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Projeto de Pesquisa
Porto Velho – RO
Agosto de 2018
JOSÉ RICARDO SIMÕES RODRIGUES
Porto Velho – RO
Agosto de 2018
SUMÁRIO
IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO.............................................................................................3
INTRODUÇÃO..........................................................................................................................4
1. PROBLEMA DE PESQUISA.................................................................................................5
2. JUSTIFICATIVA.....................................................................................................................7
3. OBJETIVOS...........................................................................................................................8
4. METODOLOGIA...................................................................................................................8
5. CRONOGRAMA..................................................................................................................10
6. REFERÊNCIAS PRELIMINARES......................................................................................11
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IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO
Título do projeto: Reparação pecuniária do dano moral na Justiça Estadual de Rondônia: um estu-
do quantitativo.
Integrante: José Ricardo Simões Rodrigues, cadastro 203.883-8, técnico judiciário/assessor de juiz,
lotado na 1ª Vara Cível da Comarca de Rolim de Moura, RO.
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INTRODUÇÃO
A pesquisa proposta neste projeto buscará compilar, após análise de julgados na primeira instância
do Tribunal de Justiça, os patamares concedidos a título de reparação de dano moral, agrupando-os
em faixas e de acordo com casos similares.
Ensejará, também, verificar eventuais reformas dessas sentenças pelo segundo grau de jurisdição.
Dentro dos objetivos da pesquisa estará a proposição de um mecanismo de coleta de estatísticas das
condenações já mencionadas de modo a facilitar consulta futura pelo cidadão e pelo profissional do
Direito, bem como documentar os movimentos evolutivos da jurisprudência sobre a matéria e no as-
pecto específico das faixas das condenações.
Isso tudo dito, a pesquisa pretende filiar-se ao Grupo 1 definido pelo Comitê Técnico-Científico do
Centro de Pesquisa e Publicações Acadêmicas da Escola da Magistratura do Estado de Rondônia,
cuja temática é o Sistema Nacional de Precedentes. Dentro do grupo, a pesquisa adota a Linha 2
(Modelos de aplicabilidade do sistema de precedentes: realidades e desafios).
Assim, o projeto de pesquisa que se apresenta subsome-se à linha de pesquisa indicada, eis que ten-
ciona contribuir com o aperfeiçoamento do sistema de precedentes do tribunal bem como propor
ferramenta e/ou metodologia que concorra para a previsibilidade das decisões sobre a matéria.
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1. PROBLEMA DE PESQUISA
A questão da reparabilidade do dano moral tem fundo constitucional, conforme art. 5º, inc. X da
Constituição Federal:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes: […]
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação;
Como bem leciona Cavalieri Filho (2004, p. 80), “em sentido estrito, dano moral é violação do di-
reito à dignidade” (destacado no original) e “não está necessariamente vinculado a alguma reação
psíquica da vítima. Pode haver ofensa à dignidade da pessoa humana sem dor, vexame sofrimento,
assim como pode haver dor, vexame e sofrimento sem violação à dignidade.”
[...] Por se tratar de algo imaterial ou ideal a prova do dano moral não pode ser
feita através dos mesmos meios utilizados para a comprovação do dano material.
Seria uma demasia, algo até impossível exigir que a vítima comprove a dor, a
tristeza ou a humilhação através de depoimentos, documentos ou perícia; não
teria ela como demonstrar o descrédito, o repúdio ou o desprestígio através dos
meios probatórios tradicionais, o que acabaria por ensejar o retorno à fase da
irreparabilidade do dano moral em razão de fatores instrumentais. Nesse ponto a
razão se coloca ao lado daqueles que entendem que o dano moral está ínsito na
própria ofensa, decorre da gravidade do ilícito em si. […] Em outras palavras, o
dano moral existe in re ipsa; deriva inexoravelmente do próprio fato ofensivo, de
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tal modo que, provada a ofensa, ipso facto está demonstrado o dano moral à
guisa de uma presunção natural, uma presunção hominis ou facti que decorre
das regras de experiência comum. (CAVALIERI FILHO, 2004, p.86)
Assim, a doutrina e a jurisprudência tem assentado que não se pode nem se deve limitar a ocorrên-
cia dos chamados danos morais, também denominados de danos imateriais, aos casos estritos de
ofensa aos direitos da personalidade da vítima, já que esses danos também abrangem as circunstân-
cias em que a parte é colhida por aborrecimentos significativos, oriundos de vícios advindos na in-
correta execução das obrigações da outra parte.
Números divulgados pelo Conselho Nacional de Justiça referentes ao ano de 2017 (BRASIL, 2018,
p. 28) dão conta de que naquele ano foram distribuídas 227.728 novas ações no Tribunal de Justiça
de Rondônia. O mesmo relatório (BRASIL, 2018, p. 181) aponta que, dentre os assuntos mais de-
mandados na justiça estadual do país em 2017, dois deles dizem respeito ao dano moral: “Responsa-
bilidade do Fornecedor/Indenização por Dano Moral”, com 3,46%, e “Responsabilidade Civil/Inde-
nização por Dano Moral”, com mais 1,97%. Somados, esses dois assuntos superam os 5% e caso es-
ses percentuais se repitam em Rondônia, somente esses dois assuntos responderiam por mais de 11
mil novos processos em 2017.
Ainda que as causas do aumento da litigiosidade não seja um fenômeno explicado e não represente
necessariamente uma democratização do acesso à justiça (SADEK, 2014), fato é que esse cenário
tem impacto na atuação dos tribunais. Mesmo que toda essa gama de ações pleiteando reparação por
dano moral chegue diariamente aos distribuidores do Judiciário, a solução de mérito dada a cada
uma delas não passa necessariamente por algum tipo de uniformização, até em razão da natureza
subjetiva desse dano (ANTUNES, 2009).
A previsibilidade das decisões judiciais é elemento primordial do que se define como segurança ju-
rídica (ANTUNES, 2009). Nesse sentido, a nova sistemática vigente com o Código de Processo Ci-
vil de 2015 dá conta da obrigatoriedade do respeito aos precedentes judiciais. E o faz em mais de
um momento – no art. 489, § 1º, inc. VI e na exigência de que os tribunais mantenham a jurispru-
dência estável, coerente e íntegra, nos art. 926 e 927, todos do CPC.
Diante desse quadro, indaga-se quanto à possibilidade da uniformização das condenações em casos
similares: Será que as condenações por dano moral proferidas em primeiro grau em casos similares
situam-se em faixas previsíveis? Como o tribunal está atuando para uniformizar a jurisprudência re-
lativa às condenações por dano moral? Há mecanismos implementados com a finalidade de dar um
tratamento estatístico a essa classe de condenações? Há uma fonte compilada dos patamares desse
tipo condenações no tribunal disponível para consulta pública?
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Esse problema surge pois uma das funções dos tribunais é atuar como entidade uniformizadora e es-
tabilizadora da jurisprudência e, diariamente, são várias as decisões proferidas sobre o tema sem
que exista uma fonte de consulta outra que não os repositórios de julgados.
2. JUSTIFICATIVA
A temática escolhida como objeto desta pesquisa é relevante pois trata-se de indagar acerca dos cri-
térios adotados em primeira instância do Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia para fixação do
patamar da reparação pecuniária dos danos morais reconhecidos em sentença.
Tal tema é digno de apreço uma vez que a definição dos valores desta espécie de indenização não é
questão de simples aritmética; antes, envolve questões subjetivas e outros aspectos que dizem res-
peito às qualidades das partes e, até mesmo, um efeito pedagógico da sentença. Observa-se que o
magistrado deve homenagear o critério do artigo 944 do Código Civil, verificando, por exemplo se
a extensão do dano não foi alta, se houve demonstração de outros prejuízos, bem como o grau de
culpa e a situação econômica das partes de modo a aferir a necessidade de exasperação da indeniza-
ção.
Lado outro, ainda que patente o subjetivismo que envolve a questão, em tempos de demandas de
massa, guardadas mínimas particularidades de cada caso em concreto, muitas ações guardam grande
similaridade entre si – o que conduz ao questionamento acerca das respostas dadas na prestação ju-
risdicional. Noutro dizer, convém se perquirir acerca dos patamares adotados nas condenações em
casos muito similares.
A escolha da área da pesquisa foi motivada pelo interesse profissional do autor pela temática 1 e pre-
tende apresentar contribuição na área de gerenciamento de precedentes sobre o tema, apontando as
faixas relevantes estatisticamente nas condenações em casos similares em cotejo com a análise de
reformas realizadas pelo 2º grau.
1 O autor atua como assessor de Juiz em uma Vara Cível de primeira instância.
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3. OBJETIVOS
4. METODOLOGIA
5. CRONOGRAMA
2018
Etapa Set. Out. Nov. Dez.
X X X
Levantamento da literatura e leitura
X X X
Coleta de dados
X
Tabulação dos dados
2019
Etapa Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun.
X X X
Análise e discussão dos resultados
X X X X
Redação final do relatório
X
Entrega do relatório final
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6. REFERÊNCIAS PRELIMINARES
ANTUNES, J. C. de A. A previsibilidade nas condenações por danos morais: uma reflexão a partir
das decisões do STJ sobre relações de consumo bancárias. Revista Direito GV, São Paulo, v. 5, n.
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