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104
FARMACOLOGIA.......................................3
Enzimas extracelulares ....................... 71
Inibidores do sistema renina-
VARIAÇÃO DAS RESPOSTAS DAS RECEPTOR ............................................. 71
angiotensina ........................ 104
DROGAS ........................................... 6 Canais iônicos disparados por
Inibidores da enzima
Variação individual quantitativa .......... 6 ligantes ...................................... 73 conversora de
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS ............ 7 Receptores acoplados a proteínas G .. 74 angiotensina (ECA) ............. 104
Interações farmacodinâmicas .............. 8 Receptores ligados a enzimas ............ 75 Bloqueadores de receptores de
Interações farmacocinéticas ................ 9 Receptores intracelulares ................... 75 angiotensina (BRAs) ........... 104
Absorção ................................................. 10 Receptores nucleares ......................... 75 Bloqueadores β-adrenérgicos . 105
Distribuição............................................. 10 Classificação ....................................... 76 Diuréticos ...................................... 105
Metabolização ........................................ 10 Agonistas ............................................... 76 Vasodilatadores diretos ............ 105
Excreção ................................................. 10 Antagonista ............................................ 78 Fármacos ionotrópicos ............. 105
FORMAS FARMACÊUTICAS (FF´S) ...........11 Inibição e indução .............................. 82 Antagonistas da aldosterona ....... 105
Inibição .................................................. 82 AGENTES ANTIARRÍTIMICOS..... 106
SÓLIDOS ................................................ 12 Indução .................................................. 82 Classes .......................................... 106
LÍQUIDOS ............................................... 16 Classe 1 ............................................. 106
FARMACOLOGIA DO SNC ............... 84
SEMI-SOLIDAS ....................................... 21 Classe 2 ......................................... 107
SNA ...................................................... 84 Classe 3 ............................................. 107
FARMACOCINÉTICA ................................24
SNC ...................................................... 85 Classe 4 ............................................. 108
MODELO COMPARTIMENTAL ................ 25 PSICOTRÓPICOS .................................... 87 ANTIAGINOSO ................................ 108
VIA DE ADMINISTRAÇÃO ....................... 27 HIPNÓTICOS E SEDATIVOS..................... 87 ANTI-HIPERTENSÃO ..................... 109
Via Enteral .............................................. 27 Ansiolítico ........................................... 87 Diuréticos ...................................... 109
Via parenteral ......................................... 29
Benzodiazepínicos .............................. 88 Reguladores de volume ............. 110
Aplicação tópica...................................... 31 Inibidores do sistema renina-
Barbitúricos ........................................ 89
ABSORÇÃO DE MEDICAMENTOS ........... 33 angiotensina.......................... 110
AGENTES ANTIDEPRESSIVOS ................. 90
Difusão pela membrana ......................... 34
Equação de Henderson-Hasselbach ....... 36
Inibidores da MAO.............................. 90 FARMACOLOGIA DA DOR ............. 111
Polaridade, ionização e pH do meio ....... 36 Inibidores da recaptação .................... 90
OPIÓIDES ......................................... 111
Locais de absorção ............................. 38 Antidepressivos tricíclicos (ADT´s) ......... 90
Inibidores seletivos da recaptação de Morfina ........................................... 111
Trato gastrointestinal ............................. 38
Trato respiratório ................................... 39 5HT ............................................. 91 PARACETAMOL ............................. 112
Permeabilidade capilar ........................... 39 Inibidores da recaptação de 5HT-NE...... 91
ANTIINFLAMATÓRIO ...................... 113
Barreira hematoencefálica ..................... 39 FARMACOLOGIA ANTIPSICÓTICA .......... 94
Barreira placentária ................................ 40 Antipsicoticos típicos .................. 94 Prostaglandinas (PG´s) ............. 113
Pele 40 Antipsicóticos atípicos ................ 94 FARMACOLOGIA ANTIFÚNGICA.. 115
DISTRIBUIÇÃO ....................................... 42 ESTIMULANTES DO SNC ........................ 96
Proteínas plasmáticas ............................. 42 Estimulantes psicomotores ................ 96 Inibidores da síntese de DNA .. 115
Volume real e aparente .......................... 44 Metilxantinas ..................................... 98 Inibidores da mitose ................... 115
BIODISPONIBILIDADE ............................ 46 FARMACOLOGIA Inibidores da membrana ........... 116
DOSES .................................................... 49 RESPIRATORIA ......................... 99 Inibidores do ergosterol ............ 116
Dose de ataque ....................................... 49 Inibidores da esqualeno
Droga antiasmática ....................... 99
Dose de manutenção .............................. 49 epoxidase............................... 116
Tosse .............................................. 100
METABOLISMO...................................... 52 Inibidores da 14α-esterol das
FARMACOLOGIA DO TGI ............. 101 metilase .................................. 117
Biotransformação ............................... 54 Distúrbios ácido-pépticos ......... 101 Inibidores da parede celular ..... 117
Reação de biotransformação .................. 56
Antiácidos ......................................... 101
EXCREÇÃO ............................................. 61 Inibidores H2 ..................................... 101 FARMACOLOGIA
Excreção renal .................................... 61 Inibidores da bomba de prótons . 101 ANTIMICROBIANA ..................... 118
Filtração glomerular ............................... 61 Protetores da mucosa ................ 102 Mecanismo de ação .................... 118
Reabsorção tubular ................................ 62 Vomito ............................................ 102
Secreção tubular ..................................... 62 Inibição da parede celular......... 118
Antagonistas dos receptores
Excreção pelo TGI ............................... 62 β-lactâmicos ..................................... 118
muscarinicos ........................ 102
Inibidores da β-lactamase ............. 120
Excreção pulmonar ............................. 62 Antagonistas dos receptores
Inibidores da topoisomerase ... 120
Clearance (depuração) ....................... 63 dopaminérgicos ................... 102
Inibidores da transcrição .......... 120
MEIA-VIDA (T1/2) .................................. 65 Purgantes ...................................... 102
Inibidores da tradução ............... 121
Motilidade gastrointestinal ....... 103
FARMACODINÂMICA ..............................68 Subunidade 50S............................... 121
Antidiarreicos ............................... 103
Aminoglicosídios (30S).................. 121
Fármaco-receptor ............................... 69 Loperamida....................................... 103
Complexo fármaco-receptor .................. 69 Difenoxilato e difenoxina .............. 103 FARMACOLOGIA ANTI-
Relação dose resposta ............................ 70 HELMÍNTICA ............................... 123
Inibidores da polimerização Amebicidas sistêmicos ................. 126 Inibição de fixação e entrada
tubulinica .............................. 123 FARMACOLOGIA DA MALARIA.. 127 dos vírus ............................... 131
Desacopladores da Esquizonticida tissular .............. 127 Inibidores do descascamento
fosforilação oxidativa ........ 124 Esquizonticida no sangue ............ 127 viral ........................................ 131
Coordenação neuromuscular .. 124 FARMACOLOGIA Inibição da replicação do
TRIPANOSSOMÍASE .............. 129 genoma viral ........................ 132
FARMACOLOGIA
FARMACOTERAPIA Inibição da liberação viral ......... 132
ANTIPROTOZOARIA................... 126
LEISHMANIOSE ....................... 130 Moduladores do sistema
AMEBÍASE ....................................... 126 Tratamento Leishmaniose imune ..................................... 133
Classificação dos visceral (LV) ......................... 130 Inibição da maturação viral ...... 134
medicamentos ..................... 126 Antimoniais ...................................... 130
Amebicidas mistos .......................... 126
FARMACOLOGIA ANTIVIRAL ........131
Amebicida luminais ......................... 126
FARMACOLOGIA Ex.: 2: A farmacologia estuda o mecanismo pelo
Estuda as substâncias que interagem com os qual os agentes químicos afetam as funções dos
seres vivos por meio de processos químicos, sistemas biológicos de forma ampla. Envolve o
especialmente por ligação às moléculas estudo da interação dos compostos químicos
reguladoras e ativação ou inibição de processos (drogas) com os organismos vivos, atuando, em
corporais normais. Etimologicamente maioria, através da influência das três moléculas
farmacologia vem do grego Pharmakon, que das drogas constituintes das células. A
pode ser entendido como, droga ou medicamento farmacologia é usada com 3 objetivos:
e do sufixo lógos, do grego, que significa estudo, 1. Terapêuticos (curar, controlar doenças ou
tratado. aliviar os sintomas);
Droga: Do Holandês drogg, significa 2. Preventivos (vacinação e fluoração da água);
dessecada. Qualquer substância química 3. Diagnóstico (Contrastes iodados).
capaz de produzir efeitos farmacológicos, ou Um dos seus ramos estuda o movimento da
provocar alterações num sistema biológico; droga através do organismo, envolvendo sua
Medicamento: Do latim medicamenton, de absorção, distribuição, biotransformação e
medicare=cura. É toda preparação eliminação já o outro estuda o local de ação, o
farmacêutica contendo um ou mais fármacos, mecanismo de ação e os efeitos dessas drogas no
capazes de curar, prevenir ou diagnostica uma organismo.
enfermidade; Esses dois ramos da farmacologia chamam-se
Fármaco: Designa uma substância química RESPECTIVAMENTE:
conhecida e de estrutura química definida a. Correta: Farmacocinética e farmacodinâmica;
dotada de propriedade farmacológica. Ou seja, b. Farmacotécnica e farmacocinética;
são drogas dotadas de ações farmacológicas; c. Farmacovigilancia e farmacoterapia;
Remédio: Do latim remedium, de Re= d. Farmacotécnica e toxicologia;
inteiramente, mais mederi=curar, portanto e. Farmacoepidemiologia e farmacoeconomia.
tudo aquilo que cura, alivia ou evita uma
enfermidade. Ex.: 3: Assinale a alternativa INCORRETA em
A farmacologia é estudada em dois aspectos: relação à farmacocinética e farmacodinâmica.
1. Farmacodinâmica: (Do grego Dynamis a. Fatores físico-químicos relacionados aos
=força) Estuda as ações da droga sobre o fármacos e à forma farmacêutica interferem na
organismo. Ou seja, envolve as ações e os base biofarmacêutica.
efeitos que os fármacos provocam no b. Fatores fisiológicos e fisiopatológicos
organismo, o que chamamos de mecanismo relacionados ao paciente interferem na fase
de ação das drogas. biofarmacêutica.
2. Farmacocinética: (Do grego Kinetos=móvel) c. Incorreto: Fatores regulatórios que controlam
Estuda as ações do organismo sobre a droga. a tradução genética e a síntese de proteína
Consistem das etapas e processos não interferem na fase farmacodinâmica.
metabólicos da absorção, distribuição, d. Fatores como densidade de receptores na
biotransformação e eliminação. superfície celular e mecanismo de transmissão
de mensagens interferem na fase
Ex.: 1: A definição de REMÉDIO é: farmacodinâmica.
a. Substancia que altera as funções orgânicas
com finalidade de prejudicar o organismo; Ex.: 4: Com relação aos conceitos gerais da
b. Termo amplo que significa tudo que é aplicado farmacologia, assinale a alternativa CORRETA:
com a intenção de combater a dor; a. Correta: A farmacocinética é o ramo da
c. Correto: Substância capaz de alterar sistemas farmacologia que estuda as modificações que
fisiológicos. o organismo exerce sobre um fármaco;
d. Substância usada com a finalidade de auxiliar b. A farmacodinâmica é o ramo da farmacologia,
no diagnóstico; que estuda a velocidade de atuação de
e. Substância capaz de combater processo fármacos no organismo;
patológico. c. A toxicologia é o ramo da farmacologia que
estuda especificamente a ação de toxinas no
organismo;
d. Toda droga pode ser considerada também um
fármaco, desde que usada na dose correta;
e. Cápsulas, drágeas, géis e injeções são
exemplos de formas farmacêuticas.
Ex.: 5: Segundo a OMS, o conceito correto e mais Alternativa (c) incorreta: O conceito de droga
completo de droga é: é qualquer substância química, não produzida
a. Toda substância capaz de modificar a função pelo organismo, que possui a capacidade de
de organismos vivos, resultando em alterações provocar alterações funcionais ou somáticas
benéficas, fisiológicas ou de comportamento; em organismos vivos, sejam elas benéficas ou
b. Fármaco ou medicamento, com estrutura maléficas;
química bem definida, obtida por processos Alternativa (d) incorreta: Sinônimo de PA é
técnicos, usados com a finalidade profilática, fármaco. Medicamento é um produto
curativa, paliativa, para evitar gravidez ou para farmacêutico, tecnicamente obtido ou
fins diagnósticos; elaborado, com finalidade profilática, curativa,
c. PA responsável pela ação terapêutica, com paliativa ou para fins de diagnósticos.
composição química e ação farmacológica bem
definidas, usado com a finalidade profilática, Ex.: 7: Conhecendo os princípios básicos de
curativa ou paliativa; farmacologia, assinale a alternativa INCORRETA:
d. Correta: Qualquer substância química, não a. Farmacocinética: Consiste nas etapas de
produzida pelo organismo que possui a absorção, distribuição, metabolismo e
capacidade de provocar alterações funcionais excreção ou eliminação do fármaco;
ou somáticas em organismos vivos, sejam elas b. Farmacodinâmica: efeitos bioquímicos e
benéficas ou maléficas; físicos e mecanismos de ação dos fármacos;
e. Qualquer produto inovador, registrado no órgão c. Farmacoterapia: Uso de medicamentos para
federal responsável pela vigilancia sanitária e prevenir e tratar doenças;
comercializado no país, cuja eficácia, d. Incorreta: Velocidade de absorção: Mais
segurança e qualidade foram comprovadas rápida quando administrados pela VO, já que
cientificamente. por esta, não há fatores que influenciem na
Resp.: sua absorção.
Alternativa (a) incorreta: Este é u conceito Resp.:
de droga, porém não está completo como a Alternativa (a) correta: A farmacocinética
alternativa d. estuda em função do tempo, os processos
Alternativa (b) incorreta: Droga, fármaco e de absorção, distribuição, biotransformação
medicamentos possuem definições e excreção de um fármaco;
diferentes; Alternativa (b) correta: A farmacodinâmica
Alternativa (c) incorreta: Esta é a definição estuda o mecanismo de ação dos fármacos
de fármaco; e como ocorrem as alterações promovidas
Alternativa (d) correta: Segundo a OMS, por estes;
este é o conceito de droga; Alternativa (c) correta: A farmacoterapia
Alternativa (e) incorreta: Este é o conceito envolve o uso dos medicamentos nos
de medicamento de referência. tratamentos das doenças, ou na prevenção
destas;
Ex.: 6: De acordo com os princípios básicos da Alternativa (d) incorreta: A via de
farmacologia, assinale a alternativa CORRETA: administração que possibilita maior rapidez
a. Fármaco: substância química conhecida e de na ação farmacológica é a via intravenosa.
estrutura química definida dotada de A VO apresenta grande variabilidade na
propriedade farmacológica; absorção e no tempo para absorção.
b. Remédio: substância natural ou sintética que
ao ser introduzida no organismo modifica suas As três fases da resposta terapêutica:
funções, com exceção para os alimentos; 1. Fase farmacêutica (1ª fase): Estuda a
c. Droga: qualquer substância ou recurso usado liberação do fármaco a partir do produto
para obter cura ou alivio; farmacêutico. É constituída pelo conjunto de
d. Medicamento: Sinônimo de PA. fenômenos compreendidos entre a
Resp.: administração do medicamento e a absorção
Alternativa (a) correta: Fármaco é toda propriamente dita, os quais determinam à
substância química de estrutura definida intensidade e velocidade com que ocorre a
capaz de alterar uma função em organismos entrada do PA no organismo. Estes
vivos; fenômenos compreendem basicamente a
Alternativa (b) incorreta: Remédio é um liberação e a dissolução do fármaco contido no
termo geral que indica algo que faz bem ao produto farmacêutico.
paciente, não necessariamente uma
substância química;
a. Liberação: Ao ser administrado o fármaco Resp.:
encontra-se numa FF a partir da qual deve ser Alternativa (a) incorreta: A etapa
liberado; dependendo da FF usada e da via de farmacológica, na qual o fármaco se liga ao
administração usada, esta etapa pode ser receptor para ser absorvido, está classificada
mais ou menos complexa, rápida ou completa. como terceira etapa na obtenção do efeito
A liberação ocorrerá sob influência do meio terapêutico;
biológico de aplicação [ex.: pH e peristaltismo Alternativa (b) correta: Na primeira etapa, a
do TG nas vias enterais], principalmente para da farmacotécnica, ocorre à liberação e a
FF´s sólidas, que necessitam desintegrar-se dissolução do fármaco para posterior
para então liberar o PA. A finalidade desta absorção, distribuição, metabolismo,
etapa é obter uma dispersão no estado sólido eliminação e, finalmente, ligação receptor para
do fármaco, no meio aquoso de administração, desencadear o efeito;
o que permitirá o cumprimento da etapa Alternativa (c) incorreta: A etapa galênica, na
posterior de dissolução. qual o fármaco é absorvido e distribuído antes
b. Dissolução: Esta etapa que compreende a que ocorra o processo de dissolução, está
formação de uma dispersão molecular na fase classificada também como a primeira etapa,
aquosa, ou seja, a dissolução progressiva do pois está em conjunto com a etapa
fármaco, essencial para sua posterior farmacotécnica;
absorção, desde que seja requerida uma ação Alternativa (d) incorreta: A etapa
sistêmica e não local. A dissolução muitas farmacocinética, na qual o fármaco é
vezes é a etapa determinante da velocidade absorvido e distribuído antes que ocorra o
do processo de absorção. processo de dissolução, está classificado
2. Fase farmacêutica (2ª fase): Importante etapa como a segunda etapa na obtenção do efeito
do estudo da resposta terapêutica é um dos terapêutico.
objetos de estudo da Biofarmácia, disciplina
importante da investigação de fármacos; além de
estudar esta fase de liberação e dissolução da
substância ativa, a biofarmácia compreende
também a avaliação das interações, entre o
fármaco e o organismo (local de administração),
que determinam sua biodisponibilidade.
3. Fase Farmacocinética (3ª fase): Etapa
correspondente ao estudo da evolução temporal
do movimento do fármaco in vivo. Consiste na
identificação e quantificação da passagem do
fármaco pelo organismo.
4. Fase Farmacodinâmica (4ª fase): Estuda a
interação de um fármaco específico com seu
receptor, ou seja, a ação do fármaco em seu sítio
receptor com as alterações moleculares e
celulares correspondentes (efeito farmacológico),
o que culmina no aparecimento do efeito
terapêutico requerido.
Metabolização
Os fármacos podem inibir ou induzir as enzimas
que os metabolizam.
Indução: É importante causa de interação
entre fármacos. A demora na indução e alenta
recuperação após a retirada do agente indutor,
junto com o potencial para indução seletiva de
uma ou mais isoenzimas CYP, contribuem
para a natureza insidiosa dos problemas
clínicos que a indução possui. Os efeitos
colaterais devidos a tais interações são muito
variáveis, incluindo rejeição do enxerto como o
resultado da perda de eficácia do tratamento
imunossupressor, convulsões devido à perda
da atividade convulsivante, gravidez
indesejada e trombose ou sangramento.
Inibição: Sobretudo as do sistema do P450,
diminui o metabolismo e, em consequência,
aumenta a ação de outros fármacos inativados
pela enzima. Os efeitos terapêuticos de alguns
fármacos são consequência direta da inibição
da enzima. A xantina oxidase usada para
prevenir a gota; metaboliza muitos fármacos
citotóxicos e imunossupressores, incluindo a
mercaptopurina (o metabólito ativo da
azatioprina), ação que é assim potencializada
e prolongada pelo alopurinol.
FORMAS FARMACÊUTICAS (FF´s) Ex.: 2: Alguns fatores influencia na
São formas de veicular os PA´s, em várias biodisponibilidade das drogas administradas por
formas e situações, que facilite a administração, VO. Estes fatores podem ser atribuídos as
estabilidade e solubilidade, usando adjuvantes características no sistema digestório e as
farmacêuticos ou excipiente. É como o características das drogas, a FF, a interação com
medicamento se apresenta para ser usado, como outras substâncias no TGI e as características do
resultado da mistura de substância adequado para paciente. Marque a alternativa que constitui um
serem administradas com finalidade terapêutica. A fator atribuído à FF.
ANVISA conceitua a forma farmacêutica a. Absorção incompleta;
substâncias que após uma ou mais operações b. Correta: Estado físico da substância;
farmacêuticas executadas com ou sem a adição c. Efeito de primeira passagem;
de excipientes apropriados, a fim de facilitar o seu d. Inativação antes da absorção gastrintestinal.
uso e obter o efeito terapêutico desejados, com Resp.:
características apropriadas a uma determinada via Alternativa (a) incorreta: A absorção
de administração. As FF´s são as formas físicas incompleta constitui um fator inerente à droga
de apresentação de medicamentos (comprimido, ou fármaco;
xarope, supositório etc.). E são classificados em Alternativa (b) correta: O estado físico da
sólidas, líquidas, pastosas e gasosas. substância influencia na absorção por VO e
constitui um fator relacionado à FF;
Delineamento: Termo usado nas ciências Alternativa (c) incorreta: O efeito de
farmacêuticas para abranger uma ampla gama de primeira passagem é um fator fisiológico;
áreas, todas associadas às etapas a que um fármaco é
submetido, do começo ao fim de seu desenvolvimento. Alternativa (d) incorreta: A inativação antes
Resumindo, delinear formas farmacêuticas significa da absorção gastrintestinal é considerada um
transformar uma droga ou um fármaco em fator fisiológico.
medicamento.
Ex.: 1:
Dose de manutenção
Alcançando a concentração plasmática do
fármaco no estado de equilíbrio dinâmico, uma
vez estabelecido um equilíbrio entre as
concentrações do medicamento nos tecidos e no
plasma, as doses subsequentes só precisam repor Figura 13: caso a dose inicial for maior que a dose de
manutenção, o medicamento atinge concentrações terapêuticas
a quantidade de fármaco perdida através do
mais rápidas.
metabolismo e da excreção. Para administrar um
medicamento é necessário tomarmos alguns
cuidados para que ele não produza um efeito
tóxico ou até óbito, para sabermos a quantidade
ideal de um fármaco fazemos vários testes em
animais com objetivo de determinar quais são as
quantidades ideais para um fármaco. Dessa forma
temos:
1. Dose efetiva mediana (DE50): É a dose capaz
de produzir um efeito farmacológico em 50%
da população;
2. Dose Letal (DL50): É a dose capaz de produzir Figura 14: Doses de manutenção excessivas ou uma maior
frequência de doses resultam em acúmulo de toxicidade do
óbito em 50% dos indivíduos; medicamento.
3. Índice terapêutico (IT): É uma relação entre a
dose efetiva mediana e a dose efetiva letal.
Por exemplo, um fármaco com o índice
terapêutico de 350, e a dose efetiva mediana
de750 qual será a dose letal?
𝐷𝐿50 𝐷𝐿50
𝐼𝑇 = 𝐷𝐸50 350= 750
DL50=350X750
DL50=26, 250 Figura 15: Doses de manutenção ou frequência de doses
insuficientes resultam em concentrações subterapêuticas do
A dose letal deste fármaco é 26,250. medicamento no estado de equilíbrio dinâmico.
Ex.: 1: Com relação à farmacodinâmica, divisão 1. As toxicidades provocadas por xenobióticos
da farmacologia que estuda os efeitos de podem ser classificadas em agudas e
fármacos sobre o corpo, julgue os itens que se crônicas, conforme o número e a persistência
seguem. A eficácia de um fármaco corresponde à de contato do sistema biológico com o agente.
concentração em que esse fármaco produz 50% 2. Experimentalmente, a avaliação da toxicidade
de sua resposta máxima. aguda de xenobióticos é feita usando pelo
( ) Certo ( ) Errado. Resp.: Errado. menos cinco espécies animais, sendo uma
não roedora.
Ex.: 2: No gráfico a seguir, observe as curvas 3. Os parâmetros mais utilizados para expressar
dose-resposta dos fármacos X e Y e, com relação o grau de toxicidade aguda de substâncias
aos conceitos farmacodinâmicos, assinale a químicas são a DL50 (dose letal 50%) e a
alternativa CORRETA. DL10 (dose letal 10%).
4. Os valores das doses letais (DL) são
calculados estatisticamente a partir de dados
obtidos experimentalmente, correlacionando
às doses das substâncias com as mortalidades
dos animais.
Estão CORRETAS:
a. 1 e 2, apenas.
b. 2 e 3, apenas.
a. O fármaco X tem maior eficácia e, por isso, é
c. 2 e 4, apenas.
mais potente do que o Y.
d. Correta: 1, 3 e 4, apenas.
b. Correta: O fármaco X tem eficácia máxima, ou
e. 1, 2, 3 e 4.
seja, é capaz de atuar em 100% dos
receptores testados.
Ex.: 5: Observe o esquema abaixo sobre as
c. O EC50 do fármaco Y é igual a 5.10-7.
possíveis relações entre os efeitos terapêuticos e
d. A diferença entre a eficácia do fármaco X e a
tóxicos de uma droga, com base em diferentes
do fármaco Y corresponde à janela terapêutica
mecanismos receptor-efetor.
dessa classe de medicamentos em teste.
(Legenda: D = droga R = receptor)
e. O fármaco X tem menor EC50 do que o Y.
Metilxantinas
Varias bebidas como chá, café e cacau, contêm
metilxantinas, que possuem efeitos estimulantes
centrais leves. Os principais compostos são a
cafeína e a teofilina.
Cafeína: Atua no SNC, nos músculos
estriados, no miocárdio e nos rins. No SNC
produz estado de alerta mental e aumenta à
atividade mental, facilitando a capacidade de
trabalho muscular.
Mecanismo de ação: Vários mecanismos
foram propostos para as ações dos
metilxantinas, incluindo translocação de
cálcio extracelular, aumento de monofosfato
cíclico de adenosina e de guanosina causado
por inibição da fosfodiesterase e bloqueio dos
receptores de adenosina.
Farmacocinética: São bem absorvidas por
VO, se distribui no organismo, incluindo o
cérebro. Também atravessam a placenta e
são secretados no leite materno. São
biotransformados no fígado, e os metabolitos
são excretados na urina.
Efeitos colaterais: são náuseas, cefaleia e
insônia. Doses altas podem causar
inquietude, excitação, tremores musculares,
tinida, ecotoma, taquicardia e extrassistite.
Aumenta a secreção gástrica podendo
provocar ulceração gástrica.
FARMACOLOGIA RESPIRATORIA 1. A inibição da 5-lipoxigenase, impedindo a
Fármacos usados para o tratamentos das síntese dos Leucotrienos, e a inibição da
doenças respiratórias podem ser aplicadas ligação do LTD4ao seu receptor nos tecidos-
topicamente na mucosa nasal, inaladas ou alvo, evitando sua ação;
administradas por via oral, como os nebulizadores 2. Foi demostrada eficácia no bloqueio da
ou inaladores, são preferidos, pois o fármaco resposta das vias respiratórias a exercício e à
atinge o tecido-alvo e minimiza os efeitos provocação antigênica com fármacos de
adversos sistêmicos. Os fármacos clinicamente ambas categorias.
úteis aliviam a patologia especifica por A zileutona inibidor da 5-lipoxigenase, e com a
relaxamento de músculos lisos bronquiais ou zafirlucaste e montelocaste, antagonistas do
modulação da resposta inflamatória. receptor de LTD4. Todos se mostraram capazes
. de melhorar o controle da asma e reduzir a
Droga antiasmática frequência das crises em pacientes ambulatoriais.
A asma é uma doença inflamatória das vias Efeitos adversos: O mais comum é o tremor,
aéreas caracterizada por episódios de outros efeitos indesejáveis são taquicardia e
broncoconstrição aguda causando encurtamento arritmia cardíaca.
da respiração, tosse, tensão torácica, respiração
ruidosa e rápida. Esses sintomas podem se Anti-inflamatório:
resolver com exercícios de relaxamento ou com Glicorticoides: São os principais fármacos
fármacos de alivio rápido, como um agonista β2- usados por ação anti-inflamatória na asma.
adrenérgico de ação breve. O objetivo do Eles evitam a resposta inflamatória do
tratamento da asma é reduzir o agravamento, organismo são eficazes para reduzir os
diminuindo a frequência dos sintomas e o grau de sintomas da asma. Não relaxam a
limitação que o paciente apresenta devido a estes musculatura lisa das vias respiratórias e, por
sintomas. Reduzir o risco, diminuindo os essa razão, tem pouco efeito na
resultados adversos associados a amas e o seu broncoconstrição aguda. Não são
tratamento. broncodilatadores, mas impedem a
Há duas classes de fármacos antiasmáticos; progressão da asma crônica e são eficazes
broncodilatadores e anti-inflamatórios. Os na asma grave aguda. Eles diminuem a
broncodilatadores revertem o broncoespasmo da formação de citocinas, em particular das
fase imediata; os anti-inflamatórios inibem ou citocinas TH2, que recrutam e ativam
previnem os componentes inflamatórios de ambas eosinófilos e são responsáveis por promover
às fases. a produção de IgE e a expressão de
Broncodilatadores: Os principais são receptores de IgE. Os principais compostos
agonistas β2-adrenérgico; outros incluem a usados são beclometasona, budesonida,
teofilina, antagonistas dos receptores de fluticasona, mometasona e ciclesonda.
cisteinil-leucotrienos e antagonistas Administrada por inalação por meio de um
muscarinicos. inalador com válvula mediadora de dose ou
Fármacos β2-seletivos: Os fármacos inalador de pó seco, sendo atingindo o efeito
agonistas seletivos dos receptores β2, pleno sobre a hiper-responsabilidade
(Salbutamol) são os agentes brônquica somente depois de semanas
simpatomiméticos mais usados no tratamento depois de semanas ou meses de terapia. São
da broncoconstrição asmática. São efetivos ais usados profilaticamente para controlar a
quando inalados ou administrados por via oral asma, em vez de reverter os sintomas
e apresentam maior duração de ação. agudos da doença. Ao estabelecer a dose
Broncodilatadores como o salbutamol, ideal do fármaco, deve-se ter em mente que
quando inalado são efetivos e seguros, e de o grau máximo de melhora da função
baixo custo. Os pacientes asmáticos que pulmonar pode ocorrer apenas depois de
fazem uso de β2-adrenérgicos inalados os varias semanas de tratamento.
usam apenas quando precisam. Efeitos adversos: são incomuns os efeitos
Inibidores dos Leucotrienos: O indesejáveis graves com esteroides
Leucotrienos β4 é um quimioatrativo potente inaladores. Pode ocorrer candidíase
de neutrófilos, e LTC4 e LTD4 exercem efeitos orofaríngea (sapinho), bem como irritação
que ocorrem na asma, inclusive da garganta e voz rouca, mas o uso de
broncoconstrição, aumento da reatividade espaçador que diminuem a deposição
brônquica, edema de mucosa e orofaríngea do fármaco e aumenta a
hipersecreção de muco. São estudadas duas deposição nas vias aéreas, reduz esses
abordagens para interromper a via dos problemas.
Leucotrienos:
Tosse
É um reflexo protetor que retira material
estranho e secreções dos bronquíolos. Os
antitussígenos são todos anestésicos opioides
que atuam no tronco encefálico, deprimindo um
centro da tosse. Eles suprimem a tosse em
doses abaixo da necessária para alivio da dor. A
codeína é o opióide fraco com tendência
consideravelmente menor de causar
dependência do que a dos opioides principais e
é um supressor moderado da tosse. Diminuem
as secreções nos bronquíolos, o que espessa o
escarro, e inibe a atividade ciliar. É comum a
constipação.
FARMACOLOGIA DO TGI Inibidores H2
As principais condições patológicas nas quais é Os antagonistas dos receptores H2 inibem
útil reduzir a secreção ácida são a ulceração competitivamente as ações da histamina em todos
péptica, e a esofagite de refluxo. os receptores H2, porem sua aplicação clinica
consiste na sua atuação como inibidores da
Distúrbios ácido-pépticos secreção de ácido gástrico. Esses agentes
O controle da acidez gástrica é fundamental no reduzem a secreção ácida basal é estimulada por
tratamento desses distúrbios, embora esta alimentos, além de promoverem a cicatrização das
abordagem não trate o processo fisiológico úlceras duodenais. São seletivos e não alteram os
fundamental. receptores H1 e H3. Ocorre redução do volume de
Úlcera péptica: A terapia antissecretória da secreção gástrica e da concentração da pepsina.
úlcera péptica e da esofagite de refluxo A redução da secreção de ácido pela histamina,
envolve a diminuição da secreção de ácido gastrina e pepsina ocorre por dois mecanismos:
com antagonistas dos receptores H2 ou 1º a histamina liberada pelas células ECL
inibidores da bomba de prótons ou pela gastrina ou por estimulação local tem a
neutralização do ácido secretado com sua ligação ao receptor H2 da célula parietal
antiácidos. O tratamento da ulcera péptica bloqueada;
deve incluir a erradicação do H. pylori com uso 2º a estimulação direta da célula parietal pela
de antimicrobianos, como a amoxicilina e gastrina bloqueada Ach exercem um efeito
metronidazol. A bactéria H. pylori produz a diminuindo sobre a secreção de ácido na
enzima uréase, que converte a ureia em presença de bloqueio dos receptores.
amônia e CO2 que posteriormente é convertida São usados quatro H2-antagonistas:
em bicarbonato. Os fármacos usados no Cimetidina, Ranitidina, Femotidina e Nizatidina.
tratamento dos distúrbios ácido-péptico podem
ser divididos em duas classes: Inibidores da bomba de prótons
1. Fármacos que reduzem a acidez Agem através da inibição irreversível do
intragástrica; H+/K+ATPase, que constituí a etapa final na via de
2. Fármacos que promovem a defesa da secreção ácida. Temos seis inibidores da bomba
mucosa. de prótons para uso clínico: Omeprazol,
Pacientes com esse problema podem tomar Esomeprazol, Dexlansoprazol, Rabeprazol e
antiácidos ou H2-antagonistas. Como é Pantoprazol. Todos são benzimidazólicas
proporcionada uma rápida neutralização do ácido, substituídos, parecidos com receptores H2 na sua
os antiácidos produzem alivio sintomático mais estrutura mas com mecanismo de ação diferente.
rápido do que os antagonistas dos receptores H2. Todos esses fármacos estão disponíveis em
formulações orais. Eles são administrados na
Antiácidos forma de pró-fármacos inativos. Uma dose diária
Os antiácidos são bases fracas que reagem com única afeta a secreção ácido durante 2 a 3 dias,
o HCl gástrico, formando sal e água. O devido ao seu acúmulo nos canalículos.
bicarbonato de sódio reage rapidamente com o (omeprazol, lanoprazol e pantoprazol). O
HCl formando dióxido de carbono e cloreto de tratamento crônico com omeprazol reduz a
sódio. A formação de dióxido de carbono resulta absorção de vitamina B12. Para proteger o pró-
em distensão em distensão gástrica e eructações. fármaco de sua rápida destruição no TGI. Os
Atuam ao neutralizar o ácido gástrico, elevando, o inibidores da bomba de prótons são bases fracas
H1 gástrico para inibir a atividade péptica, que lipofílicas que, após absorção intestinal, sofrem
cessa com um valor de pH de 5. Os antiácidos rápida difusão pela membrana lipídica para os
comuns consistem de sais de magnésio e de componentes acidificados.
alumínio. Os sais de magnésio causam diarreia,
enquanto os sais de alumínio provocam
constipação. Todos os antiácidos podem afetar a
absorção de outras medicações por causa de sua
ligação ao fármaco ou aumento do pH, com
consequente alteração na dissolução ou
solubilidade do fármaco.
Vomito
Vomitar é um processo complexo e exige
atividade coordenadas dos músculos respiratório
somáticos e abdominais, bem como dos músculos
involuntários do TGI através do esôfago relaxado,
associado a contração sustentadas de diafragma
e músculos abdominais, e o aumento da pressão
intra-abdominal. A náusea é a de urgência de
vomitar, ocorrendo simultaneamente a perda de
tônus e peristalse gástrica, contração de duodeno
e refluxo de conteúdo intestinal para o estomago.
A estrutura anatômica integrada do vomito é o
centro bulbar do vômito, localizado na formação
reticular lateral. São usados diferentes agentes
antieméticos para condições diferentes.
Motilidade gastrointestinal
As drogas que aumenta a motilidade
gastrointestinal são a Domperidona, a
Metoclopramida que exerce um efeito estimulante
local significativo sobre a motilidade gástrica,
causando acentuada aceleração do esvaziamento
gástrico, sem estimulação concomitante da
secreção ácida gástrica. É útil no tratamento do
refluo gastroesofágico e no distúrbio do
esvaziamento gástrico.
FARMACOLOGIA CARDÍACA Ações sobre o coração: Os inibidores da
Insuficiência cardíaca (IC): É uma alteração ECA diminuem a resistência vascular, o tônus
progressiva no qual o coração é incapaz de venoso e a pressão arterial. Diminuem a pré e
bombear sangue suficiente para suprir as pós-carga, resultando aumento do débito
necessidades do organismo. Seus sintomas são cardíaco. O uso de inibidores da ECA no
dispneia, fadiga e retenção de liquido. Ela é tratamento da IC diminui significativamente a
decorrente de uma redução da capacidade do morbidade e a mortalidade.
coração em encher-se de sangue ou ejetá-lo de Farmacocinética: Todos os inibidores da ECA
forma adequada. É frequentemente acompanhada são absorvidos de forma adequada, não
por aumento anormal do volume de sangue e de completamente, após a administração por via
líquido intersticial. Objetivos farmacológicos na oral. A presença de alimentos pode diminuir a
IC: São de aliviar os sintomas tornar lenta a absorção dos fármacos, eles devem ser
progressão da doença e aumentar a sobrevivência tomados com estomago vazio.
temos seis classes de fármacos usados para isso: Efeitos adversos: Incluem-se hipotensão
postural, insuficiência renal, hiperpotassemia,
Inibidores do sistema renina-angiotensina angiodema e tosse seca persistente. A
A IC causa ativação do sistema renina- possibilidade de hipotensão sintomática com o
angiotensina por dois mecanismos: uso de inibidores da ECA requer monitoração
a. Aumento da liberação de renina pelas células cuidadosa. Os inibidores da ECA não devem
justaglomerulares nas arteríolas aferentes ser usados em mulheres gestantes, pois estes
renais em resposta à diminuição da pressão fármacos são tóxicos para o feto.
de perfusão renal, resultante do coração
insuficiente; Bloqueadores de receptores de angiotensina
b. Liberação de renina pelas células (BRAs)
justaglomerulares promovida por estimulação São compostos ativos por via oral que são
simpática e ativação dos receptores β. A antagonistas competitivos potentes do receptor
produção de angiotensina 2, um potente tipo 1 de angiotensina. A Losartana é o fármaco
vasoconstritor, e a subsequente estimulação protótipo. Os BRAs têm a vantagem de bloqueio
da liberação de aldosterona que causa mais completo da ação de angiotensina, pois os
retenção de sal e água levam ao aumento da inibidores da ECA inibem somente uma enzima
pré-carga e da pós-carga, que é característica responsável pela produção de angiotensina 2.
da insuficiência cardíaca. Além disso, níveis Além disso, eles não afetam os níveis de
altos de angiotensina 2 e aldosterona têm bradicinina.
efeitos prejudiciais direto no músculo cardíaco, Ações sobre o coração: Todos os BRAs são
favorecendo o remodelamento, a fibrose e as aprovados para o tratamento da hipertensão
alterações inflamatórias. com base na sua eficácia clinica em reduzir a
Dependendo da gravidade da IC e de fatores pressão arterial e diminui a morbidade e a
individuais do paciente uma ou mais classes de mortalidade associada a hipertensão. Seu uso
fármacos são usados. Os benefícios da na IC é como substituto dos inibidores da ECA
intervenção farmacológica incluem redução da por pacientes com tosse intensa ou
carga do miocárdio, diminuição do volume de angiodema.
líquido extracelular, aumento da contratilidade Farmacocinética: Todos os inibidores da ECA
cardíaca e redução da velocidade remodelamento são absorvidos de forma adequada, mas não
cardíaco. completamente, após a administração via oral.
A presença de alimentos pode diminuir a
Inibidores da enzima conversora de absorção dos fármacos, eles devem ser
angiotensina (ECA) tomados com estomago vazio. Com exceção
São os fármacos de escolha na IC. Eles do captopril, os inibidores da ECA são pró-
bloqueiam a enzima responsável pela fármacos que precisam de ativação por
transformação de angiotensina 1 no potente hidrolise pelas enzimas hepáticas. A
vasoconstritor angiotensina 2. Também diminuem eliminação renal da molécula ativa é
a velocidade de inativação da bradicinina pela importante para a maioria dos inibidores da
redução dos níveis de angiotensina 2 circulante, ECA;
os inibidores da ECA também diminuem a Efeitos adversos: Incluem-se hipotensão
secreção de aldosterona, resultando em menor postural, insuficiência renal, hiperpotassemia,
retenção de sódio e de água. angiodema e tosse seca persistente. Os
inibidores da ECA não devem ser usados em
mulheres gestantes, pois são tóxicos para o
feto.
Bloqueadores β-adrenérgicos Glicosídeos digitálicos: são frequentemente
O benefício dos β-bloqueadores é atribuído, em chamados digitálicos ou digitálicos cardíacos,
parte, à sua propriedade de prevenir as mudanças pois a maioria dos fármacos é proveniente da
que ocorrem em virtude da ativação crônica do planta digitalis (dedadeira). São compostos
SNP, incluindo diminuição da frequência cardíaca quimicamente parecidos que podem aumentar
e inibição da liberação de renina dos β- a contratilidade do músculo cardíaco, vista
bloqueadores são aprovados para uso na IC: o disso, são muito usados no tratamento da IC.
carvedilol e o metoprolol de ação prolongada. O Os glicosídeos no músculo cardíaco, e dessa
carvedilol é um antagonista de β-adrenorreceptor forma, aumenta a contração do miocárdio atrial
não seletivo que também bloqueia β- e ventricular (ação ionotropica positiva). O
adrenorreceptor, o metoprolol e um antagonista β1 digitálico mais usado é a digoxina.
seletivo. O carvedilol e o metoprolol diminuem a Farmacocinética: Todos os glicosídeos
morbilidade e a mortalidade associada à IC. O digitálicos possuem as mesmas ações
tratamento deve iniciar com baixas dosagens e farmacológicas, mas variam em potencia e
gradualmente ser titulada a dosagem eficaz com farmacocinética. A digoxina é muito potente,
base na tolerância do paciente. com índice terapêutico estreito e longa meia
vida de cerca de 36 horas. A digoxina é
Diuréticos eliminada de forma inalterada pelos rins.
Aliviam a congestão pulmonar e o edema Tem amplo volume de distribuição porque
periférico. Esses fármacos são úteis na redução acumula nos músculos. A digoxina tem
dos sintomas da sobrecarga de volume, incluindo tempo de meia-vida muito longo e é
ortopneia e dispneia paroxística noturna. Os extensamente biotransformado pelo fígado
diuréticos diminuem o volume plasmático, e, antes da excreção nas fezes, e os pacientes
subsequentemente, diminuem o retorno venoso ao com doenças hepáticas podem precisar
coração, diminuindo a carga de trabalho cardíaca reduzir as doses.
e a demanda de oxigênio. Os diuréticos podem Efeitos adversos: A toxidade da digoxina é
diminuir também a pós-carga pela redução de uma das reações adversas a fármaco mais
volume plasmático, reduzindo, assim, a pressão comum encontrada. Os efeitos adversos
arterial. Os diuréticos tiazílicos são relativamente podem ser controlados suspendendo o uso
fracos e perdem eficácia em pacientes com do glicosídeo cardíaco, medindo o nível
depuração de creatina inferior a 50ml/min. Os sérico de potássio, e, se indicado,
diuréticos de alça são usados em pacientes que administrando suplemento de potássio. Os
necessitam diurese intensa e em pacientes com tipos de efeitos adversos são:
insuficiência renal. Os diuréticos de alça são os Efeitos cardíacos: o mais comum é a
diuréticos mais usados na IC. arritmia caracterizada por tonar lenta a
condução átrio ventricular associado com
Vasodilatadores diretos arritmia arterial. Diminuição do potássio
A dilatação de vasos sanguíneos venosos leva a intracelular é o fato predisponente primário
uma diminuição na pré-carca cardíaca pelo nesse efeito.
aumento da capacitância venosa; dilatadores
arteriais reduzem a resistência arteriolar sistêmica Antagonistas da aldosterona
e diminuem a pós-carga. Os nitratos são os Pessoas com doenças cardíacas avançadas
dilatadores venosos mais usados e pacientes com apresentam níveis altos de aldosterona devido à
IC congestiva. Se o paciente é intolerante aos estimulação da angiotensina 2 e à redução da
inibidores da ECA ou aos β-bloqueadores, ou se depuração hepática do hormônio. A
necessária uma resposta vasodilatadora adicional, espironolactona é um antagonista direto da
pode ser usado à associação de hidralazina e aldosterona; desta forma previne a retenção de
dinitrato de isossorbida. Esta associação é muito sal, a hipertrofia miocárdica e a hipotassemia.
eficaz em pacientes negros com IC. A hidralazina Como ela promove retenção de potássio, os
diminui a pós-carga e o nitrato orgânico reduz a pacientes não devem receber suplementação de
pré-carga. potássio. Os efeitos adversos incluem distúrbios
gástricos, como gastrite e ulcera péptica, efeito
Fármacos ionotrópicos sobre o SNC, como letargia e confusão, e
Aumenta a contratilidade do músculo cardíaco e, alterações endócrinas, como ginocomastia,
dessa forma aumenta o débito cardíaco. Embora diminuição do libido e irregularidade menstrual.
esses fármacos atuem por diferentes
mecanismos, em todos os casos a ação inotrópica
é o resultado do aumento da concentração de
cálcio citoplasmático, o qual aumenta a
contratilidade do musculo cardíaco.
AGENTES ANTIARRÍTIMICOS Classes
A meta da terapia arrítmica é reduzir a atividade Os antiarrítmicos podem ser classificados de
do marca-passo ectópico e modificar a condução acordo com seu efeito predominante sobre o
ou refradariedade nos circuitos de reentrada para potencial de ação (PA). Os antiarrítmicos são
desabilitar o movimento em circulo. Os principais organizados em quatro classes de acordo com
mecanismos farmacológicos para isso são: seu mecanismo de ação. Os agentes
1. Bloquear os canais de sódio; antiarrítmicos de:
2. Bloquear os efeitos autônomos simpáticos no 1. Classe 1: São bloqueadores dos canais de
coração; Na+;
3. Prolongar o período refratário efetivo; 2. Classe 2: São bloqueadores dos receptores β-
4. Bloqueadores dos canais de cálcio. adrenérgicos;
Os antiarrítmicos diminuem a automaticidade dos 3. Classe 3: São bloqueadores dos canais de K+;
marca-passos ectópicos mais do que a do nó SA. 4. Classe 4: Bloqueiam os canais de Ca2+.
Também reduzem a condução e a excitabilidade e
aumentam o período refratário em maior extensão Classe 1
no tecido despolarizado do que no tecido normal As drogas de classe 1 exercem bloqueio direto
polarizado. Isso é feito ao bloquear seletivamente nos canais de Na+, com tendência variável, e se
os canais de sódio ou de cálcio das células diferenciam nas subclasses:
despolarizadas. 1A: Depressão moderada da fase 0 e da
O efeito específico de determinado bloqueador velocidade de condução, com bloqueio
dos canais decorre da função da corrente adicional dos canais de K+ e de retardo de
transportadora pelo canal específico no potencial repolarização;
de ação cardíaca. 1B: Depressão discreta a moderada da fase 0
+ 2+
e sem efeito nos canais de K+;
Ex.: Os bloqueadores dos canais de Na e Ca alteram o
+ 1C: Depressão acentuada da fase 0 e da
potencial limiar, enquanto os bloqueadores dos canais de K
tendem a prolongar a duração do potencial de ação. condução, com pouco ou nenhum efeito nos
canais de K+.
Esses fármacos podem ter acesso ao canal Em consequência do bloqueio de Na+, há um
iônico ao atravessar os poros do canal ou ao menor número de canais disponíveis para
difundir-se através da dupla camada lipídica abertura, em resposta à despolarização da
dentro da qual se encontra o canal. Os membrana elevando, assim, o limiar para o
bloqueadores dos canais iônicos dependente do disparo do potencial de ação e lentificando a taxa
estado constitui um importante conceito na ação de despolarização. Ambos os efeitos estendem à
dos fármacos antiarrítmicos. Os canais iônicos são duração da fase 4 e, diminuem a frequência
capazes de assumir vários estados de cardíaca.
conformação, e as mudanças na permeabilidade
da membrana a determinado íon são mediadas
por alterações conformacionais nos canais através
dos quais este íon passa. Com frequência, os
agentes antiarrítmicos exibem afinidades
diferentes por diferentes estados de conformações Figura 27: efeitos dos agentes antiarrítmicos da classe IAM,
dos canais com maior afinidade do que outras IB e IC sobre o potencial de ação ventricular. (a) bloqueio
conformações do canal com maior afinidade. Esse moderado dos canais de Na+, (1) classe 1A; (b) repolarização
prolongada; (c) bloqueio leve dos canais na+; (2) classe 1B;
tipo de ligação é conhecido como ``dependente (d) repolarização encurtada; (e) acentuado bloqueio dos
do estado´´. Um bom exemplo são os canais de Na+; (3) classe IC; (f) nenhuma alteração na
bloqueadores dos canais de Na+. repolarização.
+
O canal de Na sofre alterações de seu estado (aberto- Classe 1A: Os antiarrítmicos da classe 1A
fechado-inativo) enquanto dura um potencial de ação. o canal exercem bloqueio moderado sobre os canais
torna-se inativo durante a fase de platô e modifica=se de Na+ e prolongam a repolarização tanto das
novamente para a conformação em repouso (fechado)
quando a membrana é repolarizada para o seu potencial em
células do nó AS* quanto dos miocitos
repouso. ventriculares. Através dos bloqueios dos
canais de Na+, esses agentes diminuem a
Os bloqueadores dos canais de Na+ ligam-se, velocidade de ascensão da fase 0, o que
preferencialmente ao canal de Na+ nos estados diminuem a velocidade de condução através
abertos e inativado, mas não do canal no seu do miocárdio.
estado de repouso (fechado). Dessa forma, os
fármacos tendem a bloquear os canais durante o
potencial de ação e a dissociar-se deles durante a
diástole.
Procainamida: Ao bloquear os canais de O labetalol e o carvediol induzem a
sódio, ela prolonga a elevação do PA e a vasodilatação ao antagonizar a vasoconstrição
condução, e prolonga a duração do QRS do mediada pelos receptores α-adrenérgicos,
ECG. O fármaco também bloqueia a APD enquanto o pindolol é um agonista parcial nos
(uma ação de classe 3) por meio do bloqueio receptores β2-adrenérgicos.
inespecífico dos canais de potássio. A
procainamida possui ações depressoras Classe 3
diretas sobre os nodos SA e AV, as quais são Bloqueiam os canais de K+; Dois tipos de
contrabalanceadas apenas discretamente correntes determinam a duração da fase do platô
pelos bloqueios vagais induzidos por do PA* cardíaco: As correntes de Ca2+
fármacos. despolarizantes para dentro da célula e as
Efeitos extracardíacos: Possui correntes de K+ hiperpolarizantes para fora da
propriedade de bloqueio ganglionar. Tal célula. Durante um PA* normal, as correntes de K+
ação a resistência vascular periférica e hiperpolarizantes diminuem a duração do platô,
pode provocar hipotensão, em particular com retorno mais rápido do PM, a seu valor em
como uso intravenoso. repouso, enquanto as correntes de K+
Toxidade: Os efeitos cardíotóxicos da hiperpolarizantes menores aumentam a duração
procainamida incluem o prolongamento do platô e retardam o retorno do PM para o seu
excessivo do PA, o prolongamento do valor de repouso.
intervalo Q-T e a indução da arritmia A Ibutilida é um agente de classe 3 que prolonga
torsades de pointes e sincope um efeito a repolarização através da inibição da corrente de
colateral preocupante da terapia com K+ retificação tardia. Esse agente também
procainamida á longo prazo é uma intensifica a corrente de Na+ lenta dirigida para
síndrome que se assemelha ao lúpus dentro da célula, que prolonga ainda mais a
eritematoso e que, comumente, consiste repolarização.
em artralgia e artrite. A Dofetilida é um agente de classe 3 apenas
Farmacocinética: Podem ser administrada disponível por VO. Inibe o componente rápido da
por via intravenosa e intramuscular, sendo corrente retificadora de K+ tardia e não exerce
absorvida por VO. Ela é eliminada por nenhum efeito sobre a corrente de Na+ para dentro
metabolismos hepáticos e pelos rins. Tem da célula. A dofetilida aumenta a duração do PA*
meia vida de 4 a 3 horas, exigindo e prolonga o intervalo QT de forma dependente da
dosagem frequente ou uso de forma de dose.
liberação lenta. O Sotalol é um agente antiarrítmico misto das
classes 2 e 3. Esse fármaco antagoniza não
Classe 2 seletivamente os receptores β-adrenérgicos e
São os antagonistas β-adrenérgicos, atuam também aumentam a duração do PA* ao bloquear
através da inibição dos influxos simpáticos para as os canais de K+.
regiões de regulação do ritmo do coração. A A Amiodarona é o principal agente antiarrítmico
estimulação simpática libera NoE, que se liga aos da classe 3 mas também atua como antiarrítmico
receptores β-adrenérgicos nos tecidos nodais. da classe 1, 2 e 4. A capacidade da amiodarona
Essa ativação desencadeiam um aumento na de exercer essa diversidade de efeitos pode ser
corrente marca-passo que aumenta a frequência explicada pelo seu mecanismo de ação: Alteração
de despolarização da fase 4 e, leva a um disparo da membrana lipídica na qual se localizam os
mais frequente do nó. Os antagonistas β- canais iônicos e os receptores. Em todos os
adrenérgicos não seletivos que antagonizam os tecidos cardíacos, a amiodarona aumenta o
receptores tanto β1-adrenérgicos quanto β2- período refratário efetivo através do bloqueio dos
adrenergicos. São amplamente usados no canais de K+ responsável pela repolarização, esse
tratamento da taquiarritmias causadas por prolongamento da duração do potencial de ação
estimulação das catecolaminas durante o diminuindo a reentrada.
exercicio físico ou o estresse emocional.
Propanolol: Reduz a incidência de arritmias
súbitas fatais depois do infarto do miocárdio.
Reduzem a taxa de mortalidade no primeiro
ano após uma taque cardíaco, em parte devido
a sua capacidade de prevenir arritmias
ventriculares;
Metoprolol: Antagonista β-adrenérgico mais
usado no tratamento de arritmias cardíacas,
ele reduz o risco de broncoespasmo. É
extensamente biotransformado e tem ampla
penetração no SNC.
Classe 4 ANTIAGINOSO
Atuam nos tecidos nodais AS* e AV, pois eles A doença aterosclerótica das artérias coronária,
dependem das correntes de Ca2+ para a fase de é a causa mais comum de mortalidade em todo o
despolarização do Pa*. A principal ação mundo. Os pacientes comumente morrem por
terapêutica dessa classe é lentificar a ascensão insuficiência da bomba devido a um infarto do
do PA* nas células do nó AV, resultando em miocárdio ou devido à arritmia fatal. A doença das
diminuição da velocidade de condução através do artérias coronárias pode e apresentar de
nó AV. (verapamil e diltiazem). diferentes formas, como angina de peito, síndrome
Verapamil: Apresenta maior ação no coração coronária aguda, arritmias respiração curta.
do que no músculo liso vascular, ao passo que Angina pectoris é um quadro repentino e grave
o nifedipino, um bloqueador de canal de cálcio caracterizado por dor comprimindo o peito que se
usado no tratamento de hipertensão, exerce irradia pelo pescoço, pela mandíbula, pelas costas
um efeito mais intenso no musculo liso pelos braços. É causada pelo fluxo sanguíneo
vascular do que no coração. O diltiazem tem coronário é insuficiente para suprir a demanda de
uma ação intermediária. oxigênio do miocárdio, levando à isquemia.
Farmacocinética: O verapamil e o diltiazem São usados três classes de fármacos,
são absorvidos após administração por VO. O isoladamente ou em associações, são usados no
verapamil é extensamente biotransformado tratamento de pacientes com angina estável. Eles
pelo fígado: portanto, deve-se ter cuidado diminuem a demanda de oxigênio pelo coração
quando esse fármaco é administrado em afetando a pressão arterial, o retorno venoso, a
paciente com disfunção hepática. frequência e a contratilidade cardíaca.
Efeitos extracardíacos: Bloqueia os canais Nitratos orgânicos (nitroglicerina): usados
de cálcio do tipo L ativados e inativados. no tratamento da angina pectoris são ésteres
Assim, seu efeito é mais acentuado nos simples ácidos nítricos e nitrosos com glicerol.
tecidos que se despolarizam com frequência, Esses compostos causam rápida redução na
naquelas que estão menos completamente demanda miocárdica de oxigênio, seguido por
polarizados em repouso, e naqueles em que alivio rápido dos sintomas. Os nitratos inibem a
a ativação depende apenas da corrente de vasoconstrição ou espasmo coronariano
cálcio, como os nodos AS e AV. o verapamil aumentando a perfusão do miocárdio e assim
lentifica o nodo SA e AV por meio de sua aliviam a angina vasoespaticas também
ação direta, mas sua ação hipotensora relaxam as veias, diminuindo a pré-carga e o
ocasionalmente resulta num pequeno consumo cardíaco da angina de esforço. A
aumento do reflexo da frequência SA. nitroglicerina diminui o consumo de oxigênio
Efeitos adversos: Tem propriedades pelo miocárdio em virtude da diminuição do
inotrópicas negativas e, podem ser trabalho cardíaco.
contraindicado em pacientes com função Farmacocinética: O tempo de
cardíaca deprimida preexistente. Ambos os estabelecimento da ação varia de um minuto
fármacos também podem diminuir a pressão para a nitroglicerina a mais de uma hora para
arterial devido à vasodilatação periférica um o mononitrato de isossorbida. Ela sofre
efeito que é até benéfico no tratamento da biotransformação de primeira passagem no
hipertensão. fígado. Dessa forma, é comum o seu uso por
via sublingual ou adesiva transdérmico,
evitando, assim, essa via de eliminação.
Efeitos adversos: O efeito adverso mais
comum é a cefaleia, doses altas também
causam hipotensão postural, rubor facial e
taquicardia. Os inibidores da fosfodiesterase-
5 como sildenafila, potencializam a ação dos
nitratos.
ANTI-HIPERTENSÃO Diuréticos
A hipertensão é definida como uma pressão Os fármacos que bloqueiam as funções de
sanguínea sistólica contínua maior do que transporte dos túbulos renais são ferramentas
140mmHg ou uma pressão sanguínea diastólica clinicas valiosas no tratamento desses distúrbios.
contínua maior do que 90mmHg. A hipertensão Um diurético aumenta o volume de urina, em
resulta do aumento do tônus do músculo liso quanto um natriurético provoca aumento na
arteriolar vascular periférico, que leva ao aumento excreção renal de 11Na, e um aquarético aumenta
da resistência arteriolar e à redução da a excreção de água sem solutos. Reduzem a
capacitância do sistema venoso. pressão arterial, sobretudo ao produzirem
O objetivo do tratamento é reduzir a morbidade depleção das reservas corporais de 11Na.
cardiovascular e renal e a mortalidade. Os Inicialmente, reduzem a pressão arterial ao
fármacos usados no tratamento da hipertensão diminuírem o volume sanguíneo e o débito
são classificados em quatro categorias com o cardíaco, pode ocorrer aumento da resistência
objetivo de orientar o tratamento. vascular periférica. Os diuréticos são efetivos na
Todos os agentes anti-hipertensivos atuam num redução da pressão arterial em 10 a 15mmHg na
ou mais dos quatro locais anatômicos de controle: maioria dos pacientes, e, com frequência, os
como rim, coração, artérias e veias. Produzindo diuréticos usados isoladamente proporcionam um
efeitos ao interferirem nos mecanismos normais tratamento adequado para a hipertensão leve ou
da regulação da pressão arterial. Esses fármacos moderada. Os diuréticos tiazídicos são
são divididos de acordo com o principal local apropriados para maioria dos pacientes com
regulador ou mecanismos comuns de ação. As hipertensão leve ou moderados, e com
categorias incluem: normalidade das funções cardíaca e renal. Os
1. Diuréticos: Reduzem a pressão arterial por diuréticos poupadores de 19K são úteis tanto para
meio da depleção de 11Na corporal, diminuição evitar a depleção excessiva de 19K quanto para
do volume sanguíneo, talvez, outros aumentar os efeitos natriuréticos de outros
mecanismos; diuréticos. O tratamento com doses baixas de
2. Agentes simpaticoplégicos: Baixam a diuréticos e seguro, barato e eficaz na prevenção
pressão arterial por meio da redução da de derrame, infarto do miocárdio e IC congestiva,
resistência vascular periférica, inibição da todos os quais podem causar morte.
função cardíaca e aumento do acúmulo Diuréticos tiazilicos: Todos os diuréticos
venoso nos vasos de capacitância. Esses orais são eficazes no tratamento da
agentes são ainda subdivididos de acordo com hipertensão, mas os tiazilicos tem sido os mais
seus supostos locais de ação no arco-reflexo usados. Os tiazílicos, como a hidroclorotiazida
simpático; e a clortalidona, diminuem a pressão arterial
3. Vasodilatador direto: Reduzem a pressão ao inicialmente por aumentar a excreção de sódio
relaxarem o músculo liso vascular, relaxando, e água. Isso causa uma redução do volume
os vasos da resistência e, aumentando extracelular, resultando em diminuição do
também a capacitância; debito cardíaco e do fluxo sanguíneos renal.
4. Agentes que bloqueiam a produção ou Farmacocinética: Os diuréticos tiazílicos
ação da angiostensina: Reduzem a são ativados por VO. A velocidade de
resistência vascular periférica e o volume absorção e eliminação vária embora
sanguíneo. nenhuma vantagem nítida exista entre eles.
Todos os tiazilicos são substratos ar o
sistema excretor de acido orgânico do
néfron e, como tal, podemos competir com o
ácido úrico pela eliminação.
Efeitos adversos: Os diuréticos tiazilicos
induzem hipotassemia e hiperuricemia em
70% dos pacientes e hiperglicemia em 10%.
Podem causar ataque agudo da gota.
Agentes que diminuem a reabsorção renal Reguladores de volume
de Na+: O rim modifica a composição iônica do Inibidores do sistema renina-angiotensina
filtrado glomerular através da ação combinada Usa 3 estratégias para a interromper o sistema
de transportadores e canais iônicos nas renina-angiotensina-aldosterona (RAA):
membranas. Esse transporte pode ser 1. Os inibidores da ECA reduzem a pressão
modulado farmacologicamente pelas ações de arterial reduzindo a resistência vascular
agentes diuréticos para regular o volume e a periférica sem aumentar reflexamente o débito,
composição da urina. A inibição da reabsorção a frequência ou a contratilidade cardíaca. Eles
de íons leva a uma redução da força bloqueiam a ECA que hidrolisa a angiotensina1
propulsora osmótica que favorece a para formar a angiotensina2. Também é
reabsorção de H2O nos segmentos do néfron responsável pela degradação da bradicinina
permeáveis à H2O. Os diuréticos atuam sobre que aumenta a produção de óxido nítrico e
a reabsorção de 11Na ao longo dos 4 prostaciclina nos vasos sanguíneos. Diminuem
segmentos dos néfron. O rim concentra e os níveis de angiotensina2 e aumenta os de
secreta esses fármacos na luz tubular, bradicinina ocorre vasodilatação de arteríolas
permitindo que os diuréticos alcancem e veias como resultado de combinação de
concentrações mais altas no túbulo do que no efeitos de vaso constrição diminuída causada
sangue. pela redução dos níveis de angiotensina2 e
Diuréticos de alça: Atuam no ramo vasodilatação devido ao aumento da
ascendente da alça de Henle, causando bradicinina. Reduzindo os níveis de
inibição competitiva do co-transportador de angiotensina2, os inibidores da ECA diminuem
Na+ e -K+, na membrana apical das células do a secreção de aldosterona, resultando em
ramo ascendente da alça. Ocorre também menor retenção de 11Na e H2O. Os inibidores
inibição da reabsorção no túbulo contorcido da ECA diminuem a pré-carga e a pós-carga
distal, podendo resultar em aumento do aporte cardíaca, reduzindo, assim, o trabalho
de 20Ca e 12Mg luminal nos locais distais de cardíaco.
reabsorção no túbulo contorcido distal, 2. Os antagonistas dos receptores de
resultando em excreção aumentada de 20Ca e angiotensina: Como a Losartana e a
de 12Mg. Valsartana, inibem a ação da AT2 em seu
Diuréticos do ducto coletor (poupadores de receptor. Aumenta indiretamente a atividade
potássio): Aumentam a reabsorção de 19K no do relaxamento vascular dos receptores AT2.
néfron. Os agentes pertencentes a essa classe Tanto os inibidores da ECA quanto os
interrompem a reabsorção de Na+ das células antagonistas AT1 aumentam a liberação de
principais do ducto coletor através de 2 renina como mecanismo compensatório, no
mecanismos. Os agentes como a caso do bloqueio AT1, o aumento da AT2
espirolactona inibem a biossíntese de novos resulta em sua interação aumentada com
canais de Na+ nas células principais, enquanto receptores AT2.
os agentes como a amilorida bloqueia a 3. Os antagonistas do receptor de minérios ou
atividade dos canais de Na+ na membrana corticoides bloqueiam a ação da aldosterona
luminal dessas células. A espironolactona inibe no ducto coletor do néfron.
a ação da aldosterona através de sua ligação
ao receptor de mineralocorticoides, impedindo
a sua translocação nuclear e amilorida é um
inibidor competitivo do canal de Na+ epitelial
na membrana apical das células epiteliais.
Diuréticos osmóticos: Como o Manitol, são
pequenas moléculas filtradas no glomérulo,
mas que não sofrem reabsorção subsequente
no néfron. Consequentemente, representam
uma força osmótica intraluminal que limita a
reabsorção de H2O através dos segmentos do
néfron permeáveis à H2O. Os efeitos dos
agentes osmóticos são maiores no túbulo
proximal, onde ocorre a maior parte da
reabsorção isosmótica de H2O.
Diuréticos inibidores da anidrase
carbônica: É encontrada em locais do néfron,
onde catalisam a desidratação do H3CO3 à
CO2 na membrana luminal e a reidratação do
CO2 a H3CO3 no citoplasma. Ao bloqueá-la os
inibidores reduzem a reabsorção de NaHCO3 e
causam diurese.
FARMACOLOGIA DA DOR A morfina ou a diamorfina (heroína) administradas
A dor é subjetiva, difícil de definir, embora por via intravenosa, o resultado será um ``ímpeto
saibamos o que significa. É a resposta direta a um súbito´´ que se assemelha a um orgasmo
evento indesejável ligado a lesão tecidual, como abdominal. A euforia produzida depende das
trauma, inflamação ou câncer, as dores intensas circunstâncias. Nos pacientes angustiados, é
podem originar-se de qualquer causa pronunciado, as nos pacientes acostumados a dor
predisponente obvia ou persistir por muito tempo crônica, a morfina causa analgesia com pouca ou
depois que a lesão esteja resolvida. Também nenhuma euforia. Alguns pacientes relatam
pode ocorrer em consequência de lesão cerebral agitação, e não euforia, sob estas circunstâncias.
ou de nervo. As afecções dolorosas do segundo Depressão respiratória: Resultando em
tipo são geralmente descritos como dores aumento da PCO2 arterial, ocorre com uma
neuropáticas. São causa comuns de incapacidade dose normal analgésica de morfina ou
e angustia e, em geral, respondem menos aos compostos relacionados, embora em pacientes
analgésicos convencionais que as afecções em com dor grave o grau de depressão
que a causa imediata está clara. respiratória produzido possa ser menor do que
E condições normais, a dor associa-se à o antecipado. A depressão respiratória e
atividade de impulsos em fibras aferentes mediada por receptores μ. O efeito depressor
primárias dos nervos periférico. Estes nervos está associado à diminuição da sensibilidade
possuem terminações sensitivas nos tecidos do centro respiratório à PCO2 arterial e à
periféricos e são ativados por estímulos de vários inibição da geração do rito respiratório.
tipos (mecânicos, térmicos e químicos). A maioria Depressão do reflexo da tosse: A supressão
dos neurônios de fibras não-mielinizadas (C*) é da tosse surpreendentemente, não se
associado as terminações nociceptivas polimodais relaciona com as ações analgésicas e
e transmite dor profunda, difusa e em queimação, depressoras dos opióides, e seu mecanismo
enquanto as fibras mielinizada (Aδ) transmitem ao nível dos receptores não está claro. A
dor aguda bem localizada. As fibras C* e Aδ codeína e a folcodina suprimem a tosse em
transmitem a informação nociceptiva proveniente doses subanalgésica, porém causam
do musculo e das vísceras, assim como as da constipação como efeito adverso.
pele. A lesão tecidual é a causa imediata da dor e Náuseas e vômitos: Ocorrem em até 40%
resulta e liberação local de uma variedade de dos pacientes a quem se administra morfina, e
substâncias químicas que atuam sobre as não parecem ter efeitos separáveis do efeito
terminações nervosas, seja ativando-as analgésico entre uma variedade de analgésico
diretamente, ou potencializando sua sensibilidade opioides. O local de ação é a área postrema,
a outras formas de estimulação. região do bulbo e que muitos tipos de
estímulos químicos podem iniciar os vômitos.
OPIÓIDES Náuseas e vômitos após a injeção de morfina
O ópio é um extrato do suco da papoula, que geralmente são transitórios e persistem e
contém morfina e outros alcaloides relacionados. possam limitar a adesão do paciente. A
São usados para fins medicinais a milhares de administração aguda da morfina-6-glucuronida,
anos, como agente promotor de euforia, analgesia um metabolito ativo da morfina, pode produzir
e para evitar a diarreia. náuseas e vômitos, devido ao fato de ser mais
polar e não penetrar na área postrema, como a
Morfina morfina.
Os efeitos, mas importantes da morfina ocorrem Constrição pupilar (miose): É causada por
no SNC e no TGI, embora tenham sido descritos estimulação do núcleo do nervo oculomotor
vários efeitos de significativos menores sobre mediado pelos receptores μ e k. Pupilas
outros sistemas. puntiformes são características para
Efeitos no SNC: diagnosticar intoxicação por opioides, porque a
Analgesia: Tem efeito na maioria dos tipos maioria das causas de coma e depressão
de dores agudas e crônicas, em geral, menos respiratória produz dilatação pupilar. A
eficaz nas síndromes de dor neuropática do tolerância não se desenvolve à constrição
que nas dores associadas à lesão tecidual, induzida pelos opioides e, portanto, pode ser
inflamação ou crescimento tumoral. Ela observado em usuários de drogas
também reduz o componente afetivo da dor. dependentes de opioides que estejam usando
Euforia: A morfina causa potente sensação opióide por tempo considerável.
de contentamento e bem estar. É um Efeitos no TGI: Os opióides aumentam o
componente importante de seus efeitos tônus e reduz a motilidade em muitas pares do
analgésicos, porque a agitação e a ansiedade sistema do TGI, resultando em constipação, eu
associadas a uma doença dolorosa ou pode ser grave e problemática para o paciente.
trauma, são assim reduzidos. O atraso resultante nos esvaziamento gástrico
pode retardar a absorção de outros fármacos.
A pressão no trato biliar aumenta em razão da
contração da bexiga e constrição do esfíncter PARACETAMOL
biliar. Os opioides devem ser evitados em Os fármacos anti-inflamatórios não esteroidais
pacientes que sofrem de dores biliares devido (AINEs) são usados para tratar afecções
a cálculos, nos quais pode ser aumentada ao inflamatórias dolorosas e para reduzir quadros
invés de aliviadas. febris. Ele difere dos outros AINEs por produzir
Outras ações dos opióides: A morfina efeitos analgésicos e antipiréticos, enquanto lhe
libera histamina dos mastócitos através de faltam os efeitos anti-inflamatórios. Não possui a
ação não relacionada aos receptores opióide. tendência de outros AINEs para causar ulceração
A liberação de histamina pode causar efeitos gástrica e sangramento. O paracetamol é bem
locais, como urticária e prurido no local da absorvido por VO, e sua meia vida plasmática é
injeção, ou efeitos sistêmicos, chamados de cerca de 3 horas. É metabolizado por
broncoconstrição e hipotensão. O efeito hidroxilação, conjugação principalmente como
broncoconstritor pode ter serias glicuronideo e eliminado na urina. A
consequências para os pacientes asmáticos superdosagem de paracetamol causa grave lesão
,aos quais a morfina não deve ser hepática, comumente fatal, e o fármaco costuma
administrada. A hipotensão e a bradicardia ser usado em tentativas de suicídios.
ocorrem com doses elevadas da maioria dos
opioides, devido à ação sobre a medula. Com
a morfina e fármacos similares, a liberação
de histamina pode contribuir para a
hipotensão. Os efeitos no músculo liso são
leves embora possam ocorrer espasmos
uterinos, da bexiga e dos ureteres. Os
opioides exercem efeitos imunossupressores
complexos, e podem ser importantes, como
ligação entre o SN e a função imunológica.
Tolerância e dependência: Os diferentes
mecanismos adaptativos celulares são
responsáveis pela tolerância e dependência.
Estes fenômenos ocorrem, sempre que os
opioides são administrados por mais que
alguns dias.
Tolerância: A tolerância às muitas ações dos
opioides desenvolve-se em alguns dias, como
administração repetitiva. A rotatividade de
fármaco e frequentemente usado na clinica
para superar a perda da eficácia.
Dependência física: Refere-se a
determinado estado em que a retirada do
fármaco causa efeitos fisiológicos adversos,
ou seja, síndrome de abstinência.
Farmacocinética: A absorção da morfina por
VO é variável. A própria morfina é absorvida
sendo comumente administrada por via
intravenosa ou intramuscular para tratar dor
aguda, intensa, a morfina por via oral, costuma
ser usada para aumentar sua duração de
ação. A codeína é bem absorvida e
administrada por via oral. A maioria dos
fármacos parecidos à morfina passa por
considerável metabolismo de primeira
passagem, e, portanto, eles são muito menos
potentes quando usado por VO, e não
injetados. A meia vida plasmática da morfina é
de 3 a 6 horas. O metabolismo hepático é a
principal modalidade de inativação, geralmente
por conjugação com glicuronideo.
Efeitos adversos: A superdosagem aguda
com morfina resulta em coma e depressão
respiratória, caracteristicamente com
constrição pupilar.
ANTIINFLAMATÓRIO As duas enzimas são homologas; no entanto, a
A inflamação é uma resposta normal de conformação para os sítios de ligação ao
proteção às lesões teciduais causadas por trauma substrato e regiões catalíticas é um pouco
físico, agentes químicos ou microbiológicos diferente.
nocivos. A inflamação é a tentativa do organismo
de inativar ou destruir os organismos invasores, Ex.: A COX2 apresenta um canal de substrato maior e mais
remover os irritantes e preparar o cenário para o flexível do que a COX1 que apresenta um espaço maior no
sítio de ligação dos inibidores.
reparo tecidual. Quando a recuperação está
completa, normalmente o processo inflamatório 2. Via da lipoxigenase: Alternativamente, muitas
cessa. Entretanto, pode ocorrer ativação impropria
lipoxigenases podem agir sobre o ácido
do sistema imune resultando em inflamações e
araquidônico para formar 5HPETE, 12HPETE
causando doenças imunomediadas, como a artrite
e 15HPETE, que são derivados peroxidados
reumatoide (AR*) A reação inflamatória está
instáveis e se convertem nos correspondentes
presente em quase todas as lesões produzidas no derivados hidroxilados (Os HETES) ou em
organismo humano. As manifestações clínicas do
leucotrienos ou lipoxinas, dependendo do
processo inflamatório são dor, hiperalgésia,
tecido. Os fármacos antileucotrienos, como o
eritema, edema e limitação funcional. Os fármacos
zileutona, o zafirlucaste e o montelucaste, são
AINEs e celecoxibe (inibidor do COX2).
uteis no tratamento da asma alérgica
moderada.
Prostaglandinas (PG´s)
Todos os AINEs inibem a síntese das PG´s.
Bimatoprosta e latanoprosta: A latanoprosta
Assim, para entender os AINEs, precisamos
é um análogo da PGF2 indicado para o
compreender a atividade e biossíntese da PG´s.
tratamento do glaucoma de ângulo aberto e
As PG´s e os compostos relacionados são
pressão intraocular alta. O bimatoprosta
produzidos em mínimas quantidades por
mimetiza as prostamidas endógenas
praticamente todos os tecidos. Geralmente atuam
resultando na mesmo redução da pressão
localmente nos tecidos, onde são sintetizados,
intraocular eficaz. Assim, o bimatoprosta
sendo rapidamente metabolizados em produtos
aumenta a proeminência, o comprimento e a
inativos nos seus locais de ação. Eles não
pigmentação dos cílios e também esta
circulam em quantidades significativas no sangue.
aprovado para o tratamento da hiposicose dos
Síntese: O ácido araquidônico é o principal
cílios.
precursor da PG´s e dos compostos
Mecanismo de ação: Fixando-se ao receptor
relacionados. Está presente em componentes
FP das PG´s, latanoprosta e travoprosta
dos fosfolipídios das membranas celulares. O
aumenta o efluo uveoescleral diminuindo a
acido araquidônico livre é liberado dos
pressão intraocular. O efeito do bimatoprosta
fosfolipídios teciduais pela ação da fosfolipase
é similar.
A2 e outra acidrolases por um processo
Efeitos adversos: As reações oculares
controlado por hormônios e outros estímulos.
incluem visão turva, alteração na coloração
Existem duas vias para a síntese de
íris (aumenta a pigmentação marrom),
eicosanoides a partir do ácido araquidônico:
aumento do número e pigmentação dos
1. Via da ciclo-oxigenase: Todos os
cílios, irritação ocular e sensação de corpo
eicosanoides com estrutura de anéis (PG´s,
estranho,
tromboxanos e prostaciclinas) são
sintetizados pela via da ciclo-oxigenase.
Temos duas isoformas relacionadas das
enzimas ciclo-oxigenase.
a. Ciclo-oxigenase1 (COX1): Responsável
pela produção fisiológica de prostanóides. A
COX1 é uma enzima constitutiva, regulando
os processos celulares normais, como a
citoproteção gástrica, a homeostase
vascular, a agregação plaquetária e as
funções reprodutiva e renal.
b. Ciclo-oxigenase2 (COX2): Provoca a
produção elevada de prostanóides que
ocorrem em locais de doença e inflamação
crônica. A COX2 é expressa de forma
constitutiva em tecidos, como cérebro, rins e
ossos. Sua expressão em outros locais
aumenta durante os estados inflamatórios
crônica.
Ação terapêutica: As PG´s tem papel Ibuprofeno: Possui atividade anti-inflamatória,
principal na modulação da dor, inflamação e analgésica e antipirética, além disso, podem
febre. Também controla funções, como alterar a função das plaquetas e prolongar o
secreção ácida e a produção de muco no TGI, tempo de sangramento. São inibidores
a contração uterina e o fluxo de sangue nos irreversíveis da ciclo-oxigenase, inibindo a
rins. As PG´s também estão entre os síntese de PG´s, mas não de leucotrienos. É
mediadores químicos liberados nos processos bem absorvido por VO, ligando-se quase que
alérgicos e inflamatórios. totalmente à albumina plasmática. Sofrem
Ação anti-inflamatória: Os AINEs inibem a biotransformação hepática e são excretados
ciclo-oxigenase e, consequentemente, pelos rins.
provocam a redução das PG´s vasodiladoras Efeitos adversos: Os mais comuns são no
(PGE2 e PGI2) e que está associado a menor TGI, variando desde dispepsia até
vasodilatação e, indiretamente, menos sangramento. Também foram registrados
edema. Não há redução de acumulo de efeitos adversos envolvendo o SNC, como
células inflamatórias, porem os AINEs cefaleia, zumbidos e tonturas.
impedem a saída do exsudato (enzimas, Piroxicam e Meloxicam: Usados no
células de defesa, citocinas, proteínas do tratamento da AR* da espondilite anquilosante
complemento) o paracetamol não possui e da osteoartrite, apresenta meias-vias longas,
ação anti-inflamatória considerável. o que permiti a administração uma vez ao dia.
Ação antipirética: Devido, a diminuição da O fármaco original e os metabólitos são
PGE2 que é responsável pela elevação do excretados pelos rins na urina. o meloxicam
ponto de ajuste hipotalâmico para o controle inibe a COX1 e a COX2, com ligação
de temperatura na febre. Os anti-inflamatórios preferencialmente a COX2 e em doses baixas
ativam o hipotálamo e este induz a expressão a moderadas, provoca menos irritação do TGI
de COX2 que produz as PG´s. do que o piroxicam. A excreção do meloxicam
Ação analgésica: A diminuição de PG´s é realizada principalmente na forma de
significa menos sensibilização das metabolitos e ocorrem igual proporção na urina
terminações nervosas nociceptivas a e nas fezes.
mediadores inflamatórios, como a bradicinina.
O alivio da cefaleia é devido à menor
vasodilatação cerebral mediada pelos PG´s.
as PG´s são responsáveis por diminuir o
limiar de excitabilidade dos nociceptores das
fibras C e Ag responsáveis pela sensação de
dor.
Salicilatos (AAS): O ácido salicílico foi
descoberto devido às suas ações antipiréticas
e analgésicas. A aspirina provoca inativação
irreversível da COX1 e COX2. Também é eficaz
em baixas doses, em distúrbios
cardiovasculares devido a sua ação
antiplaquetária. Os tipos de dores que são
aliviadas pelos salicilados são de pouca
intensidade e originam-se mais de estruturas
tegumentares que das vísceras, especialmente
cefaleia, mialgia e artralgia.
Efeitos adversos: Desconforto epigástrico,
náuseas, vômitos. Não pode ser usados em
pacientes hemofílicos ou que usam heparina
ou anticoagulantes orais, devido ao risco de
hemorragias. A ingestão de salicilados causa
o prolongamento do tempo de sangramento.
Este efeito é devido à acetilação irreversível
da cicloxigenase plaquetária e a consequente
redução da formação de tromboxano A2.
FARMACOLOGIA ANTIFÚNGICA Inibidores da síntese de DNA
Os fungos são células eucarióticas sem Flucitosina (5FC): Agente antifúngico sintético
mobilidade. Diferente das plantas eles não fazem que, administrado por VO, mostra-se ativo
fotossíntese e são de natureza parasitária. Tem contra uma gama limitada de infecções
parede celular rígida composta de quitina, um fúngicas sistêmicas, sendo eficaz em
polímero de N-acetil-glicosamina, em vez de infecções causadas por leveduras.
peptideoglinao. As membranas celulares fungicas Administrado só desenvolve resistência à
contém ergosterol, em vez de colesterol, droga durante o tratamento razão pela qual é
encontrados nas membranas de mamíferos. comum ser associada com anfotericina para
Essas características químicas são úteis no infecções graves, como a meningite. Isto se dá
tratamento das infecções bacterianas, e, ao devido ao fato de ocorrer mutações na citocina
contrário, as bactérias são resistentes aos permease ou citosina desaminase do fungo.
fármacos antifúngicos. Mecanismo de ação: A 5FC é convertida no
As infecções fúngicas são chamadas de antimetabólito 5-fluoracil (5FU) por células
micoses, podem ser dividida em infecções dos fungos, mas não em células humanas. O
superficiais e sistêmicas. 5FU inibe a timidilato sintetase e, portanto a
As infecções fúngicas superficiais: Podem síntese de DNA. Em geral, a flucitosina é
ser classificadas em dermatomicoses e administrada por infusão intravenosa, mas
candidíase. também pode ser usado por VO.
As dermatomicoses são infecções da pele, Farmacocinética: A 5FC é bem absorvida
dos cabelos e das unhas causadas por por VO. Distribui-se por toda a água corporal
dermatófitos. e penetra bem no LCR. A 5FC é detectável
A candidíase superficial, o microrganismo em pacientes e resulta da biotransformação
leveduriforme infecta as mucosas da boca da 5FC pelas bactérias intestinais. A
(afta) ou da vagina ou pele. excreção do fármaco e seus metabolitos é
As infecções sistêmicas (micoses por filtração glomerular, a dosagem precisa
profundas): Podem envolver órgãos internos ser ajustada em pacientes com função renal
ou acometer todo o organismo do hospedeiro, comprometida.
produzindo variado quadro anatomopatológico. Efeitos adversos: A 5FC causa neutropênia,
Os fungos dimórficos estão muito associados a trombocitopenia reversível e depressão dose-
esta condição. dependente da medula óssea. Deve-se ter
Os agentes antifúngicos devem possuir quatro cautela e pacientes submetidos à radiação ou
características: quimioterapia com fármacos que deprimem a
1. Amplo espectro de ação contra uma variedade medula óssea. Pode ocorrer disfunção
de fungos patógenos; hepática reversível com elevação das
2. Baixa toxicidade farmacológica; transaminases êmese e diarreia, são comuns,
3. Múltiplas vias de administração; e pode ocorrer também grave enterocolite.
4. Excelente penetração no líquido
cefalorraquidiano. Inibidores da mitose
Os principais alvos moleculares da terapia Griseofulvina: Agente antifúngico de pequeno
antifúngica consistem em enzimas e outras espectro. Interfere na mitose pela ligação com
moléculas envolvidas na síntese de DNA, na os microtúbulos fúngicos, pode ser usado para
mitose, na síntese de membrana plasmática e na tratar as infecções desmatofiticas da pele ou
síntese das paredes celular dos fungos. das unhas, quando o tratamento local é
ineficaz, tratamento precisa ser prolongado.
Farmacocinética: é administrado oralmente
é pouco hidrossolúvel, e absorção varia com
o tipo de preparação; em partículas, o
tamanho da partícula. Ela é cantada
seletivamente pela pele recém-formada e
concentrada na queratina. A meia vida
plasmática é de 24 horas, porém ela fica
Figura 41: Os fármacos antifúngicos atualmente disponíveis retida na pele por muito mais tempo. Ela
atuam sobre alvos moleculares distintos. (a) núcleo; (b) As induz potencialmente as enzimas P450 causa
alilaminas, as benzilaminas, osimidazólicos e os triazólicos
inibem a via de síntese do ergosterol no retículo varias interações farmacológicas importantes.
endoplasmático. (c) As equinocandinas inibem a síntese da Efeitos adversos: São frequentes, porém o
parede celular dos fungos. (d) Os polienos ligam-se ao
ergosterol na membrana fúngica e, portanto, rompem a
fármaco pode causar alterações gástricas,
integridade da membrana plasmática. A anfotericina é um cefaleia e fotossensibilidade. Reações
polieno representativo. (e) A flucitosina inibe a síntese de alérgicas (erupções cutâneas, febre) também
DNA do fungo. (f) A griseofulvina inibe a mitose dos fungos
através da ruptura do fuso mitótico. podem ocorrer. Não deve ser usado em
gestantes.
Inibidores da membrana Inibidores do ergosterol
Nistatina: É um antibiótico macrolídeo Constituem um grupo de agentes fungistáticos
poliênico de estrutura semelhante à da sintéticos, com amplo espectro de atividade. Eles
anfotericina e com o mesmo mecanismo de inibem as enzimas P450 fúngicas responsáveis
ação, ela também atua mediante ligação ao pela síntese do ergosterol, o principal esterol
ergosterol e formação de poros nas encontrado na membrana das células fúngicas. A
membranas celulares dos fungos. Seu uso depleção de ergosterol altera a fluidez da
limita-se a infecções fúngicas da pele e do TGI membrana, interferindo na ação das enzimas
da pele da vagina. associadas à membrana. O efeito global consiste
Anfotericina: É um antibiótico de estrutura em inibição da replicação.
complexa, caracterizada por um anel de átomo
de carbono com múltiplos membros. Ela liga- Inibidores da esqualeno epoxidase
se às membranas celulares e interfere na Estes fármacos atuam inibindo a esqualeno
permeabilidade e nas funções de transporte. epoxidase, resultando no bloqueio da biossíntese
Forma um poro na membrana, criando com a do ergoesterol, um componente essencial da
parte central hidrofílica da molécula um canal membrana celular dos fungos. Os agentes
iônico transmembranar. A anfotericina é ativa antifúngicos que inibem a esqualeno epoxidase
contra a maioria dos fungos e leveduras. são divididas em alilaminas e benzilaminas, com
Quando administrada por via oral, a bases nas suas estruturas químicas em
anfotericina é pouco absorvida, razão pela Terbinafina e naftifina são alilaminas, enquanto a
qual só é administrada por esta via para butenatina é uma benzilamina. As alilaminas e
infecções fúngicas do trato gastrintestinal. benzilaminas tópicas e mais eficazes que o
Mecanismo de ação: Varias moléculas de azólicos tópicos contra dermatófitos comuns,
anfotericina se ligam ao ergosterol nas particularmente os que causam tinha do pé.
membranas plasmáticas das células dos Terbinafina: É o fármaco de escolha para
fungos sensíveis. Ela formam poros (canais) tratar dermatofitose, especialmente da
que precisam de interações hidrofóbicas onicomicose. É bem mais tolerado, a duração
entre o segmento lipofílico do antibiótico do tratamento é menor e mais eficaz do que
polieno e o esterol. O poro desorganiza a com itraconazol.
função da membrana, permitindo o Mecanismo de ação: Inibe a esqualeno
vazamento de eletrólitos e pequenas epoxidase do fungo, diminuindo, assim, a
moléculas, resultando na morte da células. síntese de ergoesterol, o que acumula
Farmacocinética: É administrado por infusão grandes quantidades tóxicas e esqualeno,
IV lenta. Ela é insolúvel em água, e a determina a morte da célula fúngica.
preparação injetável precisa de adição de Farmacocinética: Está disponível para
desoxicolato de sódio, que produz uma administração oral e tópica, embora sua
dispersão coloidal solúvel. A anfotericina se biodisponibilidade seja só 40%. Devido à
liga extensamente às proteínas plasmáticas e biotransformação de 1ª passagem. A
se distribui por odo o organismo, ligando-se absorção não aumenta com a alimentação.
extensamente aos tecidos. 99% da terbinafina liga-se às proteína
Efeitos adversos: Tem baixo índice plasmáticas, deposita-se na pele, nas unhas
terapêutico. Pequenas doses podem ser e na gordura. Ela se acumula no leite e, por
administrados para avaliar o grau de resposta isso, não deve ser usado em gestantes. Te
negativa do paciente, com o anafilaxia ou longa meia-vida terminal de 200 a 400 horas,
convulsões. o que pode refletir a lenta liberação desses
. tecidos. A terbinafina oral é extensamente
biotransformada, antes da excreção urinária.
Efeitos adversos: Os mais comuns são
distúrbio do TGI (diarreia, dispepsia e
náusea), cefaleia e urticária foi registrados
distúrbios de gosto e visão, e elevação
temporária das concentrações séricas de
enzimas. Todos esses efeitos adversos
cederam com a interrupção do fármaco.
Naftifina: É um inibidor da esqualeno
epoxidase com amplo espectro de atividade
antifúngica. Só está disponível na forma
tópica, em creme ou gel.
Inibidores da 14α-esterol das metilase
Um alvo importante na via da síntese do
ergosterol é a 14α-esterol desmetilase, uma
enzima do citocromo P450 que converte o
lanosterol em ergosterol. A diminuição na síntese
de ergosterol e o acúmulo de 14α, etil esteróis
rompem as cadeias acil agrupadas dos
fosfolipídios nas membranas dos fungos. A
estabilização da membrana fúngica leva à
disfunção das enzimas associadas à membrana,
podendo levar, à morte celular. Os azólicos são
agentes antifúngicos que inibem a enzima 14α-
esterol. Os azois são compostos sintéticos que
podem ser classificados como imidazois ou
triazois de acordo com o número de átomo de
nitrogênio no anel zólico de 5 membros. Os
imidazois consistem no cetoconazol, no miconazol
e no clotrimazol. As duas substâncias são usadas
apenas na terapia tópica. Os triazois incluem o
itraconazol o fluconazol, o voriconazol e o
poaconazol.
Cetoconazol: Foi o primeiro azol a ser
administrado por via oral no tratamento das
infecções fúngicas sistêmicas. É bem
absorvido pelo trato gastrointestinal, seu
principal risco é a sua alta toxicidade.
Fluconazol: É administrado por via oral ou por
intravenosa. Pode tornar o fármaco de primeira
escolha na maioria dos tipos de meningite
fúngica.
Itraconazol: Está disponível em formulações
orais e intravenosas. É administrado por via
oral e, após absorção, sofre extenso
metabolismo hepático. Não penetram no
líquido cefalorraquidiano. A hepatoxicidade
constitui o principal efeito adverso associado à
terapia com itraconazol.
Antimoniais
Não são usados devido às graves manifestações
toxicas que podem produzir.
Estiboglinato: Junto com a anfotericina é
usada no tratamento de acompanhamento.
Mecanismo de ação: não está bem claro.
Questiona-se a possibilidade de estimularem
mecanismos imunitários do individuo
parasitado.
Farmacocinética: Como não é absorvido por
VO, o estiboglinato de sódio deve ser
administrado por VP se distribui no
compartimento extravascular. A
biotransformação é mínima, e o fármaco é
excretado com a urina.
Efeitos colaterais: Incluem no local de
injeção, indisposição gastrointestinal e
arritmias cardíacas. As funções hepáticas e
renais devem ser monitoradas
periodicamente.