que o recurso seja apresentado por
22. (CESPE/2019/TJ-DFT/TITULAR DE SERVIÇOS termo nos autos.
DE NOTAS E DE REGISTROS – REMOÇÃO) De acor- e. O princípio da fungibilidade deverá ser aplicado a
do com a doutrina, a legislação pertinente e a jurispru- todos os recursos que forem apresentados de for-
dência dos tribunais superiores, assinale a opção corre- ma indevida.
ta, em relação às regras aplicadas à prisão temporária.
a. O magistrado não poderá determinar de ofício a Súmula Vinculante 14/STF: É direito do defensor, no
prorrogação do prazo da prisão temporária, ainda interesse do representado, ter acesso amplo aos ele-
que comprovada pela autoridade judiciária a ne- mentos de prova que, já documentados em procedi-
cessidade da referida medida. mento investigatório realizado por órgão com compe-
b. A lei de regência prevê a legitimidade do ofendi- tência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício
do para requerer a prisão temporária no curso das do direito de defesa.
investigações policiais em que se apure crime de
ação penal privada. 25. (CESPE/2019/CGE – CE/AUDITOR DE CON-
c. A eventual ilegalidade de decreto que tenha deter- TROLE INTERNO – ÁREA DE CORREIÇÃO) Hélio,
minado a prisão temporária torna nulas as provas servidor público, sem antecedentes criminais e com
derivadas da segregação. circunstâncias pessoais favoráveis, foi indiciado pelo
d. A prisão temporária poderá ser convertida, após a
crime de prevaricação, cuja pena máxima é de deten-
sua decretação, em medida cautelar menos gra-
ção de um ano.
vosa, a exemplo da liberdade provisória, com ou
Nessa situação hipotética, ao receber o inquérito poli-
sem fiança.
e. Estando em curso a prisão temporária do indicia- cial que indicia Hélio, o Ministério Público poderá
do, o juiz deverá aguardar o termo final da custó- a. oferecer denúncia em razão do princípio da obri-
dia para o recebimento da denúncia, caso ofereci- gatoriedade da ação penal.
b. oferecer a suspensão condicional do proces-
da pelo Ministério Público.
so, haja vista as condições pessoais favoráveis
do agente.
23. (CESPE/2016/PC-GO/ESCRIVÃO DE POLÍCIA
c. oferecer a transação penal, haja vista as condi-
SUBSTITUTO) A situação em que um indivíduo é pre-
ções pessoais do agente e o baixo potencial ofen-
so em flagrante delito por ser surpreendido logo após sivo do crime.
cometer um homicídio caracteriza um d. requerer ao juízo a suspensão condicional da
a. flagrante presumido. pena, haja vista as condições pessoais favoráveis
b. flagrante impróprio. do agente.
c. flagrante assimilado. e. proceder ao arquivamento de ofício do inquéri-
d. flagrante próprio. to, haja vista as condições pessoais favoráveis
e. quase-flagrante. do agente.

24. (CESPE/2019/TJ-SC/JUIZ SUBSTITUTO) De 26. (CESPE/2019/TJ-DFT/TITULAR DE SERVIÇOS


acordo com a legislação vigente acerca de recursos DE NOTAS E DE REGISTROS – PROVIMENTO) À
em geral no processo penal, assinale a opção correta. luz dos dispositivos da Lei n. 9.099/1995 bem como
a. Decisão proferida em sede de recurso interposto da doutrina e jurisprudência dos tribunais superiores,
por um dos réus em concurso de agentes que re- assinale a opção correta.
conheça a atipicidade do fato a eles atribuído apro- a. É considerado crime de menor potencial ofensivo
veitará ao outro réu por força do efeito extensivo. a infração penal cuja pena máxima de privação da
b. É viável que, no curso da tramitação, o Ministério liberdade seja superior a dois anos, mas que te-
Público desista de recurso que tenha interposto, nha previsão alternativa de pena de multa.
desde que o assistente de acusação também de- b. Havendo divergência entre o órgão acusador e o
sista do ato processual. magistrado quanto à aplicação da suspensão con-
c. É viável a interposição de recurso por um réu que dicional do processo, poderá o juiz conceder, de
pleiteie a condenação de outro que tenha sido ofício, o instituto despenalizador.
absolvido.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Geilza Diniz

c. É cabível a apelação contra a decisão de rejeição cionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade
da denúncia ou da queixa-crime, devendo o recur- disciplinar civil e penal do agente ou da autoridade e de
so ser interposto no prazo de dez dias por petição nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere,
ou termo nos autos. sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.
d. Compete exclusivamente ao seu titular, na ação
penal privada, propor a transação penal ao que- Súmula 38/STJ: Compete à Justiça Estadual Comum,
relado, não cabendo ao Ministério Público a prer-
na vigência da Constituição de 1988, o processo por
rogativa de ofertá-la, mesmo diante da inércia
contravenção penal, ainda que praticada em detri-
do titular
mento de bens, serviços ou interesse da União ou de
e. Compete ao tribunal de justiça local processar e
suas entidades.
julgar revisão criminal proposta pelo réu contra
sentença homologatória de transação penal profe-
rida em juizado especial criminal. Súmula 234/STJ: A participação de membro do Minis-
tério Público na fase investigatória criminal não acar-
27. (CESPE/2017/TRE-BA/ANALISTA JUDICIÁRIO – reta o seu impedimento ou suspeição para o ofereci-
ÁREA ADMINISTRATIVA) Com relação às provas no mento da denúncia.
processo penal, julgue os seguintes itens.
Súmula 542/STJ: A ação penal relativa ao crime de
I – O exame de corpo delito, imprescindível nos lesão corporal resultante de violência doméstica contra
casos em que as infrações penais deixam a mulher é pública incondicionada.
vestígios, pode ser suprido pela confissão do
acusado. Súmula 208/STF: O assistente do Ministério Público
II – Desaparecidos os vestígios da infração penal, não pode recorrer, extraordinariamente, de decisão
a prova testemunhal poderá suprir a falta do concessiva de habeas corpus.
exame de corpo delito.
III – Do ofendido não será colhido o compromisso Súmula 330/STJ: É desnecessária a resposta prelimi-
de dizer a verdade sobre o que souber, não
nar de que trata o artigo 514 do Código de Processo
podendo ele ser responsabilizado pelo crime
Penal, na ação penal instruída por inquérito policial.
de falso testemunho.
IV – Reputar-se-á verdadeira a acusação formula-
Súmula 366/STF: Não é nula a citação por edital que
da contra o acusado que permanecer em si-
lêncio em seu interrogatório judicial. indica o dispositivo da lei penal, embora não transcreva
a denúncia ou queixa, ou não resuma os fatos em que
Estão certos apenas os itens se baseia.
a. I e II.
b. I e III. Súmula 455/STJ: A decisão que determinar a produ-
c. I e IV. ção antecipada de provas com base no artigo 366 do
d. II e III. CPP deve ser concretamente fundamentada, não a
e. III e IV. justificando unicamente o mero decurso do tempo.

JURISPRUDÊNCIA Súmula 415/STJ: O período de suspensão do prazo


prescricional é regulado pelo máximo da pena comi-
Súmula 524/STF: Arquivado o inquérito policial, por nada.
despacho do juiz, a requerimento do promotor de jus-
tiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas Súmula 243/STJ: O benefício da suspensão do pro-
provas. cesso não é aplicável em relação às infrações penais
cometidas em concurso material, concurso formal ou
Súmula Vinculante 11/STF: Só é lícito o uso de alge- continuidade delitiva, quando a pena mínima comi-
mas em caso de resistência e de fundado receio de nada, seja pelo somatório, seja pela incidência da
fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, majorante, ultrapassar o limite de um (01) ano.
por parte do preso ou de terceiros, justificada a excep-

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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Geilza Diniz

Súmula 696/STF: Reunidos os pressupostos legais


permissivos da Suspensão Condicional do Processo,
mas se recusando o Promotor de Justiça a propô-la, o
Juiz, dissentindo, remeterá a questão ao Procurador-
-Geral, aplicando-se por analogia o art. 28 do Código
de Processo Penal.

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TEXTO E REDAÇÃO DISCURSIVA
Tereza Cavalcanti

Tereza Cavalcanti
Professora de Língua Portuguesa desde 1984. Formada pela Universidade de Brasília em 1986 (Letras –
Português), com especialização em Literatura Brasileira pela mesma instituição e em Docência para Ensino
Superior pelo IESB. Trabalhou em educação regular (ensino médio e superior) e em cursos preparatórios
para vestibular durante vinte e cinco anos. Há vinte anos, dedica-se à preparação para concurso público,
ministrando aulas de Gramática, Interpretação de Texto, Redação Oficial e Redação Discursiva. Aprovada em
diversos concursos (Secretaria de Educação, Tribunal de Justiça do Distrito Federal, Colégio Militar, Correios,
IF-DF, Supremo Tribunal Federal, Superior Tribunal Militar), encontrou nas aulas para concurso sua verdadeira
vocação e tem-se dedicado exclusivamente a essa área há dez anos.

TEXTO E REDAÇÃO DISCURSIVA

TEXTO PARA AS QUESTÕES DE 1 A 5 1. Os sentidos do texto seriam alterados caso se


substituísse
1 Por mais limitado que seja o âmbito de a. “de algum modo” (l. 26 e 27) por de modo algum.
vida de qualquer povo, lá iremos encontrar, em b. “lá iremos encontrar” (l. 2) por iremos lá encontrar.
gérmen ― por vezes, obscuras e indiscrimina- c. “imensas complexidades” (l. 11) por complexida-
das ―, quatro grandes instituições fundamentais des imensas.
5 que constroem e condicionam a vida em comum: d. “Todas essas funções” (l. 24) por Essas fun-
a família, o Estado, a igreja e a escola. ções todas.
 Desde que haja vida em comum, essas ins- e. “de tal forma” (l. 25 e 26) por de forma tal.
tituições, sob alguma forma, hão de aparecer, e
aparecem para manter, nutrir, ordenar e iluminar 2. O termo “urdidura” (l. 12) é empregado no texto
10 a vida em comum. Existir em sociedade envolve, com o sentido de
com efeito, imensas complexidades. Cada indi- a. conluio.
víduo nada mais sendo do que uma urdidura de b. fantasia.
laços sociais, toda sua vida transcorre em plano c. golpe.
superior ao de sua própria vida física, e seus meios d. imagem.
15 de expressão não podem ser outros que os das e. trama.
instituições de sua sociedade. Dentre essas, avul-
tam as que mais largamente compõem o quadro 3. Assinale a opção correta quanto aos aspectos coe-
da existência coletiva. A família, que vela pelo seu sivos do segundo parágrafo do texto.
desenvolvimento inicial e o conduz a se tornar, por a. No terceiro período desse parágrafo, o vocábulo
20 sua vez, um perpetuador de sua espécie; o Estado, “sua” retoma antecedentes distintos em cada uma
que o defende e regula a vida em grupo; a igreja, de suas ocorrências.
que lhe dá o sentido profundo do seu devotamento b. Logo após o vocábulo “ao” (l. 14), subentende-se
social; e a escola, que o humaniza e o socializa. a expressão “plano superior”.
 Todas essas funções se confundem e se c. O elemento “os” (l. 15) retoma “outros”.
25 misturam, em cada uma dessas instituições, de tal d. Os vocábulos “essas” (l. 16) e “as” (l. 17) têm o
forma que a história de qualquer delas é, de algum mesmo referente: “instituições”.
modo, a história da humanidade. e. Na linha 19, o antecedente do elemento “o”, em “o
conduz”, é “desenvolvimento inicial”.
Anísio Teixeira Notas para a história da educação
In: Revista brasileira de estudos pedagógicos.

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TEXTO E REDAÇÃO DISCURSIVA
Tereza Cavalcanti

4. Em cada uma das opções a seguir é apresentada TEXTO PARA AS QUESTÕES DE 6 A 10.
uma proposta de reescrita do seguinte trecho do texto:
“Cada indivíduo nada mais sendo do que uma urdidu- 1 A valorização do direito à vida digna pre-
ra de laços sociais, toda sua vida transcorre em plano serva as duas faces do homem: a do indivíduo e
superior ao de sua própria vida física, e seus meios de a do ser político; a do ser em si e a do ser com
expressão não podem ser outros que os das institui- o outro. O homem é inteiro em sua dimensão
ções de sua sociedade.” (l. 11 a 16). Assinale a opção 5 plural e faz-se único em sua condição social. Igual
que apresenta uma proposta de reescrita que mantém em sua humanidade, o homem desiguala-se, sin-
a correção gramatical e a coerência do texto. gulariza-se em sua individualidade.
a. Cada indivíduo é uma urdidura de laços sociais,  O direito é o instrumento da fraternização ra-
e em toda sua vida transcorre em plano superior cional e rigorosa. O direito à vida é a substância em
à de sua própria vida física e seus meios de ex- 10 torno da qual todos os direitos se conjugam, se
pressão só podem ser os das instituições de sua desdobram, se somam para que o sistema fique
sociedade. mais e mais próximo da ideia concretizável de jus-
b. Os seres humanos são mais do que uma urdidu- tiça social.
ra de laços sociais, os quais cuja vida perpassa o  Mais valeria que a vida atravessasse as
plano superior ao de sua própria vida física e seus 15 páginas da Lei Maior a se traduzir em palavras que
meios de expressão não podem ser os mesmos fossem apenas a revelação da justiça. Quando os
das instituições sociais. descaminhos não conduzirem a isso, competirá ao
c. Como o indivíduo não é senão uma urdidura de homem transformar a lei na vida mais digna para
laços sociais, toda a sua vida desenrola-se em que a convivência política seja mais fecunda e
plano superior ao de sua própria vida física, e os 20 humana.
meios de expressão desse indivíduo são os mes-
Cármen Lúcia Antunes Rocha. Comentário ao
mos das instituições de sua sociedade.
artigo 3.º. In: 50 anos da Declaração Universal dos
d. Cada indivíduo sendo mais nada que uma urdidu- Direitos Humanos 1948-1998: conquistas e desa-
ra de laços sociais tem sua vida percorrida ao pla- fios.
no superior de sua própria vida física cujos meios
de expressão não podem ser distintos das institui- 6. Compreende-se do texto que o ser humano tem
ções sociais. direito
e. Sendo cada indivíduo mais do que uma urdidura a. de agir de forma autônoma, em nome da lei da
de laços sociais, toda a vida transcorre em plano sobrevivência das espécies.
que ultrapassa os da própria vida física dele e os b. de ignorar o direito do outro se isso lhe for neces-
meios de expressão dele não são senão aqueles sário para defender seus interesses.
das instituições da sociedade a que se insere. c. de demandar ao sistema judicial a concretização
de seus direitos.
5. No primeiro período do segundo parágrafo do tex- d. à institucionalização do seu direito em detrimento
to, a expressão “Desde que” (l. 7) introduz oração que dos direitos de outros.
exprime circunstância de e. a uma vida plena e adequada, direito esse que
a. causa. está na essência de todos os direitos.
b. concessão.
c. condição. 7. A correção e o sentido do texto seriam preservados
d. conformidade. caso se inserisse uma vírgula logo após
e. consequência. a. “Mais” (l. 14).
b. “digna” (l. 18).
c. “homem” (l. 2).
d. “Igual” (l. 5).
e. “fraternização” (l. 8).

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TEXTO E REDAÇÃO DISCURSIVA
Tereza Cavalcanti

8. Em cada uma das opções a seguir é apresentada


uma proposta de reescrita do segundo parágrafo do
texto. Assinale a opção em que a proposta de reescrita
mantém o sentido e a correção gramatical do referido
texto.
a. É em torno da substância que é o direito à vida que
todos os direitos combinam-se, desdobram-se, so-
mam-se para que o sistema se aproxime cada vez
mais da ideia concretizável de justiça social.
b. O direito à vida é substância em torno da qual to-
dos os direitos se conjugam, se desdobram, se so-
mam para o sistema ficar cada vez mais próximo
da ideia de justiça social que se concretiza.
c. O direito à vida é a substância em cujo torno todos
os direitos conjugam-se, se desdobram, se somam
para que o sistema fique mais e mais próximo da
ideia de justiça social concretizável.
d. É o direito à vida componente pelo qual todos os
direitos são conjugados, desdobrados e somados
para que o sistema fique cada dia mais aproxima-
do da ideia de concretização da justiça social.
e. O direito à vida é a matéria em volta de quem os
direitos se conjugam, desdobram-se e somam
para a ideia concretizável de justiça social ficar
mais próxima do sistema.

9. No texto, o período “Mais valeria que a vida atra-


vessasse as páginas da Lei Maior a se traduzir em
palavras que fossem apenas a revelação da justiça”
(l. 14 a 16) expressa
a. um pedido.
b. um anseio.
c. um compromisso.
d. uma condição.
e. uma frustração.

10. Sem prejuízo para a coerência e para a correção


gramatical do texto, a conjunção “Quando” (l. 16) po-
deria ser substituída por
a. Se.
b. Caso.
c. À medida que.
d. Mesmo se.
e. Apesar de.

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TEXTO E REDAÇÃO DISCURSIVA
Tereza Cavalcanti

REDAÇÃO DISCURSIVA

TEMA 1

Desastres ambientais e ação do poder público

Em seu texto, aborde as causas de desastres ambientais e a responsabilidade do poder público sobre
o tema. Mencione ao menos um exemplo ao longo do texto.

TEMA 2

O mundo digital e a desinformação

• O acesso à informação na Internet


• As fake news e suas consequências
• Formas de prevenção da má informação provocada no mundo digital

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TEXTO E REDAÇÃO DISCURSIVA
Tereza Cavalcanti

TEMA 3

Produção de lixo no mundo contemporâneo

• Relação entre consumo e produção de lixo


• Impactos ambientais do lixo
• Sugestões para minimizar os impactos

TEMA 4

Economia do compartilhamento

• Surgimento e desenvolvimento da economia compartilhada


• Principais benefícios do modelo compartilhado
• Principais desafios para o modelo

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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E PODER JUDICIÁRIO
Renato Lacerda

Renato Lacerda
Servidor público federal desde 2004, atualmente ocupa o cargo de Analista de Gestão Pública do Ministério
Público da União, na Procuradoria-Geral do Trabalho. Responsável pelo projeto de implantação nacional da
Gestão por Competências do MPT, lotado na Coordenação de Desenvolvimento de Pessoas, na Seção de
Treinamento, assumindo responsabilidades no planejamento de cursos, no acompanhamento, na contrata-
ção e no desenvolvimento de soluções instrucionais e de aprendizagem organizacional. Administrador por
formação, como professor, procura contextualizar teoria e prática, alinhando a experiência profissional na
administração pública com as teorias exigidas pelas principais bancas. Como concurseiro, foi aprovado em
diversos concursos, com isso direciona os estudos adaptados à linguagem necessária à sua aprovação. Além
de professor das disciplinas de Administração Geral e Pública e Gestão de Pessoas, é palestrante e fornece
capacitações para órgãos e entidades da Administração Pública em suas diversas esferas e Poderes.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E PODER JUDICIÁRIO


Olá, caros(as) alunos(as)! Espero trazer a vocês uma sua própria percepção da realidade, baseada em suas
revisão definitiva, com informações importantes de cada características e diferenças individuais.
pequeno tópico de seu edital. Estou certo de que sua
prova estará toda aqui nas dicas abaixo: leiam e revisem! 7. A motivação obedece a certo sentido ou direção (o
que se espera alcançar), determinada intensidade (o
ASSUNTOS: COMPORTAMENTO ORGANIZACIO- quanto se deseja algo) e certa permanência (quanto
NAL. TEORIAS DA MOTIVAÇÃO. MOTIVAÇÃO E tempo persistirá o indivíduo em busca de seu desejo).
RECOMPENSAS INTRÍNSECAS E EXTRÍNSECAS.
MOTIVAÇÃO E CONTRATO PSICOLÓGICO. PER- 8. Na verdade, entre os indivíduos e as organizações,
CEPÇÃO, ATITUDES E DIFERENÇAS INDIVIDUAIS. formulam-se determinados contratos psicológicos, em
que a organização define o padrão de desempenho
1. Atitude se refere a afirmações avaliatórias ou jul- e os resultados esperados das pessoas, e elas apon-
gamentos que fazemos acerca de objetos, pessoas ou tam o que atende seus anseios e necessidades. Logo,
eventos. Ela se compõe, portanto, do conteúdo cogni- quando se conciliam os objetivos individuais e os objeti-
tivo (avaliação), do conteúdo afetivo (sentimento) e do vos organizacionais, alcança-se a sinergia ou equilíbrio
conteúdo comportamental (ação). organizacional. Todos têm um custo pessoal desembol-
sado em prol de uma organização, portanto possuem
2. Cognição (avaliação): “Meu colega foi promovido, certas expectativas de retribuição por seus esforços.
mas eu merecia mais: isso foi injusto”.
9. A motivação pode ser tanto intrínseca quanto extrín-
3. Afeição (sentimento): “Eu não vou com a cara de seca. Ela será intrínseca quando relacionada ao conteú-
meu supervisor mais”. do do trabalho, ao grau de satisfação e comprometimento
do indivíduo em relação ao grau de variedade e riqueza
4. Comportamento (ação): “Reclamo para todos de das tarefas, senso de propósito em sua função, autorre-
meu supervisor e resolvo sair daqui. Vou estudar para alização e autoestima. Ela será extrínseca quando rela-
passar em outro concurso”. cionada aos benefícios oriundos do trabalho, como re-
compensas, bônus, participação nos lucros, promoção.
5. Como se pode observar, portanto, a atitude se ex-
terioriza no desempenho do indivíduo, no seu grau de 10. Em termos de motivação, desenvolveram-se várias
comprometimento, na sua motivação para buscar de- teorias motivacionais. Por sua vez, elas desdobram-se
terminado resultado desejado. em dois grandes blocos: as teorias de conteúdo e as
teorias de fluxo ou processo. Abaixo, seguem exem-
6. Quanto à motivação, trata-se de um fenômeno plos de teorias em cada bloco:
individual, que varia de indivíduo para indivíduo e no
mesmo indivíduo ao longo do tempo. Assim, nem tudo
que motiva uma pessoa motivará outra. Cada um terá

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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E PODER JUDICIÁRIO
Renato Lacerda

TEORIAS DE CONTEÚDO TEORIAS DE FLUXO OU PROCESSO


Tentam descrever, de forma mais eclética e aberta,
São baseadas em necessidades humanas, definindo
o processo cognitivo que leva um indivíduo a se
de maneira fechada o que é motivação
motivar
• Hierarquia das necessidades de Maslow (fisiológi-
cos, de segurança, sociais, de estima e de autorre- • Teoria da avaliação cognitiva (autoconcordância)
alização)
• Teoria Bifatorial de Herzberg (higiênicos e motiva- • Teoria de Equidade de Stacy Adams (o próprio interno
cionais) e externo, o outro interno e externo)
• Teoria ERC de Alderfer (existência, relacionamento • Teoria do Estabelecimento de Objetivos/Metas de
e crescimento) Edwin Locke (difíceis, específicos, realistas)
• Autoeficácia de Bandura (mestria prática, aprendi-
• Teoria RAP de McClelland (realização, afiliação e
zagem por observação, persuasão verbal, excita-
poder)
ção emocional)
• Teoria X e Y de McGregor (homem econômico e • Teoria do Reforço de Skinner (reforço positivo,
homem social) reforço negativo, punição e extinção)
• Teoria de expectância de Vroom (motivação = valên-
cia X expectância X instrumentalidade)
• Modelo Contingencial de Lawler III (expectação do
esforço e capacidade levam ao resultado interme-
diário de desempenho, que gera o resultado final,
que é a recompensa)

11. Comunicar significa transferir alguma ideia ou infor-


mação, com consequente compreensão. Além disso,
ASSUNTOS: COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL.
deve haver pelo menos dois polos: o emissor, na fonte,
BARREIRAS À COMUNICAÇÃO. COMUNICA-
codifica a mensagem por meio de algum símbolo que
ÇÃO FORMAL E INFORMAL NA ORGANIZAÇÃO. imprima significado, envia a mensagem por um canal,
COMUNICAÇÃO NA GESTÃO PÚBLICA E GESTÃO meio ou mídia, que chega ao destinatário ou receptor
DE REDES ORGANIZACIONAIS. na fonte. Lá, ele deverá decodificar a mensagem a partir
do mesmo código, enviando um feedback ao emissor,
atestando a compreensão e eficácia da comunicação.

Emissor Receptor

Mensagem a Codificação da Mensagem Mensagem


ser enviada mensagem Canal recebida decodificada

Ruído

Feedback

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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E PODER JUDICIÁRIO
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12. A comunicação interpessoal é um mecanismo para à centralização. Será mais informal quando mediada
transmitir informações, motivar e melhorar o desempe- mais pela coordenação, de forma mais livre e cara a
nho de grupos e equipes. Serve também como meca- cara. Será pessoal quando permitir a interação e simul-
nismo de controle e regulação do comportamento das taneidade, e impessoal quando o meio ou canal não
pessoas, expressão das emoções, entre outras funções. permitir tal interação social, a exemplo de comunica-
ções em outdoors e afins.
13. A comunicação pode ser verbal ou não verbal, for-
mal ou informal, com canais mais pessoais ou impes- 14. Quanto à riqueza dos canais de comunicação, Ro-
soais. Será mais formal quando mediada pela hierar- bbins assim estabelece:
quia e obedecer a certo rito ou formalidade, tendendo

Riqueza de informação dos canais de comunicação

Grupos de
Relatórios
Discursos discussão Discursos ao
e boletins Videoconferências
gravados on-line vivo
formais
(groupware)

Canal Canal
pouco muito
rico rico

Memorandos, Conversas Conversas


E-mails Voice-mails
cartas telefônicas cara a cara

15. Quanto à direcionalidade das comunicações, pode


ser vertical ascendente (relatórios, requerimentos, re-
cursos, reconsideração), vertical descendente (ordens,
doutrinas, planejamento, orientações, diretrizes, políti-
cas), horizontal, ou seja, lado a lado e sem hierarquia
e, ainda, diagonal, quando entre níveis diferentes, mas Redes
sem hierarquia. Todos os
Critério Cadeia Roda
canais
16. As redes de comunicação, por sua vez, poderão
Velocidade Moderada Rápida Rápida
ser mais centralizadas ou mais descentralizadas, com
algumas características peculiares e adequação a de- Precisão Alta Alta Moderada
terminado contexto, o que assim define a literatura, se- Emergência
Moderada Alta Nenhuma
gundo Robbins e Chiavenato, respectivamente: de um líder
Satisfação
Moderada Baixa Alta
dos membros

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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E PODER JUDICIÁRIO
Renato Lacerda

Diferentes padrões de comunicação


22. As redes organizacionais possuem objetivos que
são comuns; não existe, entre as organizações parti-
cipantes, hierarquia; a competição cede espaço para
a cooperação e colaboração visando à sinergia de es-
forços para o alcance de resultados que seriam inviá-
veis de serem alcançados individualmente. Buscam-se
vantagens competitivas, economias de escala, agilida-
de, rápida adaptação ao ambiente externo e desenvol-
vimento de soluções criativas e inovadoras.

23. Na gestão pública, há diversos tipos de redes, e o


Estado tem se valido de contratos de gestão com orga-
nizações sociais (publicização), entre a administração
direta e a indireta (agencificação), conselhos de ges-
17. As redes de rumores, também chamadas de rádio- tão, cooperação entre os entes federativos, parcerias
-corredor ou rádio-peão, são mais informais e, segun- público-privadas, entre outros, sempre com foco em
do Robbins, podem ser mecanismos eficientes para resultados e ampliação da participação e representa-
fazer a informação fluir, e não somente para dissemi- tividade da sociedade civil.
nar boatos e fofocas, o que muitas vezes é tido pelas
pessoas como mais confiável e fidedigno do que as ASSUNTOS: COMPORTAMENTO GRUPAL E INTER-
comunicações formais. GRUPAL. PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE
GRUPOS. GESTÃO DE EQUIPES. GESTÃO PARTI-
18. Toda comunicação está sujeita, em maior ou menor CIPATIVA.
grau, a ruídos. As barreiras à boa comunicação podem
ser semânticas, físicas, psicológicas, entre outras. Po- 24. Grupo é diferente de equipe. Ainda que toda equi-
dem ser decorrência da ação ou omissão do emissor, pe seja um grupo, nem todo grupo será uma equipe.
do receptor, ou, ainda, do canal ou meio utilizado. Grupo tem característica individual, em que cada pes-
soa exerce de modo apartado a sua competência bus-
19. São exemplos de barreiras à boa comunicação: fil- cando seu próprio objetivo segundo o seguinte lema:
tragem, percepção seletiva, sobrecarga, omissão, dis- “Cada um por si e Deus por todos”. Equipe possui
torção, emoções, defensividade, idioma/jargão, silêncio, membros com competências complementares, caráter
medo da comunicação, diferenças de gênero, diferenças coletivo, visando a objetivos comuns segundo o lema
de status, contexto cultural, preconceito, entre outras. “um por todos e todos por um”.

20. As comunicações públicas demandam maior aten- Grupos Equipes


ção, dada a sua vinculação a princípios constitucionais
expressos e doutrinários. Decorrem essencialmente do Intensidade do atributo Coletivo
princípio da publicidade, que se expande para o con-
ceito de transparência, prestação de contas, responsa- • Esforço mais
• Esforço mais coletivo
bilização e accountability. individualizado
• Responsabilidade
21. Na gestão pública, é mais difícil de se determinarem • Responsabilidade
por resultados
todos os grupos de interesse ou stakeholders, o que di- compartilhada pelos
prioritariamente
ficulta a padronização da linguagem e a mensuração resultados globais
individuais
exata de suas consequências. Quanto à publicidade,
• Meta de trabalho • Meta de trabalho
as informações prestadas à sociedade pelos mais di-
individual compartilhada
versos meios, deve-se observar a vedação à autopro-
moção, obedecendo mecanismo constitucionalmente • Unidades de trabalho
• Unidades de trabalho
expresso pelo princípio da impessoalidade. Deve-se, autônomas ou
dependentes
ainda, observar a equidade, o tratamento isonômico e o semiautônomas
direito à informação, que deve ser clara e objetiva.

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Renato Lacerda

25. A formação de grupos e equipes atravessa as se- rém, para que ele ecloda, é preciso que uma das par-
guintes etapas: formação; conflito ou tormenta; aquies- tes aja ou se omita deliberadamente no intuito de que
cência ou normatização, desempenho ou realização; e, ele ocorra. Logo, o conflito necessita de: percepção,
para equipes temporárias, como as de projeto e força- incompatibilidade, alguma forma de interação.
-tarefa, desintegração.
28. Para Chiavenato, conflito ocorre em três níveis de
26. Equipes podem ser funcionais, com um chefe e gravidade: latente ou potencial, experienciado ou vela-
seus subordinados; autogerenciadas, nas quais todos do, manifesto ou aberto.
são responsáveis por todo o processo ou segmento de
trabalho; interfuncionais (multidisciplinares), quando os 29. As condições antecedentes podem ser a interde-
integrantes são de mesmo nível hierárquico, mas de di- pendência de atividades, o compartilhamento de recur-
ferentes áreas ou níveis de atuação; permanentes; de sos escassos, a diferenciação de grupos, a ambiguida-
projetos (geram inovação); ou podem ser forças-tarefa de de papéis, os objetivos concorrentes, entre outros.
(resolvem problema específico), sendo que, nos dois
últimos casos, têm caráter temporário.

ASSUNTOS: ADMINISTRAÇÃO DE CONFLITOS.

27. O conflito ocorre quando há objetivos antagônicos


assim percebidos pelas partes que o compõem. Po-

Comportamento
Condições Percepção do
de conflito de uma Resolução Resultado
Antecedentes conflito
das partes

Comportamento
da outra parte

Episódio de conflito

Estágio I Estágio II Estágio III Estágio IV Estágio V


Oposição potencial ou Cognição e Intenções Comportamento Consequências
incompatibilidade personalização
Intenções para a Melhora do
administração do desempenho
Condições
Conflito percebido conflito Conflito Aberto do grupo
antecedentes
• Competição • Comportamento das
• Comunicação
• Colaboração partes
• Estrutura Conflito sentido Piora do
• Compromisso • Reação dos outros
• Variáveis Pessoais desempenho
• Não enfrentamento
• Acomodação do grupo

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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E PODER JUDICIÁRIO
Renato Lacerda

30. Há diferentes correntes e visões acerca do conflito mas somente quando não for para trabalhos rotineiros,
na história da administração. A visão tradicional (1930 que não exijam criatividade, pois, nesses casos, esses
a 1940) dizia que todo conflito é disfuncional, logo deve conflitos devem ser evitados.
ser evitado a todo custo. A visão interacionista defende
que, além de uma força positiva no grupo, o conflito 32. Os conflitos de relacionamento são baseados na
é absolutamente necessário para seu desempenho incompatibilidade nas relações interpessoais e, segun-
eficaz e, desde que funcional, deve ser estimulado. do pesquisas, são quase sempre disfuncionais, con-
A visão focada em resultados (conflito administrado) sumindo estes, em média, 18% do tempo do gestor.
defende que os conflitos, no longo prazo, reduzem a Devem ser, portanto, evitados.
confiança, o respeito e a coesão dos grupos, ainda que
sejam funcionais, focando, portanto, em administrar o 33. Os conflitos de processo são ligados à maneira
contexto geral no qual o conflito ocorre, preparando as como o trabalho é ou deve ser realizado. Eles podem
pessoas para o desenvolvimento de estratégias de re- ser tão destrutivos quanto os conflitos de relaciona-
solução, facilitando a discussão aberta. mento e devem ser evitados para não gerar incertezas
quanto ao papel de cada um, não aumentar o tempo de
31. Os conflitos de tarefas são baseados em discordân- realização das tarefas nem levar os membros a traba-
cias quanto ao conteúdo e aos objetivos do trabalho e lhar com propósitos difusos.
devem ser mantidos em níveis baixos a moderados,

Abordagem Estrutural Abordagem de Processo Abordagem Mista


Ataca-se o episódio conflitivo – Intervenções tanto na estrutura
Atacam-se as causas do conflito.
modifica-se o processo. quanto no processo de conflito.
• Redução da diferenciação entre
grupos: criação de objetivos
• Desativação do conflito: uma • Adoção de regras para a resolu-
comuns, a serem atingidos por
parte se mostra cooperativa; ção: determinação prévia de pro-
ambos;
• Reunião de confrontação: face a cedimentos e limites;
• Interferência nos recursos com-
face para tentar o ganha-ganha; • Criação de papéis integradores:
partilhados: recompensa de
• Colaboração: trabalho conjunto terceira parte disponível para
esforços conjuntos;
para soluções ganha-ganha ou auxiliar e encontrar resoluções
• Redução da interdependência:
integrativas. ganha-ganha.
separação física e/ou estrutural
dos grupos.
Mais fácil de se realizar;
• “Ameaça externa” e “inimigo em
comum”; Diferentes dos consultores de pro-
Pode ser adotado por uma das
• Recompensas formais em con- cesso ou terceira parte, os papéis
partes do conflito, por uma pessoa
junto; de integração são parte perma-
de fora ou terceira parte.
• Reagrupamento de indivíduos; nente da organização.
• Separação física e estrutural de
indivíduos.

ASSUNTOS: LIDERANÇA E PODER. TEORIAS DA 35. Autoridade refere-se ao poder formal, baseado na
LIDERANÇA. posição superior no organograma, o que por si não ga-
rante o exercício da autoridade. Assim, o líder tem à
34. Liderança é o exercício do poder sobre os outros, sua disposição o poder baseado na posição ou na sua
ao exercer influência sobre os demais, controlando seu própria pessoa, conforme abaixo caracterizado:
comportamento.

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39. Enquadram-se nas teorias situacionais o modelo


Poder decorrente da Poder decorrente da
de Hersey e Blanchard, de Robert House, de Vroom e
posição pessoa
Jago, de Heller, entre outros.
Baseado no que o líder Baseado na maneira
pode oferecer aos pela qual o líder é visto
ASSUNTOS: DESEMPENHO E SUPORTE ORGANIZA-
outros pelos outros
CIONAL. DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL.
Poder de recompensa Poder de competência:
Se você fizer o que eu Como fonte de conheci- 40. Desempenho possui diversas dimensões, caracte-
mando, eu lhe darei uma mento, de orientação e rizando o direcionamento de esforços para o alcance
recompensa de inspiração
de certos resultados, o que é condicionado por diver-
Poder de coerção: Poder de referência: sos elementos, como o contexto, o grau de motivação,
Se você não fizer o que Como um líder com o pelo feedback, entre outros.
eu mando, eu punirei qual as pessoas gostam
você de se identificar 41. Enquanto a avaliação do desempenho tem enfo-
Poder de legitimado: que mais imediato, focando no desempenho passado
Como eu sou chefe, das pessoas, a gestão do desempenho é mais ampla:
você tem que fazer o mede os esforços, os resultados e as contribuições das
que eu mando pessoas, das áreas ou setores, da organização como
um todo. Além do enfoque sistêmico e de seus diver-
36. O líder formal poderá fazer uso de qualquer uma sos níveis de análise, a gestão do desempenho tem
dessas bases, mas o informal só poderá se valer do enfoque proativo, procurando antever problemas que
poder de competência e de referência. Quando o lí- possam interferir nos graus futuros de eficiência, eficá-
der usa como base o poder relacionado à sua posição, cia e efetividade do sistema de gestão.
temos o fenômeno da liderança transacional, que usa
as recompensas e o medo para influenciar o compor- 42. O desenvolvimento organizacional é obtido no lon-
tamento dos demais. Quando o líder cria um senso de go prazo, por meio de mudanças intencionais e plane-
propósito, usando o carisma e seu conhecimento para jadas nos comportamentos e no grau de conhecimento
gerar o comprometimento do grupo com os resultados e aprendizagem dos indivíduos. Abarca os níveis intra-
e desempenhos elevados, ocorre o fenômeno da lide- pessoal, interpessoal, intragrupal, intergrupal e intraor-
rança transformacional. ganizacional.

37. As teorias de liderança dividem-se em três grandes


blocos: a teoria do grande homem define a liderança
em razão das características do líder, que são finitas e
inatas; as teorias comportamentais definem os estilos
eficazes de liderança com base nos estudos das Uni-
versidades de Michigan e Ohio, definindo a orientação
para tarefas/iniciação ou para pessoas/consideração;
e as lideranças situacionais têm relação com a con-
tingência, considerando elementos como o contexto
de liderança, o grau de maturidade dos liderados, de-
finindo, em alguns casos, a orientação para tarefas e
relacionamentos em razão dos diversos elementos a
serem considerados.

38. Enquadram-se nas teorias comportamentais o Grid


Gerencial de Blake e Mouton, o Modelo 3D de Reddin,
Whitte e Lippirt (autocrático, liberal, democrático), en-
tre outros.

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ASSUNTOS: QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO. Critérios Indicadores QVT


Possibilidade de carreira;
43. A qualidade de vida no trabalho engloba as dimen-
4. Oportunidade Crescimento pessoal;
sões da satisfação humana, relacionadas a fatores bio-
de crescimento e Perspectiva de avanço
lógicos, psíquicos e sociais do ambiente de trabalho, segurança salarial;
mas também fora dele, pois considera o indivíduo global. Segurança de emprego.
Ausência de
44. A corrente hegemônica da QVT é a assistencialista,
preconceitos;
que pode ser denominada como uma perspectiva de
5. Integração social Igualdade;
QVT do tipo “restauração corpo-mente” do público-al-
na organização Mobilidade;
vo: os trabalhadores. Esse enfoque de QVT mostra-se Relacionamento;
alinhado com os modelos de gestão organizacional e Senso Comunitário.
do trabalho que visam capturar a subjetividade integral
Direitos de proteção ao
dos trabalhadores como mecanismo de sedução para
trabalhador;
a produtividade no contexto da economia globalizada.
Privacidade pessoal;
Tais práticas de QVT são de caráter compensatório 6. Constitucionalismo
Liberdade de expressão;
dos desgastes vivenciados pelos trabalhadores e pre- Tratamento imparcial;
tendem ter uma função “curativa” dos males presentes Direitos trabalhistas.
no cotidiano de trabalho.
Papel balanceado do
trabalho na vida pessoal;
45. A corrente contra-hegemônica possui enfoque mais
Papel balanceado no
preventivo, procurando antever situações que possam
trabalho;
comprometer os indivíduos em sua integridade, o que 7. Trabalho e espaço
Estabilidade de horários;
gerará impactos negativos à organização, pois prioriza total de vida
Poucas mudanças
intervenções sobre o contexto de trabalho a que se sub- geográficas;
metem os funcionários de uma organização, não tendo Tempos para lazer da
caráter meramente reparatório ou compensatório. família.
Imagem da empresa;
46. O modelo mais difundido de QVT é o de Walton,
Responsabilidade social
que aponta as seguintes dimensões de análise: 8. Relevância social da empresa;
do trabalho na vida Responsabilidade pelos
Critérios Indicadores QVT produtos;
Práticas de emprego.
Equidade interna e
externa;
1. Compensação justa
Justiça na compensação; ASSUNTOS: CLIMA ORGANIZACIONAL. CULTURA
e adequada
Partilha de ganhos de ORGANIZACIONAL.
produtividade.
Jornada de trabalho 47. Clima Organizacional é a atmosfera psicológica vi-
razoável; vida ou experienciada pelos membros de uma organi-
2. Condições de Ambiente físico seguro e zação. Possui dimensão de análise cognitiva e nunca
trabalho saudável; afetiva. É sempre coletiva e nunca individual. O clima
Ausência de psicológico, por sua vez, é individual e afetivo. Os ins-
insalubridade. trumentos para pesquisa do clima medem de forma
Autonomia; objetiva a soma das percepções individuais por meio
3. Uso e Autocontrole relativo; de técnicas como análise documental, questionários,
desenvolvimento de Qualidades múltiplas; entrevistas com pessoas-chave, grupos de foco. É um
capacidades Informações sobre o termo avaliativo, que leva em consideração elementos
processo do trabalho. da gestão, organização do trabalho, estrutura da tare-
fa, grau de autoridade e responsabilidade, comprome-

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timento, satisfação no trabalho e considerações acerca 49. A cultura representa as reiteradas soluções ado-
da própria cultura organizacional. tadas pela organização para problemas de integração
interna e adaptação externa que de tão válidas tornam-
48. A cultura organizacional é um termo antropológico -se valores que fundamentarão, inclusive, a determina-
que descreve a personalidade e características da or- ção da missão organizacional.
ganização, seu sistema básico de valores, símbolos,
ritos, crenças e suposições mais profundas. Desen- ASSUNTOS: MODELOS DE GESTÃO DE PESSOAS.
volve-se por um processo coletivo e histórico, que tem
início com os fundadores da organização. A partir da 50. Chiavenato assim define as eras da gestão de pes-
interação entre as pessoas, dos pressupostos básicos, soas, cada qual se refere a um modelo:
surgem os valores compartilhados, que fazem emergir
todo o universo simbólico e mais facilmente acessado
no nível de artefatos da cultura.

Era da Industrialização Era da Industrialização


Eras Era da Informação
Clássica Neoclássica
Períodos: 1900-1950 1950-1990 Após 1990
Mista, matricial, com Fluida, ágil e flexível,
Burocrática, funcional,
ênfase na departamen- totalmente descentrali-
Estrutura organizacio- piramidal, centralizadora,
talização por produtos zada.
nal predominante rígida e inflexível.
ou serviços ou unidades Ênfase nas redes de
Ênfase nos órgãos.
estratégicas de negócios. equipes multifuncionais.
Teoria X. Foco no pas- Teoria Y. Foco no futuro e
Transição. Foco no pre-
sado, nas tradições e nos no destino.
sente e no atual.
Cultura organizacional valores conservadores. Ênfase na mudança e
Ênfase na adaptação ao
predominante Ênfase na manutenção na inovação. Valor ao
ambiente. Valor à reno-
do status quo. Valor à tra- conhecimento e à criati-
vação e revitalização.
dição e experiência. vidade.
Estático, previsível,
Intensificação e acele- Mutável, imprevisível,
Ambiente organizacio- poucas e gradativas
ração das mudanças turbulento, com grandes
nal mudanças. Poucos desa-
ambientais. e intensas mudanças.
fios ambientais.
Pessoas como recur- Pessoas como seres
Pessoas como fatores de sos organizacionais que humanos proativos e
produtos inertes e está- devem ser administra- inteligentes que devem
Modos de lidar com as
ticos. Ênfase nas regras dos. ser impulsionados.
pessoas
e controles rígidos para Ênfase nos objetivos Ênfase na liberdade e no
regular as pessoas. organizacionais para diri- comprometimento para
gir as pessoas. motivar as pessoas.
Administração das Administração de Recur-
Relações industriais. Gestão de Pessoas.
pessoas sos Humanos.

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Administração de
Características Relações industriais Gestão de Pessoas
Recursos Humanos
Descentralização rumo
Centralização total das ope- Responsabilidade de
Formato do trabalho aos gerentes e às suas
rações no órgão de RH. linha e função de staff.
equipes.
Burocratizada e Operacio- Departamentalizada e Focalização global e
Nível de atuação
nal. Rotina. tática. estratégica no negócio.
Decisões vindas da cúpula Decisões vindas da
Decisões e ações do
da organização e ações cúpula da área e ações
Comando da ação gerente e de sua equipe
centralizadas no órgão de centralizadas no órgão
de trabalho.
RH. de RH.
Execução de serviços espe- Consultoria interna e Consultoria interna.
Tipo de atividade cializados. Centralização e prestação de serviços Descentralização e
isolamento da área. especializados. compartilhamento.
Recrutamento, sele- Como os gerentes e
Admissão, demissão, con- ção, treinamento, admi- suas equipes podem
trole de frequência, legisla- nistração de salários, escolher, treinar, liderar,
Principais atividades
ção do trabalho, disciplina, benefícios, higiene e motivar, avaliar e recom-
relações sindicais, ordem. segurança, relações sin- pensar os seus partici-
dicais. pantes.
Vigilância, coerção, coação,
Criar a melhor empresa
punições. Atrair e manter os
Missão da área e a melhor qualidade de
Confinamento social das melhores funcionários.
trabalho.
pessoas.

51. Já Fischer faz uma divisão um pouco diferente, assim classificada:

DEPARTAMENTO DE MODELO DE MODELO ARTICULADO


MODELO ESTRATÉGICO
PESSOAL COMPORTAMENTO POR COMPETÊNCIAS
Homem econômico e Vantagem competitiva.
Homem social e Descentralização vertical
operário como fator de Visão baseada em
surgimento da rede e horizontal.
produção. recursos.
informal. Pessoas como fator
Centralização no Competências
Linha intermediária e estratégico.
órgão de RH e caráter essenciais.
treinamento gerencial. Alcance dos objetivos
burocrático. Descentralização às
Motivação e conteúdo do institucionais pelas
Contexto do cargo e equipes.
cargo. pessoas.
recompensas materiais. Homem complexo.

ASSUNTOS: PROCESSOS PARTICIPATIVOS DE 52. Transparência pública refere-se à obrigação impos-


GESTÃO PÚBLICA. CONSELHOS DE GESTÃO, ta ao administrador público em promover a prestação
ORÇAMENTO PARTICIPATIVO, PARCERIA ENTRE de contas para a população. O governo deve, regular-
mente, divulgar o que faz, como faz, por que faz, quanto
GOVERNO E SOCIEDADE. TRANSPARÊNCIA DA
gasta e apresentar o planejamento para o futuro.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. CONTROLE SOCIAL
E CIDADANIA. ACCOUNTABILITY. GOVERNABI-
53. Transparência ativa ocorre quando os governos
LIDADE E GOVERNANÇA. INTERMEDIAÇÃO DE
divulgam dados por iniciativa própria, sem terem sido
INTERESSES (CLIENTELISMO, CORPORATIVISMO
solicitados. Transparência passiva é entendida como o
E NEOCORPORATIVISMO).

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acesso aos dados públicos fornecidos pelos governos, verno Federal para o desenvolvimento de uma série
quando solicitados, de modo ágil, tempestivo, de forma de ações.
clara e completa.
59. Os conselhos têm função:
54. A transparência é mais ampla que a publicidade,
validando a democracia, a cidadania e a participação • fiscalizadora, referindo-se ao acompanhamento e
popular no processo decisório e no controle social. controle dos atos praticados pelos governantes;
• mobilizadora, com a função de estimular a partici-
55. A Lei de Acesso à Informação, a Lei de Respon- pação popular na gestão pública e contribuir para
sabilidade Fiscal, o Portal da Transparência e outros a formulação e disseminação de estratégias de
elementos reforçam a transparência na gestão pública informação para a sociedade sobre as políticas
e o dever de prestar contas do gestor público e sua públicas;
responsabilização, o que pressupõe o exercício do ac- • deliberativa, referindo-se à sua prerrogativa de
countability vertical (relação de desigualdade em que a decidir sobre as estratégias utilizadas nas políti-
sociedade passa a intervir mais ativamente no controle cas públicas de sua competência;
estatal e no monitoramento de suas ações) e horizontal • consultiva, relacionando-se à emissão de opi-
(relação de igualdade entre os Poderes do Estado, em niões e sugestões sobre assuntos que lhe são
que, no exercício da função atípica e segundo o siste- correlatos.
ma de freios e de contrapesos, um controla o outro, co-
brando ações e agindo de modo a equilibrar as funções 60. Com o orçamento participativo, que é obrigatório
do Estado e os direitos da cidadania). para os municípios e facultativo aos demais entes polí-
ticos, o poder de decisão passa da alta burocracia e de
56. O controle social é entendido como a participação pessoas influentes para toda a sociedade. Isso reforça
do cidadão na gestão pública, na fiscalização, no mo- a vontade popular para a execução das políticas públi-
nitoramento e no controle das ações da Administração cas. Ele reforça a transparência, a participação, o con-
Pública. Ele auxilia na prevenção da corrupção, pois, trole social e, assim, contribui para reduzir a corrupção
quando a sociedade está atenta à atuação dos gestores e o mau gasto dos recursos públicos, além de gerar
e fiscaliza a aplicação do dinheiro público, as chances de o desenvolvimento de uma cultura democrática dentro
ocorrerem desvios e irregularidades tendem a diminuir. da comunidade e o fortalecimento da sociedade local,
inclusive na criação de lideranças locais que represen-
57. O controle social visa suprimir a lacuna do Estado tem a vontade das suas comunidades.
em seu controle institucional, ainda mais se considerar-
mos a ampla descentralização política e administrativa 61. Governabilidade antecede a governança e pressu-
do Estado brasileiro (temos mais de 5.500 municípios, põe a legitimidade oriunda de condições estatais para
a grande maioria com mais de 20 mil habitantes). A o exercício do poder. No Brasil, a governabilidade ad-
Constituição de 88 e a transferência de sua gestão aos vém do controle político (voto), pois todo poder emana
municípios – avanço da democracia participativa, inci- do povo, que se faz representar por meio dos políti-
tou o surgimento dos Conselhos de Gestão, que são cos eleitos. Uma vez atribuído o poder ao detentor do
canais de participação que articulam representantes cargo político, ele precisará exercê-lo, mas, para tanto,
da população e membros do poder público estatal em precisa ter condições ou capacidades financeiras, téc-
práticas que dizem respeito à gestão de bens públicos. nicas, gerenciais, entre outras. Assim, a governança
significa a capacidade de planejar, implementar, moni-
58. Conselhos de gestão/políticas públicas são espa- torar e avaliar as políticas públicas.
ços institucionais de interação do Estado com a so-
ciedade, compostos por representantes da sociedade 62. Intermediação de interesses é um tipo específico
civil e do poder público. A instituição de conselhos e de articulação, expressão e defesa de interesses pri-
o fornecimento das condições necessárias para o seu vados junto às instituições do Estado. Formações as-
funcionamento são condições obrigatórias para que sociativas que surgem normalmente em qualquer re-
estados e municípios possam receber recursos do Go- gime, destinando-se a expressar, de maneira menos

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formal (via normas) e mais técnica, as tendências e cuidado com os tangíveis, que são indícios físicos da
preferências da sociedade quanto à atividade estatal. qualidade da prestação (instalações, tom de voz, rou-
O clientelismo é a mais elementar forma, em que os pas, placas e indicações gráficas, por exemplo).
interesses privados prevalecem sobre os estatais, com
eles se misturando, o que é característico do patrimo- 66. O contrato de gestão, por sua vez, tem sido um
nialismo e seus desvios, como corrupção, nepotismo, mecanismo bastante utilizado para implantar a gestão
fisiologismo. Com a burocracia varguista, ainda, surge por resultados, seja na publicização ou na agencifica-
o corporativismo, ou corporativismo estatal, em que ção. Além disso, os orçamentos públicos, em especial
a mediação de interesses se fará por associações e pelos planos plurianuais, têm ampliado essa visão, mi-
sindicatos autorizados e controlados pelo Estado à dé- grando de um foco nos processos a priori para um foco
cada de 30 para tutelar interesses de seus represen- em resultados a posteriori. O Estado, portanto, tende a
tados, muito em decorrência da instituição do Wellfare deixar de ser o executor direto de serviços, passando
State. Por fim, o estado gerencial requer outras formas a regular e mediar a prestação por novos atores, in-
de participação da sociedade e intermediação de seus centivando as comunidades também a prestarem seus
interesses, o que faz surgir o neocorporativismo ou próprios serviços.
corporativismo liberal/social, em que o Estado não é
mais controlador e centralizador das ações, mas des- 67. Por último, são princípios de governança:
centraliza às comunidades organizadas em ONGs, Or- • a transparência (disclosure);
ganizações Sociais, Conselhos de Gestão, Orçamento • a equidade (fairness);
Participativo. • o cumprimento das normas (compliance);
• a responsabilização (accountability).
ASSUNTOS: EMPREENDEDORISMO GOVER-
NAMENTAL E NOVAS LIDERANÇAS NO SETOR ASSUNTOS: O CICLO DO PLANEJAMENTO EM
PÚBLICO. EXCELÊNCIA NOS SERVIÇOS PÚBLI- ORGANIZAÇÕES (PDCA).
COS. GESTÃO POR RESULTADOS NA PRODUÇÃO
DE SERVIÇOS PÚBLICOS. 68. Criado no contexto da gestão da qualidade por
Shewhart e Deming, o ciclo PDCA aplica-se hoje a di-
63. A tendência moderna do estado é descentralizar versos contextos da gestão, desde o planejamento de
a prestação de serviços e sua gestão, primando pela políticas públicas, por exemplo, ao gerenciamento de
parceria e o controle de resultados a posteriori, o que processos. Trata-se de um ciclo de melhoria contínua
vai ao encontro do modelo gerencial de gestão, carac- definido a partir da fase de planejamento, em que são
terístico do empreendedorismo governamental. definidos objetivos, metas e diagnóstico da situação
presente, seguidos da fase de execução do plano, com
64. Um governo empreendedor é o que pretende me- treinamento e educação ainda nessa fase, que dá en-
lhorar seu sistema de governança, ou seja, a capacida- sejo à verificação e análise dos resultados alcançados,
de financeira, gerencial e técnica de o Estado planejar, que, a partir do feedback gerado, dá subsídio para a
implementar, monitorar e avaliar a aplicação das po- última das etapas, a ação corretiva (aqui poderá ocor-
líticas públicas. Assim, parte da premissa do governo rer a padronização para a melhoria, fazendo girar no-
catalisador a grande descentralização e o foco na pre- vamente o ciclo, desde que necessário).
venção de problemas, a orientação aos resultados e
efetividade da ação do Estado, e essa busca se faz ASSUNTOS: BALANCED SCORECARD (BSC).
somando esforços entre o Estado, o mercado e as or- PRINCIPAIS CONCEITOS, APLICAÇÕES, MAPA
ganizações privadas sem fins lucrativos, formando re- ESTRATÉGICO, PERSPECTIVAS, TEMAS ESTRA-
des de parceria com objetivos comuns. TÉGICOS, OBJETIVOS ESTRATÉGICOS, RELAÇÕES
DE CAUSA E EFEITO, INDICADORES, METAS, INI-
65. As dimensões da qualidade na prestação de servi- CIATIVAS ESTRATÉGICAS.
ços públicos abarcam fatores como cordialidade, cele-
ridade, modicidade, modernidade, apresentação, aces- 69. O Balanced Scorecard (BSC) traduz a estratégia
sibilidade, disponibilidade, humanização, bem como em termos operacionais por meio de indicadores de

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desempenho construídos sob a perspectiva financeira, sobrevivência/problema (fraquezas+ameaças), cres-


dos clientes, dos processos internos e do aprendizado cimento/restrição (fraquezas+oportunidades) e manu-
e crescimento. Para cada perspectiva, definem-se ob- tenção/vulnerabilidade (forças+ameaças).
jetivos, indicadores, metas e iniciativas (OIMI). O BSC
pode ser adaptado para a realidade de qualquer or- 73. Para atenuar incertezas e riscos, ferramentas de
ganização, incluindo organizações públicas e aquelas análise de cenários são adotadas, tanto para mapear o
sem finalidade lucrativa. cenário interno quanto o externo, a exemplo da análise
SWOT, Matriz de Ansoff, Matriz BCG, Forças Competi-
70. O BSC não é usado para realizar o planejamento, tivas de Porter e Matriz McKinsey.
mas para torná-lo exequível, avaliando e mensurando Cenários são abstrações acerca do futuro e são cons-
o sucesso de sua aplicação e resultados, o que se tra- truídos para permitir a formulação das estratégias
duz nas perspectivas que criam uma visão balanceada e definição da posição organizacional perante seu
do desempenho por meio de placares balanceados de ambiente.
desempenho. É uma forma de aprendizado e comu-
nica a estratégia para todos da organização, que se 74. Tanto o microambiente quanto o macroambiente
torna atividade diária de cada colaborador. precisam ser considerados, e ambos se referem ao
ambiente externo das organizações. O microambiente
71. A relação causal entre as perspectivas do BSC mi- ou ambiente de tarefas compõe-se de variáveis como
gra de um nível intangível para outro tangível. A pers- clientes, fornecedores, concorrentes, sindicatos, agên-
pectiva de aprendizado e crescimento gera inovação, cias reguladoras e elementos que estão restritos à
aprimoramento de competências, gestão do conheci- área de atuação de uma organização. O macro não
mento, desenvolvimento de lideranças e das pesso- é o ambiente imediato e compõe-se de variáveis que
as, aplicando tecnologias para melhorar a perspectiva afetam diversos segmentos de indústrias e mercados,
interna. Assim, os processos internos tornam-se mais a exemplo de fatores econômicos, políticos, demográ-
racionais, mais eficientes, melhora-se o tempo de ciclo ficos, sociais, entre outros.
dos processos, gerando mais e melhores resultados
com menos custos. Com o aprimoramento dos resulta- 75. Matriz GUT é uma ferramenta de gestão utilizada
dos, os clientes tornam-se mais satisfeitos, são retidos para definir ações prioritárias em relação a projetos,
e fidelizados, alcançam-se novos mercados e, por fim, processos, melhoria e solução de problemas. Para de-
atinge-se a perspectiva financeira, que, por sua vez, finir prioridades, avalia a gravidade (impacto do pro-
mensura a lucratividade e o retorno sobre o investi- cesso, normalmente na dimensão financeira), a urgên-
mento, atendendo aos acionistas da organização. cia (tempo necessário para a tomada de decisão) e a
tendência (projeção da situação e sua evolução). Para
ASSUNTOS: REFERENCIAL ESTRATÉGICO cada elemento, atribui-se valor de 1 a 5, não havendo,
DAS ORGANIZAÇÕES. ANÁLISE DE AMBIENTE entre as três variáveis, nenhuma que tenha maior peso.
INTERNO E EXTERNO. FERRAMENTAS DE ANÁ- Questões de concurso recorrentemente afirmam que
LISE DE AMBIENTE. ANÁLISE SWOT, ANÁLISE DE o “T” equivale ao tempo, quando, na verdade, isso se
CENÁRIOS, MATRIZ GUT. refere ao “U”, de urgência.

72. O planejamento estratégico é o nível de maior risco ASSUNTOS: NEGÓCIO, MISSÃO, VISÃO DE
e incertezas. Nele são avaliados o ambiente organiza- FUTURO, VALORES. PLANEJAMENTO ESTRA-
cional e o ambiente externo, compostos respectiva- TÉGICO DO PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO
mente de forças e fraquezas (variáveis controláveis); PARÁ PARA O PERÍODO DE 2015 A 2020, ESTRA-
oportunidades e ameaças (variáveis incontroláveis). TÉGIA NACIONAL DO PODER JUDICIÁRIO PARA O
Da contraposição dessas variáveis, surgem cenários PERÍODO DE 2 DE 2015 A 2020. MISSÃO, VISÃO,
projetivos ou prospectivos e estratégias, que, a partir da VALORES E MACRODESAFIOS DO TRIBUNAL DE
predominância das forças, fraquezas, oportunidades JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ. MISSÃO, VISÃO
e ameaças, podem ser definidos em cenários de de- E VALORES DO PODER JUDICIÁRIO. OS MACRO-
senvolvimento/alavancagem (forças+oportunidades), DESAFIOS DO PODER JUDICIÁRIO APLICÁVEIS À

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JUSTIÇA ESTADUAL. METAS NACIONAIS. DEFINI- de, Responsabilidade Socioambiental.


ÇÃO E CORRELAÇÃO COM OS MACRODESAFIOS
DO PODER JUDICIÁRIO. MISSÃO, VISÃO, VALO- 80. Quanto ao mapa estratégico, trata-se de uma fer-
ramenta de comunicação que sintetiza a estratégia e
RES E MACRODESAFIOS DO TRIBUNAL DE JUS-
simplifica o BSC, composto por missão, visão, valo-
TIÇA DO ESTADO DO PARÁ.
res e as dimensões, que, nas perspectivas clássicas
do BSC, são, segundo a relação causal, da base ao
76. O negócio da organização define seu ramo, área
topo, de ativos intangíveis para tangíveis: aprendizado
de atuação e orientação ao mercado e seus destinatá-
e crescimento; processos internos; clientes; financeira.
rios. Já a missão, ainda que dê o esboço do negócio,
define sua razão de ser com seus propósitos atuais e
81. No Mapa aplicado ao Judiciário, há as perspectivas
futuros. A declaração de missão identifica aquilo que a
dos Recursos, dos Processos Internos e da Socieda-
organização quer ser ou alcançar, seu sonho acalenta-
de, nessa ordem e relação causal (base ao topo).
do ou a visão que os principais dirigentes têm acerca
do futuro da organização. Os valores norteiam todos
esses elementos, modulando o comportamento das Macrodesafios do Judiciário
pessoas e definindo aquilo que é importante para a or- • Sociedade: efetividade na prestação jurisdicio-
ganização na execução de suas ações. nal e garantia dos direitos de cidadania.

77. Missão do Poder Judiciário: realizar justiça. Des- • Processos internos: combate à corrupção e
crição: fortalecer o Estado Democrático e fomentar a à improbidade administrativa, celeridade e pro-
construção de uma sociedade livre, justa e solidária, dutividade na prestação jurisdicional, adoção
por meio de uma efetiva prestação jurisdicional. de soluções alternativas de conflito, gestão das
78. Visão do Poder Judiciário: ser reconhecido pela so- demandas repetitivas e dos grandes litigantes,
ciedade como instrumento efetivo de justiça, equidade impulso às execuções fiscais, cíveis e traba-
e paz social. Descrição: ter credibilidade e ser reco- lhistas, aprimoramento da gestão da justiça
nhecido como um Poder célere, acessível, responsá- criminal, fortalecimento da segurança do pro-
vel, imparcial, efetivo e justo, que busca o ideal demo- cesso eleitoral.
crático e promove a paz social, garantindo o exercício
pleno dos direitos de cidadania. • Recursos: melhoria da gestão de pessoas,
aperfeiçoamento da gestão de custos, institui-
79. Atributos de valor para a sociedade: Credibilidade, ção da governança judiciária, melhoria da infra-
Celeridade, Modernidade, Acessibilidade, Imparciali- estrutura e governança de TIC.
dade, Transparência e Controle Social, Ética, Probida-

MAPA ESTRATÉGICO DO PODER JUDICIÁRIO 2015-2020

VALORES: Acessibilidade
Credibilidade
MISSÃO: Realizar a jus- Probidade
tiça por meio da efetiva VISÃO: Ser reconhecido pela Transparência
prestação jurisdicional sociedade como instituição Responsabilidade socioambien-
com vistas ao fortaleci- acessível e confiável, voltada tal
mento do Estado Demo- à pacificação social. Humanização no atendimento
crático de Direito. Eficiência
Ética
Participação

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Sociedade

GARANTIA DOS DIREITOS DE CIDADANIA


• Fortalecimento de políticas institucionais voltadas à criança e ao adolescente
• Fortalecimento de ações da Justiça itinerante
• Fortalecimento de políticas institucionais voltadas à solução de conflitos fundiários urba-
nos, rurais, ambientais e minerários
• Priorização do idoso em situação de vulnerabilidade

Processos internos

CELERIDADE E PRODUTIVIDADE NA COMBATE À CORRUPÇÃO E À ADOÇÃO DE SOLUÇÕES


PRESTAÇÃO JUDICIAL IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA ALTERNATIVAS DE CONFLITO
• Aperfeiçoamento da gestão do pro-
• Implementação de políticas insti-
cesso judicial eletrônico • Fortalecimento de políticas
tucionais para gestão de proces-
• Aperfeiçoamento da estrutura judiciária e ações para resolução
sos de combate à corrupção e à
• Aprimoramento da gestão de pro- negociada de conflitos
improbidade administrativa
cessos e unidades judiciárias
GESTÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS IMPULSO ÀS EXECUÇÕES FISCAIS, APRIMORAMENTO DA
E DOS GRANDES LITIGANTES CÍVEIS E TRABALHISTAS JUSTIÇA CRIMINAL
• Enfrentamento à violência
doméstica e familiar, contra
o idoso, contra a criança e o
adolescente e outros grupos
• Promoção de ações institucio- vulneráveis
• Fortalecimento de mecanismos nais voltadas à solução de lití- • Fortalecimento da justiça
para redução de demandas repetiti- gios em execução fiscal restaurativa
vas e grandes litigantes • Gestão do cumprimento e da • Apoio a ações de resso-
execução dos julgados cíveis cialização dos apenados e
egressos
• Aperfeiçoamento dos sis-
temas de controle na área
criminal

Recursos

MELHORIA DE GESTÃO DE PESSOAS APERFEIÇOAMENTO DA GESTÃO DE CUSTOS


• Implantação da gestão por competências
• Padronização de lotação de pessoal
• Formação inicial e continuada de magistrados, ser- • Implantação de sistemática de gestão de custos
vidores e colaboradores • Gestão compartilhada da aquisição de bens e servi-
• Implantação da Escola Judiciária ços
• Implementação de programas de atenção à saúde
e qualidade de vida

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Renato Lacerda

MELHORIA DA INFRAESTRUTURA E GOVERNANÇA


INSTITUIÇÃO DE GOVERNANÇA JUDICIÁRIA
DE TIC
• Aperfeiçoamento da gestão dos recursos financei-
ros
• Modernização da infraestrutura do Poder Judiciário
• Gestão do planejamento estratégico
• Fortalecimento do sistema de controles internos do • Modernização da infraestrutura de TIC
TJPA • Gestão do sistema de informação
• Aprimoramento das estruturas administrativas e • Aprimoramento da segurança da informação
jurisdicionais • Fortalecimento da governança na área de tecnolo-
• Otimização da gestão da informação gia de informação e comunicação
• Aprimoramento da comunicação interna e externa
• Fortalecimento das relações interinstitucionais
• Fortalecimento de práticas sustentáveis
• Fortalecimento da gestão do 1º Grau de jurisdição

82. Metas nacionais e correlação com as metas esta- citos eleitorais (STJ, Justiça Estadual, Justiça
duais (e do TJPA) Federal, Justiça Eleitoral e Justiça Militar da
União e dos Estados)
• META 1 – Julgar mais processos que os distri-
buídos (Todos os segmentos) – (JUSTIÇA ESTADUAL) Identificar e julgar até
31/12/2019 70% das ações de improbidade
– (JUSTIÇA ESTADUAL) Julgar quantidade administrativa e das ações penais relacionadas
maior de processos de conhecimento do que a crimes contra a Administração Pública, distri-
os distribuídos no ano corrente, excluídos os buídas até 31/12/2016, em especial a corrupção
suspensos e sobrestados no ano corrente; ativa e passiva, peculato em geral e concussão;

• META 2 – Julgar processos mais antigos • META 5 – Impulsionar processos à execução


(Todos os segmentos) (Justiça Federal e Justiça do Trabalho)

– (JUSTIÇA ESTADUAL) Identificar e julgar até • META 6 – Priorizar o julgamento das ações
31/12/2019, pelo menos, 80% dos processos dis- coletivas (STJ, TST, Justiça Estadual, Justiça
tribuídos até 31/12/2015 no 1º grau, 80% dos pro- Federal e Justiça do Trabalho)
cessos distribuídos até 31/12/2016 no 2º grau, e
90% dos processos distribuídos até 31/12/2016 – (JUSTIÇA ESTADUAL) Identificar e julgar até
nos Juizados Especiais e Turmas Recursais; 31/12/2019 60% das ações coletivas distribuídas
até 31/12/2016 no 1º grau, e 80% das ações cole-
• META 3 – Estimular a conciliação (Justiça Fede- tivas distribuídas até 31/12/2017 no 2º grau;
ral, Justiça do Trabalho e Justiça Estadual)
• META 7 – Priorizar o julgamento dos processos
– (JUSTIÇA ESTADUAL) Aumentar o indicador dos maiores litigantes e dos recursos repetiti-
Índice de Conciliação do Justiça em Números em vos (STJ, TST, Justiça do Trabalho)
2 pontos percentuais em relação ao ano anterior;
• META 8 – Priorizar o julgamento dos proces-
• META 4 – Priorizar o julgamento dos proces- sos relacionados ao feminicídio e à violência
sos relativos a crimes contra a Administração doméstica e familiar contra as mulheres (Jus-
Pública, à improbidade administrativa e aos ilí- tiça Estadual)

– (JUSTIÇA ESTADUAL) Identificar e julgar,

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até 31/12/2019, 50% dos casos pendentes de


julgamento relacionados ao feminicídio distri- 84. O Índice de Eficiência Judiciária do Poder Judiciá-
buídos até 31/12/2018 e 50% dos casos pen- rio do Estado do Pará – IE-Jud é o indicador de desem-
dentes de julgamento relacionados à violência penho responsável por mensurar a performance das
doméstica e familiar contra a mulher distribuí- unidades judiciárias, sendo um instrumento de gestão
dos até 31/12/2018. para subsidiar práticas de trabalho mais eficientes e
que impactem positivamente nos seus resultados.
ASSUNTOS: INDICADORES DE DESEMPENHO.
TIPOS DE INDICADORES. VARIÁVEIS COMPONEN- 85. As variáveis que compõem o cálculo do Índice de
TES DOS INDICADORES. ÍNDICE DE EFICIÊNCIA Eficiência Judiciária são baseadas nos principais indi-
JUDICIÁRIA DO PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO cadores da Justiça em Números, nas metas nacionais
DO PARÁ PREVISTO NA PORTARIA N. 2005/2019. mais importantes e no principal indicador de morosi-
DEFINIÇÃO, OBJETIVO E INDICADORES. dade processual. São elas: taxa de congestionamento
(TC), índice de atendimento à demanda (IAD), índice
83. Os indicadores de desempenho são métricas que de produtividade dos servidores (IPS), índice de produ-
quantificam a performance do Poder Judiciário de acor- tividade dos magistrados (IPM), processos paralisados
do com os objetivos traçados em seu planejamento es- há mais de 100 dias (PP+100) e grau de cumprimento
tratégico, servindo para o monitoramento da evolução das metas nacionais 1 e 2.
dos resultados, bem como para o auxílio no processo
de tomada de decisão e na criação de estratégias de 86. Segue a fórmula do IE-Jud:
melhoria do serviço prestado.

87. Os indicadores são compostos por padrões (que é 31/12/2018 e 50% dos casos pendentes de julgamen-
aquilo que se pretende atingir), por metas, uma fórmula, to relacionados à violência doméstica e familiar contra
métricas com medidas, é índice, que é o valor numérico a mulher distribuídos até 31/12/2018”, ela será nosso
final, resultante da fórmula, que servirá como medida de padrão. A fórmula de taxa de congestionamento usará
comparação com o padrão previamente estabelecido. as medidas ou métricas processos pendentes e pro-
cessos baixados. O valor final dessa fórmula, o índice,
88. Se utilizarmos a meta estadual “Identificar e julgar, deverá ser maior ou igual a 50% dos casos pendentes
até 31/12/2019, 50% dos casos pendentes de julga- de julgamento para que se cumpra a meta.
mento relacionados ao feminicídio distribuídos até

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Renato Lacerda

89. Os indicadores serão driver se focarem as ações


antes de entregue o resultado, portanto são direciona-
dores tendência, de futuro. Não são o resultado, mas
mostram o que é preciso fazer para que ele seja al-
cançado. São também chamados de indicadores KPI,
medem eficiência, qualidade, tempo, economicidade.
Denominam-se também como de processo ou lead.

90. Os indicadores serão outcome quando forem a


mensuração do alcance do próprio resultado. São de
retardo, pois baseados em ações que já foram desen-
volvidas, recebendo também o nome de KGI. Medem
a eficácia ou grau de atingimento do resultado, bem
como o seu impacto ou efetividade. Por assim dizer,
são de ocorrência e podem ser denominados indicado-
res do tipo lag.

Espero que as dicas sejam úteis e que vocês façam


uma excelente prova. Desejo que a ansiedade não
atrapalhe, que a mente não falhe, que vocês tenham
dado o seu melhor e que, portanto, colham cada um
dos resultados esperados e já concretizados de ante-
mão pelo merecimento. No curso das coisas, deixamos
tanto pelo caminho em prol de um sonho... Que o uni-
verso abençoe cada uma das renúncias e escolhas e
que vocês possam compreender que são maiores e
melhores que qualquer prova, posto ou função. Desejo
muito sucesso na vida de cada um de vocês.

Boa prova!

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ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
Rebecca Guimarães

Rebecca Guimarães
Bacharel em Sociologia e Antropologia pela Universidade de Brasília (UnB). Pós-graduada em Docência do
Ensino Superior (UniCeub). Pós-graduanda em Relações Internacionais com ênfase em comércio exterior
(UniCeub). Mais de 15 anos de experiência em escolas de ensino médio, pré-vestibulares e preparatórios para
concursos públicos. Leciona: Atualidades, Ética e Sociologia.

ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO


Está, pois, suficientemente esclarecido que a vir- 4. Depreende-se do texto que a decisão do juiz, apesar
tude moral é um meio-termo entre dois vícios, um dos de ética, não necessariamente representa o justo para
quais envolve excesso e o outro, deficiência, e isso os litigantes, pois um terá de perder, e o outro, ganhar,
porque a sua natureza é visar à mediania nas paixões para que a justiça corretiva aconteça.
e nos atos.
Do que acabamos de dizer segue-se que não é 5. Conforme a ética aristotélica, o meio-termo deve ser
fácil ser bom, pois, em todas as coisas, é difícil encon- buscado por todas as pessoas como principal caminho
trar o meio-termo. para uma vida virtuosa, tanto nas ações como nas pai-
(...) xões humanas, a fim de se equilibrarem os vícios, tanto
A justiça corretiva será o intermediário entre a os decorrentes do excesso como aqueles que resultam
perda e o ganho. Eis aí por que as pessoas em disputa da falta.
recorrem ao juiz; e recorrer ao juiz é recorrer à justiça,
pois a natureza do juiz é ser uma espécie de justiça Visto que a virtude se relaciona com paixões
animada; e procuram o juiz como um intermediário, e, e ações, e é às paixões e ações voluntárias que se
em alguns Estados, os juízes são chamados mediado- dispensa louvor e censura, enquanto as involuntárias
res, na convicção de que, se os litigantes conseguirem merecem perdão e, às vezes, piedade, é talvez neces-
o meio-termo, conseguirão o que é justo. O justo, pois, sário a quem estuda a natureza da virtude distinguir
é um meio-termo, já que o juiz o é. Ora, o juiz restabe- o voluntário do involuntário. Tal distinção terá também
lece a igualdade. utilidade para o legislador no que tange à distribuição
de honras e castigos. São, pois, consideradas invo-
Aristóteles. Ética a Nicômaco. In: Os pensadores luntárias aquelas coisas que ocorrem sob compulsão
(Org.) José A. M. Pessanha, 4ª ed, v. 2, São Paulo:
Nova Cultural, 1991 (com adaptações) ou por ignorância; e é compulsório ou forçado aquilo
cujo princípio motor encontra-se fora de nós e para o
A partir das ideias constantes nesse fragmento de tex- qual em nada contribui a pessoa que age e que sente
to, julgue os itens a seguir. a paixão — por exemplo, se tal pessoa fosse levada a
alguma parte pelo vento ou por homens que dela se
1. Aristóteles vincula a justiça à natureza do trabalho houvessem apoderado.
de juiz, cuja atuação deve ser ética e corresponder ao (...)
exercício da própria noção de justiça. No que tange a dar ou receber dinheiro, a media-
nia é a generosidade; o excesso é a prodigalidade, e
2. Constatar a dificuldade em ser bom é uma questão a deficiência, a mesquinhez, mas o indivíduo pródigo e
ética que constitui uma condição para que as pessoas o mesquinho são excessivos e carentes de maneiras
recorram ao juiz, pois a natureza de seu trabalho é a opostas entre si; o pródigo se excede em dar e é defi-
bondade. ciente em obter, enquanto o mesquinho se excede em
obter e é deficiente em dar.
3. Com o objetivo de promover os valores éticos para Aristóteles. Ética a Nicômaco. Os pensadores
o bem da sociedade, a fórmula aristotélica da media- (Org.) José A. M. Pessanha, 4ª ed, v. 2, São Paulo:
nia propõe a rigorosa punição dos vícios pelos agentes Nova Cultural, 1991 (com adaptações)

públicos, simbolizados no texto pela profissão de juiz.


A partir do fragmento de texto antecedente, julgue os
itens a seguir.

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6. Servidores públicos são orientados a agir de forma 13. A vida do ser humano em comunidade teve como
involuntária no exercício de suas funções, porque consequência a construção e a aquisição de valores
estão subordinados ao conjunto das leis e normas que acerca do bem e do mal, do justo e do injusto, que se
regulam as funções públicas; portanto, suas ações, tornaram costumes aceitos que, transmitidos de gera-
especialmente as que sejam relativas ao uso de recur- ção para geração, passaram a constituir o domínio da
sos públicos, não podem ser pautadas nos princípios ética e da moral.
da ética aristotélica.
14. O pretorianismo é considerado um fator que favo-
7. Segundo Aristóteles, é preciso identificar entre as rece a democracia, por garantir o exercício da cidadania.
ações e as paixões as que sejam voluntárias, ou seja,
aquelas que dependem da vontade, a fim de se reco- 15. Além de demandar a obediência a valores e
nhecer seu aspecto ético. normas de conduta, a solução dos problemas éticos na
Administração Pública requer um padrão transparente
8. Segundo Aristóteles, a prodigalidade e a mesqui- e previsível de procedimentos.
nhez correspondem a vícios, marcados pelo excesso
e pela falta respectivamente, ao passo que a generosi- 16. Os termos moral e ética têm sentidos distintos,
dade corresponde a uma virtude a ser buscada volun- embora sejam frequente e erroneamente empregados
tariamente para se encontrar a mediania. como sinônimos.

9. Considerando-se as premissas de Aristóteles, é cor- Situação hipotética: os novos servidores de determi-


reto inferir que o exercício ético de uma função pública nado órgão da Administração Pública se relacionam
exige que todas as ações do agente público sejam guia- facilmente com o público externo por meio de fóruns
das pela razão, vinculada à vontade de agir com virtude. de comunidades online, e-mails, blogs e chats. No en-
tanto, servidores com mais tempo de serviço ignoram
10. O indivíduo pródigo do modelo aristotélico deve essas ferramentas de comunicação, ressaltando a im-
servir de modelo para a ação ética no serviço público, portância do atendimento presencial.
haja vista ser ele, ao contrário do mesquinho, exemplo
Tendo em vista que, em situações como a do caso
de generosidade.
hipotético anteriormente descrito, comportamentos
distintos podem trazer como consequência a forma-
11. Os conceitos de ética e moral estão relacionados
ção de dois grupos em um mesmo ambiente de traba-
a noções de certo e errado, bem e mal. Embora, às
lho, julgue o item a seguir, relativo ao referido caso e a
vezes, os conceitos sejam usados de forma intercam-
aspectos diversos a ele relacionados.
biável, representam preceitos filosóficos diferentes,
porque a ética
17. No caso em questão, empatia e compreensão mútua
a. consiste em princípios gerais definidos pelo grupo.
são atributos que podem estar contidos nas maneiras
b. é governada por normas sociais e culturais.
c. é regida por normas legais ou profissionais aplica- de atendimento priorizadas por ambos os grupos de ser-
das aos indivíduos. vidores.
d. tende a variar de uma sociedade para outra e de-
pende de fatores como religião e cultura. 18. Situação hipotética: um delegado de polícia desco-
e. é estruturada pelo grupo, não deixando margem briu uma quadrilha de tráfico internacional de pesso-
de escolha individual. as cujos elementos perpetravam, comumente, ações
A respeito da ética, da moral, de valores e democracia, cruéis, inclusive contra mulheres e crianças. Preso, o
julgue os itens a seguir. líder da associação criminosa recusou-se a declarar o
paradeiro das pessoas sequestradas e escravizadas.
12. Moral, vocábulo herdado do latim, e ética, do grego, Na ocasião, o delegado usou força física contra o crimi-
identificam conceitos que exprimem um conjunto de noso, a fim de obter as informações necessárias para
regras de conduta que se espera que sejam adotadas. resgatar as vítimas.
Com referência a essa situação hipotética, analise as
asserções a seguir.

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Rebecca Guimarães

I – De acordo com preceitos do campo ético, o


delegado agiu equivocadamente, pois a sua
ação para com o criminoso não obedeceu ao
princípio da moralidade.
II – O agir moral, segundo princípios da ética mo-
derna, traduz uma máxima que deve ser ne-
cessariamente universalizável.

A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.

a. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e


a II é uma justificativa da I.
b. As asserções I e II são proposições verdadeiras,
mas a II não é uma justificativa da I.
c. A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é
uma proposição falsa.
d. A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma
proposição verdadeira.
e. As asserções I e II são proposições falsas.

19. Considerando as noções de ética e de moral, bem


como os princípios e valores que conduzem nossa so-
ciedade, julgue os itens seguintes.

I – Um indivíduo em situação de miséria que en-


contrar, caída na rua, uma carteira e decidir
utilizar o cartão de crédito nela guardado para
adquirir medicamentos ao seu filho terá agi-
do de acordo com as normas éticas, mas não
com os princípios morais.
II – Os valores morais variam ao longo do tempo.
III – O campo da filosofia dedicado a estudar os valo-
res e princípios que orientam a conduta dos se-
res humanos em sociedade é denominado ética.

Assinale a opção correta.

a. Apenas os itens I e II estão certos.


b. Apenas os itens I e III estão certos.
c. Apenas os itens II e III estão certos.
d. Todos os itens estão certos.

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GABARITOS

GABARITOS

Direito Constitucional Direito Processual Civil


Aragonê Fernandes Raquel Bueno
1 c 5 a 1 b 6 d
2 e 6 a 2 c 7 E
3 c 7 d 3 b 8 E
4 c 4 b 9 C
5 d 10 C.
Legislação específica
Gilcimar Rodrigues
Direitos da pessoa com deficiência
1 d 9 d Gustavo Scatolino
2 e 10 d 1 E 6 C
3 d 11 b 2 C 7 E
4 c 12 c 3 C 8 E
5 b 13 e 4 E 9 C
6 d 14 e 5 C
7 c 15 d
8 e Direito administrativo
Gustavo Scatolino
1 C 5 C
Direito Civil
Raquel Bueno 2 C 6 C
1 c 7 d 3 E 7 C
2 c 8 b 4 E
3 a 9 e
4 c 10 b
5 e 11 E
6 e 12 C

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GABARITOS

Direito Penal
Érico Palazzo
1 a 10 E
2 b 11 E
3 C 12 d
4 E 13 e
5 E 14 e
6 E 15 e
7 C 16 C
8 d 17 E
9 E

Ética no Serviço Público


Rebecca Guimarães
1 C 11 C
2 E 12 E
3 E 13 C
4 E 14 E
5 C 15 C
6 E 16 C
7 C 17 C
8 C 18 A
9 C 19 C
10 E

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ANOTAÇÕES
GABARITOS

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