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1. INTRODUÇÃO
[...] Aqueles que nos perguntam “por que ou para que Filosofia?”
querem também saber o que ela é. E nós, que nos dedicamos a
estudar a disciplina, muitas vezes não sabemos responder. E
não sabemos não por que não há uma resposta, ou por que a
filosofia não é exata, ou não serve para nada, mas porque há
várias respostas. E dizer que há várias respostas não significa
dizer que a filosofia é qualquer coisa, ou que qualquer frase feita
é filosofia, e qualquer definição é válida. Mas significa dizer que
essa variedade faz parte do seu modo de ser, o que torna a
disciplina mais difícil de ser ensinada, pois parece que ela não
precisa ser ensinada. [...] (CAMPANER, 2012, p. 5).
Exigir da filosofia uma praticidade, ou objetividade faz com que ela perca
seu sentido primeiro, porque o ensino da filosofia deve ser uma relação com o
saber, bem como da origem etimológica da palavra, que sugere não somente o
conhecimento (sophia) mas com a substancial relação entre o conhecimento e o
desejo de conhecimento.
Logo a filosofia pode dessa maneira, pensada enquanto saber relacional,
ser construída na sua pluralidade, essa possibilidade que ela tem de única,
permite aos estudantes e educadores se “movimentarem” pelas temáticas e
colocarem nas mesmas as questões pertinentes a que lhes cabem. No ensino
da filosofia a questão versará sobre uma maneira de inquietar por meio do ensino
da filosofia.
Ainda que se possa criar as condições para um encontro
amoroso com o saber (pode-se convidar a pensar), os encontros
sempre têm algo de aleatório. Como dissemos, há uma distância
impossível de preencher com os saberes do professor, na qual
se joga a novidade do outro, sua própria relação com a filosofia.
Pensar implica novidade e isso tem sempre algo de inquietante
porque escapa ao controle da simples transmissão de um saber.
É inquietante para o próprio professor, porque o afasta do
caminho já trilhado da transmissão de conhecimentos e o leva a
enfrentar o desafio de pensar ele mesmo.(CERLETTI,p.38)
CONCLUSÃO
É importante pensar que o processo de aprendizagem nunca é um ponto final, sempre
é uma passagem que levar a um novo ponto inicial. Compreender assim que filosofia e
filosofar são o mesmo movimento e que reaprender a ensinar filosofia requer uma
relação diferente do que se tem com a história da filosofia. É necessário pensar uma
nova relação que permita repensar a filosofia não como um momento enclausurado no
passado mas em uma maneira relacional durante todo o tempo.
Referencial Bibliográfica
CRAMPANER, Sônia. Filosofia: Ensinar e aprender. São Paulo Livraria Saraiva,
2012
CERLETTI, Alejandro. O ensino de filosofia como problema filosófico, Belo
Horizonte editora autentica.
FORNET-BETANCOURT, Raúl. Transformación intercultural de la filosofia
latino-americana: ejercicios teóricos y práticos de la filosofía intercultural en el
contexto de la globalización. Desclée de Brouwer, 2001.
__________________________. La interculturalidad a prueba. Aachen: Revista
Concórdia, Band 43, 2006.
__________________________. Filosofar para nuestro tiempo en clave
intercultural. Wissenschaftsverlag Mainz, Aachen, 2004.
_________________________. Mulher e Filosofia no pensamento ibero-
americano: momentos de uma relação difícil. São Leopoldo: Oikos/Nova
Harmonia, 2008.