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ARTES VISUAIS
UNIVERSIDADE METROPOLITANA
Núcleo de Educação a Distância
DE SANTOS
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ARTES VISUAIS
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DE SANTOS
UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS
FACULDADE DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS
PLANO DE ENSINO
EMENTA
Compreende os estudos dos conceitos estéticos e conhecimentos da História da
Arte brasileira a partir do período da pré-história até o início do século XX,
relacionando a produção artística com o contexto sociocultural e a biografia dos
artistas.
OBJETIVO GERAL:
Conhecer e classificar o período que se inicia na Pré-história do Brasil até o século
XIX e os elementos que constituem a Arte brasileira desse período.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
Unidade I
Analisar e refletir as diversas manifestações visuais, em suas relações espaciais e
temporais em suas múltiplas funções, nos diferentes grupos sociais e étnicos,
interagindo com o patrimônio nacional e internacional em sua dimensão sócio
histórica. Contextualizar a cultura em seus aspectos históricos e socioculturais,
geradores de sistemas simbólicos. Valorizar e organizar as produções brasileiras do
século XVI no Brasil.
Unidade II
Analisar e refletir as diversas manifestações visuais, em suas relações espaciais e
temporais em suas múltiplas funções, nos diferentes grupos sociais e étnicos,
interagindo com o patrimônio nacional e internacional em sua dimensão sócio
histórica. Contextualizar a cultura em seus aspectos históricos e socioculturais,
geradores de sistemas simbólicos. Valorizar e organizar as produções brasileiras do
século XVII no Brasil.
Unidade III
Analisar e refletir as diversas manifestações visuais, em suas relações espaciais e
temporais em suas múltiplas funções, nos diferentes grupos sociais e étnicos,
interagindo com o patrimônio nacional e internacional em sua dimensão sócio
histórica. Contextualizar a cultura em seus aspectos históricos e socioculturais,
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geradores de sistemas simbólicos. Valorizar e organizar as produções brasileiras do
século XVIII no Brasil.
Unidade IV
Analisar e refletir as diversas manifestações visuais, em suas relações espaciais e
temporais em suas múltiplas funções, nos diferentes grupos sociais e étnicos,
interagindo com o patrimônio nacional e internacional em sua dimensão sócio
histórica. Contextualizar a cultura em seus aspectos históricos e socioculturais,
geradores de sistemas simbólicos. Valorizar e organizar as produções brasileiras do
século XIX no Brasil.
Unidade V
Analisar e refletir as diversas manifestações visuais, em suas relações espaciais e
temporais em suas múltiplas funções, nos diferentes grupos sociais e étnicos,
interagindo com o patrimônio nacional e internacional em sua dimensão sócio
histórica. Contextualizar a cultura em seus aspectos históricos e socioculturais,
geradores de sistemas simbólicos. Valorizar e organizar as produções brasileiras do
final do século XIX ao inicio do século XX no Brasil.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
Unidade I
Brasil – século XVI - A Pré-História no Brasil, os Sítios Arqueológicos, a Arte
Indígena e o Período Pré-Colonial.
Os elementos culturais e artísticos do período. Arquitetura do século XVI. Quadros
cronológico: Pré-História: Sítios arqueológicos, Os Sambaquis. A Arte indígena,
Descoberta do Brasil. Período Pré-colonial, Produção cultural dos colonos, A
arquitetura do séc. XVI - Métodos de construção.
Unidade II
Brasil – Século XVII - A presença dos holandeses no Brasil e os pintores do
período de Maurício de Nassau.
Os elementos culturais e artísticos do período. Imagens e a Arquitetura do séc. XVII
no Brasil. Literatura e Arte na Colônia do século XVII: O século XVII. Holandeses no
Brasil, Representação do Nordeste. Nassau, Arquitetura no século XVII, Coberturas
– Torres das igrejas, Igrejas no Brasil, Literatura e Arte na Colônia – Retábulos.
Unidade III
Brasil – Século XVIII - A Arte barroca e rococó brasileira nas diversas regiões
do Brasil.
Conceitos estéticos ligados à Arte brasileira no período: Os bandeirantes exploram o
território, Século XVIII. Arte e Arquitetura – Bahia, Nordeste – Arte e arquitetura, Rio
de Janeiro - Arte e arquitetura, São Paulo – O sul do Brasil, Minas Gerais – Arte e
Arquitetura, Antônio Francisco Lisboa, A Pintura mineira.
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Unidade IV
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Brasil: Século XIX - Estilos brasileiros nos períodos do Romantismo e
Realismo.
O Neoclassicismo e o ecletismo brasileiro. Conceitos estéticos ligados Arte brasileira
no período. O início do século XIX no Brasil, A Missão francesa. O Neoclassicismo,
O Neoclassicismo. Pintura de Paisagens, O Neoclassicismo na Arquitetura, Arte
Neoclássica, Romântica e Realista. Victor Meirelles e Pedro Américo, Final do séc.
XIX no Brasil. O Ecletismo.
Tema Transversal - Relações entre imagens e o poder.
Unidade V
Brasil – Do final do século XIX ao início do século XX - O Ecletismo e o final do
Neoclássico no Brasil.
Conceitos estéticos ligados à Arte brasileira no período. Literatura brasileira. Final do
séc. XIX. Início do séc. XX- Ecletismo – Minas Gerais – Bahia, Norte amazônico, O
Ecletismo e outros estilos na Arte, São Paulo.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
PROENÇA, Graça. História da Arte. São Paulo: Ática, 2007.
TIRAPELLI, Percival. Arte Colonial Barroco e Rococó. São Paulo: IBEP Nacional,
2006.
TIRAPELLI, Percival. Arte Imperial do Neoclássico ao Ecletismo. São Paulo:
IBEP Nacional, 2006.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
BATTISTONI, F. Duílio. Pequena História das Artes no Brasil. Átomo, 2008.
CAMPOS, Adalgisa A. Arte Sacra no Brasil Colonial. Belo Horizonte: Com Arte,
2011.
COLI, Jorge. Como Estudar a Arte brasileira no século XIX. São Paulo: SENAC,
2005.
PEREIRA, Sonia Gomes. Arte brasileira no Século XIX. Belo Horizonte: Com Arte,
2008.
TIRAPELLI, Percival. Arte Sacra no Brasil. São Paulo: UNESP, 2001.
METODOLOGIA:
A disciplina está dividida em unidades temáticas que serão desenvolvidas por meio
de recursos didáticos, como: material em formato de texto, vídeo aulas, fóruns e
atividades individuais. O trabalho educativo se dará por sugestão de leitura de
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textos, indicação de pensadores, de sites, de atividades diversificadas, reflexivas,
envolvendo o universo da relação dos estudantes, do professor e do processo
ensino/aprendizagem.
AVALIAÇÃO:
A avaliação dos alunos é contínua, considerando-se o conteúdo desenvolvido e
apoiado nos trabalhos e exercícios práticos propostos ao longo do curso, como
forma de reflexão e aquisição de conhecimento dos conceitos trabalhados na parte
teórica e prática e habilidades. Prevê ainda a realização de atividades em momentos
específicos como fóruns, chats, tarefas, avaliações a distância e Prova Presencial,
de acordo com a Portaria de Avaliação vigente.
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Sumário
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Aula 31 - O Ecletismo e outros estilos na Arte .......................................................... 79
Aula 32 - São Paulo .................................................................................................. 81
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Aula 01 - Pré-História: Sítios Arqueológicos
SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS
Sítios arqueológicos brasileiros muito antigos foram achados desde São Raimundo
Nonato no Piauí, no Sítio da Pedra Furada, com aproximadamente 60.000 anos até à
região dos pampas com 10.000 anos. Existe também um antiquíssimo conjunto
achado na região de Lagoa em Minas Gerais, cujos descendentes mais próximos,
hoje, seriam os índios cariris e botocudos. Alguns grupos habitavam o território do
Ceará há cerca de trinta mil anos. (Disponível em:
http://www.fumdham.org.br/parque.asp Acesso em fev.2014)
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Aula 02 - Os sambaquis – A arte indígena
OS SAMBAQUIS
No litoral brasileiro, observamos alguns enormes conjuntos formados por conchas,
pequenos e grandes esqueletos de animais e humanos, restos de alimento, madeira
e pedras conhecidos como sambaquis. Esses aglomerados em geral medem de dois
a trinta metros de altura, chegando, às vezes, a cem metros de diâmetro. Os
sambaquis provavelmente se formaram ao longo de centenas ou milhares de anos em
consequência da ação humana.
Através do estudo dos sambaquis, os arqueólogos procuram conhecer os tipos de
cabana, de objetos e costumes dos diversos grupos que ocuparam o lugar.
A ARTE INDÍGENA
Os indígenas do nosso território, assim como todas as sociedades humanas,
expressaram suas crenças por meio da pintura corporal, música, dança, cerâmica e
através da arte plumária.
1 . Cerâmica Marajoara
Na Ilha de Marajó, no Pará, foram encontradas diversas urnas funerárias e peças
para preparo e guarda de alimentos em cerâmica ornamentada com desenhos
geométricos. Diversas hipóteses surgiram indicando possíveis origens da
cerâmica da ilha do Marajó. Uma delas é a de que as fases arqueológicas da ilha
do Marajó foram cinco, correspondendo, cada uma, a diferentes culturas,
instaladas na região e a diferentes níveis de ocupação. A fase Marajoara, teria
ocorrido, provavelmente, entre os anos 200 e 690 d.C.
Segundo pesquisas arqueológicas e antropológicas uma parte dos habitantes da
ilha teria se transferido para a região da selva Amazônica.
No Amazonas, no Amapá e ao norte do Pará, em Belém também foram
encontradas peças ornamentadas, porém, em forma de animais e seres humanos,
o que representa a grande diversidade de povos que habitaram esse imenso país
e que ainda foi tão pouco diagnosticada.
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2. Cerâmica Tapajônica
Representando a fauna amazônica
Objetos de cerâmica em estilo Santarém achados em lugares distantes entre si
indicam que havia um contato intenso entre os índios tapajós e as tribos
vizinhas, seja pelo comércio, seja pela dominação direta. É possível que
houvesse um poder central exercido por um chefe tapajó, reunindo tribos
vizinhas.
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SAIBA MAIS
Pesquise sobre as artes primitivas dos diversos grupos indígenas que aqui viviam na
época da chegada do homem branco.
Descubra as tribos sobreviventes e o que eles produzem atualmente em relação à
atividade artística.
Leia em:
PROENÇA, G. História da Arte. São Paulo: Ática, 2008.
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Aula 03 - Descoberta do Brasil – Período Pré Colonial
DESCOBERTA DO BRASIL
PERÍODO PRÉ-COLONIAL
O período Pré-Colonial se refere aos primeiros trinta anos após a chegada de Cabral
ao Brasil. Aos portugueses interessava mais a exploração do Oriente, onde
predominava o comércio das especiarias, por isso pouco foi feito no Brasil, em termos
de colonização, nos primeiros anos do século XVI.
O único interesse do rei de Portugal nessas terras foi a descoberta de uma árvore
semelhante à que existia no Oriente, chamada de pau-brasil, onde de sua madeira
extraía-se um corante vermelho excelente para tingir tecidos. Para comercializar essa
madeira chegaram alguns comerciantes portugueses que as deixavam cortadas e
armazenadas nas feitorias à espera do embarque para a Europa. Os portugueses só
resolveram controlar o território quando perceberam a cobiça dos corsários franceses
interessados também na madeira vermelha. A primeira medida foi enviar a expedição
de Martim Afonso de Souza para fundar os primeiros povoados. Assim, foi fundada a
vila de São Vicente em 1532, transformando o Brasil em Colônia de Portugal. Em
1534, o rei português dividiu o Brasil em quinze faixas paralelas a partir do Tratado de
Tordesilhas, as quais receberam o nome de capitanias hereditárias.
À espreita, os piratas e corsários franceses foram aos poucos adentrando os mares,
penetrando na costa potiguar em 1535, travando grande camaradagem com os
indígenas da área e estabelecendo o comércio e o tráfico do pau-brasil.
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1. Governo- geral
Para controlar a posse do território, estabeleceu-se o Governo-geral na
capitania da Bahia, em 1549, onde Tomé de Souza fundou a cidade de
Salvador, a primeira capital da colônia. No decorrer do século, em Pernambuco,
Sergipe e Bahia as fazendas de cana-de-açúcar se multiplicaram com a
chegada dos escravos.
Assegurada a posse da terra, estabeleceram-se os poderes civis e religiosos.
Os jesuítas chegaram em 1549 com a tarefa de cristianização dos indígenas,
dedicando-se à educação dos filhos dos colonos. Na construção de colégios
fundaram as vilas de São Paulo, Rio de Janeiro, Olinda, Ilhéus, Recife, São
Luís, Santos, entre outras. Em 1581 chegaram os beneditinos e os franciscanos
em 1584. A partir da chegada da religião ocorrem manifestações artísticas dos
colonizadores na Bahia, Pernambuco, São Vicente, Paraíba, Espírito Santo e
Rio de Janeiro. Os portugueses dispunham de arquitetos, mestres-de-obras,
pedreiros, marmoristas, carpinteiros, marceneiros e artesãos vindos da Europa.
Foi somente no final do século XVI que os portugueses, temerosos, decidiram-
se pela ocupação definitiva da área. O motivo político se deu quando em 1580,
Portugal passou a ser governado por Felipe II da Espanha.
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Aula 04 - Produção cultural dos colonos
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Senhora da Conceição, no Museu de Arte Sacra de Santos e Santo Antônio, na Matriz
de São Vicente.
O primeiro imaginário franciscano no Brasil foi Francisco dos Santos, fundador de
numerosas casas de sua Ordem entre 1585 e 1616, em Olinda, Salvador, João
Pessoa na Paraíba, Vitória no Espírito Santo e no Rio de Janeiro.
Grande número de jesuítas chegou ao Brasil entre 1549 e 1759. Com certeza os
jesuítas trabalharam nos ramos artesanais e artísticos, mas não foram encontradas
informações referentes ao grande número de imagens existentes nas regiões de
Embu, Carapicuíba, Itapecerica, Santos e São Vicente no Estado de São Paulo.
Na região de São Paulo e litoral, segundo João Marino em Coleção de Arte Brasileira,
“desde a 2ª metade do século XVI até o final do século XVII, houve uma cadeia
ininterrupta na execução de imagens de barro cozido”, material estranho e pouco
usado em Portugal. Podemos pensar em vários motivos para a utilização do barro: “é
mais fácil modelar a argila, do que esculpir; o nosso indígena já usava o barro para
fazer seus utensílios domésticos” como também ele sabia onde encontrar. (MARINO,
1983, p. 21)
Você já deve ter percebido que há muito a ser pesquisado, pois é preciso
buscar os conhecimentos que, por questões de tempo, não seria
possível adquirir em aula. Não deixe as pesquisas acumularem. Procure
ler com atenção e documentar os dados principais para que você
consiga ter acesso fácil a essas informações. Bons estudos e até a
próxima aula!
SAIBA MAIS
MARINO, João. Coleção de Arte Brasileira. São Paulo: Raízes Artes Gráficas, 1983.
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Aula 05 - A Arquitetura do século XVI no Brasil
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Ref. Imagem: Power Point. Igreja Nossa Senhora da Graça. Gif. 480 x 360
pixels. 8 bits. 92,7 KB. MARTINI, Fátima R. Sans. 17 set. 2014.
1. A arquitetura alterada
O primeiro prédio a abrigar a Igreja Matriz, em São Vicente, foi construído por
Martim Afonso de Sousa, em 1532, próximo à praia onde aconteceu a fundação
oficial da Vila de São Vicente. A construção foi destruída por um maremoto, que
varreu a cidade em 1542. A segunda sede foi erguida pelo povo em local mais
distante do mar, mas foi destruída por piratas que atacaram São Vicente. Em 1757,
a atual igreja foi construída sobre as ruínas da anterior, alterando a fachada.
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palmeira. A igreja de São Paulo de Piratininga, inaugurada em 1556 foi edificada
em taipa de mão e coberta com palha.
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Aula 06 - Métodos de construção
Na aula anterior vimos a arquitetura do século XVI. Você deve ficar atento às
mudanças nas fachadas após passarem por reformas e às mudanças de estilo nos
interiores dos edifícios.
MÉTODOS DE CONSTRUÇÃO
1. Pau-a-pique, taipa de mão ou taipa de sebe.
Consistia em criar um suporte de estacas de madeira para reter a terra molhada
que era amassada. A armação compunha-se de estacas verticais, cravadas na
terra, de barras horizontais de madeira e entre elas varetas que apoiavam o
suporte. O barro era socado à mão sobre essa armação.
Todas as construções provisórias do princípio da colonização eram de taipa de
mão.
2 . Taipa de pilão.
A taipa de pilão consiste em amassar a terra ou argila umedecida com água ou
água de cal dentro de moldes. A concretagem se torna mais consistente com o
emprego de materiais aglutinantes, como, palha ou crina, excrementos de
animais e até óleo de baleia. As paredes ficavam com uma espessura de 50 a
60 cm. O teto era bem avançado na beirada para suportar a água da chuva e
não prejudicar as paredes. A construção também recebia uma calçada ao redor
para proteção das paredes e evitar a erosão.
A igreja de São Vicente, depois do desaparecimento da cidade por uma enorme
ressaca em 1542, foi reconstruída em taipa de pilão sobre fundação de pedra.
3. Pedra e cal
Encontramos ruínas executadas em pedra e cal nas regiões onde a pedra era
fácil de ser extraída. A cal era obtida dos sambaquis, depósitos de esqueletos
e conchas da época Pré-Histórica, ao longo do litoral.
Sabe-se que algumas construções de edifícios administrativos construídos na
Bahia e Olinda com estrutura em pedra foram confiadas ao arquiteto português
Luís Dias, que trabalhou no Brasil entre 1549 e 1553.
O Colégio construído em Ilhéus, entre 1563 e 1572 foi executado em pedra e
cal de ostra, assim como a segunda igreja do Colégio no Rio de Janeiro,
construída em 1585 a 1588.
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Na Unidade anterior observamos a arquitetura civil e religiosa do século XVI e seus
métodos de construção. Em 1580, o rei da Espanha Felipe II impôs seu domínio sobre
Portugal, decidindo-se, pela ocupação definitiva do território brasileiro, por motivos
políticos e comerciais.
O SÉCULO XVII
Para enfraquecer a Holanda, inimiga da Espanha, Felipe II pensou em destruir o
poderio comercial holandês, proibindo que seus navios atracassem nos portos
portugueses. Com a intenção de agir nas Américas, os holandeses criaram a
Companhia de Comércio das Índias Ocidentais.
HOLANDESES NO BRASIL
Em 1630, os holandeses dirigiram-se a Pernambuco, dominando a capitania e
instalando um governo na cidade de Olinda e depois Recife.
Durante o período da dominação no Nordeste, de 1630 a 1654, os holandeses
mantiveram uma grande área dominada que ia de Alagoas até o Rio Grande do Norte.
De início os senhores de engenho defenderam suas terras, resultando em destruição
das lavouras e fuga de escravos para o quilombo de Palmares, o qual estava se
formando. Cedo os proprietários perceberam que a Holanda não tinha interesse em
terras, mas no comércio do açúcar, assim, se aquietaram, principalmente depois da
chegada de Maurício de Nassau.
A política da Companhia das Índias Ocidentais foi a de relações amigáveis também
com os Tapuias. O próprio Conde de Nassau reconhecia a importância da amizade
indígena, para fins de sossego e conservação da própria colônia. Ao contrário dos
portugueses, os holandeses concederam aos Tapuias uma aparente liberdade e a não
escravização. Foi financiada nesse período, a vinda de médicos, astrônomos,
cientistas e artistas, resultando em um desenvolvimento cultural até então
desconhecido na região.
Em 1644, porém, Maurício de Nassau se afasta do cargo em desacordo com a
Companhia de Comércio, modificando desde então, as relações entre holandeses e
colonos. Leia abaixo recorte do texto – O Diário do Conde de Nassau – em que o
Príncipe de Orange, se despede do Brasil:
Dentro de mais dois dias estarei deixando esta grande terra. Ainda me lembro, quando
aqui cheguei, do estado em que se encontrava a Conquista. A Companhia, em 1630,
tinha tomado Pernambuco. [...] Em 1637, após uma longa viagem desembarquei em
terras do Brasil. Foi um deslumbramento - o verde das matas, os pássaros, o grande
rio, que me lembrou as terras e os canais de Amsterdam. [...] Não fiquei morando no
Recife, estava muito desarrumado para o meu gosto, fui para a ilha, que se chamou
antes de Antônio Vaz. Nela me instalei em um grande sobrado, perto do rio, e, de
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onde avistava o Recife. [...] Sobre o seu telhado, meu amigo [...] instalou um
observatório; várias vezes ali subi para observar os astros e ver, à distância, o mar e
as terras em redor. [...] A silhueta de Olinda é muito bonita, ao se recortar contra o
céu. [...] Chegando, naquela antiga vila, pude percorrer as suas ruas incendiadas; o
incêndio da cidade, ateado pelos da Companhia, em 1631, foi extenso e, não fossem
os índios que acudiram os padres, teriam se consumido totalmente algumas das
grandes construções dos religiosos. Perto da antiga Matriz, bastante arruinada, me
deparei, ao lado do mar, com a grande construção dos padres da Companhia. Que
maravilha, - estes jesuítas não construíam para o momento, mas sim, vendo o futuro.
Na Matriz, no Colégio da Companhia de Jesus e noutras em ruínas ainda pude ver os
ricos altares. Não vi imagens de santos, deviam ter sido tiradas dos altares pelos
portugueses. [...] Quando considerei a minha maior permanência me interessei pelas
melhoras das condições do Recife. [...] Assim logo cuidou-se da construção de dois
palácios. Um para residência oficial, onde seriam os despachos e onde se pudesse
receber e, outro, para repouso, poderia dizer, de inverno. O primeiro deles construído
na parte de terra ao Norte do Forte Ernesto e voltado para o continente, Olinda e o
Recife. Lugar encantador e onde se tem, além do palácio, com suas duas altas torres,
um jardim, no qual, para divertimento dos da casa, instalou-se viveiros, jaulas com
animais e plantou-se coqueiros, muitos dos quais transplantou-se já adultos. Para os
palácios mandou-se fazer móveis e adquirir tapetes, além de orná-los com quadros
pintados pelos nossos artistas. [...] foi encarregado o irmão do pintor Frans Post, o
arquiteto Pieter Post, de fazer o traçado das ruas para a expansão do casario em
direção ao Forte, e isto deveria ser feito a maneira nova, numa cidade moderna. Nela,
praças ao lado do canal principal, e casinhas pequenas foram construídas. Como ficou
elegante, aprazível - moderna. Dela fez desenhos o Sr. Post. Espera-se usá-los no
futuro. [...] É com tristeza que deixo esta terra e antevejo o seu futuro grandioso. Eles,
os que ficaram, dirão futuramente o quanto devem a esse período do governo. Hoje,
neste instante da partida vejo, comparando com o Recife que vi quando cheguei, o
quanto esta cidade é linda, debruçada no grande rio. […] Dessa terra levo muitas
memórias e dela fixou aspectos extraordinários, de suas paisagens e da gente, os
pintores, Srs. F. Post, Zacharias Wagner, e o notável Albert Eckhout. Um dia irão falar
muito disto tudo. (Disponível em
<http://www.recife.pe.gov.br/cidade/projetos/bairrodorecife/tx3.htm> Acesso em 11
set. 2014.).
Entre 1645 e 1654 os colonos lutaram pele expulsão dos holandeses, destacando-se
as batalhas de Guararapes em 1648 e 1649.
Em 1654, colonos, escravos e índios, com o auxílio de Portugal apoiado pela
Inglaterra, obrigaram os holandeses a se retirarem do Brasil.
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Observamos na aula anterior um resumo da história da invasão holandesa no Brasil e
a permanência de Maurício de Nassau em Recife.
1. Post
Frans POST (1612-1680), desenhou no Brasil de 1637 a 1644. São conhecidas cerca
de 150 pinturas de Post, a maioria assinada e datada, quase todas representando
paisagens.
2. Eckhout
Albert ECKHOUT (1610-1666) permaneceu no Brasil por sete anos, de 1637 a 1644,
desenhando a flora e fauna brasileira.
Os desenhos e pinturas efetuados no Brasil foram enviados para a Holanda. Uma
parte foi para a Dinamarca, hoje, no Museu Copenhagen, da Dinamarca e outra parte
foi enviada para a Alemanha, permanecendo na cidade de Cracóvia até por volta de
1970. D. Pedro II, em visita a Dinamarca em 1876, conheceu as obras de Eckhout e,
impressionado com a beleza dos quadros e da importância que representavam para
o Brasil, encomendou cópias em tamanhos menores a Niels Aagaard Lutzen, que
estão hoje preservadas.
Outros desenhos e pinturas fizeram parte dos presentes brasileiros enviados por
Mauricio de Nassau ao rei Luís XIV, da França, que os enviou para a cidade de
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Gobelin, como modelos para uma série de tapeçarias, entre 1687 e 1730. Os
gobelins[1] produzidos ficaram conhecidos como Grandes Indes e Petites Indes.
O Caçador índio, da série Nouvelles Indes é uma tapeçaria executada sobre os
cartões que o artista François Desportes (1735-1740) elaborou para substituir os
originais de Eckhout, já desgastados encontram-se atualmente no MASP, em São
Paulo.
3. Wagener
O desenhista e cartógrafo Zacharias WAGENER (1614-1668) trabalhava na Holanda
quando se transferiu para Recife como soldado da Companhia das Índias Ocidentais
por volta de 1634. O artista permaneceu até 1641 coletando materiais e desenhando
aquarelas.
SAIBA MAIS
Pesquise sobre as pinturas efetuadas por esses artistas na ocasião da invasão
holandesa do Brasil no século XVII.
Compare a flora e a fauna executadas por meio de efeitos pictóricos e do gosto
estilístico do momento com a diversidade paisagística brasileira que você conhece.
[1] Gobelins são tapeçarias executadas com composições em ricos tecidos. Os gobelins tem origem
na França, do século XVII.
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Aula 09 - Arquitetura no século XVII
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Do solo brasileiro foram extraídas para cantarias, a pedra Itacolomi e a pedra-sabão,
de Minas Gerais.
No século XVIII, para igrejas mais luxuosas importava-se de Portugal, principalmente,
uma espécie de mármore chamado de Lioz.
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Aula 10 - Coberturas – Torres das igrejas.
TORRES E FRONTÕES
A regra geral eram as coberturas de madeira. As abóbadas construídas em pedra ou
tijolo são raras e, quando encontrada, estão nos conventos do século XVII.
Os claustros apresentam na maioria abóbadas em berço, instaladas nas naves únicas
ou principais. As abóbadas de arestas são empregadas nas naves laterais e nas
galerias.
No século XVII, os grandes tetos de madeira imitam a pedra. Exemplo magnífico é a
abobada com caixotões, da igreja do colégio jesuíta de Salvador, hoje a Catedral.
Algumas construções podem ser classificadas quanto ao formato e localização das
torres ou quanto à evolução dos frontões.
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Aula 11 - Igrejas no Brasil
IGREJAS
Algumas construções foram iniciadas no século XVI ou XVII. Algumas igrejas foram
restauradas e mantiveram a planta e/ou fachada originais, outras receberam
inovações arquitetônicas. Outras, ainda, foram construídas no século XVII e
terminaram as obras no século XVIII, sobretudo com relação à decoração no interior
das mesmas.
Outras vezes, as fachadas já acabadas recebiam decoração posterior. Fique atento
às características das torres e frontões.
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A fachada apresenta Frontão mais alto com volutas laterais e duas torres com sineiras.
Três portais são decorados com frontão quebrado e nichos com imagens (os três
santos jesuítas: Santo Inácio de Loyola, S. Francisco Xavier e S. Francisco de Borja).
As cinco janelas superiores também apresentam frontão quebrado.
SAIBA MAIS
É possível contar parte da história do nosso país por meio dos traços da arquitetura.
Pesquise outras igrejas e veja se você consegue tecer comparações ou identificar
suas características.
Sobre a arquitetura e a produção artística do século XVII em: ARTE NO BRASIL, 1986,
pp. 31-53.
[1] Galilé ou nartex. Avançado do corpo principal, formando uma espécie de varanda coberta,
constituída por arcos que antecedem os portais, ou os próprios portais.
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Aula 12 - Literatura e Arte na Colônia – Retábulos.
RETÁBULOS
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Uma primeira manifestação artística realmente nacional aparece nos retábulos para
as igrejas.
Construído de talha na madeira ou pedra lavrada, guarnece a parede em que se
encosta um altar. Possui nichos e pranchas para imagens ou caixilhos para quadros.
Com estrutura de colunas ornamentadas por flores e caneluras, ladeiam painéis e
nichos para estátuas e sustentavam uma espécie de frontão com um painel pintado
no centro.
Nas igrejas mais modestas do interior de São Paulo, os retábulos são executados em
madeira talhada e pintada provavelmente por artesãos indígenas. A decoração é
semelhante aos modelos portugueses, do estilo plateresco[1], trazidos pelos jesuítas.
As pequenas e simples mesas ou armários, colocados ao fundo do altar, utilizados em
algumas igrejas da idade média e que tinham uma única função de sustentar os
objetos sacros, foram aos poucos adquirindo uma importância maior. E é a partir do
renascimento Europeu que passam a ter uma atenção maior e assumir um caráter
não só utilitário, mas principalmente estético. Surgem, então, os retábulos, que, do
renascimento ao neoclássico, irão se apresentar de diversas formas.
SAIBA MAIS
Sobre a produção artística do século XVII em:
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MARINO, João. Coleção de Arte Brasileira. São Paulo, 1983, pp. 37-65.
[1] Plateresco - Mistura de elementos artísticos do mudéjar e do gótico, um estilo decorativo espanhol
e português, no renascimento.
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Aula 13 - Os bandeirantes exploram o território
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prevaleceram interesses particulares, ficando à margem os interesses dos grupos
oprimidos, como escravos e índios.
SAIBA MAIS
[2] Guerra dos Emboabas – Em 1709 os paulistas são mortos em uma emboscada por emboabas
(pessoas de outras regiões que chegavam a Minas à procura de ouro)
[3] Guerra dos Mascates - Conflito entre os habitantes de Olinda e Recife. De 1710 a 1711.
[4] Revolta de Vila Rica - Insatisfação dos colonos em 1720. Execução de Felipe dos Santos.
[5] Conjuração Mineira - Em 1789, revolta das camadas mais favorecidas, com intelectuais e sociedade
mineira. Execução de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes em 1792.
[6] Conjuração Baiana - Também conhecida por Revolta dos Alfaiates. 1798. Execução de dois
soldados e dois alfaiates.
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Aula 14 - Século XVIII. Arte e Arquitetura – Bahia
Com dinheiro sobrando, os filhos dos ricos colonos foram estudar na Europa. De volta,
a jovem elite trazia os ideais iluministas que agitavam a Europa no período. Na música,
como na literatura, encontrarmos indícios que revelam um leve e oculto caráter de
nacionalidade. Para os críticos mais ferozes, porém, o barroco brasileiro em termos
de música, principalmente, não teria passado de simples cópia portuguesa, ou seja,
uma reprodução do que era criado na Espanha e Itália, na verdade. Acredita-se que
a poesia brasileira tenha-se iniciado com os Árcades no século XVIII, sendo os mais
famosos os de Minas Gerais, pois se relacionaram ao primeiro movimento de
independência no Brasil, no fim do século XVIII. Esses poetas, no entanto, ainda
estavam muito presos aos cânones clássicos e portugueses das Academias.
Vale lembrar que o Barroco, nas artes plásticas, chegou com atraso no Brasil em
relação à literatura e à música. Como consequência, quando se trata da arquitetura,
depara-se com um grande número de construções com estrutura barroca e decoração
rococó, um estilo que já se encontrava decadente na Europa neoclássica, do final do
século XVIII.
BAHIA
Sede do governo, no início do século XVIII, a Bahia produziu uma arte admirável,
mantida ainda pelo comércio do açúcar. A cidade de Salvador, com sua riqueza e
arquitetura inspirada nos modelos Europeus serviu de base para outras cidades da
Colônia.
ARTES VISUAIS 37
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convento sobre o antigo destruído pelos holandeses. Em 1708, iniciaram-se as
obras da igreja, sob o projeto de Gabriel Ribeiro.
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o interior, que recebe pintura de anjos e nuvens entre 1818 e 1820, já é no estilo
neoclássico.
SAIBA MAIS
Investigue as igrejas brasileiras construídas no século XVIII.
Classifique as diferenças existentes entre suas fachadas e interiores.
Compare e procure fazer um quadro cronológico apontando as diferenças e
semelhanças entre as igrejas brasileiras e as da Europa no mesmo período.
ARTES VISUAIS 39
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Aula 15 - Nordeste – Arte e Arquitetura
Na aula anterior, demos uma passada pela arquitetura baiana e a arte produzida
nessa região no século XVIII. Anime-se em relação a tantos nomes de igrejas, pois o
que conta é você reconhecer o estilo das obras no período.
NORDESTE
A economia nordestina decaiu no século XVIII, com a queda do comércio de cana de
açúcar. Com a implantação das companhias comerciais, Recife suplantou a cidade
de Olinda, transformando-se em florescente centro comercial, com aumento da
população e novas construções, após as reformas nos templos danificados e
saqueados no período das invasões holandesas.
PERNAMBUCO
O estilo barroco exibindo frontões decorados em voltas e contravoltas com
decoração rococó já aparecem em meados do século XVIII em Pernambuco.
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2. Igreja da Ordem Terceira de São Francisco do Convento de Santo
Antônio, Recife.
A Igreja da Ordem Terceira de São Francisco do Convento de Santo Antônio,
em Recife, Pernambuco, foi restaurada no século XVII.
A fachada e o pórtico com cinco arcos se destacam de outras construções.
O arquiteto Antonio Fernandes de Matos utilizou a forma de salão na Capela
da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco. A Capela é anexa ao Convento
de Santo Antônio, Recife, Pernambuco e foi inaugurada no século XVII.
A decoração interna da Capela Dourada, como é conhecida, perdurou por todo século
XVIII e é um dos mais belos exemplos de revestimento de talha dourada intercalada
com painéis pintados, no estilo barroco.
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No interior da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco do Convento de
Santo Antônio, de Recife, encontram-se as famosas paredes revestidas de
azulejos portugueses.
A maioria dos azulejos do século XVIII encontrados nos interiores das igrejas é
apresentada em tons monocromáticos de azul cobalto sob fundo branco, na
forma figurativa ou historiada, segundo Olympio Pinheiro em Arte Sacra
Colonial, “construindo um discurso icônico, uma cenografia teatral de sedução”
com cenas “bíblicas, morais, clássicas, de paisagens, e costumes locais,
exóticos ou europeus.” (ARTE SACRA COLONIAL, 2005, pp. 139).
PARAÍBA
1. Convento franciscano de Santo Antônio, João Pessoa.
A Igreja de São Francisco começou a ser construída em 1589, a partir de um
pequeno convento de taipa. Apenas em 1602, foi erguida uma construção em
pedra.
No século XVII, serviu de residência durante a invasão holandesa. Após o
domínio holandês, iniciou-se a restauração do complexo.
O final da restauração do Convento franciscano de Santo Antônio se deu
somente no século XVIII. A fachada e o pórtico com cinco arcos se destacam
de outras construções.
A Igreja de São Francisco e o Convento de Santo Antônio, em João Pessoa,
são interligados e no seu interior se encontram talhas em madeira recoberta de
ouro, painéis de azulejos portugueses, cantarias e pinturas.
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Na segunda metade do século aparecem os nomes dos pintores Francisco Bezerra,
Manuel de Jesus Pinto e José Elói, entre outros.
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Aula 16 - Rio de Janeiro – Arte e Arquitetura
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Na escultura, além dos nomes de Manuel de Brito e Francisco Xavier de Brito, o nome
de Valentim da Fonseca e Silva, chamado de MESTRE VALENTIM (c. 1745-1813) é
um dos mais conceituados, depois de Aleijadinho em Minas Gerais.
Valentim pertenceu à Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e trabalhou sempre
no Rio de Janeiro. Suas maiores obras encontram-se na Capela e na Igreja Ordem
Terceira de Nossa Senhora do Carmo, no Mosteiro de São Bento. O artista também
executou algumas obras para os projetos urbanísticos.
ARTES VISUAIS 46
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Aula 17 - São Paulo – O sul do Brasil
A PINTURA PAULISTA
Atuando em São Paulo em fins do século XVIII, encontramos o pintor, dourador e
restaurador José Patrício da Silva Manso. O artista atuou em São Paulo entre 1770 e
1780, pintando o teto da Capela-mór da nova igreja do Mosteiro dos Beneditinos.
Trabalhou em Itu, na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária e no teto da
Capela mór[1] da Ordem Terceira do Carmo.
Retornando em 1784, para São Paulo, executou a decoração do teto e pintou alguns
quadros para Igreja da Ordem Terceira de São Francisco, a Ordem Terceira do
Carmo e a Igreja da Ordem Terceira das Chagas do Seráfico Pai São Francisco até
1793.
Outro pintor reconhecido que atuou na Igreja da Ordem Terceira do Carmo, em Itu, foi
Jesuíno Francisco de Paula Gusmão, nascido em Santos, em 1764, mais conhecido
como Jesuíno de Monte Carmelo.
Jesuíno do Monte Carmelo foi discípulo de José Patrício da Silva Manso e atuaram
quase em todas as mesmas igrejas.
ARTES VISUAIS 47
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OS RETÁBULOS NAS IGREJAS PAULISTAS
O SUL DO BRASIL
Pelo interior do sul do país, seguiram os jesuítas em trabalho de catequese. A zona
de colonização foi chamada de Missões. Estabelecidos nas terras de ninguém, os
jesuítas puderam realizar um trabalho de integração com os guaranis, durante
aproximadamente 140 anos.
Os primeiros povos ou povos originais da região do atual estado do Rio Grande do
Sul já estavam aculturados, em boa parte, especialmente devido ao estabelecimento
dessas missões jesuíticas.
Em 1753, porém, os bandeirantes, unidos às forças espanholas, atacaram essas
regiões. Finalmente, em 1759 os jesuítas foram expulsos, sendo impossível qualquer
tentativa de reconstrução da cultura original das Missões.
Tropeiros paulistas e mineiros, reforçados com a chegada de casais açorianos,
estabeleceram o domínio português na região.
As pessoas escravizadas de origem africana começaram a ser levadas em maior
número ao estado do Rio Grande do Sul a partir do final do século XVIII, com o
desenvolvimento das charqueadas, e chegaram a representar metade da população
rio-grandense em 1822.
Os espanhóis introduziram a criação de gado que, rapidamente, tornou-se a economia
predominante no Rio Grande do Sul. Espanhóis, portugueses e indígenas deram
origem ao tipo regional gaúcho, com uma fusão de costumes.
SAIBA MAIS
Sobre a pintura e a talha dourada colonial paulista em:
ARTE SACRA COLONIAL, 2005, pp. 60 a 78 e 90 a 117.
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[1] Capela mór – O mesmo que abside, localizado para dentro da igreja.
ARTES VISUAIS 49
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“Os vilarejos cresceram muito. Vila Rica, Mariana, Sabará, Congonhas do Campo,
São João del Rei, Caeté, Catas Altas começaram a desenvolver-se e construir seus
primeiros edifícios importantes.” (PROENÇA, 2005, p. 204)
ARTES VISUAIS 50
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[1] Minério de ferro contido na pedra mineira.
Vimos, na última aula, o início das construções mineiras com a chegada dos
bandeirantes e o impulso da região graças às minas de pedras e metais preciosos.
Observamos também a Arquitetura religiosa de Minas Gerais no século XVIII, no estilo
barroco e rococó.
O que os brasileiros conhecem desse artista mineiro é que esculpia com mãos
deformadas e que ajudou na construção de algumas igrejas e é nelas que aparecem
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as contradições entre a arte conservadora lusitana e os processos de uma solução
pessoal.
O tipo de igrejas como São Francisco, de Ouro Preto, e São João D’el-Rei, não
corresponde apenas ao gosto do tempo, “como já se distingue das soluções barrocas
luso-coloniais, por uma tal ou qual denguice, por uma graça mais sensual e
encantadora, por uma ‘delicadeza’ tão suave, eminentemente brasileiras”.
(ANDRADE, 1965, p. 34)
Acredito que esse texto, com as citações maravilhosamente redigidas por Mário de
Andrade, deu uma mostra dos preconceitos que os nossos artistas sofreram ao longo
do tempo, principalmente em termos de características raciais. Finalizo com mais um
pouquinho de Mário de Andrade sobre o artista Aleijadinho:
1. Em Ouro Preto
Igreja de São Francisco de Assis e Igreja de Nossa Senhora da Conceição de
Antônio Dias.
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Nos anos de 1769 a 1771, o artista trabalhou nas esculturas em pedra-sabão
da fachada e na porta da Igreja da Ordem Terceira do Carmo.
Entre 1771 e 1794 realizou a decoração das Igrejas, Nossa Senhora das
Mercês e Perdões e Nossa Senhora do Pilar.
2. Em Congonhas
Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição. Construída em meados do
século XVIII, apresenta fachada com duas torres laterais ligadas ao corpo
central. O portal recebe pedra sabão esculpida com volutas.
Os Doze Profetas em pedra sabão no adro da Matriz de Bom Jesus de
Matosinhos.
3. Em Sabará
Igreja de Nossa Senhora do Carmo. A igreja possui características do Barroco
e Rococó. Construída a partir da década de Sessenta do século XVIII. As
imagens dos irmãos carmelitas, os dois púlpitos, o portal e frontão em volutas
e querubins em pedra sabão, e o conjunto do coro são obras do Mestre
Aleijadinho.
4. Em Caeté
Igreja de Nossa Senhora do Bom Sucesso. A igreja é uma das primeiras
construídas em Minas Gerais no estilo barroco e decoração Rococó. Antônio
Francisco Lisboa participou da construção e da decoração como aprendiz.
5. Em São João del-Rei
Antônio Francisco Lisboa é o autor do risco do portal da Igreja de São Francisco
de Assis.
6. Em Tiradentes
Igreja Matriz de Santo Antônio. A fachada e o portal da igreja foram desenhados
por Antônio Francisco Lisboa, no início do século XIX.
ARTES VISUAIS 53
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Aula 20 - A Pintura mineira
Observamos a obra do artista mineiro Antônio Francisco Lisboa, mais conhecido pelo
nome de Aleijadinho. Uma obra de influências múltiplas, produzida por um grande
artista, de caráter regional, formado em Minas Gerais.
Com uma defasagem de quase quarenta anos em relação à arquitetura e à escultura,
a pintura mineira sobressai com vários nomes expressivos.
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marítimos, paisagens, cenas pastoris, quase sempre com molduras barrocas. Os
azulejos ficaram tão famosos que passaram a decorar as fachadas e fazer parte das
construções civis.
A imaginária no século XVIII torna-se vulgar com uma comercialização intensa. O
mobiliário se define pelos três estilos segundo os monarcas dos períodos.
D. João V, de 1706 a 1750, com um estilo fortemente influenciado por Portugal
D. José, de 1750 a 1777, com um estilo rococó francês.
Dona Maria I, de 1777 a 1792, com um estilo mais simples e sóbrio.
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Aula 21 - O início do século XIX no Brasil
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Em 1840, os líderes no governo se uniram em favor da maioridade do menino Pedro
de Alcântara, restaurando o reinado, mantendo a monarquia e abandonando os
princípios liberais. Assim se iniciava o Segundo Reinado.
SAIBA MAIS
Pesquise sobre a literatura brasileira, pois muito da nossa marca nacional teve início
com a arte voltada para a linguagem escrita. É certo que estou me referindo à arte
que se iniciou a partir da colonização. Ao pesquisar você irá encontrar as crônicas de
viagem e poemas narrativos com traços puramente europeus.
Perceberá, também, que a segunda geração romântica construiu um perfil de herói
nacional representado pelo índio. O perfil de herói romântico não se aproxima dos
heróis atuais.
Esse perfil ainda se baseava em padrões europeus da época, mas já anunciava a
necessidade de pontuar os feitos genuinamente brasileiros. Faça uma pesquisa
prazerosa para enriquecimento pessoal. Vale a pena descobrir tais características.
[1] Cabanagem, no Grão Pará, de 1835 a 1839; Sabinada, em Salvador, de 1837 a 1838; Balaiada, no
Maranhão e Piauí; e a Guerra dos Farrapos, no Rio Grande do Sul, de 1835 a 1845.
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Aula 22 - A Missão francesa. O Neoclassicismo
ARTES VISUAIS 59
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Nicolas-Antoine Taunay
Nicolas-Antoine TAUNAY (1755-1830), desde cedo um grande artista, iniciou a vida
artística pintando paisagens. Participou da Academia em Roma e na França. No
período de Napoleão, Taunay pintou cenas de batalha em uma intensa atividade
artística. A produção do artista no Brasil compreendeu paisagens, personagens
bíblicos, mitológicos e históricos, em um estilo baseado nos grandes paisagistas
holandeses.
Os filhos de Taunay, Felix-Émile Taunay (1795-1881) e Adrien-Aimé Taunay (1803-
1828), também se destacaram como pintores no Brasil.
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Jean Baptiste DEBRET (1768-1848) viveu no Brasil por 15 anos, não se deixando
abater pela hostilidade e pouco caso do ambiente estranho.
A partir de 1823 viajou pelo Brasil desenhando a natureza e os tipos humanos de
diversos estados, tornando-se professor de Pintura Histórica na Academia. Realizou
gravuras a água-forte[1] , aquarelas e organizou o Primeiro Salão de Belas Artes no
Brasil, no Rio de Janeiro. De volta a Paris, depois de se desentender com o Imperador
Pedro I, editou o livro em três volumes – Viagem pitoresca e histórica ao Brasil – com
aquarelas e gravuras, ilustrando os usos e costumes brasileiros no período inicial do
século XIX.
Debret deixou muitos alunos e aprendizes no Brasil: Francisco Pedro do AMARAL
(1790-1831); Simplício RODRIGUES DE SÁ (1785-1839); José de Cristo MOREIRA;
Francisco Souza LOBO; José da Silva ARRUDA; José dos REIS CARVALHO (c.1798-
c.1892); Guilherme e Auguste MULLER (1815-c.1883); Alphonse Auguste FALCOZ;
Joaquim Lopes de Barros Cabral TEIVE (1816-1863) e Manuel de Araújo PORTO-
ALEGRE (1806-1879)
SAIBA MAIS
Sobre a História do Brasil em:
FIGUEIRA, D. G. História. São Paulo: Ática, 2005.
[1] Água-forte - Técnica de gravura na qual se utiliza a ação corrosiva de ácido sobre as partes postas
a descoberto na superfície de uma placa metálica revestida de camada protetora.
ARTES VISUAIS 61
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Aula 23 - O Neoclassicismo. Pintura de Paisagens.
2. Simplício Rodrigues de Sá
Simplício RODRIGUES DE SÁ (1785-1839) estudou com Debret na Academia
Imperial de Belas Artes. Em 1831 foi contratado como professor de Pintura Histórica
e Desenho, onde atuou até 1837. Foi professor de desenho do imperador D. Pedro II
e suas irmãs. Simplício foi acima de tudo um grande retratista.
Outro artista que atuou no mesmo período dos alunos da Missão francesa foi Miguel
Arcanjo Benício de Assunção Dutra, mais conhecido como MIGUELZINHO DUTRA
(1812-1875) escritor, artífice e ourives da cidade de Itu, interior de São Paulo. Com
uma formação interiorana, sua obra foi composta com componentes intimistas,
retratando populares, festas e paisagens de campo.
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Entre os ingleses, estiveram no Brasil: Richard BATES (1775-1856); Henry
CHAMBERLAIN (1796-1844) e Emeric Essex VIDAL (1791-1861).
Dos artistas portugueses destacaram-se: Joaquim Cândido GUILLOBEL (1787-1859)
e Augusto Rodrigues DUARTE (1848-1888), discípulo de Vítor MEIRELLES.
Do grupo de italianos chegaram ao Brasil: Alessandro CICARELLI (1811-1879); Luigi
STALLONE e Nicollo Antonio FACCHINETTI (1824- 1900), que permaneceu pintando
a serra da Mantiqueira e outros recantos brasileiros.
Entre os franceses: François-René MOREAU (1807-1860), que se fixou no Rio de
Janeiro, produzindo retratos brasileiros e pinturas históricas; Charles Othon JEAN
BAPTISTE (1777-1847) e Hercule FLORENCE (1804-1879) entre outros.
Da Áustria, o pintor Thomas ENDER (1793 - 1875) veio para o Brasil em 1817,
permanecendo por um ano, durante o qual pintou aquarelas e desenhos com
observações do Brasil.
O grupo de pintores alemães que veio para o Brasil foi um pouco maior. Alguns artistas
permaneceram no país e outros foram chegando até o final do século XIX. Dentre eles
os que mais se destacaram foram: Johann Moritz RUGENDAS (1802-1858), Edward
HILDEBRANDT, Ferdinand KRUMHOLZ, Fridrich HAGEDORN e Johann Georg
GRIMM (1846-1887), entre outros.
SAIBA MAIS
Sobre os artistas viajantes no site do Itaú Cultural.org.br.
Pesquise mais sobre outros artistas que aqui estiveram e documentaram o Brasil de
forma delicada e sensível.
ARTES VISUAIS 63
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Aula 24 - O Neoclassicismo na Arquitetura
O NEOCLASSICISMO NA ARQUITETURA
Introduzido por Auguste-Henri Victor GRANDJEAN DE MONTIGNY (1776-1850), o
Neoclássico na arquitetura teve numerosos alunos, no Rio de Janeiro, como Justino
de Alcântara Barros, autor do zimbório[1] da Igreja da Candelária; José Maria Jacinto
Rebelo, autor do projeto do atual Palácio do Itamaraty (1851-1855); entre outros.
Foram esses discípulos que difundiram a Arquitetura neoclássica por toda a Corte
como estilo oficial do Império.
ARTES VISUAIS 64
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As investigações acerca das orientações teóricas da arquitetura produzida no Brasil
da Independência levantam a forma de composição arquitetônica do Neoclassicismo
como causa intelectual e política.
O Neoclassicismo teria sido então adotado no Brasil durante a monarquia como
instrumento civilizador, isto é, como meio de aproximar o país do modelo europeu de
civilização.
Algumas características da Arquitetura Neoclássica: Materiais nobres, como pedra,
mármore, granito e madeiras. Processos técnicos avançados e sistemas construtivos
simples. Esquemas mais complexos com linhas ortogonais. Formas regulares,
geométricas e simétricas. Volumes corpóreos, maciços, bem definidos por planos
murais lisos. Uso de abóbadas de berço ou de aresta. Uso de cúpulas. Espaços
interiores organizados segundo critérios geométricos e formais Pórticos com
colunatas e frontões triangulares A decoração recorreu a elementos estruturais com
formas clássicas, à pintura rural e ao relevo em estuque, acentuando a intimidade e o
conforto nas mansões familiares.
O Brasil do século XIX graças à cultura do café propiciou um conforto para a sociedade
que povoou de casas neoclássicas as regiões de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas e
Nordeste.
1. No Nordeste
No Nordeste, comandados pelo alemão Augusto Koersting, cerca de cem artistas e
artífices modernizaram e atualizaram as construções em Pernambuco, a partir de
1839. “O neoclássico foi introduzido graças a Francisco do Rego Barros, conde da
Boa Vista.” (ARTE NO BRASIL, 1986, p.160)
O Palácio do Governo de Pernambuco, reformado pelo conde da Boa Vista, no ano
de 1841, é um exemplo de Arquitetura no estilo neoclássico.
2. Na Bahia
Na primeira metade do século XIX foi concluído o prédio da Associação Comercial,
uma das construções pioneiras do estilo neoclássico na Bahia, com influência inglesa.
O prédio apresenta o pórtico com quatro colunas, frontão triangular, escadaria
externa com duas entradas e decoração na fachada composta de guirlandas.
3. No Rio de Janeiro
No Rio de Janeiro,foi construído pelo arquiteto particular de D. Pedro I, o francês
Pierre Joseph Pézerat, um palacete neoclássico, ao lado do palácio imperial, para a
Marquesa dos Santos, que ali viveu entre 1826 e 1829.
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Aula 25 - Arte Neoclássica, Romântica e Realista.
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Em 1884, Georg Grimm, com os artistas Giovanni Battista Felice CASTAGNETO
(1851-1900), Hipólito CARON (1862-1892); Garcia Y VASQUEZ (1859-1912);
Francisco RIBEIRO (c. 1855-1900), Antônio PARREIRAS (1860-1937), Joaquim José
da FRANÇA JUNIOR (1838-1890) e Thomas DRIENDL (1849-1916), fundou o Grupo
Grimm, no Rio de Janeiro.
3. Giovanni Battista Felice Castagneto
Genovês, Giovanni Battista Felice CASTAGNETO (1851-1900) veio para o Brasil em
1874 e estudou na Academia Imperial de Belas Artes, no Rio de Janeiro.
Em 1882, trabalhou como professor de Desenho no Liceu de Artes e Ofícios. Em 1885,
o artista já pintava com técnicas no estilo impressionista.
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Aula 26 - Victor Meirelles e Pedro Américo
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BELMIRO BARBOSA de Almeida (1858-1935), José Ferraz de ALMEIDA JUNIOR
(1850-1899), Eliseu D’Ângelo VISCONTI (1866-1944); OSCAR PEREIRA DA SILVA
(1867-1939) e João ZEFERINO DA COSTA (1840-1915).
Além da famosa A Primeira Missa no Brasil, outra obra conhecida de Meirelles
é Batalha dos Guararapes, 1879. Óleo sobre tela, 494,5 x 923. No acervo do Museu
Nacional de Belas Artes, RJ. Brasil. A obra representa a vitória luso-brasileira sobre
as invasões holandesas no Morro de Guararapes, em Pernambuco.
Victor Meirelles deixou um extraordinário acervo, em minuciosos esboços e estudos
em papel e óleo sobre tela.
No entanto ao morrer em 1903, no Rio de Janeiro, o artista estava pobre e quase
esquecido.
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Aula 27 - Final do séc. XIX no Brasil. O Ecletismo.
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Na virada do século XIX para o século XX, algumas regiões do Brasil passaram por
importante processo de modernização. Grandes cidades foram reurbanizadas e
acelerou-se a industrialização.
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Aula 28 - Final do séc. XIX. Início do séc. XX
Observamos a História, a Arte e a Arquitetura do século XIX até próximo ao seu final.
A partir dessa Unidade estaremos acompanhando a evolução da Arte e Arquitetura
em torno dos anos 80 do século XIX até o início do século XX no Brasil, pois muito
pouco se alterou durante esse período, que abrange a Primeira Guerra Mundial.
O ECLETISMO NA ARQUITETURA
Na arquitetura o termo ecletismo se refere a tolerância no emprego de diversos
padrões de estilos utilizados nas construções nas principais cidades do Brasil.
O Ecletismo brasileiro também aparece de duas formas: Como erudito e como
popular. Na forma erudita, os edifícios foram construídos por arquitetos europeus que
aqui estiveram ou sob projetos trazidos nas bagagens. Na forma popular, são aqueles
edifícios construídos por mestres de obras, que utilizavam detalhes ao sabor das
novidades, às vezes redecorando alguns edifícios tradicionais construídos nas
grandes cidades.
1. São Paulo
Os fazendeiros paulistas foram os primeiros a providenciar casas luxuosas na cidade,
com ornamentação baseada em relevos de estuques pré-moldados e importada; “nos
vasos e estátuas de porcelana do Porto, nas grandes vidraças, nos assoalhos
desenhados com finas madeiras de lei e nas ferragens caprichosamente trabalhadas,
importadas da França e da Bélgica.” (ARTE NO BRASIL, 1986, p.182)
A população, de modo geral, passou a construir suas casas com tijolo e com
afastamentos laterais, ganhando mais arejamento e luz. Durante a Primeira Guerra
Mundial, surgiram as primeiras casas neocoloniais, um estilo também considerado
eclético.
O prédio ocupado pela Pinacoteca do Estado em São Paulo foi projetado por Ramos
de Azevedo em 1897, para abrigar o Liceu de Artes e Ofícios, instituição que
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formavam técnicos e artesãos para construir as cidades que se enriqueciam com o
café.
2. Rio de Janeiro
Capital do país, o Rio de Janeiro, reformulou a arquitetura e a estrutura urbana, de
modo geral. Sob a ordem do presidente Rodrigues Alves, a cidade recebeu grandes
melhorias. Foi aberta a avenida central, hoje Rio Branco, a qual recebeu diversos
edifícios com fachadas ecléticas.
Prefeito do Rio de Janeiro, entre os anos de 1902 e 1906, o engenheiro Pereira
Passos planejou a construção do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Todo o material
usado na construção foi importado da Europa: mármores, ônix, bronze, cristais,
espelhos, mosaicos, vitrais e maquinaria de palco.
Os maiores artistas brasileiros da época – Rodolfo AMOEDO (1857-1941); Henrique
BERNARDELLI (1858-1936) e Eliseu D’Ângelo VISCONTI (1866-1944) – criaram as
pinturas e esculturas que enfeitam a sala de espetáculos, a fachada e as áreas de
circulação.
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Aula 29 - Ecletismo – Minas Gerais – Bahia
Na aula anterior descobrimos prédios executados sob o estilo eclético nas cidades de
São Paulo e Rio de Janeiro. Continuamos com as cidades de Minas Gerais,
3. Minas Gerais
Em Minas Gerais, a cidade de Belo Horizonte, uma das primeiras cidades brasileiras
planejadas foi construída inteiramente sob a arquitetura eclética. A cidade foi
inaugurada em 1897.
O Palácio da Liberdade foi construído em Belo Horizonte no ano de 1897. Com um
traçado neoclássico, o palácio mescla estilos arquitetônicos que vão desde Luís XV
ao mourisco. A escadaria principal foi fundida na Bélgica e apresenta um elegante
estilo Art Nouveau.
4. Bahia
O Palácio do Rio Branco começou a ser construído pelo primeiro governador geral do
Brasil, Tomé de Souza, em meados do século XVI, para ser o centro da administração
portuguesa. No início era de taipa de pilão, mas recebeu posteriormente pequenas
ampliações. Teve várias funções, como quartel e prisão. Abrigou Dom Pedro II quando
visitou a Bahia em 1859.
No fim do século XIX, o palácio ainda ostentava a velha fachada colonial portuguesa.
Após uma profunda reforma; ficou pronto em 1900, quando passou a exibir um nobre
e imponente estilo neoclássico, bem ao gosto francês.
O Palácio do Paranaguá está localizado na cidade de Ilhéus, e foi construído no estilo
neoclássico em 1907, no mesmo local onde existiam ruínas de um colégio jesuíta. A
construção é um dos símbolos da opulência na região do cacau.
Em Salvador encontra-se o Palácio da Aclamação. A construção exibe uma bela
fachada em estilo neoclássico. Interiormente é decorado com belos painéis
emoldurados, guirlandas, laços e medalhões, pintados por Presciliano Silva (1883-
1965). Seu acervo é composto de mobiliários nos estilos Dom José e Luís XV,
porcelanas, cristais, bronzes, tapetes persas e franceses e telas de pintores famosos.
O atual prédio que abriga o Mercado Modelo começou a ser construído em 1854. Foi
inaugurado em 1868 para ser a terceira Casa da Alfândega de Salvador.
Com formas consagradas da segunda metade do século XIX, a construção apresenta
uma planta quadrada e uma construção circular ao fundo.
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Aula 30 - Norte amazônico
Vimos nas aulas anteriores a arquitetura eclética nas cidades de São Paulo, Rio de
Janeiro, Minas Gerais e Bahia. Embora tenham sido apenas poucas referências, pois,
se fôssemos comentar todos os edifícios, páginas e páginas seriam escritas, as
mesmas são exemplos do Patrimônio cultural e artístico do Brasil. A surpresa na
descoberta de palácios e edifícios civis construídos (alguns já derrubados) vem
demonstrar o tão pouco que conhecemos de nossas cidades maravilhosas, o pouco
caso da mídia e o descaso dos brasileiros na conservação dos mesmos.
O norte amazônico foi reformulado totalmente de acordo com a visão eclética no
tempo da grande produção de borracha. “Os novos reis da borracha mandavam vir do
estrangeiro suas próprias casas completas, desde tijolos ingleses até os lampiões
belgas e as mobílias francesas” (Arte no Brasil, 1986, pp.183)
5. Belém do Pará
O Teatro da Paz ostenta e simboliza a riqueza dos tempos áureos da borracha. Seu
projeto foi elaborado pelo engenheiro Tibúrcio Pereira Magalhães no estilo
neoclássico. A construção começou em 1868 e só terminou seis anos depois, em
1874. No espaço interior, piso, teto, paredes, lustres e escadarias atestam a fama de
excelente casa de espetáculos.
O Palácio Antônio Lemos foi construído para ser a sede do poder municipal. O autor
do projeto foi José Coelho de Gama e Abreu, o Barão de Marajó.
As obras começaram em 1868. A inauguração foi em 15 de agosto de 1883, quinze
anos depois do início das obras.
6. Manaus
Trabalhadores de diferentes nacionalidades – brasileiros, portugueses, espanhóis,
italianos, alemães, ingleses, americanos, sírios, libaneses, judeus, gregos – formavam
os fortes elos da cadeia produtiva da borracha, o que fez o intercâmbio das atividades
econômicas entre Manaus, os seringais e os grandes centros industriais e financeiros
da Europa e dos Estados Unidos.
Artistas, intelectuais, médicos, advogados, engenheiros, professores, jornalistas,
militares, homens de negócio, seringalistas, seringueiros de saldo, todos falavam com
maior ou menor desenvoltura a linguagem das libras esterlinas que fazia a riqueza de
poucos e inseria a cidade na rota internacional dos negócios da borracha.
O Palácio da Justiça, inaugurado em 1900, possui estilo eclético, inspirado na
arquitetura do Segundo Império francês e do neoclassicismo inglês, com uma
profusão de elementos que misturam vários ornamentos.
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O prédio foi construído sobre uma área elevada e é protegido por um espesso muro
com balaustradas. Projetado para ser a sede do Palácio da Justiça, esse monumento
arquitetônico cumpre até hoje a mesma função.
O térreo tem revestimento em alvenaria, janelas e portas em arco pleno e colunas de
pórtico da ordem toscana. O segundo piso tem alvenaria lisa, janelas de púlpito de
verga reta, com frontões curvos e irregulares e colunas do pórtico da ordem
compósita. O aspecto barroco do seu ambiente interno contrasta acentuadamente
com sua fachada sóbria e austera.
Artistas, técnicos e operários vieram da Europa e de outros pontos do Brasil para
trabalhar na obra do Teatro Amazonas, iniciada em 1884 e finalizada em 1896.
Os navios que chegavam da Europa traziam lustres de bronze e de cristal, tapeçarias,
espelhos, estátuas, grades para janelas e camarotes, peças em ferro fundido, vigas
de aço e até a estrutura metálica da cúpula, com telhas cerâmicas.
Crispim do AMARAL (1858-1911) artista pernambucano que vivia em Paris, foi
chamado para cuidar da pintura, do mobiliário e de toda a decoração interna do
edifício. Foi Amaral quem pintou o pano de boca do palco, representativo do encontro
das águas dos rios Negro e Solimões. Sob sua inspiração foram pintadas, em Paris,
as telas que foram afixadas ao teto da luxuosa sala de espetáculos, alusivas à Dança,
à Música, à Tragédia e às óperas do maestro Carlos Gomes[1]. As máscaras afixadas
nas colunas que circundam a sala de espetáculos destacam as grandes figuras da
música e do teatro – Esquilo[2], Aristófanes[3], Shakespeare[4], Rossini[5], Schiller[6],
Verdi[7] e outros.
Construído para ser a residência de um rico comerciante da borracha, o Palácio Rio
Negro foi inaugurado no final do século XIX. A fachada, dividida em dois pavimentos,
com três corpos, apresenta elementos ecléticos com predomínio de características
clássicas. A porta de entrada é de arco pleno. No interior, objetos vindos do oriente
compõem a ambientação. Uma imponente escada de madeira leva até o segundo
pavimento com uma sacada em ferro fundido.
[1] CARLOS GOMES, Antônio (1836-1896). Foi o mais importante compositor de óperas brasileiro,
com carreira de destaque principalmente na Europa.
[2] ESQUILO (c. 525 a.C.- 456 a.C.). Foi um poeta trágico grego. É considerado o fundador da tragédia.
[3] ARISTÓFANES (c. 447 a.C. - c.385 a.C.). Dramaturgo grego. Representante da Comédia Antiga.
[4] SHAKESPEARE, William (1564-1616). Dramaturgo e poeta inglês.
[5] ROSSINI, Gioacchino Antonio (1792-1868). Grande compositor italiano do romantismo.
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[6] SCHILLER, Johann Christoph Friedrich von (1759-1805). Poeta, dramaturgo, filósofo e historiador
alemão, um dos líderes do romantismo literário.
[7] VERDI, Giuseppe Fortunino Francesco (1813-1901). Compositor de óperas românticas.
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Aula 31 - O Ecletismo e outros estilos na Arte
Vimos nas aulas anteriores a arquitetura eclética do século XIX e início do século XX.
Apoiada no neoclassicismo essas construções fazem parte do Patrimônio cultural e
artístico do Brasil.
1. Henrique Bernardelli
Senhor de uma técnica com composições livres e elementos essenciais, com
pinceladas largas e espontâneas, Henrique BERNARDELLI (1858-1936) participou
com outros artistas da reforma da Academia transformada em Escola Nacional de
Belas Artes, em 1890.
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na Escola Nacional de Belas Artes, tendo como alunos Quirino CAMPOFIORITO
(1902-1993), Candido PORTINARI (1903-1962), Francisco ACQUARONE (1898-
1954) e Henrique Campos Cavalleiro (1892-1975)
Entre os brasileiros, o artista é um dos mais importantes paisagistas com influência
da Escola de Barbizon.
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Aula 32 - São Paulo
SÃO PAULO
São Paulo, no final do século XIX, tinha uma população que crescia devagar,
comprimida entre os rios Tamanduateí e o Anhangabaú, divertindo-se com o jogo de
bilhar, peteca e frequentando o Teatro São José. A iluminação paulista apresentava
problemas e os carros e bondes de tração animal corriam na cidade escura e deserta.
A vida cotidiana era copiada dos hábitos europeus em que a vestimenta importada
pesada contrastava tristemente com o clima brasileiro. A vida noturna era
insignificante e os estudantes animavam as poucas casas alegres existentes.
As famílias de organização patriarcal se isolavam com pretensões fidalgas, negando-
se a quaisquer ofícios, vivendo à custa de cargos públicos. A elite regional considerava
os bacharéis, principalmente aqueles que estudavam fora.
Os artistas bem nascidos e os que iam estudar fora eram apenas toleráveis.
O consumo artístico era copiado da burguesia europeia e aos artistas brasileiros
restava apenas cumprir seu papel.
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a apresentar primorosas e delicadas cenas caboclas que o consagraram como o
melhor pintor da época.
2. Lasar Segall
Lasar SEGALL (1891-1957) foi o primeiro artista a introduzir obras expressionistas e
modernas no Brasil. Com uma mostra pioneira, porém pequena, no ano de 1913 nas
cidades de São Paulo e Campinas, Lasar Segall não teve condições de surpreender
e movimentar a classe artística e a crítica brasileira.
3. Anita Malfatti
A exposição em 1917, de Annita Catharina Malfatti, ou Anita MALFATTI (1889-1964),
em São Paulo, com uma mostra no campo de Expressionismo e Cubismo, teve o dom
de irritar, entre outros, Monteiro Lobato.
“Medíocre como pintor, mas já consagrado como escritor. Lobato fulminou Anita com
um artigo intitulado Paranóia ou Mistificação?” Em defesa de Anita se juntaram alguns
intelectuais, “além de artistas como Di Cavalcanti, que, anos mais tarde, se alinharia
entre os organizadores e participantes da Semana de Arte Moderna.” (ARTE NO
BRASIL, 1986, p.193)
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Com eventos separados e artistas com novas pretensões artísticas surgiram
movimentos intelectuais que decretaram o fim do academismo na Arte brasileira a
partir de 1922.
Mas esse é um assunto para o próximo semestre em Estética e História da Arte
Brasileira II. Aguardem!
Espero que você mantenha o hábito da pesquisa. Agora que chegamos ao fim, é muito
importante rever suas anotações, resumos etc. Bons estudos!
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