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PROFIJ NÍVEL IV
Técnico de Museografia e Gestão do Património
Língua Portuguesa - Ano Letivo 2019/2020
Módulo V – A Literatura do nosso tempo

“O polvo, com aquele seu capelo na cabeça, parece


um monge; com aqueles seus raios estendidos,
Série de imagens (metáforas, parece uma estrela; com aquele não ter osso nem
comparações) utilizadas para espinhas, parece a mesma brandura, a mesma
Alegoria
concretizar um pensamento ou mansidão. E debaixo desta aparência tão modesta,
uma realidade abstrata. ou desta hipocrisia tão santa […], o dito polvo é o
maior traidor do mar.”
Padre António Vieira
Repetição do mesmo som “Olha a bolha d’água
consonântico dentro da mesma No galho!
Aliteração
palavra ou em várias palavras Olha o orvalho!”
seguidas. Cecília Meireles
Evocação, de modo indireto, de Há gente insuportável! Referência velada a
Alusão alguém ou algo que não se nomeia alguém que o destinatário reconhece.
explicitamente.
Interrupção da sequência lógico- “Disse-se que o namorado isto e aquilo, a esposa do
sintática de uma frase. Utiliza-se merceeiro aventou que um homem casado lá do
nos textos literários para reproduzir emprego dela, discutiu-se o feitio da madrinha […].”
Anacoluto António Lobo Antunes
na escrita a expressividade da
linguagem oral e as emoções e a
vida interior das personagens.
“Porque os outros se mascaram mas tu não
Repetição, no início de frases ou de Porque os outros usam a virtude
Anáfora versos sucessivos, de uma palavra Para comprar o que não tem perdão
ou grupo de palavras. Porque os outros têm medo mas tu não.”
Sophia de Mello Breyner Andresen
Apresentação de um contraste ou “A morte sabes dar com fogo e ferro,
Antítese oposição entre duas ideias ou duas Sabe também dar vida com clemência.”
coisas. Luís de Camões
É um caso particular de sinédoque. “Cessem do sábio grego e do troiano
Consiste em substituir o nome As navegações grandes que fizeram”
próprio de uma pessoa por um Luís de Camões
Antonomásia nome comum que refere uma (sábio grego = Ulisses; troiano = Eneias)
característica dessa pessoa, ou vice-
versa, isto é, empregar um nome Este miúdo é o Figo da nossa equipa.
próprio como um nome comum.
Chamamento ou interpelação de “Tu, só tu, puro Amor, com força crua”
Apóstrofe pessoas ou de alguma coisa Luís de Camões
personificada.
Consiste em estabelecer uma “[Os seus olhos] eram azuis como o céu e o mar em
relação de semelhança por meio da dias luminosos, azuis como os miosótis junto dos
Comparação conjunção como ou de outra ribeiros, azuis como a nossa felicidade, os nossos
expressão equivalente (à risos, o nosso amor.”
semelhança de, tal, mais do que…), Ilse Losa
ou de verbos que sirvam para
comparar (parecer, assemelhar-se,
lembrar…).
É a apresentação sucessiva de “Um grito que atravessa as paredes, as portas, a
vários elementos que mantêm sala, os ramos do cedro.”
Enumeração Sophia de Mello Breyner Andresen
entre si uma correlação lógica e
semântica.
“FRADE: Pera onde levais gente?
Consiste em expressar uma ideia ou DIABO: Pera aquele fogo ardente
Eufemismo uma realidade desagradável de que nom temestes vivendo.”
uma forma atenuada, suavizada. Gil Vicente
(= inferno)
Sucessão de palavras ou grupos de “Ocorrem-me em revista exposições, países,
palavras, em ordem ascendente ou Madrid, Paris, Berlim, S. Petersburgo, o mundo!”
Gradação descendente, que amplificam ou Cesário Verde
diminuem o significado de uma
ideia anteriormente apresentada.
É uma inversão de sentido em que - “[Beatriz] abria os olhos molhados de culposas
se transfere para uma palavra uma lágrimas.”
Hipálage
característica que, na realidade,
pertence a outra. (Beatriz é que é “culposa” e não as lágrimas.)
Ao ignorante sempre aborrece o sabedor.
Consiste na inversão da ordem Provérbio
Hipérbato
direta das palavras na frase. (Em vez de: O sabedor aborrece o ignorante
sempre.)
Emprego de termos exagerados, a É uma das figuras mais comuns na linguagem
Hipérbole fim de pôr em destaque corrente: um calor de morrer; surdo como uma
determinada realidade. porta; suar em bica; ficar sem pinga de sangue.
“São como um cristal
Engloba figuras como a As palavras.
comparação, a metáfora e a Algumas, um punhal,
Imagem metonímia, que dão forma sensível Um incêndio.
à representação de ideias, Outras,
sentimentos e ações. Orvalho apenas.”
Eugénio de Andrade
“E irritando-se mais:
Consiste em exprimir uma ideia - Deixe, que a sua mãe também é um bom anjinho,
Ironia
dizendo precisamente o contrário. não haja dúvida!”
Ferreira de Castro
Consiste em afirmar algo A lítotes é muito utilizada na linguagem corrente:
indiretamente, frequentemente Não é nada parvo em vez de É esperto / inteligente;
Lítotes
através da negação ou diminuição Chegou não muito atrasado em vez de Chegou
do seu oposto ou contrário. pouco atrasado.
Formalmente, pode ser entendida “As tuas mãos são passarinhos brancos.”
como uma comparação dita Ilse Losa
“abreviada”, já que lhe falta a
palavra ou expressão comparativa. “- Uma borboleta branca – retorquiu Sexta-Feira –
Metáfora é um malmequer que voa.”
Ao nível do sentido, é mais do que
uma comparação: é a identificação Michel Tournier
entre duas realidades que a priori
não teriam relação entre si.
É frequentemente usada na linguagem corrente:
Substituição de um termo por outro
Metonímia Li Camões (= poemas de Camões).
com que está em íntima ligação.
Vou beber um copo (= o conteúdo de um copo).
Ligação de dois termos que se “Aquela triste e leda madrugada”
Oximoro Luís de Camões
excluem mutuamente.
“Amor é fogo que arde sem se ver
Associação de ideias É ferida que dói e não se sente
Paradoxo É um contentamento descontente
aparentemente contraditórias.
É dor que desatina sem doer”
Luís de Camões
Designa algo ou alguém de um “Que despois de morta foi rainha”
modo mais descritivo, alongado e Luís de Camões
enfático e não pelos termos (= Inês de Castro)
Perífrase
habituais, ou seja, diz por muitas
palavras o que poderia ser dito por
poucas.
Atribuição de propriedades “O vento soluça e geme…”
Personificação humanas a animais, seres António Nobre
inanimados ou ideias.
Consiste em reforçar uma ideia pela “(…) gritar e ninguém responder é a tristeza mais
Pleonasmo repetição de palavras e expressões triste que eu conheci.”
redundantes e desnecessárias. Alves Redol
Distingue-se da personificação por “«De quem são as velas onde me roço?
introduzir num enunciado “falas” De quem as quilhas que vejo e ouço?»
Prosopopeia de personagens mortas ou Disse o mostrengo, e rodou três vezes”
ausentes, seres sobrenaturais e Fernando Pessoa
seres inanimados.
“Ó minha menina loura,
Consiste na existência de quatro
Quiasmo elementos dispostos dois a dois, Ó minha loura menina,
segundo uma estrutura cruzada. Dize a quem te vê agora
Que já foste pequenina…”
Fernando Pessoa
“Portugal: questão que eu tenho comigo mesmo,
Golpe até ao osso, fome sem entretém,
É uma figura próxima da ironia, mas Perdigueiro marado e sem narizes, sem perdizes,
que é mordaz, insultuosa, violenta Rocim engraxado,
Sarcasmo
para com os destinatários (pessoas Feira cabisbaixa,
ou instituições). Meu remorso,
Meu remorso de todos nós…”
Alexandre O’Neill
Relação que associa algo (objeto, A pomba branca é o símbolo da paz; a cor verde é
Símbolo ser animado…) a uma ideia, a um símbolo de esperança; etc.
conceito, a um sentimento.
Consiste em tomar a parte pelo “Que, da ocidental praia lusitana”
Sinédoque todo ou vice-versa, o singular pelo Luís de Camões
plural ou vice-versa. (= Portugal)
Consiste na mistura de sensações “E fere a vista com brancuras quentes,
Sinestesia que pertencem a sentidos A larga rua macadamizada.”
Cesário Verde
diferentes. (sensações visuais e tácteis)

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